TEMPO REAL
12/01/2006
Energia térmica cara reforça argumentos pró-Angra 3, diz Aneel
O alto preço da energia térmica cujos contratos foram fechados no último leilão,
em dezembro, reforçaram os argumentos dos defensores da construção da
usina Angra 3, até então engavetada pelo governo.
O diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman, disse hoje que após o resultado do
leilão, que chegou-se a contratar energia térmica a R$ 139 por MW/h, ficaram
mais fortes os argumentos sobre a viabilidade econômica da construção da
terceira unidade nuclear de geração de energia no País.
Segundo ele, estudos recentes sobre a usina projetam uma tarifa de R$ 140
por MW/h, se não forem considerados os investimentos passados na aquisição
de equipamentos para a nova unidade.
Kelman, que tem voto no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)
como representante das universidades, disse que os estudos precisam ser
analisados a cada mudança de cenário. No ano passado, enquanto ainda
estava à frente do Ministério de Minas e Energia, a ministra Dilma Rousseff,
firmou posição contra o projeto por causa do alto preço da energia.
Já o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, retirou o processo da pauta do
CNPE para elaborar um parecer favorável à construção da usina, em apoio à
posição do Ministério de Ciência e Tecnologia. Na atual composição do
ministério, o assunto ainda não voltou à pauta do conselho.
A construção da usina poderá ter sua viabilidade novamente avaliada pelo
governo no momento em que os contratos de energia térmica (mais cara que a
hidrelétrica) passam a figurar como alternativa mais freqüente para garantir o
abastecimento de energia, já que algumas usinas hidrelétricas encontram
dificuldade de liberação ambiental.
Se sair do papel, a usina terá uma potência instalada de 1.350 MW.
Energia térmica cara reforça argumentos pró-Angra 3, diz Aneel. Agência
Folha, Tempo Real, 12/01/2006.
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