Gestão de Projetos Sustentáveis
Fundraising e Crowdfunding
Grupo 4
Maurício Júnior
Ricardo Alfenas
Fundraising – Conceito
“Fundraising” é a coleta de recursos para caridade,
evento, projeto ou uma causa. O dinheiro é coletado de
indivíduos, clubes, empresas e do governo e é usado para
melhorar a vida de pessoas e animais (HAYDON, 2006,
tradução nossa).
Para Flanagan (1999, p. 9, tradução nossa) é mais
simplista, pois considera que é “pedir dinheiro por uma
boa causa”.
Fundraising – Histórico
BRASIL
• Primeiras entidades filantrópicas criadas nos três
séculos posteriores ao início da colonização. Ligadas ao
catolicismo e suas características – assistencialismo,
paternalismo e generosidade ;
• A partir de 1930 o governo, com Getúlio Vargas, passou
a se responsabilizar socialmente;
• Total falta de profissionalismo.
Fundraising – Financiamento Público
Para Albuquerque (2006), os órgãos do Terceiro Setor são
organismos privados, com finalidade não lucrativa, que
prestam serviços de natureza pública.
Criadas no Brasil em 1990 (VOLTOLINI, 2004), evoluíram
o conceito de serviço social, antes restrito à filantropia,
passando a prestar serviços públicos em áreas como
educação, saúde, cultura, desenvolvimento de pessoas e
meio ambiente.
Como contribuem para as atividades governamentais,
devem ser incentivadas pelo Estado.
Fundraising – Financiamento Público
COM RECURSOS DO ORÇAMENTO (ALBUQUERQUE, 2006)
• Auxílios;
• Contribuições;
• Subvenções;
• Convênios, Acordos ou Ajustes;
• Contratos;
• Termo de Parceria;
• Contrato de Gestão.
Fundraising – Financiamento Público
PROJETOS AMBIENTAIS (SZAZI, 2006)
 Fundo Nacional do Meio Ambiente
Origem dos Recursos: orçamento da União, doações
internacionais para projetos ambientais, multas por crimes
ambientais e empréstimos (Banco Mundial e BID).
Uso dos Recursos: uso racional de recursos naturais e
melhoria ou recuperação da qualidade ambiental de diversos
ecossistemas brasileiros.
Fundraising – Financiamento Público
PROJETOS AMBIENTAIS (SZAZI, 2006)
 Programa Nacional de Meio Ambiente
Origem dos Recursos: orçamento federal e empréstimos do
BIRD.
Uso dos Recursos: ações ambientais coordenadas pelos
municípios conveniados (apresentam projetos e, se
aprovados, prestam contas para a União).
Fundraising – Financiamento Público
PROJETOS AMBIENTAIS (SZAZI, 2006)
 Programa de Biodiversidade (Probio), do Global
Environmental Facility
Origem dos Recursos: internacionais, mas incluídos no
orçamento federal nacional.
Uso dos Recursos: estudo da biodiversidade, desenvolvimento
de biotecnologia e conservação de áreas protegidas. Alta
tecnologia (80% para universidades0). Administrado pelo
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).
Fundraising – Financiamento Público
PROJETOS AMBIENTAIS (SZAZI, 2006)
 Fundo de Defesa dos Direitos Difusos
Origem dos Recursos: condenações por danos ambientais
(Lei 7.347/85)
Uso dos Recursos: reparação dos danos ambientais causados
pelo infrator. Administrado por representantes do MP e da
comunidade afetada.
Fundraising – Financiamento Público
AGÊNCIAS DE FOMENTO
Incentivadoras das pesquisa científica e tecnológicas.
 Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
 Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP)
 Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
 Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG)
Fundraising – Financiamento Privado
PESSOAS FÍSICAS (SZAZI, 2006; ALBUQUERQUE, 2006)
Doações para entidades sem fins lucrativos (privadas e
públicas) permitida desde 1996 para projetos sociais e
educacionais.
Quase nenhum incentivo. Apenas a dedução de até 6% do
Imposto de Renda devido para as doações para o Fundo dos
Direitos da Criança e do Adolescente. Em 2002, volume total
de doações de apenas R$ 3,6 milhões.
Fundraising – Financiamento Privado
PESSOAS JURÍDICAS (ALBUQUERQUE, 2006)
Para poder deduzir do IR (os valores são tratados como despesa até o
limite de 2% do lucro operacional), devem:
1.Exigir da ONG uma declaração de aplicação de recursos;
2.Identificar pessoa responsável no documento;
3.Não pode distribuir lucros, bonificações ou vantagens para dirigentes,
sócios ou mantenedores;
4.Atender a um dos requisitos abaixo:
o Apresentar declaração de utilidade pública federal;
o Ser qualificada como OSCIP;
o Só prestar serviços gratuitos para a comunidade ou aos
empregados da doadora.
Fundraising – Financiamento Privado
AUTOFINANCIAMENTO (ALBUQUERQUE, 2006; SZAZI, 2006)
Sorteios de brindes e prêmios por entidades filantrópicas ou de utilidade
pública:
• Sorteios devem seguir todos os preceitos da Lei 5.768/71, regulamentada
pelo Decreto 70.951/72;
• Necessita autorização federal;
• Valores utilizados para manutenção de obra social que se dedica;
• Prêmios distribuídos devem ter sido originados de doações de terceiros
devidamente formalizadas;
• Destinação de parte da arrecadação:
- 3% para o Fundo Penitenciário Nacional
- 1% para o Fundo Nacional da Cultura
- 1% para o Fundo Nacional da Criança e do Adolescente
- 1% para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos
Fundraising – Financiamento Híbrido
São as formas de financiamento diferentes seja na origem ou na
forma de aplicação.
 Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais no
Brasil (PP/G7)
Origem dos Recursos: doações do G7, mas gerido pelo Banco do
Brasil sem os entraves burocráticos convencionais.
Uso dos Recursos: doações para comunidades ou ONGs que
façam novas tecnologias ambientais “brandas” facilmente
replicáveis ou educação ambiental. Para a sustentabilidade da
Mata Atlântica ou Amazônia.
Fundraising – Financiamento Híbrido
 Fundo de Biodiversidade (Funbio), da Global Environmental
Facility (GEF)
Origem dos Recursos: internacionais, mas geridos pela
Fundação Getúlio Vargas (diferença em relação ao Probio).
Uso dos Recursos: estudo da biodiversidade, desenvolvimento
de biotecnologia e conservação de áreas protegidas.
Fundraising – Financiamento Híbrido
 Conversão da Dívida Externa
Origem dos Recursos: perdão da dívida externa.
Uso dos Recursos: ações ambientais.
Fundraising – Financiamento Híbrido
 Conversão da Dívida Externa
ONG
Local
ONG
Internacional
Colaboração Coletiva
• Atualmente, há uma mudança impactante ocorrendo no
status quo da sociedade. O acesso crescente à tecnologia da
informação disponibiliza aos seus respectivos usuários todas as
ferramentas necessárias para colaborar, criar valor e competir
(TAPSCOTT e WILLIANS, 2007);
• Esse novo modelo de inovação e criação de valor é
denominado de peer production ou peering – uma descrição do
que acontece quando grupos de pessoas ou empresas colaboram
de forma aberta para impulsionar a inovação e o crescimento em
seus ramos(TAPSCOTT e WILLIANS, 2007).
Colaboração Coletiva
 Eventos recentes prognosticam que um mundo menor, mas
aberto e interdependente tem o potencial de ser dinâmico,
mas também mais vulnerável ao terrorismo e a redes
criminosas. Assim como as massas de cientistas e
programadores de software podem colaborar em projetos
benéficos, criminosos e terroristas podem conspirar na
internet para devastar nossa existência cotidiana (TAPSCOTT
e WILLIANS, 2007).
Redes sociais digitais
 Essa colaboração em massa necessita basicamente de redes
sociais principalmente digitais;
 Martinho apud Munhoz (2010, p.43) destaca que o poder da
rede advém da propriedade de multiplicação inerente ao
processo de fazer conexões, representado aqui pelo fato de
que cada linha pressupõe dois pontos e de que cada ponto
pode estar na origem de uma infinidade de linhas. Porém, de
nada adianta para rede a existência de um grande número de
pontos sem que estejam acompanhados de um considerável
número de linhas.
Crowdfunding - conceito
 Crowdfunding é fundamentalmente a cooperação coletiva,
confiança e atenção das pessoas que financiam ou doam
dinheiro para grandes idéais principalmente pela internet
(QVIST, 2011) (KEYSER apud KALTENBECK, 2011);
 Strauss (2011) destaca que a idéia essencial do crowdfunding é
convencer pessoas a investir em um causa em troca de algo
além do dinheiro. O financimento coletivo possibilita a
obtenção de capital financeiro que um indivíduo possuidor
de projeto necessita. Em vez obter reembolso do dinheiro
investido, o investidor crowdfunding aceita outro tipo de
retorno, diferentemente das instituições bancárias existentes.
Representação gráfica do conceito
Crowdfunding
 Crowdfunding é historicamente mais conhecido e utilizado
principalmente quando ocorrem desastres naturais, como por
exemplo os terremotos no Haiti e no Japão, onde um capital
significativo é angariado em um período curto de tempo
(QVIST, 2011);
 Um exemplo de utilização mais recente de crowdfunding de
finalidade eleitoral foi a campanha de Barack Obama para o
cargo em 2008. O candidato utilizou a plataforma on-line de
financiamento coletivo para arrecadar $137 milhões de dólares
em apenas 24 horas. Barack Obama foi o primeiro candidato
presidencial nos Estados a utilizar o crowdfunding aliado a
mídia social eletrônica como um método contribuição de
campanha.
Sites de Crowdfunding: Catarse
 O Catarse é uma plataforma online de angariação coletiva




de fundos (crowd funding), destinados a financiar projetos
criativos.
Os projetos são selecionados pelo site;
O Catarse não aceita projetos de caridade;
O site cobra 7,5% pela intermediação;
Os serviços de cobrança cobram taxas 5,4% + R$ 0,39 a R$
0,60 por transação;
Catarse: O criador de projetos
 Descrever o projeto que pretende desenvolver, que deve ser
necessariamente lícito e de acordo com a legislação brasileira;
 Estipular o valor que deseja obter para financiar o projeto;
 Estipular o prazo em que deseja obter o valor total destinado
para financiar o projeto;
 Prometer incentivos e/ou recompensas aos apoiadores que
financiarem seu projeto, determinando as condições de sua
obtenção e o número de apoiadores que podem se beneficiar
desses incentivos e/ou recompensas.
Catarse: O apoiador de projetos
 Escolher o projeto que deseja apoiar;
 Estipular o valor com que deseja contribuir para o projeto;
 Selecionar, caso desejar, qual(is) incentivo(s) e/ou
recompensa(s) deseja receber diretamente do criador de
projetos, nos termos das condições estabelecidas pelo próprio
criador de projetos para o projeto selecionado.
Como “mandar” um projeto no
Catarse?
http://catarse.me/pt
Como apoiar um projeto no
Catarse?
http://catarse.me/pt
Sites de Crowdfunding: Kickstarter
 O
site Kickstarter é a maior plataforma de
financiamentos para projetos criativos do mundo nas
áreas de música, cinema, arte, tecnologia, design,
comida, publicação e outras áreas criativas
 É importante destacar que para tentar colocar um
projeto no site é necessário ser residente nos EUA e ter
pelo menos 18 anos. Porém para financiar o projeto
não há essa restrição especifica de ser residente nos
EUA.
Referências Bibliográficas
ALBUQUERQUE, A. C. C. Terceiro Setor: história e gestão de organizações. São Paulo: Summus, 2006. p. 49 – 53.
BLASQUES, M A S. Navegar é preciso: jornalismo, autoria e colaboração. . Escola de Comunicações e Artes. 2010. Tese (Doutorado). USP. Disponível em:
<www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde...143944/.../1628558.pdf>. Acesso em: 24 de setembro de 2011.
BRASIL. Lei 9.790, de 23 de março de 1999. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 23 mar. 1999.
CARTASE. Termos de uso. Disponível em: <http://catarse.me/pt/terms>. Acesso em: 10 de setembro de 2011.
CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO (CNPq). Apresentação. Disponível em: <http://www.cnpq.br/cnpq/index.htm>. Acesso em:
28 de setembro de 2011.
COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES). História e Missão. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/sobre-acapes/historia-e-missao>. Acesso em: 28 de setembro de 2011.
DIZARD, W. A nova mídia: a comunicação de massa na era da informação. 2 ed. Rio de Janeiro. Jorge Zahar, 2000. Cap 4 pág 100 -125.
FINANCIADORA DE ESTUDOS E PROJETOS (FINEP). O que é a FINEP. Disponível em: < http://www.finep.gov.br/o_que_e_a_finep/a_empresa.asp>. Acesso em: 28 de
setembro de 2011.
FLANAGAN, J. Successful Fundraising: a complete handbook for volunteers and professionals. 2. ed. United States of America: Contemporary Books, 1999. p. 9.
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE MINAS GERAIS (FAPEMIG). Apresentação. Disponível em:
<http://www.fapemig.br/institucional/apresentacao/index.php>. Acesso em: 28 de setembro de 2011.
GOMES, W; MAIA, R. Comunicação e democracia: problemas & perspectivas. 1 ed. São Paulo. Paulus, 2008. Cap 7 pág 275-292
KALTENBECK, J. Crowdfuding und social payments: im anwendungskontext vou open education resources. Institut fur Informationssysteme und Computer Medien (IICM).
Technishe Universitat Graz. Disponível em: < http://l3t.eu/oer/images/crowdfunding.pdf>. Acesso em 21 de setembro de 2011.
KICKSTARTER. What is Kickstarter ?! Disponível em: <http://www.kickstarter.com/>. Acesso em: 10 de setembro de 2011.
KLEIN, K. Fundraising for social change. 6. ed. United States of America: Josey Bass, 2011. p. 5.
MUNHOZ, F A. Dinamismo tecno-sociais: sobre redes, co-labor-ação e víruss. Escola de Comunicações e Artes. 2010. Dissertação (Mestrado). USP, Programa de PósGraduação em Ciências da Comunicação. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde...113323/.../2928054.pdf>. Acesso em: 01 set. 2011.
Referências Bibliográficas
MORAIS, F. Planejamento estratégico digital: a importância de planejar a comunicação da marca no ambiente digital. 1 ed. Rio de Janeiro. Brasport, 2009.
INTERNET WORLD STATS – USAGE AND POPULATION STATISTICS. Internet Usage and Population in South America. Disponível em:
<http://www.internetworldstats.com/stats15.htm>. Acesso em: 18/09/2011.
INTERNET WORLD STATS – USAGE AND POPULATION STATISTICS. Internet Usage Statistcs - The Internet Big Picture: World Internet Users and Population States.
Disponível em: <http://www.internetworldstats.com/stats.htm> Acesso em 18 de setembro de 2011.
QVIST, J. A winner's DNA: why some people make more than you. 1. ed. United States. Pixipaly LLC, 2011. Cap 5 p-61-95
STRAUSS, S. Get your business funded: creative methods for getting the money you need. 1 ed. United States. John & Wiley Inc., 2011. Cap 16
SZAZI, E. Terceiro Setor: regulação no Brasil. 4 ed. São Paulo: Peirópolis, 2006. p. 113 – 123.
TAPSCOTT, D; WILLIAMS, A. Wikinomics: como a colaboração em massa pode mudar o seu negócio. 1 ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2007.
TORRES, M. D. F. Agências, contratos e Oscips: a experiência pública brasileira. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007. p. 61.
VOLTOLINI, R (organizador). Terceiro Setor: planejamento e gestão. 2. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2004. p. 7 – 21.
Download

Apresenta