AUTOR: Maria de Lurdes Rasinski Zubacz
[email protected]
NRE: Ponta Grossa
ESCOLA: Gil Stein Ferreira – ensino fundamental
DISCIPLINA: História (X) Ensino Fundamental
Disciplina de relação interdisciplinar 1: Geografia
Disciplina de relação interdisciplinar 2: Ciências
TÍTULO: A MODERNIDADE E A RECONFIGURAÇÃO DO ESPAÇO RURAL NA REGIÃO CENTRO SUL
DO PARANÁ. QUESTÃO PROBLEMA: Até que ponto a modernidade contribuiu para o desenvolvimento
humano nas áreas rurais da região centro-sul do Paraná?
Conteúdo estruturante: Dimensão econômico-social
Conteúdo específico: O Paraná Moderno
Série a que se destina: 8ª série
Colaboradores:
Geografia:
Ciências:
História:
Validador (a): Professora Orientadora: Angela Ribeiro Ferreira
O QUE É MODERNIDADE?
Historicamente considera-se modernidade o período de expansão capitalista e cientificista, a partir da
Revolução Industrial iniciada na Inglaterra do século XVIII. A Revolução Industrial provocou mudanças sociais,
econômicas, políticas e ambientais. Uma máquina impulsionou o desenvolvimento de outras, aumentando a
produção de mercadorias e o acúmulo de capital por aqueles países que detinham a tecnologia.
AGORA É COM VOCÊ: REFLITA E RESPONDA. Quais as mudanças trazidas pela
industrialização que beneficiaram a sociedade?
E hoje, o que é ser moderno? Anote em seu caderno e em seguida discuta sua resposta com o
professor e a turma.
“CAMPO E CIDADE: A CONSTRUÇÃO DOS MITOS”
Campo e cidade: pólos contrários? Mitos construídos solidificaram a contradição campo-cidade. Porém, os
mitos são construídos a partir de uma realidade aparente. É necessário, então, entender a construção do mito para
que possamos compreender o que existe por trás da aparência e descobrirmos o objetivo de tais construções.
A vida no campo envolve as mais variadas práticas – de caçadores, pastores, fazendeiros e empresários
agroindustriais e, a organização varia “da tribo ao feudo, do camponês e pequeno arrendatário à comuna rural, dos
latifúndios e plantations às grandes empresas agroindustriais capitalistas e fazendas estatais.”(WILLIANS, 1989,p.
11).
O problema inicial foi a comparação do campo com a cidade. A constituição do campo foi suprimida pela
aparência das cidades, onde as mudanças se processavam com maior velocidade, e a distância entre o campo e a
cidade dificultava o contato dos moradores rurais com as “novidades”.
O campo visto como passado e lugar de atraso tem uma relação com o feudalismo: ser feudal era ser atrasado
e a feudalidade estava no campo, portanto o “novo” estaria na cidade. O campo era a “prisão” e a cidade a
“liberdade” das obrigações feudais.
No imaginário brasileiro a negação do campo é muito forte. Desde a Proclamação da República tentou-se
criar uma identidade própria no Brasil, fundamentada no progresso e na urbanidade.
Perceba que relacionar o modo de vida rural ao atraso justificou a ideologia que substituiu a ruralidade pela
urbanidade.
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AGORA É COM VOCÊ: REFLITA, ANOTE NO CADERNO E DISCUTA COM O PROFESSOR E
OS COLEGAS. Qual era o objetivo existente atrás da aparência de “novo” e “progresso”
colocado às cidades?
Os problemas urbanos começaram: aglomeração humana, ausência de saneamento básico, falta de limpeza,
fumaça da chaminé das fábricas e o mau cheiro que iriam fundamentar a idealização do campo como lugar de vida
natural, tranqüila e com muitas belezas. Nas cidades a falta de planejamento promoveu o reaparecimento de
epidemias e doenças contagiosas.
O filósofo iluminista Jean Jaques Rousseau dizia que o camponês, pelo contato que possuía com a natureza,
tornou-se menos corrompido que o homem da cidade. As cidades passaram a ser vistas como “infernos” da espécie
humana, enquanto o campo é o lugar da renovação.
O camponês ao migrar para a cidade sentia-se maravilhado, em contraste à pobreza do campo. O trabalho
era menos árduo, em ambientes fechados, o salário parecia razoável e a alimentação melhor. Podiam consumir
artigos que no campo não existiam. Mas havia as oscilações, o desemprego, o ar impuro, adquiriam vícios que
levavam seu dinheiro. O trabalho com a máquina era só monotonia. Jean Jaques Rousseau como outros
pensadores, criticaram as cidades e seu modo de vida. Para ele a razão suprimiu a sensibilidade.
Cria-se outro mito. O modo de vida rural passou a ser visto como sinônimo de harmonia e de ligação direta
entre o homem e a natureza, enquanto a cidade foi relacionada ao caos, a degradação, problemas sociais e
ambientais. ”(Adaptado de Bagli,2003)
AGORA É COM VOCÊ: Reflita sobre o lugar onde você vive ( rural ou urbano), descreva-o em
seu caderno colocando os pontos positivos e negativos. Em seguida reúnam-se em grupos e
elaborem painéis apontando as diferenças entre a vida no campo e a vida na cidade.
No dicionário Aurélio, mito é definido como: - Narrativa de significação simbólica, transmitida de geração em geração dentro de
determinado grupo e considerada verdadeira por ele.
A RURALIDADE PARANAENSE
No Paraná existem hoje pelos menos cinco tipos de produtores rurais: o de subsistência, os produtores
simples de mercadorias, os empresários familiares, os produtores capitalistas não tecnificados e os produtores
capitalistas tecnificados.
O campo passou a ser um servidor da indústria e que, no caso paranaense, teve a grande industrialização
concentrada em Curitiba, funcionando como se fosse um aspirador humano, diferente do que ocorre nos outros
Estados do Sul – Rio Grande e Santa Catarina – onde a industrialização está distribuída nas mais diversas regiões
desses Estados.
AGORA É COM VOCÊ: PESQUISEM QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE:
-PRODUTOR RURAL DE SUBSISTÊNCIA-__________________________________________
-PRODUTORES SIMPLES DE MERCADORIAS-______________________________________
-EMPRESÁRIOS FAMILIARES-_________________________________________________
-PRODUTORES CAPITALISTAS NÃO TECNIFICADOS-_______________________________
-PRODUTORES CAPITALISTAS TECNIFICADOS-____________________________________
Para realizar essa atividade, consulte a EMATER ou IAPAR de seu município.
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DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA INDÚSTRIA
Fonte: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/mapas_brasil.shtm#
Assim como no restante do Brasil, o fenômeno da cidade é recente no Paraná, as atividades econômicas que
vão fixar as populações no Estado, desde a criação da Província e mesmo anterior a ela, são atividades rurais. Até
a década de 1970 a população rural era o dobro da população urbana no Paraná.
Que tal fazermos agora uma pesquisa para saber o que estava acontecendo no Brasil na
década de 1970 e em que isso vai interferir na vida rural?
......o milagre brasileiro.......
........Brasil, ame-o ou deixe-o........
A CONSTRUÇÃO DA RURALIDADE PARANAENSE: o caso da Região Centro-sul
É comum, ao estudar o Paraná Tradicional, deter-se à sociedade campeira em vista do enriquecimento de
alguns pecuaristas da região dos campos e ao surgimento de algumas cidades em função da atividade tropeira que
integrava o sul ao restante do país.
“Com o aparecimento das ferrovias, a atividade tropeira perdeu a razão de ser, permanecendo apenas em
regiões onde não tinha outra alternativa”. (STECA e FLORES, 2002, p.180).
Sobre a região das matas, no mesmo Paraná Tradicional, são poucas as referências sobre a forma de
organização social que ali existia. Com a crise da sociedade campeira, muitas famílias de desempregados e também
fazendeiros que perderam suas propriedades começam a sair do campo para as matas, indo inserir-se no Sistema de
Faxinal.
O Paraná Tradicional. Em conseqüência das fases históricas que condicionaram a colonização do território paranaense, podemos dividir
a ocupação do Estado em três áreas Histórico-culturais: o Paraná Tradicional, a Frente Nortista e a Frente Sulista . O Paraná tradicional
iniciou com a descoberta do ouro na região de Paranaguá, porém, o ouro era escasso resultando em alguns núcleos populacionais tanto no
litoral como no planalto de Curitiba. No século XVIII, com o surgimento do caminho das tropas, teve início a ocupação dos Campos
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Gerais, onde as populações recebiam forte influência paulista e riograndense. A criação da Província do Paraná em 1853, foi possível
graças à economia do criatório nas regiões de Campos Gerais, Guarapuava e Palmas. A exploração da erva-mate, árvore nativa da região,
foi outra base econômica para o surgimento da Província. (Adaptado de WACHOWICZ, 1988, p.267.).
Região das matas. Área de vegetação mais cerrada, com a presença das espécies florestais como pinheiro e erva-mate, além de
apresentar razoáveis condições de pastagens naturais. (Carvalho, 1984, p.14).
Agora é com você. Reflita: quem ocupava a região das matas? Respondeu? Ótimo, guarde a
resposta e na seqüência do capítulo você poderá verificar se está correta.
Nova História.
Se focalizarmos a história de algumas décadas atrás vamos nos deparar com uma história essencialmente política, que narrava os
acontecimentos oferecendo uma visão de cima, ou seja, feitos dos grandes homens, estadistas ou generais. Esta história deveria ser
baseada em documentos e apresentar aos leitores os fatos “como eles realmente aconteceram”.
A Nova História, dos últimos 30 anos surge como uma reação contrária a história tradicional. A idéia defendida pela Nova
História, na verdade não é nova, mas a valorização que lhe foi sendo dada principalmente a partir dos anos 1970 e19 80 quando a reação
ao modelo tradicional tornou-se mundial, percebendo-se sua inadequação.
Os novos historiadores preocupam-se com toda a atividade humana sem distinções, como faziam os historiadores tradicionais. A
análise de uma variedade de atividades humanas exige examinar maior variedade de evidências; novos objetos requerem novas fontes e
uma ação interdisciplinar.
“... a importância da história vista de baixo é mais profunda do que apenas propiciar aos historiadores uma oportunidade para mostrar
que eles podem ser imaginativos e inovadores. Ela proporciona também um meio para reintegrar sua história aos grupos sociais que
podem ter pensado tê-la perdido, ou que nem tinham conhecimento de sua história... Os propósitos da história são variados, mas um deles
é prover aqueles que a escrevem ou a lêem de um sentido de identidade, de um sentido de sua origem. Em um nível mais amplo, este pode
tomar a forma do papel da história, embora fazendo parte da cultura nacional, na formação de uma identidade nacional. A história vista de
baixo pode desempenhar um papel importante neste processo, recordando-nos que nossa identidade não foi estruturada apenas por
monarcas, primeiros-ministros ou generais... A maior parte daqueles que escrevem a história vista de baixo aceitariam, em sentido amplo,
a opinião de que um dos resultados de terem seguido essa abordagem tem sido demonstrar que, os membros das classes inferiores foram
agentes, cujas ações afetaram o mundo em que eles viviam” (SHARPE, 1992, pág.59 e 60). Adaptado
de BURKE, 1992.
SISTEMA FAXINAL
Entende-se por Sistema Faxinal uma forma de organização camponesa típica da região centro-sul do Paraná.
É um sistema orgânico diferente do que se viu no restante do Paraná e mesmo no Brasil.
A característica fundamental desse Sistema era a união da população em torno de uma área comum para a
“criação de animais domésticos, tanto para o trabalho, quanto para o consumo próprio, na técnica ‘à solta’ em
criadouros comuns, destacando-se os eqüinos, suínos, caprinos e aves domésticas”(CHANG,1985). A criação de
suínos, juntamente com o manejo da erva-mate eram as bases econômicas dessas comunidades.
Nesse sistema havia uma relação relativamente harmoniosa entre o homem e a natureza, pois a produção da
erva-mate não requer o corte das árvores. Da mata dos pinhais era utilizada a madeira para a construção das casas e
das cercas, e também os frutos alimentavam os animais domésticos diminuindo o custo da criação, como narra um
ex-morador desses faxinais:
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“....chegava o tempo de pinhão, aquelas porquinha iam pro mato e vinha porco com 60, 70 quilo do pinhão, não precisava engorda, você
criava lá sorto...”(entrevista com o Senhor Altair Lopes – Ivaí Pr.)*
O Faxinal era dividido em duas partes: a área de cultura e o criadouro comum. Separar as áreas de pastagem e
as áreas de cultivo era uma das alternativas para economizar recursos materiais e humanos para a construção das
cercas e também para o aproveitamento das águas disponíveis. Talvez seja essa situação que levou ao o uso
comunal da terra. As duas áreas eram divididas por uma cerca.
“...era tudo cercado para a criação do porco e então era tudo junto, não tinha separação, o terreno cada um tinha um poco mais era tudo
junto, era comunitário. Assim quando chegava fevereiro, março que era chamado época de folga que colhia os feijão e não tinha milho pra
quebrá era uma vez por ano, não era igual agora plantam direto...daí roçavam faxiná e arrumavam a cerca. Daí eles se reuniam, tal dia
vamo reformá a cerca. Todos os proprietário e os que parava em cima da terra, os agregado, todos iam ajudá, chamavam retóca, retocá a
cerca, reforma. E essa cerca era de madera toda fechada, era de madera de rachão, era fechada até um metro de altura com rachão lascado
de pinheiro...dava uns 4X4, 3X4, até na altura de um metro mais ou menos era feito aquele rachão que era trançado um por cima um
encavalado no outro, pra cima de um metro era mais treis fio de arame pra os cavalo e vaca não pula, e nem cabrito.......eu imagino daí se
juntaram, ficou mais fácil de eles cercá tudo ao invés de cada um cercá o seu......” (Entrevista com o Sr. Ilário Zubacz-Ivaí Pr.).
ILUSTRAÇÃO – Modelo de cerca que separava o criadouro comunitário das áreas de cultura no Faxinal.
Fonte: ilustração feita pelo aluno Eric Silvio Streiechen – 8ª série – Escola Estadual Gil Stein Ferreira – Ivaí Pr/2007.
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*Nota: As entrevistas foram mantidas com a linguagem original.
Nas áreas de cultura as principais plantações eram de milho e feijão, porém não em grandes quantidades,
apenas para o consumo próprio e na comunidade. Os principais produtos comercializados eram a erva-mate e o
porco. O trabalho nas roças era manual e não havia utilização de produtos químicos. Os agregados costumavam
receber de seus patrões um pedaço de terreno onde ele pudesse fazer também a sua roça, em troca teria sempre
mão-de-obra disponível para os trabalhos que necessitasse.
AGREGADOS: eram famílias que não possuíam terras e que trabalhavam e moravam em terras alheias, em troca do trabalho recebiam
normalmente um pedaço de terra para plantar e podiam criar animais domésticos no criadouro comum, para o proprietário nunca faltava
mão de obra.
Cada proprietário de terra tinha os seus agregados, não significando que eles trabalhassem exclusivamente
para o dono da terra onde moravam.
“... viu cumpadre você não pode liberá o fulano pra í carpi um quadro lá pra mim? Daí o cumpadre: pode í tá de varde pode í, e as veis o
próprio agregado chegava para o patrão: viu seu....não posso í carpí um pedaço lá pro outro, to meio de varde. Ta liberado, pode í, era
assim que funcionava....(Entrevista com Sr. Ilário Zubacz – Ivaí Pr.)
Mesmo não sendo grande a área plantada, esta exigia muita mão-de-obra, principalmente nas épocas de
carpida. As roças de milho ou feijão podiam ser perdidas no mato se não fosse feito a limpeza com a enxada.
Nesses momentos aflora um dos costumes mais tradicionais e talvez dos mais fascinantes das comunidades
reunidas nos faxinais: o puxirão, ou mutirão.
“.....Então a vizinhança diz: ói hoje tem puxirão por exemplo, lá na casa do Artair, então quando era de manhã cedo, quando começava a
clarear o dia começava aparece os carpidô mas só eles tinha que dá comida, já dava café para eles, argum já ia pra posa até. Dava café
preles cedo, daí ia pro eito trabaiá até meio dia, carpia até meio dia, depois do meio dia outra veis carpia até de tarde, de tarde tinha o baile.
Mais uns dia antes tinha que se reuni 2 ou 3 prá mata um porco ne daí notro dia tinha paçoca pra come com café ou com leite, daí o armoço
era come arroiz, fejão, farinha de mio, carne de porco a vontade...agora não dava pra farta também uma pinguinha...e de tarde era um baile
veio de amanhece(esposa: a gente tem saudade daquele tempo, era tão unido, tão bunito)...(Entrevista com o Sr. Altair Lopes)
....muita gente que tinha uma roça pra carpi, ele convidava a vizinhança tudo.....daí a noite eles faziam baile, é assim eles faziam um baile
tipo assim eles faziam um baile, assim pra dize muito obrigado pro povo por aquele dia de trabalho, que aquele dia não era cobrado, tudo
mundo ia ajuda sem cobrá nada....eu acho que nem o gaitero não cobrava nada ....
(Entrevista com o Sr Ivo Conrado –Ivaí Pr.)
O criadouro comum era uma extensa área onde se construíam as casas dos proprietários dos terrenos e
também dos agregados em meio à mata de araucária e aos ervais nativos da região. Aí todos os animais
domesticados eram criados soltos, sendo que cada morador conhecia quais eram os seus animais de criação.
“.....você costumava de tarde saí ali e tchu, tchu, tchu....a porcada vinha tudo de tarde, você jogava ali um pouquinho de milho com palha
com tudo pro porco comê, então eles saíam mas na hora de posá eles vinham posá em roda da casa, dava raçãozinha pra eles cedo e de
tarde, quando era essas hora em diante eles já começavam a chega, aquelas porcada roncando...”(Entrevista com o Sr Altair Lopes – Ivaí
Pr.)
O principal animal de criação era o porco que fornecia carne e banha e, também era a mercadoria que
juntamente com a erva-mate davam sustento aos Faxinais. O porco era tocado por caminhos já demarcados pelos
tropeiros até os locais de comércio e a erva-mate era transportada em lombo de mulas.
No espaço do criadouro comum, normalmente existia também, um campo de futebol onde, aos domingos a
comunidade se reunia. Em vários Faxinais havia escolas que ofertavam as séries iniciais para as crianças.
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Ilustração: Vista de um Faxinal
Fonte: ilustração feita pelo aluno Eric Silvio Streiechen –8ª série –Escola Estadual Gil Stein Ferreira – Ivaí-Pr/2007
Esse Sistema Faxinal permaneceu na maior parte da região centro-sul do Paraná, adaptando-se lentamente a
modernização (por exemplo, os porcos e a erva-mate passaram a ser transportados por caminhões), quando o
Sistema entra em choque com os interesses da própria modernização agrícola ocorrida no Estado e no País a partir
da década de 1970 como efeito do “milagre econômico”.
No caso do Paraná e mais especificamente da Região Centro-Sul, o que ocorreu foi um grande interesse
capitalista no plantio da soja, que necessitava de imensas áreas de terra desmatada, e a infiltração dos equipamentos
e insumos químicos utilizados pelas multinacionais do ramo. Neste mesmo período chega à região um número
expressivo de migrantes gaúchos, atraídos pelo baixo preço da terra, com o intuito de plantar soja.
Isso provoca um efeito catastrófico sobre o Sistema Faxinal. A institucionalização desse efeito se deu com a
exigência do cumprimento de uma lei de 1916, do Código Civil Brasileiro, a “Lei Federal dos Quatro Fios de
Arame”, que estabelece que desde que o proprietário tenha suas terras cercadas com quatro fios de arame, o animal
que as invadir poderá ser apreendido.
Nos municípios paranaenses onde ocorria o Sistema Faxinal foi criado um conjunto de leis que procuravam
dar um respaldo jurídico aos faxinais de acordo com os costumes locais. Como as leis federais prevalecem sobre as
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municipais, a partir do momento que esse dispositivo federal passou a ser acionado efetivamente na região (década
de 70), o sistema começou a ser questionado juridicamente (CUNHA, 2003).
..... “eles não diziam qualera o motivo, um que me participô uma vez foi o filho do ...é essa lei é muito boa, porque o senhor vê, o senhor
tem seu terreno, tudo mundo tem criação em cima e não sei porque....Eles defendiam a lei mas não explicavam o motivo daquilo estar
existindo...”(Entrevista com o Sr. Atílio Galvão – Ivaí Pr)
...... “ Bom aqui teve uma coisa ruim que eu me lembro foi a “Lei Federal”...então os pequeno que não tinham terra, foram o motivo de
diminuir o luga, foram embora pra cidade...isso diminuiu o povo aqui talvez muitos desses que estão na favela....”(Entrevista com o Sr
Atílio Galvão – Ivaí Pr.)
..... “ acabou porque surgiu uma tar de o pessoal comentava, Lei Federal, ne naquele tempo comentou que daí podia destocar, e não
precisava cercá e daí os porco não tinha como segurá ...os porco passavam por baixo e daí foi acabando...e o pessoal foi vindo embora de
lá...e vieram e não tinham casa, e não tinham nada, começaram a vir numa vila, numa terra do governo aqui em volta da cidade..”.
(Entrevista com o Sr. Ilário Zubacz – Ivaí Pr)
..... “ muitos trabaiava que diz o causo, de agregado né, então não tinha onde í no caso....então iam pedindo pra prefeitura e a prefeitura
mandava marca seu terreninho. Trabaiavam como agregado em quase tudo os lugar aqui ao redor. Num tinham um terreno, precisavam
um lugar pra se ficá apossado..... e daí foram arrumando aqui .....agora o cara mora em vila, prá começá não tem como criá uma galinha,
não tem como fazê uma planta, conforme o jeito se facilitá não dá prá deixar uma casa sozinha....”(Entrevista com o Sr. Neri Palhano –
Ivaí Pr.)
..... “ Acabô co lugar. Acabô com tudo aí, foi o que acabô com o lugar aqui foi a Lei Federal. .....arrancaram tudo as cerca e foram
plantando tudo aberto, arrancaram aquelas cerca que tinha e os que entravam eles prendiam tudo, prendiam e matavam. Daí veio a
judiação, daí aquele povo pobrezinho foram pro pau, quem teve condição de fechá um lugar prá criá ficô...Essa Lei Federal acabou com o
nosso lugar aqui, quem ficô com um pouquinho ficô, mais a maior parte foi para a cidade e é isso que tá criando as favela, é resurtado
disso é que tá as favela nas cidade. ...”(Entrevista com o Sr. Altair Lopes – Ivaí Pr)
...... “ Tinha os que não tinha terra, mas eram agregados dos que tinham terra, por isso é que hoje loto as favela, engrosso as favela, as
periferia das cidade...” (Entrevista com o Sr. Ivo Conrado – Ivaí Pr).
A expansão e modernização da agricultura trouxeram impactos sociais e ambientais nas áreas ocupadas pelos
Faxinais. A introdução de equipamentos agrícolas modernos, a instalação de uma nova cultura, no caso a soja,
excluiu pequenos proprietários, e as populações rurais sem propriedade da terra passaram a buscar outras
alternativas nas cidades. Verifica-se pelos depoimentos acima a prática do uso do Direito a serviço do capital. A
implantação de culturas comerciais na região centro-sul do Paraná concentrou a posse da terra, aumentou o
tamanho das propriedades provocando um esvaziamento humano das áreas rurais.
O crescimento da população urbana, nas últimas décadas pode ser observado a partir dos gráficos abaixo.
Estes foram construídos a partir do resultado de um questionário elaborado para essa pesquisa e aplicado pelos
alunos da Escola Gil Stein Ferreira – Ivaí Pr, aos seus familiares cuja procedência é o meio rural (gráfico1). É
possível também uma análise econômica, através do o gráfico 2, que demonstra a participação dessas mesmas
famílias nos programas assistenciais oferecidas pelo Governo Federal.
Gráfico 1
Gráfico 2
8
18
16
14
12
10
Te m po de
m oradia
8
6
4
2
0
50 40 30 20 10
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Fonte: pesquisa realizada pelos alunos da Escola Estadual Gil Stein Ferreira/2007
AGORA É COM VOCÊ: Releia os textos: “A Nova História” e “Sistema Faxinal”, em
seguida explique porque o Sistema Faxinal não eram reconhecido nos livros de História
Tradicional até a década de 1970. Depois discuta a resposta com o professor e os colegas.
-Você conhece alguma outra sociedade que vivia de forma coletiva ou comunitária? Descreva-a
e faça uma comparação com o Sistema Faxinal.
-Você verificou no texto “Sistema Faxinal” que a modernidade provocou impactos sociais e
ambientais nas áreas dos faxinais. Explique os impactos sociais percebidos no texto e faça
uma pesquisa na área de ciências e geografia sobre os impactos ambientais promovidos pela
modernidade agrícola.
-A partir da análise dos gráficos 1 e 2, escreva o seu posicionamento sobre a saída das
pessoas do campo para as cidades.
HISTÓRIA ORAL
Você percebeu que a construção do texto “Sistema Faxinal” intercalou depoimentos de pessoas que viveram
durante o período em que existiram os Faxinais em Ivaí-Pr, ou que ouviram contar sobre esse período
provavelmente por algum parente próximo que vivenciou essa época.
Esse método de pesquisa histórica é chamado História Oral, e baseia-se no depoimento de pessoas que
vivenciaram o período estudado, ou pela tradição oral.
A História Oral é relativamente recente no Brasil. Os primeiros trabalhos surgiram a partir da década de
1970. Para a História Tradicional a História deveria ser baseada em documentos oficial, o que excluía da História a
maior parte da população mundial que são pobres, mulheres, crianças, negros, que não eram detentores do poder.
A Nova História (texto do início do capítulo) considera as mais diversas atividades humanas e, portanto os
historiadores devem examinar maior variedade de evidências: algumas visuais, outras orais. Com isso os excluídos
da História Oficial passaram a ter voz.
... . “ para estudar o passado de um povo, de uma instituição, de uma classe, não basta aceitar ao pé
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da letra tudo quanto nos deixou a simples tradição escrita. É preciso fazer falar a multidão de figurantes mudos que enchem o panorama da
História e são muitas vezes mais interessantes e mais importantes do que os outros, os que apenas escrevem a História.”(DCE/SEED,
2006.)
.... “Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado
público da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais importantes do
que nunca...”(HOBSBAWN, Apud Bittencourt, 2005, p.42).
AGORA É COM VOCÊ: DO QUE ESTÁ TRATANDO AS DUAS CITAÇÕES ACIMA, E QUAL A
RELAÇÃO QUE VOCÊ PODE FAZER COM A SUA PRÓPRIA HISTÓRIA.
Sugestão de filme: “Narradores de Javé” – direção de Eliane Caffé – Brasil - 2001
REGULAMENTAÇÃO DO SISTEMA FAXINAL
“Entende-se por ‘Sistema Faxinal’ o sistema de produção camponês tradicional, característico da região Centro-Sul do Paraná que
tem como traço marcante o uso coletivo da terra para produção animal e a conservação ambiental, de acordo com o Decreto Estadual
nº3466 de 14 de agosto de 1997”.(PARANÁ, 1997).
“Somente em 1997, o ‘Sistema Faxinal’ foi reconhecido formalmente, através do Decreto Estadual nº 3446/97, que criou a ARESUR
(Áreas Especiais de Uso Regulamentado), para incluí-lo no CEUC – Cadastro Estadual de Unidades de Conservação”.(IAP, 1998, p.10)
Assim, os municípios que possuem faxinais em seu território adquirem o direito de receber, pela Lei ICMS Ecológico (Lei
Complementar nº59/9l), um maior percentual na distribuição dos recursos do ICMS. Mas, apesar do reconhecimento do Sistema de
Faxinal e do incentivo do ICMS ecológico, a tendência generalizada de concentração de capital se acelera, e o Faxinal é visto cada vez
mais como reserva de madeira e de terras agricultáveis, que se encontra em processo de desagregação, agravado pelo escasseamento dos
recursos naturais que sustentam o sistema. (ALBUQUERQUE, 2005).
AGORA É COM VOCÊ: QUEM ELABORA AS LEIS? QUAIS OS INTERESSES QUE SÃO
DEFENDIDOS? (Para responder essa questão use como referência a Lei Federal dos “Quatro Fios
de Arame” e a Regulamentação do Sistema Faxinal).
A MODERNIDADE E A RECONFIGURAÇÃO DO ESPAÇO RURAL NA REGIÃO CENTRO-SUL DO
PARANÁ.
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RECONFIGURAÇÃO: refere-se a certas relações sociais, econômicas e ambientais, presentes em determinadas
épocas e que posteriormente são substituídas ou deixam de existir tal como eram.
A modernização da agricultura gerou impactos sociais e ambientais nas áreas ocupadas pelo plantio da soja,
colocando em risco a sustentabilidade das relações sócio-ambientais. A expansão da cultura da soja se deu em meio
à política industrial de modernização do país na década de 1970.
Porém a “revolução tecnológica” promovida pela soja, só é reconhecida por aqueles que tinham acesso
financeiro para desenvolver tal cultura, era uma atividade de grandes produtores, excluindo a grande maioria dos
camponeses do sul do país, que tornaram-se assalariados mesmo no campo ou buscaram outras alternativas nas
cidades. O aumento da urbanização trouxe consigo: desemprego, sub-emprego e miséria, sendo que estes mesmos
problemas passam a ser vivenciados por aqueles que permaneceram no campo, sem terra e sobrevivendo de
trabalhos esporádicos e mais recentemente das políticas assistenciais do governo.
Os danos causados ao ambiente dos cerrados também são grandes: compactação dos solos pelo uso de
máquinas agrícolas, erosão, contaminação por agrotóxicos das águas, alimentos e animais. A retirada da vegetação
nativa coloca em risco a sobrevivência de espécies animais e vegetais com a degradação do habitat natural.
A SOJA NO SUL DO BRASIL
Muitos fatores contribuíram para que a soja se estabelecesse como uma importante cultura, primeiro no sul
do Brasil (anos 60 e 70) e, posteriormente, nos Cerrados do Brasil Central (anos 80 e 90). Alguns desses
fatores são comuns a ambas as regiões, outros não. Dentre aqueles que contribuíram para seu rápido
estabelecimento na Região Sul, pode-se destacar:
*semelhança do ecossistema do sul do Brasil com aquele predominante no sul dos EUA, favorecendo o êxito
na transferência e adoção de variedades e outras tecnologias de produção;
* estabelecimento da “Operação Tatu” no RS, em meados dos anos 60, cujo programa promoveu a calagem e
a correção da fertilidade dos solos, favorecendo o cultivo da soja naquele estado, então o grande produtor
nacional da oleaginosa;
* incentivos fiscais disponibilizados aos produtores de trigo nos anos 50, 60 e 70 beneficiaram igualmente a
cultura da soja, que utiliza, no verão, a mesma área, mão de obra e maquinaria do trigo cultivado no inverno;
* mercado internacional em alta, principalmente em meados dos anos 70, em resposta à frustração da safra
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de grãos na Rússia e China, assim como da pesca da anchova no Peru, cuja farinha era amplamente utilizada
como componente protéico na fabricação de rações para animais, para o que os fabricantes do produto
passaram a utilizar-se do farelo de soja;
* substituição das gorduras animais (banha e manteiga) por óleos vegetais, mais saudáveis ao consumo
humano;
* estabelecimento de um importante parque industrial de processamento de soja, de máquinas e de insumos
agrícolas, em contrapartida aos incentivos fiscais do governo, disponibilizados tanto para o incremento da
produção, quanto para o estabelecimento de agroindústrias;
* facilidades de mecanização total da cultura;
* surgimento de um sistema cooperativista dinâmico e eficiente, que apoiou fortemente a produção, a
industrialização e a comercialização das safras;
* estabelecimento de uma bem articulada rede de pesquisa de soja envolvendo os poderes públicos federal e
estadual, apoiada financeiramente pela indústria privada (Swift, Anderson Clayton, Samrig, etc.); e
* melhorias nos sistemas viário, portuário e de comunicações, facilitando e agilizando o transporte e as
exportaçõeS.
* A revolução socioeconômica e tecnológica protagonizada pela soja no Brasil Moderno, pode ser comparada
ao fenômeno ocorrido com a cana de açúcar, no Brasil Colônia e com o café, no Brasil Império/República, que,
em épocas diferentes, comandou o comércio exterior do País. A soja responde (2003) por uma receita cambial
direta para o Brasil de mais de sete bilhões de dólares anuais (superior a 11% do total das receitas cambias
brasileiras) e cinco vezes esse valor, se considerados os benefícios que gera ao longo da sua extensa cadeia
produtiva.
* Abrindo fronteiras e semeando cidades, a soja liderou a implantação de uma nova civilização no Brasil
Central, levando o progresso e o desenvolvimento para uma região despovoada e desvalorizada, fazendo
brotar cidades no vazio dos Cerrados e transformando os pequenos conglomerados urbanos existentes, em
metrópoles.
O explosivo crescimento da produção de soja no Brasil, de quase 260 vezes no transcorrer de apenas quatro
décadas determinou uma cadeia de mudanças sem precedentes na história do País. Foi a soja, inicialmente
auxiliada pelo trigo, a grande responsável pelo surgimento da agricultura comercial no Brasil. Também, ela
apoiou ou foi a grande responsável pela aceleração da mecanização das lavouras brasileiras, pela
modernização do sistema de transportes, pela expansão da fronteira agrícola, pela profissionalização e pelo
incremento do comércio internacional, pela modificação e pelo enriquecimento da dieta alimentar dos
brasileiros, pela aceleração da urbanização do País. (Adaptado de EMBRAPA, 2004).
AGORA É COM VOCÊ: DEPOIS DA LEITURA DOS TEXTOS, REFLITA:
-ATÉ QUE PONTO A MODERNIDADE CONTRIBUIU PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO
NA REGIÃO CENTRO-SUL DO PARANÁ?
ANOTE NO CADERNO, DEPOIS DISCUTA COM O PROFESSOR E OS COLEGAS.
-SOBRE O PRESENTE MATERIAL DIDÁTICO: O QUE VOCÊ PODE PERCEBER SOBRE COMO
SE DEU A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO?
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-EXISTE EM SEU MUNICÍPIO OU LOCAL DE MORADIA, UM PROBLEMA QUE PODE SER
LEVANTADO E PESQUISADO UTILIZANDO A HISTÓRIA ORAL E A NOVA HISTÓRIA?
SIM? CONVERSE COM O PROFESSOR E BOA PESQUISA, EM BREVE TEREMOS MAIS
HISTÓRIA PARA LER, CONHECER E NOS DESCOBRIRMOS COMO CIDADÃOS ATIVOS QUE
QUEREM UM MUNDO FELIZ.
REFERÊNCIAS
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Livro da Ângela
Memória de Velhos
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FONTES ORAIS:
-Entrevistas gravadas e transcritas.
Entrevista com o Sr. ALTAIR LOPES – Ivaí Pr.
Entrevista com o Sr. ATÍLIO GALVÃO – Ivaí Pr.
Entrevista com o Sr. ILÁRIO ZUBACZ – Ivaí Pr.
Entrevista com o Sr. IVO CONRADO – Ivaí Pr.
Entrevista com o Sr. NERI PALHANO – Ivaí Pr.
-Gráficos e tabelas construídos a partir de questionário aplicado pelos alunos a seus familiares.
INDICAÇÃO DE VÍDEO:
“NARRADORES DE JAVÉ” http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/narradores-de-jave/narradores-dejave.htm
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AUTOR: Maria de Lurdes Rasinski Zubacz maluraz@seed