Portos VENTO 15 km/h Leste/Nordeste [email protected] TEMPERATURA Máxima UMIDADE Máxima 32° 86 % 24° 49% Mínima O ESTADO DO MARANHÃO · SÃO LUÍS, 22 de março de 2015 - domingo Mínima MARÉ baixa MARÉ alta 01h19 0,1m 07h32 6,2m 13h39 0,5m 19h45 6,3m Tábua de marés do Porto do Itaqui Fila de navios para carregar soja cresce 15% nos portos brasileiros Situação seria decorrente da recente greve de caminhoneiros e do estímulo do câmbio, já que a forte alta do dólar nas últimas semanas elevou a competitividade do grão nacional; escala prevê carregamento futuro de 141 navios Arquivo Mais - O agronegócio brasileiro ganhou novo impulso exportador nesta safra graças ao início das operações do Terminal de Grãos Navio é carregado com soja; grão nacional está mais competitivo S ÃO PAULO - A escala de navios para carregar soja nos portos brasileiros cresceu cerca de 15% em pouco mais de uma semana e a fila de embarcações esperando para atracar é maior do que a de um ano atrás. A situação seria decorrente da recente greve de caminhoneiros e de um aumento da competitividade do grão nacional com a forte alta do dólar. A atual escala, divulgada na sexta-feira, prevê o carregamento futuro de 141 navios com 8,49 milhões de toneladas de soja, com alguns agendamentos já confirmados inclusive para o final de abril, segundo dados da agência marítima Williams analisados pela Reuters. Há duas semanas, a escala futura previa 123 navios com 7,62 milhões de toneladas. Um ano atrás, eram 122 navios escalados, para 7,28 milhões de toneladas. O primeiro semestre é habitualmente o momento de pico das exportações de soja da América do Sul, por ser momento de colheita no Brasil e na Argentina e de entressafra nos Estados Unidos, mas há indicativos de procura maior este ano. Segundo analistas, um dos principais motivos de atração de compradores para o Brasil neste momento são os preços mais competitivos em função da desvalorização do real frente o dólar. "Lógico que tem a safra no Brasil, mas o deslocamento da demanda mundial foi mais do que potencializado pela questão cambial", afirmou o analista Aedson Pereira, analista de grãos da Informa Economics FNP. O indicador Cepea/Esalq que registra os negócios com soja no porto de Paranaguá (PR) aponta que os preços em dólares acumulam perdas de 33% nos últimos 12 meses, um desconto de 10 dólares por saca, favorecendo os importadores, principalmente os asiáticos. Por outro lado, as perdas em reais foram de 7% no período devido ao câmbio -, garantindo, de alguma forma, o patamar de renda dos produtores rurais. O dólar acumula alta de cerca de 37% desde meados de março de 2014. "Com esse dólar alto, o line up começou a subir mesmo. Tem uma correlação bem forte aí... A conta de exportação melhora", destacou o con- sultor Giovani Damiano, da INTL FCStone. Atrasos - Outros fatores que provocam acúmulo de navios nos portos foram o cronograma da safra 2014/15 no Brasil e as recentes paralisações de caminhoneiros. A colheita começou mais lenta em 2015 na comparação com 2014 devido a atrasos no plantio em algumas regiões que sofreram com falta de chuvas no início da temporada. Além do mais, o final do mês de fevereiro, que marca o início da colheita e do escoamento da soja, foi marcado por paralisações de caminhoneiros no Centro-Oeste e no Sul do país por vários dias. Tudo isso ajudou a frear as exportações de soja em fevereiro, que totalizaram cerca de 870 mil toneladas, contra 2,79 milhões no mesmo mês de 2014, ano em que a colheita começou bastante antecipada. "Atrasou muito a programação. Muitas tradings, de olho na incerteza com o fim da greve, acabaram reprogramando seu escoamento", afirmou Pereira, da FNP. O número de navios ancorados nas regiões do portos brasileiros, aguardando para carregar, já chega a 101, ante 51 embarcações no final de fevereiro. Em 18 de março de 2014, havia 96 navios para soja ancorados aguardando. Açúcar - O total de navios que aguardam para embarcar açúcar nos portos brasileiros chega a 33, segundo levantamento feito pela agência marítima Williams Brasil. O número é semelhante ao da semana anteior, quando 34 navios aguardavam o embarque da commodity. A maior parte do volume a ser exportado é da variedade VHP, com 1,06 milhão de toneladas a granel. Também serão embarcadas 22 mil toneladas de A-45 e 22 mil toneladas do tipo cristal B-150. Foi agendado o carregamento de 1,11 milhão de toneladas. A maior quantidade será embarcada no Porto de Santos (825,4 mil toneladas ou 74% do total); Paranaguá (13%, com 140,5 mil toneladas); Maceió (11%, com 123 mil toneladas), Recife por 1% (12 mil toneladas) e Suape por 1% (10 mil toneladas). Porto do Itaqui iniciou o embarque há uma semana Parte da soja produzida na região Matopiba saiu há uma semana do Porto do Itaqui para a China, numa operação gigantesca. O navio Panamax levou para a Ásia 66 mil toneladas do grão, produzido também nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A produção saiu do Terminal de Grãos (Tegram), o primeiro exclusivo para grãos no Maranhão. Foi a primeira remessa do terminal, que custou R$ 1 bilhão e prevê exportar 2 milhões de toneladas de soja e milho já em 2015. Em até cinco anos, o volume exportado de grãos deverá dobrar, e em 2022 poderá atingir 10 milhões de toneladas. O carregamento por dois quilômetros de esteiras que levam o grão dos armazéns ao navio é inicialmente de apenas mil toneladas por hora, para não estressar o sistema. O volume deverá gradativamente subir até atingir o potencial de 2,5 mil toneladas por hora. Em fase de negociação, a criação de uma agência de desenvolvimento do Matopiba será fundamental para a melhoria da infraestrutura e condições de produção na região. A agência é considerada prioridade para a ministra da Agricultura, Kátia Abreu. do Maranhão (Tegram), no Porto de Itaqui. Com prioridade de embarque no berço 103 do Itaqui, a meta do consórcio respon- sável pelo Tegram é exportar 2 milhões de toneladas de grãos ainda em 2015. A operação deve ganhar ritmo a partir de maio.