Publicação trimestral do IEEI-UNESP compreendendo a reunião de textos objetivos e sucintos sobre indicadores sócio-econômicos dos países da América Latina. Os temas tais como meio-ambiente, mercado de capitais, desenvolvimento e qualidade de vida dos países da região procuram oferecer uma extensão de pesquisas sobre assuntos estratégicos para a economia e assuntos internacionais na região. Coordenação: Elton Eustáquio Casagrande Observatório da América Latina no.3 Conjuntura Econômica da Colômbia Bruno Rechi Dip Juliana Moraes Julio César Ducati Letícia Devite Rodrigo de Lima Bezerra APRESENTAÇÃO O presente texto procura descrever o comportamento de variáveis macroeconômicas da Colômbia, como produção, emprego, comércio exterior, mercado de trabalho e desigualdade social para o período de 2008 a 2012. O estudo buscou analisar os dados de forma comparativa, tanto entre períodos como entre países e a América Latina como um todo, de maneira que fosse possível fazer uma interpretação econômica dos dados, traçando relação entre eles, além de moldar um perfil econômico para a Colômbia em nível regional e mundial. PRODUÇÃO E EMPREGO Apesar das dificuldades apresentadas pelos graves conflitos armados internos, a economia colombiana cresceu de forma estável na última metade do século XX, com expansão do produto a uma taxa de 4% ao ano, entre 1970 e 1998. Em 1999, o país sofreu uma forte recessão e a recuperação foi longa e dolorosa. No entanto, o crescimento e a consolidação da economia colombiana nos últimos anos merece uma análise mais profunda. De acordo com o BLADEX (Banco Latino-Americano de Comércio Exterior S.A), o PIB da Colômbia no ano de 2011 alcançou US$ 333,2 bilhões, resultado de um crescimento de 5,9% em relação ao ano anterior. Tabela 1: PIB da Colômbia entre 2008 e 2012 2008 2009 2010 2011 2012 (PROJ.) ∆ % PIB 3,50% -1,70% 4,00% 5,90% 5,10% PIB Nominal (bilhões de US$) 244,3 233,9 286,3 333,2 379,4 PIB per capita (em US$) 5346 5052 6104 7000 7871 Fonte: http://www.bladex.com/pt/latam-info/colombia Nota-se com base na Tabela 1 que apesar da crise econômica de 2008, a economia colombiana tem se fortalecido e sustentado taxas de crescimento comparáveis com as de países de economias maiores da América Latina, como Brasil e Argentina. O PIB colombiano corresponde, com base em valores de 2011, a 6,0% do PIB da América Latina, que é de US$ 5,567 trilhões. Devido ao tamanho da população, a Colômbia possui apenas o décimo PIB per capita dentre os países latino-americanos, ou seja, de sete mil dólares em 2011. A produção colombiana está dividida por setores, de acordo com a tabela a seguir: Tabela 2: Divisão do PIB da Colômbia por Setor Produtivo (2011) SETOR % Agricultura 6,90% Indústria 37,60% Serviços 55,50% Fonte: http://www.bladex.com/pt/latam-info/colombia No setor agrícola, a Colômbia tem como principais produtos produzidos as flores, a banana, o arroz, e principalmente o café, considerado um dos melhores do mundo. Na indústria, destaca-se a produção de têxteis, alimentos processados, petróleo e bebidas. Porém, nota-se, de acordo com a tabela, que o principal setor formador do produto interno bruto colombiano é o de serviços, onde tem maior peso o transporte, que inclui o serviço de seguros, e o turismo, que também inclui compra de bens e serviços por não residentes. Deve-se ressaltar a participação dos gastos governamentais, haja vista que respondem por uma parcela de 37,9% do PIB, da qual quase um quarto é usado para pagamento da dívida, estimada em cerca de 52% do PIB. O mercado interno é fraco em termos de demanda, o mercado externo é ainda pequeno para as necessidades do país e o sistema e o financiamento do sistema de pensão requer novos desenvolvimentos. A taxa de inflação em 2008 atingiu 7,0%, muito em função da instabilidade econômica mundial e a dependência do setor externo. A partir de 2009 a taxa cedeu e permaneceu dentro de um intervalo que oscila entre 2 e 4% ao ano. MERCADO DE TRABALHO E DEMOGRAFIA A Colômbia é o terceiro país mais populoso da América Latina e o segundo na América do Sul, atrás apenas do Brasil, com uma população de cerca de 45,2 milhões de habitantes. Cerca de 49,6% corresponde à população economicamente ativa (PEA) (22,45 milhões de pessoas). Na tabela abaixo é possível analisar a evolução da PEA colombiana no período. Tabela 3: População Total e PEA na Colômbia (2008-2011) 2008 2009 2010 2011 População Total (em milhões de habitantes) 45,01 45,64 44,21 44,73 PEA (em milhões de habitantes) 21,30 20,94 21,27 22,45 % PEA/Pop 47,32% 45,88% 48,11% 50,19% Fonte: http://www.indexmundi.com/g/g.aspx?v=21&c=co&l=pt Percebe-se que há uma tendência de aumento, ou ao menos, consolidação da população economicamente ativa em torno de 50% da população total. O tempo médio de anos de estudos da população é de 14 anos e a taxa de investimento na educação é de 5% do PIB. A força laboral colombiana está distribuída de acordo com a tabela abaixo: Tabela 4: Mão de obra colombiana – por ocupação (2011) Setor % Agricultura 18,25% Indústria 13,50% Serviços 68,25% Fonte: http://www.indexmundi.com/colombia/labor_force_by_occupation.html A maior geração de riqueza está no setor industrial, que cresce a 4,8% ao ano (dados de 2011). O setor demanda mão de obra qualificada, justificando o maior direcionamento dos investimentos colombianos em educação e qualificação profissional ao longo dos últimos anos. A taxa de desemprego é elevada, oscilando entre 10 e 11%. Existe um enorme contingente obtendo renda na economia informal com efeitos sobre a distribuição de renda. A Colômbia possui um IDH de 0,710 (considerado de nível elevado), o que a coloca em 87º lugar, estando três posições atrás do Brasil. O índice de Gini de é de 52,0. Os 10% mais pobres da população apropriam-se de 0,8% da renda, enquanto os 10% mais rico se apropriam de 45% da renda. A população abaixo da linha da pobreza é de 37% do total, ou 16,65 milhões de pessoas. COMÉRCIO EXTERIOR Em relação ao comércio exterior, de acordo com as tabelas abaixo, os Estados Unidos são seu principal parceiro comercial, comprando 42,6% das exportações colombianas. O petróleo e seus derivados constituem os produtos de exportação mais importantes. Tabela 5: Exportações – por países (2010) País % Estados Unidos 38,0% Europa 15,0% China 3,5% Equador 3,4% Fonte: http://www.indexmundi.com/colombia/exports_partners.html Tabela 6: Exportações – por produtos (2010) País % Petróleo e derivados 42,6% Carvão 4,9% Café 4,6% Níquel 4,1% Fonte: http://www.bladex.com/pt/latam-info/colombia Tabela 7: Importações – por países (2010) País % Estados Unidos 25,0% China 15,0% México 11,0% Brasil 5,0% Alemanha 4,10% Fonte: http://www.indexmundi.com/colombia/exports_partners.html Tabela 8: Importações – por produtos (2010) País % Bens intermediários 38,7% Bens de capital 35,1% Bens de consumo 18,9% Fonte: http://www.bladex.com/pt/latam-info/colombia Tabela 9: Balança de Pagamentos da Colômbia (2008-2012) Balança de Pagamentos (milhões de US$) 2008 2009 2010 2011 2012* Exportações de Bens 37096 32563 39546 56217 62951 Importação de Bens 36320 30510 37508 50729 57248 Balança Comercial e Serviços -2100 -276 -1385 894 1282 % do PIB -0,90% -0,10% -0,50% 0,30% Balança de Renda -10110 % do PIB -4,10% -4,00% -4,10% -4,70% -4,00% Transferências Líquidas Recebidas -9297 0,30% -11849 -15822 -15261 5511 4613 4474 4948 5664 % do PIB 2,30% 2,00% 1,60% 1,50% 1,50% Saldo em Conta Corrente -6699 -4960 -8760 -9980 -8315 % do PIB -2,70% -2,10% -3,10% -3,00% -2,20% Investimento Estrangeiro Direto (líquido) 8342 4049 352 10233 12815 % do PIB 3,40% 1,70% 0,10% 3,10% 3,40% Investimento em Portfólio (líquido) -1007 -4902 225 1732 2039 % do PIB -0,40% -2,10% 0,10% 0,50% 0,50% Dívida Externa Total 46428 68759 71671 % do PIB 19,00% 22,30% 22,00% 20,60% 18,90% 52120 63064 Serviço de Dívida Externa 7405 8827 9780 12142 13214 Amortização de Principal 4377 5915 6553 8897 9839 3028 2912 3227 Fonte: http://www.bladex.com/pt/latam-info/colombia 3245 3375 Juros * Projeção A expansão nas exportações de produtos derivados do petróleo a partir de 2010 teve reflexos no saldo da balança comercial e no PIB do país. O aumento nos saldos negativos na Balança de Rendas deve-se muito ao fortalecimento da economia colombiana e a retomada da confiança por parte dos investidores após a crise econômica mundial de 2008. Depois de 2010 a Colômbia passou a receber grande volume tanto de investimento direto estrangeiro como investimento em portfólio, gerando maiores remessas de renda líquida ao exterior. Apesar de a economia colombiana ser superavitária comercialmente, as transferências de recursos para o exterior causam déficit na Conta Corrente. A dívida externa Colombiana vem aumentando, conforme mostra a Tabela 9, porém, sua porcentagem em relação ao PIB está diminuindo em função do aumento das exportações de petróleo que, por sua vez, favoreceu o aumento do produto. O grande volume bruto da dívida é de responsabilidade dos gastos governamentais excessivos e da consequente emissão de títulos públicos para financiar tais gastos. Porém, observase um aumento da participação da amortização e redução da participação dos juros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • http://www.indexmundi.com/colombia/ • http://www.bladex.com/pt/latam-info/colombia • https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/co.html. VI – Seção especial Comunicación, Ciudades y Desarrollo Local Profa. Paola Alcazar[1] La comunicación es clave para promover el desarrollo sostenible de las ciudades, en cuanto en los últimos años, organizaciones como el programa de las Naciones Unidas para el desarrollo (PNUD), han reconocido que el conocimiento, la información y la participación son elementos indispensables para que las comunidades puedan manejar los procesos de cambio que afectan sus modos de vida y encontrar alternativas adecuadas de desarrollo que estén a su alcance. “La comunicación es una herramienta clave para que las instituciones, las comunidades y los grupos más vulnerables puedan enfrentar los nuevos desafíos del desarrollo, encontrando mecanismos que permitan la concertación y la participación”. (Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación, 2010). De lo anterior surgen dos conceptos que convergen en el uso de la comunicación para el desarrollo local: comunicación para el desarrollo y comunicación pública. Por un lado, la comunicación para el desarrollo integra varios procesos y métodos participativos de comunicación, información y gestión del conocimiento y el uso integrado de medios locales y de alcance global (PNUD, 2010). Por su parte, la comunicación pública se refiere a la compleja red de transacciones informativas, expresivas y colaborativas que ocurren en la esfera pública, es decir, en el espacio público de la sociedad (McQuail, 1998). Sin embargo, tanto la comunicación para el desarrollo como la comunicación pública, requieren de la participación ciudadana para contribuir a los procesos políticos y al desarrollo local. En el caso de Colombia, aunque los mecanismos de participación social no están lo suficientemente maduros como para aliviar y administrar de manera sincronizada las problemáticas locales, existen algunos como el esquema “Cómo Vamos”, implementado por primera vez en el 2004 por el entonces alcalde de Medellín, Sergio Fajardo. A través de este mecanismo de comunicación y participación ciudadana, el alcalde Fajardo canalizó sus esfuerzos de fortalecimiento de redes ciudadanas las cuales se beneficiaron de programas de generación de ingresos, de empleo y de productividad laboral sostenible. Estas redes también motivaron la participación ciudadana en procesos de planeación y presupuesto, utilización de la tierra y educación, entre otros. Vale la pena mencionar que procesos como estos llevaron a que Medellín hoy sea la ciudad más innovadora del mundo, puesto que le ganó a ciudades como Nueva York y Tel Aviv. En el 2007, Barranquilla adoptó este esquema “Barranquilla Cómo Vamos”, a través del cual se encarga de hacer seguimiento y evaluación a la calidad de vida en la ciudad; a su vez, le hace seguimiento al cumplimiento de las responsabilidades que la administración distrital adquirió en su Plan de Desarrollo. La Universidad del Norte hace parte de esta importante iniciativa ciudadana que busca la formación de una ciudadanía más informada, participativa y responsable; un gobierno efectivo y transparente, pidiéndole cuentas a la Administración Distrital, e incentivándola, a su vez, a generar la información necesaria para esta rendición de cuentas, para luego analizar y evaluar esta información con expertos ciudadanos; y alianzas estratégicas que conlleven a la adopción de políticas públicas que estén orientadas a mejorar la calidad de vida y a generar espacios de debate y conocimiento para potencializar los esfuerzos y recursos de los diferentes actores que evalúan y realizan seguimiento a la ciudad. Al final, lo que se busca, es comunicación y participación para el desarrollo de la ciudad. ¿Cómo vamos? En Colombia, en términos generales, mientras se destacan las mejoras en cobertura de acceso a la educación, en acceso al agua potable y en disminución de la mortalidad infantil, no son positivas las noticias en cuanto a la mortalidad materna, el embarazo adolescente y la lucha contra el VIH – sida, así como hay que redoblar esfuerzos en saneamiento ambiental y en fijar límites de deforestación. [1] Directora de Extensión de la Universidad del Norte, Barranquilla-Colombia.