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CMYK
2 • Brasília, segunda-feira, 25 de setembro de 2006 • CORREIO BRAZILIENSE
CADERNO C
JANE GODOY //
[email protected]
COM SOPHIA WAINER
Fotos:Aureliza Correa/Especial para o CB
CRISTINA REHEN, HÉLIO FREITAS
E ANA MEIRELLES
A atriz Isabel Fillardis, o marido, Júlio
César Santos, e o presidente da Escola de
Samba Império Serrano, Moacir Rodrigues,
estiveram em Brasília especialmente para
ratificar a participação na Semana de
Valorização da Pessoa com Deficiência,
trabalho maravilhoso que o Senado vai
desenvolver entre 20 e 24 de novembro. O
plano é “balançar” a Esplanada dos
Ministérios com uma marcha ao som da
escola, que pretende chamar a atenção do
público para o tema. No carnaval de 2007, a
Império Serrano levará para a avenida o
enredo “Ser diferente é normal: a Império
faz a diferença no carnaval”.
A Semana de Valorização, organizada
pelo Senado, apresentará, este ano, muitos
exemplos de superação e inclusão de
pessoas, entidades, empresas, do governo e
do próprio Legislativo. Um desses
exemplos é a própria Isabel Fillardis, que
criou a ONG A Força do Bem, depois de
descobrir que o filho, Jamal Anuar, é
portador da síndrome de West, tipo de
epilepsia que traz seqüelas neurológicas e
decorre de má oxigenação do feto durante
a gestação e o parto. Hoje com 3 anos,
Jamal vai vencendo a batalha, com a ajuda
da Rede Sarah. Os pais estão felizes por
poder ajudar os desamparados.
“Meu filho é um símbolo de esperança”,
garantiu a atriz, durante um jantar com a
grife gastronômica do Sweet Cake, que a
chefe do cerimonial da presidência do
Senado, Mônica Freitas, preparou para
receber os participantes do Programa de
Acessibilidade e Valorização da Pessoa
com Deficiência.
O CASAL SÍLIO
RODRIGUES E MÔNICA
FREITAS COM ISABEL
FILLARDIS E O MARIDO,
JÚLIO CÉSAR SANTOS
EDUARDO LOPES, SIMONE SILVA, FLÁVIA BADARÓ,
MAX FABIANO E ALAN SILVA
Fotos:Aureliza Correa/Especial para o CB
■ PINCELADAS
AIRES NEVES E
BETH SANTOS
■ À primeira vista, está tudo
errado. Texto de trás para a
frente, ilegível. É assim o convite
do aniversário do cerimonialista
Marcelo Pimenta (foto), todo
prateado, brilhante, preso por
correntinhas de bolinhas
miúdas. Intrigado, o convidado
o vira de um lado para o outro, percebendo que o
prateado funciona como um espelho. Então, vê
que a festa será na quarta-feira, às 22h, no
Recanto das Águas. Esse Marcelo…
Clausem Bonifácio/Divulgação
ISABEL FILLARDIS, FLÁVIA BADARÓ
E MÔNICA FREITAS
MAGDA RAMOS, MOACIR RODRIGUES,
ÉRIKA FREIRE E ADRIANO BEZERRA
■ O presidente da Associação dos Candangos
Pioneiros, Ernesto Silva, está orgulhoso com o
ofício assinado pelo embaixador da França, Jean de
Gliniasty, comunicando o decreto do presidente
Jacques Chirac, que o nomeou comendador da
Ordem Nacional do Mérito. A entrega foi na
sexta-feira, na Embaixada da França.
VIRGÍNIA GALVEZ
A força
do bem
■ A arquiteta Juliana
Santana (foto), formada
na Universidade Santa
Úrsula, no Rio de Janeiro,
estreará no Distrito
Federal na Casa Cor
Brasília 2006. A abertura
está marcada para 6 de
outubro – vai até 15 de
novembro, no Setor de
Clubes Norte. Em
dobradinha com a
arquiteta Sabrina Estrella,
Juliana projetou a varanda do home theater. Os
pais de Juliana, Maria José e Adelmir Santana,
estão felizes com a participação da filha num
trabalho em Brasília.
■ Os chefes Rodrigo Sanchez e Rosário Tessier vão
preparar o jantar de hoje, no I Maestri do Lake
Side, em benefício da Oficina do Papai Noel. A
arrecadação será repassada para melhorias na
estrutura física de 10 orfanatos da cidade.
■ Alice Mesquita foi condecorada pela Editora
Senac-DF, na quarta-feira, pelos dois prêmios que
o livro O bistrô de Alice recebeu no Gourmand
World Cookbook Awards 2005.
■ O arquiteto Edmundo Lomba receberá as
sócias da Pró-Arte hoje, às 16h, na QI 11 do Lago
Sul, para palestra sobre a arte a serviço da
arquitetura. O artista plástico Sérgio Rizzo e a
marchand Marli Farias falarão sobre o mercado
no Brasil. Adriana Colela vai expor bolsas
artesanais criadas por ela.
■ PAINEL
São Francisco em festa
Começam hoje as festividades em comemoração
ao Dia de São Francisco de Assis, com missa e
novena às 19h, no Santuário São Francisco de
Assis, na W3 Norte, quadra 915. Haverá
apresentações culturais, exposição de arte sacra,
tríduo e adoração eucarística. No dia 4 de
outubro, após as missas, celebradas das 7h às 19h,
os animais serão abençoados. Para a festa de
encerramento, no dia 7, estão programados
shows, jogos e pratos típicos.
Ken Reynolds/Divulgação
CONTINUAÇÃO DA CAPA
K.I DE CRIME
E CASTIGO
Teatro de “nervos e coração”
Difícil alguém ter traduzido a
chegada da chuva em Brasília
com tamanha singeleza como a
atriz russa Oksana Mysina. Ao
ouvir o barulho da tempestade,
que caiu sobre a cidade na noite
de sábado, a intérprete de K.I. de
Crime e castigo cessou intenso
trabalho físico, esparramou-se
no chão de braços abertos, mirou o teto do cenário, construído no Espaço Renato Russo (508
Sul), e contemplou como se soubesse o quão é sagrada a chuva
para o brasiliense.
Sem interfaces entre platéia e
palco, a atriz Oksana Mysina
conduz experiência que dificilmente se encerra com o fim dos
90 minutos de espetáculo, num
tempo que não é esse do relógio.
Os “convidados” (é melhor mesmo pôr o público nessa condição) imerge em processo dramático que expõe o desespero e
convulsão de Katerina Ivanova
(K.I.), personagem periférico da
obra-prima Crime e castigo, de
Fiodor Dostoievski. Ela está em
luto. O segundo marido, “um
beberão”, foi atropelado pelos
cavalos de uma charrete.
Desde o primeiro minuto do
espetáculo, Oksana Mysina impressiona num teatro construído no gesto, na voz e, principalmente, no olhar. Ela fala em
russo (com pequenos trechos
em inglês e português) e se relaciona com os “convidados”
no olho, num jogo cruel para
que, juntos, todos caminhem
ao estado real e dilacerado da
personagem. Ao começo, os interpelados pela atriz riem. Não
sabem ainda que o teatro unirá
“nervos e coração” num trabalho excepcional do diretor russo Kama Ginkas. Nesse momento, a ação se passa fora da sala,
onde a personagem fará mórbido jantar em sagração ao marido (trecho do livro que inspirou a montagem).
Essa primeira fase é a mais
difícil para a atriz e o diretor. Antes de atravessar com os “convidados” a porta da casa para a cerimônia do jantar, Oksana Mysina cria a “condição afetiva” para
que cada um alcance à dimensão psicológica da personagem.
Sem esse laço de intimidade, dificilmente seria possível atingir
o estágio de compreensão proposto na segunda metade da
montagem, na qual a língua
deixou de ser barreira. Dentro
da sala de Katerina Ivanova, to-
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DA EQUIPE DO CORREIO
OKSANA MYSINA, INTÉRPRETE DE KATERINA IVANOVA: ATRIZ MAGISTRAL
dos estão no colo de teatro sensorial, quase etéreo. A experiência é estética e ultrapassa a clássica posição de espectador.
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SÉRGIO MAGGIO
Hoje, às 21h, no Espaço
Cultural Renato Russo
(508 Sul, 3443-1559).
Ingressos esgotados.
As três crianças que participam de K.I de Crime e castigo
(Dacha Kiriutchenko e os irmãos Alina e Ivan) são atores ex-
pressivos, que transmitem sentimentos controversos como
fragilidade e cumplicidade ao
flagelo da mãe. A cena em que o
filho Kolya é apresentado, ainda
fora da sala de jantar, é uma das
mais fortes da montagem. Coagido a cantar e recitar poemas,
ele entoa baixinho música que
paralisa. Depois, cara a cara,
mira os olhos de alguns “convidados”. Quem viu aquele olhar
nunca vai esquecê-lo. Começa
neste instante, a despertar angústia similar à da personagem.
Embebedado de emoções, o
“convidado” não sai imune do
contato com Katerina Ivanova.
Com vodca de preferência, brindemos, então, esse novo teatro!
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A força do Bem - Senado Federal