SOCIOLOGIA – PROFº VANDERLEI RONCATO
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Escrever o cabeçalho completo.
Todas as questões deverão ser respondidas a caneta.
Não usar corretivo.
Leia atentamente os textos e os enunciados, mais de uma vez.
Tarefão entregue fora da data marada será corrigido, porém não será pontuado.
Os textos não serão devolvidos com junto, pois serão utilizados para estudo pessoal. Entregar apenas a folha
dos exercícios.
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Virtudes e Vícios
 Aristóteles
Notável filósofo grego, Aristóteles (384 - 322 a.C.), nasceu em Estágira, colônia de origem jônica encravada
no reino da Macedônia. Filho de Nicômaco, médico do rei Amintas, gozou de circunstâncias favoráveis para seus
estudos. O fato de ser filho de médico poderá ter dado a Aristóteles o gosto pelos conhecimentos experimentais e
da natureza, ao mesmo tempo em que teve sucesso como metafísico.
Em 367 a.C., aos seus 17 anos, foi enviado para a Academia de Platão em Atenas, na qual permanecerá por
20 anos, inicialmente como discípulo, depois como professor, até a morte do mestre em 347 a.C.
Aristóteles inaugurou a noção de causa final, única apresentada de forma inédita por ele, e inicia sua obra,
Ética a Nicômaco, perguntando-se pela finalidade da ação humana. A essa questão nosso autor esboça, de forma
sucinta, a seguinte resposta: a finalidade de toda ação humana é a procura pela felicidade.
O autor realiza um inventário de motivações que poderiam conduzir um ser humano à felicidade, e analisa
de maneira mais pormenorizada as honras, o prazer e a virtude. As honras, de acordo com sua teoria, não deveria
ser preferido por alguém que queira realmente atingir a felicidade, e isso porque aquele que dependesse de
honrarias para ser feliz estaria sempre na dependência de outros seres humanos, ou seja, de elementos externos a
si mesmo, e por isso fora do seu controle. Quanto ao prazer, como veremos um pouco abaixo, seu problema
essencial reside no fato de primar pelos excessos, e não pela moderação, o que o Aristóteles condena sobremaneira.
Também no prazer, grande parte das vezes, o sujeito se encontra na dependência da colaboração de outra pessoa.
Desse modo, dos três elementos comentados, somente a vida virtuosa pode ser considerada uma busca pela
felicidade, pois o indivíduo para obtê-la, só depende de si mesmo, ou seja, não prima pelo reconhecimento alheio e
nem prazer excessivo.
Assim, torna-se necessário, que o autor defina melhor o que se deve entender por virtude, já que realiza a
defesa de uma vida virtuosa como única possibilidade de verdadeira felicidade. Ele a define, então, em
contraposição ao vício e desse modo nasce uma definição que podemos resumir da seguinte maneira:
Virtude: Ato ou sentimento marcado pela moderação ou pelo equilíbrio, aquilo que Aristóteles denomina de
meio termo entre a falta e o excesso. Desse modo, a coragem virtuosa seria o equilíbrio entre a covardia,
vício por falta, e a temeridade, vício por excesso. O soldado deve ter coragem suficiente para adentrar no
campo de batalha, mas medo bastante para se proteger com eficiência do inimigo, com armadura, escudo e
respeito às táticas estabelecidas.
Vício: Ato ou sentimento marcado pela falta ou pelo excesso, ou seja, pelo desequilíbrio. É assim que o amor
próprio pode ser deturpado pela modéstia, que consiste em sua falta, assim como pela vaidade, que é o seu
excesso.
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Marilena Chauí, em sua obra Filosofia (São Paulo: Ática, 2005, p. 183), apresenta um quadro com as
principais virtudes e os principais vícios, baseado na obra aristotélica. A título de exemplo reproduzimos abaixo
o quadro, visando a uma melhor compreensão por parte do estudante:
Virtudes
Coragem
Temperança
Prodigalidade
Magnificência
Respeito Próprio
Prudência
Gentileza
Veracidade
Agudeza de Espírito
Amizade
Justa Indignação
Vício por Excesso
Temeridade
Libertinagem
Esbanjamento
Vulgaridade
Vaidade
Ambição
Irascibilidade
Orgulho
Zombaria
Condescendência
Inveja
Vício por Deficiência
Covardia
Insensibilidade
Avareza
Vileza
Modéstia
Moleza
Indiferença
Descrédito
Rusticidade
Enfado
Malevolência
 Sócrates
Sócrates foi o pioneiro do que atualmente se define como Filosofia Ocidental. Nascido em Atenas, por volta
de 470 ou 469 a.C., seguiu os passos do pai, o escultor Sofrônico, ao estudar seu ofício, mas logo depois se devotou
completamente ao caminho filosófico, sem dele esperar nenhum retorno financeiro, apesar da precariedade de sua
posição social. Seu trabalho seria marcado profundamente pelos textos de Anaxágoras, outro célebre filósofo grego.
Para Sócrates as pessoas deveriam concentrar os seus esforços em serem virtuosos, para si mesmos, para
seus amigos e para a comunidade a que pertencem, pois a virtude deve ser conquistada também pelo grupo
humano, pela polis. Esse é um dos motivos pelo qual não fugiu da sua sentença de morte, acreditava que fugir da
sua comunidade e da sentença que ela lhe impôs era deixar de ser virtuoso e isso era ir contra todos os seus
princípios.
Para os gregos a virtude era a qualidade essencial que faz do ser o que ele é, assim é virtuoso o homem que
tenta ser bom e perfeito utilizando a razão e o conhecimento para atingir esse objetivo porque essas qualidades são
próprias do homem. O contrário da virtude é o vício que é caracterizado basicamente pela ignorância que é a
ausência da razão e do conhecimento.
O melhor modo de o homem virtuoso viver segundo Sócrates é buscando o desenvolvimento da sua razão e
do seu conhecimento e não buscando riquezas materiais que geralmente desviam o homem do caminho da virtude.
A virtude é o bem mais precioso que a pessoa pode ter. Os reais valores não estão ligados ao que é exterior ao
homem como a fama, o poder e a riqueza, nem aos atributos do corpo como a beleza e o vigor físico, mas nos
atributos da alma que são caracterizados principalmente pelo conhecimento. Os outros valores quando estiverem
ligados ao conhecimento também podem ser virtuosos.
 Immanuel Kant
Immanuel Kant nasceu no dia 22 de abril de 1724, em Königsberg, cidadezinha da Prússia Oriental, era filho
de um negociante de origem escocesa e considerado o pai da filosofia crítica. Sua educação foi baseada no pietismo
- movimento encetado dentro do protestantismo, pelos fins do século XVII, na Alemanha, segundo o qual a
verdadeira religiosidade baseava-se na autonomia da consciência, na piedade particular e nas obras de misericórdia,
sendo o dogmatismo algo secundário ou supérfluo. Cursou a Universidade de Königsberg onde se formou nas áreas
de filosofia e matemática, exercendo a profissão de professor na mesma instituição. A obra de Kant foi dividida em
duas principais fases: pré-crítica e crítica.
Kant pressupõe a virtude como o dever moral já em vigor, ou seja, o homem em vivencia daquilo que a
moralidade lhe impõe. Assim, ao invés de definir traços de caráter que sejam admiráveis, aquele tipo básico do que
define as noções de conduta certa e errada, ele toma as virtudes para explicar o comportamento moral ou
obediente. E define, também, os princípios de conduta moral, baseada em sua explicação filosófica da agência
racional, ou seja, da ação da razão, e então, nessa base ele define a virtude como o agir de acordo com estes
princípios.
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A virtude para Kant é uma força de vontade, portanto, não surge como resultado de imprimir uma "segunda
natureza" por um processo de habituar ou treinar para o agir e o sentir de forma particular. Na verdade, é uma
disposição, mas uma disposição da vontade, e não uma disposição de emoções, sentimentos, desejos ou qualquer
outra característica da natureza humana que pode ser passível de habituação. Além disso, a disposição é de superar
os obstáculos para alcançar o comportamento moral, que para Kant é característica indelével da natureza humana.
Assim, essa ideia de virtude fica muito parecida com o que Aristóteles teria pensado – O homem sábio é feliz
porque, sendo sábio, ele é capaz de controlar suas paixões e agir sempre de modo equilibrado. A virtude não está
nos excessos, mas na temperança, na moderação, no equilíbrio, no meio termo.
Para ajudar...
Moral: Aquele que procede com justiça = CORRETO, DECENTE, HONESTO, ÍNTEGRO e JUSTO. Conjunto dos princípios
e valores de conduta do homem, bons costumes. Conjunto de regras e princípios que regem determinado grupo.
Imoral: Contrário à moral, é a falta de moralidade, pessoas desonesta, escandalosa e libertina.
Amoral: Que não é conforme nem contrário à moral. Que ou quem não tem senso moral; que ou quem não tem
princípios ou obrigações morais. Qualidade do que não é conforme nem contrário à moral, ausência de moralidade.
Fontes:
<http://www.pucsp.br/pos/cesima/schenberg/alunos/paulosergio/biografia.html> Acesso em 25 AGO 2014.
<http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=23> Acesso em 23 AGO 2014.
< http://www.priberam.pt/dlpo/> Acesso em 25 AGO 2014.
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Exercícios:
1. (UEL – Dez/2006) – “Ora, nos chamamos aquilo que deve ser buscado por si mesmo mais absoluto do que aquilo
que merece ser buscado com vistas em outra coisa, e aquilo que nunca é desejável no interesse de outra coisa
mais absoluto o que as cosias desejáveis tanto em si mesmas no interesse de uma terceira; por isso chamamos
de absoluto e incondicional aquilo que é sempre desejável em si mesmo e nunca no interesse de outra coisa”.
(Fonte: ARISTÓTELES. Ética A Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bomheim. São Paulo: Nova Cultural, 1987, 1097b, p. 15. )
De acordo com o texto e os conhecimentos sobre a ética de Aristóteles, assinale a alternativa correta:
a)
b)
c)
d)
A felicidade é, ara Aristóteles, sempre desejável em si mesma e nunca no interesse de outra coisa.
De acordo com Aristóteles, para sermos felizes não é necessário sermos virtuosos.
Para Aristóteles, as virtudes não contam entre os bens desejados por si mesmos.
Para Aristóteles, o prazer não é um bem desejado por si mesmo, tampouco é um bem desejado no interesse
de outra coisa.
e) Segundo Aristóteles, para sermos felizes é suficiente sermos virtuosos.
2. Aristóteles defende a vida virtuosa como única possibilidade de verdadeira felicidade e dessa forma define o
que o é virtude e também a sua contraposição, o vício. Explique esses dois conceitos, com base na teoria
Aristotélica.
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3. Apresente a ideia socrática para que o homem seja virtuoso.
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4. Segundo Sócrates, os reais valores não estão ligados ao que é exterior ao homem como a fama, o poder e a
riqueza, nem aos atributos do corpo como a beleza e o vigor físico, mas nos atributos da alma que são
caracterizados principalmente pelo conhecimento. Tendo em vista a realidade social que vivemos e a estrutura
capitalista que orienta os movimentos da sociedade, elabore argumentos que defendam a necessidade de
homens e mulheres virtuosos para o tempo de hoje.
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5. Escreva a ideia de virtude para o pensamento kantiano.
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6. Relacione o pensamento sobre virtude e vício dos três filósofos.
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7. Cite exemplos de vícios e virtudes que mais afetam a estrutura familiar e as relações sociais hoje em dia.
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