01/Julho/13
11/março/13
Em julho, a aversão global ao risco mostrou moderação na medida em que o presidente do Federal Reserve, Ben
Bernanke, emitiu mensagens mais cautelosas sobre o estado da recuperação da economia americana. A
interpretação do mercado foi de normalização gradativa da política monetária naquele país. Assim, as taxas de juros
recuaram, o dólar desacelerou a trajetória de alta e o mercado acionário iniciou recuperação. A forte desaceleração
da inflação e os sinais de enfraquecimento da atividade econômica também contribuíram para a queda das taxas de
juros no mercado futuro.
Tema Econômico
O cenário de recuperação da atividade econômica em 2013 é de cautela.
A produção industrial, a Proxy dos investimentos em ativos fixos, as vendas no varejo, os índices de confiança dos
empresários industriais e dos consumidores, mais alguns componentes das pesquisas de emprego que foram
conhecidos ao longo de julho confirmaram que o viés das nossas projeções atuais para o PIB é de baixa (+2,0% para
2013 e +2,7% para 2014).
Em junho, segundo o IBGE, a taxa de desemprego subiu para 6,0% contra 5,8% em maio de 2013 e 5,9% em junho do
ano passado. Com o nosso ajuste sazonal, a taxa de desemprego passou de 5,5% em maio para 5,7% em junho. Foi o
maior nível em 12 meses, porém, a taxa de desemprego permanece muito abaixo do que consideramos como
equilíbrio não inflacionário para a economia brasileira (6,5%). Ocorre que mais pessoas procuraram emprego em
junho (PEA subiu), enquanto a geração de vagas não foi em ritmo suficiente para atender este movimento.
O pessoal ocupado seguiu em desaceleração. Com a pequena recuperação dos rendimentos reais, a massa salarial
seguiu em alta (5% em termos reais nos últimos 12 meses). Nos últimos seis meses, a massa salarial apresenta
estabilidade em termos reais.
As mensagens do Banco Central na ata da última reunião do Copom foram menos desfavoráveis ao balanço de riscos
para a inflação. O declínio irreversível na confiança de firmas e famílias poderia prejudicar a velocidade de
aceleração do crescimento. O BC também está atribuindo peso à desaceleração forte do IPCA desde junho, mas na
nossa visão é temporária.
Desta forma, mantivemos o nosso cenário básico para a taxa Selic com aumentos até 9,5% ao ano no final de 2013
(mais um aumento de 0,50 p.p. em agosto e dois aumentos de 0,25 p.p. em outubro e novembro). Mas, o nosso
cenário alternativo passou a ser o de encurtamento do ciclo. As nossas projeções para o IPCA seguem em 5,9% para
2013 e 6,3% para 2014.
Tendências para Agosto (Resumo e Integral)

Nacional
Inflação
IPCA volta a se acelerar em agosto, podendo surpreender pra cima por causa do clima adverso.
Foi temporária a forte desaceleração do IPCA em julho, causada pela queda dos preços dos alimentos. Daqui para
frente, passa a ser predominante o impacto da desvalorização cambial na inflação. As geadas são fator de pressão
para agosto. Nossas projeções seguem em torno de 5,9% no acumulado de 2013 e 6,3% em 2014.
Juros
O Copom deverá continuar elevando a taxa Selic ao ritmo de 0,50 p.p. na reunião do Copom de agosto.
Apesar dos riscos maiores para o cenário de crescimento, o Banco Central seguiu subindo a taxa Selic em julho e
mencionou que gostaria de recuperar a credibilidade da política monetária.
Câmbio
Dólar deve oscilar entre R$ 2,25-2,30.
O fortalecimento da moeda americana é compatível com a perspectiva de recuperação do crescimento naquele país
e aumento dos juros. Intervenções do Banco Central do Brasil no mercado cambial podem atenuar ritmo de
desvalorização do real.
Nível de Atividade
PIB deverá continuar com recuperação muito gradual.
Reduzimos a projeção para o crescimento em 2013, que agora está em 2,0%. A forte queda dos índices de confiança
dos empresários dos setores industriais e de serviços mostra viés de baixa sobre as projeções.
Balança Comercial
Voltamos a subir a projeção para o saldo da balança comercial, para US$ 5 bi em 2013.
Com o real mais desvalorizado e a economia interna mais fraca, ajustamos as projeções para a balança comercial.
Internacional
EUA – Nosso cenário para o ajuste da política monetária é início da redução das compras de treasuries em setembro
e aumento da taxa de juros a partir do final de 2015.
Em depoimentos recentes, Ben Bernanke deixou claro que necessita da confirmação do cenário de atividade
econômica do Comitê de Política Monetária do FED, que é mais otimista hoje do que o consenso das projeções do
mercado para o PIB e para a taxa de desemprego.
Europa – Banco Central poderá alçar medidas mais ousadas de liquidez a partir de setembro.
Pesquisas qualitativas da indústria e serviços e os índices de clima de negócios mostram alguma melhora marginal da
atividade econômica.
Emergentes – Nós seguimos mais conservadores que o mercado com as projeções para o PIB (+7,25% em 2013 e
+7,0% em 2014).
Intervenções do governo para atenuar desaceleração mais forte tendem a ser pontuais. Preocupações ainda são
grandes com o endividamento excessivo e com o forte aumento nos preços dos imóveis.
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Em julho, a aversão global ao risco mostrou moderação