R i o d e J a n e i r o , 1 3 d e a b r i l d e 1 9 6 8 - A n o 15 - NI 8 3 4 C o n v e r s a c o m o leitor T u d o começou quando ela decidiu que sua cozinha precisava de uma nova aparência. Ela escolheu o laminado decorativo marca FORMICA para sua parede e para os tampos das bancadas de pias e armários vermelhos e azuis. Era tão irresistível que ela começou a ficar mais tempo na cozinha do que devia. Então, levou a beleza durável de FORM ICA a todas as peças da casa. Agora sua sala de estar tem uma elegante parede acabada em *Marca registrada da Cyanamid Química do Brasil Ltda. Divisão FORMICA, Caixa Postal 1 0 3 9 , Rio de Janeiro teca asiática. A mesa de café em padrão mármore (que é tão fácil de se limpar) não tem uma mancha de café. Sua mesa de jantar com acabamento em carvalho resiste a altas temperaturas. E você deveria ver seu toucadordeõanos. Está tão brilhante e colorido como no dia em que ela o escolheu. Você não acha que já é tempo de você colocar a beleza de FORMICA em sua vida? [FORMICA laminado decorativo A todas as promessas de carreiras mirabolantes que lhe fizeram, a gaúcha leda Maria Vargas preferiu a glória pessoal e tranqüila conquistada em 1963 com o t tu o de Miss Universo. E, depois disso, a felicidade de um casamento bem pensado, na base do amor. com o jovem acadêmico de direito, José Carlos Athanásio. A cerimônia aconteceu esta semana em Porto Alegre e nossa reportagem lá estava, para acompanhá-la em todas as fases. Nas páginas finais desta edição, apresentamos a belíssima noiva em seu vestido branco (criado pelo costureiro Rui). Nosso principal caderno em cores, no entanto, foi entregue ao romancista Jorge Amado e ao fotógrafo Walter Firmo para um Canto de Amor à Bahia. O cinema brasileiro e suas lutas também nos ocupam e eu recomendo a leitura do texto assinado por Geraldo Mayrink, estudioso do assunto. De Nova Iorque, Murilo Melo Filho enviou-nos, pelo telex, a descrição minuciosa do impacto causado nos Estados Unidos pela desistência do Presidente Johnson de concorrer às próximas eleições. Coube, porém, à morte de um estudante, no Rio, a dramática abertura deste número. Os leitores verão em ampla reportagem os fatos que constituem, atualmente, uma autêntica rebelião universal dos jovens contra governantes que, aparentemente, ignoram os anseios do nosso tempo. JUSTINO MARTINS • EXPEDIENTE EMPRESAS BIOCM 6LOCM C D I I O R I S S A PRESIDENTE: Adolpho Blorh VICE PRESIDENTE Osca. Bloeh Sigelmann - DIRETOR SUPERINIENDENTE: Pedro Jac* Kapellet DIRETOH-RESPONSAVF.L N.-ison Alves DIRETORES A r w m , *it*<io Dincs. Amorno de Padu* LcupoWo de Oliveira, Duceu Torres Nascimento. H W Berimei. I U K Eduardo H u a n e Murilo Meto Filho DEPARTAMENTO DE JORNALISMO - DIRETOR Arnaldo Nrskier MANCHETE OIRETOR Justmo Martins CHEFE D€ REDAÇÃO 2evi Ghrveloer CHEFE DE REPOR l A G t M Raul GiudKelli REDATORES: R Magaltmes Juntor, Jocl Silveira. Cato de F w i l K . Fernando íprlotliro • Narceu de Almeida REPÓRTERES Ledo <wo. Roberto Muggiati. Lats Gama e Silv*. Adelaide r e i "«a. Ibrahim Sued. Vera Rachel Bergstc-.n. Edson Cabral. Cartos Marques. Alberto Shalo»sky. José Rodoiono Camaia. jdynw Negretros. Duivai Ferreira, Fulvio Abramo, L-irtos Acu>0. Henrique Ferreira Nunes. Antônio Temeira Juntor. Aitoenco de S o u » Cruí. Sérgio Ross, E k i Nunes, Deociexiano Rocha e Muni/ Sodrr COLABORADORES Hcnrujin: Pongatti. Pauto Mendes Campos, Pedro Btoth Ctaudurs. Otlo Lara Ki.-sende. Carkts Botelho. Matio Mamns e Ftavw de Aqurno DIVISÃO D t COMUNICAÇÕES: Emanoei dos Santos - DIVISÃO DE FOTOGRAFIA NtcoUu Ore. SUPERVISOR TÉCNICO: Rrchard Sasso --i REPÓRTERES FOTOGRÁFICOS: Gil Pinheiro. Juvenil de Sotua. Gervasio Batista. Carlos Abrunhosa, Antônio Rudge, E v i w Musfcat, Domingos Cavalcanti. Walter Firma Setwüiao Barbosa. Antônio Trindade. Nelson Santos. Felisberto Rogério, Paulo Sr.hcuenítuhi. Hélio Santos. Armando Rosário. Vieira de Queira*. Armando Bemardcs, Sérgio Jorge. Mituo Shíguihara 2ygmunt Haar, Antônio turio. José Castro. Raimundo Costa, Esko Murto. Roberto Stjckert. Thomas Sche.«r, Wilson Lima • Yoshikaiu Aorto SETOR DE ARTE Wilson Passos SETOR DE PESQUISAS Os*akto Corrêa da Sirva - SETOR DE PR0O. JORN i Nelson Sampaio DEPARTAMENTO DE CIRCULAÇÃO Renato Gonçalves de Oliveira - FILIAL DE SAO PAULO DIRETORES Salomão Schvart/man - HaroWo Bariani SUCURSAIS NORTE-NORDESTE femando L U Ü Cascudo - MINAS GERAIS: Odm de Andrade - RlO GRANDE DO SUL Kieber Buhr - BAHIA: Fiávto Cosia - BRASÍLIA- Jader Neves PARANÁ Hetoo José Gonçalves e Geraldo Russ. DCTCRIOR NOVA IORQUE Sérgio Aiheifn Cunha PARIS Ne, SrouieVKh - CORRESPONDENTES PARA Oswaldo Mendes - MARANHÃO José Antônio Moreira CEARA ErtClir Ara*.»" RIO GRANDE DO NORTE Graciano Arruda Câmara - EXTERIOR - ROMA Sérgio Spmelli e ítalo C Sart ALEMANHA . Fldvio Paulo Meurer ESPANHA E m. lio FonU e Lausimar Laus TCHLCOSLOVAQUIA Joseph Volank - URUGUAI: Sara Tmsky - ARGENTINA Jorge Lipscnuí CHILE Oe Abreu PERU Manuel Otnravi PUBLICIDADE DIVISÃO DE PUBLICIDADE DIRETORES EXECUTIVOS: Francisco Augusto do Nascimento • Luu Fernando Pinto Vei,>a FILIAL 0 € SAO PAULO GERENTE GERAL: Arnaldo vrtuiii GERENTE MANCHETE Paulo Poycmha — SUCURSAIS - NORTE-NORDESTE Cara S o u u Leão — RIO GRANDE DO SUL: Edgard Wallau ADMINISTRAÇÃO E REDAÇÃO Rua Frei Caneca 511 Tels 32-4355 e 31-3966 Rio-GB - PARQUE INDUSTRIAL DE LUCAS Rua Cordovil. 520 - Tels JOOS66 e CETEL (06) 9 1 - 0 0 » FILIAL OE SAO PAULO. Rua 2» de Maio. 35 • l l - ° and satãs I 101 1105 - Tels J6-999S 33-5810. 36-4593. 33-9385 a 3 ; 7484 - SUCURSAIS NORTENOROESTE Av. Conde da Boa Vista. 85 - 1 2 ° and. Tel XJD7 _ Recite (PE) - MINAS GERAIS Av. Afonso Penna. 7 2 6 - 1 4 ' and. Tel 4-7107 B e » Horizonte (MG) RIO GRANDE 0 0 SUL: Rua Senhor dos Passos, 235 tofa 5 - T H . 44-744 — Porto Alegre (RS1 - BAHIA Rua Bonifácio Costa. 1 - sala 902 Tel. 3-2568 Salvador (BA1 PARANÁ Rua Marechal Orodoro. 211 - con ( . 805 - T e l 4-3064 — Curitiba (PR) — BRASÍLIA: Setor de industrias GrafKas. Lotes 905.975 - T H 2-8266 IDF) - NOVA IORQUE 245 East 63rt Street ap 30-0 - Tels. 421-9113 e 421-9191 - Teiei: Manchete New Tort «21918 PARIS: 12 Avenue Montamne 2ème « a r e — Tel BALiac t * 4 6 — T a M * Manchete Paris 28240 DISTRIBUIÇÃO Drstntx»oT>ra imprensa Ltda. Rua do Resende. 100 — Tel. 22-8817 Rio d t Jarvtiro GS. Manchete E ASSOCIADA iweaisia COM I I N I A S DO B L O C M COLOR S A n *. - p) w . P n o M a ^ i . / i a . ^ p ^ 1 nchete o dia mais triste da juventude A TRÁGICA DE UM ESTUDANTE 08 m. T§ iÜ mm ; «.- li ir** ' ^0^r- \ % m I ^ÊM Hxv 3 Atí.?>'07&,o.€2l,ACLA/ie,t>.3 No coração do Rio, vinte mil pessoas promoveram, sexta-feira passada, um dos cortejos mais impressionantes que a cidade já viu. A maioria dos participantes eram rapazes e moças. Todos tinham passado a noite em claro, velando um garoto, cujo corpo ensangüentado transportaram nos braços para o saguão da Assembléia Legislativa, pouco depois de êle ter sido baleado num choque dos estudantes com a Polícia Militar, no restaurante do Caíabouço. Enquanto a notícia se alastrava em movimentos de protesto por todo o país, a Cinelândia transformou-se num comício de grandes proporções cuja exaltação ninguém poderia conter e que sequer terminou no cemitério. O estudante Edson Luís Lima Souto, morto aos dezessete anos de idade, teve um enterro de mártir e herói. l9 \ \ \ 1 - W<4 f] T I h-c* 3f - - • #•• JLr>--* - > * SEU m* TTATRo ES: f t&to MUITAS • ZúST/CA 'â S Êle vivia anônimo no Rio, distante da família, ajudando na limpeza do Caíabouço para poder estudar e comer. Logo seu nome correu o pais e sua morte atraiu milhares de pessoas que foram levar-lhe as flores do adeus. . J í u_ 1 »•* -';- ^ VO <0 ' ü <0 vi - > - ^ X 3 k?| o * w .,< r*1 ,H^"' ,J C IvT K' • tv; • ^-t 1 -^ 1 .*» 1 ^ %r JMfi^ 'li * J* ^ ^ 1 »4 • * áf >•% • ^ X V . ^ •. ^ HK * % • ^ A c i d a d e Inteira ctiorou a morte do estudante humilde Enquanto os oradores se sucediam na escadaria da Assembléia, uma multidão desfilava diante do esquife de Edson. 0 caixão, finalmente, saiu para a rua, conduzido pelos estudantes — de um lado a bandeira nacional, de outro o pavilhão vermelho e branco do Calabouço. vr ' ^ %.•** '<.C N è** £>P> /W,^fOX^,0.e£»,ACL.4/lB l P .? A trágica morte de Edson r e a c e n d e u , no Início d o a n o letivo, o problema das greves estudantis — Morreu um estudante, podia ser seu filho! — esta era a frase, repetida em coro pela multidão, durante o cortejo, para os milhares de pessoas que acenavam lenços das suas janelas. Bandeiras, faixas, cartazes e coroas de flores seguiam o esquife na lenta caminhada de mais de duas horas, do centro da cidade até o cemitério, em Botafogo. Já era noite quando Edson Lufs Souto Lima foi sepultado, à luz de velas e de archotes improvisados com folhas de jornais. Pela primeira vez cessaram os gritos. Houve um instante de silêncio. Depois, todos cantaram o Hino Nacional e a melodia da Marselhesa, antes que outros oradores fizessem novos discursos. Quando deixavam o Cemitério São João Batista, em Botafogo, os estudantes prestaram a homenagem final ao colega morto, cantando em surdina a Valsa do Adeus: "No céu, na terra, onde fôr, viverá o nosso amor.. , M -vi Na escadaria da Assembléia Legislativa, gp> 4*/( mo Xft.o. 6 * 1 , 4 c c . 4, ifcf p.£> BP) &KJ, Í 1 I O * Si, ACá.B Prove que você gosta do seu dinheiro: compre camisas H á camisas Tergal esporte. Para você ficar à vontade e passear, namorar, abraçar, não lazer nada, viver. Há camisas Tergal sociais. Para você ficar todo formal e ir a festas, recepções, banquetes, e até trabalhar (ugh!) São gostosas de usar. Macias, macias. E nunca perdem o eaimento impecável. As camisas Tergal agüentam u m a vida de pão-duro: podem ser lavadas hoje à noite e usadas amanhã cedo. E elas são garantidas por u m a etiqueta numerada. 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Paulo O secretário de Finanças da Guanabara, Sr. Márcio Alves, terminava a sua exposição para o plenário da Assembléia Legislativa quando o Deputado Alberto Rajão entrou, anunciando aos gritos a morte do rapaz Naquele momento os estudantes chegavam com o corpo de Edson Luís, carregando também o seu colega Benedito Frazão, ferido, que sangrava muito e estava desacordado. O garoto abriu os olhos — nao me batam, por favor" — e foi levado para o Hospital Sousa Aguiar, enquanto Edson Luís ficava estendido numa mesa, sem a camisa, que era exibida, toda manchada de sangue pelos oradores. Em poucos minutos surgiam velas e os primeiros cartazes. Só de madrugada 'depois de processada a autópsia, foi possível armar o catafalco. A multidão aumentava a cada momento ii Na terrível m a d r u g a d a , E d s o n tornou filho e i r m ã o d o s q u e o choraram 0P? AUt Mo y(q.0.€St,QCi-.4/\&t p. iz. r~ em manchete umárlo O Dia Mais Triste da Juventude . . 4 A Rebelião Universal dos Jovens ,. lf> A Renúncia de Lyndon Johnson .. 24 Maria Teresa, a Visita da Saudade . 28 quem confia mais: o Nordeste na Cesmel ou a Cesmel no Nordeste? Crise Política no Panamá 30 Cagarin — Adeus ao Pioneiro do Espaço 32 Claudia Cardinale 38 Página Dupla 40 V o c ê é quem vai julgar. Antes que se c o m e ç a s s e a construir o N o v o Nordeste, j á havíamos instalado na r e gião uma moderna indústria de estruturas metálicas e c a l d e r a r i a pesada. Paulo Mendes Campos 103 Bonnie e Clyde à Francesa 104 A Nova Moda Antiga 112 A Catedral de Brasília 118 Por sua vez, o Nordeste absorveu nossa produção. Desde logo, passamos a nos antecipar às necessidades da região c o m o apoio do B N B e da Sudene — s e m p r e aumentando nosso parque industrial. E nós c o n t i n u a m o s a nos antecipar às suas necessidades. N o s ú l t i m o s d o i s anos, elevamos de 1 0 0 % nossa capacidade de p r o d u ç ã o . E m agosto p r ó x i m o , vamos ampliá-la de mais 7 0 % : vamos inaugurar, em Recife, a Cesmel Nordeste. A verdade é que c r e s c e m o s nesse r i t m o (e o Nordeste sempre teve suas necessidades atendidas) p o r q u e entre nós se forjou sólida confiança mútua. 42 Canto de Amor k Bahia 44 A Nova Eahia Começa a Aparecer . 66 Posto de Escuta 80 Porque Briga o Cinema Brasileiro . CESMEL 84 A Volta ao Mundo de Mathieu . . . . 122 — PIONEIRA DA INDÚSTRIA P E S A D A NO N O R T E D O BRASIL. O Nordeste continuou a absorver nossa p r o d u ç ã o . Henrique Pongetti SALVADOR: Rua Miguel Calmon, 59, 6.' andar. tel. 2-2874 (Escritório Central). RECIFE : Rua da Concórdia. 153. conj. 701. tel. 4-5902 RIO: Av, Presidente Vargas. 542 conj. 1506, tel. 43-5074 Duda Disse Oai 128 Britt Eklund Escolheu a Liberdade . 132 A Grande Feira 138 Jean Rostand — Este Homem Ê um Bruxo 144 Uma Pista para o Concorde Truman Capote, Quando Notícias que Valem Manchete 163 165 Vida e Luta Severina 168 O Mundo em MANCHETE 172 A Noiva Mais Bonita do Universo . 176 Claudius nOÍTlSílCe • Acho pouco o prazo até junho para concorrer ao Prêmio Bloch de Romance. — Edno Cornélio — Campanha, MG. • Infelizmente, o regulamento não poderá ser alterado. UireitOS autOrSIS • Q S autores brasileiros ganham qualquer espécie de royalties pela transmissão das suas músicas nos Estados Unidos? — Margarida Maria Castilho de Freitas — Boston, Mass. — EUA. • Recebem, sim, por Intermédio da sociedade de direito autoral a que se filiam, ou através dos seus editores. Ainil3 0 retrato • Remetemos um exemplar da edição "Retrato do Brasil" à engenheira Neusa Monteiro de Arruda Juliano, que participou do li! Curso de Aperfeiçoamento para Mulheres de Liderança, patrocinado pelo Departamento Técnico d a OEA, em São José da Costa Rica. A revista foi colocada em destaque no painel do Brasil e mereceu detido exame, com efeito excepcional, permitindo à nossa representante receber os melhores elogios. — Antônio da Silva Victor — Uons internacional — Distrito L-4 — Sáo Paulo, SP. rOtOgrSTiaS • Desejaríamos receber fotografias de Jerry Adriani. Wanderléia, Roberto Carlos e Guto. — Nilce, Etizabeth e Maria Helena — Fortaleza, CE. • Não podemos atender a pedidos de fotografias. Queiram se dirigir diretamente aos cantores. 182 Nossa capa: o corpo do estudante Edson Luís é conduzido por seus companheiros, ao iniciar-se o enterro que comoveu o Rio de Janeiro, na última sexta-feira. (Foto de Orlando Abrunhosa.) É tão fácil instalar em sua casa um G A R A S U L . Fácil e muito mais econômico do que em geral se pensa. Supereconômico, se V. pensar na vida do seu carro, na beleza dele, no valor da revenda. Há vários tipos e marcas de abrigos para automóveis,claro; Acontece que somente G A R A S U L é totalmente escamoteável, praticamente desaparece, quando não está em uso. G A R A S U L é ultra resistente, feito com... P.V.C rígido, alumínio esmaltado.e chapas galvanizadas esmaltadas. Cores ã sua escolha, todas muito bonitas. oUgeSTOeS • Gostaria de ver uma reportagem ampla sobre a capital do Paraná. — Regina Maria — Rio, GB. Em visita ao Peru, imaginei com que deslumbramento os brasileiros receberiam das câmaras mágicas de MANCHETE as maravilhas que lá pude admirar. — Dislau J. Baranowsky — Belo Horizonte, MG. Estou esperando uma reportagem sobre The Monkees e The Supremas. — Paulo Roberto E. Lucas — Copacabana, Rio. Sugiro para cada semana uma reportagem com um grande nome da nossa música popular — Elis, Edu. M. Medalha. Nara, Chico, Vinícius, etc. — Edna Miranda — Belo Horizonte, MG. Escrevo-lhes pela sétima vez, com a mesma finalidade: pedir uma reportagem sobre Ronnie Von. — Norma M. dos Santos — São Pauto, SP. • Sugestões anotadas. Quanto aos grandes nomes da música popular, eles tèm sido focalizados sempre que há oportunidade para isso. Discos o Crime Compensa Você não acha ? 152 se sente bem -protegido em sua casa - sabendo que o seu carro está lá fora, tomando uma chuva -daquelas ou queimando a pintura num sol de t o r r a r ? voadores • N ã 0 n á n o B r a s i | u m a s o r e v i s t a espe_ cializada nesse assunto, enquanto em quase todas as nações do mundo existem diversos magazines que divulgam e comentam os fenômenos ocorridos com os "misteriosos objetos aéreos não identificados". Temos, porém, várias organizações civis, onde existem arquivados centenas de casos e relatórios sobre aparições verídicas dessas estranhas espaçonaves. Sugiro-lhes -que lancem uma nova revista, que poderia chamar-se Discos Voadores, ou então Enigmas do Espaço. — José Roberto Nogueira Uma — Fortaleza, CE. • Gratos pela sugestão, mas os discos andam muito sumidos, pelo menos no Brasil. D e t a l h e s muito importantes: GARASUL ó fornecido direta- mente da fábrica e m vários t a m a n h o s e tipos diferentes. O F E R E C E M O S grande facilidade de p a g a m e n t o e pronta entrega, e m todo o país. Ê O Ú N I C O c o m g a rantia. ACEITAMOS representações em todo o pais. Argentina 9 Tenho a grata satisfação de dírigir-me aos senhores, a fim de fazer-lhes chegar em nome do Consulado Geral da República Argentina, minhas mais calorosas felicitações pelas fotografias e comentários sobre meu país, publicados no último número de MANCHETE. Quero destacar também que a reportagem realizada pelos senhores, com tão alto grau de perfeição, ajuda a um melhor conhecimento entre ambos os países e maior união entre os povos, ideais com que está intimamente identificado este Consulado Gerai em São Paulo. Norberto de Elizalde — Consulado Geral da República Argentina — São Paulo, SP. LIZ TaylOr • Quero expressar meus agradecimentos Dela magnífica reportagem sobre Elizabeth Taylor. Era a reportagem que eu esperava. Pena que não tenham publicado uma fotografia do casal Burton na capa da revista. — Êlcio Pedrosa — Belo Horizonte, MG. GARASUL ó mais um excelente produto de toldos sula m é r i c a Esto e m p r e e n d i m e n t o conta c o m financiamento d o B a n c o do Nordeste d o Brasil e c o l a b o r a ç ã o d a Sudene Itda Fábrica e Escritórios; Rua Tereza, 134 fones: 92-7451 e 92-9983 São Paulo '5 gfm 14 REBELIÃO UNIVERSAL DOS JOVENS g>p> AKJ P I ' O X ^ . O . £ S I ,ACL .4/|6 4 5# IA Md, Pi 10 X^.O "Que podemos fazer neste mundo que vocês fizeram? Em nome de quê, tendo em vista o resultado revoltante de suas ações e de suas omissões, vocês pretendem nos dar conselhos e ordens?" Em Roma e Londres, em Praga e Berlim, em Berkeley e Varsóvia, em Madri, em Nanterre e no Rio de Janeiro, perguntas como estas tiram o sono dos líderes do mundo. Pela primeira vez eles começam a admitir que os protestos estudantis não mais se originam na secular rebeldia dos jovens. Para alguns, trata-se de algo inteiramente novo. Nos países capitalistas e nos comunistas, nos países democráticos e nos totalitários, os cassetetes não conseguiram reprimir as manifestações. I Um policial salta sobre um cartaz em chamas e se atira sobre o grupo de estudantes que se manifesta em protesto contra a guerra no Sudeste da Ásia. 16 Jovens Dois poli flamengos e valões lutam na Universidade ciais prendem um estudante. Um terceiro local, sorri. EUA Um policial agride um negro surpreendido ocorridos na semana passada. Os negros ao saquear uma loja durante os conflitos raciais resistiram à polícia com pedradas e pauladas. 17 ? m VÍíV < /w.p>»o;i 3.o..cs/.4CL.4/i8,p.i: /S1T x estudantes estão se formando classe social independente e x i g i n d o p a r t i c i p a ç ã o na política e na a d m i n i s t r a ç ã o A '**Vw**'is&g \ 'k • # < ( '"TPUDO se passa como se os jovens -•" formassem, hoje, uma classe social à parte, com sua linguagem, sua solidariedade, seus deveres e suas obrigações próprias. E o poder estudantil que começa a impor sua presença. O sentido deste protesto varia. A liberdade que os estudantes pedem na Polônia é diferente da que pedem os dos Estados Unidos. Na Itália, querem a reforma universitária. Na Tchecoslováquia, maior liberdade de expressão. Na Inglaterra, pedem maior participação na -política. Um fio comum entrelaça todos os movimentos: eles querem derrubar o establishment. Nos quatro cantos do mundo, tentam demonstrar que se sentem sufocados no universo criado pelos seus antepassados. Conforme observou há pouco um professor francês, os jovens se sentem "demais" neste mundo que consideram superado. "É como se transbordassem", explica êle. Os protestos têm um caráter eminentemente nacionalista. O antiamericanismo é flagrante na maioria dos movimentos, como também — do lado socialista — as críticas à ação da União Soviética tornam-se dia a dia mais insistentes. Embora o noticiário da imprensa dê ênfase maior aos protestos de cunho internacional e político (guerra do Viena, morte de Guevara etc.)» e m toda parte a rebeldia tem começado na insatisfação com as próprias escolas. "A esclerose universitária é a doença número um da Europa", declara o Professor Jacques Monod, Prêmio Nobel francês. Suas palavras seriam endossadas pelos professores latino-americanos, asiáticos ou mesmo norte-americanos. Jean Daniel, jornalista francês, escreve que o primeiro protesto nasce no momento em que o estudante desconfia do que lhe ensinam. Antigamente, a destruição de mitos era, sobretudo, literária. O direito de desafio e protesto estava nas mãos de alguns grupos que faziam dele uma profissão, Mas mesmo os mais revolucionários concediam à idade um valor, e a experiência era sempre uma virtude. O patriarca devia saber tudo, o homem maduro ter todo o poder. *z&. • Wí • *» * ^ *- * 'K •I ^ ^ V r i X V ^ * * * J H • £ k * * S S Udan S cam anha ? J ', !f ?? J> Pela democraaa e desarmamento protestam, em Frankfurt, contra a presença dos soidados no Vtetna. Na Alemanha, os estudantes são liderados por Rudi Dutschke, que despreza tanto os partidos clmunistas coZ norte-americanos oscons^adorel —- — ——— * +* *r • Essa condição privilegiada dos velhos é hoje rejeitada em bloco. Nos Estados Unidos, a grande sensação dos meios estudantis não é mais o sábio erudito, mas o Professor Marshall McLuhan, o homem que coloca em dúvida todo o conhecimento adquirido através do pensamento linear, cartcsiano e livresco. Outro líder dos estudantes americanos, Herbert Marcuse, é solidário com a "rebelião total". TC Este jovem negro participou da marcha de Luther King, em Memphis, e estava preparado em espirito e- em armas. '8 FRANÇA Em Paris, após a realização de uma passeata reprimida pela policia, estudantes surpreendem um guarda e tomam-lhe es armas. • £>*> 4A7, fttO*^.O. e £ i , A C L sempre admoestados, começam a enfrentar a polícia com as Para êle, os jovens têm o dever moral de desacreditar num sistema de valores que tende a absorver e uniformizar tudo. Se nos países pobres os líderes protestam em nome da miséria, Marcuse ergue sua voz "contra a prosperidade, o luxo e o desperdício, contra as contradições de uma sociedade que encoraja artificialmente o consumo do supérfluo, e não sabe como prover às necessidades mais fundamentais de enormes camadas da população". A juventude descrê nos seus líderes, ou simplesmente deixou de admirá-los. Daí à angústia vai apenas um passo. A angústia cria um sentimento de impotência e de esmagamento cuja saída mais tentadora é a violência. Mesmo nos países "duros" — Espanha, Argélia, Egito — o desafio do protesto vem sendo aceito pelos estudantes. Os japoneses tiveram pelo menos oito batalhas campais com a polícia, nos últimos seis meses, com 545 feridos, 1.350 prisões e cerca de 3 mil policiais machucados. Na Itália, o protesto geral contra a estrutura da universidade dividiu-se: os próprios estudantes, separados em esquerdistas e direitistas, lutaram entre si no meio da rua e em todo o país, paralisando completamente as atividades em 33 faculdades. Na Espanha, o governo mantém uma associação estudantil que controla mas não pode evitar o choque desta com várias outras organizações, clandestinas e contrárias ao governo. Nos países socialistas as rebeliões estudantis eram mais ou menos freqüentes até 1956, ano do levante de Budapeste, esmagado pelos russos. Durante muitos anos os estudantes limitaram-se aos protestos "oficiais", aprovados pelos governos, até que as recentes campanhas contra o ex-Presidente Antonin Novotny, na Tchecoslováquia, e a ocupação de universidades na Polônia trouxeram-nos de novo à linha de frente. 20 ITÁLIA Esquerda e direita se digladiam na Universidade de Roma. Os feridos no conflito político foram atendidos na Cruz Vermelha. i" • ÜJj^ ^ I J * 0 ^ % A policia, com roupas de pioteção, usa soVer comido contra a guerra, na Universi t assetetes para disdade de Wisconsin. No Ocidente, certos professores liberais mostram-se alarmados com a "politização excessiva" destes movimentos. Em outras palavras, eles admitem o protesto, "dentro de certos limites", mas não parecem dispostos a aceitar "a anarquia total". O Professor Norberto Bobbio (cujo filho, Luigi, foi preso durante manifestações na Universidade de Roma) elaborou um estudo da crise estudantil. "Desde o começo, eles (os estudantes) adotaram uma posição política de contestação geral da sociedade. Só no fim de um mês de ocupação das salas de aula é que começaram a elaborar seus programas de reivindicações e de reestruturação da universidade. Num seminário de ideologia política, descobrimos que não havia um único estudante que não tivesse idéias ou uma estrutura mental do tipo marxista." Nem um. No entanto, o documento revela que entre os estudantes havia católicos, religiosos de várias tendências, burgueses conservadores e membros do PC. O que êle chama de "pensamento do tipo marxista" é o que une a quase totalidade destes estudantes: recusa global do capitalismo, dos valores de consumo, de toda autoridade e hierarquia, desprezo às "superpotências bárbaras" (EUA) e às "superpotências prudentes e conciliadoras" (URSS, o PC). Chamam-se de "nova esquerda" e que* rem criar o "poder estudantil". Mas a imprensa italiana afirma que nem o PC, nem as facções trotsquistas, nem as da linha chinesa conseguiram capitalizá-los. Em Los Angeles, a jovem hippie enfrenta o poder real concentrado nas mãos do guarda. Ela pedia paz. 4/l6.*.IÔ gp> AAi.aio v 5 ? . o . e s / , ^ c L . 4 / i » . p . ^ válidas: canções, cartazes, espetáculos. No corpo-acorpo, as batalhas podem acabar de modo imprevisto INGLATERRA Vanessa Redgrave, na poria do primeiro-ministro, canta o seu protesto. A juventude de hoje está encurralada entre os computadores e a revolução armada. Ela vê o fracasso das ideologias, a imobilidade instalada e se sente prisioneira dos homens que viveram a guerra que ela não viveu. "Chamo de agitador a um estudante que agita", declara simplesmente um chefe de policia. Mas, ainda assim, seria preciso descobrir o sentido desta agitação. Um mundo sem guerras, sem fome, sem burocracia e sem favoritismos ofereceria menos clima à agitação. Mas poderia realmente acabar com ela? Jean Daniel, na sua análise dos movimentos estudantis, dá uma resposta desaJentadora: "No universo hierarquizado, administrativo, burocrático e estruturado, onde a espontaneidade se torna uma doença oferecida aos psicanalistas, a iniciativa um reflexo estudado por economistas, a opinião um pretexto para sondagem, e nosso lugar no mundo um pretexto para planificação, um jovem que dá seus primeiros passos na vida tem todas as razoes para temer que o enterrem antes que êle viva. Só então descobre a violência, o desafio, a intransigência." Em outras palavras, Gomulka está tão superado em Varsóvia como Johnson nos EUA. Para os jovens, eles são os representantes de um mundo que não lhes interessa. A desestalinização nos países do Leste tem o mesmo sentido dos protestos que regem estudantes americanos ou italianos. Ê difícil dizer que seguem um movimento político específico. Ao contrário, a pluralidade de opiniões nestes movimentos é evidente. Eles desafiam os donos do poder porque não querem viver num mundo para o qual não foram chamados a reconstruir 0 protesto contra a guerra do Vietnã, em Londres, termina, melancòlicamente para esta moça. 2? BP> A*i,mo x^.o.esi f ^cL.4/i8 # p x 2, &?> 4sJ,P>,o *a-0.6£itACL.qífòt?tà Em mangas de camisa, de colarinho desabotoado, o Presidente O clieffe cio g o v e r n o a m e r i c a n o c a u s o u e n o r m e impacto d e costa a costa dos Estados Unidos, anunciando a sua decisão de n ã o concorrer ã reeleição para a Casa Branca e suspendendo os b o m b a r d e i o s a o Vietnã d o Norte MURILO MELO FILHO informa, de Nova Iorque, pelo telex A RENUNCIA DE «JOHNSON Foros AP e Black Star Oitenta milhões de norte-americanos, colhidos de surpresa, ouviram, estarrecidos, a comunicação feita pelo Presidente Lyndon B. Johnson, através de enorme cadeia de televisão, sobre a sua decisão de não concorrer à Convenção do Partido Democrata, como candidato a candidato ao próximo período de governo. A estupefação foi geral, pois ninguém contava com tão súbita desistência, nem com tão dramático discurso. Os comentaristas políticos, que logo depois o sucederam no vídeo, confessaram-se completamente atordoados com a decisão de Johnson. • M chegou a dizer: "Depois disso, só nos resta ^ ^ ir para casa e repousar a cabeça num travesseiro. Estamos por demais chocados e aturdidos. É impossível raciocinar agora sobre fato tão imprevisto . " A imagem que se apresentou aos olhos dos telespectadores, da costa do Atlântico à costa do Pacífico, foi a de um homem extremamente cansado, marcado pelo esgotamento, envelhecido por mil e uma atribulações. Sua fisionomia bem espelha seus quatro anos de exercício do poder, em meio a turbulências que vão desde os choques raciais no interior dos Estados Unidos às provações da prolongada guerra no Sudeste asiático. Seu rosto vincado de rugas e a profunda emoção com que ele falou, chegando, por vezes, até as lágrimas, sensibilizaram inúmeras áreas da opinião norte-americana, sobretudo no campo feminino. A fala presidencial de domingo durou quarenta minutos e foi proferida em VOZ grave e solene, sem a despreocupação e o tom mais ou menos casual de outras palestras. Johnson tinha o discurso escrito à sua frente, mas falou todo o tempo olhando diretamente para as câmaras de tevê, graças aos dispositivos, providos de lentes especiais, usados para projetar o texto n u m painel, por trás dos aparelhos que captam as imagens. Improvisou, no entanto, a frase final, pedindo a Deus para que abençoasse todo o povo norte-americano. Por toda parte, cruzavam-se as perguntas: porque teria Johnson tomado tal decisão? Constara, 24 há um mês, de maneira um tanto vaga, que essa poderia ser a sua atitude, mas ninguém tomara tal hipótese ao pé da letra. Só há três dias — sabe-se agora — ele se fixara definitivamente nesse ponto de vista, conhecido apenas por poucas prssoas: os Secretários Dean Rusk, Clifford, o Vice-Presidente Hubert Humphrcy, o ex-Secretário Robert McNamara, Lady Bird e seu secretário particular. Pergunta-se, agora, se a sua atitude teria sido tomada cm razão da crescente popularidade das candidaturas dos Senadores Robert F. Kennedy C Eugene McCarthy nas eleições primárias, ou se em conseqüência do declínio de seu próprio prestígio. Ou, ainda, se por ter a saúde abalada ou por estar desgostoso com a impopularidade de que se cercou pelos rumos que imprimiu à guerra do Vietnã. T P A L V E Z fosse mais justo atribuir a sua decisão à soma de todas essas causas e, ainda, à previsão de que os distúrbios raciais, no verão deste ano, poderão ser ainda mais violentos que os do ano passado. Nas pesquisas da opinião pública, o indice de sua popularidade, como presidente, considerados os mais diversos aspectos da administração federal, desceu ao ponto mais baixo, desde a sua ascensão ao poder, no dia da morte do Presidente Kennedy. Foi de apenas 36 por cento, contra um índice de desaprovação de 52 por cento c de 9 por cento o de pessoas sem opinião formada. Lyndon Johnson trabalhou durante várias horas, no Cabinet Room da Casa Branca, no histórico discurso que pronunciou no domingo passado. 4A/\ 4 i o M. Ò>Ç$r,ACl. 4-/(6, fct2S BR> Ad,P>ic X ^ . C e S l . A C L ^ / i ô K i 4 a Inesperada renúncia de L B J , tudo Indica que a luta eleitoral deste ano nos EUA venha a ser travada entre Rictiard Nlxon Robert F. Kennedy O que se refere ao caso particular da guerra do Vietnã, esse índice é ainda menos elevado: só 26 por cento da população norte-americana apoia os rumos por êle dados ao conflito, ao passo que 63 por cento o desaprovam e 11 por cento não têm opinião formada. Tais pesquisas foram fornecidas à imprensa precisamente no sábado passado e nesse mesmo dia eram conhecidas do público Cos jornais dominicais começam a ser vendidos na véspera, à noite). Os jornais insistiam em que "a popularidade do Presidente Johnson chegara ao ponto mais baixo". Ao mesmo tempo, também anunciavam que o Senador Eugene McCarthy era favorito absoluto na convenção primária do Estado de Wisconsin, "onde deverá derrotar Johnson e conquistar uma sólida maioria de delegados, na próxima terça-feira". O Senador McCarthy estava discursando num comício em Milwaukee, quando os jornalistas lhe comunicaram a desistência do Presidente Johnson. Quando êle, por sua vez, a transmitiu à assistência recebeu uma prolongada ovação. Imediatamente, declarou o Senador McCarthy que essa desistência não o levaria a alterar qualquer dos slogans de sua propaganda, muitos dos quais fazem veementes críticas à atual administração. Disse, porém: "Sempre fui amigo pessoal de Johnson, e sua atitude, de grande nobreza, clareia o ambiente político e propicia a reconciliação do nosso povo." O outro postulante do Partido Democrático, Senador Robert F. Kennedy, estava chegando ao aeroporto de Nova Iorque, vindo de um comício que realizara em Phoenix, no Arizona, terra de Barry Goldwater e o décimo-quinto estado que êle visitou em duas semanas de campanha. Ao receber a notícia, Bob Kennedy se recusou a fazer, no momento, qualquer comentário, declarando que se reservava para abordar o assunto no dia seguinte, quando falaria numa cadeia de rádio e de televisão. E, com sua esposa, dirigiu-se imediatamente para o seu apartamento, localizado num edifício recém-construído nas proximidades das Nações Unidas. Um repórter do New York Times, John Herbers, que o acompanhou nessa excursão de propaganda, ficou entusiasmado com a receptividade do nome de Bob. Disse êle que, na primeira das duas semanas, o Senador Kennedy falara a auditórios que totalizavam cerca de 250 mil pessoas, além de ter mantido contato pessoal com vários milhares e alcançado milhões através do rádio e da televisão. O mais provável candidato à Presidência pelo Partido Republicano, Richard Nixon, estava chegando ao aeroporto La Guardiã, em Nova Iorque, a caminho de seu apartamento, na Quinta Avenida, quando soube da atitude presidencial. É disse logo: "É inacreditável. Nunca esperei que Johnson entregasse tão facilmente a vitória na Convenção Democrática a Bob Kennedy. 26 O que êle fêz, na verdade, foi dar a este a indicação, numa bandeja. Mas ainda assim creio que a luta entre eles será acalorada. Não me surpreenderei se o vice-presidente Humphrey quiser agora ser candidato." Há também quem argumente com a hipótese de uma manobra de Johnson, como velha raposa política, jogando no pano a sua renúncia e mostrando que nada quer, para comover as bases partidárias com esse gesto de desprendimento, a fim de que estas lhe imponham a candidatura, na convenção de julho. Isso seria, entretanto, um caso inédito na politica dos Estados Unidos. Não há exemplo de uma palavra presidencial, testemunhada por milhares de pessoas, deixar de ser cumprida. O próprio Johnson declararia mais tarde, aos jornalistas, já de camisa azul de gola roulée e comendo pudim de chocolate, que a sua decisão era definitiva. Na véspera, Johnson mandara suspender os bombardeios ao Vietnã do Norte em 90 por cento do país, para reduzir as proporções do conflito e reabrir as negociações de paz. Esses bombardeios ficaram limitados a estreita faixa vizinha da zona desmilitarizada. Afinal, depois de um período de obstinação, êle optou pela "desescalada", tomando a primeira medida concreta no sentido há longo tempo advogado por U Thant, secretário-geral da Da janela de baixo, Jackie Kennedy e John Júnior viram Bob passar sob grande aclamação. ONU, e pelo Papa Paulo VI. Se a ofensiva de paz que ora recomeça der resultado, terão desaparecido as principais objeções do eleitorado norte-americano contra êle, que estaria em condições de atender aos apelos das bases partidárias, renunciando à renúncia, para pleitear novo mandato presidencial, Mas existe o risco de ser considerada tardia essa atitude, agora que os vietnamitas do norte podem achar que o curso da guerra está a seu favor. De qualquer modo, a palavra está agora com Hanói, que sempre clamou pela cessação dos bombardeios como o passo inicial indispensável a qualquer começo de negociações, Johnson frisou: "A área em que estamos suspendendo os nossos ataques abrange quase 90 por cento da população do Vietnã do Norte e a maior parte de seu território. Assim, não haverá ataques nas áreas populosas principais e nas áreas produtoras de alimentos. Mesmo esse bombardeio limitado pode terminar brevemente, se nossa contenção for imitada por Hanói. Todavia, não posso em sã consciência cessar todo o bombardeio, sem colocar imediata e diretamente em perigo a vida dos nossos homens e dos nossos aliados. Se uma cessação completa dos bombardeios se tornar possível no futuro será determinada pelos acontecimentos." Johnson frisou esperar um gesto de compreensão de Ho Chi-Minh, no sentido de fazer cessar a infiltração de guerrilheiros entre os sul-vietnamitas. "Peço que as conversações sejam iniciadas prontamente e que sejam conversações sérias, sobre a substância da paz." O Presidente Johnson falou longamente sobre as operações do Sudeste da Ásia, para rebater as principais críticas feitas por personalidades como Bob Kennedy e outras, que acusavam o governo do Vietnã do Sul de não mobilizar seriamente as reservas humanas desse país, enquanto a mocidade norte-americana morria e se cstioLava cm Khe Sanh. i ^ E F E N D E U o governo do Presidente ^ ^ Thieu e disse que a contra-ofensiva dos vietcongues fracassara completamente, pois as cidades assaltadas estavam agora sob o controle dos EUA e de seus aliados. Estava, porém, disposto a salvar as vidas de homens bravos e de mulheres e crianças inocentes. E declarou: "Esta noite, conclamo a Inglaterra e a União Soviética — como co-presidentes das conferências de Genebra e membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas — a fazerem todo o possível para que caminhemos do ato unilateral de cLesescolação, que acabo de anunciar, para a paz verdadeira no Sudeste da Ásia, Agora, como no passado, os Estados Unidos estão prontos a mandar os seus representantes a qualquer fórum, a qualquer momento, para discutir os meios de pôr fim a essa guerra." Revelou que, por seu lado, já se adiantara: "Estou designando um dos nossos mais ilustres cidadãos, o Embaixador Averell Harriman, meu representante pessoal para tais Falando aos tcrnalistas, no Jardim das Rosas na TV sobre o problema do Vietnà. mas nada da Casa Branca. Johnson snunciou-lhes que ia falar adiantara sobre a decisão de renunciar à sua candidatura Richard Nixon mostrou-se surpreso e achou que as vantagens no Partido Democrático são para Robert F Kennedy. Eugene J. elogio para McCarthy teve palavras de LBJ ao saber da renúncia. O Senador Robert F. Kennedy, aclamado durante a sua campanha de duas semanas, através de 15 estados. A eficiente equipe que assessorou o Presidente Kennedy está a postos para trabalhar por èle. conversações. Alem disso, solicitei ao Embaixador LJelwellyn Thompson, que veio de Moscou para consultas, que fique disponível, a fim de juntar-se ao Embaixador Harriman em Genebra ou em qualquer outro local escolhido, tão cedo quanto Hanói concorde em uma conferência. Conclamo o Presidente Fio Chi-Minh a responder positiva e favoravelmente a esse novo passo em direção da paz. Se a paz não vier por meio de negociações, virá quando Hanói compreender que a nossa decisão comum é inabalável e o nosso poderio comum é invencível." Para não dar a impressão de que fa/ia as aberturas de paz por fraqueza, Johnson acrescentou, a essa declaração, a de que os Estados Unidos e seus aliados já tèm no Vietnã 600 mil combatentes, para dar ajuda aos 700 mil soldados sul-vietnamitas. Falou longamente sobre os recursos ali acumulados, mas ao fim disso \oltou ao tema da paz, "essa paz que um dia porá fim ao derramamento de sangue, essa paz que permitirá àquele povo reconstruir e desenvolver o seu país e que também permitirá que nós voltemos a dedicar nossos esforços plenamente às tarefas nacionais". | L J A parte final do discurso Johnson disse que, quando uma tragédia o levara ao poder, pedira o auxílio do povo e 'de Deus, para que pudesse manter os EUA no seu rumo, curando as suas feridas, corrigindo a sua história, marchando para uma nova unidade. E disse: "Unidos, temos mantido esse compromisso. E por todo o porvir acredito que os EUA serão uma nação mais forte, uma sociedade mais justa, uma terra de maior oportunidade e satisfação, em razão do que todos fizemos juntos, nestes anos de realizações sem paralelo. Nossa recompensa virá na vida de liberdade, de paz e de esperança, que nossos filhos desfrutarão pelos anos afora. O que obtivemos, com o nosso povo, unido, não pode agora ser perdido com suspeitas, desconfianças e egoisrnos políticos. E, acreditando nisso, conclui que não deveria permitir que a Presidência se envolvesse nas divisões partidárias que se estão desenvolvendo neste ano político. Com os jovens norte-americanos nos longínquos campos de batalha, com o futuro dos EUA desafiado dentro de nossa própria pátria, com as nossas esperanças e as esperanças do mundo, com a paz, em jogo todos os dias. não creio que possa dedicar uma hora sequer a nenhuma causa partidária, ou a qualquer outra tarefa que não sejam as imensas tarefas desta função — a Presidência de vosso país. Assim sondo, não buscarei e não aceitarei a indicação de meu partido para outro período como vosso presidente. Mas que todos os homens, em toda parte, saibam, no entanto, que uma América forte, confiante e vigilante w levanta disposta, esta noite, a alcançar uma paz honrosa e a defender uma causa nobre, qualquer que seja o preço, qualquer que seja o fardo, qualquer que seja o sacrifício que esse dever possa exigir. Agradeço-vos pela atenção. Boa noite. E Deus vos abençoe a todos." 27 BP> &P> / W , P i i O X ^ - 0 . £ ^ ) , ^ C L . 4 / i 6 , f . ^ 5 Maria Teresa A VISITA DA SAUDADE Reportagem de Sérgio Ro*~ • Fotos de Wilson Lima e Hajimo Hirano O povo que se comprimia na porta da igreja de São José, no casamento de leda Maria Vargas, aplaudiu a chegada de D. Maria Teresa Goulart. Ela sorriu e agradeceu discretamente. Ao seu lado, João Vicente, muito crescido e bonito. Foi por causa do filho, que até então não conhecia Porto Alegre, que a ex-primeira dama dilatou a sua permanência no Rio Grande além das 40 horas anunciadas ao desembarcar. — É sempre bom, no exílio, receber atenções de amigos — disse ela, referindo-se ao convite para o casamento de leda Maria Vargas. Nestas horas, uma palavra toma contornos excepcionais. Nem todos cultivam 4 amizade dos que não têm poder. Na segunda vez que vem ao Brasil desde o inicio do exflio no Uruguai, D. Maria Teresa levou João Vicente às compras — um presente para o pai, outro para a irmã Denise, livros e gramáticas de português —, sempre reconhecida na rua por gente que a cumprimentava. Surgiram inúmeros convites para jantares. almoços e festas, todos recusados amàvelmente. A mãe, uma parente e o Sr. Valdir Borges, advogado de Jango, faziam-lhe companhia no hotel ou nos passeios em Porto Alegre, que João Vicente percorreu com muita curiosidade, sem esquecer o futebol. E às perguntas sobre o regresso definitivo ao Brasil, uma resposta sucinta: — Meu marido decidirá da oportunidade. Enquanto isso, cultivamos nossas saudades. i ) -f Os passeios em Porto Alegre foram feitos com a maior discrição 28 e a companhia exclusiva de poucos familiares. I fiAi.ftioxq.o.ezi.^tL^he^.ub Partidários de Árias se regozijam com o "ímpeachmenf Com rifles que disparam granadas, a Guarda Nacional dispersa o povo. 30 Uma onda de agitação varre o Panamá. A crise atual é a mais grave ali ocorrida, desde que essa antiga província colombiana se desmembrou, para emancipar-se, quando o Congresso Nacional, em Bogotá, recusou aos Estados Unidos a concessão do canal que hoje liga o Atlântico ao Pacífico através do istmo panamenho. COM DOIS PRESIDENTES Fotos AP, Via VARIG -í9 de Robies. Emb.; um guarda naciona! pronto para usar gás lacrfmejante. Tudo resultou do recente acirramento da luta pela presidência, entre o candidato oposicionista Dr. Arnulfo Árias (que já exerceu anteriormente o cargo) e David Samúdio, candidato oficial, apoiado pelo Presidente Marco A. Robles. A certa altura, quando este empenhava toda a máquina estatal em favor de seu preferido, ficou sem maioria parlamentar. Os deputados, rebelando-se contra tal intromissão, aprovaram o seu "impeachment", empossando imediatamente no cargo o primeiro vice-presidente, Max Delvalle. Acontece que o destituído tinha ao seu lado a Guarda Nacional (o Panamá não dispõe de exército), e se recusou a aceitar a autoridade do novo presidente. Assim, o Panamá ficou com dois presidentes, um de fato, Robles, e outro de direito, Delvalle, o primeiro dispondo da força armada e o segundo das simpatias populares. Robles mandou cercar o edifício da Câmara, impedindo que os deputados e o Presidente Delvalle lá entrassem. O povo protestou, verificando-se repetidos conflitos. Parece que o beneficiário será o Brigadeiro Bolívar Villarino, que emerge como o homem forte do Panamá. Casado com a alemã Irmã Strunz, êle tem 51 anos e desde os 3 5 comanda os 4.810 homens da Guarda Nacional, que é a corporação mais bem paga da América Latina, com equipamento modemíssimo (graças aos milhões de dólares dos EUA, além de treinamento em bases americanas). Quando a luta entre os partidos chegar ao máximo, êle poderá passar de árbitro a dono da situação. 3i 1 GAGAR •* *>•* M ? \1 • kM^ / & £% S mais altos dirigentes soviéticos, entre os quais Brejnev, Kossiguin e Podgorny, constituíram a guarda de honra do astronauta pioneiro Yuri Gagarin, morto num desastre aéreo, na semana passada, nos arredores da cidade de Vladimir, próximo a Moscou. Durante vários dias, centenas de milhares de moscovitas visitaram a câmara funerária nos salões do Kremlin. Depois, suas cinzas foram transportadas para a Praça Vermelha e depositadas ao lado do túmulo de Lênin. Fotos Novostl, Dalmas e AP £ ^ 4A/, M'0X3.O.£SI,4CL.4//g, p.3\ V) Os candidatos a cosmonauta sào familiarizados com os foguetes interplanetários !U< A nave cósmica Vostok-1 prepara-se para decolar, levando no seu interior Gagarin Depois do vôo espacial, Gagarin ficou famoso. Mas alguns anos antes (embaixo, à direita) era um simples piloto de provas nos Urais. Gagarin morreu sem realizar o seu maior sonho: percorrer, com outros astronautas, a rota Lua — Vênus — Marte 34 Moscou, 12 de abril de 1961: num ponto qualquer do território soviético, por volta de meio-dia, são captadas as primeiras palavras que um homem envia do Cosmos: "A Terra é azul! A Terra é azul!" Brasília, 29 de junho de 1961, cerca de 6 horas da tarde. Yuri Gagarin, o primeiro homem a tripular uma nave espacial, é recebido como convidado especial do governo brasileiro. Suas primeiras palavras: "Brasília é a mais bela cidade que já vi." Torre de Controle do aeroporto militar de Chkalovsky, 27 de março de 1968, 8 horas e 46 minutos da manhã. Um aparelho de treinamento, provavelmente um Mig-21 aperfeiçoado, espatifa-se próximo à localidade de Vladimir. Seu piloto era o célebre astronauta, herói da União Soviética, Coronel Yuri Gagarin. Suas últimas palavras: "Camaradas, estou caindo!" Moscou, manhã do dia 30 de março de 1968. Depois de suas cinzas terem sido colocadas num nicho de 30 centímetros quadrados, nas muralhas do Kremlin, fêz-se silêncio total, seguindo-se uma salva de artilharia. Era a derradeira homenagem ao piloto da Vostok. Yuri Gagarin despede-se de seus companheiros, minutos antes de partir para o Cosmos. 35 Bh AM, P>iO X^.0.££». r A C L . q / i ô - 3 3 GANHE &P> M,fttoyc*!.o.Gsi,ACL.4/ia p.34 Filho d e m o d e s t o marceneiro, a embriaguez do espaço e as s o l i c i t a ç õ e s d a f a m a não f i z e r a m o m o ç o Yuri Gagarin renegar sua origem humilde, n e m lhe tiraram o s pés d a Terra DO SEU IMPOSTO DE RENDA VANTAGENS DE SEU NOVO NEGÓCIO NA AMAZÔNIA! ISENÇÃO TOTAL DO IMPOSTO OE RENDA até 1962 inclusive para os empreendimentos que se instalarem até 1971. ISENÇÃO TOTAL DE IMPOSTOS E TAXAS FEDERAIS com relação à correção do registro contábil do valor dos bens de seu ativo imobilizado e ao correspondente aumento de capitai com recursos provenientes de reservas ou lucros suspensos. ISENÇÃO DO IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO, com a possível inclusão de seu produto na lista de mercadorias do Conselho Monetário Nacional, por sugestão da Sudam. ISENÇÃO DE QUAISQUER IMPOSTOS OU TAXAS DE IMPORTAÇÃO de máquinas e equipamentos, mesmo os cobrados por órgãos de administração indireta. DISPENSA do recolhimento ou depósito de qualquer natureza na compra de câmbio para a importação de máquinas ou equipamentos considerados prioritários pela Sudam. DISPENSA do dopósito de 1 0 % do capital, previsto pela Lei das So ciedades Anônimas, para as pes soas jurídicas em formação. por Examine as diversas oportunidades de negócios que estão à sua espera na Amazônia. Peça-nos pessoalmente ou pelo Correio, em qualquer uma de nossas agências, a brochura "Investimentos Privilegiados na Amazônia" e decida em que atividade econômica aplicar seu imposto de renda! AMAZÔNIA B A N C O D A A M A Z Ô N I A S.A. Matriz: Travessa Frutuoso Guimarães, 9 0 - Belém - São Paulo - Rua José Bonifácio. 192 - Fortes: 36-2336 - 32-6332 - 36-2978 - Rio de Janeiro - Rua da Assembléia, 62 • Fones: 31-3192 - 31-1550 Porto Alegre - Rua Borges de Medeiros, 646 - Fone: 5415 • Goiânia Av. Anhanguera, 103 - Fones: 6-3170 - 6-3171 - Brasília - Avenida W-3 - Quadra 13 - Lotes 7, 8, 9-A - Fones: 2-3580 e 2-3581 36 amigas. Cena que não se repetirá: Gagarin e sua família. Êle era A viúva do Coronel Sereguin, falecido no mesmo acidente, é confortada aplicando na a I Vatentina Yuri Gagarin morreu voando. A mesma voz que sete anos antes revelara ao mundo que a Terra era azulada e muito bonita, quando vista do espaço, reconheceu que o Mig acidentado não mais poderia ser salvo. Ao seu lado morreu o engenheiro-comandante de uma unidade da Aviação russa, Coronel Sereguin. Não se sabe, ao certo, quem pilotava o aparelho no momento do desastre, mas o fato é que o uso de pára-quedas não foi sequer tentado. Depois da mensagem desesperada de Gagarin, a torre de controle perdeu contato com o aparelho, embora êle ainda fosse visível nas telas do radar. Imediatamente partiram helicópteros que não tardaram a avistar os restos do Mig num bosque, a 17 quilômetros de Vladimir. 0 avião, que voava a quatro mil metros de altitude, caiu quase na vertical, com um ângulo de inclinação de 70 graus. Mas as causas do acidente ainda não foram totalmente esclarecidas. Yuri Gagarin foi o primeiro homem a realizar o mais destemido sonho de todos os tempos: sair da Terra e a ela voltar no momento desejado, com aparelhos adequados e totalmente sob controle. O primeiro vôo tripulado ao espaço ocorreu nas primeiras horas da manhã daquele 12 de abril. O foguete portador do satélite Oriente ÇVostok, em russo) era lançado de uma base desconhecida. Vinte minutos depois a astronave entrava em órbita. Durante todo o vôo, o comportamento de Gagarin e o funcionamento de todos os aparelhos de registro de bordo foram cuidadosamente observados através de sistemas telemétricos de rádio e televisão. Ao descer da nave, excitado, com os olhos brilhantes, o astronauta de 27 anos dizia a todos que o rodeavam: "A vista do horizonte é única e formosíssima. Ê possível ver as mudanças deste notável colorido, desde a clara superfície da Terra, ao firmamento inteiramente escuro, onde se avistam as estréias. Esta linha divisória é muito estreita, como se fosse uma espécie de fita de celulóide que cerca a esfera terrestre. Ê de cor azul-clara, muito suave e formosa. Mas quando aparece a sombra da Terra, surge no horizonte uma franja alaranjada, que passa para o preto absoluto." Esta impressão, cuja força poética encantou os povos de todo o mundo, foi trazida por Yuri Alexeyevitch Gagarin, que em 1 hora, 48 minutos e 1 segundo realizou uma volta completa em torno da Terra, num vôo cujo perigou (ponto mais próximo da Terra) foi de 181 quilômetros, e cujo apogeu (ponto mais distante) foi de 327 quilômetros. Na época, os observadores ocidentais fizeram uma reconstituição de como teria sido o primeiro vôo espacial tripulado. Gagarin um ídolo chora para a as De fato, Gagarin vinha sendo submetido à preparação — desde um ano antes do vôo — num laboratório experimentai de localização desconhecida. As provas físicas e psíquicas eram duríssimas. Um dos testes mais rigorosos consistia em passar vários dias na cabina espacial, em absoluto isolamento. Ali procurava-se reproduzir as condições do vôo cósmico: ensaios de aceleração violentíssima, bruscas mudanças de temperaturas, aumento intensivo da força de gravidade. Seu desenvolvimento intelectual também foi intenso. Orientado pelos melhores especialistas soviéticos, Gagarin tornou-se um perito em eletrônica, física, astronáutica e astronomia. Ao fim de tudo, mostrou que era o homem indicado para a grande missão: seu equilíbrio psíquico era perfeito. Yuri Alexeyevitch Gagarin nascera a 9 de março de 1934, numa granja coletiva nas proximidades de Smolensk. Seu pai era marceneiro e a mãe — Ana Gagarina — dona-decasa. Aos sete anos êle começou a freqüentar a escola do distrito, mas os nazistas ocuparam a região e seus estudos só recomeçaram após a guerra. De acordo com as biografias oficiais — distribuídas aos milhões na União Soviética — Gagarin foi um bom estudante, concluindo com brilhantismo os estudos secundários em 1951. Ingressou em seguida na Escola Profissional de Liberetsk. não muito longe de Moscou, de onde saiu formado como técnico em fundição. Ambicioso e aplicado, começou a estudar numa escola noturna da juventude comunista, enquanto trabalhava. Desde 1949 passou a ser membro das organizações do Komsomol e no ano seguinte foi admitido no PC. Matriculando-se na Escola Técnica de Saratov, Gagarin continuou a estudar e em 1955 forma-se com distinção. Daí segue para a Escola de Aviação de Orenburg nos Urais, onde é graduado em 1957. Dotado de aptidões excepcionais. Gagarin é chamado a servir como piloto de provas, na Força Aérea Soviética, e em junho de 1960 ingressa no Partido Comunista. Gagarin era casado com uma médica de 33 anos de idade, de nome Valentina, e deixa duas filhinhas Yelena de 9 anos e Galya de 7 anos. Yuri Gagarin morreu sem realizar o seu maior sonho: visitar Vênus, ver o que escondem suas nuvens; ver Marte, verificar se tem canais, ou não. Ou, pelo menos, realizar um vôo até a Lua. Os homens do futuro não esquecerão os feitos deste jovem sonhador, misto de Júlio Verne e Cristóvão Colombo, que escreveu, no livro intitulado O Mundo Daqui a 20 Anos; 'Sem afastar-me das possibilidades da ciência e da técnica, e penetrando ligeiramente n . terreno da fantasia, trato de morte crianças do marido soviéticas. No Brasil. Gagarin toi recepcionado por Jânio imaginar como se irão construindo, um após outro, os degraus que conduzirão o homem ao Cosmos. No princípio serão Sputniks da Terra que irão penetrando cada vez mais no espaço sideral, enriquecendo mais e mais nossos conhecimentos do Cosmos. Uma e outra vez mais voarão estes laboratórios na imer.sidão do espaço para investigar as franjas radiativas de nosso planeta, a atividade do Sol, a vida e o movimento do nosso manto nebuloso. Gagarin não toi apenas um pioneiro do espaço. Leitor assíduo de Júlio Verne e amante das flores, êle era o mais popular dos astronautas russos. E chegará o dia em que se estabelecerá contato direto com a Lua. Imagino que descerá na Lua um artefato automático teledirigido, capaz de decolar e realizar um vasto programa de investigações. Essa exploração nos dará a conhecer muitas coisas sobre o passado do nosso próprio planeta. A Lua é uma espécie de museu geológico no qual se conservaram amostras de antigas formações análogas às terrestres. Em sua superfície, explorada minuciosamente pelos artefatos telecomandados, descerão foguetes de transporte. O homem, no início, limitar-sc-á a voar em torno da Lua. Os foguetes depositarão nela as reservas de tudo que fòr necessário para a sobrevivência de seres humanos. D.pois aparecerá o primeiro grupo de astronautas. Só um grupo b. m preparado será capaz de levar a cabo as tarefas de conquista de um lugar que durante o dia atinge temperaturas de 120 graus, e à noite estria até 150 abaixo de zero. Tenho fé que muito antes de 1981 descerão na Lua o primeiro observatório astronômico e o primeiro espaçoporto para a viagem a Vênus e a Marte. A sexta parte da gravidade da Terra, e além disso a ausência de atmosfera facilitarão em muito o vôo a partir da Lua. Nosso vôo a Vênus durará muito tempo. E enquanto voamos mentalmente até o pianeta-côr-delaranja quero também pensar no dia em que as naves cósmicas funcionarão não à base de reação — que provoca a oxidação do combustível — mas à base da energia atômica, termonuclear. Acredito na genial profecia de Konstantin Tsiolkowski: o homem chegará a dominar todo o espaço circunsolar. Meus sonhos, então, serão tidos como demasiado tímidos. Dentro de vinte anos o homem não irá somente à Lua, Vênus e Marte, mas também a Mercúrio, Plutão. . . Isso acontecerá, sem dúvida. Por enquanto temos de trabalhar, estudar, organizar nossos futuros vôos. Que possamos um dia apertar as mãos dos cosmonautas de todos os países, num encontro espacial. . . Tenho o grande dese o de estar entre os que empreenderão os primeiros vôos da rota Lua—Vênus—Marte. . . ' ' 37 p 3h O 4AJ, P ) i o x l . O . 6 5 / , 4 C L . 4 / I 8 . p. 3 5 B R A S I L EIVI M A N C H E T E a cia. industrial novopan tem o prazer de apresentar o severino Murilo nOS EstadOS UnidOS • p e io Boeing das Aerolineas Argentinas, que iniciou seus vôos diretos entre o Rio e Nova Iorque, seguiu para os Estados Unidos o jornalista Murilo Melo Filho, diretor-executivo das Empresas Bloch. Além de tratar de problemas referentes à expansão dos nossos serviços naquele pais. acompanhará de perto os primeiros passos da sucessão norte-americana, recolhendo material para as reportagens de MANCHETE. Em sua companhia também viajaram os jornalistas Zózimo Barroso do Amaral e Pedro Müller ^•MIU Como o Severino. há milhares de outros operários no Nordeste. Tão inteligentes quanto èle. E com a mesma vontade de aprender. Isto é uma boa prova de que a mão-de-obra nordestina é valiosa. Não é à toa que o Severino. logo logo. será um dos nossos técnicos em madeira aglomerada e laminados plásticos. A S U D E N E t e m plena consciência d i s s o . E o B a n c o d o N o r d e s t e do Brasil S.A. também. Tanto que nos apoiaram na instalação de nossa fábrica, no Centro Industrial de Aratu (Bahia). Nós nos orgulhamos do Severino. Setenta anOS de Peregrino • o s amigos do escritor Peregrino Júnior comemoraram com um jantar no Parque Recreio a passagem do 70.° aniversário natalício, comparecendo 300 pessoas, inclusive escritores, médicos, artistas e figuras da sociedade. Entre os oradores, o Sr. Austregésilo de Athayde, presidente da Academia Brasileira de Letras, exaltou o homenageado pela sua ação como diretor da Policlínica-Geral do Rio de Janeiro, entre muitas outras atividades. O VOL KSWAGEN DO BRÁS*. S A Mexa os pauzinhos e leve uma tonelada. cn cia. industrial novopan a j u d a n d o a m o l d a r o futuro centro i n d u s t r i a l d e a r a t u - b a h i a 38 Saudades do Internato • Ex-alunos do internato do Colégio Pedro II, formados nos anos de 1940 a 1945, reuniram-se numa churrascaria para comemorar os anos passados, com votos de que ainda haja muitos outros para o futuro. Médicos, advogados, jornalistas, contadores e militares reviveram o clima de quando eram jovens: o jantar começou quase formal, mas no fim eram cantadas as músicas do colégio, enquanto ressurgiram muitos dos apelidos e brincadeiras. Claro que isso é modo de dizer. Porque, para levar uma tonelada na Kombi Volkswagen, o certo é tirar os dois bancos. E depois, v. coloca a carga com mais facilidade ainda, graças às duas grandes portas laterais que a Kombi Volkswagen tem. Claro que ela não foi feita só para levar uma tonelada. Até mesmo quando a Kombi carrega pequenas cargas, v. pode descobrir como ela é econômica. O segredo é simples: o motor Volkswagen 1.500, de 52 H P , faz mais quilômetros com menos gasolina, E só troca 2,5 litros de óleo a cada 2.500 km Além disso, como a Kombi tem mecânica Opcional: agora a Kombi também é encontrada com diferencial travante. Volkswagen, sua manutenção é muito simples. E por isso, muito econômica. Depois, quando chega o fim de semana, é só colocar os bancos. Um gostoso passeio com a família é o melhor e melh meio de aproveitar as outras vantagens de ter uma Kombi Volkswagen. E segunda-feira, v. começa tudo de novo. 39 Página dupla ^SS Wlaria Beatriz, E só Carolina não viu — Eu acho que a Carolina do Chico só podia ser assim. Albery Seixas da Cunha apreendeu tão bem o espírito da musa inspiradora de Chico Buarque, que seu trabalho obteve o primeiro lugar no recente c o n c u r s o que p r o punha esse tema, instituído por uma galeria de arte carioca. A sua Carolina composta em azulturquesa. preto, b r a n c o e vermelho não faltaram os olhos tristes (com a dor de todo este mundo), a rosa, o violão e a janela. E uma pose de Gioconda. Albery. hoje c o m 23 anos, começou a pintar aos 14 anos. escolhendo o surrealismo por se identificar c o m essa escola. Êle é a u todidata, mas considera a pesquisa c o m o o mais importante na pintura. Sua preocupação básica: criar um estilo individual. Êle gosta de fazer retratos e diz: "Trata-se de uma experiência humana que transcende, que sempre emociona o artista." Assim, Albery tem pintado gente famosa: Odete Lara, — O senhor desculpe, mas eu vim aqui ver se o senhor podia ler uns poemas que eu escrevi. Ibrahim Sued, Eliana Pittman, Skati Chaves, entre outros. Em pauta: o retrato de Marta Rocha. Ête também é bom na decoração de fachadas de butiques, c o m o a Biombo e a Bilboquet, no Rio. Nascido em Belém do Pará, A l bery d e d i c a o dia inteiro à pintura no seu atetie r de Copacabana, dá aulas no pré-vestibular da Escola de Belas-Artes (onde estudou Desenho e Artes Gráficas). Nas horas vagas, que são poucas, toca violão e compõe. Agora, êle prepara para o segundo dia de maio uma exposição individual na G a leria Meia-Pataca. Para o futuro mais remoto está programada uma viagem à Europa, seguindo o c o n selho do gravador Piza. atualmente morando em Paris, o n d e obtém expressivo sucesso: " N ã o venha para a França sem antes se realizar no Brasil.' Vinícius olhou a moça parada diante de sua porta, gostou de sua franqueza, do jeito de menina, de seus grandes olhos castanhos. Disse-lhe que entrasse. Leu duas ou três páginas e perguntou à jovem se ela poderia deixar as poesias e voltar no dia seguinte. A seguir, preparou um utsquezinho, sentouse numa confortável poltrona e saboreou cada verso, do c o m e ç o ao fim do livro. Depois, entregou à m o ç a o seu veredicto: " M a r i a Beatriz, seu rosto jovem de 18 anos está marcado pelo martírio da poesia. Seus versos nascem naturais, espontâneos, é quase uma reação orgânica. Em cada frase descubro a inocência sem falsidade, a candura sem problemas. Você é uma menina-girassol num j a r d i m de t r i s tezas." E enquanto persegue essa realização. Albery vai procurando novas musas para suas criações. Que não seja Carolina. tlnri.sn ffajci a menina-girassol Com uma carta de Vinícius, ela p r o c u r o u a Editora Pongetti e não teve dificuldade em publicar seu primeiro livro, Lugar Nenhum, lançado esta semana c o m prefácio do próprio poeta. Maria Beatriz Farias de Sousa diz que c o m e ç o u a escrever aos 13 anos e que Lugar Nenhum " é o nome que dava àquela fase e m que a gente não sabe o que quer, não sabe para onde ir, não está e m parte a l g u m a " . Ela t a m b é m já escreveu crônicas contos e peças de teatro, " i n c l u s i ve uma que se chama Enterro, mas é uma c o m é d i a " . Vinícius, que a descobriu, diz: " O s jovens poetas brasileiros parecem mais velhos do que os velhos, são formalistas demais, preocupam-se muito c o m a forma e se esquecem que t u d o é bonito quando é verdadeiro. Beatriz não, ela escreve o que sente, fala das coisas simples, do sol, da vida, da chuva, do sonho, da sombra e, o que é mais importante, do a m a n h ã " . Ivy GabagUa Luís Fernandes Kátta e Tamir; Cynara e Cybele São os baianos que vêm Eles venceram o I Festival de Jovens Compositores d a Bahia, e uma de sueis músicas premiadas, Rancho Para Quem Vem de Fora, gravada por uma dupla também baiana — Cynara e Cybele — , vendeu 12 mil discos na primeira semana. Kátia e Tamir D r u m o n d vieram ver o lançamento, depois voltarão â Bahia, mas no ano que vem esperam morar definitivamente no R i o . Kátia, pequena e gordinha, faz o último ano na Faculdade de Ciências Sociais, ao mesmo tempo que trabalha num escritório de planejamento e c o n ô m i c o montado por ela e Tamir, c o m mais dois sócios. Tamir e o tipo físico o p o s t o : alto, magro, reservado, estuda Jornalismo, grava em madeira e p i n t a . Muito importante: Kátia e Tamir são casados, o que tem influído d e c i s i vamente na sua carreira m u s i c a l . Eles c o m p õ e m juntos desde que se c o n h e c e r a m . Hoje têm 42 m ú sicas, das quais a última, Um Caso por Acaso, foi feita no R i ô . Carlos A l é m disso, tendo estudado harmonia e análise musical, além de piano e violão, a sua música distingue-se pelo emprego de instrumentos regionais e e r u d i t o s . No Rancho há trombone-de-vara, zabumba, reco-reco, caixa e flauta. Em Encontro, modinha que ganhou o 5.° lugar no mesmo festival baiano (além do prêmio para o melhor arranjo), a orquestração emprega um quarteto de flautas e as violas da gambá e damore, instrumentos barrocos. Mas o e l e m e n to-chave em todas é o v i o l ã o . Recém-casados, difundindo as suas músicas no meio estudantil e participando de shows universitários, Kátia e T a m i r resolveram inscrever-se no F e s t i v a l só c o m Encontro; no último minuto c o x e a ram o Rancho Para Quem Vem de Fora. O sucesso, mais o êxito da primeira gravação feita por Cynara e Cybele, animou-os a programar outras oito g r a v a ç õ e s . O sucesso vem c o m e l a s . E âies pretendem vir j u n t o . Vera Uma revelação Albery Seixas üa Cunha no Flamengo Luís Carlos queria ser professor, mas parou de estudar no quarto ano ginasial por causa do futebol. Não queria vir para o Rio, mas ainda por causa do futebol teve que deixar sua vida tranqüila em Três Irmãos. Em junho, se tudo correr b e m , o futebol é bem capaz de levá-lo à Europa, c o m a seleção brasileira. C o m 20 anos, torcedor do Vasco até os 15, sensação no Flamengo. Luís Carlos parece um dêsòes novos ídolos que sabem c o m o pensar e respirar em termos de carreira. João Saldanha já insinuou que êle já se mascarou. Luís Carlos não c o n c o r d a sob hipótese alguma. Com poucas certezas (uma delas é que entrar em c a m p o c o m o pé esquerdo dã azar) e algumas d i v i das ("jamais poderei pagar ao Paulo Henrique o que êle fêz por m i m " ) , transformou-se num bom ponta que. pessoalmente, gosta mais de jogar no meio do c a m p o . Êle se sente confiante e seguro: Êle faz a barba só duas vezes por semana, lê Grande Hotel e Ilusão, vai à missa todos os d o m i n gos, não fuma, não bebe. não gosta de barulho. Divide um a p a r t a mento no Leblon c o m César e Sapatão (quando puder, c o m p r a um só para si) e não tem p r e o c u p a ções, nem mesmo c o m peso, pois não passa dos 66 quilos. É f e l i z . O futebol, para Luís Carlos, tem sido a sua preocupação, mas êle parece absolutamente tranqüilo quanto a outros assuntos. Gosta de tomar banho assobiando, tentou aprender tocar vio'ão interessa-se pelas noticias dos jornais. Se não puder ir à Europa, não ficará triste. E se um dia tiver que trocar de profissão, vai estudar contabilidade. A melhor de Mar dei (Paris) — Annie Girardot me faz um aceno afirmativo, lá de longe, respondendo à pergunta que eu lhe enviara por intermédio do g a r ç o m , na Brasserie Lipp. Pelo mesmo portador, mando-lhe um mini-questionário. ao qual ela responde sem que as demais pessoas sentadas à sua mesa percebam que ela está concedendo uma entrevista. Resumo suas respostas: " O r a . J e a n Paul, você me conhece o bastante para saber que não esnobei o Festival de Mar dei P l a t a . Não fui receber o prêmio de melhor atriz (NR: por seu papel em Viver por Viver, de Lelouch) porque aproveitei uns raros dias de folga para visitar Renato (Salvatori) no M é x i co, o n d e êle filma Les Souvenirs du Souvenir Na próxima semana c o m e ç o a filmar o Bando ae Bonnot, em B r u x e l a s . Usarei saias longas, perucas e botas, mas nada de soutien, porque meu personagem era uma. a n a r q u i s t a . Depois serei a esposa de Robert Stack — O que me interessa, por e n quanto, é fazer força para merecer a seleção brasileira. Eu nem sabia dessa excursão que vai haver agora. Quando soube, d e c i d i : agora s i m , é que vou dar duro mesm o . . . Se pretendo algum dia viver fora do Brasil? Sendo inevitável, só aceito a Itália. Renato Sérgio Com Vinícius Annie Rachei Plata Girai dot em A História de Uma Mulher. onde minha rival será Bibi Anderson e onde enfrentarei, pela p r i meira vez. o problema de falar em inglês. Na Iugoslávia, a seguir, filmarei Cnove na Minha Cidade. sob a d i r e ç ã o de Alexander P e t r o v i t c h . Satisfeito?" Jeon-Poul Lagarride BP> AM.ftio x^.O.CSi, ACL.4/I8IP.36 HENRIQUE PONGETTI assistiu, há pouco, a um filme no qual aparece a figura de Sherlock Holmes e diz que se regalou com a imagem exibida na tela o escritório do meu avó. O ROSTO As leituras da adolescência deixam duradouros resíduos. Nunca pude me livrar de Sherlock Holmes. Implacável carrapicho cerebral! Vieram detectives como Maigret, agentes como James Bond, uma chusma de outros dotados de podêres divinatórios ou de armas inimagináveis: permaneceu sòlidamente instalado na minha memória. Conan Doyle teve a habilidade de traçar-lhe um retrato físico e espiritual muito minucioso: o retrato desenhado que acompanhava os fascículos correspondia exatamente a o descrito. Quando no cinema aparece um Sherlock Holmes com outra cara e outro temperamento quase protesto contra a falsificação e exijo o meu dinheiro de \olta. Os romancistas modernos, tão sumários na caracterização dos seus personagens, deveriam mirar-se nesse espelho. Não se pode deixar aos leitores o trabalho de dar um roste ao herói, seguindo mais eu menos o método de ditar os pormenores fisionômicos como nos retratos verbais da polícia moderna, conhecidos c o m o uientikits. Nesse caso o formato do bigode é tão importante como a localização da verruga. Em homenagem ao poder retentivo dos vossos leitores adolescentes, caprichai na foto, ó fiecionistas! A semana passada fui ao meu cineminha serrano e vi mais uma versão de Jack, o Estripador, c o m Sherlock Holmes. O tipo do imortal detective amador era perfeito, o mais perfeito dos inúmeros vistos por mim. Magro, nervoso, vibrátil, talvez se tornando um pouco snob quando queria ser apenas invulgar. Já o Dr. Watson, de cabelos ruivos, olhos azuis de uma placidez bovina, e bochechas de um vermelhorosbife, me pareceu um tanto falsificado. Tinha às vezes expressões de uma imbecilidade bem vitaminada e feliz, ameaçava reduzir o par de policiais científicos a uma dupla de cômicos baseada no contraste físico tipo o Gordo e o Magro. Holmes apareceu com o boné e o casaco de capinha xadrez, fumou cachimbo, tocou violino, fêz tudo quanto nossa memória queria rever, viva e saudosa, além de caracterizar-se de mendigo velho e de botar casaca. Regalei-me na escuridão. Eu que, ao chegar a Londres, antes de ver a mudança de guarda diante do palácio de Buckingham, fui a Baker Street ver se çlescobria a casa onde meu herói desfiara a meada de tantos crimes e espiralara o fumo de tantas cachimbadas introspectivas. Deçepcionei-mc, porém, com o método dedutivo. Superado, meus amigos, superado. Imaginem se é ainda possível concluir, hoje, que Lacerda voltou de uma visita a Jânio só porque, ao chegar, meteu um no que concerne na conversa com os jornalistas. Ou que voltou a encontrar-se com Jango porque ao descer no aeroporto pediu logo mate gelado, e no seu sapato havia terra, terra de fazenda, e de fazenda uruguaia. Envelheceu o meu herói; minha adolescência rediviva o reconhece, se entristece, se compadece. Também me pareceu obsoleto quando lhe deram um chapéu-côco e desandou a tirar conclusões da sumária análise da copa e das abas. Disse cá comigo mesmo: "Não lhe dêem o soutien! Pelo amor de Deus não lho dêem!" De soutien debaixo dos olhos terríveis nos arrasaria com sua capacidade de ver no invisível: — Tem seios pequenos, é de sexo feminino; poderá ligar-se a um homem se não estiver ligada; ligando-se, poderá ter um filho; o filho poderá ser uma filha, e tudo me leva a crer que, se essa filha se casar e tiver uma filha, teremos configurado o caso da vovòzinha. o escritório do meu pai. o meu escritório. (a melha divisão - o melhor lambris) orgulho e produto da D U R A T E X óv 6S 1 4 />8 , 3 ^ AAJ, ato x*l.o.e: Fotos de Wulter 1'irmo e Gervásio Batista Essa é a minha cidade, e em todas as muitas cidades que andei, eu a revi num detalhe de beleza. Nenhuma assim, tão densa e oleosa. Nenhuma assim, para viver. Nela quero morrer, quando chegar o dia. Para sentir a brisa que vem do mar, ouvir à noite os atabaques e as canções dos marinheiros. A Cidade da Bahia, plantada sobre a montanha, penetrada de ô « /W, ^ / o X^. o. B£ 1,^0.-4/16 ef>> mi, *)o*°i 0.esi,/>CL.4/i8,p.4i A no/íe o silêncio povoa a cidade baixa. Não há cidade como essa, por mais que a procureis nos caminhos do mundo Casas, cujas fachadas simples dão para as ladeiras, descem o morro numa sucessão de andares para baixo, Eis o passado. 44 Ela dorme pelo cais, pelas casas comerciais Escorre o mistério sobre a cidade como um óleo. Pegajoso, todos o sentem. De onde êle vem? Ninguém o pode localizar perfeitamente. Virá do baticum dos candomblés nas noites de macumba? Dos feitiços pelas ruas nas manhãs de leiteiros e padeiros? Das velas dos saveiros no cais do Mercado? Dos Capitães da Areia, aventureiros de onze anos de idade? Das inúmeras igrejas antigas? Dos azulejos, dos sobradões, dos negros risonhos? De onde vem esse mistério que cerca e sombreia a Cidade da Bahia? fechadas, pelos bancos sem movimento, nos casarões e nos saveiros de vela arriada. A cidade alta movimenta-se para os cinemas, para as festas, as visitas e>h 4A/,f>io tf^.o.e£i,ACL.4/ie,p.43 Salvador, para o povo, se chama Cidade da Bahia ^t O marinheiro 6 uma pre sencs constante, incorporado à paisagem local. E o dique de Tororó (embaixo), cheio de baronesas, está cercado de obras. A cidade baixa e a cidade alta se completam, no entanto, e seria difícil explicar de qual das duas provém o mistério que envolve a Bahia. Porque o sentireis tanto na cidade baixa como na alta, pela manhã ou pela noite, no silêncio do cais ou nos ruídos da gente da Baixa dos Sapateiros. O Não tenteis nunca explicar o mistério dessa cidade. É T segredo que ninguém sabe, chega talvez do seu passado na sombra do forte velho so\ bre o mar, chega talvez do seu povo misturado e alegre, talvez do mar onde reina lansã, talvez da montanha -V coberta de verde e salpicada de casas. É certo que o sentireis. Êle rola sobre a Bahia, é como um óleo que vos envolverá desde o primeiro momento . Não a tenteis explicar. Basta que a ameis como ela merece. sd www1 ,i **? Santo Antônio Atem ao Carmo é uma das partes mais antigas, colocada no alto. e se levanta do verde recortando-se contra o céu - Na cidade baixa, do comércio agitado e típico, hà ruas que são becos 48 sombreados e estreitos, nos quais sô se pode andar a pé : B* &P> ANt p)io x ^ . o- C S L A C L /flA/.?)iO ^ . O . e £ " , A C L , 4 / í 6 , p . * 5 No Mercado sabereis das is populares, dos candomblés baterão nesta noite,.das viagens dos saveiros, ali encontrareis as mais belas negras vendedoras da Bahia fritando acarajés Este é Camateu de Oxóssi, talvez o mais famoso tocaúor de berimbau e capoeirista de hoje em Salvador. Durante o dia èle cuida da sua bar O Mercado Modelo é um mundo. Em frente ao cais de saveiros, o Cais Cairu, um casarão sem gosto e enorme. Por trás fica o Elevador Lacerda. Na rampa do cais as frutas baianas são vendidas, enchendo o chão, em cestos que chegaram nos saveiros. Todo um lado é dedicado ao peixe. Mariscos de variadas qualidades, camarões e lagostas, arraias e polvos, cação e garoupa. Do outro lado a carnesêca e a de sol, a carula de fumeiro, os miúdos de porco. Tem tudo que um mercado costuma ter. Mas tem muito mais também. Onde, senão no Mercado Modelo, podereis comprar as figas que vos livrarão de todo mal, as bonecas baianas que são recordação indispensável de passagem ou de uma estada na cidade, os fetiches para os candomblés, as ervas necessárias para os feitiços fortes, as redes magníficas, as cestas trançadas, os panos de costa, os búzios para as roupas de santo? raça no Mercado Modelo, onde só vende amuletos e fetiches para macumba. &n 4*/,P,IO •*^.o.esi,4CL.4/ie,p.47 Barra, Farol, Amaralina, Pituba, Xega-Nego, Piatã, Itapoã - as praias são mais de dez 1 * »ÍP«»Í / , •* * ~ J/l - ^ , ~ -* A •*Í2s i /L^ I ~- ~ d - ~ái ^ w w • . K*l As praias, A** invaríàvetmente bonitas, atraem multidões nos fins de semana ensolarados. Há toda uma literatura ,em tôrno delas, em prosa e verso. ^ rtJ---', H- í i 4 mistura de sangue é muito grande e em sã consciência pouca gente poderá negar o avô negro mais ou menos remoto. A influência do negro sente-se em toda parle. Não apenas no aspecto físico da cidade, mas na r>ua vida. 52 E pelo menos uma ià 6 universal, Itapoà, graças à música de Dorival Caimi. Sempre que penso no mulato baiano vejo um homem gordo. Gordo não apenas fisicamente. Como caráter também: bom, amável, gtutão, sensual, agudo de inteligência, bem-falante mas de fala mansa, sabendo tratar tão bem os inferiores como os superiores, ou melhor ainda. Comendo comida gordurosa, mas apimentada também. Assim é o homem da Cidade da Bahia, um pouco derramado e um pouco distraído. Um pouco poeta, poder-se-ia dizer, mas também astutamente político, o mais hábil político do Brasil. Nenhuma outra cidade do Brasil se mantém nesse equilíbrio espiritual que exige dos homens uma constante vigilância para não cair num conservadorismo reacionário ou num anarquismo inconstrutivo. Ao lado da vetusta catedral está a Faculdade de Medicina, onde os estudantes abrem cadáveres para buscar a explicação da vida. Já há algum tempo que as macumbas deixaram de ser apenas uma constante religiosa dos negros querendo conservar alguma coisa da sua cultura própria. São hoje também tema e material de estudos de jovens sábios que conservam viva a memória do grande Nina Rodrigues. e>* AAJ *'°xi.aesi.4cL.4/,6>p.4õ 53 No tabuleiro da baiana pode-se encontrar de tudo, uma síntese da cozinha refinada, porque difícil de executar, e que sô não tem admiradores 8P> A cozinha baiana tem sutilezas fundamentais. O vatapá, por exemplo, é servido na panela de barro 54 entre os que ainda não puderam prová-la. Ou então entre os que não conheceram os pratos autênticos. c 4*J,üiOXq.0.€£i,ACL.4./l8,pA l É trabalhosa e difícil esta cozinha afrobaiana que marca tão agudamente a nação da Bahia. Temos uma cozinha nossa, chegada da África com os negros, misturada aqui pelos portugueses. Comidas com sonoros nomes africanos e um sabor peculiar de azeite-de-dendê e pimenta. Eis aí, mais o leite-de-côco, os três elementos que dão personalidade própria à nossa cozinha. Esse azeite amarelo de côco-de-dendê, essencial para grande parte dos pratos baianos, a pi- menta-malagueta ou de cheiro que se mistura à totalidade das receitas e é servida em molho separado, porque existem baianos que gostam de muita pimenta na comida e aqueles que só sabem comer com muita pimenta e mais alguma, o leitede-côco para as moquecas, para o cuscuz, requintado o sabor da comida baiana. Outros ingredientes podem ser substituídos. O caruru devia ser feito com as folhas do caruru. Hoje o melhor caruru é feito com quiabos. Mas, como substi- tuir o azeite-de-dendê? Confesso humildemente que não creio na eficácia das receitas para nenhuma dona de casa. O difícil não está no que se deve misturar para conseguir o prato saboroso. Mas, sim, na própria mistura, em conseguir alguém apoderar-se dessa ciência que cada vez está mais circunscrita a um restrito número de negros e mulatos e de donas de casa. Mesmo na Bahia, nos dias de hoje, não é em toda parte que se pode comer um efó realmente gostoso, um xinxim de galinha com todas as regras da arte. Mesmo entre as baianas vendedoras de doces em tabuleiros nas ruas já não é geral a boa cocada ou o manuê perfeito. Nas casas de família dia a dia vão rareando os pratos baianos característicos, não porque a memória das receitas se tenha perdido, mas porque já não existem em grande número aquelas cozinheiras capazes de interpretar fielmente o espírito destas receitas. Mas que cozinha: vatapá, caruru, efó, arroz de haussá, acarajé, abará, frigideiras — sublime. BK M, P)iox^.o,e*l r flCL. 4/1 6 ,p. 5 2. Este é, talvez, o ponto mais belo de se ver na Bahia — o Farol da Barra com sua praia Existem na Barra dois recantos admiráveis. Um é o Forte de Santo Antônio, no porto do mesmo nome. É um forte velho, abandonado, o primeiro que se levantou na Bahia. Data de 1536. Um pequeno porto com uma feira aos sábados e nas manhãs de domingo, os saveiros repousando, tudo isto ao lado de uma minúscula praia concorridíssima, onde os corpos das grã-finas se exibem aos olhos espantados c cobiçosos dos mestres de saveiro. Uma vela azul corfa o mar verde, esplêndido. Os grandes navios passam ao longe, vè-se a fumaça que eles lançam. Baianas vendem doces. O forte é belo, entrando pelo mar, sentinela da barra nos tempos antigos. Mais adiante está o farol, ante a praia maravilhosa. Vale a pena demorar os olhos nessa beleza em torno. O bateau-mouchc e uma inovação turística recente, que permite ao visitante contemplar a cidade do oceano e ver bem df 'perto como trabnlham e vivem os homens do mar. Os saveiros, porém, continuam soberanos no mar da Bahia, nos seus diversos tipos e tamanhos, entregues à pesca ou incorporados à realidade que faz as lendas. 57 > Bf>) " P.Í fi^fP>ioy^.0.c^9ACLAj\Q%9%5ò > > ^ * ! ?»oK*.C w.c.es esi^ftk ti • • Tanto taz serem louras ou morenas, todas têm a graça da baiana famosa no mundo inteiro e muito mais em todo o Brasil Elas recebem do sol aquela côr inconfundível, que para muna gente só se consegue freqüentando as praias da Bahia. O mito da beleza baiana surgiu quando No espetáculo das Jovens na praia se concentra toda a beleza da terra baiana Marta Rocha foi eleita Miss Brasil. Para quem quiser pes Afastada da cidade, adiante de Amaralina e Pituba, vai-se a Itapoã de automóvel. Por ali passa uma das estradas de rodagem que conduzem ao Aeroporto 2 de Julho. A praia é a mais bela que a cidade possui, fora da barra, o seu farol iluminando o caminho dos navios. Beleza selvagem, ainda não maculada com as casas tão sem gosto com que os ricos estragam as paisagens mais formosas. Apenas cabanas de pescadores e coqueiros que o vento balança contornam a praia de Itapoã, onde se elevam rochedos e onde se gasta ao tempo o casco de um navio naufragado. Aos domingos, grupos saem da cidade para passar o dia em Itapoã, um dos passeios mais agradáveis da Bahia. Continua em outro arquivo, para abrir clique aqui quisar, no entanto, esta virtude vem sendo celebrada há muito mais tempo. E para quem não acreditar, é simples, basta ir lá e ver Dinâmicas, modernas, alegres, elas também sabem improvisar destiles de elegância antes do banho de mar, favorecidas pela sua própria beleza e pela paisagem inimitável das praias. 5?