ELABORAÇÃO DE MANUAL NUTRICIONAL PARA ASMÁTICOS
PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA
ANDRADE, A. H. G.; CHERON, L. S.
Resumo
A asma é uma doença comum hoje em dia. O exercício físico e
alimentação ajudam no tratamento dessa doença. Muitas pessoas não sabem se
alimentar corretamente para suprir as demandas fisiológicas do exercício, bem
como para diminuir os sintomas da doença. Sendo assim, o objetivo geral deste
trabalho foi elaborar um manual nutricional. Para isso, realizou-se uma revisão da
literatura acerca do assunto e, ao final, concluiu-se a elaboração do material.
Palavras-chave: asma; exercícios físicos; nutrição.
Abstract
Asthma is a common disease nowadays. Exercise and nutrition help in
treating this disease. Many people do not know how to eat properly to supply the
physiological demands of exercise as well as to lessen the symptoms of the
disease. Thus, the objective of this study was to develop a nutritional manual. For
this, we carried out a literature review on the subject and finally concluded the
elaboration of the material.
Keywords: asthma; physical exercises; nutrition.
Introdução
Asma é uma inflamação que acomete as vias aéreas ou brônquios, tendo
como sintomas a: falta de ar, dificuldade para respirar, sensação de aperto no
peito, chiado, tosse, dentre outros. Tais manifestações variam de indivíduo para
indivíduo, além disso, podem ser desencadeadas por atividade física, se
erroneamente praticada.
A asma não tem cura, apenas tratamento, que consiste em terapia
medicamentosa e na não exposição da pessoa aos alérgenos. Contudo, alguns
estudos revelam que a prática de alguns exercícios físicos melhora a capacidade
pulmonar. Alguns estudos demonstram uma melhora no estado físico de
asmáticos em exercícios aeróbicos e anaeróbicos.
Assim, os exercícios são
também uma forma de tratamento da doença.
Devido a isso pode-se perceber que muitos dos grandes atletas conhecidos
hoje em dia, começaram sua carreira no esporte devido à doença.
Também sabe-se que a alimentação tem um papel importante no controle
da asma. A rotina da ingestão de alimentos pode melhorar ou piorar os sintomas.
Por isso, é necessário ter um cuidado especial com a dieta.
Sendo assim, é fundamental que o portador de asma praticante de
atividade física saiba mais sobre a sua doença e o papel da alimentação no
tratamento e no exercício, para melhorar sua qualidade de vida e rendimento
físico no esporte.
Diante disso, o objetivo deste trabalho é elaborar um manual nutricional
para asmáticos praticantes de atividade física. Para isso, foram feitas várias
pesquisas na literatura para conhecer alguns aspectos da doença, demonstrar a
importância da alimentação na atividade física e na asma e identificar estratégias
para atingir as necessidades nutricionais.
Referenciais teórico-metodológicos
Dados estimam que a prevalência média de asma no Brasil entre crianças
e adolescentes seja de 20%. A asma encontra-se entre os 20 principais motivos
de consulta em atenção primária, e é classificada como uma das principais
causas de internação hospitalar do SUS no Brasil (LENZ; FLORES, 2009).
Pode-se entender que a asma é uma obstrução do fluxo de ar provocada
por
broncoconstrição,
devido
a
uma
reação
alérgica
ou
hipersensível
(PARADISO, 1998). A reação provoca o espasmo dos bronquíolos, dificultando a
passagem de ar para dentro e para fora dos pulmões, entretanto, em alguns
casos, a passagem de ar dos bronquíolos para fora pode ficar mais prejudicada,
fazendo com que a pessoa tenha mais dificuldades para expirar o ar, do que para
inspirar (GUYTON, 1988).
Segundo Ribeiro; Toro e Baracat (2006), a asma não tem cura, e sim,
tratamento. De acordo com Fox (2007), a asma é frequentemente tratada com
glicocorticóides para inibir a inflamação. Drogas que bloqueiam a ação ou síntese
dos leucotrienos também são utilizadas.
Segundo Ram (2005) e Disabella (1998 apud FIKS, 2009), o exercício
causa uma melhora do condicionamento físico e a uma redução da dispneia
quando praticada de maneira regular e adequada.
Pesquisas recentes, como a de Schneider (2007), têm demonstrado uma
relação positiva entre ingestão dietética saudável e diminuição dos sintomas da
asma.
A prática de exercício físico leva a um aumento do gasto energético e das
necessidades calóricas. Para um indivíduo que busca melhora no desempenho
esportivo é essencial que estas necessidades sejam alcançadas (PIAIA; ROCHA;
VALE, 2007).
Os macronutrientes (carboidrato, proteína e lipídeo) devem ser distribuídos
adequadamente na dieta, para atingir as necessidades energéticas, pois eles são
essenciais para a recuperação muscular, manutenção do sistema imunológico,
equilíbrio do sistema endócrino e manutenção e/ou melhora da performance
(Diretriz Brasileira de Medicina do Esporte, 2003 apud PIAIA; ROCHA; VALE,
2007). A intensidade e duração do exercício são importantes para determinar qual
será o substrato (proteínas, gorduras e carboidratos) utilizado no metabolismo
energético (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2010).
As necessidades nutricionais (de indivíduos que praticam atividade física),
em termos calóricos, correspondem a cerca de 37 e 41 kcal/kg de peso/dia.
Entretanto, dependendo dos objetivos, a necessidade calórica pode alcançar
entre 30 e 50kcal/kg de peso/dia (CARVALHO; MARA, 2010).
O consumo mínimo de carboidratos deve ser de 50% do total das calorias
ingeridas, mas o ideal é de 60-70% para um indivíduo de 50 a 150 kg praticante
de exercício. As calorias restantes devem ser distribuídas para as proteínas (1015%) e para as gorduras (20 a 30%) (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2010).
O exercício agudo e o treinamento físico, podem levar a alterações no
metabolismo, na distribuição e na excreção de vitaminas e minerais. Devido a
isso, as necessidades de micronutrientes específicos podem ser alteradas
conforme as demandas fisiológicas, em resposta ao esforço físico. Sendo assim,
podem apresentar as necessidades de determinados tipos de micronutrientes
acima da Recommended Dietary Allowance (RDA) (PANZA et al, 2007).
A conservação de um volume relativamente constante de líquidos e a
manutenção de uma composição estável dos solutos dos fluidos corporais é
essencial para a homeostasia do organismo. A necessidade diária de água varia
de individuo para indivíduo, sendo influenciada por vários fatores, como: as
condições ambientais e as características da atividade física, como duração,
intensidade do exercício, e até mesmo as vestimentas que interferem na
termorregulação (CARVALHO; MARA, 2010).
Hoje em dia, graças às evidências epidemiológicas e aos experimentos de
que ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 (AGPI ômega-3) podem influenciar
diretamente nos processos inflamatórios, vem crescendo a curiosidade em
estudar o uso destes nutrientes funcionais para o tratamento de diversas doenças
(WAITZBERG, [s.d]).
A redução no consumo de frutas e vegetais, sendo estes, fontes de
antioxidantes exógenos, já foi associada ao aumento de doenças alérgicas, “as
defesas antioxidantes” diminuídas nos pulmões aumentariam a chance do poder
de ataque oxidativo, resultando em processo infamatório e asma (SARNI et al,
2010).
Todo esse conhecimento foi necessário para a posterior elaboração do
manual.
Conclusão
Após realizar uma pesquisa de revisão bibliográfica acerca dos assuntos:
asma, asma e atividade física, atividade física e nutrição, nutrição na asma, foi
possível elaborar um manual alimentar para asmáticos praticantes de atividade
física, a fim de esclarecer, à população portadora de asma que pratica ou
pretende praticar atividade física, sobre alguns aspectos da doença, e como se
alimentar corretamente no exercício. O manual também mostra alguns alimentos
e/ou nutrientes que melhoram os sintomas da asma.
Referências
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RIBEIRO, J. D., TORO, A. A., BARACAT, E. C. Antileucotrienos no tratamento da
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WAITZBERG, D. L. Ômega-3: o que existe de concreto? Monografia.
Universidade de São Paulo (FMUSP) [s.d].
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