Ano XIV N0 132
ABRIL 2006
R$ 2,00
cheia Ameaça oeste do pará
A previsão é de que este ano a enchente vai superar todas as anteriores. A Defesa Civil age.
CLÁDIO SANTOS
Pág. 2
emprego
Sai resultado
do Concurso
da Câmara
Listão dos aprovados já está publicado e traz novo alento para
milhares de profissionais.
Pág. 2
ARTE
Dançarinos de
Oriximiná em
oficina no IAP
Discussão da matriz européia
da quadrilha e do xote no laboratório intermunicipal.
Pág. 5
RITUAL
Todo ano é a mesma coisa. A paisagem alagada dá um tom surreal às cidades e suscita eternos debates sobre o que fazer para se proteger das reviravoltas da natureza
Encomendar
das almas
preservado
Pág. 8
Mineração
MRN promove
II Seminário
Ambiental
Monitoramento, banco de germoplasma, salvamento arqueológico e educação em pauta.
Pág. 7
SANTARÉM
Evento de
Comércio
Exterior
Seminário de Meio Ambiente serviu para lembrar velhas lições e aprender com o passado
Pela primeira vez, a classe
empresarial reuniu para
debater a questão.
Pág. 8
PRODUÇÃO
alunos de itaituba
criam acervo de jóias
Os Wai Wai fizeram sucesso com seu artesanto, danças e adereços,
durante as comemorações promovidas pelo Governo do Estado.
Pág. 3
DIA
US
ISE
EL
OITO ETNIAS FESTEJAM
SEMANA DO ÍNDIO
S
Pág. 5
2 
SERVIÇO
ABRIL - 2006
Emergência em 19 municípios do oeste
A coordenadoria estadual de Defesa Civil divulgou
relatório parcial da situação
dos municípios atingidos pelas
enchentes. Segundo o relatório,
19 municípios estão em situação
emergencial e três em estado
de alerta. Entre as providências
adotadas pela Coordenadoria
Estadual de Defesa Civil estão
a aquisição de colchonetes,
redes, lençóis e mosquiteiros; a
compra de 1.685 cestas básicas
para atendimento imediato das
famílias. A CEDEC está realizando o embarque de 9.030
cestas básicas liberadas pela
Secretaria Nacional de Defesa
Civil e que serão transportadas
para os municípios pólo: Sul do
Pará (Marabá) , Oeste do Pará
(Santarém), Sudoeste do Pará
(Altamira).
De acordo com a Defesa
Civil, agora estão em situação
de emergência Tucumã, Anapu,
Rondon do Pará, Porto de Moz,
Almeirim, Itaituba, Prainha,
Parauapebas, Água Azul do
Norte, Eldorado do Carajás,
Óbidos, Marabá, Tucuruí, Novo
Progresso, Altamira, Monte Alegre, Anajás, Santarém e Vitória
do Xingu. Ao total são 3.887
famílias desalogadas e 1.278
desabrigadas.
O novo município a entrar na lista foi Vitória do Xingu,
que está com 81 famílias desalojadas e 13 desabrigadas por causa da enchente. Os bairros do
Jardim e Igarapé do Galo, assim
como as comunidades de Santo
Antonio, Tubarão e Arroz Cru
são as áreas afetadas. A Escola
Infantil Domingos Fortunato
está servindo de abrigo para 13
famílias.
RESULTADO DO CONCURSO DA CÂMARA
Cargo: AUXILIAR DE SERVICOS GERAIS
Inscr
Nome
Obj
Total
Clas
Situação
00395
LUCIANE SOARES DE OLIVEIRA
35
35
001
APROVADO
00426
FRANCINALDO GONZAGA DE OLIVEIRA
34
34
002
APROVADO
00419
ROSIANE DA SILVA LOBATO
33
33
003
APROVADO
00407
IRENILSON DE OLIVEIRA GEMAQUE
33
33
00
APROVADO
00402
ANA CLEIDE GOMES DA SILVA
33
33
005
APROVADO
00408
CLAUDIA LEITE GOMES
33
33
006
APROVADO
00399
WALTER JOSE SILVA DUARTE JUNIOR
33
33
007
APROVADO
10223
JARLONE DA SILVA PEREIRA
32
32
008
APROVADO
00149
IVAN FRANCO PAIVA
32
32
009
APROVADO
10212
ALDENISE DOS SANTOS AMARAL
31
31
010
APROVADO
Cargo: VIGIA
Inscr
Nome
Obj
Total
Clas
Situação
00345
RICARDO OLIVEIRA DA SILVA
38
38
001
APROVADO
00339
ALBERTO NELSON HENRIQUES REBELO
36
36
002
APROVADO
00370
CARLOS HAROLDO PRINTES LEITE
36
36
003
APROVADO
00306
FRANCINEI ROCHA GEMAQUE
36
36
004
APROVADO
00318
CELSO LEITE COSTA
34
34
005
APROVADO
00334
OMAR FONTENELLE SOBRINHO
34
34
006
APROVADO
10141
FRANCINALDO DE JESUS DA SILVA SANTOS
34
34
007
APROVADO
10023
RAIMUNDO DE AQUINO GUALBERTO
34
34
008
APROVADO
00311
LUCIANO SOMBRA DA SILVA
33
33
009
APROVADO
Cargo: VIGIA - VAGA PORTADOR DE NECESSIDADES
Inscr
Nome
Obj
Total
Clas
Situação
00380
FRANCISCO LEITE CUNHA
25
25
001
APROV.VG.DEF.
Cargo: COPEIRA
Inscr
Nome
Obj
Total
Clas
Situação
10022
DULCE MARIA AMARAL PIMENTEL
36
36
001
APROVADO
00479
GREICIANE SILVA CUNHA
35
35
002
APROVADO
00473
MANUELA LOBATO MENDONCA
35
35
003
APROVADO
00477
MARLETE GEMAQUE DOS SANTOS
34
34
004
APROVADO
10149
VALDILANE OLIVEIRA DE ABREU
34
34
005
APROVADO
00434
ANA GLORIA PEREIRA NUNES
33
33
006
APROVADO
00455
GILMARA MOTA DA COSTA
33
33
007
APROVADO
10182
JUCINELE FERREIRA DA SILVA
33
33
008
APROVADO
00440
ROSA MARIA LOPES DA ROCHA
33
33
009
APROVADO
Cargo: COPEIRA - VAGA PORTADOR DE NECESSIDADES
Inscr
Nome
Obj
Total
Clas
Situação
00435
CATARINA CELESTE BARRETO DOS SANTOS
20
20
001
APROV.VG.DEF.
Cargo: PROTOCOLISTA
Cenário da cheia: poesia e destruição convivem no ritual amazônico de todos os anos, martírio e deleite do caboclo paraense
Dois novos conjuntos na Pérola do Tapajós
O programa “Nossa Casa”,
do Governo do Pará, vai entregar
dois novos conjuntos habitacionais para famílias com renda
de até seis salários mínimos
em Santarém. Os residenciais
Plácido de Castro e Rio Tapajós
beneficiarão 192 famílias de
servidores públicos estaduais e
municipais. O investimento total das obras chegou a mais de R$
Setran monta
plantão para
manter tráfego
Equipes das oito regionais da Secretaria Executiva de
Transportes (Setran) estão em
plantão permanente para atender
as situações de emergência nas
rodovias estaduais e manter a
malha viária em condições de
tráfego.
É o caso, por exemplo,
das estradas Santarém-CuruáUna e Santarém-Mojuí dos
Campos, no Oeste do Pará, que
estão com as obras iniciadas.
O asfaltamento dessas estradas
é uma antiga reivindicação da
comunidade. No trecho de 70
km da Santarém/Curuá-Una,
a empresa contratada está trabalhando na drenagem, e inicia
a terraplenagem assim que as
chuvas diminuírem.
O secretário executivo de
Transportes, Pedro Abílio Torres
do Carmo, explica que, mesmo
em estradas vicinais, cuja manutenção é de responsabilidade
dos municípios, o Governo do
Estado tem realizado algumas
intervenções quando a situação
é crítica.
5 milhões e resulta de parceria
entre o Governo do Estado, por
intermédio da Cohab, e a Caixa
Econômica Federal, através do
Programa de Arredamento Residencial (PAR).
O residencial Plácido de
Castro tem 112 apartamentos
de dois quartos. O condomínio
conta ainda com playground,
salão de festas e guarita. O in-
vestimento na obra foi de mais
de R$ 3 milhões. Já o residencial Rio Tapajós conta com 80
apartamentos de dois quartos,
e também possui 20 blocos
estilo sobrado, área privativa
de 47,78m², playground, salão
de festas e guarita. No total,
foram investidos de mais de
R$ 2 milhões na construção do
conjunto.
As obras foram iniciadas em
março de 2005 e serão concluídas
até o final deste mês. Os servidores públicos de Santarém que
ainda não realizaram o sonho da
casa própria podem se inscrever
no programa. Maiores informações no Posto de Atendimento da
Cohab, na avenida Curuá-Una,
bairro do Santíssimo, ou pelo
fone (93) 3252-2129.
Semana da Saúde em Santarém
O Núcleo de Santarém
da Universidade do Estado do
Pará realizou a Semana da Saúde,
com programação de palestras e
atendimento à população. Um
dos objetivos é ampliar a relação
da UEPA com a comunidade do
município. Cerca de 30 alunos
dos cursos de Enfermagem,
Fisioterapia e Educação Físi-
ca participaram das atividades
práticas ofertadas pelo Núcleo,
divididos em stands montados
nos Correios, Centro Recreativo
Sociedade Cultural, Artística e
Dançante e na orla da cidade.
Os stands ofereceram avaliação da postura, orientações
sobre hipertensão, diabetes,
DST-AIDS, câncer cérvico,
câncer de mama, dengue, cuidados higiênicos ambientais e
corporais, entre outros.
A enfermeira Rodenilda
ministrou uma palestra de abertura sobre Trabalho Preventivo
em Saúde Mental no CAPS. Nas
dependências dos Correios, a
palestra “Fatores de risco para o
câncer” atraiu grande público.
Alunos de Itaituba criam acervo de jóias
Os alunos do Curso de
Design em Jóias da Escola de
Trabalho e Produção de Itaituba
criaram 200 peças e formaram o
primeiro acervo de jóias da instituição. O trabalho é resultado da
primeira fase do curso técnico,
quando eles aprenderam a fazer
cravação e gravação de jóias e
receberam orientações sobre
lapidação e gemologia; fundição; história das jóias e desenho
técnico.
As 200 jóias criadas pelos
alunos foram feitas com prata,
misturando produtos naturais
e regionais. Além dos alunos do
curso técnico, os moradores de
Itaituba que fizeram o Curso
Básico em Joalheira também
participaram da confecção das
peças, que ficarão expostas na
ETPP.
“Os interessados em obter
as jóias poderão escolher a peça
e encomendá-las diretamente
ao aluno que a confeccionou.
É uma forma de gerar emprego
e renda para os participantes
do curso”, explica o diretor da
Inscr
Nome
Obj
Total
Clas
Situação
00047
NIELSON BATISTA PRINTES
39
39
001
APROVADO
00052
JOSE TORRES DA SILVA NETO
39
39
002
APROVADO
10029
ANTONIO SERGIO BARBOSA DE CARVALHO
38
38
003
APROVADO
00058
ELIANE MARIA MOREIRA LOPES
37
37
004
APROVADO
00079
ROSIMERE FIGUEIREDO DE SOUZA
37
37
005
APROVADO
Cargo: TELEFONISTA
Inscr
Nome
Obj
Total
Clas
Situação
00207
DILCIONE DA SILVA MARIA
39
39
001
APROVADO
00245
KESIA NARA RIBEIRO DE SOUZA
38
38
002
APROVADO
00269
MARLEIDE CUNHA DE OLIVEIRA
37
37
003
APROVADO
10068
CIDIANA ARAUJO LAVOR
36
36
004
APROVADO
00230
IDALMIR DOS SANTOS MARTINS
36
36
005
APROVADO
Cargo: OPERADOR DE SOM
Inscr
Nome
Obj
Total
Clas
Situação
00168
PAULO CESAR OLIVEIRA RAMOS
37
37
001
APROVADO
00161
WILSON DA SILVA ALMEIDA
35
35
002
APROVADO
00166
FRANCISCO DE SOUZA ALVES
35
35
003
APROVADO
00159
PEDRO RICARDO REGO RODRIGUES
33
33
004
APROVADO
00169
FABRICIO DE SOUZA PRINTES
33
33
005
APROVADO
Cargo: AUXILIAR LEGISLATIVO
Inscr
Nome
Obj
Total
Clas
Situação
00576
CARLOS ADRIANO SIQUEIRA PICANCO
36
36
001
APROVADO
00543
ANTONIO AUGUSTO MARQUES DE AZEVEDO
34
34
002
APROVADO
00571
SORAIA COSTA VINENTE
34
34
003
APROVADO
10073
ADILSON CASTRO MARTINS
33
33
004
APROVADO
00615
ROZINALDO ARI DA SILVA SANTOS
33
33
005
APROVADO
00499
JOAO MARCOS SANTANA TEIXEIRA
33
33
006
APROVADO
00569
SILVANO PRINTES GOMES
32
32
007
APROVADO
00614
NILTON OLIVEIRA DE AMORIM
32
32
008
APROVADO
00632
RONALDO DE SOUZA COSTA
32
32
009
APROVADO
00492
FRANCISCO DE SOUSA ALVES
30
30
010
APROVADO
00493
JOCIVALDO GLORIA MELO
30
30
011
APROVADO
00610
LUCIA FIGUEIREDO LEITE
30
30
012
APROVADO
00646
GUALTER PIMENTEL DE MATOS
30
30
013
APROVADO
00518
VERA LUCIA PRINTES QUEIROZ
30
30
014
APROVADO
10108
IVONE SANTOS DE LIMA
29
29
015
APROVADO
00486
ROMULO CARVALHO SOUZA
29
29
016
APROVADO
00531
JOELDER TAVARES DE OLIVEIRA
28
28
017
APROVADO
00562
EUZA PEREIRA DE JESUS SOUZA
28
28
018
APROVADO
00485
MANOEL JOSE DA CRUZ MALCHER
28
28
019
APROVADO
Cargo: AUXILIAR LEGISLATIVO-VAGA PORTADOR DE NECESSIDADES
Inscr
Nome
Obj
Total
Clas
Situação
00577
FLAVIO AUGUSTO FARIAS PICANCO
21
21
001
APROV.VG.DEF.
Cargo: MOTORISTA
Inscr
Nome
Obj
Total
Clas
Situação
00193
HILDEMAR RODRIGUES COSTA
35
35
001
APROVADO
00183
DANIEL TAVARES DE SOUZA
35
35
002
APROVADO
00194
ZALUONE DE SOUZA MOREIRA
32
32
003
APROVADO
00175
MAURO MEDICI DE PADUA CANCIO
31
31
004
APROVADO
00192
JORGENALDO COSTA PONTES
31
31
005
APROVADO
Cargo: AGENTE LEGISLATIVO
Inscr
Nome
Obj
Total
Clas
Situação
00096
JOAO SILVA DOS SANTOS
28
28
001
APROVADO
10036
ANTONIO CARLOS FRANCO PRINTES
27
27
002
APROVADO
10106
AUREA ASSUNTA MEGALE DE FIGUEIREDO
26
26
003
APROVADO
00098
IVANETE BATISTA PONTES
26
26
004
APROVADO
00112
WAGNER DIAS SANTOS
25
25
005
APROVADO
10078
OCIMAR DOS SANTOS VARJAO
24
24
006
APROVADO
00121
MELQUISEDEQUE NOGUEIRA DA SILVA
23
23
007
APROVADO
00099
DIEGO PICANCO SIQUEIRA
23
23
008
APROVADO
10109
AENISSON ANDRADE PAIVA
22
22
009
APROVADO
10034
ANDERSON MELO PEREIRA
22
22
010
APROVADO
00091
NILTON PEDROSA
21
21
011
APROVADO
Beleza e originalidade nas peças, que refletem a cultura regional
00094
ICILA FERNANDES VALINO
20
20
012
APROVADO
00097
RAIMUNDO LUCIO DE OLIVEIRA GOMES
20
20
013
APROVADO
ETPP, Adelson Sousa.
As jóias criadas para o
acervo da Escola de Trabalho
e Produção de Itaituba não
serão comercializadas. “Mas
os alunos vão poder criar réplicas usando principalmente
o ouro, metal muito comum
na região de Itaituba.
A procura pelo trabalho
dos alunos é grande e ganhou
00119
JOCIMAR SILVA DOS SANTOS
19
19
014
APROVADO
10163
NELY DO SOCORRO ARAUJO DA SILVA
19
19
015
APROVADO
00106
CASSIANA SANTOS MADEIRA
19
19
016
APROVADO
00122
NIELSON BATISTA PRINTES
19
19
017
APROVADO
00088
BRUNA SOUZA DE OLIVEIRA
18
18
018
APROVADO
00116
GISELMA RODRIGUES DA SILVA
18
18
019
APROVADO
10178
DORVAL WASHINGTON ALMEIDA MARINHO
18
18
020
APROVADO
impulso depois que as jóias foram levadas para uma exposição
no Hotel Apiacás, um dos mais
importantes do município, em
parceria com o Sebrae e o Pólo
Joalheiro do Espaço São José
Liberto.
Ao final do curso, os alunos
e futuros técnicos em joalheira
vão utilizar as gemas lapidadas
nas jóias que fabricaram.
Motivos rupestres nos delicados pingentes e colares de tranças de fibras, cujo trabalho encanta
Cargo: DIGITADOR
Inscr
Nome
Obj
Total
Clas
Situação
10159
LEONARDO GUERREIRO PRESTES
35
35
001
APROVADO
00133
JOELISON DE CARVALHO GODINHO
30
30
002
APROVADO
10114
LEANDRO NICOLINO DE SOUZA
29
29
003
APROVADO
10037
RAIMUNDO ITAMAR BENTES VIANA
27
27
004
APROVADO
10017
VILSON DE ANDRADE MONTEIRO
27
27
005
APROVADO
00125
GIULIANO ROSSI GIVONI FREITAS
26
26
006
APROVADO
00146
JUAREZ DA SILVA FIGUEIREDO
26
26
007
APROVADO
00130
LUCENILDO DE SOUZA GEMAQUE
25
25
008
APROVADO
00142
WILLIAM SANTOS DA SILVA
24
24
009
APROVADO
10105
ALEX DAMASCENO DA SILVA
23
23
010
APROVADO
00136
IVONALDO DA LUZ SILVA
23
23
011
APROVADO
10226
ATALIANA LEITE DA ROCHA
23
23
012
APROVADO
00139
JOZIETE DE CARVALHO GODINHO
22
22
013
APROVADO
00145
VALBER CLERITO VALENTE DOS SANTOS
22
22
014
APROVADO
10115
ROGERS REBELO CAMARGO
21
21
015
APROVADO
00128
LOIANE BRAGA CORREA
20
20
016
APROVADO
00144
ALZIANE FERREIRA MACIEL
19
19
017
APROVADO
10038
BRUNO MARINHO BORGES
19
19
018
APROVADO
00141
JACKS DA SILVA MENDES
19
19
019
APROVADO
10224
OTAVIO LUIZ ALBUQUERQUE REGO
18
18
020
APROVADO
CIDADES
ABRIL - 2006 
Eliseu Dias
INFORMES
A
Fundação Hemopa de Santarém realizou uma campanha de doação de
sangue no município de Oriximiná. A
meta, de coletar 150 bolsas de sangue, foi
atingida. A idéia é fazer campanhas permanentes
nesse sentido
Enchente
A previsão dos que entendem do assunto é de uma
grande enchente este ano. Há quem afirme que será
maior do que a de 1953. A Defesa Civil está atenta ao
menor sinal. As águas dos rios Amazonas e Tapajós
ainda vão crescer muito.
Hospital
A construção do Hospital Regional está acelerada. A
obra será um marco na história de Santarém e da região. Junto com a implantação do Curso de Medicina
na Uepa, recuperação de estradas, construção de casas
populares, orla de Alter do Chão e estímulo ao turismo,
promete alavancar o desenvolvimento regional.
Corrida de tora dos Kyikatêjê, praticada em rituais, festas e brincadeiras só por homens, destaca a força física e a resistência
Etnias participaram
da Semana do Índio
Uma programação diversificada, com opções de eventos
para crianças, jovens e adultos,
comemorou, durante cinco dias,
no Espaço São José Liberto, em
Belém, o Dia do Índio. Oito
etnias indígenas de várias regiões
do Pará mostraram ao público a
beleza de manifestações culturais que sobrevivem ao processo
de aculturação.
A programação, totalmente gratuita, teve exposição fotográfica, lançamento de cartilha,
espetáculos de dança, oficinas,
palestras, espaços de convivência
e a tradicional corrida de tora,
esta realizada no Parque Ambiental do Utinga.
O Pará tem uma população
aproximada de 25 mil índios,
ocupando 39 Terras Indígenas.
Eles estão organizados em 41
etnias e distribuídos em três
grandes troncos lingüísticos:
Tupi, Macro-jê e Karib.
Existem ainda cerca de
5.500 índios vivendo em sedes
márcio monteiro
Paulo Wai Wai, a caráter
de municípios ou de vilarejos,
que ainda buscam junto aos órgãos oficiais o reconhecimento
de seus territórios e de suas
identidades étnicas.
A programação da Semana
do Índio foi coordenada pelo
Programa Raízes, gerenciado
pela Secretaria Executiva de
Justiça (Seju) e voltado ao atendimento de comunidades qui-
lombolas e indígenas; pela Secretaria Executiva de Educação
(Seduc), Secretaria Executiva de
Esporte e Lazer (Seel), Fundação
Curro Velho e Associação São
José Liberto.
Com apoio da Fundação
Nacional do Índio (Funai) e da
Polícia Militar, essas instituições
levaram a Belém integrantes das
etnias Aikewara, dos municípios
de São Geraldo do Araguaia, São
Domingos do Araguaia e Marabá, no sul do Pará; Anambé, de
Moju (no nordeste); Guarani,
de Jacundá (sudeste); Kyikatêjê
e Parkatejê, ambas de Bom
Jesus do Tocantins (sudeste);
Tembé, de Nova Esperança do
Piriá, Paragominas, Santa Luzia
do Piriá, Cachoeira do Piriá,
Garrafão do Norte e Tomé-Açu
(nordeste); Xikrin, Marabá, Parauapebas, Canaã dos Carajás e
Água Azul do Norte (sudeste e
sul), e Wai Wai, de Oriximiná e
Faro (oeste).
A professora Regina Ju-
lião, coordenadora de Educação
Escolar Indígena da Seduc, palestrou sobre ‘Índios no Pará e
suas relações contemporâneas’,
e ‘Formação de Professores
Índios’, ao lado de Paulo Wai
Wai.
Nos espaços de convivência com as etnias convidadas, o
público teve oportunidade de
conhecer de perto costumes e
tradições indígenas. A professora
Leopoldina Araújo ministrou
oficina de ‘Noções de Língua
Indígena’. A oficina de Pintura
Indígena foi com índios da etnia
Xikrin.
A programação incluiu
ainda o espetáculo ‘Rituais’, da
Escola de Dança do Sesi; o espetáculo ‘Tribos’, da Cia. Tribos
Ballet Teatro, e a apresentação de
danças da etnia Suruí Aikewara,
encerrando a programação no
domingo.
Durante todo o evento
também foi possível adquirir
artesanato indígena.
márcio monteiro
Cais
O cais de arrimo de Santarém caiu e a área foi isolada.
Está sendo providenciado serviço emergencial com
sacos com areia e cimento. O Governo do Estado vai
liberar R$ 100 mil para conter as águas fluviais e evitar
mais desabamentos.
Vôo
A Gol estréia nesta sexta-feira, 28, a sua rota em Santarém. O primeiro vôo da empresa chega às 14h55 no
aeroporto maestro Isoca. Tomara que venham logo
outras companhias aéreas. Ninguém agüenta mais
tanta dificuldade e o alto custo para transporte rápido.
A concorrência é um bálsamo para os consumidores.
Saudosistas
A turma de 1974 do Colégio D. Amando marcou
encontro histórico para os dias 11,12 e13 de outubro,
com uma vasta programação. Visita ao colégio, passeios
de barco pelas praias do Tapajós com piracaia, lual e
bailes no Centro Recreativo. Um revival que arranca
suspiros da velha guarda. Com certeza vai ter repeteco
da Bulandeira...
Viagem
O prefeito de Oriximiná, Argemiro Diniz, viajou para
Israel, a convite daquele país, para participar de uma
feira de produtos. Durante sua ausência, assumiu o
vice-prefeito, médico Roberto Sousa. No município,
a invejável tranqüilidade política permite a ausência do
titular em plena ebulição eleitoral.
Beleza
Enquanto não se tornam notícia pela hidrovia, o alto
rio Tapajós, o rio Juruena e o rio Teles Pires terão suas
belezas naturais, os animais da região e as comunidades
indígenas exibidos no Globo Repórter, da TV Globo.
Uma equipe está filmando na área de Jacareacanga.
Pesca
O potencial turístico de Jacareacanga vai ganhar impulso a partir do meio deste ano, quando acontecerá o
primeiro torneio de pesca esportiva do município. A
idéia é transformar os recursos naturais em fonte de
renda para a população, quase metade integrada por
indígenas.
Conselho
A Mineração Rio do Norte e a sua acionista BHP
Billiton entregaram a reforma do prédio do Conselho
Tutelar em Faro. A inauguração contou com a presença
de representantes de ambas as empresas e da prefeitura
do município. A reforma só foi possível graças à doação
de recursos pela BHP Billiton.
Turismo
A Caravana Brasil, em visita ao Pólo Tapajós, trouxe
mais de vinte pessoas, entre operadores de turismo,
representantes da Embratur, representantes do Ministério do Turismo e jornalistas. O grupo chegou na
quarta-feira, 26, em Santarém, e conheceu os destinos
e equipamentos turísticos locais, além dos operadores
de turismo que trabalham na região.
Tour
O anfiteatro do espaço cultural São José Liberto foi o cenário perfeito para as danças e exposições de arte dos indígenas de todo o Pará
Exposição de fotos, lançamento de cartilha e artesanato
O lançamento da Cartilha
Parkatejê, a abertura da exposição fotográfica ‘Arte Indígena’ e a
apresentação do ritual Parkatejê
abriram oficialmente a programação da ‘Semana do Índio’,
no Espaço São José Liberto. A
exposição Arte Indígena reuniu
50 fotos, de Carlos Silva e João
Ramid, que retratam a identidade das tribos por meio de pintura
corporal, objetos utilitários,
adornos, instrumentos e indu-
márcio monteiro
Doutora Leopoldina Araújo
mentárias usados em rituais e
artesanato em cerâmica, madeira
e palha.
Para mostrar o colorido,
a simetria e a beleza da cultura
indígena, Carlos Silva visitou
aldeias dos Kaiapó, Wai Wai e
Xikrin, e também fotografou
parte do acervo do colecionador
Robinson Araújo da Silva. João
Ramid aproveitou a realização
dos jogos indígenas para captar
toda a riqueza de imagens pro-
duzidas por várias etnias, como
Kaiapó e Gavião. A Cartilha Parkatejê, contendo técnicas de alfabetização na língua dessa etnia,
é resultado do trabalho da doutora em Lingüística Leopoldina
Araújo, professora aposentada
da Universidade Federal do Pará
(UFPA). Escrita em Português e
Parkatejê, a cartilha é um instrumento de preservação da língua
Parkatejê, que pertence ao tronco
Jê e à família Timbira.
O grupo permanece três dias no Pólo Tapajós, onde
participa de uma intensa programação, que inclui uma
visita à Flona do Tapajós, em Belterra, passeio pelo
parque Floresta Encantada, pela Ponta do Cururu, por
alguns equipamentos turísticos locais, e ao Centro
Cultural João Fona, entre outros.
Terra
Acordo entre Iterpa e Ibama definiu ações para regularização fundiária no Vale do Rio Jari. Entre elas, a
definição de um modelo de uso da terra que respeite as
questões socioeconômicas e ambientais; realização do
estudo de recurso jurídico para regularização fundiária
da região; e a identificação das comunidades tradicionais
da área, ou seja, aquelas que efetivamente têm cultivo
na terra e laços culturais e sociais com área.
3
4 
POLÍTICA
ABRIL - 2006
INFORME PUBLICITÁRIO
ESTADO DO PARÁ  PODER LEGISLATIVO
CÂMARA MUNICIPAL DE ORIXIMINÁ
Câmara realiza sessões consideradas produtivas
Ludugero pediu ao Prefeito Municipal que avalie a
possibilidade promover convênio com a Emater-PA, lotando
no órgão um auxiliar de serviços gerais, um assistente social,
um técnico em agropecuária,
dois vigias, além do repasse de
R$ 2 mil mensais, garantindo
assim a funcionalidade da instituição que hoje se ressente pela
falta de infra-estrutura.
Ângelo Ferrari solicitou que o Executivo construa
uma ponte e reconstrua a escada, bem como restabeleça
a iluminação pública na Rua
24 de Dezembro, próximo à
Cosanpa, como forma de facilitar o acesso de moradores e
trabalhadores da área.
Xito Viana pediu que
fosse oficiado à MRN para
que avalie a possibilidade
de auxiliar na construção de
um frigorífico industrial com
capacidade inicial para o armazenamento de 100 reses/dia,
podendo chegar a 200 reses/
dia, assegurando assim melhor
qualidade na carne produzida
no município e melhores
condições de mercado aos
pecuaristas locais.
Mario Lobato apresentou dois trabalhos. No
primeiro solicitou ao Prefeito
Argemiro Diniz que acione
os órgãos competentes do
Executivo para avaliar a necessidade de rebaixar o sistema de
esgoto na confluência entre a
Travessa Carlos Maria Teixeira
e Rua Sete de Setembro, com
o propósito de melhorar o
fluxo de veículos e pedestres.
No segundo, pediu ao Prefeito
uma análise da viabilidade de
expansão da rede elétrica no
Beco Luiz Gonzaga.
Fernando Andrade solicitou à Prefeitura que construa uma quadra poliesportiva
na comunidade Nova Betel, na
Estrada do BEC.
Foi apresentada ainda
uma proposta de emenda à
Lei Orgânica do Município
de Oriximiná, de autoria dos
vereadores Pedro Andrade,
Xito Viana, Fernando Andrade
e Toninho Picanço, sugerindo
nova redação ao parágrafo 3º do
seu artigo 49.
Celpa dá explicações sobre cortes de energia
Os vereadores adiaram as
demais matérias em pauta para
ouvir as explicações do coordenador do centro de engenharia
e área de operações da Rede
Celpa em Santarém, Luciney
Nascimento de Souza, que
falou sobre os problemas de
interrupção no fornecimento
de energia no município.
Luciney de Souza reiterou
a disponibilidade da empresa
em atender ao chamado da
Câmara e começou esclarecendo que, sendo a Guáscor uma
empresa contratada da Rede
Celpa, toda a responsabilidade
sobre os cortes de energia era da
própria concessionária.
O Vereador Xito Viana,
autor do pedido de esclarecimentos à Rede Celpa, disse se
tratar de uma situação inaceitável, pois a cidade precisaria
ter, pelo menos, 50% a mais
de energia disponível além da
demanda, e pediu uma resposta
“curta e grossa” para os cortes
ocorridos e recebeu como resposta do representante da empresa que a razão do problema
é a idade das máquinas que hoje
estão em uso.
Luciney aproveitou para
anunciar a implantação de um
projeto iniciado em fevereiro
no qual todas as máquinas que
hoje estão trabalhando para alimentar a cidade serão trocadas
por outras mais novas e modernas, sendo que uma já está em
operação, outras duas deverão
entrar em operação no mês de
abril e as demais serão trocadas
até outubro de 2006.
Respondendo a pergunta do Vereador Gutinelo, o
engenheiro esclareceu que a
carga atual do parque térmico
de Oriximiná, em horário de
pico, é de 4.900 KW, quando a
necessidade máxima tem sido
de 4.100 KW e garantiu que não
há mais risco de interrupções
de energia, pois uma grande
equipe de Belém e Santarém
está trabalhando no ajuste e
ampliação do parque local que,
ao final da operação contará
com carga máxima de geração
de mais de 6.200 KW.
Sobre os prejuízos de
alguns consumidores, Luciney
instruiu os cidadãos que se
sentirem lesados a procurar o
escritório da empresa dando
entrada com uma reclamação
solicitando o ressarcimento,
relatando o ocorrido, o material
danificado, data e horário, para
que o escritório local repasse
ao seu departamento de análise
em Santarém, garantindo que
no prazo de 90 dias a Celpa
responderia a cada uma das solicitações, informando se cabe
indenização ou não.
Também lamentou o fato
dos consumidores não terem
sido informados previamente sobre os cortes, explicando que várias máquinas já estavam paradas
com problemas e as que estavam
em funcionamento não podiam
parar para fazer manutenção, o
que ocasionava panes sem que
fosse possível prevê-las.
Em resposta ao questionamento do Vereador Neto
Andrade, fez uma espécie de
passo a passo que como se deve
fazer para dar entrada com a
reclamação: Primeiro, deve-se
ligar para 0800-910196 ou passar no escritório local e registrar
uma OS (Ordem de Serviço)
esclarecendo o ocorrido. A
empresa então envia uma equipe para fazer a verificação das
circunstâncias em que se deu
a perda do produto ou equipamento. O setor de análise irá
comparar este relatório com as
informações do consumidor. É
importante lembrar que o solicitante deverá apresentar a nota
fiscal do material e, no mínimo,
dois orçamentos para ressarcimento. “O que não é possível
é mandar consertar sem que
seja feita a inspeção do técnico
no prazo máximo de três dias.
Após isso, ele é autorizado ou
não a mandar consertar para
que empresa pague o serviço”,
explicou o engenheiro.
Neto Andrade falou também da situação em que o consumidor que tem sua energia
cortada não pode pedir a religação enquanto não reformar
seu sistema elétrico colocando o
contador para o lado de fora da
residência. Luciney não soube
responder por não se tratar da sua
área, mas prometeu levar a questão até o departamento comercial
que trata desses assuntos.
Ao Vereador Fernando
Andrade, falando sobre a durabilidade das máquinas que
estão chegando, Luciney assegurou que se for feita a devida
manutenção, elas têm vida útil
de mais de 20 anos.
O Vereador Mário Lobato pediu ao engenheiro que
informasse os procedimentos
para solicitação de posteamento de alguns logradouros na
cidade que ainda não dispõem
de iluminação e fornecimento
de energia e sobre a troca dos
postes de madeira já deteriorados. Luciney disse que deveria
ser enviada uma solicitação
ao Prefeito Municipal, que
faria então a formalização do
pedido à concessionária, e esta
ficaria comprometida a dar um
retorno ao solicitante, mesmo
se não fosse possível fazer a
instalação dos postes. Sobre
a troca dos postes, esclareceu
que qualquer cidadão poderá
fazer a solicitação ao escritório
da empresa, mas ressaltou que
hoje a demanda é muito grande, acontecendo muitas vezes
de não haver postes suficientes
para fazer a troca na proporção
das solicitações e no prazo
necessário.
O vereador Mário apresentou uma situação em que
o indivíduo teve sua energia
cortada pela Celpa e continuou tendo que pagar uma
taxa mensal. Luciney explicou
que mesmo estando cortada a
energia, enquanto não houver
a quitação, o consumidor estará
pagando uma taxa mínima, mas
se o valor for considerável provavelmente há erros na cobrança, na leitura das informações
ou falha do equipamento de
medição e ele deve reclamar.
O parlamentar Toninho
Picanço parabenizou o engenheiro pela disponibilidade,
mas repudiou a atitude da
empresa, que demorou muito a
se manifestar. Toninho cobrou
mais seriedade da Rede Celpa,
dizendo que se um cidadão
deixa de pagar a conta de luz
esta é imediatamente cortada;
no entanto, se a concessionária
não honra seus compromissos como fornecedora, nada
acontece. O vereador também
pediu providências para dois
postes, um na Travessa Sete de
Setembro, às proximidades da
Escola Joana Bandeira e que
fica dentro do esgoto, e outro
localizado na Rua 24 de Dezembro e que está a um metro
e meio da margem da rua,
portanto literalmente dentro
da via pública.
O Presidente Ludugero
agradeceu a presença do engenheiro Luciney e disse que a
Câmara está à disposição para
auxiliar no que for possível,
mas que também continuará
acompanhando o trabalho da
Rede Celpa para que sejam
feitas as cobranças que o Legislativo julgar necessárias.
Vereadores pedem melhorias para o município
Neto Andrade solicitou
ao Prefeito Argemiro Diniz que
avalie a possibilidade de determinar uma blitz do Cartório
Eleitoral em Porto Trombetas
nos dias 20, 21 e 22 de abril,
como forma de auxiliar na
regularização dos eleitores ali
residentes, dando-lhes mais
comodidade.
Mário Lobato apresentou dois trabalhos. No
primeiro solicitou à Prefeitura
de Oriximiná que construa um
mercado de venda de peixe e
carne e uma feira livre para o
bairro da Cidade Nova. No
segundo solicitou o planejamento e a construção de
microssistemas de água nas
aldeias Wai-Wai, dando melhor
qualidade de vida aos indígenas
do município.
Toninho Picanço pediu
ao Prefeito Municipal a criação
de uma Diretoria de Força de
Luz, anexa à Secretaria de Infra-Estrutura, para atender com
mais agilidade as solicitações
vindas das comunidades do
interior.
Mário Lobato pediu
a reinstalaçao do sistema de
som do auditório da Casa da
Cultura de modo a torná-lo
mais eficiente. Toninho Picanço solicitou ao Prefeito o
posteamento e instalação de
rede elétrica na comunidade
da Cabeceira do Xiririzinho;
e a construção de uma quadra
poliesportiva no bairro da Área
Pastoral.
Fernando Andrade
apresentou projeto de lei que
dispõe sobre a prestação de
assistência religiosa nas entidades civis de internação coletiva
situadas no município. Ângelo
Ferrari solicitou intervenção
junto ao Governo Federal
para que seja implementado o
programa de eletrificação rural
“Luz para todos” em toda a extensão da Estrada do BEC.
Em sessão extraordinária
foi votado e aprovado o projeto
de lei de autoria dos vereadores
Pedro Andrade, Xito Viana,
Fernando Andrade e Toninho
Picanço, sugerindo nova redação ao parágrafo 3º do seu
artigo 49 da Lei Orgânica do
Município.
Saiu o resultado do
concurso da Câmara
O resultado está no site
da CONED, no endereço www.coned.com.br e no
mural da Câmara. Dos 756
inscritos, 29 faltaram. Pela
manhã, quando aconteceram as provas do fundamental incompleto, faltaram 19
candidatos. À tarde, quando aconteceram as provas
do fundamental completo e
ensino médio, 10 não compareceram. O listão com os
aprovados para as 37 vagas
ofertadas sairá no próximo
dia 28 de abril. A expectativa é
de que os concursados sejam
chamados no início do segundo semestre, após o recesso, já
que os contratos dos servidores atuais terminam em 30 de
junho de 2006.
Confira o gabarito das provas:
Cargo: Auxiliar de Serviços Gerais
01-C; 02-A; 03-C; 04-D; 05-E; 06-A; 07-D; 08-E; 09-A; 10-C; 11E; 12-E; 13-D; 14-D; 15-C; 16-B; 17-C; 18-B; 19-A; 20-B; 21-C;
22-A; 23-C; 24-B; 25-C; 26-A; 27-D; 28-A; 29-E; 30-B; 31-A; 32-D;
33-B; 34-B; 35-A; 36-E; 37-D; 38-C; 39-E; 40-B.
Cargo: Vigia
01-C; 02-A; 03-C; 04-D; 05-E; 06-A; 07-D; 08-E; 09-A; 10-C; 11E; 12-E; 13-D; 14-D; 15-C; 16-B; 17-C; 18-B; 19-A; 20-B; 21-C;
22-A; 23-C; 24-B; 25-C; 26-A; 27-D; 28-A; 29-E; 30-B; 31-A; 32-D;
33-B; 34-B; 35-A; 36-E; 37-D; 38-C; 39-E; 40-B.
Cargo: Operador de Som
01-C; 02-A; 03-C; 04-D; 05-E; 06-A; 07-D; 08-E; 09-A; 10-C; 11E; 12-E; 13-D; 14-D; 15-C; 16-B; 17-C; 18-B; 19-A; 20-B; 21-C;
22-A; 23-C; 24-B; 25-C; 26-A; 27-D; 28-A; 29-E; 30-B; 31-A; 32-D;
33-B; 34-B; 35-A; 36-E; 37-D; 38-C; 39-E; 40-B.
Cargo: Copeira
01-A; 02-D; 03-A; 04-C; 05-D; 06-E; 07-A; 08-C; 09-D; 10-E; 11A; 12-C; 13-E; 14-E; 15-D; 16-B; 17-C; 18-B; 19-C; 20-B; 21-B;
22-E; 23-C; 24-A; 25-C; 26-B; 27-C; 28-A; 29-D; 30-A; 31-E; 32-B;
33-A; 34-C; 35-D; 36-B; 37-B; 38-A; 39-E; 40-D.
Cargo: Protocolista
01-A; 02-D; 03-A; 04-C; 05-D; 06-E; 07-A; 08-C; 09-D; 10-E; 11A; 12-C; 13-E; 14-E; 15-D; 16-B; 17-C; 18-B; 19-C; 20-B; 21-B;
22-E; 23-C; 24-A; 25-C; 26-B; 27-C; 28-A; 29-D; 30-A; 31-E; 32-B;
33-A; 34-C; 35-D; 36-B; 37-B; 38-A; 39-E; 40-D.
Cargo: Telefonista
01-A; 02-D; 03-A; 04-C; 05-D; 06-E; 07-A; 08-C; 09-D; 10-E; 11A; 12-C; 13-E; 14-E; 15-D; 16-B; 17-C; 18-B; 19-C; 20-B; 21-B;
22-E; 23-C; 24-A; 25-C; 26-B; 27-C; 28-A; 29-D; 30-A; 31-E; 32-B;
33-A; 34-C; 35-D; 36-B; 37-B; 38-A; 39-E; 40-D.
Cargo: Motorista
01-C; 02-B; 03-D; 04-D; 05-A; 06-E; 07-D; 08-D; 09-B; 10-A; 11C; 12-A; 13-B; 14-B; 15-E; 16-A; 17-D; 18-C; 19-E; 20-B; 21-B;
22-A; 23-C; 24-C; 25-E; 26-D; 27-C; 28-E; 29-A; 30-E; 31-A; 32-E;
33-D; 34-C; 35-D; 36-E; 37-C; 38-D; 39-A; 40-A.
Cargo: Auxiliar Legislativo
01-C; 02-A; 03-C; 04-D; 05-E; 06-B; 07-E; 08-A; 09-D; 10-B; 11C; 12-B; 13-A; 14-A; 15-B; 16-D; 17-E; 18-D; 19-C; 20-E; 21-B;
22-A; 23-E; 24-D; 25-B; 26-A; 27-E; 28-B; 29-C; 30-A; 31-B; 32-C;
33-C; 34-A; 35-D; 36-D; 37-D; 38-B; 39-C; 40-C.
Cargo: Agente Legislativo
01-E; 02-B; 03-A; 04-C; 05-E; 06-A; 07-B; 08-E; 09-C; 10-A; 11-D;
12-A; 13-A; 14-E; 15-C; 16-C; 17-C; 18-B; 19-E; 20-D; 21-E; 22B; 23-A; 24-D; 25-C; 26-E; 27-D; 28-E; 29-D; 30-D; 31-E; 32-C;
33-D; 34-B; 35-D; 36-A; 37-C; 38-D; 39-A; 40-C.
Cargo: Digitador
01-E; 02-B; 03-A; 04-C; 05-E; 06-A; 07-B; 08-E; 09-C; 10-A; 11-D;
12-A; 13-A; 14-E; 15-C; 16-C; 17-C; 18-B; 19-E; 20-D; 21-C; 22E; 23-D; 24-A; 25-E; 26-D; 27-C; 28-D; 29-E; 30-C; 31-D; 32-B;
33-A; 34-D; 35-A; 36-C; 37-D; 38-C; 39-D; 40-E.
Sessão em 17 comunidades no Sapucuá
As comunidades do
Ascensão, Conuri e Chinelo, Lêro, Maceno, Castanhal
e Cumã, Macedônia, Casinha e Cabeceira dos Anjos,
Vila Ribeiro, Amapá, Curral
Velho, Saracá, Araticum
- Boa Nova, São Braz e Castanheiro já confirmaram,
através de seus coordenadores, que estarão representadas na sessão especial
que a Câmara Municipal de
Oriximiná irá promover no
próximo dia 26 de abril, na
sede do Vila Nova Esporte
Clube, na comunidade do
Ajará.
Todas as providências
estão sendo tomadas para assegurar o sucesso do encontro
que deverá contar, além dos
Vereadores, com as autori-
dades do Poder Executivo e
Judiciário.
“Estamos providenciando um grande mutirão de
limpeza para o fim de semana
que antecede a reunião, para
que a comunidade fique bem
arrumada para receber os
visitantes, e estamos também
fazendo uma retificação no
gerador de energia para que
não haja nenhum problema”,
disse o novo coordenador do
Ajará, Edval Oliveira.
O Presidente Ludugero
manifestou entusiasmo em
relação à Sessão Especial do
Sapucuá, dizendo que “tinha
tudo pra ser muito produtiva,
a exemplo da reunião do BEC,
em 2005, onde as comunidades
tiveram a oportunidade de manifestar suas reivindicações”.
Alepa promove Ciclo de Estudos sobre Direito Sistema vai facilitar a
Eleitoral e esclarece dúvidas dos candidatos fiscalização dos gastos
O maior desafio da Justiça
Eleitoral para o pleito deste ano
será inibir a prática do caixa
dois, batizado recentemente de
recursos não contabilizados de
campanha. Para isso, o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) vai fazer o confronto das informações
dos candidatos com as dos gastos
eleitorais, acompanhado por um
sistema informatizado moderno
de cadastro dos postulantes aos
cargos majoritários e eletivos. E a
sociedade terá papel fundamental nesse processo.
A afirmação foi feita pela
chefe da unidade de Contas
Eleitorais e Partidárias (Coep)
do TSE, Leonice Vera Severo Fernandes, ao proferir a
palestra “Prestação de contas
como mecanismo de controle
da arrecadação e da aplicação
de campanhas eleitorais”, na
abertura do I Ciclo de Estudos sobre Direitos Eleitoral,
promovido pela Assembléia
Legislativa do Pará.
“É responsabilidade de
cada cidadão denunciar ao Ministério Público qualquer irregularidade cometida durante
o processo eleitoral”, ressaltou
Leonice Fernandes. No entanto,
continuou Leonice, não bastam
a fiscalização da Justiça Eleitoral
e os olhos atentos da sociedade
diante da prática de condutas
vedadas em lei. É preciso sanção
mais rigorosa para os crimes
eleitorais. “Fiscalização e sanção
devem andar juntas, sob pena
de a primeira perder o efeito”,
avaliou.
Em novembro de 2005,
foi enviado ao Congresso Nacional projeto de lei, elaborado
por uma comissão de juristas e
especialistas da administração
pública, sob a coordenação do
ministro do TSE Carlos Veloso, para estabelecer penas mais
severas para quem descumprir
a legislação eleitoral. “O que
temos hoje é muito vago e prevê
punições leves para condutas
ilícitas graves”, completou.
A Justiça Eleitoral no Pará
está mais aparelhada e com servidores efetivos nas 99 zonas instaladas em todo o Estado. As novas
regras eleitorais vão contribuir
para um maior controle social
nas campanhas deste ano.
Em 2006, a prestação
de contas do candidato pode
ser feita durante a campanha,
antes da eleição, medida
que fará a diferença entre
os demais concorrentes. O
tribunal tem 10 dias para
analisar as contas. Todas essas alterações estão contidas
na Resolução do 22.160/06
do TSE, que estabelece as
normas e reitera as condutas vedadas em lei. Todo
o material impresso deverá
contar o número do CNPJ
da empresa que produziu
o material. Também será
obrigatório informar a origem das doações ou receitas
eleitorais, 99% delas provêm
de empresas privadas. A
novidade é que os recursos
destinados à campanha devem ser por meio de cheque, transferências bancárias
(TED), título de crédito e
bens e serviços estimáveis
em dinheiro.
REGIONAL
ABRIL - 2006 
5
Dançarinos de Oriximiná no IAP
Oriximiná está entre os 21
municípios cujos dançarinos e
coreógrafos de grupos folclóricos
e parafolclóricos participaram de
mais uma edição do projeto
Laboratório Intermunicipal de
Artistas - Expressão de Identidade na sala de dança do Instituto
de Artes do Pará (IAP).
Na oficina ‘História e Coreografia das Danças Folclóricas:
A Quadrilha e o Xote’, ministrada por Éder Jastes, os participantes discutiram e refletiram sobre
a história e desenvolvimento das
danças quadrilha e xote, assim
como as várias formas de apresentação destas coreografias.
Éder Jastes é mestre em
Artes Cênicas pela UFBA/
UFPA, bailarino, coreógrafo,
ator e pesquisador. A oficina
que ministrou nessa edição do
Laboratório Intermunicipal de
Artistas dá continuidade a que
ele realizou em abril do ano passado pelo mesmo projeto.
Na ocasião, participaram
da oficina ‘História e coreografia
das danças folclóricas - carimbó,
lundu e samba de cacete’ representantes de grupos folclóricos
de 24 municípios.
”Nessa eu trabalhei mais
manifestações e com uma dinâmica voltada para a cultura
das danças amazônicas. Agora
estou discutindo com os participantes a matriz européia da
quadrilha e do xote, que eram
danças campestres da Europa,
que se desenvolveram no Brasil
com a chegada da família real”,
relata Éder.
A partir da origem histórica e do processo ritualístico
destas danças, Éder mostra as
diferenças das manifestações
coreográficas em cada município participante do Laboratório
e em outras cidades brasileiras.
Paralelamente, ele propõe passos
para pensar e montar coreografias de quadrilha e xote. “Não
basta criar. Tem que refletir
criticamente sobre o processo”,
assinala.
A edição deste mês do Laboratório Intermunicipal reúne
dançarinos e coreógrafos das
cidades de Oriximiná, Ipixuna
do Pará, Pirabas, Santa Cruz
do Arari, Marapanim, Benevides, Parauapebas, Paragominas,
Soure, Marituba, São Caetano
de Odivelas, Bragança, Ananindeua, Magalhães Barata, Bagre,
Portel, Ponta de Pedras, PeixeBoi, Aurora do Pará, Barcarena
e Belém.
O Laboratório Intermunicipal de Artistas é um programa
de aperfeiçoamento do IAP que
reúne artistas de vários municípios paraenses em Belém, onde
participam de uma oficina e
atividades paralelas. É realizado
desde 2000 por meio de uma
parceria entre o instituto e prefeituras do Estado.
Comunidades comercializam tambaquis
Os moradores das comunidades Ajará e Boa Nova,
localizadas no lago Sapucuá, em
Oriximiná, comercializaram na
Semana Santa o pescado produzido dentro do Programa de Desenvolvimento da Piscicultura,
parceria com a Mineração Rio
do Norte. O projeto já existe há
quatro anos e envolve mais de
200 famílias nos municípios de
Oriximiná e Óbidos.
Cerca de 1,8 tonelada de
tambaquis foram colocados
à venda, em pontos como a
Feira do Produtor, o Mercado
Municipal e alguns bairros de
Oriximiná, aproveitando o
natural aumento de demanda
durante a Semana Santa. As
vendas continuarão durante
todo o mês.
“Em 2006 teremos um
volume significativo de peixes
sendo despescados dentro do
projeto, em todos os municípios beneficiados, com
previsão de superarmos a casa
das 30 toneladas de pescado”,
Quem vacinar 90% recebe
incentivo financeiro
O município que alcançar 90% da meta na Campanha de Vacinação do Idoso
e apresentar seu relatório
de vacinação até o dia 10 de
junho de 2006 será recompensado com um prêmioincentivo correspondente a
100% do valor dos recursos
financeiros recebido nesse
primeiro momento para realizar a campanha, independentemente da contrapartida
que já está sendo oferecida
pelo Governo do Estado.
A decisão teve como base a
reclamação de alguns secretários municipais, ao tomar
conhecimento dos recursos
financeiros que receberão do
Ministério da Saúde (MS).
Os recursos financeiros no valor de R$ 380 mil
enviados pelo MS foram rateados entre os municípios
conforme os critérios de
distribuição estabelecidos
pela resolução nº 271, de
12 de novembro de 2003 da
própria CIB, que leva em
consideração a área geográfica, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH),
população de 60 anos, população rural e urbana e
outros indicadores. A única
forma de mudar os critérios
é a CIB discutir e fazer uma
nova resolução.
A vacinação de comunidades indígenas está sob a
responsabilidade de organizações não-governamentais
(ONGs).
As Secretarias Municipais podem treinar as
equipes das ONGs para a
campanha de vacinação, mas
a execução fica por conta das
organizações.
Economia foi tema de
encontro em Santarém
Resultados comerciais da despesca entusiasmaram os comunitários ribeirinhos. Ver para comer
estima o assessor de relações
comunitárias da MRN, José
Haroldo Paula.
Para viabilizar o projeto, a
empresa doa os alevinos (peixes
em estágio embrionário), os
tanques onde os peixes se desenvolvem e a ração. A comunidade
é responsável por cuidar dos tanques e dos peixes durante o pe-
ríodo de crescimento. Um ano
e três meses depois, é realizada a
despesca, ou seja, a retirada dos
peixes dos tanques-rede para
comercialização.
O Encontro de Comércio
Exterior, realizado na Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES), na
quinta-feira (26), promovido
pela Federação das Indústrias
do Estado do Pará (Fiepa), em
parceria com diversas entidades
do setor produtivo, reuniu empresários de diversos segmentos da região oeste do Estado,
representantes de entidades de
fomento ao comércio e indústria, e estudantes.
O aproveitamento racional
dos recursos florestais como
fator de desenvolvimento sustentável tem como empecilho a
falta de infra-estrutura logística,
lembraram na ocasião. “Santarém será um grande centro de
escoamento da produção desta
região quando tivermos a BR163 (Santarém-Cuiabá) concluída, assim como dependemos da
conclusão das eclusas de Tucuruí
para quebrar as barreiras logísticas do nosso desenvolvimento”,
pregou Raul Tavares, diretor da
Sectam (Secretaria Executiva
de Ciência, Tecnologia e MeioAmbiente.
6 
OPINIÃO
ABRIL - 2006
Vicente Malheiros da Fonseca
[email protected]
Luís Figueiredo fez uma
pausa na conversa a fim de
“molhar a garganta”. Depois de
bebermos um copo d´água cada
um, ele contou várias histórias
de botos, destas já bastante
conhecidas : moças de beira de
rio apareciam grávidas e atribuíam a gravidez aos botos. Estes,
culpados ou inocentes, eram
sempre responsabilizados pelas
gestações das ribeirinhas.
Procurei apressar Luís. Eu
estava mesmo interessado era na
Ilha do Sapo Cururu. Histórias
de botos, estas eu já tinha recolhido várias, em diversos lugares
e não havia muitas variantes.
Agora sobre a tal ilha do sapo eu
ainda não ouvira falar. E assim
mais uma vez interrompi o velho
lobo dos rios amazônicos:
- Mas, sim, seu Luís, e a história da Ilha do Sapo Cururu?
- Ah, sim ! A Ilha do Sapo
Cururu fica perto da Ilha de Moroçoca. É uma Ilha pequena,bem
pequena mesmo,e que também
é encantada...
Novamente interrompo: Mas como é o tal encantamento
desta ilha ? É igual ao das C´roa
Grande e C´roinha ? Tem gente
do fundo encantada lá ? Tem
castelos, festas, cantar de galos...?
Não consegui concluir.
- Calma, calma, moço!
Uma pergunta de cada vez. E
deixe que eu falo, não é preciso
me interromper com tantas
perguntas, senão acabo me confundindo! Vou lhe contar o que
sei sobre a Ilha.
Calei-me. Procurei con-
cia especial às monumentais
obras sinfônicas de Brahms,
Schubert, César Franck, Bruckner, Mahler, Tchaikovsky,
Nielsen, Richard Strauss,
Shostakovich, Stravinsky e
Messiaen, apenas para citar os
mais conhecidos.
Depois dessa viagem
pelo mundo da música, voltemos às coisas nossas.
Embora Santarém desfrute de reconhecida tradição
na arte de Euterpe, por haver
produzido excelentes músicos, ainda não dispõe de uma
orquestra sinfônica (coisa
rara, no Brasil), que exige a
importantíssima participação
dos instrumentos de cordas,
verdadeira “alma” do conjunto
orquestral: violinos, violas,
violoncelos e contrabaixos.
Sei do esforço que meu
irmão José Agostinho da Fonseca Neto (Maestro Tinho)
vem desenvolvendo para implantar na Pérola do Tapajós a
primeira orquestra sinfônica
do interior da Amazônia,
quando conseguir realizar o
tão sonhado “projeto cordas”,
para introduzir aqueles maravilhosos instrumentos na
primorosa Orquestra Jovem
“Wilson Fonseca”, ora integrada por instrumentos de sopros
e percussão.
Qualquer compositor
estará mais bem motivado se
puder dispor de intérpretes
para a execução de suas obras,
não raro compostas para circunstâncias.
A obra musical de meu
avô José Agostinho da Fonseca (1886-1945) registra a
valsa “Sinfonia do Amor”
(1912-14), para piano solo.
Ele compôs peças para bandas,
conjuntos de camerísticos e
orquestras de baile, mas muita
coisa se extraviou.
Na magnífica obra musical de meu pai Wilson Fonseca, Isoca (1912-2002), destacase a composição “Centenário
de Santarém”, uma abertura
sinfônica, produzida em 1948.
Meu saudoso pai contava que
ele começou a escrever os pri-
meiros compassos desta peça
quando eu estava nascendo
(talvez seja por isso que eu
tenho uma predileção especial
por esta composição). A composição foi criada especificamente para a comemoração do
centenário de Santarém, elevada à categoria de cidade, em 24
de outubro de 1948. Naquele
ano, a obra foi executada por
uma pequena orquestra, dirigida pelo próprio compositor.
Todavia, a obra já foi exibida
em Belém, pela Orquestra
Sinfônica da Universidade
Federal do Pará (durante a
extraordinária “Semana de
Santarém”, em 1972) e pela
Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (no ano de 1997,
na inauguração da temporada
anual da OSTP e no programa
em homenagem ao transcurso
do primeiro centenário de
morte do Maestro Carlos Gomes). Posteriormente, papai
escreveu duas transcrições,
uma para piano solo e outra
para piano a 4 mãos. Quando
jovem, toquei estas duas peças,
em apresentações públicas, em
Santarém. A transcrição para
piano a 4 mãos, em recital no
Centro Recreativo, em companhia de meu pai.
Segundo o próprio compositor, a notável obra “Centenário de Santarém” é uma
abertura sinfônica. Na teoria,
a abertura sinfônica é uma
espécie de peça autônoma, geralmente com apenas um movimento. Servem de exemplos
as aberturas “Egmont”, de Beethoven; “Trágica”, de Brahms;
e “1812”, de Tchaikovsky.
Ocorre que a música
“Centenário de Santarém”
compõe-se de diversos movimentos. Por isso, eu sempre
fiquei intrigado com a classificação de simples “abertura
sinfônica”, adotada pelo compositor Wilson Fonseca.
Lembro-me de que cheguei a ver meu pai registrar,
em antigos escritos, o título de
“Sinfonia do Centenário”, que
talvez fosse mais adequado ao
gênero da obra.
Neste ano de 2006 ocorrerá um evento histórico na
vida cultural de Santarém. No
mês de junho comemora-se o
aniversário de Santarém, em
nova data (22) instituída com
base em pesquisas históricas
realizadas por meu pai, que
levou em conta a época em
que o local era simples aldeia
indígena, a partir de 1661, sob
missão dos padres jesuítas.
[email protected]
Alguns momentos no paraíso
Sinfonia do Tapajós
A inspiração continua
em alta. Depois da “Sonatina
Amazônica” compus agora a
“Sinfonia do Tapajós”. Tratase de uma peça para orquestra
sinfônica (Flautim, 2 Flautas,
2 Oboés, 2 Clarinetes, Clarinete Baixo, 2 Fagotes, 4 Trompas, 2 Cornets, 2 Trompetes, 2
Trombones, Trombone Baixo,
Eufônio, Tuba, Vibrafone,
Tímpanos, Bombo, Caixa,
Pratos, 2 Violinos, Viola, Violoncelo e Contrabaixo), com
seis movimentos: Abertura
(Andante Maestoso); Brincando na beira do rio (Adágio);
Realejo (Andante); Oração
(Andante Religioso); Hino de
Amor; Coda (Largo); e Final
Triunfal (Maestoso).
Costuma-se dizer que
a sinfonia é uma espécie de
sonata para orquestra. A evolução da sinfonia acompanha
a história da música erudita. A
sua origem está no “concerto
grosso”, que predominou no
período barroco. Bach (“Concertos de Brandenburgo”) e
Haendel elaboraram várias
peças nesse estilo.
Na ópera italiana do
início do século XVIII, chamava-se de sinfonia a peça
instrumental utilizada para a
sua abertura. Com o tempo, a
sinfonia tornou-se obra independente. Alguns compositores adotam a palavra sinfonia
para qualquer peça musical
destinada a grupo orquestral
ou até mesmo para conjuntos
de câmera.
Atualmente, a expressão
“concerto” (que também se
presta para denominar o espetáculo musical, em geral) é
utilizada para a obra destinada
a um, dois e até três instrumentos solistas (como piano,
violino, violoncelo etc.) e
orquestra.
Beethoven foi o primeiro compositor a introduzir,
em sua festejada 9ª Sinfonia,
partes para coro e vozes solistas, inspirado na “Ode à
Alegria”, do poeta Schiller,
uma das mais admiráveis composições na história da música
sinfônica.
Na teoria musical da
idade média, a palavra sinfonia (symphonia, em latim)
significava “consonância”.
Ou seja, consonância de sons
produzidos por diversos instrumentos, numa orquestra.
Os mestres consagrados
do gênero são Haydn, Mozart e Beethoven. Mas não se
pode deixar de fazer referên-
José Wilson Malheiros
Naquele mês (dia 24), a Orquestra Sinfônica do Theatro
da Paz, sob a regência do Maestro Mateus Araújo, fará a sua
estréia na “Pérola do Tapajós”,
em programa que inclui a
bela 5ª Sinfonia de Beethoven (o compositor preferido
de Wilson Fonseca), além da
Protofonia (abertura) da ópera
“Il Guarany” e o “Canto de Alvorada” (prelúdio-intermezzo
do IV Ato da ópera “Lo Schiavo”), de Carlos Gomes, um
compositor brasileiro muito
apreciado por Isoca.
Naquela data deverá
ocorrer o lançamento do livro
“Meu Baú Mocorongo”, de
autoria de Wilson Fonseca,
editado pelo Governo do Estado do Pará, por intermédio
de suas Secretarias de Cultura
e de Educação.
A pedido do Dr. Gilberto
Chaves, Diretor do Theatro da
Paz, entreguei-lhe uma peça
orquestral inédita, de autoria
de Wilson Fonseca, intitulada
de “América 500 Anos” (poema sinfônico, 1992), que terá
a sua primeira audição executada em Santarém, pela OSTP,
naquela mesma ocasião, fato
que reputo histórico.
Foi justamente esse
evento que me inspirou a
compor, num fim de semana,
a “Sinfonia do Tapajós”, peça
que deverá ser apresentada,
também em primeira audição,
na minha terra natal, pela Orquestra Sinfônica do Theatro
da Paz, por sugestão do Dr.
Gilberto Chaves. A seu pedido
ainda escrevi, neste mês de
abril, um arranjo orquestral
para a “Canção de minha saudade”, cuja música original é
de meu pai (1949), com letra
de meu tio Wilmar Fonseca,
um autêntico “hino sentimental” de Santarém: “Nunca
vi praias tão belas/Prateadas
como aquelas/Do torrão em
que nasci...”.
No programa constará
também o arranjo orquestral
que elaborei para o schottisch
“Idílio do Infinito”, de meu avô
Agostinho Fonseca (o “músico-poeta”), em comemoração
ao centenário de sua chegada
em Santarém (1906), quando
ele fez a sua primeira composição, considerada a pioneira
da “música santarena”. Neste
2006, o belo Tapajós é ainda a
inspiração. Agora, sob a forma
de sinfonia para Santarém.
Vicente Malheiros da
Fonseca – magistrado,
professor e compositor
Alô, Franssi,
Semana passada estive
em Santarém. Afazeres profissionais.
Apesar da chuva, ainda há
um pedacinho de praia e a cidade
não perdeu o charme.
Visitei a sepultura onde reside a matéria desse ser humano
ímpar que foi meu pai. Fiquei
triste e decepcionado, mas prometo não vou falar dessas coisas.
Nem tudo é perfeito.
Ah! Os finais de tarde na
Pérola do Tapajós... Cervejinha
gelada, tirando gosto com jaraqui assado na brasa, papo-furado
com os amigos, pôr-do-sol, encontro das águas e os barcos na
brisa do Tapajós anoitecendo...
Realmente, como se usa dizer,
ninguém é de ferro.
Caminhando pela Orla
famosa, olho as embarcações que
dançam na maresia e a minha
imaginação fica voando. Elas
são que nem gente. Têm alma e
rosto. Pode observar.
Umas, vivem de cara
amarrada, outras de semblante
feliz, aquela uma ali tem ares de
tristeza, a que vai passando lá no
meio do rio navega de nariz arrebitado, tão esnobe que parece
dondoca da alta sociedade.
Lá estão duas atracadas no
trapiche: a gordinha, toda enfeitada de alegrias, de luzes e redes,
é vaidosa como as primas-donas
do Scalla de Milão.
A magrinha é humilde e
retrata, no casco desbotado e
nos fardos de juta que carrega
todas as pelejas, sofrimentos e
desesperanças de quem trabalha
nas várzeas... Ela, de certa forma,
se assemelha ao nosso caboclo
sofrido da região...
Naquele instante, não vejo
apenas embarcações, barcosmotores... Há mais do que isso...
São personagens, intérpretes que
ajudam a fazer o enredo dessa
grande ópera que é a vida na
Amazônia.
Estava eu viajando no barco-motor dos meus sonhos,
quando sou convidado para fazer
piracaia.
Um convite desses equivale ao que, meu Deus... Não
tem comparação. Nem tem
equivalência, pronto.
Aguardo impaciente a hora
chegar.
O tempo custou a passar.
Agora já são dez de uma noite
tão especial que até um luar extemporâneo veio me ver.
Abrem-se as cortinas,
como se eu estivesse num teatro como ator e na platéia ao
mesmo tempo. Ainda nem sei
se estou dormindo ou acordado.
Só sei que agora tudo me parece
um sonho.
A lua é uma vitória-régia
costurada no lençol da madrugada de agosto.
As estrelas gotejam ouro e
o orvalho mareja de amor.
O leite em pó das areias
emoldura o dorso do Amazonas.
No Tapajós reverberam luzes e
mistérios notívagos.
O banzeiro revela o murmúrio das ninfas caboclas que
moram encantadas no perau
das águas.
Pouco a pouco os enamorados vêm chegando, inebriados
de luastrelas.
Cantores, flautas, violões,
saxofones e bandolins, dialogam
enfeitando o diadema da noite
com serestas.
Meu saxofone vai temperando com semibreves e colcheias o molho feito de saudades
que o luar espalha na paisagem.
Tarrafas e anzóis fazem a
alegria das igarités que chegam
à beira da praia, generosas de
peixes.
A fumaça das fogueiras de
sacaí exala aromas de banquete e
os seresteiros vão saborear peixe
assado com farinha d’água, sal,
pimenta, limão e cachaça.
Tudo lembra um ritual
pagão, sacrifício de peixes regado
a aguardente em homenagem à
Lua, a deusa da Fraternidade.
A madrugada parece cantar conosco as alegrias do paraíso em
Alter-do-Chão.
(É uma pena, leitor, que você
não estivesse presente nesse momento telúrico e cheio de idílio).
Quando sol já vem abrindo
as torneiras do amanhecer.
Tudo passou tão rápido...
Mais uma vez se comprova que
ir para o céu é piracaiar na praia,
em noite de estreluares, celebrando ao redor da fogueira os
eflúvios da confraternização, da
fartura, da alegria e da liberdade,
ao acalanto das serenatas.
É hora de ir para casa. É
tempo de pegar o avião e voltar
para Belém.
Dentro de pouco tempo
só a saudade da terra natal. “Recordar é sofrer mais”, como diz
o meu campeão, o velho Izoca.
Santarém tem as carícias do colo
da mamãe. Inesquecível.
Se alguém me pedisse
para definir o paraíso eu diria:
é um estado de espírito. Mas se
quiser ter uma idéia aproximada, passe uma noite de luar em
Alter-do-Chão, fazendo piracaia.
Você nunca mais será o mesmo.
Dou fé!
E ela continua lá no seu lugar...!
concluiu Luís Figueiredo.
Despedi-me, agradecendo
sua paciente atenção.
Em meu trajeto de volta
não conseguia parar de pensar na
Ilha do Sapo Cururu. A história
não me saía da cabeça.
E você, o que acha? Afinal,
para que existe uma ilha, embora
pequena, sempre limpa, com
um belo lago de águas límpidas
e piso e bordas de pedras, tendo
por morador único habitante:
um grande sapo cururu, que não
envelhece e não morre? Você
sabe a resposta? Eu, francamente, não sei ...!
E me vejo obrigado a concordar com o velho lobo dos rios
amazônicos Luís Figueiredo:
- Há muita coisa que a gente
não sabe explicar neste mundo
de Deus...!
Walcyr Monteiro
[email protected]
A Ilha do Sapo Cururu
ter-me. Mas na verdade o que
eu queria mesmo era conhecer
os detalhes de uma ilha que
tinha o nome de um sapo. Luís
Figueiredo prosseguiu :
- Como dizia, a Ilha é bem
pequena. O que chama a atenção é que ela é muito limpa. A
sua vegetação é como se fosse
cuidada, como se fosse tratada
por alguém. Só que não mora
ninguém e as pessoas evitam ir
até lá...
- E por quê?
- Oh! homem, mas o senhor é muito vexado. Já disse
que vou lhe contar o que sei...
Novamente me contive. E
Luís Figueiredo continuou:
- As pessoas evitam ir à Ilha
pelo respeito que o lugar inspira. Como já disse, a Ilha é bem
cuidada, limpa e, bem no centro,
possui um lago de águas límpidas. Neste lago vive um grande
sapo cururu, que, ao que parece,
é o único vivente ali e...
Interrompo de novo: - Mas
até aí não vejo nada demais: uma
ilha com um lago no centro é até
normal, como também é normal
que no lago viva um sapo!
- Mas o meu amigo é impaciente! Veja bem: a Ilha é bem
cuidada e lá não mora ninguém.
As pessoas a evitam. E apesar
disto a Ilha permanece limpa e o
lago... olhe, o lago tem o fundo e
as bordas feitos de pedras, como
se tivesse sido feito por mãos
humanas. Quanto ao sapo, há
gerações que é só ele que mora
ali. Repare bem: não são vários
sapos, não são famílias de sapos,
não há girinos, é somente o
grande sapo cururu, que permanece do mesmo tamanho há
dezenas de anos. Como posso
afirmar isto? É que a história do
sapo passa de pai para filho. O
sapo não envelhece, não morre e
está ali há muitos e muitos anos.
Não tem uma companheira, não
reproduz, é o mesmo, é só ele!
Como explica isto? Um sapo
isolado, que não envelhece e não
morre, numa ilha limpa e bem
cuidada, onde ninguém mora
nem vai lá? Só mesmo encantamento para explicar ...
À pausa feita por Luís arrisco perguntar:
- E acontece alguma coisa
de ruim, tipo febre, dor de cabeça aos que vão lá?
- Não, como já disse as
pessoas não vão lá. Mas se alguém vai por necessidade ou
mesmo por curiosidade, sempre respeita o lugar e aí nada
acontece. Aliás, nunca ninguém
desrespeitou a Ilha e seu sapo.
ATUALIDADES
ABRIL - 2006 
7
MRN mostrou programas ambientais
O 2º Seminário de Meio
Ambiente mostrou à comunidade de Oriximiná as práticas de
conservação ambiental adotadas
pela Mineração Rio do Norte.
No Cliper de Santo Antônio,
em Oriximiná, e em Porto
Trombetas, onde fica a sede da
mineradora, os programas de
monitoramento das áreas reflorestadas (fauna e flora), banco
de germoplasma de castanheiras,
salvamento arqueológico e o
projeto de educação ambiental e
patrimonial foram as estrelas.
“A Mineração Rio do Norte busca praticar um conceito
mais amplo de responsabilidade
social empresarial, envolvendo
dimensões econômicas, sociais
e ambientais”, resume Ademar
Cavalcanti, gerente de Saúde,
Segurança, Meio Ambiente
e Relações Comunitárias da
MRN.
O seminário foi aberto
pelo presidente da MRN, Júlio
Sanna, e a primeira palestra apresentada foi “Monitoramento
de florestas plantadas”, com o
engenheiro florestal e mestre
em Biologia ambiental Rafael
Salomão, do Museu Paraense
Emílio Goeldi. Esse trabalho é
realizado após o reflorestamento
das áreas mineradas pela empresa, uma das maiores produtoras
mundiais de bauxita, a matériaprima do alumínio.
Em média, 80 espécies nativas são utilizadas anualmente
no plantio, visando recuperar
as funções ecológicas originais
da mata. Essas espécies são selecionadas através do inventário
florestal e dos resultados do
monitoramento das áreas reflorestadas, considerando critérios
como adaptação às condições
iniciais de plantio, tempo de
crescimento (fechamento do
dossel), capacidade de atrair a
fauna e espécies de interesse
econômico (madeireiro, medicinal e alimentício). “Os estudos apontam que nós temos
uma projeção muito positiva da
recuperação das funções da floresta que está se estabelecendo”,
explica Salomão.
Além dessa palestra, outras
apresentações mostraram o mo-
nitoramento de cada parâmetro
presente no reflorestamento. O
biólogo do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa) e
PhD em Ecologia Florestal, João
Ferraz, apresentou como estão
os trabalhos de monitoramento da fertilidade dos solos das
áreas recuperadas; a bioquímica
e doutora em Ecologia de Invertebrados Terrestres Elisiana
de Oliveira, também do Inpa,
falou sobre o monitoramento
da dinâmica dos animais invertebrados que habitam os solos
dessas áreas; o biólogo e mestre
e doutor em Zoologia Albano
Schultz falou do inventário realizado com as aves; o biólogo
e doutor em Ecologia Ulisses
Galatti mostrou o estudo dos
anfíbios e répteis que habitam
essas áreas; já o também biólogo e PhD em Ecologia Geraldo
Fernandes fez duas palestras, na
primeira mostrou o comportamento dos insetos galhadores
e suas plantas hospedeiras e
na segunda a composição das
comunidades de mamíferos nas
áreas reflorestadas.
O Seminário foi muito prestigiado pela população e especialistas em meio-ambiente
Salvamento arqueológico e tanque de rejeitos
Para explicar como é feito
reflorestamento dos tanques de
rejeito do minério, o convidado
foi o doutor em solos e nutrição
de plantas Luiz Eduardo Dias,
da Universidade Federal de
Viçosa. Os tanques de rejeito
são reservatórios constituídos
nas áreas lavradas, nos quais
o rejeito do beneficiamento
da bauxita, constituído exclusivamente de água e argila, é
disposto para adensamento e
secagem sem qualquer aditivo
químico.
O doutor em Ecologia,
Francisco Esteves e Fábio Roland, da Universidade Federal
de Juiz de Fora, falou dos trabalhos de reabilitação do lago
Batata, que consiste no monitoramento e adoção de medidas
que buscam a recuperação das
funções ecológicas do lago que,
desde 1989, deixou de receber o
rejeito do processo de lavagem
de bauxita.
Já o trabalho de salvamento arqueológico é realizado antes
mesmo do início das operações
de lavra, quando os pesquisadores fazem a prospecção em
busca de sítios arqueológicos dos
antigos habitantes da Amazônia,
resgatando assim uma parte importante da história da região. A
palestra foi proferida pela mestra
em Pré-História e doutoranda
em Arqueologia, Vera Guapindaia, do Museu Paraense Emílio
Goeldi.
Para encerrar o seminário,
o biólogo e educador Luiz Videira falou de um projeto realizado
com as comunidades no entorno
de Porto Trombetas, por meio
da palestra Educação Ambiental
e Patrimonial.
Tragédia no Lago do Batata serviu de lição
As áreas degradadas pela
extração da bauxita foram mostradas, com detalhes do monitoramento das áreas reflorestadas,
salvamento arqueológico, banco
de germoplasma de castanheiras
e o projeto de educação ambiental e patrimonial. O diretor-presidente da MRN, Júlio
Sanna, disse que a empresa tem
consciência que trabalha com
uma atividade impactante mas
que está sempre à procura de
soluções para os problemas que
surgem.
A MRN produziu ano passado 17,21 milhões de toneladas
de bauxita, com lucro líquido de
R$ 420 milhões.
Segundo a MRN, de 39%
caiu para 14% o índice de desnutrição na comunidade. Houve
avanço também na saúde da
gestante - 58% dos partos feitos
no hospital de Porto Trombetas
são de mulheres ribeirinhas.
Ainda na área de saúde, a atuação
da empresa permitiu reduzir os
casos de malária de 1.126 em
1999 para apenas seis no ano
passado.
Rafael Salomão, engenheiro florestal do Museu Paraense
Emílio Goeldi, falou sobre a
proposta da MRN de restaurar
as áreas impactadas com reflorestamento - que ele chama
de restauração - com árvores
nativas, para devolver à natureza
uma floresta que se assemelhe ao
que existia antes da extração da
bauxita. A experiência é inédita.
A MRN chega a introduzir até
92 espécies florestais nativas por
ano, e já conseguiu cerca de 320
espécies, selecionadas através do
inventário florestal e do monitoramento do reflorestamento,
considerando critérios como
adaptação às condições iniciais
de plantio, tempo de crescimento, capacidade de atrair a fauna e
espécies de interesse econômico,
tanto madeireiro como medicinal e alimentício.
Além da restauração realizada pela empresa, tem ocorrido
também uma regeneração natural, com uma média, nos últimos
quatro anos, de quatro espécies
introduzidas por ano, um incremento de cerca de 20% ao ano. E
para isso tem sido fundamental a
preservação da fauna local, que
desempenha um papel importante na regeneração natural das
espécies florestais.
A tragédia ambiental causada pela MRN há cerca de 20
anos hoje serve de estímulo à
conservação da natureza. O Lago
do Batata, às margens do rio
Trombetas, que foi usado para
lavagem do minério, ao longo de
uma década, entre 1979, quando
começou a atividade operacio-
nal da MRN, e 1989, continua
sendo objeto de pesquisa. O
impacto causado pela bauxita
no Lago do Batata impactou
30% dos 2.100 hectares do lago.
Houve assoreamento dessa área
e as raízes das plantas localizadas
em suas margens morreram por
falta de oxigênio, o que resultou
também na mortandade de peixes e quelônios e, em conseqüência de todas as espécies nativas
do local.
O próprio diretor-presidente da MRN, Júlio Sanna,
reconheceu que a morte do Lago
do Batata foi resultado da falta de
uso de tecnologia apropriada. O
Lago Batata deixou de receber o
rejeito do processo de lavagem
da bauxita a partir de 1989,
quando passou a ser depositado
em tanques no próprio local da
extração, que em seguida passam
pelo processo de restauração
florestal com espécies nativas.
Todo esse processo gerou um
conhecimento científico que
ajudou inclusive na elaboração
de resoluções na área ambiental.
“Nós temos um compromisso
ético, social e ambiental de
garantir que a população local
tenha, após o encerramento da
atividade mineral, um ambiente
do qual ela possa retirar a sua
sobrevivência”, acrescentou
Francisco Esteves.
Ademar Aires do Amaral
[email protected]
A encomenda e o deputado
No meu tempo de
criança, ainda morador ribeirinho do Paraná da D. Rosa,
minha família tinha o costume de passar alguns períodos
importantes do calendário
obidense. Salvo qualquer lapso de memória, os que mais
sobressaiam eram os seguintes: o carnaval dos mascarados
fobós, a imperdível festa de
Nossa Senhora Sant’Ana, a
semana da pátria e o dia de
finados.
Essas viagens de pouco
mais de duas horas em lancha
a vapor, eram cuidadosamente
planejadas pela minha avó
Nila, viúva honrada e mulher
poderosa de muito pasto e
fartura de gado. Ela enxotava
todo mundo da rede às três
horas da manhã e botava logo
os empregados para carregar a grande quantidade de
bagagem. Cada período em
Óbidos, por mais curto que
fosse, era sinônimo de quase
mudança, tantos eram os
bregueços: paneiros e mais
paneiros com carne de sol,
pirarucu seco, latas de mixira,
de banha de porco, gaiolas
com periquitos, papagaios,
rouxinóis e mais um bando
de gente formado por empregadas, cunhantãs e moleques
serviçais. Nesse movimento
todo e mais o trabalho do foguista colocar lenha e pressão
na caldeira da lancha, acabávamos saindo não antes das sete
da manhã, prevenidos até para
um dilúvio que porventura
chegasse.
Em Óbidos, morávamos
numa imensa casa com quase
um quarteirão de quintal,
onde nos perdíamos o dia inteiro nas brincadeiras.Lembro
do imenso pé de tamarindo
que não sei se ainda existe,
dos cajueiros, do abieiro cuja
fruta grudava na boca, da
pitombeira e de uma outra
espécie que, daquela época
até nossos dias, eu nunca mais
encontrei igual: um sempre
abarrotado pé da melhor
pitanga. O esconderijo dessa
infância com sabor de pitanga,
ficava próximo da antiga usina
de luz, sempre rangendo seus
dois potentes motores Caterpillar às seis horas da tarde em
ponto, e apagando, impreterivelmente, às dez da noite para
consolo de alguns namorados.
Os encontros eram marcados “no muro do quartel,
depois da usina”. É também
desse tempo a mais remota
lembrança que eu guardo da
Felizmina. Mais na frente eu
volto a falar sobre ela.
Não apenas para alegria
dos namorados noturnos,
Óbidos se orgulhava de ter
um belo quartel. Prédio histórico onde hoje funciona uma
das secretarias da prefeitura,
ele foi salvo da morte, mas
perdeu a altivez e não ostenta
mais o passado glorioso de
outras épocas. Havia o avião
catalina da Panair, sempre
uma vez por semana, surgindo, de repente, das bandas do
porto de cima, para deslizar
suavemente de barriga nas
águas barrentas da garganta
do Amazonas e deixar atrás de
si um rastro alvo de espuma
e vapor. Hoje Óbidos tem
um aeroporto mal cuidado e
raramente aparece um avião.
E quem desejar conhecer
as “frias” colinas obidenses,
mirar a graciosa Serra da Escama, ou mesmo ter o prazer
dum cacho de pitomba numa
tarde preguiçosa, ou freta
pelos olhos da cara um teco,
em Santarém, ou vai penar
um monte de horas no barco
da linha. É o que eu sempre
faço. Não tenho dinheiro pra
fretar teco-teco e nem muita
coragem. E, dizem os mais
antigos, tirando alguns rapineiros da coisa pública, não
havia na cidade um único e
escasso ladrão.
Os dias de finados eram
de muito movimento. Minha
avó preparava tudo de véspera, indo dia seguinte, no
rumo do cemitério, com um
verdadeiro séqüito composto
de parentes, empregadas desfilando grinaldas, carregando
cadeiras de balanço, bilha com
água e outros apetrechos, para
o plantão de dia inteiro no
túmulo do avô que eu não
conheci: o coronel, de beira
de barranco, Joaquim Gomes do Amaral. Ali, sentada
comodamente, a matriarca
conversava, recebia amigos, às
vezes dava uma descompostura e almoçava pirarucu com
farinha. Quando o assunto era
a próxima enchente do rio,
nunca faltava a figura impoluta do velho Podaliro Lobo
de Souza, no seu infalível traje
de camisa manga comprida
abotoada até os confins do
pescoço, e o inseparável chapeuzinho de palha. Falava-se
de tudo um pouco, os mortos,
ora bolas, escutavam silenciosos e carentes de oração, os
coitados. Fosse carregando
uma grinalda, palpitando na
conversa, ou simplesmente
acompanhando os movimentos, lá também estava
pelo meio, com uma lágrima
brotando, a figura super prestimosa da Felizmina.
E grande festa da padroeira Sant’Ana? Lembranças
mil da procissão dos barcos
despejando o povaréu nas
ladeiras da cidade. Imagem
particular e santificada das
Filhas de Maria, com suas
vestes de brancura angelical
adornada por uma enorme
faixa de cetim azul em volta
da cintura. Muito da reputação das moças era medida
pela congregação religiosa a
que pertencia. Ser Filha de
Maria, por exemplo, era como
ter um certificado de virgindade e alta cotação no meio,
menos pra vó Nila que nunca
foi de muita rezadeira. Aliás,
em matéria de oração, ela só
me ensinou uma : “a cruz de
Cristo está sobre mim, quem
morreu nela responda por
mim”. Rezada com fé antes
de dormir, ela jurava que
nenhum capeta se atrevia a
chegar perto.
-E esse negócio de Filha
de Maria – dizia ela – é desculpa de mulher que não teve
jeito de arranjar marido.
Pois bem. Vamos logo
dizendo que a Felizmina
era a Filha de Maria mais
famosa e conceituada de toda
Óbidos. Séria, honestíssima,
de moral acima de qualquer
suspeita. Era, porém, muito
feia, magérrima, mal acabada
e falava metade pelo nariz.
Difícil mesmo arranjar um
pretendente.Um dia, faz alguns anos, eu vi a Felizmina
meio sem rumo, em Belém,
caminhando com grande
dificuldade e andando com
o olhar perdido pela Praça da
República. Não sei se ainda
é viva. Estava esquelética,
corcunda da coluna e mais
parecia uma espingarda velha,
dessas que já perderam a culatra e a pressão de tiro. Fiquei
olhando de longe e imaginando sobre esse terrível inimigo
de todos nós: o tempo.
Mas a coisa que mais
marcava a Felizmina naquela
Óbidos de antigamente, era
sua mania quase patológica
de mandar encomenda para
uma irmã casada que morava
em Belém. Bastava descobrir
alguém que fosse para a capital e tome encomenda. Certa
vez, até um embrulho de
jaraquí frito acabou viajando.
E todos, logicamente, viviam
correndo da Felizmina.
Eis que um belo dia,
fazendo visita de fim de tarde
a figura importante da cidade,
ela depara com um nobre
deputado que se encontrava
em pleno furor de campanha
política pela reeleição. No
meio do papo, ele solta, inadvertidamente, que ia viajar
no dia seguinte pelo catalina,
o que bastou para receber a
proposta de levar “uma encomendinha” pra Belém. Pedido irrecusável pelo momento
da campanha e pela ânsia do
voto. Felizmina era eleitora e
de família numerosa.
Dia seguinte, embarca
o deputado dando adeus da
canoa no rumo do avião. Debaixo do braço o tal embrulho
recomendado da Felizmina. A
aeronave decola, passa uma
hora de vôo monótono e a
curiosidade do parlamentar é
despertada para a encomenda.
Resolve abrir o pacote. Dentro do embrulho, um bilhete e
um vidro grande, cuja cor do
conteúdo excitou de imediato
o paladar de sua excelência.
- “Hum, nossa, doce de
tamarindo” – pensou.
Esquecendo o bilhete
e quase babando de vontade,
discretamente desenrosca a
tampa escondendo o vidro
por baixo da cadeira de vime.
Mete o dedo indicador tirando boa quantidade e enfia
rapidamente na boca. Ato
contínuo, joga o vidro e sai
gritando desesperado pelo
corredor, a ponto de quase
botar as tripas pra fora.
- Merda! É pura merda!
Foi um bruto dum corre-corre, a maior fedentina
que jamais se teve notícia
dentro de um avião. E tudo
aconteceu, justamente, porque o nobre deputado não
leu o diabo do bilhete da
solteirona. Tivesse o cuidado
de ler, o tal vexame nunca
que teria ocorrido. Aqui vai
o teor da missiva com todos
os esses e erres :“Mana, por
mão própia, vae o material
colido de madrugada pru
exame do laboratório. Dis pru
doutô que o purgativo usado
foram as Pírulas da Vida do
Dr. Rossi. Sinceramente, já
não sei mais qui faço presta
minha prisão de ventre. E por
favor, não vamo esquecê um
votinho de agradecimento
pru nosso quirido e simpático
deputado. Da mana sempre
saudosa, Felizmina”.
A notícia estourou como
uma bomba e o episódio logo
virou assunto folclórico e
preferido nas rodas da cidade,
de lá espalhando-se por todo
o baixo Amazonas. O envergonhado deputado nunca
mais deu as caras em Óbidos,
e passou a ser conhecido em
toda a região como o “deputado come merda”.
8 
VARIEDADES
ABRIL - 2006
Era sombrio o modo como
atuava, sempre dentro de um
compasso preciso, de um sentido certo. Fora maquinado engenhosamente por seu criador, um
ser esquálido e de pensamentos
extremamente velozes, que o
chamou de Clokus, o filho de
Mindus.
Clokus logo garantiu poder sobre muitos homens. Seu
modo tirânico de impor os
intervalos entre uma atividade e
outra foi aceito e aclamado por
seres que precisam de alguma
pressão para sair da inércia.
Mindus, porém, não ficou satisfeito com o autoritarismo de
sua criação. Defensor absoluto
da felicidade, considerava aquela
delimitação um atentado à existência humana. Percebia que as
pessoas, outrora pacíficas, agora
passavam por cima de tudo e
GABRIELA Florenzano
[email protected]
Prisioneiros do Ponteiro
de todos apenas para obedecer
àquela regra, a qual Clokus
chamou “tempo”.
Era amargurante ver o
desgosto de Mindus. Um dia,
resolveu questionar Clokus:
- Filho, tu que foste primogênito de concepção e amor,
diz-me o porquê do castigo que
deste aos homens, aos quais
sempre servi com tanto carinho!
Clokus só então percebeu
a dimensão de seu ato. Tinha
inutilizado o trabalho de uma
vida inteira de seu pai. Antes,
os homens podiam dividir os
momentos da vida apenas como
bons e ruins, reportando-se ao
passado e ao futuro livremente.
Agora, eram prisioneiros do
ponteiro que Clokus fizera trabalhar incessavelmente, o qual
era impossível parar. E aquilo
passou a ser considerado como
concreto.
Foi então que Mindus
chorou e desapareceu por completo. Clokus, ensandecido,
arrependido da atrocidade que
se deixara cometer, salvou as
lágrimas de seu pai e fez delas
uma fina e triste chuva, que
jogou sobre a humanidade. Em
seguida inanimou-se, sendo
transformado no prisioneiro
supremo de sua criação.
A partir deste dia, todo
mundo tem o poder de recordar
os velhos tempos, de sonhar
com o presente e planejar o
futuro. Porém, tudo em função do tempo de Clokus, que
sempre encurta os momentos
bons e multiplica os infelizes,
como maldição que seu criador
jogou àqueles que se tornaram
escravos de seu ponteiro.
Oriximiná mantém a
Encomendação de Almas
Empenhados em preservar uma tradição tão marcante
quanto o Círio fluvial noturno,
os oriximinaenses mais uma vez
celebraram o ritual da Encomendação de Almas, durante a
Semana Santa. A população tem
consciência do valor turístico da
manifestação, e a idéia é reforçar
esse evento no calendário cultural do município.
Os encomendadores de
almas são homens amortalhados
de branco que cantam altas horas
da noite, com o acompanhamento de matracas, de casa em casa,
orações aos santos e às almas
do purgatório. A cerimônia de
‘encomendação das almas’ é
um costume de origem européia
medieval muito comum em
diversas zonas rurais do Brasil
no séc. XIX. As cerimônias se
realizavam nas sextas-feiras durante a Quaresma ou durante o
mês de novembro, quando um
grupo composto só de homens
cobertos de branco rezava e cantava pelas ruas desertas depois da
meia-noite.
Os rezadores percorrem
as ruas da cidade e param em
frente às residências para orar
pelos mortos. Os moradores
não abrem as portas durante a
reza, porque senão “enxergarão
as almas dos mortos, e receiam
vê-las”. Com os cantigos para as
almas realizam a “recomenda”
ou “encomenda”.
Tradição
religiosa
Os elementos constantes
na prática medieval católica da
encomendação das almas são
as orações declamadas musicalmente em coro, no cemitério e
em frente as casas com mortos
recentes.
A Encomendação das Almas é uma antiga devoção quaresmal exclusiva de Portugal e
das terras por onde os portugueses se expandiram. “Encomendar”, “lembrar”, “apregoar” as
almas ou “cantar às almas” era
uma tradição religiosa bastante
macabra. Altas horas da noite,
os encomendadores, com xales
nas cabeças, cantavam num tom
cavo e lúgubre.
Santarém
sedia pela 1ª
vez encontro
de Comércio
Exterior
Santarém exporta mais de
57 milhões de dólares em produtos pelos portos do município,
de acordo com o Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior. A madeira
e a soja são os principais itens
exportados com lugar no mercado externo. Por conta desta
participação importante da cidade nas exportações paraenses,
foi realizado nos dias 26 e 27 de
abril o I Encontro de Comércio Exterior em Santarém. O
evento aconteceu na Associação
Comercial e Empresarial de
Santarém e tem a promoção da
Comissão de Comércio Exterior
(Comex), sob a coordenação da
Federação das Indústrias do Pará
(Fiepa).
O objetivo do Encontro é discutir temas como a
interiorização das exportações,
assim como divulgar e estimular
a importância das potencialidades da região Oeste do Pará no
cenário do comércio exterior.
Representantes de 12 instituições, que lidam com questões
relacionadas às exportações
paraenses, debateram formas
para dinamizar os mecanismos
no processo exportador, como
tributos alfandegários e estratégias de mercado. “Através da
informação é possível incentivar
os empresários a aumentarem o
número de produtos exportados”, afirma o gerente do Centro
Internacional d e Negócios da
Fiepa, André Reis.
Entre os palestrantes esteve o presidente da Federação da
Agricultura do Pará (Faepa), que
falou sobre o Investe Pará, a rede
de investimentos que está sendo
projetada pela iniciativa privada
e o poder público. O Gerente
de Negócios Internacionais do
Banco do Brasil, Luiz Felipe
Nunes Lopes Tavares, explicou
como funcionam as linhas de
crédito do banco para quem ter
interesse em exportar. Outro
destaque foi a palestra da gestora
regional do Exporta Fácil dos
Correios, Neusa Maria Souza
Oliveira, que mostrou que os
pequenos produtores podem
mandar produtos para o exterior
por correspondência.
Download

Abril