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PUBLISHER RICARDO GALUPPO
DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA
DIRETOR ADJUNTO OCTÁVIO COSTA
TERÇA-FEIRA, 18 DE SETEMBRO, 2012
O
ANO 4 | N 771 | R$ 3,00
Bond, James Bond
Um nome, por favor
Objetos de filmes do agente 007,
imortalizado por Sean Connery,
irão a leilão pela internet. ➥ P28
Coca-Cola lança campanha para que
os internautas batizem o tatu-bola,
mascote da Copa de 2014. ➥ P24
Reprodução
Divulgação
Barreiras argentinas dão tombo de
US$ 3 bi em exportação brasileira
Com as medidas protecionistas de Cristina Kirchner, o superávit comercial com o país vizinho deve cair de US$ 5,8 bilhões
para US$ 2,5 bilhões. “A Argentina quer achatar o mercado brasileiro”, afirma o economista Júlio Gomes de Almeida. ➥ P6
Rodrigo Capote
Governo sofre
dupla pressão da
área de energia
Empresários querem mais áreas de
exploração de petróleo e política de
preço para etanol e gasolina. ➥ P4
Gávea,deArmínio
Fraga,compra30%
daChilliBeans
Dinheiro do fundo do ex-presidente
do BC reforçará expansão da
marca de óculos no exterior. ➥ P22
Fundador da CVC
investirá R$ 1 bi
em rede hoteleira
Laboratório japonês aposta
no rejuvenescimento de seus
medicamentos populares, como
Eparema e Neosaldina, para atrair
novos consumidores e fazer do Brasil a
maior operação da empresa entre os países emergentes,
diz ao BRASIL ECONÔMICO o presidente Giles Platford. ➥ P16
Dono da operadora de turismo,
Guilherme Paulus quer ampliar
a GJP Hotéis & Resorts. ➥ P17
Takeda coloca roupa
nova no velho Dramin
Má gestão condena mais
de um terço dos projetos
Pesquisa da PMI obtida com exclusividade por BRASIL ECONÔMICO
mostra que só 20% das empresas conseguem cumprir prazos,
metas e orçamentos. No Brasil, burocracia ainda atrapalha. ➥ P30
17.9.2012
INDICADORES
TAXAS DE CÂMBIO
Dólar comercial (R$/US$)
Euro (R$/€)
JUROS
Selic (ao ano)
BOLSAS
Bovespa — São Paulo
Dow Jones — Nova York
FTSE 100 — Londres
COMPRA
VENDA
2,0280
2,6650
2,0300
2,6660
META
EFETIVA
7,50%
7,39%
VAR. %
ÍNDICES
-0,48
-0,30
-0,37
61.805,98
13.553,10
5.893,52
Ações de bancos
ignoram queda
do compulsório
Apesar da notícia boa, investidor
preferiu vender os papéis depois
da alta da semana passada. ➥ P32
Espante o stress
em um spa urbano
Tratamentos oferecidos por
estes centros vão de massagens
a programas que ensinam a ter
mais qualidade de vida. ➥ P34
2 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
CARTAS
OPINIÃO
Avanço
Ricardo Galuppo, Amei seu artigo!
( ”As aventuras de Pedrinho no banco dos
réus” — publicado em 13/9/2012). Punir as
gerações do futuro para acertar contas com
o passado! E digo mais: na minha opinião,
isso tudo faz parte desse processo árduo
e ininterrupto que nosso país tem de
“desmemoriar” o cidadão brasileiro.
Juliana Marques
Rio de Janeiro (RJ)
No que se refere à matéria “Logística tem
oportunidades de crescimento profissional”
(publicada em 14/9/2012, é uma ótima
notícia. Até hoje as organizações têm movido
de toda forma a redução de custo de
produção, mas na logística quase nada
poderia fazer, ficamos na mão do modal
rodoviário. Com a iniciativa do governo
veremos nossa economia melhorar cada
vez mais. Eu como estudante de logística
quero participar efetivamente desse pacote.
Angelo Mata
Resende (RJ)
Marcello Casal Jr/ABr
Cientista político e presidente
da Arko Advice Pesquisas
Almirante Júlio Soares de Moura Neto
Comandante da Marinha
Os módulos antárticos emergenciais que
serão instalados na Ilha George para abrigar
pesquisadores começarão a operar
integralmente em fevereiro de 2013.
Retrocesso
Ricardo Moraes/Reuters
Quanto à matéria “Peixe Urbano sai do
aquário e nada rumo a novos horizontes”
(publicada em 25/4/2012), sem duvida,
não ha outro caminho para o crescimento
passando hoje pela gestão participativa.
Antes de mais nada, uma empresa
é formada por pessoas, ouvi-las é a chave
para inovação. Romper com velhos e
ultrapassados modelos de gestão, é o
caminho para um sucesso mais promissor,
e humano nas relações interpessoais de
gestores e seus colaboradores. Enfim, acho
que o governo do Rio de Janeiro, tem perdido
a grande chance de investir num polo de
desenvolvimento tecnológico no setor de
startups cariocas, o governo do Rio tem
a seu favor o centro de pesquisa tecnológica
a COPPE- UFRJ, uma grande incubadora
de empresas tecnológicas na área de
engenharia, E o estado deveria ser o maior
indutor na promoção de novos talentos...
Alexandre Kirk
Rio de Janeiro (RJ)
MURILLO DE ARAGÃO
George Buck
Presidente da Chevron no Brasil
A Agência Nacional do Petróleo multou em
R$ 35,1 milhões a petroleira Chevron pelo
vazamento de 3,7 mil barris de óleo em 12
quilômetros da costa brasileira. São 24 multas.
CONECTADO
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Ferramentas do mundo digital que facilitam seu dia a dia
Eisenhower
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Dicionário Portátil
Se você precisa de um aplicativo
descomplicado para organizar a
vida, este é uma boa opção. O
software divide os compromissos
pessoais e profissionais
por ordem de prioridade,
separando os que precisam
ser cumpridos com urgência,
daqueles que podem ser
delegados para outras pessoas,
ou que podem ser agendados.
Depois de cumprir a tarefa,
basta dar baixa no sistema.
Receber ligações indesejáveis
não é privilégio de ninguém.
Mas é possível filtrar esse tipo
de chamada sem perder
a elegância e a paciência.
Esse aplicativo permite criar
uma lista com os contatos
que você deseja bloquear,
reencaminhando as ligações para
caixa postal ou programando
respostas por mensagens
de texto como: “Ocupado no
momento. Ligo mais tarde”.
Quem é que não precisa tirar
dúvidas em um dicionário
de vez em quando? O problema
é que uma publicação completa
costuma ser bem pesada
e inviável de ser carregada
no dia a dia. Para contornar
o problema, é possível encontrar
versões digitais que podem
ser acessadas com apenas
uns cliques. Uma boa entre elas
é esse dicionário que contém
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falso, alinhado esquerda, sinha o à esquerda,
E-mail: [email protected]
texto alinhado à esquerda, sem hifenização, texto
As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura.
falso, alinhado esquerdafhlação. ➥ PXX
Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas.
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Complexo e imprevisível
Muitos anos depois, por conta dos filhos e dos sobrinhos que a
vida nos traz, vou a Disney, em Orlando. É uma experiência incrível: o encontro entre as classes C e D dos Estados Unidos e
uma massa de estrangeiros. Dois pontos unem a todos: a magia
e a organização do lugar. A cada x minutos, o barquinho do Piratas do Caribe faz o seu passeio desde que eu tinha 15 anos! A Disney e o Brasil também têm pontos em comum: complexidade e
encanto. Mas no que tange à organização, vamos muito mal.
Me impressiona andar anos após anos pela Florida Turnpike e
o asfalto se manter igual há décadas, sem remendos nem buracos. O mesmo se pode dizer da I-95, outra estrada dos Estados
Unidos. Os jardins e canteiros públicos são limpos e bem cuidados, como se fossem novos.
Outro dia, uma diretora de uma multinacional disse que seus
diretores norte-americanos não entendem como o Brasil consegue crescer em um ambiente de desorganização, complexidade
e imprevisibilidade. Para eles, o melhor dos mundos é aquele onde tudo é organizado, previsível e fácil de ser apreendido. Não é
o nosso caso.
Matéria da revista Piauí com o cineasta Fernando Meirelles sobre fazer cinema no Brasil e nos Estados Unidos revela exatamente essas diferenças. Cidade de Deus foi produzido à brasileira: um processo conturbado em que o diretor tinha controle absoluto sobre tudo. Nos Estados Unidos, o diretor é subordinado
aos produtores. Meirelles conta que lá você tem de filmar todos
os dias e mandar o material para eles (os produtores) opinarem.
A previsibilidade desejada pelos norte-americanos nos sufoca. Somos movidos pela “eventologia”, que significa mirar um
objetivo e chegar lá. Sabe Deus como! É o caso do Carnaval,
que, em sua aparência caótica, produz ordem, deslumbramento
e encantamento. Ainda que por poucas horas.
Seria impossível fazer do Carnaval uma Disney, que abre e fecha apresentando as mesmas coisas a tempo e a hora, anos após
ano. Não temos organização para tanto. Nem o Carnaval pode
ser escravizado em uma estrutura tão enquadrada.
A chave de nosso sucesso como nação estará
na capacidade de unir improviso, criatividade,
rotina, consistência e organização
Curiosamente, o fato de termos a cultura dos eventos pode resultar em sucesso nos megaeventos que se aproximam.
Por outro lado, quando a rotina voltar à normalidade, o asfalto continuará esburacado, as praças sujas e os serviços públicos precários.
Após os megaeventos que serão realizados no Brasil, o ideal é
que ocorresse a quebra do círculo vicioso em que vivemos: desprezo às rotinas e exaltação aos eventos. O que, na prática, significa que devemos ser mais organizados para podermos elevar a
qualidade de nossas rotinas. Sem deixar de lado a espontaneidade e o improviso que permeiam nossas soluções. Não é fácil.
A chave de nosso sucesso como nação vai estar na capacidade de unir improviso, criatividade, rotina, consistência e organização. Será um imenso desafio pois demanda que a motivação esteja muito elevada sempre e que não caiamos na tentação de deixarmos para o amanhã o que podemos fazer bem
hoje. Vencida essa barreira cultural, o céu será o limite para o
sucesso do Brasil. ■
NESTA EDIÇÃO
Site facilita negócios da moda
VestesBr ganha investidor e já projeta movimento de R$ 50 milhões
até dezembro próximo. Expectativa é ter 250 marcas e 20 mil lojistas
cadastrados até 2013. ➥ P15
Eletrodomésticos em ritmo lento
Gigante do mercado mundial de eletrodomésticos, a Electrolux
informa estar sentindo o desaquecimento da economia na Europa se
espalhando por várias regiões do continente. ➥ P19
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 3
MOSAICO POLÍTICO
CÂNDIDO VACCAREZZA
Deputado federal (PT-SP)
PEDRO VENCESLAU
[email protected]
Ana Clara Ferrari
Novo marco no setor elétrico
A presidente Dilma Rousseff editou a Medida Provisória 579,
com as novas regras para a renovação das concessões a vencer
entre 2015 e 2017. Visa o aperfeiçoamento do marco institucional do setor elétrico, aliando tarifas justas e segurança energética. A previsão das consultorias especializadas é que o corte nos
preços da energia consiga reduzir em 4% os custos de produção
da indústria e colocar cerca de R$ 7,6 bilhões a mais no bolso
dos consumidores. Até meados da década de 1990, o modelo tarifário levava em conta os custos atrelados à geração, transmissão e distribuição de energia, além de uma taxa entre 10% e
12% de remuneração do capital investido, entre outros itens.
Com o início das privatizações do setor, em 1997, a composição
da conta ficou ainda mais complexa e mais onerosa.
As medidas vão implementar uma redução das contas de luz
já a partir de fevereiro de 2013, 16,2% para as residências e entre 19% e 28% para a indústria. A um só tempo, isso significa estímulo ao crescimento econômico, controle da inflação e contribuição para baixar, ainda mais, os juros.
A redução do chamado “teto tarifário” está assentada tanto nas
novas regras para as áreas de geração e transmissão como na absorção, pelo Tesouro Nacional, de vários penduricalhos que ao longo
dos anos contribuíram para elevar o valor das contas. O custo para
o Tesouro será de aproximadamente R$ 4,3 bilhões anuais. Aliada
a essa medida, há outra ainda mais corajosa: o governo, de acordo
com as estimativas iniciais, poderá ser obrigado a desembolsar entre R$ 25 bilhões e R$ 28 bilhões para zerar investimentos ainda
não amortizados das concessões que vencem entre 2015 e 2017.
Críticos disseram que as novas regras desestimularão os investimentos no setor. Não é verdade; as perdas no valor de mercado de algumas companhias elétricas refletem simplesmente o
fim de um período de ganho garantido. Daqui em diante, a remuneração das operadoras — não mais das concessionárias — será fixada com base nos custos de operação e manutenção.
A redução do “teto tarifário” era esperada porque boa parte dos
investimentos feitos já foi compensada. Tanto é verdade que, na
avaliação do governo, somente dez das grandes hidrelétricas ainda terão direito à indenização e em valores menores do que elas esperavam. A novidade é que as tarifas vão cair a partir de 5 de fevereiro do próximo ano e não somente depois de 2015. E as concessões a vencer não serão renovadas automaticamente.
E existe margem para baixarmos ainda mais os preços das
tarifas de energia. Em São Paulo, por exemplo, a alíquota real
do ICMS não é de 25%, mas de 33%, porque esse percentual é
calculado “por dentro”, um mecanismo perverso pelo qual o
valor do imposto é calculado sobre o valor total da conta, e
não sobre o valor dos serviços. Em Minas Gerais, este imposto excede 37%. Os governos estaduais, portanto, deverão ser
chamados para esse esforço de redução do custo da energia
elétrica no país. Com energia mais barata, teremos maior
competitividade internacional, empregos melhores e mais
produtivos, mais desenvolvimento econômico e melhores
condições de geração de renda no país. A energia barata é um
passo fundamental para o nosso futuro. ■
Radicais livres podem decidir em BH
A disputa eleitoral em Belo Horizonte caminha para um desfecho emocionante. O prefeito Márcio
Lacerda (PSB), que lidera as pesquisas com 49% das intenções de votos, precisa de apenas mais 1%
para encerrar a fatura no primeiro turno. Esse cenário torna valiosíssimo um eleitorado que é pequeno, porém bravo, contestador e engajado. Trata-se da extrema-esquerda da cidade, que, junta, soma 4% das intenções de votos. A coluna entrevistou as duas principais concorrentes desse segmento. “Não apoiaremos o Patrus Ananias no segundo turno. O PT se afastou muito dos seus princípios”, informou Vanessa Portugal, do PSTU, que apareceu com decisivos 2% na última pesquisa Datafolha. “O Lacerda não apoiaremos de jeito nenhum se não estivermos no segundo turno. Já o caso
do Patrus nós discutiremos com quem nos apoiou”, diz Maria da Consolação, do PSOL. Ela tem 1%
das intenções de voto. Os candidatos do PHS e PPL somam os 2% restantes. ■
Vanessa e Maria não se
entenderam no primeiro turno
Dilma deve fazer escala em Belo
Horizonte antes de ir aos EUA
Apesar de beberem na mesma fonte ideológica
e de terem sido fãs de Lula no passado remoto,
Vanessa (PSTU) e Maria (PSOL) não conseguiram
se entender. "Nós tentamos uma aliança, mas eles
não aceitaram", diz Maria. "Eles é que não
quiseram se aliar conosco", retruca Vanessa.
A presidente Dilma estuda fazer uma escala
em Belo Horizonte antes de ir aos EUA para
a Assembleia Geral da ONU. Ela vem sendo
pressionada a dar uma força ao petista Patrus
Ananias, que corre sério risco de perder a disputa
já no 1º turno para Márcio Lacerda (PSB).
CURTAS
➤
●
A equipe de TV de Fernando
Haddad não perdeu tempo.
Minutos depois de os Bombeiros
controlarem o incêndio na Favela
do Moinho, na zona oeste de São
Paulo, já havia uma equipe de TV
do candidato fazendo entrevistas
com os moradores no local.
A assessoria do petista informa
que foi feita uma “reportagem”.
Ainda não se sabe se o material
vai ou não ser exibido.
➤
●
As vendas da empresa para o Oriente Médio responderam por 23,8%
da receita da marca no segundo trimestre deste ano. Pautada pelo
Brasil, a última campanha foi produzida por agência de Dubai. ➥ P26
O PT baiano está otimista.
Além de disputar com ACM
Neto voto a voto a eleição em
Salvador, o partido calcula que
conta com 150 candidaturas
fortes no interior. A meta
da sigla é eleger 100 prefeitos.
A força da importação
➤
●
Campanhas da Seara nos Emirados Árabes
O articulista Antoninho Marmo Trevisan destaca a importância das
medidas governamentais de redução de custos, mas avalia haver ainda
muitos obstáculos para evitar a atual força da importação. ➥ P39
A Comissão de Meio
Ambiente da Câmara realiza
na quinta uma audiência para
definir a adesão do Brasil ao Dia
Mundial sem Carro, no dia 22 de
setembro. Só se fala de outra
coisa em Brasília...
➤
●
Como diz o velho ditado,
a melhor defesa é o
ataque. No momento em que
o julgamento do mensalão
ganha contornos dramáticos
para os petistas no Superior
Tribunal Federal, a Comissão
Nacional Executiva do PT
lançou um comunicado oficial
em sua página na internet
conclamando militantes
e caciques para uma “batalha
do tamanho do Brasil”
nas eleições de 2012.
PRONTO, FALEI
“Governadores,
por favor, não
comprometam
os seus nomes
pedindo a
inconstitucionalidade do piso
salarial dos
professores”
➤
●
O comando petista
convocou seus quadros das
bases e das cúpulas a defender
o partido, o ex -presidente Lula
e seu legado. Sobre José Dirceu,
não se falou uma palavra...
Cristovam
Buarque
Senador do
PDT-DF
➤
●
José Cruz/ABr
Com energia mais barata, teremos
maior competitividade internacional,
empregos melhores e mais produtivos
E por falar em José Dirceu.
A coluna apurou que o
ex-ministro está lendo dois livros
sobre as raízes do Brasil. São
eles “Baú de Ossos”, de Pedro
Nava, e a biografia de Pedro II.
4 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
DESTAQUE RIO OIL & GAS
Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected]
Empresas pressionam por mais
áreas de exploração de petróleo
Infografia: Alex Silva
Governo decepciona setor ao condicionar 11ª rodada de licitação
de blocos ao projeto de distribuição de royalties para o pré-sal
Érica Ribeiro, do Rio
ABr
[email protected]
Empresários e executivos que lotaram o auditório do Riocentro
ontem para a abertura da 30ª
edição da Rio Oil & Gas, levaram um verdadeiro banho de
água fria ao ouvirem do secretário de Petróleo, Gás Natural e
Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia,
Marco Antonio Almeida, que
ainda não será dessa vez que a
boa notícia sobre a realização
da 11ª rodada de licitações de
blocos de exploração de petróleo acontecerá. Ele destacou
que uma nova rodada só acontecerá quando o projeto de lei que
fala sobre a distribuição dos
royalties para o pré-sal tiver
aprovação no Congresso, o que
não acontecerá esse ano. Para
tentar amenizar a questão, o secretário argumentou que outras
“coisas boas” estão acontecendo no setor, uma delas, com relação ao conteúdo local.
“Alguma coisa de bom está
acontecendo. Os contratos no
Brasil são respeitados e as regras
para conteúdo local são para valer e estão sempre em estudos para melhoria”, disse ele, que reconheceu que os leilões são importantes para a indústria.
Enquanto não há solução para as rodadas de licitação, Marco Antonio Almeida disse que o
governo está trabalhando para
uma solução no curto prazo do
que diz respeito à oferta de etanol no Brasil. No entanto, ele
não falou como isso será feito e
em quanto tempo.
“O etanol vive um momento
delicado em termos de competitividade. O planejamento do setor
de gasolina depende do etanol,
disse ele, enfatizando ainda que o
programa de biodiesel brasileiro
precisa ser mais bem desenvolvido. Ele também comentou que o
decreto que cria a empresa operadora das áreas do pré-sal já está pronto e agora depende apenas da assinatura do ministro
Edison Lobão para que seja encaminhado à Casa Civil. Mas o decreto só será assinado quando
acontecer a primeira licitação
para estas áreas
Palco de reclamações
O assunto pontuou a cerimônia
de abertura do evento e teve críticas inclusive do presidente do
Instituto Brasileiro do Petróleo
Magda
Chambriard
Diretora da ANP
“ O limite máximo para
multa à Chevron é de
R$ 2 milhões pela lei, mas
ainda não temos o valor
porque o processo ainda
está andando”
(IBP), João Carlos De Luca. O
instituto é responsável pela realização do encontro. Segundo
ele, a chamada “margem equatorial”, que é a área que será alvo da próxima rodada e se situa
geograficamente na região Norte do país, tem um grande potencial de riquezas. A última rodada aconteceu em 2008.
“É necessário fazer novas rodadas. É vital, já que muitas empresas estão com suas concessões terminando. As empresas
estão diminuindo suas atividades de exploração e isso traz prejuízos para o país”, alertou.
Joao Carlos De Luca também
adiantou que o IBP está realizando um mapeamento do setor de
óleo o gás, com o objetivo de
ampliar a competitividade.
O secretário de Desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro, Julio Bueno, engrossou o coro dos que criticaram a falta de
rodadas de licitações no país, assunto que também marcou a fala do governador do Espírito
Santo, José Renato Casagrande.
“Esta é uma questão essencial. O presidente Lula fez um
acordo com todos os estados
envolvido, as bancadas no Congresso, que estabelece uma nova fórmula para a partilha das
participações governamentais. A saída é e o governo federal e sua bancada tomarem a
questão como referência”, disse Julio Bueno.
Para José Renato Casagrande,
apesar de entraves como o fato
de o país estar em ano eleitoral,
com boa vontade há chance de
se chegar a um acordo com relação ao tema da partilha.
“Teremos eleições em outubro, depois vem o orçamento
do ano que vem e seguimos
com o recesso. Isso dificulta
mas podemos ainda chegar a
um acordo
Outro que também fez a sua
parte em criticar a ausência de
rodadas foi o presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvea
Vieira, que embasou a urgência
de novas rodadas com uma forma de assegurar a competitividade do setor de óleo e gás no
Brasil. Para ele, o atual cenário
de incertezas do setor demanda
políticas de longo prazo que incluem as novas rodadas de licitações. Segundo ele, a cadeia produtiva do setor de óleo o gás terá investimentos de R$ 500 milhões até 2015.
A CARA DO OURO NEGRO NO BRASIL
Produção do setor em julho de 2012
PRINCIPAIS PLAYERS
Distribuição da produção de petróleo e gás natural por operador (dados de julho)
EMPRESAS
1.869.419
67.351
61.483
15.776
6.761
2.454,40
PETROBRAS
STATOIL BRASIL
SHELL BRASIL
BP ENERGY
OGX
OUTRAS
69.822,75
112,01
902,85
42,05
40,56
58,87
0
125
250
375
500
625
750
875 1000
0
Produção de petróleo e gás natural por bacia
BACIAS
PETRÓLEO (BBL/D)
GÁS NATURAL (MM3/D)
26,032
1.654.330
144.341
33.073
39.046
60.624
91.040
CAMPOS
SANTOS
SOLIMÕES
ESPÍRITO SANTO
POTIGUAR
OUTRAS
11,576
11,508
7,159
1,451
13,255
0
Potencial além do pré-sal
Ainda durante a abertura do
evento, a diretora da Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP),
Magda Chambriard, disse que o
potencial para descobertas de
petróleo e gás no Brasil vão
além do pré-sal. Magda não chegou a fazer uma reclamação formal sobre a falta de rodadas,
mas indiretamente fez também
sua crítica, ao dizer que o país
tem recursos que só precisam
ser explorados.
Logo depois da abertura da
Rio Oil & Gas, Magda falou sobre a multa aplicada à petroleira americana Chevron de R$
35, 1 mihões referentes a 24 infrações. Ainda falta o julgamento de uma última infração cometida pela Chevron, relacionada ao abandono do poço no
Campo de Frade, na Bacia de
Campos. A companhia americana foi notificada no final da
semana passada.
“O limite máximo para multa à Chevron é de R$ 2 milhões
pela lei mas ainda não temos o
valor porque o processo ainda
está andando. Acredito que nos
próximos dois meses isso esteja
concluído. A maioria dos itens
vão ao teto de R$ 2 milhões.
Mas cada item pode ter um valor, que vai de até R$ 100 mil e
até R$ 2 milhões. Quando mandamos a dosimetria da pena, a
empresa vai olhar para dar
suas considerações”, disse
Magda. O valor aplicado é inferior ao que havia sido projetado anteriormente, que chegaria a R$ 50 milhoes. Sobre o retorno da operação da Chevron
no campo de Frade, Magda comentou que o assunto continua em análise. ■
GÁS NATURAL (MM3/D)
PETRÓLEO (BBL/D)
30
OS MAIORES
Campos da Petrobras por produção total (em mil barris de óleo equivalente por dia)
350
322
303
300
217
250
152
200
150
133
100
50
0
1 MARLIM SUL
2 RONCADOR
3 MARLIM
4 JUBARTE
BACIA DE CAMPOS
5 LULA
Baleia Franca
4 Jubarte
ESPÍRITO SANTO
Baleia Azul
Roncador 2
Frade
Albacora
Leste
RIO DE JANEIRO
Vermelho
Pargo
Carapeba
Garoupa
MACAÉ
Cherne
Congro
Corvina
Enchova
Viola
Marlim Leste
Bonito
Espadarte
Pampo
Marlim Sul
1
Caratinga
Barracuda
BACIA DE SANTOS
11ª RODADA
ENTRAVES
Projeto de lei que fala sobre
a distribuição dos royalties
para o pré-sal ainda precisa
de aprovação no Congresso
Marlim 3
Voador
Namorado
Bijupira
LICITAÇÕES DE BLOCOS
DE EXPLORAÇÃO DE
PETRÓLEO NO BRASIL
Ainda sem definição
Albacora
Salema
Badejo
Linguado
Moréia
Vitória
RIO DE JANEIRO
SÃO PAULO
Bacia de Campos
São Paulo
u
Parati
Iara
Júpiter
Bem-te-vi
PRÉ-SAL
Tupi
Produção em julho de 2012:
Guará Carioca
172,8 mil barris/dia de
Caramba
petróleo e 5,7 milhões de
metros cúbicos de gás, alta
Lula
de 9% em relação a junho eano Atlântico
OCEANOO ATLÂÂNTICO
PRODUÇÃO DE PETRÓLEO NO BRASIL
2,023 milhões de barris/dia, queda de
2,6% em relação a julho de 2011
5
Fonte: ANP
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 5
LEIA MAIS
➤
●
Instituto Brasileiro de
Petróleo (IBP) lembra que
a chamada “margem equatorial”
— área que será alvo da próxima
rodada — tem um grande
potencial de riquezas.
➤
●
Representante dos
usineiros diz que há pelo
menos 70 projetos de novas
usinas esperando clareza nas
regras para os preços de álcool e
gasolina para sair do papel.
➤
●
Estudo da PwC mostra que
68% das empresas de
equipamentos são favoráveis às
regras da ANP que determinam
conteúdo nacional mínimo
para fornecedores do setor.
AFP
Usinas de etanol têm
R$ 100 bi para projetos
Condição para tirar dinheiro do papel, segundo representante Unica, é o
governo definir política para os preços tanto do álcool quanto da gasolina
Yan Boechat, do IG
[email protected]
Voith: aporte para fornecer equipamentos de plataformas
Fornecedor
local investe para
atender à demanda
do para atender os requisitos exigidos”, afirmou o executivo.
De acordo com o levantamento da PwC Brasil, dos fornecedores, 68% são favoráveis ao conRafael Palmeiras
teúdo nacional; no entanto, 61%
[email protected]
consideram que a regra aumentaOs fornecedores da indústria de
rá em mais de 10% os custos de
petróleo e gás estão dispostos a
exploração e desenvolvimento
investir em seus negócios para
do setor no Brasil.
cumprir as regras de conteúdo loEnquanto os fornecedores escal da Agência Nacional de Petrótrangeiros sentem os impactos
leo, Gás Natural e Biocombustída regras da ANP, brasileiras coveis (ANP). De acordo com um lemo a Flexomarine, fabricante navantamento feito pela Pricewacional de mangotes marítimos terhouseCoopers (PwC) Brasil,
responsável por transportar pe88% dos fornecedores entrevistatróleo bruto do navio “produdos apontam autor” ao navio “alimento de custos
buscam
De acordo com a viador”,
com a exigência
mercado fora do
PwC Brasil, 88% país. A empresa,
do conteúdo local, seja com amdos fornecedores que fechou em
pliação da unidao forneciapontam aumento agosto
de fabril ou com
mento de 512 equide custos com
funcionários.
pamentos para a
Dentro desse
Petrobras, no vaconteúdo local
cenário, a Voith,
lor de R$ 64 miempresa alemã
lhões, espera gade soluções para transmissão de
nhar espaço no exterior diante
potência, já planeja investimenda aprovação do protótipo de
tos para atender às normas brasimangote de acordo com as exileiras. Segundo Jorge Jappur, gegências da American Bureau of
rente da divisão industrial para a
Shipping (ABS).
América do Sul da Voith Turbo, a
A sondagem feita pela PwC
companhia vai investir R$ 11 miBrasil mostra que, na visão dos
lhões na ampliação da fábrica
fornecedores, as principais vantaem São Paulo para atender ao forgens da legislação de conteúdo
necimento de mais de 60 varianacional são o fortalecimento da
dores de velocidade para aplicaindústria e geração de empregos
ção nos compressores responsá(19,7%), seguidas da transferênveis pela extração do óleo das recia de tecnologia (16,6%), qualifiservas do pré-sal da Petrobras.
cação da mão de obra (13,6%) e
A empresa, que atua há 10
economia de divisas (6,8%). Já
anos como fornecedora da petroentre as desvantagens estão o cusleira, vai colocar os novos equipato final dos projetos (14,2%), cusmentos em oito plataformas do
to para se adequar às normas
pré-sal. “A cadeia de forneci(13,4%), disponibilidade e qualimento está se adequando e endade dos equipamentos (11,9%) e
tendendo a dinâmica do mercacarga tributária (8,7%). ■
Estudo da PwC mostra que 68%
das empresas de equipamentos
são favoráveis às regras da ANP
O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica),
Antônio de Padua Rodrigues, afirmou que o setor está pronto para
investir até R$ 100 bilhões caso o
governo defina regras claras tanto para o preço da gasolina quanto do etanol. De acordo com o
executivo, ao menos 70 novas usinas estariam com projetos já desenhados e os empresários do setor
estariam dispostos a dobrar o volume de cana processada no país
até 2020. No entanto, afirmou Antonio Padua Rodrigues, todos os
investimentos permanecerão
congelados enquanto regras claras para o setor sucro-alcooleiro
não forem definidas por Brasília.
Apesar de negar que os canavieiros estejam pleiteando uma
volta dos subsídios, Rodrigues
afirmou que uma solução aguardada pelos empresários é que seja criada uma regra que garanta
rentabilidade aos produtores de
etanol. De acordo com ele, uma
saída seria determinar preços
mínimos ou mesmo tributar de
forma variável a gasolina caso
seu preço fique muito próximo
do etanol, como acontece agora. “O poluidor precisa ser punido, o governo precisa definir
uma política que valorize o fato
de o etanol ser um combustível
limpo”, disse.
Outra medida defendida pela
Unica é uma definição clara e de
médio prazo sobre o preço da gasolina no mercado interno. “Nós
precisamos saber se o governo
vai segurar o preço, como está fazendo todos esses anos, ou se vai
aceitar acompanhar os valores do
petróleo internacional”, afirmou
o executivo. De acordo com ele,
independentemente de que caminho for seguido, os investidores
precisam ter claro o que vai ocorrer nos próximos anos. “Mais do
que qualquer incentivo tributário, essas duas questões são fundamentais para se ampliar a capacidade de produção do setor.”
Canavieiros e governo têm
discutido todos esses temas,
mas sem uma solução no curto
prazo. A mais provável delas é
Divulgação
Antônio de
Padua Rodrigues
Presidente
da Unica
“Precisamos saber se o
governo vai segurar o preço
(da gasolina), como está
fazendo, ou se vai aceitar
acompanhar os valores
do petróleo internacional”
umas redução de 60% no Pis-Cofins, que hoje é responsável por
R$ 0,12 a cada litro de álcool. Existe uma possibilidade de que esse
valor caia para R$ 0,07 centavos
por litro. “Mas dificilmente o governo vai definir uma política de
garantia de preços, isso seria voltar à época do subsídio”, disse o
secretário de Óleo e Gás do Ministério das Minas e Energia, Marco
Antônio Martins Almeida.
Apesar da estimativa de investimentos tão vultosos, hoje o setor sucro-alcooleiro opera longe
de sua capacidade máxima no
Brasil. Pelas estimativas da Unica, hoje a capacidade ociosa do setor gira em torno de 30%. “Nossa
capacidade de produção está abaixo do limite de 560 milhões de toneladas que temos no país, mas isso não ficará assim por muito
tempo”, diz Antonio Padua Rodrigues. Segundo o executivo,
cerca de 600 mil empregos seriam criados caso os investimentos saíssem do papel.
De acordo com ele, a estimativa é de que em 2015 a indústria
atinja seu limite de produção. Isso vai acontecer, segundo Rodrigues, por conta de um aumento
na produtividade dos canaviais e
por um crescimento natural tanto da demanda quanto da oferta.
“A produção não vai cair nos próximos, mas se nada for feito pelo
governo, ficará estagnada a parir
de 2015”, disse. ■
EXPANSÃO
OSX negocia até US$ 8 bi em contratos
Alguns desses acordos
devem ser formalizados nos
próximos dois meses
A OSX, empresa do Grupo EBX,
do empresário Eike Batista, está
negociando cerca de dez contratos para fornecimento de embarcações, que significa que a companhia tem na mesa negócios de
US$ 7 bilhões a US$ 8 bilhões. Segundo o presidente da OSX, Carlos Bellot, alguns destes contratos deverão ser fechados nos próximos dois meses, sem dar detalhes sobre os futuros clientes.
Bellot informou, ainda, que a
OSX está negociando duas sondas para a Sete Brasil. “As conversas estão evoluindo” disse,
sem informar questões ligadas a
prazos, garantias e valores.
Ele também falou sobre as
obras do estaleiro que está em
construção no Porto do Açu, no
interior do estado do Rio de Janeiro. Bellot disse que 25% das
obras já foram concluídas e que
o estaleiro começa a operar no
começo do ano que vem. “Hoje,
são 2,2 mil trabalhadores na
obra do estaleiro”, disse. A ultima etapa do estaleiro é o dique
seco, que fica pronto no segundo semestre de 2014, disse.
Capital continua aberto
O executivo descartou a possibilidade de a OSX fechar capital. Bellot disse que o empresário Eike Batista, acionista controlador nunca propôs fechar o
capital da companhia. Bellot
foi questionado sobre o assun-
to poruqe Eike havia divulgado
sua intenção de fechar o capital da LLX, braço de logística
do grupo EBX, o que acabou
sendo suspenso na semana passada. Sobre a possível necessidade de financiamentos adicionais para que os contratos em
vigor sejam cumpridos, o executivo da OSX disse que a empresa não está precisando deste recurso e que a entrada de
crédito só será cogitada se houve necessidade de atender a demanda do mercado. A venda
de ações da companhia, avaliadas em US$ 1 bilhão contra empresas controladas do grupo,
também não está nos planos.
Esta opção termina no primeiro trimestre de 2013 e, caso não
ocorra, ela é extinta. ■ E.R.
6 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
BRASIL
Editora: Ivone Portes [email protected]
Subeditora: Patrycia Monteiro Rizzotto [email protected]
Vendas do Brasil à Argentina
já caíram US$ 3 bilhões no ano
Barreiras do país vizinho a produtos importados estão dificultando a entrada de mercadorias brasileiras
Juan Mabromata/AFP
de fôlego econômico argentino
pode levar o vizinho a estreitar
suas relações comerciais com a
A crise econômica argentina e
China. “Já há uma aproximação
as barreiras criadas pelo govergrande entre eles, com o giganno do país vizinho para evitar
te asiático comprando principalsaídas de recursos já causam
mente commodities, um dos seimpacto significativo na balantores fortes da economia argença comercial brasileira. Seguntina. E é exatamente isso que a
do dados do Ministério do DeArgentina precisa agora, dinheisenvolvimento Indústria e Coro para sua economia. Com esmércio Exterior (MDIC), as exsa abertura de mercado entre esportações do Brasil para a Arses dois países, podemos perder
gentina despencaram 18,4%
o nosso terceiro maior parceiro
nos primeiros oito meses deste
comercial”, destaca.
ano sobre igual período de 2011
Para tentar contornar essa si— de US$ 14,6 bilhões para os
tuação, José Augusto afirma
atuais US$ 11,9 bilhões.
que uma das saídas é o Brasil
Há um desvio de foco do goprocurar fazer parcerias com ouverno de Cristina Kirchner sotros mercados fora do Mercosul.
bre sua atual conduta política
Mas com o agravamento da crieconômica, afetando diretamense econômica nos países da Eute seus parceiros comerciais,
ropa, essa possibilidade tem
principalmente o Brasil, disse
poucas chances de sucesso no
ao BRASIL ECONÔMICO uma fonte licurto prazo. “O Brasil está nugada ao governo argentino. “O
ma camisa de força. Além do
governo de Cristina desvia reproblema da crise, nós não tecursos que devemos acordo com
riam ser investipaíses fora do
Na avaliação
dos na indústria,
o que
de especialistas, Mercosul,
responsável por
torna nossos proexportações
aumentar o supedutos caros e narávit do país, pade commodities da competitivos
ra subsidiar o
mercado exterpodem ajudar a no
crescente númeno. Estamos em
ro de funcioná- compensar perdas desvantagem”,
rios públicos e
aponta.
suas elevações de salários, simO ex-secretário de comércio
plesmente para aumentar sua
exterior do Ministério do Desenpopularidade”, afirma a fonte.
volvimento Indústria e ComérA Argentina vem usando mecio Exterior (MDIC), Weber Barcanismos protecionistas, como
ral, segue na mesma linha de
o aumento da burocracia na imCastro, mas considera que apeportação de produtos, para tensar de o Brasil perder a particitar salvar o saldo de sua balança
pação da Argentina nas relacomercial, estimada em US$ 10
ções comerciais, o efeito para a
bilhões para este ano. Diante
balança comercial pode ser
deste cenário, que dificulta a encompensado pelo aumento das
trada de produtos brasileiros no
exportações de commodities
mercado argentino, o presidenagrícolas e minerais. “São este da Associação de Comércio
ses produtos que até então seExterior do Brasil (AEB), José Auguram o nosso saldo, o que degusto de Castro, é enfático ao
ve ser mantido”, opina.
afirmar que o saldo da balança
Segundo o ex-secretário de
comercial brasileira deve cair
política econômica do Ministéeste ano para US$ 12 bilhões,
rio da fazenda, Júlio Gomes de
contra o robusto resultado de
Almeida, a Argentina precisa
US$ 29 bilhões em 2011. “Já o redo Brasil para poder vender
sultado com a Argentina, que foi
seus produtos. Contudo, isso
de US$ 5,8 bilhões em 2011, cairá
não é suficiente mesmo que espara algo em torno de US$ 2,5 bisa crise seja resolvida no curto,
lhões e US$ 3 bilhões.”
médio e longo prazos. “A ArgenMas a torcida para que as coitina quer achatar o mercado brasas melhorem por lá não deve
sileiro, mas ao mesmo tempo
ser tão benéfica para o Brasil.
ampliar as exportações de seus
Castro lembra que a retomada
manufaturados.” ■
Cristina Ribeiro de Carvalho
[email protected]
Medidas protecionistas do governo de Cristina Kirchner têm como objetivo evitar saída de recursos
BUENOS AIRES
NEGÓCIOS COM LOS HERMANOS
Comércio do Brasil com a Argentina, em US$ bilhões
Exportação
22,7
25
20
15
10
Importação
11,9
14,6
10,2
16,9
10,9
18,5
14,4
12,7
11,2
5
0
JAN-AGO/2012
JAN-AGO/2011
ANO 2011
ANO 2010
ANO 2009
PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS
JAN/AGO/12 JAN/AGO/11
2011
2010
2009
AUTOM. C/MOTOR 1500 ATÉ 6 PASSAGEIROS
1,48
1,4
2,3
2,02
1.2
AUTOM. C/MOTOR 1000 ATÉ 6 PASSAGEIROS
497,9
708,3
1.1
644,1
373,5
MIN. DE FERRO AGLOMERADOS E SEUS CONC.
33,47
480,6
779,7
565,4
80,9
ENERGIA ELÉTRICA
323,6
163,04
529,3
343,1
1,06
2011
2010
2009
1.4
904,1
PRINCIPAIS PRODUTOS IMPORTADOS
JAN/AGO/12 JAN/AGO/11
OUTROS VEÍC. AUTOM. C/MOTOR DIESEL 5 T.
1,4
1802,2
1,5
AUTOM. C/MOTOR ATÉ, 1500 ATÉ 6 PASSAG.
1,02
1,05
1,6
1.5
1.33
OUTROS TRIGOS E MISTURA DE TRIGO C/CENTEIO
911,3
--
1,4
893,2
707,2
AUTOM. C/MOTOR 1000 ATÉ 6 PASSAGEIROS
766,1
981,2
1,4
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
1.05 388,20
A crise
estampada
nas ruas
Comer barato e pagar menos nas
compras de roupas, calçados e
acessórios, entre outros itens, na
Argentina definitivamente virou
lenda. Com a instabilidade econômica, os preços dispararam no
país vizinho e comprar lá já está
tão caro quanto no Brasil. Definitivamente não compensa mais.
A crise está em todos os locais:
nas lojas, nos bares, nos restaurantes, nas ruas... O simples fato
de falar português chama a atenção de comerciantes que querem
pescar clientes nas calçadas. Caminhar pela Rua Florida — cartão postal de Buenos Aires —, via
recheada de lojas em que não circula carros, em vez de ser um
passeio agradável, pode se tornar uma aventura. A todo momento é preciso desviar de vendedores que tentam empurrar casacos de couros e pacotes turísticos aos passantes. E pode pagar
em pesos, reais ou dólares, sendo que a moeda americana ainda
é a preferida e pode render descontos. ■ Ivone Portes
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 7
Renato Araújo/ABr
Greve dos bancários começa hoje no país
Bancários de todo o país entram em greve por tempo indeterminado
a partir de hoje. A paralisação inclui tanto bancos públicos quanto
privados. Segundo Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos
Bancários de São Paulo, em geral, no primeiro dia de greve, a adesão
dos trabalhadores não é muito grande. “Os cliente que forem às
agências vão poder contar com os caixas eletrônicos disponíveis.
Mas não vão encontrar atendimento ao público”, afirma. ABr
Adriano Machado/Bloomberg
QUATRO PERGUNTAS A...
Como se explica a alta de preços
em diversos setores, como
alimentação, por exemplo?
...ALBERTO ALZUETA
Presidente da Câmara de
Comércio Argentino-Brasileira
“O mercado usa o
dólar paralelo para
balizar preços ”
Parece que já se foi a
época em que a Argentina
era considerada um país
barato para morar e passear.
O que está influenciando
o preço dos produtos no
país vizinho?
Estamos vivendo um momento
do fim de subsídios do governo
aos combustíveis. Ele está
sendo retirado gradualmente
por conta de impactar as contas
públicas. O resultado é um
aumento de preços nesse setor.
O fato de haver duas cotações
do dólar, uma no mercado
paralelo e outra no oficial,
tem levado o comércio a balizar
seus produtos pelo câmbio
paralelo, em que a moeda
é cotada entre US$ 6,50 e
US$ 6,30. Enquanto isso,
no oficial, a cotação é de
US$ 4,40. Isso está causando
uma disparada nos preços.
Mas parece que há
mais fatores que colaboram
para este cenário...
Temos o problema das travas
impostas pela Argentina
à importação de produtos
brasileiros manufaturados.
O reflexo disso é uma
escassez na oferta de
produtos, impactando
também essa alta de preços.
Quais são os produtos menos
encontrados no mercado
argentino nos últimos meses?
Há escassez de artigos têxteis
e alguns gêneros alimentícios
como presunto. Há dois meses
não estávamos conseguindo
importar suínos no Brasil, o que
agravou a situação. C.R.C.
“Perspectiva de uma vida de
rei na Argentina não existe”
País vizinho deixou de ser um
local de baixo custo tanto para
viajar quanto para morar
A problemática dos preços altos na Argentina foi sentida por
Rafael Lincon Lisboa, consultor
de empresas, que esteve por lá
em agosto deste ano. Para ele, a
Argentina deixou de ser um
país de baixo custo seja para
morar como para passear.
“Aquela realidade de outrora
em que uma pessoa ia para a Argentina com a perspectiva de
ter uma vida de rei acabou.
Não existe mais”, dispara.
Para dar veracidade às suas
afirmativas, Lisboa conta que o
a paridade do peso para o real é
de dois para um. “O real está
muito desvalorizado por lá.
Por conta disso, o ideal é usar o
dólar”, conta.
Mas com as restrições impostas pela presidente Cristina Kirchner à circulação da moeda no
país, transitar com o dólar pode
ser algo perigoso, principalmente quando se vai ao mercado negro tentar comprá-la. “O acesso é fácil ao mercado negro, há
muitas pessoas que te levam,
mas muitos estão de olho no movimento. É preciso ter cuidado”, explica.
Para ele, a inflação do país, estimada em 25% por institutos
não oficiais e 9% pelo governo,
faz com que o custo de produtos
e serviços na Argentina se equiparem ao Brasil. “Para se ter
uma ideia, o refrigerante lá custa quase três vezes mais do que
no Brasil. Há preços muito mais
exorbitantes também”, conta.
Em contrapartida, Lisboa revela que estrangeiros que viajam com euro sentem bem menos esse efeito. Ele lembra de
um amigo espanhol que conseguiu comprar muito mais souvenirs do que ele. “Antes quando
vinha à Argentina era comum levar ao menos uma cesta cheia
de chocolates. O máximo que
consegui neste ano foi comprar
uma caixa de alfajor”, disse.
Além das desvantagens de
preços encontradas por Lisboa,
há um problema também de recebimento de pesos falsos. “É
preciso ficar atento aos trocos
dados pelos taxistas. Tivemos
um prejuízo de 48 pesos”, conclui. ■ C.R.C.
Até agora, as elétricas usaram apenas R$ 2,5 bilhões dos R$ 10,2 bilhões destinados no orçamento
Estatais gastam só 46%
do previsto para 2012
Empresas controladas pelo governo federal aplicaram apenas
R$ 49,3 bilhões do orçamento de R$ 107 bilhões planejado para o ano
Nivaldo Souza
iG
Na contramão do discurso do governo federal, que promete colocar as estatais como locomotivas
para puxar o crescimento econômico, as empresas controladas
pela União estão com o freio de
mão dos investimentos puxado.
Do orçamento de R$ 107 bilhões
autorizado para 2012, as estatais executaram R$ 49,3 bilhões
— conforme levantamento do
iG no Siga Brasil, mecanismo de
consulta das contas públicas do
Senado Federal, com dados do
primeiro e do segundo trimestre deste ano.
Com lugar de destaque no orçamento de R$ 110 bilhões para
estatais em 2013, as Companhias
de Docas que operam portos no
país terão R$ 1,4 bilhão para melhorias no sistema portuário no
próximo ano. Em 2012, porém,
da verba autorizada de R$ 1,1 bilhão apenas R$ 129,5 milhões foram utilizados — pouco mais de
10% do total.
O atraso afeta uma das áreas
apontada como prioritária pela
Embratur para a Copa de 2014:
os terminais de passageiros para desembarque de turistas
que visitam a costa brasileira
em cruzeiros. Dos R$ 136 milhões previstos para reformas
Na área de telecomunicações, a Telebras está distante da
meta de investimento. A empresa executou R$ 53,6 milhões do
total de R$ 400 milhões programados — a maior parte (R$ 52,1
Elétricas
As empresas do setor elétrico,
milhões) na implantação da recontroladas via Eletrobras, aprede nacional de banda larga, que
sentam a segunda menor reladeverá receber R$ 98,6 milhões
ção entre recursos disponíveis e
até o final deste ano.
investimentos concluídos. As
A área de saúde também enelétricas usaram apenas R$ 2,5
frenta lentidão nos investimenbilhões dos R$ 10,2 bilhões destitos para além do ritmo desaceleranados no orçamento. O montando nos gastos pelo Ministério do
te executado corSaúde . A Empreresponde a 24,5%
sa Brasileira de HePetrobras usou
do total, segundo
e
só R$ 37 bilhões moderivados
a atualização do
Biotecnologia (Hedos R$ 75,8
Sistema Integramobras) utilizou
do de Planejamenbilhões previstos R$ 32,4 milhões
to e Orçamento
dos R$ 263,8 mino orçamento
(SIPO), do Minislhões que lhe fodeste ano
tério do Planejaram destinado no
mento, incluída
início do ano.
no Siga Brasil.
A quase totalidade do aporte
Furnas utilizou R$ 416,6 birealizado (R$ 32,17 milhões) foi
lhões da reserva de R$ 1,5 bipara a construção de fábrica no
lhão para aporte em implantaPernambuco, que está orçada
ção de linhas de transmissão e
em R$ 258 milhões.
melhorias em usinas hidrelétriA Petrobras, dona da maior facas. Foram 27,8% da verba autia do orçamento das estatais
torizada. A estatal aplicou so(R$ 75,8 bilhões), executou R$ 37
mente R$ 64,8 milhões para
bilhões — resultado que rende à
manutenção do sistema de
petrolífera uma execução de
transmissão de energia das re48,8%. No balanço financeiro do
giões Centro-Oeste e Sudeste,
segundo trimestre, divulgado
cuja previsão orçamentária
em agosto, a execução foi um
destina R$ 432,5 milhões.
pouco maior: R$ 38,7 bilhões. ■
nos terminais do porto de Fortaleza, Natal e Salvador, as
Companhias de Docas utilizaram R$ 22,84 milhões.
8 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
BRASIL
Fotos: divulgação
PESQUISA
Demanda das empresas por crédito aumenta
4,5% em agosto, diz Serasa Experian
O número de empresas que procuraram crédito em agosto foi 4,5%
maior do que o total verificado em julho, informou a Serasa Experian,
ontem. Este foi o segundo avanço mensal consecutivo, mas o resultado
não impediu que o Indicador de Demanda das Empresas por Crédito
seguisse no campo negativo no acumulado do ano, em -1,5%. Em
relação ao mesmo mês de 2011, houve recuo de 4,6%. Agência Estado
Mercado reduz projeção
para o PIB e eleva inflação
Pela décima semana seguida, os analistas aumentaram a estimativa para o índice
de preços oficial e, pela sétima vez, diminuíram a previsão de crescimento econômico
INDÚSTRIA NAVAL
Dilma diz que
vai resgatar o
setor no país
Presidente visitou ontem
locais de construção das
plataformas P-58 e P-55
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABr
O mercado elevou pela décima
vez seguida a projeção para a inflação neste ano, mas reduziu a
expectativa para 2013 depois
de o governo ter anunciado medidas para diminuir as tarifas
de energia, mostrou a pesquisa
Focus, do Banco Central, divulgada ontem.
A expectativa para a inflação
no ano que vem dos analistas consultados foi reduzida a 5,5 0%,
ante 5,54% na semana anterior.
Na semana passada, o governo
brasileiro anunciou redução média das tarifas de energia de
20,2% para os consumidores a
partir do ano que vem, em uma
ação para garantir maior competitividade à indústria local e ajudar
a acelerar o crescimento do país.
Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, essa medida deverá ter um impacto positivo na inflação em 2013 entre
0,5 a um ponto percentual,
considerando os efeitos diretos
e indiretos.
Para este ano, por sua vez, a
previsão do mercado para inflação foi elevada para 5,26% de
5,24% na semana anterior.
Com isso, a perspectiva do mercado afasta-se ainda mais do
centro da meta do governo, de
4,5%pelo Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA).
Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que o processo de
convergência da inflação para o
centro da meta ocorre de maneira não homogênea e pode ter reversões temporárias.
Em relação à taxa básica de juros, a pesquisa Focus mostrou
que o mercado manteve a expectativa de que a Selic, atualmente
na mínima histórica de 7,50%,
sofrerá mais um corte de 0,25
ponto percentual e encerrará este ano a 7,25 por cento.
Reiterando uma “máxima
parcimônia” na condução da política monetária, o BC demonstrou maior preocupação com os
Gustavo Porto
Agência Estado
Em um rápido pronunciamento
em Rio Grande (RS), a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que os estaleiros do Rio
Grande do Sul — o Quip e o Rio
Grande — mostram que o Brasil
voltará a ter indústria naval de
alta qualidade.
Ao citar o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva como “a pessoa a quem nós devemos esse estaleiro”, Dilma afirmou que a indústria naval mantém no país
os empregos do setor.
“O país não poderia exportar
empregos e oportunidades para
o resto do mundo. Milhões de
reais foram colocados aqui e esses milhões de reais vão servir
para ter indústria naval de alta
qualidade, que nasceu aqui no
Rio Grande do Sul”, disse a presidente. Dilma lembrou ainda
que os equipamentos utilizados
nos estaleiros gaúchos, visitados ontem por ela, vêm de outros estados, como Alagoas e
Rio de Janeiro.
AJUSTE DE EXPECTATIVA
Tombini: convergência para meta ocorre de maneira não homogênea
M
Mercado reduz projeção de expansão para a economia,
m
mas prevê aumento da inflação
PIB
2,05%
2,01%
1,90% 1,90% 1,90%
1,85%
1,81%
1,75% 1,73%
1,64% 1,62%
,5
1,57%
29/JUN 6/JUL 13/JUL 20/JUL 27/JUL 3/AGO 10/AGO 17/AGO 24/AGO 31/AGO 6/SET ATUAL
5,5
IPCA*
5,11%
4,93%
4,85% 4,87%
4,92%
5,15%
5,24% 5,26%
5,19% 5,20%
4,98% 5%
preços no curto prazo devido à
de produtos agrícolas.
O relatório Focus ainda não
captou a visão do mercado sobre o futuro da taxa de juros depois que o BC anunciou, na noite de sexta-feira, redução no recolhimento dos depósitos compulsórios dos bancos, que resultará na injeção de R$ 30 bilhões
na economia.
Alguns economistas do mercado avaliam que a redução do
compulsório diminui as chances
de mais um corte da taxa de juro,
na reunião do Comitê de Política
Monetária (Copom) de outubro.
Em relação ao próximo ano, a
projeção para a Selic foi mantida em 8,25 por cento.
PIB
4,55
29/JUN 6/JUL 13/JUL 20/JUL 27/JUL 3/AGO 10/AGO 17/AGO 24/AGO 31/AGO 6/SET ATUAL
Fonte: Relatório Focus, do Banco Central
*Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE
Os analistas consultados na pesquisa Focus reduziram pela sétima vez a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, para 1,57%,
contra 1,62% na semana anterior. Para 2013, a expectativa foi
mantida em 4%.
O Ministério da Fazenda reduziu, na quinta-feira passada,
sua previsão para o crescimento
da economia este ano para 2%,
depois de um primeiro semestre muito fraco, e anunciou novas medidas para estimular a
produção. Com isso admite crescimento menor que o de 2011 —
2,7% — e pela primeira vez, a estimativa da Fazenda é menor
que a do BC, que prevê alta de
2,5% no PIB deste ano.
A expectativa é que a economia cresça em um ritmo mais
acelerado no segundo semestre.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), que é considerado uma prévia do PIB, já captou uma pequena melhora, indicando expansão de 0,42 por cento em julho frente a junho, ante
expectativa do mercado de alta
de 0,30 por cento. ■ Reuters
A presidente
afirmou que
a indústria naval
mantém no
país os empregos
do setor
A presidente encerrou o pronunciamento com agradecimentos aos funcionários do empreendimento e ao povo brasileiro. “Eles provam que quando
querem, são capazes de desafiar
qualquer obstáculo.”
No estaleiro de Rio Grande,
visitado pela presidente, estão em fase final de construção a plataforma P-55 — que
será levada ao campo de Roncador, no Rio de Janeiro, e terá capacidade de extrair 180
mil barris de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de
gás, diariamente — e a P-58,
para exploração de petróleo
no Espírito Santo. ■
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 9
ARRECADAÇÃO
Receita inicia cobrança de R$ 86 bilhões em
dívidas vencidas de pessoas física e jurídica
A Receita Federal anunciou um conjunto de ações de cobrança para
recuperar R$ 86 bilhões em débitos vencidos, acumulados por pessoas
físicas e jurídicas nos últimos cinco anos. O órgão está enviando
carta para empresas inscritas no Simples Nacional, inadimplentes
beneficiados pelo refinanciamento de dívidas previsto na Lei 11.941/2009
e a 317 contribuintes que devem mais de R$ 10 milhões ao Fisco. ABr
Perda de eficácia da MP do Código
Florestal deve gerar “limbo jurídico”
Pedro Ladeira/AFP
Se não for votada até o dia 8 de
outubro na Câmara e no Senado,
a medida perde a validade
A medida provisória que preenche lacunas do Código Florestal
precisa ser votada nesta semana na Câmara dos Deputados, e
logo no Senado, para evitar o risco de perder a validade, o que
geraria insegurança jurídica sobre diversos pontos, avaliam especialistas e parlamentares.
A MP foi editada em maio deste ano justamente para regulamentar os pontos vetados pela
presidente Dilma Rousseff ao
sancionar o Código Florestal. Se
não for votada até o dia 8 de outubro na Câmara e no Senado, a
MP perde a validade.
“Em muitos pontos haverá
um limbo jurídico, porque houve
vetos e não há nada que substitua ou regulamente o que foi vetado”, explicou o professor em direito ambiental da Universidade
de Brasília (UnB) Nicolau Dino.
Por causa das eleições municipais em outubro, Câmara e Sena-
do têm trabalhado apenas algumas semanas por mês, de forma
intercalada, o que acaba restringindo o prazo para tramitação
da MP.
Na Câmara, o último período
do mês do chamado esforço concentrado ocorre nesta semana.
O Senado só retomaria as atividades depois das eleições, cujo
primeiro turno será realizado
dia 7 de outubro, mas caso a medida seja votada pelos deputados poderá haver uma convocação excepcional dos senadores.
Para o presidente da Comissão Nacional de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB), Gilberto Piselo do
Nascimento, a caducidade da
MP abrirá uma série de questionamentos jurídicos. “Vai abrir,
sim, um grande flanco para
uma especulação”, afirmou.
Um ponto específico — justamente o que define um escalonamento de faixas a serem reflorestadas nas margens de rios levando em conta o tamanho da
propriedade, a chamada “esca-
Nova proposta pode
facilitar acordo e
reduz risco de veto
Recomposição de vegetação em
uma área de 20 metros ao longo
de curso d’água volta à pauta
O texto original da medida provisória do Código Florestal,
sancionada em maio pela presidente Dilma Rousseff, previa
que propriedades com tamanho entre 4 e 10 módulos fiscais deveriam recompor a vegetação numa área de 20 metros
ao longo de cursos d’água com
menos de 10 metros de largura.
A sugestão apresentada na
semana passada retoma a exigência de 20 metros, mas por
outro lado mantém a ampliação do rol de propriedades a se
encaixar nessa regra.
A proposta poderia facilitar
um acordo e teria menos riscos de sofrer um veto presidencial, uma vez que se aproxima no texto original, acredi-
tam alguns parlamentares.
“De alguma maneira, isso
poderia ajudar numa negociação posterior”, explicou o senador Jorge Viana (PT-AC).
“Daria para fazer um acordo
mais amplo que ajuda a ter
uma votação e depois se discute sobre veto”, disse.
Segundo o senador Rodrigo
Rollemberg (PSB-DF), isso ocorreria sem o compromisso da presidente. “É um entendimento
no âmbito do Congresso para essa proposta que tem menos probabilidade de ser vetada.”
À época em que a MP foi votada na comissão mista, a presidente defendeu publicamente
a “escadinha” original e eximiu o governo da responsabilidade pelo acordo firmado na
comissão, alegando não ter participado das negociações para
aprovar a medida. ■ Reuters
dinha” —, suscita diversas interpretações.
No início do mês o deputado
Ronaldo Caiado (DEM-GO), um
dos que alimentaram o processo de obstrução da votação, avaliou que no caso de a MP caducar, não haveria regulamentação obrigando o proprietário rural a reflorestar, eximindo o produtor dessa exigência.
Na avaliação de Dino, da
UnB, uma das teses possíveis é a
de que na ausência desse dispositivo da MP, ficariam valendo
as regras já sancionadas no Código Florestal.
A MP trazia regras especiais
para propriedades já desmatadas se regularizarem. Sem a MP,
os proprietários deverão recompor conforme a regra já sancionada no código, levando em conta o mínimo de 30 e o máximo
de 500 metros ao longo de rios,
segundo essa interpretação.
Para o deputado Bohn Gass
(PT-RS), presidente da comissão mista que analisou a medida
provisória, se essa tese se confir-
Protesto contra o Código Florestal realizado durante a Rio+20
mar, os primeiros a ser prejudicados serão os pequenos agricultores, com menos condições de
arcar com o reflorestamento.
O problema da insegurança
jurídica pode não ser solucionado rapidamente, uma vez que o
governo tem poucas “saídas”
para regulamentar o que perder
a eficácia. Segundo o professor
de direito da UnB Mamede Said,
o governo não pode editar uma
nova medida provisória sobre
este mesmo tema até o ano que
vem. Também não poderia regulamentar os buracos produzidos
pelos vetos por meio de decreto. ■ Reuters
10 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
BRASIL
Divulgação
JUSTIÇA
CNJ pode anular hoje concurso realizado
pelo TJ para magistratura em São Paulo
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) julga hoje procedimentos de
controle administrativo que pedem a anulação das provas orais do
183º concurso realizado pelo Tribunal de Justiça para ingresso na
magistratura de São Paulo, reunidos sob a relatoria do conselheiro
Gilberto Valente. O concurso está suspenso desde maio, graças à
liminar da CNJ que reconheceu indícios de irregularidades. Redação
Em 2017, Viracopos terá operação
simultânea de pouso e decolagem
Concessionária anuncia plano de investimento de R$ 8,4 bi que vai ampliar a capacidade do terminal
Dubes Sônego
iG
A concessionária Aeroportos
Brasil Viracopos anunciou ontem que pretende antecipar de
2023 para 2017 a conclusão da segunda pista do aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). A
obra é orçada em R$ 500 milhões e vai permitir ao aeroporto no interior paulista se tornar,
de acordo com a empresa, o primeiro da América Latina com
operações simultâneas de pouso
e decolagem. O principal objetivo é atrair mais companhias para Viracopos e torná-lo opção
para conexão com outros países
sul-americanos.
O plano de investimentos para o período de 30 anos de concessão detalhado pela empresa
destaca a ampliação da capacidade de atendimento de 7,5 milhões de passageiros ao ano para 80 milhões de passageiros
anuais mediante investimentos
de R$ 8,4 bilhões divididos em
cinco etapas.
O primeiro ciclo vai até 2014
e inclui a construção de um novo terminal para 14 milhões de
passageiros por ano ao custo de
R$ 1,4 bilhão. A ele, vão estar conectados 28 pontes de embarque e um edifício-garagem para
quatro mil vagas com serviços
como locadoras de automóveis,
restaurantes e salas para os órgãos públicos que atuem no aeroporto. No projeto do anexo consta ainda a preparação para uma
futura expansão vertical com escritórios comerciais e hotel.
Segundo João Eduardo Cerdeira de Santana, presidente do
Conselho de Administração da
concessionária, já estão em curso negociações com redes hoteleiras interessadas não só pela
demanda do aeroporto, mas
PLANO DE VOO
A meta do aeroporto em
Campinas é ampliar conexão com
outros países sul-americanos
PERÍODO DE CONCESSÃO
30 anos
INVESTIMENTOS
R$ 8,4 bilhões
em quatro etapas
Primeiro ciclo de investimentos
vai até 2014 e inclui a construção
de um novo terminal para
14 milhões de passageiros por
ano ao custo de R$ 1,4 bilhão
também pela falta de leitos na cidade de Campinas e na região.
O novo terminal vai ocupar
30 mil metros quadrados e deve oferecer área de concentração com lojas, restaurantes,
áreas de check-in e de desembarque, posto da Receita Federal e para a checagem de passaporte. Para o embarque, serão
três alas que avançam pela pista em forma de garfo.
Roberto Guimarães, diretor
administrativo e financeiro da
concessionária, explica que atualmente 65% da receita total de R$
400 milhões vêm do transporte
de carga, 30% entra pelas áreas
operacionais (taxa de embarque
de passageiros e de pousos e decolagens cobrados das companhias aéreas. Os 5% restantes
são ganhos não-operacionais, como aluguel de lojas e tarifa das 2
mil vagas de estacionamento. A
Aeroportos Brasil Viracopos não
fala em estimativa de receita
com o novo terminal, mas quer
equilibrar cada divisão.
Parte das obras, como a terraplanagem do terreno, começou
no final de agosto e deve acabar
em outubro, abrindo espaço para trabalhos de fundação. Em paralelo, ocorre a modernização
do terminal já existente, com investimento de R$ 100 milhões
— dos quais R$ 69 milhões serão direcionados para o setor de
passageiros e, o restante, para a
infraestrutura de carga.
Entre as mudanças trazidas
com esta reforma, está a ampliação da área de embarque, que deve mais que duplicar: de 2400
metros quadrados para 5800 metros quadrados. Um terminal remoto com sete posições de estacionamento será destinado à
operação de aviões ATR (modelos com turbo-hélices, usados
principalmente por Trip e Azul).
Por fim, o plano contempla
ainda o puxadinho, também chamado de Módulo Operacional
Provisório, que deve ser ampliado para colocação de novas esteiras de bagagem, o que ampliaria
a capacidade de check-in. ■
Valéria Gonçalvez
Aeroporto atual de Viracopos, em Campinas: o novo terminal vai ocupar 30 mil metros quadrados
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 11
PODER ONLINE
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TALES FARIA, de Brasília
[email protected]
CURTAS
O Código Florestal
Relator do texto aprovado na Comissão Mista que analisou a medida
provisória do Código Florestal, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC)
põe um ponto final sobre a participação do governo no acordo final:
“O governo participou de pontos importantes, como incluir os rios intermitentes em Áreas de Preservação Permanente, aumentar para 15
metros o perímetro de APPs nos olhos d’água e a emenda que beneficiava o cerrado. Mas não participou do acordo para mudança de metragem nas APPs em propriedades médias. Este ponto foi acertado por
mim e pelo senador Jorge Viana (PT-AC), senão perderíamos tudo”, declarou ao Poder Online. E quanto à votação da MP na Câmara esta semana? “Será aprovada. Ninguém é louco de derrubá-la, colocando milhões de pequenos agricultores na ilegalidade.” ■
José Cruz/Ag. Senado
➤
●
Descontente com o
tratamento que vem
recebendo dos aliados e até com o
próprio partido, Netinho de Paula
(PCdoB) tem um motivo a mais
para se arrepender de ter aberto
mão de sua candidatura a prefeito.
É que quando o ex-presidente Lula
sentou com ele para uma conversa
visando acertar essa costura, usou
como argumento a ideia de que
São Paulo era uma cidade com
tradição em polarização e que não
haveria espaço para uma terceira
via. Com o crescimento da
candidatura de Celso Russomanno
(PRB), Netinho teve a certeza de
que o argumento estava errado.
●
Não dá mais para Gabriel
➤ Chalita (PMDB) ser o bom
moço na disputa eleitoral
paulistana, essa é a avaliação de
seus aliados. O PMDB considera
que se Chalita quer se apresentar
como o novo, tem de aliviar um
pouco o discurso de que é amigo
do governador Geraldo Alckmin e
da presidenta Dilma Rousseff.
➤
●
O vereador Eliseu Gabriel,
presidente do PSB
paulistano, pretende cobrar os
aliados petistas na reunião
semanal do comitê de Fernando
Haddad (PT) que será realizada
hoje sobre a ajuda prometida.
Os socialistas reclamam que
enquanto os candidatos a
vereador do PT têm peruas,
cavaletes e fartura de materiais,
os do PSB ainda sofrem pela
carência de estrutura de
campanha. “O PSB está fazendo
a parte dele. Daqui a pouco a
eleição acaba e como é que
fica?”, questiona Gabriel.
➤
●
Além da certeza de que
Gabriel Chalita (PMDB)
precisa mudar o discurso de
abordagem com o eleitor, o
partido também fechou a
realização de um jantar para
arrecadar fundos para a
campanha. O local ainda não
foi definido, mas o comitê
pretende ter 2 mil pessoas
e cobrar R$ 500 por cabeça.
➤
●
O ex-ministro Antonio
Cezar Peluso, do Supremo
Tribunal Federal, disse a amigos
que havia preparado um voto de
400 páginas sobre o processo do
Mensalão com seu veredito a
respeito de todos os réus.
Atropelado pela aposentadoria
compulsória, já que completou
70 anos, Peluso, no entanto, só
votou no primeiro item do
processo. Do chamado núcleo
político, o ex-ministro só
conseguiu se manifestar a
respeito do ex-presidente da
Câmara João Paulo Cunha
(PT-SP), a quem condenou
estabelecendo como pena seis
anos de prisão. Quanto aos
outros réus? Peluso disse
aos amigos que picotou as
400 páginas de seu voto.
Bem… Picotou o papel.
Nesses tempos de informática,
sempre é possível um arquivo
nas nuvens ou em pen drive.
➔
Colaboraram
Leonardo Santos e Marcel Frota
Relator afirma que não há dúvidas
sobre esquema de compra de votos
Joaquim Barbosa diz que parlamentares recebiam dinheiro para votar a favor das matérias de interesse do governo federal
Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
O relator da ação penal do chamado mensalão, ministro Joaquim Barbosa, disse ontem não
haver dúvidas sobre a existência de um esquema de compra
de apoio político ao governo na
Câmara dos Deputados.
Barbosa começou a semana
com a leitura do voto sobre a
questão relativa a corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro, que envolve os réus integrantes do chamado “núcleo político” do suposto esquema.
“Não há qualquer dúvida sobre a existência do esquema de
compra de votos nesta altura do
julgamento”, disse Barbosa, ao
iniciar o seu voto.
São 23 acusados neste item, o
quarto a ser analisado, entre
eles, o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu; o ex-presidente do PT, José Genoino; e o extesoureiro Delúbio Soares. Esta
questão pode comprovar o uso
de recursos ilícitos para a compra de apoio político na Câmara.
O relator analisou, na primeira parte do seu voto, os repasses
que teriam sido recebidos pelo
Partido Progressista (PP). A legenda teria recebido dinheiro
oferecido por Dirceu, para votarem a favor de matérias do interesse do governo federal, segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF).
“Os parlamentares prestaram seu apoio ao governo na Câmara influenciados por esses pagamentos. Os partidos eram
opositores, eram antípodas”,
disse Barbosa. É evidente o potencial exercido pelos pagamentos sobre as manifestações dos
parlamentares beneficiados”.
Barbosa disse que a compra
de apoio entre parlamentares já
era conhecida no Congresso Nacional e citou depoimento do deputado Arlindo Chinaglia (PTSP), que citou que os comentários eram “sorrateiros”.
Alianças
Joaquim Barbosa analisou a adesão do Partido Progressista (PP)
à base aliada no início do governo Lula depois de ter firmado
um acordo para receber recursos do Partido dos Trabalhadores (PT). Com base em depoimentos, Barbosa lembrou que o
PP apoiou, na eleição que sagrou
o ex-presidente Luiz Inácio da
Barbosa analisou adesão do PP à base aliada do governo Lula
Silva vitorioso, o então candidato do PSDB, José Serra. O relator
disse que a ida do PP para a base
do governo se consumou a partir de meados do ano de 2003,
com o pagamento do mensalão.
Barbosa se valeu de depoimentos de integrantes do próprio PP, como o ex-líder José Janene (PR), já falecido, que admitiu que a cúpula do seu partido
firmou um acordo de “coopera-
ção financeira” com os dirigentes do PT. O partido recebeu R$
4,1 milhões do esquema operado pelo publicitário Marcos Valério. “Não havia qualquer razão
para esse auxílio do PT ao PP, senão o fato de ter aderido à base
do governo em meados de
2003”, ressaltou o relator.
O ministro disse que, mesmo
tendo recebido “recursos volumosos” do PT nos dois primeiros anos do governo Lula, o PP
praticamente não firmou alianças com os petistas nas alianças
municipais. O relator chegou a
citar o depoimento de um exdeputado do PP Vadão Gomes,
que chegou a mencionar que havia “notória incompatibilidade
ideológica” entre os partidos.
“Apesar dessa incompatibilidade, o réu Pedro Henry (então
líder do partido) conduziu o voto de sua bancada favoravelmente às pretensões dos corruptores”, destacou Barbosa,
ao ressaltar que, além de Henry, o então presidente do partido, Pedro Corrêa, e José Janene
participaram do esquema de recebimento de recursos. ■ Reuters e Agência Estado
12 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
A VOZ DAS URNAS
Editado por: Pedro Venceslau
[email protected]
Apoio da Igreja Universal
deixa Russomanno isolado
Reação da Arquidiocese de São Paulo contra candidato do PRB instiga católicos a entrarem na campanha
Rodrigo Capote
BAÚ ELEITORAL
VOTO RELIGIOSO
Russomanno é o candidato
preferido entre católicos
e evangélicos em São Paulo
Católicos
Evangélicos**
32%
CELSO RUSSOMANNO
(PRB)
41%
22%
JOSÉ SERRA
(PSDB)
17%
17%
FERNANDO HADDAD
(PT)
14%
10%
GABRIEL CHALITA
(PMDB)
5%
0
Russomanno pode ser prejudicado até outubro por maior engajamento de líderes católicos na eleição
Pedro Venceslau
[email protected]
A ofensiva deflagrada pelo comando da Igreja
Católica em São
Paulo contra a
candidatura de
Celso Russomanno foi apenas a
ponta de um iceberg político. A relação ostensiva
do candidato do PRB com a Igreja Universal do Reino de Deus já
vinha gerando reações fortes entre os líderes católicos e até evangélicos de outras agremiações. O
texto sobre a suposta defesa da
Igreja Católica ao “Kit gay” do
MEC (Ministério da Educação) —
ELEIÇÕES
2012
que foi escrito em 2011 e mantido
até recentemente no blog do deputado Marcos Pereira, presidente do PRB — foi o gatilho que
transformou a reta final de campanha em uma “guerra santa”
parecida com a que prejudicou
Dilma Rousseff no primeiro turno presidencial em 2010.
Líderes católicos e evangélicos ouvidos pelo Brasil Econômico avaliam que o episódio tem
forte potencial de dano à candidatura de Russomanno. “A Igreja Católica tem evitado ser contundente nos últimos anos, mas
a vinculação estreita do Celso
Russomanno com a Igreja Universal acirrou os ânimos dos católicos. O texto publicado pelo
presidente do partido dele pode
levar ao engajamento de setores
da Igreja Católica”, avalia o padre José Antonio Trasferetti,
professor de teologia da PUCCampinas. “Não acho ético que
igrejas evangélicas façam campanha ostensivamente. Eu não
me sentiria bem se isso acontecesse na Igreja Católica”, completa o padre Valeriano dos Santos Costa, diretor do departamento de Teologia da PUC-SP.
Para o evangelista e vereador
Carlos Apolinário, da Assembleia
de Deus, o texto do dirigente do
PRB instigou os religiosos a entrarem com tudo na campanha.
“Sou evangélico há 53 anos e posso lhe afirmar que o apoio da igreja nem sempre agrega votos,
mas a repulsa tira muitos”. Os
10
20
30
40
50
Fonte: Datafolha
*Pesquisa realizada entre os dias 10 e 11
de setembro, com 1221 eleitores. Margem
de erro de 3 pontos percentuais.
**Evangélicos pentecostais
principais candidatos em São
Paulo trabalham para atrair os católicos que estão em campanha
contra o candidato do PRB. Os estrategistas de Gabriel Chalita
(PMDB) pretendem explorar na
campanha a vinculação de Russomanno com a Universal e reforçar os laços do peemedebista,
que é católico fervoroso, com a
Renovação Carismática. Já Fernando Haddad (PT) e José Serra
(PSDB) travam um cabo de guerra para fechar alianças com líderes católicos da periferia. Os
apoios mais disputados são do padre Ticão, o mais tradicional líder comunitário da zona leste
paulistana, o popular padre-cantor Marcelo Rossi e Julio Lancelotti, da Pastoral do Povo da Rua. ■
Pindamonhangaba
elege o prefeito mais
jovem do Brasil
A eleição do prefeito considerado o
mais jovem do Brasil ocorreu em
1977, em Pindamonhangaba, cidade
a 160 km de São Paulo. A vitória na
disputa municipal veio aos 23 anos.
Apesar da pouca idade, o então
candidato já acumulava no
currículo a experiência de um
mandato como vereador —
outro recorde. O estudante de
Medicina e professor de cursinho
pré-vestibular foi o parlamentar
mais votado naquela eleição, com
mais de 10% dos votos válidos.
O início da carreira política o levaria
logo à presidência da Câmara
Municipal. Quatro anos depois,
em eleição direta, a chegada
à Prefeitura seria prejudicada
ainda pelas aulas na faculdade.
A alternativa nas agendas foi tornar
o pai em chefe de gabinete. O
‘ilustre’ prefeito? Geraldo Alckmin,
hoje governador de São Paulo, em
terceiro mandato. Ainda no interior
do estado, seu governo se destacou
pelas obras de asfaltamento das
ruas da cidade. Em 1982, é eleito
deputado estadual, e em 1986,
deputado federal. Dois anos
depois, ajuda a fundar o PSDB.
Como vice de Mario Covas, assume
o Palácio dos Bandeirantes em
março de 2001, de onde sairia para
concorrer à Presidência em 2006.
Alckmin é reeleito governador de
São Paulo em 2010, no 1º turno,
com 11,5 milhões de votos.
Divulgação
Líder do PRB submerge depois de polêmica
Arquidiocese de São Paulo diz
que Código Canônico impede
engajamento eleitoral
Autor do explosivo texto que liga a Igreja Católica à proposta
do chamado “Kit gay”, o deputado federal Marcos Pereira,
que é ligado a Igreja Universal,
submergiu depois da polêmica.
Ele publicou em seu blog uma
nota intitulada “Ponto final” onde diz respeitar “os direitos individuais independente de credo,
raça ou opção sexual”.
Por orientação da campanha,
ele decidiu reduzir as conversas
com jornalistas. Ao BRASIL ECONÔMICO, a Arquidiocese de São Paulo explicou o motivo da reação
tardia ao texto do líder do PRB,
publicado originalmente em
2011. “Só agora e em função da
campanha a Arquidiocese tomou conhecimento do texto”,
explicou um assessor
Na avaliação dos interlocutores de d.Odilio Scherer, chefe
da Arquidiocese, a resposta ao
candidato do PRB não significa
que a Igreja Católica se engajará
em outra candidatura.
“O Código de Direito Canônico
não permite que padres façam
campanha abertamente para nenhum candidato”, explica o assessor. “Os católicos não são tão organizados políticamente quanto
os evangélicos”, conclui o sociólogo Aldo Fornazieiri. ■
Alckmin: agenda de prefeito
dividida com aulas de medicina
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 13
FALTAM
DIAS PARA O 1º TURNO
DAS ELEIÇÕES
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0
BRANCO
CORRIGE
CONFIRMA
Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Serra volta
a associar
Haddad a
José Dirceu
tro foram mostrados na campanha, isso sem falar naquele outro padrinho que é réu do mensalão. Nossa, esse ninguém merece, hein!”, respondeu o ouGuilherme Waltenberg
tro. Na semana passada, o proAgência Estado
grama de televisão de Serra já
O programa eleitoral do candihavia citado Dirceu como um
dato do PSDB a prefeito de São
dos padrinhos de Haddad.
Paulo, José Serra, voltou ontem
Em seguida, os narradores
a associar o candidato petista,
explicaram quem são os padriFernando Haddad, ao ex-minisnhos: “Tem o (ex-presidente)
tro José Dirceu, réu no procesLula, que está socorrendo canso do mensalão.
didato de baciaMesmo sem citar
“Já fez as contas da por aí. Tem a
o nome de Dir(ex-prefeita)
de quantos
ceu, que será julMarta, que já espadrinhos o
gado nesta sematá encastelada na
na no Supremo
candidato do PT Cultura (no MiTribunal Federal
nistério da Cultu(STF), o progra- tem?”, questionou ra) e tem o Manarrador
ma tucano, exibiluf, do Pitta, do
do no horário graFura-Fila”, destuito de rádio, disse que o excreveu o narrador. O programa
ministro é um dos “padrinhos”
não citou o quarto fiador da
de Haddad.
candidatura petista, que seria a
“Você já fez as contas de
presidente Dilma Rousseff.
quantos padrinhos o candidato
Já o programa de Haddad fodo PT tem nesta eleição?”,
cou em propostas para a cidade,
questionou um narrador. “Quacomo o projeto de descentraliza-
TWITTAÇO
“O tucano,
venhamos e
convenhamos,
fez por merecer
o discurso...”
Roberto Jefferson
Ex-deputado e acusador
do esquema do mensalão
comenta críticas de Lula
sobre agressividade de José
Serra (PSDB) na campanha
eleitoral em São Paulo
Daniel Marenco/Folhapress
Ex-ministro e réu no julgamento
do mensalão tem sido lembrado
em ataques à chapa petista
Serra: candidato tucano briga com PT por vaga no 2º turno
ção da capital, batizado de Arco
do Futuro, e prometeu aumentar a fiscalização sobre onde vai
o dinheiro gasto pela Prefeitura.
“É o que a gente precisa, de um
prefeito mais atento aos gastos”, disse um narrador. O expresidente Luiz Inácio Lula da
Silva apresentou o programa ao
lado de Haddad.
O candidato do PRB, Celso
Russomanno, líder nas pesqui-
sas, fez o programa voltado para a área da saúde. “Nossa cidade está doente”, disse o narrador. Foram apresentados depoimentos de populares irritados
com a demora em serem atendidos na rede pública de saúde.
“Falta tudo, um verdadeiro
caos”, afirmou o narrador no
fim do programa, que foi concluído pelo candidato dizendo:
“Vou cuidar da sua saúde”. ■
GIRO POLÍTICO
Roosewelt Pinheiro/ABr
Murillo Constantino
“Estado RJ:
TERCEIRO que
mais fechou
leitos em hospital
entre 2005-2012.
Veja tabela
Ministério Saúde”
César Maia
Ex-prefeito do Rio de Janeiro e
candidato a vereador pelo DEM
critica gestão do governador
Sérgio Cabral na área da saúde
“Essa chuva
derruba agenda
de rua. Mas não
nos tira da rua...
Reformulando
toda a agenda
para hoje a tarde!”
Manuela D’Ávila
Candidata do PCdoB à
Prefeitura de Porto Alegre
muda seus planos devido
à forte chuva na capital
gaúcha, ontem
Dois ex-ministros seguem em campanha por uma
cadeira na Câmara Municipal de São Paulo. Orlando
Silva, do PCdoB, tenta reerguer sua carreira política um
ano depois de pedir demissão do comando do Ministério
do Esporte após denúncias de gastos irregulares de R$ 30
mil no cartão de crédito corporativo do governo federal...
...já em campo político oposto, Andrea Matarazzo, do
PSDB, foi ministro-chefe da Secretaria de Comunicação
de Governo da Presidência, entre 1999 e 2001. Na capital,
participou da gestão Serra/Kassab como secretário de
Serviços e de Coordenação das Subprefeituras, além de
assumir a Subprefeitura da Sé, até 2007.
“Comunidade
q me zoa na
infernet achou
“irreal” proposta
de ter os jovens
“Posso ajudar?”
com tablets. Como
se fosse coisa
do outro mundo”
Soninha Francine
Candidata do PPS à Prefeitura
de São Paulo critica má
repercussão de sua proposta
em bairro da cidade
14 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
INOVAÇÃO & EMPREENDEDORISMO
QUARTA-FEIRA
QUINTA-FEIRA
EDUCAÇÃO/GESTÃO
SUSTENTABILIDADE
Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected]
Empreendedor estrangeiro se
rende aos atrativos brasileiros
Boa performance do país durante a crise e aumento da massa consumidora atraem empresários de fora
Alexandre Rezende
O francês Jean-Luc Senac, fundador da Evolucard, está há 14 anos no país
mento com padrões de processamento global. Westerberg
conta que a maioria das pesCom uma performance relativasoas subestima a dificuldade de
mente melhor que a de muitos
fazer negócios no Brasil. Ainda
países durante a crise financeiassim, a demanda e oportunidara internacional, o Brasil endes oferecidas pelo país o tortrou no radar dos empreendenam atrativo. O sueco estabeledores estrangeiros. Embora
ceu uma meta agressiva de ter
não haja um mapeamento ofi30% do mercado de soluções
cial do número de empresas
de pagamento para e-commerabertas, o Ministério do Trabace até o final de 2013.
lho e Emprego informou que
Outro sueco que veio se avenno primeiro semestre de 2012
turar nos trópicos foi Johan
os estrangeiros pessoa física
Jonsson, fundador do Agente
aplicaram R$ 107,80 milhões
Imóvel, portal que disponibilino Brasil, uma alta de 32% soza informações sobre o mercabre os R$ 81,79 milhões registrado imobiliário, além de busca
dos no mesmo período de 2011.
para compra e aluguel de imóDe
acordo
veis. Após tirar
com o professor
um ano sabático,
Até junho,
de EmpreendedoJonsson termiestrangeiros
rismo do Ibenou sua viagem
pessoas físicas
mec, Eduardo Bono Brasil. E decinomo, o que
diu voltar para
aplicaram
atrai esses emno país.
R$ 107,8 milhões morar
preendedores é a
Quando se muno Brasil
situação em que
dou, passou o prio Brasil se enconmeiro ano estutra em relação a outros países.
dando português e o mercado fi“É um local atraente, uma econanceiro local. Com experiênnomia que está aquecida, tracia em internet e corretoras, o
balhou com pleno emprego
sueco percebeu que as informaum bom período durante a crições sobre imóveis para aluse. Enfim, é uma conjuntura faguel estavam disponíveis apevorável para a abertura de emnas em jornais; além disso, não
preendimento”, comenta.
havia fontes para comparação
Um dos casos de estrangeide preços. Em 2008, ele monros que vieram ao país no recentou o portal Agente Imóvel ao
te boom é o do sueco Svante
estilo “Vale do Silício”: em sua
Westerberg. Em 2004, ele
própria casa. Hoje, a empresa
abriu uma consultoria, depois
tem 14 funcionários e está pertornou-se sócio da Braspag to de bater um milhão de usuáempresa comprada pela Cielo rios por mês.
e então fundou a MaxiPago,
Mas não foi tão fácil. “A deque oferece soluções de pagamora para abrir conta bancáGiulia Camillo
[email protected]
Rodrigo Capote
Oempreendedorsueco JohanJonsson:casamentocomumabrasileirafacilitouascoisas
ria, uma empresa, dificulta. E
sendo estrangeiro, o tempo dobra. Para mim foi mais fácil porque casei com uma brasileira”,
lembra. “Mas quando estava esperando a identidade brasileira, o sobrenome do meu pai estava errado. Demorou um ano
e meio para refazer o documento e sem isso não se podia abrir
a empresa”.
De acordo com Paulo Melchor, consultor do Sebrae-SP,
há duas formas do empreendedor estrangeiro entrar no Brasil. A primeira é abrir uma filial, após obter autorização do
governo, e a segunda é obter
um visto permanente e abrir
uma empresa brasileira - ou seja, que tenha sede no Brasil e
seja constituída sob a legisla-
RECEITA INTERNACIONAL
Veja as duas modalidades de atuação dos empreendedores
de outros países no Brasil
ABRIR UMA FILIAL
É necessário requerer autorização do governo federal, através do
Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), e ter um
representante no Brasil com poderes para ser demandado
Após obter a autorização e arquivar os atos na Junta Comercial do estado
de atuação, precisa publicar na imprensa oficial os documentos que estão
obrigados a publicar em seu país de origem
Toda e qualquer alteração a ser feita na empresa precisa ter
autorização do governo
ABRIR UMA EMPRESA BRASILEIRA
Se quiser atuar dentro do Brasil, é necessário obter um visto permanente.
Para o empreendedor, a concessão é regulamentada pela Resolução Normativa
84 de 2009 do Ministério do Trabalho e prevê investimentos de, no mínimo,
R$ 150 mil no país
Para o estrangeiro exercer cargos de chefia, a Resolução Normativa 95 de 2011
estabelece que a empresa tenha que investir R$ 600 mil por administrador
que quiser “importar” ou R$ 150 mil, com a garantia de geração de 10 novos
empregos no país
Após a obtenção do visto, a burocracia para a abertura de empresas
segue como para os brasileiros
Fonte: Ministério do Trabalho
ção nacional. Melchor também cita a concessão de vistos
permanentes para estrangeiros que venham trabalhar em
cargos de chefia.
O francês Jean-Luc Senac se
enquadra nesse caso. Há nove
anos, quando estava empregado por uma empresa francesa
no país, Senac decidiu tornarse seu próprio chefe. “Quando
cheguei na idade dos 30, pensei
o que eu queria fazer da vida.
Eu já tinha vontade de montar
uma empresa, encontrei aqui
uma oportunidade”. Segundo
ele, o único obstáculo a mais
que os estrangeiros têm para
abrir uma empresa no Brasil é
conseguir o visto. Como já possuía os documentos, não teve
tantos problemas. Assim, abriu
a Saúde Service no final de
2003. Com um crescimento médio de 63% ao ano, é focada em
meios de pagamentos no setor
de saúde. A experiência deu tão
certo, que ele decidiu fundar a
Evolucard, que vincula cartão
de crédito ao celular.
Como Senac, diversos estrangeiros vêm ao Brasil. De acordo
com dados do MTE, entre janeiro e junho de 2012, foram concedidas 32.913 autorizações de trabalho a estrangeiros, a maioria
dos Estados Unidos e para a região Sudeste. Porém, ainda faltam incentivos, fato que é notado por todos os entrevistados.
Como resume Westerberg, “o
Brasil está indo muito bem, apesar de si mesmo. Imagine se
houvesse políticas que estimulem o investimento. O Brasil
passaria a China”. ■
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 15
SEXTA-FEIRA
SEGUNDA-FEIRA
TECNOLOGIA
ECONOMIA CRIATIVA
Divulgação
MARCELO NAKAGAWA
Professor e Coordenador
do Centro de
Empreendedorismo do Insper
A hora do ninguém
brasileiro
Para Wanessa, o fato de acreditar na ideia, a fez conseguir um investidor para concretizar o projeto
Projeto na área de
confecções aproxima
fabricantes dos lojistas
Entre rodadas de negócios e road shows, duas empresárias identificaram
problemas e criaram o site VestesBr, dando mais velocidade nas operações
Marcelo Ribeiro
[email protected]
Quando o marido faleceu, Wanessa Wander era diretora comercial
de um jornal de grande circulação em São Paulo e nunca havia
pensado em ter uma vida profissional autônoma. Diante dos problemas pessoais, se mudou para
Maringá, no estado do Paraná,
considerado o maior polo da indústria do jeans no país e, pressionada pela necessidade de criar os
filhos, abandonar a profissão de
origem e se aventurar na concorrida indústria de confecções.
Ela e a sócia, a administradora
Marina Oliveira, resolveram que
deveriam atender atacadistas. Entre rodadas de negócios internacionais, prestação de consultorias
e realização de road shows, as empresárias identificaram alguns problemas nas relações comerciais do
segmento, o que contribuiu para a
concepção do VestesBr.
“Começamos a determinar estratégias para o setor e vimos que
deveríamos criar mecanismos para imprimir mais velocidade nas
negociações entre fabricantes e
lojistas”, explica a empresária.
A partir da percepção, elaboraram o protótipo de um e-commerce que pretendia reunir os interessados em realizar transações
no setor. “Por ser uma área tão
“Acreditamos em um crescipouco ligada á tecnologia, houve
mento gradativo de usuários denbastante resistência a esse tipo de
tro da plataforma. Nossa expectaempreitada. Tínhamos que prepativa é ter 250 marcas e 20 mil lojisrar um projeto que desse tudo
tas cadastrados ao final de 2013.
pronto para o usuário, para que
Por mais que tenhamos tido desele não precisasse se esforçar paprestígio junta a uma parte do sera lidar com o setor digital”.
tor, nós éramos duas e nos incenO comportamento pouco retivávamos. Por acreditarmos na
ceptivo das confecções, nos deu
ideia, conseguimos um investia certeza de que teríamos que perdor para concretizar o projeto”,
severar para que a nossa ideia fosreforça Wanessa.
se aceita. “Já vislumbrávamos
As pretensões das empresárias
que o projeto traria muitas vantae do investidor é que o projeto
gens a nós e aos
movimente R$ 50
produtores”, exmilhões até deAs empresárias
plica Wanessa.
zembro de 2012.
pretendem
Para conceber
Além de um canal
que o VestesBr
o negócio, as emexclusivo de venpreendedoras readas, os lojistas temovimente
lizaram diversos
rão um caminho
empréstimos e R$ 50 milhões até mais fácil para properceberam que dezembro de 2012 fissionalizar os proprecisavam de cajetos. “Faremos vída vez mais suporte para propordeos e fotos e levaremos a ideia
cionar a robustez que o projeto
pra o mundo. As confecções vão
demandava. “Depois que estava
perceber que o setor digital as lepronto, descobrimos que havíava para qualquer lugar e elas comos criado o primeiro e-commeçarão a se globalizar. Disponimerce Business to Business (B2B)
bilizamos um portal completo pade moda no país”.
ra a indústria se relacionar com
O projeto ganhou ainda mais
os varejistas. Cada marca terá
força depois que o desenvolviuma home page exclusiva, com
mento da versão 2.0 da plataforvitrine virtual e toda a descrição
ma recebeu um aporte de R$ 5
do estilo e perfil da fabricante. É
milhões do investidor Diether
uma ideia que empreende e inWerninghaus.
duz a empreender.” ■
Parte da história você conhece. Mas o seu início e final,
não. Um fabricante brasileiro de sapatos envia um dos seus
funcionários para analisar o potencial do mercado da Índia. Dias depois, recebe a mensagem: Não há mercado. Ninguém usa sapatos na Índia. Não satisfeito, envia outro funcionário que responde assim que chega: há um mercado
enorme! Ninguém usa sapatos na Índia. Esta é a parte que
você provavelmente conhece. Mas esta história continua.
Anos depois, quando este mesmo fabricante estava buscando oportunidades para sobreviver à enxurrada de sapatos asiáticos no Brasil, o mesmo funcionário que havia
iniciado as vendas para a Índia teve a ideia de vender sapatos pela internet. Não há mercado. Ninguém compra sapato on-line no Brasil, disse o fabricante para a decepção do
seu colaborador. Mas neste mesmo momento, alguns alemães estavam no Brasil para analisar a mesma oportunidade e chegaram a uma conclusão diferente: Há um mercado enorme! Ninguém compra sapato on-line no Brasil. E
investiram em uma empresa chamada Dafiti, uma das líderes no comércio eletrônico de calçados no Brasil.
Mas não é de hoje que
estrangeiros investem
Se estiver pensando no ninguém brasileiro.
há mercado. Ninem empreender um Não
guém compra algo em
grande negócio, este leilão pela internet no
é um bom momento Brasil! Era o que se imaginava quando o argentino
para investir no
Wenceslao Casares trouninguém brasileiro. xe o Mercado Livre para
o Brasil em 1999. Ele tiMas, se não
nha uma outra opinião
conhecer nenhum
sobre isto: Há um mercaninguém no país,
do enorme! Ninguém
compra algo em leilão peprovavelmente
la internet no Brasil.
é o próprio
E qualquer pesquisa
de mercado indicaria
que o brasileiro gostava
de comer arroz, feijão e bife em 1979. Desta forma, o que o
norte-americano Peter Rodenbeck mais ouvia era algo parecido com: Não há mercado! Ninguém come dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles num
pão com gergelim no Brasil. Não é nem preciso falar o nome da empresa que ele trouxe ao país... Para Peter, naquele
momento, só havia uma convicção: Há um mercado enorme! No Brasil, ninguém come dois hambúrgueres,alface...
E mesmo sendo muito bem sucedido com o McDonald's no
país, Peter e sua esposa tiveram que ouvir comentários semelhantes em 2006: Não há mercado! Ninguém toma café
premium no Brasil! Mas só havia uma certeza para eles: Há
um mercado enorme! Ninguém toma café premium no Brasil! E assim a Starbucks abriu suas portas no país.
A trajetória destes estrangeiros é a mesma de tantos outros que chegaram ao país como “ninguéns” e apostaram
em coisas que os outros não viam. A novidade é que o Brasil voltou a ser destino para empreendedores estrangeiros.
Na semana passada recebi um grande grupo de estudantes de MBA de uma das principais escolas da Europa que vieram apresentar suas ideias de negócios para investidores
brasileiros. E boa parte das apresentações falavam do tal
ninguém brasileiro. Há um mercado enorme! Ninguém está fazendo isto no Brasil - diziam. E em outra discussão paralela de um grupo de empreendedores norte-americanos
que se tornaram investidores também há o destaque para
as oportunidades que ninguém está aproveitando no Brasil.
Se estiver pensando em empreender um grande negócio, este é um bom momento para investir no ninguém
brasileiro. Mas se não conhecer nenhum ninguém no
país, provavelmente é o próprio. E por isto que esta história ainda não acabou. Há muitas boas ideias por vir. ■
16 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
EMPRESAS
Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected]
Subeditoras: Rachel Cardoso [email protected]
Patrícia Nakamura [email protected]
Takeda repagina Dramin e
busca maior presença no Brasil
Versões diferentes de velhos produtos são parte da estratégia para país se tornar principal operação emergente
Rodrigo Capote
Gabriel Ferreira
FARMÁCIA POPULAR
[email protected]
Conquistar novos consumidores
até para os produtos que já estão
bastante consolidados no mercado. Este é o desafio que a o laboratório japonês Takeda terá que
enfrentar no Brasil para atingir
o objetivo de ser a maior operação da companhia em países
emergentes dentro de 5 anos.
Hoje, o país ocupa a segunda posição, atrás apenas da Rússia.
“Acredito que podemos acelerar
e atingir essa meta ainda antes
do previsto”, afirmou, ao BRASIL
ECONÔMICO, Giles Platford, presidente da Takeda no Brasil.
Dona de marcas famosas no
Brasil, como Neosaldina, Eparema e Dramin, a Takeda tem nesses medicamentos uma de suas
principais armas para ganhar
mercado por aqui. Recentemente, a companhia lançou novas
versões dos três remédios. O último a ganhar uma apresentação
diferente foi o Dramin, que agora é encontrado também em cápsulas de gel. “É uma forma de
agregar valor ao produto e à marca”, diz Platford. Segundo a companhia, o Dramin possui mais de
40% de market share no segmento de antieméticos. Dados
da IMS apontam que as vendas
do medicamento movimentaram R$ 78 milhões em 2011.
Presente nas gôndolas das farmácias há mais de 50 anos o medicamento precisava de uma
nova roupagem. “Nossas pesquisas de mercado mostraram
que a marca era muito reconhecida, mas vista como algo antigo. Como a cápsula gelatinosa
é uma tendência que vem muito forte entre os medicamentos
isentos de prescrição, achamos
que seria um bom caminho”,
afirma Lia Garcia, gerente de
produtos responsável por essa
linha. Apesar de não ser um medicamento isento de prescrição
(OTC, na sigla em inglês), a popularidade do Dramin faz com
que o remédio tenha algumas
semelhanças mercadológicas
com esse tipo de produto.
Pesquisa
Além de novas apresentações
para velhos e conhecidos produtos, a Takeda também tem investido no desenvolvimento de
Takeda tem uma série de
marcas famosas no portfólio
SEDE
Japão
SUBSIDIÁRIAS
70
VENDAS NO AMÉRICA LATINA
US$ 662 milhões
FÁBRICAS NO BRASIL
2
PRINCIPAIS PRODUTOS NO BRASIL
Neosaldina, Dramin, Eparema e Nebacetin
Fonte: empresa
Platford, da Takeda: lançamento de 15 produtos inovadores e entrada em novos segmentos até 2016
drogas inovadoras. “Nos próximos 18 meses devemos lançar
de 3 a 5 produtos, sem considerar os genéricos, da nossa marca Multilab”, diz Platford. Até
2016, devem ser 15 novos medicamentos. “Estamos nos preparando para entrar em novas
áreas, como os remédios contra
hipertensão e os oncológicos.”
Os investimentos da Takeda
em pesquisa e desenvolvimento
são de cerca de 20% do faturamento. Com o crescimento da
importância brasileira na operação global, o país tem recebido
mais pesquisas. Atualmente, os
60 centros de pesquisa da com-
panhia no país, testam novas
drogas com mais de 2,6 mil pacientes. “Isso demonstra o quanto o mercado é estratégico para
a matriz”, afirma o presidente.
Presença latina
A empresa não divulga dados separados por operação, mas a Amé-
rica Latina foi responsável por
US$ 662 milhões dos US$ 19 bilhões faturados pela Takeda globalmente. Até a compra da Nycomed, em 2011, porém, a empresa
não tinha forte presença na região e se limitava à importação de
produtos. Depois, além de adicionar medicamentos líderes de venda ao portfólio, a empresa passou
a contar com uma fábrica no Brasil, na cidade de Jaguariúna, no interior paulista. A expectativa é
que a América Latina cresça 14%
ao ano até 2016. ■
Consolidar Multilab faz parte da estratégia
Compra de laboratório gaúcho
realizada este ano ajudará a
aumentar presença na classe C
Apenas 9 meses depois da aquisição global da Nycomed, que
teve como um dos efeitos o fortalecimento da presença da
Takeda no Brasil, a companhia
japonesa resolveu comprar o laboratório gaúcho Multilab. O negócio, que foi concretizado julho deste ano, deu à Takeda
uma nova fábrica, acrescentou
os medicamentos genéricos ao
portfólio e, de quebra, colocou
a empresa entre os dez maiores
laboratórios do país, segundo
ranking da consultoria IMS.
“Termos feito essa aquisição tão
pouco tempo depois da incorporação da Nycomed é só mais um
sinal de quanto o Brasil está na
mira da Takeda”, afirma Giles
Platford, presidente da empresa no Brasil.
Apesar disso, o executivo afirma que novas compras não estão nos planos. “Queremos primeiro consolidar essa integração, para garantir que ela seja
bem sucedida”, diz. “Apesar disso é parte da filosofia da Takeda
sempre se manter atenta as oportunidades existentes em seus
principais mercados.”
Ao comprar a Multilab, em
um negócio de R$ 540 milhões,
a Takeda tinha como principal
objetivo aumentar a presença
entre a classe C, responsável
por 40% das compras de medicamentos no Brasil. “É um público que busca remédios de qualidade, mas que precisa ter um
preço mais acessível, o que sem-
pre foi a especialidade da Multilab”, afirma Platford. Além dos
genéricos, o portfólio da companhia gaúcha contém diversos
medicamentos isentos de prescrição, como o antigripal Multigrip, o mais vendido do país, sobretudo pela forte presença na
região Nordeste.
Nos próximos 18 meses, a
Multilab deve lançar entre 10 e
20 novos medicamentos genéricos. “É uma média agressiva,
que queremos manter nos próximos anos”, diz Platford.
Farmácias
Outro fator que contou a favor
para o negócio foi a capilaridade da distribuição da Multilab.
“Eles conseguem chegar a redes independentes e farmácias
de menor porte, o que é impor-
tante também para os principais produtos de nosso portfólio”, diz o executivo.
A rede de distribuição da Multilab é muito forte no Nordeste,
onde o movimento de consolidação do varejo farmacêutico,
com as fusões e aquisições que
acabaram dividindo o mercado
em poucas grandes redes, ainda
avança de modo mais lento.
Segundo Platford, a aquisição
da Multilab é uma maneira de
contornar os possíveis problemas
enfrentados pela indústria com a
consolidação do varejo. “Essas
empresas ficam com maior poder de negociação, e para equilibrar isso, precisamos ter um portfólio bastante amplo. Conseguimos isso, porque os produtos da
Multilab são complementares aos
da Takeda.” ■ G.F.
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 17
Divulgação
ArcelorMittal vai reativar unidade nos EUA
A ArcelorMittal, maior siderúrgica do mundo, vai retomar a produção
de coque — combustível com alto teor de carbono usado na produção
de aço — em sua unidade em Monessen, Pensilvânia, em 2014.
A companhia quer reduzir os custos com a compra de matérias-primas.
A companhia vai investir US$ 50 milhões para reativar a antiga
unidade, que não funciona desde 2009. A unidade terá capacidade
para produzir 370 mil toneladas de coque siderúrgico por ano.
Alexandre Rezende
Donoda CVC
planeja
investirmais
deR$ 1bilhão
Investimento, em rede de hotéis de
Guilherme Paulus, será feito até 2014
Cintia Esteves
[email protected]
Aos 63 anos, Guilherme Paulus,
fundador da CVC, está empolgado com a possibilidade de
uma empresa que leva seu nome ganhar força. Ele acaba de
traçar o plano de expansão de
sua GJP Hotéis & Resorts que,
apesar de ter sido fundada em
2005, só agora, com investimento de mais de R$ 1 bilhão
previsto até 2014, vai ganhar
cara de rede hoteleira. “A empresa tem as iniciais do meu nome. O ‘J’, quer dizer Jesus, por
causa de uma promessa que minha mãe fez no meu nascimento”, explica, todo orgulhoso.
A empolgação do empresário está relacionada à história
da CVC, criada em 1972 . Paulus
foi o responsável por ter transformado a empresa de R$ 3 bilhões em vendas na maior operadora de turismo da América
Latina. Mas carrega por décadas as iniciais de seu ex-sócio
no nome da companhia. Carlos
Vicente Cerchiari na época era
deputado estadual e saiu do negócio após apenas quatro anos
de parceria. Em 2010, Paulus
vendeu 63,6% da CVC ao fundo
americano Carlyle. Como acionista minoritário, o empresário ocupa a presidência do conselho da companhia e está sentindo vontade de uma nova empresa forte para chamar de
AS NOVAS MARCAS DA GJP
sua.É assim que a GJP começa
ganhar forma. O grupo tem 14
hotéis em operação, mas ainda
não é caracterizado como rede,
já que cada empreendimento
possui um nome diferente. Agora serão três bandeiras. A Wish,
para hotéis cinco estrelas, terá
foco de negócios e lazer, assim
como a Prodigy, de padrão quatro estrelas. Para segmento
econômico, o empresário criou
o Linx. Em 12 meses, todos os
hotéis em funcionamento devem ser convertidos. Cerca de
R$ 500 milhões serão investidos na inauguração de quatro
hotéis nas cidades de Salvador,
Rio de Janeiro, Aracaju e Maceió, os quais já estão em construção e são 100% de propriedade da GJP. Também está prevista a reforma e ampliação
dos outros hotéis da rede.
Além disso, a rede, que está
presente em sete capitais brasileiras, quer terminar de mapear o país com a inauguração,
até 2014, de dez hotéis econômicos, que devem consumir R$
150 milhões. Para este prazo
também estão previstos 12 empreendimentos quatro estrelas,
os quais exigirão desembolso
de pelo menos R$ 500 milhões.
“Mas para esta segunda fase
ainda precisamos encontrar investidores”, afirma Paulus.
Além das três novas bandeiras, o empresário também estuda abrir novos hotéis Saint An-
Guilherme Paulus, agora à frente da rede de hotéis GJP: um grande negócio para chamar de seu
drews, bandeira que já está em
operação em Gramado (RS). O
hotel, considerado de altíssimo luxo, é totalmente personalizado. Nele, o hóspede conta
com mordomo e motorista à
disponização. Cada uma das 11
suítes que compõem o empreedimento, com arquitetura inspirada em castelos escoceses,
possui decoração própria para
que o hóspede realmente sintase em casa. “Estamos testando
este formato. Já visitamos outras residências no Brasil onde
um empreendimento deste poderia ser instalado”, diz Paulus, sem dar mais detalhes sobre as próximas inaugurações
do formato.
O empresário admite que a
escolha de todos estes nomes
em inglês para os hotéis tem o
objetivo de uma futura expansão internacional. No entanto,
ele afirma querer reforçar sua
presença no Brasil para, só então, ganhar outros países. No
ano passado, a GJP faturou R$
100 milhões e deve fechar 2012
com alta de 17%. ■
Nomes em inglês preparam a rede para o mercado internacional
5 ESTRELAS
NEGÓCIOS E LAZER
4 ESTRELAS
NEGÓCIOS E LAZER
ECONÔMICO
NEGÓCIOS
Adega e cozinha gourmet que podem
ser reservadas pelo hóspede que
desejar cozinhar para convidados
Com serviço de quarto 24 horas, a marca
pretende levar serviço de qualidade a cidades
que não comportam um hotel 5 estrelas
Quarto de 20 metros
quadrados, cerca de 20% maior
do que a média da categoria
Fonte: empresa
Operadora revê planos
e deve abrir capital
ainda este ano
tá ligada à CVC que, hoje, detém cerca de 70% do mercado
nacional de turismo. O primeiro hotel foi comprado em 2005
A operadora de turismo CVC, da
para atender a demada da operaqual Guilherme Paulus é sócio
dora de viagem.
com uma participação de
A CVC foi a primeira agência
36,4%, deve retomar o plano de
brasileira a fretar aeronaves e
abrir capital ainda este ano. “Poa parcelar a venda de pacotes
de ser que o IPO aconteça no
turísticos com preços acessíquarto trimestre”, afirma o emveis para consumidores de dipresário, que também é dono
versos perfis. Atualmente, a
da GJP, rede de
rede conta com
hotéis com 14 em700 lojas espalhaA agência de
preendimentos
das pelo Brasil.
viagem deve
em operação.
Até o final deste
lançar um
Em fevereiro
ano, a CVC espedeste ano, a CVC
ra ter transportaprograma de
desistiu de sua
4 milhões de
fidelidade ainda do
oferta pública inituristas. O princieste ano
cial alegando conpal destino escodições de mercalhido por seus
do desfavoráveis.
consumidores é a cidade de PorPaulus também confirmou a
to Seguro. Em segundo lugar
intenção da CVC em lançar um
na preferência aparece Natal,
programa de fidelidade para
seguida por Fortaleza, Alagoas
seus clientes. “Os detalhes ese a região da Serra Gaúcha.
tão guardados a sete chaves”,
Paulus iniciou sua carreira
despistou. Durante evento realino turismo como agente de viazado ontem em São Paulo, o emgem na Casa Faro, em 1971. Alpresário anunciou o plano de exgum tempo depois foi convidapansão da GJP e admitiu que
do pelo deputado estadual Cargostaria de um sócio para sua
los Vicente Cerchiari para ser
empresa de hotelaria. “Estamos
sócio em uma agência. No iníabertos”. Outra possibilidade
cio, a empresa apostava em papara a expansão é passar a adocotes para atender às grandes
tar o sistema de franquias para
empresas instaladas na região
seus hotéis. A história da GJP esdo ABC Paulista. ■ C.E.
A CVC havia desistido de
operação no início do ano, por
conta do mercado desfavorável
18 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
EMPRESAS
Divulgação
NEGOCIAÇÃO
HIG Capital compra rede de idiomas Cel
Lep, com unidades em São Paulo e Minas
A companhia de investimentos HIG Capital anunciou ontem a compra da
Cel Lep Idiomas por um valor não revelado. A rede de ensino tem 17
escolas próprias em São Paulo e outras quatro licenciadas no Estado e em
Minas Gerais. A rede de idiomas terá Fernando Marques Oliveira, diretor da
HIG Brasil, como presidente do conselho. “O Brasil tem demanda crescente
por cursos de inglês de alta qualidade”, afirmou em comunicado. Reuters
Zelo inaugura oito lojas até o fim do
ano e prepara expansão em 2013
Henrique Manreza
vador, para cima não temos planejamento ainda, talvez a partir
de 2014 comecemos esse projeto”, estima.
Toda sobriedade nos planos de
Micheli Rueda
expansão se baseia no fraco [email protected]
sempenho do comércio varejista
Mesmo com o arrefecimento do
no primeiro semestre deste ano,
comércio varejista no início no
que contou com crescimento próano e o inverno que deixou a deximo a estabilidade e até taxas nesejar por falta de frio, a tradiciogativas. Em maio, as vendas no
nal rede de cama, mesa e banho
varejo recuaram 0,8%, sendo a
Zelo espera inaugurar mais oito
retomada observada em junho
lojas até o final de novembro,
(de 1,6%) e julho (1,4%), conforacompanhando o cronograma de
me dados do Instituto Brasileiro
ampliação e inauguração de node Geografia e Estatística (IBGE).
vos shoppings.
Tal cenário levou a Zelo revisar a
Serão cinco unidades em São
projeção de faturamento de 2012,
Paulo, uma no Rio de Janeiro,
passando de R$ 460 milhões para
uma em Belo Horizonte e uma
R$ 440 milhões. Ou seja, uma reem Salvador. Cada estabelecidução de aproximadamente 4%
mento exige investimento aproxinos ganhos. Em 2011, a rede fatumado de R$ 1 milhão.
rou R$ 380 milhões.
Neste ano, já foram abertas
O segmento de atuação da reduas lojas, uma em Brasília e oude, por sua vez, tem esboçado reatra em Uberlândia
ção. Segundo os úl(MG), totalizando
timos números do
O
tíquete
médio
50 unidades em
IBGE, a atividade
da ZeloNet
operação até o mode “Outros artigos
mento das 58 prede uso pessoal e doé de R$ 300,
vistas para 2012.
— no
mais que o dobro méstico”
A rede traça
qual está inserido
das unidades
seu plano de exo item cama, mesa
pansão com cautee banho — teve
convencionais
la. Para 2013, a Zecrescimento em julo tem dois contralho de 0,3% na
tos fechados e “muitas convermargem, mas acumula alta neste
sas”, como explica Mauro Raano (de 7,3%) superior a verificazuk, sócio-diretor da Zelo e filho
da em 2011 (4%). A melhora está
do fundador. A cidade de Londriancorada em outras variáveis econa, no Paraná, receberá sua prinômicas, como aumento da renmeira unidade em março. A ouda, estabilidade do emprego, jutra loja será inaugurada em Beros menores — que favorecem o
tim (MG) em abril.
financiamento —, além de estímuA previsão inicial é que sejam
los pontuais do governo.
abertas mais oito unidades no
De olho nas tendências
próximo ano, considerando os
Em meio século de atuação, a
dois contratos fechados.
Zelo diversificou seu portfólio
Quanto à expansão regional,
de produtos, e hoje se intitula
dada a concentração no Sudeste,
uma loja multimarcas. A produRazuk mantém o comedimento.
ção própria corresponde a 35%
“Nosso cronograma está até SalTradicional varejista do setor
de cama, mesa e banho aponta
recuperação nas vendas
NOVO CENÁRIO
RHI repensa
nova fábrica
no Brasil
Matérias-primas da unidade
ficaram mais caras com
imposto de importação maior
Georgina Prodhan e
Angelika Gruber, Reuters
Loja da Zelo: até o fim do ano rede terá 58 unidades pelo Brasil
do faturamento. Mensalmente,
são vendidos cerca de 900 mil
itens, sendo pouco mais de 300
mil peças fabricadas pela Zelo.
Outro diferencial da marca
foi aliar tradição e inovação. As
duas principais unidades em faturamento são, respectivamente, a filial do Brás — primeira
unidade da rede — e a loja virtual ZeloNet. “Essas duas lojas
têm faturamento campeão, acima ou próximo de R$ 20 milhões”, afirma Razuk. “Enquanto nas lojas convencionais o tíquete médio é de R$ 140, na loja
virtual é de R$ 300”, completa.
E as perspectivas para o comércio eletrônico são positivas. A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.
net) prevê que o faturamento
do setor encerre o ano acima de
R$ 22,5 bilhões. Apenas no pri-
meiro semestre, as vendas atingiram R$ 10,2 bilhões. “A ZeloNet tem tido um crescimento
significante, mas a logística no
Brasil ainda é um obstáculo.
Mas não só o faturamento é relevante, a publicidade que gera é
muito grande”, relata Razuk. O
e-commerce da Zelo opera há
mais de oito anos. Com forte tradição na produção de edredons,
a Zelo trabalha com tecidos nacionais e importados.
“A indústria brasileira é competente até certo nível. Acima
de 250 fios, por exemplo, o tecido tem que ser importado. Não
fabrica aqui”, aponta o sócio-diretor da Zelo. E a principal fonte para os tecidos mais sofisticados é a China, o país é “avançado neste setor tanto em matéria
de tecnologia quando no desenvolvimento de produtos”. ■
MPF investiga mina de ouro em Belo Monte
Jazida da canadense Belo Sun
Mining está em área já
impactada por hidrelétrica
O Ministério Público Federal
(MPF) de Altamira (PA) abriu
procedimento para investigar o
projeto Belo Sun Mining, que
planeja instalar uma mina de ou-
ro na Volta Grande do Xingu, ao
lado de uma área já impactada
pela usina hidrelétrica de Belo
Monte. “É muito preocupante
que o projeto não faça nenhuma
menção à sobreposição de impactos”, disse a procuradora da
República Thais Santi, que investiga o empreendimento, se-
gundo nota enviada pelo MPF
do Pará. Além disso, a procuradora questiona o fato de não
existir informações sobre os impactos aos indígenas
O MPF também enviou ofício
ao diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM), João Bosco Braga, re-
quisitando informações sobre
as licenças de exploração que a
empresa Belo Sun Mining Corporation tem na região do Xingu.
A empresa é uma junior mining
company canadense, com um
portfólio de ativos no Brasil, segundo o site da própria companhia. ■ Agência Estado
A fabricante austríaca de produtos anti-incêndio RHI está repensando seus planos de uma nova fábrica no Brasil após o país
ter aumentando os impostos de
importação e introduzido medidas antidumping para proteger
as fábricas nacionais e reanimar
a economia brasileira.
A RHI havia anunciado, um
ano atrás, que estava investindo
¤ 85 milhões (US$ 112 milhões) para construir uma fábrica em Queimados (RJ), que entraria em operação no terceiro trimestre de
2013. Essa fábrica, que teve aprovação do governo no segundo trimestre deste ano, importaria algumas matérias-primas necessárias para produção.
“Não podemos manter nosso
plano na forma original à luz do cenário alterado e mais oneroso. No
entanto, estamos agindo rápida e
flexivelmente com sucesso a longo prazo em mente”, disse o presidente-executivo, Franz Struzl.
O Brasil adotou mais de uma
dúzia de medidas de estímulo desde o desaquecimento da economia no fim de 2011, entre elas, aumento de tarifas sobre 100 produtos importados para proteger as
fábricas brasileiras. As alíquotas
foram elevadas para em média
25%, atendendo a decisão tomada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) e ficando abaixo do
teto de 35% fixado pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
Uma segunda lista com mais
100 produtos que também terão
o imposto de importação elevado
sai em outubro. A fábrica da RHI
foi planejada para produzir 60
mil toneladas por ano, das quais
mais da metade iria para o mercado local e o restante para outros
países da América do Sul. ■
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 19
Divulgação
DESEMPENHO
Preço do petróleo leva Qatar Airways a
um pequeno prejuízo no último ano fiscal
A companhia aérea Qatar Airways teve um pequeno prejuízo líquido no
ano fiscal encerrado em março, devido aos altos preços de petróleo, disse
seu presidente-executivo. “Nós tivemos um pequeno prejuízo devido ao
grande aumento nos preços de petróleo”, disse Akbar al-Baker. "Os
ganhos no nível de Ebitda foram 47% mais altos que o ano anterior, mas
em uma base líquida, tivemos uma pequena perda”, se limitou a dizer.
Companhias japonesas decidem
suspender produção na China
Onda antinipônica faz empresas como Honda e Mazda paralisarem unidades para evitar depredação
Kiyoshi Ota/Bloomberg
não-essenciais à China.
A Mazda vai suspender por
quatro dias a produção de veícuGrandes empresas japonesas
los da sua fábrica de Nanjing,
anunciaram ontem o fechamento
operada em sociedade com a
de fábricas na China e orientaram
Chongqing Changan Automobifuncionários estrangeiros a não
le e com a Ford.
saírem de casa por causa dos proA Panasonic disse que uma fátestos motivados por uma dispubrica sua permanecerá fechada
ta territorial entre os dois países.
hoje, depois de sofrer uma saboOs protestos do fim de sematagem de empregados chineses.
na tiveram como alvo missões
A Canon vai interromper a prodiplomáticas japonesas e tamdução de eletrônicos em três
bém lojas, restaurantes e condas suas quatro fábricas na Chicessionárias de veículos em pena hoje, e a empresa aérea ANA
lo menos cinco cidades. A Toyorelatou ter tido um grande núta e a Honda disseram que incenmero de cancelamentos em
diários causaram graves danos
voos da China para o Japão.
às suas revendas
Esta terça-feina cidade portuára marca o aniverA Canon optou
ria de Qingdao.
do início da
por interromper sário
A Toyota disse,
ocupação japoneprodução de
no entanto, que
sa de 1931 em parsuas fábricas e estes da China.
eletrônicos em
critórios funcioA China vem
território chinês registrando
navam normalseu
por três dias
mente ontem, e
maior surto de
que seus empregasentimento antidos japoneses não foram retiranipônico das últimas décadas.
dos da China. Já a Honda anunNo fim de semana, houve maniciou que vai suspender sua profestações e ataques contra grandução no país hoje e quarta-feides empresas japonesas, como
ra. A Fast Retailing, maior rede
as montadoras Toyota e Honda.
asiática de varejo de moda, disJaponeses radicados na China
se que fechou algumas unidase esconderam, assustados, e a
des da marca Uniqlo da China.
imprensa estatal chinesa alertou
A rede de supermercados Separa riscos às relações comerven & I Holdings decidiu interciais entre as duas maiores econoromper o funcionamento de 13
mias asiáticas. China e Japão tivesupermercados e 198 lojas de
ram um comércio bilateral de
conveniência na China. A
US$ 345 bilhões no ano passado.
Sony desaconselhou viagens
Hong Lei, porta-voz da chanKazunori Takada e Chris Buckley
Reuters
A fabricante Toyota preferiu manter a unidade na China em produção, apesar dos riscos
celaria chinesa, disse que o governo vai proteger as empresas japonesas, e que os manifestantes precisam respeitar as
leis. “As consequências gravemente destrutivas da aquisição ilegal das ilhas Diaoyu estão emergindo firmemente, e
a responsabilidade por isso de-
ve ser arcada pelo Japão.”
O Japão irritou o governo chinês ao nacionalizar as ilhas do
mar do Leste da China, disputadas há décadas entre os dois países e também por Taiwan. O Japão chama o arquipélago de
Senkaku. O governo japonês nacionalizou as ilhas para evitar
que o governador nacionalista
de Tóquio as adquirisse e construísse instalações, o que irritaria ainda mais o governo chinês.
Em resposta à decisão do Japão, a China enviou seis navios
militares de patrulha à região,
que contém reservas de gás potencialmente enormes. ■
Linus Hook/Bloomberg
Electrolux diz que crise está
se espalhando pela Europa
Desaquecimento da economia da
zona do euro começa afetar venda
de eletrônicos em outros países
Reuters
[email protected]
McLoughlin, da Electrolux: demanda fraca na Europa Ocidental
O mercado europeu para os
eletrodomésticos da Electrolux está sentindo o desaquecimento da economia, que vem
se espalhando dos países do
sul em crise para outras regiões do continente, disse o
presidente-executivo da fabricante sueca, ontem.
“A demanda na Europa Ocidental em particular tem sido fraca e continua a ficar mais fraca.
A fraqueza do sul europeu está se
espalhando para o centro e o norte da Europa. As regiões central e
norte da Europa ainda estão crescendo, mas a um ritmo menor”,
disse Keith McLoughlin.
O grupo, segundo maior fabricante de eletrodomésticos depois da norte-americana Whirlpool, prevê que a demanda na
América do Norte ficará mais
próxima do piso de sua expectativa de entre estabilidade e queda de 2%. “Precisamos começar a ter demanda muito boa para ficarmos dentro dessa faixa”,
acrescentou. ■
20 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 21
22 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
EMPRESAS
Andre Penner
SEGURANÇA
Brasileiro avalia em mais de R$ 200 mil
o valor total de seu patrimônio digital
Estudo da americana McAfee revelou que o valor médio atribuído
ao “patrimônio digital” dos brasileiros, ou seja, conteúdo guardado
em vários de seus dispositivos digitais, é de R$ 238.826,00.
De acordo com a pesquisa, os entrevistados indicaram que 38% dos
seus arquivos são insubstituíveis mas, apesar disso, 14% apontaram
que não usam uma solução de segurança em todos os dispositivos.
Marcela Beltrão
Fusão entre EADS
e BAE depende
de crivo da UE
Acordo deve incluir a emissão
de golden shares para Inglaterra,
Alemanha e França
Caito Maia, fundador da empresa em 1997, continua com o capital majoritário
Chilli Beans vende
30% de seus ativos
ao fundo Gávea
Negócio faz parte do plano da companhia para elevar os
investimentos e a expansão da marca dentro e fora do Brasil
Juliana Ribeiro
[email protected]
Prestes a completar 15 anos, a
marca de acessórios Chilli Beans
anuncia a venda de 29,82% de
seus ativos para o fundo de investimentos Gávea, do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
A companhia, fundada em
1997 por Caito Maia, segue com
o empresário na presidência e
com a fatia majoritária da empresa. Em nota divulgada ontem, o executivo explica que o
objetivo do negócio é permitir
mais investimento na companhia, com foco na expansão da
marca no Brasil e no exterior.
O valor acertado na negociação não foi divulgado por nenhuma das partes. Sabe-se
apenas que Maia e Fraga negociaram pessoalmente a compra. Com a compra efetivada,
o fundo passa a integrar imediatamente o conselho administrativo da marca.
A Chilli Beans é uma das
principais marcas de acessórios do país. Seu modelo de negócio, consolidado sobre franquias, tem cerca de 450 lojas
no Brasil, Portugal, Angola, Estados Unidos e Colômbia. A
companhia fechou 2011 com faturamento de R$ 284 milhões.
Para este ano, a previsão é aumentar o rendimento em 35%.
Cerca de 70% da produção
de óculos, relógios e outros
acessórios da marca são produzidos na China. O restante é fabricado no Brasil.
O mercado brasileiro de ópticos passa por um bom momento. Segundo Bento Alcoforado,
presidente da Associação Brasileira da Indústria Óptica — Abiópti-
O valor acertado na
negociação não foi
divulgado por
nenhuma das partes;
fundo passa a
integrar conselho
ca, o setor tem grande potencial
de crescimento para os próximos anos. “Essa negociação entre Chilli Beans e Gávea reflete
esse potencial de expansão e novos negócios”, diz.
Ele explica que muitas multinacionais já demonstram interesse em entrar no Brasil ou expandir sua atuação por aqui. Como exemplo, lembra o caso da
Luxóttica, empresa italiana,
que produz marcas como Armani, Oakley e Ray-Ban. A companhia se mantinha no mercado
brasileiro como distribuidora,
desde os anos 90, até que no final de 2011, decidiu comprar a
Technol, fabricante de Campinas (SP), para manter parte de
sua produção no país.
Outro ponto destacado por
Alcoforado é a mudança de visão sobre o uso de óculos. Segundo ele, há duas décadas, as
pessoas se sentiam desconfortáveis em usar o produto. “Mas
hoje ele se tornou um acessório,
combina com o estilo de vida e
de se vestir da pessoa”, diz. ■
O plano de emitir golden shares
(ações com direitos especiais)
relativas à empresa resultante
de uma possível fusão da EADS
e da BAE Systems para França,
Reino Unido e Alemanha será
atentamente examinado por reguladores da União Europeia,
que se preocupam com seu impacto sobre a competição e o fluxo livre de capitais ao longo do
bloco monetário de 27 países.
Embora as leis da UE permitam a emissão de golden shares,
com o objetivo proteger empresas em questões de segurança
nacional, a Comissão Europeia
tem relutado em aprová-las.
A fusão discutida entre EADS, presidida por Louis Gallois,
e BAE Systems criaria a maior
companhia aeroespacial e de
defesa do mundo, com vendas
combinadas de US$ 93 bilhões
de produtos incluindo jatos Airbus, aeronaves de guerra
Typhoon e submarinos nucleares. “ A Comissão Europeia tem
se mostrado bastante relutante
em aprovar a emissão de golden shares. O que você está exigindo é mais do que permitem
os estatutos empresariais”, disse o jurista Michael Schuette,
do Schuette Law.
“Acredito que as companhias
poderiam propor concessões para aliviar quaisquer preocupações da Comissão Europeia”,
disse Schuette. Negociadores
envolvidos na elaboração do
acordo também poderiam deixar claro que os direitos de veto
do governo somente seriam
exercidos sob condições rígidas, disse um advogado antitruste. “Os termos de veto teriam de ser definidos sob condições muito estreitas”, disse ele.
Barreiras
Fontes próximas ao acordo disseram que as ações especiais
concedidas ao Reino Unido, à
França e à Alemanha sob o acordo permitiriam aos países impedir que um acionista obtivesse
uma participação com direito
de voto de mais de 15% da companhia, por motivos de segurança — a empresa desenvolve e comercializa itens de defesa para
diversos países. Uma barreira
semelhante já existe no estatuto da BAE Systems.
Os documentos da BAE proíbem que um estrangeiro ou um
grupo de estrangeiros controlem mais de 1% dos votos de
acionistas. Uma alteração só pode ser realizada sob aprovação
do governo britânico. O tratado
da UE permite que países tomem medidas para proteger o
comércio de “armas, munição e
produtos bélicos” sob a condição de que isso não “tenha efeitos adversos sobre as condições
de competição no mercado interno em relação a produtos
que não têm fim especificamente militar”. ■ Reuters
Michele Tantussi/Bloomberg
Gallois, da EADS: potência mundial com vendas de US$ 93 bilhões
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 23
Murillo Constantino
AVIAÇÃO
Líbano Barroso, vice-presidente da TAM,
deixa a companhia após oito anos
Líbano Barroso, que foi presidente da TAM Linhas Aéreas de outubro
de 2009 a fevereiro deste ano, deixou a companhia para “se dedicar a
outros desafios”, segundo a empresa. Ele Ingressou na TAM em maio de
2004, ocupando os cargos de vice-presidente de finanças, gestão e TI
e de diretor de relações com investidores. Também acumulou, entre de
2009 a 2010, a função de diretor-presidente da Multiplus Fidelidade.
Dupla Winklevoss investe
em concorrente do Facebook
Jonathan Fickies/Bloomberg
Dupla investiu US$ 1
milhão na SumZero,
rede social fundada por
ex-alunos de Harvard
Reuters
[email protected]
Os gêmeos Winklevoss, conhecidos por sua batalha judicial
contra Mark Zuckerberg sobre
a criação do Facebook, investiram na SumZero, uma companhia de rede social destinada a
investidores profissionais, informou a publicação The Wall
Street Journal.
Tyler e Cameron Winklevoss
investiram US$ 1 milhão na SumZero, fundada pelos ex-alunos da Universidade Harvard
Divya Narendra e Aalap Mahadevia em 2008, segundo o jornal. Narendra era aliado dos irmãos Winklevoss durante o processo contra o Facebook, que
rendeu aos gêmeos um acordo
avaliado em US$ 65 milhões em
dinheiro e ações em um momento em que a companhia era avaliada em US$ 15 bilhões. Atualmente, o valor de mercado do
Facebook é de US$ 47 bilhões.
Gêmeos Winklevoss: disputa com Zuckerberg pelo Facebook
Em fevereiro, os irmãos criaram a Winklevoss Capital como
veículo para investirem sua fortuna pessoal. O primeiro investimento deles, em junho, foi a Su-
Os irmãos também
criaram a Winklevoss
Capital como veículo
para investirem
sua fortuna pessoal,
superior a US$ 65 mi
mZero, que reúne investidores para partilhar ideias e relatórios de
investimento, segundo o jornal.
O site SumZero tem atualmente 7.500 membros e tem paralelos com as primeiras versões do Facebook, incluindo exclusividade. A SumZero define
os membros como grupos de
profissionais de investimento
em fundos de hedge, fundos mútuos e firmas de private equity.
Analistas da ponta vendedora,
como os de bancos de Wall
Street não são permitidos. ■
Apple vende 2 milhões do novo
iPhone em apenas 24 horas
Beck Diefenbach/Reuters
Expectativa é que até o final
do ano, a Apple tenha vendido
30 milhões de aparelhos
Reuters
[email protected]
A AT&T, segunda maior operadora de telefonia celular dos Estados Unidos, atingiu recorde
de vendas no fim de semana
com o iPhone 5, a versão do celular inteligente da Apple mais
bem-sucedida entre as que a
operadora já ofereceu.
A companhia não especificou quantos iPhones 5 vendeu,
mas disse que o smartphone
ainda está disponível para prévenda e que chegará às suas lojas em 21 de setembro.
Separadamente, a Apple informou que as pré-vendas do
iPhone 5: corrida às lojas
aparelho superaram 2 milhões
de unidades nas primeiras 24
horas de oferta do produto. Segundo a empresa, a demanda
pelo smartphone superou o estoque inicial. A maioria das entregas será feita em 21 de setembro, mas uma grande parte delas está agendada para outubro.
É comum os produtos da Apple esgotarem logo no primeiro
dia. Os pedidos do iPhone 4S, o
último modelo do aparelho que
a companhia lançou antes da
morte de Steve Jobs, passou de
1 milhão de unidades em 24 horas, superando as 600 mil em
um dia do iPhone 4.
A Apple tinha dito que começaria as entregas do aparelho
em 21 de setembro nos Estados
Unidos, Reino Unido, França,
Alemanha e alguns outros países e que chegaria a 100 até o
fim do ano.
Analistas previram que até o
fim de setembro a Apple já terá
vendido mais de 30 milhões de
iPhones, incluindo os modelos
antigos. O aparelho responde
por mais da metade da receita
da fabricante. ■
CENTRAIS ELÉTRICAS
MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT
CNPJ/MF nº 03.467.321/0001-99 - NIRE nº 51.300.001.179
Companhia Aberta
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS DA
3ª EMISSÃO PÚBLICA DE DEBÊNTURES NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES DA
CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT
REALIZADA EM 16 DE AGOSTO DE 2012
1. Data, Hora e Local: 16 de agosto de 2012, às 16h00, na sede da Centrais Elétricas Matogrossenses
S.A. - CEMAT (“Emissora” ou “Companhia”), localizado na cidade de Cuiabá, Estado de Mato
Grosso, na Rua Manoel dos Santos Coimbra, nº 184. 2. Convocação: Dispensada, nos termos do
§ 2º, do art. 71, combinado com o § 4º, do art. 124, ambos da Lei nº 6.404/76. 3. Presença:
Debenturistas representando a totalidade das debêntures emitidas, conforme assinaturas apostas no
Livro de Presença de Debenturistas. Também estavam presentes na assembleia os representantes
da Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Agente Fiduciário”) e representantes
da Companhia. 4. Mesa: Os debenturistas elegeram como Presidente da Mesa o Sr. Rinaldo Rabello
Ferreira, que convidou a Sra. Maria Estela Ferraz de Campos para atuar como secretária. 5. Ordem
do Dia: Deliberação sobre (i) a aquisição facultativa, pela Companhia, de 64 (sessenta e quatro)
debêntures da 3ª Emissão de Debêntures da Companhia (“Debêntures Recompradas”), nos termos
aprovados pela Assembleia Geral de Debenturistas realizada em 16 de julho de 2012, (ii) o
cancelamento das debêntures adquiridas pela Companhia nos termos do item anterior, (iii) a
alteração do Instrumento Particular de Escritura de Emissão Pública de Debêntures Não Conversíveis
em Ações da Terceira Emissão, datado de 1º de abril de 2011 (“Escritura de Emissão”), aditado em
18 de abril de 2011, (iv) a alteração do Instrumento Particular de Constituição de Cessão Fiduciária
de Direitos Creditórios em Garantia (“Cessão Fiduciária”), com o objetivo de (a) adaptá-la aos termos
do item (iii), acima, bem como de (b) estender seus efeitos às Cédulas de Crédito Bancários emitidas
pela Companhia em favor do Banco Itaú BBA S.A. e do Banco Santander (Brasil) S.A. nos termos
aprovados pela Reunião do Conselho de Administração da Companhia realizada em 13 de agosto de
2012 e pela Assembleia Geral de Debenturistas realizada em 16 de julho de 2012 (“CCBs”), (v) as
minutas dos instrumentos contratuais necessários à formalização das CCBs, da alteração à Escritura
de Emissão das Debêntures e da alteração à Cessão Fiduciária, a serem aprovadas pelos presentes,
que, uma vez aprovadas, ficarão arquivadas na sede da Companhia, bem como o momento de
assinatura dos referidos instrumentos, (vi) as condições de eficácia relativas às deliberações da
“ordem do dia” constantes dos itens (i) a (v) acima, e, finalmente (vii) a extensão, até o dia 20 de
agosto de 2012, do prazo para o encerramento dos efeitos, perante a Companhia, a Rede
Energia S.A. e a 3ª Emissão de Debêntures da Companhia, dos compromissos assumidos no Termo
de Assunção de Obrigações de Não Fazer Sob Condição Suspensiva e Resolutiva e Outras Avenças
firmado entre a Companhia, a Rede Energia S.A. e diversos de seus credores financeiros em 16 de
abril de 2012, conforme aditado pela primeira vez em 6 de junho de 2012 e pela segunda vez em 6
de julho de 2012 (“Standstill”), ao qual os debenturistas aderiram, conforme deliberação tomada em
assembleias geral de debenturistas realizadas nos dias 6 de julho de 2012 e 16 de julho de 2012.
6. Deliberações: Os Debenturistas representantes da totalidade das Debêntures emitidas
aprovaram, por unanimidade, observadas as Condições Suspensivas mencionadas no item 8 abaixo:
i) a aquisição facultativa, pela Companhia, das Debêntures Recompradas sendo 34 (trinta e quatro)
de titularidade do Banco Itaú BBA S.A. e 30 (trinta) do Banco Santander (Brasil) S.A. O Banco
Standard de Investimentos S.A., por meio deste ato, não se opõe à aquisição facultativa da totalidade
das Debêntures de titularidade do Banco Itaú BBA S.A. e do Banco Santander (Brasil) S.A. nos
termos aqui descritos, concordando também em permanecer como o único Debenturista
remanescente na 3ª Emissão. Para fins dessa deliberação, o Banco Itaú BBA S.A. e o Banco
Santander (Brasil) S.A. se comprometem a tomar todas as medidas sob sua responsabilidade para
que a venda das Debêntures Recompradas de suas titularidades seja devidamente efetivada e
formalizada (“Aquisição Facultativa”); ii) o cancelamento das Debêntures Recompradas em até 01
(um) dia útil após a Aquisição Facultativa Companhia; iii) a alteração da Cessão Fiduciária, com as
alterações que lhe são conferidas no aditamento da Cessão Fiduciária (“Aditamento à Cessão
Fiduciária”), substancialmente nos termos das minuta aprovada pelos presentes e que se encontra
arquivada na sede da Companhia e que passará a garantir não somente a dívida representada pelas
Debêntures, mas também as dívidas representadas pelas CCBs; iv) a alteração da Escritura de
Emissão, mediante a celebração do Segundo Aditamento ao Instrumento Particular de Escritura de
Emissão Pública de Debêntures Não Conversíveis em Ações da Terceira Emissão (“Segundo
Aditamento da Escritura de 3ª Emissão”), exclusivamente nos termos da minuta aprovada pelos
presentes e que se encontra arquivada na sede da Companhia; v) a aprovação das minutas dos
instrumentos contratuais que formalizam as CCBs, o Segundo Aditamento da Escritura de 3ª
Emissão e o Aditamento à Cessão Fiduciária, substancialmente nos termos aprovados pelos
presentes, que se encontram arquivadas na sede da Companhia, e que deverão ser assinadas por
todas as partes signatárias nela indicadas em até 3 (três) dias úteis contados da data de obtenção da
autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL (“ANEEL”) para a formalização do
Aditamento à Cessão Fiduciária, exceto pela Companhia, que deverá assinar o Aditamento da
Escritura de 3ª Emissão e o Aditamento à Cessão Fiduciária em até 01 (um) dia útil contado da data
de obtenção da referida autorização da ANEEL; vi) a extensão, até o dia 20 de agosto de 2012, por
meio da assinatura da presente ata de assembleia geral de debenturistas, do prazo para o
encerramento dos efeitos, perante a Companhia, a Rede Energia S.A. e a 3ª Emissão de Debêntures
da Companhia, dos compromissos assumidos no Standstill, exceto com relação ao disposto no item
7 abaixo, e, como consequência: (a) autorizar o Agente Fiduciário a, até o dia 20 de agosto de 2012
(inclusive), não realizar (ou a suspender, conforme o caso) quaisquer procedimentos judiciais ou
extrajudiciais relativos à cobrança de valores devidos aos debenturistas (ou que venham a ser
devidos até tal data) pela Companhia em decorrência das disposições contidas em quaisquer
documentos relativos à 3a Emissão de Debêntures da Companhia, como consequência da adesão da
referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo no caso de a Companhia
descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; (b) autorizar o Agente Fiduciário a, até o dia 20
de agosto de 2012 (inclusive), não decretar (ou a não iniciar procedimentos para a decretação de)
vencimento antecipado da 3a Emissão de Debêntures da Companhia, em razão da adesão da
referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo no caso de a Companhia
descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; (c) determinar ao Agente Fiduciário que, sem a
necessidade de convocação de AGD, nos termos da cláusula 8.6.1 da Escritura de Emissão, declare
antecipadamente vencidas as Debêntures e passe a tomar todas e quaisquer medidas necessárias
à excussão da Cessão Fiduciária constituída através do Instrumento Particular de Cessão Fiduciária,
em caso de descumprimento pela Companhia de qualquer obrigação prevista no Standstill até o dia
20 de agosto, descumprimento este que poderá ser informado pela Companhia ou por qualquer um
dos Debenturistas ao Agente Fiduciário. 7. Retenção: Fica estabelecido, entretanto, que a extensão
dos compromissos assumidos no Standstill, conforme item (vi) das deliberações acima, não se
aplicará à autorização ao Agente Fiduciário e o Itaú Unibanco S.A., este último na qualidade de
Banco Centralizador nos termos da Cessão Fiduciária a não realizar a retenção ou não autorizar a
realização de retenção, de quaisquer recebíveis da Companhia que tenham sido entregues em
garantia das obrigações assumidas nos termos da 3a Emissão de Debêntures, de modo que as
retenções previstas na Cessão Fiduciária, conforme aditada, sejam efetivadas nos termos lá
estabelecidos. Para fins de esclarecimento, o valor total retido na conta vinculada não deverá superar
o valor da parcela que seria originalmente devida em 7 de setembro de 2012 caso os pagamentos de
junho, julho e agosto tivessem sido realizados regularmente. 8. Condições Suspensivas: A eficácia
dos itens (i) a (v) acima é condicionada, nos termos do artigo 125 do Código Civil, à verificação, até
o dia 20 de agosto de 2012, da anuência da ANEEL com relação ao Aditamento à Cessão Fiduciária
mencionado no item (iv) acima , nesse caso, desde que respeitadas as condições previstas nas
CCBs, no Segundo Aditamento da Escritura de 3ª Emissão e no Aditamento à Cessão Fiduciária
(“Condição Suspensiva”). Enquanto a Condição Suspensiva acima não for verificada, todos os
termos e condições originalmente pactuados na Escritura de Emissão e na Cessão Fiduciária
permanecerão válidos e eficazes, sem qualquer alteração, não sendo afetada sua natureza de título
executivo extrajudicial, nem gerando qualquer direito ou obrigação adicional aos atualmente
existentes para os debenturistas ou para a Companhia. 9. Obrigações da Companhia: A Companhia
neste ato se compromete a: (A) cumprir os prazos a ela estipulados na deliberação (v) acima; (B)
efetuar a Aquisição Facultativa estipulada na deliberação (i) acima; (C) efetuar o cancelamento das
Debêntures Recompradas em até 01 (um) dia útil após a Aquisição Facultativa. 10. Encerramento:
Nada mais havendo a ser tratado, apos ter sido oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso
e, ninguém se manifestando, foram encerrados os trabalhos e suspensa a Assembleia pelo tempo
necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, conferida, aprovada e por
todos assinada. Cuiabá, 16 de agosto de 2012. Presidente: Rinaldo Rabello Ferreira. Secretária:
Maria Estela Ferraz de Campos. Debenturistas: Banco Itaú BBA S.A., neste ato representado por
Maria Estela Ferraz de Campos; Banco Standard de Investimentos S.A., neste ato representado por
Eduardo Augusto Salgado Felipe; Banco Santander (Brasil) S.A., neste ato representado por Livia
Salaro; Agente Fiduciário: Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., neste ato
representado por Rinaldo Rabello Ferreira; e Companhia: Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. CEMAT, neste ato representada por Carmem Campos Pereira e José Carlos Santos. Declaro que a
presente ata é cópia fiel da lavrada no livro próprio. Rinaldo Rabello Ferreira - Presidente; Maria
Estela Ferraz de Campos - Secretária. JUCEMAT nº 20120961857, em sessão de 31/08/2012. João
Gilberto Calvoso Teixeira - Secretário Geral.
24 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
ENCONTRO DE CONTAS
1
R$ bi
é o quanto deve movimentar
em negócios a 2ª edição
da Expoind, que ocorre
de 27 a 29 de novembro
no Pavilhão de Exposições
do Parque Wet’n’Wild.
FÁBIO SUZUKI
[email protected]
Eduardo Lopes
De olho nas Fan Fests
Reforçada com as recentes aquisições das
agências Panda (digital) e PlayBook (shows
e entretenimento), a Holding Clube entra em
campo para brigar pela realização das Fan Fests,
eventos da Fifa que ocorrerão durante a Copa
do Mundo 2014. A empresa já iniciou conversas
com os Comitês de cidades sedes do Mundial e a
expectativa é conseguir a realização dos eventos
nas principais praças do país durante o torneio.
“Vamos focar nas cidades que fazem sentido para
nossos clientes”, diz Marcel Sacco, CEO do grupo
que detém oito empresas atualmente e cuja receita
neste ano deve fechar em torno de R$ 255 milhões.
Por conta do envolvimento das Prefeituras nos
eventos, a definição das empresas reponsáveis
pelas Fan Fests só deve ocorrer após as eleições.
GIRO RÁPIDO
Seguro para celulares
FRASE
Por conta do alto número de assaltos, os usuários de
celulares do eixo Rio-São Paulo têm adquirido seus
aparelhos com seguro contra roubo e furto. A TIM
registrou alta de 300% na compra do serviço desde
janeiro; hoje metade dos aparelhos já sai segurada.
“É um furo e um furo
grande... eu não
tive a menor hesitação
em publicá-las”
Alfonso Signorini,
Primeiro encontro
Marcel Sacco, CEO da Holding
Clube: festas durante a Copa
O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda,
sentará ao lado de empresários pela primeira vez desde
que assumiu o banco. O encontro, que ocorre na
próxima segunda, dia 24, faz parte do Almoço-Debate
realizado pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais.
Rio Plaza passa a se chamar Casa & Gourmet Shopping
Bate-papo semanal
Com diversos estabelecimentos de decoração e gastronomia ao longo de seus corredores,
o Rio Plaza Shopping, em Botafogo, no Rio de Janeiro, passa a se chamar Casa & Gourmet
Shopping. Além da mudança de nome, o centro de compras administrado pela BR Malls
também passou por diversas reformas em sua fachada, novo projeto de iluminação e
adoção de uma nova identidade visual em investimentos que somam R$ 1,5 milhão.
Com 3 milhões de visitas por mês, o ZAP Imóveis
criou um chat em sua página no Facebook para tirar
dúvidas e dar dicas de reforma e construção. Nas
tardes de quarta-feira, um profissional reconhecido
da área estará à disposição de seus clientes.
editor da revista Chi, sobre a
publicação das fotos de Kate
Middleton fazendo topless.
Divulgação
Coca-Cola convoca torcedor para
escolher nome do mascote da Copa
Ação da marca de refrigerantes vai distribuir ingressos e tatus-bola de pelúcia, símbolo do Mundial de 2014
Gabriela Murno
[email protected]
O Morro dos Macacos, na Zona
Norte do Rio, recebeu ontem a
primeira aparição pública do
mascote da Copa do Mundo de
2014, o simpático tatu-bola. O
evento, promovido pela CocaCola, patrocinadora oficinal da
competição, deu início à segunda etapa da campanha para promover o anfitrião dos jogos, chamada de “O Mascote é Nosso”.
Na ação, que inclui a veiculação de vídeo em rede nacional,
os brasileiros serão chamados
pelo apresentador Luciano Huck a escolher o nome do mascote, dentre as opções sugeridas
pela Fifa (Amijubi, Fuleco ou Zuzeco). Até o fim de novembro,
os torcedores podem votar por
meio do site oficial da Coca-Cola e concorrer a oito pares de ingressos para os jogos da Seleção
Brasileira em Fortaleza e em Brasília, na primeira fase do Mundial, além de cinco mil mascotes de pelúcia. Para isso, é preciso fornecer códigos promocionais encontrados nos produtos.
“Nossa campanha está centrada na participação de grande
parte da população brasileira
na Copa do Mundo. Na primeira fase, as pessoas mandaram
dicas para o mascote, que
aprendeu a dançar funk. Agora
vamos dar oportunidades às
pessoas de escolherem seu nome”, explicou Michel Davidovich, vice-presidente e gerente
geral da Coca-Cola Brasil para a
Copa do Mundo de 2014.
Além disto, o tatu-bola começa a viajar pelo Brasil nesta
semana. Já estão confirmadas
as visitas em estabelecimentos
comerciais de São Paulo, neste
fim de semana, e de Porto Alegre, no início da semana que
vem. Também serão instalados
bonecos infláveis do mascote
em algumas cidades brasileiras.
“A ideia é que o mascote esteja
o mais próxima possível da população, interagindo de forma
física ou digital”, disse Davidovich. As pessoas podem ainda
continuar a propor novas “brasi-
QUAL O NOME DO MASCOTE? Votação deve ser feita pelos sites da Coca-Cola e da Fifa
AMIJUBI
União das palavras “amizade” e “júbilo”, duas
características que refletem a maneira de ser dos
brasileiros, segundo a Fifa
FULECO
Mistura das palavras “futebol” e “ecologia”,
dois componentes fundamentais da Copa do
Mundo de 2014
ZUZECO
Formado pelas palavras “azul” e “ecologia”
Fontes: empresa e Fifa
lidades” ao mascote na página
da Coca-Cola no Facebook.
“Ele já pode ser visto dançando
e jogando capoeira”. A companhia será ainda responsável por
um dos centros de recrutamento de voluntários, como também escolherá os gandulas dos
jogos, selecionará as crianças
que vão carregar as bandeiras
antes das partidas e trará a taça
do último Mundial para o Brasil.
Patrocinadora da Copa do
Mundo desde 1978, a Coca-Cola
ainda não está com a estratégia
de marketing para a competição de 2014 totalmente definida, mas o foco serão ações sociais, como desenvolvimento
das comunidades, reciclagem e
estímulo à vida ativa. “Nossas
principais ações são sociais, porque é um legado que fica para
depois da Copa. Teremos uma
comunicação intensa nos próximos dois anos, voltada principalmente para a competição”,
disse o executivo, sem revelar
quanto a companhia investirá
no patrocínio. Até 2016, a empresa investirá R$ 14 bilhões em
marketing no Brasil, 50% a
mais do que foi investido nos
quatro anos anteriores. ■
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 25
26 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
CRIATIVIDADE & MÍDIA
19
milhões
Editado por: Patrícia Nakamura [email protected]
Seara investe em publicidade
no mercado internacional
Carolina Marcelino
[email protected]
As exportações da Seara para o
Oriente Médio representaram
23,8% da receita da marca no
segundo trimestre de
2012. Para fidelizar ainda mais os consumidores, a empresa têm investido em campanhas
publicitárias em Abu
Dhabi e Dubai, nos Emirados Árabes, há pelo
menos três anos. Neste
ano, a empresa escolheu
o Ramadã, mês sagrado
dos muçulmanos- que
ocorreu em julho-, para
realizar a ação.
De acordo com o diretor de marketing da Seara, Antônio Zambelli, a
campanha foi pautada
pelo Brasil e criada e produzida por uma agência
de Dubai. “Desta forma,
nós asseguramos que os
aspectos religiosos e culturais sejam respeitados”, disse Zambelli.
O amarelo e o verme-
lho foram as cores principais
da campanha para lembrar o
entardecer do dia, que é quando as pessoas podem se alimentar neste mês. Além disso, a imagem da mulher não é
usada na ilustração, já que na
cultura muçulmana, é o homem que tem o costume de ir
às compras.
Em 2010, a Seara desenvolveu um filme para a TV. Já neste ano a campanha se liFotos: divulgação
mitou a ações nos pontos de vendas e a outdoors, já que o grande
investimento foi na mídia impressa. “A cada
ano queremos fazer uma
coisa diferente e ampliar
a nossa participação de
marketing nesses lugares”, contou o diretor.
Com o intuito de expandir ainda mais no exterior, Zambelli confessou que o maior desafio é
fazer campanha publicitárias para o mercado russo. “Apesar de eles terem
hábitos ocidentais, eles ficam no meio do caminho
no mapa”, declarou.
Aqui no Brasil, a Almap é a agência parceira
da Seara, que já está se
preparando para as campanhas do Natal. ■
Decolar.com lança ação
com 10 celebridades
...GEISA BONFIETTE
Itaipava lança campanha
por um Brasil “perfeito”
A Y&R é a responsável pela nova
campanha da Itaipava: “ReBrasil”.
O objetivo da ação é reforçar que
a cerveja “100%” já existe e que
agora é hora de criar o Brasil
perfeito. Para isso, foram usadas
técnicas de animação 3D. Além
do filme para a TV, há também
um aplicativo para Facebook.
Arisco ganha versão para
receitas com carne moída
A Unilever Food Solutions, divisão
da companhia para o mercado
food service, lançou o tempero
“Arisco Rende Mais”. O produto
promete aumentar o rendimento
das receitas com carne moída
em até 50%. A novidade
chega ao mercado este mês.
NO MUNDO DIGITAL
Café com gostinho da vida
Nivea faz primeira peça em cinema 4D no Brasil
A Nivea lançou uma ação em
cinema 4D para mostrar as
sensações proporcionadas por
sua linha de sabonetes líquidos. A
AgênciaClick Isobar desenvolveu
dois filmes, que serão exibidos
simultaneamente. A agência criou
óculos cromáticos com filtros de
cores distintas. O público que
estiver em um lado da sala usará
os óculos vermelhos e assistirá ao
filme com o tema banho especial. A outra metade da sala usará os
óculos verdes e será impactada por um efeito de banho refrescante.
VAIVÉM
➤
●
ROBERIO E ALBERTO
Diretor de cena (à esq.) e o sócio
da Vetor Zero/LoboCargo (à dir.)
COM A PALAVRA...
A Decolar.com contratou 10
celebridades para a campanha
“Eu compro no Decolar.com”.
O filme, criado pela .R.E.F.
Comunicação, será veiculado nas
TVs aberta e fechada e rádios.
Entre as estrelas estão a atriz
Deborah Secco e o ex-tenista
Gustavo Kuerten
PARA LEMBRAR
Otema dacampanhado CaféSeleto está listadoentre
osjinglesmaislembrados pelopúblicode SãoPaulo.
A música falavado prazer de tomarcafésobaperspectiva
deuma criança. O jingle,feito paraveicular emrádio,fez
tantosucessoque foilevadoà TV.A música teve versões
gravadas até em japonês.
é o número de músicas baixadas
de forma ilegal nos últimos seis
meses no Brasil. De acordo com
uma pesquisa realizada pela
Musicmetric, o país é o quinto
no ranking de compartilhamento
ilegal. Os americanos estão no
topo da lista — com mais de 96
milhões de downloads, seguidos
por Reino Unido, Itália e Canadá.
A Vetor Zero/Lobo
anunciou a contratação do
diretor de cena Roberio Braga
para completar o seu time de
diretores de live action. Braga
tem passagens pela Zeppelin
e pela Margarida Filmes. Seu
portfólio acumula projetos para
Bohemia, Vale, Ford, P&G e Fiat
— que entrou no Anuário do
Clube de Criação 2012 com o
filme “Flanelinha”, que também
concorre ao prêmio Profissionais
do Ano. Ele fará parte da equipe
do sócio e produtor executivo da
Vetor Zero/Lobo, Alberto Lopes.
Coordenadora de marketing
da Bematech
Como é a estratégia de
marketing desenvolvida
pela Bematech?
Hoje a estratégia de marketing da
Bematech visa atingir de maneira
segmentada todos os nichos de
mercado que seus produtos
atendem, apresentando as
soluções integradas entre
equipamentos, sistemas de
gestão e serviços, e os benefícios
de sua aplicação no varejo e
hotelaria, independente do
tamanho do negócio, seja
estabelecimento único ou rede,
loja própria ou franquia.
Você acha que a migração
da publicidade para as redes
sociais é uma forma positiva
de falar com o público?
Sem dúvida trabalhar bem nas
redes sociais é uma forma
positiva e assertiva de
publicidade. As possibilidades
de segmentação que esse meio
proporciona faz com que a marca
entre em contato com o público
de maneira muito natural,
gerando alto índice de interesse e
conversão. Desenvolver conteúdo
e responder a esse público
torna-se mandatório para
conseguir manter a fidelidade
dele. Nossa gestão de conteúdo
em redes sociais tem esse foco:
informar a respeito da
companhia, lançamentos,
oportunidades de negócio e
acima de tudo compartilhar
novidades e tendências do varejo.
Integrar as ações de marketing
torna-se fundamental para o
sucesso de qualquer campanha.
Vocês já desenvolveram
campanhas para quais
empresas?
Temos clientes como O Boticário,
a rede de franquias de alimentos
Subway, o Resort Costão do
Santinho, o Grupo Atlantica
Hotels, GRSA, o restaurante La
Tambouille e Vasco da Gama.
Uma de nossas ações foi reunir
depoimentos deles falando de
como a nossa estratégia de
marketing os ajudou a atingir
seus objetivos. C.M.
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 27
28 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
MODA E LUXO
Fotos:divulgação
Pierce Brosnan, protagonista de quatro filmes da série
Roger Moore, outro intérprete do agente 007
George Lazenby: a serviço de sua Majestade
Itens raros de James Bond
vão a leilão pela internet
Venda comemora 50 anos do espião britânico nas telas; itens vão desde o primeiro filme, “Dr. No”, a “Skyfall”
Patrícia Nakamura
[email protected]
Chega aos 50 anos a saga cinematográfica de James Bond, o
indestrutível agente
secreto britânico
criado por Ian
Fleming. Um
dos mais bem
sucedidos heróis do século XX, Bond
se mantém
em alta tanto
por quem aprecia a figura sofisticada do espião, rodeado por belas
mulheres e
carrões, como os afi-
cionados por tecnologia — graças às geringonças criadas no
laboratório de Q, capazes de,
por exemplo, detonar uma
bomba a um simples toque de
celular ou de comandar carros
a distância.
Aos fãs de todas as épocas
de Bond, a casa de leilões
Christie's oferece uma rara
chance. A empresa colocará à venda alguns dos artigos mais emblemáticos da
“memorabilia” da série cinematográfica. O leilão será realizado exclusivamente pela internet e toda renda será destinada a obras
Sean Connery, o primeiro — e, para muitos, o melhor — James Bond
de caridade. Os lances mínimos
dos produtos estão no site da
Christies e podem ser realizados
entre os dias 28 de setembro de
8 de outubro. No dia 5 será feito
uma venda especial apenas para
convidados da casa de leilões
em Kensington, em Londres.
Além dos itens pertencentes
à EON Productions, pessoas e
empresas ligadas ao filme também doaram objetos, como o
ator Timothy Dalton, a montadora inglesa Aston Martin e a família do escritor Ian Fleming,
que escreveu a primeira aventura do espião em 1953.
Os itens à disposição dos fãs
de James Bond pela internet estão divididos em 40 lotes - todos eles usados em cena por
Sean Connery, George Lazerby,
Roger Moore, Timothy Dalton,
Pierce Brosnan e, mais recentemente, Daniel Craig. Outros 10
lotes foram reservados aos convidados para leilão viva-voz.
Há espaço para peças de todas
as fases do espião mais famoso
do cinema — desde os carrões Aston Martin e BMW, passando por
figurinos, até os óculos usados
por Craig em “Quantum of Solace”. Para quem quer novidade, o
leilão oferece o primeiro exemplar do relógio Seamaster Professional Planet Ocean, produzido
pela Omega e que será usado pelo agente em “Skyfall”, novo episódio da franquia que será lançado mundialmente nos cinemas
em 23 de novembro. O modelo
deve alcançar entre US$ 9,1 mil
e US$ 12 mil pelas estimativas da
Christie’s. ■
De tarô a Aston Martin, peças
para (quase) todos os bolsos
Preço mínimo do carro
de luxo é de US$ 161 mil
Nem a Christie’s ousa calcular
quanto deve render o leilão com
os objetos de James Bond, dada
a variedade de itens à venda. O
produto com lance mais em con-
ta, US$ 1.000, é um baralho de
tarô usado em “Viva e Deixe Viver”, de 1972. Já o Aston Martin
usado numa eletrizante cena de
“Quantum of Solace” não sairá
por menos de US$ 161 mil. O frete dos mimos será por conta do
novo e feliz dono. ■ P.N.
O Aston Martin e o relógio usados por Daniel Craig em
“Quantum of Solace”, exibido em 2008 e último filme da série
Primeiro exemplar do livro “Da Rússia, com amor”, de 1953,
que foi adaptado para as telas; BMW do espião em “GoldenEye”
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 29
Fotos: divulgação
Gucci faz releitura feminina de maleta
“Lady Stirrup” é o nome do lançamento da grife italiana Gucci —
e é uma versão mais “fashion” da tradicional maleta usada
pelos médicos. Espaçosa, é indicada para o dia a dia. O couro
preto da bolsa e o forro em veludo também negro contrastam com
os detalhes dourados da peça — fecho deixa bem claro de que
se trata de um exemplar da marca. A novidade custa US$ 3,8 mil,
em média, nas boutiques da grife no hemisfério Norte.
Arte pop de Romero
Britto para bebês
Artista recifense cria carrinhos
para a Quinny and Maxi-Cosi;
preços chegam a US$ 900
Há quem torça o nariz para a
obra do pernambucano (e radicado em Miami) Romero Britto,
que mistura elementos de cubismo, arte pop e grafite em suas
criações. Mas o sucesso do artista vai além das pinturas e esculturas ultracoloridas - exibidas
em galerias e museus de mais
de cem países, muitas delas são
ostentadas em espaços públicos -, com temas leves e cheios
de ternura e otimismo. É um
dos preferidos das celebridades
de Hollywood.
Britto acaba de emprestar o
seu traço contemporâneo para
uma linha de carrinhos, assentos e acessórios de transporte
de bebês da Quinny and MaxiCosi (considerada pelas mamães ricas a Ferrari dos carrinhos de bebê). De acordo com
os fabricantes dos produtos,
os modelos ajudarão os pais a
descobrirem uma nova linguagem de “amor, otimismo e felicidade”. O design das peças é
inspirado nas criações de Damien Hirst - coube à Britto dar
cor aos itens.
Não é a primeira vez que Britto assina coleções de produtos
de consumo. Ele foi o responsável pela decoração de uma edição limitada da vodca Absolut,
no começo da década de 1990.
Recentemente, criou uma linha
exclusiva de potes herméticos
para a popularíssima Tupperware. Foi também responsável pela criação do cartaz oficial da Copa do Mundo de 2010. Audi,
Bentley, Disney, Technomarine, Evian estão entre as empresas atendidas por Britto.
BREVES
Em jogo,
o futuro
de Wynn
O rei dos cassinos Steve Wynn
deve obter hoje uma importante vitória sobre seu ex-sócio e
atual inimigo Kazuo Okada numa disputa pelo controle de
um império de US$ 10 bilhões,
que reúne casas de jogatina espalhadas pelo mundo. O magnata japonês foi considerado
por Wynn “inadequado” para
o mundo dos negócios no estado de Nevada após denúncias
que ele teria oferecido propina, em nome da Wynn Resorts, para acelerar a liberação
da construção de um cassino
nas Filipinas. Okada também
teria utilizado métodos “pouco ortodoxos” para obter licenças para seus empreendimentos em Macau. O caso teria
ocorrido dez anos atrás.
Por outro lado, Okada briga
na justiça para reaver sua participação no negócio. Ele alega
que foi “forçado” pelo conselho do grupo a vender sua parti-
Carrinho assinado por Romero Britto: ”lições de carinho e arte”
No fim do ano passado, a Coca-Cola encomendou a Britto
uma gigante pintura de Natal
em sua sede em Atlanta, nos
EUA. Mas é a primeira vez que
ele trabalha com linhas de produtos infantis.
Carrinhos turbinados
Chamada de “Moodd by Britto”, os carrinhos ultramodernos se montam e desmontam ao
simples toque de botão. Os bancos dos carrinhos são reclináveis e podem ser montados em
diversas configurações. As peças são compatíveis com a linha
tradicional da fabricante de carrinhos de bebê.
Os preços vão de US$ 250 cobrado pelo assento de carro e vão até US$ 900, caso do carrinho. Os preços valem para os Estados Unidos e não há previsão
para a venda no Brasil.
A companhia também deve
lançar carrinhos de bebês com
design inspirado nos arrojados
carrões da Mercedes-Benz. Já
a Porsche promete lançar “em
breve” sua linha própria de peças para transporte infantil.
Os preços ainda não foram revelados. ■
cipação de 20% aos atuais acionistas com um desconto de
US$ 800 milhões. O caso será levado aos tribunais no estado de
Nevada, onde está concentrada
a maior parte dos cassinos instalados nos Estados Unidos. ■
Gordon Ramsay assina hotel
O aclamado - e igualmente irascível - chef Gordon Ramsay deixou os reality shows de lado por
um tempo para se dedicar à decoração da principal suíte do hotel boutique Keating Hotel, no
centro histórico de San Diego.
A suíte “Viceroy” tem diárias a
partir de US$ 1 mil. O quarto
possui sala de estar e conta com
um bar. O Keating Hotel é famo-
so na Califórnia pela decoração
assinada pelo estúdio Pinifarina
- para refrescar a memória, foi
o responsável pelo desenho de
memoráveis carros da Ferrari e
Maserati. Ramsay meteu sua colher também no cardápio do restaurante do local, o Merk. Entre
os itens do menu incluem filé
com parmesão com molho de vinho Cavatelli. ■
Formas femininas na NYFW
Lucas Jackson/Reuters
MICKEY NA CONSTRUÇÃO DO FOUR SEASONS
Mickey Mouse, o personagem mais
famoso do império Disney, colocou a mão
na massa semana passada no início da
construção do Four Season Hotel and
Resort em Orlando, que deve ficar
pronto em 2014. O complexo terá 444
apartamentos e será levantado em
parceria com a rede Four Seasons,
a Silverstein Properties e a Dune Real
Estate Partners. O lançamento da pedra
fundamental do empreendimento
teve ainda a participação da Meg Crofton,
presidente da Walt Disney Parks and
Resorts Operations dos EUA e França.
Steve Wynn: queda de braço
com ex-sócio e atual rival
Modelo de Oscar de la Renta
na New York Fashion Week
Entre compradores, mídia internacional, convidados, celebridades e demais curiosos, a semana
de Nova York atraiu 116 mil pessoas ávidas para conhecer as novidades dos principais estilistas
mundiais para a primavera.
Entre as novidades dos designers estão a aposta na sofisticação das formas femininas, com
saias lápis combinadas com jaquetas ajustadas, vestidos esvoaçantes e muita cintura marcada. Oscar de la Renta, um dos
nomes mais reverenciados da
moda, foi além: misturou as formas delicadas com seda em
tons de rosa — reforçando o ar
“girlie” da coleção — incluindo
shorts minúsculos e bustiês.
“Achei bonito”, resumiu a editora da bíblia da moda Vogue,
após a exibição dos modelos.
“Precisa ter corpo para tal produção”. ■ Reuters
30 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
FINANÇAS
Editora: Léa De Luca [email protected]
Subeditora: Priscila Dadona [email protected]
Gestão ineficiente condena
mais de um terço dos projetos
Murillo Constantino
Pesquisa mostra
que só 20% das
empresas cumprem
prazos, metas
e orçamentos
Natália Flach
[email protected]
Mais de um terço dos projetos
formulados pelas empresas ao
redor do mundo fracassam. Isso
acontece — em grande parte —
pela falta de gestão organizacional das companhias. Segundo
pesquisa Pulse of the Profession
do instituto PMI, concedida
com exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO, 20% dos mil entrevistados descrevem suas organizações como tendo elevado grau
de maturidade em gerenciamento de projetos (medido a partir
do cumprimento de prazos, orçamento e objetivos) — ficando
acima dos 11% observados em
2006. Em geral, são as grandes
empresas que se enquadram
neste grupo. Quase 30% das
companhias com faturamento
acima de US$ 1 bilhão relatam
esse nível de maturidade ante
os 10% das empresas com rendimentos anuais de até US$ 50 milhões. Alguns setores também
são mais propensos a apresentar essa maturidade, tais como
consultoria, varejo, indústria aeroespacial, tecnologia da informação e telecomunicações.
Entre os benefícios de se investir em gestão de projetos o
principal é aumentar chances
de sucesso. As organizações
com níveis de maturidade mais
elevados superam as de menor
grau em 28 pontos percentuais
no que se refere a prazo de en-
Vargas, do PMI: grandes empresas, de capital aberto e de setores como TI, estão mais avançadas; no Brasil, burocracia é freio de mão, diz
trega do projeto, em 24 pontos
percentuais quando o assunto é
enquadramento ao orçamento e
em 20 pontos percentuais, no
cumprimento de objetivos originais e intenções de negócios.
Além disso, o resultado pode
ser economia de gastos. Quando um projeto falha, um terço
do orçamento, em média, é perdido para sempre. Isso significa
que as organizações estão colocando em risco US$ 0,12 para
cada US$ 1 gasto em projetos,
ou seja, pouco mais de US$ 120
mil para cada US$ 1 milhão.
As condições econômicas provocadas pela crise vão continuar forçando as empresas a estruturarem uma carteira de projetos, se tornarem mais ágeis e
investirem em talentos. “Às ve-
zes, querer controlar tudo o que
se passa faz com que se perca a
agilidade. Quanto mais rapidamente são implementadas mudanças, menos riscos se corre,
sem falar que obriga as empresas a ficarem mais atentas. O
problema aparece quando o cenário é positivo, já que os executivos costumam relaxar”, afirma Ricardo Viana Vargas, presidente do PMI e especialista em
gerenciamento de projetos, portfólio e riscos. “Há uma década,
não se tinha dúvidas sobre o império da Estrela, no Brasil. Hoje,
minhas filhas não sabem quem
é essa fabricante de brinquedos
que já foi tão poderosa.”
Para se conseguir atingir metas, as empresas precisam deixar os seus objetivos organiza-
RISCOS CONTROLADOS
Quanto maior a maturidade da empresa no gerenciamento de projetos, maiores
as chances de entregar no prazo, respeitando o orçamento e objetivos iniciais
MATURIDADE
DA EMPRESA
DENTRO DO PRAZO
NO ORÇAMENTO
67%
ALTO
MÉDIO
68%
55%
BAIXO
10
20
30
40
73%
58%
39%
0
Fonte: PMI
DE ACORDO COM OBJETIVOS
67%
44%
50
60
70
800
10
20 30
40
50
53%
60
70
8000
10
20
3040
30
40
50
60
70
80
cionais mais claros e delegar responsabilidades para a equipe de
projetos. “É o caso do Facebook.
Logo após o IPO, as ações caíram porque os investidores não
sabem para onde a empresa vai
crescer, a liderança do Mark Zuckerberg está sendo desafiada.
Isso é uma grande oportunidade
para se reinventar”, diz. “Muitas pessoas me perguntam como explicar os benefícios de gerenciamentos de projetos — que
às vezes são intangíveis. Imagina se os Estados Unidos soubessem no dia 10 de setembro que
aconteceria um atentado no dia
seguinte. Além de vidas, economizaria muitos bilhões de dólares. É a mesma coisa com as
companhias. Quando dá certo,
o custo é bem menor do que o
custo do fracasso.”
Em geral, Vargas destaca que
as empresas de capital aberto estão mais atentas a essas questões por causa do retorno que
precisam dar aos acionistas. “Investidor é bem diferente daquele executivo que criou a empresa — não tem fidelidade. Se não
está dando retorno, ele muda”,
diz. “As empresas brasileiras estão no caminho certo de gerenciamento de projetos que podem torná-las mais ágeis. O problema é a burocracia que ainda
trava o avanço, funcionando como freio de mão.” ■
CARREIRA GLOBAL
Executivo tem
cargo nas
Nações Unidas
Em junho, Ricardo Viana Vargas, presidente do instituto
PMI, se mudou com a esposa e
as duas filhas para a Dinamarca.
A história começa meses antes,
quando ele recebeu um e-mail
da Organização das Nações Unidas marcando uma entrevista
de emprego. “Eles me acharam
no LinkedIn. Só percebi que
não era brincadeira quando vi
que o interlocutor era o braço direito do Ban Ki-moon (secretário-geral).” Hoje, ele é diretor
de gerenciamento de projetos
do United Nations Office for
Project Services — braço da organização que coloca em prática o que foi decidido diplomaticamente, como construção de
tendas para refugiados na Síria
e retirada de minas terrestres
no Afeganistão. Ao todo, estão
em andamento 1,3 mil projetos
no mundo. “Damos suporte para as pessoas poderem tomar decisões e fazer por conta própria
quando formos embora.” ■
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 31
Ag. Petrobras
Petrobras prepara captação em euros
AGENDA
A Petrobras está preparando uma captação externa em euros.
A informação foi dada ontem pelo diretor financeiro da petrolífera,
Almir Barbassa. O executivo confirmou a informação conforme
ele próprio havia acenado em fevereiro, em entrevista exclusiva
à Agência Estado. O diretor não detalhou o período e o montante
envolvido. Barbassa participou da abertura da Rio Oil & Gas,
maior feira do setor da América Latina, no Riocentro. AE
● Preços ao consumidor no
Reino Unido, a partir das 5h30.
● Espanha e Grécia fazem
leilão de títulos, às 5h30.
● Na Zona do Euro,
confiança na economia, às 6h.
● Nos EUA, conta corrente e
confiança da construção, às 9h30.
Rodrigo Capote
“Não será preciso
subir juros em 2013”
A afirmação é do secretário
Nelson Barbosa, para quem o
país vai crescer 2% este ano
Ana Paula, da ACG: sócios são empresários, gestores de recursos, consultores, advogados e auditores
Associação quer atrair
investidor estrangeiro
ACG Brasil será inaugurada no dia 25 para promover negócios de private
equity, fusões e aquisições entre empresas brasileiras e internacionais
As principais frentes de trabalho, segundo a executiva, são:
troca de melhores práticas e gaNa semana que vem, o Brasil
nho de exposição a oportunidapassa a contar com mais um
des de M&A, networking e acespromotor de negócios locais
so a executivos seniores, fundos
junto aos investidores estrangeide private equity, associados e
ros: a Association for Corporate
intermediários; desenvolvimenGrowth - ACG Brasil. A entidato de relacionamento internade, que inicia a atividades no
cional a fim de gerar oportunidapaís na próxima terça-feira, vides de crescimento e acesso a insa promover o crescimento e o
formações sobre mercados e
desenvolvimento entre emprepráticas de negócios locais.
sas e profissionais das áreas corAlém do Brasil, a ACG tem 56
porativa, de priescritórios espavate equity e de
lhados pela AmériEntidade tem
fusões e aquisido Norte, Euro56 escritórios na ca
ções (M&A).
pa e Ásia, que soAmérica do
“Iremos trabamam mais de 14
lhar para criar
Norte, Europa e mil associados.
alianças comer“Aproximadaciais entre execu- Ásia, com mais de mente 75% dos
14 mil associados nossos associados
tivos dentro dos
mais diversos sedeclararam terem
tores, alavancando novas oporfeito negócios por meio da
tunidades de negócios. Além
ACG”, diz a presidente da entido evento de inauguração, faredade no Brasil. “Um empresário
mos outro evento para promoalemão interessado em investir
ver a ACG, em novembro”, diz
no plantio de cana-de-açúcar
Ana Paula Castro, presidente
poderá entrar em contato com
da entidade no Brasil. Hoje, a
um associado brasileiro para
ACG Brasil já tem apoio da Assoconcluir a operação”, exemplificiação Brasileira de Private
ca a executiva.
Equity & Venture Capital (ABVEla, mais do que ninguém saCAP) e da Brasil Investimentos
be o potencial de surgimento de
& Negócios (Brain).
negócios, uma vez que acompaVanessa Correia
[email protected]
nha de perto operações de fusões e aquisições na Merrill DataSite, onde é diretora para a
América Latina.
A companhia oferece plataformas de compartilhamento
de documentos na nuvem, que
permite a auditores, analistas
de bancos e de fundos avaliar dados de fusões e aquisições, bem
como de abertura de capital.
“Hoje o Brasil é o primeiro em
termos de crescimento de operações de fusões e aquisições. E a
ACG pode contribuir, e muito,
para isso”, destaca.
Apesar de o início das atividades estar marcada a próxima semana, a ACG Brasil já angariou
alguns associados, número não
revelado por Ana Paula. “Acreditamos que os principais interessados serão empresários, gestores de recursos, consultores,
profissionais que atuam em bancos de investimentos, advogados e auditores”, afirma.
O primeiro escritório da ACG
Brasil será em São Paulo. Mas a
ideia é inaugurar outras filiais
nos principais centros financeiros, como o Rio de Janeiro. Mas
os planos da ACG vão mais longe. Os próximos países a receber um escritório da entidade
são Chile, México e Peru. ■
O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse ontem em São Paulo
que “não será preciso subir juros em 2013.” Para ele, as condições econômicas do país no decorrer deste ano e no próximo
permitirão crescer 2% em 2012,
avance para um número entre
4% e 5% no ano que vem, sem
pressões inflacionárias.
“Nós criamos as condições
necessárias de expansão do nível de atividade, com distribuição de renda e ampliação dos investimentos”, destaca. “Além
disso, o Brasil está crescendo
há alguns trimestres abaixo do
seu potencial, o que não vai
agregar pressões de alta sobre
os preços.”
Barbosa afirmou que o IPCA
deve convergir à meta de 4,5%
até o final de 2013, devido a alguns elementos. Ele destacou a
redução das tarifas de energia,
que vão retirar do IPCA de 0,5
a 0,6 ponto porcentual no próximo ano. “Como a economia
vai crescer mais no ano que
vem, isso vai ampliar a produtividade das empresas, o que vai
reduzir custos”, comenta,
acrescentando que isso deve
ajudar a conter os preços de
produtos e serviços.
Nelson Barbosa participou,
ontem do 9º Fórum de Economia realizado pela Escola de
Economia de São Paulo - (EESPFGV), coordenado pelo professor Luis Carlos Bresser Pereira.
Câmbio
Barbosa afirmou ainda que o governo está atento aos eventuais
efeitos que a terceira edição da
política de afrouxamento quantitativo (QE3, na sigla em inglês),
que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) adotou.
“Vamos observar como isso pode nos atingir. São US$ 40 bilhões por mês que tendem a ficar boa parte restrita à economia americana”, diz. “Mas se
uma parte desses recursos vem
para cá, isso pode trazer uma
pressão de apreciação sobre o
câmbio indesejável”, admite.
“Tomaremos todas as medidas
necessárias para não deixar o
câmbio apreciar ainda mais.”
O secretário ressaltou que o
governo monitora o mercado
de câmbio em várias frentes, entre elas a evolução das operações de derivativos e o próprio
fluxo de capitais que ingressam
no país que procuram investimentos em ativos de renda fixa,
especialmente os relacionados
a títulos públicos.
“Vamos ver como essa questão no futuro próximo. O que
posso dizer é que medidas na
área de câmbio são adotadas e
depois explicadas, não são previamente anunciadas.”Barbosa
não especificou se a primeira
frente de ataque do governo para evitar o câmbio apreciado seria a compra de dólares no mercado futuro ou a adoção de medidas fiscais, como as relacionadas ao Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF).
Para ele, está em curso a aceleração do crescimento do
país. “A economia já retoma a
velocidade de crescimento de
4% a 5% neste semestre”. “O
Brasil pode crescer com expansão do mercado interno e avanço do investimento”, apontou.
■ Agência Estado
Elza Fiuza/ABr
Barbosa: “Criamos condições para expansão do nível de atividade”
32 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
FATO RELEVANTE
Redução de compulsório tem efeito
neutro sobre ações de bancos
Apesar da boa notícia, ontem a maioria devolveu os ganhos registrados na semana passada e fechou em queda
Henrique Manreza
Léa De Luca e
Ana Paula Ribeiro
EM QUEDA
finanç[email protected]
A redução dos depósitos que os
bancos são obrigados a recolher
ao Banco Central, anunciada na
noite de sexta-feira, vai facilitar
a vida de bancos médios, com a
liberação de R$ 30 bilhões no sistema financeiro. Proposital ou
não, a medida neutraliza possíveis efeitos da liquidação do banco Cruzeiro do Sul, também
anunciada na sexta-feira, que
poderia dificultar a captação de
recursos de investidores (e de
depósitos dos clientes) para essas instituições. Para os grandes
bancos, os efeitos também são
positivos. “O compulsório é um
componente do spread e, portanto, quanto menos, melhor. O
custo do dinheiro cai e ou o banco repassa aos clientes, ampliando a carteira de empréstimo, como quer o governo; ou vai incorporar na margem. Em qualquer
caso, a notícia é boa para os acionistas”, explica José Augusto Salles, analista da Lopes & Filho.
Apesar da boa notícia, ontem
o comportamento das ações dos
bancos não reagiu, ao contrário: a maioria seguiu o índice e
fechou em queda. Para Aloísio
Lemos, analista da Bradesco
Ágora, o dia foi atípico: “A semana passada foi uma das melhores do ano, e as ações de bancos não foram exceção. Ontem
era o momento de realizar lucros, vendendo na alta os papeis que haviam subido bastan-
Evolução dos depósitos
compulsórios, em R$ bilhões
395,28
DEZ/10
404,11
400,49
400,88
398,92
404,49
418,57
416,23
420,79
434,70
440,22
432,48
448,54
JAN/11
FEV/11
MAR/11
ABR/11
MAI/11
JUN/11
JUL/11
AGO/11
SET/11
OUT/11
NOV/11
DEZ/11
445,99
JAN/12
411,99
407,74
393,02
393,04
395,01
383,43
2
382,02
FEV/12
MAR/12
ABR/12
MAI/12
JUN/12
JUL/12
AGO/12
300
380 340 420
Fonte:: Ba
Banco Cent
Central
al
460
Bardini, do BicBanco: instituição é uma das que podem ganhar com recolhimento menor, diz analista
te”, disse, afirmando que não espera, contudo, uma alta forte
dos papéis de banco.
O analista Carlos Daltozo, do
BB Investimentos, também acredita que o efeito sobre os preços
das ações dos bancos brasileiros
pela queda dos compulsórios será limitada. Daltozo explica que
que as alterações no compulsório
de efeito mais imediato para esse
grupo de instituições diz respeito
aos depósitos à vista, cuja alíquota adicional foi reduzida de 6%
para zero. No entanto, essa parcela já era remunerada pela Selic.
Essas instituições ganharam
ainda a possibilidade de utilizar
até metade do limite do compulsório adicional dos depósitos a
prazo - em que a alíquota vai
cair de 12% para 11% a partir do
dia 29 de outubro - para a compra de carteiras de crédito e letras financeiras. Nesse caso, são
as instituições de pequeno e médio porte que devem ser as
maiores beneficiadas, citando
como exemplo o ABC Brasil, Indusval e BicBanco. Ontem, as
ações do ABC fecharam em queda de 1,4%, enquanto as do Indusval caíram 3,17% e as do Bic
terminaram o dia estáveis. Panamericano caiu 1,75%, Daycoval
fechou estável e Pine recuou
0,7%. Entre os grandes, Bradesco subiu 0,39% e Santander
Unit, 0,95%. Banco do Brasil,
Itaú e Bradesco recuaram.
Lucro cai 12%
SINAIS CONTRÁRIOS
Desempenho das ações dos maiores bancos na bolsa ontem, em R$
BB (BBAS3)
FECHAMENTO R$ 26,50
26,60
ITAÚ UNIBANCO (ITUB3)
FECHAMENTO R$ 29,80
SANTANDER (SANB11)
FECHAMENTO R$ 16,93
BRADESCO (BBDC3)
FECHAMENTO R$ 28,61
30,00
17,20
29,10
29,85
17,10
26,52
26,45
26,34
26,30
17,07
29,80
29,70
17,00
29,55
26,00
29,40
28,75
28,75
16,98
26,15
28,93
16,90
28,70
28,58
29,46
10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h
Fonte: BM&FBovespa
16,80
10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h
28,40
10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h
10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h
Além de aproveitar o momento para vender as ações depois
da alta recente, outro fator pode ter contribuído para as quedas. O BC divulgou o painel
consolidado dos bancos brasileiros, apontando queda de
12% no lucro no primeiro semestre de 2012 na comparação
com o último semestre de 2011.
Segundo o BC, 101 instituições
financeiras lucraram R$ 25,693
bilhões , ante R$ 29,089 bilhões em 2011. Esse foi o menor lucro semestral dos bancos
desde os R$ 24,687 bilhões registrados entre janeiro e junho de 2010. O dado se refere
de bancos comerciais, múltiplos com carteira comercial e
Caixa Econômica Federal. ■
Com Agência Estado
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 33
MERCADOS
Reprodução Nasdaq
Corretora dos EUA quer crescer no Brasil
Interactive Brokers Group, corretora americana que movimenta cerca
de 10% das opções de ações no mundo, quer expandir seu negócio no
Brasil até início de 2013, diz Alex Ioffe, diretor financeiro. Luciane de
Castro Cortez, responsável pela unidade brasileira, está procurando um
diretor de operações antes de formalizar pedido de licença ao Banco
Central. Em janeiro, a presidente Dilma Rousseff autorizou a iniciar uma
corretora no país. “Vemos o Brasil como mercado crescente”, diz Ioffe.
BOLSAS
Ibovespa
cai 0,48%,
após 7 altas
O Ibovespa operou volátil ontem com os investidores realizando lucros da semana passada. O principal índice da bolsa fechou em queda de
0,48%, aos 61.805 pontos.
Segundo Leonardo Brito, analista da Teórica Investimentos,
as ações da Vale foram destaque, com alta de 1,09% (ON) e
0,93% (PN) por causa do avanço do minério de ferro, que disparou a US$ 105,8 a tonelada.
No âmbito externo, Wall
Street e as principais bolsas
da Europa finalizaram com
perdas. O S&P 500 teve queda
de 0,31% e o Dow Jones caiu
0,30%. O Nasdaq decresceu
0,17%.
No Velho Continente, o
CAC 40, de Paris, e o DAX, de
Frankfurt, tiveram perdas de
0,78% e 0,11%, enquanto o FTSE 100, de Londres, caiu
0,37%. ■ Niviane Magalhães
MOEDAS
Dólar sobe
0,94% com
ação do BC
A clara postura do Banco Central (BC) de não aceitar o dólar
abaixo de R$ 2,00 parece começa a ser assimilada pelo
mercado. Essa é a leitura que
se faz após o pregão de ontem,
quando a autoridade fez, logo
no início dos negócios, leilão
de swap cambial reverso (compra de dólares no mercado futuro), e manteve o dólar com
alta próxima a 1% durante toda a sessão. A moeda terminou
o dia com valorização de
0,94%, a R$ 2,030 para venda.
A autoridade monetária vendeu US$ 2,172 bilhões em 43,5
mil contratos, de 70 mil oferecidos. “O BC neutralizou o movimento que era oportunista e
forjado por players, que em razão de seus posicionamentos
na BM&FBovespa, têm interesse na desvalorização da moeda”, afirma Sidnei Nehme, diretor da NGO Corretora, em relatório. ■ Lucas Bombana
CENTRAIS ELÉTRICAS
MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT
CNPJ/MF nº 03.467.321/0001-99 - NIRE nº 51.300.001.179
Companhia Aberta
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS DA
3ª EMISSÃO PÚBLICA DE DEBÊNTURES NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES DA
CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT
REALIZADA EM 20 DE AGOSTO DE 2012
1. Data, Hora e Local: 20 de agosto de 2012, às 16:00 hs., na sede da Centrais Elétricas
Matogrossenses S.A. - CEMAT (“Emissora” ou “Companhia”), localizado na cidade de Cuiabá, Estado
de Mato Grosso, na Rua Manoel dos Santos Coimbra, n.o 184. 2. Convocação: Dispensada, nos
termos do § 2º, do art. 71, combinado com o §4º, do art. 124, ambos da Lei n.º 6.404/76. 3. Presença:
Debenturistas representando a totalidade das debêntures emitidas, conforme assinaturas apostas no
Livro de Presença de Debenturistas. Também estavam presentes na assembleia o representante da
Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Agente Fiduciário”) e representantes da
Companhia. 4. Mesa: Os debenturistas elegeram como Presidente da Mesa o Sr. Carlos Alberto
Bacha, que convidou a Sra. Maria Estela Ferraz de Campos para atuar como secretária. 5. Ordem do
Dia: Deliberação sobre (i) a verificação do cumprimento da condição suspensiva estabelecida no
item 8 da ata da assembleia geral de debenturistas realizada no dia 16.08.12 (anuência da ANEEL
com relação ao Aditamento à Cessão Fiduciária), (ii) a ratificação das obrigações da Emissora e dos
Debenturistas com relação a esta 3ª Emissão e dos prazos para seu cumprimento, conforme também
deliberado na assembleia geral de debenturistas realizada no dia 16.08.12 e (iii) a extensão, até o dia
06.09.12, do prazo para o encerramento dos efeitos, perante a Companhia, a Rede Energia S.A. e a
3ª Emissão de Debêntures da Companhia, dos compromissos assumidos no Termo de Assunção de
Obrigações de Não Fazer Sob Condição Suspensiva e Resolutiva e Outras Avenças firmado entre a
Companhia, a Rede Energia S.A. e diversos de seus credores financeiros em 16.04.12, conforme
aditado pela primeira vez em 06.06.12 e pela segunda vez em 06.07.12 (“Standstill”), ao qual os
debenturistas aderiram, conforme deliberação tomada em assembleias geral de debenturistas
realizadas nos dias 06.07.12 e 16.07.12. 6. Deliberações: Os Debenturistas representantes da
totalidade das Debêntures emitidas, por unanimidade: i) reconheceram o cumprimento da condição
suspensiva estabelecida no item 8 da ata da assembleia geral de debenturistas realizada no dia
16.08.12 (anuência da ANEEL com relação ao Aditamento à Cessão Fiduciária); ii) ratificaram as
obrigações da Emissora e dos Debenturistas com relação a esta 3ª Emissão e dos prazos para seu
cumprimento, conforme também deliberado na assembleia geral de debenturistas realizada no dia
16.08.12, quais sejam: Por parte da Emissora: (a) em até 1 (um) dia útil contado da data de obtenção
da autorização da ANEEL, a assinatura do Aditamento da Escritura de 3ª Emissão e do Aditamento
à Cessão Fiduciária, substancialmente nos termos das minutas aprovadas na assembleia geral de
debenturistas realizada no dia 16.08.12 e que se encontram arquivadas na sede da Companhia; (b)
em até 3 (três) dias úteis contados da data de obtenção da autorização da ANEEL, a assinatura dos
instrumentos contratuais que formalizam as CCBs substancialmente nos termos das minutas
aprovadas na assembleia geral de debenturistas realizada no dia 16.08.12 e que se encontram
arquivadas na sede da Companhia; (c) respeitadas as condições previstas nas CCBs, no Segundo
Aditamento da Escritura de 3ª Emissão e no Aditamento à Cessão Fiduciária e desde que cumpridas
as obrigações por parte dos Debenturistas, abaixo indicadas, a efetuar a aquisição facultativa de 64
(sessenta e quatro) debêntures da 3ª Emissão de Debêntures da Companhia, sendo 34 (trinta e
quatro) de titularidade do Banco Itaú BBA S.A. e 30 (trinta) do Banco Santander (Brasil) S.A.,
conforme aprovado na assembleia geral de debenturistas realizada no dia 16.08.12 (“Aquisição
Facultativa” e “Debêntures Recompradas”). O Banco Standard de Investimentos S.A., por meio deste
ato, não se opõe à aquisição facultativa da totalidade das debêntures de titularidade do Banco Itaú
BBA S.A. e do Banco Santander (Brasil) S.A. nos termos aqui descritos, concordando também em
permanecer como o único Debenturista remanescente na 3ª Emissão. (d) em até 1 (um) dia útil após
a Aquisição Facultativa, a efetuar o cancelamento das Debêntures Recompradas. Por parte dos
Debenturistas: (a) em até 3 (três) dias úteis contados da data de obtenção da autorização da ANEEL,
a assinatura do Aditamento da Escritura de 3ª Emissão, do Aditamento à Cessão Fiduciária e dos
instrumentos contratuais que formalizam as CCBs, substancialmente nos termos das minutas
aprovadas na assembleia geral de debenturistas realizada no dia 16.08.12 e que se encontram
arquivadas na sede da Companhia; (b) especificamente com relação ao Banco Itaú BBA S.A. e ao
Banco Santander (Brasil) S.A., a tomar todas as medidas sob sua responsabilidade para que a
Aquisição Facultativa das Debêntures Recompradas de suas titularidades seja devidamente efetivada
e formalizada. iii) a extensão, até o dia 06.09.12, por meio da assinatura da presente ata de
assembleia geral de debenturistas, do prazo para o encerramento dos efeitos, perante a Companhia,
a Rede Energia S.A. e a 3ª Emissão de Debêntures da Companhia, dos compromissos assumidos no
Standstill, exceto com relação ao disposto no item 7 abaixo, e, como consequência: (a) autorizar o
Agente Fiduciário a, até o dia 06.09.12 (inclusive), não realizar (ou a suspender, conforme o caso)
quaisquer procedimentos judiciais ou extrajudiciais relativos à cobrança de valores devidos aos
debenturistas (ou que venham a ser devidos até tal data) pela Companhia em decorrência das
disposições contidas em quaisquer documentos relativos à 3a Emissão de Debêntures da Companhia,
como consequência da adesão da referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo
no caso de a Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; (b) autorizar o Agente
Fiduciário a, até o dia 06.09.12 (inclusive), não decretar (ou a não iniciar procedimentos para a
decretação de) vencimento antecipado da 3a Emissão de Debêntures da Companhia, em razão da
adesão da referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo no caso de a
Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; (c) determinar ao Agente Fiduciário
que, sem a necessidade de convocação de AGD, nos termos da cláusula 8.6.1 da Escritura de
Emissão, declare antecipadamente vencidas as Debêntures e passe a tomar todas e quaisquer
medidas necessárias à excussão da Cessão Fiduciária constituída através do Instrumento Particular
de Cessão Fiduciária, em caso de descumprimento pela Companhia de qualquer obrigação prevista
no Standstill até o dia 06.09.12, descumprimento este que poderá ser informado pela Companhia ou
por qualquer um dos Debenturistas ao Agente Fiduciário. 7. Retenção: Fica estabelecido, entretanto,
que a extensão dos compromissos assumidos no Standstill, conforme item (iii) das deliberações
acima, não se aplicará à autorização ao Agente Fiduciário e ao Itaú Unibanco S.A., este último na
qualidade de Banco Centralizador nos termos da Cessão Fiduciária a não realizar a retenção ou não
autorizar a realização de retenção, de quaisquer recebíveis da Companhia que tenham sido
entregues em garantia das obrigações assumidas nos termos da 3a Emissão de Debêntures, de
modo que as retenções previstas na Cessão Fiduciária, conforme aditada, sejam efetivadas nos
termos lá estabelecidos. Para fins de esclarecimento, o valor total retido na conta vinculada não
deverá superar o valor da parcela que seria originalmente devida em 7 de setembro de 2012 caso os
pagamentos de junho, julho e agosto tivessem sido realizados regularmente. 8. Encerramento: Nada
mais havendo a ser tratado, apos ter sido oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e,
ninguém se manifestando, foram encerrados os trabalhos e suspensa a Assembleia pelo tempo
necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, conferida, aprovada e por
todos assinada. Cuiabá, 20 de agosto de 2012. Presidente: Carlos Alberto Bacha. Secretária: Maria
Estela Ferraz de Campos. Debenturistas: Banco Itaú BBA S.A., neste ato representado por Maria
Estela Ferraz de Campos; Banco Standard de Investimentos S.A., neste ato representado por
Eduardo Augusto Salgado Felipe; Banco Santander (Brasil) S.A., neste ato representado por Livia
Salaro; Agente Fiduciário: Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., neste ato
representado por Carlos Alberto Bacha; e Companhia: Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. CEMAT, neste ato representada por Milton Takayuki Umino e José Carlos Santos. Declaro que a
presente ata é cópia fiel da lavrada no livro próprio. Carlos Alberto Bacha - Presidente. Maria Estela
Ferraz de Campos - Secretária. JUCEMAT nº 20120961849, em sessão de 31/08/2012. João Gilberto
Calvoso Teixeira - Secretário Geral.
34 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
FINANÇAS PESSOAIS
RELAXAR
Descanse e controle o estresse em
spas sem sair do caos da cidade
Tratamentos vão desde massagens até programas completos que ensinam a ter mais qualidade de vida
Alexandre Rezende
Fotos: divulgação
Marília Almeida
[email protected]
Quem quer se livrar do estresse
diário encontra na cidade spas
que oferecem tratamento para
aliviar tensões e relaxar. Há desde tratamentos específicos, para executivos que chegam de
uma longa viagem com jet lag,
até programas que introduzem
hábitos saudáveis no dia a dia
de quem os frequenta.
É o caso do Spa Cidade Jardim, que criou, há um ano, o
programa de Wellness. Com duração de oito semanas, tem três
núcleos: fitness, gerenciamento
de estresse e nutrição. O objetivo é ensinar os clientes a introduzirem bons hábitos na rotina
diária, como aprender a meditar, comer bem e até afastar pensamentos negativos. Para isso,
são realizados uma série de exames médicos com aparelhos de
alta tecnologia.
“Na hora de indicar uma dieta adequada, verificamos, por
um aparelho, como funciona o
metabolismo do cliente, ou como o sistema nervoso está trabalhando para identificar seu nível de estresse”, diz o endocrinologista Filippo Pedrinola,
coordenador do Wellness.
O programa, que também avalia o estilo de vida do participante, inclui aprender a melhor frequência cardiorrespiratória e introduzir a caminhada na rotina.
“São detalhes que fazem diferença para controlar o estresse
e evitar o sedentarismo para
quem, por exemplo, não tem
tempo de frequentar uma academia”, diz Pedrinola.
Para quem não tem tempo de
cozinhar, é possível adquirir
kits de comida congelada apropriadas para a dieta.
O programa pode ser customizado. “Mas é fundamental vir
ao spa ao menos três dias por semana”, diz o coordenador.
O Spa Amazonian, localizado no hotel Hilton, oferece a
massagem Jet Lag, que reequilibra o sono, a atenção e o humor
após viagens longas — e pode
ser estimulante ou relaxante.
“O foco da massagem é a drenagem de áreas inchadas para
quem fica muito tempo sentado. Ela também considera a
Pavilhão das Águas, ambiente do SPA
Pedrinola, do SPA Cidade Jardim: 40 clientes usaram o programa de bem-estar em um ano
mudança de altitude, para
quem chega de viagem de
avião”, diz o médico Eduardo
Leal, sócio diretor do spa, localizado no hotel do Morumbi,
zona sul da cidade.
Para quem está estressado e
quer apenas relaxar, Leal recomenda a massagem sueca. Já para quem passou por diversas reuniões, tem os músculos tensionados e não dormiu direito, a
massagem terapêutica Abhyanga é a melhor.
“A técnica se assemelha ao
shiatsu: são movimentos fortes,
que utilizam bastante pressão,
no corpo todo.”
Outros spas, como o Amanary, do hotel Grand Hyatt, e o da
L´ Occitane, na Bela Vista, oferecem massagens cuja duração é
de 20 a 90 minutos com técnicas diversas.
Leal aponta que a vantagem
de frequentar um spa na cidade
é melhorar a produtividade no
trabalho. “Muitas empresas já
pagam massagens para funcionários com este objetivo. Elas
veem que os benefícios dos tratamentos podem ter impactos
positivos no dia a dia”. ■
Tratamentos podem ser feitos em suítes
ARMAS PARA MANTER A PRODUTIVIDADE
Conheça algumas das técnicas mais eficientes e exclusivas
oferecidas em São Paulo
AMAZONIAN SPA - HILTON
Massagem sueca: relaxante, feita
com movimentos de deslizamento,
amassamento, percussão
e fricção de óleos ou cremes
Jet Lag Aromaterapia: reequilibra o
sono, a atenção e o humor e é indicada
para recuperação de viagens longas,
com mudança de fuso horário
SPA CIDADE JARDIM
Medicina integral: une técnicas
de medicina complementar
(yoga, meditação, respiração,
acupuntura ) e a tecnologia da
medicina convencional
Duração: oito semanas
Abhyanga Zen Pequi: relaxa e melhora
a circulação e o sistema imunológico
Observações: pode ser customizado
a partir de um diagnóstico médico;
inclui aprendizagem de técnicas para
autocontrole de estresse
Preços por sessão: R$ 240 a R$ 250
Preços médio: R$ 4.500
AMANARY SPA – GRAND HYATT
Massagem thai: com duração de
20 a 60 minutos, estimula o sistema
circulatório e linfático buscando
o reequilíbrio físico e emocional
Massagem com pedras quentes:
melhora funções orgânicas e equilibra
o sistema nervoso
L´OCCITANE SPA
Massagem corporal: movimentos com
escovas estimulam a microcirculação.
Combina técnicas de pressão suaves
com as mãos e auxilia os fluxos de
energia do corpo e o metabolismo
Massagem shirodhara: acalma
o sistema nervoso e inclui massagem
nos pés e na cabeça
Massagem Relaxante Aromacologia:
combina massagem sueca e balinesa
para estimular a circulação, aliviar
tensões e estresse. É indicado para
pessoas que sofrem de insônia
Preços por sessão: de R$ 130 a R$ 260
Preços: R$ 180
Fonte: spas
Hotéis em
SP oferecem
pacotes
É possível unir tratamentos
com hospedagem aos finais de
semana no Grand Hyatt e Hilton
Os spas urbanos oferecem pacotes com facilidades aos finais de
semana. Um exemplo, é o hotel
Grand Hyatt, que oferece uma
noite de hospedagem com café
da manhã para duas pessoas. O
pacote dá direito a uma massagem de 60 minutos no spa Amanary e 20% de desconto na compra de um tratamento adicional. Ao contratá-lo, o hóspede
tem acesso a sauna, piscina interna climatizada e academia.
Já o Hilton Morumbi oferece
o pacote Relaxante a partir de
R$ 749, que inclui uma diária
com café da manhã para duas
pessoas e duas massagens corporais no Amazonian. No Renaissance, na Bela Vista, o pacote de spa para dois custa a partir de R$ 1.247. ■
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 35
Yasuyoshi Chiba/AFP
Contratos de opções movimentam R$ 4,7 bi
O exercício de contratos de opções sobre ações movimentou ontem,
no segmento Bovespa, R$ 4,79 bilhões, dos quais R$ 4,42 bilhões em
opções de compra e R$ 375,53 milhões em opções de venda. As opções
que registraram o maior volume financeiro no exercício foram Vale
PNA a R$ 37 por ação, que movimentou R$ 361,77 milhões em opções
de compra, Vale PNA a R$ 34 por ação, que movimentou R$ 337,43
milhões, e Vale PNA R$ 35,09, que movimentou R$ 279,16 milhões.
HOME BROKER
Laboratório Fleury ON (FLRY3)
(fechamento em R$)
1628
28
25,95
26
26
2424
24,00
23,06
MAGNESITA
23,00
23,00
22
22
Objetivo 1
20
20
31/MAI
Resistência
2/JUL
1/AGO
Suporte
3/SET
17/SET
Fontes: Wagner Caetano, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico
Ação do Fleury perto do ponto de compra
As ações ordinárias da rede de laboratórios médicos Fleury (FLRY3)
terminaram ontem o pregão perto do seu ponto de compra, de
acordo com análise de Wagner Caetano, diretor da Top Traders.
O papel teve alta de 1,77% e encerrou a sessão cotado a R$ 23.
“Caso rompa sua resistência, o valor de R$ 23,06, a ação tem
ótimo potencial de valorização, e o investidor deve comprá-la”,
recomenda Caetano. A operação é de curto prazo e, quando
romper a cotação, o papel deve buscar o seu primeiro objetivo,
o valor de R$ 25,95, o que pode significar uma alta de 13%. Caso
supere o valor, pode chegar a registrar a cotação de R$ 26,68,
uma alta de 16%. No mês de julho, a ação teve queda acentuada e,
entre sua máxima e mínima registradas, chegou a cair 21%. Depois,
registrou alta de 8% em agosto, e recuperou parcialmente a queda
anterior. Posteriormente, voltou a cair 6%, mas logo voltou a subir
6%. “O comportamento da ação forma uma figura de impulsão em
W”, diz Caetano. Caso a ação não rompa a resistência, o suporte
para a operação é a cotação atual, de R$ 23. “É uma região
composta por resistências. O suporte da operação está situado
um pouco abaixo do ponto de resistência para minimizar prejuízos”,
diz o diretor. No ano, a ação acumula alta de 8,12% e, no mês,
sobe 4,31%. Desde o IPO, realizado em 2009, a ação se valorizou
43,75%. A rede de laboratórios encerrou o segundo trimestre
do ano com queda de 3,1% no lucro líquido.
Licença prévia para unidade
em Minas é positiva às ações
Para analistas da corretora Ativa,
a licença prévia para construção
da unidade de produção de
grafita em Almenara (MG) que a
Magnesita Refratários informou
ter obtido é positiva. A unidade
terá capacidade de 40 mil
toneladas por ano, sendo que
cerca de 15 mil toneladas serão
destinadas ao consumo próprio e
o restante será vendido. Apesar
de se tratar apenas de uma etapa
preliminar, uma vez que ainda é
necessário obter a licença de
instalação, a licença prévia reduz
consideravelmente os riscos de
execução do projeto, que
adicionará um valor considerável
à empresa no longo prazo, além
de permitir a monetização de
parte desse ativo, com parcerias
estratégicas, apontam os
analistas, em relatório. O balanço
entre oferta e demanda no
mercado de grafita deverá
permanecer apertado, diante da
capacidade produtiva limitada e
demanda em ascensão, elevando
o poder de precificação dos
produtores nesse segmento.
A corretora recomenda compra
para MAGG3, com preço alvo de
R$ 10,70, o que representa um
potencial de valorização de
38,2% em relação ao fechamento
de ontem (R$ 7,74).
LEVANTAMENTO
INDICAÇÃO DE AÇÕES
Menos de 20% poupam no país
Socopa mantém
carteira semanal
No Brasil, apenas 19% da população tem algum dinheiro poupado. Deste total, 88%, quase
nove entre 10 brasileiros, investem o dinheiro economizado na
caderneta de poupança, seguido de 8% que preferem guardar
em casa e 3% que optam pelo
fundo de investimentos.
No ano anterior, entre os poupadores (18%), as mesmas categorias atraíam 77%, 19% e 4%
da população. As estatísticas foram divulgadas ontem pela Fecomércio-RJ/Ipsos.
De acordo com Christian Travassos, economista da Fecomércio-RJ, as alterações da rentabi-
lidade da caderneta de poupança propiciou a redução geral
dos juros, o que realçou as características do tipo de investimento, como liquidez e a não cobrança de imposto de renda.
“Num primeiro momento, a
poupança mostrou-se mais vantajosa, pois a nova regra só passou a valer quando a taxa básica
de juros, a Selic, chegou a
8,5%. Muita gente se antecipou
à mudança, para garantir aos
seus recursos as regras antigas”, avalia Travassos.
De acordo com o Banco Central, o Brasil tem 102 milhões de
cadernetas de poupança. ■
A Socopa manteve a carteira recomendada de ações para a terceira semana do mês, com os papéis: CSN, Suzano, Gol, Vale,
Anhanguera, Even, MMX, PDG,
Lojas Americanas, OSX, Ambvev e Vanguarda Agro. “ A última semana foi de euforia, com
investidores repercutindo estímulo na China e EUA. Acreditamos que o cenário de curto prazo ainda é favorável para a bolsa,
porém, ressaltamos para eventuais movimentos de realização
após expressiva alta em alguns
papéis”, dizem analistas. ■
CENTRAIS ELÉTRICAS
MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT
CNPJ/MF nº 03.467.321/0001-99 - NIRE nº 51.300.001.179
Companhia Aberta
ATA DE REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Aos 13 (treze) dias do mês de agosto de 2012, às 11:30 horas, na Avenida Paulista nº 2439 - 12º
andar - São Paulo - SP, reuniram-se os membros do Conselho de Administração da Companhia,
infra-assinados, em número legal para deliberação. Iniciados os trabalhos, assumiu a presidência
da reunião o Presidente do Conselho de Administração Dr. Jorge Queiroz de Moraes Junior que
convidou a mim Alberto José Rodrigues Alves para secretariá-lo. Compareceu também à reunião,
como convidado, o integrante do Conselho Fiscal da Companhia Sr. Carlos Souza Barros de
Carvalhosa. O Presidente esclareceu, inicialmente, que a reunião tinha por ordem do dia deliberar
sobre a alteração (i) do “Instrumento Particular de Escritura de Emissão Pública de Debêntures Não
Conversíveis em Ações da Quarta Emissão de Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT”,
celebrado em 20 de outubro de 2011, entre a Companhia e a Planner Trustee Distribuidora de Títulos
e Valores Mobiliários Ltda., instituição financeira com sede na Cidade de São Paulo, Estado de São
Paulo, na Av. Brig. Faria Lima 3900, 10º andar, inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
do Ministério da Fazenda sob o nº 67.030.395/0001-46 (“Agente Fiduciário”), e seus aditamentos
(“Escritura de Emissão”); e (ii) do “Instrumento Particular de Constituição de Cessão Fiduciária de
Direitos Creditórios em Garantia”, celebrado em 20 de outubro de 2011, entre a Companhia, o Agente
Fiduciário e o Itaú Unibanco S.A., instituição financeira com sede na Cidade de São Paulo, Estado de
São Paulo, na Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha 100, Torre Olavo Setubal, inscrita no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica do Ministério da Fazenda sob o nº 60.701.190/0001-04 (“Banco
Centralizador”) (“Contrato de Cessão”), de modo a refletir o quanto deliberado na Assembleia Geral
de Debenturistas realizada em 7 de maio de 2012 (sessões 1ª a 4ª) (“AGD”) e refletido no Segundo
Aditamento à Escritura de Emissão e no Segundo Aditamento ao Contrato de Cessão (conforme
definidos na ata da AGD), documentos estes todos postos à disposição dos membros do Conselho de
Administração e do representante do Conselho Fiscal e arquivados na sede da Companhia. Colocada
a matéria em deliberação, foi aprovada pela unanimidade dos membros presentes, a celebração pela
Companhia do Terceiro Aditamento à Escritura de Emissão e do Terceiro Aditamento ao Contrato
de Cessão, nos termos do quanto deliberado na AGD, ficando os Diretores desde já autorizados a
tomar as providências necessárias para a formalização dessa deliberação. Nada mais havendo a ser
tratado, foram encerrados os trabalhos e impressa a presente ata, que lida e achada conforme, segue
assinada por todos os presentes. Nada mais havendo a ser tratado, foram encerrados os trabalhos e
impressa a presente ata, que lida e achada conforme, segue assinada por todos os presentes. São
Paulo, 13 de agosto de 2012. (a.a.) Presidente: Jorge Queiroz de Moraes Junior. Secretário: Alberto
José Rodrigues Alves. Conselheiros: Jorge Queiroz de Moraes Junior, Alberto José Rodrigues
Alves, Antonio da Cunha Braga, Aristóteles Luiz Menezes Vasconcellos Drummond, Octávio Tavares
de Oliva Filho, Milton Henriques de Carvalho Filho, Atilano de Oms Sobrinho, e Carmem Campos
Pereira. A presente ata confere com o original lavrado no livro nº 08 de registro de atas de reuniões
do Conselho de Administração da Companhia, às folhas 2 e 3. Jorge Queiroz de Moraes Junior Presidente. Alberto José Rodrigues Alves - Secretário. JUCEMAT nº 20120940957, em sessão de
30/08/2012. João Gilberto Calvoso Teixeira - Secretário Geral.
CENTRAIS ELÉTRICAS
MATOGROSSENSES S.A.- CEMAT
(“Companhia” e/ou “Emissora”)
CNPJ/MF 03.467.321/0001-99 - NIRE 51.300.001.179
Companhia Aberta
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS DA 1ª, 4ª e 5ª SÉRIES DA 2ª EMISSÃO
DE DEBÊNTURES SIMPLES, NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES, DA ESPÉCIE COM GARANTIA
REAL, EM TREZE SÉRIES, REALIZADA EM 13 DE JULHO DE 2012
1. Data, hora e local: Realizada no dia 13 de julho de 2012, às 15:30hs, na sede da Companhia,
na Rua Manoel dos Santos Coimbra, 184 - Bairro Bandeirantes - Cuiabá/MT. 2. Convocação e
Presença: Dispensada a convocação em razão da presença de debenturistas representando a
totalidade das debêntures da 1ª, 4ª e 5ª séries da 2ª emissão de debêntures simples, não conversíveis
em ações, da espécie com garantia real, em treze séries (“Escritura de Emissão de Debêntures”),
conforme assinaturas apostas no Livro de Presença de Debenturistas, nos termos da Lei 6.404,
de 15 de dezembro de 1976 (“Lei 6.404/76”), BANCO BTG PACTUAL S.A., inscrito no CNPJ/MF
30.306.294/0001-45, com sede na Praia de Botafogo, nº 501, 5º andar, Rio de Janeiro/RJ e BTG
PACTUAL EMISSÕES PRIMÁRIAS FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO,
por seu administrador BTG PACTUAL SERVIÇOS FINANCEIROS S.A, representados na forma de
seu estatuto social e regulamento, conforme aplicável. 3. Também estavam presentes na assembleia
os representantes da SLW CORRETORA DE VALORES E CÂMBIO LTDA. (“Agente Fiduciário”),
Sr. Nelson Santucci Torres e representantes da Companhia. 4. Mesa: Os acionistas elegem como
Presidente da Mesa o Sr. Bruno Duque Horta Nogueira, que convidou o Sr. Nelson Santucci Torres para
atuar como Secretário. 5. Ordem do Dia: Deliberação sobre as seguintes matérias: (a) Desobrigar a
Emissora, pelo período de 30 dias a contar da data de assinatura desta Assembleia, do cumprimento
das Obrigações estabelecidas na cláusula 4.8 (a), “parcelas 19, 20 e 21”, 4.8 (d), “parcela 2”, 4.8 (e)
“parcela 2” e nas cláusulas 4.9.1, 4.9.2., 4.9.5 (a) e 4.9.5 (b) da Escritura de Emissão de Debêntures,
mais especificamente quanto aos pagamentos estipulados para 15.5.2012, 15.6.2012 e 15.7.2012,
referentes às Datas de Amortização das Debêntures da 1ª Série previstas nas cláusula 4.8 (a),
“parcelas 19, 20 e 21”, 4.8 (d), “parcela 2”, referente à Data de Amortização das Debêntures da 4ª
Série e 4.8 (e) “parcela 2” referente à Data de Amortização das Debêntures da 5ª Série da Escritura de
Emissão de Debêntures, e referentes à Remuneração, prevista nas cláusulas 4.9.1, 4.9.2, 4.9.5 (a) e
4.9.5 (b) da Escritura de Emissão de Debêntures, (b) Autorizar a Emissora a efetuar o pagamento da
obrigação de amortização previsto na cláusula 4.8 (a) “parcelas 19, 20 e 21” da Escritura de Emissão
de Debêntures na mesma data do pagamento da obrigação de amortização prevista na cláusula
4.8 (a) “parcela 22”, (c) Autorizar a Emissora a efetuar o pagamento da obrigação de amortização
previsto nas cláusulas 4.8 (d) “parcela 2” e 4.8 (e) “parcela 2” da Escritura de Emissão de Debêntures
na mesma data do pagamento da obrigação de amortização prevista na cláusula 4.8 (f) “parcela
2”e (d) Autorizar a Emissora a efetuar o pagamento da obrigação de pagamento de Remuneração
relativo às mesmas “parcelas 19, 20 e 21” referidas em (b), e às “parcelas 2” das cláusulas 4.8 (d) e
4.8 (e) referida em (c), com vencimento em 15.5.2012, 15.6.2012, 15.7.2012, 15.6.2012 e 15.7.2012,
respectivamente, na mesma data do pagamento da Remuneração com vencimento em 15.8.2012,
prevista nas cláusulas 4.9.1, 4.9.2., 4.9.5 (a) e 4.9.5 (b) da Escritura de Emissão de Debêntures. 6.
Deliberações: (a) Desobrigar a Emissora, pelo período de 30 dias a contar da data de assinatura
desta Assembleia, do cumprimento das Obrigações estabelecidas na cláusula 4.8 (a), “parcelas 19, 20
e 21”, 4.8 (d), “parcela 2”, 4.8 (e) “parcela 2” e nas cláusulas 4.9.1, 4.9.5 (a) e 4.9.5 (b) da Escritura de
Emissão de Debêntures, mais especificamente quanto aos pagamentos estipulados para 15.5.2012,
15.6.2012 e 15.7.2012, previstas nas cláusula 4.8 (a), “parcelas 19, 20 e 21”, referentes às Datas de
Amortização das Debêntures da 1ª Série, e às Datas de Amortização das Debêntures da 4ª e 5ª Série,
previstas nas cláusulas 4.8 (d), “parcela 2” e 4.8 (e) “parcela 2” da Escritura de Emissão de Debêntures,
e referentes à Remuneração, prevista nas cláusulas 4.9.1, 4.9.5 (a) e 4.9.5 (b) da Escritura de Emissão
de Debêntures, (b) Autorizar a Emissora a efetuar o pagamento da obrigação de amortização previsto
na cláusula 4.8 (a) “parcelas 19, 20 e 21” da Escritura de Emissão de Debêntures na mesma data
do pagamento da obrigação de amortização prevista na cláusula 4.8 (a) “parcela 22”, (c) Autorizar a
Emissora a efetuar o pagamento da obrigação de amortização previsto na cláusula 4.8 (d) “parcela
2” e 4.8 (e) “parcela 2” da Escritura de Emissão de Debêntures na mesma data do pagamento da
obrigação de amortização prevista na cláusula 4.8 (f) “parcela 2” e (d) Autorizar a Emissora a efetuar
o pagamento da obrigação de pagamento de Remuneração relativo às mesmas “parcelas 19, 20 e
21” referidas em (b), e às “parcelas 2” das cláusulas 4.8 (d) e 4.8 (e) referidas em (c), com vencimento
em 15.5.2012, 15.6.2012, 15.7.2012, 15.6.2012 e 15.7.2012, respectivamente, na mesma data do
pagamento da Remuneração com vencimento em 15.8.2012, previstas nas cláusulas 4.9.1, 4.9.2,
4.9.5 (a) e 4.9.5 (b) da Escritura de Emissão de Debêntures. 7. Considerando as deliberações
acima, as “parcelas 19, 20 e 21” da cláusula 4.8 (a), “parcela 2” da cláusula 4.8 (d) e “parcela 2” da
cláusula 4.8 (e) e os pagamentos de Remuneração previstos para 15.5.2012, 15.6.2012 e 15.7.2012,
referentes à cláusula 4.9.5 (a), e o pagamento de Remuneração previsto para 15.6.2012 e 15.7.2012,
referente à cláusula 4.9.5 (b), deverão ser pagas pela Emissora em 15.08.2012, apurado nos termos
da Escritura de Emissão de Debêntures. Suspensão dos Trabalhos e Lavratura da Ata: Os termos
que não estejam expressamente definidos neste documento terão o significado a eles atribuídos na
escritura de emissão de debêntures. Como nada mais houvesse a ser tratado, após ter sido oferecida a
palavra a quem dela quisesse fazer uso e, ninguém se manifestando, foram encerrados os trabalhos e
suspensa a assembléia pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, reaberta a sessão, foi lida,
conferida, aprovada, e por todos assinada. Cuiabá, 13 de julho de 2012. Bruno Duque Horta Nogueira
- Presidente. Nelson Santucci Torres - Secretário. DEBENTURISTAS: BANCO BTG PACTUAL S.A.,
neste ato representado por Bruno Alexandre Licarião Rocha e Bruno Duque Horta Nogueira, BTG
PACTUAL EMISSÕES PRIMÁRIAS FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO,
neste ato representado por Bruno Alexandre Licarião Rocha e Bruno Duque Horta Nogueira. Agente
Fiduciário: SLW Corretora de Valores e Câmbio Ltda., neste ato representado por Marco Marchi e
Felipe Coimbra Aloi Andre. Representantes da Companhia: Carmem Campos Pereira e José
Carlos Santos. A presente ata confere com a original impressa no Livro nº 01 de registro de atas das
Assembleias Gerais de Debenturistas da Segunda Emissão, às folhas 8 a 10. Bruno Duque Horta
Nogueira - Presidente. Nelson Santucci Torres - Secretário. JUCEMAT nº 20120940981, em sessão
de 30/08/2012. João Gilberto Calvoso Teixeira - Secretário Geral.
36 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
MUNDO
Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected]
Merkel rejeita interferência
política na atuação do BCE
Tobias Schwarz/Reuters
Para a chanceler alemã, cabe unicamente ao Banco Central
Europeu decidir sobre o volume de títulos da dívida que vai adquirir
Noah Barkin
Berlim, Reuters
Os políticos não devem decidir
qual o volume de dívida que o
Banco Central Europeu (BCE)
deve comprar no mercado secundário como parte do plano
para combater a crise da dívida
na Zona do Euro. A posição é da
chanceler da Alemanha, Angela
Merkel, e foi manifestada ontem, em entrevista coletiva.
“Não é da nossa alçada (os políticos) estabelecer os limites (das
intervenções do BCE) ... Isso é
do domínio do BCE”, enfatizou.
A chanceler afirmou que a
contribuição da Alemanha ao
novo fundo de resgate perma-
nente da Zona do Euro, o Mecanismo Europeu de Estabilização
Financeira (ESM, na sigla em inglês), totalizando ¤ 190 bilhões,
não está ligada ao programa de
compra de títulos, contradizendo comentários feitos por um
parlamentar sênior de sua coalizão de centro-direita sugerindo
que a dívida comprada pelo BCE
faria parte desse total.
Merkel disse ainda que é improvável que um novo e planejado órgão de supervisão bancária europeu pudesse ser criado até 1º de janeiro de 2013.
Independência
O presidente do banco central
da Alemanha, Jens Weidmann,
tem o direito de expressar suas
opiniões sobre a crise da Eurozona, disse Merkel, comentando
afirmações de seu ministro das Finanças que sugeriu que comentários feitos pelo presidente do Bundesbank, o banco central alemão,
podem ter tido um efeito nocivo
para o mercado.
Em entrevista a um jornal no
fim de semana, o ministro Wolfgang Schaeuble, afirmou que o
povo alemão estava sendo desestabilizado pela natureza pública
de debates dentro do BCE sobre
seu novo programa de compra
de títulos. Ex-conselheiro de
Merkel, Weidemann criticou
publicamente os planos de compra de títulos. ■
Merkel: presidente do Bundesbank tem o direito de se expressar
Kiyoshi Ota/Bloomberg
França crescerá menos de 1% em 2013
Noyer: reviravolta gradual no crescimento da França em 2013
O plano de compra de títulos do
BCE melhorou as perspectivas para a Zona do Euro, mas o crescimento da segunda maior economia do bloco, a França, continuará fraco em 2013 e bem abaixo de
1%, afirmou o presidente do banco central francês, Christian
Noyer, ao Les Echos. Noyer, que
também é membro da diretoria
do BCE, afirmou que o banco central do bloco tranquilizou os mercados com seu anúncio na semana passada de que irá comprar
quantias ilimitadas de títulos emitidos por países da Zona do Euro.
A decisão da principal corte
da Alemanha de dar sinal verde
para o Mecanismo Europeu de
Estabilização Financeira (ESM,
na sigla em inglês) também deu
uma indicação clara de coesão
no bloco monetário, e ajudará
economias em dificuldade a impulsionar a competitividade e o
crescimento, disse.
Mas apesar da melhora, a economia de ¤ 2 trilhões da França
terá dificuldade para ganhar força em 2013. “Nós podemos razoavelmente esperar uma reviravolta gradual no crescimento
em 2013, com uma média que
deve continuar consideravelmente abaixo de 1%, dada a falta de crescimento esperado para o fim de 2012”, afirmou.
A economia da França está paralisada desde o fim de 2011, mostrando crescimento zero nos primeiros trimestres de 2012. ■ Vicky Buffery, Reuters
Michele Tantussi/Bloomberg
Espanha deve
pedir socorro
de¤60bilhões
Eurozona tem superávit
de ¤ 15,6 bilhões em julho
As exportações da Zona do Euro não ajustadas para fatores sazonais cresceram em julho na
comparação anual mais de cinco vezes mais rápido que as importações, impulsionando o superávit comercial da região
com o resto do mundo, informou o escritório de estatísticas
da União Europeia, Eurostat.
O superávit comercial não ajustado nos 17 países que usam o euro atingiu ¤ 15,6 bilhões em julho,
ante ¤ 2,1 bilhões em junho, uma
vez que as exportações subiram
11% em termos anuais e as importações apenas 2%. A fraqueza das
importações indica uma queda
na demanda doméstica conforme
a Zona do Euro afunda ainda mais
na desaceleração econômica.
Ajustado para fatores sazonais entre janeiro e junho mostra que o crescimento das exportações se deveu principalmente
às vendas de maquinário, veículos e outros bens manufaturados. O principal motor de exportação é a Alemanha, responsável
por mais da metade do volume da
Zona do Euro. A segunda maior
contribuição para o superávit comercial veio da Holanda, e a terceira, da Irlanda. ■ Reuters
Contêineres em terminal de embarque no porto de Hamburgo
A Espanha precisará de menos
do que os ¤ 100 bilhões prometidos pela Eurozona para o setor
bancário em crise, afirmou a
ministra austríaca das Finanças, Maria Fekter, em uma entrevista. Ela disse acreditar que
Madri pode solicitar “ao redor
de ¤ 60 bilhões”. “O governo
(espanhol) terá que cumprir
com as exigências da CE relativas ao déficit excessivo, um verdadeiro desafio”, observou.
Ao mesmo tempo, Fekter destacou que as coisas estão “avançando” na Espanha. ■ AFP
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 37
Michael Latz/Ddp
AlemanhaePolôniaquerempleitodiretonaUE
“Acredito que é decisivo e crucial darmos mais transparência e
democracia às nossas instituições europeias e, por isso, a ideia de
eleições diretas na União Europeia me alegra”, afirmou Guido
Westerwelle, ministro das Relações Exteriores alemão, que participou,
em Varsórvia, de uma reunião do grupo de reflexão sobre o futuro da
UE, formado por 11 países europeus. A eleição direta seria uma resposta
ao euroceticismo alimentado sobretudo pela crise da dívida. AFP
Alessia Pierdomenico/Bloomberg
Lucas Jackson/Reuters
PRISÕES NO PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DO “OCUPE WALL STREET”
A fortuna dos ricos cresceu mais na América do Norte e na Oceania
Cai o número
de milionários
e aumenta o
de bilionários
Omovimentodeprotesto“OcupeWallStreet”(OWS,siglaeminglês)comemorouontem
oprimeiroanodevidacomumamobilizaçãoquebloqueouduranteamanhãosacessosà
BolsadeNovaYorketerminoucommaisde100pessoasdetidas.Vigiadosporumgrande
númerodepoliciais,quase600ativistasdomovimentoquedenunciaascrescentes
desigualdadeseopoderdodinheironapolíticaamericanaprotestaramnasproximidades
deWallStreet,suldeManhattan.OsmanifestantessereuniramnoparqueZuccotti,onde
nasceuomovimentoháumano.Apolíciaefetuouasdetençõesquandoosmanifestantes
tentaramtomararuaecaminharatéaBolsadeNovaYork,pertodolocal.AFP
A riqueza de quem tem mais de US$ 1 bilhão
cresceu 14%, para US$ 6,2 trilhões em um ano
EUA na OMC contra a China
Muitos milionários ficaram
mais pobres no ano passado,
mas os bilionários se saíram
bem, usando suas equipes de administração de fundos para escapar da instabilidade econômica
que atingiu os menos ricos, informou, ontem, a empresa de
pesquisas Wealth-X. O número
de pessoas com ao menos
US$ 30 milhões subiu para
187.380, mas o total da fortuna
deles caiu 1,8%, chegando a
US$ 25,8 trilhões — ainda uma
soma maior do que as economias norte-americana e chinesa —, divulgou a Wealth-X.
Os mais atingidos globalmente foram os que possuem entre
US$ 200 milhões e US$ 499 milhões, cujo número caiu 9,9% e
cujas fortunas encolheram
11,4%, informou o relatório chamado World Ultra Wealth Report, usando dados para o ano
até 31 de julho.
Os muito, muito ricos, entretanto, ficaram ainda mais ricos.
O número de bilionários subiu
9,4%, chegando a 2.160 pessoas; a riqueza deles cresceu
14%, para US$ 6,2 trilhões.
“Mesmo com um ou dois bilhões, eles têm um ambiente
muito maior, eles têm muito
mais assessoria sobre a forma
de investimento. Certamente,
eles ganham a atenção de todos os bancos importantes”,
disse à Reuters Mykolas Ram-
Ação, que já entrou no debate
eleitoral, tem como alvo subsídios
chineses ao setor automotivo
bus, CEO da Wealth-X.
“Essa foi a questão sobre esse
terço médio, a área arriscada entre US$ 100 milhões e US$ 500
milhões. Não acho que pareça
que esses caras empregam talento o suficiente para ajudar em
seus portfólios e suas holdings a
serem bem-sucedidas.”
Enquanto a Europa enfrenta
dificuldades e a economia norteamericana se recupera de forma
irregular, os ricos estão deixando de especular para investir
em empresas particulares, em
commodities e propriedades,
disse a Wealth-X, uma empresa
sediada em Cingapura que fornece dados de inteligência sobre os ultra-ricos para bancos,
arrecadadores de fundos e o
mercado de luxo.
A Ásia sofreu a pior perda regional de riqueza, com um declínio de 6,8%, totalizando
US$ 6,25 trilhões, em razão
dos mercados de capitais mais
debilitados e uma demanda menor por exportações do Ocidente, segundo a pesquisa.
Embora a riqueza também tenha encolhido na Europa, na
América Latina e no Oriente Médio, os ricos viram suas fortunas crescer na América do Norte (em 2,8%, chegando a
US$ 8,88 trilhões) e na Oceania
(alta de 4,4%, chegando a
US$ 475 bilhões) — boa parte
disso na Austrália. ■ Reuters
Os Estados Unidos apresentaram
, ontem, uma nova ação na Organização Mundial do Comércio
(OMC) contra os subsídios que a
China concede ao setor automotivo, enquanto o presidente Barack
Obama, em plena campanha eleitoral, visita um estado industrial.
Obama, que ontem visitou
Ohio, um estado-chave para as
eleições de novembro e sede de
grandes montadoras, acusou
Romney de ser pioneiro em ajudar corporações a enviar empregos norte-americanos para fora
das fronteiras. “Uma pessoa não
pode se revoltar contra a China
quando a única coisa que fez foi
enviar a ela nossos empregos”,
ressaltou Obama, em um duro
ataque a seu rival.
“Não precisamos de pessoas
que, durante a época eleitoral,
de repente, se preocupam com
as práticas comerciais, mas antes das eleições, levam vantagem de práticas comerciais injustas”, disse.
“Os casos comerciais na época
da campanha podem soar bem
(...), mas é muito pouco, muito
tarde para as empresas norteamericanas e as famílias de classe
média”, argumentou Mitt Romney. “A credibilidade do presidente Obama neste tema se desvaneceu há tempos”, acrescentou.
Romney precisa ganhar em
Ohio se quiser chegar à Casa Branca. As últimas pesquisas são muito desfavoráveis a ele e, de acordo com uma sondagem divulgada na quinta-feira pela NBC/Wall
Street Journal, ele está seis pontos atrás de Obama na disputa
eleitoral.
Reação chinesa
Em outra pendência entre os
dois países, a China também recorreu ontem na OMC das “medidas compensatórias e antidumping” apresentadas pelos Estados Unidos contra seu programa
exportador, que inclui produtos
como papel, aço, pneus, ímãs,
produtos químicos, utensílios
de cozinha e equipamentos de
energia eólica. ■ AFP
Eric Thayer/Reuters
Grevedeprofessoresem
ChicagoprejudicaObama
O prefeito de Chicago, Rahm
Emanuel, entrou na Justiça para
tentar acabar com a greve dos 26
mil professores das escolas públicas da cidade, que deixou mais de
350 mil estudantes sem aulas há
mais de sete dias. A greve é um
constrangimento para a administração do presidente Barack Obama, em plena reta final da campanha eleitoral nos Estados Unidos.
Obama e Emanuel são colegas no
Partido Democrata e o prefeito de
Chicago foi chefe de gabinete de
Obama antes de ser eleito prefeito da metrópole americana.
Emanuel pediu a um tribunal
estadual que force os professores
a voltarem às escolas. A portavoz do prefeito, Sarah Hamilton,
disse que advogados pediram
que o tribunal obrigue o Sindica-
Emanuel:350milalunossemaula
to dos Professores de Chicago a
recomendarem aos seus associados que voltem imediatamente
ao trabalho. ■ AE
38 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
CENTRAIS ELÉTRICAS
MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT
CENTRAIS ELÉTRICAS
MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT
CNPJ/MF nº 03.467.321/0001-99 - NIRE nº 51.300.001.179
Companhia Aberta
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS DA
3ª EMISSÃO PÚBLICA DE DEBÊNTURES NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES DA
CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT
REALIZADA EM 16 DE JULHO DE 2012
1. Data, Hora e Local: 16 de julho de 2012, às 16h00, na sede da Centrais Elétricas
Matogrossenses S.A. - CEMAT (“Emissora” ou “Companhia”), localizado na cidade de Cuiabá,
estado de Mato Grosso, na Rua Manoel dos Santos Coimbra, nº 184. 2. Convocação: Dispensada
nos termos do § 2º, do Art. 71, combinado com o § 4º, do Art. 124, ambos da Lei nº 6.404/76. 3.
Presença: Debenturistas representando a totalidade das debêntures emitidas, conforme assinaturas
apostas no Livro de Presença de Debenturistas. Também estavam presentes na assembleia os
representantes da Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Agente Fiduciário”) e
representantes da Companhia. 4. Mesa: Os debenturistas elegem como Presidente da Mesa Rinaldo
Rabello Ferreira, que convidou Maria Estela Ferraz de Campos para atuar como secretária. 5.
Ordem do Dia: Deliberação sobre os termos e condições da proposta apresentada pela Companhia,
devidamente acompanhada de minutas preliminares de tal estrutura, visando a aquisição ou resgate
de debêntures da 3ª emissão de tal modo que o Banco Standard de Investimentos S.A. venha a tornarse o único debenturista da 3ª Emissão. 6. Deliberações: Os debenturistas detentores da totalidade
das debêntures em circulação deliberaram e, neste ato, concordaram, de forma unânime, com a
proposta, em melhores esforços, de aquisição ou resgate de debêntures da 3ª emissão de tal modo
que o Banco Standard de Investimentos S.A. venha a tornar-se o único debenturista da 3ª Emissão
apresentada pela Companhia (“Proposta”). A Proposta apresentada pela Companhia consiste,
fundamentalmente, na emissão de 2 (duas) Cédulas de Crédito Bancário (“CCBs”) pela Companhia,
em favor do Banco Itaú BBA S.A. e Banco Santander Brasil S.A., cujos valores desembolsados à
Companhia serão destinados exclusivamente à aquisição ou resgate das debêntures da 3ª Emissão
atualmente detidas por Banco Itaú BBA S.A. e Banco Santander Brasil S.A., resultando, assim,
na condição do Banco Standard de Investimentos S.A. como único debenturista da 3ª Emissão.
A aquisição ou resgate das debêntures da 3ª Emissão atualmente detidas por Banco Itaú BBA S.A.
e Banco Santander Brasil S.A. poderá ocorrer por meio de “aquisição facultativa”, tal como previsto
no parágrafo 2º do artigo 55 da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (conforme alterada) e no
item 6.19 da Escritura de Emissão, ou por meio de Oferta de Resgate Antecipado Facultativo, tal
como definido no item 6.17 da Escritura de Emissão, prevalecendo o que se mostrar juridicamente
e economicamente mais adequado. A Proposta apresentada pela Companhia também contempla
que a assinatura dos documentos definitivos necessários à condição do Banco Standard de
Investimentos S.A. resultar como o único debenturista da 3ª Emissão estará condicionada (i) à
formalização, em termos satisfatórios aos debenturistas da 3ª Emissão, de todos os documentos
societários da Companhia necessários a tal Proposta, (ii) à concordância dos debenturistas da 3ª
Emissão, inclusive em seus comitês de crédito, com relação aos termos e condições contidos nas
CCBs e demais documentos definitivos, inclusive no que se refere às garantias, que deverão ser
concedidas em favor do Banco Itaú BBA S.A. e Banco Santander Brasil S.A. por meio de cessões
fiduciárias sobre parte proporcional dos direitos creditórios da Companhia cedidos fiduciariamente em
benefício dos debenturistas da 3ª Emissão, (iii) à formalização e aprovação pela Agência Nacional de
Energia Elétrica - ANEEL da concessão das garantias de cessão fiduciária em favor do Banco Itaú
BBA S.A. e Banco Santander Brasil S.A., bem como a manutenção da garantia de cessão fiduciária
concedida em benefício da 3ª Emissão, proporcionalmente reduzida de forma a refletir o Banco
Standard de Investimentos S.A. como seu único debenturista, sendo que a formalização de tais
garantias e a aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL serão consideradas como
condição suspensiva do desembolso das CCBs. Em qualquer hipótese, o documento deve prever
expressamente que, caso as condições suspensivas não se implementem, Banco Itaú BBA S.A.
e Banco Santander Brasil S.A. serão mantidos como debenturistas da 3ª Emissão, nos termos
vigentes. Assim, em razão da concordância, por unanimidade, dos debenturistas da 3ª Emissão com
a Proposta visando a condição, em melhores esforços, do Banco Standard de Investimentos S.A.
como o único debenturista da 3ª Emissão, considera-se como “não implementada” a condição
resolutiva prevista na assembleia geral de debenturistas da 3ª Emissão realizada em 6 de julho
de 2012, ficando, portanto, mantidas as deliberações tomadas naquela ocasião, cujos efeitos
vigoram sem quaisquer ressalvas, reservas ou oposições. 7. Encerramento: Nada mais havendo
a ser tratado, após ter sido oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, ninguém se
manifestando, foram encerrados os trabalhos e suspensa a Assembleia pelo tempo necessário à
lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, conferida, aprovada e por todos assinada.
Cuiabá, 16 de julho de 2012. Presidente: Rinaldo Rabello Ferreira. Secretária: Maria Estela Ferraz
de Campos. Debenturistas: Banco Itaú BBA S.A., neste ato representado por Maria Estela Ferraz
de Campos; Banco Standard de Investimentos S.A., neste ato representado por Bruno Gutierres;
Banco Santander (Brasil) S.A., neste ato representado por Thiago Franco Martins; Agente
Fiduciário: Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., neste ato representado
por Rinaldo Rabello Ferreira; e Companhia: Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT,
neste ato representada por Carmem Campos Pereira e José Carlos Santos. Declaro que a presente
ata é cópia fiel da lavrada no livro próprio. Rinaldo Rabello Ferreira - Presidente. Maria Estela Ferraz
de Campos - Secretária. JUCEMAT nº 20120940884, em sessão de 30/08/2012. João Gilberto
Calvoso Teixeira - Secretário Geral.
(“Companhia” e/ou “Emissora”)
CNPJ/MF 03.467.321/0001-99 - NIRE 51.300.001.179
Companhia Aberta
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS DA 1ª a 13ª SÉRIES DA 2ª EMISSÃO DE
DEBÊNTURES SIMPLES, NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES, DA ESPÉCIE COM GARANTIA
REAL, EM TREZE SÉRIES, REALIZADA EM 01 DE AGOSTO DE 2012
1. Data, hora e local: Realizada no dia 01 de agosto de 2012, às 10:00hs, na sede da Companhia,
na Rua Manoel dos Santos Coimbra, 184 - Bairro Bandeirantes - Cuiabá/MT. 2. Convocação e
Presença: Dispensada a convocação em razão da presença de debenturistas representando a
totalidade das debêntures da 1ª a 13ª séries da 2ª emissão de debêntures simples, não conversíveis
em ações, da espécie com garantia real, em treze séries (“Escritura de Emissão de Debêntures”),
conforme assinaturas apostas no Livro de Presença de Debenturistas, nos termos da Lei 6.404,
de 15 de dezembro de 1976 (“Lei 6.404/76”), BANCO BTG PACTUAL S.A., inscrito no CNPJ/
MF 30.306.294/0001-45, com sede na Praia de Botafogo, nº 501, 5º andar, Rio de Janeiro/RJ e
BTG PACTUAL EMISSÕES PRIMÁRIAS FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA CRÉDITO
PRIVADO, por seu administrador BTG PACTUAL SERVIÇOS FINANCEIROS S.A, representados
na forma de seu estatuto social e regulamento, conforme aplicável. 3. Também estavam presentes
na assembleia os representantes da SLW CORRETORA DE VALORES E CÂMBIO LTDA. (“Agente
Fiduciário”) e representantes da Companhia. 4. Mesa: Os acionistas elegem como Presidente da
Mesa o Sr. Bruno Duque Horta Nogueira, que convidou o Sr. Nelson Santucci Torres para atuar
como Secretário. 5. Ordem do Dia: Aprovar as alterações na 2ª Emissão de Debêntures Simples,
não conversíveis em ações, da espécie com garantia real, em treze séries da Centrais Elétricas
Matogrossenses S.A. - CEMAT que serão promovidas na Escritura de Emissão de Debêntures e nos
demais instrumentos jurídicos relacionados. 6. Deliberações: A totalidade dos debenturistas da 1ª
a 13ª Séries da 2ª Emissão de Debêntures Simples, aprovaram as alterações a serem promovidas
na Escritura de Emissão de Debêntures, Contrato de Cessão Fiduciária e demais instrumentos
jurídicos relacionados, nos termos e condições constantes da Minuta de Primeiro Aditamento à
Escritura de Emissão, que segue como Anexo I, devidamente arquivado na Companhia. Suspensão
dos Trabalhos e Lavratura da Ata: Os termos que não estejam expressamente definidos neste
documento terão o significado a eles atribuídos na escritura de emissão de debêntures. Como
nada mais houvesse a ser tratado, após ter sido oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer
uso e, ninguém se manifestando, foram encerrados os trabalhos e suspensa a Assembleia pelo
tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, reaberta a sessão, foi lida, conferida, aprovada,
e por todos assinada. Cuiabá, 1º de agosto de 2012. Bruno Duque Horta Nogueira - Presidente.
Nelson Santucci Torres - Secretário. DEBENTURISTAS: BANCO BTG PACTUAL S.A, neste ato
representado por Bruno Alexandre Licarião Rocha e Bruno Duque Horta Nogueira, BTG PACTUAL
EMISSÕES PRIMÁRIAS FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO, neste
ato representado por Bruno Alexandre Licarião Rocha e Bruno Duque Horta Nogueira. Agente
Fiduciário: SLW Corretora de Valores e Câmbio Ltda., neste ato representado por Marco Marchi
e Felipe Coimbra Aloi Andre. Representantes da Companhia: Carmem Campos Pereira e José
Carlos Santos. A presente ata confere com a original impressa no Livro nº 01 de registro de atas das
Assembleias Gerais de Debenturistas da Segunda Emissão, às folhas 11 e 12. Bruno Duque Horta
Nogueira - Presidente. Nelson Santucci Torres - Secretário. JUCEMAT nº 20120940973, em sessão
de 30/08/2012. João Gilberto Calvoso Teixeira - Secretário Geral.
CENTRAIS ELÉTRICAS
MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT
CNPJ/MF nº 03.467.321/0001-99 - NIRE nº 51.300.001.179
Companhia Aberta
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS DA
3ª EMISSÃO PÚBLICA DE DEBÊNTURES NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES DA
CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT
REALIZADA EM 6 DE AGOSTO DE 2012
1. Data, Hora e Local: 6 de agosto de 2012, às 10h00, na sede da Centrais Elétricas Matogrossenses
S.A. - CEMAT (“Emissora” ou “Companhia”), localizado na cidade de Cuiabá, Estado de Mato Grosso,
na Rua Manoel dos Santos Coimbra, nº 184. 2. Convocação: Dispensada nos termos do § 2º, do
Art. 71, combinado com o § 4º, do Art. 124, ambos da Lei nº 6.404/76. 3. Presença: Debenturistas
representando a totalidade das debêntures emitidas, conforme assinaturas apostas no Livro de
Presença de Debenturistas. Também estavam presentes na assembleia os representantes da
Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Agente Fiduciário”) e representantes da
Companhia.4. Mesa: Os debenturistas elegem como Presidente da Mesa Rinaldo Rabello Ferreira, que
convidou Maria Estela Ferraz de Campos para atuar como secretária. 5. Ordem do Dia: Deliberação
sobre a extensão, até o dia 13 de agosto de 2012, do prazo para o encerramento dos efeitos, perante
a Companhia, a Rede Energia S.A. e a 3ª Emissão de Debêntures da Companhia, dos compromissos
assumidos no Termo de Assunção de Obrigações de Não Fazer Sob Condição Suspensiva e
Resolutiva e Outras Avenças firmado entre a Companhia, a Rede Energia S.A. e diversos de seus
credores financeiros em 16 de abril de 2012, conforme aditado pela primeira vez em 6 de junho de
2012 e pela segunda vez em 6 de julho de 2012 (“Standstill”), ao qual os debenturistas aderiram, de
acordo com as deliberações tomada nas assembleias gerais de debenturistas realizadas nos dias
06 de julho de 2012 e 16 de julho de 2012. 6. Deliberações: Os Debenturistas representantes da
totalidade das Debêntures emitidas aprovaram, por unanimidade, as deliberações abaixo: i) estender,
até o dia 13 de agosto de 2012, por meio da assinatura da presente ata de assembleia geral de
debenturistas, o prazo para o encerramento dos efeitos, perante a Companhia, a Rede Energia
S.A. e a 3ª Emissão de Debêntures da Companhia, dos compromissos assumidos no Standstill;
ii) em consequência: (a) autorizar o Agente Fiduciário a, até o dia 13 de agosto de 2012 (inclusive),
não realizar (ou a suspender, conforme o caso) quaisquer procedimentos judiciais ou extrajudiciais
relativos a cobrança de valores devidos aos debenturistas (ou que venham a ser devidos até tal data)
pela Companhia em decorrência das disposições contidas em quaisquer documentos relativos à 3a
Emissão de Debêntures da Companhia, em razão da adesão da referida 3a Emissão de Debêntures
aos termos do Standstill, salvo no caso de a Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no
Standstill; (b) autorizar o Agente Fiduciário a, até o dia 13 de agosto de 2012 (inclusive), não decretar
(ou a não iniciar procedimentos para a decretação de) vencimento antecipado da 3a Emissão de
Debêntures da Companhia, em razão da adesão da referida 3a Emissão de Debêntures aos termos
do Standstill, salvo no caso de a Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; (c)
autorizar o Agente Fiduciário e o Itaú Unibanco S.A., este último na qualidade de Banco Centralizador
nos termos do Instrumento Particular de Constituição de Cessão Fiduciária de Direitos Creditórios
em Garantia celebrado em 1º de abril de 2011 (“Instrumento Particular de Cessão Fiduciária”) a,
até o dia 13 de agosto de 2012 (inclusive), não realizar a retenção, não autorizar a realização de
retenção e, conforme o caso, promover a liberação, em favor da Companhia, de quaisquer recebíveis
da Companhia que tenham sido entregues em garantia das obrigações assumidas nos termos da 3a
Emissão de Debêntures, permitindo, portanto, o acesso pela Companhia a tais recebíveis até o dia 13
de agosto de 2012 (inclusive), em razão da adesão da referida 3a Emissão de Debêntures aos termos
do Standstill, salvo no caso da Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill;
iii) determinar ao Agente Fiduciário que, sem a necessidade de convocação de AGD, nos termos da
cláusula 8.6.1 da Escritura de Emissão, declare antecipadamente vencidas as Debêntures e passe a
tomar todas e quaisquer medidas necessárias à excussão da Cessão Fiduciária constituída através
do Instrumento Particular de Cessão Fiduciária, no dia útil seguinte ao que ocorrer primeiro
dentre: (a) o não pagamento pela Companhia no dia 16 de agosto de 2012, já considerado o prazo
de purgação da mora, dos valores de principal, juros e demais encargos aplicáveis aos pagamentos
devidos em 07 de junho de 2012, 07 de julho de 2012 e 07 de agosto de 2012, os quais serão devidos
em 14 de agosto de 2012 ou (b) o descumprimento pela Companhia de qualquer obrigação prevista
no Standstill, que deverá ser informado pelos Debenturistas ao Agente Fiduciário. 7. Encerramento:
Nada mais havendo a ser tratado, apos ter sido oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso
e, ninguém se manifestando, foram encerrados os trabalhos e suspensa a Assembleia pelo tempo
necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, conferida, aprovada e por
todos assinada. Cuiabá, 6 de agosto de 2012. Presidente: Rinaldo Rabello Ferreira. Secretária: Maria
Estela Ferraz de Campos. Debenturistas: Banco Itaú BBA S.A., neste ato representado por Maria
Estela Ferraz de Campos; Banco Standard de Investimentos S.A., neste ato representado por
José Eduardo Gomes Manassero; Banco Santander (Brasil) S.A., neste ato representado por Livia
Salaro; Agente Fiduciário: Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., neste
ato representado por Rinaldo Rabello Ferreira; e Companhia: Centrais Elétricas Matogrossenses
S.A. - CEMAT, neste ato representada por Valdir Jonas Wolf e José Carlos Santos. Declaro que a
presente ata é cópia fiel da lavrada no livro próprio. Rinaldo Rabello Ferreira - Presidente. Maria
Estela Ferraz de Campos - Secretária. JUCEMAT nº 20120940892, em sessão de 30/08/2012. João
Gilberto Calvoso Teixeira - Secretário Geral.
CENTRAIS ELÉTRICAS
MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT
CNPJ/MF nº 03.467.321/0001-99 - NIRE nº 51.300.001.179
Companhia Aberta
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS DA
3ª EMISSÃO PÚBLICA DE DEBÊNTURES NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES DA
CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT
REALIZADA EM 6 DE JULHO DE 2012
1. Data, Hora e Local: 6 de julho de 2012, às 16h00, na sede da Centrais Elétricas Matogrossenses
S.A. - CEMAT (“Emissora” ou “Companhia”), localizado na cidade de Cuiabá, Estado de Mato Grosso,
na Rua Manoel dos Santos Coimbra, nº 184. Convocação: Dispensada nos termos do § 2º, do Art. 71,
combinado com o § 4º, do Art. 124, ambos da Lei nº 6.404/76. 3. Presença: Debenturistas representando
a totalidade das debêntures emitidas, conforme assinaturas apostas no Livro de Presença de
Debenturistas. Também estavam presentes na assembleia os representantes da Pavarini Distribuidora
de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Agente Fiduciário”) e representantes da Companhia. 4. Mesa:
Os debenturistas elegem como Presidente da Mesa Rinaldo Rabello Ferreira, que convidou Maria
Estela Ferraz de Campos para atuar como secretária. 5. Ordem do Dia: Deliberação sobre os termos
e condições da adesão da 3a Emissão de Debêntures da Companhia aos compromissos estipulados
no Termo de Assunção de Obrigações de Não Fazer Sob Condição Suspensiva e Resolutiva e Outras
Avenças firmado entre a Companhia, a Rede Energia S.A. e diversos de seus credores financeiros
em 16 de abril de 2012 (“Standstill”), conforme aditado pela primeira vez em 6 de junho de 2012 (“1o
Aditamento”) e pela segunda vez em 6 de julho de 2012 (“2o Aditamento”). 6. Deliberações: Sob a
condição resolutiva, nos termos do artigo 127 do Código Civil, de não obtenção de concordância
unânime dos Debenturistas da 3ª Emissão, em assembleia geral de debenturistas a ser realizada até
o dia 16 de julho de 2012, de uma estrutura de segregação dos Debenturistas da 3ª Emissão que
busque, em regime de melhores esforços, manter o Banco Standard de Investimentos S.A. como único
debenturista da 3ª Emissão, a ser apresentada pela Companhia e que incluirá, inclusive, a entrega, no
mesmo prazo, de minutas preliminares de tal estrutura, os Debenturistas representantes da totalidade
das Debêntures emitidas aprovaram, por unanimidade, as deliberações abaixo: i) autorizar o Agente
Fiduciário a firmar, em nome dos debenturistas, o “Termo de Adesão”, que confirma a participação da 3a
Emissão de Debêntures da Companhia aos compromissos estipulados no Standstill, no 1o Aditamento
e no 2o Aditamento, observadas a condição resolutiva pactuada nesta assembleia, sendo que o Termo
de Adesão, o Standstill, o 1o Aditamento e o 2º Aditamento encontram-se arquivados na Companhia;
ii) autorizar o Agente Fiduciário, até o dia 6 de agosto de 2012 (inclusive) e observadas a condição
resolutiva pactuada nesta assembleia, a não realizar (ou a suspender, conforme o caso) quaisquer
procedimentos judiciais ou extrajudiciais relativos a cobrança de valores devidos aos debenturistas (ou
que venham a ser devidos até tal data) pela Companhia em decorrência das disposições contidas em
quaisquer documentos relativos à 3a Emissão de Debêntures da Companhia, em razão da adesão da
referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo no caso de a Companhia descumprir
qualquer obrigação prevista no Standstill; iii) autorizar o Agente Fiduciário, até o dia 6 de agosto de
2012 (inclusive) observadas a condição resolutiva pactuada nesta assembleia, a não decretar (ou a
não iniciar procedimentos para a decretação de) vencimento antecipado da 3a Emissão de Debêntures
da Companhia, em razão da adesão da referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill,
salvo no caso de a Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; iv) autorizar o
Agente Fiduciário e o Itaú Unibanco S.A., este último na qualidade de Banco Centralizador nos termos
do Instrumento Particular de Constituição de Cessão Fiduciária de Direitos Creditórios em Garantia
celebrado em 1º de abril de 2011 (“Instrumento Particular de Cessão Fiduciária”), até o dia 6 de agosto
de 2012 (inclusive) observada a condição resolutiva pactuada nesta assembleia, a (a) não realizar a
retenção, (b) não autorizar a realização de retenção e, conforme o caso, (c) promover a liberação, em
favor da Companhia, de quaisquer recebíveis da Companhia que tenham sido entregues em garantia
das obrigações assumidas nos termos da 3a Emissão de Debêntures, permitindo, portanto, o acesso
pela Companhia a tais recebíveis até 6 de agosto de 2012 (inclusive), em razão da adesão da referida
3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo no caso da Companhia descumprir qualquer
obrigação prevista no Standstill; v) determinar ao Agente Fiduciário que, sem a necessidade de
convocação de AGD, nos termos da cláusula 8.6.1 da Escritura de Emissão, declare antecipadamente
vencidas as Debêntures e passe a tomar todas e quaisquer medidas necessárias à excussão da Cessão
Fiduciária constituída através do Instrumento Particular de Cessão Fiduciária, no dia útil seguinte ao
que ocorrer primeiro dentre: (a) o implemento da condição resolutiva pactuada nesta assembleia, (b)
o não pagamento pela Companhia no dia 09 de agosto de 2012, já considerado o prazo de purgação
da mora, dos valores de principal, juros e demais encargos aplicáveis aos pagamentos devidos em
07 de junho de 2012, 07 de julho de 2012 e 07 de agosto de 2012, os quais devem ser realizados no
dia 07 de agosto de 2012 ou (c) o descumprimento pela Companhia de qualquer obrigação prevista
no Standstill, que deverá ser informado pelos Debenturistas ao Agente Fiduciário. 7. Encerramento:
Nada mais havendo a ser tratado, apos ter sido oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso
e, ninguém se manifestando, foram encerrados os trabalhos e suspensa a Assembleia pelo tempo
necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, conferida, aprovada e por
todos assinada. Cuiabá, 6 de julho de 2012. Presidente: Rinaldo Rabello Ferreira. Secretária: Maria
Estela Ferraz de Campos. Debenturistas: Banco Itaú BBA S.A., neste ato representado por Maria
Estela Ferraz de Campos; Banco Standard de Investimentos S.A., neste ato representado por
José Eduardo Gomes Manassero; Banco Santander (Brasil) S.A., neste ato representado por Livia
Salaro; Agente Fiduciário: Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., neste ato
representado por Rinaldo Rabello Ferreira; e Companhia: Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. CEMAT, neste ato representada por Valdir Jonas Wolf e José Carlos Santos. Declaro que a presente
ata é cópia fiel da lavrada no livro próprio. Rinaldo Rabello Ferreira - Presidente. Maria Estela Ferraz de
Campos - Secretária. JUCEMAT nº 20120940876, em sessão de 30/08/2012. João Gilberto Calvoso
Teixeira - Secretário Geral.
MUNDO
DIPLOMACIA
Líder de Mianmar faz a
primeira visita aos EUA
A líder opositora Aung San Suu
Kyi iniciou ontem visita de três
semanas aos Estados Unidos, onde
terá reunião com a secretária de
Estado Hillary Clinton e visitará
seis estados americanos. AFP
Saeed Khan/AFP
Pinheiro: abusos aumentaram
em número, ritmo e intensidade
Rebeldes
sírios vão
insistir na
luta armada
Os rebeldes na Síria se declararam determinados a derrubar o
regime pela força, colocando
em dúvida o sucesso da missão
do mediador Lakhdar Brahimi,
enquanto Paris denuncia crimes
sem precedentes cometidos no
conflito. Os insurgentes consideraram que a missão de Brahimi
está condenada ao fracasso por
causa da violência contínua e o
bloqueio das resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Diante das graves violações
neste conflito, que custou a vida
de 27.000 pessoas em 18 meses, o
presidente da comissão de inquérito da ONU sobre a Síria, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, recomendou ao Conselho de Segurança “medidas apropriadas, enquanto os abusos aumentam em
número, ritmo e intensidade”.
Em um relatório, Pinheiro ressaltou “a gravidade das violações,
abusos e crimes perpetrados” pelas forças governamentais e milícias pró-regime, assim como por
“grupos anti-regime”. Segundo
Paris, este relatório é “devastador
para o regime e reúne provas suficientes para considerar que crimes contra a humanidade e crimes de guerra foram cometidos
em grande escala por parte do regime sírio e suas milícias”.
De acordo com especialistas da
ONU, uma lista confidencial de
responsáveis foi elaborada, um
primeiro passo para um possível
julgamento futuro. Ontem, foram contabilizados mais 23 mortos, segundo um levantamento
provisório do Observatório Sírio
dos Direitos Humanos (OSDH).
Domingo, 148 pessoas morreram.
Em Aleppo, os combates aconteceram nos arredores de prédios
da aeronáutica e de um centro de
pesquisas. Os confrontos também foram reiniciados no estratégico bairro de Midane. ■ AFP
Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 39
PONTO DE VISTA
Custo de mão de obra na Zona do Euro subiu 1,6%
Nos 17 países que integram a Zona do Euro na União Europeia, os custos
horários da mão de obra registraram alta de 1,6% no segundo trimestre deste ano.
Os dados são do Instituto de Estatística da União Europeia, o Eurostat.
No primeiro trimestre, o aumento dos custos ficou em 1,5% apenas nos países
que adotam a moeda única. O índice de custo da mão de obra é um indicador
conjuntural da evolução dos custos horários dos empregadores. O cálculo se
baseia na divisão dos custos da mão de obra pelo número de horas trabalhadas. ABr
IDEIAS/DEBATES
[email protected]
LEONARDO GUIMARÃES
ANTONINHO MARMO TREVISAN
Mestre em direito empresarial e sócio do escritório
Guimarães & Vieira de Mello Advogados
Presidente da Trevisan Escola de Negócios
e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico
e Social da Presidência da República
Concessões dos portos
O preço do anacronismo
As privatizações bem-sucedidas dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília estimularam avanços na discussão sobre a concessão de portos públicos e a
realização das primeiras licitações para outorga de terminais brasileiros. As diretrizes já se encontram definidas, deixando a realização da concorrência sob a
responsabilidade da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e tendo ficado a cargo da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/RP)
a decisão sobre a oportunidade e a conveniência da licitação.
No caso de concessão à iniciativa privada, a empresa concessionária será a autoridade portuária, ficando ao seu cargo realizar as obras e investimentos previstos no contrato, fiscalizar as operações e arrecadar as tarifas. Os portos organizados marítimos podem ser licitados por manifestação de interesse pelo investidor privado e por interesse público definido pela própria SEP.
Os interessados precisam desenvolver estudos de viabilidade técnica, econômica, ambiental e operacional, que serão submetidos à apreciação e aprovação da SEP, Antaq e do Tribunal de Contas da União, com finalidade de
cumprir o primeiro estágio de fiscalização da desestatização.
As concessões de Manaus (AM) e Imbituba (SC) seriam os primeiros repasses de um porto público à iniciativa privada no Brasil, por um prazo de 25
anos — renováveis por igual período. Segundo Fernando Fialho, ex-diretorgeral da Antaq, está prevista para este ano a licitação de terminais cujos contratos estão vencendo e de arrendamento. Até 2013, a estimativa é de que
cerca de 100 terminais portuários e armazéns espalhados pelo litoral brasileiro vençam, já que muitos desses documentos foram firmados antes de 1993,
quando ainda não havia sido aprovada a Lei 8.630, que trata da exploração
dos portos e suas instalações. Portanto, os terminais precisam ser licitados
novamente para atendimento da chamada Lei dos Portos.
O relatório que a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) acaba de divulgar, indicando que o crescimento da economia mundial deverá desacelerar para 2,3% em 2012, pode ser analisado como boa oportunidade para o Brasil. O documento, embora contenha previsão de que nosso PIB terá expansão de apenas 2%, sinaliza as boas perspectivas de crescimento para as nações emergentes e em desenvolvimento.
O estudo deixa claro que a economia mundial, ainda premida pelos grandes
abalos provocados pela crise financeira deflagrada em 2008 e pela subsequente
implosão dos mercados, não terá fôlego para voltar a crescer nos mesmos níveis
da década anterior. Fica muito claro que o problema pontual é a incapacidade
das nações desenvolvidas de retornarem ao seu ritmo normal. Estados Unidos e
Japão deverão evoluir um pouco, mas a Europa segue em recessão.
O modelo de concessão é muito conveniente,
existindo um ambiente oportuno para
incluir a iniciativa privada na administração
O incremento aos projetos de outorga é bastante propício por vários motivos: enquanto a movimentação de cargas nos portos brasileiros cresce cerca
de 6% ao ano, segundo o estudo The Brazil Competitiveness Report 2009, o
país ocupa apenas a 123ª posição, num rol de 134 países, no ranking de qualidade de portos; o empresariado tem feito pressão pela melhoria de condições de infraestrutura para embarque das exportações brasileiras; existe necessidade de modernização dos lastros jurídicos, imposta pela evolução legislativa e a prática de parcerias entre os setores público e privado; e para que o
Planalto encontre uma breve solução para esse problema sem que os cofres
do governo sejam mais onerados.
O modelo de concessão é muito conveniente, existindo um ambiente
oportuno para incluir a iniciativa privada na administração, e se forem feitas mudanças na legislação de regência, conferindo maior segurança ao
investidor privado. O novo sistema poderá se tornar um instrumento importante para o desenvolvimento do setor portuário brasileiro e aumento
de seu potencial econômico, que é atualmente responsável por quase
80% do comércio internacional brasileiro. ■
Por causa de nossos conhecidos e antigos
obstáculos, estamos suprindo nosso crescente
mercado interno com produtos estrangeiros
Contudo, a Unctad prevê que as economias em desenvolvimento e em
transição terão um desempenho muito mais significativo este ano, com aumento do PIB em torno de 5% e 4%, respectivamente. Ora, se pertencemos
a esse grupo de países e nos destacamos dentre os emergentes, por que deveremos crescer só 2%, segundo o organismo multilateral, e até abaixo disso,
conforme previsões dos agentes do mercado interno?
A resposta é inequívoca: de acordo com o que venho alertando em artigos anteriores, continuamos enfrentando grandes e anacrônicos empecilhos, como os
ônus exagerados dos tributos e a sua complexidade, a insegurança jurídica, os intrincados trâmites do comércio exterior e a pesada burocracia sobre as empresas, dificultando sua operação, que vai se agravando pela continuada negativa
dos governos em liquidar os créditos tributários legítimos das pessoas jurídicas.
Num cenário de crise mundial, o fabuloso processo de inclusão e ascensão socioeconômica que tivemos desde 2003 deveria ser um trunfo para crescermos
mais e consolidarmos nossa economia. Entretanto, por causa de nossos conhecidos e antigos obstáculos, estamos suprindo nosso crescente mercado interno
com produtos estrangeiros numa proporção acima dos limites do razoável.
Exemplo claro desse fenômeno encontra-se no segmento de roupas, que são
artigos essenciais: o consumo cresceu 14.210 toneladas, as importações aumentaram 22.918 toneladas e a produção nacional caiu 10.641 toneladas, na comparação de 2011 e 2010. As importações de vestuário vêm crescendo nos últimos
cinco anos. Em 2011, quando, em comparação com 2010, a expansão foi de
239,13% em quantidade e 332,08% em valor. Isso não é normal!
É louvável o esforço do governo ao reduzir juros, conceder incentivos fiscais,
como a redução do IPI para automóveis e linha branca, desonerar a folha de pagamento de empresas, lançar pacote de infraestrutura e anunciar o barateamento da energia elétrica. Tudo isso está garantindo a expansão de 1,5% ou 2,5% do
PIB em 2012. Porém, o hiato de 3 ou 4 pontos percentuais que nos separa do patamar de crescimento dos demais emergentes é o duro reflexo do anacronismo do
Estado brasileiro, que gera ceticismo entre os empresários e investidores e continua desafiando nossas instituições. ■
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40 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012
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SUPER-HERÓI DOS GRAMADOS
PONTO FINAL
RICARDO GALUPPO
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A promessa de ordem
para a bagunça do ICMS
O atacante brasileiro Hulk fez sua estreia com a camisa do time russo
Zenit no último fim de semana. Apesar do caminhão de dinheiro que o
clube desembolsou para contratar o jogador, cerca de R$ 140 milhões, a
estrela da partida foi outro brasileiro, o desconhecido Aílton Almeida,
que marcou o primeiro gol da vitória do Terek Grozny por 2 a 0 sobre o
Zenit, jogo que ocorreu pela 8ª rodada do Campeonato Russo de futebol.
Brasileiros lideram nas contratações
A contratação do atacante Hulk
(ex-Porto) pelo time russo Zenit foi a mais valiosa do mundo
da bola na última temporada de
transferências. O jogador foi adquirido por R$ 140,8 milhões.
Outros dois atletas do país aparecem entre as cinco maiores
negociações no período. Por
R$ 107,5 milhões, o zagueiro
Thiago Silva (ex-Milan) foi
contratado pelo Paris SaintGermain, time que terá também o atacante Lucas (São Paulo) por 102,4 milhões. ■ iG
NO TOPO DA LISTA
Brasil têm 3 craques entre 5 negociações mais
caras das últimas transferências para a Europa
JOGADOR
TIME ANTERIOR
Hulk
Porto (Portugal)
Po
Milan (Itália)
Thiago Silva
Hazard
Lille (França)
São Paulo (Brasil)
Lucas
Javi Martínez Athletic (Espanha)
TIME ATUAL
VALOR
(em R$ milhões)
Zenit (Rússia)
PSG (França)
Chelsea (Inglaterra)
PSG (França)
Bayern (Alemanha)
140,8
107,5
102,4
102,4
102,4
Fonte: Brasil Econômico
O Ministério da Fazenda deve propor ainda
bagunça que se estabeleceu em torno de
este ano, conforme revelou ontem o secreum imposto, que, na origem, baseava-se
tário executivo Nelson Barbosa num evenno Imposto Sobre Valor Agregado euroto na Fundação Getulio Vargas, em São Paupeu, era que a desigualdade entre os estalo, uma solução para um dos mais compledos fazia com que os mais desenvolvidos
xos problemas fiscais do país. A ideia é chearrecadassem mais. O que, convenhagar a uma alíquota comum para o Imposto
mos, é uma consequência natural e razoásobre a Circulação de Mercadorias e Servivel dos que se desenvolveram mais do que
ços (ICMS) e acabar, assim, com o dispositios outros. De qualquer maneira, logo os esvo que dá aos estados liberdade para cobrar
tados menos desenvolvidos começaram a
o tributo e praticar a guerra fiscal. Se Brasídiscutir formas de melhorar sua arrecadalia realmente conseguir avançar com essa
ção. Para completar, foi criado um órgão
ideia sem abrir exceções capazes de desfiguchamado Confaz (que reúne os secretários
rar o projeto (como faz sempre que se discuestaduais da Fazenda), que tem o poder de
te a questão fiscal), será
tomar decisões, com forum avanço e tanto. Se
ça de lei, sobre questões
Para provar ao Fisco
sair conforme Barbosa
de natureza fiscal.
que está em dia com o
acredita que sairá, pode
Os secretários jamais
vir a ser o passo mais
receberam
da sociedaICMS, o contribuinte
concreto em direção à
de mandato para tomar
brasileiro precisa
racionalização do modedecisões que aumentaspreencher mais de 50 sem despesas tributálo fiscal dado no país desde 1965. Isso mesmo. Há
rias. Mas tiveram por
guias e documentos
quase 50 anos, o Estado
muito tempo o poder
diferentes
brasileiro não toma uma
de estabelecer alíquotas
única providência no
e criar procedimentos
sentido de racionalizar a lógica de seu apaque só serviram para aumentar a burocrarato fiscal. A última vez em que isso acontecia e tornar mais complexa a realidade fisceu foi quando os ministros Octávio Goucal. Hoje, para estar em dia com o ICMS,
veia de Bulhões, da Fazenda, e Roberto de
as empresas precisam preencher mais de
Oliveira Campos, do Planejamento, adota50 guias e documentos diferentes. Como
ram um modelo que apresentava como
se não bastasse, alguns estados passaram a
principal novidade justamente o ICMS (na
prometer benefícios fiscais que não eram
época chamado de ICM). Quando ele surreconhecidos pelas demais unidades, gegiu, a alíquota era unificada.
rando para o contribuinte uma série de
Mas bastou que a regra entrasse em vitranstornos e, de vez em quando, multas
gor para que os estados começassem a busabusivas e indevidas. Se a Fazenda vai concar soluções, digamos, criativas para adapseguir resolver o problema, só o tempo ditar a legislação a seus interesses e à sua vorá. Mas só o fato de ter começado a olhar
racidade tributária. A questão por trás da
para ele já é um avanço. Dos grandes. ■
PODER ECONÔMICO
➤
●
JORGE FELIX
[email protected]
>>> Leia mais em www.ig.com/poder-economico
São Paulo vai atrás do shale gas
Rodrigo Capote
O secretário de Energia de São Paulo, José
Aníbal, assinou um convênio com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas para verificar se existe xisto no território do estado
em quantidade e qualidade suficientes para
produzir gás. O gás de xisto está ocupando
o debate no setor e é um dos temas principais da Rio Oil & Gas, que começou ontem
no Rio de Janeiro. Tudo porque, como se sabe, o produto já ocupa significativa parcela
da matriz energética dos Estados Unidos e
o país está obtendo grande vantagem em
custos comparativos com o petróleo que,
aliás, por lá, anda em franca expansão. “Es-
O investimento, por enquanto,
é pequeno: cerca de R$ 1 milhão.
Mas é apenas um sinal de como os
Estados Unidos, depois de ganhar
ampla vantagem sobre o etanol
brasileiro, agora dá as cartas também
no xisto betuminoso e, claro, ameaça
a viabilidade do pré-sal.
➤
●
Um detalhe: a Petrobras criou uma
Superintendência Industrial de Xisto.
Não agora. Mas há 58 anos. No entanto,
os americanos...deixa pra lá.
➤
●
tamos cientes das questões ambientais levantadas, mas não podemos ficar só olhando o setor sem agir”, diz Aníbal. ■
O secretário de Óleo e Gás do
Ministério de Minas e Energia, Marco
Antônio Martins de Almeida, fez um apelo
agora ontem, logo depois de participar da
Rio Oil & Gas: “A população precisa
entender as externalidades, as qualidades
( ambientais) do etanol. A população
precisa aceitar pagar mais pelo etanol.
www.brasileconomico.com.br
➤
●
Vejam vocês como esse negócio
de inflação de serviços é difícil
de controlar. No sábado, o ministro
da Fazenda, Guido Mantega, resolveu
cortar o cabelo. Foi até o bairro de
Vila Madalena, entrou no Diva,
um salão de, como dizem os paulistanos,
“descolados”. O corte saiu por
R$ 130,00. O ministro deu três notas
de cinquenta reais para pagar e,
para surpresa da atendente e de quem
estava ao seu lado, nem reclamou
e ainda abriu o cofre. “Pode ficar
com o troco”, disse. E saiu tinindo.
➤
●
Como antecipou Poder Econômico,
o preço de partida do Etios, o
compacto da Toyota lançado ontem, é de
R$ 30 mil. Ou precisamente, R$ 29.990.
➔
Colaborou
Klinger Portella
Download

Barreiras argentinas dão tombo de US$ 3 bi em