2 ■ SÁBADO | 15 de novembro de 2014
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Torcedores sancionados
»
Justiça estadual agiu rápido na determina- física e psicológica da maioria do público, que vai
ção da punição de delitos praticados após aos estádios apenas com o intuito de se divertir.
um jogo de futebol na Capital. Após as apu- Contudo, as cenas de guerra são comuns, muitas
rações e indiciamentos realizados pela Polícia Ci- vezes com pais se protegendo e protegendo seus fivil, indicando os responsáveis pelas conlhos. As imagens correm o mundo e
dutas que resultaram em feridos e em
mostram que é preciso que o poder púdanos ao patrimônio alheio em um posblico intervenha de forma eficaz para
to de gasolina, o Juizado do Torcedor,
afastar os adeptos dos vandalismo.
O esporte é um
conduzido pelo seu titular, Marco AuréAs medidas punitivas e preventivas
lio Martins Xavier, determinou a coloca- meio de lazer e não determinadas pelo Judiciário gaúcho
ção de tornozeleiras eletrônicas em dez pode ficar à mercê vêm em boa hora para diminuir o sentitorcedores, que deverão comparecer a da agressividade de mento de impunidade, além de sinalicartório para colocá-las e continuar alguns desajustados. zar no sentido de que os verdadeiros
com elas durante o tempo em que o
torcedores poderão assistir aos jogos
campeonato estiver em andamento.
com a devida tranquilidade. O esporte não pode serAtualmente, o futebol, que deveria ser apenas vir de pretexto para uma agressividade gratuita,
um espetáculo de lazer, tem se transformado num na qual uns poucos conseguem estragar a festa de
palco de conflitos, colocando em risco a integridade muitos. A coerção, neste caso, é um imperativo.
Os 25 anos do Orçamento
Participativo
O
TACHO
CARLOS SIEGLE DE SOUZA
Orçamento Participativo (OP) de
Porto Alegre é uma forma direta,
transparente e autônoma de a população
escolher o direcionamento dos recursos
da cidade. A rodada 2014/2015 das assembleias do OP acontece entre 13 de outubro
e 18 de novembro em 23 reuniões temáticas e regionais.
Ao longo dos 25 anos de existência do
OP, mais de 8,2 mil demandas da comunidade foram contempladas. De 2000 a
2013, já foi investido em demandas executadas mais de R$ 1 bilhão. Não é à toa
que o OP de Porto Alegre inspirou mais
de 2 mil experiências de participação popular sobre a utilização dos recursos públicos. Dados do ObservaPOA mostram
que o Orçamento Participativo está presente em países da África, Europa, Américas do Sul e Central e, mais recentemente, em experiências iniciadas nos Estados
Unidos e na França.
Em 2015, R$ 504,5 milhões serão investidos em demandas da população; R$
438,2 milhões, em pedidos antigos; e R$
66,3 milhões, em demandas novas. A população já começou a definir as prioridades temáticas e de cada região durante a
realização de 23 assembleias.
O OP é um processo que vem se atualizando ao longo do tempo, adaptando sua
prática de acordo com o desenvolvimento
da sociedade. Alguns exemplos desses
avanços são bem claros: a criação das temáticas, a informatização do credenciamento, as transmissões ao vivo e em tempo real das assembleias pela Internet e
tantos outros.
Toda proposta de aprimoramento do
Orçamento Participativo deve ter como tarefa principal a valorização daquele que é
o ator mais importante de todo o processo, aquele que deixa sua vida particular,
sua família, suas prioridades pessoais de
lado para cuidar de suas comunidades em
especial, e da cidade, como um todo.
São práticas como essa que tornarão
nossa democracia cada vez mais forte,
pois, diante das experiências governamentais registradas mundo afora, tem-se a
certeza de que a única que garante a convivência livre e pacífica dos seres humanos com tolerância e respeito a suas crenças, culturas e ideias é a democracia, mesmo com todas as suas dificuldades e contradições. Só resolveremos os problemas
da democracia com mais democracia.
secretário de Governança Local em exercício de POA
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A
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DO LEITOR
Metrô
Agora, me parece que vai sair o
metrô de Porto Alegre. A obra é prioritária para a mobilidade urbana na
cidade e vai beneficiar diretamente a
população e os visitantes, com um
transporte rápido e econômico.
Claudio Peña, Porto Alegre
PNPS
O decreto 8.243/14, que criava
uma Política Nacional de Participação Social (PNPS), foi rejeitado pela
Câmara dos Deputados, em Brasília.
É a chamada Democracia Participativa, direta. Dizem os críticos da derrubada, que não existe concorrência de
atribuições entre a participação popular e o indelegável papel dos legislativos. Será?
Sergio Oliveira, Charqueadas
Praças
Pergunto à Prefeitura de Porto
Alegre: o que está acontecendo com
as nossas praças? Sujeira, descaso,
abandono e outros adjetivos seria
pouco para descrevê-las. A praça
Francisco Alves, por exemplo, localizada na rua Alarico Valença, 160 (Vila João Pessoa), em frente à escola
Nossa Senhora do Brasil, é uma vergonha! O capim está sempre alto e o
lixo espalhado por todos os lados.
Sem falar na quantidade de “oferendas” que apodrecem no local, causando mau cheiro. Impossível que qualquer criança, estudante, ou morador
[email protected]
Redator responsável: Anália Köhler
possa desfrutar daquele espaço, que
deveria ser, antes, um recanto de lazer. Quando os responsáveis pela limpeza pública da Capital tomarão alguma providência?
Maria Alice Pitta, Porto Alegre
Salários
O leitor Joaquim G. Bentancur (CP
8/11) escreveu que, se vivêssemos
em uma democracia, as pessoas receberiam salários melhores. Não entendi a relação proposta, já que nenhuma lei proíbe que se paguem salários
com valores maiores que o do salário
mínimo a qualquer trabalhador. Sugiro ao leitor que, em suas andanças
por Santana do Livramento, visite empresários, comerciantes, e até famílias que têm empregados domésticos,
e sugira-lhes pagarem melhores salários a seus empregados. Certamente
terá boa acolhida.
Lauro Becker, Porto Alegre
Aplausos
Quero parabenizar a Prefeitura de
Porto Alegre pelo trabalho de restauro em alguns monumentos do Parque
da Redenção. Pelo que li (CP 12/11),
é um projeto que se desenvolve em
parceria com o Sindicato da Indústria
da Construção Civil (Sinduscon) e terá
prosseguimento. Louvo toda e qualquer ação de resgate de nossa cultura. Lembremo-nos do ditado popular
que diz: “Povo sem história, é povo
sem memória”.
Martha S. Tanieri, Porto Alegre
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Juremir Machado
da Silva
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Meu manifesto
F
az tempo que eu ando com vontade de me manifestar. Uma manifestação que se preze tem de ser sob
a forma de manifesto. Meu manifesto é contra tudo e
contra todos como deve ser um bom manifesto anarquista.
Eu me manifesto, antes de tudo, contra o PT, que para distribuir migalhas aos pobres tem praticado a velha
corrupção que marca o Brasil através dos séculos. Em segundo lugar, eu me manifesto contra os tucanos, que não
conseguem combater o PT sem praticar a velha corrupção
que atravessa o Brasil desde sempre. Em terceiro lugar, eu
me manifesto contra os aliados do PT, como o PMDB, que
joga dupla ou triplo e pratica a velha corrupção ao mesmo
tempo em que a condena. O PT, porém, por estar no poder
há 12 anos, merece ser mais criticado. Ou se livra de vez
da corrupção ou vai apodrecer com ela.
Quero me manifestar contra todos os simplórios, reducionistas e ideológicos que tapam o sol com a peneira escondendo a corrupção de uns e valorizando seletivamente
a de outros. A crítica mais justa contra o petismo é a que o
apresenta como o sucessor do malufismo:
— Rouba, mas faz.
O PT precisa de um tranco, um banho de vergonha na
cara, um choque elétrico para acordar da racionalização
primitiva que o faz se ver como um Robin Hood surrupiando dos ricos para dar aos pobres. Dilma Rousseff terá mais
quatro anos para provar
que é possível governar
bem sem mensalão nem
petrolão. Está disposta a
Meu manifesto é
cortar na carne para limpar
visceral,
caboclo,
o chiqueiro em que o Brasil
barroco,
tropicalista,
se converteu? A descrença
libertário e
de muitos na política tem a
ver com esse “todos farinha
esponjoso.
do mesmo saco” cada vez
mais verdadeiro. Mas isso não pode servir de álibi para
quem está no poder continuar se atolando na sujeira. Eu
me manifesto contra todos os partidos políticos que jogam
o mesmo jogo e se justificam dizendo que jogam conforme
as regras do jogo jogado.
— Fala sério!
Foi-se o famigerado coronel José Sarney. Ficou o implantado capilar com voo oficial e pensão paga à namorada por
empresa amiga Renan Calheiros. Querem que eu acredite
na transparência de quem tem um aliado desse quilate? O
petismo afundou na lama do seu “realismo” e não consegue mais colocar a cabeça de fora. Também não faz muito
esforço. Transforma o larápio em herói baseado na tese de
que os larápios alheios não são julgados nem condenados.
O PT alimenta o antipetismo com a sua indolência diante
do argumento que pode liquidá-lo, a complacência com a
corrupção. A sua única resposta é:
— Os outros também fazem.
Meu manifesto é visceral, caboclo, barroco, tropicalista,
libertário e esponjoso. Diz não a tudo e a todos. Parafraseando o anarquista alemão Max Stirner, os partidos e eu
somos inimigos. Mais ainda, o poder e eu só nos encontramos na contramão. Pobres dos incautos que imaginam o
contrário. A minha bandeira se resume assim:
— Não confiem em mim.
Meu manifesto termina aqui. É só o começo de uma ira
que se espalhará pelos tempos. Vai, Brasil, toma jeito. Vai,
PT, toma tento.
“
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Meu manifesto Faz