Anais
Comunicação Oral:
Comunicação
ORGANIZAÇÃO:
Universidade Federal do Pará - UFPA
INSTITUIÇÕES PARCEIRAS
A revisão lingüística e ortográfica, assim como o enquadramento
às regras da ABNT é de responsabilidade dos autores e coautores.
ISBN 978-85-63728-28-9
METODOLOGIAS E PRÁTICAS DOCENTES COM O AUXILIO DA
TECNOLOGIA DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
Área temática: Comunicação
Responsávael:
Rosemeri Scalabrin – Campus Rural de Marabá (CRMB)/Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia (IFPA)
Autores:
Rosemeri Scalabrin1, Cícero de Santana Ferreira Filho2
RESUMO
Esse trabalho aborda a metodologia desenvolvida no projeto “Luz, Câmera, Educa-Ação
do Campo”, desenvolvido pelo Campus Rural de Marabá(CRMB), do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), na perspectiva de refletir o processo
vivenciado e socializar os resultados alcançados, dada a importância do projeto na
complementação da formação inicial. Para isso, tomando como referencia os Relatórios
Anuais do projeto (2011, 2012 e 2013), os materiais produzidos e publicados em 2013,
bem como os relatórios das atividades de acompanhamento pedagógico realizadas pela
equipe do referido Campus nas escolas envolvidas. Consideramos que o projeto promoveu
a articulação entre o Ensino Superior e Educação Básica e provocou mudanças nas práticas
educativas dos educadores-educandos envolvidos, nas metodologias educacionais, bem
como possibilitou novos aprendizados, por parte dos professores e educandos envolvidos,
sobre a cultura dos povos do campo.
Palavras chave: Educação do Campo. Extensão. Prodocência.
1
Dra em Educação, Professora da EPPT, Diretora de Ensino e Diretora Geral Substituta do Campus Rural de
Marabá/IFPA.
2
Licenciado em Educação do Campo e Professor da Escola Municipal de Ensino Fundamenta São Benedito
(EMEFSB)
INTRODUÇÃO
Esse trabalho aborda a metodologia desenvolvida no projeto “Luz, Câmera, EducaAção do Campo”, aprovado pelo Edital PRODOCÊNCIA 028/2010 para ser desenvolvido
pelo Campus Rural de Marabá/IFPA, na perspectiva de refletir o processo vivenciado e
socializar os resultados alcançados.
Uma das principais problemáticas das escolas do campo está na ausência de uma
política de formação de professores que seja capaz de rever a forma de desenvolver o
currículo e o calendário escolar que atendam aos interesses e as necessidades das
populações do campo. A predominância do modelo urbano de educação nas escolas do
campo distancia a relação pais e filhos e causa o êxodo rural, fortalece a lógica de exclusão
do homem do campo e a visão de superioridade da cidade sobre o campo.
Desse modo, o projeto de extensão buscou estimular os educandos a refletir sobre o
currículo, as metodologias e o calendário escolar a luz da realidade do campo, no sentido
de materializar ações que possibilitassem, cada vez mais, a articulação entre as atividades
do Ensino Superior em que são educandos com as atividades da Educação Básica, por
entender que “na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da
intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável,
compromissado, crítico e criativo” (VEIGA, 1995, 145).
O projeto foi desenvolvido no período de outubro de 2010 a fevereiro de 2013
envolvendo educandos da Licenciatura em Educação do Campo do CRMB/IFPA, que
atuam em cinco Escolas Municipais de Ensino Fundamental de quatro municípios da
região Sudeste do Pará, educadores, educandos das escolas e comunidade local.
Consideramos que o projeto possibilitou a articulação entre o ensino, pesquisa e
extensão e teoria-prática, na medida em que no seu desenvolvimento articulou as ações de
pesquisa realizadas nos Tempos-Comunidade, as ações de Estágio no Ensino Fundamental,
Médio e Educação de Jovens e Adultos com as ações do projeto voltadas para a inserção de
metodologias e práticas docentes inovadoras com o auxilio da tecnologia da comunicação
social, promovendo processo de ensino-aprendizagem dos docentes e discentes envolvidos,
a partir da relação teoria-prática.
1. Material e Metodologia
O projeto foi desenvolvido em cinco Escolas Municipais de Ensino Fundamental
selecionadas: Escola PA Moresch (São João do Araguaia); Escolas Sisnande Monteiro e
São Benedito (São Domingos do Araguaia); Escola Construindo Conhecimento (Eldorado
do Carajás); e, Carlos Mariguela (Município de Marabá), mesorregião Sudeste do Pará e
teve como
objetivo “Desenvolver experiências metodológicas e práticas docentes
inovadoras com o auxilio da tecnologia da comunicação social, articulando o ensino
superior com o ensino básico, visando o processo de ensino aprendizagem dos docentes a
partir da relação teoria-prática.” (CRMB, 2010).
Os materiais utilizados foi um kit de comunicação áudio visual para cada escola
composto por notbook, maquina filmadora, câmera digital, televisão 20 polegadas e
aparelho de dvd, sendo um para cada escola.
O projeto foi composto pela coordenação geral e adjunta do Campus Rural de
Marabá, além de quatro educadores.
O percurso do projeto de extensão constou de três etapas: a primeira composta pela
divulgação do projeto, aquisição dos materiais e seleção de 20 educadores-edeucandos do
curso de Licenciatura em Educação do Campo e a seleção das escolas; a segunda, pela
formação dos educadores-educandos, escolha do tema de pesquisa e captação de imagem
nas comunidades (fotografias, entrevistas e filmagens); e, uma cartilha da memória
coletiva do projeto; terceira, acompanhamento pedagógico pela equipe do CRMB; e,
quarta, avaliação do projeto e publicação dos resultados.
.
1. Da divulgação do projeto e o Processo seletivo dos educandos e das escolas
O projeto foi apresentado para os educandos do curso de LEC,seguido do processo
seletivo, realizado por meio de edital público, em que foram selecionados 20 educadoreseducandos de 05 (cinco) escolas do campo (CRMB/IFPA, 2010).
Os critérios para participar do processo seletivo foi ser estudante da LPEC; ser
educador de municípios com mais de dois acadêmicos; ter disponibilidade de tempo do
candidato para estudo e pesquisa; disposição para construir novos processos de ensinoaprendizagens na escola-comunidade. Esse processo foi realizado constou da ficha de
inscrição e entrevistas individual com os candidatos. Já os critérios de seleção das escolas
foram: Educandos-educadores que atuam em escolas do 5° ao 9° ano; e, Escola que tenha
energia elétrica e estrutura para acondicionar os kits de comunicação (CRMB/IFPA, 2010).
2. Da Formação de educadores-educandos e acompanhamento pedagógico
A formação do projeto de extensão obteve carga horária total de 180 horas,
organizado em cinco módulos, realizados pela assessoria externa na área da comunicação.
O primeiro módulo constou do estudo das temáticas como: “A globalização e os
meios de comunicação e resistências”, “A mídia e política no Brasil – novos e velhos
atores”, além de exibição de documentários sobre Educação e comunicação, atividade
prática como filmagem na área do CRMB e apresentação das fichas técnicas das gravações
sobre as unidades de ensino-pesuisa-extensão, de um grupo, e agroeologia de outro grupo.
Após o termino deste módulo os educandos deverão iniciaram o processo nas escolas,
envolvendo outros educadores, educandos e a comunidade para estudar a temática, definir
ações e construir o plano de trabalho (CRMB/IFPA, 2011).
Os três módulos sequentes se efetivaram pela oficinas de vídeo- documentário (préprodução, produção e pós-produção de vídeo documentários), referente ao cotidiano da
multissérie nas escolas do campo, apresentando temáticas como: práticas educativas,
produção agroecológica, merenda escolar, construção curricular, transporte escolar,
religiosidade, entre outros Já o último módulo consistiu na elaboração de projeto para
captação de recursos e firmação de parcerias para a continuidade e a expansão das
atividades implementadas pelo projeto para outras escolas(CRMB/IFPA, 2012).
3. O Acompanhamento Pedagógico
O acompanhamento das atividades nas escolas se deu pela reunião com os
professores e com os alunos envolvidos no projeto de extensão, proporcionado a
reorientação das ações, visto que por vezes os alunos de dispensavam dos objetivos e a
promoção de debate sobre a temática “Meios de Comunicação”, que culminou com a
produção de cartazes, a partir de recorte colagem (CRMB/IFPA, 2011).
De acordo com os educadores, a apresentação do projeto e o desenvolvimento das
atividades instigou a participação nas aulas, uma vez que os educadores das diversas
disciplinas se envolveram na execução das atividades.
4. Avaliação do projeto e publicação dos resultados.
O encerramento do projeto se realizou com um seminário de avaliação e
apresentação dos resultados.
Resultados e Discussões
De acordo com os relatórios anuais, o processo vivenciado promoveu a articulação
entre o Ensino Superior e Educação Básica, na medida em que contribuiu na mudança de
visão dos educadores-educandos sobre o papel do educador, a concepção de educação e de
campo; provocou leitura crítica sobre a diversidade do campo nos seus aspectos sociais,
culturais, políticos, econômicos, ambientais, de gênero, geração e etnia; promoveu a
construção de formas de aprendizagens que permitam aos educandos melhor compreender
e desenvolver capacidades para viver e intervir em seu mundo e em sua existência; gerou
práticas docentes inovadoras com o uso de tecnologia; envolveu educadores, educandos e a
comunidade no processo de produção do vídeo-documentário; se tornou uma ferramenta
metodológica capaz de articular e potencializar os objetivos apresentados pelo projeto,
como também provocou a avaliação do currículo das escolas campo e a emergência de
novas práticas docentes.
Resultados:
Conforme relatório do ano de 2013, os resultados alcançados foram: 20 educandos
do Curso de Licenciatura em Educação do Campo, 100 educandos de cinco escolas
envolvidos capacitados; 400 educandos e educadores indiretamente envolvidos; um acervo
de informações sobre a vida no campo e as escolas do campo constituído; uma visita de
intercambio/conhecimento do patrimônio histórico e cultural realizada; cinco vídeos
documentários e uma cartilha, produzidos.
Conclusão
O Projeto “Luz, Câmera, Educa-ação do Campo” se configurou como estimular de
práticas pedagógicas inovadoras, na medida em que oportunizou a reflexão sobre a
necessidade de inserir novos elementos no currículo das escolas do campo, valorizar os
saberes e a cultura dos povos do campo, atendendo aos objetivos do projeto.
A inserção dos estudantes da LPEC no projeto oportunizou a articulação entre
ensino-pesquisa-extensão e teoria-prática; possibilitou o uso de novas tecnologias nos
trabalhos escolares provocando mudanças nas práticas docentes, no currículo e nas
metodologias e nos aprendizados dos educandos.
BIBLIOGRAFIA
CRMB/IFPA. Relatórios Anuais do projeto Luz, Câmera e Educa-ação do campo,
2011, 2012 e 2013.
VEIGA, Ilma passos (ogg). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção
possível. Campinas-SP: Parirus editora, 24ª Ed., 1995.
UNIVERSIDADE ABERTA À TERCEIRA IDADE: RESULTADOS E
NOVOS RUMOS PROPOSTOS PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO
GROSSO
Área Temática
Direitos Humanos
Responsável pelo trabalho
Adriano da Silva Rozendo
Instituição
Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis
(UFMT/CUR)
Nome do autor
Adriano da Silva Rozendo
Resumo
O programa Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI) é uma experiência
difundida em todo o mundo. Principiado na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
em 1993, o programa já atendeu a mais de dois mil frequentadores. Tendo como objetivo a
promoção do envelhecimento digno; da saúde e da autonomia no processo de
envelhecimento, são promovidas atividades físicas; culturais; educacionais e de
aperfeiçoamento pessoal aos frequentadores. Além da programação clássica praticada
internacionalmente, a UNATI da UFMT realizou e propõe inovações tais como a inclusão
de população residente em instituições de longa permanência em suas atividades e a oferta
de cursinho pré-vestibular com vistas ao ingresso dos idosos na universidade como alunos
regulares de cursos de graduação. Todos os frequentardores relatam estarem satisfeitos
com o programa e importantes metas foram alcançadas durante o desenvolvimento das
atividades, tais como promoção da longevidade e melhores condições envelhecimento.
Palavras-chave: UNATI, Envelhecimento, Mudanças.
Introdução
A universidade da Terceira Idade é um programa difundido na esfera global. Países
desenvolvidos e em desenvolvimento do oriente e ocidente vêm adotando este modelo de
atendimento à velhice em suas universidades.
Foi inicialmente criado na Universidade de Tolouse/França no ano de 1973. Nesta
mesma cidade foi fundada (e funciona até a atualidade) a Associação Internacional das
Universidades da Terceira Idade (AIUTA)1, a principal referência mundial para os
programas do gênero até a atualidade.
Segundo Veras e Caldas (2004), as Universidades da Terceira Idade vêm
difundindo conceitos, experiências e práticas que representam uma nova forma de
promover a saúde da pessoa que envelhece. A partir de uma ação interdisciplinar
comprometida com a inserção do idoso como cidadão ativo em diversos cenários da
sociedade. Conforme os referidos autores, a Universidade da Terceira Idade tem como
objetivo principal a promoção do envelhecimento digno e saudável, por meio da promoção
da saúde física, psíquica e social das pessoas idosas. Para tanto, lança mão das
possibilidades existentes dentro das universidades.
Outros estudiosos do envelhecimento afirmam que programas como a universidade
da terceira idade foi fundamental para ‘inventar’ uma nova forma de se vivenciar o
envelhecimento, conhecida como ‘terceira idade’ (HADDAD, 1983; DEBERT, 1999;
SILVA, 2008; CORREA, 2009). Em contraste com concepções anteriores de
envelhecimento, a terceira idade é reconhecida como uma fase de realizações pessoais, de
uma vida ativa, saudável e autônoma.
Foi buscando direcionar o envelhecimento para estes rumos que a UFMT, Campus
Universitário de Rondonópolis (CUR) criou a Universidade Aberta à Terceira Idade
(UNATI) no em 1993. Ao longo destes vinte anos, o programa atendeu a mais de dois mil
frequentadores, sendo o maior programa de extensão universitária desenvolvido pela
UFMT/CUR.
Os objetivos galgados pela UNATI/UFMT/CUR são os mesmos apontados por
Veras e Caldas (2004), supracitados. Porém, mais alinhavado à realidade da população
idosa na segunda década do século XXI, a UFMT vem traçando novos rumos, buscando
direcionar as atividades clássicas do programa para idosos em situação de vulnerabilidade
(física e/ou social) e criar novas atividades para o perfil atual da maioria da população
idosa. O idoso da atualidade, em geral, possui renda fixa, boas condições de saúde,
autonomia física/social e integridade psíquica. Talvez a principal diferença entre o idoso e
o adulto hodiernos é o tempo livre; devido ao afastamento de obrigações de trabalho e
familiares dos mais velhos.
Durante o processo de envelhecimento é comum haver perdas familiares, perdas de
referências territoriais e afetivas e outras questões que levam o envelhescente a procurar
1
Disponível em: <http://www.aiu3a.com/HISTORIQUE.html>. Acesso em: 03 de agosto de 2013.
assistência em políticas especializadas como é o caso das UNATIs. Considerando o perfil
do envenvelhescente na contemporaneidade, além de ofertar as atividades clássicas
desenvolvidas na esfera global (atividades físicas como dança de salão, ginástica, yoga,
hidroginástica; atividades de lazer como passeios turísticos; atividades de aprimoramento
como palestras, cursos profissionalizantes, cursos de línguas, de informática, de artesanato,
coral, etc) será dado destaque aqui a duas propostas, uma em andamento, outra em fase de
implantação. Tratam-se da inclusão de idosos residentes em instituições de longa
permanência para idosos (ILPIs) nas atividades do programa, assim como a oferta de
cursinho pré-vestibular com vistas a preparar o idoso ao ingresso como aluno regulas na
Universidade.
A partir de 2012 a UNATI/UFMT/CUR passou a atender idosos residentes em
instituições de longa permanência (asilos) do município de Rondonópolis atendendo a um
grupo de aproximadamente 40 idosos, duas vezes por semana. A partir de abril de 2014,
em parceria com a prefeitura municipal da cidade de Rondonópolis, o programa irá ofertar
(gratuitamente) um cursinho pré-vestibular, com vistas de preparar os frequentadores para
ingressarem nas universidades pela via do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e
assim, de fato proporcionar uma abertura ampla e indiscriminada da universidade à
população idosa.
Material e metodologia
Por se tratar de um programa desenvolvido há duas décadas, a UNATI/UFMT/CUR
possui uma grande estrutura física, localizada no campus da UFMT/CUR, equipada com
auditório, salas de atividades, sanitários/vestuários, secretaria, cozinha industrial, área de
lazer e piscina semi-olímpica. A equipe do núcleo é composta por profissionais
qualificados e com formação específica para desenvolver cada uma das atividades
propostas. As atividades são ofertadas dentro do espaço da UNATI/UFMT/CUR, em
outras dependências da universidade (laboratórios de línguas e informática, por exemplo) e
em outros espaços fora da universidade (competições esportivas, campanhas, passeios,
etc), o que proporciona uma grande circulação de frequentadores no espaço acadêmico e na
mundaneidade em geral.
Os encontros com os idosos acontecem nas segundas, terças e quintas-feiras entre
as 13:00 e as 17:00 horas. As atividades voltadas para os idosos residentes em instituições
de longa permanência ocorrem nas quartas e sextas-feiras no mesmo horário. O
cronograma das atividades da UNATI segue o calendário letivo da UFMT.
O cursinho pré-vestibular será ofertado de segunda a sexta-feira no período noturno
a partir de abril de 2014.
Resultados e discussões
Um programa amplo como o aqui retratado, realiza uma série de atividades que
resultam em um grande quantitativo de resultado, ainda mais considerando o tempo em que
vem sendo executado. Podemos aqui fazer um breve relato de alguns resultados materiais e
observáveis no decorrer do ano de 2013.
- Participação de aproximadamente 400 frequentadores;
- Participação de aproximadamente 20 membros da equipe (entre
funcionários contratados, cedidos, professores, colaboradores e estagiários, exceto
monitores eventuais);
- Realização de 15 cursos profissionalizantes e de capacitação (panificação;
derivados do leite; derivados da soja; pintura em tecidos; confecção de peças
íntimas 1 e 2; produção de produtos de limpeza; aproveitamento de alimentos;
confecção de bonecas 1 e 2; bordados; aproveitamento de retalhos; plantas
medicinais; confecção de roupas para bebês e escultura em madeira);
- Participação em competições esportivas (conquista de medalhas individuais e troféu);
- Realização de passeios turísticos (Bonito/MS; Jaciara/MT; Juscimeira/MT e Santa
Elvira/MT);
- Participação de um grupo de aproximadamente 40 idosos residentes em ILPIs
- Participação em eventos nacionais e internacionais por alunos e professores.
- Inclusão de diretrizes a serem propagadas pela Associação Internacional das
Universidades da Terceira Idade (AIUTA) deliberadas na Conferência da AIUTA em
Upssala/Se (12/09/2013).
É importante ressaltar que em uma pesquisa de opinião feita em uma amostra de
frequentadores, todos responderam que o programa trouxe melhorias para suas vidas. 87%
deles reponderam que perceberam mudanças nas seguintes categorias: “saúde física”,
“saúde mental”; “formação de vínculos afetivos e de pertencimento”, “aprendizagem” e
“outras” questões não categorizadas. Os 13% demais assinalaram de duas as quatros destas
categorias. A média da nota dada pelos participantes ao programa em geral foi de 9.74.
Já em relação aos frequentadores residentes em instituições asilares, foi possível
notar um baixo índice de mortalidade entre os frequentadores da UANTI/UFMT/CUR em
relação aos demais sujeitos institucionalizados. Este é um importante indicador da eficácia
do programa, tendo em vistas que o índice de mortalidade de uma instituição asilar pode
chegar a 25% ao ano (ROZENDO, 2013).
Conclusão
A UNATI/UFMT/CUR, assim como tantas outras UNATIS difundidas no Brasil
comprovam sua eficácia ao promover melhores condições de envelhecimento, favorecendo
a longevidade no país. Os objetivos propostos pelo programa em pauta foram cumpridos.
As inovações propostas pela UNATI/UFMT/CUR tem sendo difundidas pelo Brasil
e pelo mundo por meio de trabalhos apresentados em eventos científicos. O próximo passo
a ser dados pelas UNATIs deverá ser buscar uma maior participação dos frequentadores na
esfera acadêmica, assim como a inclusão de idosos em situação de vulnerabilidade (como
aqueles que residem em instituições asilares) em suas programações.
Referências
CORREA, M. R. Uma Cartografia do Envelhecimento na Contemporaneidade: a velhice e
a terceira idade. 2008, 148f. Dissertação (Mestrado em Psicologia), Faculdade de Ciências
e Letras de Assis – UNESP, Assis.
DEBERT, G. G.. A Reinvenção da Velhice: Socialização e Processos de Reprivatização do
Envelhecimento. São Paulo: Edusp, Fapesp, 1999.
HADDAD, E.G. M. A Ideologia da Velhice. São Paulo: Cortez, 1986.
ROZENDO. A. S. Protagonismo político e social na velhice. 2013. 216 f. Tese (Doutorado
em Psicologia). – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Assis,
2013.
SILVA, L. R. Da velhice à terceira idade: o percurso histórico das identidades atreladas ao
processo de envelhecimento. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro,
v.15, n.1, p.155-168, jan.-mar. 2008.
VERAS, R. P.; CALDAS, C. P. Promovendo a saúde e a cidadania do idoso: o movimento
das NBR 6023:2002 da terceira idade. In: Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.9, n.
2, p. 423-432, 2004.
Jovens Rurais: Empoderamento e Produção Midiática
Área Temática: Comunicação
Daniel Massaki Morita1
Benedito Diélcio Moreira2
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
RESUMO
A ação de extensão ‘Tocando o Futuro’ atua em comunidades rurais do pantanal
mato-grossense para, por meio de processos educomunicacionais, introduzir as técnicas e
as reflexões necessárias para uma produção midiática de qualidade. As atividades
desenvolvidas promovem reflexões sobre a produção e consumo midiático, procurando ao
mesmo tempo valorizar conteúdos, culturas e conhecimentos regionais em diferentes
formatos. Atuando desde maio de 2013, já foram produzidos nove vídeos e tantos outros
estão em finalização; três jornais foram editados; programas de rádio e centenas de fotos
foram produzidos. Dentre as várias mudanças observadas no processo, ressaltamos a
melhoria da comunicação intergeracional dentro das comunidades e valorização dos
saberes científicos e populares.
Introdução
O projeto de extensão “Tocando o Futuro: Comunicação e Cultura Científica” atua
em três cidades do pantanal mato-grossense, trabalhando com jovens do ensino médio de
12 comunidades rurais. Neste trabalho nos limitamos ao desenvolvimento das atividades
no município de Santo Antônio de Leverger. As outras duas cidades integrantes do projeto
são Barão de Melgaço e Nossa Senhora do Livramento. Por meio de oficinas – práticas e
reflexivas – os jovens conhecem as técnicas mais básicas para a produção do jornal da
escola, técnicas de fotografias e produção e edição de produtos em áudio e vídeo. As
oficinas são conduzidas por alunos de graduação em Comunicação Social, professores e
técnicos da Universidade, proporcionando à equipe contato e aprendizado com mídias,
formatos, personagens e circulação de informação.
Para a aproximação mais efetiva com os jovens foi necessário certo tempo. Mesmo
porque os métodos utilizados para que os alunos construam o próprio aprendizado exigem
também a melhoria dos ecossistemas comunicacionais (SOARES, s.d.). Em nossa relação
com os alunos, a saúde destes sistemas se construiu por meio de uma relação responsável,
disciplinada e afetiva. Apesar destes cuidados, inúmeras questões relacionadas aos
Aluno de graduação em Comunicação Social – Jornalismo na Universidade Federal de Mato
Grosso. Bolsista PIBIC financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso e vinculado ao
projeto 317/CAP/2010.
2
Doutor em Educação e professor no curso de Comunicação Social da Universidade Federal de
Mato Grosso. Coordenador do projeto de pesquisa 317/CAP/2010 “Tocando o Futuro”.
1
conflitos geracionais se mostraram presentes na prática da comunicação. Como ocorre em
maior ou menor grau nos agrupamentos humanos, existem diferenças e limitações
culturalmente construídas na comunicação entre gerações, o que Bordenave (1988, p.12)
denomina “in-comunicação tradicional”. Isto dificulta o acesso ao conhecimento empírico
dos mais velhos, importante para a manutenção da cultura e de interesse ao propósito do
projeto e estabelece barreiras para a valorização do saber científico. Através de alguns
processos de empoderamento, também estas dificuldades foram superadas.
Metodologia
Edgar Morin (1996) apresenta a desordem como geradora de liberdade. A ideia de
que a educação deve se basear na descoberta e não na imposição do conhecimento não é
nova, embora tenha se fortalecido na segunda metade do século XX, sob diversas
nomenclaturas nas novas propostas didáticas. Levando em conta a importância da
exploração na descoberta e construção do conhecimento, a primeira fase do projeto, que
durou quatro meses, foi dedicada à exploração das técnicas e dos equipamentos de
produção midiática. Com o domínio básico de técnicas de filmagem, fotografia, locução e
redação, os jovens produziram seus primeiros produtos, finalizados e apresentados a toda
comunidade, em um evento específico para esta finalidade.
Com a finalização dos primeiros produtos, demos início à segunda fase, na qual
procuramos utilizar as descobertas e experimentos já realizados para refinarmos a
qualidade técnica e pensamento crítico dos textos multimidiáticos. Os encontros
presenciais são realizados quinzenalmente, aos sábados, em escolas rurais. Nos encontros
são feitas discussões, oficinas, determinações de temas, entrevistas, grupos e produções. A
outra parte fica a cargo dos próprios alunos, durante os dias que separam nossas visitas às
comunidades. Dessa forma, a prática leva à reflexão e construção do conhecimento e viceversa, em processos de experimentação (DEMO, 2011) liderados pelos próprios alunos e
facilitados pela nossa presença. Para garantir a presença dos alunos aos sábados, por meio
de um convênio firmado entre a Universidade e a prefeitura do município um ônibus
escolar busca os jovens em suas residências rurais e funcionários da escola preparam para
os alunos café da manhã e almoço.
Resultados
As atividades do projeto estão em sua fase final. Nesse tempo, os jovens dos três
municípios produziram, ao todo, nove vídeos, publicação de três jornais, centenas de fotos
e um programa de rádio. Os temas escolhidos pelos alunos de Santo Antonio fazem
referência à cultura local, reconstroem mitos e lendas, como a lenda do Caderudo, histórias
de pesca, de assombrações, resgatam conhecimentos de culinária e de medicina popular.
Para esta segunda fase, os temas “pesca, plantas e animais” continuaram sendo o foco, mas
agora sob uma visão mais crítica, trazendo novos questionamentos a temas antigos e mais
preocupados com o bem estar das comunidades. As consequências em longo prazo da
pesca ilegal, o perigo de alguns animais silvestres e uma crítica ao descaso do poder
público foram alguns dos temas abordados.
Foram notáveis as melhorias no processo comunicacional entre equipe da UFMT e
alunos, facilitando e potencializando o processo educativo e criativo das produções
realizadas. No entanto, ressaltamos aqui a melhoria de outro ecossistema comunicacional,
que deve ser muito mais representativo como um efeito positivo permanente do projeto.
Como já anteriormente citado, havia problemas e limitações nos diálogos entre os próprios
membros das comunidades. Os alunos levantavam pautas e mostravam interesse em alguns
temas locais, cujas principais fontes de informações eram os pais, avós e moradores mais
velhos da região. Apesar da proximidade, muitas vezes consanguínea ou de casamentos, os
jovens em geral não realizavam as entrevistas e voltavam sem informações, com discursos
de que ‘não tinham coragem de perguntar’ ou ‘os velhos não querem falar dessas coisas’.
O projeto prevê a compra e doação de equipamentos de captação de imagens e
edição. Ocorre que o processo de aquisição, pelos meios burocráticos legais, demorou mais
do que o esperado e ainda não terminou. A ideia de entregar os equipamentos era para que
os alunos continuassem produzindo mesmo após o término de nossas visitas, aos sábados.
Com a não aquisição, convivemos com um cronograma apertado de revezamento nas três
localidades do equipamento disponível da equipe. Apesar disso, foram feitos ajustes para
que eventualmente os alunos ficassem com câmeras no período entre as visitas. O esforço
não foi em vão. Isso mudou radicalmente os resultados obtidos com as ‘tarefas’. Com
câmeras nas mãos, os jovens não tinham medo de perguntar aos mais velhos, e estes
respondiam à altura, contando tudo que lhes fosse questionado, levantando novas questões
e, afinal, ‘liberando’ o conhecimento. Após o evento em que as produções foram exibidas a
todos os membros das comunidades, os resultados ficaram ainda melhores. O projeto
ganhou mais força e reconhecimento na região, e o nome UFMT passou a carregar um
respeito ainda maior.
Com o sucesso das entrevistas, os alunos assumiram mais firmemente o interesse
que tinham pelos temas, passando a enxergar de forma diferente aquilo que era cotidiano, e
mesmo em situações sem o uso de câmeras, a empolgação e os resultados das entrevistas
permaneceram bons.
Conclusões
Vistos os resultados aqui destacados, a melhoria e abertura dos sistemas
comunicacionais em diversos níveis, acreditamos que a ação de extensão ‘Tocando o
Futuro’ proporcionou um empoderamento social, político e psicológico (FRIEDMANN,
1996) que, embora venha provavelmente a sofrer mudanças após o encerramento da ação,
deu mostras de que permanece em seu legado.
As câmeras, juntamente com o peso contido no nome de uma universidade federal e
o respeito conquistado localmente pelo projeto e seus membros, permitiu aos alunos a
superação de barreiras geracionais e culturais, para uma busca mais efetiva por
informações e conhecimentos em fontes locais. As produções dos jovens repercutiram na
região, motivando outras escolas e comunidades, levantando uma discussão cultural no
município e atraindo a atenção de autoridades e figuras eminentes do município.
A partir das descobertas, da criação e da exploração, os alunos expandiram seu
universo de conhecimento, dando abertura a perspectivas futuras. Muitos jovens
comentaram o crescente interesse pelo curso superior, não apenas em comunicação, mas
em temas que foram trabalhados nas produções, como medicina, política, ciências
biológicas, entre outras. Várias foram as carreiras que interessaram aos alunos. Alguns
continuaram lendo e pesquisando informações mesmo após a finalização dos textos. Um
deles continuou trazendo à tona novas lendas e histórias locais até então conhecidas apenas
pelos moradores mais velhos.
Em Santo Antonio um acontecimento surpreendeu a todos nós. Motivados pelos
participantes do projeto e por professores, toda a comunidade se envolveu na produção de
um filme que narra a história do homem que empresta seu nome à escola, ocorrida na
época da escravatura. Interpretado pelos moradores, roteiro de uma professora, captação de
imagens e sons pelos alunos e edição dos estudantes da UFMT, o filme foi produzido sem
ensaios. O resultado emocionou a todos. E é neste processo de expansão da visão de
mundo, convivência com adultos e professores que o jovem tem a possibilidade de
desenvolver mais o seu autoconhecimento e marcar mais firmemente o seu espaço e a sua
importância na sociedade local.
Referências Bibliográficas
BORDENAVE, Juan E. Diaz. O que é comunicação rural. São Paulo: Brasiliense,
1988.
DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. Campinas: Autores Associados, 2011.
FRIEDMANN, John. Empowerment: uma política de desenvolvimento
alternativo. Oeiras: Celta, 1996.
MORIN, Edgar. Epistemologia da complexidade. In: SCHNITMAN, Dora Fried
(org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
p. 274-286.
RICOEUR, Paul. O si mesmo como um outro. Campinas: Papirus, 1991.
SOARES, Ismar. Ecossistemas comunicativos. São Paulo: NCE/ECA/USP, s.d.
Aprendendo e ensinando: Práticas educomunicativas em N.S. do Livramento
Área: Comunicação
RIBEIRO; Elisa Calvete Ulema1
BARBOSA, Gabriel Soares2
MOREIRA; Benedito Dielcio
3
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Resumo: Neste trabalho discutimos a experiência do projeto Tocando o Futuro:
Comunicação e Cultura Científica em Nossa Senhora do Livramento, por meio do qual
compartilhamos conhecimentos sobre comunicação com jovens do ensino fundamental e
médio. Por meio da produção de diferentes conteúdos midiáticos, buscamos trabalhar
conceitos que os alunos aprendem na escola e estimulamos a difusão do conhecimento
popular de suas comunidades. Assim, esperamos despertar o interesse do jovem pela pesquisa
e estimular a sua integração na sociedade em que vive.
Palavras Chave: Educação, Comunicação, Jornal Escolar
Introdução:
O objetivo desse trabalho é discutir as trocas de experiências ocorridas com jovens
rurais que participam do projeto “Tocando o Futuro: Comunicação e Cultura Científica”, na
cidade de Nossa Senhora do Livramento, interior de Mato Grosso. Este projeto conta com a
participação de professores, técnicos e estudantes de graduação em Comunicação Social pela
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A equipe da UFMT se dirige até as cidades
em que o projeto acontece duas vezes por mês, aos sábados. Além de Nossa Senhora de
Livramento, outras duas cidades do interior Mato-grossense são participantes do projeto:
Santo Antônio do Leverger e Barão de Melgaço.
Os estudantes participantes das oficinas são alunos de Escolas Rurais. A prefeitura
da cidade, conforme convênio assinado com a UFMT, disponibiliza quinzenalmente dois
ônibus, que recolhem nas nove comunidades da região os alunos participantes do projeto. As
1
2
3
Estudante de Graduação do quarto semestre de Comunicação Social com habilitação em Radialismo pela
Universidade Federal de Mato Grosso.
Estudante de Graduação do sexto semestre de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela
Universidade Federal de Mato Grosso. Bolsista PIBIC do projeto 317/ CAP/ 2010, financiado pela Fundação de
Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (FAPEMAT).
Professor Doutor do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso
oficinas são desenvolvidas em uma das escolas das comunidades. Começa sempre por volta
da 08h da manhã e termina às 15h30. Funcionários da escola servem almoço para os alunos e
para os integrantes da UFMT. Os alunos cursam o Ensino Fundamental II ou Ensino Médio,
Com idade entre 14 e 17 anos.
Para muitos alunos que participam do projeto, a continuidade dos estudos após o
Ensino Médio não é um caminho desejável. Para eles, concluir a educação básica é o
suficiente. Quando questionados sobre o assunto, a maioria responde que continuaria no
serviço que os pais fazem. Geralmente, agricultores ou garimpeiros. Entretanto, com o andar
do projeto, alguns alunos buscaram informações sobre as opções de curso que poderiam
tentar em uma universidade.
Material e Metodologia:
O objetivo do projeto Tocando o Futuro: Comunicação e Cultura Científica é
orientar alunos de Ensino Básico de três cidades ribeirinhas de Mato Grosso a fazer seus
próprios produtos midiáticos. Dentre esses produtos, estão programas de rádio, jornal,
fotografia e vídeo. O projeto teve sua viagem inaugural no dia 04 de maio de 2013 na cidade
de Barão de Melgaço. Na semana seguinte, aconteceu a primeira viagem para Nossa Senhora
do Livramento. O projeto foi dividido em duas partes. A primeira parte teve caráter lúdico.
Além das oficinas que introduziram as técnicas de produção, os alunos tiveram liberdade para
produzir os roteiros para os vídeos, fotografias matérias para o jornal. O conteúdo produzido
foi exibido em uma mostra realizada no dia 13 de julho de 2013.
A segunda fase do projeto, ainda em curso, tem um caráter de produção. Os alunos
começaram a aprender o processo de produção dos conteúdos midiáticos, ou seja, as
pesquisas que devem ser feitas para a produção de um roteiro e filmagem. Para isso, foi
proposto que os vídeos não teriam mais conteúdo fictício, ou seja, teriam vínculo tanto com
os conhecimento locais quanto com aqueles obtidos na escola. Os quase quarenta jovens
participantes do projeto foram divididos em quatro grupos, cada um responsável pela
produção de dois vídeos, um científico e outro de saberes populares; um programa de rádio,
um ensaio fotográfico e artigos e matérias para o jornal. Além disso, o processo de edição,
antes realizado por componentes e colaboradores da equipe da universidade, passou a ser
responsabilidade dos alunos.
Para documentar a nossa experiência e registrar os fatos ocorridos nas oficinas, uma
das ferramentas utilizadas foi o uso do Diário de Campo. Sempre que uma viagem é
realizada, os componentes da equipe redigem suas percepções. “As anotações de cunho
analítico fazem parte do diário de campo. Acredita-se que essas definições complementares
possibilitam a compreensão desse instrumento como ferramenta de coleta e, ao mesmo
tempo, de análise, o que contribui para o processo de investigação, nos estudos qualitativos.
(GERHARDT et al, p. 2). Dessa maneira, ao escrever as percepções e impressões que
tivemos nas viagens, contamos com vários documentos que auxiliam nos relatórios.
Resultados e discussão:
Nosso objetivo, além do registro da experiência, é também o de acompanhar as
consequências de nossa presença na região e documentar o domínio pelos jovens das técnicas
midiáticas, assim como apreender com eles e seus familiares sobre a vida e a convivência na
zona rural. No nosso entendimento, o diálogo que estávamos travando com a comunidade
estava além do apenas ensinar como produzir peças midiáticas. Beneficiados pelo
pensamento de Paulo Freire, filósofo e educador brasileiro, acreditávamos que com o
domínio elementar das técnicas midiáticas, os estudantes também desenvolveriam uma nova
maneira de dialogar com a sociedade.
O educador libertador tem que estar atento para o fato de que a transformação não é
só uma questão de métodos e técnicas. Se a educação libertadora fosse somente uma
questão de métodos, então o problema seria algumas metodologias tradicionais por
outras mais modernas, mas não é esse o problema. A questão é o estabelecimento de
uma relação diferente com o conhecimento e com a sociedade. (FREIRE, SHOR,
1996, p. 48)
Pensávamos nessa nova relação com o conhecimento e sociedade desde a nossa
primeira viagem a Livramento. Nosso primeiro passo foi criar um mecanismo de
aproximação. Para isso, começávamos o dia sempre com atividades coletivas e com
dinâmicas de interação. Os intervalos entre as oficinas e no período de almoço também se
tornaram momentos de envolvimento e troca de experiências. A princípio, pouco se falava
sobre o que os jovens pensavam em fazer após o Ensino Médio. Alguns, disseram que
seguiriam com os negócios da família, que de um modo geral estão ligados ao garimpo e à
agricultura de subsistência. Outros tentariam emprego em cidades grandes, como Cuiabá ou
Várzea Grande. Não se falou em prosseguir os estudos com cursos técnicos ou de graduação.
A diretora da escola, em diferentes momentos, admitiu que o projeto “dava novas
perspectivas de vida aos alunos”. Estávamos certos de que o projeto desempenhava um papel
relevante naquela região. Vygotski (2005) acredita que a construção de um indivíduo
enquanto homem necessita da interação com outros homens, e isso nos incentivava a pensar
que a nossa presença na comunidade tanto alteraria alguns dos conceitos e, ou, expectativas,
como nossas ideias também seriam modificadas por força da experiência que estávamos
tendo.
Dessa maneira, esse conhecimento não seria algo imposto ou instantâneo, mas algo
que seria construído conjuntamente. Bakhtin (2006) acredita que a interação é uma
consequência de o ser humano estar vivo e, por isso, deve permanecer em uma contínua
atitude responsiva com o mundo ao seu redor. Esse estado constante de diálogo entre esse
sujeito com o seu próprio universo, o transforma.
Pudemos observar a mudança no comportamento desses alunos com o passar do
tempo e com a proximidade que essa interação pôde proporcionar. Antes, nos primeiros
encontros, os intervalos das atividades eram utilizados pelos jovens para ouvirem músicas,
geralmente em um volume tão alto que exigia sempre a intervenção da diretora. Aos poucos,
os hábitos foram se modificando e os intervalos tornaram-se espaços de diálogo, de
esperanças e dúvidas. As ideias de produtos midiáticos, antes próximos dos programas
populares de televisão, deram lugar ao valor da cultura local. Os produtos que já foram e
estão sendo produzidos (colheita de pequi4, problemas e histórias das comunidades, homem
boiadeiro, pesca etc.) foram apresentados para toda a comunidade. Nesta ocasião, os jovens
fizeram uma apresentação de Siriri5.
Conclusão:
O estabelecimento de um diálogo com os jovens de Nossa Senhora do Livramento
proporcionou a nós da UFMT, e também a eles, a oportunidade de um aprendizado não
apenas de ferramentas e técnicas comunicacionais, às quais fomos instruídos pelo curso
superior, mas de convivência com ideias distintas, posicionamentos divergentes e trabalho
coletivo. Entendemos hoje, e esperamos que os jovens da comunidade possam também
compreender, que a comunhão de ideais transformam e necessidades e problemas em
encaminhamentos, propostas e soluções. Acreditamos que alguém se torna sujeito de sua
4
5
Fruta típica do Cerrado Brasileiro.
Dança folclórica da Região Centro-Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), muito comum em festas
tradicionais e festejos religiosos.
realidade quando atua sobre ela. Aprendemos com eles, inclusive, as mesmas técnicas sobre
as quais lhes instruímos, isto é, aprendemos a fazer melhor o que imaginávamos já saber.
Ao longo do ano percebemos que a relação com os estudantes se tornava mais fácil à
medida que ele nos percebe como ser humano, e passa a conhecer algo sobre quem somos,
nossa história. Ou seja, o estudante deixa de nos ver como um professor-objeto, cuja única
função é ensinar-lhes algo, passando a nos enxegar como indivíduos, e companheiros no
processo de descoberta do mundo. Essa mudança de tratamento acontece em gestos simples,
como quando nos convidam para participar de suas atividades na comunidade, para conhecer
seus lares e participar de suas festas.
O projeto continua. Neste ano entregaremos os equipamentos e treinaremos os
jovens para editar vídeos, fotos e áudios. Em Livramento estão em desenvolvimento oito
vídeos, quatro programas de rádio, quatro ensaios fotográficos e um jornal. Esperamos que,
ao concluir o projeto, por volta do meio do ano, a rede estabelecida entre os jovens, seus
familiares e professores locais se sustente, com alunos e professores cooperando para
produção de novos conteúdos. Atualmente está em execução também um filme idealizado
pelos professores e alunos. A produção irá contar a história da professora que empresta seu
nome à escola.
Referências:
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Hucitec, 2006.
FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 5. ed. São Paulo: Paz
e terra, 1996.
GERHARDT, Tatiana Engel et al. Utilização do Diário de Campo. Disponível em:
http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/598/141. Acesso em 08 maio de
2013.
VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e linguagem. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes,
2005.
A IMPORTÂNCIA DAS PARCERIAS NA GESTÃO DE ATIVIDADES DE
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: A EXPERIÊNCIA DA PUC MINAS EM
CONTAGEM
Área temática: Comunicação
Responsável pelo trabalho: G SILVA
Instituição: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)
Nomes dos autores: Gláucia Pinheiro da Silva1; Januza Caroline Gonçalves Correia2
Resumo: O presente artigo visa apresentar a experiência da Coordenação de extensão da
PUC Minas em Contagem, no desenvolvimento de atividades com a contribuição de
parceiros externos públicos e privados, para a efetivação da responsabilidade social. A
metodologia utilizada foi documental, uma vez que foram feitos os levantamentos das
parcerias e atividades desenvolvidas no ano de 2013. Ao final das atividades do ano
referido, concluímos que as atitudes individuais e coletivas dos parceiros contribuíram para
a efetivação da Responsabilidade Social Empresarial.
Palavras-chave: Extensão Universitária; Parcerias, Responsabilidade Social Empresarial.
Introdução
As Universidades nos dias atuais têm a missão de manter indissociável o Ensino, a
Pesquisa e a Extensão, como previsto pela Constituição da República Federativa do Brasil
de 1988. Porém, não é uma tarefa fácil. O Ensino e a Pesquisa são vistos muitas vezes
como os principais meios de aprendizagem, porém a Extensão tem um papel importante na
formação acadêmica do aluno, pois possibilita que o conhecimento adquirido em sala de
aula seja colocado em prática, trazendo benefícios não só para os alunos envolvidos, mas
também para a sociedade.
O diálogo dos alunos e dos professores com as sociedades ao entorno das
Universidades contribui não apenas para a formação acadêmica, mas para a formação
humanista e cidadã dos envolvidos. A Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais –
PUC Minas tem como missão promover o desenvolvimento humano e social dos
profissionais, bem como formá-los compromissados com o bem comum. Nesse sentido,
uma das diretrizes propostas pela Política de Extensão Universitária da PUC Minas é “a
extensão como instrumento para problematizar e buscar respostas às questões sociais,
1
Coordenadora de Extensão da PUC Minas em Contagem. [email protected]
Assistente da Coordenadoria de Extensão da PUC Minas em Contagem.
[email protected]
2
objetivando a qualidade de vida da população, em especial local e regional” (PUC Minas,
2006, p. 17).
Tendo em vista a seriedade das atividades extensionistas para a Universidade,
destacamos a importante participação de parceiros públicos e privados que contribuem
para a realização de vários projetos na unidade da PUC Minas em Contagem. Tais atitudes
individuais e coletivas colaboram para a efetivação da Responsabilidade Social
Empresarial que é o compromisso com a sociedade onde estão inseridas.
Objetivo
O objetivo principal deste artigo é apresentar a experiência da Coordenação de
extensão da PUC Minas em Contagem,
no desenvolvimento de atividades com a
contribuição de parceiros externos públicos e privados.
Material e Metodologia
Desde o ano de 1960 são realizadas ações de extensão na Universidade, como
cursos e atividades culturais, porém no ano de 1983 foi criada a Pró-reitoria de Extensão e
Ação Comunitária. Atualmente, são realizadas várias atividades que contribuem para o
desenvolvimento social e que criam um novo modelo de Extensão. Diante disso, as
práticas extensionistas se dão pelas modalidades: programas, projetos, cursos, eventos,
prestação de serviços e publicações.
Na unidade da PUC Minas em Contagem, no ano de 2013, foram desenvolvidos
cinco programas e um projeto de extensão, com a participação de 195 alunos, sendo eles
remunerados e voluntários. Na mesma linha, foram beneficiários diretos das atividades
desenvolvidas 4289 pessoas. Todas as atividades buscam manter a indissociabilidade do
Ensino, da Pesquisa e da Extensão. Conforme a Política de Extensão da PUC Minas
(2006), o objetivo da extensão universitária é:
Consolidar a indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e a extensão, efetivados
em torno de programas e projetos construídos com base em critérios científicos,
tecnológicos e em experiências comunitárias. (PUC MINAS, 2006, p.20)
Luíz Síveres (2012) aponta que a extensão faz com que seja repensada a forma de
aprendizagem nas instituições e reforça a importância das ações extensionistas para o
processo educacional
A extensão universitária, caracterizada pela sua potencialidade educacional e
social, é um elemento essencial da identidade institucional. Um dos aspectos que
define, portanto, o estatuto acadêmico é, nesse sentido, o processo de
aprendizagem. Por essa razão, a aprendizagem compreende o comportamento
humano, a relação que se estabelece com o conhecimento, e a razão para
desenvolver a sociedade. (SÍVERES, 2012, p.15)
A partir dessas referências e do que prevê o art.207, da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, percebe-se a importância da extensão na formação dos
sujeitos, isto é, alunos, professores, funcionários e comunidade. O conhecimento ultrapassa
a formação acadêmica e alcança a formação humanista e cidadã, o que proporciona uma
relação de diálogo, de trabalho em grupo, de cooperação e de doação para a transformação
do público atendido.
Nesse sentido, ressaltamos a importância das parcerias realizadas no ano de 2013,
pela gestão da Coordenação de Extensão, da Unidade da PUC Minas em Contagem, para
alcançar os objetivos propostos pelos programas e projetos de extensão.
Resultados e discussões
A palavra parceria significa “reunião de duas ou mais pessoas que visam a interesse
comum; sociedade”, segundo (FERREIRA, 2010, p.564). A partir desse conceito, percebese que o bem da coletividade que está sendo discutido, isto é, há uma união de esforços e
um diálogo entre a Universidade e as instituições parceiras, em busca da transformação da
realidade social de onde estão inseridas.
Conforme Pena (1999) as ações dos seres humanos devem estar relacionadas com o
Bem, o que engloba agir de forma humana, cidadã e de constante cooperação. No ano de
2013, os programas e projetos de extensão da unidade da PUC Minas em Contagem
contaram com o apoio de empresas públicas e privadas. Inicialmente todos os projetos
receberam uma verba financeira da Instituição, mas devido ao aumento do número de
participantes e do planejamento de novas atividades para atender aos públicos atendidos,
foi necessário a gestão decidir formar parcerias externas.
O processo, primeiramente, se deu a partir do aparecimento das necessidades dos
programas e projetos. Com isso,
era pensado em qual empresa ou órgão podia ser
solicitada ajuda pontual, isto é, para resolver apenas a necessidade do momento. Surgiram
novas solicitações e, novamente, analisamos quem poderia colaborar.
Com isso, decidimos procurar parceiros que se identificassem com as propostas dos
projetos e programas e colaborassem com o seu produto ou serviço. Foi a experiência que
deu certo no de 2013, na Coordenação de Extensão da PUC Minas em Contagem.
Conseguimos mais de cinco parceiros, entre eles empresas públicas e privadas, sendo que
dois fizeram contribuições contínuas, e suas doações já faziam parte do planejamento das
atividades.
Como exemplo, citamos a Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de
Contagem, que durante o ano de 2013 emprestou o seu ônibus escolar para buscar e levar
30 adolescentes moradores da região do bairro Nacional, Contagem, para participarem de
atividades na PUC Minas em Contagem, de segunda a sexta-feira, no período da tarde.
Outros exemplos que podemos citar são as empresas Lojas Anjo Azul e Pintou
Novidades que doaram os uniformes para os participantes de dois programas da Unidade.
Tais contribuições permitiram que os beneficiários participassem de eventos externos que
precisavam ir uniformizados, que dentro da Unidade fossem reconhecidos como
participantes de programas de extensão e que divulgassem e disseminassem as atividades
extensionistas realizadas na Universidade.
Essas parcerias são importantes não apenas para os beneficiários que recebem as
contribuições, mas para todos os envolvidos: alunos, professores e as próprias empresas.
Para os alunos, que estão construindo a sua formação profissional e humana, é reforçado o
quanto é importante a cooperação, o diálogo e a busca pelo bem comum. Para os
professores, é uma nova forma de aprendizagem para os cursos; que é fundamental a união
do Ensino, da Pesquisa e da Extensão para a efetivação do compromisso social. Já para as
empresas, elas efetivam a sua Responsabilidade Social Empresarial -RSE, que engloba o
compromisso para com o meio onde estão inseridas.
Responsabilidade Social Empresarial
A expressão Responsabilidade Social Empresarial (RSE) tem sido muito discutida
atualmente, pois a sua definição engloba ações individuais e coletivas, em busca do bem
comum. O termo surgiu há muitos anos, mas conforme Tenório (2006) do início do século
XX até os anos de 1950 referia-se a Filantropismo. A partir dessa época, as empresas
começaram a se preocupar com os seus funcionários e com as sociedades onde estavam
inseridas.
Conforme (ASHLEY, 2003, p. 7) “a responsabilidade social é toda e qualquer ação
que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade.” Tal pensamento
demonstra a importância das parecerias para as empresas, além dos projetos e programas
recebem essas colaborações.
As empresas, no passado, concentravam apenas na produção, na necessidade de
aumentar os lucros, no entanto, esse cenário mudou e nos dias de hoje as empresas
continuam a buscar lucros, mas não apenas isso. Através de ações de responsabilidade
social, as organizações buscam alinhar estratégias às questões sociais, o que leva o
reconhecimento de empresas socialmente responsáveis ao alinhar as suas marcas às ações
que trazem benefícios para a sociedade.
Conforme Teodósio (2008), a tendência é que as empresas tenham compromisso
social com as sociedades onde estão localizadas, após investirem no seu público interno,
pois as ações estão voltadas para o entorno geográfico.
Conclusão
Conforme Peruzzo (2001) apud Cavicchioli (2009), a educação informal, por meio
de práticas que seriam os projetos e programas de extensão, mobilizam os cidadãos e
empresas sobre determinados assuntos.
“Esta aí o âmago da questão da educação para a cidadania nos movimentos
sociais: na inserção das pessoas num processo de conhecimento, onde ela pode
educar-se através de seu engajamento em atividades concretas no seio de novas
relações de sociabilidade.” (PERUZZO, 2001 apud CAVICCHIOLI, 2009, p. 2)
A partir dessa citação, podemos verificar o quanto é importante a participação dos
parceiros nas atividades extensionistas, junto com a Universidade, para a efetivação do
compromisso social. A educação, expressada de diversas formas, como a produção
científica, os livros, os relatórios e as práticas extensionistas visam à formação humanista e
profissional do aluno.
Para as sociedades que estão ao entorno da Universidade, os parceiros externos,
localizados na mesma região, têm um papel muito importante, pois possibilitam a
viabilidade de execução dos projetos, além de indiretamente serem impactadas.
Referências
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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio: o dicionário da língua
portuguesa. Curitiba: Positivo,2010
PERUZZO, Cecília Krohling; COGO, Denise Maria; KAPLÚN, Gabriel. Comunicação e
movimentos populares: quais redes ? = Comunicación y movimientos populares : ¿cuáles
redes?. São Leopoldo: UNISINOS; La Habana: Centro Memorial Dr. Martín Luther King
Jr., 2002. 359p.
SÍVERES. Luiz. Processos de aprendizagem na extensão universitária. (Org). Goiânia: Ed.
Da PUC Goiás,2012.
TEODÓSIO, Armindo de Sousa. PARCERIAS TRI-SETORIAIS NA ESFERA
PÚBLICA:perspectivas, impasses e armadilhas para a modernização da gestão social no
Brasil– SP. 2008.Tese (Doutorado) - Fundação GetúlioVargas. Escola de Administração de
Empresas, São Paulo.
Comunidade politizada: um novo olhar sobre as necessidades de Barão de Melgaço.
Área: Comunicação
Karina Stein de Luca Gonçalves¹
Benedito Dielcio Moreira²
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Resumo: Este trabalho discute os pontos de vista dos moradores das comunidades
ribeirinhas de Barão de Melgaço, em Mato Grosso, após o início do projeto “Tocando o
Futuro: Comunicação e Cultura Científica”, no que se refere aos problemas da região. O
projeto tem como objetivo a capacitação de jovens para a produção de produtos midiáticos
relacionados à cultura local e ao ensino científico obtido nas escolas.
Palavras-chave: comunicação; educação; cultura popular.
Introdução:
O objetivo desse trabalho é discutir os pontos de vista dos moradores das
comunidades sobre os problemas da região durante e depois da chegada do projeto
Tocando o Futuro: Comunicação e Cultura Científica. Este projeto é realizado em escolas
rurais de três comunidades ribeirinhas, que fazem parte do município de Barão de
Melgaço, situado a 129 quilômetros de Cuiabá.
Com a participação de professores, técnicos e alunos do curso de Comunicação
Social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o projeto tem o intuito de
capacitar crianças e jovens, com idade entre 12 e 18 anos, a produzir seus próprios
produtos fotográficos, impressos e audiovisuais, além de estimular a criatividade e aliar
tudo isso ao ensino científico que eles recebem nas escolas. Além de Barão de Melgaço,
mais duas cidades da baixada cuiabana³ recebem o projeto: Santo Antônio de Leverger e
Nossa Senhora do Livramento.
A UFMT realizou um convênio com as prefeituras para que todos os alunos que
frequentam as escolas rurais de três comunidades pudessem participar. Como as atividades
_______________
¹ Estudante de Graduação do terceiro semestre de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela
Universidade Federal de Mato Grosso;
² Professor Doutor do curso de Comunicação Social pela Universidade Federal de Mato Grosso;
³ Região de Mato Grosso que tem seus limites definidos ao sul pelo portal do Pantanal mato-grossense e a
nordeste pela cidade de Chapada dos Guimarães. Formada pelos municípios às margens dos rios Cuiabá e
Paraguai, tem como principal pólo de desenvolvimento Cuiabá. (DETTONI, 2003)
são desenvolvidas aos sábados, foram disponibilizados aos alunos transporte e
alimentação. A frequência das visitas varia entre duas e três vezes por mês. Nossas equipes
saem do campus da UFMT Cuiabá por volta das 06h15 e o horário de chegada às
comunidades varia entre 08h e 09h30 da manhã, dependendo da distância percorrida. No
caso da cidade de Barão de Melgaço, o trajeto muitas vezes é complicado. Além dos quase
130 quilômetros para chegar à sede do município, o restante do percurso é percorrido de
barco a motor. Na época de chuvas, o percurso é maior, durando cerca 40 minutos sobre o
Rio Cuiabá. Na seca o tempo de barco é menor, pois parte do trajeto se dá por uma estrada
de terra, com cerca de dez quilômetros. Após este percurso, embarcamos até a comunidade
de destino. Na época de seca o trajeto pela estrada é tranquilo, mas no início do período de
chuva é possível que o veículo atole na lama, o que já ocorreu com um de nossos ônibus.
As oficinas são ministradas durante o período da manhã e da tarde, tendo pausa para o
almoço, este servido na própria escola para alunos e para a equipe da UFMT. As atividades
se encerram normalmente por volta das 15h, com a chegada da equipe em Cuiabá por volta
das 18h30.
Material e Metodologia:
O propósito do projeto Tocando o Futuro: Comunicação e Cultura Científica é
capacitar alunos dos ensinos Fundamental e Médio de escolas rurais a produzirem seus
materiais midiáticos, entre eles jornal impresso, fotografia, filmes de ficção de curta e
média metragem, documentário e programa de rádio. O projeto teve início no dia 04 de
maio de 2013 e foi dividido em duas etapas: na primeira os alunos são encorajados a contar
histórias, estimulando a ludicidade, além de serem introduzidos às técnicas de produção
audiovisual. Já na segunda, os alunos são direcionados a um caminho mais educacional e
científico, com ênfase nos saberes populares da região e no conhecimento científico obtido
em sala de aula.
As atividades sempre começam com exercícios de interação entre os alunos e a
equipe da UFMT, com jogos e brincadeiras. Depois, os grupos são divididos. Cada
membro da equipe da UFMT é responsável por um grupo. Na primeira etapa os grupos
foram divididos de acordo com os produtos midiáticos a serem produzidos. Já na segunda
etapa, cada grupo é responsável por cinco produtos: fotos segundo temática escolhida pelo
grupo, pautas específicas para o jornal da comunidade, um programa de rádio e dois
vídeos, um sobre saberes populares e outro sobre conhecimentos científicos. Os processos
de produção continuam sendo compartilhados pelos membros da equipe da Universidade,
mas quem realiza tudo, desde a pré-produção até a finalização do trabalho são os jovens,
inclusive a edição de áudio de vídeo. A segunda parte do projeto ainda está em andamento.
Resultados e discussão:
Por Barão de Melgaço estar situada em uma região consideravelmente perto da
capital, há a falsa impressão de que os mesmos recursos que temos por aqui eles podem ter
acesso. É notável quando chegamos às comunidades, que isso não acontece. A falta de
infraestrutura nas escolas, assim como a dificuldade de chegar até lá são alguns exemplos.
Os recursos do governo são mal distribuídos por todo país e muitos serviços não chegam
para quem vive em certas áreas, sejam elas mais afastadas ou mais próximas das grandes
cidades.
A chegada do projeto “Tocando o Futuro: Comunicação e Cultura Científica”
viabilizou espaços midiáticos nos quais os jovens resgataram histórias, práticas conhecidas
somente dos mais idosos e discorreram sobre a falta de estrutura da região onde vivem.
Isso pode ser observado nas temáticas utilizadas pelos alunos para a produção de materiais,
como o vídeo que retratou a vida dos boiadeiros e o documentário sobre as causas e
consequência das queimadas. No jornal, algumas matérias tratam da rotina na vida de
pescadores e como a pesca é a fonte de renda de muitas famílias. Traz também as lendas e
histórias do surgimento das comunidades, o ensino do artesanato, que é passado de geração
para geração por meio da comunicação oral e os problemas acarretados pela falta de coleta
de lixo que afetam o ecossistema da região. Estes são alguns exemplos que podemos
observar deste resgate da voz e da sabedoria dos mais velhos, além do empoderamento dos
alunos participantes, que mostraram que querem preservar a cultura e a região pantaneira.
A distribuição de recursos, a falta de profissionais e materiais são alguns dos
assuntos recorrentes que pude perceber nas conversas com os moradores da região. Uma
queixa comum deles é sobre a falta de computadores e o quase nulo acesso à internet. Para
Martins (2007, p. 8), a utilização de equipamentos que possibilitem o acesso à rede “inflige
um novo modo de “ver” e de se relacionar com o “mundo”, com a sociedade”. Com a falta
de computadores e acesso à internet, a conversa com vizinhos, conhecidos que moram na
cidade e parentes é uma das fontes e o que estimula o debate sobre os problemas locais.
A comparação com os grandes centros pode ser feita também pelo consumo de
mídia. Os meios de comunicação mostram essa diferença, seja na área de saúde, segurança,
educação, etc. O recebimento dessas informações, sejam elas mostradas no Jornal Nacional
ou transmitidas pela Voz do Brasil reforçam o debate. Entre a população com idade entre
60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) é de 41,5%, pois a maioria não teve oportunidade de frequentar a escola
ou então teve que deixar os estudos para trabalhar e sustentar a família. Porém, por conta
do costume de ouvir o rádio e de assistir aos noticiários da televisão, eles sabem quais as
principais leis estão em vigor, quais os casos de corrupção estão sendo descobertos, quais
são os direitos e deveres deles enquanto cidadãos, por exemplo.
Conclusões:
A primeira etapa do projeto já foi concluída com a realização um evento no dia 31
de agosto de 2014 para a demonstração dos vídeos, fotos e programas de rádio produzidos,
além da distribuição dos jornais aos pais e responsáveis pelos alunos. Neste evento os pais
e moradores das três comunidades puderam conhecer os resultados dos trabalhos dos
alunos durante os quatro primeiros meses de projeto.
Estamos quase finalizando a segunda etapa do projeto. O evento de encerramento
dessa última etapa será realizado na área de eventos da cidade de Barão de Melgaço. A
ideia é mostrar aos moradores da sede do município os que os jovens produziram. Outro
evento importante para o projeto é o encontro em Cuiabá dos jovens das três cidades
envolvidos no projeto. Alunos e professores das escolas rurais farão uma visita ao campus
da Universidade Federal de Mato Grosso, onde poderão os museus instalados no campus,
laboratórios de pesquisa e o zoológico conhecer. Os jovens de Santo Antônio do
Livramento e Nossa Senhora do Livramento planejam apresentar aos acadêmicos, no
restaurante universitário, uma apresentação de Siriri4 .
Muito mais do que ensinar aos alunos técnicas audiovisuais, também aprendemos
com a convivência, com as trocas. Este projeto abriu os horizontes de todos nós, jovens das
comunidades e estudantes da UFMT. Permitiu a criação de novas perspectivas de vida e
____________________
4
Muito parecido com brincadeiras indígenas e com ritmo e expressão hispano-lusitanas, o Siriri é uma dança
folclórica em roda típica de Cuiabá e dos municípios próximos a capital. Era apresentado normalmente em
festas de santo, mas em 2002 foi criado o Festival Cururu e Siriri, espetáculo local que deu mais visibilidade
à dança.
mostrou que os meios de comunicação podem facilitar o aprendizado, estimular a
criatividade e trazer informações de uma maneira fácil e de rápida absorção. Além disso, as
tarefas realizadas pelos alunos contribuíram para o fortalecimento da ideia de
responsabilidade com o coletivo, com o meio ambiente e, principalmente, com os saberes
do habitantes mais antigos.
REFERÊNCIAS
DETTONI, Rachel do Valle. A concordância de gênero na anáfora pronominal:
variação e mudança linguística no dialeto da baixada cuiabana – Mato Grosso. 2003.
Tese de Doutorado. Tese (Doutorado). UFMG. POSLIN.
GONÇALVES, Karina Stein de Luca. Diário de Campo dia 08 de fevereiro de 2014.
Cuiabá, 2014.
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<http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang&codmun=510160&idtema=79&sea
rch=mato-grosso%7Cbarao-de-melgaco%7Ccenso-demografico-2010:-resultados-douniverso-indicadores-sociais-municipais--> Acesso em: 20 fev. 2014
LORENSONI, Muryllo Raphael. TAVARES, Débora Cristina. O Contemporâneo e o
Festival Siriri Cururu. In: CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA
REGIÃO CENTRO-OESTE, 15., 2013. Rio Verde – GO; Anais eletrônicos... Rio Verde,
2013.
p.
2-5.
Disponível
em:
<
http://portalintercom.org.br/anais/centrooeste2013/resumos/R36-0515-1.pdf>. Acesso em:
21 fev. 2014.
MARTINS, Gerson Luiz; “Prefácio”. PINTO, Aroldo José Abreu; ALVES, Fábio Lopes
(org.). Representações sociais em comunicação: fragmentos de histórias em histórias.
São Paulo: Editora Arte e Ciência, 2007.
ORGANIZAÇÃO DO ACERVO DO CENTRO DE MEMÓRIA DA EXTENSÃO DA
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (CEMEX-UFF) - APLICAÇÃO DO
SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS
Comunicação
Lucia Helena Marchon Leão Ramalho
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Lucia Helena Marchon Leão Ramalho¹; Raquel Freitas Pinto de Souza2; Ellen Cortez
Contreiras3
1
Técnico-Administrativo Coordenadora de Extensão Universitária da UFF
2
Discente Bolsista de Extensão Universitária da UFF
3
Docente Coordenadora de Extensão Universitária da UFF
Resumo
Esse trabalho visa demonstrar a metodologia utilizada para a organização do acervo do
Centro de Memória da Extensão da Universidade Federal Fluminense, CEMEX-UFF,
enumerar as etapas e comentar sobre a aplicação do sistema de automação de bibliotecas
por meio do software PHL 8.2. O CEMEX-UFF está voltado para a comunidade
acadêmica e para o público em geral, tanto em nível nacional como internacional, já que
está disponibilizado em ambiente digital. Estes têm acesso ao acervo completo de registros
de pesquisas e atividades da Pró-Reitoria de Extensão, assim como de todo elenco de ações
extensionistas que foram ou que estejam sendo realizadas na UFF. O CEMEX-UFF dispõe
de um vasto acervo bibliográfico e documental com assuntos de grande relevância. Nos
resultados iremos salientar os benefícios que já usufruirmos com a instalação da base
como: esquemas estatísticos, a identificação da importância do acervo pelas
especificidades da extensão, a exclusividade de determinadas obras, e as novas pautas que
certamente serão acrescentadas ao trabalho. Pretendemos apontar a importância desse
tratamento como forma de proporcionar a disseminação da informação, muitas vezes
estagnada, entre as instituições pares e/ou interessadas nas temáticas em questão.
Palavras-Chave
Organização de acervos; Software PHL 8.2; CEMEX-UFF
Introdução
O Centro de Memória da Extensão da Universidade Federal Fluminense, CEMEX-UFF,
tem por objetivo: identificar, reunir, preservar, organizar e disponibilizar a história da
trajetória extensionista de nossa universidade. O CEMEX-UFF foi criado em consonância
com a Política Nacional de Extensão, que vem sendo continuamente formulada pelo Fórum
Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras
(FORPROEX) e dispõe de uma equipe formada por professores, técnicos e bolsistas das
áreas de Biblioteconomia, História, Mídias Sociais, Jornalismo, Estatística e Medicina
Veterinária. Cabe citar, que o Programa foi contemplado pelo Edital MEC/PROEXT/2010
e 2014, e conta com uma parceria interinstitucional com a Fundação Oswaldo Cruz.
A vertente do trabalho que ora relatamos é resultado da execução do projeto aprovado em
2010, quando realizamos um grande número de visitas técnicas em outras instituições de
ensino e pesquisa da região Sudeste, com o intuito de trocar informações sobre os centros
de memória que estavam em andamento e sobre a extensão universitária. Dentre o
aprendizado gerado por essas visitas, ficou evidenciado o vasto acervo de livros,
periódicos, manuais, folhetos, folders, anais, catálogos, jogos educativos, que vinha sendo
produzido pelos diversos grupos de pesquisadores, e que quase sempre chegava às
instituições como a nossa, na forma de doações, mas que quase sempre não encontravam
vias para a disseminação de sua informação. Essa constatação reforçou a urgência de uma
decisão sobre o tratamento do acervo bibliográfico e documental da Pró-Reitoria. Sendo
assim, realizamos algumas reuniões com profissionais da área e optamos por, ao menos em
um primeiro momento, agregar essa informação organizada à divulgação do CEMEX-UFF.
Material e Metodologia
Antes de iniciar o processo de organização, foram estabelecidas as etapas e a divisão do
trabalho pela equipe. Na primeira etapa, examinamos e separamos todos os materiais que
seriam incluídos na coleção do CEMEX-UFF. Os exemplares em duplicatas estão sendo
oferecidos a instituições interessadas. Na segunda etapa foram feitos o registro e o tombo
do acervo. A outra parte do material foi registrada e guardada segundo os critérios de
catalogação. Foi feita também a catalogação de cada item. Para atingirmos essa tarefa, foi
realizada uma pesquisa de sistemas de automação de bibliotecas que funcionassem como
ferramenta de busca pelos usuários e pesquisadores interessados. O software escolhido foi
o Personal Home Library – PHL, de utilização simples, pois, após a catalogação, indica os
erros pertinentes, possibilitando a correção imediata. Cabe salientar que o PHL Elysio é de
uso gratuito para ambiente monousuário (Localhost), e que todos os seus scripts são
distribuídos com os códigos de fontes abertos, com permissões de personalização de
acordo com os critérios da instituição.
Resultados e Discussões
Esse trabalho tem como intuito registrar, organizar, conservar e divulgar o acervo
bibliográfico e documental da PROEX-UFF, para preservar e suprir as necessidades
informacionais das instituições que ressaltam a importância da Extensão Universitária.
Busca demonstrar as atividades de organização e aplicação do sistema de catalogação de
bibliotecas; divulgar o acervo da memória da extensão da UFF para o público acadêmico e
para a população em geral; funcionar como uma central de referências e qualificar as
formas de acesso do usuário às fontes de informação; e incentivar outras instituições a
preservarem sua produção acadêmico-científica. Vale salientar os dados obtidos com essa
aplicação do software de automação de bibliotecas nos possibilita ter um controle geral e
estatístico de todos os materiais bibliográficos catalogados; busca através das palavraschave (figura 1); controle de empréstimos, lista de referências segundo a norma da ABNT
e gráficos atualizados (figura 2), entre outros.
Figura 1 - Página inicial do Phl após uma pesquisa com a palavra-chave Extensão Universitária
Figura2- Gráfico estatístico do acervo
Conclusão
Percebeu-se a importância da informação tratada a fim de proporcionar a disseminação
da informação entre as instituições pares e/ou interessadas nas temáticas em questão, e o
incentivo a essa disseminação através da divulgação e das doações das duplicatas. Esse
trabalho busca também a valorização, a preservação, e a divulgação da história da extensão
universitária, proporcionando o acesso a um leque de informações nas diferentes áreas
temáticas da extensão na UFF e em outras instituições de ensino e pesquisa. Sendo assim,
entendemos que o mesmo visa o aprimoramento da formação cultural do cidadão, além de
suprir os técnicos da instituição e outros profissionais interessados, assim buscando o
reconhecimento como instituição social, essencial ao exercício da cidadania, devido ao
intercâmbio informacional e à democratização do conhecimento que proporciona.
Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e
documentação, referências, elaboração. Rio de Janeiro, ago. 2002. 23 p.
ANDRADE, Maria Teresinha Dias de Andrade; et al.. Mudanças e inovações: novo modelo de
organização e gestão de biblioteca acadêmica. Ci. Inf., Brasília, v. 27, n. 3, set./dez. 1998.
311-318 p.
CALLIAN, Amanda dos Santos. Seleção de software e sistema de automação de
bibliotecas para o Centro de Memória da Extensão da Universidade Federal
Fluminense. Niterói, SEMEXT 2012.
MIRANDA, Antonio. Os conceitos de organização baseada na informação e no
conhecimento e desenvolvimento de serviços bibliotecários. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 22, n.
3, 227-232 p, set./dez. 1993.
SERRANO, Rossana Maria Maior. Conceitos de extensão universitária: um diálogo com
Paulo Freire. [s.l.], [s.d].
VERGUEIRO, Waldomiro de Castro Santos. Desenvolvimento de coleções: uma nova
visão para o planejamento de recursos informacionais. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 22, n. 1, p.
13-21, jan./abr. 1993.
A REPRESENTAÇÃO DE INCLUSÃO SOCIAL E DIGITAL POR MEIO DA
MÚSICA EM DOCUMENTÁRIOS BRASILEIROS
Aqui, o vídeo documentário é elemento de mobilização e crítica social uma vez que
contextualiza os fatos de um problema social, evidenciado pela valorização dos indivíduos
que ilustram suas expectativas, dificuldades e ideais. Pretende-se enfatizar com a análise de
Fala Tu (2003) e L.A.P.A (2007) a ideia de que a música, no caso o rap, pode ser utilizado na
inclusão social quando expressado de forma ideológica, pelo diálogo que representa em sua
maior parte conflitos integrantes da periferia. E, ao estabelecer a musica como prática e
criação de uma identidade cultural, a análise de Insurreição Rítmica (2008) explicita como a
música promove a transformação social, ao retratar a transformação promovida por
organizações sociais em bairros pobres de Salvador. Em paralelo à inclusão social, a questão
da empregabilidade é mensurada à inclusão no mercado da música digital, no uso das novas
tecnologias disponíveis e que transformaram a prática do músico independente, ao substituir o
consumismo do CD por arquivos de áudio. Tal problemática será explorada pelos
documentários Música.BR e Internet (2009), We.Music (2010) e Profissão: Músico (2011), no
qual objetiva-se compreender como os músicos dependentes de uma geração de renda pela
música sobrevivem a transformação no mercado musical. Assim, há o desenvolvimento a
partir de teorias acerca das questões que envolvem esse conjunto de documentários, como
conceitos de inclusão social e digital, identidade cultural e revolução digital no mercado
musical juntamente com a análise dos mesmos. Procura-se assim discutir como se desenvolve
a representatividade deste conjunto de documentários que explora as problemáticas
relacionadas à inclusão social e digital fazendo uso da música, evidenciando o uso do
audiovisual como fator de conscientização de realidades que expressam essas problemáticas.
Palavras-chave: documentário; inclusão; música.
USO DE NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO PARA FORMAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS NOS ASSENTAMENTOS RURAIS DO BREJO
PARAIBANO
Área Temática: Comunicação
Responsável: Márcia Verônica Costa Miranda
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Márcia Verônica Costa Miranda1; Gilmar Batista da Silva2
1
Centro de Ciências Agrárias/Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais/UFPB
Professora Orientadora do Projeto – (DCFS/CCA/UFPB). E-mail: [email protected]
2
Tutor bolsista (CCA/UFPB). E-mail: [email protected]
RESUMO
Ainda existe, no Brasil, uma parcela muito pequena da população que conhece essas
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) e outra parcela tem uma pequena
noção e pouco conhecimento sobre a nova realidade. Este trabalho descreve ações do
projeto “Juventude e Inclusão Digital nos Assentamentos Rurais de Areia-PB” voltadas
para a inclusão social através de cursos e oficinas de Tecnologia da Informação,
objetivando não só a alfabetização digital, mas incluir o cidadão neste novo mundo. O
público-alvo do projeto constitui-se a juventude rural do brejo paraibano. As oficinas
foram implementadas no Laboratório de Informática Usina do Saber, na Escola Municipal
José Lins Sobrinho na cidade de Areia, utilizando o ambiente de educação virtual Moodle,
onde foram atendidas mais de 200 pessoas da comunidade rural. Partindo do princípio de
que a Universidade deve também estar voltada para a comunidade onde está inserida,
visamos promover a cidadania plena da juventude rural e seus familiares, sua autonomia,
através da busca da sustentabilidade e facilidade de inserção no mercado de trabalho.
Como a informática é uma ferramenta indispensável ao trabalho, à comunicação e ao
próprio modo de vida contemporânea, o seu domínio resulta em uma inclusão social mais
ampla e igualitária. Este projeto consiste na execução de ações que visam ampliar o acesso
de jovens e adultos dos assentamentos rurais do brejo paraibano ao mundo digital através
de um instrumento poderoso para a construção da inteligência coletiva.
Palavras-chave: Inclusão Digital, Juventude Rural, Educação a Distância.
INTRODUÇÃO
Atualmente, a Informática é exigida em todas as áreas do conhecimento humano.
Entretanto, em nosso país, temos, de um lado, uma parcela muito pequena da população
que transita neste universo novo das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s), e
de outro, uma parcela imensa que apenas tem uma pequena noção e pouco conhecimento
sobre a nova realidade (Lima,2003). Entendemos por Inclusão Digital (ID) a possibilidade
de acesso dos cidadãos de uma sociedade às TICs, que incluem, entre outras, os
computadores e serviços de internet. A inclusão digital tem um tripé que compreende
acesso a educação, renda e TIC’s, (S.Filho, 2003). A ausência de qualquer um desses
pilares significa deixar quase 90% da população brasileira permanecendo na condição de
mera aspirante a inclusão digital. Recentemente, vemos no país diversas iniciativas para
promover a inclusão sócio-digital, evidenciando a necessidade de contribuir com os
esforços nacionais em diminuir a exclusão digital e, por consequência, a exclusão social,
onde, atentos aos novos direcionamentos para ações em extensão universitária, buscou-se
diminuir a distância entre estas duas realidades, colocando a Universidade como instituição
atuante no cenário da inclusão sociodigital. Neste contexto, o projeto “Juventude e
Inclusão Digital nos Assentamentos de Areia-PB” implantou cursos e oficinas como forma
de promover a inclusão social dos jovens e agricultores no brejo paraibano, buscando
qualificar a produção no campo e a força da juventude para, de forma prática e sistemática,
fomentar a ampliação da qualidade de vida nos assentamentos do distrito Santa Maria no
município de Areia.
Tendo como foco a educação como parceiro na inclusão social, uma ferramenta que
deve ser utilizada para implementá-la reside nos recursos de Educação à Distância (EAD).
EAD é uma modalidade de educação mediada por tecnologias e recursos didáticos,
sistematicamente organizados, em que alunos e professores estão separados espacial e/ou
temporalmente, ou seja, não estão fisicamente presentes em um ambiente presencial de
ensino-aprendizagem (Behar, 2009). Com recursos do projeto, Chamada Pública 01/2011
do Ministério das Comunicações/SID, foi instalado um Laboratório de Informática Usina
do Saber na Escola José Lins Sobrinho, na zona rural do Município de Areia-PB. Foi
utilizada, como ferramenta didática, o ambiente de aprendizagem virtual Moodle, um
software de código aberto, livre e gratuito, para os cursos de inclusão digital ministrados a
comunidade rural.
Diante do exposto, a criação de projetos como este, com referência específica aos
jovens rurais, prospectam um marco institucional diferenciado no âmbito da utilização de
recursos educacionais inovadores e de oportunizar ferramentas e novas formas de
promoção de autonomia, sustentabilidade e enfrentamento do mercado de trabalho.
METODOLOGIA
Foram ofertadas e ministradas oficinas de Tecnologia da Informação (TI) no
período de abril de 2012 a dezembro de 2013, que atenderam aos mais diversos públicos,
perfazendo cerca de mais 200 pessoas entre 11 a 20 anos, mais notadamente jovens que
necessitam ingressar no mercado de trabalho. Os cursos de TI foram ministrados por um
tutor com disponibilidade de 20 horas/semanais. As aulas foram construídas utilizando o
Moodle. Trata-se de um ambiente virtual de aprendizagem, desenvolvido sob a ótica do
construtivismo social, a qual defende a construção de ideias e conhecimentos em grupos
sociais de forma colaborativa. Com o uso do Moodle, o aluno passa a ser responsável pela
aquisição de seu conhecimento, desenvolvendo autonomia, perseverança, domínio de
leitura e interpretação, ou seja, formando-se autodidata, uma vez que o alunos segue seu
ritmo de aprendizagem pessoal e cabível aos horários mais compatíveis (RAMAL, 2005).
As aulas foram ministradas na Escola José Lins Sobrinho, localizada nos
assentamentos do distrito Santa Maria-Areia/PB, no Laboratório de Informática Usina do
Saber, instalado com recursos do projeto, contendo computadores com conexão de
internet, um projetor multimídia, impressora e notebook, que foram utilizados como
recursos didáticos. As atividades exercidas pelo Tutor incluem aulas teóricas e práticas,
esclarecimento de dúvidas relacionadas ao conteúdo visto em aula e demais assistências
educacionais. Além disto, o tutor é responsável pela instalação de programas
computacionais, sempre que necessário para um melhor aprendizado ou contribuição para
o aperfeiçoamento profissional da comunidade do distrito da Usina Santa Maria.
As oficinas tiveram duração média de 2 meses, carga horária de 40 horas e turmas
com 20 vagas. As aulas consistiram de atividades teóricas e práticas, utilizando-se de
materiais didáticos como: projetor multimídia, quadro-branco e pincel, listas de exercícios
práticos, confeccionadas com o conteúdo aplicado em sala de aula virtual. Para ter acesso
às salas de aula virtuais, os alunos são cadastrados no sistema Moodle, recebendo, cada
um, seu login e senha.
O conteúdo da oficina de TI foi dividido, no ambiente Moodle, em 7 semanas,
como detalhado na Tabela 1.
Tabela 1. Conteúdo Programático da oficina de TI.
Programação
das Semanas
1
Carga
Horária
3h
2
3h
3
10 h
4
8h
Conteúdo
História da Computação, Componentes e utilização do Computador.
Noções Básicas á Digitação, Cuidados com a saúde. Conhecendo as
partes e componentes do Computador.
Modulo 2 do Curso de Digitação (programa), Introdução ao Windows.
Trabalhando com Ícones e Janelas,. Windows Explorer, Arquivos e
aplicativos.
5
10
Editor de Textos. Edição e formatação de Documentos.
6
3h
Tabelas e demais artes textuais.
7
Total
3h
40 h
WordArt
O processo de avaliação das oficinas de TI consistiu em exercícios práticos, ao
término de cada módulo, para analisar o aprendizado e para o conhecimento do perfil do
aluno. Ao final de cada oficina, foram aplicados questionários para a análise estatística do
projeto, bem como para avaliar o desempenho da oficina e tutores.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para cada oficina, que, no total, atendeu mais de 300 jovens da zona rural,
inicialmente, foram distribuídos um questionário buscando levantar dados e informações
sobre o nível e demanda de conhecimento dos alunos. Após isto, foram feitas análises dos
resultados e gerados gráficos representativos das características do público-alvo atendido.
Teve-se a preocupação em verificar as dificuldades das turmas no manuseio com o
computador, devido o alto percentual de pessoas que nunca tiveram contato com esta
ferramenta e, até mesmo, à internet. Foi discutida, com cada participante, a importância da
Informática para os assentados e suas expectativas em relação ao projeto.
Abaixo, são mostrados os resultados e análise dos levantamentos de dados obtidos
com os alunos de TI. O Gráfico 1 mostra que a maioria (72%) dos participantes da oficina,
mesmo ainda sem acesso a internet ou outra ferramenta de TI, achou a metodologia de
ensino da oficina fácil de ser assimilada. Isto nos leva a concluir que essa ferramenta de
ensino a distancia se torna eficaz desde que bem elaborada, e layout de fácil entendimento.
Gráfico 1: Facilidade ao realizar a oficina
O Gráfico 2 mostra que, dentre as
pessoas que concluíram a oficina, a grande
maioria
valorizou
seu
conteúdo,
considerando-o importante para o futuro, bem
como suas aplicações no dia-a-dia. Apenas
(6%) não tinha perspectiva de utilizar seu
Gráfico 2: Aplicações do Conteúdo da oficina no
cotidiano dos alunos.
conteúdo no futuro.
O Gráfico 3 mostra que 89% dos alunos
avaliaram que a oficina de TI atenderam
plenamente
suas
expectativas
no
aprendizado do computador.
Gráfico 3: Expectativa da Oficina TI.
Dentre os alunos que concluíram a oficina, 100% disseram que recomendariam o
curso para seus amigos e familiares.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se dizer que, dede o período de implantação do projeto, verificaram-se as
mudanças que o uso da internet e dos recursos de TIC’s puderam proporcionar à
comunidade do Distrito Santa Maria, zona rural do município de Areia-PB. Além de
possibilitar mais uma ferramenta para inserção no mercado de trabalho e de sustentação
pessoal, houve uma significativa contribuição para a melhoria da autoestima dos
participantes e na clara intenção de maior exercício de suas cidadanias. Com o término das
oficinas, foi observada a satisfação no rosto de cada um dos participantes na aquisição de
subsídios para enfrentarem as diversas dificuldades do cotidiano do mercado de trabalho.
Eles se familiarizaram com o uso do computador e adquiriram o hábito de uso desta
ferramenta, estando aptos a prosseguir com o aprendizado. Os participantes não só
desenvolveram uma consciência sobre a importância das novas tecnologias de informação,
mas também estão fazendo uso do que aprenderam.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEHAR , Patrícia A. e colaboradores. Modelos pedagógicos em educação a distância.
Porto Alegre: Artmed, 2009.
LIMA, Paulo e SELAIMEN, Graciela B.; Desafios para a inclusão digital no terceiro
setor em Software Livre e Inclusão Digital. Sérgio Silveira e João Cassino (org.), Ed.
Conrad, 2003.
RAMAL, A., Por que o e-learning vem crescendo tanto? UNICAMP. Disponível em:
<http://www.extecamp.unicamp.br/materia34.asp>. Acessado em Maio de 2013 (2005).
S. FILHO, ANTONIO M. Os três pilares da inclusão digital. Revista Espaço Acadêmico.
Ano 3. No 24. Maio/2003.
CRIAÇÃO DE VÍDEOS EDUCATIVOS FOCANDO BELEZAS E DIFICULDADES
DA CIDADE DE VIÇOSA/RN
Área temática: Comunicação
Responsável pelo trabalho: Marlécio Maknamara
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Autores: SOUZA1, Amanda C. Dantas; GOMES2, Janaina; MAKNAMARA3, Marlécio.
Resumo:
Diante de uma sociedade contemporânea que se comunica, produz informação e
conhecimento em grande escala, surge anecessidade de uma educação capaz de favorecer
um ensino que agregue novas tecnologias motivando os alunos. Trabalhamos com um
publico de adolescentes, que puderam observar com um olhar crítico a cidade onde vivem
e retratar o que lhes chamava mais atenção, focando sempre em algo que eles achavam ser
“bonito” e alguma dificuldade da cidade que eles gostariam que fosse melhorada.
Demonstramos aos alunos conceitos técnicos para a criação de vídeos no computador com
programa MovieMaker, assim como também formar de criação de roteiros e de
compreender a importância de inserir a educação na mídia. Concluindo, os vídeos foram
apresentados para toda a população da cidade, dando uma maior importância ao que os
alunos tinham produzido.
Palavras-chave: Extensão e Comunicação Visual; Educação; Interatividade.
Introdução
A cidade de Viçosa, localizada na região oeste do estado potiguar, apresenta como
característica principal seu tamanho e população, com pouco mais de 1.600 habitantes
1
Licencianda em Ciências Biológicas/UFRN. E-mail: [email protected].
Licencianda em Química/UFRN. E-mail: [email protected].
3
Prof. Adjunto do Centro de Educação/UFRN. E-mail: [email protected].
2
1
(BRASIL, 2010). É uma cidade situada às margens do Rio Forquilha, com belas praças e
bem arborizada. Levando em conta suas belezas, foi proposta uma oficina, com o objetivo
de focar os charmes e também algumas dificuldades na visão da sua própria população.
A criação de vídeos para essa finalidade foi pautada na visão que os habitantes
teriam da sua própria cidade e com o intuito de ensinar como desenvolver, organizar e
preparar esses vídeos.
A importância de se levar a comunicação visual para a população de Viçosa é
construir junto aos participantes da oficina um conhecimento mais independente, um modo
menos formal de se trabalhar com sons, imagens e principalmente com a linguagem
própria, possibilitando também um contato maior com recursos digitais. Segundo Basso e
Amaral (200, p. 62), “a imagem desperta emoção e promove reações, impactando o
observador” podendo assim, transpassar ao público o que cada participante vê e pensa
sobre sua própria cidade.
Material e Metodologia
A ação se deu em forma de oficina, onde primeiramente foram explicados para os
alunosconceitos sobre principais pontos de como se fazer um vídeo envolvendo todas as
suas etapas.Em seguida foram demonstradasas principais ferramentas do programa
MovieMaker, um software de edição de vídeos. Depois dessa etapa, os alunos foram
divididos em grupos para a produção de roteiros em torno da temática: “Como você vê sua
cidade?”. Eles tiveram uma semana para a produção, que podia conter, além dos vídeos
gravados, fotos e outros tipos de registros. Durante a semana de produção, um plantão de
dúvidas foi montado para auxilia-los na montagem dos vídeos.
Ao final, em um evento organizado pelo Projeto Trilhas Potiguares em Viçosa-RN,
os vídeos criados durante a semana foram exibidos para toda a população da cidade,
inclusive autoridades como o prefeito.
Resultados e Discussões
Os resultados dos vídeos produzidos pelos alunos foram excelentes. Os
participantes puderam aprender a como manusear de forma correta uma câmera e que os
vídeos podem ser feitos a partir de qualquer equipamento eletrônico que possibilite tal
desempenho.
2
Ao final da oficina, distribuímos aos participantes um questionário onde eles
puderam avaliar o trabalho realizado. Como pode ser visto no gráfico a seguir, os
participantes tiveram que marcar alternativas de áreas que eles compreendiam ser
contempladas pela oficina.
Áreas contempladas pela oficina
35
30
25
20
15
10
5
0
Quantidade muito elevada de benefícios
Quantidade elevada de benefícios
Pequena Quantidade ou nenhum benefícios
Não sabe availiar ou não se aplica
Fig 1: Gráfico com distribuição de áreas atendidas pela oficina, segundo seus participantes.
Podemos notar que a grande maioria dos participantes entendia que a oficina atingia
altos picos de benefícios e que o principal deles seria a melhoria no ensino e
conhecimentos novos, seguidos de proteção ao meio ambiente e cultura. A maioria dos
vídeos criados abordava o meio ambiente e as belezas da cidade, evidenciando assim a
satisfação e a vontade de preservar a natureza do local que moram. O gráfico a seguir
mostra que os participantes da oficina aproveitaram todos os recursos e conhecimentos que
o curso pode oferecer.
3
Benefícios Para os Alunos
11%
3%
Quantidade muito elevada de
benefícios
Quantidade elevada de
benefícios
86%
Pequena Quantidade ou
nenhum benefícios
Fig. 2: Gráfico de percepção de benefícios oferecidos pela oficina, segundo seus
participantes.
Conclusão
Ao término da ação os alunos puderam então ter uma maior autonomia da produção
significativa de seus próprios materiais de multimídia. Puderam também ter um contato
maior com a área de multimídia e que não é tão simples produzir um vídeo, precisando
primeiro criar um roteiro e saber o que filmar. A atividade realizada não é uma rotina em
sala de aula, foi algo diferente e assim despertando a curiosidade. De acordo com o gráfico
86% dos alunos responderam que foi muito benéfico para sua vida, levando em conta que a
maioria não sabia mexer no programa.
4
Fig. 3: Alunos aprendendo como criar um vídeo no programa MovieMaker.
Fig. 4: Alunos participantes da ação.
Referências
BASSO, Ilda; AMARAL, Sergio Ferreira do Amaral. Competências e habilidades no uso
da linguagem audiovisual interativa sob enfoque educacional. Educação Temática
Digital, Campinas, v.8, n.1, p. 51-72, 2006.
BRASIL,
IBGE.
Área
territorial
oficial.
2010.
Disponível
em:
<http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/default_territ_area.shtm>. Acesso
em: 27 fev.2014.
5
A EXPERIÊNCIA DA TERTÚLIA COMO ESTRATÉGIA DE GESTÃO DA
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA FURB
Instituição: Universidade Regional de Blumenau (FURB)
Nome dos Autores: Marilda Angioni; Jaqueline Silva
Resumo
Tem sido recorrente o reconhecimento do baixo relacionamento entre os projetos de
extensão vigentes na Universidade Regional de Blumenau (FURB). Visando enfrentar esta
questão, promoveram-se tertúlias, que objetivam, dentre outros, propiciar a troca, a
identificação e o compartilhamento de metodologias ou instrumentos entre os
participantes. Este trabalho tem por objetivo discutir brevemente sobre a pertinência da
tertúlia como mecanismo de relacionamento/comunicação entre os projetos de extensão.
Para tanto, será considerada a opinião dos participantes nas tertúlias realizadas em 2013,
apurada a partir de um formulário de avaliação composto por três perguntas: Você
esperava algo com essa tertúlia? A tertúlia atendeu o que você esperava? Você está
satisfeito(a) com a tertúlia? O formulário foi respondido por 55,5% dos 121 participantes
das tertúlias. Dos respondentes, 91% tinham expectativas relacionadas a “conhecer os
projetos de extensão da FURB” e a “trocar experiências”; 94% dos respondentes tiveram a
sua expectativa atendida e 81% estão satisfeitos com a tertúlia pela possibilidade de
conhecimento e de compartilhamento do trabalho extensionista realizado. Concluímos que
os objetivos enunciados para as tertúlias foram alcançados e que essa metodologia constitui
ferramenta eficaz para favorecer o relacionamento entre os projetos.
Palavras-chave: Tertúlia, gestão da extensão, comunicação.
Introdução
Este trabalho visa comunicar atividade gerencial promovida pela Divisão de Apoio
à Extensão, vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura da
FURB - Universidade Regional de Blumenau, instituição pública municipal.
A extensão é coordenada pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e
Cultura e foi regulamentada como política institucional em 2004. Desde então, editais de
apoio à extensão tem sido publicados, visando oportunizar iguais condições de acesso a
recursos – inclusive horas-atividade - e favorecer o gerenciamento da extensão pela PróReitoria. Nesses dez anos, houve uma média de 22 programas e 27 projetos de caráter
contínuo, submetidos a edital de fomento, em funcionamento. Tem sido recorrente o
reconhecimento do baixo relacionamento/interação entre os projetos de extensão vigentes
na Universidade Regional de Blumenau (FURB), o que pode ser explicado, de um lado,
pelo regime de trabalho docente (horista), como pela baixa oferta de oportunidades para a
interlocução entre os extensionistas. As atividades promovidas pela gestão da extensão
nessa direção são elogiadas pelos extensionistas, que destacam a necessidade de encontros
e trocas entre os projetos de extensão vigentes. Contudo, a capacidade de promoção de
espaços de interação tem sido limitada por parte da Divisão de Apoio à Extensão (DAEX).
A sobrecarga de trabalhos administrativo-burocráticos, somada à equipe da extensão
reduzida a duas pessoas no contexto em que se desenvolveu a atividade a seguir relatada,
tanto limitou as ações relativas ao acompanhamento dos projetos, como a promoção de
atividades institucionais de interação entre os extensionistas, o que entendemos que é papel
da gestão da extensão universitária.
Nesse sentido, visando aproveitar o evento institucional de divulgação de pesquisa,
extensão e ensino promovido anualmente pela universidade – a Mostra Integrada de
Ensino, Pesquisa e Extensão (MIPE), promoveram-se, no seu âmbito, as tertúlias,
especificamente para os projetos de extensão. A tertúlia caracteriza-se por ser uma reunião
de pessoas interessadas em um mesmo tema para debate, informação e compartilhamento
de opiniões. De acordo com orientação do 5º CBEU (Congresso Brasileiro de Extensão
Universitária) “uma tertúlia de bom nível pode ser um excelente instrumento educativo, já
que os conhecimentos mais importantes que podem ser construídos neste encontro são o
senso crítico e a tolerância pelas ideias alheias. Além disto, as tertúlias podem fomentar a
amizade, as relações sociais e enriquecer a cultura dos envolvidos”. Assim, este trabalho
visa discutir brevemente sobre a pertinência da tertúlia como mecanismo de comunicação
entre os projetos de extensão. Para tanto, será considerada a opinião dos participantes nas
tertúlias realizadas em 2013, apurada a partir de um formulário de avaliação composto por
três perguntas: “Você esperava algo com essa tertúlia”? “A tertúlia atendeu o que você
esperava”? “Você está satisfeito(a) com a tertúlia”?
Material e Metodologia
A tertúlia foi realizada no âmbito da MIPE, evento institucional de divulgação de
pesquisa, extensão e ensino promovido anualmente pela universidade, que ocorreu no mês
de setembro de 2013.
Os objetivos das tertúlias foram: a) propiciar troca, identificação, compartilhamento
de metodologias ou instrumentos entre os participantes; b) identificar a existência de
pontos comuns nos projetos da sessão; c) identificar a possibilidade de construir novas
alternativas de trabalho, validar/estender metodologias e estabelecer consensos; e d)
identificar como se dá o relacionamento dos projetos com a sociedade e com a pesquisa e a
extensão.
A participação na tertúlia se dá por mérito, mediante a seleção dos resumos
submetidos ao evento.
No pré-evento, são selecionados os resumos de extensão que apresentam maior
consistência metodológica e de resultados. Em seguida, esses são agrupados ou por área
temática, ou por eixo orientador, ou por tema transversal comum. Em 2013, foram
formadas cinco sessões de tertúlia, a saber: 1) Direitos da Criança e Adolescente; 2)
Indissociabilidade ensino - pesquisa – extensão; 3) Metodologias da Extensão; 4) Meio
Ambiente e Cidadania; e 5) Formação Profissional. Os resumos, assim classificados, são
agrupados até o máximo de oito (8) trabalhos por sessão. Na sequência, os autores de
resumos, comumente o bolsista de extensão – e respectivas equipes do projeto – são
informados, mediante publicação no sítio da MIPE, da seleção de seus trabalhos.
A participação na tertúlia é aberta a docentes, discentes e à comunidade em geral.
As sessões têm duração de duas horas e trinta minutos e cada trabalho dispõe de 20 a 30
minutos para a exposição, oral ou com o uso de recursos audiovisuais.
O funcionamento da tertúlia foi composto por duas fases: apresentação e debate,
com questionamento e réplica entre os participantes. A ordem de apresentação e o modo de
apresentação foram definidos no início da sessão dentre os participantes.
Coordenaram e mediaram as tertúlias os integrantes da Comissão de Avaliação de
Projetos de Extensão (CAPEX) da FURB, com o apoio de monitores. A mediação foi
subsidiada por roteiros próprios, vinculados aos objetivos das tertúlias. Os mediadores e
monitores elaboraram relatórios das sessões, os quais foram socializados e discutidos pela
CAPEX e DAEX.
Ao término de cada tertúlia, os participantes foram convidados a avaliar a sessão
por meio de um formulário de avaliação, não identificado, composto por três perguntas:
“Você esperava algo com essa tertúlia”? “A tertúlia atendeu o que você esperava”? “Você
está satisfeito(a) com a tertúlia”?
No próximo item, serão expostos e discutidos os resultados da avaliação das
tertúlias pelos participantes.
Resultados e Discussões
Em 2013, participaram das tertúlias 121 (cento e vinte e uma) pessoas, das quais
55,4% avaliaram as sessões, conforme o quadro nº 01:
Quadro nº 01 - Número de participantes e de avaliações por Tertúlia – 2013:
Tertúlia
Nº de participantes Nº de avaliações
10
Direitos da Criança e do Adolescente
33
08
Indissociabilidade ensino - pesquisa - extensão
14
18
Metodologias da Extensão
21
06
Meio Ambiente e Cidadania
26
25
Formação Profissional
27
67
Total
121
O quadro nº 02 demonstra a avaliação dos participantes por sessão de tertúlia:
Tertúlia
Você esperava algo com
essa tertúlia?
Em
Sim
Não
Parte
A tertúlia atendeu o que
você esperava?
Em
Sim
Não
Parte
Você está satisfeito(a) com
a tertúlia?
Em
Sim
Não
Parte
Direitos da Criança e do
Adolescente
8
2
0
10
0
0
8
0
1
Indissociabilidade ensino
- pesquisa - extensão
7
1
0
8
0
0
7
0
1
18
0
0
18
0
0
16
0
0
6
0
0
4
1
0
5
0
1
Formação Profissional
22
3
0
23
1
0
18
2
4
Total de respostas
61
6
0
63
2
0
54
2
7
Metodologias da
Extensão
Meio Ambiente e
Cidadania
Houve não respostas (duas) para a segunda questão e quatro (4) para a terceira; do
mesmo modo, não houve comentários para a segunda questão.
91% dos respondentes (61) esperavam algo da tertúlia. Em relação à expectativa,
destaca-se a ideia central “conhecer os projetos de extensão da FURB” e trocar
experiências, conforme os depoimentos seguintes:
“Aprender mais sobre os projetos de extensão da FURB”.
“Conhecer os projetos desenvolvidos na Universidade que articulam ensino –
pesquisa e extensão.”
“Trocar ideias com outros grupos de extensão e ter uma noção do que vem
sendo trabalhado.”
“(...) discutir experiências que possam contribuir no projeto que atuo”.
As expectativas não satisfeitas, de acordo com os depoimentos colhidos, se
relacionam aos limites da comunicação dos trabalhos, atribuídos à falta ou ao excesso de
síntese, como também ao uso de termos técnicos não elucidados no debate.
94% dos respondentes (63) revelaram que a tertúlia atendeu à sua expectativa.
Porém, este número se reduz a 81% dos respondentes (54) satisfeitos com a tertúlia:
“Fiquei satisfeita porque acredito que foram agrupados diferentes trabalhos com
abordagens diferentes.”
“(...) a parte do debate/conversação é muito rica de informações, onde
conseguimos trocar bastante conteúdo de várias áreas”.
“Estamos satisfeitos, porque os trabalhos apresentados mostraram os resultados à
comunidade e o conhecimento ao acadêmico”.
“Esse momento de compartilhamento experiências nos inspira a querer fazer
mais e melhor!”.
Compreende-se que o problema identificado – o baixo relacionamento entre os
projetos de extensão – é enfrentado na tertúlia, na medida em que esta favorece o contato e
a conversação entre distintos projetos e, sobretudo, democratiza o conhecimento.
A insatisfação registrada nas avaliações diz respeito à organização e à condução de
sessões de tertúlia, o que permitirá superar os limites destacados para a próxima edição do
evento.
Conclusão
O enfoque deste trabalho permite concluir que os objetivos das tertúlias foram
alcançados. Em face dos resultados da avaliação, concluímos que a tertúlia constitui
ferramenta eficiente para favorecer o relacionamento entre os projetos, numa perspectiva
de “interação dialógica” (FORPROEX, 2012) intrauniversitária.
Referências
5º CBEU. Orientação sobre tertúlia. E-mail.
FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO
SUPERIOR PÚBLICAS BRASILEIRAS. Política Nacional de Extensão Universitária.
Manaus: Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições de Educação Superior
Públicas Brasileiras, 2012. Disponível em: http://www.renex.org.br/documentos/2012-0713-Politica-Nacional-de-Extensao.pdf. Acesso em: 13 set. 2012.
REDESCOBRINDO O ACERVO DO MUSEU THÉO BRANDÃO
Eliane Monteiro Carneiro1
Resumo
Iniciado em janeiro, o programa inclui o projeto de “recuperação e digitalização de parte
dos acervos fotográficos, sonoros e documental” com o objetivo de recuperação,
disponibilização para pesquisa destes acervos presentes no Museu Théo Brandão de
Antropologia e Folclore para tornarem-se disponíveis ao público. O programa
contemplou um grupo de pesquisas bibliográficas e mapeamento da ocorrência atual dos
folguedos em Alagoas. O trabalho propõe a recuperação e conservação das fotografias
encontradas em estado de má conservação nos arquivos do Museu Théo Brandão. O
projeto de higienização fotográfica é de grande importância para a comunidade
acadêmica e para o povo alagoano, pois propõe manter viva através da fotografia
existência de muitos folguedos.
Palavras-chave: Conservação- Fotografia – Folguedos
Abstract
Started in January, the program includes the design of "recovery and scanning of the
photographic, sound and documentary collections" for the purpose of recovery, these
collections available for research in the present Théo Brandão Museum of
Anthropology and Folklore to become available to public. The program included a
group of library research and mapping the current occurrence of mirth in Alagoas. The
paper proposes the recovery and conservation of photographs found in a state of
disrepair in the archives of Théo Brandão Museum. The project Photographic hygiene is
of great importance to the academic community and the Alagoas people, because it
proposes to keep alive through the existence of many photography mirth.
Keywords : Conservation-Photography - merriment.
1
Graduanda em Ciências Sociais bacharelado pela Universidade Federal de Alagoas.
Introdução
O presente trabalho pretende apresentar as ações desenvolvidas no acervo
fotográfico do Museu Théo Brandão no âmbito do programa “Folguedos populares em
Alagoas: recuperação, disponibilização e pesquisa no acervo sonoro, fotográfico e
documental do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore”, no ano de 2012. O
Museu Théo Brandão tem um acervo com mais de 3.400 fotografias, como negativos,
slides, mas na sua maioria são fotografias em papel, sendo em cor e também em gelatina
prata. As imagens se encontravam em mau estado de conservação pela falta de
acondicionamento apropriado e também pela localização geográfica do museu Théo
Brandão, que se encontra a beira mar, desfavorecendo assim a conservação de todo o
acervo, que sofre com os efeitos da maresia. Ao entrar em contato com o acervo a
equipe se viu diante de materiais fotográficos em avançado estado de deterioração com
problemas como, sujidades, manchas, espelhamento de prata, amarelecimento,
inscrições a tinta, delaminação, dentre outros processos de deterioração.
Muitos destes problemas foram causados pela manipulação inadequada como,
por exemplo, fazer inscrições a tinta no verso, outros foram causados pelo mau
acondicionamento no próprio museu.
Metodologia
Para a realização deste trabalho, foram realizados grupos de estudos com base na
leitura de textos diversos no campo do folclore, da fotografia, da conservação
fotográfica, e da pesquisa com imagens fotográficas. As leituras foram essenciais para o
desenvolvimento prático da pesquisa, servindo como alicerce para um conhecimento
mais profundo sobre o material fotográfico do Museu Théo Brandão.
O caderno 6 organizado pela FUNARTE, “Diagnóstico de conservação em
Coleções Fotográficas”, apresenta o universo dos trabalhos técnicos a serem realizados
em diferentes tipos de fotografias e seus suportes. Desde como organizar a guarda do
acervo até como fazer o material para seu diagnóstico. A leitura do artigo “A coleção
fotográfica de Marcel Gautherot”, escrito pela antropóloga Lygia Segala (2005), foi
essencial para percebemos como a pesquisa com imagens é feita dentro da academia.
Com foco no trabalho realizado pelo francês Marcel Gautherot, pelo território brasileiro,
entre as décadas de 1940 e 1960, fica claro como o trabalho com coleções fotográficas é
um campo rico a ser investigado. Por isso que a guarda e preservação de fotografias é
importante dentro dos arquivos públicos e privados.
Durante os anos de 2011 e 2012, realizamos a higienização mecânica de grande
parte do acervo, com o uso de materiais como bulbo soprador, pincel macio, lenço não
abrasivo e pó de borracha. Para cada fotografia, ou conjunto de fotografias com
características semelhantes, foi preenchida uma ficha de diagnóstico do estado de
conservação das imagens. Para cada fotografia foi atribuída uma numeração de modo a
iniciar um inventário do acervo.
Resultados
A equipe foi formada em março de 2011 onde foi iniciada a contagem e a
verificação de todo o estado do acervo. Em janeiro de 2012, com a aprovação do
programa, o projeto angariou fundos para a manipulação, higienização e
acondicionamento dos acervos fotográficos, documental e sonoro e nesse momento
houve também a chegada de novos bolsistas e alunos colaboradores. Durante este ano
foi realizada a higienização de mais de 2718 fotografias de um total de 3400 o restante
do material são negativos e slides que serão higienizados em outra etapa do programa.
As fotografias do acervo do museu Théo Brandão que se encontravam amontoadas em
caixas de papelão e em local não apropriado, hoje estão acondicionadas em envelopes
alcalino, organizadas em caixas de polionda, contendo cada uma sua ficha de
diagnostico com número de identificação da foto e número da ficha que se encontra em
um arquivo em sala apropriada no Museu Théo Brandão.
Conclusão
Nesse programa descobrimos a importância do acervo de Théo Brandão, nele
encontramos raridades como a fotografia do grupo de Quilombo da Rua Santa Rita de
1945 a foto foi tirada pelo próprio Théo Brandão, hoje essa fotografia além de estar bem
acondicionada no acervo do museu, faz parte do calendário da Universidade. Também
podemos encontrar fotos de Cavalhadas, Pastoril, Baianas, Guerreiros, Cheganças e
Reisados, dentre outros folguedos, os quais constituem uma importante memória da
cultura popular alagoana. Théo Brandão documentou todo seu trabalho e é dever do
Museu que tem por natureza a finalidade de resguardar o passado manter esse acervo
vivo para que possa ser pesquisado por gerações futuras.
Referencias
ROCHA, Tenório. Folguedos e Danças de Alagoas, p. 24, 1990.
MOSCIARO, Clara. Diagnóstico de conservação em Coleções Fotográficas.
Disponível
em:
http://www.funarte.gov.br/preservacaofotografica/wp-
content/uploads/2010/11/cad6_port.pdf. Acesso em 18-02-2013.
SEGALA, Lygia. A coleção fotográfica de Marcel Gautherot. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v13n2/a04v13n2.pdf. Acesso em 18-03-2013.
REVISTA ORBIS LATINA: O CONHECIMENTO PARA ALÉM DAS
FRONTEIRAS
Área temática: Comunicação
Rogério dos Santos Corrêa
Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
Autores: Gilson Batista de Oliveira1; Rogério dos Santos Corrêa2
Resumo
Este projeto visa trabalhar especificamente o escopo da Revista Orbis Latina, uma
publicação científica interdisciplinar do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em
Racionalidades, Desenvolvimento e Fronteiras (GIRA) da Universidade Federal da
Integração Latino-Americana (UNILA). A proposta da Revista é dar maior visibilidade
aos resultados das pesquisas do grupo; difundir os trabalhos de outros grupos e
pesquisadores através da publicação online em três idiomas distintos – português,
espanhol e, futuramente, inglês – a publicação desses resultados seguiram e seguirão as
linhas temáticas: 1) Desenvolvimento, racionalidades e autonomia; 2) Valoração
ambiental, indicadores e medidas e; 3) Desenvolvimento Rural e Urbano. Trata-se de uma
proposta de ação no website e no formato de divulgação do periódico, que já é, desde 2011,
classificado no Sistema Qualis/CAPES em diversas áreas de avaliação.
Palavras-chave: Revista Orbis Latina. Comunicação. Periódicos Científicos.
Introdução
Um dos maiores desafios de um pesquisador é publicar os resultados do seu trabalho, de sua
pesquisa. A Revista Orbis Latina é um meio de comunicação, um canal que liga academia e
sociedade, pois possibilita a publicação dos resultados das pesquisas desenvolvidas em
universidades, centros de pesquisas, laboratórios e institutos localizados nos mais diversos
cantos da América Latina e do mundo. É uma publicação organizada pelo GIRA.
1
Doutor em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Federal do Paraná - UFPR. Professor Adjunto II,
em regime integral com dedicação exclusiva, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana
(UNILA). Membro do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Racionalidades, Desenvolvimento e Fronteiras
(GIRA) da UNILA e do Grupo de Pesquisa em Gestão Pública e Desenvolvimento da UTFPR - Universidade
Tecnológica Federal do Paraná. Editor da Revista Orbis Latina, publicação científica online.
2
Estudante de Economia da UNILA e bolsista do Projeto Revista Orbis Latina: Divulgação e Reestruturação
do Web Site da Revista e Voluntário no Programa Incubadora Internacional de Empreendimentos
Econômicos Solidários da UNILA.
1
O GIRA, composto atualmente por cinco pesquisadores de diversas áreas do conhecimento,
é um grupo de pesquisa da Universidade Federal da Integração Latino-Americana,
devidamente cadastrado no CNPq, que se propõe a trabalhar a interdisciplinaridade em suas
temáticas principais, bem como busca convergências na construção de modelos de
desenvolvimento referenciados regionalmente e abertos a racionalidades não mercantis, que
visem recuperar a autonomia e a soberania sobre os recursos naturais e humanos da região
latino-americana e construídos sobre uma base de cooperação e complementaridades. A
Revista Orbis Latina registrada sob o domínio (https://sites.google.com/site/orbislatina/)
busca publicar trabalhos dentro das seguintes linhas de pesquisa do GIRA:
Desenvolvimento, racionalidades e autonomia
Procura dar conta de problemáticas classicamente abordadas pelas teorias do
desenvolvimento: a noção padrão/modelo, as dotações de fatores de produção e sua
influência sobre o potencial econômico e transferência tecnológica;
Valoração ambiental, indicadores e medidas
Propõe uma abordagem além do mercado e surge tanto da necessidade atual de se mensurar
os resultados da atividade econômica, como os custos (inclusive os normalmente associados
as “externalidades” sociais e ambientais) de sua execução; de forma que se contemplem
outros critérios que não apenas os econômicos convencionais (rentabilidade monetária
imediata);
Desenvolvimento Rural e Urbano
Busca respaldo nas bases teóricas da análise regional, visando estudar as transformações
ocorridas nos ambientes rural e urbano dos países latino-americanos, com objetivo de
auxiliar a formulação de estratégias de planejamento e desenvolvimento regional.
Embora a Revista Orbis Latina siga essas três linhas temáticas, em suas publicações, traz ao
público resenhas e diversas contribuições culturais que potencializam a disseminação do
conhecimento de colaboradores (pesquisadores, poetas, artistas e escritores) de qualquer
parte do mundo.
Seus objetivos gerais consistem melhoria e ampliação do escopo da Revista Orbis Latina e,
seus objetivos específicos se centram na ampliação e divulgação, internacionalização e na
reestruturação do website, já existente, da Revista. Sua melhoria está diretamente ligada ao
poder que a internet têm como fonte difusora de informações através da grande rede mundial
de computadores, pois o público alvo é diverso e amplo. Por se tratar de uma publicação
online de um periódico interdisciplinar, a Revista atinge acadêmicos, tanto discente quando
docentes, de diversas áreas do conhecimento, bem como funcionários de instituições
2
públicas e/ou entidades não-governamentais, gestores, políticos e a população em geral que
buscam aprimorar seus conhecimentos sob os preceitos temáticos da Revista Orbis Latina.
Material e Metodologia
Para não causar confusão entre o material e a metodologia utilizada no desenvolvimento do
projeto e à sua publicação, nos limitaremos a expor apenas a metodologia que está sendo
implementada no transcurso do Projeto de Extensão. O Projeto se baseia na reformulação do
website da Revista Orbis Latina, bem como na ampliação da divulgação da publicação. A
proposta usará o método dedutivo, partindo de aspectos gerais para chegar nas
especificidades de cada meta estipulada, sendo estas, divulgação da Revista Orbis Latina na
comunidade científica, transformação e estruturação do website em bilíngue3, melhoria do
layout atual do site da Revista e trabalhar sua estrutura para possibilitar a hospedagem virtual
no servidor da UNILA no formato do Open Journal Systems4.
Resultado e discussõesi
A Revista Orbis Latina foi ao ar em 2011, em sua primeira publicação obteve 10 artigos,
uma resenha e duas contribuições culturais. Em sua segunda publicação, em 2012, obteve 7
artigos, uma resenha e uma contribuição cultural. Na mais recente publicação, a de 2013,
obteve 10 artigos, uma resenha e uma contribuição cultural. Em dados globais, pôde ser
contabilizado cerca de 5122 (cinco mil cento e vinte e dois) Impressions através do ISSUU5.
No entanto, também apresentaremos os dados obtidos a partir do momento em que foi dado
a largada para a reestruturação do website da Revista Orbis Latina como Projeto de Extensão
da Universidade. Os dados obtidos foram os seguintes: em mais ou menos três meses de
projeto, o volume I obteve cerca de 41 visualizações no próprio site e 141 downloads e
impressões; o volume II obteve cerca de 39 visualizações e 216 downloads e impressões; o
3
Atualmente o site da Revista já está traduzido para o Espanhol, a responsabilidade desta etapa ficou a cargo
do estudante de economia e bolsista deste mesmo Projeto, Sixto Morel Bareiro, que traduziu os conteúdos do
website atual para a versão em espanhol. Seus conteúdos internos podem ser acessados de acordo com a escolha
do internauta, português ou espanhol. Já estamos trabalhando na possibilidade de colocar o site em mais um
idioma, o inglês. Deste modo, transcenderia os objetivos iniciais propostos pelo projeto.
4
Segundo o site PKP, este programa é software livre, que pode ser redistribuído e/ou modificado sob os termos
da GNU General Public License conforme publicada pela Free Software Foundation; tanto a versão 2 da
Licença,
ou
(a
seu
critério)
qualquer
versão
posterior.
–
Fonte:
http://pkp.sfu.ca/ojs/ojs_download/#sthash.9jUJUtGG.dpuf
5
Os dados obtidos são dados globais, e expressam o número de downloads e impressões através do ISSUU até
a presente data. De forma simplificada, os dados são os seguintes: 2044 impressões para o volume I; 1526
impressões para o volume II e; 1552 impressões para o volume III.
3
volume III apresentou cerca de 93 visualizações e 343 downloads e impressões. Estes
acessos contabilizaram cerca de 173 (cento e setenta e três) visualizações e 700 (sete centos)
downloads e impressões 6 . Os acessos vieram principalmente de países como Argentina,
Brasil, Estados Unidos, Peru e Portugal, o que por sua vez ratifica o papel integracionista e
de internacionalização do conhecimento.
Além desses dados obtidos, nesses três meses do transcurso do Projeto, conseguimos
implementar o site em dois idiomas, melhorar a estrutura do site atual e iniciar o processo
de divulgação para a comunidade científica, convidando as principais Instituições de Ensino
Superior da América Latina a submeterem seus trabalhos e pesquisas à Revista Orbis Latina.
Conclusão
A pesquisa desafia o pesquisador, e seu resultado o desafia. Uma pesquisa não publicada é
um esforço não reconhecido. A Revista Orbis Latina nasceu no cerne do Pesquisa
Interdisciplinar em Racionalidades, Desenvolvimento e Fronteiras (GIRA), em novembro
de 2011, e já figura entre os periódicos científicos avaliados na plataforma Qualis/Capes. O
principal objetivo desse periódico é dar publicidade aos resultados das pesquisas do grupo e
de difundir os trabalhos de outros grupos e pesquisadores.
Segundo o GIRA, o padrão de desenvolvimento em si deve estar sujeito à intervenção de
diferentes racionalidades (independente de tal hipótese ser ou não contemplada nas
elaborações teóricas mais usuais sobre o desenvolvimento), propiciando assim, uma
compreensão mais global da realidade focando, na medida do possível, processo histórico e
teórico da América Latina. Tal perspectiva está efetivada mais especificamente nas linhas de
pesquisa do grupo que norteiam as publicações da Revista Orbis Latina. Deste modo, os
resultados obtidos até aqui, tem sidos satisfatórios, pois estão de acordo com as metas
propostas para a execução do projeto, que sem embargo, contribui e contribuirá ainda mais
como ator principal da disseminação do conhecimento por toda a América Latina.
Referências
BASTOS, L. et al. Manual para elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses e
dissertações. Rio de Janeiro, Zahar: 1982.
BEAUD, M. Arte da tese: como preparar e redigir uma tese de mestrado, uma
monografia ou qualquer outro trabalho universitário. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil:
6
Os dados foram obtidos após a confirmação da Revista como Projeto de Extensão da Universidade, as
visualizações são contabilizadas como leitura online no próprio site, e as impressões são contabilizadas como
o número de downloads efetuados ou impressão direta do próprio site.
4
1996.
GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro, FGV: 1986.
DOMINGUES, A. B. "Como Fazer um Site Survey em Ambientes Fechados".
Disponível em:
<http://www.projetoderedes.com.br/tutoriais/tutorial_site_survey_interno.php>. Acesso
em: 19 de setembro de 2013.
MALOFF, J. "A internet e o valor da internetização". In: Ciência da Informação,
Brasília, v. 26, n. 3, 1997. Disponível em: <http://www.ibict.br/cionline/>. Acesso em: 19
de setembro de 2013.
Revista Orbis Latina. Disponível em http://sites.google.com/site/orbislatina/. Acesso em
10, 14, 17, 18, 19 e 20 de março de 2014.
Public Knowledge Project. OJS. Disponível em http://pkp.sfu.ca/ojs/ojs_download/.
Acessado em 21 de março de 2014.
i
Contribuiu para o sucesso desses resultados, Sixto Morel Bareiro, estudante do curso de economia da
UNILA e bolsista de extensão deste mesmo projeto.
5
A SOMBRA DO PÉ DE JUÁ
ÁREA TEMÁTICA: COMUNICAÇÃO.
RESPONSÁVEL: José Carlos dos Santos
INSTITUIÇÕES: Universidade Regional do Cariri(URCA)/Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Ceará – Campus Juazeiro do Norte(IFCE)
AUTORES: DUMOULIN, Anne.
SANTOS, José Carlos dos.
E-MAIL: [email protected]
RESUMO:
A Sombra do Pé de Juá é um projeto de extensão que nasceu com o objetivo de ser um
espaço privilegiado de socializar conhecimentos sobre a vida do Padre Cícero e a história
do Juazeiro através de um programa radiofônico na rádio FM Padre Cícero no município
de Juazeiro do Norte. O programa atinge uma radiação muito grande pelo acesso a internet
dos ouvintes que vivem nos estados nordestinos. Um espaço para o reconhecimento e a
valorização dos protagonistas da história desta extraordinária cidade e fonte marcante da
identidade cultural e religiosa que é a nação romeira. A linha deste programa é procurar ser
uma luz de verdade e justiça com o povo de Juazeiro e a nação romeira no resgate e
respeito a sua história. Simbolicamente, o Juá representa uma árvore sombrosa e muito
gostosa para o descanso, a conversa e o diálogo. Ele constitui o espaço de promoção,
divulgação, socialização e articulação dos saberes tradicionais populares com a produção
científica e acadêmica no desvendamento dos fatos históricos que são envolvidos o
fenômeno padre Cícero e os romeiros de Juazeiro. Isso é fundamentado em documentos e
no testemunho vivo das pessoas através da tradução oral. O primeiro momento do
programa consiste no relato de fatos e episódios da história de vida do Padre Cícero e a
devoção dos romeiros. Em seguida, abre-se o quadro conversando na sombra do Pé de Juá
para a socialização das produções acadêmicas e os depoimentos da população sobre o
fenômeno Padre Cícero e as romarias. Os conhecimentos que socializamos têm suas fontes
em estudiosos, pesquisadores e depoimentos de pessoas que tiveram oportunidades de
conviver com o Padre Cícero. Os alunos das ciências humanas têm a oportunidade de
popularizar as suas pesquisas e estudos através de entrevistas e contatos permanentes com
os peregrinos do Juazeiro. Portanto, a sombra do Pé de Juá vem consubstanciando o
diálogo entre a academia e a comunidade romeira, estabelecendo a comunicação e
promovendo a autoestima do povo no conhecimento da sua verdadeira história e criando
espaços para compreensão dos significados do catolicismo popular.
PALAVRAS-CHAVES: Padre Cícero, Diálogo, Nação Romeira.
1. INTRODUÇÃO:
O município de Juazeiro do Norte está inserido na região do Cariri, situado no sul
do Ceará, no sertão do semiárido brasileiro. Em meio às adversas condições do sertão árido
e intolerante, configura-se como um verdadeiro oásis: as condições climáticas da região
são favoráveis, tendo em vista a localização física privilegiada, numa das áreas mais
úmidas e férteis dos vales da Chapada do Araripe. Assim, o Cariri, dentro do contexto
nordestino do pesadelo da seca, tem a peculiaridade de contar com mais chuvas e
possibilidade de uma agricultura mais sustentável. Neste cenário natural, existe uma árvore
alta e copada, da família das ramnáceas, característica da caatinga do nordeste, de folhas
trinérveas, flores pequeninas, frutos amarelos e cuja casca é rica em saponina. O
interessante desta árvore denominada de JUÀ consiste em fornecer sombra e alimentos
para os animais e os seres humanos. Esta árvore Juá origina o nome da cidade de Juazeiro,
inspirando o nascimento deste projeto de extensão denominado na SOMBRA DO PÉ DE
JUÁ.
Historicamente, a região foi habitada pela nação indígena “Kariri”, praticamente
exterminada com a colonização dos portugueses, nos fins dos séculos XVII e início do
século XVIII. De fato, o Vale do Cariri tornou-se um espaço de conquista pelos europeus,
em virtude da fertilidade do seu solo e por possuir muitas reservas de água e enorme
fartura de frutas silvestres. Assim, o essa região cearense apresenta-se como o “... sopro de
esperança, uma mancha verde, um semblante de umidade no meio de uma terra
‘enrugada’ que nem as lágrimas, nem o suor do pobre conseguem molhar”1.
Inserida nesse contexto a cidade de Juazeiro do Norte tem uma população de
aproximadamente 300 mil habitantes, com migrantes vindos de toda a região Nordeste. A
cidade assume uma fisionomia própria, em virtude do fenômeno religioso de Padre Cícero
que a transforma num centro de peregrinação do Brasil. Ela é uma cidade santuário dos
nordestinos do Brasil. Recebendo 2,5 milhões de romeiros e turistas anualmente que,
motivados pela fé no seu santo protetor, o Padre Cícero Romão Batista, transforma-na no
maior centro de religiosidade popular da América Latina. Essa cidade, criada sob a visão
multidimensional do padre Cícero, configurada pelo binômio “ORAÇÃO E
TRABALHO”, possui na sua identidade características sociais, culturais, econômicas e
religiosas do nordeste brasileiro. Nesse sentido, pode-se afirmar, juntamente com muitos
estudiosos, que “Juazeiro é uma síntese do Nordeste”.
A experiência das “romarias do Padre Cícero” é constituída de uma riqueza
religiosa e cultural peculiar, na qual os romeiros são os principais protagonistas, criando,
recriando e ressignificando continuamente sua própria liturgia, representada por diversos
símbolos e rituais, dentre os quais destacamos: suas vestes, o chapéu de palha na cabeça, o
rosário no pescoço, os seus meios preferidos de transporte, as suas acomodações nos
ranchos, pousadas e hospedarias domiciliares e os seus rostos de homens e mulheres,
1
GUIMARÃES, Terezinha Stella & DUMOULIN, Anne. A romaria em Juazeiro: Radiografia e questionamento.
Juazeiro do Norte.. (Caderno n.1). Juazeiro do Norte: Centro de Psicologia da Religião, 1980. Pág. 13.
trabalhadores e trabalhadoras do semiárido nordestino, e por isso na sua grande maioria
proveniente das camadas pobres.
O programa radiofônico “A SOMBRA DO PÉ DE JUÁ” nasceu com o objetivo de
ser um espaço privilegiado de socializar conhecimentos sobre a vida do Padre Cícero e a
história do Juazeiro. Um espaço para o reconhecimento e a valorização dos protagonistas
da história desta cidade e fonte marcante de sua identidade cultural e religiosa que é a
nação romeira. O programa entra na grade de programação da rádio FM Pe. Cícero no
intuito de levar a todos a verdade dos fatos e fazer justiça com a história. A linha deste
programa é procurar ser uma luz de verdade e justiça com o povo de Juazeiro e a nação
romeira no resgate e respeito à sua história.
Simbolicamente, o nome proposto nasceu de uma inspiração das Irmãs Annette e
Ana Teresa de fazer memória à árvore que deu origem ao nome da cidade: o Juá. Uma
árvore sombrosa e muito gostosa para o descanso, a conversa, possibilitando o diálogo
entre os homens e mulheres de boa vontade desta cidade e do Nordeste.
Neste sentido, o projeto de extensão A SOMBRA DO PÉ DE JUÁ, surge com a
pretensão de ser um espaço de promoção, divulgação, socialização e valorização da rica
história do Padre Cícero e dos romeiros que permanentemente visitam essa cidade numa
forte experiência de fé. Assim, a proposta, numa política de integração entre a universidade
e a comunidade romeira do nordeste brasileiro, é articular os saberes populares com a
produção científica e acadêmica para desvendar os fatos históricos que envolvem a cidade
de Juazeiro do Norte. O conteúdo do programa fundamenta-se em documentos e no
testemunho vivo das pessoas através da tradição oral. A linha adotada pelo projeto é a
socialização das pesquisas sobre esse fenômeno numa perspectiva de popularizar a
investigação científica e oportunizar à população regional conhecer melhor esses
acontecimentos.
Ampliando o horizonte deste projeto de extensão realizamos, com os alunos do
primeiro semestre dos cursos de graduação na disciplina de Filosofia da Universidade
Regional do Cariri (URCA) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Ceará (IFCE) – campus Juazeiro do Norte, a experiência da visita a dois lugares de real
valor histórico e valor simbólico local: a Colina do Horto e o Santo Sepulcro em Juazeiro
do Norte. A pretensão desta ação do projeto é proporcionar aos alunos a oportunidade de
adentrar no universo da nação romeira para compreender hermeneuticamente os sentidos e
ressignificados deste catolicismo popular. Em seguida, fazemos um momento de
socialização, estabelecendo um diálogo entre os alunos e o professor para a partilha no
ambiente simbolicamente denominado “A sombra do Pé de Juá”. O arcabouço dessa ação
de convivência dos alunos com a realidade dos romeiros do Padre Cícero por meio do
contato permanente, das entrevistas e da observação participativa no período das romarias
são socializados no programa radiofônico “À sombra do Pé de Juá”. Adentrando neste
universo simbólico, os alunos redescobrem os significados que a espiritualidade e a
dimensão cultural vivenciada com toda intensidade e valor subjetivo estão representadas na
romaria ao Padre Cícero do Juazeiro.
2. OBJETIVOS:
2.1 Estabelecer um espaço de socialização dos conhecimentos sobre a vida do Padre Cícero
e a história do Juazeiro através dos meios de comunicação social, especialmente o
rádio, visando o reconhecimento e valorização dos protagonistas dessa história e
respeito à fonte marcante da identidade cultural e religiosa locais;
2.2. Criar um programa radiofônico que adote uma linha de comunicação articuladora entre
as vivências, os saberes populares e a produção acadêmica, procurando ser uma luz de
verdade e justiça com o povo de Juazeiro e a nação romeira no resgate e respeito à sua
história;
2.3. Analisar criticamente os acontecimentos históricos da vida do Padre Cícero e do
Juazeiro do Norte, descobrindo traços característicos na formação da identidade e
subjetividade do homem nordestino;
2.4. Resgatar discussões dos cientistas sociais e outros pesquisadores no sentido de
compreender o fenômeno Padre Cícero e as romarias de Juazeiro;
2.5. Possibilitar aos alunos dos cursos de graduação da URCA e IFCE o conhecimento da
história e a vivência de experiência nos espaços sagrados do Juazeiro, visando
compreender os significados das expressões do catolicismo popular.
3. METODOLOGIA:
3.1. O projeto de extensão A SOMBRA DO PÉ DE JUÁ consiste na emissão semanal de
um programa radiofônico na emissora Rádio FM Padre Cícero, frequência 104.9,
pertencente a Fundação Salesiana Padre Cícero, localizada na cidade de Juazeiro do Norte.
O programa vai ao ar todas as sextas-feiras no horário das 17h30min ás 19 horas.
O programa é estruturado em dois momentos, a saber:
a) Relato de fatos e episódios da história de vida do Padre Cícero e a devoção dos
romeiros.
b) O segundo momento, denominado CONVERSANDO NA SOMBRA DO PÉ
DE JUÁ, segue uma linha aberta para a socialização das produções acadêmicas
e os depoimentos da população sobre o fenômeno Padre Cícero e as romarias.
O programa mantém os princípios e objetivos propostos desde sua origem: é levar
sempre ao conhecimento dos ouvintes e internautas conhecimentos da vida do padre Cícero
e aprofundar os fatos da história local e estabelecer os significados da religiosidade
popular.
3.2. O projeto de extensão A SOMBRA DO PÉ DE JUÁ desenvolve outra atividade com a
comunidade acadêmica. Os alunos do primeiro semestre na disciplina de Filosofia dos
cursos de graduação da URCA e do IFCE – Campus Juazeiro do Norte, realizam estudos e
pesquisas de observação e vivência prática com os romeiros do Padre Cícero.
O projeto é desenvolvido em três etapas, a saber:
a) formação de equipes para a pesquisa bibliográfica (leitura de livros, revistas,
jornais devidamente selecionados sobre o movimento cultural e religioso do Padre Cícero e
dos romeiros de Juazeiro). Anteriormente, o professor da disciplina de Filosofia faz uma
abordagem teórica com base no pensamento da Antropologia Filosófica como também da
hermenêutica no sentido de fundamentar a compreensão da temática em foco. Os alunos se
debruçam na leitura da bibliografia proposta, verificando as diversas facetas deste
movimento cultural e religioso, elaborando fichamentos de leituras do material disponível.
Na oportunidade as equipes preparam seminários temáticos, seguidos de apresentação em
sala de aula.
b) Os alunos com o professor da disciplina realizam a aula de campo, que consiste
na visita à Colina do Horto, onde há o museu vivo e a estátua do Padre Cícero; e ao Santo
Sepulcro, constituído de espaço de preservação ambiental, sendo reconhecido como
Geosítio, como parte do Geoparque Araripe, mas sobretudo é um lugar sagrado para os
romeiros que vivenciam uma experiência de vida na oração e penitência. A caminhada em
direção ao Santo Sepulcro, realizada pelos alunos, é momento de observação das
características físicas dos lugares (a paisagem, meio ambiente, a formação geológica...) e
das expressões, gestos e comportamentos dos romeiros no percurso de três quilômetros
entre a Colina do Horto e o Santo Sepulcro propriamente dito. No caminho, os estudantes
têm a oportunidade de conversar e dialogar com os peregrinos para descobrir e
compreender os significados e sentido desta peregrinação. O foco central do trabalho dos
alunos é desvendar os traços característicos da identidade subjetiva do homem nordestino
neste contexto cultural e de profunda religiosidade.
c) A terceira etapa, momento da socialização e avaliar essa experiência dos alunos
sobre a prática e a vivência desta experiência em adentrar no universo subjetivo dos
romeiros do Padre Cícero: Numa roda de conversa com os debates, discussões e a
interpretação filosófica desta experiência. Anteriormente ao momento na sala de aula, cada
aluno prepara um texto com a síntese das leituras dos textos e o relato da experiência
vivida.
4. CONCLUSÃO
O projeto A Sombra do Pé de Juá estar em fase de execução e já vem apresentando
resultados extremamente positivos no tocante a integração da academia com a comunidade
local e os romeiros nordestinos. O Programa de rádio através da socialização da história e
da vida do Padre Cícero e dos peregrinos da nação romeira tem criado um ambiente de
comunicação e integração entre os saberes tradicionais populares e a produção acadêmica.
Neste âmbito, a participação e inserção dos estudantes na cultura e religiosidade nordestina
tem promovido uma prática comunicativa fundamenta nos princípios da liberdade, da
justiça e da verdade. Além do mais, os alunos por meio das visitas aos lugares de
peregrinação e diálogo com os romeiros têm redescoberto os significados do catolicismo
popular e tem penetrado nas raízes da subjetividade dos romeiros do Padre Cícero.
Portanto, a sombra do Pé de juá com criatividade, inovação e dinamismo vem
possibilitando através da comunicação, o diálogo, o encontro e a integração da
universidade com os protagonistas do movimento cultural e religioso do nordeste brasileiro
que formam a nação romeira.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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fatos do Joaseiro: A questão Religiosa. Fortaleza: Ed. Senac, 2012.(Coleção Padre
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WALTER, Daniel Almeida Marques. História da Independência de Juazeiro do
Norte. Juazeiro do Norte: HB editora, 2010.
AGÊNCIA EXPERIMENTAL MAIS COMUNICAÇÃO: A PRÁTICA
PROFISSIONAL EM SINTONIA COM O ENSINO, A EXTENSÃO E A
FORMAÇÃO CIDADÃ1
ÁREA TEMÁTICA: COMUNICAÇÃO
Hygor Humberto Benevides VARANIS2
Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)
Clelton Djone Gomes SEGUNDO3
Elton Tamiozzo de OLIVEIRA4
RESUMO: As agências pedagógicas ou experimentais são unidades de apoio pedagógico
aos cursos de comunicação social que visam possibilitar aos alunos, de forma intensiva e
supervisionada, o contato com a prática profissional de sua habilitação, em
complementaridade ao conteúdo desenvolvido em sala de aula. Seguindo esses preceitos, a
Agência Experimental Mais Comunicação, do curso de Publicidade e Propaganda, da
Universidade Católica Dom Bosco iniciou suas atividades em 1994. A agência
experimental tem como objetivo atender às necessidades pedagógicas do curso e oferecer
aos acadêmicos atividades que os envolvam com as produções laboratoriais e com as
atividades de extensão, promovendo a associação orientada entre a teoria e a prática.
PALAVRAS-CHAVE: Agência pedagógica; Publicidade e propaganda; Extensão.
INTRODUÇÃO
A Agência Experimental Mais Comunicação é uma unidade de apoio pedagógico
ao curso de comunicação social, habilitação Publicidade e Propaganda, e também um
projeto de extensão da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Tem como objetivo
geral permitir aos acadêmicos relacionarem os ensinamentos teóricos à prática, baseandose na interdisciplinaridade, propiciando contato mais próximo com a realidade do mercado
de trabalho, sendo um lugar de experimentação de ideias, formatos e estratégias e, em
muitos casos, sendo também a primeira experiência profissional dos acadêmicos.
Tem como objetivos específicos: a) Contribuir para o desenvolvimento de
competências que sejam necessárias no mercado de trabalho, estimulando o pensamento
estratégico, o trabalho colaborativo e a busca por soluções criativas; b) Estimular a
responsabilidade social; c) Possibilitar ao aluno a vivência de trabalhos publicitários, em
ambiente e com processos similares aos encontrados numa agência de propaganda
profissional; d) Pensar, planejar e executar eventos que contribuam com a formação
1
Trabalho submetido ao 6º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, na área temática Comunicação.
Responsável pelo trabalho. Estudante do 5º semestre de Publicidade e Propaganda da UCDB. E-mail:
[email protected]
3
Estudante do 5º semestre de Publicidade e Propaganda da UCDB. E-mail: [email protected]
4
Professor coordenador da Agência Experimental Mais Comunicação. E-mail: [email protected] /
[email protected]
2
1
integral dos acadêmicos de Publicidade e Propaganda da UCDB, bem como colaborar na
execução dos eventos organizados por outros cursos e departamentos da Universidade; e)
Estimular a participação e apresentação de trabalhos em eventos científicos buscando
desenvolver o espírito pesquisador nos acadêmicos e a participação em concursos locais,
regionais e nacionais como forma de estimular a vivência de situações reais de competição
no mercado de trabalho.
O projeto atende organizações sem fins lucrativos, comunidade externa e
comunidade interna da Universidade. São priorizados projetos voltados à valorização e
visibilidade dos cursos, desenvolvimento de campanhas e divulgação de atividades
acadêmicas (eventos, campanhas, etc.) e atendimento a instituições sem fins lucrativos, por
meio de criação de campanhas ou peças avulsas.
Sua estrutura segue os moldes mercadológicos, ou seja, atendimento, pesquisa,
planejamento, criação, mídia e produção. Nesse modelo os trabalhos desenvolvidos vão
desde o diagnóstico, pesquisa de mercado, definição de estratégicas, criação de peças
publicitárias (identidade visual, VT, spot, jingle, banner, cartaz, folder, filipeta, web sites,
banners para internet, e-mail marketing, etc.), produção das peças publicitárias criadas e
indicação dos locais para veiculação das mensagens, até a definição de pontos de controle
para verificar a eficiência e eficácia do que foi proposto.
MATERIAL E METODOLOGIA
A Agência Experimental Mais Comunicação funciona dentro do Laboratório de
Comunicação (LabCom) da UCDB, de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h. Oferece
bolsas, dadas em forma de desconto na mensalidade do acadêmico, sendo que uma das
regras para receber o benefício é não ter mais de uma reprovação. A agência tem estrutura
suficiente para receber até 25 acadêmicos. A supervisão dos trabalhos é realizada por cinco
professores: Ana Cristina Martins, responsável pela pesquisa e pelas parcerias externas,
Claudia Mara Stapani Ruas, coordenadora do curso e responsável pelas parcerias internas e
pela interface pedagógica (UCDB – curso – agência experimental), Eduardo Perotto Biagi,
responsável pela redação e produção (gráfica e audiovisual), Elton Tamiozzo de Oliveira,
responsável pelo atendimento, planejamento e mídia, e Maria Helena Benites, responsável
pela direção de arte e design.
No início das atividades do semestre a equipe recebe – ou revê, se for no início do
segundo semestre – o planejamento anual feito para a agência. Os novos acadêmicos
também recebem orientações sobre o que é ser extensionista e o que se espera dele na
Agência Mais Experimental Comunicação. Após essa fase são iniciados os trabalhos.
2
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O trabalho tem início com o atendimento ao cliente. Este primeiro contato gera um
briefing (relatório de informações) que servirá de base para que os demais profissionais da
agência possam elaborar o planejamento, quando necessário, sempre buscando soluções
eficazes e respeitando as especificidades de cada cliente. Passa-se então para a etapa de
criação das peças, sejam elas impressas (folder, cartaz, panfleto, anúncio, etc.), VTs, spot
ou jingle, outdoor, banners para web e outras soluções, convencionais ou não. Após a
aprovação do cliente é feita a parte de produção. A estrutura da Agência e do LabCom
permite entregar ao cliente o produto final quando a solução proposta for mídia eletrônica,
como VTs, spot e jingle com produção simples, banners para web, websites ou trabalho em
mídias socias. No caso de impresso é entregue ao cliente a arte finalizada para que realize a
impressão.
Partindo do objetivo do cliente a agência busca também propor soluções de mídia e,
quando necessário, monta a estratégia e planos de mídia, além de ajudar na busca de
parcerias em espaços nos veículos internos (Jornal UCDB, Jornal Laboratório Em Foco,
Revista Boletim Salesiano, TV UCDB, FM UCDB e TV Regional). A agência realiza
também a criação de identidade visual tanto para produtos como para serviços.
Para cumprir o objetivo de pensar, planejar e executar eventos que contribuam com
a formação integral dos acadêmicos e colaborar na execução dos eventos organizados por
outros cursos da Universidade e parceiros, a Agência realizou/colaborou com os seguintes
eventos: a) Manhas culturais de Publicidade e Propaganda – Manhãs culturais onde exalunos e atualmente profissionais conversam com os atuais acadêmicos contando sobre as
experiências profissionais e práticas mercadológicas; b) Comunicação em Ação – Palestras
e mini-cursos realizadas por profissionais para os acadêmicos; c) Movimento Tipo Certo –
Ação para estimular a doação de sangue; c) X Seminário de Extensão da UCDB:
Avaliando e construindo metodologias na Extensão no Facebook – Auxilio na organização
e divulgação do evento; d) 1º Ciclo de Palestras da Medicina Veterinária (criação de marca
gráfica, criação de topo para evento no Facebook, criação de cartaz / e-mail marketing,
criação de folder; e) “Prêmio Qualidade da Gestão”, realizado pelo movimento MS
Competitivo - criação de: marca gráfica, convite para lançamento, convite para entrega do
Prêmio e criação do troféu); f) “Publici O Que?”, evento direcionado aos pais dos
acadêmicos dos primeiros semestres de Publicidade e Propaganda para explicar sobre a
profissão, sobre o curso e sobre a Universidade - realização do evento e criação de: marca
gráfica, e-mail marketing, adesivo para carro, backdrop, banner, camiseta, convite para os
3
pais, cartaz, faixa, vídeo e evento no Facebook5); g) “Operação Passa Roupa”, ação que
objetiva arrecadação de roupas para doação - realização da ação e criação de: marca
gráfica, evento no Facebook (Inverno6 e Verão7), e-mail marketing e faixa; h) “17ª APEC –
Apresentação dos Projetos Experimental em Comunicação” – realização do evento e
criação de: cartaz, banner com programação e e-mail marketing; i) “72h de Jornalismo” –
criação de: marca gráfica, banner, banner para web, e-mail marketing, camiseta, evento no
Facebook8 e capa para o jornal especial sobre o evento.
Buscando cumprir o objetivo de estimular a responsabilidade social, a Agência: a)
realizou o “Rádio Z – informação especial para você”, um programa de rádio realizado
quinzenalmente com alunos da Associação Pestalozzi de Campo Grande (portadores de
deficiências mental e motora); onde os acadêmicos da Agência são responsáveis pelo
roteiro e pelas edições e os alunos da Associação são os locutores do programa; b)
desenvolveu campanha institucional para o Instituto Moinho Cultural9, uma instituição sem
fins lucrativos da cidade de Corumbá/MS que busca, por meio da arte, atender crianças e
adolescentes em situação de vulnerabilidade; c) desenvolveu peças para a Sociedade
Educacional Juliano Varela10, instituição sem fins lucrativos da cidade de Campo
Grande/MS que trabalha com portadores da Síndrome de Down; d) Operação Passa-Roupa,
citada anteriormente. As ações de responsabilidade social refletem a proposta da formação
humana e a missão institucional da UCDB de formar bons cidadãos, entregando ao
mercado um profissional qualificado tecnicamente, mas também maduro, consciente e
responsável socialmente.
Visando cumprir o objetivo de estimular a participação e apresentação de trabalhos
em eventos científicos e também a participação em concursos, a Agência: a) inscreveu 5
trabalhos no “Concurso Cultural Universitário” da Associação Brasileira de Propaganda; b)
inscreveu 4 trabalhos no “Concurso Central de Outdoor”; c) inscreveu mais de 40 trabalhos
no “FUA – Festival Universitário de Audiovisual”, realizado pela Fundação de Cultura de
Mato Grosso do Sul, tendo 26 trabalhos entre os finalistas e conquistou 16 prêmios; d)
inscreveu 39 peças no “Prêmio Morena de Criação Publicitária”, realizado pela afiliada da
TV Globo em Mato Grosso do Sul, tendo três peças entre as cinco finalistas; e) apresentou
seis trabalhos no “X Seminário de Extensão”, realizado em Campo Grande/MS; f)
5
Disponível em <http://on.fb.me/17JUlBW>
Disponível em <http://on.fb.me/17JUvtb>
7
Disponível em <http://on.fb.me/17JUy8m>
8
Disponível em <http://on.fb.me/17JZCtb>
9
Disponível em <http://www.moinhocultural.org.br>
10
Disponível em <http://www.julianovarela.org.br>
6
4
apresentou nove trabalhos na Expocom Centro-Oeste – foi a instituição com mais trabalhos
na área temática Publicidade e Propaganda (nove trabalhos) e também a que mais venceu
nesta área temática (quatro trabalhos); g) apresentou quatro trabalhos na Expocom
Nacional; venceu o Prêmio Blink de Criação para rádio.
Pensando também na visibilidade e buscando a inserção dos acadêmicos no
mercado de trabalho a Agência mantém um blog e uma página no Facebook onde divulga
notícias e trabalhos realizados. O endereço é do blog é http://www.ppucdb.com.br e o do
Facebook é http://www.facebook.com/ppucdb/.
CONCLUSÃO
A oportunidade de participar da Mais Comunicação desde o primeiro semestre da
graduação consiste em um diferencial valorizado pelos alunos na hora da escolha da
Universidade. Embora a participação na agência não seja obrigatória, há o interesse de
grande parte dos alunos. Pode-se afirmar que a Agência atende à necessidade principal de
formação profissional de maneira orientada e supervisionada, buscando trabalhar, na
medida do possível, com a mesma dinâmica de uma agência de mercado.
O cenário exposto demonstra que o projeto contribui de maneira efetiva no
aprimoramento dos alunos do curso de Publicidade e Propaganda em sua formação
profissional e humana. A realização de suas atividades neste cenário representa um grande
diferencial pedagógico e mercadológico, uma vez que a inserção de egressos do curso da
UCDB no mercado de trabalho regional é expressiva e crescente.
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SANT´ANNA, Armando. Propaganda: teoria, técnica e pratica. São Paulo: Cengage
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5
IMAGENS PARA A PAZ: UM CAMINHO PARA A HUMANIDADE NA
UNIVERSIDADE
Responsável pelo trabalho: Dayvison Carlos Costa dos Santos
Universidade Federal do Pará (UFPA)
Autores: Dayvison Carlos Costa dos Santos1; Ellen Karoline Silva da Silva 2; Nilzi Regina
Santos Cunha3
Orientadora: Kátia Marly Leite Mendonça4
Área temática: Comunicação
Resumo
O presente resumo tem por objetivo a elucidação da profusão de imagens na
sociedade moderna como condicionante do comportamento social, ético e moral dos seres
humanos, visando o entendimento da necessidade da disseminação de produções
imagético-midiáticas que proporcionem uma formação e uma educação para valores,
promovendo, assim, relações sociais mais humanas. Nesse sentido, descreve os objetivos,
métodos e resultados do Projeto Imagens para a Paz, do Programa de Extensão
Universitária Peregrinos da paz, que através de recursos imagéticos, no caso, filmes
cinematográficos, colabora para o fomento da ética, da cultura de paz e da não-violência na
comunidade universitária.
Palavras-chave: Imagens; Ética; Imagens para a Paz; Imagético.
Abstract
This summary aims to elucidate the profusion of images in modern society as a
condition of social, ethical and moral behavior of human beings, the need for
understanding the spread of image-media productions that provide training and education
for values, thereby promoting more humane social relations. In this sense, describes the
1
Graduando de Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e Bolsista de Extensão do
Programa de Extensão Peregrinos da Paz (PIBEX/UFPA). E-mail: [email protected].
2
Graduanda de Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e Bolsista de Extensão do
Programa de Extensão Peregrinos da Paz (PIBEX/UFPA). E-mail: [email protected].
3
Graduanda de Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e Bolsista PIBIC/CNPq. E-mail:
[email protected].
4
Professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA/ UFPA) e Coordenadora
do Programa de Extensão Universitária Peregrinos da Paz. E-mail: [email protected]
objectives, methods and results (partial) Project Images for Peace Program Pilgrims
University Extension peace, who through pictorial resources, in this case, movies,
contributes to the promotion of ethics, culture peace and non-violence in the university
community.
Keywords: Images; Ethics; Images for Peace; imagery.
Introdução
Uma das mais evidentes características da modernidade é a enorme interferência
imagética e midiática nas relações sociais como um todo. Nessa elaboração social, a maior
parte das relações humanas não é mais fundamentada em tradições, mas naquilo que é
disseminado pelos meios de comunicação de massa. Essa fundamentação das relações
humanas nos meios de comunicação é elucidada diferentemente por diversos pensadores,
das mais diversas áreas do conhecimento, tais como Theodor Adorno, Walter Benjamin,
Gabriel Marcel, Guy Debord e outros.
Fazendo parte do mesmo processo de modernização da vida, temos o progresso
econômico, científico e tecnológico – aspectos relativamente convenientes à sociedade –
no entanto, acompanhando todo esse desenvolvimento, verifica-se uma realidade social
paradoxal, onde a violência, a desvalorização da vida humana, a desintegração familiar, a
não percepção do outro, dentre outras coisas, aparecem como substrato do mesmo
processo modernizador. Dito de outra forma, o programa da modernidade tem gerado uma
exacerbada degradação moral e ética, a qual tem gerado prejuízos socioculturais e
humanos incalculáveis.
Novelas, seriados, videogames, programas de TV, filmes cinematográficos, etc.
Todos esses são fatores que, em uma sociedade do espetáculo (Debord, 1997) –
condicionada sempre por espetáculos imagéticos – sem nossa percepção, tem enorme
importância na vida diária, orientando nossas ações e comportamentos sociais, éticos e
morais. Essa implicação comportamental é afirmada por Mendonça (2013): “imagens de
violência que vão gerar imaginários e ações violentas: um evento se sucede ou é mostrado
como ficção, logo após começaram a acontecer eventos da mesma natureza no plano real.”.
(MENDONÇA, 2013, p.184).
O ambiente acadêmico não se exclui dos impactos sociais decorrentes da profusão
imagética. Os impactos prejudiciais podem ser percebidos na frieza das relações inter-
humanas ocorrentes nas universidades, na indiferença pelo outro (professor, aluno ou
técnico) e pela despreocupação com a educação axiomática nesse ambiente. Isto também é
fruto da expansão de relações Eu-Isso, ligadas estritamente a racionalidade instrumental,
neste espaço, em detrimento do ensejo a relações Eu-Tu, frutos de uma disponibilidade
para o Diálogo humano com o outro (Buber, 2001).
Sabe-se, como foi dito acima, que a manutenção e ampliação desses problemas
sociais são estabelecidas e legitimadas pela produção imagético-midiática na modernidade.
Assim, se faz necessária a reflexão crítica sobre este tipo de produção, visando seus
impactos socioculturais, morais e éticos na formação do ser humano, no espaço acadêmico.
E não somente isso, mas o fomento e promoção da difusão de produções imagéticomidiáticas que, no sentido de seus impactos sociais e axiomáticos, produzam estabilidade
social, valorização da vida, Diálogo, percepção do outro, valorização do outro e progresso
das faculdades éticas e morais humanas (Buber, 2001). Em uma palavra, que produzam
genuína humanidade.
É exatamente nesse sentido que o Projeto Imagens para a Paz se coloca. Através
da exibição de filmes pré-selecionados e debate posteriores, visa-se o estímulo à reflexão
sobre os nexos existentes entre ética e imagens, e a valorização de produções imagéticas
que educam para valores morais, sendo propulsoras de relações inter-humanas imbuídas de
eticidade.
Material e metodologia
O Programa de Extensão Peregrinos da Paz, que existiu como projeto de extensão
de 2006 a 2013, atua, desde sua fundação, de diversas maneiras, dentre elas, a ação direta
em escolas públicas – com atividades promovidas junto aos alunos – e o curso de formação
em ética – direcionado a professores da rede pública de ensino básico – visando sempre o
fomento de uma cultura de paz e não-violência na sociedade paraense.
Tendo em vista a percepção do papel das imagens (filmes, novelas, etc.) na
formação humana, na contemporaneidade, a partir de 2013, o Programa passou a atuar
também nesse viés. Para tanto, pôs em prática o Projeto Imagens para a Paz, que visa à
formação em ética através de recursos imagéticos, neste caso, filmes cinematográficos.
As atividades do projeto tinham como público-alvo os discentes da UFPA, e
ocorreram em diferentes espaços da Universidade Federal do Pará, tais como, o Centro de
Capacitação da UFPA e o Auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas,
congregando discentes de diversos cursos de graduação desta universidade, como por
exemplo, Letras, Ciências Sociais e Serviço Social. Nos encontros, eram feitas as sessões
de cinema, onde eram usados: computador, projetor vídeo, e caixas de som. Após o
término dos filmes, aconteciam amplos debates em torno das questões sociais, éticas e
morais expostas nas produções imagéticas, donde se tiravam paradigmas ou direções éticas
para ações humanas exercidas dentro do espaço acadêmico, bem como na vida social em
geral.
O Imagens para a Paz aconteceu entre os meses de maio e dezembro de 2013,
fazendo a exibição e debates dos filmes: Homens e Deuses, de Xavier Beauvois; Dersu
Uzala, de Akira Kurosawa; Uma Amizade sem Fronteiras, de François Dupeyron; Minhas
Tardes com Margueritte, de Jean Becker; O Sacrifício, de Andrei Tarkovsky; A cor do
Paraíso, de Majid Majidi; Adorável Professor, de Stephen Herek; e, A Lenda do Santo
Beberrão, de Ermanno Olmi.
A metodologia usada para formulação deste resumo foi: pesquisa bibliográfica e
documental dos textos orientadores do Programa Peregrinos da Paz; e a observação
participativa assistemática das atividades do Projeto Imagens para a Paz.
Resultados e discussões
Nas atividades efetuadas pelo Imagens para a Paz são facilmente constados indícios
dos resultados projetados. Os filmes exibidos no projeto possuem, em geral, o foco nas
relações inter-humanas e no modo como elas podem se desenvolver de maneira mais
saudável, mesmo estando mergulhadas em realidades sociais altamente problemáticas.
Nos debates, nota-se nas falas dos participantes, a compreensão do caráter formador
e educacional das imagens fílmicas, ensejando a reflexão crítica das relações sociais
modernas e clarificando a possibilidade de recuperação de valores, vinculados ou não às
religiões, os quais podem promover relações sociais mais saudáveis e verdadeiramente
humanas na sociedade contemporânea, contrapondo-se, assim, ao movimento corrente de
desumanização, frieza e indiferença da era moderna. Aliás, evidencia-se nas falas dos
participantes um despertar da consciência e da resistência ética, focando nas escolhas
éticas ou não, que fazemos no decorrer da vida.
O filme traz uma mensagem para nossa vida, e me tocou de forma profunda, pois
mostra como somos seres humanos dotados de livre arbítrio, capazes de fazer
escolhas e projetos que mudam ou não nossas vidas. Desta forma, Minhas tardes
com Margueritte tem como centro a ideia de que o futuro depende de nós
mesmos, e das escolhas que fizermos tanto no individual quanto no coletivo.
(Trecho de uma resenha produzida por um (a) dos (as) participantes do projeto
Imagens para a Paz 2013)
Conclusão
Diante dos problemas postos pela contemporaneidade no tocante à seletividade e
aos impactos das imagens nas faculdades morais e éticas do ser humanos, conclui-se que o
Imagens para a Paz tem cumprido um importante papel, no sentido de promover uma
modelo de educação ética através das imagens, e não apenas isso, mas também a
conscientização do poder das imagens, principalmente as fílmicas, na formação da pessoa
humana, podendo assim, promover tanto malefícios, quanto benefícios, sociais, morais e
éticos, a depender da boa seleção de imagens.
Entendemos, por fim, que os objetivos do projeto têm sido alcançados e que uma
cultura universitária de paz esta sendo alicerçada também através das imagens e das ações
do Programa Peregrinos da Paz.
Referências
ADORNO. Theodor. O Fetichismo da Música e a Regressão da Audição. In: Benjamin.
W. et alii. Textos Escolhidos. Os Pensadores. São Paulo. Abril Cultural. 1983.
BENJAMIN, Walter. A Obra de Arte na época de sua Reprodutibilidade Técnica. In:
Benjamin. W. et alii. Textos Escolhidos. Os Pensadores. São Paulo. Abril Cultural. 1983.
BUBER, Martin. Eu e Tu. 8ª Edição. São Paulo. Centauro. 2001.
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. São Paulo. Contraponto. 1997.
MARCEL, Gabriel. Los hombres contra lo humano. Madrid. Caparrós Editores. 2001.
MENDONÇA, K. M. L. Entre a dor e a esperança: educação para o diálogo em Martin
Buber. Riberão Preto. Memorandum 17, p. 45-59. Out-2009.
_______________. Televisão: da profusão de imagens a cegueira ética. Porto Alegre.
FAMECOS mídia, cultura e tecnologia. v. 20, n. 1, pp. 179-192, janeiro/abril 2013.
WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo: Livraria
Pioneira, 1985.
CONSTRUINDO SABERES: divulgando os trabalhos realizados na UEG
ÁREA TEMÁTICA: Comunicação
Camila Francisca de Oliveira¹
Universidade Estadual de Goiás - Unidade de São Luís de Montes Belos. (UEG-SLMB)
Andréa Kochhann Machado de Moraes²
Wanessa Cristina de Lacerda Landó³
RESUMO
O presente artigo é resultado da proposta de ação extensionista, que está na modalidade de
projeto, tem como tema central a divulgação da Universidade Estadual de Goiás e das
Ações da Pró Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis, do período de 2012, 2013 e
2014. Essa ação se justifica pela necessidade da comunidade conhecer de fato o que a
Universidade juntamente com a PrE (Pró Reitoria de Extensão) tem realizado. Após várias
discussões efetivadas pelos componentes do Ciext, (Comitê Institucional de Extensão)
juntamente com a equipe de Extensão, fora percebida a necessidade e a importância do
presente projeto. O projeto se alicerça na apresentação de slides informativos sobre as
ações da PrE e UEG, nos totens interativos nos Vapt-Vupt, localizados na cidade de
Goiânia – GO. Inicialmente elegeremos quatro que estão localizados na Rodoviária, Praça
da Bíblia, Detran e Praça A. O projeto tem como meta a divulgação da UEG e das
principais ações realizadas pela PrE, sendo que será entregue folders informativos as
pessoas que estiverem presentes no momento da enquete/avaliação, que será realizada a
cada 2 meses. Intenciona-se também a publicação de artigos sobre a temática.
Palavras-chave: Comunicação. Interatividade. Universidade.
INTRODUÇÃO
O projeto de extensão está vinculado a PrE – Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e
Assuntos Estudantis da Universidade Estadual de Goiás, cadastrado com o título
“Universidade Estadual de Goiás e Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos
Estudantis: Construindo Saberes”, teve sua primeira vigência no ano de 2013 e reeditado
1. Camila Francisca de Oliveira: acadêmica do Curso de Pedagogia da UnU de São
Luis de Montes Belos. Email: [email protected]
2. Andrea Kochhann: Pedagoga e Mestre em Educação. Dedicação Exclusiva da UEG
– UnU de São Luis de Montes Belos – GO. Email: [email protected]
3. Wanessa Cristina de L. Landó: Pedagoga e Mestre em Educação. UEG – UnU de
São Luis de Montes Belos. Email: [email protected]
em 2014.
A proposta se justifica devido à necessidade da comunidade conhecer de fato o que
a Universidade juntamente com a PrE tem realizado, ou seja, a UEG precisa ser conhecida
por todos dos Estado de Goiás e quiçá outras pessoas que estiverem no Estado, pois,
infelizmente ainda há muitas pessoas não conhecem a UEG ou reconhecem seu potencial.
Assim, como a UEG a PrE precisa ser conhecida e reconhecida como parte fundamental do
tripé universitário.
A escolha do tema partiu da realidade de observação de uma das professoras do
projeto. A professora Andréa Kochhann ao analisar a movimentação do público goianiense
nos Vapt Vupts percebeu que seria um ponto de grande alcance para informações através
dos totens interativos, porque enquanto o público aguarda ser chamado para ser atendido,
tem sua atenção voltada para os mesmos. Outra questão é que a UEG pode ainda não ser
tão conhecida como deve, por falta de divulgação. Unindo as duas reflexões chegou-se a
temática, que ao ser compartilhada com a professora Wanessa Landó aceitou a proposta de
coordenar o projeto.
Buscou-se informações sobre o assunto e foi constatado que não havia nenhum
projeto sobre o tema. Então, consolidou-se o desejo de oficializar a ação. A proposta partiu
da PrE, e como a professora Wanessa Landó é docente da UnU de São Luis de Montes
Belos, e trabalhava com a disciplina de Mídias e Educação, no Curso de Pedagogia, além
de ser membro do CIEXT- Comitê Institucional de Extensão, fora feito o convite e a
mesma aceitou.
A relevância maior dessa proposta se faz pela conscientização por parte,
inicialmente das professoras orientadoras dessa ação e dos acadêmicos envolvidos e
posteriormente de todos os que tiverem contato a divulgação. Conhecer a UEG e os
trabalhos da PrE se torna relevante para a comunidade goiana e acadêmica.
MATERIAL E METODOLOGIA
O projeto se alicerça na execução na apresentação de slides informativos sobre
ações da PrE e UEG, nos totens interativos nos Vapt Vupts, localizados na cidade de
Goiânia-GO. Inicialmente escolhemos quatro Vapt Vupts que estão localizados na
Rodoviária, Praça da Bíblia, Detran e Praça A.
O projeto tem como metas divulgação da UEG nas principais ações realizadas pela
PrE, sendo que será entregue folders informativos as pessoas que estiverem presentes no
momento da enquete/avaliação, que será realizada a cada dois meses.
Diante de tal proposta, o projeto será desenvolvido pelos acadêmicos da Unidade
Universitária de São Luís de Montes Belos-GO, que são: Camila Francisca de Oliveira,
Elenaice Silva de Paula, Naiara Gomes de Sousa e Weiriani Borges de Oliveira,
matriculadas nos cursos de Pedagogia e Letras.
A avaliação do projeto será feita através um artigo científico para a divulgação da
ação, e assim pretendemos efetivar o tripé da Universidade: ensino-pesquisa-extensão,
sabendo-se que, o principio da indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e
extensão são fundamentais no fazer acadêmico, sendo assim, a relação entre ensino e a
extensão conduz as mudanças no processo pedagógico, pois alunos e professores
constituem-se em sujeitos do ato de aprender. Ao mesmo tempo em que a extensão
possibilita a democratização do saber acadêmico, por meio dela, este saber retorna à
universidade, testado e reelaborado.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram realizadas várias reuniões acerca do assunto, para a execução do projeto. Em
junho de 2013 as professoras Andréa Kochhann e Wanessa Landó, foram recebidas na
Segplan – Secretaria de Planejamentos, no Palácio das Esmeraldas em Goiânia, pela
Solange, coordenadora deste departamento para que pudessem apresentar a proposta do
projeto e proporem a agenda de trabalho.
Já em agosto do mesmo ano, a professora Wanessa Landó foi novamente recebida
no Palácio para uma nova reunião, em que já apresentou materiais iniciais para aprovação
da coordenadora. No final do ano surge um componente importante para agregar valores
no projeto, Marcelo Costa, Coordenador Geral do Departamento de Comunicação da UEG.
Onde a professora Andréa apresentou a proposta detalhadamente, seguidas de reuniões
previamente agendadas nos meses de Outubro e Novembro de 2013.
O grupo cadastrado no projeto apresentou resultados parciais do mesmo no II
Simpósio de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis, na cidade de Ceres - GO, no mês de
maio de 2013, o trabalho foi apresentado em forma de banner e o mesmo, após ser avaliado
foi selecionado para apresentação em Dourados/MS, no VI SEREX, ocorrido no mês de
agosto, onde além do banner, foi realizada uma comunicação oral, seguida da publicação
de um artigo.
Já no mês de Outubro do mesmo ano, apresentou-se novamente na UnU de São
Luís de Montes Belos, no II Seminário de Pesquisa e Extensão em forma de comunicação
oral. O movie maker contendo algumas informações sobre a UEG pode ser conferido no
link http://www.youtube.com/watch?v=V41BBR_TGVs.
CONCLUSÃO
É intuito que as pessoas ao participarem do projeto conheçam com detalhes a UEG
e as ações da PrE. É intenção despertar nas mesmas o desejo de conhecer e querer
participar dessa Instituição que oferece ensino público e de qualidade em Goiás e de
tamanha importância.
REFERÊNCIAS
Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras. O Plano
Nacional de Extensão Universitária. Coleção Extensão Universitária, vol. I. Disponível
em: http://www.renex.org.br ,2007.
NOGUEIRA, Maria das Dores Pimentel. (org) Extensão Universitária: Diretrizes
conceituais e políticas. 2000.
PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional 2010-2019 – Universidade Estadual de
Goiás/ LEMOS, J. R. et. al. Anápolis: UEG, 2010.
PPI – Projeto Pedagógico Institucional – Universidade Estadual de Goiás/ LEMOS, J. R;
SAHIUM, P. F. (orgs) – Anápolis: Universidade Estadual de Goiás, 2011.
SERRANO et al. Avaliação Nacional Da Extensão Universitária. Brasília: MEC/SESu,
Paraná: UFPR, Ilhéus: UESC, 2001.
Mapeamento Cultural: a rede da cultura na fronteira
Área temática: Comunicação e Cultura
Responsável pelo trabalho: Ramon Fernandes Lourenço
Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
Autor: Ramon Fernandes Lourenço
Resumo: O projeto Mapeamento Cultural é uma iniciativa da Pró-reitoria de Extensão, da
Universidade Federal da Integração Latino-Americana, e tem como objetivo descobrir os
agentes e os fluxos que criam a dinâmica cultural de Foz do Iguaçu, buscando desenhar a
rede de produção das ações culturais na região trinacional. Este projeto vem responder a
uma necessidade já apontada pela população, onde a demanda por acesso e pelo fomento à
produções artístico-culturais cresce continuamente. Ao desvendar a rede por onde estes
projetos acontecem, será possível entender sua dinâmica de desenvolvimento, encontrando
as dificuldades e oportunidades, e também ressaltando características importantes da
identidade desta região. O que se pretende com este mapeamento é ressaltar a qualidade e o
potencial dos projetos culturais desenvolvidos na região, fomentando as interconexões
desta rede produtiva, apoiado nos conceitos de mapeamento colaborativo, cultura, cultura
digital e redes sociais.
Palavras-chave: mapeamento colaborativo, cultura digital e redes sociais.
Introdução:
A cidade de Foz do Iguaçu foi fundada em 1914, e sua maior marca é a forte
vocação turística, sendo mundialmente conhecida pelas Cataratas do Iguaçu, pela Usina
Hidrelétrica de Itaipu e pelo turismo de compras no Paraguai e na Argentina. Além de seus
atrativos turísticos, a cidade é também conhecida pela sua multiculturalidade, reforçada
pela sua localização fronteiriça e também pela presença de mais de 70 etnias e seus
costumes, o que possibilita um ambiente criativo e propício para trocas culturais.
Destacam-se entre os principais referenciais materiais desta multiculturalidade o Templo
Budista e a Mesquita, convivendo pacificamente como símbolos desta grande diversidade
cultural.
Mas é na vivência e no desenho dos bairros e das grandes regiões de Foz do Iguaçu
que é possível entender como os fluxos culturais acontecem no cotidiano, e é por meio
deles que a cidade respira e se desenvolve. Por conta de seu acelerado crescimento, em
razão da construção da Itaipu Binacional, a cidade se dividiu em grandes regiões, onde é
possível constatar a existência de bairros autônomos, com seus próprios pequenos centros
comerciais e áreas de convivência, tornando o fluxo da cidade mais descentralizado e
distribuído. Este fluxo descentralizado e distribuído ressalta a grande diversidade cultural
aqui existente, porém, traz consigo um grande desafio que deve ser transposto para o
desenvolvimento de projetos relacionados à cultura: a dificuldade de integração e o
distanciamento dos agentes que trabalham com cultura.
Este desafio é o que motivou a criação do projeto de extensão Mapeamento
Cultural, que iniciou suas atividades em Março de 2013 e tem como objetivo descobrir os
agentes e os fluxos que criam a dinâmica cultural de Foz do Iguaçu, buscando desenhar a
rede de produção das ações culturais da região trinacional.
Material e Metodologia
Para o desenvolvimento das primeiras linhas de atuação do projeto Mapeamento
Cultural foi necessária a realização de uma pesquisa bibliográfica inicial para localizar e
definir alguns conceitos chave que auxiliaram no direcionamento deste trabalho. Como
ponto de partida foi o próprio conceito de cultura, pois ele é parte central do objeto que
está sendo analisado. Desta forma, este Mapeamento Cultural aborda a cultura como pano
de fundo para identificar a rede de agentes culturais na cidade de Foz do Iguaçu,
entendendo, tal qual Geertz (1989, p.24), que:
[…] a cultura não é um poder, algo ao qual podem ser atribuídos casualmente os
acontecimentos sociais, os comportamentos, as instituições ou os processos; ela é
um contexto, algo dentro do qual eles podem ser descritos de forma inteligível.
Ao entender a cultura como contexto é possível caracterizar o mapeamento destas
redes de pessoas, grupos e instituições como um estudo cultural, mesmo que o objetivo
deste levantamento não seja descrever com densidade características específicas de cada
agente, mas sim possibilitar uma visão abrangente sobre quem são e onde estão inseridos
na cidade.
Desta forma, partiu-se para explorar a ferramenta mapa, sendo ele um recurso que
permite trabalhar as informações de forma diversificada que, com informações baseadas na
localização geográfica, possibilita uma leitura do contexto e uma visualização rápida da
rede de agentes que estão sendo mapeados. Como afirma Cosgrove (2005, p.28), "o mapa
permanece um modo poderoso de visualizar e representar os aspectos espaciais de como
culturas se formam, interagem e mudam" e o mapeamento desta dinâmica de formação,
interação e adaptação, inerente à cultura, será melhor traduzido com a linguagem
multimídia da web. Seguindo com estes direcionamentos conceituais, o projeto foi sendo
desenvolvido seguindo algumas etapas bem definidas: da padronização da informação, a
escolha da ferramenta, a realização de uma Pesquisa Exploratória e a Coleta de Dados
final.
Para dar conta das informações que seriam coletadas por este mapeamento, foi
necessário criar uma padronização da informação que seria levantada sobre cada agente
cultural, definindo, por sua vez, quais as informações mais importantes que deveriam
constar na plataforma online. Este foi um momento muito importante para o projeto, pois
foi assim que foi descoberto a iniciativa do Ministério da Cultura de criar um banco de
dados nacional que reuniria informações sobre os agentes culturais de todo o país, o
Sistema Nacional de Informação e Indicadores Culturais (SNIIC). Vale ressaltar que nesta
etapa do projeto Mapeamento Cultural o SNIIC ainda não havia sido lançado, sendo
necessário contato com membros do Ministério para obter informações sobre a organização
das informações do Sistema. Desta forma foi criada a padronização de informações dos
agentes culturais, seguindo as linhas gerais do SNIIC, mas adaptando-as as necessidades
locais.
Após definida a padronização das informações, foi necessário se debruçar sobre a
escolha da ferramenta na qual seria disponibilizada o mapeamento online. Desta forma, a
equipe do projeto Mapeamento Cultural analisou uma série de experiências colaborativas
que trabalham com informações georreferênciadas. Nesta etapa verificou-se que a maioria
destas iniciativas se utilizam do Google Mapas como base para seus mapeamentos aliado a
outras plataformas livres. Isto significa que a tecnologia Google é a que possibilita a base
do georreferenciamento, mas que a plataforma final era a fusão entre a tecnologia Google e
software livre. E foi justamente este movimento que utiliza o software livre como base de
seu trabalho que foi o escolhido para criar o mapeamento cultural. O software utilizado é
um tema do Wordpress desenvolvido para ser uma ferramenta aberta e de fácil acesso,
chamada Mapas de Vista. Com esta ferramenta é possível criar os mapas necessários,
distribuindo conteúdos multimídia para complementar as informações.
Com a padronização das informações e a plataforma definida foi o momento de se
iniciar a pesquisa exploratória para conseguir as primeiras informações e testar toda a
metodologia até então estabelecida. Esta pesquisa foi realizada aproveitando da realização
de quatro eventos municipais dirigidos à agentes culturais. Entre os meses de abril e julho
de 2013 foram feitos cadastros dos participantes destes eventos, por meio de um
questionário preenchido no momento da inscrição dos participantes. Estes cadastros
forneceram os primeiros dados que subsidiaram o teste, tanto da padronização da
informação, quanto da plataforma online escolhida. Desta forma foi possível publicar a
primeira versão do Mapeamento Cultural UNILA, já disponível para acesso. Os próximos
passos serão no sentido de aprofundar as informações dos agentes já cadastrados e de
iniciar um trabalho de mobilização e motivação do acesso por estes agentes na ferramenta,
pois somente assim esta ferramenta poderá auxiliar na criação da rede de cultura da cidade.
Resultados e Discussões
O primeiro resultado deste projeto vem responder aos questionamentos comuns da
comunidade, que afirmam que Foz do Iguaçu é uma cidade sem cultura, onde não há
produção cultural. De fato o que este projeto desvendou em sua pesquisa exploratória foi
justamente o contrário, há um grande número de agentes e espaços culturais na cidade,
porém estes agentes tem atuação muito regionalizada, ficando restritos aos seus bairros
mais próximos. O resultado da pesquisa exploratória foi a identificação e o cadastramento
de 135 profissionais das artes e da cultura da região, 40 instituições e/ou grupos formais e
informais que trabalham diretamente com estes temas e 66 escolas e colégios do
município.
Assim, é possível reconhecer que estes são números expressivos, ainda mais em se
tratando de uma cidade que é composta por pouco mais de 256.000 habitantes e que conta
com pouca infraestrutura de apoio ao desenvolvimento do setor cultural. Somando-se a
este mapeamento inicial, os resultados deste projeto são potencializados ao vinculá-lo a
outras iniciativas da Pró-reitoria de Extensão da UNILA. Uma das propostas que está em
andamento é a inclusão dos projetos e programas de extensão no mapeamento,
possibilitando uma forma diferenciada de divulgação destas ações. Ao indicar no mapa o
projeto e/ou programa de extensão justamente na comunidade em que ele atua, a
universidade disponibiliza, de uma forma bem prática e de fácil compreensão, a
informação sobre o que está em desenvolvimento e quais os resultados para comunidade
envolvida.
Além de identificar os agentes culturais da região e de promover as ações de
extensão de forma geral, o projeto Mapeamento Cultural assume um papel político ao
vinculá-lo a atuação da PROEX no Conselho Municipal de Políticas Culturais de Foz do
Iguaçu. Como a pró-reitoria tem uma cadeira como representante da universidade neste
Conselho, é possível ter acesso ao cenário cultural da cidade e se manter próximo de toda a
discussão para o desenvolvimento das políticas de cultura do município. Desta forma, foi
com o desenvolvimento do projeto Mapeamento Cultural que está em andamento o diálogo
para a criação do Sistema Municipal de Informações e Indicadores Culturais (SMIIC), que
utilizará da mesma base de informações da qual é criada o mapeamento, o Sistema
Nacional de Informações e Indicadores Culturais.
É desta forma que o projeto Mapeamento Cultural contribui com o estabelecimento
da rede de agentes culturais de Foz do Iguaçu, por meio da facilitação da informação do
cenário cultural e das ações integradas da Pró-reitoria de Extensão da UNILA.
Conclusão
Assim, ao trabalhar para cumprir seu objetivo de mapear os agentes culturais da
cidade de Foz do Iguaçu, o projeto possibilita a visualização e o fortalecimento da rede por
onde as ações culturais se desenvolvem, assumindo junto à outras ações da Pró-reitoria um
papel estratégico na construção dos novos caminhos da cultura da cidade. Além disto, o
projeto se posiciona como uma importante ação para a Pró-reitoria de Extensão, pois
cumpre o papel de identificar a comunidade e suas características, facilitando para que
professores e alunos possam se integrar mais facilmente às dinâmicas locais, facilitando a
integração dos projetos de extensão com suas comunidades.
Referências
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TV UFBA uma experiência em processo
Área Temática: Comunicação
Marise Berta de Souza
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Resumo: A comunicação se propõe abordar o espaço
de produção de uma televisão universitária, a webtv
UFBA, como ambiente capaz de promover a
convergência entre ensino, pesquisa e extensão;
inovação de linguagens; de técnicas e de formatos
televisivos; através da divulgação de seus conteúdos,
direcionados para a comunicação de interesse público
que valorizam a transmissão e a socialização do
conhecimento, dando visibilidade a temáticas que
privilegiam o diálogo entre campos do conhecimento, a
construção de identidades, produções culturais e
expressões artísticas.
Palavras-chave: TV Universitária, produção e difusão
de conhecimento.
1 - Introdução
A TV UFBA foi criada em 2001, como um programa
institucional da Pró-Reitoria de Extensão, em parceria
com a NET, a primeira operadora de TV a cabo em
Salvador. A lei N°8.977, de 1995, estabeleceu um
acordo abrindo para as Televisões Comunitárias,
Legislativas e Universitárias o direito à veiculação de
seus programas. Assim, com um canal exclusivo para
universidades locais, nasceu o Canal Universitário, a
partir de um consórcio entre a Universidade Federal da
Bahia / UFBA, a Universidade do Estado da Bahia /
UNEB, a Universidade Católica do Salvador / UCSAL
e a Universidade Salvador / UNIFACS, ocupando
inicialmente o Canal 16 da NET. No entanto, duas das
universidades saíram do consórcio, tornando
insustentável a permanência no canal fechado.
Hoje, a TV UFBA atua como web tv e está passando
por um processo de reformulação e redimensionamento
institucional tendo em vista torná-la uma ferramenta
central da política de visibilidade das atividades da
Universidade Federal da Bahia. Posicionada na PróReitoria de Extensão, através da Coordenação de TV e
Mídias Digitais, articula e projeta um processo
acadêmico interdisciplinar que busca a interação
transformadora entre a Universidade e demais setores
da sociedade.
Nesse sentido, entende-se que essa comunicação se faz
em espaço e tempo apropriados. Propõe-se apresentar
neste fórum, 6º CBEU, a experiência em processo,
entendendo esse local como propício para a discussão e
exposição da síntese da proposta, uma vez que as
questões aqui discutidas trarão subsídios que
alimentarão essa experiência de (re) construção em
processo.
2- Contexto e elementos de (re) construção
De maneira ampla, a televisão universitária brasileira,
aqui denominada TVU, ao longo de seus 45 anos de
experiência1, vem se conformando como um espaço
privilegiado de produção de programas regionais
sensíveis à nossa diversidade e dimensão, uma vez que
estariam sendo desenvolvidos em um ambiente que
possui a preocupação prioritária com o campo da
Educação e com a área da pesquisa: a universidade.
Assim, os programas produzidos e difundidos,
tenderiam a apresentar um formato educativo e criativo,
e ainda estariam subsidiados pelas pesquisas
desenvolvidas. A partir desse pressuposto, a televisão
universitária brasileira (TVU), e em especial a TV
UFBA, deveria levar em consideração preceitos éticos e
estéticos, a divulgação da produção da universidade e a
valorização da cidadania, constituindo, assim, um
importante diferencial na sua programação, priorizando
os aspectos do regional e do local, principal enfoque da
TVU, e tendo como referência o conceito do interesse
público e social, sem excluir a criatividade e a
invenção, cabendo ainda um contexto de espaço
permeável à colaboração advinda do interior da
comunidade acadêmica, mas também de além de seus
limites.
Não se pode desconhecer que depois de décadas de
pesquisas sobre linguagens que contemplassem o maior
número de telespectadores, os denominados meios de
comunicação de massa, atualmente, buscam
alternativas em programas que atendam de maneira
específica à segmentação dos públicos, quer seja por
gênero, territorialidade, faixa etária ou classe social.
Sob a perspectiva da televisão aberta brasileira,
observa-se que representações sociais tendem a ser
produzidas nos eixos comerciais, sobretudo Rio de
Janeiro e São Paulo, refletindo estereótipos regionais
nas grades de programação. Esse modo de produção
elege padrões de beleza, fórmulas de sucesso
profissional, modelos de competência que podem se
distanciar das necessidades cotidianas, a depender do
1
Cf. Cláudio Magalhães. Dossiê TV Universitária: 45 anos de
experiência. Revista ABTU. TV Universitária + TV Pública. ABTU –
Associação Brasileira de Televisão Universitária, nº 0, 2013.
local em que o programa esteja sendo veiculado, devido
à diversidade territorial brasileira.
Dessa forma, constata-se que o vínculo comercial ainda
é um forte determinante no desenvolvimento da grade
de programação, o que acarreta não só na concentração
da produção no eixo Rio de Janeiro - São Paulo, e na
sua veiculação em território nacional, determinando
padrões éticos e estéticos – como no desenvolvimento
de programas ditados pela audiência. Estes programas
tendem a se afastar dos objetivos formativo e
informativo, que deveriam nortear os meios de
comunicação, e fazem a opção pela fórmula de
entretenimento agregado à venda de produtos.
Distanciam-se, portanto, tanto das manifestações
sociais regionais, como das produções culturais
identitárias.
É importante ressaltar que sob o conceito, “campo
público de televisão”, algumas emissoras - legislativas,
comunitárias, educativas e universitárias - se reuniram e
colocaram como objetivo precípuo o interesse público,
que deve ser traduzido em uma programação que
contemple alguns princípios norteadores: a formação da
cidadania, a educação, a democratização, a diversidade
da informação e a valorização da cultura. Nesse
ambiente, a televisão universitária brasileira (TVU)2 se
evidencia pela sua sedimentação - dos segmentos que
integram o “campo publico de televisão” é um dos mais
antigos - pelo seu crescimento e pela diversidade de
modelos de gestão e programação.
Nesse contexto, a proposta de reformulação da TV
UFBA reivindica uma linha editorial, revista e
ampliada. A sua atualização se faz necessária de forma
a tanto dar continuidade como contemplar novas
possibilidades de produção de conteúdo diferenciadas.
Essa atualização baseia-se na perspectiva da
indissociabilidade do tripé ensino, pesquisa e extensão
e direciona o foco de suas ações para a comunicação de
interesse público que valorize a transmissão e
socialização do conhecimento, dando visibilidade a
temáticas que privilegiem o diálogo entre campos do
conhecimento, a construção de identidades, produções
culturais e expressões artísticas.
A estratégia prevista para levar esse intento adiante
consiste em voltar-se para as comunidades interna e
externa, sensibilizando-as através de uma programação,
2
Cf. Alzimar R. Ramalho. A contribuição dos canais universitários
para a comunicação pública. Revista ABTU. TV Universitária+ TV
Pública. ABTU – Associação Brasileira de Televisão Universitária,
nº 0, 2013.
com conteúdo e linguagem próprios, que contemple a
divulgação e a difusão do conhecimento gerado na
universidade, divulgação científica, artística e cultural
que promovam e reforcem a convivência democrática, a
inclusão e a participação social. O desafio desse
processo consiste em integrar a televisão universitária
da UFBA aos seus demais segmentos, afastando-a de
uma
tendência
à
cultura
universitária
departamentalizada, estendendo-a a toda comunidade
acadêmica. Essa perspectiva vem de encontro ao que
preconiza Cláudio Magalhães, doutor em Educação,
membro do Conselho Consultivo da Associação
Brasileira de Televisão Universitária -ABTU, ao
indicar os rumos da TVU: “servir de contraponto. Uma
alternativa, um antirreferencial, um lugar onde a
prioridade é a integração, a comunicação na acepção
correta e etimológica, de ‘colocar em comum’. A
Televisão Universitária oferece a oportunidade de uma
integração ativa entre ensino, pesquisa e extensão,
sociabilizando seus atores principais: alunos,
professores, dirigentes, funcionários e a comunidade
onde atua” (Magalhães, 2002:50).
3 - Conclusão
Dessa maneira, “a experiência em processo” postula o
estreitamento dos vínculos entre a universidade e a
sociedade, tendo em perspectiva a diversidade cultural,
a cidadania e a democracia, pois o diálogo
transformador travado entre a universidade e a
sociedade é tributário da natureza do conhecimento
produzido e de como ele é devolvido e posto à
disposição para a sociedade. O canal universitário é um
mediador e difusor desse conhecimento. Portanto, é
possível inferir que a necessidade de visibilidade da
universidade, em se desvelar e promover a reflexão
crítica e construtiva tem no canal universitário um
instrumento de interlocução potente e privilegiado, em
que se torna possível efetivar a defesa da participação
plural, diversa e democrática de todos os seus atores.
Referências
MAGALHÃES, Cláudio. Manual para uma TV
universitária. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
________________Dossiê TV Universitária: 45 anos
de experiência. Revista ABTU. TV Universitária + TV
Pública. ABTU – Associação Brasileira de Televisão
Universitária, nº 0, 2013.
RAMALHO, Alzimar. A contribuição dos canais
universitários para a comunicação pública. Revista
ABTU. TV Universitária + TV Pública. ABTU –
Associação Brasileira de Televisão Universitária, nº 0,
2013.
Programa de Educação em Software Livre (PESL): incentivo a cultura
digital de liberdade de conhecimento dentro e fora da Universidade
Arlindo F. da Conceição
Email: [email protected]
Endereço: Rua Talim, 330. São José dos Campos-SP.
Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT)
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Resumo: O Programa de Educação em Software Livre (PESL) é uma ação extensionista da
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) que visa fomentar o uso de ferramentas
abertas de software e incentivar a cultura da liberdade de conhecimento. Suas atividades
abrangem 6 municípios do Estado de São Paulo e consistem basicamente em cursos,
oficinas e na preparação de material didático digital.
Área temática: comunicação
Palavras-chave: software livre, linux, vídeo
Introdução
Desde o ano de 2003, o Governo Federal tem fomentado o uso de Software Livre,
tanto na esfera pública, quanto na sociedade [1]. Uma das razões para esse esforço é o
reconhecimento da contribuição do uso de ferramentas abertas para a liberdade do
conhecimento e para a Inclusão Digital. Entretanto, apesar da iniciativa pública, a maioria
dos sistemas utilizados pela população ainda são proprietários – muitas vezes utilizados
por meio de cópias irregulares. Por que isso acontece?
Uma das razões é, sem dúvida, a carência de iniciativas e ações de Inclusão Digital
que ensinem Software Livre e suas ferramentas. Desse modo, para suprir essa lacuna, o
Programa de Educação em Software Livre (PESL), oferece oficinas sobre Software Livre e
cria espaços de Inclusão Digital em seis (6) das maiores cidades do Estado de São Paulo
(Capital, São José dos Campos, Santos, Guarulhos, Osasco e Diadema), onde se encontram
os campi da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Além da organização de espaços de encontros presenciais dentro dos campi da
UNIFESP, o PESL articula uma rede de colaborações de pesquisadores e – sobretudo – de
alunos para a construção de conteúdo didático sobre Software Livre. Este conteúdo é
disponibilizado nos canais eletrônicos do programa no Youtube, Slideshare e no portal do
programa [2].
Desde a sua criação, em 2008, o Programa de Educação em Software Livre levou
para milhares de pessoas os conhecimentos produzidos na Universidade sobre ferramentas
abertas. Investir em ações semelhantes é uma forma segura de fomento e disseminação do
uso de Software Livre, assim como na ampliação de espaços de Inclusão Digital.
Material e Metodologia
As oficinas, minicursos e palestras utilizam-se de uma metodologia não apenas expositiva,
mas sobretudo prática e reflexiva. Atualmente, por exemplo, o curso inicial sobre o uso do
Software Livre ministrado regularmente pelo PESL em São José dos Campos tem a
seguinte estrutura: reflexão sobre os princípios de Software Livre, apresentação expositiva
sobre as principais ferramentas abertas, exibição de vídeo sobre a instalação do Linux,
exercícios práticos sobre como utilizar as ferramentas do Linux (realizado em laboratório).
Por fim, os alunos gravam o seu próprio CD de Linux para que possam avançar em seus
estudos e atuar como replicadores de conhecimentos.
Ao final de cada curso, uma ficha de avaliação é dada aos participantes para que
possam avaliar o programa. Até o presente momento, as atividades do programa tem sido
muito bem avaliadas. Os principais cursos oferecidos são:
•
Inclusão digital: oficinas semanais sobre temas básico de tecnologia digital, tais
como Internet, privacidade, segurança e ferramentas disponíveis (e-mail, sites de
notícias).
•
Introdução ao Software Livre e suas ferramentas. Nesta oficina de 4 horas são
apresentados: os conceitos que norteiam a liberdade de conhecimento e o Software
Livre, a distribuição Ubuntu do sistema operacional Linux, sua instalação e
ferramentas de escritório abertas baseadas no Libre Office.
•
Comandos Linux. Um curso de 4 horas sobre o uso de ferramentas internas do
sistema operacional Ubuntu.
•
Introdução à programação de computadores. Um curso para jovens de escolas
públicas para o ensino de técnicas básicas de criação de programas de computador.
Utiliza-se a linguagem Python.
•
Entre outras oficinas e atividades.
A partir de 2011, voltamos esforços para uma nova frente de trabalho, que consiste
na criação e disponibilização de conteúdo didático eletrônico (vídeo e slides) sobre
Software Livre. O processo de avaliação desses materiais é realizado diretamente pela
comunidades que acessam os conteúdos. Temos recebido bons feedbacks dessa iniciativa.
Outro indicador positivo da ação é o alto volume de acessos. Desde o segundo semestre de
2011, quando foi iniciada essa modalidade de ação, a visualização de vídeos e slides já
ultrapassou os 50.000 acessos.
O PESL possui um coordenador geral e coordenadores locais nos demais campi da
UNIFESP. A coordenação geral fica a cargo do campus São José dos Campos, onde são
conduzidos os cursos de Bacharelado em Ciência da Computação e Engenharia de
Computação. O portal está hospedado em um provedor comercial.
Em 2013, quando recebeu auxílio financeiro no contexto do Edital ProExt,
coordenado pelo MEC, o PESL chegou a ter 28 bolsistas atuando em 6 diferentes campi.
Em cada um dos campi os coordenadores locais promoviam reuniões semanais de
sincronização de atividades. Não há um alinhamento geral sobre quais atividades devem
ser conduzidas em cada campus, pois as realidades locais são muito diferentes.
Resultados e Discussões
Todas as atividades do PESL são abertas e gratuitas. As oficinas são divulgadas
principalmente nas escolas públicas do entorno da Universidade e para a própria
comunidade universitária. Desse modo, a comunidade do entorno da Universidade,
principalmente alunos de escolas públicas, é a principal beneficiada. Alguns desses alunos,
quando ainda eram alunos do ensino médio, tiveram o seu primeiro contato com uma
Universidade Pública através das oficinas do PESL; alguns deles vieram a ser alunos de
graduação da UNIFESP.
Além disso, como mencionado acima, o material eletrônico produzido pelos alunos
bolsistas e voluntários do PESL já ultrapassou os 50.000 acessos. Este volume de acessos
indica que a produção de material eletrônico é uma forma eficiente de se fazer Extensão
Universitária. Demonstra que é viável – e desejável – utilizar a capacidade de produção de
conteúdo dos estudantes de graduação. Demonstra ainda que é possível, mesmo com
estratégias simples, aproveitar as novas ferramentas de Tecnologia de Informação para
fazer com que o conhecimento produzido na Universidade ultrapasse os seus muros.
Conclusão
O Programa de Educação em Software Livre articula perfeitamente as atividades de
Ensino, Pesquisa e Extensão. Para demonstrar essa perfeita e indissociável articulação,
utilizemos como exemplo o campus São José dos Campos da UNIFESP. Neste campus está
lotado o Departamento de Ciência e Tecnologia, que conduz diversos cursos de Ciências
Exatas, alguns na área de Computação. O campus conta atualmente com cerca de 1500
alunos, 90 professores e 50 servidores administrativos, sendo todos eles usuários do
sistema operacional Linux, pois todos os laboratórios didáticos deste campus são baseados
em Software Livre (Linux, distribuição Ubuntu).
Existe no campus, desse modo, uma massa crítica de centenas de usuários (que
certamente está entre as maiores do Estado) avançados do Sistema Operacional Linux e
suas ferramentas. Atualmente, o PESL é o canal que permite levar o conhecimento desses
usuários à comunidade.
A interação entre o PESL e as atividades de Ensino também é direta. O PESL
contribui para o ensino apresentando aos novos alunos o sistema Linux, que eles precisam
aprender para utilizar os laboratórios. Em contrapartida, são estes próprios alunos que após
alguns semestres contribuem para o PESL ministrando voluntariamente oficinas e
elaborando conteúdo didático. Além disso, a participação dos alunos de graduação em
atividades de extensão é contabilizado como créditos acadêmicos.
O programa de Extensão também tem interações positivas com a Pesquisa, pois
oficinas e palestras sobre ferramentas avançadas também são oferecidas. Pode-se citar, por
exemplo, o oferecimento de oficinas sobre as ferramentas Latex e IPv6. Outro potencial
apoio à Pesquisa é a formação de competência em ferramentas abertas. Nos últimos anos
foi frequente a consulta de pesquisadores aos bolsistas do projeto para o apoio em tarefas
tais como instalação de Bancos de Dados e de Sistemas Web. Esse tipo de colaboração
tende a aumentar.
Referências
[1] Portal do Software Livre no Governo Brasileiro. Acessível a partir de:
http://softwarelivre.gov.br.
[2] Portal do Programa de Educação em Software Livre (PESL). Acessível a partir de:
http://www.pinguim.pro.br.
EDUCOMUNICAÇÃO POPULAR TRANSFORMANDO A AGRICULTURA
FAMILIAR PELOS CAMPOS DE SÃO BORJA
Comunicação;
STROFF, Luiz Gabriel
Universidade Federal do Pampa(UNIPAMPA)
STROFF, Luiz Gabriel¹; SILVA, Merli Leal²
Resumo
Este artigo busca descrever e refletir sobre uma proposta formativa na região fronteiriça de
São Borja, a partir do projeto de extensão pedagogia freireana: a produção Agroecológica
com agricultores familiares: certificação, comercialização e comunicação popular. Vamos
descrever a etnografia construída a partir do trabalho para a produção de biofertilizante,
visando à transição agroecológica em uma (1) pequena propriedade familiar e um (1)
assentamento. O método freireano servirá para nortear todas as ações do projeto,
considerando o dialogismo, emancipação e politização como pressupostos da intervenção
entre os sujeitos do campo e o grupo de pesquisadores extensionistas.
Palavras-chave: Paulo Freire; Educação no campo; Comunicação.
Introdução
A base teórica que deu suporte ao projeto foi a realidade da educação no campo, captada a
partir do estudo de autores pontuais e cuidadosamente escolhidos: Ribeiro, Vendramini,
Movimento dos Sem Terra (MST), entre outros. Neste trabalho, iremos refletir sobre o novo
projeto da pedagogia freireana: educomunicação e agroecologia com agricultores familiares
em São Borja.
O contexto da pesquisa-ação
A cidade de São Borja fica aproximadamente a 600 km da capital, Porto Alegre. Segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2013), primitivamente, São Borja
foi aldeia de indígenas do grupo Tupi-Guarani. O povoado banhado pelo rio Uruguai foi
fundado em 1682, ocasião do retorno jesuítico às Missões Orientais, sendo o mais antigo dos
chamados Sete Povos das Missões. A produção agrícola é voltada basicamente para a
produção de arroz e soja em sistema extensivo. Praticamente não há produção de hortaliças
e frutas na cidade, tampouco de forma agroecológica, a agricultura familiar produz pouco e
a maioria dos alimentos precisa vir de outras cidades. O uso de herbicidas e agrotóxicos é
predominante, o que é péssimo do ponto de vista ambiental. O método utilizado nas ações
¹ Graduando do curso de Comunicação Social- Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Pampa
e bolsista do Projeto de de pedagogia freireana: educação e comunicação no campo
²Professora Dra. Em educação pela USP e professora adjunta do curso de comunicação da Unipampa,
coordenadora do projeto de pedagogia freireana: educação e comunicação no campo
de extensão é a pesquisa-ação, que busca refletir sobre os fenômenos sociais na prática, em
oposição à pesquisa tradicional, que é considerada como “independente”, “não-reativa” e
“objetiva”. Como o próprio nome já diz, a pesquisa-ação procura unir a pesquisa à ação ou
prática, isto é, desenvolver o conhecimento e a compreensão como parte da prática. A
pesquisa-ação surgiu da necessidade em superar a lacuna entre teoria e prática.
Agricultura familiar e processo de educação popular
Para aprofundar a reflexão em torno do tema da educação no campo com agricultura familiar,
é fundamental definir quem são os atores sociais deste contexto. Segundo Neves (2012), a
agricultura familiar diferencia-se da agricultura patronal e da agricultura campesina a partir
de um viés organizativo da produção e das relações de trabalho. Neste sentido, é um arranjo
produtivo onde os membros da família atuam em todos os processos e são beneficiados por
políticas públicas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(PRONAF) decreto número 1.946, (BRASIL, 1996). Segundo a autora citada, trata-se de
uma agricultura de subsistência, voltada a suprir as necessidades da família, primeiramente.
Outro fator diferenciador desse tipo de produção é que ele é economicamente camponês, isto
é, o modo de produzir é orientado por objetivos construídos pela vida familiar e comunidade
próxima, integrando-se à vida das cidades através das feiras e mercados. A agricultura
familiar no município de São Borja é arregimentada por famílias assentadas e alguns
pequenos produtores com terra própria. Foram selecionados dois grupos de sujeitos do
campo para o trabalho: um assentamento da área rural de São Borja e uma propriedade rural
da agricultura familiar. A dinâmica formativa deu-se em círculos de debate cultura. O Projeto
de Formação em empreendedorismo Agroecológico em Sistema de Economia Solidária visa
à formação organizacional produtiva de trabalhadores e trabalhadoras do campo- agricultura
familiar (assentados ou não) a partir da valorização de seu saber, cultura e identidade. O
registro do projeto é composto por várias estratégias educomunicativas, a saber: blog; fan
page; fotografia; vídeo-documentário de todas as etapas para produção do biofertilizante e
aplicação na terra, semeadura e colheita das hortaliças. Na etapa de colheita os agricultores
debaterão com a equipe conteúdos sobre comercialização de produtos agroecológicos:
produto; preço; ponto de venda; promoção. Vamos descrever o contexto dos sujeitos do
campo a partir de um mergulho em suas realidades nas lidas do cotidiano, em assentamentos
e em pequenas propriedades.
O cotidiano da vida produtiva no campo
Nos últimos 20 anos, as regiões campesinas sofreram total abandono. Você viaja pelo
interior e vê o vazio no espaço rural, nas casas e escolas. Os jovens buscam oportunidades
na cidade em função da falta de perspectiva de futuro profissional. Trabalhar na terra é
trabalho pesado, e o dinheiro é curto. Os bancos emprestam e depois cobram juros abusivos.
Para começar a reverter tal situação, é fundamental esforço coletivo de agentes sociais
comprometidos com a mudança a partir da educação popular e da comunicação comunitária.
Para tanto, a integração de vários campos do conhecimento no âmbito das instituições
federais alocadas na região da fronteira oeste do Rio Grande do Sul pode desvelar
possibilidades de crescimento social, econômico e político. A agricultura familiar do
município de São Borja, conforme é possível observar em visitas de campo já realizadas,
observação indireta e também em reuniões com pequenos agricultores de outros projetos de
extensão já realizados no campus local, carece de conhecimento sobre produção
agroecológica e desenvolvimento sustentável. Mesmo o MST, que tem como uma de suas
bandeiras esse tema, não mantém em São Borja nenhum assentamento 100% livre de
venenos. Vemos o campo como um território com características fundamentais para
fortalecer os laços de proximidade entre pessoas, grupos sociais e instituições que podem ser
mobilizadas e convertidas em um trunfo crucial para o estabelecimento de iniciativas
voltadas para o desenvolvimento sustentável local através da educação, da comunicação
popular, da arte, da cultura local mediante o estímulo de práticas cooperativas de economia
solidária. Este projeto de extensão pensa o desenvolvimento não como decorrência da ação
verticalizada do poder público, mas como resultado da criação de condições para que agentes
locais se mobilizem em torno de uma visão de futuro, de um diagnóstico de suas
potencialidades, de seus constrangimentos e de meios para perseguir um projeto próprio de
desenvolvimento sustentável. Para caracterizar o sujeito do campo neste trabalho, utilizamos
da etnografia como base metodológica, uma vez que dialoga igualmente com o método
freireano. O primeiro foco de investigação-ação nos levou a entender o processo produtivo
em propriedades de agricultura familiar, gerenciada por famílias. O segundo foi a construção
do processo em dois assentamentos do MST em São Borja.
Agricultura familiar: além do capital
Pensar além do capital, na perspectiva de Mészáros (2002), é fazer os indivíduos viverem
positivamente à altura dos desafios das condições sociais, historicamente em transformação.
O capital embebe a todos dos valores da sociedade de mercadorias, como algo natural e
lógico. Analisar a produção de alimentos pelo pequeno produtor e assentado é buscar
entender uma lógica produtiva menos contaminada pela sociedade de consumo pósmoderna. Pensar educação e o trabalho no campo é buscar outras relações de produção.
O trabalho, que deveria ser uma propriedade interna, ativa, do
homem, em consequência da alienação capitalista se torna exterior
ao trabalhador (‘o trabalho é exterior ao trabalhador, isto é, não
pertence ao seu ser essencial; [...] O trabalhador, portanto, só se sente
ele mesmo fora de seu trabalho, e em seu trabalho sente-se fora de si
mesmo’). (...) A alienação transforma a atividade espontânea no
“trabalho forçado”, uma atividade que é um simples meio de obter
fins essencialmente animais (comer, beber, procriar), e com isso ‘o
que é animal se torna humano e o que é humano se torna animal’.
(MÉSZÁROS, 1981, p. 141).
Agroecologia e educação popular no campo
Segundo Paludo (2001), a educação popular continua viva, atual e necessária. O capital, da
forma como se instituiu, gera exploração e opressão. Nesse sentido, o sistema agroecológico
nos parece o que mais coaduna com o projeto preconizado pela educação popular. Algumas
características citadas por Caldart (2012), no verbete agroecologia, são bastante definitivas
como opção produtiva e ideológica, a saber:
[.] é um conjunto de conhecimentos sistematizados, baseados em
técnicas e saberes tradicionais (dos povos originários camponeses)
que incorporam princípios ecológicos e valores culturais às práticas
agrícolas, que em função do capital e da tecnologia foram
negligenciadas como opção na produção limpa de alimentos.
(CALDART, 2012, p. 57).
Considerações provisórias fundamentais
A vida no campo é difícil. Todas as contradições do sistema capitalista estão personificadas
nas relações de exploração e opressão às quais os sujeitos do campo estão submetidos. O
sistema social faz o mínimo, há desconhecimento das lutas no campo pela sociedade,
gerando discriminação. O sistema escolar não reconhece a especificidade de formação para
o campo e cria uma escola “urbana” para os camponeses. As práticas de produção sustentável
são vistas como não-rentáveis e atrasadas, o mercado de defensivos e herbicidas químicos
só gera baixa produtividade e doenças para quem as utiliza. São fortes os entraves para uma
produção limpa, sustentável e solidária. Ainda assim, o território campesino é repleto da
riqueza humana, fartura alimentar, simplicidade e solidariedade. Os povos do campo se
descobrem sujeitos políticos por intermédio de grupos como o MST e a Pastoral da Terra, e
graças ao engajamento de educadores e educadoras que fizeram do campo seu espaço de
sociabilidades e troca de saberes. Este projeto está buscando a intensa aproximação da
universidade com a produção de conhecimento do campo. Entender a cultura dos assentados
e das pequenas propriedades é uma forma de aprendermos outros conteúdos para a criação
de uma nova ordem social. Estamos, neste momento, no meio do caminho. Porém, cremos
que o maior passo foi ter conseguido entrar, sem preconceitos e com os olhos abertos e cheios
de gratidão, por esta forma de produção da vida. A agroecologia é pano de fundo para a
criação de um modo de relação social mais solidária e comprometida com a preservação do
meio ambiente. Criar uma rede de produção orgânica a partir da troca de saberes, por meio
da comunicação, educação e das ciências da terra, é um desafio que se impõe a partir do
comprometimento político da equipe multidisciplinar e cooperativa.
Referências bibliográficas:
BRASIL. Decreto nº 1.946, de 28 de junho de 1996. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 01 jul. 1996.
CALDART, Roseli Salete (Org.) Dicionário de educação no campo. Rio de Janeiro: Escola
Politécnica de saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012.
CARNEIRO, Maria Josá; MALUF, Renato (Orgs.) Para além da produção:
multifuncionalidade e agricultura familiar. Rio de Janeiro: Mauad, 2003.
FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação, uma introdução ao
pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Moraes, 1980.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
1989.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Dados básicos.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=431800>.
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NEVES, Delma Pessanha. Agricultura familiar. In: CALDART, Roseli Saleteet al.(Orgs.).
Dicionário da educação do campo. Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim
Venâncio, 2012. p.32-38.
MÉSZÁROS, I. Marx: a teoria da alienação. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
MÉSZÁROS, I. Para além do capital: rumo a uma teoria da transição. São Paulo:
Boitempo, 2002.
PALUDO, Conceição. Educação popular em busca de alternativas: uma leitura desde o
campo democrático popular. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2001.
COM LEGENDA: ESTRATÉGIA DE OTIMIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS
INTERCAMBISTAS DA ESCOLA DE DESIGN DA UEMG
Área Temática: Comunicação
Responsável pelo trabalho: Vânia Myrrha de Paula e Silva
Instituição: Escola de Design, Universidade do Estado de Minas Gerais, ED-UEMG
Autores: Vânia Myrrha de Paula e Silva¹; Giselle Hissa Safar²;Michel Souza³.
Resumo: O artigo descreve o planejamento e implantação de projeto que propõe uma
transformação educativa ao contemplar novos espaços de aprendizagem, a partir de uma
perspectiva extensionista. O Projeto consiste em um instrumento didático - uma plataforma
web e redes sociais - para disseminar os estudos e pesquisas científicas realizadas por
alunos e ex-alunos de intercâmbio da Escola de Design, assim como, a cultura e os
costumes dos países e das instituições de ensino que os recebem através de programas de
intercâmbio, entre eles o programa Ciência sem Fronteiras (CsF).
Palavras-chave: intercâmbio; interface web; mobilidade acadêmica
Vânia Myrrha de Paula e Silva
[email protected]
Universidade do Estado de Minas Gerais, Brasil
MSc, professora e Chefe do Departamento de Contextualização e Fundamentação
Giselle Hissa Safar
[email protected]
Universidade do Estado de Minas Gerais, Brasil
MSc, professora e coordenadora do Centro de Extensão
Michel Souza
[email protected]
Designer Gráfico
Introdução
Intercâmbio, no sentido estrito da palavra, é uma “troca ou permuta” (FERREIRA,
2010), mas o termo é comumente empregado em relações comerciais ou culturais entre
nações e mais especificamente, no campo da educação, ao se referir a estudantes que
vivem um período fora de seu país.
Os benefícios dessa experiência externa de vivência em outras culturas,
aprendizado de outras línguas e estabelecimento de contatos internacionais eram
entendidos até a pouco tempo atrás, como de ordem pessoal e o mais comum era a
iniciativa ser do próprio interessado, devidamente apoiado pela família que arcava com a
totalidade das despesas ou participava de um sistema de permuta de lares. Agências
especializadas foram então sendo criadas para organizar o processo e facilitar as
negociações entre as partes, bem como providenciar, para os jovens, atividades que vão
desde cursos de línguas a empregos temporários.
Esse cenário sofreu uma grande mudança com o lançamento do Programa Ciência
sem Fronteiras (CsF), fruto “... de esforço conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia
e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas
instituições de fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino
Tecnológico do MEC.”1
O entendimento, por parte do governo federal, de que a consolidação e expansão de
algumas áreas tidas como de caráter estratégico para a competitividade brasileira poderiam
ser promovidas por meio da mobilidade internacional de nossos estudantes, justificou a
implantação do Programa que, no período de 2011 a 2015 objetiva distribuir “...até 101 mil
bolsas em quatro anos para promover intercâmbio, de forma que alunos de graduação e
pós-graduação façam estágio no exterior com a finalidade de manter contato com sistemas
educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação.”2
Fomentado pelo CNPq e pela CAPES, agencias ligadas à pesquisa e à qualificação,
o Programa oferece um exemplo claro da interface pesquisa-ensino. A adesão foi ampla,
tanto das instituições quanto dos jovens, principalmente na modalidade graduação
sanduiche que oferece para os candidatos um ano de bolsas e outras ajudas de custo para
cursar aulas na graduação de algumas prestigiosas instituições estrangeiras, de diversas
nacionalidades. Só na Escola de Design da UEMG, em dois anos, 45 jovens participaram
ou ainda participam do programa em países como Alemanha, Austrália, Canadá, Chile,
China, Coréia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria, Inglaterra,
Irlanda, Itália e Portugal.
Considerando-se a almejada integração entre ensino, pesquisa e extensão, o desafio
era criar um projeto extensionista capaz de se articular a essas ações de pesquisa e ensino
de modo a permitir que a experiência de internacionalização dos alunos não se restringisse
ao âmbito individual e pudesse ser compartilhada, de forma produtiva, com mais pessoas.
1
2
http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/o-programa
ibidem
Surgiu, assim, o projeto ‘COM LEGENDA’ - Rede de Comunicação com
Intercambistas da ED-UEMG que propõe uma transformação educativa ao contemplar
novos espaços de aprendizagem, a partir de uma perspectiva extensionista. O Projeto
consiste em um instrumento didático - uma plataforma web e redes sociais - para
disseminar os estudos e pesquisas científicas realizadas por alunos e ex-alunos de
intercâmbio da Escola de Design, assim como, a cultura e os costumes dos países e das
instituições de ensino que os recebem através de programas de intercâmbio, entre eles o
programa Ciência sem Fronteiras (CsF).
O projeto se baseia na necessidade de estimular e promover a troca de experiências
entre a comunidade acadêmica da Escola de Design e os alunos que se encontram em
instituições de ensino no exterior, com a finalidade de manter contato com outros sistemas
educacionais, tomar conhecimento de suas relações com o design, a tecnologia e a
inovação. Além disso, busca atrair o interesse de novos alunos para os programas de
intercâmbio, bem como criar oportunidade de novos conhecimentos para aqueles, que por
algum motivo particular, não podem participar.
A partir da convicção de que a experiência internacional contribui para incrementar
a qualificação da formação profissional e pessoal dos estudantes, fundamentado nos
conceitos
de
“inteligência
coletiva”
(Lévy,
2004),
conhecimento
em
rede
(Cavalcanti&Nepomuceno, 2007) e cibercultura (Lévy, 1999) e orientado pelos princípios
do design de interação (Preece, Rogers e Sharp, 2005) o projeto ‘Com Legenda’ propôs a
criação e implementação de uma interface web para permitir que os intercambistas
compartilhassem suas experiências e vivências entre si, com a comunidade acadêmica e
com a comunidade em geral, centralizando as informações em um espaço próprio, e de
fácil acesso, de modo a possibilitar o arquivamento das mesmas gerando um banco de
dados que pudesse ser utilizado como fonte de pesquisa para estudos relacionados ao
ensino, metodologia e tendências do design.
Materiais e Metodologia
Apresentado às instâncias decisórias da Escola de Design e previsto para uma ação
continuada, o projeto foi aprovado e, desde o início envolveu expertises de diferentes
atores da unidade. Para obtenção de recursos (bolsa) foi submetido e também aprovado nos
editais de Apoio à Extensão da UEMG –PAEX, nos anos de 2013 e 2014.
O projeto foi desenvolvido em três etapas tendo em vista a fase de concepção e
implantação da interface web, a definição de sua linha editorial e o plano de execução e
manutenção dos canais de comunicação criados. A interface web se justifica por constituir
um meio abrangente de divulgação ao permitir um livre acesso às informações, facilidade
na inserção de conteúdo, dinamismo entre a ocorrência dos fatos e a publicação, e a cocriação direta dos estudantes envolvidos.
A etapa inicial do projeto, concepção e implantação da interface web, envolveu a
participação do Laboratório de Design Gráfico da Escola de Design no Projeto de Naming
e Identidade Visual, e foi acompanhada por uma estagiária bolsista, aluna do curso de
Design Gráfico. A plataforma web, ferramenta básica necessária ao projeto, foi
desenvolvida por um estagiário, também aluno de Design Gráfico e o professor
responsável pelo E-DATA da Escola. Como recursos são utilizados Plataforma Web –
Blog e Redes Sociais, Disco Virtual, Canais de Comunicação via Internet (Skype e
Hangout).
Na segunda fase, a definição da linha editorial foi feita pela equipe que a essa altura havia
sido ampliada com a chegada de voluntários. O objetivo dessa fase era estabelecer uma
pauta de temas que orientasse os estudantes intercambistas quanto ao conteúdo a ser
produzido e enviado. A definição da frequência de postagem com os intercambistas levou
em consideração as atividades acadêmicas nas instituições de ensino que os receberam.
Foram criados procedimentos para que o material enviado pelos estudantes seja revisado e
preparado para ser publicado na plataforma web e redes sociais.
Na terceira fase do projeto ‘Com Legenda’, a participação do professor é
fundamental, pois ele é o agente catalisador de uma rede de comunicação que interage
através das redes sociais (grupo e fanpage no facebook) e do blog, onde os estudantes se
unem para trocar experiências numa comunicação multidirecional a distância, que se
encaixa nos conceitos muitos para muitos e muitos com muitos (Cavalcanti&Nepomuceno,
2007).
Cumpre ao professor coordenador e sua equipe, coletar pautas sugeridas por
professores e alunos da ED, acompanhar e moderar a interação do público alvo; manter
frequência de postagem na plataforma web e redes sociais.
O conteúdo da Plataforma Web abrange diversos assuntos, desde informações
básicas para o estabelecimento do intercambista na cidade de destino até a apresentação de
seus trabalhos acadêmicos mais relevantes, e foi dividido em categorias.
Dentro dessas categorias é dada ao estudante a liberdade de escolher entre os
assuntos sugeridos pela linha editorial de acordo com o momento que ele está vivendo. As
postagens devem apresentar um caráter livre e dinâmico, reflexivos ou não e com mídia
variada: fotografias, áudio, vídeos, textos, anotações, etc. Entre os temas sugeridos o
estudante pode relatar sua visão pessoal sobre o processo de seleção para o programa de
bolsas de estudo e os preparativos necessários para este, contribuindo para sanar dúvidas e
auxiliar as escolhas dos futuros intercambistas.
Outra questão de grande interesse é compartilhar os preparativos para a viagem
através de um relato pessoal que ajude a esclarecer alguns aspectos práticos que costumam
gerar dúvidas e insegurança.
A vida prática e os assuntos corriqueiros como gastos com alimentação, transporte
e moradia são informações importantes que colaboram para criar boas condições de
adaptação a um novo dia a dia, que vai além da participação acadêmica em uma nova
escola, mas que também envolve as horas de lazer, a receptividade dos moradores locais e
dos colegas. .
Os estudantes também apresentam a cidade e o país onde se encontram. Discutem
suas condições ambientais e habitacionais, a mobilidade urbana e os serviços coletivos.
Descrevem seus principais pontos turísticos e eventos, como museus, exposições,
monumentos públicos e bibliotecas. Informam sobre o mercado referente ao design em
cada local, assim como as oportunidades de trabalho na área e a valorização do trabalho do
designer no país.
Dentro das possibilidades de escolha dos temas passamos da cidade para a
instituição de ensino que os recebem. O objetivo é apresentar a instituição em que estudam
do ponto de vista de sua estrutura acadêmica e física.
Resultados e Discussões
O projeto está se desenvolvendo de acordo com as etapas previstas e foi recebido
com entusiasmo pela comunidade acadêmica. A participação dos alunos tem sido
significativa, respondendo às nossas expectativas. O Projeto ‘Com Legenda’ alcançou seus
primeiros resultados e completou seu primeiro ano revelando cada vez mais o quanto pode
haver de colaboração de “muitos para muitos” a partir de uma vontade e determinação em
ajustar todas as variáveis previsíveis e imprevisíveis que se revelam ao longo do processo
de desenvolvimento do projeto.
Como proposto anteriormente, consolidou-se a interface web com a participação
ativa dos intercambistas. Cumpriu seu papel esclarecedor, minimizando dúvidas através de
seus temas/conteúdo na plataforma web e as interações constantes entre alunos e
intercambistas. Atraiu o interesse dos alunos para os programas de intercâmbio, bem como
criou oportunidade de novos conhecimentos para a comunidade em geral, ao compartilhar
os estudos, pesquisas e vivências dos intercambistas. Contribuiu para disseminar a cultura
e os costumes dos países e das instituições de ensino que receberam esses alunos. E,
principalmente, gerou e continua gerando um banco de dados que pode contribuir como
fonte de pesquisa para estudos relacionados ao ensino, metodologia e tendências do design.
Em seu retorno o intercambista participa de encontros abertos ao público
organizados pela equipe do projeto, para troca de experiências e informações. Cada
intercambista apresenta uma síntese da sua vivência no exterior, por meio de vídeos,
entrevistas, texto e imagem. Previstos para uma periodicidade semestral, até o momento
foram realizados dois desses encontros, com grande adesão da comunidade acadêmica.
Conclusão
Os resultados obtidos pelo projeto ‘Com Legenda’ evidenciam o potencial das
ações extensionistas para a consolidação e ampliação dos benefícios advindos de ações de
pesquisa e ensino. Trata-se de uma rede aberta constantemente valorizada pelo que lhe é
adicionado através da colaboração de vários indivíduos, coordenada em tempo real, que
conduz a uma eficaz mobilização das habilidades individuais para o reconhecimento e o
enriquecimento mútuos das pessoas.
Referências
CAVALCANTI, Marcos; NEPOMUCENO, Carlos. O Conhecimento em Rede – Como
implantar projetos de inteligência coletiva. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
LÉVY, Pierre. Inteligencia Colectiva: por una antropologia del ciberespacio. Disponível
em:< http://inteligenciacolectiva.bvsalud.org/channel.php?lang=es&channel=8>. Acesso
em: 24 fev 2013.
PREECE, J.; ROGERS, Y.; SHARP, H. Design de Interação: Além da Interação Homemcomputador. Porto Alegre: Bookman, 2005.
Sítio “Ciencia sem Fronteiras”. Desenvolvido pelo Ministério da Educação e Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação. 2011. Apresenta o Programa de Intercâmbio Ciência sem
Fronterias e oferece informações sobre editaois e procedimentos necessários para
participantes potenciais. Disponível em < http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/>
Acesso em 5 de março de 2014.
CONSULTA ÀS BASES CIENTÍFICAS DE DADOS E GERENCIADOR
ELETRÔNICO DE REFERÊNCIAS: ABORDAGEM À CONSTRUÇÃO DE
ARTIGOS CIENTÍFICOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
Área temática: Comunicação; Tecnologia da informação.
Elizângela M. Oliveira Custódio
Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) – Campus de Vilhena
Deyvison de Lima Oliveira1; Sérgio C. de Gouveia Neto1; Elizângela M. Oliveira Custódio2
Resumo
Inserir citações em texto científico e formatar as referências bibliográficas conforme as
normas (ABNT, APA, Chicago e outros) pode tornar-se um tormento para alunos,
professores e pesquisadores. Na mesma linha, entender a estrutura de divulgação do
conhecimento científico (artigo) aceita pela comunidade acadêmica pode-se constituir uma
dificuldade. Assim, a ação de extensão desenvolvida na Universidade Federal de Rondônia
(UNIR) – Campus de Vilhena foi pensada para discutir estas questões, tendo como objetivo
fornecer aos acadêmicos, professores dos cursos de Ciências Sociais Aplicadas (Ciências
Contábeis, Administração, etc.) e comunidade externa, visão do processo de construção de
artigos científicos, desde a consulta às bases de dados e gestão das referências até à
publicação de trabalhos. A ação teve duração de 10 horas e foi desenvolvida em agosto de
2013. O curso foi dividido em três etapas: i) na primeira, discutiu-se a instalação de um
gerenciador de referências gratuito (EndNote Web), a busca de artigos em bases de dados
nacionais e internacionais e o gerenciamento de referências (exportação e arquivamento de
PDFs); ii) a segunda etapa tratou da integração e uso do gerenciador como formatador de
referências bibliográficas em processadores de texto (Word, open office etc.); e finalmente,
iii) na terceira etapa, discutiram-se estruturas de artigos aceitos pela comunidade científica.
Como resultados parciais, destaca-se a ampla aceitação do curso pela comunidade
(considerando o número de inscritos – 67 alunos) e percentual de concluintes (77%). O
curso está previsto para três edições (2013 a 2015), sendo esta a primeira edição.
Palavras-chave: EndNote Web. Estrutura de artigos.
1. Introdução
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES)
autarquia ligada ao Ministério da Educação, possui em seu Portal de Periódicos CAPES,
uma base de dados constituídos por revistas científicas nacionais e internacionais
(SOARES, 2004). Este banco de dados está disponível para instituições que assinam
convênio com a CAPES, podendo ser usados por alunos de graduação e pós-graduação. Da
mesma forma, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
mantém em parceria com outras instituições, a base de artigos científicos SCIELO
1
2
Professores dos cursos de Ciências Contábeis e Administração da UNIR.
Professora do curso de Ciências Contábeis da UNIR, responsável pelo trabalho.
(Scientific Electronic Library On-Line). O Scielo congrega revistas de universidade
brasileiras e estrangeiras, disponibilizando artigos gratuitamente para o meio acadêmico.
Além destas bases de dados brasileiras, existem as bases internacionais, por exemplo, a
Web of Science (ISI), Ebscohost, Pubmed e outros. Apesar da disponibilidade destes
bancos de dados na internet, procurar um artigo, catalogar e retirar os principais dados para
as referências deste pode tornar-se um tormento.
Outra questão trabalhosa é a inserção de citações no texto e sua formatação nas
referências, de acordo com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas) ou demais estilos. Neste sentido, o gerenciador de referências Endnote Web,
desenvolvido pela Thomson Reuters, é uma das opções que visa simplificar e amenizar
estas dificuldades, buscando em bases científicas as referências e permitindo a sua
exportação das bases de dados dos periódicos diretamente para o gerenciador. O programa
é gratuito, sendo que o acesso é livre, mediante cadastro no sítio: www.myendnoteweb.com
(REUTERS, 2013).
Como gerenciador de banco de dados, o EndNote Web registra as principais
informações, tais como: nome dos autores, da revista e do artigo; data, páginas do artigo
etc. Ou seja, ajuda no preparo de bibliotecas pessoais, tão úteis ao aluno, professor e
pesquisador. Por fim, permite também a formatação de acordo com as normas da ABNT
(ou demais) e além desta, outras tais como o sistema Chicago de formatação de referências
de artigo, totalizando mais de 3.000 formas de citações.
As dificuldades por parte de alunos de graduação também são visíveis quando da
elaboração de referencial teórico para artigos científicos e trabalhos de conclusão, o que
fundamenta a necessidade dos recursos disponíveis na Web. Neste sentido, discussões e
compartilhamento de trabalhos que enfoquem a estrutura do processo da construção
científica e dos trabalhos já reconhecidos (publicados) tende a contribuir com a
compreensão do processo de produção científica. As maiores dificuldades de acadêmicos,
professores e pesquisadores estão principalmente na estrutura de trabalhos, em formatos
aceitos pela comunidade científica.
Desta forma, a ação de extensão foi pensada para discutir estas questões, tendo
como objetivo geral, fornecer aos acadêmicos, professores dos cursos de Ciências Sociais
Aplicadas (Ciências Contábeis, Administração, etc.) e comunidade em geral da cidade de
Vilhena, estado de Rondônia, uma visão do processo de construção de artigos científicos,
desde a consulta de bases de dados, gestão das referências, à publicação de trabalhos. Como
objetivos específicos, pode-se destacar:
a. Desenvolver habilidades de consulta às bases de dados científicas oficiais no campo das
ciências sociais aplicadas;
b. Favorecer o domínio de recurso eletrônico para gestão de referências;
c. Desenvolver visão holística do processo de construção de artigos científicos em ciências
sociais aplicadas.
2. Material e Metodologia
O curso de extensão “Consulta às bases de dados científicas e gerenciador eletrônico
de referências: abordagem à construção de artigos científicos” foi realizado em duas turmas
concomitantemente, nos dias 07, 10 e 24 de agosto de 2013, com carga horária total de 10
horas, de acordo com o regimento interno da UNIR e das regras de oferecimento de Curso de
Extensão da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis da Universidade (PROCEA), da
UNIR com o apoio do Departamento Acadêmico de Ciências Contábeis - DECC. Foi
intercalada a parte teórica (exposição dos conteúdos) com a prática (atividades desenvolvidas
no Laboratório de Contabilidade – LABCONT).
As atividades ocorreram em três etapas: na primeira – com duração de duas horas – foi
apresentado aos acadêmicos e membros da comunidade externa à universidade, instruções para
instalação do gerenciador de referências Endnote Web, bem como instruções sobre o acesso às
principais bases de dados científicas da área (disponível gratuitamente); na segunda – com
duração de quatro horas, foi explorada a aplicação do Endnote Web no processo de construção
científica, o que abrange a utilização deste programa para inserção e formatação de referências
em editores de texto. Na terceira – duração de quatro horas, a estrutura do processo de
construção de artigos científicos foi discutida e debatida com os acadêmicos. Para esta última
etapa, artigos científicos da área de ciências da informação nos mais bem avaliados periódicos e
livros específicos (VOLPATO, 2010) foram utilizados como referências para a condução das
atividades. O curso teve a seguinte ementa:
1ª Etapa:
1. Instalação do plug-in do EndNote Web no Word: www.myendnoteweb.com;
Format/Cite While You Write Plug-In;
2. Bases de dados:
 Capes: busca avançada; localizar por área do conhecimento; enviar para “meu espaço”;
salvar no EndNote Web;
 ISI: a) buscar um tema; b) filtrar resultados por áreas de pesquisa, tipos de documento,
ano etc.; c) escolher um registro para mapa de citações; d) enviar alguns artigos ao
EndNote Web;
 Scielo: a) Coleções do Scielo; b) Busca por assuntos; c) Principais revistas de Ciências
Sociais e Ciências Sociais Aplicadas; d) Números das revistas; e) Como exportar a
referência para o EndNote Web;
 EbscoHost: a) buscar um tema; b) filtrar resultados por áreas de pesquisa, tipos de
documento, ano etc.; c) enviar alguns artigos ao EndNote Web;
2ª Etapa:
1.







Gerenciador de referências EndNote Web:
Criar grupo;
Transferir referências para o grupo;
Inserir novas citações manuais;
Compartilhar grupos;
Selecionar os principais estilos;
Imprimir lista de referências;
Usar o EndNote Web enquanto escreve.
3ª Etapa:
1. Estrutura do processo de construção científica:
 A leitura da produção científica atual: fontes para concepção do problema de pesquisa;
 Escolha do referencial: qualidade dos periódicos (Qualis); as principais fontes (artigos,
livros, sítios eletrônicos, resenhas etc.?);
 A estrutura de um artigo científico;
 A escrita: impessoalidade, objetividade etc.;
 Publicação: o processo de submissão da produção científica em Ciências Contábeis e
Administração; benefícios da publicação para o aluno, professor, instituição, sociedade...
3. Resultados e Discussões
3.1. Relação entre inscritos, vagas e concluintes do curso de extensão
A carga horária foi cumprida nas três etapas do curso. Houve 67 (sessenta e sete)
inscritos do total de 40 vagas previstas, o que corresponde 1,67 candidatos por vaga.
Devido a esta alta procura, foram abertas duas turmas que tiveram as suas atividades
realizadas de forma concomitantemente. Do total de inscritos, 52 concluíram o curso ou
77,61% dos inscritos concluíram às 10 horas de curso.
3.2. Perfil do público participante e avaliação
Participaram do curso alunos matriculados na graduação em três cursos do Campus
de Vilhena (Universidade Federal de Rondônia), a saber: Administração, Ciências
Contábeis e Jornalismo. Também participaram servidores técnicos da universidade,
acadêmicos de outras instituições e graduados – estes representando a comunidade externa.
A avaliação das atividades (autoavaliação ao final do curso e e-mails avulsos de
feedback) revelou que os participantes apresentavam demandas e interesses diversos nos
conteúdos do curso de extensão. Para os alunos de graduação, os objetivos de aprendizagem
abrangiam o gerenciamento de referências tanto para pesquisas intermediarias das suas
graduações quanto para as atividades de conclusão de curso.
Já os graduados, os conteúdos do curso contribuíram para construção de pesquisas
com vistas ao ingresso em pós-graduação e docência no ensino superior. Um depoimento
de participante do curso com esse perfil demonstra seu interesse e aproveitamento:
Bom dia Prof., como já havia dito, fiquei mto (sic) satisfeita com o curso, todos
os ensinos que recebi. Em poucas horas tive acesso a diversas informações de
grande relevância. A propósito tenho grande interesse em lecionar na
Universidade, porque além de contar ponto pra ingresso em Mestrado e
Doutorado é uma experiência a mais no meu curriculum profissional (E-mail de
participante do curso).
Quanto aos servidores da área técnica, as ferramentas utilizadas e demonstradas na
extensão contribuirão para a construção de projetos relacionados à gestão da universidade
(termo de referência, licitações etc.) e construção de projetos de pesquisa para qualificação
do quadro de técnicos na pós-graduação stricto sensu.
4. Conclusão
O curso foi realizado e os conteúdos foram ministrados na íntegra, com a
participação dos alunos. Contudo, houve dificuldades para o desenvolvimento das
atividades e estes problemas que merecem uma reflexão. Apesar do apoio dos
Departamentos de Ciências Contábeis, Comunicação Social e Informática da UNIR, houve
dificuldades com a infraestrutura, tais como, computadores com acesso a internet. Para este
tipo de curso, é necessária toda uma infraestrutura da instituição para o desenvolvimento
das atividades, tais como computadores com acesso a internet, além de acesso ao banco de
dados de artigos da CAPES, que disponibiliza o acesso ao banco de dados do Web of
Science. Convém destacar que somente instituições que tem convênio assinado com a
CAPES pode ter acesso aos artigos do Web of Science, o que pode constituir um problema
em algumas universidades.
Contudo, foi possível mostrar durante o curso de extensão que é possível usar outros
bancos de dados, por exemplo, o SCIELO que é público e gratuito. Além disso, o SCIELO
tem uma boa integração com o portal de periódicos da CAPES e com o Endnote Web, o que
pode facilitar a catalogação, e posterior referenciamento dos dados de artigos consultados.
Referências
BRASIL. CAPES - Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior.
Periódicos. Disponível em:<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em: 14 jan.
2011.
REUTERS,
Thomson.
EndNote
Web
3.5.
v.
2013.
Disponível
em:
http://www.myendnoteweb.com. Acesso em 20/03/2013.
VOLPATO, L. G. Dicas para redação científica. 3ª. ed. São Paulo: Cultura Acadêmica,
2010.
RUAH ACÚSTICO: ENTRE CLAVES E COMPASSOS, A EXPRESSÃO DE
UMA UNIVERSIDADE RENOVADA!
Área temática: Cultura
Responsável pelo trabalho: Adauto Alves da Silva Junior
Adauto Alves da SILVA JUNIOR1; Cleiton Silva Ferreira MILAGRES2
Fundação Universidade Federal do Tocantins (UFT)
Resumo:
O projeto teve como objetivo principal a interação entre acadêmicos e a comunidade externa,
possibilitando a socialização entre ambos. Com a utilização dos espaços do próprio campus
para a apresentação dos artistas de modo que fossem vistos tanto pelos acadêmicos quanto
pela comunidade externa. O projeto propôs também realizar um levantamento dos alunos
artistas do campus, inseridos nos chamados GOU´s – Grupos de Oração Universitário que
propõe uma outra forma de socialização com o foco na evangelização, mas também inseridos
na temática da musicalidade. Como resultado das ações percebeu-se que o foco na
musicalidade permitiu esta ser interpretado como um instrumento de interação e valorização
humana, proporcionando sociabilidade entre a comunidade local e os universitários no
ambiente do campus.
Palavras chaves: musicalidade, interação, valorização humana
Introdução
O ser humano constrói seu imaginário com base nos fatos que encontra e vivencia no
decorrer das interações sociais. As fantasias seriam combinações de elementos retirados da
realidade e reelaborados pela imaginação (Cunha (2009) apud Vygotsky (1990). É com esta
representação social que se pretendeu trabalhar a musicalidade no campus universitário de
Araguaína, Tocantins.
O trabalho teve por objetivo mostrar as ações que foram realizadas através do projeto
na UFT campus de Araguaína, através de canções, momentos de reflexão e atividades de
1
2
Acadêmico de Licenciatura em Matemática da Fundação Universidade Federal do Tocantins.
Professor Assistente I do curso de Gestão de Cooperativas da Fundação Universidade Federal do Tocantins.
valorização humana. As ações do projeto despertou, em cada jovem, aquele chamado vital ao
amor ao próximo, à responsabilidade social e ao exercício ético-profissional. Acredita-se que a
transformação radical do coração humano é o caminho primordial para o aperfeiçoamento da
sociedade e, para isso, seria importante uma atividade cultural e artística de relevância
universitária e de caráter extensionista. Percebe-se, portanto, que é nessa exposição que “os
sentimentos, imagens e pensamentos que se reorganizam enquanto o ser humano partilha a
música, procedem de vivências reais, de experiências já apropriadas e constituintes de suas
subjetividades.” (CUNHA, 2009, p.4)
A música trabalha áreas específicas da expressão vocal e corporal, promovendo a
produção mais verdadeira e qualificada da voz, proporcionando uma atenção diferenciada no
cantor e comunicador, seja na expressão facial, nos movimentos, na respiração, na emoção
bem direcionada, na expressão corporal conscientizada e na concentração sobre todas as
nuances que concernem à produção da própria voz. Na busca de um meio de interação entre a
comunidade e a academia, notamos um certo distanciamento dos acadêmicos e a comunidade
externa, tanto na divulgação de resultados dos estudos como a participação da comunidade nas
ações de pesquisa e extensão do campus Araguaína. Em discussão com os estudantes
vinculados aos GOU´s – Grupo de Oração Universitário, encontrou-se no meio cultural,
atividades que mesclassem os ambientes, a música, por sua vez, possibilitou a promoção da
socialização entre as pessoas, permitindo o contato, a conversa e o surgimento de caminhos
que levam a cooperação e a solidariedade.
Metodologia
No campus da UFT Araguaína existem a atuação de 2 GOUS´s, sendo um no horário
matutino e outro noturno, ambos se reúnem semanalmente e utilizam o espaço para
evangelização e também para debater sobre ética-profissional, amor ao próximo e práticas
artísticas. O projeto contou um calendário de ações construído em parceria com os estudantes
vinculados aos GOUS. Foi realizado também um espaço de formação em parceria com a
comunidade local com oficinas sobre técnica de voz e expressão corporal, musicalidade e
teatro e dança.
Juntamente com o professor orientador, foi estruturado um evento para que se desse
início as atividades do projeto, onde contamos com a participação do cantor Abner Santos, do
Estado de São Paulo. A escolha de como se daria os rumos do projeto dependeria da aceitação
local quanto às canções a serem apresentadas e ainda, o debater sobre um espaço de
socialização promovido pelos estudantes vinculados aos Grupos de Oração Universitários
(GOU´s).
Com base no envolvimento direto dos estudantes na participação dos GOU’s (Grupos
de oração universitário) foi realizado uma coleta de dados, referentes as atividades que os
acadêmicos desempenham no meio musical, a fim de saber o estilo de cada um, se tocava
algum instrumento, se cantava e se era compositor.
Resultados e Discussões
Com as atividades que fizemos, notamos que houve uma participação representativa de
ambas as partes convidadas, comunidade acadêmica e comunidade externa, e com momentos
de reflexões e muita musicalidade podemos ver as interações entre as pessoas, cada um reagiu
à sua maneira aos assuntos abordados, mas vimos como essas reações se entrelaçam na
vivência humana. Entendemos que a música tem por si um papel de interação da mente
humana, como também tem papel de promoção humana, contribuindo na discussão de
assuntos relevantes da sociedade, como política, sociabilidade e cultura.
A vinda do cantor e poeta incentivou os estudantes a debater sobre a questão da
musicalidade e sociabilidade. A vinda do artista até Araguaína foi com o apoio da comunidade
local não havendo custos para a Universidade. As figuras a seguir mostram a atividade
chamada de Ruah Acústico executada no campus:
Figura 1 – Memória Fotográfica do Ruah – público e apresentação musical
Na participação do evento de formação os estudantes tiveram a oportunidade de
aprender sobre técnicas musicais e ainda técnicas artísticas, voltadas ao teatro e a dança.
Figura 2 – Memória Fotográfica da Equipe da oficina
Outro ponto possibilitado pelo projeto foi o levantamento de informações junto a
estudantes da UFT, campus Araguaína. Para um dos integrantes do GOU “Foi muito bom estar
em contato com a comunidade acadêmica e realizar a pesquisa. Mais interessante e ver que na
hora das pessoas informarem o estilo musical que mais gostavam elas não se enquadravam só
em um especifico, mas as vezes até em cinco estilos diferentes” e acrescentou, “notar que em
nosso meio há mais cantores do que pessoas que tocam foi inesperado e vimos que no meio
acadêmico há poucos que se arriscam em compor suas próprias letras”.
Para facilitar a aplicação do questionário, o bolsista aplicou o questionário com
estudantes que estavam na discussão semanal que o GOU promove no campus. Os gráficos a
seguir mostram os resultados alcançados:
Figura 5 – Gráfico da Pesquisa sobre estilos musicais
Segundo relato de um estudante “é triste notar que ainda muitos não tentaram aprender
e se encaixar em alguma dessas áreas, muitos dos entrevistados passam a maior parte do seu
tempo na faculdade e ainda não há um incentivo muito grande nesta parte artística no campus
de Araguaína”. A fala ressalta a preocupação em promover espaços dialógicos dentro do
campus Araguaína para incluir movimentos sociais culturais as práticas acadêmicas, o que
vem a favorecer o crescimento do individuo.
Conclusão
O projeto teve grandes ganhos na interação dos acadêmicos e da comunidade com os
temas abordados. Pode se notar que a música atua como instrumento de socialização e como
meio de disseminar valores importantes para a formação profissional. Para a comunidade
acadêmica, além de promover ações culturais no campus e participações em eventos de
capacitação musical, possibilitou fortalecer e incentivar os talentos musicais.
Uma das maiores problemáticas em relação ao campus foi a escassez de materiais para
uso nas apresentações, tais como: microfones, caixas de som, mesas de som, no entanto com a
parceria da comunidade foi possível realizar a ação extensionista no campus, que carece de
promoções culturais. Por fim, acredita-se que os Gous também são um espaço a ser
valorizado, pois possibilita discutir questões práticas e vivenciadas no cotidiano dos estudantes
universitários elencando elementos culturais importantes e que favorecem o exercício éticoprofissional do estudante envolvido.
Referencias Bibliográficas:
CUNHA, R. A vivência social da música. Simpósio de Música da Faculdade de Artes
do Paraná, 3, 2007, Curitiba. Anais eletrônicos... Curitiba, 2007. Disponível em:
www.fap.pr.gov.br/.../IIISimpdemusica/.../A_vivencia_social_da_musica_Rosemyriam_Cunh
a.pdf Acesso em: 10 jan 2014.
VYGOTSKY, Liev Semionovitch. Psicologia da Arte. São Paulo: Martins Fontes,
1999.
Título
INTEGRAÇÃO VIA ONDAS SONORAS
Área temática
Comunicação
Responsável pelo
trabalho
María Gimena Machado Ortiz.
Instituição
Universidade Federal de Integração Latino-Americana (UNILA)
Nome dos Autores
(1) María Gimena Machado Ortiz; (2) Ana Silvia Andreu da
Fonseca; (3) Jorge Alejandro Antonioli Romero.
Resumo
“Webrádio Unila: Integração via ondas sonoras” tem atuado em
diversas áreas de forma interdisciplinar e interinstitucional
desenvolvendo atividades pluriparticipativas que envolvem
diretamente a comunidade universitária, bem como com a sociedade de
Foz do Iguaçu e a tríplice fronteira. Os procedimentos metodológicos
foram de diferentes naturezas de acordo com as atividades
desenvolvidas. Dentre elas, destacam-se: trabalhos em grupo, revisão
bibliográfica, seminários, organização e participação em eventos da
área de comunicação; planejamento, organização e realização de
projetos comunicativos em paralelo com outros projetos e instituições.
Em relação aos objetivos do projeto, conseguiu-se canalizá-los através
de práticas comunicacionais materializados em programas
radiofônicos. A difusão de avanços e resultados de projetos de
Iniciação Científica e Extensão universitária da UNILA cumpriu uma
de suas principais funções, constituindo-se como janela de diálogo e
intercâmbio entre a instituição e a sociedade. Até agora, foram
desenvolvidos dez programas radiofônicos inteiramente autónomos e
produzidos pelos participantes envolvidos. Quanto às atividades, foram
realizados eventos e coberturas de eventos; confecção de planos
pedagógicos para gravação com estudantes da UNILA e aulas de
educomunicação com ênfase em rádio para alunos argentinos e
brasileiros de escolas públicas, práticas de discussão e de capacitação
sobre áreas adjacentes que formam parte do projeto, como a
implementação de plataforma web, matriz digital, gravações em
estúdio, edição sonora, entre outras. A reflexão teórica resultou em
objetivos, missão, visão, perfil e valores, peças fundamentais e
estruturais do projeto definidas sobre a base do multiculturalismo e do
Palavras-chave
Introdução
plurilinguismo (Português, Espanhol e Guarani).
Comunicação comunitária – Integração sociocultural latino-americana
– Plurilinguismo.
O presente trabalho tem como objetivo principal servir como resumo
do projeto anteriormente citado, bem como apresentar novos desafios
sobre o mesmo. É por isso que consideramos de suma relevância
deixar um marco teórico-prático científico sobre outra perspectiva de
comunicação alternativa latino-americana, com vistas a talvez ser uma
referência em integração regional. Webrádio UNILA: Integração via
ondas sonoras tem como principais características seu contexto não só
geográfico, por ter sua sede de trabalho na tríplice fronteira ArgentinaBrasil-Paraguai, mas ser consciente das peculiaridades sociais,
políticas, comunicacionais e econômicas de tal contexto. Ela propõe-se
como veículo de comunicação que integra não somente a comunidade
acadêmica da UNILA, mas também a comunidade na qual está inserida
e, por sua característica latino-americanista, também diversos países do
continente com suas diferenças e similitudes, respeitando as diferenças
linguísticas e culturais.
Além disso, tem atuado não apenas como meio de comunicação, mas
também como conector de outros eventos relevantes para a
universidade e a sociedade em seu conjunto, apoio a congressos e
palestras. Igualmente, foram lecionadas aulas em escolas da tríplice
fronteira sobre educomunicação (NCE-ECA/USP, s./d.), tendo como
resultado que, acompanhado pela Webrádio, que uma delas formaria
sua própria rádio comunitária com participação de alunos e direção. No
ambiente interno da universidade, consideramos pertinente nos mostrar
como uma janela para a sociedade, dando a conhecer ações de pesquisa
e ensino a partir da voz de seus próprios atores.O multiculturalismo
cotidiano na UNILA, por sua base de comunidade acadêmica latinoamericana, fez propor à equipe de trabalho,um desafio de inclusão de
línguas originárias – isso se vê presente em toda a identidade sonora da
rádio (trilhas e vinhetas) e em diversos programas. Contemplando isso,
também se realizarão programas de trabalho com alunos estrangeiros
que cursam a disciplina de Português, os quais participam com
miniprogramas ou colaborações em programas já estabelecidos,
praticando a língua ensinada em aula com formato radial.
Material e
Metodologia
Nosso universo de trabalho é amplo pois nossa principal via de
comunicação é através da internet, como o manifestam diversos
autores (GARCÍA-CANCLINI, 2003; PRATA, 2009).Desde 2012
estabelecemos laços de cooperação com diversos organismos
comunitários e empresas, assim como com escolas de ensino
fundamental e projetos afins.
Na atualidade, temos mantido as parcerias e ampliado as mesmas com
base nas necessidades. O começo das atividades como projeto de
extensão foi em setembro de 2012. Nos meses restantes daquele ano
foram utilizados diversas atividades prévias, como revisão
bibliográfica, aprendizado de edição por parte dos bolsistas, reuniões
de encaminhamento etc., já que se elaborou a política e a base teórica a
partir da qual se implementaria o sistema comunicacional do projeto.
Para isso, trabalhou-se com textos que nos preparassem para que
elaborássemos nossa própria base teórica, que, por sua vez, nortearia
nossa prática. Foi de vital importância a participação no encontro da
Red de Comunicadores del Mercosur, em Puerto Iguazú, Misiones,
Argentina, com o fim de dar a conhecer Webrádio UNILA ao conjunto
de comunicadores do Mercosul, trocar experiências em comunicação, e
começar a pensar um plano de integração para os comunicadores da
América Latina. Este evento se deu em Outubro de 2012.
Logo depois de estarmos assentados sobre essas bases, começamos a
prática comunicacional, com produção de programas radiofônicos que
foram de relevância para a situação contextual que continuam em
execução. Lecionaram-se aulas de rádio-comunicação para a
comunidade acadêmica nos meses de outubro e novembro de 2012. Em
maio e junho de 2013, os próprios bolsistas participaram de um
minicurso sobre produção e locução radiofônicas com o professor
colaborador do projeto, um jornalista. A partir de julho de 2013 as
transmissões gravadas foram colocadas ao ar, no site. Para isso, foram
necessárias parcerias com diversas empresas e organizações
comunitárias da cidade, porque não possuíamos – e ainda não
possuímos – estúdio próprio.
Em 2013, realizaram-se cursos de educomunicação na Escuelas
Intercultural Bilingüe n, 2, de Puerto Iguazu, Argentina. Para isso se
realizou, revisão bibliográfica sobre a temática e a planificação das
aulas em conjunto com o professor Mário Ramão Villalva, que, além
de colaborador da webrádio, é coordenador do curso de Letras, Artes e
Mediação Cultural da UNILA. Além disso, fomos parte da organização
de eventos, como o Seminário “Comunicação, Emancipação e
Integração na América Latina” e atividades em função da visita da
historiadora Anita Prestes à cidade e da 9ª Feira Internacional do Livro
de Foz do Iguaçu.
Acreditamos sumamente importante ressaltar a elaboração da política
do programa, das gravações e da edição do programa “En que
andamos?”, o qual procura mostrar os projetos de pesquisa e extensão
da UNILA, que foi realizado em uma primeira etapa de março a
setembro de 2013.
A partir de maio de 2013, com a efetivação das etapas anteriormente
citadas, começou-se outro plano de produção com relação direta ao
nosso contexto: a produção do programa “Boletim de Notícias”, que
busca relatar os eventos mais importantes da agenda cultural, política e
social da tríplice fronteira, contando entre seus membros com um
jornalista que atua em Foz do Iguaçu (Alexandre Palmar), a
coordenadora da webrádio e docente da UNILA (Dra. Ana S. Fonseca)
e esta bolsista (Gimena Machado).
Foram realizados diversos trabalhos em conjunto com a Secretaria de
Comunicação de UNILA, como a montagem de uma playlist especial
para eventos institucionais, em julho de 2013, de forma a fomentar o
reconhecimento da rádio em espaços fora da Internet.
Resultados e
Discussões
Atualmente nos encontramos na etapa de discussão de continuação de
trabalhos anteriormente realizados, além de ampliar o espectro da
equipe com vistas à participação direta da comunidade da região e da
comunidade acadêmica. É por isso que nos encontramos em plena
atividade de relacionamento do projeto com “GUATÁ Cultura em
Movimento”, organização de mídia livre de Foz do Iguaçu, para
planificação de maior espaço radial para a população da cidade.
Com relação aos resultados das discussões e das práticas de
comunicação, cabe mencionar as parcerias efetivadas e/ou a serem
firmadas com, sobretudo, as seguintes entidades: rádio Transamérica
Foz FM, Vision Art Produções e portal H2Foz. Contamos hoje com
diversos programas gravados e editados, grande parte deles produzidos
por alunos estrangeiros de Português Língua Adicional em conjunto
com a equipe, outros com a participação de voluntários e outros
produzidos unicamente pelos membros da própria equipe.
Em março de 2013 foi colocado no ar nosso site próprio
www.radiounila.com, que conta com todos os programas e boletins
gravados e já editados. Resultados dos cursos feitos pela equipe deram
continuidade ao intercâmbio com escolas interculturais bilíngues de
fronteira, sobretudo a Escola Municipal Adele Scalco de Foz do Iguaçu
(Brasil) e a Escuela n. 2 de Puerto Iguazu (Argentina), onde nosso
colaborador e bolsistas dão formação em produção radiofônica para as
crianças do ensino fundamental, trabalhando com aproximadamente 60
alunos. Parte de tais atividades foram realizadas em conjunto com um
curso de extensão ligado à Webrádio UNILA, com apoio da Guatá
Cultura em Movimento.
Cerca de 150 estudantes hispano-falantes de Línguas Adicionais da
UNILA já produziram e gravaram programas / matérias jornalísticas
e/ou rádio-teatro para a Webrádio Unila em Português (cursos de
Música, Geografia, História, Ciência Política & Sociologia, Ciências
Biológicas, Engenharia de Energias Renováveis, Cinema &
Audiovisual, Relações Internacionais e Integração, Antropologia,
Arquitetura e Urbanismo, e Ciências Econômicas).
Está em processo o intercâmbio com a Comissão de Direitos Humanos
(CDH) de Foz, o boletim eletrônico de um bairro – o Cidade Nova
Informa (CNI) – e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná,
subseção Foz do Iguaçu, para produção de futuros programas voltados
à realidade da cidade.Como resultado de estudos da bibliografia
proposta (como, por exemplo, MARTÍN-BARBERO, 2009; PARRAHINOJOSA, 2013) e discussões prévias, formulou-se uma política
própria que envolve missão, visão, valores e elaboração de uma grade
de programação.Desde que o site da webrádio passou a transmitir
programação contínua, 24 horas por dia, em julho de 2013, até março
de 2014, recebeu cerca 10 mil visitantes.
Conclusão
Considerando nosso complexo contexto sociocultural, acreditamos que
tem se cumprido, em sua maioria, os objetivos de extensão
universitária que propusemos desde o começo como equipe.Ademais,
esse projeto orgulha-se de poder continuar trabalhando com outras
ações de extensão. Pensamos em apresentar num futuro próximo uma
versão ampliada da webrádio com o fim de transformá-la em programa
de extensão, em função das possibilidades que ainda nos desafiam.
No corrente mês, nos encontramos com novos objetivos, como a
transmissão ao vivo – o que nos possibilitará simultâneo contato com
os ouvintes. A equipe inteira, inclusive os professores direta ou
indiretamente envolvidos, reconhecem os ganhos acadêmicos,
sobretudo em termos de formação em comunicação radiofônica e na
relação com organizações comunitárias – este, aliás, é o foco para
continuarmos as ações.
Referências
GARCÍA CANCLINI, Néstor. Leitores, expectadores e internautas.
Trad.: Goldberger, A. São Paulo: Observatório Itaú Cultural/
Iluminuras, 2003.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação,
cultura e hegemonia [1987]. Pref.: García Canclini, N. Trad.: Polito,
R.; Alcides, S. 6ª ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009.
NCE-ECA/USP. Caderno da galera 2: o rádio na sala de aula.
Apostila do Núcleo de Comunicação e Educação (NCE) da
Escola de Comunicações e Artes (ECA). Universidade de São
Paulo (USP), s/d.
PARRA HINOJOSA, Daniela. “Las apuestas de la comunicación
alternativa para la integración popular latinoamericana”. In:
Anales del I. Encuentro de Estudios Sociales desde América
Latina. Universidad Nacional de Córdoba (UNC) /
Universidade Federal da Integração Latino-Americana
(UNILA). Foz do Iguaçu, Out 2013 – no prelo.
PRATA, Nair. WEBrádio: novos gêneros, novas formas de interação.
Florianópolis: Insular, 2009.
(Fig. 2. Gráfico estatístico do acervo)
Conclusão
Percebeu-se a importância da informação tratada a fim de proporcionar a disseminação
da informação entre as instituições pares e/ou interessadas nas temáticas em questão, e o
incentivo a essa disseminação através da divulgação e das doações das duplicatas. Esse
trabalho busca também a valorização, a preservação, e a divulgação da história da extensão
universitária, proporcionando o acesso a um leque de informações nas diferentes áreas
temáticas da extensão na UFF e em outras instituições de ensino e pesquisa. Sendo assim,
entendemos que o mesmo visa o aprimoramento da formação cultural do cidadão, além de
suprir os técnicos da instituição e outros profissionais interessados, assim buscando o
reconhecimento como instituição social, essencial ao exercício da cidadania, devido ao
intercâmbio informacional e à democratização do conhecimento que proporciona.
Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e
documentação, referências, elaboração. Rio de Janeiro, ago. 2002. 23 p.
ANDRADE, Maria Teresinha Dias de Andrade; et al.. Mudanças e inovações: novo modelo de
organização e gestão de biblioteca acadêmica. Ci. Inf., Brasília, v. 27, n. 3, set./dez. 1998.
311-318 p.
CALLIAN, Amanda dos Santos. Seleção de software e sistema de automação de
bibliotecas para o Centro de Memória da Extensão da Universidade Federal
Fluminense. Niterói, SEMEXT 2012.
MIRANDA, Antonio. Os conceitos de organização baseada na informação e no
conhecimento e desenvolvimento de serviços bibliotecários. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 22, n.
3, 227-232 p, set./dez. 1993.
SERRANO, Rossana Maria Maior. Conceitos de extensão universitária: um diálogo com
Paulo Freire. [s.l.], [s.d].
VERGUEIRO, Waldomiro de Castro Santos. Desenvolvimento de coleções: uma nova
visão para o planejamento de recursos informacionais. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 22, n. 1, p.
13-21, jan./abr. 1993.
APRENDIZAGEM ATRAVÉS DOS CONCEITOS DE WEB 1.0 E WEB 2.0
APLICADO AO ENSINO DE CIÊNCIAS
Comunicação e Educação
Patrícia Mota Milhomem
Universidade Federal do Pará – Campus de Tucuruí (UFPA – CAMTUC)
Autores:
Patrícia M. Milhomem 1; Mateus H. R. de Almeida2; Wellington da S. Fonseca3;
RESUMO
O presente artigo relata as atividades desenvolvidas e as experiências adquiridas
através do projeto de extensão universitária intitulado “Engenhatube”, que se utiliza dos
conceitos de Web 1.0 e Web 2.0 para o disseminação do conhecimento técnico-científico
através de mídias audiovisuais postadas no website do Programa de Extensão Laboratório de
Engenhocas (labengenhocas.ufpa.br) e no Canal do YouTube denominado Engenhatube
Camtuc. As mídias encontradas nesses meios são elaboradas por discentes dos cursos de
engenharia civil, elétrica e mecânica do Campus Universitário de Tucuruí da UFPA
(Universidade Federal do Pará), como também conta com a contribuição dos alunos das
escolas estaduais de nível médio de Tucuruí. Dessa forma, o projeto pretende contribuir para
formação de alunos de nível técnico, superior na área de engenharia e ciências exatas e de
nível médio, principalmente, nas disciplinas de física, química e matemática.
Palavras-chave: Ensino-aprendizagem, Redes sociais, Mídias audiovisuais.
INTRODUÇÃO
Atualmente, computadores com acesso a internet nas salas de aula, museus e bibliotecas
são usados como ferramenta essencial para o processo de aprendizagem, tanto quanto os
livros. O computador e suas tecnologias associadas, sobretudo a internet são capazes de
promover uma revolução na educação, sendo assim, instrumentos úteis no processo de ensinoaprendizagem.
Com isso, a tendência é a de que as escolas e salas de aula de amanhã não estejam
limitadas pelas paredes de prédios, mas venham a ser módulos de uma comunidade de
1
Graduanda em Engenharia Civil, Universidade Federal do Pará - Campus Tucuruí
Graduando em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Pará - Campus Tucuruí
3
Professor MS.c. em Engenharia Elétrica, Faculdade de Engenharia Elétrica, UFPA - Campus Tucuruí
2
aprendizagem conectadas em redes com bibliotecas, centros comunitários, museus,
universidades e residências. Por esta razão, a escola deve alterar a sua concepção tradicional e
deve começar por estabelecer pontes com outros universos de informação e abrir-se a outras
situações de aprendizagem (CARVALHO et al, 2006). Esta aprendizagem pode ser realizada
através do uso de mídias para a educação, podendo ser feita de duas formas: mídias que põem
em comunicação um ser humano e uma máquina, da qual ele extrai informações que
transforma em conhecimento; mídias que ligam seres humanos entre si, para que eles troquem
informações e juntos construam conhecimentos, conceitos conhecidos na literatura como Web
1.0 e Web 2.0 respectivamente.
A geração da Internet, “Web 1.0” teve como principal atributo disponibilizar uma
enorme quantidade de informação a qual todos podem acessar. No entanto, o papel do usuário
nesse cenário era de apenas espectador da informação, não tendo autorização para alterar ou
reeditar o seu conteúdo (BOTTENTUIT & COUTINHO, 2008).
Como mudança, surgiu o conceito de “Web 2.0”, o qual operou com grande impacto na
sociedade. A visão de Web 2.0, desenvolve-se nas ideias de colaboração entre varias pessoas,
oferecem condições adequadas para o desenvolvimento de uma proposta de ensinoaprendizagem que poderá atender as demandas da sociedade. Nesse contexto, é necessário
levar em consideração o desenvolvimento de competências que envolvem autonomia na
aprendizagem, disciplina, criatividade, capacidade de se adaptar à mudança, colaboração
(PEREIRA & FERREIRA, 2011).
Portanto, o presente artigo relata as experiências desenvolvidas no projeto de extensão
universitária intitulado "Engenhatube", o qual tem por objetivo divulgar mídias audiovisuais
na internet, com teor educacional proporcionando a oportunidade de estímulo ao estudo e
divulgação da ciência e da tecnologia. Dessa forma, será discutida a metodologia aplicada
para concretização do projeto e apresentação dos resultados obtidos, além de descrever as
colaborações profissionais para os discentes responsáveis e a interferência no modo de
aprendizagem das ciências.
MATERIAL E METODOLOGIA
Pensando de forma a relacionar as tecnologias de informações ao ensino, no
desenvolvimento do projeto, inicialmente realizou-se uma sondagem das atividades em
andamento no CAMTUC, a fim de elaborar um banco de dados dos projetos de extensão e
pesquisa a serem acompanhados pelos integrantes do Engenhatube. Em posse dos dados,
editou-se o material reunido deixando em um formato padrão para que, desta forma pudesse
ser divulgado as atividades que estão sendo desenvolvidas e estabelecer um cronograma para
elaboração das mídias, vislumbrando atingir não somente o público-alvo dos projetos, mais os
internautas como todo.
A partir destas informações foram estabelecidas diretrizes para a estruturação e
organização do website e da página da web no YouTube. Criou-se o website denominado
"Laboratório de Engenhocas" no próprio provedor da UFPA, podendo ser acessado no
endereço “labengenhocas.ufpa.br”.
Após criação das plataformas na internet, as discentes bolsistas foram encarregadas de
produzir as mídias audiovisuais com o auxílio de uma filmadora e dois refletores, fornecidos
pelo Laboratório de Engenhocas. As edições destas mídias foram executadas na sala do
Programa Laboratório de Engenhocas, localizado na Universidade Federal do Pará, Campus
Universitário de Tucuruí (UFPA-CAMTUC).
A primeira atividade do CAMTUC registrada foi às apresentações de experimentos
desenvolvidos pelos discentes de Engenharia Civil 2011 na disciplina Física Experimental
Aplicada, em que os alunos através do trabalho em equipe e monitorados pelos integrantes do
programa de extensão Laboratório de Engenhocas, tinham que apresentar os experimentos
com caráter lúdico e, principalmente, aplicando os conceitos observados com situações do
cotidiano (SILVA et al, 2012).
Ao término da disciplina, a outra atividade programada foi às gravações individuais dos
participantes do Laboratório de Engenhocas, nessa etapa foram gravadas mídias de
experimentos físicos feitos com matérias alternativos, de baixo custo ou reutilizados, visto
que este é um caráter imprescindível do programa, uma vez que o mesmo tem como objetivo
motivar os internautas a reproduzir os experimentos, despertá-los a consciência
socioambiental e incentivar a cursar engenharia.
Outra atividade que contribui para o enriquecimento da plataforma no YouTube, foi a
primeira Feira de Ciências das Escolas Públicas Estaduais de Tucuruí, onde foram
adicionados vídeos dos projetos executados pelos alunos do ensino médio, desenvolvidos
através do trabalho em grupo sob tutoria dos seus professores.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O site foi criado para o compartilhamento de informações e divulgação dos projetos
desenvolvidos no Camtuc. Entretanto, as atividades do projeto Engenhatube cresceram pela
união de projetos, como: Jogoteca Tucunaré, Laboratório de Engenhocas, Feira de Ciências e
Inovação Tecnológica, Introdução à Supercondutividade e Nanotecnologia que formam o
Programa Laboratório de Engenhocas.
A partir da construção do website, criou-se também o canal Engenhatube Camtuc
(Figura 1a) na página da web YouTube (Figura 1b), no qual também estão sendo postadas as
mídias produzidas. Iniciou-se a agravação e edição dos vídeos com a participação dos
integrantes do Laboratório de Engenhocas, os quais explicam a montagem dos experimentos,
demonstram dinâmicas para serem apresentados na comunidade e relatam os conceitos que os
envolvem.
Figura 1 - (a) Web site; (b) Canal no Youtube
A realização da Primeira Feira de Ciência e Inovação Tecnológica das Escolas
Estaduais de Ensino Médio de Tucuruí, contribuiu com mídias audiovisuais postadas no
YouTube e no site do Laboratório. Essas mídias representam os melhores projetos
desenvolvidos na Feira de Ciência escolhidos pelos pesquisadores da UFPA.
Dessa forma, em apenas um ano e meio de criação do Projeto Engenhatube
disponibilizamos vinte e oito mídias que se encontram editadas e disponíveis para acesso no
portal do YouTube e no site do Laboratório de Engenhocas. Obtendo um total de 8884 (oito
mil oitocentos e oitenta e quatro) visualizações, número que cresce a cada dia, e uma média
de aproximadamente 494 visualizações mensais, além de ter um expressivo número de
acessos semanais (Gráfico 1).
Gráfico 1 – Número de visualizações por semana do canal Engenhatube Camtuc
Portanto, através do Projeto Engenhatube está sendo possível compartilhar o
conhecimento adquirido na Universidade, e até mesmo em projetos realizados com alunos do
ensino médio, para a disseminação de Ciência e Tecnologia na região Amazônica.
CONCLUSÃO
Aprender a utilizar os recursos da Web para contribuir com o processo de ensino
aprendizagem na educação brasileira, se tornou fundamental na era do conhecimento. Por isso,
o projeto Engenhatube usufrui dessas ferramentas para repassar, transmitir, levar o
conhecimento adquirido na universidade para a comunidade de um modo geral, contribuindo
na melhoria do ensino-aprendizagem, uma vez que as mídias desenvolvidas são altamente
educacionais voltadas para o ensino das ciências.
O projeto Engenhatube, pretende contribuir ainda mais para a aquisição de
conhecimento. Pois, em breve serão postados mais vídeos referentes aos eventos organizados
pelo Campus de Tucuruí, aos trabalhos desenvolvidos pelos bolsistas do projeto Introdução a
robótica, Nanotecnologia e Supercondutividade, como também, o acompanhamento da
terceira Feira de Ciência das Escolas Estaduais de Ensino Médio de Tucuruí.
REFERÊNCIAS
BOTENTTUIT, J. B. J.; COUTINHO, C. M. P. As ferramentas da Web 2.0 no apoio
à Tutoria na formação em E-learning. In: Association Francophone Internationale de
Recherche Scientifique em Education (AFIRSE): Lisboa, 2008.
CARVALHO A. A.; MOURA, A.; PEREIRA, L. & CRUZ, S. Blogue - uma
ferramenta com potencialidades pedagógicas. Anais do VII Colóquio sobre Questões
Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro) Globalização e (des) igualdades: os desafios
curriculares. CIEd, 2006.
PEREIRA, A. F.; FERREIRA, P. da S. NTIC e Educação: Web 2.0. 2º Simpósio
Educação e Comunicação. UFG, 2011.
SILVA, Samara P. Engenhatube. Anais: XV – Jornada de Extensão da UFPA. Belém:
UFPA, 2012.
SILVA, S. P., SANTOS, H. N., SILVA, D. B., LIMA, D. S., FONSECA, W. S., &
ALEIXO, V. F. A responsabilidade socioambiental estimulada através da metodologia
PBL: uma experiência na região Amazônica no Ensino de Engenharia. Anais: IV
International Symposium on Project Approaches in Engineering Education PAEE. São Paulo:
PUC, 2012.
JUVENTUDES: TOCANDO O FUTURO
Comunicação
Victor Humberto Pereira Barbosa¹
Benedito Dielcio Moreira²
Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT)
Resumo
Este trabalho apresenta o projeto “Tocando o Futuro”, realizado por membros da
“UFMT” na região pantaneira do Estado do Mato Grosso, no município de Barão de
Melgaço. Desenvolvido junto aos jovens da região ribeirinha, são realizadas ações de
capacitação para o uso de diferentes mídias. O presente trabalho discute como foi o
contato inicial e o desenvolvimento das oficinas e as atividades pedagógicas propostas
pelo projeto.
Palavras Chave
Cultura juvenil, produção midiática, região pantaneira, UFMT.
Introdução
A fim de promover a inclusão digital e valorizar a cultura científica e os saberes
populares da comunidade pantaneira, professores, técnicos e alunos do curso de
Comunicação Social da UFMT participam do projeto “Tocando o Futuro”. Por meio de
atividades de intervenção, com foco na capacitação de jovens para o uso de diferentes
mídias, são desenvolvidas inúmeras oficinas em três escolas rurais da região pantaneira
de Mato Grosso: Nossa Senhora do Livramento, Barão de Melgaço e Santo Antônio do
Leverger. Entre os objetivos do projeto estão também a difusão do direito à informação
e do conhecimento científico, bem como criar condições para que os jovens possam,
com autonomia, produzir vídeos, jornais e programas radiofônicos. Neste texto,
tratamos exclusivamente das atividades desenvolvidas no município de Barão de
Melgaço.
_____________________________
¹ Aluno de graduação em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda na Universidade
Federal do Mato Grosso
² Doutor em Educação e professor no curso de Comunicação Social da Universidade Federal de
Mato Grosso. Coordenador do projeto de pesquisa 317/CAP/2010 “Tocando o Futuro”.
Os encontros são realizados quinzenalmente, sempre aos sábados, em uma
escola às margens do rio Cuiabá, em uma comunidade distante 50 minutos de barco da
sede do município. Como já dito, o propósito do projeto é valorizar a cultura científica e
capacitar os jovens para a documentação em áudio e vídeo de suas experiências na
escola e dos saberes da comunidade. Para isso, as atividades foram divididas em duas
fases. Na primeira, durante o processo de aprendizagem mútua, os temas foram livres,
de modo que os jovens pudessem documentar a história da comunidade e seu cotidiano.
A segunda fase, planejada em conjunto com os jovens, está próxima de ser concluída.
Metodologia
Encontrar formas de socialização com os jovens da comunidade foi um dos
nossos maiores desafios. Dinâmicas de grupo, aquecimento da voz, exercícios de
desinibição, além de conversas nos períodos de almoço foram algumas das ações que
utilizamos para nos aproximarmos do grupo. As oficinas propriamente ditas foram
deixadas para um segundo momento, pois foi priorizada a construção de uma relação
mais próxima com a comunidade.
Ainda como parte do processo de aproximação, foram disponibilizadas para uso
dos jovens as tecnologias digitais que dispúnhamos, tais como câmeras de filmagem e
máquinas fotográficas, uma vez que o afastamento geográfico e as condições
econômicas não proporcionam muitas opções de tecnologia. Estávamos certos, naquele
começo de caminhada, que a coleta de informações e a discussão de ideias com os
alunos seriam essenciais para o desenvolvimento de um diálogo e para o
reconhecimento do campo de atividades.
Para conhecermos os hábitos de mídias dos jovens e a disponibilidade de
tecnologias de informação e comunicação foi aplicado um questionário sobre consumo
midiático. Conforme foi constatado, a acessibilidade às mídias é muito restrita. Apesar
disso, o uso do celular é muito constante no círculo social das crianças e jovens com
mais de 10 anos. É muito comum os alunos escutarem musicas no celular,
especialmente do gênero funk, trocar SMS e, raramente, acessar a internet. Nesta
comunidade, somente alguns jovens participam de redes sociais, como o Facebook, por
exemplo. Eles também não têm o costume de ler jornais ou revistas, mas acompanham
as novelas e os telejornais.
O projeto atende neste município três comunidades ribeirinhas. Por conta da
distância entre elas e as dificuldades de comunicação, não há uma forte ligação entre os
alunos que não são da mesma comunidade, exceção para aqueles que compartilham da
mesma escola. Após a imersão no grupo e o relacionamento já estabelecido, iniciamos
de modo mais pedagógico as oficinas e as atividades propostas.
Inicialmente os alunos tiveram um contato com as oficinas de redação e jornal.
A ideia destas oficinas é tanto capacitar o aluno a documentar em texto a sua
participação no projeto, quanto contribuir para a superação das dificuldades de escrita e
leitura. Paralelamente ao desenvolvimento das oficinas de redação e jornal, ocorreram
as atividades externas de fotografia, ocasião em que os jovens receberam noções básicas
de fotografia. Nesta fase foi percebido, ainda, muita hesitação dos alunos para expressar
suas ideias. Para incentivá-los, buscou-se sempre promover uma amizade e um
relacionamento desprovidos de hierarquia, para que todos pudessem compartilhar dos
conhecimentos. Geralmente em todo processo que se inicia o envolvimento se dá de
forma crescente, à medida que as atividades e relacionamentos avançam. A expectativa,
porém, com o que viria pela frente, com as atividades programadas, animaram os jovens
e os universitários.
Resultados
Após iniciado o processo pedagógico, as produções começaram a tomar uma
forma mais consistente. Desenvolve-se um processo de criação coletiva, com a
contribuição de ideias de todos os alunos, nas diferentes etapas de produção.
Ressaltamos aqui a importância da imaginação e o respeito á toda e qualquer ideia,
como ferramentas de construção no momento da produção midiática em vídeos, textos
jornalísticos, programas de rádio e fotografias. Para a produção das peças de mídia,
foram escolhidos pelos estudantes temas como boiadeiros, musicais, festas e
relacionamento. A produção midiática em vídeo foi a que mais atraiu os jovens e
crianças.
Gradativamente o relacionamento dos alunos com os universitários foi
melhorando. Em setembro de 2013 ocorreu um evento de apresentação da produção dos
jovens a toda comunidade ribeirinha. Para isso, devido a pouca infraestrutura do local,
foram instalados em um armazém da comunidade, ao lado da escola, um sistema de som
e uma tela para projeção dos vídeos e fotografia. A apresentação, organizada pela
equipe da UFMT, permitiu que os familiares, membros e lideres da comunidade
visualizassem os produtos e os resultados obtidos até o momento. Foram exibidos
vídeos sobre o projeto em outras regiões, fotografias e dois curtas-metragens produzidos
pelos alunos, que também apresentaram uma coreografia de dança. Além disso, no
mesmo dia foi distribuído o “Jornal da Comunidade”, resultante das oficinas de jornal e
redação.
Ao verem seu trabalho materializado, os alunos verificam o potencial das mídias
e da comunicação para contribuir com sua comunidade. Entrevistas com os moradores
confirmaram a satisfação dos jovens com a presença do projeto “Juventudes Tocando o
Futuro”. Foi constatado, segundo depoimento dos pais dos alunos participantes do
projeto, o crescente interesse dos filhos pelas atividades. A apatia verificada no início
não está mais presente nos encontros, o que é muito importante para a evolução do
nosso relacionamento e para o cumprimento dos objetivos estabelecidos no projeto.
Conclusões
Apesar de interrupções no projeto devido a feriados e greves, um processo de
construção de conhecimento foi estabelecido. O universo de aprendizado dos alunos foi
ampliado com uma nova abordagem pedagógica, nunca antes presenciada pela
comunidade. O objetivo primário foi atingido: foram realizados curtas-metragens com
narrativas criadas pelos próprios alunos, um jornal com historias de pescadores e textos
dos alunos sobre o contexto das comunidades da região, consciência ambiental e social,
além de entrevistas e um programa de rádio. Todo o material produzido até o momento
permitiu aos alunos e à comunidade uma nova perspectiva sobre as ferramentas de
mídia, mostrando novas possibilidades de enxergar a realidade.
O entrosamento com os alunos tornou possível aprimorar o método de trabalho e
redefinir as metodologias que se mostraram falhas. Para isso, a formação de grupos
menores de trabalho foi uma das soluções encontradas. As oficinas propostas na
segunda fase do projeto visam objetivamente a valorização dos saberes populares, a
identidade cultural dos membros das comunidades e a documentação de experiências
científicas na escola. Para tornar isso possível, elas são mais reflexivas. Nesta presente
etapa acontece a elaboração de um ensaio fotográfico da fauna pantaneira, um programa
de rádio sobre artistas populares; um vídeo científico sobre as queimadas na região,
outro sobre os saberes populares, com abordagem sobre um instrumento musical típico
da região, a Viola de Cocho, e a segunda edição do jornal da comunidade. A instalação
de uma ilha de edição e a disponibilização de câmeras e maquinas fotográficas na escola
irão possibilitar que os alunos tenham capacidade de realizar a todas as etapas da
produção, até a edição, com autonomia.
O estimulo à criatividade, organização e trabalho em grupo possibilitou o acesso
a novas experiências. O desenvolvimento das atividades permitiu a construção de uma
visão menos passiva, mais participativa e critica da informação. Demonstrou que
independente da idade, classe social ou região sempre existe um potencial criativo que
precisa ser estimulado. A ação transformadora do projeto foi promover entre os alunos o
desejo de criar produtos que valorizassem o contexto de sua comunidade, além de
apresentar as mídias como formas de construção e propagação de conhecimento.
CENTRO DE MEMÓRIA DA EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL
FLUMINENSE COMO FERRAMENTA DE DISSEMINAÇÃO E TROCA DE
INFORMAÇÕES NO CAMPO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA1
Área temática: Comunicação
Responsável pelo trabalho: Ellen Cortez Contreiras
Instituição: Universidade Federal Fluminense (UFF)
Nomes dos Autores: Ellen Cortez Contreiras2 ; Gabriella Oliveira Araujo 3; Rafael
Haddad Cury Pinto.4
Resumo:
O presente artigo aborda a iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal
Fluminense (PROEX-UFF) de criar de um Centro de Memória da Extensão da
Universidade Federal Fluminense (CEMEX-UFF) com o intuito de preservar e
disponibilizar as informações a cerca das ações extensionistas realizadas pela Universidade
Federal Fluminense (UFF). O projeto do CEMEX foi idealizado e concebido em ambiente
digital, pois elegemos a criação de um site como a maneira mais ágil, eficaz e
contemporânea de disseminação do nosso acervo e de comunicação com a comunidade
acadêmica e a sociedade em geral, garantindo assim que a memória extensionista de nossa
instituição permaneça sempre “atraente e viva”.
Palavras-Chave:
Centro de Memória, Extensão Universitária, PROEX-UFF.
Introdução
1
Artigo a ser apresentado no 6º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária a ser realizado na cidade de
Belém do Pará/PA em maio de 2014;
2
Professor Associado III; Coordenadora Acadêmica do CEMEX-UFF. E-mail: [email protected]
3
Graduando em História da UFF. Bolsista de Extensão do CEMEX-UFF. E-mail: [email protected];
4
Graduando em História da UFF. Bolsista de Extensão do CEMEX-UFF. E-mail:
[email protected]
1
As atividades extensionistas na UFF são desenvolvidas há mais de 40 anos, em todo
o estado do Rio de Janeiro, e na cidade de Oriximiná, no estado do Pará, garantindo o
reconhecido perfil extensionista da instituição, por todo o Brasil. O CEMEX-UFF foi
construído com o intuito de identificar, reunir, organizar e preservar o registro dessa
trajetória de forma a consolidar um instrumento de pesquisa e disseminação de
informações sobre sua história, programas e projetos, tanto para o público acadêmico
quanto para a população em geral. Seus objetivos e metas foram formatados em
consonância com a política nacional para a extensão universitária, formulada pelo Fórum
Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras
(FORPROEX). A escolha do formato digital para o CEMEX-UFF considerou a agilidade,
a acessibilidade e a contemporaneidade no acesso à pesquisa tanto do público interno,
como do externo, em nível nacional e internacional; e a possibilidade de proporcionar
maior visibilidade às ações desenvolvidas pela comunidade acadêmica de nossa
universidade.
Material e Metodologia
As discussões sobre o suporte a ser utilizado pelo CEMEX-UFF estiveram
presentes desde a formulação do projeto inicial, ou seja: se presencial e/ou digital.
Decidimos começar o CEMEX-UFF no ambiente digital, pois consideramos que dessa
maneira poderíamos disponibilizar as informações de forma mais completa, em especial
para o público alvo inicial, a saber: os docentes, os discentes, técnicos administrativos das
universidades públicas e particulares; e professores e alunos do ensino médio. Sendo
assim, ficou definido que a disposição das informações aconteceria através de dois grandes
blocos: o lado direito, abordando a história do Centro de Memória, o acervo das ações
extensionistas, publicações, multimídias, etc.; e o lado esquerdo, abordando a história da
extensão, da PROEX-UFF e de seus projetos. Cabe citar, que a necessidade de uma equipe
interdisciplinar do trabalho começa se afirmar logo no início desse processo de definições,
tendo em vista as diversas temáticas envolvidas na formatação desse instrumento.
Iniciamos à alimentação do site, utilizando os resultados do projeto “Inventário de
Projetos de Extensão” e a construção de um banco de dados que viabilizasse um sistema de
busca sobre as ações extensionistas em andamento ou já realizadas pela universidade,
segundo o ano de realização, coordenador, título, unidade, departamento, e áreas temáticas
definidas pelo FORPROEX. Contudo, diante das dificuldades relacionadas à instalação
2
física do CEMEX-UFF, que acabavam por prejudicar o desenvolvimento do conjunto das
atividades previstas, resolvemos dirigir esforços nas pesquisas relacionadas à temática em
questão, adensando o projeto com o intuito de seu encaminhamento ao Edital
MEC/PROEXT/2010. A contemplação nesse Edital fortaleceu bastante a equipe, e
propiciou a compra equipamentos necessários à continuidade do trabalho, e a realização de
Visitas Técnicas aos diversos Centros de Memória e afins, que desenvolvem trabalhos
relacionados à preservação e divulgação da memória, particularmente nas instituições de
ensino superior localizadas na Região Sudeste do país, durante o ano de 2011. A partir de
então, retomamos as atividades relacionadas à alimentação do site, com a produção de
textos e artigos relativos à história da extensão no Brasil e no mundo, realizadas através de
uma profícua pesquisa de artigos, monografias, dissertações, e teses a respeito, além de
outras publicações, que foram complementadas com pesquisas referentes à história da
extensão na UFF.
Nesse último ano de 2013, o CEMEX-UFF passou a integrar o organograma da
PROEX-UFF, através da Divisão de Difusão, Informação e Memória. Suas ações
continuaram voltadas para a concretização da alimentação do site, visando o
desencadeamento de um projeto de divulgação do mesmo, que será desenvolvido
inicialmente no âmbito da própria UFF. Destacamos também, que o primeiro passo nesse
sentido já foi iniciado através da parceria com o Jornal “Extensão em Foco” da PROEXUFF, editado trimestralmente, com a produção de uma série de artigos sobre o tema
“extensão universitária”, a serem publicadas pelo mesmo.
Discussões e Resultados
Sobre as discussões enfrentadas durante esse período de desenvolvimento do
projeto, gostaríamos de destacar:
1 - a riqueza do processo de organização do site, que nos remeteu ao desafio de
estabelecer o que realmente caberia a um site sobre a memória extensionista da UFF, onde
ele se diferenciava de um site oficial de comunicação da PROEX, e onde o mesmo se
diferenciava de um Centro de Referência e/ou Documentação;
2 – a identificação nas pesquisas sobre a constante preocupação com a
disseminação e com a própria produção de conhecimento na universidade, e sua relação
com a melhoria das condições de vida da população; ressaltando o distanciamento dessa
produção e da própria universidade, assim como a desvalorização do “saber popular”,
3
como temas recorrentes de artigos e projetos, que constituem um desafio para as
instituições de ensino superior, e campo privilegiado para a reflexão dos extensionistas;
3 - o caráter interdisciplinar do Programa, que propicia a integração e o
enriquecimento na formação dos bolsistas de várias áreas de conhecimento, assim como do
próprio CEMEX-UFF, desde o início de sua execução.
Quanto aos resultados, destacamos:
1 – os artigos publicados no Jornal “Extensão Em FOCO”: “40 anos da Extensão na
UFF”, “A história do Centro de Memória da Extensão”, “Primeiras falas sobre a extensão
no mundo”, e “As primeiras falas sobre a extensão no Brasil”;
2 – a contemplação do CEMEX-UFF pelo Edital MEC/PROEXT/2010 e 2014;
3 – apresentação de trabalhos nos congressos nacionais e internacionais: 5º
Congresso Brasileiro de Extensão Universitária – “Fronteiras da Extensão” de 08 a
11/11/2011, XI Congreso Iberoamericano de Extension Universitária: Integracion,
Extension, Docencia e Investigacion para la Inclusion y Cohesion Social, de 22 a 25 de
novembro de 2011, Santa Fé, Argentina, e no XII Congreso Iberoamericano de Extensión
Universitária, em Quito, Equador, em novembro de 2013.
Conclusão
O CEMEX-UFF foi construído não só como um local para a reunião, organização e
registro de informações sobre a extensão universitária da Universidade Federal
Fluminense, mas, sobretudo, como um instrumento propício à disseminação das mesmas.
A opção pelo ambiente digital, através do endereço http://www.proex.uff.br/memorias/,
considera a ampliação dessas possibilidades de troca, particularmente, entre a comunidade
acadêmica e outras instituições, o incentivo à realização de novas ações extensionistas, e o
auxílio à formulação de estratégias de ação da PROEX, que estejam voltadas para
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e sua relação com as demandas da
sociedade. Igualmente, entendemos que a estrutura do CEMEX-UFF deve privilegiar o
dinamismo das informações, tornando a memória da extensão da UFF “atraente e viva”, de
forma acessível ao cotidiano daqueles que se interessem ou vierem a precisar de
informações sobre a extensão, particularmente aquela desenvolvida em nossa universidade.
Referências
4
CUNHA, Lenilda Soares. Extensão na Universidade Federal Fluminense: gênese, natureza,
amplitude e compromissos. Niterói, 1990. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal Fluminense, 1990.
______. Mal Estar da Universidade: atenção dos anos 90, Niterói, 2001. Tese (Doutorado
em Educação) - Universidade Federal Fluminense, 2001.
EDMONDSON, Ray. Memória do Mundo: diretrizes para salvaguarda do patrimônio
documental. UNESCO, 2002.
FÓRUM NACIONAL DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES
PÚBLICAS BRASILEIRAS. Programa Universidade Cidadã. Brasília, 1999.
______. Secretaria de Ensino Superior do MEC. Plano Nacional de extensão Universitária.
Brasília, 1999.
NOGUEIRA, Maria das Dores Pimentel. Políticas de extensão universitária brasileira:
1975-1999. (Dissertação de Mestrado em Educação). Belo Horizonte: UFMG/FaE, 1999.
SILVA, Antonio Fernando Lyra da Apresentação. In: SOUZA, Maria Lúcia Melo Teixeira
de. Subsídios: resgatando a memória da extensão na UFF. Niterói: UFF/Pró-Reitoria de
Extensão, 2001.
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - Pró-Reitoria de Extensão. Banco de
Dados da PROEX. Niterói, 1999.
Sites
CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO
– CNPq. Política Nacional de Memória da Ciência e da Tecnologia: relatório da comissão
especial constituída pela portaria116/2003 do presidente do CNPq em 04 de julho de 2003.
Brasília: CNPq, 30 set. 2003. Disponível em: http://ghtc.ifi.unicamp.br/SBHC/MemoriaCT.pdf. Acesso em: mar. 2014.
MARTINS, Roberto de A. A memória científica nas universidades: estratégias para a
preservação do patrimônio científico e tecnológico brasileiro. Disponível em:
http://ghtc.ifi.unicamp.br/SBHC/Centros-de-memoria-RAM.htm Acesso em: mar. 2014.
5
O PROGRAMA EXTENSÃO EM CENA COMO FERRAMENTA DE
INFORMAÇÃO ENTRE A RELAÇÃO COMUNIDADE ACADÊMICA E
POPULAÇÃO LOCAL EM PARNAÍBA, PIAUÍ.
Área Temática: Comunicação
Wygma Wendell da Silva AZEVEDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ (UFPI)
Rita de Cássia Pereira de Carvalho1;
Wygma Wendell da Silva Azevedo2;
Simone Cristina Putrick3;
RESUMO
É de suma importância envolver a comunidade local nas atividades desenvolvidas pelas
universidades, sendo assim, uma das formas para que isto aconteça é trabalhando a
extensão, uma vez que esta é uma ferramenta essencial da universidade. O projeto
“Extensão em Cena” apresenta propostas de maneira que o público terá informações do
que é desenvolvido dentro da universidade tanto pelos alunos quanto professores. Dessa
forma, o projeto visa identificar a importância do projeto “Extensão em Cena” como
difusor das atividades propostas dentro da universidade para proporcionar o envolvimento
da comunidade, de forma que ultrapasse seus limites físicos e abrangendo o envolvimento
da população. A sugestão é oferecer um programa na televisão local de forma dinâmica,
onde haverá interação entre professores pesquisadores, alunos envolvidos com programas
de extensão, ONG’s, núcleos artísticos, esportistas, as entidades de base, Diretório de
Centros Estudantis – DCE’s e Centros Acadêmicos CA’s, chamadas "entidades de base"
do Movimento Estudantil – ME da UFPI. Os resultados parciais em andamento obtidos até
o momento são como, por exemplo, o levantamento de quais professores tem programas ou
projetos, quais e quantos trabalhos de extensão existentes, os parceiros irão apoiar,
confecção de vinhetas para divulgação na mídia e nos bairros. Quando a equipe
idealizadora do projeto estiver com todos os resultados alcançados, será percebido que os
conhecimentos as práticas surgidas através do aprendizado universitário, quando colocados
a disposição da população proporcionam a troca de saberes e a valorização das atividades
acadêmicas fora da universidade.
PALAVRAS-CHAVE: Extensão, Informação, Tecnologia
INTRODUÇÃO
A tecnologia tem se tornado uma ferramenta fundamental na fomentação de várias
atividades, e é utilizada no processo de difusão e na relação entre academia e comunidade.
1
Bacharel em Turismo, pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Parnaíba.
Acadêmico do Curso de Bacharelado em Turismo, pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Parnaíba.
3
Mestre em Meio ambiente e desenvolvimento regional, Coordenadora Especial de Extensão do Campus Parnaíba e
Professora do Curso de Turismo.
2
Nos últimos anos tem-se observado que a mídia audiovisual, é um meio de divulgação de
forma clara e acessível e, que através desta torna o processo informativo de fácil acesso.
Com esta perspectiva, o presente trabalho busca identificar a importância do projeto
Extensão em Cena como difusor das atividades propostas dentro da universidade para
proporcionar o envolvimento da comunidade, de forma que ultrapasse seus limites físicos e
abrangendo o envolvimento da população. Nesse sentido o projeto objetiva identificar a
importância de um programa de TV direcionado a todos os estudantes universitários
parnaibanos e a comunidade em geral, de forma que sejam analisadas as formas de
desenvolvimento do projeto para buscar meios que atinjam as metas propostas.
O projeto versa sobre a dificuldade na disseminação do conhecimento produzido
pela academia, que necessita que tais informações sejam expandidas pela comunidade,
para que os envolvidos tenham acesso as pesquisas realizadas na universidade e possam
contribuir para a formatação de novos estudos.
O’Brien (2006) diz que sistema de informação pode ser definido simplesmente
como um grupo de elementos inter- relacionados ou em interação que formam um todo
unificado. A partir disto compreende-se que o sistema de informação são as ferramentas
utilizadas de forma completa ou agregada que forma algo qualificado para a sua função.
EXTENSÃO EM AÇÃO
Pretende-se apresentar um programa de televisão em parceria com a TV Delta de
Parnaíba e Universidade Federal do Piauí – Campus Parnaíba, onde a comunidade
acadêmica desta universidade e das demais poderão obter uma nova percepção da
universidade a partir deste método, um envolvimento entre comunidade acadêmica e
população local, proporcionando uma relação mais próxima dos envolvidos como uma
troca de informações.
Para isto, tem-se pensado em um programa de televisão onde o tema seja a
apresentação de programas e projetos de ensino, pesquisa e extensão da Universidade
Federal do Piauí (UFPI), com o intuito de difundir o conhecimento acadêmico com a
população de Parnaíba, e possibilitar aos acadêmicos um canal de veiculação de seus
resultados e futuras ações universitárias de importância não só para os acadêmicos dos
cursos, mas para a comunidade em geral. Assim, busca-se melhorar o sistema de
informação dos acadêmicos, visto que a ausência de informações quando ingressados na
academia é notória.
Este projeto é importante não somente para o curso de Bacharelado em Turismo,
curso este que está sendo o protagonista do projeto, mas para a atividade turística do
município de Parnaíba, já que ele vai servir como uma ponte entre a academia e população.
Além de passar informações acerca dos cursos, o programa fará um link direto dos
principais produtos turísticos da região.
MATERIAL E METODOLOGIA
A ideia é apresentar um programa interativo, entre professores pesquisadores,
alunos envolvidos com programas de extensão, ONG’s, núcleos artísticos, esportistas, as
entidades de base, Diretório de Centros Estudantis – DCE’s e Centros Acadêmicos CA’s,
chamadas "entidades de base" do Movimento Estudantil – ME da UFPI.
Essas entidades apresentam seus programas de extensão, ensino e pesquisa, além de
apresentar os eventos realizados pela universidade, a repercussão dos mesmos para a mídia
e para o público-alvo, qual foi o retorno para a cidade que se encontra beneficiada pela
captação dos eventos que estão acontecendo, e sobre os futuros eventos.
A partir de então será apresentado o programa piloto que consiste em apresentar as
técnicas de: roteirização/ técnica de produção e entrevista/ técnica de filmagem e edição,
estas que são feitas pela TV, em conjunto aos desenvolvedores do programa, com a
intenção de deixar o programa bem apresentado e em formato original.
O processo atual consiste na capacitação, busca de parceiros e apoio, estruturação
das temáticas abordadas e organização do roteiro para a execução do plano piloto através
de reuniões com os coordenadores do projeto e com a TV Delta em Parnaíba.
Durante o período de desenvolvimento é perceptível a importância deste projeto na
atividade turística local, visto que esta será uma ferramenta fundamental e de base para a
promoção do turismo através das informações repassadas à comunidade local através das
entrevistas.
É importante ressaltar que este projeto levará em conta a construção de ideias dos
acadêmicos envolvidos, tornando assim uma oficina de saberes e um espaço de troca de
conhecimentos enquanto acadêmico, pesquisador e população.
CONCLUSÃO
Com isto, entende-se que o projeto levará a suma de conhecimentos e será um
momento de relação da comunidade acadêmica com a população local, este sendo uma
ferramenta fundamental na universidade quanto tratado o tripé ensino, pesquisa e extensão.
Para que isto aconteça, é necessária a participação dos meios acadêmicos como
formador e utilizador dos seus conhecimentos teóricos às práticas de vivências na
comunidade como laboratório de aprendizado. Também compete aos parceiros e órgãos
envolvidos, a participação, orientação e maneiras de estimular a comunidade local a se
envolver no projeto.
Entende-se ainda que o projeto é de suma importância no que tange a elaboração de
ferramentas de relação entre comunidade e estudantes da Universidade, além de envolver
as outras universidades locais, proporcionando assim a troca de saberes e a promoção das
atividades acadêmicas como ferramenta de utilização pública e oferta para melhorias
sociais locais.
1
A BAIXADA ALÉM DA FACHADA:
a mídia como imagem afirmativa do lugar
Área Temática: Comunicação
Responsável pelo Trabalho: Janaina Nascimento Simões de Souza
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Autores: Janaina Nascimento Simões de Souza1; Joice dos S. Barros2; Nathália Carolina S.
de Souza 3
Resumo
O Grupo de Estudos em Marketing, Tecnologia e Ecologia (GEMTE), da UFRRJ, durante
o ano de 2011 realizou diferentes pesquisas e ações com o objetivo de fazer um
levantamento de dados sobre municípios da Baixada Fluminense, no estado do Rio de
Janeiro. Além dos lugares que foram visitados e pesquisados, descobriram-se pessoas
anônimas, moradoras da região, que se destacam por fazerem a diferença localmente
através de ações socioambientais, recebendo reconhecimento pela Universidade e
divulgação de suas ações través da 2º edição da “Revista Destinos – Olhares Além da
Fachada” com tema Baixada Fluminense. Como um Programa de Extensão, diferentes
atividades foram desenvolvidas pelo GEMTE em parceria com outros grupos de
intervenção da UFRRJ. Durante um ano, houve a realização de concurso cultural com
evento de premiação, oficinas, debates, entrevistas com moradores e pesquisadores sobre o
assunto, levantamento de trabalhos de artistas locais, sendo todo o material de resultado
organizado em artigos publicados na revista, que possui a função de “espelho” afirmativo
do que há de bom, belo e interessante em uma região onde estas qualidades são pouco
divulgadas pela mídia de massa.
Palavras-Chave: Baixada Fluminense, Revista Destinos, Lugar.
Introdução
O papel da universidade deve ser compreendido além das paredes das salas de aula,
deve atuar com o objetivo de transformar a comunidade na qual está inserida e, ao mesmo
tempo, ser por ela transformada. De acordo com Paulo Freire (2006), o conhecimento não
é estendido do que se julga conhecedor para o não conhecedor, para o autor o
conhecimento se constitui numa relação homem-mundo, em que acontece a transformação
e o aperfeiçoamento através da crítica dessas relações.
Aplicando o conceito desenvolvido por Paulo Freire, percebe-se que a universidade
pode contribuir para o desenvolvimento da comunidade local, e vice-versa, aprendendo,
avaliando, criticando e melhorando sua relação com a sociedade. Desta forma, o Grupo de
1
Professora da UFRRJ. Coordenadora do Programa Destinos e do Grupo de Estudos em Marketing,
Tecnologia e Ecologia - GEMTE. [email protected]
2
Bacharel em Administração UFRRJ, ex Bolsista de Extensão, integrante do GEMTE.
3
Bacharel em Administração UFRRJ, ex Bolsista de Extensão, integrante do GEMTE
2
Estudos em Marketing, Tecnologia e Ecologia (GEMTE) buscou, no ano de 2011, realizar
pesquisas, debates, eventos e atividades que permitissem a Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro (UFRRJ) participar da troca de conhecimentos em municípios, politica,
histórica ou geograficamente, considerados pelo grupo como pertencentes à Baixada
Fluminense, sendo eles Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaguaí, Japeri,
Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São João de Meriti e
Seropédica, a fim de desenvolverem a 2ª edição da “Revista Destinos: Olhares além da
Fachada”4.
A equipe de extensionistas foi composta por quatro discentes bolsistas e dois
voluntários, trabalhando com quatro docentes. Os alunos que atuaram no projeto são de
áreas multidisciplinares, dos cursos de Administração, Turismo, Letras e Ciência da
Computação, sendo o trabalho coordenado por professores dos cursos de Administração e
Gestão Ambiental.
Inicialmente, com a finalidade de ampliar os conhecimentos da equipe, foram
realizadas rodas de leitura e debates conduzidos por docentes que compunham o grupo e
por professores convidados pesquisadores da região, a fim de se compreender o lugar como
fato social total, no sentido elaborado por Marcel Mauss (2003).
Nesses Fenômenos Sociais Totais, como nos propomos chamá-los, exprimem-se,
de uma só veze, as mais diversas instituições: religiosas, jurídicas e morais –
estas sendo políticas e familiares ao mesmo tempo; econômicas, estas formando
formas particulares da produção e do consumo, ou melhor, do fornecimento e da
distribuição; sem contar os fenômenos estéticos em que resultam esses fatos e os
fenômenos morfológicos que essas instituições manifestam (MAUSS, 2003,
p.189).
Ao compreender que “o lugar se mescla com seus habitantes” (SOUZA, 2013, p.
96), percebe-se que as interações entre os fenômenos sociais e os elementos naturais, dão
significados aos lugares. Nesse sentido a Revista Destinos apresentou a Baixada
Fluminense, não como uma região no espaço, mas como um lugar no sentido de Tuan
(1983) e Briggs (1972). De acordo com o geógrafo Yi-Fu Tuan, lugares são espaços
geográficos diferenciados dotados de valor, construídos à medida que o lugar é conhecido
(TUAN, 1983). Da mesma forma, o historiador Asa Briggs entende o conceito de lugar
como ambientes que favorecem diferentes experiências através da vivência, notando que,
cada indivíduo ou grupo vivencia o lugar de forma diferente (BRIGGS, 1972).
4
A revista Destinos Baixada Fluminense está disponível em http://r1.ufrrj.br/im/gemte/pdf/Revista_Destinos_02.pdf
3
Considero os lugares, como Susanne Langer (1953) o faz em Feling and Form,
como “coisas criativas”, “domínios étnicos que se tornaram visíveis, tangíveis,
sensíveis”. Em relação a isto um navio, mudando constantemente de localização
é, mesmo assim, um lugar encerrado em sim mesmo e um acampamento cigano é
bem diferente de um acampamento indígena, apesar de, geograficamente, estar
situado num local em que os índios acampavam anteriormente (BRIGGS, 1972,
p. 78).
Para se cumprir com a proposta de trazer “olhares além da fachada”, a fim de
conhecer algumas informações “escondidas” entre as comunidades da Baixada, realizou-se
o concurso cultural “Apareça com a GEMTE”, cujo objetivo era premiar, com publicação
do texto e câmera digital, equipes de alunos e professor do ensino médio de escolas da
Baixada Fluminense que escrevessem matérias sobre pessoas que se destacam por criarem
bem social importante onde vivem. Os vencedores foram alunos e professora de escola
privada de Nova Iguaçu (RJ), que concorreram com pequeno vídeo e matéria sobre a
história de vida da moradora “Tia Carminha”, a qual transformou a sua própria casa em
Belford Roxo em uma creche-escola, o Centro Comunitário Alegria do Saber, a fim de
beneficiar as famílias pobres no local. “Quando nos referimos a lugares, estamos falando
de vida (...)” (BRIGGS, 1972, p. 94).
Foram também ofertadas oficinas na cidade de Japeri. Antes, verificaram-se com os
professores quais temas eram importantes para serem trabalhados, desta forma as
atividades foram organizadas com o objetivo de dialogar com os participantes sobre temas
como mercado de trabalho, elaboração de currículo, oportunidades de pequenos negócios,
administração financeira familiar, educação ambiental e consumo responsável. A cidade de
Japeri foi escolhida, como lugar de intervenção, porque representa o menor IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano) entre os municípios da Baixada Fluminense, de acordo com
dados do IBGE de 2010. O certificado de uma Universidade Pública foi, também, um dos
motivadores para a presença dos alunos. Alguns afirmaram que recebiam o primeiro
certificado de suas vidas.
A confirmação da extensão como função acadêmica da universidade não passa
apenas pelo estabelecimento da interação ensino e pesquisa, mas implica a sua
inserção na formação do aluno, do professor e da sociedade, na composição de
um projeto político-pedagógico de universidade e sociedade em que a crítica e
autonomia sejam os pilares da formação e da produção do conhecimento
(JEZINE, 2004, p.3)
A Baixada Fluminense é uma região composta por cidades dormitórios, que foi e,
ainda continua sendo, palco de má gestão política, má distribuição de renda,
desorganização do planejamento urbano e cenas de extermínio. A mesma Baixada também
4
é fornecedora das águas do Rio Guandu, que abastecem a cidade do Rio de Janeiro, lugar
de ecoturismo e turismo de aventura, esportes diferenciados como Golfe, Rugby, e voo de
asa delta, possuidora de unidades de conservação, como a Reserva Biológica do Tinguá,
em Nova Iguaçu, lugar de poetas, compositores e escolas de samba. Esta é a Baixada
detalhada na revista Destinos, ainda que se considere a primeira, a atenção principal fica na
segunda. Esta Baixada contrapõe toda imagem midiática estigmatizada que construiu um
conceito de lugar distante, difícil e perigoso. A Baixada bonita geograficamente,
interessante culturalmente, e com pessoas engajadas serve de “espelho” para a valorização
local.
Quando um indivíduo é obrigado a se ver refletido num espelho construído de
modo a refletir uma imagem deformada, ele tem de procurar freneticamente
outros homens com outros espelhos, pois de outra forma chegará a esquecer que
um dia já teve outro rosto (BERGER, 1989, p. 116-117).
Material e Metodologia
Para a realização do trabalho, foi utilizada a pesquisa bibliográfica, observação
participante e a realização de entrevistas semiestruturadas.
Dessa forma houve a
preocupação em dar voz escrita a comunidade local e também entender componentes mais
profundos da sociedade e região pesquisada, daí a importância do método da entrevista, que
é capaz de captar o dito, os significados, os sentimentos, a realidade experimentada pelo
entrevistado, as reações, a subjetividade inerente a todo ser humano (VERGARA, 2009).
A observação participante e a experimentação, também foram métodos os
trabalhadurante as oficinas no município e Japeri. As oficinas foram realizadas para 30
moradores da cidade, onde estes puderam desenvolver mapas e alternativas de educação
ambiental e valorização da região, jogos de consumo responsável e planejamento
financeiro familiar.
Resultados e Discussão
Como resultados da extensão no período compreendido entre os meses de abril a
dezembro de 2011, podem ser destacados a interação com moradores dos municípios
trabalhados, assim como o levantamento de informações sobre lugares, pessoas e
oportunidades da região. Além disso, as oficinas realizadas na cidade de Japeri, o concurso
cultural e o levantamento de artistas locais, toda a experiência e seus resultados,
materializados, divulgados e eternizados, na publicação da Revista.
5
Os alunos que participaram das atividades afirmaram desenvolver conhecimentos
além das salas de aula, percebendo-se que a extensão é uma importante ferramenta de
transformação dos conhecimentos teóricos em boas práticas sociais.
A maioria dos
discentes que participou do projeto é moradora da Baixada, e entretanto, mostraram-se
surpreendidos com a nova imagem que construíram sobre o lugar, agora percebido como
potência para o turismo cultural, esportivo, de aventura e para o ecoturismo, ao perceberem
o lugar com interessantes atrativos naturais, patrimônios tombados, residido por pessoas
engajadas e inovadoras.
Conclusão
Há, na região, muitos grupos e indivíduos organizados para o desenvolvimento e a
preservação cultural e ambiental do local.
Percebeu-se que há um bom nível de
conhecimento das comunidades a respeito das soluções locais, de acordo com as
necessidades de cada município. A 2ª Edição da Revista “Destinos – Olhares Além da
Fachada” cumpriu com o objetivo de divulgar parte do que está oculto na Baixada
Fluminense, como as belas paisagens e pessoas que vivificam a região culturalmente. A
educação, a arte e a cultura são peças fundamentais para o desenvolvimento e a
sustentabilidade local.
Referências
BERGER, Peter. Perspectivas Sociológicas - Uma Visão Humanística. 9 ed., Petrópolis: Vozes,
1989. 202 p.
BRIGGS, Asa. O conceito de lugar. In: A Humanização do Meio Ambiente. Simpósio do Instituto
Smithsoniano. São Paulo: Cultrix, 1972, p. 74-95.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 34ª edição.
São Paulo: Paz e Terra, 2006.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Cidades@. Disponível
em <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em 01/11/2011.
JEZINE, Edineide. As Práticas Curriculares e a Extensão Universitária. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, II. Belo horizonte, 2004.
MAUSS, Marcel. Ensaio Sobre a Dádiva, Forma e Razão da troca nas Sociedades Arcaicas. In:
Sociologia e Antropologia. 2003
SOUZA, Janaina Nascimento Simões de. Identidade e Representação: os Moradores da Praia
do Aventureiro – Ilha Grande – RJ. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em
Antropologia da Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2013. 405 p.
TUAN, Yi-Fu. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. Tradução de Lívia de Oliveira.
São Paulo: DIFEL, 1983. 250 p.
VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de coleta de dados no campo. São Paulo: Atlas, 2009.
O USO DO VÍDEO COMO FERRAMENTA PARA A SENSIBILIZAÇÃO DE
PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO CUIDADO A FAMÍLIA
HOSPITALIZADA
Área Temática: Saúde
Responsável pelo trabalho: Jaqueline Muniz
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)
Jaqueline Sena Muniz¹; Eude Alves Barbosa²; Kátia Santana Freitas³.
1- Acadêmica do oitavo semestre de Enfermagem da UEFS. Membro do Núcleo
Integrado de Estudos e Pesquisas sobre o Cuidar/Cuidado (NUPEC)- UEFS.
Bolsista do Projeto de Extensão “Produção do cuidado para a promoção do
conforto de famílias no Hospital Geral Cleriston Andrade”.
2- Professora do Departamento de Saúde da UEFS. Pesquisadora do NUPEC.
Integrante do projeto de extensão “Produção do cuidado para a promoção do
conforto de famílias no Hospital Geral Cleriston Andrade”.
3- Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta do Departamento de Saúde da
UEFS. Pesquisadora do NUPEC. Coordenadora do projeto de extensão
“Produção do cuidado para a promoção do conforto de famílias no Hospital
Geral Cleriston Andrade”.
RESUMO: O presente estudo objetivou relatar à experiência da elaboração de um
vídeo informativo com intuito de sensibilizar a equipe de enfermagem para a promoção
do conforto de famílias em situação de hospitalização A elaboração do vídeo constou de
uma fase preparatória, resultante de leituras de textos e artigos que tinham ênfase na
promoção de conforto o acolhimento a esses familiares, seguida da fase de síntese dos
materiais selecionados. Após a visualização do vídeo, os profissionais mostraram-se
sensibilizados e dispostos a melhorar o vinculo e diminuir o distanciamento com as
famílias. Conclui-se que a tecnologia aplicada além de promover a sensibilização dos
profissionais a cerca da temática família e conforto, foi importante para que os mesmo
assumissem uma reflexão crítica a cerca do seu modo de trabalho.
Palavras-chave: Família; Conforto; Informação.
Introdução
A internação hospitalar gera diversos desconfortos ao paciente e seus familiares,
como medo, insegurança e ansiedade. O desconhecimento da condição clínica,
tratamento e a mudança para um ambiente onde as normas e rotinas são estranhas,
potencializa negativamente essa situação (SALIMENA et.al 2011).
De modo geral, as instituições hospitalares e suas equipes não estão preparadas para
receber os familiares, a indiferença com a qual os acompanhantes/ familiares são
tratados chama atenção para uma abordagem humanizada desses indivíduos.
Para a promoção do conforto e cuidado humanizado efetivo deve haver uma
sensibilização da equipe de atendimento hospitalar, a fim de que a presença do familiar
seja considerada pela equipe de enfermagem uma aliada no cuidado, pois ao estabelecer
relações de vínculo e confiança, a família pode colaborar na recuperação da pessoa
hospitalizada. Para isso, a comunicação efetiva através do fornecimento de informações
para atender as necessidades de conforto da família, esclarece dúvidas e ajuda o familiar
a sentir-se digno e reconhecido (SZARESKI, 2009).
Para tanto, é fundamental que os profissionais de enfermagem fortaleçam as
relações humanas, estejam atentos à vulnerabilidade dos familiares e estabeleçam uma
relação de confiança e segurança com o objetivo de atender às suas demandas para a
promoção do conforto (PETTENGILL; ANGELO, 2005).
Devido a continua interação com as pessoas hospitalizadas, os profissionais de
saúde são apontados como as pessoas estratégicas para o cuidado a família, no entanto,
esses profissionais de enfermagem podem não estar conscientes do significado de
conforto para a família, o que pode influenciar negativamente na identificação das
medidas de conforto efetivas para a sua promoção.
Este estudo objetivou relatar à experiência da elaboração de um vídeo
informativo com intuito de sensibilizar a equipe de enfermagem para a promoção do
conforto de famílias em situação de hospitalização.
Metodologia
Trata-se de um relato de experiência sobre a elaboração de vídeo que tem como
publico alvo os profissionais de enfermagem que atuam nas unidades de clinica medica
e centro cirúrgico de um hospital público do interior da Bahia, durante a vivência no
Projeto de Extensão da Universidade Estadual de Feira de Santana intitulado “Produção
do cuidado para a promoção do conforto de famílias”.
A elaboração do vídeo constou de uma fase preparatória, resultante de leituras de
textos e artigos localizados nas bases eletrônicas Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online
(SciELO), que tinham ênfase na promoção de conforto aos familiares de pacientes
hospitalizados nessas respectivas unidades e na postura da equipe de saúde ao promover
o acolhimento a esses familiares.
Foram encontrados 10 artigos. Após a leitura, iniciou-se a fase de síntese dos
materiais selecionados. Em seguida foram agendadas reuniões, com os membros do
Projeto Produção do cuidado, para sumarização das ideias centrais e discussão dos
tópicos a serem trabalhados no vídeo. Foi elaborado um roteiro com os temas a serem
desenvolvidos para a análise prévia dos participantes do projeto. A seguir, foram
elaborados os slides a serem inseridas informações referentes às temáticas escolhidas,
bem como as imagens que representassem a informação, e por último a trilha sonora a
ser executada durante a apresentação.
Os encontros para a apresentação ocorreram em uma sala privativa no hospital.
Os materiais utilizados para a reprodução do vídeo na clínica médica e cirúrgica foram
projetor multimídia e notebook.
Resultados e Discussões
Os conteúdos abordados no vídeo tinham por finalidade promover a
sensibilização e reflexão crítica da equipe de enfermagem a cerca da temática família e
conforto, então o mesmo era composto por frases e imagens que contemplava os
desconfortos vividos pela família durante o processo de hospitalização, além disso,
continham orientações para a o estabelecimento de uma relação harmoniosa entre o
profissional de saúde e a família.
Após assistirem ao vídeo, os profissionais mostraram-se sensibilizados e
dispostos a melhorar o vínculo e diminuir o distanciamento com as famílias, aprovando,
portanto a proposta educativa, mostrando-se agentes colaboradores para que o projeto
pudesse se consolidar no hospital.
A temática acolhimento dos familiares foi a que mais despertou o interesse para
a discussão, alguns presentes relataram que a falta de tempo provocado por um número
escassos de profissionais nos hospitais público dificultam a relação inicial com as
famílias, uma vez que a prioridade nesse momento é prestar assistência ao paciente.
Outros pontos também foram contemplados na discussão como a falta de assistência ao
bem estar psíquico dos profissionais, sendo que os mesmos também passam por
alterações emocionais e modificações em suas rotinas devido à jornada de trabalho e a
forma ríspida que alguns familiares abordam o profissional dificultando ainda mais a
criação de uma relação harmoniosa entre os mesmos.
Implementações de temáticas para serem abordados no vídeo foram solicitados
por alguns profissionais principalmente na perspectiva de melhorar o vinculo entre
família e profissionais de saúde, tendo como ênfase a ideia central que gentileza gera
gentileza.
Conclusões
Essa tecnologia de cuidado foi evidenciada como uma ferramenta importante na
prática clínica diária, sendo um método de sensibilização para os profissionais de saúde,
fazendo-os melhorar alguns conceitos, reaver algumas posturas, resultando numa
relação mais harmoniosa com os familiares.
A visualização do vídeo para esses profissionais além do caráter educativo,
também tornou-se um estímulo para exporem suas idéias, solicitar por mudanças e
apoio. Assim, o vídeo que antes tinha como abordagem central a promoção do conforto
de famílias, transformou-se uma ferramenta impar para a troca de experiências entre
profissionais do serviço de enfermagem e integrantes do projeto.
O cuidado centrado na família tem sido pouco discutido nos cursos de
graduação em Enfermagem, e ao considerar que a formação universitária se refletirá na
assistência prestada e na forma como ocorrerá o acolhimento às pessoas e suas famílias.
Essa pratica é relevante, pois estimula nos graduandos de enfermagem o olhar crítico
sobre esses sujeitos e o reconhecimento da importância da promoção do conforto às
famílias de pessoas hospitalizadas.
Referências
SALIMENA, A. M. O; ANDRADE, M.P.; CARDOSO, M.C. Familiares na sala de
espera do centro cirúrgico: sentimentos e percepções. Cienc Cuid Saude, v. 10, n. 4, p.
773-780. 2011.
PETTENGILL, M. A. M.; ANGELO, M. Vulnerabilidade da família: desenvolvimento
do conceito. Rev Latino-am Enfermagem, v.13, n.6, p.982-988, 2005.
SZARESKI, C. O familiar acompanhante no cuidado ao adulto hospitalizado na
perspectiva da equipe de enfermagem. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal
de Santa Maria. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem, 2009.
RELATO DA EXPERIÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO NO PROJETO EXTENSIONISTA
RONDON: OPERAÇÃO VANDERLEI ALVES
Área temática: Comunicação
Responsável pelo trabalho: P. MANTOVANI
Instituição: Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
Autores: Paula Maria Mantovani1; Leandro Correa dos Santos2; Gilson Campos Ferreira da
Cruz3
Resumo
O presente trabalho vem relatar as experiências vividas por alunos universitários, que
participaram da Operação Vanderlei Alves, do Projeto Rondon nos estados do Paraná e Santa
Catarina, realizado pela UDESC em parceria com outras instituições de ensino, e como que este
projeto extensionista amplia a formação profissional e social do indivíduo participante. Este
trabalho também faz uma breve descrição dos métodos empregados para a elaboração e execução
das atividades, a escolha dos temas a serem trabalhados e dos objetivos a serem alcançados
através da execução do projeto. O Projeto Rondon permite que os acadêmicos coloquem em
prática tudo o que aprenderam na faculdade através de atividades multidisciplinares, em equipes
formadas por outros acadêmicos de diferentes cursos, áreas de formação e instituições de ensino,
com o intuito de promover o bem estar social da comunidade através do trabalho voluntário,
promovendo palestras de conscientização, oficinas e atividades lúdicas, promovendo não só a
transmissão de conhecimento dos alunos para as pessoas beneficiadas pelo projeto, mas o
enriquecimento curricular do acadêmico, que muito aprende através do contato direto com a
sociedade para o qual está sendo preparado para atuar.
Palavras-chave: Rondon, extensão, comunidade
Introdução
O Projeto Rondon oportuniza o trabalho interdisciplinar e uma vivência maior com
questões sociais. Como todo projeto extensionista, busca oferecer as condições apropriadas para
que o acadêmico possa colocar em prática tudo aquilo o que aprendeu até então no curso superior,
através de trabalhos voluntários, oficinas e atividades que beneficiem a sociedade.
As oficinas buscam atender a demanda da sociedade. Em geral, está voltada ao
atendimento a famílias carentes dos. município. As atividades mais desenvolvidas foram as de
prevenção e combate às drogas, sexualidade, recreação, campanhas contra o bullying, entre
1
2
Acadêmica de Graduação do Curso de Geografia
Acadêmico de Graduação do Curso de Geografia
Professor Adjunto do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta
Grossa/Doutor em Ciências, área de concentração em Geografia Física, pela Universidade de São
Paulo.
3
outras. As atividades e oficinas são organizadas e realizadas pelos próprios acadêmicos. Em razão
da multidisciplinaridade das equipes, a área de abrangência e o número de pessoas beneficiadas
tende a ser maior.
Segundo Virgolin e Krug (2011) A participação dos universitários no projeto visa mobilizar
diferentes setores da sociedade em benefício dos municípios de baixo desenvolvimento social. Busca a
melhoria das condições de vida dessas comunidades, através da capacitação de multiplicadores.
A importância do trabalho está essencialmente na busca da promoção do bem estar social,
através da colaboração dos extensionistas na resolução de questões pertinentes e importantes à
comunidade, através de campanhas de conscientização, palestras informativas e oficinas.
Material e Metodologia
As oficinas são desenvolvidas por, no mínimo, duas pessoas e todos do grupo participam
das oficinas, revezando-se ao longo dos dias, ou seja, nunca um acadêmico rondonista desenvolve
apenas um tipo de oficina, mas sim várias delas. Os materiais utilizados geralmente são cedidos
pela prefeitura, escolas ou instituições. A participação o da comunidade é algo imprescindível
para o sucesso da operação. A maioria das pessoas atendidas são de regiões de periferia, com
baixo nível escolar e com vários problemas sociais, como drogas, criminalidade e infraestrutura
precária ou inexistente.
As oficinas tratam de assuntos importantes para a sociedade, buscando um maior
aprofundamento e/ou abrangência na questão pelo público alvo. Diversas temáticas são
abordadas, como a educação sexual, vocação profissional, consciência ambiental, participação
do jovem na sociedade, entre outras.
O Projeto Rondon também promove a simples participação dos acadêmicos em
programas e atividades corriqueiras da cidade, onde os estudantes tem a oportunidade de
experimentar uma breve imersão social e cultural através do contato mais direto com a
comunidade. As atividades são realizadas em centros de convivência da terceira idade, APAE’s,
escolas, creches, casas de repouso, hospitais e demais instituições direcionadas ao bem estar da
comunidade. São promovidas brincadeiras dançantes, rodas de conversa, atividades lúdicas,
artesanato, entre outras. Os acadêmicos também assistem a apresentações culturais realizadas
pela comunidade, onde se observa a cultura e as origens daquele povo.
Antes de toda e qualquer atividade são analisados o público alvo e a faixa etária a que se
destina tal oficina para que se atinjam os objetivos e resultados favoráveis.
Os materiais utilizados nas oficinas são em maioria doados por instituições participantes
do projeto, que podem ser da própria cidade onde o mesmo está sendo realizado (prefeitura,
secretaria da educação, núcleo de ensino) como também doados pelas universidades
participantes. Dentre os materiais utilizados estão os preservativos, panfletos, tinta, pincéis,
folhas de ofício, lápis de cor, canetinhas, e entre tantos outros materiais são utilizados e também
reciclados.
Resultados e Discussões
Durante as atividades a Operação Vanderlei Alves em São Bento do Sul, Mafra e Rio
Negro, foram realizadas diversas ações, principalmente na forma de oficinas, dentre as quais
podemos destacar: meio ambiente, drogas, sexualidade, higiene e recreação, testes vocacionais,
oratória, empreendedorismo, cine rondon, saúde na praça, auto medicação, cooperativismo e
associativismo, artes cênicas, também foram realizadas revitalizações de hortas, jardins e
distribuídos abraços grátis
Em São Bento do Sul as atividades ocorreram de forma simultânea assim as faixas etárias
abrangidas pelo projeto eram as mais variadas.O trabalho nos Cras evidenciaram diferentes
realidades vividas pela comunidade carente e no desenvolvimento das oficinas várias histórias
contadas pelas próprias crianças que e ali estavam tornou o momento mais participativo levando
a conclusão do trabalho a uma grande roda de conversas (Figura 1).
Figura 1 - Visita à APAE uma ação rondonista durante a Operação
Vanderlei Alves em São Bento do Sul- SC
Em Mafra, o colégio Beija-flor, que serviu de alojamento para os rondonistas teve a horta
e a arena de apresentações revitalizadas. Os alunos participaram de oficinas de artesanato e
robótica, onde construíram seu próprio robô. Os alunos da rede pública municipal participaram
de palestras sobre educação sexual, participação política e carreira profissional (figura 2).
Figura 2 - Alunos participam de palestra sobre
educação sexual durante a Operação
Vanderlei Alves em Mafra – SC
No caso de Rio Negro um dos marcos do trabalho foi a atividade desenvolvida na praça
da cidade, quando, em parceria com os bombeiros e com a Secretaria Municipal de Saúde, foi
desenvolvida a atividade Saúde na Praça, onde foram feitas verificações de IMC, com dados de
altura, peso e informações gerais das pessoas, além do que foi medida a pressão e a glicemia.
Muitas pessoas aproveitaram esta ação, que teve em paralelo uma roda de chimarrão (Figura 3).
Figura 3 - Saúde na praça, uma ação rondonista durante a Operação
Vanderlei Alves em Rio Negro – PR
Conclusões
Em São Bento do Sul os trabalhos foram se tornando cada vez mais marcantes com o
decorrer dos dias. A interação e a vivência do grupo tornou o desenvolvimento das oficinas mais
tranquilos. Na APAE, o trabalho realizado à tarde foi de grandes experiências e muito
aprendizado. Eles transmitiam sempre uma grande alegria e apresentavam o que eles mesmo
criavam e confeccionavam em seu dia a dia.
Em Mafra, a participação da comunidade foi essencial para o sucesso da operação. As
pessoas mostravam-se interessadas nas atividades propostas pela equipe. Por ser uma cidade
pequena, seu povo hospitaleiro contribuiu muito para a troca de experiências entre os rondonistas
e a comunidade.
Nos três municípios o apoio das prefeituras foi de grande importância para a Operação,
pois deram todas as condições necessárias para a realização e desenvolvimento do projeto.
Referências Bibliográficas
OPERAÇÃO Vanderlei Alves. Disponível em http://www.velhotrem.com/operacao-vanderleialves/ Acesso em 30 mar. 2014
VIRGOLIN, Isadora Wayhs Cadore. KRUG, Marília de Rosso. Projeto Rondon: Um relato de
experiência de extensão. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd156/projeto-rondonexperiencia-de-extensao.htm. Acesso em 30 mar 2014
A PRODUÇÃO AUDIOVISUAL NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM
ARQUIVOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA:
RECONHECENDO A IDENTIDADE DO ARQUIVISTA EM VÍDEO
Área temática: Comunicação.
Responsável: Rafael Chaves Ferreira.
Instituição: Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Autores: Rafael Chaves Ferreira 1; Luiz Vilnei Possebon Filho 2; Douglas Ricardo Fortes
Das Chagas3.
Resumo: O trabalho de produção audiovisual a respeito de quem é o arquivista justifica-se
por proporcionar aos arquivistas em formação, no caso os acadêmicos do Curso de
Graduação em Arquivologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), reconhecer
um pouco mais a atuação desta área profissional. Por meio de reuniões com a equipe de
trabalho, definição de referencial teórico-conceitual, confecção de roteiro de entrevista,
realização de entrevistas, cruzamento de informações levantadas, criação de roteiro do
vídeo, definição de equipamentos e atores, filmagem e posterior edição de vídeo, é que foi
possível, ao final, apresentar um produto capaz de ser dinâmico e ao mesmo tempo
inteligível. Assim, buscou-se inovar fazendo um intercâmbio de conhecimentos tanto de
pesquisa, ensino e extensão na disciplina Perspectivas Profissionais do Arquivista, em que
parte da identidade deste profissional tornou-se mais visível caracterizando seu
comportamento, atividades profissionais, subsidiando acadêmicos a ter inquietações
sanadas ao iniciar algo chamado formação: acadêmica, profissional, social e ‘de vida’.
Palavras-chave: Arquivista; produção audiovisual; identidade profissional.
Introdução
O Curso de Graduação em Arquivologia4 da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM)5 foi instalado em 1977, mais precisamente há 37 anos. Dentre seus objetivos,
1
Participante do projeto. Arquivista do Centro de Educação Superior Norte - RS (CESNORS) da UFSM.
Mestrando do Programa de Pós-Graduação Profissional em Patrimônio Cultural da UFSM. Aluno do Curso
de Pós-Graduação Especialização a Distância em Gestão em Arquivos da UFSM.
2
Participante do projeto. Acadêmico do Curso de Graduação em Arquivologia da UFSM.
3
Participante do projeto. Acadêmico do Curso de Graduação em Arquivologia da UFSM.
segundo seu atual Projeto Pedagógico de Curso (PPC)6, tem-se “[...] contribuir aos fins
educativos institucionais, reforçando papéis, implementando ações capazes de contribuir
com a formação de um cidadão capaz de atuar no contexto social, comprometido com a
construção de uma sociedade mais justa, solidária e ética [...]” (UFSM, 2004).
Ainda conforme o PPC do Curso, visualizamos o que diz quanto ao perfil desejado
do formando e verificamos que o Curso tem por finalidade:
[...] formar profissionais com domínio de conteúdos arquivísticos e
interdisciplinares, capazes de interagir com o contexto através da implementação
de práticas que contribuam com o benefício social; de compreender a realidade e
atuar na solução de problemas através da reflexão crítica e da intervenção com o
emprego do conhecimento de buscar aprimoramento contínuo e observar padrões
éticos de conduta. (UFSM, 2004)
Questiona-se: de que maneira(s)? Com que recurso(s)? Neste sentido, o presente
trabalho tem por objetivo a produção audiovisual, como meio dinâmico e ao mesmo tempo
inteligível, a respeito de quem é o arquivista, sua identidade profissional, que por vezes
não é reconhecido – no sentido de não se conhecer suas competências, suas
responsabilidades, seu campo de atuação – pelos próprios arquivistas em formação, os
acadêmicos de Arquivologia. Por esta perspectiva, foi possível, por meio da iniciativa de
um grupo de acadêmicos em realizar um projeto de extensão inserido nas atividades de
ensino da disciplina Perspectivas Profissionais do Arquivista 7, produzir um vídeo que
viesse a agir como subsídio para esclarecer possíveis dúvidas de acadêmicos que estão
ingressando no Curso de Graduação em Arquivologia da UFSM.
Material e Metodologia
Neste projeto de extensão8, para que seu objetivo fosse alcançado, foi indispensável
um método, ou seja, o emprego de processos e operações próprios em uma investigação,
4
Curso criado em 10 de agosto de 1976 pelo parecer nº 179/76 do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão
da UFSM, tendo sua instalação em março de 1977, sendo o primeiro curso de graduação em Arquivologia
criado por uma universidade.
5
Instituição Federal de Ensino Superior criada pela Lei Nº 3.834-C de 14 de dezembro de 1960, com a
denominação de Universidade de Santa Maria, instalada solenemente em 18 de março de 1961.
6
Currículo de Curso Superior, anteriormente denominado Projeto Político Pedagógico de Curso (PPP). O
vigente hoje no Curso de Arquivologia data de 2004.
7
Disciplina complementar de graduação (DCG), ofertada pelo Curso de Graduação em Arquivologia da
UFSM, que tem por objetivo “preparar o futuro profissional para a realidade encontrada o mercado do
trabalho, discutindo pontos relacionados à formação, postura profissional, novos nichos arquivísticos,
abrindo espaço para relato de experiências de egressos do Curso de Arquivologia da UFSM.” (UFSM, 2004).
8
Projeto “Arquivista em movimento: o profissional no vídeo”, registrado no GEAIC/UFSM sob o nº 033318.
isto quer dizer, procedimentos intelectuais e técnicos (GIL, 2008). As atividades do projeto
iniciaram em outubro de 2012, enquanto sua finalização ocorreu em fevereiro de 2013.
Basicamente, foi empregado para o seu desenvolvimento:
- reuniões com equipe de trabalho, composta por quatro acadêmicos e uma docente,
a qual era responsável pela disciplina e também coordenadora do projeto;
- definição de referencial teórico-conceitual por meio de pesquisa em livros,
periódicos, sítios eletrônicos e outras fontes que vieram a enriquecer a fundamentação
teórica, destacando os relacionados a: o comportamento profissional, o perfil e a
visibilidade do arquivista, a área arquivística no mercado de trabalho brasileiro, a
metodologia de entrevista e a produção de vídeo;
- confecção de roteiro de entrevista, esta como instrumento de coleta de dados;
- realização de entrevistas em um número de três arquivistas – uma arquivista
aposentada, outra atuante em instituição pública e a última docente – para ter o que se
chamou de “referencial real”, e posterior estudo das informações obtidas;
- cruzamento destas informações com o que se levantou no referencial teóricoconceitual, tendo como reflexo desta intercepção a efetiva criação e filmagem do vídeo;
- criação de roteiro do vídeo;
- definição de equipamentos para filmagem: um tripé, uma Câmera Digital Sony
Cyber-shot DSC-W560 14.1 mega pixels;
- definição de pessoas para atuarem no vídeo, assim como locais para filmagem;
- filmagem e posterior edição de vídeo, em que foi utilizado o programa Vegas
Movie Studio HD Platinum 10.0;
- apresentação do vídeo em sala de aula;
- disponibilização do mesmo à Coordenação do Curso e via YouTube.
Resultados e Discussões
Os resultados que se pretendiam alcançar ao finalizar o projeto estavam
relacionados diretamente a cumprir com o objetivo definido. Juntamente a isto, percebeuse que foi possível:
- produzir conhecimento a cerca do profissional arquivista em atuação no mercado
de trabalho brasileiro;
- aplicar uma metodologia que permitiu entender tal produção;
- promover espaço para autorreflexão quanto a quem é o arquivista;
- oportunizar espaço para diálogo com arquivistas experientes a fim de se
reconhecer melhor a identidade deste profissional, contribuindo para a produção do vídeo;
- compreender mais a prática arquivística frente à atuação do arquivista em
instituições, independente de serem públicas ou privadas, afinal, “seu espaço de trabalho
está garantido em toda e qualquer instituição que produza, armazene e disponibilize
informação, independente do suporte” (SOUZA, 2011, p. 51);
- auxiliar os acadêmicos que estão ingressando no Curso de Graduação
Arquivologia da UFSM no sentido de lhes fornecer subsídios para que possam ter noções
quanto ao comportamento, perfil e atividades do arquivista inserido no mercado de
trabalho brasileiro, deste profissional “[...] polivalente, com conhecimento, ao mesmo
tempo amplo e específico, para dar conta do tratamento das informações contidas nos
registros documentais produzidos pelas inúmeras atividades da sociedade” (SOUZA, 2011,
p. 01);
- disponibilizar o produto final deste projeto, o vídeo produzido, à Coordenação do
Curso de Arquivologia da UFSM para que esta utilize como modo de aperfeiçoar a
inserção dos acadêmicos no Curso, podendo “ser um grande diferencial no processo de
informação, e se usado de forma coerente, poderá ser aproveitado todo o seu potencial
educativo” (SANTOS; KLOSS, 2010, p. 06);
- alcançar satisfação pessoal em estar proporcionando algo que servirá como meio
de esclarecer, ao menos um pouco, um possível futuro profissional de indivíduos que estão
ingressando no Ensino Superior.
Como resultado prático e direto do trabalho, houve a criação do roteiro para as
entrevistas, do roteiro do vídeo e este finalizado, com cenas captadas em espaços abertos,
como a conhecida Vila Belga, patrimônio histórico e cultural de Santa Maria, Rio Grande
do Sul, e espaços administrativos, como os do Departamento de Arquivo Geral (DAG),
localizado no prédio da Reitoria da UFSM. O link para acesso ao vídeo encontra-se
postado
no
sítio
eletrônico
YouTube,
no
seguinte
endereço:
http://www.youtube.com/watch?v=mmGtrW5pqiE&feature=youtu.be.
Conclusão
Na perspectiva de se produzir um vídeo, este projeto teve por finalidade, por meio
de seu produto final, permitir aos acadêmicos do Curso de Graduação em Arquivologia da
UFSM compreender um pouco o que diz respeito ao arquivista no contexto do mercado de
trabalho brasileiro, sendo a produção pensada, em especial, para os acadêmicos que
iniciam o Curso.
Foram demarcadas questões quanto a “Quem é este profissional?”, “Suas
atribuições são postas em ação? Como?”, “Qual a realidade do mercado de trabalho desta
área profissional nas instituições brasileiras?”. Apontamentos fundamentais para se ter
noção sobre a atuação do profissional que, antes de tudo, é cidadão e deve estar ciente
disto.
Executado o projeto, com seu produto finalizado, notou-se que houve
enriquecimento nos conhecimentos sobre a prática arquivística a todos os envolvidos,
despertando o interesse pela continuidade na produção de outros futuros projetos desta
natureza. Também, acredita-se que foi possível motivar outros acadêmicos a realizar
atividades neste sentido, despertando a criatividade e curiosidade quanto ao ‘mundo
arquivístico’ nas mais diferentes mídias. Parte da identidade profissional do arquivista
tornou-se mais visível caracterizando seu comportamento, atividades profissionais,
subsidiando acadêmicos a ter inquietações sanadas ao iniciar algo chamado formação:
acadêmica, profissional, social e ‘de vida’.
Referências
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2008.
SANTOS, P. R. dos; KLOSS, S. A criança e a mídia: a importância do uso do vídeo em
escolas de Joaçaba – SC. In: XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul,
2010,
Novo
Hamburgo.
Disponível
em:
<http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2010/resumos/R20-0957-1.pdf>. Acesso
em: 21 mar. 2014.
SOUZA, K. I. M. de. Arquivista, visibilidade profissional: Formação, Associativismo e
Mercado de trabalho. Brasília: Starprint, 2011, 252p.
SOUZA, L. Cresce a demanda por cursos de arquivologia. O Fluminense, Rio de Janeiro,
11 dez. 2011. Disponível em: <http://jornal.ofluminense.com.br/editorias/empregos-enegocios/cresce-demanda-por-cursos-de-arquivologia>. Acesso em: 20 mar. 2014.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM). Pró-Reitoria de Graduação
(PROGRAD). Projeto Político-Pedagógico do Curso de Arquivologia. UFSM.
PROGRAD:
2004.
Disponível
em:
<http://w3.ufsm.br/prograd/cursos/ARQUIVOLOGIA/>. Acesso em: 02 abr. 2014.
ANTROPOLOGIA DA RÁDIO: ESTUDOS SOBRE PRODUÇÃO E DIFUSÃO
DE REPRESENTAÇÕES E IDENTIDADES SURDAS1
Coordenação: Msc. Alexandre Mauricio Fonseca de Azevedo
Supervisão: Msc. Maria Lizete Sampaio Sobral
Bolsista: Leila Chaves
INTRODUÇÃO
Este trabalho visa apresentar a experiência do projeto de extensão intitulado
Antropologia da Rádio: estudos sobre produção e difusão de representações e
identidades surdas, que desenvolveu atividades relacionadas aos modos de produção e
difusão em meios de comunicação de radiodifusão atuantes nos município de
Belém/PA, e de Soure, na Ilha do Marajó, estado do Pará. Mais especificamente, o
projeto voltou suas ações para o favorecimento de propostas de inclusão de pessoas
surdas moradoras desses municípios, em seu contexto cultural, tendo em vista a
restituição e/ou fortalecimento de seus laços sociais. A fim de alcançar tais objetivos,
buscou-se a aproximação com as rádios locais, por reconhecermos sua relevância como
importantes meios de comunicação que visam, também, a produção de bens imateriais,
normalmente dirigidos a um público ouvinte.
A possibilidade de alcançarmos com este projeto um público não ouvinte, caso
específico das comunidades surdas, corroborou, também, com a formação dos alunos
regularmente matriculados nos Cursos de Letras da Universidade Federal do Pará,
Campus de Soure e de Belém, que assim puderam dispor de importante campo de
experimentação
para
o
desenvolvimento
de
trabalhos
de
tradução
e
interpretação,sobretudo em LIBRAS, desta forma intermediando uma profícua interação
entre os meio de comunicação (rádios parceiras do projeto), a comunidade acadêmica,
os surdos e o público externo em geral.
1
Projeto de Extensão aprovado no Edital PROEXT 2013 nº 02 do Ministério da Educação
(MEC). Dados gerais do Projeto:Esfera de aprovação: Proext 2013/MEC (Edital nº 02);
Instituição: Universidade Federal do Pará (UFPA); Período de vigência: de março de
2013 à março de 2014; Unidade Acadêmica: Instituto de Letras e Comunicação (ILC);
Subunidade: Faculdade de Línguas Estrangeiras e Modernas (FALEM); Grande área:
Ciências Humanas – Antropologia; Área temática principal: Cultura; Linha de extensão:
Grupos sociais vulneráveis. Contato do responsável: [email protected]
Aspectos metodológicos fundamentais
O Projeto Antropologia da Rádio que ocorreu no período de março de 2013 a
março de 2014, possibilitou a implementação de ações conjuntas, inclusive o
desenvolvimento de novas tecnologias, tais como a criação de dispositivos de conexão
virtual (e-mails, sites, e blogger, fanpage), criação e edição de imagens, dentre outros,
que favoreceram a comunicação entre ouvintes e não ouvintes. Nesse sentido, a Rádio
Guaraní de Soure, com quem, mais intensamente, desenvolvemos algumas das ações do
projeto, permitiu que, parte de sua programação de maior audiência no município de
Soure fosse gravada e adaptada a um sistema de comunicação audiovisual inserida em
plataforma virtual, visualizada via internet. No que diz respeito a esta tarefa específica,
os vídeos foram produzidos pela bolsista2 de Soure, que em seguida, dava
encaminhamento do material à equipe de Belém e, a partir daí, iniciavam-se os
trabalhos de tradução das notícias para a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, e sua
respectiva inclusão em plataforma digital.
"A inserção do computador inserido na escola pode auxiliar no desenvolvimento de
competências do aluno surdo, incluindo a aprendizagem da escrita na língua
portuguesa, como segunda língua, e com isso, as tecnologias digitais se mostram
como um apoio para acesso a ambientes que promovam interações. " (VIEIRA
2010, p. 8)
De acordo com o Blog Antropologia da Rádio, percebemos a evolução do
Projeto, assim como por meio do sítio virtual criado para divulgação do projeto, que
registrou um considerável número de acessos pelo público. Mais precisamente, foram
registradas em torno de mil e quinhentas visualizações do mundo todo.
Fundamentação teórica
Historicamente, as pessoas surdas tem sido encaradas sob a perspectiva de um
estigma, e, muitas vezes, não tem seus direitos individuais reconhecidos, sendo
submetidos a práticas de perseguição e segregação social, que lhes deixam profundas
marcas. Segundo GOFFMAN (2007), a etimologia do termo “estigma” está
intimamente associada aos Gregos, como um elemento de auxílio visual, para reavivar
as marcas corporais destinadas a expor o que se tinha de estranho e detestável no status
moral da pessoa assim designada.
2
O projeto contou com a participação de bolsistas ouvintes, regularmente matriculados nos
cursos de Letras da Universidade Federal do Pará, de um bolsista surdo voluntário, e de uma
intérprete de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, todos supervisionados por uma supervisora
que atuava em conjunto com a Coordenação do Projeto.
A fim de criar situações favoráveis para uma melhor inserção dos surdos no
meio social em que vivem, e para promover uma comunicação mais democrática, a fim
de favorecer sua efetiva participação na vida social, o Projeto Antropologia da Rádio
fundamentou suas propostas de ação na abordagem que Pierre Bourdieu faz em seu
trabalho intitulado “A Economia das trocas linguísticas” (1983), em que propõe uma
“sociologia da denúncia da dominação linguística”, o que contribuiu como parâmetro à
reflexão sobre as relações de dominação linguística no universo dos surdos.
O alcance de sua teoria da dominação permitiu vislumbrar, também, a análise de
fenômenos linguísticos, circunscritos em relações de dominação específicas
contempladas no discurso social, a exemplo do acesso à comunicação radiofônica. Daí,
a ideia de que as questões linguísticas acabam se
tornando, também, campos de
dominação e poder, os quais, por sua vez, estão relacionados a diferentes dimensões da
vida comunitária.
Na medida em que nos apropriamos das noções debatidas por Bourdieu em ‘A
Economia das trocas linguísticas’ para a fundamentação das concepções que nortearam
a construção deste projeto, estabelecemos uma posição crítica diante do que podemos
entender como a aquisição de uma autonomia pela língua, o que significa dizer,
compreender a estrutura da língua, em relação as condições sociais de produção,
reprodução e circulação. O termo economia cunhado no texto, indica que não se trata de
um campo específico, pois o fenômeno das trocas linguísticas amplia-se sobre
diferentes esferas da vida social, inclusive convergindo em questões econômicas, no
sentido mais estrito do termo. Com base nas concepções teóricas de Bourdieu, o projeto
Antropologia da Rádio buscou compreender possíveis conexões entre o trabalho das
rádios e o contexto linguístico em que insere a LIBRAS como a língua de uma minoria
que está submetida a um processo de dominação não explícito - pois só quem reflete
sobre essa questão linguística pode compreender e reconhecer o fenômeno da exclusão
no universo da surdez.
Conclusão
A disfunção orgânica que caracteriza a surdez, de certo modo, pode interferir de
maneira significativa na alternância do sujeito com o seu meio social, sobretudo uma
disfunção que ocorre no campo da fala, uma das habilidades orgânicas essenciais dos
humanos.
Por outro lado, ainda que sejam limitadoras essas questões, nem sempre
impedem a realização vital do sujeito na condição de troca com o mundo social. Isso
quer dizer que, a despeito da deficiência auditiva, inibidora de relações, o projeto ora
apresentado vislumbrou a possibilidade de pensar novas alternativas para explorar os
recursos e potencialidades dos surdos no sentido de se fazerem reconhecidos e inseridos
na sociedade. Tais reflexões desdobram-se em questionamentos acerca do que se
constitui troca comunicativa entre mundos distintos. Isto é, perguntamos “como os
deficientes podem estabelecer uma troca na condição de indivíduos considerados
diferentes dentro de seu meio?” E ainda, “como as rádios podem contribuir no sentido
de favorecer esse processo de reconhecimento da diferença, e de resgatar um lugar mais
humano, de inclusão aos surdos?
A partir de tais considerações, ponderamos levantar a importância de uma
discussão sobre o fenômeno da surdez como uma problemática também social, neste
Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, no sentido de qualificá-lo na condição
de um estudo antropológico, e para oportunizar reflexões relevantes quanto à
deficiência, em especial à surdez - como forma de pensar a integração dos surdos ao
meio social.
Vale ressaltar, ainda, que as discussões propostas aqui tem um caráter
multidisciplinar e, acredita-se, podem favorecer o entrelaçamento teórico com outras
temáticas tradicionais que são trazidas à luz das discussões quando se fala de
problemáticas sociais, tais como família, infância, poder, trabalho - o que nos permite
vislumbrar o fenômeno da deficiência atrelado ao universo de tudo aquilo que constitui
a vida dos homens.
Resultados alcançados
O gráfico apresentado demonstra que os acessos à plataforma de divulgação do
projeto, durante o ano de 2013, no período de Março a Dezembro, alcançaram um
número próximo a quatrocentas visualizações, e no ano de 2014, apenas no último mês
do projeto, fevereiro, chegaram ao número aproximado de 250 visualizações.
No primeiro semestre de 2013, foram realizadas Jornadas de Extensão nas
cidades de Belém e Soure, para divulgação das ações do Projeto Antropologia da rádio,
com a realização de palestras e seminários que tiveram como foco de debate, temáticas
tais como cultura, identidade, relações de pertencimento e reconhecimento das
comunidades surdas nesses respectivos municípios.
No segundo semestre de 2013, foram realizadas oficinas para surdos e ouvintes,
que contaram com a participação de alunos dos cursos de Letras da UFPA, professores,
tradutores/intérpretes e pessoas e profissionais com interesse na área. As oficinas
tiveram como objetivos disseminar a ideia de cultura e Identidade Surda, difundir o
reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) com suas especificidades e
variações linguísticas, auxiliar na complementação da formação dos alunos do Curso de
Letras Libras e Português como segunda Língua da Universidade Federal do Pará, uma
vez que principalmente os alunos deste curso atuaram como bolsitas do projeto.
Sendo assim, os objetivos concernentes à propagação, produção e difusão de
representações e identidades surdas, foram alcançados, em acordo com as propostas
iniciais delimitadas pelo projeto Antropologia da Rádio.
REFERÊNCIAS
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas linguísticas in Sociologia (Organizador
da coletânea: Renato Ortiz; reproduzido de Bourdieu, P. L’économie des échanges
linguistique.Langue Française, 34, maio 1977, Traduzido por Paula Montero). São
Paulo : Ática, 1983.
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade
deteriorada. 4ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
SANTANA, Ana Paula. BERGAMO, Alexandre. Cultura e Identidade Surda:
Encruzilhada de lutas sociais teóricas. Campinas-SP, 2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/es/v26n91/a13v2691.pdf> Acesso em: 02/02/2014.
VIEIRA, Marilene Ferreira. InfoLibras: Perspectiva de inclusão digital para alunos
surdos. Tucuruí-Pará, 2010. Curso de especialização (PUC-RIO). Disponível em:
<http://ntetucurui.files.wordpress.com/2009/11/marilene_vfinal1.pdf> Acesso em:
02/02/2014.
A FALA DOS FEIRANTES DE SANTA QUITÉRIA DO MARANHÃO: UMA
ANÁLISE SOCIOLINGUÍSTICA DOS “BORDÕES”
Orientador (a): Lourdilene Vieira Barbosa
Autor (a): Soanne Maria Spíndola Costa
Coautores (as):
Flaviana Silva Santos
Mércia Suyla Sousa Nunes
Resumo: o presente trabalho tem como objetivo discorrer e analisar os “bordões”
utilizados por esses feirantes reconhecidos através da fala dos mesmos, levando em
consideração o nível escolar, bem como os conhecimentos prévios adquiridos e
vivenciados do mundo socialdos mesmos. Participaram da pesquisa 25 feirantes,
identificados no trabalho como sujeitos. Como fundamentação para nosso trabalho,
procuramos base de apoio em autores da área da sociolinguística, principalmente Bagno
(2007), Bortoni-Ricardo (2005), Neves (2010), dentre outros. O trabalho se justifica
pela necessidade de se compreender tais variações e seus principais causadores, visando
sempre que a língua é um fator social e o principal meio de comunicação. Como
metodologia para a realização, do nosso trabalho, aplicamos a observação participante, a
entrevista, com perguntas e filmagens dos sujeitos em seu local de trabalho. Na analise,
analisamos os bordões identificados, de acordo com o direcionamento teórico dos
autores que utilizamos, e concluímos que feirantes escolarizados com até, no mínimo, o
sexto ano do Ensino Fundamental estão mais próximos das variedades linguísticas mais
prestigiadas socialmente, enquanto que feirantes não escolarizados estão mais próximos
das variedades estigmatizadas.
Palavras-chaves: Fala. Bordões. Sociolinguística.
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1.1. Comunicação - Evento