por Dr. Rodolfo Peres – Nutricionista Esportivo CRN3 16389
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PARECE
Foto: Combat Sport
MAS NÃO É!
Você já comeu durante muito tempo um alimento e depois descobriu que ele não era nada do
que imaginava? Para saber o que realmente
estamos comprando, não tem jeito, é preciso ler
com atenção as tabelas nutricionais e ficar atento às “armadilhas” que estimulam o consumo
de produtos aparentemente saudáveis.
A
primeira dica é sempre desconfiar dos produtos
industrializados enriquecidos com vitaminas, mi
nerais, fibras, etc., pois quase sempre a quantidade do componente benéfico desses alimentos é muito
pequena. Além disso, o produto pode até fornecer doses
de vitaminas e sais minerais, mas, na maioria das vezes,
apresenta altos índices de gordura, açúcar e sódio. Essa
tendência de alimentos enriquecidos leva a pessoa a acreditar que irá suprir suas necessidades nutricionais apenas
com a alimentação industrializada, o que não é verdade.
As informações nutricionais contidas nos rótulo normalmente indicam uma porção do alimento. Na porção vem primeiramente o valor calórico, depois os carboidratos (açúcares) as
proteínas, gorduras totais e também a quantidade de gorduras saturadas e trans. E como saber o que é uma quantidade alta ou baixa no produto? Ao lado dos valores de nutrientes na tabela, existe o %VD, que é o valor diário (%) daquele
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nutriente que o produto fornece em relação a uma dieta de
2.000 Kcal, considerada padrão para a maioria das pessoas.
Assim, se o VD de gorduras totais do produto é de 5%,
significa que o produto fornece 5% do requerimento de gorduras totais de um dia.
Os produtos “diet”, “light” e “zero” sempre causam
confusão na hora da compra. Um mesmo produto pode
ser light, diet e zero, já que uma categoria não exclui a
outra. Produtos "zero gordura" também não são livres de
calorias. O mais importante é verificar no rótulo qual ingrediente foi reduzido ou retirado do produto (açúcar, gordura
e/ou carboidrato). Alimentos com menos açúcar e gordura, geralmente, têm mais sódio para garantir um sabor
agradável ao alimento.
Trocar refrigerante por suco parece um hábito saudável, mas isso vai depender do tipo de suco. Aqueles de
caixinha podem ter tanto açúcar quanto um refrigerante e
ainda são cheios de conservantes. Fique atento à descrição dos ingredientes na tabela nutricional. Também observo muita gente tomando os chamados “ice teas” como
se fossem água. Cuidado! A bebida pode ser ricas em
açúcares e quase sempre passam longe dos chás naturais.
Os isotônicos também merecem atenção na hora da
compra. O sabor e a composição rica em sais minerais
fazem com que muita gente troque a água por um isotônico.
O isotônico não é uma bomba calórica, mas é quase equivalente a uma bebida adoçada com açúcar, como um refrigerante. Pode ser útil para hidratar atletas que realizam
atividade física intensa, mas, mesmo entre eles, existem
indicações específicas. Para repor uma eventual perda de
sal mineral ou sódio, por um exercício leve/moderado, ainda não inventaram nada melhor do que a ÁGUA. Assistir
televisão tomando isotônico “só porque ele é gostoso” não
é uma prática recomendada!
Outras bebidas muito procuradas no calor são a água
de coco e o caldo de cana. As duas são naturais e
podem ser consumidas a vontade, certo? Errado! Apesar
de nutritivas, são ricas em carboidratos (açúcar) e sódio.
Sem a prática de exercícios físicos que justifiquem uma
reposição energética, o mais indicado é beber com moderação.
A fruta açaí tem um ótimo valor nutricional, rico em gorduras monoinsaturadas e antioxidantes. O problema é que a
polpa de açaí, vendida em lanchonetes e supermercados,
é “turbinada” com açúcar e xarope de guaraná. Como se
não bastasse, o famoso “açaí na tigela” também leva banana, granola, mel e, às vezes, até leite condensado (!).
Procure comer a polpa natural da fruta, sem adição de
nenhum conservante e sem exagero.
Apesar de saudável, consumida em excesso pode engordar.
de cereais, prefira as de frutas, que são menos gordurosas, e/ou com flocos de milho, aveia e castanhas.
O que muitas vezes encontramos nas prateleiras de
supermercados, vendido como chocolate, na verdade, é um doce com sabor de chocolate, não chocolate.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, só é chocolate o produto que tenha pelo menos 25%
de cacau. O chocolate anunciado como benéfico à saúde
deve ser do tipo amargo, com no mínimo 70% de cacau.
Quanto menor a quantidade de cacau, maior a quantidade
de açúcar e gordura. Mesmo um chocolate amargo com
mais de 80% de cacau, deve ser consumido moderadamente pelo seu alto valor calórico. O problema é que a
maioria das empresas não informa no
rótulo a quantidade de cacau do produto e a fiscalização deixa muito a deOs produtos “diet”, “light”
sejar.
O pão integral é feito com grãos que
e “zero” sempre causam
não passam por um processo de refiO peito de peru é um embutido meticonfusão na hora da comnamento. Com as fibras preservadas,
do à saudável. Apesar de ser visto
pra. Um mesmo produto
eles auxiliam na manutenção dos níveis
como uma alternativa melhor do que o
pode ser light, diet e zero,
de colesterol baixos e controlam os pipresunto, os dois têm a mesma quanjá que uma categoria não
cos de insulina no sangue, aumentando
tidade de sódio e gordura. Para conexclui a outra
a saciedade e facilitando o emagrecimenservar o produto, as indústrias usam
to. Só que a maioria dos pães e biscoinitritos e nitratos, substâncias químitos, vendidos como integrais, não tem
cas nada saudáveis. Por isso, evite
farinha integral na quantidade ideal. No
alimentos embutidos!
rótulo deve estar escrito “farinha de trigo integral”, e não
“farinha de trigo enriquecida com ácido fólico”. Verifique
As sobremesas lácteas, tipo “petit suisse”, parecem iogurtambém o teor de fibras. Se a quantidade for de 0,2 a 0,5
te, mas a maioria tem bem menos cálcio do que outras vergramas, desconfie. O pão integral de verdade tem de três
sões menos docinhas e gostosas. Quer dizer, não vale por
a cinco gramas de fibras (a porção de 50 g).
um bifinho e nem por um iogurtinho. É claro que as crianças
vão querer essas sobremesas, mas sempre que possível
O kani kama usado na preparação de sushis, saladas
troque por um iogurte natural batido com a fruta que a crianorientais e até como aperitivo, também engana muita gença mais gosta e adicione um pouco de açúcar mascavo.
te. Em japonês, a palavra kani significa caranguejo, mas o
que nós consumimos como “carne de caranguejo”, na verNa verdade, praticamente todos os alimentos industrialidade, é merluza misturada com amido de trigo, clara de
zados possuem muitos aditivos, que embora não estejam
ovo, açúcar, extrato de algas, aromatizantes de caranguena tabela de informação nutricional, são informados na lista
jo, glutamato monossódico e corantes. Portanto, não se
de ingredientes do produto, sempre no final, nomeados de
iluda com as baixas calorias desse prensado.
várias formas como antioxidantes, espessantes,
estabilizantes, corantes, conservadores. São substâncias
As barrinhas de cereais podem ser uma ótima opção
químicas que embora sejam adicionadas em quantidades
para as refeições intermediárias porque são práticas e
bem pequenas no produto devem ser evitadas. Na dúvida,
contêm fibras – nutrientes que aumentam a sensação de
compre a menor quantidade possível de industrializados, evisaciedade, dão energia e ajudam no funcionamento do
te produtos com altas taxas de sódio, valor energético, gorintestino e na absorção de gorduras. Só que muitas
duras saturadas e trans e dê preferência sempre aos alimenbarrinhas vendidas como saudáveis têm açúcar, mel, xatos naturais, ricos em vitaminas, sais minerais, proteínas,
rope de milho e até sódio. Se você gosta de comer barrinhas
fibras e gorduras insaturadas.
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