CISTO HIDÁTICO HEPÁTICO: RELATO DE CASO
Ribas, L.H.; Ávila, F.M.O.; Bastos, M.; Pereira, M.; Real, A.G.; Vidart, D.S.
Instituição: Universidade Católica de Pelotas
Introdução: Doença Hidática ou Equinococose é uma zoonose endêmica comum no Sul do Rio Grande
do Sul¹. O agente etiológico mais comum é Echinococcus granulosus². Os cães são os hospedeiros
definitivos e os humanos intermediários acidentais³. Acomete igualmente ambos os sexos,
aproximadamente aos 45 anos4.
Relato de caso: Homem, branco, 71 anos, natural e procedente de Piratini, agricultor aposentado,
procurou o Pronto Socorro de Pelotas apresentando dor em hipocôndrio direito (HD) há 30 dias sem outro
sintoma associado. Há aproximadamente 30 anos percebeu massa palpável em HD, sem investigação por
ser assintomática. Nega comorbidades. Tomografia Computadorizada (03/09/2012) evidenciando
volumosa lesão expansiva ocupando lobo hepático (LH) esquerdo e grande parte do LH direito,
levemente heterogênea e com áreas císticas loculadas, medindo 22,0cm x 17,0cm x 17,5cm, comprimindo
e deslocando parênquima hepático adjacente, demais estruturas e órgãos de abdome superior, com
pequenas dilatações das vias biliares intra-hepáticas no LH direito. Paciente foi encaminhado à cirurgia
pela sintomatologia. No transoperatório, devido tamanho do cisto, foi realizada a técnica de
Marsupialização. Paciente evoluiu satisfatoriamente.
Discussão: O embrião parasita atinge a corrente sanguínea após liberar uma oncosfera que penetra na
mucosa duodenal humana através de pequenos ganchos5. Atinge o fígado, se transformando em larva e
então Cisto Hidático, três quartos localizados no LH direito e únicos6. Abordagens cirúrgicas radicais e
conservadoras parecem ser igualmente eficazes, mas o tratamento definitivo é cirúrgico. A proteção do
abdome, geralmente com solução salina hipertônica, é essencial evitando anafilaxia e implante difuso7.
Bibliografia:
1) Hoffmann AN, Malgor RR. Prevalência de Echinococcus granulosus (Batsch, 1786) em cães
urbanos errantes do município de Dom Pedrito (RS), Brasil. Cien Rur 2011 Jan; 31(5): 843-47.
2) Farias LN, Malgor RR, Cassaravilla C, Bragança C. Echinococcosis in southern Brazil: efforts
toward implementation of a control program in Santana do Livramento, Rio Grande do Sul. Rev
Inst Med trop 2009 Jun; 46(3): 153-56.
3) De la Rue, M. Cystic echinococcosis in southern Brazil. Rev Inst Med trop 2008 Fev; 50(1): 5356.
4) Moreira RK, Koppe D, Marconato MC, Zignani JM. Juliana Machado. Cisto hidático pulmonar
gigante: relato de um caso. Radiol Bras 2010 Jun; 34(3): 175-76.
5) Chiattoni MKS, Jorge V, Jannke HA, Teló GH, Segala NCC. Cisto hidático intramuscular: relato
de caso. Rev Soc Bras Med 2003 Jul; 36(4): 527-29.
6) Moraes MAP, Sobreira MZM, Medeiros FP, Tavares AC, Gomes MI. Hidatidose policística:
cisto hidático calcificado, simulando neoplasia mesentérica, descoberto acidentalmente. Rev Soc
Bras Jul 2009; 36(4): 519-21.
7) Kloetzel K, Pereira JAA. A hidatidose humana no Rio Grande do Sul (Brasil): estimativa de sua
importância para a saúde pública do país. Rev Inst Med trop 2010 Dez; 34(6): 549-55.
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