Agindo intencionalmente
vs. conscientemente
Fred Adams & Annie Steadman
\\

Ações podem ser:

Intencionais (dizer seus votos de matrimonio,
assinar seu nome)

“Unintentional” (pisar no pé do passageiro do
metro, se acidentar)


Não-Intencional (tremer de nervoso)

Ações intencionais: se tornam intencionais por serem
causadas (ou mantidas) por uma intenção.

Intenção de A causa --> A-ndo (Com a intenção de
casar, S diz “sim” ao dizer os votos)

Unintentional (Não-intencional) A-ndos sem a intenção
de A ou a intenção de A causa alguma coisa que não
era pretendida (B-ndo).

Ex. S tem a intenção de fazer alguém rir, mas, ao invés
disso, os ofende quando diz o que queria.

Ou, a tremedeira de S irrita Y, mas S não percebe a
tremedeira.

Chamemos o entendimento de que A-ndo se
torna intencional quando causado (e/ou)
mantido pela intenção de A de “Viés Simples”

Defendido por: (Adams, 1986, McCann 1986)

Rejeitado por: (Bratman, 1987; Harman, 1976; e
Mele, 1992)
 Joshua
Knobe (2004)
 Afirma
ter suporte empírico para defender
que o “Viés Simples” é falso.
 Examinaremos
essa evidência,
fornecendo uma alternativa para
interpretá-la, e fornecendo também uma
evidência empírica que sustente nossa
interpretação.

Dados experimentais de Knobe

No primeiro experimento de Knobe, ele
entregou formulário para 78 pessoas que
estavam passando um tempo em um parque
público de Manhattan. Os participantes foram
aleatoriamente designados para uma de duas
condições: uma condição de “prejuízo” ou uma
condição de “ajuda”. Os participantes liam
mensagens sobre ações que diferiam apenas
pelo fato de um ator ajudar ou prejudicar o
meio ambiente. A mensagem de dano era
como se segue:

O vice-presidente de uma companhia foi até o
presidente do conselho e disse:

“Estamos pensando em iniciar um novo programa. Ele
nos ajudará a aumentar os lucros, mas será danoso ao
meio ambiente”

O presidente do conselho respondeu: “Não me importo
com o danos ao meio ambiente. Quero apenas fazer
com que tenhamos mais lucro possível. Vamos começar
o novo programa”.

Eles começaram o novo programa. Com certeza, o meio
ambiente foi prejudicado.

Na mensagem de “ajuda”, Knobe deu o mesmo cenário,
substituindo a palavra “dano” pela palavra “ajuda”
(“ajudando”).

Resumo dos resultados
Mensagem
“Prejuizo”
Mensagem
“Ajuda”
Intencionalmente
87%
20%
Intenção
29%
0%
 Primeiro:
a assimetria é impressionante,
mas por que ela existe?
 Segundo:
Knobe explica a assimetria
“giving up” o Viés Simples.

Knobe sugere que o indivíduo tenha um
conceito central de ação intencional que inclua
uma abertura para se as consequência de uma
ação são moralmente boas ou má ao decidir se
as ações foram moralmente desempenhadas.

Knobe sustenta que esse resultado mostrou que
o conceito popular de ação intencional paira em
face do Viés Simples…considerasse que CEO
não tem a intenção de ajudar ou prejudicar o
meio ambiente.

Knobe replica os resultados com uma segunda
mensagem:

Um tenente estava conversando com um sargento. O
tenente deu a ordem: "Mande o seu batalhão para o
topo da montanha Thompson.”

O sargento diz: “Mas se eu enviar meu batalhão para o
topo da montanha Thompson, moveremos os homens
direto pra linha de fogo inimiga. Alguns deles certamente
irão morrer”.

O tenente respondeu: “Olha, eu sei que eles irão para
linha de fogo e sei que alguns deles serão mortos. Mas
não me importo com o que acontece com nossos
soldados. Tudo que me importa é o controle da
montanha Thompson”.

O batalhão foi enviado para o topo da montanha
Thompson. Como esperado, os soldados foram levados
à linha inimiga, e alguns deles foram mortos.

A condição de ajuda foi substituída por “colocar
os soldados em linha de fogo” com “retirá-los da
linha de fogo” e “não serem assassinados”.

Novamente os resultados foram similares. Na
condição de “prejuízo”, 77% disseram que o ator
colocou intencionalmente os soldados na linha
de fogo. Na condição de “ajuda”, 70% disseram
que o ator não os colocou na linha de fogo
intencionalmente.

Explicação de Knobe:

Knobe declarou que os sujeitos, em geral, disseram que
”o agente era culpado (com uma indicação de 5.8, numa
escala de 0-6) na condição de prejuízo, mas poucos
elogiaram (indicador de 1.4) na condição de “ajuda”, e a
quantidade de elogio ou culpa…foi relacionada com
seus julgamentos sobre se, ou não, os efeitos foram
produzidos intencionalmente” (7).

Em outras palavras, Knobe supôs que a assimetria no
elogio e culpa estava relacionada com a assimetria nos
julgamentos da intencionalidade das ações. “…eles
parecem mais dispostos a considerar que o efeito foi
produzido intencionalmente quando consideram o efeito
“negativo” do que quando consideram o efeito “positivo””.

Nossa explicação:

1. Nenhum conceito popular de ação intencional está
sendo acessado (contrário à Knobe)

(um conceito bem articulado é mais complexo do que a
maioria das pessoas possuem ou precisam ter:
considere os problemas que surgem dos desvios
causais, ou na variação de habilidades)

2. Algumas implicações pragmáticas do uso de falas
intencionais e de sua função social no elogio ou culpa
estão trabalhando na explicação da assimetria do
julgamento popular

(pessoas já sabem que ações intencionais erradas são
piores que as não intencionais… isso influencia seus
julgamentos de culpa)

Suspeitamos que o que ocorre na mente dos
populares é que eles desaprovam a indiferença
do presidente do conselho em relação ao
prejuízo ao meio ambiente. Eles querem culpar
a indiferença e sabem que sua indiferença é
mais forte e efetiva para desencorajar tais atos
se o presidente disser ter feito a ação
intencionalmente. Eles associam a culpa à ação
intencional (e “culpa” à “intenção”) Eles,
provavelmente, não consideram se o presidente
realmente tem (ou não) a intenção de prejudicar
o meio ambiente.
 Denominamos
isso de Pragmática da Fala
Intencional
 “Você fez isto intencionalmente” ou “Você
fez isto de propósito”
 Semanticamente implica: “Você teve a
intenção da ação”
 Pragmaticamente implica: “O que você fez
estava errado”, “Você não deveria ter
feito”

O uso pragmático da linguagem intencional
fornece ao falante a habilidade de sugerir ou
implicar que o comportamento é errado e
desencorajar este comportamento (sem que
esteja explicitamente estabelecido ou
semanticamente implicado).

Na condição “ajuda”: “S ajudou o meio ambiente
intencionalmente” seria elogiada a ação (mas o
sujeito não quer elogiar o CEO porque ele “não
se importa com o meio ambiente”).

Na condição de “prejuízo”: “S prejudicou o meio
ambiente intencionalmente” seria culpada a
ação do CEO porque ele “não se importava com
o meio ambiente”.

Os indivíduos não tem qualquer teoria
especifica de ação intencional, em mente, mas
eles sabem que elogio ou culpa aumentam
quando alguém age intencionalmente ou de
propósito.

Sugerimos (Adams & Steadman, 2004) que se
apresentado com opções consistentes com o
Viés Simples, as pessoas seriam propensos a
escolher essas opções. Em particular, se forem
dadas duas opções a elas:

(a) O presidente prejudicou o meio ambiente
intencionalmente.
 (b) O presidente conscientemente incorreu o
risco de prejudicar o meio ambiente.

Entendemos que essas pessoas seriam, ao
menos, propensas a escolher a declaração (b)
como (a) .
Nossos resultados empíricos
 Nosso
objetivo: desenvolver um
experimento que…


possibilitasse a diferenciação entre o
presidente prejudicando o meio ambiente
“conscientemente” e o presidente fazendo
isso “intencionalmente”
Pudesse testar a intuição dos indivíduos
sobre a ação intencional num cenário
moralmente neutro (assim, colocando
questões sobre culpa ou elogio fora de cena)
Nosso experimento
 Os
participantes foram 49 professores
pesquisadores de verão da Universidade
de Delaware
 Eles
foram aleatoriamente divididos em
dois grupos.
Mensagem – Grupo 1

O vice-presidente de uma companhia se dirigiu
ao presidente do conselho e disse: “Pensamos
em começar um novo programa. Isso nos
ajudará a aumentar nossos lucros, mas também
ira prejudicar o meio ambiente”
 O presidente do conselho respondeu: “Eu não
me importo em prejudicar o meio ambiente.
Quero, apenas, ter o máximo de lucro possível.
Vamos começar o novo programa”.
 Eles começaram o novo programa. Com
certeza, o meio ambiente foi prejudicado.
Questão – Grupo 1
 Por




favor, selecione a melhor resposta:
A) O presidente do conselho prejudicou o
meio ambiente intencional e
conscientemente.
B) O presidente do conselho prejudicou o
meio ambiente conscientemente (mas não
intencionalmente).
80% A
20% B
Mensagem – Grupo 2

O vice-presidente de uma companhia se dirige
ao presidente do conselho e diz: “Estamos
pensando em começar um novo programa. Ele
nos ajudará a aumentar os lucros, mas também
irá motivar a competição” (tip off the
competition).
 O presidente do conselho respondeu: “Não me
importo com a competitividade. Quero apenas
aumentar os lucros o máximo possível. Vamos
começar o programa”.
 Eles começaram o novo programa. Com
certeza, a competitividade aumentou.
Questão – Grupo 2
 Por




favor, selecione a melhor resposta:
A) O presidente do conselho aumentou a
competição intencional e conscientemente.
B) O presidente do conselho aumentou a
competição conscientemente (mas não
intencionalmente).
29% A
71% B
Resumo dos resultados
Prejuízo ao
Aumento da
meio ambiente competitividade
Consciente e
80%
intencionalmente
29%
Conscinente,
20%
mas não
intencionalmente
71%
Conclusões

Quando a moralidade é removida da
mensagem, a maior parte das respostas dos
indivíduo está de acordo com nosso
entendimento de Ação Intencional (eles pode
facilmente distinguir ações consciente e ações
intencionais)

Quando a moralidade está em jogo, implicações
de elogio/culpa da linguagem intencional
substitui julgamentos puros sobre
intencionalidade em casos envolvendo questões
morais (tal qual prejudicar o meio ambiente)
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intencionalmente