Formação Permanente Entre Irmãos-Diocese de Coxim -Boletim Informativo-Ano 2009- Maio - III Série - nº 70 07 São João Maria Vianney - o "Cura d'Ars" São João Maria Vianney - Severo consigo, Bondoso com os outros Há 50 anos, por ocasião do centenário de falecimento de São João Maria Vianney, popularmente conhecido com o nome de “Cura d’Ars” (Ars: povoado francês ao norte de Lion, na França), o Papa João XXIII escreveu uma Carta Encíclica endereçada aos sacerdotes do mundo todo, destacando o exemplo deixado por este padre. Ao celebrarmos os 150 anos da morte de São João Vianney, é oportuno relermos algumas passagens desse texto do Bom Papa João – Um Papa que foi sempre, e acima de tudo, um bom pastor. Tendo sido ordenado padre poucos meses antes da beatificação do Cura d’Ars, ocorrida em janeiro de 1905, teve seu ministério profundamente influenciado pelo exemplo do famoso sacerdote francês. Deus escolhe o fraco para confundir o forte São João Maria Vainney (1786-1859) era filho de uma família de camponeses. No tempo de Seminário, por causa da dificuldade que tinha de aprender a língua latina, viveu momentos difíceis. Chamava a atenção de seus formadores, contudo, por ser muito piedoso. Ordenado sacerdote, não teve logo autorização para ouvir Confissões, pois julgavam-no incapaz de dirigir espiritualmente as pessoas. Um ano após sua ordenação, foi nomeado para Ars como vigário capelão e, posteriormente, cura – isto é pároco. Ars tinha somente duzentos e trinta habitantes, que viviam em casas com tetos de palha. Dez anos depois, Ars estava totalmente transformada, atraindo pessoas de todas as partes, que queriam ouvir e confessar-se com aquele sacerdote que transmitia muita bondade. Morreu a 4 de agosto de 1859, com 73 anos. No Sacrário está aquele que tanto nos ama “Falar de São João Maria Vianney é evocar a figura de um padre excepcionalmente mortificado que, por amor de Deus e pela conversão dos pecadores, se privava de alimento e sono, se impunha rudes penitências e, sobretudo, levava a renúncia de si mesmo a um grau heróico. Se é certo que comumente não é pedido a todos os fiéis que sigam esse caminho, a divina Providência dispôs que nunca faltem no mundo pastores de almas que, levados pelo Espírito Santo, não hesitem em encaminhar-se por estas vias, porque tais homens operam com seu exemplo o regresso de muitos, que se convertem da sedução dos erros e dos vícios para o bom caminho e a prática da vida cristã! A todos, o exemplo admirável de renúncia do cura de Ars, severo consigo mesmo e bondoso com os outros, lembra de forma eloqüente e urgente o lugar primordial da ascese na vida sacerdotal. (...) Convencidos de que a grandeza do sacerdócio está na imitação de Jesus Cristo, os padres estarão, pois, mais do que nunca, atentos aos apelos do divino Mestre: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”(Mt 16,24). O Santo Cura d”Ars, segundo se afirma, tinha meditado muitas vezes essas palavras de Nosso Senhor e esforçava-se por pô-las em prática. Deus concedeu-lhe a graça de se conservar heroicamente fiel a elas. (...) Homem de penitência, São João Maria vianney, tinha igualmente compreendido que o padre, antes de tudo, deve ser um homem de oração. Todos conhecem as longas noites de adoração que este jovem pároco, de uma aldeia então pouco cristã, passava diante do Santíssimo Sacramento. O Sacrário de sua igreja tornou-se o foco de sua vida pessoal e de seu apostolado, a ponto de se poder lembrar a paróquia de Ars no tempo do Santo com as palavras que Pio XII usou para se referir às paróquias cristãs: “O centro é a igreja e, na igreja, o Sacrário e, ao lado, o confessionário onde se restitui a vida sobrenatural ou a saúde ao povo cristão”. (...) Trabalhando sem cessar pelo bem das almas, João Vianney cuidava de sua própria santificação, para ficar assim em melhores condições de levar outros a ela (...). A oração do Cura d’Ars, que passou por assim dizer os trinta últimos anos de vida na igreja onde o retinham seus inúmeros penitentes, era, sobretudo, uma oração eucarística. Sal devoção para com Nosso Senhor, presente no Santíssimo sacramento do altar, era verdadeiramente extraordinária. “Está ali – dizia – aquele que tanto nos ama; por que não haveremos de amá-lo?”. E, por certo, ele O amava e sentia-se como que irresistivelmente atraído para o Sacrário. Explicava assim a seus paroquianos: “Para bem rezar não há necessidade de falar tanto! Sabemos pela fé que Deus está ali, no Sacrário: saibamos abrirlhe nosso coração e nos sentiremos felizes por ser admitido à sua Presença. É a melhor maneira de rezar”. Não perdia ocasião de ensinar aos fiéis o respeito e o amor à divina presença na Eucaristia, convidando-os a se aproximarem com frequência da sagrada mesa. Dava-lhes exemplo dessa profunda piedade: para se convencerem disso, referiram muitas testemunhas, bastaria vê-lo celebrando a Missa e fazendo a genuflexão ao passar diante do sacrário. (...). Ao seu Bispo, São João Maria Vianney repetia: “Se quiserdes converter vossa diocese, será preciso tornar santos todos os vossos párocos!” (João XXIII, Carta Encíclica Sacerdotii nostri primordia”). Texto Dom Murilo S.R. Krieger, SCJ Prestação Contas Cúria e Seminário Abril de 2009 Mitra Diocesana de Coxim- Rua Viriato Bandeira, 834 - Coxim-MS. CNPJ 03.680.444/0001-03