Recife, junho 2012
III-118 - Impactos ambientais e sociais decorrentes da disposição dos
resíduos sólidos na área do Aterro da Muribeca município de Jaboatão dos
Guararapes-PE e Aterro de Aguazinha município de Olinda – PE
Autora: Elvira Cristina Carneiro Mergulhão
INTRODUÇÃO
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
 Produção de objetos de consumo em larga escala
 Introdução de novas embalagens no mercado
 Aumento do volume e diversidade de resíduos
 PROBLEMÁTICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
 Pesquisadores dedicam-se na busca de soluções para a
problemática de resíduos sólidos afim de minimizar os impactos
ambientais
 REGIÃO METROPOLITNA DO RECIFE (RMR)
 Enfrenta sérios problemas causados pela disposição de
resíduos sólidos urbanos
OBJETIVO
Analisar os impactos ambientais e sociais existentes na área
do Aterro da Muribeca no município de Jaboatão dos
Guararapes e Aterro de Aguazinha no município de Olinda, PE
ÁREAS ESTUDADAS:
ATERRO DA MURIBECA
ATERRO DA MURIBECA
Entrou em funcionamento em 1985, como lixão
ATERRO DA MURIBECA
Em 1994 inicia-se um programa de recuperação ambiental
ATERRO DA MURIBECA
Em 1994 inicia-se um programa de recuperação
ambiental
Aterro da Muribeca
Construção: 9 células
Células: 200m x 200m
Altura: 20 a 70m
Programa de Recuperação
Localização: Região Metropolitana do Recife
Área: 60 ha
Volume diário: 3.000 t/dia
ATERRO DA MURIBECA
Estação de tratamento de lixiviado, entra em funcionamento em 2002
ATERRO DA MURIBECA
Monitoramento realizado pelo GRS/UFPE
ATERRO DA MURIBECA
•Catadores cadastrados: 1914
•Catadores Associados : 50
•Concentrados na frente de serviço: 1864
Associação dos recicladores
Conta com a colaboração da ONG SOS Brasil (Belga)
ATERRO DE AGUAZINHA
•Localização: Município de Olinda –RMR
•Área: 19 ha.
•Volume diário: 420 ton/dia
•Início das operações: 1986 (como vazadouro a céu aberto (lixão)
•Recuperação: 1998 / 2004
•Catadores cadastrados:300
•Catadores Associados : 50
•Concentrados na frente de serviço: 250
Foto: Cecília Lins (2004)
ATERRO DE AGUAZINHA
Fotos: Cecília Lins (2004)
Entrou em funcionamento em 1986, como lixão
ATERRO DE AGUAZINHA
Cecília, 2004
Em 2004, inicia-se um programa de recuperação ambiental
ATERRO DE AGUAZINHA
Célula
 Tratamento primário:
recirculação de 50% do
chorume gerado
 Tratamento secundário:
Lagoa de Equalização e
Filtro Biológico
 Tratamento terciário:
Barreiras reativas de solo e
fitorremediação
Fonte: Cecília Lins (2004)
Projeto para construção da ETC
ATERRO DE AGUAZINHA
Foto: Cecília Lins (2004)
Monitoramento realizado no Aterro de Aguazinha (GRS/UFPE)
ATERRO DE AGUAZINHA
Foto: Cecília Lins (2004)
Associação dos recicladores
METODOLOGIA UTILIZADA
Levantamento bibliográfico
 Visitas às áreas comuns aos dois aterros
Obtenção in loco de informações e registros referentes a impactos
ambientais e sociais comuns aos dois aterros
Registros fotográficos
Visitas às associações
Contato com a área administrativa e operacional comuns aos dois aterros
METODOLOGIA UTILIZADA
Aplicação de questionário aos catadores da frente de serviço e da
associação de ambos Aterros (fevereiro a março 2005)
Entrevistas com funcionários de ambos os Aterros (fevereiro a março
2005)
Entrevista com o coordenador do Grupo de Resíduos Sólidos e do
programa de monitoramento dos aterros da Muribeca e Aguazinha
(GRS/UFPE)
Os métodos estatísticos são necessários a todas aquelas situações em que
os resultados não podem ser reproduzidos com exatidão, como é o caso de
pesquisas que envolvem uma população
A coleta dos dados foi efetivada através de questionários contendo
perguntas objetivas
ESTATÍSTICA APLICADA
Para o dimensionamento das amostras referenciadas neste trabalho
fez-se uso da estatística descritiva e inferencial
ˆ
ˆ
Z
.p
.
q
.N
n
2
2
ˆ
ˆ
d
.(
N

1
)
Z
.p
.
q
2
Onde:
N = tamanho da população
d = erro amostral
Z = abscissa da normal padrão
pˆ = estimativa da proporção
qˆ  1 pˆ (1 – estimativa de proporção)
Os cálculos estatísticos utilizados para o dimensionamento das amostras
conferiram nesta pesquisa uma confiabilidade concreta e fiel de 90% nos resultados
finais com uma margem de erro de 10%
ESTATÍSTICA APLICADA
Dimensionamento das amostras
Localidade
Situação
Total de
catadores
Total da
/Amostra
Muribeca
Associados
50
25
Não Associados
1864
41
Associados
50
24
Não Associados
250
33
2214
123
Aguazinha
Total
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Perfil dos catadores do Aterro da Muribeca
Percentual (%)
das respostas
Idade dos catadores da Muribeca
40
30
20
10
0
não associados
associados
18 à25
25 à 35
35 à 45
45 à 55
Idades
Demonstrativo da faixa etária dos catadores do Aterro da Muribeca
Ativa
Falta de oportunidade no mercado
de trabalho (desemprego)
Perfil dos catadores do Aterro de Aguazinha
percentual (%)
das respostas
Idade dos catadores de Aguazinha
50
40
30
20
10
0
Não associados
Associados
18 à 25
25 à 35
35 à 45
45 à 55
Idades
Muitos catadores nasceram e foram criados dentro do próprio aterro,
permanecendo neste ambiente
Presença de mulheres
Facilidade das moradias estarem no entorno do aterro
RESULTADOS E DISCUSSÃO
persentual
(%) das
Respostas
Renda mensal dos trabalhores da
Muribeca
100
Não associados
Associados
50
0
>
< 260
260 à 520
Renda
Associados: melhor remuneração em relação aos não associados
 Presença dos atravessadores, também chamados de deposeiros, presentes nas
frentes de serviço do aterro
 Associados: forma de trabalho mais organizada e assistida (renda superior a um
salário mínimo)
RESULTADOS E DISCUSSÃO Fatores básicos para falta de
interesse e vinculação à associação:
percentual
(%) das
respostas
Renda mensal dos catadores de
competitividade
Aguazinha
100
50
falta de confiança entre si
geração imediata do capital
Não associados
Associados
0
< 260
>
260 à 520
Vinculação em associação
Associação ainda não possui uma
Renda
ainda é muito pequena
organização em nível de associativismo
Renda mensal tanto para os catadores da frente de serviço quanto os associados
faixa de menos a um salário mínimo
Constatada em virtude do próprio interesse dos catadores em vincular-se a
associação
Onde o que prevalece é a lei da oportunidade, ou seja, se a necessidade do momento
exigir, os catadores mesmo associados, vendem seu material no próprio local de coleta
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Percentual (%)
das respostas
Satisfação com local de trabalho catadores de
Muribeca
100
Não associados
50
Associados
0
Sim
Não
Trabalho
Satisfação  100% associados: virtude da organização e da infra-estrutura em que
se encontra a associação
 Não associados:  50% de satisfação.Um dos maiores problemas: atravessadores
que compram o material por um preço inferior ao negociado na associação
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Percentual
(%) das
respostas
Satisfação com local de trabalho catadores
de Aguazinha
100
Não associados
Associados
50
0
Não
Sim
Trabalho
Índice de insatisfação dos catadores da frente de serviço é evidenciado com um
percentual de 62,9%
Relacionado a presença dos deposeiros, atravessadores que se utilizam da
necessidade diária dos catadores para manipular preços inferiores aos praticados na
associação
Associados apresentam-se divididos :50% satisfeitos. Percentual equilibrado
justificado em virtude do catador mesmo sendo associado não sentir obrigação em
vender seu material exclusivamente através da associação, dependendo da
necessidade diária, o catador vende seu material no próprio local de coleta
Análise comparativa da situação dos dois aterros
Alguns critérios:
tempo de funcionamento como aterro controlado
 limite diário de resíduos sólidos recebido
quantidade de catadores presentes em cada aterro
capacidade física da área
 estrutura administrativa
disponibilidade de recursos financeiros dos municípios
 projetos já concluídos e em fase de conclusão
Análise comparativa dos dois aterros
Aspectos, físicos, operacionais e ambientais
Aterro da Muribeca
Trabalho de recuperação é evidenciado na parte operacional
Os caminhões levavam cerca de 40min para descarregar os resíduos,
atualmente esse tempo está em torno de 15min (volume 3000ton/dia)
No aspecto de impactos ambientais, o maior problema ainda se reverte
para minimização dos poluentes líquidos e gasosos
Dentro das observações realizadas, é evidente a urgência da
construção da usina de triagem
Análise comparativa dos dois aterros
Aspectos, físicos, operacionais e ambientais
Aterro de Aguazinha
Tem menor capacidade física, recebendo uma média diária de 400
ton/dia de resíduos, conta com uma verba municipal inferior ao Aterro de
Muribeca e representa o único receptor de lixo da cidade de Olinda
A Prefeitura de Olinda preocupada com os impactos ambientais e
sociais, inicia no Aterro de Aguazinha um projeto de recuperação
ambiental, visando aumentar a vida útil do Aterro
Devido a processos de interdição os projetos foram paralisados e só
voltaram ser retomados no ano de 2004
Hoje o impacto visual que outrora era visível já foi minimizado porém um
fator ainda preocupante são os poluentes líquidos e gasosos
Análise comparativa dos dois aterros
Aspectos sociais
A questão social é um agravante
para ambos os aterros,
tornando-se um dos maiores
problemas enfrentados pelas
administrações
Muribeca
x
Aguazinha
Os dois aterros possuem programas de
erradicação do trabalho infantil, onde os
menores e adolescentes são encaminhados as
respectivas secretarias e introduzidos em
projetos sociais
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com os resultados obtidos neste trabalho evidencia-se que as atividades
de disposição de resíduos:
 geram empregos a diferenciadas faixas etárias
 renda variável entre um a dois salários mínimos
 a maioria dos catadores do sexo masculino (Muribeca)
 presença significativa de mulheres (Aguazinha)
Os impactos ambientais e sociais observados nos aterros são
diferenciados em virtude de:
tempo de trabalho de recuperação ambiental
tecnologias já aplicadas
área útil de cada aterro
projetos já executados
principalmente pela parte orçamentária que cada prefeitura dispõe
para operacionalidade e tratamento dos seus resíduos
AGRADECIMENTOS
 Grupo de Resíduos Sólidos (GRS / UFPE).
 Faculdade Frassinetti do Recife (FAFIRE).
 Prefeitura Municipal do Recife (PMR).
 Prefeitura Municipal de Olinda (PMO).
[email protected]
Praia de Porto de Galinhas -PE
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ESTUDO DE CASO - MURIBECA - Prefeitura municipal do Cabo