T.M. Molecular (cont.) 1.2. Tipos relacionados a Transferência de Massa Molecular 2ª Lei: Sistemas não equilibrados tendem ao equilíbrio com o tempo TERMODINÂMICA Força motriz (potencial químico) − dµC dz Velocidade de difusão molar em termos do potencial químico – Equação de Nernst - Einstein (Veloc. difusão) dµ D dµ C v A, z − Vz = u A C = − AB dz RT dz 2º sem. de 2011 Mobilidade do componente A ou velocidade resultante da molécula sob influência de força motriz unitária (30) Katia Tannous e Rafael F. Perna 47 T.M Molecular (cont.) A equação (30), em termos de fluxo molar de A, torna-se: J A , z = c A (v A , z − Vz ) = − c A DAB dµC RT dz (31) Esta equação é usada para definir todos os fenômenos moleculares !!! µc = µ 0 + RT . ln c A Definição matemática do potencial químico de um componente em uma solução ideal homogênea a T e P constantes. Equação de Fick Ex: gás ideal – potencial químico no estado padrão (µ0) é uma cte. 2º sem. de 2011 Substituindo na equação (31) (32) J A, z = − DAB Katia Tannous e Rafael F. Perna dc A dz (34) 48 T.M Molecular (cont.) Coeficiente de Difusão - Dij É a proporcionalidade obtida à partir da lei de Fick; Sua dimensão fundamental vêm da equação (12) : DAB L2 1 M = = = dc A dz L2t M L3 .1 L t − J A, z Unidades: Dimensão análoga a viscosidade cinemática(ν) e difusividade térmica (k/ρcp) a-) Sistema Internacional (SI) : m2/s b- ) Sistema Inglês : ft2/h Unidade usual: Sistema CGS (cm2/s) 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 49 T.M Molecular (cont.) Coeficiente de difusão = FUNÇÃO ( pressão, temperatura e concentração ) Dgases >> Dlíquidos >> Dsólidos Devido a mobilidade molecular !!! Difusividade em gases : faixa de 5 x 10-6 – 1 x 10-5 m2/s Difusividade em líquidos : faixa de 1 x 10-10 – 1 x 10-9 m2/s Difusividade em sólidos : faixa de 1 x 10-14 – 1 x 10-10 m2/s Tabelas D.1, D.2, D.3 (apostila) Observação: Na ausência de dados experimentais, expressões semiteóricas têm sido desenvolvidas para o cálculo do coeficiente de difusão, obtendo-se boas aproximações !!! 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 50 2. Coeficiente de Difusão Difusividade Mássica em Gases 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 51 Coef. de Difusão (cont.) Video – Difusão de Gases na Industria Química http://www.youtube.com/watch?v=H7QsDs8ZRMI&NR=1 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 52 Coef. de Difusão (cont.) Difusividade Mássica Gasosa Jeans (1921), Chapman (1959) e Sutherland (1893/1894) derivaram expressões teóricas para o cálculo do coeficiente de difusão em função das propriedades moleculares da mistura, usando a teoria cinética dos gases Usando as razões destes cientistas para explicar os fenômenos de transporte molecular, podemos examinar os movimentos das moléculas gasosas e derivar uma expressão relativa ao coeficiente de difusão para propriedades de misturas gasosas. Vamos raciocinar, então ???? 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 53 Coef. de Difusão (cont.) Se especificarmos um gás estático ou um gás em escoamento laminar na direção x, pode-se considerar a T.M. da espécie A na direção y somente em escala molecular. Considere o volume de controle: y0 – linha de corrente/superfície y y0 y+ ∆y y0 ∆x ∆z y- y ρA = ρA (y) yo x x Movimento molecular na superfície de um volume de controle 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 54 Coef. de Difusão (cont.) Aplicando-se a equação da continuidade: ∫∫SC → → ρ( v . n )dA + ∂ ρdV = 0 ∫∫∫ VC ∂t (35) Para regime permanente através da face do topo do elemento, obtemos: ∫∫ SC → → ρ .( v . n )dA = 0 2º sem. de 2011 Essa equação simplifica os estados no qual o fluxo mássico ascendente deve ser igual ao fluxo mássico descendente Katia Tannous e Rafael F. Perna 55 Coef. de Difusão (cont.) Considerando, como 1ª aproximação, uma mistura: 1. Contendo moléculas de tamanhos e massas iguais (isótopos); 2. Velocidades médias iguais. Reexaminando as equações derivativas em termos microscópicos, conclui-se que há crescimento de concentração. O nº de moléculas cruzando a face inferior = nº de moléculas cruzando a face superior Desde que a concentração de A exista conforme a Figura anterior, mais moléculas da espécie A serão transportadas através da S.C. superior do que da inferior Fluxo líquido de A na direção y 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 56 Coef. de Difusão (cont.) Partindo-se das equações da teoria cinética dos gases para baixa densidade (ver cap. 5 e 7 do Welty): 8kT C= πm (36) : velocidade molecular randômica média; C C 1 _ z= NC 4 1 2πd 2 N λ= /4 : velocidade de uma molécula individual passando através da área ∆x ∆z; λ : caminho médio livre; K : constante de Boltzmann; m : massa de uma molécula; d : diâmetro de moléculas esféricas; N : concentração molecular; z : freqüência pela qual uma molécula chegará na área ∆x ∆z 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 57 Coef. de Difusão (cont.) A equação da continuidade escrita em termos dos movimentos das moléculas é dada por: C C ∑ mn 4 ∆x∆z y − ∑ mn 4 ∆x∆z y n − n =0 (37) + Em termos de nº de moléculas na unidade de volume, tem-se: ρ 2º sem. de 2011 C C ∆x ∆ z y − ρ ∆ x ∆z − 4 4 Katia Tannous e Rafael F. Perna y+ =0 (38) 58 Coef. de Difusão (cont.) Contando, novamente, o nº de moléculas de A cruzando a superfície, a equação, em termos de fluxo mássico na direção y, fica: j A,y C = ρA 4 y− C − ρA 4 y+ (39) ou j A,y = ( ρ A 2º sem. de 2011 y− − ρA ) y+ C 4 Katia Tannous e Rafael F. Perna 59 Coef. de Difusão (cont.) Assumindo perfil de concentração essencialmente linear para uma distância de vários caminhos livres médios, tem-se: ρA y− = ρA − ∂ρ A δ ∂y e ρA onde: y− = y − δ δ 2º sem. de 2011 y+ = ρA + ∂ρ A δ ∂y y+ = y + δ representa a componente y da distância entre as colisões moleculares Katia Tannous e Rafael F. Perna 60 Coef. de Difusão (cont.) A substituição das relações anteriores para fica: j A,y = ρA y− e ρA y+ na equação (39) C ∂ρ A ∂ρ A ρ − δ − ρ + δ A A ∂y ∂y 4 ou (40) j A , y = −2. 2º sem. de 2011 C ∂ρ A δ 4 ∂y Katia Tannous e Rafael F. Perna 61 Coef. de Difusão (cont.) δ está relacionado com o caminho livre médio de molécula, λ, pela equação : 3 2 δ= λ p/ gás puro (41) A equação (40) torna-se: ∂ρ 1 j A ,y = − Cλ A ∂y 3 (42) Comparando a equação (42) e a equação (15) j A, y = − DAB 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna ∂ρ A ∂y (15) 62 Coef. de Difusão (cont.) É claro que o coeficiente de difusão para uma mistura de moléculas similares (A e isótopo A* ), será: 1 D AA* = Cλ 3 (43) Coeficiente de difusão referido como o coeficiente da própria difusão (moléculas traçadora) A substituição do resultado cinético (equação 36) na equação (43) obtemse: 1/ 2 D AA* 2º sem. de 2011 2 kT = 3/ 2 2 3π d N m (44) Katia Tannous e Rafael F. Perna 63 Coef. de Difusão (cont.) Para um gás ideal, N pode ser substituído usando a relação: NkT = cRT = P (45) Resultando em: D AA * 2 = 3π 3 / 2 d 2 P k 3T 3 m 1/ 2 (46) Da equação acima pode-se dizer que o coeficiente de difusão: 1. Pode ser expresso inteiramente em termos das propriedades do gás; 2. É dependente da pressão, bem como das mais altas ordens de temperatura absoluta. 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 64 Coef. de Difusão (cont.) Jeans (1821), Stherland (1894) e Chapman (1959) e foram os pioneiros na elaboração de expressões teóricas para o cálculo do coeficiente de difusão em misturas gasosas de baixa densidade usando a Teoria Cinética dos Gases. Versões modernas da Teoria Cinética dos Gases têm alertado para as forças de atração e repulsão entre as moléculas. Hirschfelder, Bird e Spotz (1949), através dos parâmetros de LennardJones, avaliou a influência destas forças intermoleculares. Apresentaram uma eq. para DAB para gases não polares, diluído e moléculas não reativas, monoatômicas e esféricas (ex. : metano, CO2) 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 65 Coef. de Difusão (cont.) Equação de Hirschfelder, Bird e Spotz (1949) 3/ 2 DAB 1/ 2 1 1 + 0,001858.T M A M B = P.σ 2AB Ω D Equação aplicada para gás não-polar e moléculas não reativas δ AB (47) DAB : coeficiente de difusão de A através de B, em cm2/s T: temperatura, em Kelvin (K) MA e MB : massas molares dos componentes A e B, respectivamente; P: pressão absoluta, em atm σ AB : diâmetro de colisão (angstroms) ΩD : integral de colisão para difusão molecular (função adimensional da temperatura e campo potencial intermolecular de uma molécula A e uma molécula B) Parâmetros de Lennard-Jones (Tabela D.4 e D.5 – apostila) 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 66 Coef. de Difusão (cont.) Devemos lembrar de que moléculas detêm cargas elétricas, que acarretam forças atrativa e repulsiva entre o par soluto/solvente, governando, sob esse enforque, o Fenômeno de Colisões Moleculares. Admitindo uma molécula parada (molécula A) e outra (molécula B) vindo ao seu encontro, esta última chegará a uma distância limite (σAB), na qual é repelida pela primeira. B Energia de atração EA e ER = f (distância entre as moléculas) - caracterizando uma energia “potencial” de A/R. σAB A Energia de repulsão diam. de colisão (distância entre as moléculas A e B onde as energias são nulas) 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 67 Coef. de Difusão (cont.) A expressão dada a seguir descreve a energia potencial de atração/repulsão conhecida como potencial de Lennard-Jones (1924). φΑΒ (r) repulsão σAB atração σ 12 σ 6 φ AB ( r ) = 4ε AB AB − AB r r r εAB = energia máxima de atração entre as duas moléculas − εAB 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 68 Coef. de Difusão (cont.) Atenção !!! A Tabela D.4 (apostila) mostra ΩD como função de kT/εAB, onde: k : constante de Boltzmann 1,38 x 10-16 ergs/ K ; εAB : energia da interação molecular para um sistema binário A e B, em ergs. Geralmente, os parâmetros de Lennard-Jones (σ e ε) são obtidos pelos dados de viscosidades – dados experimentais !!! Valores na Tabela D.5 (apostila) para poucos gases. 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 69 Coef. de Difusão (cont.) Para misturas binárias formadas por pares moleculares não polares, os parâmetros de Lennard-Jones de componentes puros podem ser combinados pelas seguintes relações : σ AB = σ A + σB 2 (48) ε AB = ε Aε B (49) Observação: Estas relações devem ser modificadas para pares moleculares polar/polar e polar/não-polar. As modificações foram propostas por Hirschfelder, Curtiss e Bird (1954) 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 70 Coef. de Difusão (cont.) Na ausência destes dados, os valores dos componentes puros são estimados pelas seguintes relações empíricas: σ = 1,18Vb1 / 3 (50) σ = 0 ,841Vc1 / 3 (51) Vb : volume molecular p/ ponto normal de ebulição (cm3/mol) 1/ 3 T σ = 2 ,44 c Pc (52) ε A / k = 0,77Tc (53) ε A / k = 1 ,15 T b (54) 2º sem. de 2011 Vc : volume molecular crítico (cm3/gmol) Tc : temperatura crítica (K) Tb : temperatura normal de ebulição (K) PC : pressão crítica (atm) Ver Tabela D.6 (apostila) Katia Tannous e Rafael F. Perna 71 Coef. de Difusão (cont.) Pode-se estimar o coeficiente de difusão para qualquer temperatura e pressão, abaixo de 25 atm, à partir da expressão: D AB T2 ,P2 = D AB T1 ,P1 P1 P2 T2 T1 3/ 2 ΩD ΩD T1 (55) T2 Dados experimentais – Tabela D.1 da apostila Atenção !!! Note que essa equação é uma correção do coeficiente de difusão, visto que o mesmo, geralmente, é dado a temperatura ambiente pelas tabelas de difusividade. 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 72 Coef. de Difusão (cont.) Correlação empírica recomendada por Fuller, Schettler e Giddings (1966) permite uma avaliação da difusividade, quando os parâmetros de Lennard-Jones (σi e εi) não estão disponíveis. T DAB = 10 −3 1/ 2 1,75 [ 1 1 + M M B A (56) ] 1/ 3 2 P (∑ v )A + (∑ v )B 1/ 3 DAB : coeficiente de difusão (cm2/s); T : temperatura (K); P : pressão absoluta (atm); v : volume atômico ou molecular (cm3/mol) Tabela D.6 (apostila) – Volumes atômicos e moleculares 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 73 Coef. de Difusão (cont.) Brokaw (1969) sugeriu um método para estimar o coeficiente de difusão para misturas binárias gasosas contendo compostos polares. A equação de Hirschfelder (equação 47) ainda é usada. Entretanto, a integral de colisão é avaliada por: Ω D = Ω D0 1/ 2 δ AB = (δ Aδ B ) 0 ,196δ AB + T* δi = 2 (57) 1,94 .10 3 µ p2 (i=A,B) (58) V b Tb onde: µp : momento dipolar (debyes) Vb : volume molar no ponto de ebulição (cm3/mol) Tb : temperatura no ponto de ebulição normal (K) δ : componente y da distância entre as colisões moleculares 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 74 Coef. de Difusão (cont.) 1/ 2 ε ε = A B k k k ε AB T* = kT ε AB (59) εi = 1,18 1 + 1,3.δ 2 Tb k ( δ é avaliado pela eq. (58) e Ω D0 = (60) Ω D0 ) (i = A,B) : A C E G + + + * B * * (T ) exp( DT ) exp( FT ) exp( HT * ) (61) Valores dos parâmetros para cálculo da integral de colisão: A = 1,06036 B = 0,15610 C = 0,19300 D = 0,47635 E = 1,03587 2º sem. de 2011 F = 1,52996 G = 1,76474 H = 3,89411 Katia Tannous e Rafael F. Perna 75 Coef. de Difusão (cont.) O diâmetro de colisão, σAB, é avaliado pela expressão: σ AB = ( σ Aσ B )1 / 2 (62) Para cada comprimento característico do componente através de: 1/ 3 1,585Vb i σi = 1 + 1,3δ 2 i i = A, B (63) Observação Reid, Prausnitz e Sherwood (1977) notaram que a equação de Brokaw é razoável, permitindo avaliar os coeficientes de difusão para gases envolvendo compostos polares com erro menor que 15%. 2º sem. de 2011 Katia Tannous e Rafael F. Perna 76 Coef. de Difusão (cont.) Difusão de Sistemas Multicomponentes A transferência de massa em misturas gasosas de vários componentes pode ser descrita por equações teóricas envolvendo coeficientes de difusão para vários pares binários envolvendo misturas. Hirschfelder, Curtiss e Bird apresentaram uma expressão de forma genérica, que, posteriormente, foi simplificada por Wilke (1950) para misturas gasosas: D1−mistura = 1 ( y´2 D1− 2 + y´3 D1−3 + ... + y´n D1− n ) 2º sem. de 2011 (64) Katia Tannous e Rafael F. Perna 77 Coef. de Difusão (cont.) onde: D1-mistura : difusividade mássica para um componente na mistura gasosa D1-n : difusividade mássica para componentes binários (componente 1 difuso no componente n) yn´ : fração molar do componente n na mistura gasosa avaliada no componente 1 – base livre: Define-se y2´, por exemplo : y 2´ = 2º sem. de 2011 y2 ( y 2 + y 3 + ... + y n ) Katia Tannous e Rafael F. Perna (65) 78