Núcleo de Loriguenses Apoiantes do Progresso e Desenvolvimento de Loriga (Movimento de Opinião Formal) Rua Sacadura Cabral, 47 A 6270 – 108 Loriga LORIGA E O ABASTECIMENTO DE ÁGUA O 1º CENTENÁRIO DOS FONTANÁRIOS NA VILA in www.loriga.de (fonte) Colónia Loriguense de Manaus 1905 - 1907 Percorrendo algumas das artérias principais desta localidade, decerto não deixará de reparar nas fontes onde a água cristalina cai dia e noite, como uma sinfonia sem fim. Numa placa de mármore nelas fixadas se poderá ler: - Colónia Loriguense de Manaus 1905-1907. O visitante pára... por momentos olha... e ao ler tais legendas, pensará, que, os filhos de Loriga não se esqueceram da sua terra, apesar de estarem longe. A Colónia dos Loriguenses em Manaus, mesmo longe pela distância, não esquecia também as necessidades dos seus conterrâneos. Assim pensaram levar a bom termo a iniciativa da construção de Fontanários na sua terra. Em 6 de Agosto de 1905 dia da Festa da Nossa Senhora da Guia, alguns Loriguenses reuniram-se na casa do Sr. José da Cruz de Moura Pina, decidindo constituir uma comissão com vista à angariação de fundos no sentido de abastecer a população de Loriga de água verdadeiramente potável e em condições perfeitamente higiénicas. Essa comissão ficou assim constituída:- José da Cruz de Moura Pina, Presidente;- Manuel de Jesus de Pina, Tesoureiro;José Alves Nunes de Pina, Secretário. Faziam parte desta Comissão um Conselho Fiscal assim constituído:- António Ambrósio de Pina; Augusto Mendes de Gouveia e Joaquim Ambrósio de Pina. Os Fontanários de Loriga, são pois obras vivas do passado, doadas por esses Loriguenses que apesar de estarem longe, amavam a terra que lhes tinha sido berço, não esqueciam as carências nela existentes e as necessidades das suas famílias. Aqui se registam os nomes de todos aqueles que contribuíram para este grande melhoramento de Loriga. Lista onde consta os nomes e respectivas assinaturas das pessoas: "José da Cruz de Moura Pina; Jeremias Alves Nunes de Pina; Emigdio Alves Nunes de Pina; Manoel de Jesus de Pina; Augusto Mendes Gouveia; António Ambrósio de Pina; Albino Pinto Martins; António da Silva Páes; António Alves da Costa; Abílio Cardoso de Pina; José Ambrósio de Pina; Abílio Fernandes Nogueira; Manuel de Brito Pinheiro; João Luis de Moura; António Dias dos Santos; António Luis de Moura Pina; Carlos Augusto da Costa; Olarias-proprietários Francisco Santos e José Duarte Pina; Henrique de Moura (Joaquim); J.António & Irmãos (Fontão); Olaria-proprietários José G. de Pina e José de Brito Pina; José Nunes Caçapo; António Gonçalves de Pina; António de Brito Miguel; Manuel de Brito Inácio; Joaquim de Pina Pires; António Gomes Leitão; José de Pina Pires Júnior; António de Pina Monteiro; José Alves do Torno; João Gonçalves de Brito (Alvoco); José Diogo Ferreira; António de Brito; Domingos Maria da Costa Veiga; José Alves Martins José; António Gomes Luiz; Joaquim Lopes de Brito; Núcleo de Loriguenses Apoiantes do Progresso e Desenvolvimento de Loriga (Movimento de Opinião Formal) Rua Sacadura Cabral, 47 A 6270 – 108 Loriga Joaquim Alves da Costa; António Marques Luis; José Gomes Martins; Plácido Nunes Amaro; Francisco de Brito Pinheiro; João Luis de Moura; Henrique Pinheiro; Joaquim Gomes de Brito (Alvoco); Abílio Duarte dos Santos; António Duarte dos Santos; Abílio Diogo de Gouveia; Manuel Pinto de Abranches; Germano Diniz (da Carvalha); João Henrique Freire (da Barriosa); Emília Mendes de Pina; João Fernandes de Moura, Joaquim Gomes de Pina; Joaquim Ambrósio de Pina; Joaquim Lopes Cecília; José Alves Nunes de Pina; António Alves Nunes de Pina; Joaquim de Pina Monteiro; António Pina Monteiro; José Pina Monteiro; Abílio Santos Ferrito; José Gomes Luiz Lages; António Gomes Luiz Lages; Afonso Duarte Jorge; Manuel de Moura Pina; João de Moura Pina; António de Moura Pina; Abílio Cardoso de Pina; José Ambrósio de Pina; José Diogo Ferreira; Joaquim Lopes de Brito; Alfredo da Costa; João Luiz dos Santos" Nota:-Fazem parte desta Lista mais três nomes, só que se encontram ilegíveis. Existem muitas outras pessoas que contribuíram para a construção dos Fontanários, além dos nomes que constam, estes transmitidos via verbal por um Loriguenses residente no Brasil e, que se encontram inseridos nos registos das memórias do senhor Padre Lages, sobre o título "Para Constar". Numa região onde a água existe com grande abundância, a carência de fontes de água potável em Loriga era um facto. Nessa época já longínqua, esta localidade tinha apenas no perimetro do agregado familiar, duas fontes de água potável, mas represadas, em que mergulhavam indistintamente cântaros, latões, baldes etc., por vezes sem o mínimo dos rudimentares preceitos higiénicos, sendo uma delas situada na Barroca e outra no lugar ainda hoje conhecido por Fonte do Vale. A Fonte do Vinhô é também uma das mais antigas. Na periferia, havia outras a que o povo chamava do Regato, do Teixeiro e dos Amores, no entanto, essas eram menos utilizadas por motivo da distância a que ficavam, sendo também águas que brotavam dos combros ou cômoros de propriedades regadias, mas filtradas pela terra .No final do século XIX, o povo passou a aproveitar outros locais onde a água era potável, para assim se abastecer desse precioso líquido. Os emigrantes loriguenses sedeados no norte do Brasil, mais concretamente em Manaus, apesar da distância não esqueciam as necessidades dos seus conterrâneos. Assim pensaram levar a bom termo a iniciativa da construção na sua terra, de Fontanários, edificados nos primeiros anos do século XX: -Um na rua principal no local conhecido pelas "Almas" outro no Adro da Igreja e um outro na Rua do Porto. Construídos em locais estratégicos da povoação, a partir de então, e durante dezenas de anos foi este o meio de abastecimento de água que a população necessitava para seu consumo. No princípio da década de 1970, o saneamento básico foi levado a efeito em Loriga. Os trabalhos prolongaram-se durante alguns anos, onde a evidente impaciência da população, viria a ser recompensada, com um dos maiores melhoramentos efectuados em Loriga sendo de uma importância vital para todos. Passando a maioria das habitações a ter água canalizada, as Fontes de Loriga, deixaram de ter a mesma relevância que tinham tido até então. No entanto, continuam bem vivas e ficarão para sempre gravadas na história desta localidade e da sua gente. Núcleo de Loriguenses Apoiantes do Progresso e Desenvolvimento de Loriga (Movimento de Opinião Formal) Rua Sacadura Cabral, 47 A 6270 – 108 Loriga Poemas aos Fontanários da Vila Nas ruas de Loriga vejo as Fontes Com puras águas sempre a correr Foram os brasileiros lá muito longe Que um dia as mandaram erguer * Puras são as águas que chegam Para a garganta ali se refrescar Águas que a todos mata a sede E que são para sempre de recordar Fonte das Almas * Fontes de águas cristalinas Caindo, caindo sem parar A que sobra segue para a ribeira Que as leva depois para o mar * Boas águas dos montes altos Na Fonte sempre a correr Dois tanques ali foram feitos Para alguma água se não perder Fonte do Adro * Noite e dia a água caindo Como uma sinfonia sem fim Muitas vezes ali eu me chegava Parecendo musica que tocava para mim * APina Fonte do Porto