GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO
HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – SETOR MICROBIOLOGIA
CULTURA OROFARÍNGEA, NASAL E
Procedimento Operacional Padrão
NASOFARÍNGEA, OCULAR, OUVIDO.
Data da 1ª versão: fevereiro 2007
Versão: 3.0
Data da efetivação: 09/07/2014
POP: M 15
Página 1 de 8
Elaborado por: Mª do Carmo F. Pereira
Revisado por: Márcia Cristina Andreazza e
Adriano de Lima Machado
Aprovado por: Andréa Cauduro
1. Sinonímia:
-
Cultura ou secreção de orofaringe, cultura ou secreção de nasofaringe, secreção nasal, punção de seios
maxilares, raspado de lesão da boca.
Secreção conjuntival, secreção canal lacrimal, secreção ocular.
Secreção otológica, secreção de ouvido médio, secreção de conduto auditivo.
2. Aplicabilidade:
Bioquímicos, auxiliares e estagiários do setor de microbiologia do LAC-HNSC.
3. Aplicação clínica:
Em pacientes que apresentam infecção que envolve microrganismos, para diagnosticar a bactéria ou
levedura causadora.
4. Princípio do teste:
As amostras devem ser semeadas, visando o isolamento dos microorganismos eventualmente presentes.
-
Amostras de seios maxilares para o diagnóstico de sinusite (Moraxella catarrhalis, Streptococcus
pneumonia, Haemophilus spp, Estreptococo beta-hemolítico do grupo A).
-
Amostras de mucosa oral para o diagnóstico de candidíase oral (Cândida spp).
-
Amostras de orofaringe para diagnóstico de angina de Vincent (caracterizada pela ulceração da faringe
ou gengiva e causada pela associação entre espiroquetas (Borrelia spp.) e bacilos fusiformes
(Fusobacterium spp)). Para diagnóstico de faringite, tonsilite (Estreptococos beta-hemolítico dos
grupos A,C,G,F.
-
Amostras de secreção nasofaríngea para pesquisa de portadores de Staphylococcus aureus entre outras
para cultura de vigilância e controle de infecção hospitalar.
-
Amostras de secreção ocular para diagnóstico de conjuntivite (inflamação da conjuntiva causada por
bactérias, parasitas). Mais comum na bacteriana: Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus,
Streptococcus pyogenes, Haemophilus influenzae e Pseudomonas aeruginosa.
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-
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Amostras de secreção do ouvido para diagnóstico de otite:
- Otite média é uma infecção comum em recém-nascidos e crianças até o início da idade escolar
(Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e menos freqüente Staphylococcus aureus,
Moraxella catarrhalis, Strepto pyogenes (agente sazonal) e enterobactérias).
- Otite externa, a Pseudomonas aeruginosa é o agente mais freqüentemente isolado.
Nota: Orofaringe, nasofaringe, seio maxilar: em pacientes imunodeprimidos, bacilos gram-negativos
devem ser considerados. Podem existir situações em que o isolamento de bacilos gram-negativos em
grande quantidade deve ser valorizado, mesmo em pacientes imunocompetentes.
5. Amostra:
5.1 Preparo do paciente:
A amostra deve ser coletada antes que o paciente receba algum tratamento sistêmico ou local.
Expor o local da coleta e examinar cuidadosamente o material a ser coletado. O material é coletado de
acordo com as suas características, utilizando-se alça bacteriológica, swab ou seringa.
5.2 Tipo de amostra:
- Secreção orofaríngea
- Secreção nasal e nasofaríngea
- Punção de seio maxilar
-
Raspado de lesão da boca
Secreção ocular, secreção conjuntival
Secreções de ouvido, secreção otológica
5.3 Colheita: ver manual de coleta.
5.4 Preservação e transporte: ver manual de coleta.
5.5 Identificação da amostra: ver manual de coleta.
5.6 Armazenamento:
Aspirados (seringa): após a cultura são estocadas em refrigeração (2 a 8 °C).
Swab: temperatura ambiente (20 a 25ºC).
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5.7 Amostras inadequadas:
Critérios de rejeição:
Rejeição de amostras sem identificação e mal acondicionadas.
Critérios de aceitação para amostras em condições desfavoráveis:
N/A.
6. Reagentes e materiais:
6.1 Materiais:
Ágar sangue carneiro
Ágar MacConkey
Ágar Azida / Ágar Columbia ANC
Ágar Mueller-Hinton
Ágar chocolate polivitex
Ágar chocolate Haemophilus
Caldo tioglicolato
Loewenstein Jensen
Sabouraud com clorofenicol
BHI
Insumos da automação (identificação +ATB)
Citrato, malonato, TSI, lisina MIO, Dnase
Discos para antibiograma
Alça bacteriológica.
Lâminas
para confecção do esfregaço
(bacterioscópico, fungos e pesquisa direta de
BAAR).
Lamínulas para pesquisa direta de fungos.
Frasco esterilizado para separar o material.
Swab para coleta.
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6.2 Preparo:
Meios de cultura comerciais ou manipulados no laboratório e corantes utilizados no método de coloração
de Gram e método de coloração Ziehl Neelsen (BAAR) – Ver POP: M 2.
6.3 Estabilidade:
De acordo com o prazo de validade do fabricante ou estipulado pelo setor.
6.4 Armazenamento:
Refrigeração (2 a 8°C): reagentes, controles, insumo para identificação e antibiograma automatizado,
discos para antibiograma e meios.
Temperatura ambiente: corantes.
7.
Equipamentos:
Microscópio.
Estufa.
Aparelho de automação (identificação +ATB).
Refrigerador.
8. Calibração:
N/A.
9. Procedimento:
9.1 Fluxo:
- Precauções de segurança: utilizar equipamento proteção individual (EPI) - Ver POP Biossegurança.
- Processar em cabine de segurança biológica (CSB).
- Conferir sempre o nome na ficha e na amostra nos casos em que a ficha acompanha a amostra.
- Selecionar os meios que devem ser utilizados.
- ¨Swab¨ de mucosa oral para o diagnóstico de candidíase oral: após a coleta deve ser colocado em 0.5
ml de solução fisiológica estéril, preparar uma lâmina a partir da solução homogeneizada e cobrir com
lamínula. Observar ao microscópio a presença de células leveduriformes.
- Diagnóstico de angina de Vincent, é feito por exame direto da amostra em lâmina corada pelo
método de Gram. A presença de numerosos leucócitos polimorfonucleares, espiroquetas e bacilos
fusiformes confirma essa infecção.
- ¨Swab¨ de orofaringe, nasal, nasofaringe semear, por esgotamento, em ágar sangue carneiro. Após,
usar o mesmo “Swab” para o esfregaço em lâmina.
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-
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Aspiração (seringa) seios maxilares: inocular diretamente em ágar sangue carneiro e caldo
tioglicolato. Após, usar uma gota do mesmo material para esfregaço em lâmina.
Ocular, conjuntivite: semear, por esgotamento, em ágar sangue carneiro e ágar chocolate polivitex.
Após, usar o mesmo “Swab” para o esfregaço em lâmina.
Ouvido, obtidos por aspiração: inocular diretamente em ágar sangue carneiro e caldo tioglicolato.
Após, usar uma gota do mesmo material para esfregaço em lâmina.
Ouvido, obtidos por ¨Swab¨: semear, por esgotamento, em ágar sangue carneiro.
Semear em ágar Mac Conkey, ágar Azida ou ágar chocolate polivitex (exceção ocular) ou ágar
chocolate para Haemophilus, quando solicitado pelo bioquímico.
Incubar em estufa bacteriológica a 37 +/- 1°C, por 24 a 48 horas. Placas de ágar chocolate polivitex,
ágar chocolate para Haemophilus, incubar em atmosfera de CO2.
Realizar o esfregaço e corar pelo método de Gram.
Efetuar a leitura da lâmina de Gram.
9.2 Parâmetros para a identificação:
- Relacionar sempre, no momento da avaliação da cultura, o local de coleta da amostra, o método
utilizado para a coleta e o Gram da amostra.
- Utilizar o método de Gram como referência para melhor avaliar os microrganismos isolados na
cultura. Considerar os microrganismos mais importantes naquele material clínico e suspeita
diagnóstica.
- Correlacionar o resultado da cultura (quantidade de bactérias do isolamento primário) com o Gram
(presença ou ausência de polimorfonucleares e bactérias).
- Secreção do ouvido – otite externa: devido à colonização avaliar com cautela. Considerar sempre a
presença de leucócitos, a quantidade e tipos de bactérias presentes na amostra.
- Fazer a identificação dos microrganismos isolados e realizar o antibiograma das bactérias
importantes para cada material clínico.
9.3 Maiores detalhes consultar os POPs: M 3, M 4, M 5, M 6, M 17, M 18.
10. Controle de qualidade:
10.1 Interno:
Ver POP: M 1
10.2 Externo:
Ver POP: M 1.
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11. Resultados:
11.1 Unidades:
N/A.
11.2 Cálculos:
N/A.
11.3 Critérios de aceitação:
Resultado cultural negativo:
Negativo em 48 horas de incubação.
Não houve crescimento de bactérias patogênicas.
Resultado cultural positivo:
Semiquantificar (raros, alguns ou muitos) ao exame direto (Gram).
Na cultura identificar os microrganismos isolados e quando necessário, definir semiquantitativamente o
número de colônias em raras, alguns ou muitas colônias. Nos casos em que houver discrepância entre os
resultados do Gram e da cultura os mesmos deverão ser repetidos e reavaliados, sendo liberados, se
confirmados ou corrigidos conforme o caso.
12. Valores de referência:
Gram: Não observamos bactérias.
Cultural: Negativo em 48 horas de incubação.
Não houve crescimento de bactérias patogênicas.
13. Valores críticos:
Ver POP: L12.
14. Especificações de desempenho:
N/A.
15. Fontes potenciais de variabilidade:
N/A.
16. Limitações do método:
Uso prévio de antibióticos. Coleta realizada em condições inadequadas.
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17. Interpretação dos resultados:
As amostras devem ser coletadas corretamente para que os resultados das culturas possam ter significado
clínico e confiabilidade.
No caso de secreção ocular, alguns microrganismos podem colonizar a conjuntiva, sem causar doença.
Como por exemplo: Staphylococcus coagulase negativa, Corynebacterium spp (bacilo difteróide), alguns
Estreptococos do grupo viridans e Propionibacterium acne. No caso de isolamento destes germes é
importante relatar a celularidade da amostra (número de células epiteliais e leucócitos). O médico deverá
valorizar o resultado, comparativamente ao quadro clínico do paciente.
No caso de secreção do ouvido – otite externa: devido à colonização da parte externa do ouvido, o
resultado do exame microbiológico necessita ser avaliado com cautela para se valorizar o real patógeno.
Patógenos como o Staphylococcus coagulase negativa, Corynebacterium spp (bacilo difteróide), são
microrganismos que fazem parte da microbiota normal e não devem ser considerados na rotina
microbiológica.
Quando o exame bacterioscópico confirmado dá a indicação de número elevado de microorganismos e o
cultural tem crescimento pequeno, semiquantificar o exame cultural como raras ou algumas colônias e, se
o cultural for negativo, deve ser liberada a seguinte observação: Uso de substância bactericida?
Reafirmando o achado bacterioscópico.
Quando o exame bacterioscópico confirmado dá a indicação de ausência de microorganismos e o cultural
tem crescimento, semiquantificar o exame cultural como raras, algumas ou muitas colônias.
18. Biossegurança:
Ver POP: L 15 – Biossegurança.
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19. Anexos:
19.1 Meios que devem ser encaminhados para coleta de material ocular (Endoftalmite, Ceratite,
Blefarite ou Conjuntivite):
1 - Ágar sangue carneiro
1 - Ágar chocolate polivitex
1 - Loewenstein Jensen
1 - Sabouraud com clorofenicol
1 - BHI
1 - Swab
20. Bibliografia:
1. Oplustil, C.P.; Zoccoli, C.M.; Tobouti, N.R.; Sinto, S.I. - Procedimentos Básico
Microbiologia
Clínica. São Paulo – 2010 – Brasil, Editora Sarvier.
2. Koneman, E.W.; Allen,S.D.; Janda, W.M.; Schereckenberger,P.C.; Winn Jr., W.C. – Color atlas and
Textbook of Diagnostic Microbiology. 5 ed., Philadelphia, Lippincott-Raven, 1997.
3. Ministério da Saúde - Sistema Unificado de Controle de Infecção Hospitalar do GHC (SUCIH),
Serviço de Bacteriologia do GHC - Manual de Coletas para Microbiologia, POA, 2002.
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