16, 17 e 18 de Julho de 2015
Instituto de Ciências Sociais (ICS-UL)
Paula Lúcia Ruivo1
José Manuel Carvalho2
Circuitos curtos de abastecimento como motor de desenvolvimento regional e local
Resumo
As cadeias alimentares (local food systems) e os circuitos curtos de abastecimento (short
food supply chains) são encarados como motor de desenvolvimento local pelos
benefícios socioeconómicos e ambientais para alguns territórios. Estes circuitos curtos
de abastecimento resultam, na sua maioria, de uma rede de colaboração entre
agricultores e têm conduzido a novas formas de comercialização dos produtos locais e
angariado um conjunto de novos consumidores.
Estudos e publicações recentes identificaram como positivo, o desenvolvimento de
relações de confiança entre os produtores e os consumidores, o incremento do capital
social e de identidade das comunidades rurais e a melhoria do conhecimento do
consumidor sobre os produtos agroalimentares, os aspetos da sua produção e as
questões ambientais envolvidas. Importa ainda, numa primeira fase, diagnosticar
obstáculos à sua disseminação devidos, entre outros, à aplicação de alguma legislação
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Escola Superior Agrária de Santarém/Instituto Politécnico de Santarém
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Escola Superior Agrária de Santarém/Instituto Politécnico de Santarém
em vigor, à utilização limitada de recursos de marketing e a eventuais custos de
produção, transformação e transporte.
As políticas europeias de desenvolvimento rural têm também vindo a incentivar a
criação de circuitos curtos de abastecimento em benefício da economia rural e das
ligações que podem ser alavancadas com a indústria do turismo. Este compromisso tem
sido também entendido pelas instituições públicas locais no que se refere à promoção
da produção, consumo e distribuição alimentar sustentável e como fomento de novas
formas de valorização territorial, tanto como desafio aos agentes como âncora para
favorecer a inclusão.
Nesta comunicação descreve-se um trabalho de aquisição de conhecimentos sobre esta
temática em que, numa primeira fase, se pretendeu conhecer as diversas dinâmicas que
têm resultado de ofertas e procuras inovadoras que estão a transformar duas
comunidades rurais e a forma como os instrumentos políticos têm contribuído para
facilitar o acesso aos mercados, para o reforço dos vínculos entre agricultores e
consumidores e para a valorização do potencial económico da agricultura local.
Numa segunda fase, ainda em curso, importa percecionar como é disseminado o
conhecimento destas formas de comercialização e divulgar a sua legitimidade em prol
do desenvolvimento local e regional. É também objetivo deste estudo a comparação
dos processos registados nas duas comunidades rurais com outros casos já
apresentados em relatórios da União Europeia. Mais do que fazer um estudo
comparativo, importa validar a sua eventual aplicação nas nossas comunidades.
Pretende-se, numa terceira fase, ser capazes de sugerir um conjunto de ações de gestão
de marketing que garanta uma melhor leitura de mercado por parte dos produtores,
que melhor os promova junto dos seus públicos e que a comunidade, no geral,
percecione os seus resultados.
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