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O ESTADO DO MARANHÃO · SÃO LUÍS, 22 de março de 2015 - domingo
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Tábua de marés do Porto do Itaqui
Fila de navios para carregar soja
cresce 15% nos portos brasileiros
Situação seria decorrente da recente greve de caminhoneiros e do estímulo do câmbio, já que a forte alta do dólar
nas últimas semanas elevou a competitividade do grão nacional; escala prevê carregamento futuro de 141 navios
Arquivo
Mais
- O agronegócio brasileiro ganhou novo
impulso exportador nesta safra graças ao
início das operações do Terminal de Grãos
Navio é carregado com soja; grão nacional está mais competitivo
S
ÃO PAULO - A escala de
navios para carregar soja
nos portos brasileiros
cresceu cerca de 15% em pouco
mais de uma semana e a fila de
embarcações esperando para
atracar é maior do que a de um
ano atrás. A situação seria decorrente da recente greve de caminhoneiros e de um aumento da
competitividade do grão nacional com a forte alta do dólar.
A atual escala, divulgada na
sexta-feira, prevê o carregamento futuro de 141 navios com 8,49
milhões de toneladas de soja,
com alguns agendamentos já
confirmados inclusive para o final de abril, segundo dados da
agência marítima Williams analisados pela Reuters.
Há duas semanas, a escala
futura previa 123 navios com
7,62 milhões de toneladas. Um
ano atrás, eram 122 navios escalados, para 7,28 milhões de
toneladas.
O primeiro semestre é habitualmente o momento de pico
das exportações de soja da
América do Sul, por ser momento de colheita no Brasil e na
Argentina e de entressafra nos
Estados Unidos, mas há indicativos de procura maior este ano.
Segundo analistas, um dos
principais motivos de atração de
compradores para o Brasil neste momento são os preços mais
competitivos em função da desvalorização do real frente o dólar. "Lógico que tem a safra no
Brasil, mas o deslocamento da
demanda mundial foi mais do
que potencializado pela questão
cambial", afirmou o analista
Aedson Pereira, analista de grãos
da Informa Economics FNP.
O indicador Cepea/Esalq
que registra os negócios com soja no porto de Paranaguá (PR)
aponta que os preços em dólares acumulam perdas de 33%
nos últimos 12 meses, um desconto de 10 dólares por saca, favorecendo os importadores,
principalmente os asiáticos.
Por outro lado, as perdas em
reais foram de 7% no período devido ao câmbio -, garantindo,
de alguma forma, o patamar de
renda dos produtores rurais.
O dólar acumula alta de cerca de 37% desde meados de
março de 2014. "Com esse dólar alto, o line up começou a subir mesmo. Tem uma correlação
bem forte aí... A conta de exportação melhora", destacou o con-
sultor Giovani Damiano, da
INTL FCStone.
Atrasos - Outros fatores que
provocam acúmulo de navios
nos portos foram o cronograma
da safra 2014/15 no Brasil e as
recentes paralisações de caminhoneiros.
A colheita começou mais
lenta em 2015 na comparação
com 2014 devido a atrasos no
plantio em algumas regiões que
sofreram com falta de chuvas no
início da temporada.
Além do mais, o final do mês
de fevereiro, que marca o início
da colheita e do escoamento da
soja, foi marcado por paralisações de caminhoneiros no Centro-Oeste e no Sul do país por
vários dias.
Tudo isso ajudou a frear as
exportações de soja em fevereiro, que totalizaram cerca de 870
mil toneladas, contra 2,79 milhões no mesmo mês de 2014,
ano em que a colheita começou
bastante antecipada. "Atrasou
muito a programação. Muitas
tradings, de olho na incerteza
com o fim da greve, acabaram
reprogramando seu escoamento", afirmou Pereira, da FNP.
O número de navios ancorados nas regiões do portos brasileiros, aguardando para carregar, já chega a 101, ante 51 embarcações no final de fevereiro.
Em 18 de março de 2014, havia
96 navios para soja ancorados
aguardando.
Açúcar - O total de navios que
aguardam para embarcar açúcar
nos portos brasileiros chega a 33,
segundo levantamento feito pela
agência marítima Williams Brasil.
O número é semelhante ao da
semana anteior, quando 34
navios aguardavam o embarque
da commodity.
A maior parte do volume a
ser exportado é da variedade
VHP, com 1,06 milhão de toneladas a granel. Também serão
embarcadas 22 mil toneladas de
A-45 e 22 mil toneladas do tipo
cristal B-150.
Foi agendado o carregamento de 1,11 milhão de toneladas.
A maior quantidade será embarcada no Porto de Santos (825,4
mil toneladas ou 74% do total);
Paranaguá (13%, com 140,5 mil
toneladas); Maceió (11%, com
123 mil toneladas), Recife por
1% (12 mil toneladas) e Suape
por 1% (10 mil toneladas).
Porto do Itaqui iniciou o
embarque há uma semana
Parte da soja produzida na região
Matopiba saiu há uma semana do
Porto do Itaqui para a China, numa
operação gigantesca. O navio Panamax levou para a Ásia 66 mil toneladas do grão, produzido também
nos estados do Maranhão, Tocantins,
Piauí e Bahia.
A produção saiu do Terminal de
Grãos (Tegram), o primeiro exclusivo
para grãos no Maranhão. Foi a primeira remessa do terminal, que custou R$ 1 bilhão e prevê exportar 2
milhões de toneladas de soja e milho
já em 2015. Em até cinco anos, o volume exportado de grãos deverá dobrar, e em 2022 poderá atingir 10
milhões de toneladas.
O carregamento por dois quilômetros de esteiras que levam o grão
dos armazéns ao navio é inicialmente de apenas mil toneladas por hora,
para não estressar o sistema. O volume deverá gradativamente subir
até atingir o potencial de 2,5 mil toneladas por hora.
Em fase de negociação, a criação
de uma agência de desenvolvimento do Matopiba será fundamental para a melhoria da infraestrutura e condições de produção na região. A
agência é considerada prioridade para a ministra da Agricultura, Kátia
Abreu.
do Maranhão (Tegram), no Porto de Itaqui.
Com prioridade de embarque no berço
103 do Itaqui, a meta do consórcio respon-
sável pelo Tegram é exportar 2 milhões de
toneladas de grãos ainda em 2015. A operação deve ganhar ritmo a partir de maio.
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