Proposta de Mestrado em Gestão Hoteleira – Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril NOTAS COMPLEMENTARES Enquadramento: Como nota preliminar, pretendemos sublinhar que o Curso de Mestrado em Gestão Hoteleira reveste um carácter estratégico fundamental para o futuro da ESHTE. Com efeito, vem colmatar uma lacuna existente ao nível da formação da Escola, a qual possui elevados níveis de atractividade no caso da licenciatura em Direcção e Gestão Hoteleira, onde as vagas iniciais existentes ficaram, nos últimos anos, 6 a 7 vezes aquém da procura. Assim, o Mestrado em Gestão Hoteleira, no âmbito dos objectivos subjacentes ao processo de Bolonha, pretende contribuir para o alargamento e o aprofundamento dos conhecimentos proporcionados na Licenciatura em Gestão Hoteleira (ESHTE) e no Executive Master em Gestão Hoteleira, o qual já conta com quatro edições realizadas em parceria com a Universidade Católica Portuguesa/Escola de Gestão Empresarial (ESHTE/EGE). Por outro lado, o Mestrado em Gestão Hoteleira complementa este objectivo com o desiderato de proporcionar a licenciados noutras áreas do ensino, nomeadamente em gestão, em economia, em gestão de empresas e em turismo, a sua especialização neste sector de actividade económica. Cumulativamente, a criação do Curso em apreço corresponde igualmente ao imperativo sectorial de facultar a resposta exigida pelos actores privados do turismo, os quais reclamam pela formação de agentes de mudança aptos a satisfazerem as exigências de modernização, de qualificação, de reforço da competitividade e de internacionalização. Neste contexto, anexam-se as declarações provenientes de três associações empresariais, as quais reconhecem o interesse e o relevo do curso, bem como as competências da ESHTE para o promover (Anexo 1). Face aos propósitos já referidos, torna-se viável a sistematização dos objectivos gerais do Curso nos seguintes eixos: Reforçar e ampliar as dinâmicas conceptuais e organizacionais da hotelaria, numa perspectiva que articule as problemáticas que vão do local ao internacional; Contextualizar o papel da hotelaria no conjunto do sistema turístico, quer nas componentes do mercado, como também nas relações sistémicas com outros sectores e com a própria organização estrutural do turismo no plano da superstrutura e da infraestrutura; Enquadrar a importância das organizações hoteleiras nas suas várias tipologias, enquadramentos e funções, numa óptica de gestão eficaz e eficiente, no quadro do desenvolvimento regional em que se integram e pelo seu papel na internacionalização da economia portuguesa; Ampliar a valência da visão estratégica na gestão hoteleira, valorizando os contextos ambientais e transaccionais da envolvente; Facultar as competências em matérias que respondem às novas exigências nos modelos e processos de negócios, às questões de escala e de flexibilidade e à capacidade de gestão, planeamento, qualidade, inovação e qualificação do pessoal; 1 Aprofundar os mecanismos de planeamento, integrando as componentes financeiras e das novas tecnologias enquanto instrumentos fundamentais de análise e controlo; Sensibilizar para a necessidade de integrar nas valências de gestão a componente ambiental em geral e de inter-relação com a comunidade de acolhimento; Aplicar os mecanismos de concepção de modelos de gestão segundo os princípios da Qualidade Total e dos processos de certificação; Incentivar a capacidade de inovação e empreendedorismo, através de instrumentos de investigação para despiste de oportunidades e a rentabilidade dos investimentos; Sensibilizar para a importância da liderança e da motivação de equipas em ambiente de diversidade sócio cultural. Dos objectivos enunciados, decorrem competências gerais e específicas que os diplomados devem adquirir, a saber: Competências gerais Competências específicas Conhecer e compreender numa visão estratégica a estrutura do sistema turístico e respectivos subsistemas; Conhecer os pressupostos da denominada gestão por objectivos, caracterizada como um método moderno de planeamento; Elaborar planos de marketing; Elaborar orçamentos analíticos; Acompanhar a adaptabilidade e a integração dos modelos informáticos de suporte à gestão e ao relacionamento com os clientes e fornecedores; Dominar a aplicação das técnicas contabilísticas e financeiras para a gestão hoteleira; Conceber e aplicar modelos de gestão financeira de suporte às actividades das empresas hoteleiras; Conceber Planos de Marketing holístico, interligando as várias componentes aplicáveis; Assumir atitudes e comportamentos balizados por parâmetros da ética e abertura socioculturais, quer na relação com os superiores, os colegas e os subordinados, quer na relação com os clientes e fornecedores; Entender os mecanismos de análise das alianças e das parcerias estratégicas adequadas; Dominar as ferramentas metodológicas de pesquisa e de elaboração de investigação aplicada; Dominar os mecanismos da animação interna e externa no contexto das dinâmicas de entretenimento sociais vigentes, como potencial centro de receitas; Dominar as tecnologias de informação, aplicandoas à melhoria da eficiência da gestão e aos contactos com o exterior; Inovar nos conceitos e práticas em resultado de Aplicar processos e métodos de planeamento estratégico de empresas hoteleiras; Construir modelos organizacionais de empresas hoteleiras em vários contextos; Analisar comparativamente os vários modelos organizacionais dos diferentes tipos de empresas hoteleiras, independentes ou integradas em cadeias, numa óptica nacional e internacional; Implementar sistemas de reservas e de comércio electrónico; Elaborar manuais de procedimentos operacionais inter-sectoriais; Estabelecer programas de alimentação e bebidas, sua promoção e controlo de resultados; Elaborar planos de animação; Elaborar planos técnicos para aplicação da gestão ambiental; Proceder aos requisitos de certificação tendentes à Gestão da qualidade total; Implementar os processos adequados de escuta ao cliente; Analisar os estudos sectoriais sobre a envolvente, os mercados e a concorrência; Dominar os mecanismos de acesso ao mercado e à procura (redes), bem como os modelos respectivos de negócios; Conhecer as técnicas de construção de menus, sua composição e modalidades de gestão; Ampliar os conhecimentos sobre as acções tendentes ao estímulo da criatividade das pessoas que trabalham na hotelaria e no desenvolvimento dos processos de trabalho e das competências; Desenvolver as metodologias de relação com os clientes individuais e de grupo, face à complexidade das suas motivações e à imprevisibilidade das suas necessidades. 2 investigação aplicada; Criar os instrumentos adequados de suporte à gestão estratégica. Na organização do ciclo de estudos (estrutura e conteúdos) e na definição das suas metodologias de ensino, foi propósito da ESHTE garantir o enquadramento na natureza do ensino superior politécnico e nos objectivos decorrentes do Processo de Bolonha no que concerne à atribuição do grau de mestre. No fundo, propõe-se a criação de uma formação avançada dirigida para os quadros superiores e médio superiores destinados à direcção/administração de empresas ou unidades hoteleiras de média e de grande dimensão, e/ou responsáveis, especialmente no caso destas últimas, pelo planeamento e coordenação das diferentes áreas funcionais. Distribuição das unidades lectivas e dos respectivos ECTS: Tendo presente o âmbito concreto do curso, o qual aparece ilustrado na Figura 1, a seguir reproduzida, entendeu-se que em relação às áreas de educação e formação (CNAEF) seria ajustado considerar a “Gestão e Administração” (código 345) como a área principal do ciclo de estudos, elegendo-se como áreas secundárias a “Hotelaria e restauração” (código 811) e o “Turismo e lazer” (código 812). Figura 1 Mestrado em Gestão Hoteleira A presente opção harmoniza-se com o entendimento de que estamos na presença de um curso de gestão e administração que assenta sobretudo num programa de formação inerente ao planeamento, direcção e controlo das funções e actividades das organizações e instituições, tendo como destinatários principais os candidatos a funções de direcção no âmbito da gestão. Esta perspectiva cruza-se posteriormente com a hotelaria, a qual representa um subsector crucial do turismo, mas que não é uma “peça” solta que possa ser convenientemente isolada de todo o sistema turístico, pelo que também não pode dispensar as necessárias incursões pontuais nalgumas disciplinas às características mais associadas à envolvente externa da actividade hoteleira. Por outro lado, o alojamento turístico (no caso vertente, a hotelaria) constitui uma componente indissociável de uma deslocação turística ou de um produto turístico específico, mas o estudo das suas tendências e mercados não dispensa uma análise bidireccional com o patamar envolvente das práticas turísticas em sentido lato. Paralelamente, a perspectiva da gestão também não abdica de 3 uma leitura horizontal, para posteriormente possibilitar o correcto estreitamente na vertente hoteleira. No tocante à desagregação do Plano de Estudos por ano/semestre, apresenta-se seguidamente o Quadro 1, o qual sistematiza a presente proposta. Quadro 1 MESTRADO EM GESTÃO HOTELEIRA 1º Semestre Sistemas Avançados de Gestão Área Ciclo de Estudos 345 ESHTE Arquitetura hoteleira e gestão de equipamentos Gestão Estratégica do Alojamento Hoteleiro Gestão Estratégica de F&B 811 811 ESHTE Mercados e Tendências em Hotelaria Gestão Estratégica de Eventos 812 ESHTE 812 ESHTE 2º Semestre Marketing e Revenue Management em Hotelaria Análise e Gestão Financeira de Empresas Hoteleiras Sistemas informáticos e-Business em Hotelaria Gestão da Qualidade na Atividade Hoteleira Gestão Estratégica de Pessoas em Hotelaria Gastronomia e Segurança Alimentar Seminários (6 sessões) 3º e 4º Semestres Metodologia Dissertação/Trabalho de Projecto/Relatório de Estágio 811 Área Ciclo de Estudos 345 345 482 Docente ECTS Obrigatória António Fernandes (Especialista*) 5 X 1 5 X 2 5 X 4 Manuela Guerra (Doutora)/Gilberto Costa (Especialista*)/Nelson Félix (Especialista*) Sancho Silva (Doutor) 5 X 5 5 X 6 Francisco Silva (Doutor)/Joaquim Coutinho (Especialista*) 5 X 7 ECTS Obrigatória 5 X 8 5 X 9 5 X 10 ESHTE/Con Luís Portugal (doutor) vidado ESHTE Nuno Gustavo (Doutor) Docente ESHTE Nuno Gustavo (Doutor)/Duarte Pimentel (Especialista*) ESHTE/Con Helena Moreira (Doutora)/Sérgio Borges vidado (convidado) ESHTE Pedro Moita(Especialista*)/João Pronto Opcional Opcional Código Código 345 ESHTE Jorge Umbelino (Doutor) 5 Escolha de X 11A 345 ESHTE Jorge Ferraz (Doutor)/Vítor Toricas (Especialista*) Carlos Brandão (Doutor) / Raquel Moreira (Doutora) Jorge Umbelino (Doutor) 5 2 unidades X 11B X 11C 811 ESHTE 345/811/812 ESHTE Área Ciclo de Estudos 312 Docente ESHTE 345 ESHTE 5 letivas 5 opcionais X ECTS Obrigatória Vítor Ambrósio (Doutor) 5 X 13 Sancho Silva (Doutor) 55 X 14 12 Opcional Código (*) Especialista em Provas Públicas (Decreto-Lei nº 206/2009, de 31 de agosto) ou Reconhecido pelo Conselho Técnico-Científico da ESHTE como detentor de idênticas condições [alínea g) do Decreto-Lei nº 115/2013, de 7 de agosto]. 345 - 5 a 6 u.c. + Seminários 811 - 3 a 4 u.c. + Seminários 812 - 2 u.c. + Seminários 482 - 1 u.c. 312 - 1. u.c. Assinale-se que nas unidades lectivas propostas, o aprofundamento conceptual das matérias e dos conhecimentos técnico-científicos e capacidades de abstracção serão permanentemente problematizados por referência ao universo concreto das actividades profissionais de um gestor hoteleiro, estimulando a criatividade, a capacidade crítica e a competência para a resolução de problemas da organização, sempre numa lógica de multidisciplinaridade. 4 Ao nível das várias unidades lectivas será assegurada igualmente a justaposição entre a componente teórica de base e a vertente experimental concreta, com aulas de simulação onde se abordarão situações reais que obrigam à tomada de decisão com recurso a saberes diferenciados e capacidade crítica e de abstracção, a par do recurso a tecnologias apropriadas, o que conferirá aos alunos ferramentas indispensáveis para lidarem com questões complexas ou para projectarem reflexões sobre situações menos comuns. Saliente-se igualmente que a perspectiva internacional será importantíssima seja ao nível das várias matérias, quer ao nível dos docentes estrangeiros convidados para participarem em determinadas aulas. Pretende-se igualmente com o Curso criar competências de aprendizagem que permitam aos alunos, ao longo da vida, desenvolverem aprendizagens complementares de uma forma autónoma e auto-orientada. Acrescente-se ainda que a estrutura curricular proposta derivou da extensão de um Executive Master em Gestão Hoteleira, o qual tem vindo a ser concretizado com pleno sucesso através de uma parceria com a Universidade Católica do Porto (Escola de Gestão Empresarial) e com realização simultânea no Estoril, no Porto e no Algarve. Como decorre da experiência acumulada com a realização do Executive Master em Gestão Hoteleira, este mestrado irá possibilitar aos seus utentes a aquisição de competências – chave, as quais gerarão conhecimentos adicionais em relação às matérias nucleares da licenciatura no ramo homólogo, nomeadamente no âmbito do marketing holístico (informação, comercialização e promoção), do reforço dos conhecimentos sobre o mercado e a procura (redes), da capacidade de inovação nos processos, nos produtos, nos modelos organizacionais e nos negócios, na análise das alianças e das parcerias estratégicas adequadas, na gestão do relacionamento com o cliente e no fortalecimento da capacidade de pensamento estratégico. Por outro lado, comparativamente aos planos curriculares aprovados para Mestrados similares em Portugal, a composição agora apresentada consubstancia um modelo de formação assente num leque de disciplinas mais inovador, mais diversificado e mais completo, o que reforça o entendimento de que o presente curso irá proporcionar uma resposta adequada na formação dos gestores hoteleiros, facultando as necessárias competências em matérias que respondem às novas exigências nos modelos e processos de negócios, às questões de escala e de flexibilidade e à capacidade de gestão, planeamento, qualidade, inovação e qualificação do pessoal. Entende-se que o presente plano curricular de unidades lectivas irá contribuir para os desígnios de inovação subjacentes à evolução do sector, proporcionando um conjunto de conhecimentos especializados na vertente dos produtos, dos serviços, da operação, do mercado (e dos seus canais) e do modelo de negócios (adaptação da estrutura organizativa, parcerias estratégicas, serviços partilhados e potenciação das TIC). 5 A composição do corpo docente: No que concerne ao corpo docente a afectar ao curso de mestrado, pode ser objecto de sistematização no Quadro 2, reproduzido seguidamente. Quadro 2 MESTRADO EM TURISMO - Ensaio da aplicação dos critérios definidos pelo D.L. Decreto-Lei n.º 115/2013 de 7 de agosto Refª CNAEF Doutor Especialista Tempo Integral Vínculo +3 Al. 6ci) Al.6cii António Fernandes 345 0 1 1 1 1 Carlos Brandão 811 1 0 1 1 1 Duarte Pimentel 345 0 1 0 0 0,6 Francisco Silva 812 1 1 1 1 1 Gilberto Costa 811 0 1 1 1 1 Helena Moreira 345 1 0 1 1 1 João Pronto 482 0 0 1 1 0 Joaquim Coutinho 811 0 1 1 1 1 Jorge Ferraz 812 1 0 1 1 1 Jorge Umbelino 812 1 0 1 0 1 Luís Portugal 812 1 0 1 1 1 Manuela Guerra 811 1 0 1 1 1 Nélson Félix 811 0 1 1 1 1 Nuno Gustavo 811 1 0 1 1 1 Pedro Moita 482 0 1 1 1 0 Raquel Moreira 811 1 0 1 1 1 Sancho Silva 345 1 0 1 1 1 Sérgio Borges 811 0 0 0 0 0 Vítor Ambrosio 811 1 0 1 1 1 Vítor Toricas 345 0 1 1 1 1 11 8 18 17 16,6 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 1 1 0 1 0 1 1 0 1 0 11 20 docentes Artigo 16º, nº 6 18 TI + 0,2 + 0,6 = 18,8 ETIa) 18/18,8=95,7% (objetivo: ≥75%) b) 11/18,8=58,5% (objetivo: ≥40%) c) i) 16,6/18,8=88,3% (objetivo: ≥50%) c) ii) 11/18,8=58,5% (objetivo: ≥20%) 345 - 5; 811 - 9; 812 - 4; 482 - 2 Conforme se pode verificar, e em conformidade com os cálculos atrás apresentados, é nossa convicção que a presente proposta preenche na íntegra as disposições constantes dos n.ºs 5 e 6 do artigo 16.º do D.L. n.º 115/2013, de 7 de Agosto. Sublinha-se que existe na ESHTE um plano de desenvolvimento do corpo docente, devidamente quantificado, o qual passa pelo incentivo aos doutoramentos e à figura dos especialistas, além da criação de condições para o desenvolvimento da investigação. Com efeito, a ESHTE tem dado continuidade, numa óptica de reforço, ao seu programa interno de estímulo aos processos de doutoramento dos seus docentes. Efectivamente, mesmo antes da criação do PROTEC, já um conjunto significativo de doutorandos beneficiou de apoios traduzidos em dispensas parciais de serviço, iniciativas que já deram e continuarão a dar frutos. 6 Como nota adicional, importa assinalar que a ESHTE possui na actualidade 27 docentes doutorados, registando-se um progresso significativo nos últimos quatro anos, como se demonstra seguidamente: Quadro 3 Docentes doutorados na ESHTE Até 2008 Pós - 2008 Total 12 15 27 Por outro lado, o número de docentes em processo de doutoramento ascende a 38, o que permite perspectivar a duplicação do valor anual num prazo relativamente curto. Importa igualmente ter presente que a ESHTE dispõe de um significativo contingente de docentes cujas altas e indispensáveis competências foram adquiridas - ou demonstradas – em contexto de trabalho, nos diversos níveis e nas várias dimensões que compõem o universo do sistema turístico. Estes docentes – fundamentais para a Escola – necessitavam de ser devidamente enquadrados na carreira de especialista, pelo que a ESHTE publicou o seu regulamento específico nesta matéria, integrando igualmente um consórcio de instituições congéneres tendo em vista a constituição de uma plataforma de júris no domínio do turismo. Face ao referido anteriormente, afigura-se realista admitir que, nos próximos dois anos, a ESHTE venha a contar com cerca de uma dezena de especialistas em diversas áreas, desde as técnicas de cozinha e restauração ao planeamento turístico. Como resulta das informações que integram o Quadro 1, anteriormente apresentado, as várias unidades curriculares terão sempre um docente doutorado como responsável (e com forte especialização nas temáticas em causa), sendo que em duas disciplinas indicaram-se cumulativamente os nomes de outros docentes que participarão na leccionação das mesmas, de forma a reforçar a componente de aplicação dos conhecimentos e saberes adquiridos às actividades concretas do respectivo perfil profissional. Neste contexto, reafirma-se o nosso entendimento de que a formação adequada que se pretende para o Mestrado em apreço não se alcança através de um corpo académico composto por doutorados exclusivamente da área do turismo/hotelaria. Pelo contrário, as perspectivas modernas referem claramente que o cariz pluridisciplinar destes conteúdos deriva da aglutinação de doutorados do turismo com especialistas nas disciplinas subsidiárias da gestão. É precisamente neste espírito que radica a configuração proposta para este Mestrado. Mecanismos de garantia de qualidade: Importa evidenciar o modelo que se pretende implementar para o futuro em termos de procedimentos nesta matéria. Assim, no início de cada ano lectivo, a Coordenação do Mestrado em Gestão Hoteleira, na reunião de abertura com todos os alunos, dará conhecimento da realização de um inquérito de avaliação da 7 satisfação aos alunos e docentes, sensibilizando-os para as vantagens decorrentes da sua concretização. Posteriormente, e em articulação com o Conselho para a Avaliação e Qualidade, definirá o modelo de instrumento de notação a utilizar, quer no caso dos alunos, como dos funcionários docentes e não docentes. Os inquéritos realizar-se-ão nas duas últimas semanas de aulas de cada semestre, contando-se com a colaboração dos docentes para a sensibilização do corpo discente, de forma a garantir os níveis desejáveis de participação. A recolha de dados será concretizada electronicamente, através da inclusão de um módulo específico para o efeito no site institucional da ESHTE. Após a fase de obtenção de dados, seguir-se-ão os procedimentos de validação e gravação da informação, utilizando-se para o efeito o software adequado para os fins em vista. Posteriormente, o Conselho para a Avaliação e Qualidade nomeará uma Comissão que procederá à análise de resultados, a qual produzirá um relatório inerente ao semestre em apreço, visando a sua divulgação junto da comunidade académica. Esta fase de apresentação de resultados terá como destinatários além dos alunos, os funcionários docentes e não docentes ligados ao curso, bem como os órgãos institucionais da ESHTE (Presidente, Conselho Técnico-Científico e Conselho Pedagógico). Será igualmente disponibilizado no site da ESHTE, de forma a poder ser acedido pela comunidade externa à Escola, nomeadamente os stakeholders do sector. A Comissão nomeada pelo Conselho para a Avaliação e Qualidade elaborará igualmente um relatório contendo a súmula das opiniões dos funcionários docentes e não docentes ligados ao curso, o qual será igualmente transmitido aos órgãos da ESHTE atrás mencionados. Por outro lado, pretende-se complementar esta abordagem eminentemente interna, com a realização de um inquérito anual junto dos alunos entretanto diplomados, bem como dos respectivos empregadores. Considera-se esta iniciativa essencial para aferir aspectos relacionados com os índices de empregabilidade e com a adequação do curso face às expectativas dos alunos e dos agentes do sector turístico. Finalmente, importa referir que a Coordenação do Mestrado em Turismo procederá anualmente a uma análise integrada dos elementos atrás mencionados, de forma a introduzir os ajustamentos considerados pertinentes ao nível do funcionamento do curso, da distribuição do serviço docente e dos conteúdos programáticos das várias unidades lectivas, bem como ao nível de outras medidas que se identifiquem como necessárias. Considerações finais: Em complemento às notas anteriormente formuladas, convém aditar um conjunto de considerações finais, as quais permitem enquadrar determinados parâmetros essenciais para a análise do processo. Assim, salienta-se: A estrutura curricular proposta derivou de bases concretas e já testadas, ou seja, surgiu como extensão do Executive Master em Gestão Hoteleira, o qual tem vindo a ser concretizado com pleno sucesso através de uma parceria com a Universidade Católica do 8 Porto (Escola de Gestão Empresarial) e com realização simultânea no Estoril, no Porto e no Algarve; A existência de uma compatibilidade plena entre a missão da ESHTE e esta proposta de formação, não derivando a presente proposição de qualquer área “em moda”, mas sim como um complemento natural da licenciatura em Direcção e Gestão Hoteleira, a qual existe há vinte anos na instituição, com uma procura anual sempre com níveis muito elevados, como demonstra a nota do último aluno colocado em 2010 (160,8 para o curso diurno); A ESHTE possui os equipamentos, espaços, laboratórios, salas multimédia, biblioteca e salas de estudo necessários para o efeito, sendo a sua oferta considerada de referência no panorama nacional ao nível de instalações e infra-estruturas; Quanto à capacidade de investigação, a ESHTE efectuou um enorme esforço neste domínio, nomeadamente através do CESTUR – Centro de Investigação em Turismo, que, apesar de não ser um centro de investigação reconhecido pela FCT, tem vindo a produzir trabalho científico de inegável qualidade, facto que é facilmente demonstrável, quer pelo aumento do número de estudos realizados, quer sobretudo pelo reconhecimento e credibilidade que hoje tem junto da comunidade científica e dos principais actores, públicos e privados do sector do turismo; Demonstrou-se que a ESHTE possui as condições desejáveis para apoiar os seus mestrandos, não só pela ligação que detém ao “trade”, mas igualmente pelo enquadramento que pode dar às actividades de investigação ou de estudo (sistema informático moderno, biblioteca com acesso à B-on e única Depositária Oficial das publicações da UNWTO); O plano curricular proposto pela ESHTE encaixa-se nos referenciais internacionais neste domínio; A Escola enquadrará os custos de funcionamento do novo ciclo de estudos através do seu orçamento corrente; Foi devidamente fundamentada a existência de procura potencial para o presente curso, bem como as necessidades do mesmo no contexto do mercado de trabalho; Sublinham-se igualmente as parcerias nacionais e internacionais existentes, nomeadamente com a Universidade de Lisboa, com a Universidade Católica do Porto, com a Universidade Nova de Lisboa, com a Gloucestershire University e com a própria rede Tedqual da Organização Mundial do Turismo; Ainda na área da investigação, importa sublinhar que a ESHTE, à semelhança da generalidade das Instituições de Ensino Superior Politécnico, tem lacunas nesta matéria, o que não invalida o reconhecimento do esforço já efectuado e das acções que estão em curso para ultrapassar este “deficit”; Assim, a ESHTE, para melhorar o seu desempenho neste domínio está actuar em várias frentes, nomeadamente, através do estabelecimento de acordos com outros centros, através da aposta na formação de topo, através da integração nos futuros Centros de Investigação Aplicada (inter-instituições do Ensino politécnico) e, finalmente, através do reforço das suas próprias estruturas de investigação, seja pela abertura das mesmas aos actores turísticos, seja através de futura candidatura à acreditação junto da FCT (desde 2007 não é aberto concurso para acreditação); Tenha-se presente que é inexistente a investigação em Portugal no domínio da hotelaria, sendo que através do presente Mestrado pretende-se precisamente o seu incentivo, 9 usufruindo a ESHTE de uma posição ideal para esse efeito, face à especialização que possui neste âmbito, plenamente comprovada através de uma procura sem paralelo ao nível nacional, no que respeita ao 1.º ciclo de estudos equivalentes. Ainda sobre a investigação importa referir que a ESHTE possui parcerias com várias entidades do sector, nomeadamente, com a APECATE – Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos; os Municípios de Cascais, Almada, Mafra e Oeiras; Centro de Estudos de Turismo (CESTUR), Turismo do Estoril, E.M., S.A; Turismo do Alentejo, ERT; Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, ERT; Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP); Associação Regional dos Hoteleiros da Costa do Estoril, Sintra, Mafra e Oeiras; Associação dos Directores de Hotéis de Portugal (ADHP); Instituto da Soldadura e Qualidade; Fundação INATEL; MOVIJOVEM - Mobilidade Juvenil, Cooperativa de Interesse Público de Responsabilidade Limitada; Penha Longa Hotel & Golf Resort Sintra; Grupo Onyria – SGPS, S.A; Viabiliti – Financial Management, Lda; EUREST (Portugal); IBERSOL, Restauração, S.A; e, Estoril Sol (III) – Turismo, Animação e Jogo, S.A.; No domínio formação avançada, a ESHTE oferece os seguintes cursos de formação avançada (Pós-graduações e Executive Master): Executive Master em Gestão Hoteleira, em parceria com a Universidade Católica do Porto; Coaching e Liderança no Turismo e Hotelaria; Gestão Turística e Cultural de Espaços Públicos; Inovação e Empreendedorismo no Turismo; Sistemas de Informação Geográfica Aplicados ao Turismo; Gestão de Espaços de Saúde e Bem-Estar - SPA; Pós-graduação em Gestão Estratégica de Destinos Turísticos; Pósgraduação em Gestão Estratégica de Eventos; Pós-graduação em Planeamento e Gestão em Turismo de Natureza e Aventura; Por outro lado, possui protocolos de cooperação celebrados com vários parceiros: AIP – Feira, Congressos e Eventos – Associação Empresarial, Associação dos Gestores de Golfe de Portugal, a CPL – EVENTS, Associação de Desportos de Aventura Desnível, Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN), Fundação António Quadros, Cultura e Pensamento, IIGOT da Universidade de Lisboa, a Fundação INATEL, Fundação ISCTE, SENAC (S. Paulo, Brasil), Ministério do Turismo, Comércio e Indústria da República Democrática de Timor-Leste, Universidade do Algarve, Universidade dos Açores, Universidade de Cabo Verde, Universidade Católica Portuguesa e Universidade Católica do Porto/EGE (Master Executivo em Gestão e Direcção Hoteleira); No plano das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), importa reconhecer o seu carácter crucial, atendendo a que agitaram a actividade hoteleira, gerando novos modelos de negócio e alterando completamente a estrutura de promoção, distribuição e gestão. Assim, neste domínio, a ESHTE tem desenvolvido um conjunto de projectos e parcerias que permitem apresentar uma resposta cabal à permanente evolução da actividade turística. Entre outras, destacam-se as seguintes parcerias da ESHTE: GDS Galileo (sistemas global de distribuição do produto turístico – Aviação, Carros e Hotéis); Micros Fidelio (gestão de operações hoteleiras – alojamento, food & beverages, eventos); Artifax (gestão operacional de eventos); Campus Microsoft (sistemas de informação e aplicações office); Winrest (gestão de food & beverages); Cesim (simulador de gestão Hoteleira – áreas alojamento, food & beverages e eventos); Paralelamente, destacam-se também projectos que apresentam uma significativa mais-valia para os nossos discentes. Entre outros, a plataforma de partilha de conteúdos lectivos e de 10 turismo (Moodle), novos projectos de ensino a distância (Academias ESHTE) e o campus e-U (acesso eduroam); O conjunto de “ferramentas” enumeradas possibilitam dotar os discentes de um conjunto de competências essenciais para os quadros superiores da actividade hoteleira, em particular no que concerne ao tratamento automatizado da informação e do conhecimento (sistemas de informação e de suporte à decisão) e à gestão de canais on-line (Internet e Web 2.0; e-Marketing; e-Commerce), aliando o conhecimento a uma eficaz simulação do mundo real; Como apontamento final, e como decorre dos diagnósticos efectuados por entidades credíveis nacionais e internacionais, nomeadamente a Organização Mundial do Turismo, enfatiza-se a necessidade dos gestores hoteleiros possuírem, na actualidade, a visão estratégica e inovadora susceptível de promoverem as acções tendentes a assegurar os objectivos de diversificação e de especialização da oferta, o que implica alterações profundas ao nível dos métodos, técnicas e competências da gestão hoteleira. Com efeito, estas transformações terão incidência não só ao nível da gestão de topo, com particular ocorrência nas áreas da gestão estratégica, do planeamento e da coordenação dos departamentos funcionais, mas igualmente no plano da gestão operacional, com reflexos nas políticas e planos de acção de cada sector. Neste contexto, o gestor hoteleiro com as valências atrás referidas será um agente de mudança e facilitador da evolução que se preconiza para a gestão hoteleira. De facto, a realidade actual afasta-se claramente dos modelos do passado, assentes numa gestão eminentemente empírica e baseada na experiência dos gestores, fortemente centralizada e rígida nos métodos de trabalho. Distingue-se igualmente dos processos mais recentes de gestão racional, apoiados nos princípios do marketing e no funcionamento de equipas com capacidade para comunicarem internamente e externamente, dotadas de competências próprias e dirigidas para corresponderem às exigências dos clientes. Com efeito, na actualidade sobressaem os requisitos da denominada gestão por objectivos, caracterizada como um método de planeamento e avaliação baseado em factores quantitativos, os quais decorrem da eleição de áreas prioritárias, da fixação de resultados a serem alcançados pela organização, da consideração das respectivas contribuições e do sistemático acompanhamento do desempenho. Face aos aspectos atrás referidos, o Mestrado em Gestão Hoteleira irá proporcionar uma resposta adequada na formação dos gestores hoteleiros, facultando as necessárias competências em matérias que respondem às novas exigências nos modelos e processos de negócios, às questões de escala e de flexibilidade e à capacidade de gestão, planeamento, qualidade, inovação e qualificação do pessoal. Este curso irá possibilitar aos seus utentes a aquisição de competências – chave, as quais gerarão conhecimentos adicionais em relação às matérias nucleares da licenciatura no ramo homólogo, nomeadamente no âmbito do marketing holístico (informação, comercialização e promoção), do reforço dos conhecimentos sobre o mercado e a procura (redes), da capacidade de inovação nos 11 processos, nos produtos, nos modelos organizacionais e nos negócios, na análise das alianças e das parcerias estratégicas adequadas, na gestão do relacionamento com o cliente e no fortalecimento da capacidade de pensamento estratégico. Entende-se igualmente que o presente plano curricular de unidades lectivas irá contribuir para os desígnios de inovação subjacentes à evolução do sector, proporcionando um conjunto de conhecimentos especializados na vertente dos produtos, dos serviços, da operação, do mercado (e dos seus canais) e do modelo de negócios (adaptação da estrutura organizativa, parcerias estratégicas, serviços partilhados e potenciação das TIC). 31 de Outubro de 2013 12 ANEXO 1 13 14 15 16