Professor Linconl Albuquerque
Matemática e
suas Tecnologias
MATEMÁTICA
O SISTEMA BRAILLE
O sistema Braille é utilizado universalmente na leitura e na escrita
por pessoas cegas. Foi inventado na França por Louis Braille, um jovem
cego, sendo o ano de 1825 o marco dessa importante conquista para a
educação e integração dos deficientes visuais na sociedade.
O sistema Braille é um sistema de leitura e escrita tátil que consta de
seis pontos em relevo, dispostos em duas colunas de três pontos. Os seis
pontos formam a chamada “cela Braille”. Para facilitar a sua identificação,
os pontos são numerados da seguinte sequência:
Do alto para baixo, coluna da esquerda: pontos 1 – 2 – 3
Do alto para baixo, coluna da direita....: pontos 4 – 5 – 6
1
4
2
5
3
6
A diferente disposição desses seis pontos permite a formação de
63 combinações ou símbolos braille. As dez primeiras letras do alfabeto
são formadas pelas diversas combinações possíveis dos quatro pontos
superiores (1 – 2 – 4 – 5); as dez letras seguintes são as combinações
das dez primeiras letras, acrescidas do ponto 3, e formam a segunda
linha de sinais. A terceira linha é formada pelo acréscimo dos pontos 3 e
6 às combinações da primeira linha.
Os símbolos da primeira linha são as dez primeiras letras do
alfabeto romano (a-j). Esses mesmos sinais, na mesma ordem, assumem
características de valores numéricos 1-0, quando precedidas do sinal do
número, formado pelos pontos 3 – 4 – 5 – 6
nº
08
Reglete: corresponde a uma régua dupla, que abre e fecha com
apoio de dobradiças no canto esquerdo, e cuja abertura é destinada ao
papel, sendo fixado entre a régua superior e a inferior. Na régua superior,
encontramos retângulos vazados, cada um compreendendo 6 pontos, na
disposição de uma “cela” Braille e na inferior, podemos encontrar várias
“celas” Braille, todas em baixo relevo.
Punção: instrumento furador com uma base de apoio e uma ponteira
metálica. O punção será colocado dentro de cada janela, e uma a uma
pressiona-se os pontos desejados para cada letra.
Existem diferentes tipos de regletes e punções, variando desde modelos menores
(reglete de bolso) até os maiores, esses últimos geralmente acompanham uma prancheta de
madeira para fixar e apoiar melhor o papel. Existem de alumínio e plástico, com diferentes
números de linhas e celas.
Além da reglete, o Braille pode ser produzido através de máquinas
especiais de datilografia, de 7 teclas: cada tecla correspondente a um
ponto e ao espaço. O papel é fixo e enrolado em rolo comum, deslizando
normalmente quando pressionado o botão de mudança da linha. O toque
de uma ou mais teclas simultaneamente produz a combinação dos pontos
em relevo, correspondente ao símbolo desejado. O Braille é produzido da
esquerda para a direita, podendo ser lido sem a retirada do papel da
máquina de datilografia Braille, tendo sido a primeira delas inventada por
Frank H. Hall, em 1892, nos Estados Unidos da América.
.
Vinte e seis sinais são utilizados para o alfabeto, dez para os sinais
de pontuação de uso internacional, correspondendo aos 10 sinais
da primeira linha, localizados na parte inferior da cela braille: pontos
2 – 3 – 5 – 6. Os vinte e seis sinais restantes são destinados às
necessidades especiais de cada língua e para abreviaturas.
O sistema Braille é empregado por extenso, isto é, escrevendo-se
a palavra, letra por letra, ou de forma abreviada, adotando-se códigos
especiais de abreviaturas para cada língua. O braille por extenso é
denominado grau 1, a forma abreviada é o grau 2, empregada para
representar as conjunções, preposições, pronomes, prefixos, sufixos,
grupos de letras que são comumente encontradas na palavras de uso
corrente. A principal razão de seu emprego é reduzir o volume dos livros
em braille e permitir o maior rendimento na leitura e na escrita. Uma série
de abreviaturas mais complexas forma o grau 3, que necessita de uma
sensibilidade tátil muito mais desenvolvida por parte do leitor cego, um
conhecimento profundo da língua, e uma boa memória.
O sistema Braille aplica-se à estenografia, à música e às notações
científicas em geral, através do aproveitamento das 63 combinações em
código especiais.
O sistema Braille é de grande universalidade: pode exprimir as
diferentes línguas e escritas da Europa, Ásia e da África. Sua principal
vantagem, todavia, reside no fato das pessoas cegas poderem facilmente
escrever por esse sistema, com o auxílio da reglete e do punção.
Leitura do Braille
A maioria dos leitores cegos lê, de início, com a ponta do dedo
indicador de uma das mãos esquerda ou direita. Um número determinado
de pessoas, entretanto, que não são ambidestras em outras áreas, podem
ler o Braille com as duas mãos. Os leitores mais experientes comumente
utilizam o dedo indicador da mão direita, com uma leve pressão sobre os
pontos em relevo, permitindo-lhes uma ótima percepção, identificação e
discriminação dos símbolos Braille.
Este fato acontece somente através da estimulação consecutiva
dos dedos pelos pontos em relevo. Essas estimulações ocorrem muito
quando se movimenta a mão (ou mãos) sobre cada linha escrita num
movimento da esquerda para a direita. Alguns leitores são capazes de ler
125 palavras por minuto com uma só mão. Alguns outros, que leem com
as duas mãos, conseguem dobrar a sua velocidade de leitura, atingindo
250 palavras por minuto. Em geral, a média atingida pela maioria dos
leitores é de 104 palavras por minuto. É a simplicidade do Braille que
permite essa velocidade de leitura. Os pontos em relevo permitem
a compreensão instantânea das letras como um todo, uma função
indispensável ao processo de leitura (leitura sintética).
Matemática e
suas Tecnologias
Para a leitura tátil corrente, os pontos em relevo devem ser precisos,
e seu tamanho máximo não deve exceder a área da ponta dos dedos
empregados para a leitura. Os caracteres devem todos possuir a mesma
dimensão, obedecendo aos espaçamentos regulares entre as letras e
entre as linhas. A posição de leitura deve ser confortável de modo que as
mãos dos leitores fiquem ligeiramente abaixo dos cotovelos.
Exercícios
1. No quadro de profissionais do Instituto de Cegos há 20
médicos oftalmologistas. O Instituto de Cegos dispõe de três
ambulatórios médicos, ambulatório de glaucoma, o de retina e
o de catarata. O número de diferentes formas de distribuir os
oftalmologistas, onde figure pelo menos dois médicos em cada
ambulatório, é igual a:
A) 120
B) 100
C) 60
D) 29
E) 20
2. Em uma festa, realizada para angariar fundos para as pesquisas
do tratamento de retinopatias, havia 300 convidados. A razão
entre o número de mulheres e de homens é 8/7. O número de
homens presentes no evento é:
A) 110
B) 120
C) 130
D) 140
E) 150
3. A escrita Braile para cegos é um sistema de símbolos no qual
cada caractere é um conjunto de 6 pontos dispostos em forma
retangular, dos quais pelo menos um se destaca em relação aos
demais. Por exemplo, a letra A é representada por:
Oo
oo
oo
O número total de caracteres que podem ser representados no
sistema Braile é:
A) 61
B) 62
C) 63
D) 64
E) 65
4. O Ministério da Educação (MEC) comprou 625 máquinas de
escrever em braille da Perkins School for the Blind, instituição
dos Estados Unidos especializada na educação e inclusão de
pessoas com deficiência visual. As máquinas serão distribuídas
para escolas públicas de todo o Brasil. Rio de Janeiro, São Paulo e
Minas Gerais são os estados mais beneficiados, que receberam,
respectivamente, 68, 50 e 47 equipamentos. A distribuição
acontece por meio da revendedora autorizada Civiam, que
ganhou licitação do MEC para realizar o trabalho. As máquinas
estão sendo dispostas em salas de aula com recursos especiais
para alunos portadores de deficiências visuais, em diferentes
níveis de gravidade. Segundo a Secretaria de Educação Especial
do MEC, além da compra das 625 máquinas, a pasta adquiriu
ainda 55 impressoras de grande porte para a modernização do
parque gráfico dos CAPs – Centro de Apoio Pedagógico para
Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual. Estes são
números referentes a todo o ano de 2010. Segundo a Civiam,
até agora 500 máquinas já foram distribuídas. Em outubro, os
outros 125 equipamentos serão levados às escolas restantes.
A Secretaria de Educação de São Paulo recebeu 68 máquinas
de escrever em braille divididas em três diferentes modelos.
O modelo A custou R$ 2.500,00 por unidade, o modelo B custou
aos cofres R$ 2.000,00 por unidade e o modelo C ao custo
unitário de R$ 1.800,00. Foram compradas 20 máquinas do
modelo A, 30 do modelo B e o restante do modelo C. O valor
médio de cada máquina é aproximadamente:
A) R$ 2.094,00
B) R$ 2.194,00
C) R$ 2.294,00
D) R$ 2.394,00
E) R$ 2.494,00
5. Em 1946, foi criada a Fundação para o Livro do Cego, hoje
Fundação Dorina Nowill para Cegos, com o objetivo de produzir,
divulgar e distribuir livros em braille para escolas, bibliotecas e
organizações que atendam deficientes da visão. A produção e o
sistema de distribuição e suas condições podem ser divididas
em três áreas ou setores:
• Programação;
• Produção;
• Distribuição.
Todas essas áreas sofrem influências de fatores que atendem
a problemas sociais, administrativos e econômicos. Para efeito
de avaliação da produção e custo das obras, as mesmas foram
enquadradas na seguinte classificação:
• Obras classe A (Matemática, Química, Física e Música);
• Obras classe B (Didáticas em geral);
• Obras classe C (Literatura).
Admitindo-se que o custo do livro em braille na Fundação foi
avaliado em R$ 1,55 por cada página de obra classe A (Música
e Matemática), numa tiragem de 30 exemplares. Uma escola
comprou 240 exemplares de um livro de Matemática que tem
150 páginas. Após negociações, foi concedido um desconto de
15%. O valor pago pela escola é:
A) R$ 1.551,00
B) R$ 1.561,00
C) R$ 1.571,00
D) R$ 1.581,00
E) R$ 1.591,00
Portal Terra.
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FB NO ENEM
FB no Enem – Nº 07 – Professor: Paulo Lemos
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B
B
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6964813 - Hercilia - 21/03/2013
REV.:AM
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