O que nos leva à frente.
Se há alguns séculos a humanidade era movida por incertezas, conhecimentos
empíricos e tradições, hoje seu combustível é a pesquisa, a experiência, a ciência. Ainda que
ligados a religião, somos cada vez mais críticos em relação ao mundo exterior e interior a nós.
Será essa sensível mudança em nossa sociedade suficiente para que cada vez menos contemos
com o sentimento da esperanças em nossas vidas?
Numa conjuntura social em que praticamente tudo parece ser embasado em fatos e
certezas científicas, é difícil encontrar a função da esperança, haja vista sermos cada vez mais
pragmáticos e racionais. Muitos afirmam que a esperança em nada auxilia em nosso progresso
individual e coletivo; pelo contrário, ela nos mantém em um estado de letargia, aguardando
por respostas ou ações alheias. Seguindo essa linha de raciocínio, podemos entender que a
esperança, como outros tantos sentimentos, em nada nos auxilia quando tratamos de fatores
concretos de nossas vidas, como nossos projetos pessoais.
É inegável, contudo, que nossa evolução pessoal – e, por conseguinte, coletiva –
depende de estímulos motivacionais, e a esperança pode ser um deles. Mesmo que ela sirva
apenas para alimentar nossas utopias, estará, indiretamente, proporcionando-nos ir, cada vez
mais, atrás de nossos projetos pessoais. É o que Eduardo Galeano, consagrado escritor
uruguaio, brilhantemente afirma em um texto, ao defender que o mundo é movido por
utopias: quando damos um passo à frente, a utopia dá outro, sempre inatingível, fazendo-nos
caminhar à frente incessantemente e, assim, coadjuvando na evolução humana. O que
realmente interessa, então, é compreendemos que a esperança, ainda que apenas
alimentando utopias, impulsiona nosso projeto.
Prender-se apenas no campo da subjetividade, sem tomar iniciativas, certamente não
é suficiente para realizarmos metas concretas. É fato, porém, que todos evoluímos muito mais
tendo a possibilidade de agir norteados por nossos sonhos, utópicos ou não, mas sempre
insuflados pela esperança de um futuro melhor.
Nome: Letícia Dal Moro Angoleri
Turma: 310
Tema UFRGS 27
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