IETEC – INSTITUTO DE EDUCAÇAO TECNOLÓGICA
PÓS GRADUAÇAO LATU SENSU
15a. Turma Gestão da Logística
Logística Empresarial
Elenilce Lopes Coelis
Belo Horizonte – MG
Julho - 2006
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA ............................................................................PÁGINA 4
PLANEJAMENTO LOGÍSTICO ...........................................................................PÁGINA 5
SISTEMAS LOGÍSTICOS .....................................................................................PÁGINA 7
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ...........................................................................PÁGINA 8
CONCLUSÃO ........................................................................................................PÁGINA 9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................PÁGINA 10
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RESUMO
O presente artigo busca apresentar uma visão macro da Logística Empresarial. Nas últimas
quatro décadas, a logística avançou do transporte/depósito/armazenagem para o nível
estratégico da empresa.
Na base do moderno conceito de Logística integrada está o entendimento de que a Logística
deve ser vista como um instrumento de marketing, uma ferramenta gerencial, capaz de
agregar valor por meio dos serviços prestados, além de constituir-se em oportunidade de
redução de custos.
A logística empresarial inclui todas as atividades de movimentação de produtos e a
transferência de informações, porém para a que seja gerenciada de forma integrada, a logística
deve ser trabalhada como um sistema, ou seja, um conjunto de componentes interligados,
trabalhando de forma coordenada, com o objetivo de atingir um objetivo comum. A tentativa
de otimização de cada um dos componentes, isoladamente, não leva a otimização de todo o
sistema. Ao contrário, leva a sub-otimização. Tal princípio é normalmente conhecido como
trade-off, ou seja, o princípio das compensações, ou perdas e ganhos.
Desta forma, pretende-se apresentar as principais implicações da logística, citações das
práticas logísticas existentes, bem como a descrição de formas e meios de aplicar princípios
logísticos, proporcionando uma base conceitual para integração da logística como
competência central na estratégia empresarial.
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1 - INTRODUÇÃO
A logística teve sua interpretação inicial ligada a estratégia militar, quase equivalente a
filosofia de guerra, quando estava relacionada a movimentação e coordenação de tropas,
armamentos e munições para os locais necessários.
Desta forma, o sistema logístico foi desenvolvido com o intuito de abastecer, transportar e
alojar tropas – propiciando que os recursos certos estivessem no local certo e na hora certa.
Este sistema operacional permitia que as campanhas militares fossem realizadas e contribuía
para a vitória das tropas nos combates.Atualmente temos o conceito expandido, aplicado a
gestão empresarial, conforme autores abaixo:
Segundo Ballou (1998), a logística empresarial estuda como a administração pode prover
melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através
de planejamento, organização e controle efetivo para as atividades de movimentação e
armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos.
Para Pires (1998), a logística engloba o processo de planejamento, implementação e controle
da eficiência, custos efetivos de fluxos e estoque de matéria-prima, estoque circulante,
mercadorias acabadas e informações relacionadas do ponto de origem ao ponto de consumo
com a finalidade de atender aos requisitos do cliente.
Novaes (2003) comenta que a Logística moderna procura coligar todos os elementos do
processo – prazos, integração de setores da empresa e formação de parcerias com
fornecedores e clientes – para satisfazer as necessidades e preferências dos consumidores
finais.
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A Logística empresarial nasceu da importância da redução de custos nas empresas e na maior
importância que se dá hoje em atendimento das necessidades dos clientes. Quando todos os
produtos se tornam iguais, a empresa mais competitiva será aquela que conseguir ser mais
eficiente e eficaz, se antecipando a prováveis problemas que possa vir a enfrentar.
Some-se a isso, que o mundo está se tornando cada vez mais um mercado global, as fronteiras
geográficas estão desaparecendo e a expectativa é que as empresas estejam preparadas para
enfrentar as realidades desse novo desafio.
2 - PLANEJAMENTO LOGÍSTICO
Conforme Bowersox (2001), é de competência da logística a coordenação de áreas funcionais
da empresa, desde a avaliação de um projeto de rede, englobando localização das
instalações(inclusive estrutura interna, quantidade ), sistema de informação, transporte,
estoque, armazenagem, manuseio de materiais até se atingir um processo de criação de valor
para o cliente.
Figura 1. CONCEITO MODERNO DE LOGÍSTICA EMPRESARIAL
Produto
Produto
Produto
Marketing
Praça
Serviço ao C liente
Custo de Estoq ue
Custo de Transporte
Custo de Co mpras
Custo de Armaze nagem
Custo de Te cno lo gia de Informação
Fonte: Fleury, Wanke, Figueiredo, 2000
Logística
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A partir da definição dos objetivos é definido como serão gerenciadas as ações de
planejamento, organização e controle. Um planejamento bem feito, terá como resultado
organização e controles mais eficazes.
O planejamento logístico leva em conta decisões de localização das instalações, decisões de
transportes, decisões de.estoques. Esta trilogia está intimamente ligada entre si e qualquer
alteração em uma delas influi fortemente na outra.
As instalações devem ser localizadas onde possam maximizar o lucro da empresa, atendendo
seus clientes eficazmente. Em uma economia globalizada, não existe limite para onde as
instalações podem estar localizadas. Existem técnicas que podem ser utilizadas para melhor
determinar a localização das instalações.
A decisão de transporte, sem dúvida é uma das principais funções logísticas, além de
representar a maior parte dos custos logísticos na maioria das organizações, desempenhando
também importante serviço ao cliente. A sua definição está basicamente ligada às dimensões
de tempo e utilidade do lugar. Desde os primórdios, o transporte de mercadorias tem sido
utilizado para disponibilizar produtos onde existe demanda potencial, dentro do prazo ideal.
Mesmo com o avanço atual da tecnologia, da troca de informações em tempo real, o
transporte continua sendo fundamental para que seja atingido o objetivo logístico, que é o
produto certo, na hora, no lugar certo, ao menor custo possível. Poderão ser adotadas diversas
estratégias de transporte: entrega direta, milk run, consolidação, cross-docking, OTM
(operação de transporte multimodal), intermodal, janela de entrega, observando ainda a
melhor matriz de transporte (rodoviário, ferroviário, aquaviário, dutoviário, aeroviário, dutos),
e sua adequação aos objetivos propostos em cada etapa do processo de transporte.
Sobre a decisão do modelo de gestão de estoques mais adequado, dependerá da identificação
das principais características das operações de produto e/ou distribuição. De maneira geral, as
decisões de estoque devem estabelecer os reabastecimentos, constituindo-se sempre em
decisões de alto risco, pois itens mantidos em estoque podem deteriorar, tornar-se obsoletos e
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até se perderem na produção, além de ocuparem espaço que poderia estar sendo utilizado para
outros fins, sem contar o custo do capital investido. Em contra-partida, a manutenção de
estoque proporciona segurança em ambiente incerto e complexo. Desta forma, haverá sempre
o trade-off: custo versus disponibilidade, que definirá quanto pedir, quando pedir e como
controlar o sistema (tecnologias adotadas).
A seguir, quadro resumo sobre a Rede Logística:
Figura 2- CONFIGURAÇÃO DA REDE LOGÍSTICA
Configuração da Rede Logística
LOCALIZAÇÃO
Esc a la versus Fle xibibilida de
ES TOQUES
TRANSPORTES
Custo ve rsus D isponibilida de
Custus ve rsus P ra zo de Entre ga
Fonte : Ba llou, 2005
3 - SISTEMAS LOGÍSTICOS
As pressões competitivas do ambiente de negócios forçaram as empresas a olharem para toda
cadeia de suprimentos de forma integrada. Não é mais suficiente otimizar a função de
manufatura sem ligá-la a função de distribuição, ou vice-versa. Os consumidores são mais
informados, mais demandantes e menos fiéis. Os conceitos de modularização e postergação
são à base de um modelo de rede logística em quatro categorias: flexível, rígido,
modularizada e postergada.
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Cada um destes projetos de redes logísticas pode ter uma orientação diferente orientada por
fatores tais como o ambiente competitivo, as capacidades de manufatura existentes e os
objetivos estratégicos. A complexidade da manufatura e as necessidades de marketing são a
base de um modelo que aborda os possíveis focos de uma rede logística; as opções incluem o
foco no mercado, foco na família de produtos ou foco no processo.
4 - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Um sistema de informação bem feito é o fator crítico de sucesso para um sistema logístico.
Ele nos permite toda a visão do processo logístico da empresa, desde estoques, emissão de
notas fiscais, entregas de mercadorias. As informações nos permitem fazer previsões e dar
respostas aos consumidores em tempo real.
O sistema de informação é uma peça critica do canal logístico total, desempenhando um
conjunto de funções vitais, incluindo:
- Ajuda as empresas a otimizarem seus ciclos de fluxos de materiais, uma vez que haveria
gerenciamento de todos os processamentos requeridos para a circulação eficaz de produtos
dentro das restrições definidas pelos níveis de serviços e custos;
- Otimiza a utilização dos recursos físicos, colocando todos em seus lugares ao longo da
cadeia logística;
- Constrói o banco de dados necessário e coloca à disposição ferramentas de suporte à
decisões para alocar recursos e usá-los com a máxima eficiência;
- Fornece um meio de monitorar o desempenho operacional;
- Permite o retorno de informações úteis para o controle de desempenho operacional e para
os indicadores logísticos.
- Fornece informações valiosas de suporte à decisão para que os gerentes dirijam a cadeia de
suprimentos global.
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Em suma, o propósito de um sistema de informação logística é coletar, manter e manipular os
dados dentro da empresa para tomada de decisões, abrangendo desde o nível estratégico até o
operacional.
5 - CONCLUSÃO
O tema logística estará sempre sob objeto de interesse dos empresários. A redução dos custos
aliados ao aumento de produtividade nesse setor nunca deixará de ser perseguido pelos
gestores. Diante do mercado globalizado em que vivemos e com constantes mudanças,
qualquer alteração pode provocar incertezas para o planejamento e operação das atividades da
logística. Isto exigirá habilidade e constante atualização por parte da administração das
empresas.
Para se atingir a excelência logística, torna-se necessário conseguir ao mesmo tempo redução
de custos e melhoria do nível de serviço ao cliente. A busca simultânea desses dois objetivos
quebra um antigo paradigma, segundo o qual existe um trade-off quase intransponível entre
custos e qualidade de serviços. As empresas que conseguem alcançar a excelência logística
quebram esse paradigma.
Para o sucesso na implementação de estratégias de operações de logística deve-se sempre
adotar a administração de um sistema de medida e avaliação de desempenho, além do
desenvolvimento de uma estrutura organizacional apropriada para se atingir a excelência nas
operações.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BALLOU, Ronald. Business Logistics Management. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1998
BOWERSOX, Donald. Logística Empresarial : o processo de integração da cadeia de
suprimentos. São Paulo : Atlas, 2003
DORNIER, P.P; ERNST, R; FENDER,M; KOUVELIS,P. Logística e Operações Globais :
Texto e Casos. São Paulo: Atlas, 2000.
FLEURY, Paulo Fernando; WANKE, Peter; FIGUEIREDO, Kleber Fossati. Logística
Empresarial: A Perspectiva Brasileira. São Paulo : Atlas, 2000. – (Coleção Coppead de
Administração)
FLEURY, Paulo Fernando, WANKE, Peter, FIGUEIREDO, Kleber Fossati. Logística e
Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento do Fluxo de Produtos e dos
Recursos. São Paulo :Atlas, 2003
NOVAES, A. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e
avaliação. Rio de janeiro : Campus, 2001, 409 p.
PIRES, S. O modelo de consórcio Modular. São Paulo : Universidade de São Paulo, 1999.
SLACK, N. Administração da Produção. São Paulo : Atlas, 1996
WANKE, Peter. Gestão de Estoques na Cadeia de Suprimento: Decisões e Modelos
Quantitativos. São Paulo : Atlas, 2003. – (Coleção Coppead de Administração)
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