INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO IVOTI CURSO NORMAL SUPERIOR - LICENCIATURA PARA EDUCAÇÃO INFANTIL LILIAN DIETRICH PROFESSORA, EDUCADORA OU TIA: QUEM SOMOS NÓS? Ivoti 2008 1 INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO IVOTI CURSO NORMAL SUPERIOR - LICENCIATURA PARA EDUCAÇÃO INFANTIL LILIAN DIETRICH PROFESSORA, EDUCADORA OU TIA: QUEM SOMOS NÓS? Trabalho de conclusão apresentado como requisito parcial para obtenção do título de licenciada pelo Curso Normal Superior – Licenciatura para educação infantil do Instituto Superior de Educação Ivoti Orientadora: Prof. Ms. Circe Mara Marques Ivoti 2008 2 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu pai e minha mãe pelo carinho e confiança que depositaram em mim durante a trajetória dessa pesquisa e no decorrer dos meus estudos. 3 AGRADECIMENTOS À Circe, orientadora, mestre e amiga, sempre me apoiando e ajudando a refletir sobre meu trabalho. Aos professores do Instituto Superior de Educação Ivoti, que acreditaram em mim e foram parceiros nessa jornada, além de grandes responsáveis pela maior parte do que está aqui, apontando caminhos para uma educação crítica e verdadeira. Às colegas do curso pela companhia nos momentos alegres e nem tão alegres. Aos colegas, amigos e direção das escolas que me acolheram e seguraram as pontas enquanto eu precisava faltar para realizar meus estudos e práticas. À Andréia pela ajuda na revisão deste trabalho. À Maria do Carmo pela ajuda na configuração deste trabalho. Ao meu amor, Dieter, pelos momentos de ajuda, paciência, compreensão e carinho, EU TE AMO! Ao Gugu pelo seu sorriso que me motivava em cada momento de tristeza que eu tinha. À minha linda, Álissa, pelos momentos de brincadeira e descontração. À Julia, pela compreensão dos momentos ausentes. À minha outra família, Ruben e Ilane, pelos momentos de conversa e rodas de chimarrão. Por razões muito difíceis de traduzir em palavras: Günther, Greice, Dinda Cris, Dindo João, Chica, Aos meus pais pela ajuda em todos os momentos: AMO VOCÊS! 4 “Se a ciência mostra que o período que vai da gestação até o sexto ano de vida é o mais importante na organização das bases para as competências e habilidades que serão desenvolvidas ao longo da existência humana, prova-se que a Educação Infantil efetivamente é tudo, mas é essencial que possamos refletir sobre como fazê-la bem e descobrir que esse bem fazer vai muito além de um desejo sincero e um amor pela criança. Para que a sentença ganhe corpo e forma, é essencial que o educador infantil seja preparado e competente”. Celso Antunes 5 RESUMO Quem somos nós? Esta pergunta é o ponto central deste trabalho no qual procuro fazer uma reflexão sobre o perfil dos profissionais que atuam em turmas de berçário, com as crianças de zero a dois anos, na rede pública e privada do município de Ivoti. O texto discute as questões envolvidas na definição de um novo perfil para os professores de educação infantil. Mostra como as escolas foram se constituindo ao longo da história e como aos poucos o novo perfil do professor está sendo repensado no contexto educativo. Enfatiza a importância de se pensar soluções para o período de transição em direção aos novos padrões definidos pela legislação. Meu trabalho aponta aspectos sobre a identidade do professor, seus sentimentos e suas características. Cito aspectos sobre as leis e suas implicações no perfil e papel do professor, bem como coloco a minha opinião e reflexões a respeito desse assunto. Palavras-chave: perfil do professor – berçário – educação infantil 6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 07 2 CONHECENDO A IDENTIDADE DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL 08 2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................. 08 2.2 O QUE É A IDENTIDADE DO PROFESSOR ................................................................ 15 2.3 CONHECENDO A ETIMOLOGIA: PROFESSORA E EDUCADORA......................... 18 3 AS NOVAS LEGISLAÇÕES E SUAS IMPLICAÇÕES NO PERFIL E NO PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................................... 19 3.1 PERFIL E PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL .............................. 22 4 OS PROFISSIONAIS QUE ATUAM COM AS CRIANÇAS DE 0 A 2 ANOS DE IDADE NAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE PRIVADA E PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE IVOTI: QUEM SÃO? ................................................... 27 5 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 41 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 43 ANEXOS ................................................................................................................................ 46 7 1 INTRODUÇÃO Esse projeto de pesquisa partiu do pressuposto de que a educação infantil é um lugar que vai além do cuidar, sendo necessário redefinir algumas questões referentes à escola, bem como o perfil do professor. No primeiro capítulo será introduzido o assunto no que se refere à parte histórica da Educação Infantil na Europa e no Brasil, destacando os principais aspectos relacionados a toda evolução que a Educação Infantil teve ao longo da história, para então, compreendermos melhor a questão do perfil do professor de acordo com as novas propostas educacionais, estabelecida na lei. Será discutido, também, o que é a identidade do professor, o seu relacionamento com a sociedade e a forma como o professor se vê, atualmente. Analisa-se a etimologia das palavras professor e educador, bem como a relação entre ambas e como estas estão inseridas no cotidiano escolar. No segundo capítulo, serão apresentados e analisados aspectos referentes ao perfil e à formação do profissional que atua na educação infantil, conforme o que está previsto na atual legislação. O terceiro capítulo trata do problema que envolve o assunto a ser pesquisado, apresentando as inquietações referentes ao papel do professor, às novas legislações, assim como algumas reflexões sobre a realidade do município de Ivoti. 8 2 CONHECENDO A IDENTIDADE DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL Neste capítulo será abordada a questão da identidade do professor de Educação Infantil. Como não poderia deixar de ser, o novo papel que vem sendo construído para a Educação Infantil traz uma nova visão de criança bem como de uma nova concepção do profissional. Sendo assim, as expectativas em relação a esse novo profissional não são poucas. Enfim, consideramos que o reconhecimento dos profissionais da educação infantil como professores somente poderá ser considerado como conquista, se no estabelecimento dessa for levado em conta o que caracteriza a sua especificidade. O que precisamos enquanto pessoas para nos tornar verdadeiros professores? Será que é suficiente apenas o gostar de crianças? 2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL A necessidade pela creche apareceu, historicamente, como reflexo direto das grandes transformações sociais, econômicas e políticas que ocorreram na Europa, a partir do século XVIII. Inicialmente surge a “Escola do Tricô”, fundada em 1767 pelo Padre Oberlin, na França. A palavra Creche, que tem origem francesa, significa manjedoura. Mais tarde surgiu a “Escola Infantil” criada em 1816 por Robert Owen, na Escócia. Ele fundou também o “Instituto para Formação de Caráter” que era organizado em três níveis: o primeiro era a escola infantil para crianças de três a seis anos; o segundo atendia as crianças de seis a dez anos e o terceiro era oferecido durante a noite e atendia alunos dos dez aos vinte anos. Quase onze décadas depois surge o famoso Kindergarten, conhecido como Jardim de Infância, criado por Froebel, em 1873, na Alemanha. E, no início do século XX surge a “Casa dei Bambini” (casa das crianças), na Inglaterra, por Maria Montessori que trabalhou com crianças pobres de um bairro e, também na Inglaterra, “O Infantário”, criado por Margaret McMillan. Cabe observar que, com exceção dos jardins-de-infância de Froebel, todos os outros programas foram iniciados para melhorar a vida das crianças pobres. A creche surgiu como uma instituição assistencial que ocupava o lugar da família, nas mais diversas formas de ausência. 9 As creches, com caráter assistencialista, surgiram para conter a mortalidade com o intuito de “manter” os pobres no trabalho servil. Nesse sentido, a pré-escola tinha como função principal a guarda das crianças. Conforme destaca a pesquisadora Craydy e Kaercher (2001, p.13), a responsabilidade pela educação das crianças pequenas ficava relegada à família ou ao grupo social: Era junto aos adultos e outras crianças com as quais convivia que a criança aprendia a se tornar membro deste grupo, a participar das tradições que eram importantes para ela e a dominar os conhecimentos que eram necessários para a sobrevivência material e para enfrentar as exigências da vida adulta. Por um bom período da história da humanidade, não houve nenhuma instituição responsável em compartilhar esta responsabilidade pela criança com seus pais e com a comunidade da qual estes faziam parte. A valorização e o sentimento atribuídos à infância nem sempre existiram da forma como hoje são concebidas e difundidas, tendo sido modificadas a partir de mudanças econômicas e políticas da estrutura social. É possível perceber essas transformações em pinturas, diários de família, igrejas e túmulos, o que demonstram que família e escola nem sempre existiram da mesma forma. Na Europa, durante a Idade Média, a criança era considerada um pequeno adulto, que executava as mesmas atividades dos mais velhos. Elas possuíam pequena expectativa de vida por causa das precárias formas de vida. O importante era a criança crescer rápido para entrar na vida adulta. Aos sete anos, a criança, tanto rica quanto pobre, era colocada em outra família para aprender os trabalhos domésticos e valores humanos, através de aquisição de conhecimento e experiências práticas. Essa ida para outra casa fazia com que ela saísse do controle da família não havendo a relação de sentimento entre pais e filhos. Os colégios existentes nesta época eram dirigidos pela Igreja, mas estavam reservados apenas para um pequeno grupo de clérigos (principalmente do sexo masculino), de todas as idades. Não existiam roupas especiais que diferenciassem adultos de crianças, mas sim, as roupas diferenciavam as classes sociais. O limite entre criança e adulto era complexo, pois este limite estava associado à cultura, ao momento histórico e aos papéis determinados pela sociedade. Estes papéis dependiam da classe social-econômica em que estava inserida a criança e sua família. Não era possível tratar uma criança analisando somente sua ‘natureza infantil’, desvinculando-a das relações sociais de produção existente na realidade. Na Idade Moderna, a Revolução Industrial, o Iluminismo e a constituição de Estados laicos trouxeram modificações sociais e intelectuais, modificando a visão que se tinha da 10 criança. A criança nobre passou a ser tratada diferentemente da criança pobre. Tinha-se amor e piedade por essa criança nobre. Já a criança pobre não tinha esse tratamento. A partir de então começaram a surgir as primeiras propostas de educação infantil. Se na sociedade feudal, a criança começava a trabalhar como adulto logo que passava a faixa da mortalidade, na sociedade burguesa ela passava a ser alguém que precisava ser cuidada, escolarizada e preparada para uma atuação futura. E essas tarefas ficavam encarregadas aos colégios. Porém não havia junção de burgueses e das classes populares, surgindo então, a discriminação entre o ensino de rico e de pobre. O ensino iniciou-se, primeiramente, para os meninos; para as meninas, só a partir do século XVIII. A educação foi se tornando mais pedagógica e menos empírica. E foi nessa época que surgiu o castigo corporal como forma de educação (disciplinar), uma vez que consideravam a criança frágil e incompleta. E foi utilizado tanto pelas famílias quanto pelas escolas, legitimando o poder do adulto sobre a criança. Com essa educação e com os castigos, crianças e adolescentes foram se unindo cada vez mais devido ao mesmo tratamento, passando a se distanciar da vida adulta. Iniciaram as primeiras creches para abrigarem filhos das mães que trabalhavam na indústria. Mudanças nessa realidade aconteceram não só em decorrência de novas necessidades políticas e econômicas da sociedade moderna, mas também em função de avanços nos campos da Psicologia e da Sociologia, que contribuíram para o florescimento de novas concepções de infância, de família e de gênero. A esse respeito, Craydy, C. e Kaercher (2001) destacam que: (...)as creches e pré-escolas surgiram a partir de mudanças econômicas, políticas e sociais que ocorreram na sociedade; pela incorporação das mulheres à força de trabalho assalariado, na organização das famílias, num novo papel da mulher, numa nova relação entre os sexos, para citar apenas as mais evidentes. Mas, também, por razões que identificaram com um conjunto de idéias novas sobre a infância, sobre o papel da criança na sociedade e de como torna-la, através da educação, um indivíduo produtivo e ajustado às exigências desse conjunto social. As crianças da burguesia passaram a ter seus trajes diferenciados e as crianças das classes baixas continuaram com os trajes iguais aos dos adultos. Houve uma fragmentação social, onde a escola popular se tornou deficiente em muitos aspectos. O padrão de criança era a criança burguesa, mas nem todas eram burguesas e nem todas possuíam uma bagagem familiar que era aproveitada pelo sistema educacional. Pensando nisso, criaram-se os programas de cunho compensatório para suprir as deficiências de saúde, nutrição, educação e as do meio sócio cultural. 11 Essa educação compensatória1 começou no século XIX com Pestalozzi, Froebel, Montessori e McMillan. A pré-escola era vista e pensada por esses pensadores como uma forma de superar a miséria, a pobreza, a negligência das famílias. E somente depois da Segunda Guerra Mundial é que o atendimento pré-escolar tomou mudou, pois a demanda das mães que começaram a trabalhar nas indústrias bélicas ou naquelas que substituía o trabalho masculino aumentou. Houve uma preocupação assistencialista-social, onde se tinha a preocupação com as necessidades emocionais e sociais da criança. Cresceu o interesse de estudiosos pelo desenvolvimento da criança, pela evolução da linguagem e a interferência dos primeiros anos em atuações futuras e a preocupação com o método de ensino reaparecia. Já a Educação Infantil, no Brasil, é muito nova, sendo aplicada a partir dos anos 30, quando surgiu a necessidade de formar mão-de-obra qualificada para a industrialização do país. Surgiu acompanhando a estruturação do capitalismo, a crescente urbanização e a necessidade de reprodução da força de trabalho, ia desde a liberação da mulher-mãe para o mercado de trabalho, até uma visão de mais longo prazo, em preparar pessoas nutridas e sem doenças. No Brasil, diferentemente das sociedades européia e norte-americana, tanto a escolarização quanto a emergência da vida privada chegaram tardiamente pelas características de país pobre apoiado inicialmente no sistema colonial e, posteriormente, na industrialização dependente. (BATISTA, 2001, p.2) Segundo KUHLMANN JUNIOR2 (1998, p.82), em 1899 dois fatos foram marcantes para o início da Educação Infantil na sociedade brasileira: o Instituto de Proteção Assistência à Infância do Rio de Janeiro e a creche de Companhia de Fiação de Tecidos Corcovado (RJ), a primeira creche brasileira para filhos de operários de que se tem registro. Com a industrialização, toda a mão de obra era usufruída. As mulheres teriam que trabalhar e, com isso, seus filhos ficariam desamparados. Por este motivo, as indústrias precisariam de lugares que servissem de amparo aos filhos destas famílias. O povo passou a 1 A educação compensatória é um termo que surgiu durante a Revolução Industrial. Esse termo é usado, em geral, no pré-escolar e nas séries iniciais do 1º grau." (DUARTE, Sérgio Guerra. Dicionário brasileiro de educação. Rio de Janeiro: Antares : Nobel, 1986.) 2 KUHLMANN JUNIOR, Moyses. Infância e a educação infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação, 1998. 12 reivindicar esses direitos e, aos poucos, as creches para os filhos de operários começaram a emergir. Para os bebês de zero a três anos, serviriam como segunda mãe, um local de amparo e muitos cuidados, pois as crianças morriam facilmente e em grande número, devido às doenças, falta de higienização e alimentação escassa. Assim, Além da importância e da ênfase atribuída ao papel materno na educação de bebês, também é preciso considerar que naquela época ainda era quase inevitável atender os menores sem as alarmantes conseqüências dos altos índices de doenças e de mortalidade. (KUHLMANN, 2000, p.8) Esses fatores, higiene e alimentação, muitas vezes tinham como conseqüência a mortalidade infantil. Por esta razão, o governo agregou às secretarias de saúde e bem estar a incumbência de cuidar das crianças provenientes de famílias pobres em locais somente para elas. Sendo assim: Durante as duas décadas iniciais do século XX, implantaram-se as primeiras instituições pré-escolares assistencialistas no Brasil. [...] A recomendação da criação de creches junto às indústrias ocorria com freqüência nos congressos que abordaram a assistência a infância. (KUHLMANN, 1998, p.85) Partindo destas incumbências por parte de indústrias – mesmo a contra-gosto, inicialmente – as quais tinham como obrigação auxiliar suas operárias no cuidado com seus filhos, que a creche foi tomando espaço na sociedade brasileira nas duas primeiras décadas do século XX, principalmente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. O surgimento da Educação Infantil no Brasil deu um grande passo com a organização do Primeiro Congresso Brasileiro de Proteção à Infância, em 1922. KUHLMANN (1998, p.89 e 90) escreveu sobre o evento: O congresso representou, [...], a consagração de propostas que vinham sendo desenvolvidas aqui desde o início do século. Seu objetivo era tratar de todos os assuntos que direta ou indiretamente se referiam à criança, tanto no ponto de vista social, médico, pedagógico e higiênico, em geral, como particularmente em suas relações com a Família, a Sociedade e o Estado. No Brasil Escravista, a criança escrava entre seis e doze anos já começa a fazer pequenas atividades como auxiliares. A partir dos doze anos eram vistos como adultos, tanto para o trabalho quanto para a vida sexual. A criança branca, aos seis anos, era iniciada nos primeiros estudos de língua, gramática, matemática e boas maneiras. Vestia os mesmos trajes dos adultos. 13 As primeiras iniciativas voltadas à criança tiveram um caráter higienista e beneficente, cujo trabalho era realizado por médicos e damas da sociedade preocupadas com o alto índice de mortalidade infantil. Esses índices eram atribuídos aos nascimentos ilegítimos da união entre escravas e senhores e a falta de educação física, moral e intelectual das mães. Com a Abolição e a Proclamação da República, a sociedade abriu as portas para uma nova sociedade, impregnada com idéias capitalista e urbano-industrial. No Brasil, o surgimento das creches foi um pouco diferente do restante do mundo. Enquanto no mundo a creche servia para as mulheres terem condição de trabalhar nas indústrias, no Brasil, as creches populares serviam para atender não somente os filhos das mães que trabalhavam na indústria, mas também os filhos das empregadas domésticas. As creches populares atendiam somente o que se referia à alimentação, higiene e segurança física. A Casa dos Expostos ou Roda3 existia em quase todos os países nos séculos XVIII e XIX. Segundo a pesquisadora Maria Luiza Marcílio, tiveram origem na Itália, no século XII e, por mais de cem anos, foram as únicas instituições de assistência à criança abandonada em todo o Brasil. O surgimento dessas instituições deve-se ao grande número de recém-nascidos abandonados em portas de igrejas, em portas de casas de famílias ou então, a morrer de fome, de frio ou comidos por animais. Conforme Lallemand, a primeira Casa dos Expostos existente em nosso país foi fundada pelo vice-rei, em 1726, em Salvador, devido a quantidade de bebês abandonados na cidade. A partir de então foram criadas no Brasil, treze rodas de expostos ao longo dos períodos Colonial, Imperial e início da República4. Na impossibilidade de atender a todas as crianças abandonadas na roda, os pequenos eram encaminhados pela rodeira, a uma “ama-de-leite”, ou seja, mulheres extremamente pobres, solteiras, ignorantes e residentes nas cidades. A campanha pela abolição das rodas, iniciada na Europa no século XIX, contou, no Brasil, com o apoio dos médicos higienistas interessados em reduzir os altos índices de mortalidade infantil que ocorriam nestas instituições, e também com o apoio dos juristas 3 O nome da roda provém do dispositivo onde se colocavam os bebês que se queria abandonar. Sua forma cilíndrica, dividida ao meio por uma divisória, era fixada no muro ou na janela da instituição. No tabuleiro inferior, em uma abertura externa, o expositor depositava a criancinha que enjeitava. A seguir, ele girava a roda e a criança já estava do outro lado do muro. Puxava-se uma cordinha com uma sineta, para avisar a vigilante ou rodeira que um bebê acabava de ser abandonado e o expositor furtivamente retirava-se do local, sem ser identificado. MARCÍLIO, Maria Luiza. A roda dos expostos e a criança abandonada na história do Brasil, 1993, p.55. 4 Ibid., p.64 14 interessados na criação de leis protetoras à criança abandonada com vistas a contornarem os problemas oriundos da adolescência. Já no Brasil, a eliminação das rodas representou um passo muito curto ao olhar-se tanto para a melhoria na qualidade do atendimento como para a seriedade no compromisso assumido pelas autoridades públicas. Em 1919 foi criado o Departamento da Criança no Brasil, cuja responsabilidade caberia ao Estado, mas foi mantido na realidade por doações. Esse departamento possuía diferentes tarefas: realizar histórico sobre a situação da proteção a infância no Brasil; fomentar iniciativas de amparo à criança e à mulher grávida pobre; publicar boletins, divulgar conhecimentos; promover congressos; concorrer para a aplicação das leis de amparo à criança; uniformizar as estatísticas brasileiras sobre mortalidade infantil. Com o passar do tempo, a criança passou a ser valorizada como um adulto em potencial, matriz do homem, não tendo vida social ativa. A partir dessa concepção, surgiram vários órgãos de amparo assistencial e jurídico para a infância, como o Departamento Nacional da Criança em 1940; Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição em 1972; SAM – 1941 e FUNABEM; Legião Brasileira de Assistência em 1942 e Projeto Casulo; UNICEF em 1946; Comitê Brasil da Organização Mundial de Educação Pré-Escolar em 1953; CNAE em 1955; OMEP em 1969 e COEPRE em 1975. Por volta do ano de 1970, houve uma crescente evasão escolar e repetência das crianças das classes pobres no primeiro grau. Por causa disso, o atendimento à educação pré-escolar foi ampliado, chamada educação compensatória5, para crianças de quatro a seis anos para suprir as carências culturais existentes na educação familiar da classe baixa. As carências culturais existem porque as famílias pobres não conseguiam oferecer condições para um bom desenvolvimento escolar, o que fazia com que seus filhos repetissem o ano. Faltavam-lhes requisitos básicos que não foram transmitidos por seu meio social e que seriam necessários para garantir seu sucesso escolar. E a pré-escola deveria suprir essas carências. Esses fatores, higiene e alimentação, muitas vezes tinham como conseqüência a mortalidade infantil. Por esta razão, o governo agregou às secretarias de saúde e bem estar a incumbência de cuidar das crianças provenientes de famílias pobres em locais somente para elas. Sendo assim: 5 A educação compensatória é um termo que surgiu durante a Revolução Industrial. 2. Esse termo é usado, em geral, no pré-escolar e nas séries iniciais do 1º grau." (DUARTE, Sérgio Guerra. Dicionário brasileiro de educação. Rio de Janeiro: Antares : Nobel, 1986.) 15 Durante as duas décadas iniciais do século XX, implantaram-se as primeiras instituições pré-escolares assistencialistas no Brasil. [...] A recomendação da criação de creches junto às indústrias ocorria com freqüência nos congressos que abordaram a assistência a infância. (KUHLMANN JUNIOR, 1998, p.85) Contudo, essas pré-escolas não possuíam um caráter formal; não havia contratação de professores qualificados e remuneração digna para a construção de um trabalho pedagógico sério. A mão-de-obra, que constituía as pré-escolas, era muitas das vezes formada por voluntários. Nesse quadro, a maioria das creches públicas prestava um atendimento de caráter assistencialista, que consistia na oferta de alimentação, higiene e segurança física, sendo muitas vezes prestada de forma precária e com baixa qualidade enquanto que as creches particulares desenvolviam atividades educativas, voltadas para aspectos cognitivos, emocionais e sociais. 2.2 O QUE É A IDENTIDADE DO PROFESSOR A identidade de cada pessoa pode ser definida como sendo um conjunto de caracteres próprios e exclusivos. Este conceito, entretanto, está ligado à sua história de vida, ao futuro, sonhos, fantasias dentre outras características. Ao tentarmos identificar a identidade do professor, percebemos que há sempre um problema de ética, uma vez que a palavra “ética” provém do grego “ethos” e significa “identidade”. Ela permite que o indivíduo se perceba como sujeito único, com a sua realidade individual e, portanto, consciente de si mesmo. A identidade não é só o que a pessoa aparenta fisicamente, ela agrupa várias idéias. Depende muito da diferenciação que fazemos entre o “eu” e o “outro”. Passamos a ser alguém quando descobrimos o outro porque, desta forma, adquirimos termos de comparação que permitem o destaque das características próprias de cada um. Para a psicanálise, o sujeito só pode se definir a partir de sua relação com os pais, ou seja, o sujeito é produto da relação de amor e identificação com os pais. A criança disputa o amor de um dos pais, buscando identificação com o modelo que o outro representa. Outra importante idéia de identidade é a psicossocial, descrita por Antonio da Costa Ciampa (1987), na qual a identidade tem o caráter de metamorfose, ou seja, as mudanças ocorrem constantemente, revelando assim, uma condição de vida, estrutura familiar, religião e costumes da pessoa. Com isso sabemos quem é a pessoa, não apenas por sua definição, mas 16 por suas atividades. Esta é a principal construção da identidade. Portanto, “os professores têm de construir-se diariamente e trabalhar em um mundo mutável, em constante transformação”. (ENRICONE, 2001, p.95). Percebe-se que a formação de uma identidade profissional está ligeiramente associada à formação de uma identidade institucional. O professor de hoje não tem tempo para refletir sobre o seu lugar na sociedade, porque a sociedade também não tem tempo para ele e, sobretudo, porque a sociedade pouco reconhece a importância e a complexidade do seu trabalho. Mosquera (1976) em sua tese de doutorado realizou uma pesquisa em torno dos sentimentos dos professores, um assunto que reflete diretamente na profissão do professor, mas este não será o foco da minha pesquisa. Se ao homem, como afirma Sócrates, basta saber o que é bom para que ele seja bom, será possível ao professor saber o que é ser professor para o ser? Visitando alguns fóruns na Internet freqüentados por professores, foi possível perceber que há problemas na identidade do professor, os quais, em suas respostas, não estão satisfeitos por completo em seu trabalho, sempre querendo melhorar ou mudar algo, principalmente em relação a valorização e, em conseqüência disso, o salário. A partir disso “nos perguntamos como é possível, diariamente, manter nossa capacidade de sanidade ante situações desafiadoras, desde que amanhece até que anoitece e, por vezes, noite adentro”. (ENRICONE, 2001, p.92) Há um tipo de resistência que faz com que o professor mesmo em condições de trabalho adversas, ainda sinta motivação para o magistério. Existe um fenômeno que atinge o professor com grande impacto, ou seja, numa primeira fase o professor sofre de stress e, depois, numa fase mais problemática, ele pode sofrer de burnout, isto é, de uma hemorragia do self (aquilo que na psicanálise se chama o EU intrapessoal). CODO (1999) traz a seguinte explicação para a síndrome que ataca os professores, deixando-os cansados, abatidos e sem vontade de ensinar: Burnout foi o nome escolhido; em português, algo como "perder o fogo", "perder a energia" ou " queimar (para fora) completamente" ( numa tradução mais direta). É uma síndrome através da qual o trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho, de forma que as coisas já não o importam mais e qualquer esforço lhe parece ser inútil. (CODO, 1999, p.238) e que em seguida se percebe quando o professor se vê confrontado na questão: quem sou eu? Essa síndrome é entendida como um conceito multidimensional, que pode ser definido como “Síndrome da Desistência do Educador”, ou seja, um homem ou uma mulher cansada, 17 sem vontade de ensinar, um professor que desistiu. O desgaste emocional da síndrome de burnout que atinge o professor atualmente contribuiu para um elevado número de vocábulos no dia-a-dia como: fadiga, frustração, depressão, stress, angústia, etc. A identidade do professor pode ser construída de duas maneiras: ser professor é possuir virtudes morais, que apenas se concretiza praticando ações moralmente positivas como o puro ato de ensinar alguém alguma coisa; ser professor é possuir virtudes intelectuais, que se conquistam pela aprendizagem que se adquire com o fim de poder ser útil aos outros. Essas virtudes não são inatas no professor, ou seja, conforme Valnir Chagas (p.31), “A base da identidade profissional do educador é a docência”. Acredito que não seja possível alguém nascer professor ou com aptidão especial para a profissão. Ser professor exige uma formação individual dirigida por alguém mais experiente que nos saiba apontar o caminho do bem fazer. A missão do professor é tão nobre quanto isto, de não deixar que nenhum indivíduo perca a oportunidade de ser também virtuoso moral e intelectualmente, porque tais virtudes necessárias à formação da identidade do professor não lhe são exclusivas. A identidade do professor de hoje revela-se muito pelo seu discurso enquanto profissional da educação: somos cada vez mais aquilo que dizemos. Eis algumas questões do professor para si próprio que se resumem à questão central da identidade: Ensinamos realmente o que somos? “Que tipo de disposição temos para ouvir, para ver, como prérequisitos para atuar?” (ENRICONE, 2001, p.97) Muitas vezes o professor de hoje acaba negociando consigo próprio, diferentes formas de motivação para ser capaz de acreditar que o que faz é socialmente válido. Em poucas profissões se exige tanto de um profissional em termos éticos e talvez em nenhuma outra ocupação existam tantos objetivos decretados para o registro da identidade do professor. Somos o que fazemos naquele momento, em cada papel que desempenhamos o de aluno, de filho, de amigo, de professor, e uma coisa não inclui necessariamente a outra. "A maneira como cada um de nós ensina está diretamente dependente daquilo que somos como pessoa quando exercemos o ensino." (NÓVOA, 1995) Assim, o professor encontra-se a si próprio, ou forma-se a si próprio enquanto professor, quando se empenha em formar uma comunidade, em contribuir para o desenvolvimento integral das crianças e, em promover a sua auto-formação. 18 2.3 CONHECENDO A ETIMOLOGIA: PROFESSORA E EDUCADORA Antes de compreendermos a definição etimológica das palavras professora e educadora é preciso saber o que é a etimologia. A etimologia é o estudo da origem das palavras. Por meio dela podemos descobrir palavras que têm a mesma raiz, que partilham da mesma origem, ou seja, que trata da história ou origem das palavras e da explicação do significado de palavras através da análise dos elementos que as constituem. Em outras palavras, é o estudo da composição dos vocábulos e das regras de sua evolução histórica. Algumas palavras derivam de outras línguas. Por meio de antigos textos e comparações com outras línguas, os etimologistas tentam reconstruir a história das palavras – quando eles entram em uma língua, quais as suas fontes, e como as suas formas e significados se modificaram. A própria palavra etimologia vem do grego ἔτυµον (étimo, o verdadeiro significado de uma palavra, de “étymos”, verdadeiro) e λόγος (logos, ciência, tratado). Vamos ver um pouco sobre os significados das seguintes palavras: educador e professor. Professor: «latim professor,ōris, "o que faz profissão de, o que se dedica a, o que cultiva; professor de, mestre", do radical de professum, supino de profitēri, "declarar perante um magistrado, fazer uma declaração, manifestar-se; declarar alto e bom som, afirmar, assegurar, prometer, protestar, obrigar-se, confessar, mostrar, dar a conhecer, ensinar, ser professor".» Professor significa, desde longa data, aquele que apresenta novos assuntos. Educador: «latim educātor,ōris, "o que cria, nutre; diretor, educador, pedagogo".» A etimologia das palavras está implícita a transformação do professor (aquele que cultiva) em educador (aquele que cria, constrói, gera um espaço de alta qualidade). Após diversas leituras deparei-me com várias divergências entre os autores, uma vez que eles não fazem essa diferenciação entre professor e educador. 19 3 AS NOVAS LEGISLAÇÕES E SUAS IMPLICAÇÕES NO PERFIL E NO PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL Todas as crianças, em especial, na Educação Infantil, precisam de profissionais qualificados e reconhecidos socialmente, de forma a garantir situações de aprendizagens eficazes e enriquecedoras. É preciso repensar um perfil de professor que esteja de acordo com as novas legislações, ou seja, as instituições de ensino deverão promover a valorização dos profissionais que atuam em creches e pré-escolas, no que diz respeito à formação profissional, às condições de trabalho, ao plano de carreira e à remuneração. Conforme o artigo da LDB 9394/96, Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se destinam a: I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profissionais da educação; Devendo garantir que os que não possuem a escolaridade mínima exigida por lei possam concluí-la, em serviço, complementando a formação específica para o exercício profissional. E, com o passar do tempo, portanto, todos os docentes da Educação Infantil devem ser formados em cursos de nível superior, admitida, como formação mínima, a oferecida em nível médio, modalidade normal, conforme o artigo 62 da Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. A incorporação das creches no sistema de ensino implicou a necessidade de elaboração de um documento “Subsídios para Credenciamento e funcionamento de instituições de Educação Infantil”, publicado pelo MEC, em maio de 1998, com vistas a orientar estados e municípios na normatização e regulamentação das instituições, de forma a garantir condições básicas de funcionamento no que se refere a recursos humanos, físicos e materiais. 20 Este documento foi elaborado e aprovado pelos conselheiros representantes dos Conselhos Estaduais de Educação, participantes da Segunda Reunião Técnica do Projeto, realizada nos dias 30/09/1997 e 01/10/1997. Conforme o documento Subsídios para Credenciamento e Funcionamento de Instituições de Educação Infantil, é oportuno salientar aqui a importância da existência de planos de carreira, obrigatórios na forma da lei e já exigidos pela Constituição de 1988 (artigo 206 IV), os quais incluem os professores da Educação Infantil. Contudo, o perfil do novo profissional da Educação Infantil deve incluir, portanto, as exigências legais da nova LDB (9394/96), assim como as atuais reflexões do papel do professor na educação da criança, a nova concepção de creche e pré-escola e a função da escola neste novo contexto. Assim, torna-se imprescindível estabelecer princípios norteadores, critérios, objetivos, orientações e condições que viabilizem a formação adequada aos professores que atuam ou que irão atuar na faixa etária de zero a dois anos, pensando em construir, gradativamente, um novo perfil. Esse novo professor de Educação Infantil deverá, pensando nessa perspectiva, ser um profissional reflexivo, em constante formação pessoal e acadêmica, disposto a mudanças e atento as pluralidade das crianças com as quais trabalha ou irá trabalhar, oferecendo um atendimento de qualidade. Essas inovações, ao mesmo tempo em que valorizam o profissional que atua com crianças de zero a seis anos, também passam a exigir-lhes qualificação. Segundo os Referenciais para a Formação de Professores, MEC/Brasília, 1999, “a atualização, o aprofundamento dos conhecimentos profissionais e o desenvolvimento da capacidade de reflexão sobre o trabalho educativo”, vem sendo solidificado com a formação continuada, em serviço. Precisamos de professores que sejam respeitados nos seus direitos (inclusive no direito à formação), revertendo a situação atual no contexto brasileiro, em que profissionais não ganham pelo nível que alcançam em sua escolaridade em que trabalham, ou seja, os que atuam com as crianças de Educação Infantil são ainda mais desvalorizados. Olhando para a legislação atual, percebe-se que a criança é um sujeito de direitos e a Educação Infantil deve ser prioridade absoluta nas políticas públicas. Contudo, cabe à família optar em matricular ou não o seu filho/ sua filha de zero a seis anos na escola. 21 Analisando a relação entre a legislação e a política nacional para a Educação Infantil, Stella Maris Lagos de Oliveira(2001, p.35) destaca: (...) os avanços na legislação levantam desafios que, na verdade, não são conquistados da noite para o dia. Um primeiro passo, com certeza, diz respeito a mudanças de concepções, crenças e valores que não se transforma de uma hora para outra. O artigo 13 da LDB 9394/96 descreve a função dos professores: Artigo 13 – Os docentes incumbir-se-ão de: I. participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II. elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; III. zelar pela aprendizagem dos alunos; IV. estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento; V. ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; VI. colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade. Nota-se que o papel do professor, segundo a LDB, está muito mais além da simples transmissão de informações. Ele participa da elaboração da proposta pedagógica de ensino, pensa-se sobre o perfil do aluno que se quer formar, os objetivos a seguir, as metas a alcançar. O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, ao tratar do perfil do professor, aponta a necessidade de que esse profissional seja polivalente e atue a partir de conteúdos provenientes das diversas áreas de conhecimento. Reforça ainda que a construção de projetos educativos exige a presença de educadores capazes de responder às demandas das famílias e às questões específicas relativas ao cuidado e a aprendizagem infantil. A formação do professor de Educação Infantil não se resolve com a simples aquisição de um grau acadêmico, mas deve levar em conta que a realidade da educação exige um profissional capaz de estimular a construção e apropriação de conhecimentos, que tenha compromisso com o trabalho sócio educacional e que esteja preparado para refletir criticamente sobre cada realidade. O professor só conseguirá fazer com que o aluno aprenda se ele próprio continuar a aprender, ou seja, a aprendizagem do aluno é indiscutivelmente proporcional à capacidade de aprendizado dos professores. 22 De acordo com os Parâmetros Curriculares, (da Educação Infantil, Fundamental, Ensino Médio e Técnico) que são uma explanação da LDB 9394/96, é possível perceber que, Deseja-se um professor de bem com a vida, humano, feliz, idealista, capaz de dar sentido à vida e ao que faz. Que viva na linha do SER - objetivo máximo da Educação - que exercite a paciência cronológica e histórica. Tenha ele compromisso com a vida e os valores como a ética, a sensibilidade, a estética, a cidadania, a solidariedade, a verdade, o respeito e o bom senso. Norteie-se por três pilares de princípios, previstos na explanação dos parâmetros: Princípios estéticos: que desenvolvem a estética da sensibilidade, estimulam a criatividade e o espírito inventivo; Princípios Políticos: que propõem a política da igualdade, do direito e da democracia, cuja arte se expressa no aprender a conviver; Princípios éticos: que visam a ética da identidade: inserção no tempo e no espaço, onde aprender a ser é o objetivo máximo. Deseja-se um professor que se dirija pelos princípios norteadores da UNESCO para a Educação do Século XXI: Aprender a conhecer, unindo teoria e prática. Aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser. Ou seja, o novo Profissional do Ensino é aquele que desenvolve as competências para continuar aprendendo, de forma crítica, em níveis mais complexos de estudos. Essas competências são de nível cognitivo, cultural, psicomotor e sócio-afetivo. 3.1 PERFIL E PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL É possível citar algumas características e objetivos do perfil e do papel do professor enquanto este atua, em especial, na Educação Infantil, tais como: • Participar da elaboração e avaliação do Projeto Político Pedagógico, com estudos e reflexões; • Propiciar e mediar situações de aprendizagem para todas as crianças; • Estabelecer uma relação afetiva, de autoridade e confiança para com as crianças; • Interferir nas situações educativas com sensibilidade; • Analisar a sua prática profissional, observando, registrando e refletindo sobre as suas ações e as das crianças; • Promover práticas educativas; • Adequar-se às características e capacidades das crianças; • Utilizar diferentes áreas de conhecimento, bem como do desenvolvimento infantil para criar, planejar, avaliar situações para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças... 23 Refletir sobre os professores que atuam com as crianças da Educação Infantil não é uma tarefa fácil, uma vez que se trata, geralmente, de mulheres, muitas vezes adolescentes, recém formadas, com histórias e experiências singulares. E a prática pedagógica envolve conhecimentos, afetos, saberes, valores, cuidados e atenção, ou seja, Esses cuidados devem ser entendidos não só como prevenção de higiene, sono e alimentação, mas incluir também a oferta de ambiente acolhedor, alegre, desafiador e com adultos qualificados para o atendimento. (CRAYDY, 2001 p.16) Como professores e professoras, precisamos conhecer as crianças e os demais professores, nossos colegas de trabalho, nos diferentes contextos em que trabalhamos, apoiando e recebendo ajuda, compartilhando. É preciso despertar em alguns professores a paixão que muitas vezes está adormecida. O que falta no processo de formação do professor é a reflexão sobre as características e processos de sua ação. Nesse sentido o professor estaria descobrindo e ampliando o conhecimento subjacente à sua ação prática. Geraldi, (2001) no seu livro, “Cartografias do trabalho docente: professor (a) pesquisador (a)”, cita que o professor vivencia, no seu cotidiano profissional, momentos fascinantes como: • A relação emocional/afetiva e solidária, constituidora do ser humano, que se estabelece com intensidade, na maioria das vezes, com os/as estudantes e demais atores; • A “belezura”6 e o encantamento de presenciar e colaborar com o processo de crescimento e de desenvolvimento dos/das estudantes; • A crença, a confiabilidade, a satisfação naquilo que faz e a certeza de que correr riscos é necessário quando se busca alguma transformação. • A grandiosidade e luminosidade dos momentos de insight, tanto dos estudantes como de si próprio; • As boas surpresas dos momentos de superação dos estudantes, de si mesmo e dos outros atores do ambiente escolar; • A paixão pelo conhecimento, pela aprendizagem, pela possibilidade de conviver e contribuir com o outro. 6 “belezura”, palavra cunhada por Paulo Freire em seu livro 24 Segundo Stella Maris Oliveira (2001, p.37), o papel do professor vai além da atuação direta com as crianças, ou seja, A formação do professor deve garantir não só o trabalho direto com a criança, como também a sua participação na equipe escolar, com responsabilidade de formular, implementar e avaliar o projeto educativo da escola. Mas o que podemos dizer do papel do professor? Sua influência sobre o desenvolvimento da aprendizagem do aluno é relevante? O professor exerce uma função não menos importante que a dos pais no desenvolvimento da criança. O professor deverá estar consciente do seu papel e da sua importância. Deverá entender que sua tarefa não é apenas inserir na cabeça das crianças um número crescente de ensinamentos e sim, antes de tudo, exercer certa influência sobre a personalidade, como um todo. A atuação do professor sobre a personalidade da criança é, em alguns casos, mais importante do que as atividades curriculares. Ele deve estar preparado psicologicamente para exercer plenamente suas funções, com responsabilidade e harmonia e, acima de tudo ser um cidadão que cumpre seus deveres como tal, deverá ser uma pessoa correta e sadia. Se o professor estiver psicologicamente sadio e entender que sua função no mundo vai além de simplesmente encher as cabeças das crianças com conteúdos e mais conteúdos, certamente iremos ter crianças, jovens e adultos mais saudáveis, ou melhor, vamos ter adultos de verdade, preocupados com si mesmos e com os outros, respeitando-se mutuamente e ao seu meio ambiente. Qual o perfil do profissional de Educação Infantil? Será assistente de atendimentos básicos à criança de creche (alimentação, higiene, saúde)? Ou enfermeiro, pediatra, psicólogo infantil especialista em desenvolvimento infantil, educador ou tudo isto integralmente? Quem formará o profissional de Educação Infantil? A escola a nível médio? Os Institutos Normais Superiores? A Universidade, nos cursos de Pedagogia com habilitação para Educação Infantil? Ou outros cursos de nível superior? Quais? Ou, então, a tarefa de formação de profissionais da Educação Infantil será assumida pela própria instituição onde trabalha? A definição do profissional de Educação Infantil se dará a partir do seu campo de atuação: a realidade da criança como um ser em desenvolvimento e como um ser histórico concreto, sujeito de direitos e necessidades, numa escala de importância própria, às vezes difícil de perceber adequadamente numa visão adultocêntrica. Esta criança definirá o perfil do profissional que será seu parceiro no tempo e espaço da Educação Infantil. 25 É possível pensar um profissional novo, múltiplo, pleno, capaz de estar todo em todos os momentos, em todos os tempos e em todos os espaços da infância. Evidentemente, esse profissional não será um "especialista" no sentido técnico do termo. O profissional da Educação Infantil deverá ter um preparo especial, porque para a infância se exige o melhor do que dispomos. Mesmo porque, na relação pedagógica, não basta estar presente para ser um bom companheiro, é necessário ter um domínio dos conhecimentos científicos básicos, tanto quanto conhecimentos necessários para o trabalho com a criança pequena (conhecimentos de saúde, higiene, psicologia, antropologia e história, linguagem, brinquedo e das múltiplas formas de expressão humana, de desenvolvimento físico e das questões de atendimento em situações de necessidades especiais). Precisa ainda ter sob controle seu próprio desenvolvimento, bem como estar em constante processo de construção de seus próprios conhecimentos. Ter elaborado, maduramente, a questão de seus valores, cultura, classe social, história de vida, etnia, religião e sexo. A prática docente deve ser repensada, de forma urgente, para que possa atender a todas as transformações que atingem a escola, suas concepções e suas formas de construção do saber. A participação dos professores é de fundamental importância na consolidação de mudanças que tragam uma melhoria da qualidade de ensino em nosso país. Na sociedade contemporânea, as transformações no mundo do trabalho, o avanço tecnológico configurando a sociedade virtual e os meios de informação e comunicação exercem uma força brutal nas relações sociais e em todas as instituições de nossa sociedade, exigindo delas um reposicionamento e a busca de um novo perfil frente aos desafios do que tem se chamado de pós-modernidade. Em decorrência disso, a atividade docente vem se modificando para atender a essas transformações que atingem crucialmente a escola, suas concepções, suas formas de construção do saber, pois há, sem dúvida alguma, uma mudança de paradigma que está a exigir um novo modelo de escola, e um novo perfil de professor que possam estar a serviço de uma escolarização de qualidade social que atenda efetivamente, com eficácia, a todas as crianças, jovens e adultos que demandam a instituição escolar. A participação dos professores é de fundamental importância na consolidação de mudanças que tragam efetiva melhoria da qualidade de ensino em nosso país. Sem ela, sem seu consentimento, seus saberes, seus valores, suas análises na definição de políticas de ensinar, de organizar escolas, de propor mudanças nas formas de ensinar, de definir currículos, projetos educacionais e formas de trabalho pedagógico, quaisquer diretrizes, por melhores que sejam suas intenções, não se consolidam, não se efetivam. Sem o aval dos 26 professores, mudanças não se realizam. Por isso, não é qualquer um que pode ser professor. Por isso também não é qualquer professor que consegue fazer frente a esses desafios. É preciso um professor que exerça a docência com qualidade e isso não se esgota na formação inicial, pelo contrário está a exigir, também, um processo de formação permanente que tome a prática docente como fundamento para a reflexão, que desenvolva no professor a postura de profissional reflexivo, pesquisador da própria prática, munido de formação teórica competente que o prepare para ver o mundo na sua globalidade e não de forma fragmentada. Em primeiro lugar, o professor, seja da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e Médio ou do Ensino Superior, é um ser inserido num contexto social, que tem sua dimensão pessoal e sua dimensão profissional. Não podemos ver o professor como um ser descontextualizado, idealizado. Ele é um ser complexo e que não se despe dessa complexidade quando entra na sala de aula. Ele é um ser real com contas a pagar, com problemas de toda ordem para enfrentar. Ele deve assumir seu ofício na inteireza do seu ser. É assim que encaro o profissional professor. Para mim, a docência da melhor qualidade se constitui a partir de competências que o professor deve desenvolver ao longo de sua prática. Segundo EDWARDS (1999, p.294) “uma sociedade humana parece ser um prérequisito necessário para ter-se escolas humanas, onde os professores sejam capazes de aprender com as crianças e com seu ambiente”. O novo Profissional do Ensino é aquele que desenvolve as competências para continuar aprendendo, de forma crítica, em níveis mais complexos de estudos. Essas competências são de nível cognitivo, cultural, psicomotor e sócio-afetivo. 27 4 OS PROFISSIONAIS QUE ATUAM COM AS CRIANÇAS DE 0 A 2 ANOS DE IDADE NAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE PRIVADA E PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE IVOTI: QUEM SÃO? O que significa ser professora de crianças pequenas? Qual a identidade do profissional que trabalha na Educação Infantil? Que significados atribui ao seu trabalho cotidiano? Neste capítulo é possível refletir sobre tais questões, apresentando dados e análises de uma pesquisa realizada no primeiro semestre de 2008, com a participação de vinte profissionais que trabalham nas Escolas de Educação Infantil, na rede pública e privada, no município de Ivoti. Essa pesquisa teve por objetivo conhecer e analisar as habilidades dos profissionais que os torna educadores e professores, bem como apreender significados da docência e características de sua identidade profissional. Sabe-se que, historicamente surgiram diversas instituições, citadas anteriormente, a fim de suprir a falta de “preparo” que o magistério não oferecia. Por que a necessidade de um novo perfil?O que significa ser professoras de crianças? Afinal, quem somos nós? Será que estamos de acordo com o que a LDB no seu artigo 62 trata, em relação à formação? Após realizar a entrevista com as 22 professoras e analisar as respostas surgiram situações contrárias àquelas que se imaginavam ao iniciar este trabalho. Inicialmente, pensou-se que fosse conforme havia sido descrito no primeiro capítulo, que permanecia não igual, mas muito próximo à história, onde quem atuava com os bebês era, em sua grande maioria, mulheres mais velhas, que já tinham filhos, assim teriam boa experiência para atuar como tal. É possível perceber que ainda há a permanência de mulheres na Educação Infantil, em especial no berçário e apenas 8 professoras possuem filhos. Destas mulheres, 50% possuem idade entre 20 e 30 anos, ou seja, a minoria das professoras possui idade acima de 50 anos, apenas 9,1%. Em relação ao tempo de atuação na Educação Infantil, 31,8% estão atuando entre 5 e 10 anos, já no berçário, 45,5% entre 0 e 3 anos. Com isso é possível perceber, estas professoras, mais novas, estão a pouco tempo no berçário, sendo muito provável que quem 28 trabalhava com essa faixa etária, antes, eram as mulheres mais velhas e que estão ou irão se aposentar. Ao iniciar este projeto pensou-se numa proposta de entrevista que ressaltasse questões referentes ao perfil dos professores de berçário, bem como identificar o sexo, a idade e, principalmente a formação desses profissionais, pois se sabe que trabalhar com crianças pequenas nas escolas de Educação Infantil é uma atividade historicamente desempenhada por mulheres e nem sempre reconhecida como uma profissão que requer formação específica, condições de trabalho e remuneração digna. A partir desse histórico e de algumas percepções nas escolas imaginava-se que seria notável, a presença de mulheres, com filhos, e com idade acima de 40 anos e sem ou pouca formação, atuando com as crianças de zero a dois anos. A exigência de formação para o magistério é muito recente na história da educação infantil brasileira. Tal exigência foi introduzida legalmente a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases – LDB, Lei N. 9.394 de 1996, com determinações a respeito da educação infantil, definindo-a como primeira etapa da educação básica, ao mesmo tempo em que configuravam novos desafios para o campo de atuação e de formação dos professores da Educação Infantil. Sendo assim, uma das questões na entrevista foi justamente em relação a formação mínima, exigida por lei e a formação continuada. As reformas educacionais da década de 90 destacaram o desempenho profissional como um dos determinantes da qualidade do processo educativo, exigindo mais sobre a atuação docente em todos os níveis. Porém, na Educação Infantil não foi tão significativo devido à precariedade que caracterizou historicamente o atendimento como ação emergencial e de caridade. As discussões na área da educação infantil evidenciam a necessidade de aprofundar conhecimentos acerca do caráter pedagógico, das especificidades e objetivos do trabalho, da formação e atuação dos profissionais. “Penso que é sempre importante se aperfeiçoar e encontrar novas informações” ressalta a professora Diana. É preciso constituir referenciais teórico-práticos para projetos e ações educativas que superem criticamente os modelos familiar, hospitalar, educacional-assistencialista e educacional-escolar, o que implica considerar a criança em suas especificidades, necessidades, interesses e expectativas, tratando-a como sujeito ativo, capaz de interagir com o mundo e com as pessoas desde o seu nascimento, quando apropria da cultura e produz 29 história. Assim relata a professora Sara “procuro perceber qual é a necessidade, o interesse das crianças e a partir dessa sondagem para elaborar os planos de trabalho”. Por outro lado, a definição do perfil de professora de educação infantil e de sua formação encontra-se ainda em processo de formação, como é possível perceber em algumas das características citadas pelas professoras referente a isso: segunda mãe, acolhedora, atenciosa, carinhosa, sensível, humana, observadora, calma, flexível, responsável e, a paciência que foi mencionada diversas vezes. E, sobre a paciência, Paulo Freire cita num dos seus livros que não precisamos ser pacientes demais nem de menos, é preciso ser paciente nos momentos adequados. Os projetos de formação profissional, contudo, devem considerar não somente as especificidades e desafios cotidianos da organização e realização do trabalho pedagógico, mas também o próprio sujeito que realiza a prática educativa: o professor. A área de pesquisa sobre a profissão docente, saberes docentes, histórias dos sentimentos dos professores7 tem se ampliado desde a década de 80, mas ainda são poucos os estudos voltados para a professora e para o trabalho docente em creches e pré-escolas (Rocha, 1999; Cerisara, 2002). É possível ir muito além a partir dessa pesquisa, pois não se esgotou o debate acerca da identidade profissional da educadora de crianças pequenas e da docência em educação infantil. Como afirma Ana Beatriz Cerisara (2002), a questão dos profissionais da educação infantil está se tornando mais complexa com a incorporação, determinada na Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, das creches, préescolas e escolas de educação infantil pelos sistemas educacionais, devendo ser analisada e compreendida mais profundamente. Em alguns casos, por exemplo, existe uma realidade, uma situação apontada, pelas professoras, que irão permanecer na Educação Infantil porque já estão se aposentando, como cita a professora Diná “Eu acho que no meu caso vou segui na educação infantil, porque falta pouco para me aposentar”, mas sabe-se o quão bom seria se essas professoras que pensam assim fizessem alguma coisa além do cuidar. Outra problemática para a docência em educação infantil é a atuação conjunta de professora e auxiliar, como se refere a Revista de La Associación de maestros Rosa Sensat, “La pareja educativa consiste em que dos personas (com las mismas funciones e idéntico sueldo) comparten, sin divisiones nominales, um único grupo de niños y ninas, durante la mayor parte de la jornada laboral”, com situações 7 Mosquera em sua tese de Doutorado relatou sobre o sentimento dos professores. 30 profissionais e salariais distintas e desiguais. Foi possível perceber que há diferenças entre os profissionais dentro da escola, bem como de funções, sendo que uma das professoras formadas está como auxiliar e uma sem formação mínima exigida por lei é a professora titular. Focalizando o trabalho docente na educação infantil a partir das professoras e relembrando o que foi mencionado durante o item 2.1 a respeito do perfil do professor, há muito o que se fazer para que tenhamos um novo perfil de professor na Educação Infantil, um professor reflexivo e responsável com suas tarefas. Ao escolher a docência em educação infantil como objeto de estudo, procurei compreender o trabalho docente nas escolas de Educação Infantil, no município de Ivoti. Durante a pesquisa qualitativa, foi possível destacar alguns elementos da minha inserção nas escolas que foi facilitada devido à amizade e ao vínculo com tais escolas. Assim, me reconheceram como alguém envolvida com a área, porém, constatei certa resistência, no início, por parte das professoras, por não saberem quais perguntas teriam que responder. Possivelmente, a indiferenciação, pelos professores, da natureza da pesquisa em relação direta à professora pode ter gerado medo de que se tratasse de uma pesquisa fiscalizadora. Procurou-se estabelecer uma relação de confiança com as professoras8, numa atitude de respeito ao trabalho de cada uma. A inserção nas escolas foi um momento privilegiado de interação com as profissionais, na qual obtivemos outros elementos para nossa análise e compreensão de mediações do trabalho docente. O instrumento utilizado na pesquisa foi a entrevista, na qual pude conversar com as professoras, sendo que a maioria só podia ficar um período curto conversando comigo, uma vez que estavam em horário de trabalho. Após a análise das entrevistas, foi possível perceber que das vinte professoras entrevistadas, 75% possuem em torno de vinte a trinta anos de idade, todas mulheres. E desse total, dezessete professoras possuem o Magistério ou o Normal em Nível Médio e apenas treze professoras já concluíram o Nível Superior ou estão em formação. Considerando que, em um sistema de ensino, a coordenação pedagógica é a instância de orientação mais imediata dos professores, na qual se apresentam às diretrizes gerais, reproduzindo ou transformando-as, procuramos investigar possíveis relações entre as concepções das docentes e daqueles profissionais que orientam e coordenam o trabalho, estendendo a participação na pesquisa a cinco coordenadoras pedagógicas nas escolas de 8 Durante este capítulo irei utilizar as palavras no feminino, como as profissionais, professora, educadora, uma vez que há somente mulheres atuando nesta faixa etária no qual realizei minha pesquisa. 31 Educação Infantil. Eis as suas principais respostas a cerca do perfil do professor de Berçário. A característica mais mencionada entre as professoras e coordenadoras foi a paciência, a formação ou no magistério ou em curso superior, o que me deixou satisfeita por saber que as coordenadoras estão cientes de que é preciso haver formação e relação entre a teoria e a prática. Iniciou-se a pesquisa pelo levantamento do nível de formação dos professores das escolas. A partir desse levantamento inicial, foi possível perceber que os professores possuem formação em curso normal a nível médio. A entrevista abrangeu, também, características gerais do perfil profissional, tais como: faixa etária, variando entre vinte e um a cinqüenta e dois anos; a formação acadêmica e extracurricular; o tempo de atuação, variando para cada pessoa, mas grande parte a cima de dez anos e, nas turmas de Berçário, com aproximadamente três anos. Por que grande maioria das pessoas evita trabalhar com as crianças de zero a dois anos? Ou por que permanecem por pouco tempo? Em relação a esse tema, houve uma decepção com as respostas das professoras, uma vez que realizam os cursos de formação continuada apenas por ser uma “obrigação”, bem como as reuniões pedagógicas. E, aquelas que não eram obrigadas haviam realizado cursos há mais de um ano e algumas já nem lembravam mais o local muito menos o assunto discutido. Assim é possível perceber nas respostas de algumas professoras: a professora Carla disse: “O último foi o seminário do ano passado. Ai sei lá guria, é que quando a gente faz essas formação é com Piaget, eu já nem gosto de ler”, ou ainda a professora Marta: “Quanto a formação continuada tenho dificuldades em realizar devido a falta de tempo e principalmente financeiramente, pois normalmente os cursos não são gratuitos”. Para a construção de dados específicos sobre a docência, a entrevista referiu-se ao trabalho docente, sua organização e realização; as relações que os professores percebem entre formação, teorias e atuação docente na educação infantil; o papel, as características e conhecimentos necessários ao professor de Berçário; os motivos da escolha pela atuação na educação infantil. Algumas respostas desses motivos foram por levar jeito com as crianças, “unir o útil ao agradável, pois desde pequena adorava brincar de ser a professora”, “por gostar de estudar” e, o mais curioso foi a sinceridade da professora Sara, que disse que inicialmente foi por “falta de opção”, mas que hoje em dia não se vê trabalhando em outra profissão. Na análise enfatizou-se a construção de significados, buscando apreender a articulação das categorias no conjunto das respostas, mais do que a sua representatividade quantitativa. O principal recurso foi a leitura de cada entrevista, em sua totalidade, para depois agrupar as 32 respostas a cada questão realizando uma análise crítica. Com a última questão da entrevista, tornou-se possível, então, “dar voz” às professoras, para que pudessem falar o que lhes agradava na escola e o que gostaria de mudar e algumas citaram a questão do “desinteresse”. A fala da professora Diana ressalta um pouco da sua desmotivação em relação à profissão: Gosto do meu ambiente de trabalho, fiz muitas amizades aqui. “O que me entristece é a falta de interesse por parte de alguns. É difícil confrontar e trocar opiniões e sugestões com quem não se atualiza que pensa que tudo não pode ser feito ou que é difícil. Ou até mesmo aquele discurso que afirma que está a vinte anos na escola e isso sempre foi assim.” A delimitação da especificidade da educação infantil e a discussão sobre suas funções acabam vinculando-se à definição de um perfil dos profissionais responsáveis pelo cuidado e educação das crianças. Das finalidades e objetivos educacionais decorrem expectativas para o trabalho do educador da infância e projetam-se características, atitudes, habilidades e conhecimentos necessários à sua atuação, bem como foram citados pelas professoras. Assim, as especificidades da educação de crianças menores de dois anos intensificam a complexidade da profissão de ensinar, exigindo da educadora uma atuação intencionalmente planejada e avaliada, o que supõe o domínio de diversos conhecimentos e habilidades. A jornada diária da maioria das professoras é de nove horas por dia, sendo assim, a grande maioria trabalha na mesma escola de Educação Infantil. Esse aspecto é um indicador diferenciado da característica geral da categoria, que historicamente ampliou sua jornada de trabalho, devido, por exemplo, à desvalorização salarial do magistério. É preciso, muitas vezes, deslocar-se de uma escola para outra, adquirindo assim novas experiências, conhecendo outras realidades e identificando-se como ser docente em sua trajetória. A experiência profissional era diversificada, predominando a atuação nas outras turmas da Educação Infantil, uma com treze anos no Berçário. Em geral, além da função de professora, algumas almejam ser professoras de área e outras, atuar na direção ou coordenação. Houve uma professora que mencionou sair das escolas e trabalhar em outro lugar caso seja melhor remunerada Algumas das professoras, além da formação em Nível Médio, fizeram outra graduação em outras áreas, como Espanhol, Matemática, História... Pode-se considerar, entretanto que estas professoras foram em busca de novos caminhos, outras áreas a fim de se manterem financeiramente bem e, algumas, assumindo um cargo que gostam em outro nível de ensino. Não é possível destacar um significativo investimento das professoras na formação e qualificação, uma vez que nem todas consideram importante, mas é oportuno salientar que há professoras em busca e isso poderá contribuir não só para melhorar a qualidade da instituição, 33 mas também para que outras profissionais se sintam interessadas em buscar melhorar a sua formação. Há também uma das professoras que terminou seu Mestrado em Educação em Ciências Matemática e logo pensa em fazer seu Doutorado. Importa, ainda, destacar que todas as professoras participam de cursos extracurriculares, mas nem sempre e apenas 02 mencionaram que realizam com freqüência. O perfil profissional do professor de zero a dois anos abrange qualidades pessoais, atitudes, competências, habilidades, conhecimentos que devem ser desenvolvidos. Em minha investigação, constatei entre as professoras a idéia de que seu trabalho docente requer prioritariamente, o amor às crianças e à profissão, o qual seria o principal motivador de outras atitudes profissionais, como: abertura a mudanças, compromisso, dedicação, responsabilidade, busca de aperfeiçoamento. Dentre as principais características que deve ter o professor de educação infantil destacaram simpatia, carinho, paciência, criatividade, tranqüilidade e capacidade de acolhimento das crianças, atribuindo centralidade às qualidades pessoais bem como à afetividade nas relações educativas e profissionais. O amor e o prazer no trabalho são identificados como a principal e indispensável motivação para a busca de aprimoramento profissional, subordinando até mesmo a busca de formação e profissionalização. Algumas professoras indicaram a necessidade de uma formação que propicie qualificação mínima específica para atuar na educação infantil. No entanto, consideram que o estudo, o domínio teórico não fornece subsídios suficientes para a docência; assim, para suprir as lacunas da teoria frente a prática é preciso recorrer ao bom senso, ao senso materno e, sobretudo, à afetividade para realizar adequadamente seu trabalho: “olha, eu acho que só a pedagogia não dá conta não. (...) Aí eu acho que o senso materno ajuda muito. Mais, tem que ter o bom senso, tem que ter troca de experiência, os cursos ajudam muito, mas o bom senso tem que está sempre prevalecendo. O afeto tem que estar muito, muito, muito presente” Ao analisar suas concepções podemos, desde já, analisar o ser mulher e o trabalho docente na educação infantil, na construção da identidade profissional da professora de Educação Infantil. Nesse sentido, compreendemos que as características mais destacadas na professora de educação infantil remetem à tradicional imagem social de mulher doce, ingênua, mãe generosa, abnegada à família, professora paciente na transmissão dos valores e na formação do bom caráter da criança, na qual se legitimam modelos femininos de domesticidade e de espírito de sacrifício, contribuindo para a desclassificação social da mulher. Foi possível perceber que sempre há nas salas uma professora mais velha, acima dos 40 anos de idade com professoras em torno dos vinte anos. Será que as escolas procuram 34 manter parte da história onde o cuidar é remetido à pessoa mais “velha”, com mais experiência? E o educar à professora que possui formação? Acredito que há essa distribuição das professoras a fim de que seja realizada essa troca entre a teoria e a prática possibilitando assim que ambas aprendam e compartilhem seus diferentes conhecimentos. No entanto, o perfil de professora da educação infantil exige características profissionalizadas, ou seja, as competências e habilidades que não são decorrentes da “natureza” feminina, mas são construídas no processo formativo e no exercício profissional da docência. A afetividade é uma dimensão indissociável do desenvolvimento biológico e cognitivo, que compõe a vida e as relações das pessoas, desde a infância até a velhice. Segundo Wallon (1975), muito cedo na vida da criança estabelecem-se laços afetivos que são tão importantes para sua sobrevivência quanto a alimentação material. As primeiras relações da criança com o meio já são relações humanas, de compreensão e de participação nas situações onde se encontra, ou que poderia estar envolvida direta ou indiretamente, e em tudo o que as pode motivar e implicam em diferentes sentimentos como dúvida, apreensão, medo, desconfiança, indecisão, confiança, compreensão, alegria, segurança. Através dessas relações acontece o crescimento e o desenvolvimento da criança, a apropriação de conhecimentos, conceitos, hábitos, valores, atitudes. Assim, é importante que as professoras desenvolvam “um gosto e uma sensibilidade genuína relativamente às crianças” (PORTUGAL, 2001, p.164) as quais favoreçam relações afetivas com e entre elas, propiciando a aquisição de uma auto-estima positiva e promovendo o desenvolvimento pessoal e social de todas. Igualmente, sentir-se bem no e com o trabalho, desenvolvendo uma atividade profissional que possibilite algum tipo de reconhecimento e identificação pessoal, é uma das condições para a qualidade da educação em geral e, mais ainda da educação infantil, que se caracteriza por um elevado nível de envolvimento afetivoemocional com os educandos. A amorosidade é destacada por Paulo Freire (1996) como um dos saberes necessários à docência, podendo-se mesmo afirmar que seja uma das condições de sua realização. Assim, é “preciso descartar como falsa a separação radical entre seriedade docente e afetividade” (Freire, 1996, p.159–grifos do autor). A afetividade expressa a maneira que o professor tem de autenticamente selar seu compromisso com os educandos, tendo em vista a transformação da realidade. É nesse sentido que a capacidade de se envolver afetivamente que deve compor o perfil do educador de infância, e de todo profissional da educação, e não como doação 35 abnegada que não requer profissionalismo.“Já nasci sabendo que é isto que gosto de fazer”, ou seja, a naturalização da docência em educação infantil As motivações pessoais para a atuação na educação infantil são indicativas de sentidos da docência, articulando-se com as concepções de educação infantil e do papel do educador, configurando uma das dimensões da identidade profissional. Trabalhar na educação infantil teve vários motivos para as professoras: uma opção, na expectativa de continuidade com a sua atividade anterior como professora, ajudante de sala ou como estagiária; a busca de inovação na atividade docente, o desafio, a curiosidade e estudos referentes à área. Sentir prazer na profissão foi indicado por uma professora como fator determinante para a permanência na educação infantil, mesmo quando não começaram por opção própria. Esse prazer é decorrente de acreditarem na importância do trabalho que realizam e está diretamente vinculado a ter afinidade com a faixa etária e amor às crianças. Dessa maneira sobressai a concepção de que o seu trabalho é um dom, uma vocação inata, como afirma a professora Jéssica: “já nasci sabendo que é isto que gosto de fazer e faço o melhor de mim”. Isto remete à profissão como “obrigação” ou ainda, algo natural, que deve ser realizado sobretudo por amor e vocação, sem interesses materiais, como a remuneração digna, carga horária, condições de trabalho, formação. Mas poucas pensam assim, uma vez que para elas ser professora é apenas mais uma profissão. A disposição de servir e de ajudar ao outro, à sociedade, é uma das dimensões da concepção do magistério como vocação/sacerdócio, historicamente construída a partir do século XIV, quando se abriram escolas elementares para as camadas populares e o clero não conseguiu atender sozinho a toda demanda. Foram, então, convocados colaboradores leigos que, para assumir a função docente, deviam fazer uma profissão de fé, jurando fidelidade aos princípios da instituição e doação sacerdotal aos alunos, independentemente das condições de trabalho e do salário. O termo professor, portanto, originalmente designa “aquele que professa” (HYPÓLITO, 1997). Enquanto eu entrevistava uma professora, a entrevistada anterior, ao ouvir que estávamos falando de como a professora gostaria de ser chamada, ela nos interrompeu dizendo que não gostava de ser chamada de professora porque não era professora, mas apenas monitora. Durante sua entrevista ela não havia dado essa informação. A partir disso percebi que essa professora poderia estar refletindo a respeito da nossa entrevista, qual era a sua função dentro do ambiente escolar e, principalmente, como estavam seus sentimentos. Isso me marcou muito, uma vez que penso poder ter feito alguma diferença naquele momento, ajudando a professora a repensar qual é o seu papel na Educação Infantil. 36 Por outro lado, encontra-se nessa concepção um forte laço com a imagem social de mulher, a qual já destacamos. Não foi por acaso que as mulheres tiveram ampla aceitação na profissão docente: afinal, o ser feminino puro é a pessoa mais adequada para assumir a profissão de fé do sacerdócio do magistério. Essa imagem feminina colaborou com a desvalorização social da mulher, da mesma maneira que a concepção de magistério como dom, como vocação, justifica o desprestígio das professoras e da docência em educação infantil como tarefa de tios e tias, que poderia ser exercida por qualquer pessoa sem formação, desde que tenha amor, boa vontade e afinidade com crianças pequenas, assim como menciona Paulo Freire (1995) no seu livro “Professora sim, tia não, onde fala que “professora não é tia”. É preciso distingui-las. Numa das entrevistas a professora Carla disse-me “estou tão acostumada era só tia da creche, o pessoal não acostumou a chamar de profe, mas a maioria é tia. Sabe eu nem percebo”. Segundo a Revista Pátio, p.11: Muitos profissionais que atuam, em especial, na educação infantil, acostumaram-se a ser chamadas de tia, menosprezando o caráter profissional da sua atuação, abrindo mão até do nome da sua profissão. É preciso que haja professores dispostos a repensar a sua identidade e a sua história coletiva que vai sendo constituída. As professoras participantes da pesquisa alinham-se com as concepções de mulher mãe/educadora nata, as quais historicamente, naturalizam a docência tornando imperceptível o seu caráter de atividade social e ideologicamente condicionada, bem como as suas possibilidades de transformação. Na história das escolas de educação infantil, diversos elementos reforçam a naturalização da docência, decorrente da maternidade. Por um lado, a definição da guarda das crianças como objetivo precípuo, na perspectiva de uma educação assistencialista, estabelece como parâmetros de ação da educadora manter relações afetivas individualizadas e promover os cuidados básicos de saúde, higiene e alimentação. Ser paciente, carinhosa, maternal e, sobretudo, gostar de crianças e de trabalhar com elas tornam-se as principais características de uma boa educadora. Por outro lado, a função de substituta da família e da mãe atribuída à creche, construiu uma polaridade entre a atuação da professora e as funções maternas, levando à mistura de papéis. A definição da professora como mulher educadora nata, que sabe agir com bom senso e é guiada pelo coração em detrimento da formação profissional, reafirma-se na documentação oficial que orienta a educação infantil brasileira, arraigando-se no cotidiano das instituições (Arce, 2001). A feminização do magistério, articulada à visão de professora 37 da educação infantil como mulher educadora nata, reflete-se também numa fragmentação do trabalho docente. A hierarquização do trabalho por meio do parcelamento das tarefas na educação infantil se realiza, dentre outros, na oposição entre cuidar e educar. As professoras apresentaram diferentes versões sobre a separação das funções da professora e da auxiliar, reconhecendo a necessidade de integração, afirmando a separação, chegando a considerar que as atividades de cuidado não devem ser funções do professor. As dinâmicas de subordinação/dominação nas relações entre as profissionais que atuam lado a lado na educação e cuidado de crianças pequenas, parecem ser determinadas por fatores como a função, situação funcional, nível de formação e experiência profissional. Produz-se um esvaziamento de significado no trabalho do professor que se expressa, por exemplo, na uniformização de práticas educativas advindas, muitas vezes, de tradições pedagógicas cujas origens, significados e finalidades os profissionais desconhecem. Faz-se porque sempre foi assim! Percebemos a repetição e uniformidade de rotinas de trabalho amplamente generalizadas nas escolas. Elas parecem não questionar as origens de tais rotinas pré-definidas em concepções educacionais assistencialistas, nem a sua rigidez e a arbitrariedade frente às crianças e ao seu próprio trabalho, mediante a padronização de tempos iguais para todas as crianças, tomando-as como seres universais, e reduzindo a autonomia do professor na definição e controle de sua atividade profissional. A histórica articulação da feminização ao processo de desvalorização social da profissão caracterizada como vocação, doação, ocupação de meio-período para mulheres com pouca exigência de qualificação e com remuneração inferior, contribui para a constituição de uma identidade profissional antagônica à profissionalização. A vocação, considerada por Paulo Freire (1996, p.161) como força misteriosa “que explica a quase devoção com que a grande maioria do magistério nele permanece apesar da imoralidade dos salários. (...) mas cumpre, como pode, o seu dever”, pode ser um fator presente no exercício do magistério, especialmente na educação infantil. Porém, se temos que reconhecer a importância dessa chamada vocação, torna-se fundamental desmistificar a sua naturalização: vocação não é um dom inato, mas uma capacidade de realizar bem o trabalho, de superar as dificuldades e lutar pela qualidade da educação. Então, é uma característica profissional aprendida e desenvolvida com muito esforço e estudo. “A pessoa tem que ter a formação mesmo para isso”: expressões de uma busca da profissionalização. Essa pesquisa apreendeu elementos que indicam o mesmo, ou parecido sentido da docência em educação infantil, como o mito da educadora nata: a profissionalização, que se 38 anuncia, por exemplo, entre as professoras quando algumas destacaram a importância do planejamento e a necessidade de discussão e reflexão coletiva, para a tomada de decisões. As professoras querem que a sua docência seja reconhecida como trabalho qualificado, em sua concreticidade e especificidade e não como um trabalho abstrato, uniformizado e subordinado à sua dimensão quantitativa, subtraído de suas qualidades concretas e transformado em alienação. Mas para isso, é preciso ir muito mais além, acreditar que podemos sim realizar muitas coisas na Educação Infantil. É preciso que muitas dessas professoras entrevistadas busquem novos conhecimentos e outros interesses. Além do afeto pelas crianças, da valorização e identificação com o seu trabalho, professoras e coordenadoras pedagógicas também pensam ser necessário que um professor de educação infantil tenha clareza dos objetivos e do alcance da educação infantil; conhecimentos sobre aprendizagem e desenvolvimento infantil; formação específica que possibilite respeitar a individualidade e as necessidades da criança, bem como organizar a ação didática adequadamente a cada etapa. É papel da professora: “planejar e organizar rotinas, ambientes e atividades interessantes e variadas no decorrer dos dias, conforme a faixa etária de seu grupo, lembrando-se sempre que ele está diante de crianças com competências e necessidades diferentes” (Professora Luisa). A intervenção deliberada e planejada da professora torna-se fundamental no processo educativo. Uma atuação docente mais consciente e contextualizada resgata o caráter intencional, a totalidade e a interdependência entre as diversas ações desenvolvidas nas instituições de educação infantil. Com isso, as crianças também poderão exercer um papel mais ativo em seus processos de aprendizagem e de desenvolvimento. A busca de conhecimentos, então, foi destacada como uma característica importante para um professor de educação infantil, associada à capacidade de estabelecer relação entre teoria e prática: “estudar, participar de cursos e encontros para estar atualizado e colocar em prática o seu conhecimento” (Professora Daiane). Essa natureza da docência torna-a muito exigente, no sentido de não ser possível fazer uma previsão exata dos acontecimentos, requerendo do educador uma diversidade de conhecimentos e de habilidades. Por reconhecerem a importância de uma preparação teórica para o seu trabalho, enfatizaram que faz falta não terem tido enfoque específico da educação infantil, no curso de Pedagogia. Uma coordenadora expressa que a relevância da formação em pedagogia não se resume à instrumentalização para o fazer cotidiano, mas abrange a capacidade de 39 compreender a intencionalidade do seu trabalho: “eu noto que a formação também é muito importante ... por exemplo, ... as professoras que são formadas num curso superior, que são pedagogas, têm um nível teórico que permite alcançar um nível de compreensão maior do que as pessoas que têm só o curso técnico normal.” (Coordenadora Bianca). Além da formação específica para atuar na educação infantil, podemos apreender indicativos da concepção de docência como atividade profissional, expressados pelas pedagogas na ênfase a outros elementos, como postura ética e atitude política no perfil do professor: “saber dos direitos e necessidades da criança” (Professora Márcia). Verificou-se, também, que aspectos ligados à organização institucional, tais como a estrutura física e material, a necessidade de recursos financeiros, predominam na discussão da melhoria da qualidade da educação infantil. Estes aspectos, entretanto, foram pouco indicados entre os fatores que mais influenciam a sua atuação, aparecendo apenas uma discreta referência a alguns deles como, por exemplo, carga horária, envolvimento/ integração com as colegas de escola, valorização e respeito profissional na instituição, salário. O auto-reconhecimento enquanto forma de sentir-se capaz, é um dos sentidos da docência que possibilita a formação de sujeitos com maior autonomia e autoridade (Silva, 2001). Por isso, sentir-se integrada com a equipe e aceita na escola remetem para a valorização pessoal e profissional e o reconhecimento da importância do trabalho, podendo expressar um sentido de profissionalização, ainda que de forma contraditória, porque estão associados ao amor. Outro depoimento também expressa tal ambigüidade: “eu sempre achei que isto é meio nato na pessoa, que isso não se adquire. Mas eu tenho realmente muita dúvida se isto é nato ou é construído socialmente. Com aptidão a pessoa poderia desenvolver, precisa ter um nível de entrega muito grande” (Coordenadora Andréia). O movimento de constituição de significados de profissionalização da docência, portanto, é contraditório, pois as pedagogas expressam consciência da necessidade de formação para uma atuação profissionalizada, mas subordinam-na ao amor e à vocação. Assim, a docência em educação infantil acaba por ser reduzida ao “amor à profissão, dedicação e o resto se aprende” (Professora Dulce). Alienação e possibilidade de emancipação se articulam reflexivamente no contraditório movimento da realidade. As reflexões, portanto, não desqualificam a atuação das professoras, rejeitando a análise que atribui a desvalorização social do magistério à sua feminização. Ao contrário, sabe-se da história de todo o processo educativo e, principalmente da desvalorização, tanto da mulher quanto da Educação Infantil. 40 Nas relações que cada professor estabelece com o mundo, com os outros, consigo próprio e com a profissão vão-se constituindo guias para a ação, assim, a docência depende da pessoalidade do professor e das formas como pensa a si mesmo e ao seu trabalho. Ou seja, não é possível julgar ou reprimir escolas, uma vez que cada pessoa é singular e realiza atividades diferenciadas. Segundo Barbosa (1991), Do ponto de vista da psicologia sócio-histórico-dialética, os significados projetam o mundo na consciência humana, constituindo-a e possibilitando aos homens conhecer, agir, pensar e refletir sobre a realidade. Tais imagens, porém, não reproduzem exatamente a realidade externa, pois estão carregadas de sentidos próprios para o sujeito. Não há, portanto, uma absorção imediata dos significados sociais que podem se transformar, sendo confirmados, negados, reproduzidos ou superados. Os processos formativos de professores devem, necessariamente, assumir a reflexão da docência entre as relações de classe social e gênero, evidenciando as raízes e efeitos sobre a profissão docente, bem como favorecer a ressignificação da identidade profissional das professoras, como mulheres, mães e profissionais competentes, e a superação da desvalorização socialmente imposta. Para tanto, é preciso considerar os significados socialmente (im)postos e os sentidos pessoais da docência que as professoras constituem em sua trajetória de vida. 41 5 CONCLUSÃO Acredito que a prática docente deve ser repensada, com urgência, para que possa atender às transformações sociais que atingem a escola, como por exemplo as novas concepções sobre a infância e sobre educação infantil. A participação dos professores é de fundamental importância na consolidação de mudanças que tragam melhorias na qualidade de ensino nas escolas de Educação Infantil. Mudanças, tanto na escola quanto no perfil do professor, foram propostas a partir das novas legislações. Em decorrência disso, o ser professor ou professora vem se modificando para atender a essas transformações. A Educação Infantil é um nível de ensino onde, geralmente, as crianças permanecem dois turnos, assim as professoras acabam ficando com as crianças grande parte do dia. Permanecer na escola durante o dia, optando pela dedicação exclusiva à docência nesse nível de ensino aponta significados que vão além da remuneração no final do mês. Durante a pesquisa de campo percebi que 81,8% das profissionais que atuam nos berçários das escolas pesquisadas permanecem na função por gostarem daquilo que fazem. Tais educadoras se identificam com esta tarefa por serem/terem um lado maternal, fonte de sua “identidade profissional” e de suas práticas cotidianas nas creches. As atividades de cuidado são as que mais ocupam o tempo das professoras/educadoras/monitoras, caracterizando assim sua função na instituição. Mas será que é suficiente apenas o gostar? Essa é uma questão que procurei desenvolver durante este trabalho uma vez que acredito que para atuarmos na Educação Infantil é preciso muito mais do que apenas “gostar”. É preciso ter formação adequada, estar ciente de seu papel e desejar se renovar a cada dia. Um repensar sobre quem somos é importante e necessário a cada dia. É preciso que o professor ou professora exerça a docência com qualidade e que essa não se esgote na formação inicial, mas, pelo contrário, continue sendo um processo de construção permanente; que tomem a prática docente como fundamento para a reflexão; que desenvolvam a postura de profissional reflexivo, pesquisador da própria prática, munido de formação teórica. Enfim, que seja competente e veja o mundo na sua globalidade e não de forma fragmentada. O profissional da Educação Infantil vem, ao longo da sua trajetória, experimentando diferentes exigências em relação à sua atuação. Tais exigências vêm sendo feitas em função 42 das transformações históricas na sociedade. Assim, o profissional do ensino está ganhando um novo rosto e um novo valor no mercado das profissões. A formação e a valorização dos profissionais que trabalham com a Educação Infantil, especialmente, na creche apresentam-se, hoje, como um grande desafio e um elemento essencial para a melhoria da qualidade do atendimento à criança. A compreensão da educadora de creche como uma profissional responsável pelos cuidados básicos da criança – tarefa para a qual a afetividade é o maior atributo, verificado em expressões como: “ter jeito”, “ter amor às crianças”, “gostar” – tem contribuído para o pequeno investimento, até então empreendido na formação docente destas profissionais. Assim como a Educação Infantil muitas vezes não é valorizada porque as professoras não sentem motivação para expor e relatar o importante trabalho que é/deveria ser realizado. A variável formação acadêmica, que distingue as profissionais envolvidas, precisa ser analisada com cautela, para que não a consideremos como um fator negativo. De fato, a habilitação profissional de professor, ainda que desejável, não é suficiente para que a ação de cuidar seja acompanhada de um envolvimento educativo. É necessária uma formação que não considere o professor como aquele responsável, unicamente, pelo desenvolvimento intelectual dos alunos, mas seria extremamente importante se a formação acadêmica destas profissionais estivesse voltada à Educação Infantil. Refletir sobre o perfil das professoras não é uma tarefa fácil, uma vez que cada uma possui a sua especificidade, mas havia o intuito de identificar um perfil geral que pudesse “representar” a Educação Infantil no município, neste ano, porque há, em todos os anos, nas escolas, um rodízio onde as professoras passam a atuar em turmas diferentes. Conforme ao que foi apresentado no capítulo 2 deste trabalho, a análise profissional baseou-se na literatura sobre o assunto, bem como nas legislações vigentes. Finaliza-se essa pesquisa destacando-se a importância dos profissionais que atuam na educação, seja qual for o nível de ensino, reflitam, constantemente, a cerca de sua identidade profissional. 43 REFERÊNCIAS ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Cortez, 2003. ARCE, Alessandra. Documentação oficial e o mito da educadora nata na educação infantil. Cadernos de Pesquisa. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, Autores Associados, n. 113, jul. 2001. ARROYO, Miguel. Ofício de mestre: imagens e auto-imagens. 2.ed.Petrópolis: Vozes, 2000 BARBOSA, Ivone G. Psicologia sócio-histórico-dialética: contribuições para o repensar das teorias pedagógicas e suas concepções de consciência. Goiânia: FE/UFG, 1991 (Dissertação de Mestrado). BATISTA, J. B. Fragmentos de histórias das crianças no Brasil. Porto Alegre: Fapa, 2001. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. ______. Ministério da Educação e do Desporto. 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SILVA, Isabel de O. Profissionais da educação infantil: formação e construção de identidades. São Paulo: Cortez, 2001. WALLON, Henri. Psicologia e Educação da Infância. Lisboa: Editorial Estampa, 1975. 46 ANEXOS (22 anexos) 47 ANEXO 01 1. Nome: Diana 2. Idade: 25 anos 3. Filhos: Não 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Atuo há 10 anos na Educação Infantil. No berçário, estou o segundo ano consecutivo. Trabalho 10 horas por dia.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? Não 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Sempre gostei e me interessei por esta área, como o ensino médio oferecia o curso de magistério uni o útil ao agradável. Pretendo continuar atuando na educação infantil, tanto que estou cursando Pedagogia em ênfase em Educação Infantil.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Sou formada em magistério. Penso que é sempre importante se aperfeiçoar e encontrar novas informações, realizei o Seminário Municipal/2007 e Seminário da Feevale/2007. Acredito e procuro seguir a linha sócio-interacionista, que visa ensinar/construir o conhecimento através de trocas e da relação entre ensinante e aprendente. Valorizando e ensinando a partir do que o aluno já sabe ou já consegue fazer. No entanto, confesso que, às vezes, ainda me deparo com atitudes minhas, características de uma professora 48 empirista.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Sempre procuramos realizar um planejamento conjunto entre as profissionais que trabalham no B1. Partimos de um “projeto” para os planos diários. Realizamos os planejamentos nos momentos específicos para isso.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Acredito que os eixos de trabalho da Educação Infantil sejam educar e cuidar. Por isso, o profissional precisa ter noções de cuidado para a faixa etária e saber as capacidades e o desenvolvimento característico da mesma. Para assim, unir didaticamente estes dois pontos.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “O professor de berçário deve ser uma segunda mãe que acolhe o aluno neste primeiro afastamento da família. Acolhedor, deve inicialmente, fazer a criança sentir-se amada, segura e bem cuidada para depois, começar a exigir dela questões mais voltadas ao desenvolvimento (deitar de bruços, sentar, engatinhar...) Deve ser paciente e criativa para encontrar formas de estimular esta criança.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Trabalho com uma turma de berçário 1, composta por oito bebês, de 4 a 9 meses. Quatro meninas e quatro meninos. São bebês alegres, curiosos e exigentes. Gostam de realizar a todo momento novas descobertas, alguns já estão engatinhando, outros permanecem sentados por um tempo razoável e outros já conseguem permanecer brincando no tapete na companhia dos colegas. Temos ainda, um caso de inclusão, o menino tem um desenvolvimento mais lento, em função de uma hidrocefalia. Neste caso, o menino está com 1 ano e 4 meses e ainda não consegue segurar sua cabeça, nem mesmo sentar. Com ele procuramos realizar exercícios individuais para que consiga, aos poucos, se desenvolver.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “Gosto de ser chamada pelo nome ou apelido. A maioria deles me chamam pelo apelido.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Procuro manter um bom diálogo com a equipe escolar. Na escola, acredito que todos precisam uns dos outros é preciso ajudar os outros para ser ajudada também. Colaboro com sugestões, materiais e um ombro amigo quando necessário. Com os alunos, procuro ser amiga, brincalhona, mas sou exigente nas questões de limites. Aos pais, procuro demonstrar respeito e confiança. Penso que precisam confiar em nós, a partir 49 do momento que entregam seu maior bem aos nossos cuidados. Procuro manter um diálogo aberto, uso o bom senso, mas sou exigente quando diz respeito às regras da escola.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Gosto do meu ambiente de trabalho, fiz muitas amizades aqui. O que me entristece é a falta de interesse por parte de alguns. É difícil confrontar e trocar opiniões e sugestões com quem não se atualiza, que pensa que tudo não pode ser feito ou que é difícil. Ou até mesmo aquele discurso que afirma que está há 20 anos na escola e isso sempre foi assim.” 50 ANEXO 02 1. Nome: Daniela 2. Idade: 22 anos 3. Filhos: Não. 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino. 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Atuo há 3 anos na Educação Infantil. No berçário fiquei um ano. Trabalho 6 horas por dia.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Sim, trabalho meio turno (tarde) em outra escola. Carga horária de 4 horas por dia.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Realmente gosto do que faço e optei por essa profissão por achar que levo jeito com crianças. Por enquanto vou atuar na Educação Infantil, mas se surgir algo que seja remunerado mais alto trocaria de trabalho.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Cursei magistério e faço curso superior de Psicopedagogia na Feevale. Participo de vários cursos para me aperfeiçoar. Última participação foi ano passado na Feevale. Me baseio em vários autores, tais como Piaget e Vygotsky, onde a criança aprende brincando.” 51 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Temos hora atividade na escola e assim planejamos e elaboramos projetos conforme o interesse das crianças.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Precisamos ter muita disposição e sempre estar aprimorando nos saberes, pois as crianças exigem muito de nós, estar sempre atentos para o novo, para que eles possam participar dessas descobertas.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Paciente e atencioso.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “A turma é muito boa, temos sete meninos e quatro meninas, são muito curiosos e participam das atividades com interesse e motivação.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “Somos chamadas por ambos de professores e incentivamos para que nos chamem assim.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Temos uma ótima comunicação, tanto com os pais, tanto com professores e demais funcionários da escola, temos muita abertura com os mesmos.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Estou muito satisfeita e realizada com o ambiente de trabalho.” 52 ANEXO 03 1. Nome: Carla 2. Idade: 52 anos 3. Filhos: 3 filhos. 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino. 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há 17 anos. No berçário mais ou menos 5 anos. Trabalho 30 horas semanais. Sou educadora.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Não. Berçário. 30 horas semanais.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Desde quando eu era criança eu adorava ser professora.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Magistério. A gente faze seminário de educação, essas formação continuada. O último foi o seminário do ano passado. Ai, sei lá guria, é que a gente quando faz essas formações é com Piaget. Eu já nem gosto de ler.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? 53 “Só que eu só tenho uma hora para planejar, agora mudou de dia. A gente poderia trocar idéias se eu tivesse mais tempo, muitas vezes são as outras que fazem.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Tem que saber lidar com as crianças, ter paciência, jogo de cintura. O principal é ter paciência.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “É saber amar, o essencial é a paciência, o carinho, como iniciar uma alimentação e todos esses massetes do dia-a-dia.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. -13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “Uns me chamam de tia, outros de profe. A gente já ta tão acostumada que era só tia da creche. O pessoal não acostumou com isso, mas a maioria é tia. Sabe eu nem percebo.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “A maioria traz as crianças de manhã.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Eu gosto de trabalhar com os bebês. Assim ta tranqüilo, as horas de planejamento eu mudaria.” 54 ANEXO 04 1. Nome: Marta 2. Idade: 23 anos 3. Filhos: Não 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Nesta escola há 3 meses, mas pude trabalhar durante 2 anos em outra instituição.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Não, somente nesta instituição, trabalho 30 horas semanais.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Sempre gostei de trabalhar na área da Educação Infantil. Se tiver oportunidade gostaria de trabalhar com o Ensino Fundamental.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Magistério. Atualmente curso Pedagogia, no 5º semestre. Quanto a formação continuada tenho dificuldades em realizar outros cursos devido a falta de tempo e principalmente financeiramente, pois normalmente os cursos não são gratuitos. Não costumo ser adepta a uma linha teórica, pois o planejamento é feito de acordo com a 55 realidade da turma e a necessidade.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “O planejamento é feito uma vez na semana no dia sugerido pela instituição. O mesmo pode ser modificado de acordo com a necessidade. O mesmo é realizado junto com as outras professoras da escola.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “O principal na Educação Infantil é saber amar, cuidar e educar.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Um professor amoroso, que seja bastante afetivo com a turma, compreensivo e que ame o que faz.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Turma participativa e bastante ativa, apresentam um bom desenvolvimento físico e motor.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “Fico feliz quando conseguem pronunciar ao menos a primeira sílaba do meu nome.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. --15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “O relacionamento com toda a equipe de trabalho, onde se possa construir em conjunto.” 56 ANEXO 05 1. Nome: Jéssica 2. Idade: 28 anos 3. Filhos: Não 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há 10 anos trabalho como professora de Educação Infantil. E este é o primeiro ano com o berçário. Trabalho 10 horas em sala de aula.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Participo do grupo de estudos da Brinquedoteca Municipal Brincar Mais de Ivoti desde 2005. Encontros quinzenais, além de oficinas que proporcionamos aos professores.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Gosto da Educação Infantil, já trabalhei também como professora de 3ª série, mas prefiro atuar na Educação Infantil. O motivo da escolha é porque gosto de estudar, me inteirar sobre assuntos educacionais fazendo reflexões, escutas e ações no dia-a-dia em prol de uma educação para as crianças. Pretendo continuar atuando e me aperfeiçoando profissionalmente.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? 57 “Graduada em Pedagogia, na Unisinos em 2007. Costumo participar de grupos de estudo e cursos. Estou num grupo que está reconstruindo os planos de estudos do município de Ivori (referente à infância). Não tenho um autor ou teoria a seguir, faço leituras e procuro usufruir de idéias como de Paulo Freire, Euclides Redin, Madalena Freire, PCNS’s LDB, Walter Benjamin, Duarte Júnior, Piaget, Vygotsky, Rubem Alves...” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “O planejamento é realizado por mim e pelas outras duas professoras (uma delas trabalha de manhã e a outra à tarde) na hora do planejamento (uma vez por semana) pensamos, fizemos leituras e escritas sobre a nossa turma.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “É necessário se ter uma sensibilidade maior, ou seja, os sentidos mais aguçados como o olhar, a escuta, o tato, a fala... Disponibilidade para brincar, para o lúdico, alegria, entusiasmo... Formação continuada é fundamental, bom senso e diálogo com as famílias dos alunos.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Considero que o perfil deva ser com características já citadas, além da afetividade, bom senso, sensibilidade, diálogo com as famílias dos alunos, disponibilidade para o lúdico, alegria, entusiasmo.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “É uma turma composta por 11 crianças alegres, que adoram explorar o ambiente, brincar com diversos brinquedos, contatar com outros ambientes, como a quadrinha, a grama sintética, a sala... Algumas crianças têm alergia o leite de vaca, por isso usam leite se soja. Recentemente recebemos um aluno especial, com hidrocefalia e uma professora para acompanhar esta criança. Esta professora acompanha esta criança desde que ela entrou na escola, no ano passado.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “De professora ou pelo meu nome.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Relações com as famílias é bacana, nos comunicamos através da caderneta (recados) e pessoalmente sobre fatos que acontecem com a criança (quando fica doente necessitando de remédios, crescimento e desenvolvimento da criança, necessidades de alimentação, soninho e as trocas de fraldas). Com as crianças, também é muito afeto, chamando a atenção (limites) quando necessário e brincando muito com elas. Com os colegas é boa comunicação, trocamos idéias, materiais e estudamos juntos os assuntos 58 pertinentes à educação.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? -- ANEXO 06 1. Nome: Márcia 2. Idade: 46 anos 3. Filhos: 3 filhos 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há 16 anos. 6 anos no berçário e 44 horas semanais.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Não.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Por gostar de crianças, pretendo continuar até me aposentar.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Cursos em 2007, cursos capacitantes.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Uma vez por semana, tenho uma hora.” 59 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Uma boa linha teórica e ou experiência.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Ser muito humano.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Eles são alegres e simpáticos.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “Pelo nome.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “O meu relacionamento é bom com todo mundo, comento sobre o que não está legal. Troco idéias sempre, sem problemas.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Tenho o maior prazer pelo que faço, me sinto realizada, eu queria um espaço mais adequado.” 60 ANEXO 07 1. Nome: Sara 2. Idade: 29 anos 3. Filhos: Não 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há 10 anos e 3 anos na Educação Infantil. Trabalho 27 horas nesta escola.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Numa escola de Ensino Fundamental com o primeiro ano, 22 horas.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Primeiro por falta de opção e segundo pelo incentivo da família. Hoje em dia não consigo me imaginar trabalhando em outro lugar que não seja na escola com os pequenos. Adoro meu trabalho. Quero sair da EMEI quando possível, mas pela carga horária e falta de reconhecimento.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Magistério pelo IEI e Pedagogia em Orientação Educacional e Empresarial. Sim, na 61 Feevale, Simpósio Fundação em 2007. Procuro perceber qual é a necessidade/interesse das crianças e a partir dessa sondagem para elaborar os planos de trabalho. Não tenho uma linha teórica única de trabalho. Às vezes muito tradicional, às vezes bastante liberal, muito exigente, mas muito afetiva. A criança só aprende e se desenvolve bem a partir do vínculo que tem com a profe.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Semanal na escola e em casa geralmente aos sábados. Após cada manhã registro o que foi importante. Na EMEI semanal também e procuro sempre realizar tarefas para desenvolver com os pqeuenos, leitura de algum material, etc.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “1º paciência; 2º jamais esquecer que são crianças pequenas e agem como; 3º ‘pulso firme’; 4º afetividade.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Amoroso, carinhoso, bom observador, sensível.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Me preocupo muito em cumprir com as rotinas, passear pelo birro, cantar, dar um colo. Nosso maior objetivo neste ano é o cuidar. O resto é conseqüência.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “Sou professora e quero ser chamada assim.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Com a equipe diretiva é um tanto complicado, uma vez que são pouco acessíveis. Com as colegas de trabalho a comunicação é pouca, uma vez que se tem pouco tempo. Com as crianças é o tempo todo colocando para eles as razões das sansões quando necessário. Com os pais a comunicação é franca, através do diálogo ou agenda de recados.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Me satisfaz ver o progresso das crianças. Gostaria de fôssemos mais valorizadas em todos os sentidos.” 62 ANEXO 08 1. Nome: Fabiana 2. Idade: 28 anos 3. Filhos: Não 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Trabalho há 10 anos na Educação Infantil, sempre com as crianças menores, mas não bebezinhos.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Não.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Escolhi esta profissão porque gosto de crianças desde pequena. Não pretendo trocar para outro nível de ensino ou até profissão.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Sou formada em Nível Superior na faculdade da ULBRA, em Canoas. Pedagogia. Sim participo de vários cursos e seminários, meu último curso foi ‘Brincar Mais’ oferecido pela Prefeitura Municipal de Ivoti. A linha teórica que fundamenta a nossa prática é o 63 construtivismo.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Planejamos em cima do interesse das crianças. As professoras e os alunos fazem o planejamento dos projetos desenvolvidos.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Educar e cuidar.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “O professor de berçário deve ter muito amor pela profissão e pelas crianças. Ter carinho, dedicação, cuidado com todos os bebês.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Trabalho com crianças de um ano e meio. São crianças bem educadas e respeitam a professora.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “Sou chamada pelos pais e pelas crianças de profe Fabi.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “No nosso ambiente escolar existe muito diálogo entre pais, alunos e professores. Os pais têm livre acesso na escola, colaboram dando suas opiniões e sugestões em vários aspectos do funcionamento escolar.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Tenho muita satisfação no meu ambiente escolar. Adoro o que faço e me realziaei profissionalmente.” 64 ANEXO 09 1. Nome: Alice 2. Idade: 24 anos 3. Filhos: Não 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Trabalho na Educação Infantil há 6 anos. É o segundo ano que trabalho no berçário 1 e já trabalhei 1 ano no berçário 2. Trabalho 27 horas semanais na escola.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Sim, sou professora de Espanhol em outra escola.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Quando comecei a trabalhar na escola, ganhei uma turma de berçário, no início foi um desafio, hoje considero uma conquista, pois adoro trabalhar com os nenês e pretendo continuar nesta área.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? 65 “Sou formada no Magistério e tenho curso superior em Letras (Português/ Espanhol). Costumo participar de cursos na minha área de atuação, para aperfeiçoar meu trabalho. A última participação foi em um curso na faculdade onde eu estudava, no fim do ano passado (2007). Sigo vários autores como Piaget, Paulo Freire, Vygotsky. 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “O planejamento é um guia para nosso trabalho diário e é feito pelas professoras da sala, uma vez por semana.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Um professor de Educação Infantil, primeiramente deve amar o que faz (assim como os professores de qualquer outra faixa etária) e ter muita afetividade e paciência com as crianças. Deve também ter o magistério ou ter cursado/ estar cursando algum curso nesta área o que facilita o trabalho com as crianças. Deve também estar sempre se aperfeiçoando e se atualizando pois somos profissionais desta área e não ‘tias’ que cuidam das crianças na creche.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “O professor de berçário deve ser calmo, muito afetivo e também deve ter consciência que o seu ‘papel’ não é apenas cuidar e sim educar também.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Trabalho em uma turma de berçário I, com crianças de 4 meses a 9 meses. É uma turma tranqüila e a maioria adaptou-se bem à escola.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “Gosto de ser chamada sempre de professora, pois como já falei esta é a nossa função: educar.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Procuramos sempre manter uma relação clara e verdadeira, tanto na escola quanto fora dela.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Sou muito satisfeita com meu ambiente de trabalho, amo o que faço e meus alunos. O que mais me satisfaz é o retorno por parte dos pais, direção e coordenação da escola, pois assim posso saber se o meu trabalho está sendo bem desenvolvido. O que eu gostaria de mudar é que acredito que muitos professores estão desatualizados e deveriam fazer mais cursos, ler materiais para se atualizar.” 66 ANEXO 10 1. Nome: Nair 2. Idade: 31 anos 3. Filhos: 2 filhos 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há 10 anos. Este é o meu primeiro ano no berçário. Trabalho 6 horas por dia.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Não” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Por gostar muito dos pequeninos, sim pretendo continuar” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Magistério e faço às vezes os cursos, fiz o último no ano passado. Muito amor e paciência.” 67 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Uma hora por semana, todas nós, mas não ao mesmo tempo.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Desenvolvimento Infantil.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Paciente, amoroso e flexível.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “São bebês muito lindos. Cada um com seu jeito de ser, de pensar, agir e reagir. É uma turma tranqüila.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “Como eles ainda não falam, o olhar deles com um sorriso é muito fantástico. Os pais normalmente nos chamam de profes, alguns de tias, mas tenho preferência por isso.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “No geral a relação é muito boa.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Gosto muito de todos os momentos do dia-a-dia. Como estou há pouco tempo, ainda estou aprendendo muita coisa. Por enquanto o ambiente está muito bom.” 68 ANEXO 11 1. Nome: Dulce 2. Idade: 35 anos 3. Filhos: 1 filho 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há sete anos. É o terceiro ano em berçário, não seguido. Trabalho 10 horas diárias. Tenho dois concursos de 27 horas.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Só trabalho aqui.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Gosto de crianças. Direção não, estou no berçário em função da voz a pedido do otorrino.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Pedagogia na ULBRA. Faço cursos, seminários de Ivoti e do Morro Reuter. Mais a 69 sócio-interacionista, o interesse da criança, se alguma coisa não ta agradando não adianta continuar.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Tenho sete horas na escola mais as reuniões.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “1º lugar tem que gostar, tem que ir atrás das coisas teóricas, conhecer as crianças em si e saber um pouco do desenvolvimento das crianças.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Saber o choro, que ela ta solicitando alguma coisa, não dar as coisas deitada, alguns sintomas de doenças, febre.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Bem calma, dois estão caminhando, um não está conseguindo se deslocar, fica bravo porque não consegue.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “Uns de profe, outros de tia. Todas as monitoras são tratadas como profe por toda a experiência que elas têm.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Muito boa, meu dou bem com todos.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Me satisfaz ver o sorriso das crianças, dão abraços, o contato com as crianças. O ambiente de trabalho é acolhedor, às vezes a jornada é pesada.” 70 ANEXO 12 1. Nome: Marisa 2. Idade: 49 anos 3. Filhos: 2 filhos 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “16 anos e meio. A maioria do tempo no berçário. Sou monitora e trabalho 44 horas semanais.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Só trabalho aqui.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Gosto de criança, me sinto em casa. Com a turma ter maior ter autoridade, punho firme.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Até a 8ª série. Cursos sim. O último foi o Seminário de Ivoti. A gente sempre faz o 71 que é mais adequado às crianças.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Faço uma hora na semana, na escola.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Ter paciência, carinho e essas coisas assim.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Também, a mesma coisa, ter paciência.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Bem legal, bem calma.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “A maioria agora se acostumou a ser chamada de profe.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Eu acho que não tem problema, sempre me dei bem.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Me satisfaz meu serviço e o relacionamento com as colegas. E gostaria de trabalhar só meio turno.” 72 ANEXO 13 1. Nome: Deise 2. Idade: 40 anos 3. Filhos: 3 filhos 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há 21 anos, no berçário um ano e dois meses. Sou monitora, 44 horas semanais.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Só trabalho aqui.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Desde pequena gostei de trabalhar com crianças, cuidava dos meus irmãos, era um sonho desde pequena. Não pretendo trocar.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Até a 8ª série. Seminários e cursinhos, reuniões pedagógicas. Seminário no ano passado. A gente trabalha para melhorar e ajudar os pais. A gente não tem aquela 73 formação, a gente auxilia o professor.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Eu tenho uma hora por semana.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Saber como tratar os bebês, ser flexível. O estudo é bonitinho. Eu que aprendo com os bebês, cada criança é diferente da outra. Dar atenção, amor, gostar de estar ali.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Igual.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Tem momentos que eles são agitados, às vezes calmos. Momentos de brincadeiras, tem vários momentos. Eles querem muita atenção, carinho.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “Tem pais que chamam de tia e outros de profe.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “São boas, eu me dou bem, tento conversar com todas, aceitar sugestões e opiniões. Se é uma crítica a gente tenta construir, não levar para o outro lado.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Me satisfaz as crianças. E eu mudaria o solário, um espaço, o berçário ainda não saiu para o pátio pelo menos sair ou levaria o berçário para baixo e ao maiores para cima. O treinamento não fiz porque eu estava grávida.” 74 ANEXO 14 1. Nome: Rosane 2. Idade: 40 anos 3. Filhos: 2 filhos 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há 21 anos. 5 anos no berçário, direto. Trabalho 30 horas semanais, sou educadora.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Não, pretendo ficar nessa turma, já fui diretora em outra escola, mas não quero mais.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Quando eu era criança sempre brincava de ser professora. Ela era meu ídolo. Meus pais acharam que eu tinha que ser teóloga. Fui para o magistério.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? 75 “Pedagogia na Unisinos. Sim, Formação continuada dentro da escola. Seminário de Educação. Não procuro me fixar ao construtivismo, sempre trabalhar dentro de uma realidade onde a criança possa ir criando, possa aprender... tem o cuidar, não tem como separar, o bico, o colinho, a percepção. É um processo global, tentar ver a criança como um todo. Acabo sendo mãe. Muito diferente da escola, a casa é transferida. Muita emoção, razão-limite. Muito importante trabalhar com o coração, trabalhar dentro da necessidade.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Sou educadora, tenho uma hora por semana, a gente colhe material, combina alguma atividade diferente.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “De tudo um pouco, meia psicóloga, meia professora, meia mãe.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Principalmente a faixa de desenvolvimento geral, linguagem motora. 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Um xodó, homogênea, idade próxima, uma turma bem gostosa, estão na mesma fase.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “A maioria profe um ou dois resistem ao tia.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Relação tranqüila, bem a vontade, compartilhamos algumas conquistas.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Me satisfaz o grupo como um todo, maneira aberta, de ser acolhida, a relação de respeito entre professor e equipe. Não gosto que todo o final do ano tem que escolher outra turma, gostaria de poder continuar na mesma.” 76 ANEXO 16 1. Nome: Daiana 2. Idade: 27 anos 3. Filhos: Grávida 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há 5 anos, 4 anos no berçário, durante 27 horas semanais.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Trabalho em outra escola dando aula de matemática de 5ª série a 8ª série.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Desde pequena, tinha vocação para ser professora, sempre quis dar aula.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Já fui diretora e não quero mais, gosto de dar aula.Tenho magistério, licenciatura em 77 Matemática e Mestrado em Ciências Matemática.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Obedecido os 20% da carga horária, 3 horas e meia. As três professoras fazem o planejamento, mais as reuniões pedagógicas.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Acho que é 1º o saber lidar, o trato com as crianças, saber a troca de fraldas, dar o mama, paciência, muito mais calma, diferença do Ensino Fundamental, além de estar preparada a projetos e leituras. O último mais importante foi o ENEM de Matemática. Não tem um só, o construtivismo, de deixar brincar, importância, uma mescla, não sigo uma linha teórica específica.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Calma, paciência, gostar de brincar com o aluno, tem que ter o apego (muito importante).” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “São bem tranqüilos, tem dois em adaptação, gostam de brinquedos que fazem barulho.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “Chamam de profe, professora.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Com as colegas, trabalho muito legal, essa diferença monitora, educadora, nos damos muito na sala com os pais tranqüilo. Um pouco de dificuldade em direção e coordenação, falo o que eu penso e isso gera alguns conflitos.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Me satisfaz estar este ano com uma turma que eu gosto de trabalhar, as colegas de sala, o espaço físico, mas eu gostaria que fosse dado mais espaço aos professores para que possam expressar as suas opiniões e que estas fossem valorizadas.” 78 ANEXO 16 1. Nome: Isadora 2. Idade: 32 anos 3. Filhos: 3 filhos 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há 6 anos na Educação Infantil e há 4 anos nessa faixa etária.” Trabalho 9:15 por dia.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Não.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Gostei, sempre gostei, não me vejo fazendo outra coisa.Talvez trabalhar com o pré.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? 79 “Magistério e comecei o superior para Educação Infantil e parei por causa dos meus filhos. Se surgisse algum curso eu faria, sempre participei, mas meus financeiros não estão permitindo, já estava no Instituto há um ano, não lembro. A linha teórica... gosto das coisas que Paulo Freire fala, agora não lembro, mas tenho tudo anotadinho no caderninho lá em casa.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Na hora do intervalo ou quando as crianças estão dormindo.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Tem que saber o que fazer com as crianças, isso que tu quer saber? Saber que tipo de atividades ara cada nível.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Professor que saiba ser carinhoso, calma, paciência, um bom tanto e que saiba valorizar cada criança, cada um tem uma personalidade.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “A turma é bem calma, são participativos, gostam de fazer as atividades, se relacionam bem uns com os outros.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “Alguns chamam de professora, alguns de tias, mais as mães. Gosto de ser chamada de profe.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Tento me relacionar bem, às vezes surge alguns conflitos.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Me satisfaz o carinho das crianças, o bom relacionamento com algumas colegas, mas gostaria de ter um pouco mais de autonomia no planejamento, poder escolher o assunto das atividades e não a coordenadora.” 80 ANEXO 17 1. Nome: Diná 2. Idade: 50 anos 3. Filhos: 2 filhas 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há 13 naos na Educação Infantil e sempre no berçário. Trabalho 9 horas e 15 por dia.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Não.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Porque eu sempre gostei desde criança, comecei assim por um convite. Eu acho que no meu caso eu vou seguir, falta pouco para me aposentar. Pretendo ficar no berçário, tanto é que eu falei para a direção que eu ia ficar se eles me garantissem que eu ia ficar sempre nesse nível, berçário ou Nível I, me identifico com os bebês.” 81 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Comecei o superior para Educação Infantil e parei. Já participei, só não me lembro a cidade, há uns três anos atrás e um em Dois Irmãos. A gente sempre trabalha em cima de projetos.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Nós da sala fazemos durante os momentos de folga.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Eu acho assim que, na Educação Infantil, em primeiro lugar tem que ter muito amor, carinho, afeto, paciência, cuidar o desenvolvimento da criança, do bem-estar, da saúde, não só trocar, se ela tem alguma dificuldade, que seja do ambiente agradável, ser criativa, procurar sempre fazer o melhor para a criança, se a criança tem algum problema tentar conversar com os pais.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Isso que já foi falado.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Tem 14 crianças, eles agora é uma turma assim, com poucos meses, um está fazendo adaptação, ta um pouquinho assim bem agitadinho. Crianças que a gente ta observando porque ta tendo dificuldades, ta sendo encaminhada para o médico porque não ta se desenvolvendo como deveria.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “A maioria chamam de professora, alguns ainda de tia.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Bom, com os pais a gente tem bastante contato com as mães, facilidade de contato através da agenda. E com a direção, ela ta sempre aqui de manhã e em reunião de planejamento.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “O que me satisfaz é ver as crianças bem, chegar aqui de manhã e ver todos eles. Para mudar teria bastante coisa que poderia mudar, mas a gente tem que se adequar, se a gente não tem muito recurso, não é como as municipais, fazer a parte da gente, na 82 medida do possível fazer o que a gente pode.” ANEXO 18 1. Nome: Cláudia 2. Idade: 26 anos 3. Filhos: Não 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há 5 anos e sempre nessa faixa etária. Trabalho 9 horas e 15 por dia.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Não.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Antes eu trabalhava na área do calçado, foi para melhorar de vida. Gostaria de trabalhar só meio turno.” 83 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Fiz a complementação de estudo e agora to cursando Pedagogia. Esse ano não fiz nenhum curso ainda. Projetos a gente trabalha.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “As profes da sala, fazermos quando eles estão dormindo.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Primeiro lugar tem que ter um dom, gostar de criança e ter um conhecimento na fase de desenvolvimento das crianças, nessa faixa etária eles precisam de bastante estímulos.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Professor responsável, que se preocupa com as crianças, com um pouco de experiência nessa faixa etária.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Eles são bastante ativos, adoram novidades, fazem descobertas, eles gostam da presença do professor perto deles, de receber carinho, no colo.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “Gosto de ser chamada de profe, alguns chamam de tia.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Procuro sempre ter um bom relacionamento, explico as atividades e desenvolvo.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Satisfaz a troca de carinho, o reconhecimento que os pais têm com a nossa prestação de serviço. E, talvez mudaria um pouco a valorização, ter mais valorização por parte da direção e coordenação. Comparação com outras escolas e desvalorização do salário aqui.” 84 ANEXO 19 1. Nome: Taís 2. Idade: 33 anos 3. Filhos: Não 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há seis anos e é o primeiro nessa turma. Trabalho 10 horas por dia.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Não.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Adoro, gosto muito dessa profissão, já trabalhei em comércio, escritório.” 85 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Tenho o magistério e formação superior em História, dou aula de 5ª a 7ª série. Pretendo futuramente fazer um curso em gestão. Sempre que tenho disponibilidade estou participando. Fiz o último um curso à distância pela UFRGS, sobre educação. Na verdade a gente trabalha por projeto, tentando abranger a necessidade das crianças.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Tenho 7 horas de planejamento por semana na escola. Eu faço a parte teórica e descritiva, a outra profe só acompanha, mas não tem a parte mais efetiva na elaboração.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Inicialmente gostar do que tu faz, gostar de crianças, o resto vai adquirindo com a prática.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Não pode entrar no berçário sem ter um suporte, atenta, disposta, aceita a troca, oferecer alimentação, como lidar com essas crianças, identificar através do choro.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Tenho 10 alunos, turma bem tranqüila, mista de meninos e meninas, uma grande diferença na idade.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “Estão começando aos poucos me chamando de professora, já teve reunião por isso, chamar de profe inclusive as que não tem formação, porque elas exercem.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Muito boa, tanto com colegas, direção, pais, sempre apóiam.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Gosto do ambiente de trabalho e mudaria o espaço físico que é muito limitado, a reestrutura do berçário, é muito quente, brinquedos novos.” 86 ANEXO 20 1. Nome: Luisa 2. Idade: 21 anos 3. Filhos: Não 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há 4 anos e meio e, no berçário há 2 anos e meio. Atualmente 8 horas por dia.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Não.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Quando pequena gostava de ensinar e ajudar as demais crianças. Gosto de desafiar e 87 ser desafiada, mas também gostaria de atuar na coordenação pedagógica da Educação Infantil.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Normal a nível médio e concluindo o superior com licenciatura para Educação Infantil. Última participação, neste ano em Picada Café, sobre a contação de histórias. Gosto e procuro seguir a linha sócio-interacionista na qual há interação entre o sujeito, o meio e o objeto. É preciso conhecer a criança, seu meio, para então desenvolver um trabalho de qualidade.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Duas vezes por semana, durante três horas cada, mais o planejamento que realizo em casa, todos os dias. Geralemente eu, mas peço ajuda às colegas.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Em primeiro lugar ter uma formação adequada e querer estar atuando na Educação Infantil, não apenas para receber o pagamento no final do mês. Conhecer a turma, sua fase de desenvolvimento, seus saberes além de estar disposto a ir mais além do que atualmente as professoras estão acostumadas.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Ter a formação específica, saber realizar um planejamento adequado, não se acomodar, refletir sobre a sua prática, pensar em estratégias de avaliação e a experiência se adquire com o tempo.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Atualmente tem 8 crianças, carismáticas que estão se desenvolvendo tranqüilamente e começando a ter novas descobertas, saindo de uma realidade onde só estava previsto o cuidar.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “De professora.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Muito bem, com todos.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? 88 “Me satisfaz os momentos de conversa, rodas de chimarrão, risadas e gostaria de mudar, urgente, o pensamento de muitas professoras que estão lá somente para o cuidado.” ANEXO 21 1. Nome: Sandra 2. Idade: 21 anos 3. Filhos: Não 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há três anos e é o primeiro ano nessa faixa etária.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Não” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? “Por gostar de crianças.” 89 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “To cursando o superior, Pedagogia. Participei do curso em Picada Café sobre a contação de histórias nesse ano. Não tenho linha teórica.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Na escola, durante o intervalo.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Saber cuidar, trabalhar...” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Uma pessoa paciente, tranqüila, calma, com disposição, alegre, inteligente, que goste de crianças e ao mesmo tempo que seja ágil.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Turma tranqüila, não tem muitas crianças.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “De professora ou pelo meu nome.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Está um pouco ruim, estou saindo da escola.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Gosto do meu trabalho, mas gostaria que tivéssemos um pátio grande e mais apoio da direção da escola.” 90 ANEXO 22 1. Nome: Andréia 2. Idade: 32 anos 3. Filhos: Não 4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino) Feminino 5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de trabalho na escola? “Há 10 anos, no berçário sempre fui revezando, então uns 6 pelo menos. Trabalho o dia todo.” 6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária? “Não.” 7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função? 91 “Gosto de crianças. Não, quero ficar na Educação Infantil.” 8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a sua prática? “Tenho o magistério e to cursando Pedagogia. Gosto da linha sócio-interacionista.” 9. Como acontece o planejamento? Quem o faz? “Nos momentos de folga no trabalho, às vezes em casa.” 10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil? “Precisa ter um pouco de teoria e de experiência, saber o que dar para as crianças.” 11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário? “Calmo, paciente, atencioso, disposto a realizar as atividades propostas pela escola.” 12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha. “Turma tranqüila, tem 6 crianças, gostam de atenção e carinho.” 13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais? “De professora ou pelo meu nome.” 14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais. “Me dou super bem.” 15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho? “Gosto de tudo, não penso em mudar alguma coisa.” 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103