INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO IVOTI
CURSO NORMAL SUPERIOR - LICENCIATURA PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
LILIAN DIETRICH
PROFESSORA, EDUCADORA OU TIA:
QUEM SOMOS NÓS?
Ivoti
2008
1
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO IVOTI
CURSO NORMAL SUPERIOR - LICENCIATURA PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
LILIAN DIETRICH
PROFESSORA, EDUCADORA OU TIA:
QUEM SOMOS NÓS?
Trabalho de conclusão apresentado como
requisito parcial para obtenção do título de
licenciada pelo Curso Normal Superior –
Licenciatura para educação infantil do
Instituto Superior de Educação Ivoti
Orientadora: Prof. Ms. Circe Mara Marques
Ivoti
2008
2
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu pai e minha
mãe pelo carinho e confiança que depositaram
em mim durante a trajetória dessa pesquisa e no
decorrer dos meus estudos.
3
AGRADECIMENTOS
À Circe, orientadora, mestre e amiga, sempre me apoiando e ajudando
a refletir sobre meu trabalho.
Aos professores do Instituto Superior de Educação Ivoti, que
acreditaram em mim e foram parceiros nessa jornada, além de grandes
responsáveis pela maior parte do que está aqui, apontando caminhos
para uma educação crítica e verdadeira.
Às colegas do curso pela companhia nos momentos alegres e nem tão
alegres.
Aos colegas, amigos e direção das escolas que me acolheram e seguraram as pontas enquanto eu
precisava faltar para realizar meus estudos e práticas.
À Andréia pela ajuda na revisão deste trabalho.
À Maria do Carmo pela ajuda na configuração deste trabalho.
Ao meu amor, Dieter, pelos momentos de ajuda, paciência, compreensão e carinho, EU TE AMO!
Ao Gugu pelo seu sorriso que me motivava em cada momento de tristeza que eu tinha.
À minha linda, Álissa, pelos momentos de brincadeira e descontração.
À Julia, pela compreensão dos momentos ausentes.
À minha outra família, Ruben e Ilane, pelos momentos de conversa e rodas de chimarrão.
Por razões muito difíceis de traduzir em palavras: Günther, Greice, Dinda Cris, Dindo João, Chica,
Aos meus pais pela ajuda em todos os momentos: AMO VOCÊS!
4
“Se a ciência mostra que o período que vai da gestação
até o sexto ano de vida é o mais importante na
organização das bases para as competências e
habilidades que serão desenvolvidas ao longo da
existência humana, prova-se que a Educação Infantil
efetivamente é tudo, mas é essencial que possamos
refletir sobre como fazê-la bem e descobrir que esse
bem fazer vai muito além de um desejo sincero e um
amor pela criança. Para que a sentença ganhe corpo e
forma, é essencial que o educador infantil seja
preparado e competente”.
Celso Antunes
5
RESUMO
Quem somos nós? Esta pergunta é o ponto central deste trabalho no qual procuro fazer
uma reflexão sobre o perfil dos profissionais que atuam em turmas de berçário, com as
crianças de zero a dois anos, na rede pública e privada do município de Ivoti. O texto discute
as questões envolvidas na definição de um novo perfil para os professores de educação
infantil. Mostra como as escolas foram se constituindo ao longo da história e como aos
poucos o novo perfil do professor está sendo repensado no contexto educativo. Enfatiza a
importância de se pensar soluções para o período de transição em direção aos novos padrões
definidos pela legislação. Meu trabalho aponta aspectos sobre a identidade do professor, seus
sentimentos e suas características. Cito aspectos sobre as leis e suas implicações no perfil e
papel do professor, bem como coloco a minha opinião e reflexões a respeito desse assunto.
Palavras-chave: perfil do professor – berçário – educação infantil
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 07
2 CONHECENDO A IDENTIDADE DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL 08
2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................. 08
2.2 O QUE É A IDENTIDADE DO PROFESSOR ................................................................ 15
2.3 CONHECENDO A ETIMOLOGIA: PROFESSORA E EDUCADORA......................... 18
3 AS NOVAS LEGISLAÇÕES E SUAS IMPLICAÇÕES NO PERFIL E NO PAPEL
DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................................... 19
3.1 PERFIL E PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL .............................. 22
4 OS PROFISSIONAIS QUE ATUAM COM AS CRIANÇAS DE 0 A 2 ANOS DE
IDADE NAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE PRIVADA E
PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE IVOTI: QUEM SÃO? ................................................... 27
5 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 41
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 43
ANEXOS ................................................................................................................................ 46
7
1 INTRODUÇÃO
Esse projeto de pesquisa partiu do pressuposto de que a educação infantil é um lugar
que vai além do cuidar, sendo necessário redefinir algumas questões referentes à escola, bem
como o perfil do professor.
No primeiro capítulo será introduzido o assunto no que se refere à parte histórica da
Educação Infantil na Europa e no Brasil, destacando os principais aspectos relacionados a
toda evolução que a Educação Infantil teve ao longo da história, para então, compreendermos
melhor a questão do perfil do professor de acordo com as novas propostas educacionais,
estabelecida na lei.
Será discutido, também, o que é a identidade do professor, o seu relacionamento com a
sociedade e a forma como o professor se vê, atualmente. Analisa-se a etimologia das palavras
professor e educador, bem como a relação entre ambas e como estas estão inseridas no
cotidiano escolar.
No segundo capítulo, serão apresentados e analisados aspectos referentes ao perfil e à
formação do profissional que atua na educação infantil, conforme o que está previsto na atual
legislação.
O terceiro capítulo trata do problema que envolve o assunto a ser pesquisado,
apresentando as inquietações referentes ao papel do professor, às novas legislações, assim
como algumas reflexões sobre a realidade do município de Ivoti.
8
2 CONHECENDO A IDENTIDADE DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Neste capítulo será abordada a questão da identidade do professor de Educação
Infantil. Como não poderia deixar de ser, o novo papel que vem sendo construído para a
Educação Infantil traz uma nova visão de criança bem como de uma nova concepção do
profissional. Sendo assim, as expectativas em relação a esse novo profissional não são poucas.
Enfim, consideramos que o reconhecimento dos profissionais da educação infantil
como professores somente poderá ser considerado como conquista, se no estabelecimento
dessa for levado em conta o que caracteriza a sua especificidade.
O que precisamos enquanto pessoas para nos tornar verdadeiros professores? Será que
é suficiente apenas o gostar de crianças?
2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
A necessidade pela creche apareceu, historicamente, como reflexo direto das grandes
transformações sociais, econômicas e políticas que ocorreram na Europa, a partir do século
XVIII.
Inicialmente surge a “Escola do Tricô”, fundada em 1767 pelo Padre Oberlin, na França.
A palavra Creche, que tem origem francesa, significa manjedoura. Mais tarde surgiu a
“Escola Infantil” criada em 1816 por Robert Owen, na Escócia. Ele fundou também o
“Instituto para Formação de Caráter” que era organizado em três níveis: o primeiro era a
escola infantil para crianças de três a seis anos; o segundo atendia as crianças de seis a dez
anos e o terceiro era oferecido durante a noite e atendia alunos dos dez aos vinte anos.
Quase onze décadas depois surge o famoso Kindergarten, conhecido como Jardim de
Infância, criado por Froebel, em 1873, na Alemanha. E, no início do século XX surge a “Casa
dei Bambini” (casa das crianças), na Inglaterra, por Maria Montessori que trabalhou com
crianças pobres de um bairro e, também na Inglaterra, “O Infantário”, criado por Margaret
McMillan.
Cabe observar que, com exceção dos jardins-de-infância de Froebel, todos os outros
programas foram iniciados para melhorar a vida das crianças pobres. A creche surgiu como
uma instituição assistencial que ocupava o lugar da família, nas mais diversas formas de
ausência.
9
As creches, com caráter assistencialista, surgiram para conter a mortalidade com o intuito
de “manter” os pobres no trabalho servil. Nesse sentido, a pré-escola tinha como função
principal a guarda das crianças.
Conforme destaca a pesquisadora Craydy e Kaercher (2001, p.13), a responsabilidade pela
educação das crianças pequenas ficava relegada à família ou ao grupo social:
Era junto aos adultos e outras crianças com as quais convivia que a criança aprendia
a se tornar membro deste grupo, a participar das tradições que eram importantes para
ela e a dominar os conhecimentos que eram necessários para a sobrevivência
material e para enfrentar as exigências da vida adulta. Por um bom período da
história da humanidade, não houve nenhuma instituição responsável em
compartilhar esta responsabilidade pela criança com seus pais e com a comunidade
da qual estes faziam parte.
A valorização e o sentimento atribuídos à infância nem sempre existiram da forma
como hoje são concebidas e difundidas, tendo sido modificadas a partir de mudanças
econômicas e políticas da estrutura social. É possível perceber essas transformações em
pinturas, diários de família, igrejas e túmulos, o que demonstram que família e escola nem
sempre existiram da mesma forma.
Na Europa, durante a Idade Média, a criança era considerada um pequeno adulto, que
executava as mesmas atividades dos mais velhos. Elas possuíam pequena expectativa de vida
por causa das precárias formas de vida. O importante era a criança crescer rápido para entrar
na vida adulta.
Aos sete anos, a criança, tanto rica quanto pobre, era colocada em outra família para
aprender os trabalhos domésticos e valores humanos, através de aquisição de conhecimento e
experiências práticas. Essa ida para outra casa fazia com que ela saísse do controle da família
não havendo a relação de sentimento entre pais e filhos. Os colégios existentes nesta época
eram dirigidos pela Igreja, mas estavam reservados apenas para um pequeno grupo de clérigos
(principalmente do sexo masculino), de todas as idades. Não existiam roupas especiais que
diferenciassem adultos de crianças, mas sim, as roupas diferenciavam as classes sociais. O
limite entre criança e adulto era complexo, pois este limite estava associado à cultura, ao
momento histórico e aos papéis determinados pela sociedade. Estes papéis dependiam da
classe social-econômica em que estava inserida a criança e sua família. Não era possível tratar
uma criança analisando somente sua ‘natureza infantil’, desvinculando-a das relações sociais
de produção existente na realidade.
Na Idade Moderna, a Revolução Industrial, o Iluminismo e a constituição de Estados
laicos trouxeram modificações sociais e intelectuais, modificando a visão que se tinha da
10
criança. A criança nobre passou a ser tratada diferentemente da criança pobre. Tinha-se amor
e piedade por essa criança nobre. Já a criança pobre não tinha esse tratamento.
A partir de então começaram a surgir as primeiras propostas de educação infantil. Se
na sociedade feudal, a criança começava a trabalhar como adulto logo que passava a faixa da
mortalidade, na sociedade burguesa ela passava a ser alguém que precisava ser cuidada,
escolarizada e preparada para uma atuação futura. E essas tarefas ficavam encarregadas aos
colégios. Porém não havia junção de burgueses e das classes populares, surgindo então, a
discriminação entre o ensino de rico e de pobre.
O ensino iniciou-se, primeiramente, para os meninos; para as meninas, só a partir do
século XVIII. A educação foi se tornando mais pedagógica e menos empírica. E foi nessa
época que surgiu o castigo corporal como forma de educação (disciplinar), uma vez que
consideravam a criança frágil e incompleta. E foi utilizado tanto pelas famílias quanto pelas
escolas, legitimando o poder do adulto sobre a criança. Com essa educação e com os castigos,
crianças e adolescentes foram se unindo cada vez mais devido ao mesmo tratamento,
passando a se distanciar da vida adulta.
Iniciaram as primeiras creches para abrigarem filhos das mães que trabalhavam na
indústria. Mudanças nessa realidade aconteceram não só em decorrência de novas
necessidades políticas e econômicas da sociedade moderna, mas também em função de
avanços nos campos da Psicologia e da Sociologia, que contribuíram para o florescimento de
novas concepções de infância, de família e de gênero. A esse respeito, Craydy, C. e Kaercher
(2001) destacam que:
(...)as creches e pré-escolas surgiram a partir de mudanças econômicas, políticas e
sociais que ocorreram na sociedade; pela incorporação das mulheres à força de
trabalho assalariado, na organização das famílias, num novo papel da mulher, numa
nova relação entre os sexos, para citar apenas as mais evidentes. Mas, também, por
razões que identificaram com um conjunto de idéias novas sobre a infância, sobre o
papel da criança na sociedade e de como torna-la, através da educação, um indivíduo
produtivo e ajustado às exigências desse conjunto social.
As crianças da burguesia passaram a ter seus trajes diferenciados e as crianças das
classes baixas continuaram com os trajes iguais aos dos adultos.
Houve uma fragmentação social, onde a escola popular se tornou deficiente em muitos
aspectos. O padrão de criança era a criança burguesa, mas nem todas eram burguesas e nem
todas possuíam uma bagagem familiar que era aproveitada pelo sistema educacional.
Pensando nisso, criaram-se os programas de cunho compensatório para suprir as deficiências
de saúde, nutrição, educação e as do meio sócio cultural.
11
Essa educação compensatória1 começou no século XIX com Pestalozzi, Froebel,
Montessori e McMillan. A pré-escola era vista e pensada por esses pensadores como uma
forma de superar a miséria, a pobreza, a negligência das famílias.
E somente depois da Segunda Guerra Mundial é que o atendimento pré-escolar tomou
mudou, pois a demanda das mães que começaram a trabalhar nas indústrias bélicas ou
naquelas que substituía o trabalho masculino aumentou. Houve uma preocupação
assistencialista-social, onde se tinha a preocupação com as necessidades emocionais e sociais
da criança. Cresceu o interesse de estudiosos pelo desenvolvimento da criança, pela evolução
da linguagem e a interferência dos primeiros anos em atuações futuras e a preocupação com o
método de ensino reaparecia.
Já a Educação Infantil, no Brasil, é muito nova, sendo aplicada a partir dos anos 30,
quando surgiu a necessidade de formar mão-de-obra qualificada para a industrialização do
país. Surgiu acompanhando a estruturação do capitalismo, a crescente urbanização e a
necessidade de reprodução da força de trabalho, ia desde a liberação da mulher-mãe para o
mercado de trabalho, até uma visão de mais longo prazo, em preparar pessoas nutridas e sem
doenças.
No Brasil, diferentemente das sociedades européia e norte-americana, tanto a
escolarização quanto a emergência da vida privada chegaram tardiamente pelas
características de país pobre apoiado inicialmente no sistema colonial e,
posteriormente, na industrialização dependente. (BATISTA, 2001, p.2)
Segundo KUHLMANN JUNIOR2 (1998, p.82), em 1899 dois fatos foram marcantes
para o início da Educação Infantil na sociedade brasileira: o Instituto de Proteção Assistência
à Infância do Rio de Janeiro e a creche de Companhia de Fiação de Tecidos Corcovado (RJ),
a primeira creche brasileira para filhos de operários de que se tem registro.
Com a industrialização, toda a mão de obra era usufruída. As mulheres teriam que
trabalhar e, com isso, seus filhos ficariam desamparados. Por este motivo, as indústrias
precisariam de lugares que servissem de amparo aos filhos destas famílias. O povo passou a
1
A educação compensatória é um termo que surgiu durante a Revolução Industrial. Esse termo é usado, em
geral, no pré-escolar e nas séries iniciais do 1º grau." (DUARTE, Sérgio Guerra. Dicionário brasileiro de
educação. Rio de Janeiro: Antares : Nobel, 1986.)
2
KUHLMANN JUNIOR, Moyses. Infância e a educação infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre:
Mediação, 1998.
12
reivindicar esses direitos e, aos poucos, as creches para os filhos de operários começaram a
emergir.
Para os bebês de zero a três anos, serviriam como segunda mãe, um local de amparo e
muitos cuidados, pois as crianças morriam facilmente e em grande número, devido às
doenças, falta de higienização e alimentação escassa. Assim,
Além da importância e da ênfase atribuída ao papel materno na educação de bebês,
também é preciso considerar que naquela época ainda era quase inevitável atender
os menores sem as alarmantes conseqüências dos altos índices de doenças e de
mortalidade. (KUHLMANN, 2000, p.8)
Esses fatores, higiene e alimentação, muitas vezes tinham como conseqüência a
mortalidade infantil. Por esta razão, o governo agregou às secretarias de saúde e bem estar a
incumbência de cuidar das crianças provenientes de famílias pobres em locais somente para
elas. Sendo assim:
Durante as duas décadas iniciais do século XX, implantaram-se as primeiras
instituições pré-escolares assistencialistas no Brasil. [...] A recomendação da criação
de creches junto às indústrias ocorria com freqüência nos congressos que abordaram
a assistência a infância. (KUHLMANN, 1998, p.85)
Partindo destas incumbências por parte de indústrias – mesmo a contra-gosto,
inicialmente – as quais tinham como obrigação auxiliar suas operárias no cuidado com seus
filhos, que a creche foi tomando espaço na sociedade brasileira nas duas primeiras décadas do
século XX, principalmente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
O surgimento da Educação Infantil no Brasil deu um grande passo com a organização
do Primeiro Congresso Brasileiro de Proteção à Infância, em 1922. KUHLMANN (1998, p.89
e 90) escreveu sobre o evento:
O congresso representou, [...], a consagração de propostas que vinham sendo
desenvolvidas aqui desde o início do século. Seu objetivo era tratar de todos os
assuntos que direta ou indiretamente se referiam à criança, tanto no ponto de vista
social, médico, pedagógico e higiênico, em geral, como particularmente em suas
relações com a Família, a Sociedade e o Estado.
No Brasil Escravista, a criança escrava entre seis e doze anos já começa a fazer
pequenas atividades como auxiliares. A partir dos doze anos eram vistos como adultos, tanto
para o trabalho quanto para a vida sexual. A criança branca, aos seis anos, era iniciada nos
primeiros estudos de língua, gramática, matemática e boas maneiras. Vestia os mesmos trajes
dos adultos.
13
As primeiras iniciativas voltadas à criança tiveram um caráter higienista e beneficente,
cujo trabalho era realizado por médicos e damas da sociedade preocupadas com o alto índice
de mortalidade infantil. Esses índices eram atribuídos aos nascimentos ilegítimos da união
entre escravas e senhores e a falta de educação física, moral e intelectual das mães.
Com a Abolição e a Proclamação da República, a sociedade abriu as portas para uma
nova sociedade, impregnada com idéias capitalista e urbano-industrial.
No Brasil, o surgimento das creches foi um pouco diferente do restante do mundo.
Enquanto no mundo a creche servia para as mulheres terem condição de trabalhar nas
indústrias, no Brasil, as creches populares serviam para atender não somente os filhos das
mães que trabalhavam na indústria, mas também os filhos das empregadas domésticas.
As creches populares atendiam somente o que se referia à alimentação, higiene e
segurança física. A Casa dos Expostos ou Roda3 existia em quase todos os países nos séculos
XVIII e XIX. Segundo a pesquisadora Maria Luiza Marcílio, tiveram origem na Itália, no
século XII e, por mais de cem anos, foram as únicas instituições de assistência à criança
abandonada em todo o Brasil. O surgimento dessas instituições deve-se ao grande número de
recém-nascidos abandonados em portas de igrejas, em portas de casas de famílias ou então, a
morrer de fome, de frio ou comidos por animais. Conforme Lallemand, a primeira Casa dos
Expostos existente em nosso país foi fundada pelo vice-rei, em 1726, em Salvador, devido a
quantidade de bebês abandonados na cidade. A partir de então foram criadas no Brasil, treze
rodas de expostos ao longo dos períodos Colonial, Imperial e início da República4. Na
impossibilidade de atender a todas as crianças abandonadas na roda, os pequenos eram
encaminhados pela rodeira, a uma “ama-de-leite”, ou seja, mulheres extremamente pobres,
solteiras, ignorantes e residentes nas cidades.
A campanha pela abolição das rodas, iniciada na Europa no século XIX, contou, no
Brasil, com o apoio dos médicos higienistas interessados em reduzir os altos índices de
mortalidade infantil que ocorriam nestas instituições, e também com o apoio dos juristas
3
O nome da roda provém do dispositivo onde se colocavam os bebês que se queria abandonar. Sua forma
cilíndrica, dividida ao meio por uma divisória, era fixada no muro ou na janela da instituição. No tabuleiro
inferior, em uma abertura externa, o expositor depositava a criancinha que enjeitava. A seguir, ele girava a roda e
a criança já estava do outro lado do muro. Puxava-se uma cordinha com uma sineta, para avisar a vigilante ou
rodeira que um bebê acabava de ser abandonado e o expositor furtivamente retirava-se do local, sem ser
identificado. MARCÍLIO, Maria Luiza. A roda dos expostos e a criança abandonada na história do Brasil,
1993, p.55.
4
Ibid., p.64
14
interessados na criação de leis protetoras à criança abandonada com vistas a contornarem os
problemas oriundos da adolescência.
Já no Brasil, a eliminação das rodas representou um passo muito curto ao olhar-se
tanto para a melhoria na qualidade do atendimento como para a seriedade no compromisso
assumido pelas autoridades públicas.
Em 1919 foi criado o Departamento da Criança no Brasil, cuja responsabilidade
caberia ao Estado, mas foi mantido na realidade por doações. Esse departamento possuía
diferentes tarefas: realizar histórico sobre a situação da proteção a infância no Brasil;
fomentar iniciativas de amparo à criança e à mulher grávida pobre; publicar boletins,
divulgar conhecimentos; promover congressos; concorrer para a aplicação das leis de
amparo à criança; uniformizar as estatísticas brasileiras sobre mortalidade infantil.
Com o passar do tempo, a criança passou a ser valorizada como um adulto em
potencial, matriz do homem, não tendo vida social ativa. A partir dessa concepção, surgiram
vários órgãos de amparo assistencial e jurídico para a infância, como o Departamento
Nacional da Criança em 1940; Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição em 1972; SAM –
1941 e FUNABEM; Legião Brasileira de Assistência em 1942 e Projeto Casulo; UNICEF em
1946; Comitê Brasil da Organização Mundial de Educação Pré-Escolar em 1953; CNAE em
1955; OMEP em 1969 e COEPRE em 1975.
Por volta do ano de 1970, houve uma crescente evasão escolar e repetência das
crianças das classes pobres no primeiro grau. Por causa disso, o atendimento
à educação pré-escolar foi ampliado, chamada educação compensatória5, para crianças de
quatro a seis anos para suprir as carências culturais existentes na educação familiar da classe
baixa.
As carências culturais existem porque as famílias pobres não conseguiam oferecer
condições para um bom desenvolvimento escolar, o que fazia com que seus filhos repetissem
o ano. Faltavam-lhes requisitos básicos que não foram transmitidos por seu meio social e que
seriam necessários para garantir seu sucesso escolar. E a pré-escola deveria suprir essas
carências. Esses fatores, higiene e alimentação, muitas vezes tinham como conseqüência a
mortalidade infantil. Por esta razão, o governo agregou às secretarias de saúde e bem estar a
incumbência de cuidar das crianças provenientes de famílias pobres em locais somente para
elas. Sendo assim:
5
A educação compensatória é um termo que surgiu durante a Revolução Industrial. 2. Esse termo é usado, em
geral, no pré-escolar e nas séries iniciais do 1º grau." (DUARTE, Sérgio Guerra. Dicionário brasileiro de
educação. Rio de Janeiro: Antares : Nobel, 1986.)
15
Durante as duas décadas iniciais do século XX, implantaram-se as primeiras
instituições pré-escolares assistencialistas no Brasil. [...] A recomendação da criação
de creches junto às indústrias ocorria com freqüência nos congressos que abordaram
a assistência a infância. (KUHLMANN JUNIOR, 1998, p.85)
Contudo, essas pré-escolas não possuíam um caráter formal; não havia contratação de
professores qualificados e remuneração digna para a construção de um trabalho pedagógico
sério. A mão-de-obra, que constituía as pré-escolas, era muitas das vezes formada por
voluntários.
Nesse quadro, a maioria das creches públicas prestava um atendimento de caráter
assistencialista, que consistia na oferta de alimentação, higiene e segurança física, sendo
muitas vezes prestada de forma precária e com baixa qualidade enquanto que as creches
particulares desenvolviam atividades educativas, voltadas para aspectos cognitivos,
emocionais e sociais.
2.2 O QUE É A IDENTIDADE DO PROFESSOR
A identidade de cada pessoa pode ser definida como sendo um conjunto de caracteres
próprios e exclusivos. Este conceito, entretanto, está ligado à sua história de vida, ao futuro,
sonhos, fantasias dentre outras características. Ao tentarmos identificar a identidade do
professor, percebemos que há sempre um problema de ética, uma vez que a palavra “ética”
provém do grego “ethos” e significa “identidade”.
Ela permite que o indivíduo se perceba como sujeito único, com a sua realidade
individual e, portanto, consciente de si mesmo. A identidade não é só o que a pessoa aparenta
fisicamente, ela agrupa várias idéias.
Depende muito da diferenciação que fazemos entre o “eu” e o “outro”. Passamos a ser
alguém quando descobrimos o outro porque, desta forma, adquirimos termos de comparação
que permitem o destaque das características próprias de cada um.
Para a psicanálise, o sujeito só pode se definir a partir de sua relação com os pais, ou
seja, o sujeito é produto da relação de amor e identificação com os pais. A criança disputa o
amor de um dos pais, buscando identificação com o modelo que o outro representa. Outra
importante idéia de identidade é a psicossocial, descrita por Antonio da Costa Ciampa (1987),
na qual a identidade tem o caráter de metamorfose, ou seja, as mudanças ocorrem
constantemente, revelando assim, uma condição de vida, estrutura familiar, religião e
costumes da pessoa. Com isso sabemos quem é a pessoa, não apenas por sua definição, mas
16
por suas atividades. Esta é a principal construção da identidade. Portanto, “os professores têm
de construir-se diariamente e trabalhar em um mundo mutável, em constante transformação”.
(ENRICONE, 2001, p.95).
Percebe-se que a formação de uma identidade profissional está ligeiramente associada
à formação de uma identidade institucional.
O professor de hoje não tem tempo para refletir sobre o seu lugar na sociedade, porque
a sociedade também não tem tempo para ele e, sobretudo, porque a sociedade pouco
reconhece a importância e a complexidade do seu trabalho. Mosquera (1976) em sua tese de
doutorado realizou uma pesquisa em torno dos sentimentos dos professores, um assunto que
reflete diretamente na profissão do professor, mas este não será o foco da minha pesquisa.
Se ao homem, como afirma Sócrates, basta saber o que é bom para que ele seja bom,
será possível ao professor saber o que é ser professor para o ser?
Visitando alguns fóruns na Internet freqüentados por professores, foi possível perceber
que há problemas na identidade do professor, os quais, em suas respostas, não estão satisfeitos
por completo em seu trabalho, sempre querendo melhorar ou mudar algo, principalmente em
relação a valorização e, em conseqüência disso, o salário. A partir disso “nos perguntamos
como é possível, diariamente, manter nossa capacidade de sanidade ante situações
desafiadoras, desde que amanhece até que anoitece e, por vezes, noite adentro”. (ENRICONE,
2001, p.92)
Há um tipo de resistência que faz com que o professor mesmo em condições de
trabalho adversas, ainda sinta motivação para o magistério.
Existe um fenômeno que atinge o professor com grande impacto, ou seja, numa
primeira fase o professor sofre de stress e, depois, numa fase mais problemática, ele pode
sofrer de burnout, isto é, de uma hemorragia do self (aquilo que na psicanálise se chama o EU
intrapessoal). CODO (1999) traz a seguinte explicação para a síndrome que ataca os
professores, deixando-os cansados, abatidos e sem vontade de ensinar:
Burnout foi o nome escolhido; em português, algo como "perder o fogo", "perder a
energia" ou " queimar (para fora) completamente" ( numa tradução mais direta). É
uma síndrome através da qual o trabalhador perde o sentido da sua relação com o
trabalho, de forma que as coisas já não o importam mais e qualquer esforço lhe
parece ser inútil. (CODO, 1999, p.238)
e que em seguida se percebe quando o professor se vê confrontado na questão: quem sou eu?
Essa síndrome é entendida como um conceito multidimensional, que pode ser definido
como “Síndrome da Desistência do Educador”, ou seja, um homem ou uma mulher cansada,
17
sem vontade de ensinar, um professor que desistiu. O desgaste emocional da síndrome de
burnout que atinge o professor atualmente contribuiu para um elevado número de vocábulos
no dia-a-dia como: fadiga, frustração, depressão, stress, angústia, etc.
A identidade do professor pode ser construída de duas maneiras: ser professor é
possuir virtudes morais, que apenas se concretiza praticando ações moralmente positivas
como o puro ato de ensinar alguém alguma coisa; ser professor é possuir virtudes intelectuais,
que se conquistam pela aprendizagem que se adquire com o fim de poder ser útil aos outros.
Essas virtudes não são inatas no professor, ou seja, conforme Valnir Chagas (p.31), “A base
da identidade profissional do educador é a docência”.
Acredito que não seja possível alguém nascer professor ou com aptidão especial para
a profissão. Ser professor exige uma formação individual dirigida por alguém mais experiente
que nos saiba apontar o caminho do bem fazer. A missão do professor é tão nobre quanto isto,
de não deixar que nenhum indivíduo perca a oportunidade de ser também virtuoso moral e
intelectualmente, porque tais virtudes necessárias à formação da identidade do professor não
lhe são exclusivas.
A identidade do professor de hoje revela-se muito pelo seu discurso enquanto
profissional da educação: somos cada vez mais aquilo que dizemos. Eis algumas questões do
professor para si próprio que se resumem à questão central da identidade: Ensinamos
realmente o que somos? “Que tipo de disposição temos para ouvir, para ver, como prérequisitos para atuar?” (ENRICONE, 2001, p.97)
Muitas vezes o professor de hoje acaba negociando consigo próprio, diferentes formas
de motivação para ser capaz de acreditar que o que faz é socialmente válido. Em poucas
profissões se exige tanto de um profissional em termos éticos e talvez em nenhuma outra
ocupação existam tantos objetivos decretados para o registro da identidade do professor.
Somos o que fazemos naquele momento, em cada papel que desempenhamos o de
aluno, de filho, de amigo, de professor, e uma coisa não inclui necessariamente a outra.
"A maneira como cada um de nós ensina está diretamente dependente daquilo que
somos como pessoa quando exercemos o ensino." (NÓVOA, 1995)
Assim, o professor encontra-se a si próprio, ou forma-se a si próprio enquanto
professor, quando se empenha em formar uma comunidade, em contribuir para o
desenvolvimento integral das crianças e, em promover a sua auto-formação.
18
2.3 CONHECENDO A ETIMOLOGIA: PROFESSORA E EDUCADORA
Antes de compreendermos a definição etimológica das palavras professora e
educadora é preciso saber o que é a etimologia.
A etimologia é o estudo da origem das palavras. Por meio dela podemos descobrir
palavras que têm a mesma raiz, que partilham da mesma origem, ou seja, que trata da história
ou origem das palavras e da explicação do significado de palavras através da análise dos
elementos que as constituem. Em outras palavras, é o estudo da composição dos vocábulos e
das regras de sua evolução histórica.
Algumas palavras derivam de outras línguas. Por meio de antigos textos e
comparações com outras línguas, os etimologistas tentam reconstruir a história das palavras –
quando eles entram em uma língua, quais as suas fontes, e como as suas formas e significados
se modificaram.
A própria palavra etimologia vem do grego ἔτυµον (étimo, o verdadeiro significado de
uma palavra, de “étymos”, verdadeiro) e λόγος (logos, ciência, tratado).
Vamos ver um pouco sobre os significados das seguintes palavras: educador e
professor.
Professor: «latim professor,ōris, "o que faz profissão de, o que se dedica a, o que
cultiva; professor de, mestre", do radical de professum, supino de profitēri, "declarar
perante um magistrado, fazer uma declaração, manifestar-se; declarar alto e bom som,
afirmar, assegurar, prometer, protestar, obrigar-se, confessar, mostrar, dar a conhecer,
ensinar, ser professor".»
Professor significa, desde longa data, aquele que apresenta novos assuntos.
Educador: «latim educātor,ōris, "o que cria, nutre; diretor, educador, pedagogo".»
A etimologia das palavras está implícita a transformação do professor (aquele que
cultiva) em educador (aquele que cria, constrói, gera um espaço de alta qualidade).
Após diversas leituras deparei-me com várias divergências entre os autores, uma vez
que eles não fazem essa diferenciação entre professor e educador.
19
3 AS NOVAS LEGISLAÇÕES E SUAS IMPLICAÇÕES NO PERFIL E NO PAPEL
DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Todas as crianças, em especial, na Educação Infantil, precisam de profissionais
qualificados e reconhecidos socialmente, de forma a garantir situações de aprendizagens
eficazes e enriquecedoras.
É preciso repensar um perfil de professor que esteja de acordo com as novas
legislações, ou seja, as instituições de ensino deverão promover a valorização dos
profissionais que atuam em creches e pré-escolas, no que diz respeito à formação profissional,
às condições de trabalho, ao plano de carreira e à remuneração.
Conforme o artigo da LDB 9394/96,
Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do ensino as
despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições
educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se destinam a:
I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profissionais da
educação;
Devendo garantir que os que não possuem a escolaridade mínima exigida por lei
possam concluí-la, em serviço, complementando a formação específica para o exercício
profissional.
E, com o passar do tempo, portanto, todos os docentes da Educação Infantil devem ser
formados em cursos de nível superior, admitida, como formação mínima, a oferecida em nível
médio, modalidade normal, conforme o artigo 62 da Lei de Diretrizes e Bases 9394/96,
Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos
superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do
magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental,
a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.
A incorporação das creches no sistema de ensino implicou a necessidade de
elaboração de um documento “Subsídios para Credenciamento e funcionamento de
instituições de Educação Infantil”, publicado pelo MEC, em maio de 1998, com vistas a
orientar estados e municípios na normatização e regulamentação das instituições, de forma a
garantir condições básicas de funcionamento no que se refere a recursos humanos, físicos e
materiais.
20
Este documento foi elaborado e aprovado pelos conselheiros representantes dos
Conselhos Estaduais de Educação, participantes da Segunda Reunião Técnica do Projeto,
realizada nos dias 30/09/1997 e 01/10/1997.
Conforme o documento Subsídios para Credenciamento e Funcionamento de
Instituições de Educação Infantil, é oportuno salientar aqui a importância da existência de
planos de carreira, obrigatórios na forma da lei e já exigidos pela Constituição de 1988 (artigo
206 IV), os quais incluem os professores da Educação Infantil.
Contudo, o perfil do novo profissional da Educação Infantil deve incluir, portanto, as
exigências legais da nova LDB (9394/96), assim como as atuais reflexões do papel do
professor na educação da criança, a nova concepção de creche e pré-escola e a função da
escola neste novo contexto.
Assim, torna-se imprescindível estabelecer princípios norteadores, critérios, objetivos,
orientações e condições que viabilizem a formação adequada aos professores que atuam ou
que irão atuar na faixa etária de zero a dois anos, pensando em construir, gradativamente, um
novo perfil.
Esse novo professor de Educação Infantil deverá, pensando nessa perspectiva, ser um
profissional reflexivo, em constante formação pessoal e acadêmica, disposto a mudanças e
atento as pluralidade das crianças com as quais trabalha ou irá trabalhar, oferecendo um
atendimento de qualidade.
Essas inovações, ao mesmo tempo em que valorizam o profissional que atua com
crianças de zero a seis anos, também passam a exigir-lhes qualificação.
Segundo os Referenciais para a Formação de Professores, MEC/Brasília, 1999, “a
atualização, o aprofundamento dos conhecimentos profissionais e o desenvolvimento da
capacidade de reflexão sobre o trabalho educativo”, vem sendo solidificado com a formação
continuada, em serviço.
Precisamos de professores que sejam respeitados nos seus direitos (inclusive no direito
à formação), revertendo a situação atual no contexto brasileiro, em que profissionais não
ganham pelo nível que alcançam em sua escolaridade em que trabalham, ou seja, os que
atuam com as crianças de Educação Infantil são ainda mais desvalorizados.
Olhando para a legislação atual, percebe-se que a criança é um sujeito de direitos e a
Educação Infantil deve ser prioridade absoluta nas políticas públicas. Contudo, cabe à família
optar em matricular ou não o seu filho/ sua filha de zero a seis anos na escola.
21
Analisando a relação entre a legislação e a política nacional para a Educação Infantil,
Stella Maris Lagos de Oliveira(2001, p.35) destaca:
(...) os avanços na legislação levantam desafios que, na verdade, não são
conquistados da noite para o dia. Um primeiro passo, com certeza, diz respeito a
mudanças de concepções, crenças e valores que não se transforma de uma hora para
outra.
O artigo 13 da LDB 9394/96 descreve a função dos professores:
Artigo 13 – Os docentes incumbir-se-ão de:
I. participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino;
II. elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino;
III. zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV. estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento;
V. ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional;
VI. colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a
comunidade.
Nota-se que o papel do professor, segundo a LDB, está muito mais além da simples
transmissão de informações. Ele participa da elaboração da proposta pedagógica de ensino,
pensa-se sobre o perfil do aluno que se quer formar, os objetivos a seguir, as metas a alcançar.
O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, ao tratar do perfil do
professor, aponta a necessidade de que esse profissional seja polivalente e atue a partir de
conteúdos provenientes das diversas áreas de conhecimento. Reforça ainda que a construção
de projetos educativos exige a presença de educadores capazes de responder às demandas das
famílias e às questões específicas relativas ao cuidado e a aprendizagem infantil.
A formação do professor de Educação Infantil não se resolve com a simples aquisição
de um grau acadêmico, mas deve levar em conta que a realidade da educação exige um
profissional capaz de estimular a construção e apropriação de conhecimentos, que tenha
compromisso com o trabalho sócio educacional e que esteja preparado para refletir
criticamente sobre cada realidade.
O professor só conseguirá fazer com que o aluno aprenda se ele próprio continuar a
aprender, ou seja, a aprendizagem do aluno é indiscutivelmente proporcional à capacidade de
aprendizado dos professores.
22
De acordo com os Parâmetros Curriculares, (da Educação Infantil, Fundamental,
Ensino Médio e Técnico) que são uma explanação da LDB 9394/96, é possível perceber que,
Deseja-se um professor de bem com a vida, humano, feliz, idealista, capaz de dar
sentido à vida e ao que faz. Que viva na linha do SER - objetivo máximo da
Educação - que exercite a paciência cronológica e histórica. Tenha ele compromisso
com a vida e os valores como a ética, a sensibilidade, a estética, a cidadania, a
solidariedade, a verdade, o respeito e o bom senso. Norteie-se por três pilares de
princípios, previstos na explanação dos parâmetros: Princípios estéticos: que
desenvolvem a estética da sensibilidade, estimulam a criatividade e o espírito
inventivo; Princípios Políticos: que propõem a política da igualdade, do direito e da
democracia, cuja arte se expressa no aprender a conviver; Princípios éticos: que
visam a ética da identidade: inserção no tempo e no espaço, onde aprender a ser é o
objetivo máximo.
Deseja-se um professor que se dirija pelos princípios norteadores da UNESCO para
a Educação do Século XXI: Aprender a conhecer, unindo teoria e prática. Aprender
a fazer, aprender a conviver, aprender a ser.
Ou seja, o novo Profissional do Ensino é aquele que desenvolve as competências para
continuar aprendendo, de forma crítica, em níveis mais complexos de estudos. Essas
competências são de nível cognitivo, cultural, psicomotor e sócio-afetivo.
3.1 PERFIL E PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL
É possível citar algumas características e objetivos do perfil e do papel do professor
enquanto este atua, em especial, na Educação Infantil, tais como:
•
Participar da elaboração e avaliação do Projeto Político Pedagógico, com
estudos e reflexões;
•
Propiciar e mediar situações de aprendizagem para todas as crianças;
•
Estabelecer uma relação afetiva, de autoridade e confiança para com as
crianças;
•
Interferir nas situações educativas com sensibilidade;
•
Analisar a sua prática profissional, observando, registrando e refletindo sobre
as suas ações e as das crianças;
•
Promover práticas educativas;
•
Adequar-se às características e capacidades das crianças;
•
Utilizar diferentes áreas de conhecimento, bem como do desenvolvimento
infantil para criar, planejar, avaliar situações para a aprendizagem e o
desenvolvimento das crianças...
23
Refletir sobre os professores que atuam com as crianças da Educação Infantil não é
uma tarefa fácil, uma vez que se trata, geralmente, de mulheres, muitas vezes adolescentes,
recém formadas, com histórias e experiências singulares. E a prática pedagógica envolve
conhecimentos, afetos, saberes, valores, cuidados e atenção, ou seja,
Esses cuidados devem ser entendidos não só como prevenção de higiene, sono e
alimentação, mas incluir também a oferta de ambiente acolhedor, alegre, desafiador
e com adultos qualificados para o atendimento. (CRAYDY, 2001 p.16)
Como professores e professoras, precisamos conhecer as crianças e os demais
professores, nossos colegas de trabalho, nos diferentes contextos em que trabalhamos,
apoiando e recebendo ajuda, compartilhando. É preciso despertar em alguns professores a
paixão que muitas vezes está adormecida.
O que falta no processo de formação do professor é a reflexão sobre as características
e processos de sua ação. Nesse sentido o professor estaria descobrindo e ampliando o
conhecimento subjacente à sua ação prática.
Geraldi, (2001) no seu livro, “Cartografias do trabalho docente: professor (a)
pesquisador (a)”, cita que o professor vivencia, no seu cotidiano profissional, momentos
fascinantes como:
•
A relação emocional/afetiva e solidária, constituidora do ser humano, que se
estabelece com intensidade, na maioria das vezes, com os/as estudantes e
demais atores;
•
A “belezura”6 e o encantamento de presenciar e colaborar com o processo de
crescimento e de desenvolvimento dos/das estudantes;
•
A crença, a confiabilidade, a satisfação naquilo que faz e a certeza de que
correr riscos é necessário quando se busca alguma transformação.
•
A grandiosidade e luminosidade dos momentos de insight, tanto dos estudantes
como de si próprio;
•
As boas surpresas dos momentos de superação dos estudantes, de si mesmo e
dos outros atores do ambiente escolar;
•
A paixão pelo conhecimento, pela aprendizagem, pela possibilidade de
conviver e contribuir com o outro.
6
“belezura”, palavra cunhada por Paulo Freire em seu livro
24
Segundo Stella Maris Oliveira (2001, p.37), o papel do professor vai além da atuação
direta com as crianças, ou seja,
A formação do professor deve garantir não só o trabalho direto com a criança, como
também a sua participação na equipe escolar, com responsabilidade de formular,
implementar e avaliar o projeto educativo da escola.
Mas o que podemos dizer do papel do professor? Sua influência sobre o
desenvolvimento da aprendizagem do aluno é relevante?
O professor exerce uma função não menos importante que a dos pais no
desenvolvimento da criança. O professor deverá estar consciente do seu papel e da sua
importância. Deverá entender que sua tarefa não é apenas inserir na cabeça das crianças um
número crescente de ensinamentos e sim, antes de tudo, exercer certa influência sobre a
personalidade, como um todo. A atuação do professor sobre a personalidade da criança é, em
alguns casos, mais importante do que as atividades curriculares.
Ele deve estar preparado psicologicamente para exercer plenamente suas funções, com
responsabilidade e harmonia e, acima de tudo ser um cidadão que cumpre seus deveres como
tal, deverá ser uma pessoa correta e sadia. Se o professor estiver psicologicamente sadio e
entender que sua função no mundo vai além de simplesmente encher as cabeças das crianças
com conteúdos e mais conteúdos, certamente iremos ter crianças, jovens e adultos mais
saudáveis, ou melhor, vamos ter adultos de verdade, preocupados com si mesmos e com os
outros, respeitando-se mutuamente e ao seu meio ambiente.
Qual o perfil do profissional de Educação Infantil? Será assistente de atendimentos
básicos à criança de creche (alimentação, higiene, saúde)? Ou enfermeiro, pediatra, psicólogo
infantil especialista em desenvolvimento infantil, educador ou tudo isto integralmente?
Quem formará o profissional de Educação Infantil? A escola a nível médio? Os
Institutos Normais Superiores? A Universidade, nos cursos de Pedagogia com habilitação
para Educação Infantil? Ou outros cursos de nível superior? Quais? Ou, então, a tarefa de
formação de profissionais da Educação Infantil será assumida pela própria instituição onde
trabalha?
A definição do profissional de Educação Infantil se dará a partir do seu campo de
atuação: a realidade da criança como um ser em desenvolvimento e como um ser histórico
concreto, sujeito de direitos e necessidades, numa escala de importância própria, às vezes
difícil de perceber adequadamente numa visão adultocêntrica. Esta criança definirá o perfil do
profissional que será seu parceiro no tempo e espaço da Educação Infantil.
25
É possível pensar um profissional novo, múltiplo, pleno, capaz de estar todo em todos
os momentos, em todos os tempos e em todos os espaços da infância. Evidentemente, esse
profissional não será um "especialista" no sentido técnico do termo.
O profissional da Educação Infantil deverá ter um preparo especial, porque para a
infância se exige o melhor do que dispomos. Mesmo porque, na relação pedagógica, não basta
estar presente para ser um bom companheiro, é necessário ter um domínio dos conhecimentos
científicos básicos, tanto quanto conhecimentos necessários para o trabalho com a criança
pequena (conhecimentos de saúde, higiene, psicologia, antropologia e história, linguagem,
brinquedo e das múltiplas formas de expressão humana, de desenvolvimento físico e das
questões de atendimento em situações de necessidades especiais). Precisa ainda ter sob
controle seu próprio desenvolvimento, bem como estar em constante processo de construção
de seus próprios conhecimentos. Ter elaborado, maduramente, a questão de seus valores,
cultura, classe social, história de vida, etnia, religião e sexo.
A prática docente deve ser repensada, de forma urgente, para que possa atender a todas
as transformações que atingem a escola, suas concepções e suas formas de construção do
saber. A participação dos professores é de fundamental importância na consolidação de
mudanças que tragam uma melhoria da qualidade de ensino em nosso país.
Na sociedade contemporânea, as transformações no mundo do trabalho, o avanço
tecnológico configurando a sociedade virtual e os meios de informação e comunicação
exercem uma força brutal nas relações sociais e em todas as instituições de nossa sociedade,
exigindo delas um reposicionamento e a busca de um novo perfil frente aos desafios do que
tem se chamado de pós-modernidade. Em decorrência disso, a atividade docente vem se
modificando para atender a essas transformações que atingem crucialmente a escola, suas
concepções, suas formas de construção do saber, pois há, sem dúvida alguma, uma mudança
de paradigma que está a exigir um novo modelo de escola, e um novo perfil de professor que
possam estar a serviço de uma escolarização de qualidade social que atenda efetivamente,
com eficácia, a todas as crianças, jovens e adultos que demandam a instituição escolar.
A participação dos professores é de fundamental importância na consolidação de
mudanças que tragam efetiva melhoria da qualidade de ensino em nosso país. Sem ela, sem
seu consentimento, seus saberes, seus valores, suas análises na definição de políticas de
ensinar, de organizar escolas, de propor mudanças nas formas de ensinar, de definir
currículos, projetos educacionais e formas de trabalho pedagógico, quaisquer diretrizes, por
melhores que sejam suas intenções, não se consolidam, não se efetivam. Sem o aval dos
26
professores, mudanças não se realizam. Por isso, não é qualquer um que pode ser professor.
Por isso também não é qualquer professor que consegue fazer frente a esses desafios.
É preciso um professor que exerça a docência com qualidade e isso não se esgota na
formação inicial, pelo contrário está a exigir, também, um processo de formação permanente
que tome a prática docente como fundamento para a reflexão, que desenvolva no professor a
postura de profissional reflexivo, pesquisador da própria prática, munido de formação teórica
competente que o prepare para ver o mundo na sua globalidade e não de forma fragmentada.
Em primeiro lugar, o professor, seja da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e
Médio ou do Ensino Superior, é um ser inserido num contexto social, que tem sua dimensão
pessoal e sua dimensão profissional.
Não podemos ver o professor como um ser descontextualizado, idealizado. Ele é um
ser complexo e que não se despe dessa complexidade quando entra na sala de aula. Ele é um
ser real com contas a pagar, com problemas de toda ordem para enfrentar. Ele deve assumir
seu ofício na inteireza do seu ser. É assim que encaro o profissional professor. Para mim, a
docência da melhor qualidade se constitui a partir de competências que o professor deve
desenvolver ao longo de sua prática.
Segundo EDWARDS (1999, p.294) “uma sociedade humana parece ser um prérequisito necessário para ter-se escolas humanas, onde os professores sejam capazes de
aprender com as crianças e com seu ambiente”.
O novo Profissional do Ensino é aquele que desenvolve as competências para
continuar aprendendo, de forma crítica, em níveis mais complexos de estudos. Essas
competências são de nível cognitivo, cultural, psicomotor e sócio-afetivo.
27
4 OS PROFISSIONAIS QUE ATUAM COM AS CRIANÇAS DE 0 A 2 ANOS DE
IDADE NAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE PRIVADA E
PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE IVOTI: QUEM SÃO?
O que significa ser professora de crianças pequenas? Qual a identidade do profissional
que trabalha na Educação Infantil? Que significados atribui ao seu trabalho cotidiano? Neste
capítulo é possível refletir sobre tais questões, apresentando dados e análises de uma pesquisa
realizada no primeiro semestre de 2008, com a participação de vinte profissionais que
trabalham nas Escolas de Educação Infantil, na rede pública e privada, no município de Ivoti.
Essa pesquisa teve por objetivo conhecer e analisar as habilidades dos profissionais que os
torna educadores e professores, bem como apreender significados da docência e
características de sua identidade profissional.
Sabe-se que, historicamente surgiram diversas instituições, citadas anteriormente, a
fim de suprir a falta de “preparo” que o magistério não oferecia.
Por que a necessidade de um novo perfil?O que significa ser professoras de crianças?
Afinal, quem somos nós? Será que estamos de acordo com o que a LDB no seu artigo 62
trata, em relação à formação?
Após realizar a entrevista com as 22 professoras e analisar as respostas surgiram
situações contrárias àquelas que se imaginavam ao iniciar este trabalho.
Inicialmente, pensou-se que fosse conforme havia sido descrito no primeiro capítulo,
que permanecia não igual, mas muito próximo à história, onde quem atuava com os bebês era,
em sua grande maioria, mulheres mais velhas, que já tinham filhos, assim teriam boa
experiência para atuar como tal.
É possível perceber que ainda há a permanência de mulheres na Educação Infantil, em
especial no berçário e apenas 8 professoras possuem filhos.
Destas mulheres, 50% possuem idade entre 20 e 30 anos, ou seja, a minoria das
professoras possui idade acima de 50 anos, apenas 9,1%.
Em relação ao tempo de atuação na Educação Infantil, 31,8% estão atuando entre 5 e
10 anos, já no berçário, 45,5% entre 0 e 3 anos. Com isso é possível perceber, estas
professoras, mais novas, estão a pouco tempo no berçário, sendo muito provável que quem
28
trabalhava com essa faixa etária, antes, eram as mulheres mais velhas e que estão ou irão se
aposentar.
Ao iniciar este projeto pensou-se numa proposta de entrevista que ressaltasse questões
referentes ao perfil dos professores de berçário, bem como identificar o sexo, a idade e,
principalmente a formação desses profissionais, pois se sabe que trabalhar com crianças
pequenas nas escolas de Educação Infantil é uma atividade historicamente desempenhada por
mulheres e nem sempre reconhecida como uma profissão que requer formação específica,
condições de trabalho e remuneração digna. A partir desse histórico e de algumas percepções
nas escolas imaginava-se que seria notável, a presença de mulheres, com filhos, e com idade
acima de 40 anos e sem ou pouca formação, atuando com as crianças de zero a dois anos.
A exigência de formação para o magistério é muito recente na história da educação
infantil brasileira. Tal exigência foi introduzida legalmente a partir da promulgação da
Constituição Federal de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases – LDB, Lei N. 9.394 de 1996,
com determinações a respeito da educação infantil, definindo-a como primeira etapa da
educação básica, ao mesmo tempo em que configuravam novos desafios para o campo de
atuação e de formação dos professores da Educação Infantil. Sendo assim, uma das questões
na entrevista foi justamente em relação a formação mínima, exigida por lei e a formação
continuada.
As reformas educacionais da década de 90 destacaram o desempenho profissional
como um dos determinantes da qualidade do processo educativo, exigindo mais sobre a
atuação docente em todos os níveis. Porém, na Educação Infantil não foi tão significativo
devido à precariedade que caracterizou historicamente o atendimento como ação emergencial
e de caridade.
As discussões na área da educação infantil evidenciam a necessidade de aprofundar
conhecimentos acerca do caráter pedagógico, das especificidades e objetivos do trabalho, da
formação e atuação dos profissionais. “Penso que é sempre importante se aperfeiçoar e
encontrar novas informações” ressalta a professora Diana.
É preciso constituir referenciais teórico-práticos para projetos e ações educativas que
superem criticamente os modelos familiar, hospitalar, educacional-assistencialista e
educacional-escolar, o que implica considerar a criança em suas especificidades,
necessidades, interesses e expectativas, tratando-a como sujeito ativo, capaz de interagir com
o mundo e com as pessoas desde o seu nascimento, quando apropria da cultura e produz
29
história. Assim relata a professora Sara “procuro perceber qual é a necessidade, o interesse
das crianças e a partir dessa sondagem para elaborar os planos de trabalho”.
Por outro lado, a definição do perfil de professora de educação infantil e de sua
formação encontra-se ainda em processo de formação, como é possível perceber em algumas
das características citadas pelas professoras referente a isso: segunda mãe, acolhedora,
atenciosa, carinhosa, sensível, humana, observadora, calma, flexível, responsável e, a
paciência que foi mencionada diversas vezes. E, sobre a paciência, Paulo Freire cita num dos
seus livros que não precisamos ser pacientes demais nem de menos, é preciso ser paciente nos
momentos adequados.
Os projetos de formação profissional, contudo, devem considerar não somente as
especificidades e desafios cotidianos da organização e realização do trabalho pedagógico, mas
também o próprio sujeito que realiza a prática educativa: o professor.
A área de pesquisa sobre a profissão docente, saberes docentes, histórias dos
sentimentos dos professores7 tem se ampliado desde a década de 80, mas ainda são poucos os
estudos voltados para a professora e para o trabalho docente em creches e pré-escolas (Rocha,
1999; Cerisara, 2002).
É possível ir muito além a partir dessa pesquisa, pois não se esgotou o debate acerca
da identidade profissional da educadora de crianças pequenas e da docência em educação
infantil. Como afirma Ana Beatriz Cerisara (2002),
a questão dos profissionais da educação infantil está se tornando mais complexa com
a incorporação, determinada na Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, das creches, préescolas e escolas de educação infantil pelos sistemas educacionais, devendo ser
analisada e compreendida mais profundamente.
Em alguns casos, por exemplo, existe uma realidade, uma situação apontada, pelas
professoras, que irão permanecer na Educação Infantil porque já estão se aposentando, como
cita a professora Diná “Eu acho que no meu caso vou segui na educação infantil, porque falta
pouco para me aposentar”, mas sabe-se o quão bom seria se essas professoras que pensam
assim fizessem alguma coisa além do cuidar. Outra problemática para a docência em
educação infantil é a atuação conjunta de professora e auxiliar, como se refere a Revista de La
Associación de maestros Rosa Sensat, “La pareja educativa consiste em que dos personas
(com las mismas funciones e idéntico sueldo) comparten, sin divisiones nominales, um único
grupo de niños y ninas, durante la mayor parte de la jornada laboral”, com situações
7
Mosquera em sua tese de Doutorado relatou sobre o sentimento dos professores.
30
profissionais e salariais distintas e desiguais. Foi possível perceber que há diferenças entre os
profissionais dentro da escola, bem como de funções, sendo que uma das professoras
formadas está como auxiliar e uma sem formação mínima exigida por lei é a professora
titular.
Focalizando o trabalho docente na educação infantil a partir das professoras e
relembrando o que foi mencionado durante o item 2.1 a respeito do perfil do professor, há
muito o que se fazer para que tenhamos um novo perfil de professor na Educação Infantil, um
professor reflexivo e responsável com suas tarefas.
Ao escolher a docência em educação infantil como objeto de estudo, procurei
compreender o trabalho docente nas escolas de Educação Infantil, no município de Ivoti.
Durante a pesquisa qualitativa, foi possível destacar alguns elementos da minha
inserção nas escolas que foi facilitada devido à amizade e ao vínculo com tais escolas. Assim,
me reconheceram como alguém envolvida com a área, porém, constatei certa resistência, no
início, por parte das professoras, por não saberem quais perguntas teriam que responder.
Possivelmente, a indiferenciação, pelos professores, da natureza da pesquisa em relação direta
à professora pode ter gerado medo de que se tratasse de uma pesquisa fiscalizadora.
Procurou-se estabelecer uma relação de confiança com as professoras8, numa atitude
de respeito ao trabalho de cada uma. A inserção nas escolas foi um momento privilegiado de
interação com as profissionais, na qual obtivemos outros elementos para nossa análise e
compreensão de mediações do trabalho docente.
O instrumento utilizado na pesquisa foi a entrevista, na qual pude conversar com as
professoras, sendo que a maioria só podia ficar um período curto conversando comigo, uma
vez que estavam em horário de trabalho.
Após a análise das entrevistas, foi possível perceber que das vinte professoras
entrevistadas, 75% possuem em torno de vinte a trinta anos de idade, todas mulheres.
E desse total, dezessete professoras possuem o Magistério ou o Normal em Nível
Médio e apenas treze professoras já concluíram o Nível Superior ou estão em formação.
Considerando que, em um sistema de ensino, a coordenação pedagógica é a instância de
orientação mais imediata dos professores, na qual se apresentam às diretrizes gerais,
reproduzindo ou transformando-as, procuramos investigar possíveis relações entre as
concepções das docentes e daqueles profissionais que orientam e coordenam o trabalho,
estendendo a participação na pesquisa a cinco coordenadoras pedagógicas nas escolas de
8
Durante este capítulo irei utilizar as palavras no feminino, como as profissionais, professora, educadora, uma
vez que há somente mulheres atuando nesta faixa etária no qual realizei minha pesquisa.
31
Educação Infantil. Eis as suas principais respostas a cerca do perfil do professor de Berçário.
A característica mais mencionada entre as professoras e coordenadoras foi a paciência, a
formação ou no magistério ou em curso superior, o que me deixou satisfeita por saber que as
coordenadoras estão cientes de que é preciso haver formação e relação entre a teoria e a
prática.
Iniciou-se a pesquisa pelo levantamento do nível de formação dos professores das
escolas. A partir desse levantamento inicial, foi possível perceber que os professores possuem
formação em curso normal a nível médio.
A entrevista abrangeu, também, características gerais do perfil profissional, tais como:
faixa etária, variando entre vinte e um a cinqüenta e dois anos; a formação acadêmica e extracurricular; o tempo de atuação, variando para cada pessoa, mas grande parte a cima de dez
anos e, nas turmas de Berçário, com aproximadamente três anos. Por que grande maioria das
pessoas evita trabalhar com as crianças de zero a dois anos? Ou por que permanecem por
pouco tempo?
Em relação a esse tema, houve uma decepção com as respostas das professoras, uma
vez que realizam os cursos de formação continuada apenas por ser uma “obrigação”, bem
como as reuniões pedagógicas. E, aquelas que não eram obrigadas haviam realizado cursos há
mais de um ano e algumas já nem lembravam mais o local muito menos o assunto discutido.
Assim é possível perceber nas respostas de algumas professoras: a professora Carla disse: “O
último foi o seminário do ano passado. Ai sei lá guria, é que quando a gente faz essas
formação é com Piaget, eu já nem gosto de ler”, ou ainda a professora Marta: “Quanto a
formação continuada tenho dificuldades em realizar devido a falta de tempo e principalmente
financeiramente, pois normalmente os cursos não são gratuitos”.
Para a construção de dados específicos sobre a docência, a entrevista referiu-se ao
trabalho docente, sua organização e realização; as relações que os professores percebem entre
formação, teorias e atuação docente na educação infantil; o papel, as características e
conhecimentos necessários ao professor de Berçário; os motivos da escolha pela atuação na
educação infantil. Algumas respostas desses motivos foram por levar jeito com as crianças,
“unir o útil ao agradável, pois desde pequena adorava brincar de ser a professora”, “por gostar
de estudar” e, o mais curioso foi a sinceridade da professora Sara, que disse que inicialmente
foi por “falta de opção”, mas que hoje em dia não se vê trabalhando em outra profissão.
Na análise enfatizou-se a construção de significados, buscando apreender a articulação
das categorias no conjunto das respostas, mais do que a sua representatividade quantitativa. O
principal recurso foi a leitura de cada entrevista, em sua totalidade, para depois agrupar as
32
respostas a cada questão realizando uma análise crítica. Com a última questão da entrevista,
tornou-se possível, então, “dar voz” às professoras, para que pudessem falar o que lhes
agradava na escola e o que gostaria de mudar e algumas citaram a questão do “desinteresse”.
A fala da professora Diana ressalta um pouco da sua desmotivação em relação à profissão:
Gosto do meu ambiente de trabalho, fiz muitas amizades aqui. “O que me entristece é a falta
de interesse por parte de alguns. É difícil confrontar e trocar opiniões e sugestões com quem
não se atualiza que pensa que tudo não pode ser feito ou que é difícil. Ou até mesmo aquele
discurso que afirma que está a vinte anos na escola e isso sempre foi assim.”
A delimitação da especificidade da educação infantil e a discussão sobre suas funções
acabam vinculando-se à definição de um perfil dos profissionais responsáveis pelo cuidado e
educação das crianças. Das finalidades e objetivos educacionais decorrem expectativas para o
trabalho do educador da infância e projetam-se características, atitudes, habilidades e
conhecimentos necessários à sua atuação, bem como foram citados pelas professoras. Assim,
as especificidades da educação de crianças menores de dois anos intensificam a complexidade
da profissão de ensinar, exigindo da educadora uma atuação intencionalmente planejada e
avaliada, o que supõe o domínio de diversos conhecimentos e habilidades.
A jornada diária da maioria das professoras é de nove horas por dia, sendo assim, a
grande maioria trabalha na mesma escola de Educação Infantil. Esse aspecto é um indicador
diferenciado da característica geral da categoria, que historicamente ampliou sua jornada de
trabalho, devido, por exemplo, à desvalorização salarial do magistério. É preciso, muitas
vezes, deslocar-se de uma escola para outra, adquirindo assim novas experiências,
conhecendo outras realidades e identificando-se como ser docente em sua trajetória.
A experiência profissional era diversificada, predominando a atuação nas outras
turmas da Educação Infantil, uma com treze anos no Berçário. Em geral, além da função de
professora, algumas almejam ser professoras de área e outras, atuar na direção ou
coordenação. Houve uma professora que mencionou sair das escolas e trabalhar em outro
lugar caso seja melhor remunerada
Algumas das professoras, além da formação em Nível Médio, fizeram outra graduação
em outras áreas, como Espanhol, Matemática, História... Pode-se considerar, entretanto que
estas professoras foram em busca de novos caminhos, outras áreas a fim de se manterem
financeiramente bem e, algumas, assumindo um cargo que gostam em outro nível de ensino.
Não é possível destacar um significativo investimento das professoras na formação e
qualificação, uma vez que nem todas consideram importante, mas é oportuno salientar que há
professoras em busca e isso poderá contribuir não só para melhorar a qualidade da instituição,
33
mas também para que outras profissionais se sintam interessadas em buscar melhorar a sua
formação. Há também uma das professoras que terminou seu Mestrado em Educação em
Ciências Matemática e logo pensa em fazer seu Doutorado. Importa, ainda, destacar que todas
as professoras participam de cursos extracurriculares, mas nem sempre e apenas 02
mencionaram que realizam com freqüência.
O perfil profissional do professor de zero a dois anos abrange qualidades pessoais,
atitudes, competências, habilidades, conhecimentos que devem ser desenvolvidos. Em minha
investigação, constatei entre as professoras a idéia de que seu trabalho docente requer
prioritariamente, o amor às crianças e à profissão, o qual seria o principal motivador de outras
atitudes profissionais, como: abertura a mudanças, compromisso, dedicação, responsabilidade,
busca de aperfeiçoamento. Dentre as principais características que deve ter o professor de
educação infantil destacaram simpatia, carinho, paciência, criatividade, tranqüilidade e
capacidade de acolhimento das crianças, atribuindo centralidade às qualidades pessoais bem
como à afetividade nas relações educativas e profissionais. O amor e o prazer no trabalho são
identificados como a principal e indispensável motivação para a busca de aprimoramento
profissional, subordinando até mesmo a busca de formação e profissionalização.
Algumas professoras indicaram a necessidade de uma formação que propicie
qualificação mínima específica para atuar na educação infantil. No entanto, consideram que o
estudo, o domínio teórico não fornece subsídios suficientes para a docência; assim, para suprir
as lacunas da teoria frente a prática é preciso recorrer ao bom senso, ao senso materno e,
sobretudo, à afetividade para realizar adequadamente seu trabalho: “olha, eu acho que só a
pedagogia não dá conta não. (...) Aí eu acho que o senso materno ajuda muito. Mais, tem que
ter o bom senso, tem que ter troca de experiência, os cursos ajudam muito, mas o bom senso
tem que está sempre prevalecendo. O afeto tem que estar muito, muito, muito presente”
Ao analisar suas concepções podemos, desde já, analisar o ser mulher e o trabalho
docente na educação infantil, na construção da identidade profissional da professora de
Educação Infantil. Nesse sentido, compreendemos que as características mais destacadas na
professora de educação infantil remetem à tradicional imagem social de mulher doce,
ingênua, mãe generosa, abnegada à família, professora paciente na transmissão dos valores e
na formação do bom caráter da criança, na qual se legitimam modelos femininos de
domesticidade e de espírito de sacrifício, contribuindo para a desclassificação social da
mulher.
Foi possível perceber que sempre há nas salas uma professora mais velha, acima dos
40 anos de idade com professoras em torno dos vinte anos. Será que as escolas procuram
34
manter parte da história onde o cuidar é remetido à pessoa mais “velha”, com mais
experiência? E o educar à professora que possui formação? Acredito que há essa distribuição
das professoras a fim de que seja realizada essa troca entre a teoria e a prática possibilitando
assim que ambas aprendam e compartilhem seus diferentes conhecimentos.
No entanto, o perfil de professora da educação infantil exige características
profissionalizadas, ou seja, as competências e habilidades que não são decorrentes da
“natureza” feminina, mas são construídas no processo formativo e no exercício profissional da
docência.
A afetividade é uma dimensão indissociável do desenvolvimento biológico e
cognitivo, que compõe a vida e as relações das pessoas, desde a infância até a velhice.
Segundo Wallon (1975), muito cedo na vida da criança estabelecem-se laços afetivos que são
tão importantes para sua sobrevivência quanto a alimentação material. As primeiras relações
da criança com o meio já são relações humanas, de compreensão e de participação nas
situações onde se encontra, ou que poderia estar envolvida direta ou indiretamente, e em tudo
o que as pode motivar e implicam em diferentes sentimentos como dúvida, apreensão, medo,
desconfiança, indecisão, confiança, compreensão, alegria, segurança. Através dessas relações
acontece o crescimento e o desenvolvimento da criança, a apropriação de conhecimentos,
conceitos, hábitos, valores, atitudes.
Assim, é importante que as professoras desenvolvam “um gosto e uma sensibilidade
genuína relativamente às crianças” (PORTUGAL, 2001, p.164) as quais favoreçam relações
afetivas com e entre elas, propiciando a aquisição de uma auto-estima positiva e promovendo
o desenvolvimento pessoal e social de todas. Igualmente, sentir-se bem no e com o trabalho,
desenvolvendo uma atividade profissional que possibilite algum tipo de reconhecimento e
identificação pessoal, é uma das condições para a qualidade da educação em geral e, mais
ainda da educação infantil, que se caracteriza por um elevado nível de envolvimento afetivoemocional com os educandos.
A amorosidade é destacada por Paulo Freire (1996) como um dos saberes necessários
à docência, podendo-se mesmo afirmar que seja uma das condições de sua realização. Assim,
é “preciso descartar como falsa a separação radical entre seriedade docente e afetividade”
(Freire, 1996, p.159–grifos do autor). A afetividade expressa a maneira que o professor tem
de autenticamente selar seu compromisso com os educandos, tendo em vista a transformação
da realidade. É nesse sentido que a capacidade de se envolver afetivamente que deve compor
o perfil do educador de infância, e de todo profissional da educação, e não como doação
35
abnegada que não requer profissionalismo.“Já nasci sabendo que é isto que gosto de fazer”,
ou seja, a naturalização da docência em educação infantil
As motivações pessoais para a atuação na educação infantil são indicativas de sentidos
da docência, articulando-se com as concepções de educação infantil e do papel do educador,
configurando uma das dimensões da identidade profissional. Trabalhar na educação infantil
teve vários motivos para as professoras: uma opção, na expectativa de continuidade com a sua
atividade anterior como professora, ajudante de sala ou como estagiária; a busca de inovação
na atividade docente, o desafio, a curiosidade e estudos referentes à área.
Sentir prazer na profissão foi indicado por uma professora como fator determinante
para a permanência na educação infantil, mesmo quando não começaram por opção própria.
Esse prazer é decorrente de acreditarem na importância do trabalho que realizam e está
diretamente vinculado a ter afinidade com a faixa etária e amor às crianças. Dessa maneira
sobressai a concepção de que o seu trabalho é um dom, uma vocação inata, como afirma a
professora Jéssica: “já nasci sabendo que é isto que gosto de fazer e faço o melhor de mim”.
Isto remete à profissão como “obrigação” ou ainda, algo natural, que deve ser realizado
sobretudo por amor e vocação, sem interesses materiais, como a remuneração digna, carga
horária, condições de trabalho, formação. Mas poucas pensam assim, uma vez que para elas
ser professora é apenas mais uma profissão.
A disposição de servir e de ajudar ao outro, à sociedade, é uma das dimensões da
concepção do magistério como vocação/sacerdócio, historicamente construída a partir do
século XIV, quando se abriram escolas elementares para as camadas populares e o clero não
conseguiu atender sozinho a toda demanda. Foram, então, convocados colaboradores leigos
que, para assumir a função docente, deviam fazer uma profissão de fé, jurando fidelidade aos
princípios da instituição e doação sacerdotal aos alunos, independentemente das condições de
trabalho e do salário. O termo professor, portanto, originalmente designa “aquele que
professa” (HYPÓLITO, 1997).
Enquanto eu entrevistava uma professora, a entrevistada anterior, ao ouvir que
estávamos falando de como a professora gostaria de ser chamada, ela nos interrompeu
dizendo que não gostava de ser chamada de professora porque não era professora, mas apenas
monitora. Durante sua entrevista ela não havia dado essa informação.
A partir disso percebi que essa professora poderia estar refletindo a respeito da nossa
entrevista, qual era a sua função dentro do ambiente escolar e, principalmente, como estavam
seus sentimentos. Isso me marcou muito, uma vez que penso poder ter feito alguma diferença
naquele momento, ajudando a professora a repensar qual é o seu papel na Educação Infantil.
36
Por outro lado, encontra-se nessa concepção um forte laço com a imagem social de
mulher, a qual já destacamos. Não foi por acaso que as mulheres tiveram ampla aceitação na
profissão docente: afinal, o ser feminino puro é a pessoa mais adequada para assumir a
profissão de fé do sacerdócio do magistério. Essa imagem feminina colaborou com a
desvalorização social da mulher, da mesma maneira que a concepção de magistério como
dom, como vocação, justifica o desprestígio das professoras e da docência em educação
infantil como tarefa de tios e tias, que poderia ser exercida por qualquer pessoa sem formação,
desde que tenha amor, boa vontade e afinidade com crianças pequenas, assim como menciona
Paulo Freire (1995) no seu livro “Professora sim, tia não, onde fala que “professora não é tia”.
É preciso distingui-las.
Numa das entrevistas a professora Carla disse-me “estou tão acostumada era só tia da
creche, o pessoal não acostumou a chamar de profe, mas a maioria é tia. Sabe eu nem
percebo”. Segundo a Revista Pátio, p.11:
Muitos profissionais que atuam, em especial, na educação infantil, acostumaram-se
a ser chamadas de tia, menosprezando o caráter profissional da sua atuação, abrindo
mão até do nome da sua profissão. É preciso que haja professores dispostos a
repensar a sua identidade e a sua história coletiva que vai sendo constituída.
As professoras participantes da pesquisa alinham-se com as concepções de mulher
mãe/educadora nata, as quais historicamente, naturalizam a docência tornando imperceptível
o seu caráter de atividade social e ideologicamente condicionada, bem como as suas
possibilidades de transformação.
Na história das escolas de educação infantil, diversos elementos reforçam a
naturalização da docência, decorrente da maternidade. Por um lado, a definição da guarda das
crianças como objetivo precípuo, na perspectiva de uma educação assistencialista, estabelece
como parâmetros de ação da educadora manter relações afetivas individualizadas e promover
os cuidados básicos de saúde, higiene e alimentação. Ser paciente, carinhosa, maternal e,
sobretudo, gostar de crianças e de trabalhar com elas tornam-se as principais características de
uma boa educadora.
Por outro lado, a função de substituta da família e da mãe atribuída à creche, construiu
uma polaridade entre a atuação da professora e as funções maternas, levando à mistura de
papéis. A definição da professora como mulher educadora nata, que sabe agir com bom senso
e é guiada pelo coração em detrimento da formação profissional, reafirma-se na
documentação oficial que orienta a educação infantil brasileira, arraigando-se no cotidiano
das instituições (Arce, 2001). A feminização do magistério, articulada à visão de professora
37
da educação infantil como mulher educadora nata, reflete-se também numa fragmentação do
trabalho docente.
A hierarquização do trabalho por meio do parcelamento das tarefas na educação
infantil se realiza, dentre outros, na oposição entre cuidar e educar. As professoras
apresentaram diferentes versões sobre a separação das funções da professora e da auxiliar,
reconhecendo a necessidade de integração, afirmando a separação, chegando a considerar que
as atividades de cuidado não devem ser funções do professor. As dinâmicas de
subordinação/dominação nas relações entre as profissionais que atuam lado a lado na
educação e cuidado de crianças pequenas, parecem ser determinadas por fatores como a
função, situação funcional, nível de formação e experiência profissional.
Produz-se um esvaziamento de significado no trabalho do professor que se expressa,
por exemplo, na uniformização de práticas educativas advindas, muitas vezes, de tradições
pedagógicas cujas origens, significados e finalidades os profissionais desconhecem. Faz-se
porque sempre foi assim! Percebemos a repetição e uniformidade de rotinas de trabalho
amplamente generalizadas nas escolas. Elas parecem não questionar as origens de tais rotinas
pré-definidas em concepções educacionais assistencialistas, nem a sua rigidez e a
arbitrariedade frente às crianças e ao seu próprio trabalho, mediante a padronização de tempos
iguais para todas as crianças, tomando-as como seres universais, e reduzindo a autonomia do
professor na definição e controle de sua atividade profissional.
A histórica articulação da feminização ao processo de desvalorização social da
profissão caracterizada como vocação, doação, ocupação de meio-período para mulheres com
pouca exigência de qualificação e com remuneração inferior, contribui para a constituição de
uma identidade profissional antagônica à profissionalização.
A vocação, considerada por Paulo Freire (1996, p.161) como força misteriosa “que
explica a quase devoção com que a grande maioria do magistério nele permanece apesar da
imoralidade dos salários. (...) mas cumpre, como pode, o seu dever”, pode ser um fator
presente no exercício do magistério, especialmente na educação infantil. Porém, se temos que
reconhecer a importância dessa chamada vocação, torna-se fundamental desmistificar a sua
naturalização: vocação não é um dom inato, mas uma capacidade de realizar bem o trabalho,
de superar as dificuldades e lutar pela qualidade da educação. Então, é uma característica
profissional aprendida e desenvolvida com muito esforço e estudo. “A pessoa tem que ter a
formação mesmo para isso”: expressões de uma busca da profissionalização.
Essa pesquisa apreendeu elementos que indicam o mesmo, ou parecido sentido da
docência em educação infantil, como o mito da educadora nata: a profissionalização, que se
38
anuncia, por exemplo, entre as professoras quando algumas destacaram a importância do
planejamento e a necessidade de discussão e reflexão coletiva, para a tomada de decisões.
As professoras querem que a sua docência seja reconhecida como trabalho qualificado,
em sua concreticidade e especificidade e não como um trabalho abstrato, uniformizado e
subordinado à sua dimensão quantitativa, subtraído de suas qualidades concretas e
transformado em alienação. Mas para isso, é preciso ir muito mais além, acreditar que
podemos sim realizar muitas coisas na Educação Infantil. É preciso que muitas dessas
professoras entrevistadas busquem novos conhecimentos e outros interesses.
Além do afeto pelas crianças, da valorização e identificação com o seu trabalho,
professoras e coordenadoras pedagógicas também pensam ser necessário que um professor de
educação infantil tenha clareza dos objetivos e do alcance da educação infantil;
conhecimentos sobre aprendizagem e desenvolvimento infantil; formação específica que
possibilite respeitar a individualidade e as necessidades da criança, bem como organizar a
ação didática adequadamente a cada etapa. É papel da professora: “planejar e organizar
rotinas, ambientes e atividades interessantes e variadas no decorrer dos dias, conforme a faixa
etária de seu grupo, lembrando-se sempre que ele está diante de crianças com competências e
necessidades diferentes” (Professora Luisa).
A intervenção deliberada e planejada da professora torna-se fundamental no processo
educativo.
Uma atuação docente mais consciente e contextualizada resgata o caráter intencional,
a totalidade e a interdependência entre as diversas ações desenvolvidas nas instituições de
educação infantil. Com isso, as crianças também poderão exercer um papel mais ativo em
seus processos de aprendizagem e de desenvolvimento.
A busca de conhecimentos, então, foi destacada como uma característica importante
para um professor de educação infantil, associada à capacidade de estabelecer relação entre
teoria e prática: “estudar, participar de cursos e encontros para estar atualizado e colocar em
prática o seu conhecimento” (Professora Daiane).
Essa natureza da docência torna-a muito exigente, no sentido de não ser possível fazer
uma previsão exata dos acontecimentos, requerendo do educador uma diversidade de
conhecimentos e de habilidades.
Por reconhecerem a importância de uma preparação teórica para o seu trabalho,
enfatizaram que faz falta não terem tido enfoque específico da educação infantil, no curso de
Pedagogia. Uma coordenadora expressa que a relevância da formação em pedagogia não se
resume à instrumentalização para o fazer cotidiano, mas abrange a capacidade de
39
compreender a intencionalidade do seu trabalho: “eu noto que a formação também é muito
importante ... por exemplo, ... as professoras que são formadas num curso superior, que são
pedagogas, têm um nível teórico que permite alcançar um nível de compreensão maior do que
as pessoas que têm só o curso técnico normal.” (Coordenadora Bianca).
Além da formação específica para atuar na educação infantil, podemos apreender
indicativos da concepção de docência como atividade profissional, expressados pelas
pedagogas na ênfase a outros elementos, como postura ética e atitude política no perfil do
professor: “saber dos direitos e necessidades da criança” (Professora Márcia).
Verificou-se, também, que aspectos ligados à organização institucional, tais como a
estrutura física e material, a necessidade de recursos financeiros, predominam na discussão da
melhoria da qualidade da educação infantil. Estes aspectos, entretanto, foram pouco indicados
entre os fatores que mais influenciam a sua atuação, aparecendo apenas uma discreta
referência a alguns deles como, por exemplo, carga horária, envolvimento/ integração com as
colegas de escola, valorização e respeito profissional na instituição, salário.
O auto-reconhecimento enquanto forma de sentir-se capaz, é um dos sentidos da
docência que possibilita a formação de sujeitos com maior autonomia e autoridade (Silva,
2001). Por isso, sentir-se integrada com a equipe e aceita na escola remetem para a
valorização pessoal e profissional e o reconhecimento da importância do trabalho, podendo
expressar um sentido de profissionalização, ainda que de forma contraditória, porque estão
associados ao amor. Outro depoimento também expressa tal ambigüidade: “eu sempre achei
que isto é meio nato na pessoa, que isso não se adquire. Mas eu tenho realmente muita dúvida
se isto é nato ou é construído socialmente. Com aptidão a pessoa poderia desenvolver, precisa
ter um nível de entrega muito grande” (Coordenadora Andréia).
O movimento de constituição de significados de profissionalização da docência,
portanto, é contraditório, pois as pedagogas expressam consciência da necessidade de
formação para uma atuação profissionalizada, mas subordinam-na ao amor e à vocação.
Assim, a docência em educação infantil acaba por ser reduzida ao “amor à profissão,
dedicação e o resto se aprende” (Professora Dulce). Alienação e possibilidade de emancipação
se articulam reflexivamente no contraditório movimento da realidade.
As reflexões, portanto, não desqualificam a atuação das professoras, rejeitando a
análise que atribui a desvalorização social do magistério à sua feminização. Ao contrário,
sabe-se da história de todo o processo educativo e, principalmente da desvalorização, tanto da
mulher quanto da Educação Infantil.
40
Nas relações que cada professor estabelece com o mundo, com os outros, consigo
próprio e com a profissão vão-se constituindo guias para a ação, assim, a docência depende da
pessoalidade do professor e das formas como pensa a si mesmo e ao seu trabalho. Ou seja,
não é possível julgar ou reprimir escolas, uma vez que cada pessoa é singular e realiza
atividades diferenciadas. Segundo Barbosa (1991),
Do ponto de vista da psicologia sócio-histórico-dialética, os significados projetam o
mundo na consciência humana, constituindo-a e possibilitando aos homens
conhecer, agir, pensar e refletir sobre a realidade. Tais imagens, porém, não
reproduzem exatamente a realidade externa, pois estão carregadas de sentidos
próprios para o sujeito.
Não há, portanto, uma absorção imediata dos significados sociais que podem se
transformar, sendo confirmados, negados, reproduzidos ou superados.
Os processos formativos de professores devem, necessariamente, assumir a reflexão da
docência entre as relações de classe social e gênero, evidenciando as raízes e efeitos sobre a
profissão docente, bem como favorecer a ressignificação da identidade profissional das
professoras, como mulheres, mães e profissionais competentes, e a superação da
desvalorização socialmente imposta. Para tanto, é preciso considerar os significados
socialmente (im)postos e os sentidos pessoais da docência que as professoras constituem em
sua trajetória de vida.
41
5 CONCLUSÃO
Acredito que a prática docente deve ser repensada, com urgência, para que possa
atender às transformações sociais que atingem a escola, como por exemplo as novas
concepções sobre a infância e sobre educação infantil. A participação dos professores é de
fundamental importância na consolidação de mudanças que tragam melhorias na qualidade de
ensino nas escolas de Educação Infantil.
Mudanças, tanto na escola quanto no perfil do professor, foram propostas a partir das
novas legislações. Em decorrência disso, o ser professor ou professora vem se modificando
para atender a essas transformações.
A Educação Infantil é um nível de ensino onde, geralmente, as crianças permanecem
dois turnos, assim as professoras acabam ficando com as crianças grande parte do dia.
Permanecer na escola durante o dia, optando pela dedicação exclusiva à docência nesse nível
de ensino aponta significados que vão além da remuneração no final do mês. Durante a
pesquisa de campo percebi que 81,8% das profissionais que atuam nos berçários das escolas
pesquisadas permanecem na função por gostarem daquilo que fazem. Tais educadoras se
identificam com esta tarefa por serem/terem um lado maternal, fonte de sua “identidade
profissional” e de suas práticas cotidianas nas creches. As atividades de cuidado são as que
mais ocupam o tempo das professoras/educadoras/monitoras, caracterizando assim sua função
na instituição.
Mas será que é suficiente apenas o gostar? Essa é uma questão que procurei
desenvolver durante este trabalho uma vez que acredito que para atuarmos na Educação
Infantil é preciso muito mais do que apenas “gostar”. É preciso ter formação adequada, estar
ciente de seu papel e desejar se renovar a cada dia.
Um repensar sobre quem somos é importante e necessário a cada dia. É preciso que o
professor ou professora exerça a docência com qualidade e que essa não se esgote na
formação inicial, mas, pelo contrário, continue sendo um processo de construção permanente;
que tomem a prática docente como fundamento para a reflexão; que desenvolvam a postura de
profissional reflexivo, pesquisador da própria prática, munido de formação teórica. Enfim,
que seja competente e veja o mundo na sua globalidade e não de forma fragmentada.
O profissional da Educação Infantil vem, ao longo da sua trajetória, experimentando
diferentes exigências em relação à sua atuação. Tais exigências vêm sendo feitas em função
42
das transformações históricas na sociedade. Assim, o profissional do ensino está ganhando
um novo rosto e um novo valor no mercado das profissões.
A formação e a valorização dos profissionais que trabalham com a Educação Infantil,
especialmente, na creche apresentam-se, hoje, como um grande desafio e um elemento
essencial para a melhoria da qualidade do atendimento à criança.
A compreensão da educadora de creche como uma profissional responsável pelos
cuidados básicos da criança – tarefa para a qual a afetividade é o maior atributo, verificado em
expressões como: “ter jeito”, “ter amor às crianças”, “gostar” – tem contribuído para o
pequeno investimento, até então empreendido na formação docente destas profissionais.
Assim como a Educação Infantil muitas vezes não é valorizada porque as professoras não
sentem motivação para expor e relatar o importante trabalho que é/deveria ser realizado.
A variável formação acadêmica, que distingue as profissionais envolvidas, precisa ser
analisada com cautela, para que não a consideremos como um fator negativo. De fato, a
habilitação profissional de professor, ainda que desejável, não é suficiente para que a ação de
cuidar seja acompanhada de um envolvimento educativo. É necessária uma formação que não
considere o professor como aquele responsável, unicamente, pelo desenvolvimento intelectual
dos alunos, mas seria extremamente importante se a formação acadêmica destas profissionais
estivesse voltada à Educação Infantil.
Refletir sobre o perfil das professoras não é uma tarefa fácil, uma vez que cada uma
possui a sua especificidade, mas havia o intuito de identificar um perfil geral que pudesse
“representar” a Educação Infantil no município, neste ano, porque há, em todos os anos, nas
escolas, um rodízio onde as professoras passam a atuar em turmas diferentes.
Conforme ao que foi apresentado no capítulo 2 deste trabalho, a análise profissional
baseou-se na literatura sobre o assunto, bem como nas legislações vigentes.
Finaliza-se essa pesquisa destacando-se a importância dos profissionais que atuam na
educação, seja qual for o nível de ensino, reflitam, constantemente, a cerca de sua identidade
profissional.
43
REFERÊNCIAS
ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Cortez, 2003.
ARCE, Alessandra. Documentação oficial e o mito da educadora nata na educação infantil.
Cadernos de Pesquisa. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, Autores Associados, n. 113, jul.
2001.
ARROYO, Miguel. Ofício de mestre: imagens e auto-imagens. 2.ed.Petrópolis: Vozes, 2000
BARBOSA, Ivone G. Psicologia sócio-histórico-dialética: contribuições para o repensar das
teorias pedagógicas e suas concepções de consciência. Goiânia: FE/UFG, 1991 (Dissertação
de Mestrado).
BATISTA, J. B. Fragmentos de histórias das crianças no Brasil. Porto Alegre: Fapa, 2001.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei nº 9.394 de 20 de dezembro
de 1996.
______. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para a
educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. 3 v.
BUENO, Belmira O.; CATANI, Denice B.; SOUSA, Cynthia P. de (org.). A vida e o ofício
dos professores: formação contínua, autobiografia e pesquisa em colaboração. São Paulo:
Escrituras Editora, 1998.
BUJES, Maria Isabel. Escola Infantil: pra que te quero?
CAMPOS, Maria Malta et al. Profissionais de Creche. IN: Educação Pré-Escolar: Desafios
e Alternativas. Campinas: Cedes/Papirus, 1991.
CENTRO
DE
REFERÊNCIA
EDUCACIONAL.
Froebel.
Disponível
<http://www.centrorefeducacional.com.br/froebel.html>. Acesso em: 15 mar. 2008.
em:
CERISARA, Ana Beatriz. Professoras de educação infantil: entre o feminino e o
profissional. São Paulo: Cortez, 2002.
CODO, Wanderley (coord.). Educação: carinho e trabalho, Burnout, a síndrome da
desistência do educador. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
CRAYDY, C. e KAERCHER, G. Educação Infantil, pra que te quero? Porto Alegre:
Artmed, 2001.
CUNHA, Maria Isabel. O bom professor e sua prática. 2.ed. Campinas: Papirus, 1992.
DELORS, Jacques (org.). Os quatro pilares da educação. In.: ______. Educação: um tesouro
a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília : MEC, UNESCO, 1998. p. 103-117.
44
DUARTE, Sérgio Guerra. Dicionário brasileiro de educação. Rio de Janeiro: Antares:
Nobel, 1986.
EDWARDS, C. Gandini; FORMAN, G. As cem linguagens da criança. Porto Alegre:
Artmed, 1999.
ENRICONE, D. (Org.) . Ser professor. Porto Alegre: Edipucrs, 2001.
FERNÁNDEZ, Alicia. A mulher escondida na professora: uma leitura psicopedagógica do
ser mulher, da corporalidade e da aprendizagem. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. São Paulo: Olho d’Água, 1995.
FRIGOTTO, G. O enfoque da dialética materialista histórica na pesquisa educacional. IN:
FAZENDA, I. (org.). Metodologia da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, 2001.
GERALDI, Coriuta (org). Cartografias do trabalho docente: profesor(a) pesquisador(a).
Capítulo 3: O cotidiano do trabalho docente: palco, bastidores e trabalho
invisible…abrindo as cortinas. Campinas: Mewrcado das letras, 2001.
HYPÓLITO, A. M. L. Trabalho Docente, classe social e relações de gênero. Campinas:
Papirus, 1999.
KUHLMANN JUNIOR. Moyses. Infância e a educação infantil: uma abordagem histórica.
Porto Alegre: Mediação, 1998.
KUHLMANN JUNIOR. Moyses. Histórias da educação infantil brasileira. Revista Brasileira
de Educação, São Paulo, n. 14, 2000.
KULISZ, Beatriz. Professoras em cena: o que faz a diferença? Proto Alegre: Mediação,
2004.
MARCÍLIO, Maria Luiza. A roda dos expostos e a criança abandonada na história do
Brasil. 1993
MARX, Karl. Introdução à crítica da economia política. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
MOSQUERA, Juan José Mouriño. Tentativa de caracterização dos sentimentos dos
professores nos diferentes graus de ensino, 1976. (Tese de Doutorado)
NÓVOA, Antônio. Profissão professor. 2. ed. Lisboa: Porto Editora, 1995.
45
OLIVEIRA, Stela Maris Lagos. Crenças e valores dos profissionais de creche e a
importância da formação continuada na construção de um novo papel junto à criança de 0 a
3 anos. Pontos de vista, v. 18, n. 73, 2001.
PORTUGAL, Gabriela. Ser educador de infância: idéias sobre a construção do conhecimento
profissional. IN: TAVARES, J.; BRZEZINSKI, I.(org.). Conhecimento profissional de
professores: a práxis educacional como paradigma de construção. Fortaleza: Demócrito
Rocha, 2001.
RABITTI, Giordana. À procura da dimensão perdida: uma escola de infância de Reggio
Emilia. Porto Alegre, Artmed,1999. p. 100-125.
REVISTA. La pareja Educativa: um reto cultural.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 8 ed. Petrópolis, RJ: Vozes,
2007.
ROCHA, Eloisa A. C. A pesquisa sobre educação infantil: trajetórias e perspectivas. IN:
Perspectiva, Florianópolis, ano 17, jul./dez. 1999.
SILVA, Isabel de O. Profissionais da educação infantil: formação e construção de
identidades. São Paulo: Cortez, 2001.
WALLON, Henri. Psicologia e Educação da Infância. Lisboa: Editorial Estampa, 1975.
46
ANEXOS (22 anexos)
47
ANEXO 01
1. Nome:
Diana
2. Idade:
25 anos
3. Filhos:
Não
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Atuo há 10 anos na Educação Infantil. No berçário, estou o segundo ano consecutivo.
Trabalho 10 horas por dia.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
Não
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Sempre gostei e me interessei por esta área, como o ensino médio oferecia o curso de
magistério uni o útil ao agradável. Pretendo continuar atuando na educação infantil,
tanto que estou cursando Pedagogia em ênfase em Educação Infantil.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Sou formada em magistério. Penso que é sempre importante se aperfeiçoar e encontrar
novas informações, realizei o Seminário Municipal/2007 e Seminário da Feevale/2007.
Acredito e procuro seguir a linha sócio-interacionista, que visa ensinar/construir o
conhecimento através de trocas e da relação entre ensinante e aprendente. Valorizando
e ensinando a partir do que o aluno já sabe ou já consegue fazer. No entanto, confesso
que, às vezes, ainda me deparo com atitudes minhas, características de uma professora
48
empirista.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Sempre procuramos realizar um planejamento conjunto entre as profissionais que
trabalham no B1. Partimos de um “projeto” para os planos diários. Realizamos os
planejamentos nos momentos específicos para isso.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Acredito que os eixos de trabalho da Educação Infantil sejam educar e cuidar. Por
isso, o profissional precisa ter noções de cuidado para a faixa etária e saber as
capacidades e o desenvolvimento característico da mesma. Para assim, unir
didaticamente estes dois pontos.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“O professor de berçário deve ser uma segunda mãe que acolhe o aluno neste primeiro
afastamento da família. Acolhedor, deve inicialmente, fazer a criança sentir-se amada,
segura e bem cuidada para depois, começar a exigir dela questões mais voltadas ao
desenvolvimento (deitar de bruços, sentar, engatinhar...) Deve ser paciente e criativa
para encontrar formas de estimular esta criança.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Trabalho com uma turma de berçário 1, composta por oito bebês, de 4 a 9 meses.
Quatro meninas e quatro meninos. São bebês alegres, curiosos e exigentes. Gostam de
realizar a todo momento novas descobertas, alguns já estão engatinhando, outros
permanecem sentados por um tempo razoável e outros já conseguem permanecer
brincando no tapete na companhia dos colegas. Temos ainda, um caso de inclusão, o
menino tem um desenvolvimento mais lento, em função de uma hidrocefalia. Neste
caso, o menino está com 1 ano e 4 meses e ainda não consegue segurar sua cabeça,
nem mesmo sentar. Com ele procuramos realizar exercícios individuais para que
consiga, aos poucos, se desenvolver.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“Gosto de ser chamada pelo nome ou apelido. A maioria deles me chamam pelo
apelido.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Procuro manter um bom diálogo com a equipe escolar. Na escola, acredito que todos
precisam uns dos outros é preciso ajudar os outros para ser ajudada também. Colaboro
com sugestões, materiais e um ombro amigo quando necessário. Com os alunos,
procuro ser amiga, brincalhona, mas sou exigente nas questões de limites. Aos pais,
procuro demonstrar respeito e confiança. Penso que precisam confiar em nós, a partir
49
do momento que entregam seu maior bem aos nossos cuidados. Procuro manter um
diálogo aberto, uso o bom senso, mas sou exigente quando diz respeito às regras da
escola.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Gosto do meu ambiente de trabalho, fiz muitas amizades aqui. O que me entristece é a
falta de interesse por parte de alguns. É difícil confrontar e trocar opiniões e sugestões
com quem não se atualiza, que pensa que tudo não pode ser feito ou que é difícil. Ou
até mesmo aquele discurso que afirma que está há 20 anos na escola e isso sempre foi
assim.”
50
ANEXO 02
1.
Nome:
Daniela
2.
Idade:
22 anos
3.
Filhos:
Não.
4.
Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino.
5.
Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Atuo há 3 anos na Educação Infantil. No berçário fiquei um ano. Trabalho 6 horas por
dia.”
6.
Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Sim, trabalho meio turno (tarde) em outra escola. Carga horária de 4 horas por dia.”
7.
Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Realmente gosto do que faço e optei por essa profissão por achar que levo jeito com
crianças. Por enquanto vou atuar na Educação Infantil, mas se surgir algo que seja
remunerado mais alto trocaria de trabalho.”
8.
Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Cursei magistério e faço curso superior de Psicopedagogia na Feevale. Participo de
vários cursos para me aperfeiçoar. Última participação foi ano passado na Feevale. Me
baseio em vários autores, tais como Piaget e Vygotsky, onde a criança aprende
brincando.”
51
9.
Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Temos hora atividade na escola e assim planejamos e elaboramos projetos conforme o
interesse das crianças.”
10.
Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Precisamos ter muita disposição e sempre estar aprimorando nos saberes, pois as
crianças exigem muito de nós, estar sempre atentos para o novo, para que eles possam
participar dessas descobertas.”
11.
Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Paciente e atencioso.”
12.
Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“A turma é muito boa, temos sete meninos e quatro meninas, são muito curiosos e
participam das atividades com interesse e motivação.”
13.
Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“Somos chamadas por ambos de professores e incentivamos para que nos chamem
assim.”
14.
Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Temos uma ótima comunicação, tanto com os pais, tanto com professores e demais
funcionários da escola, temos muita abertura com os mesmos.”
15.
O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Estou muito satisfeita e realizada com o ambiente de trabalho.”
52
ANEXO 03
1. Nome:
Carla
2. Idade:
52 anos
3. Filhos:
3 filhos.
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino.
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há 17 anos. No berçário mais ou menos 5 anos. Trabalho 30 horas semanais. Sou
educadora.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Não. Berçário. 30 horas semanais.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Desde quando eu era criança eu adorava ser professora.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Magistério. A gente faze seminário de educação, essas formação continuada. O último
foi o seminário do ano passado. Ai, sei lá guria, é que a gente quando faz essas
formações é com Piaget. Eu já nem gosto de ler.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
53
“Só que eu só tenho uma hora para planejar, agora mudou de dia. A gente poderia
trocar idéias se eu tivesse mais tempo, muitas vezes são as outras que fazem.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Tem que saber lidar com as crianças, ter paciência, jogo de cintura. O principal é ter
paciência.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“É saber amar, o essencial é a paciência, o carinho, como iniciar uma alimentação e
todos esses massetes do dia-a-dia.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
-13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“Uns me chamam de tia, outros de profe. A gente já ta tão acostumada que era só tia da
creche. O pessoal não acostumou com isso, mas a maioria é tia. Sabe eu nem percebo.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“A maioria traz as crianças de manhã.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Eu gosto de trabalhar com os bebês. Assim ta tranqüilo, as horas de planejamento eu
mudaria.”
54
ANEXO 04
1. Nome:
Marta
2. Idade:
23 anos
3. Filhos:
Não
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Nesta escola há 3 meses, mas pude trabalhar durante 2 anos em outra instituição.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Não, somente nesta instituição, trabalho 30 horas semanais.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Sempre gostei de trabalhar na área da Educação Infantil. Se tiver oportunidade
gostaria de trabalhar com o Ensino Fundamental.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Magistério. Atualmente curso Pedagogia, no 5º semestre. Quanto a formação
continuada tenho dificuldades em realizar outros cursos devido a falta de tempo e
principalmente financeiramente, pois normalmente os cursos não são gratuitos. Não
costumo ser adepta a uma linha teórica, pois o planejamento é feito de acordo com a
55
realidade da turma e a necessidade.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“O planejamento é feito uma vez na semana no dia sugerido pela instituição. O mesmo
pode ser modificado de acordo com a necessidade. O mesmo é realizado junto com as
outras professoras da escola.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“O principal na Educação Infantil é saber amar, cuidar e educar.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Um professor amoroso, que seja bastante afetivo com a turma, compreensivo e que
ame o que faz.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Turma participativa e bastante ativa, apresentam um bom desenvolvimento físico e
motor.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“Fico feliz quando conseguem pronunciar ao menos a primeira sílaba do meu nome.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
--15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“O relacionamento com toda a equipe de trabalho, onde se possa construir em
conjunto.”
56
ANEXO 05
1. Nome:
Jéssica
2. Idade:
28 anos
3. Filhos:
Não
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há 10 anos trabalho como professora de Educação Infantil. E este é o primeiro ano
com o berçário. Trabalho 10 horas em sala de aula.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Participo do grupo de estudos da Brinquedoteca Municipal Brincar Mais de Ivoti
desde 2005. Encontros quinzenais, além de oficinas que proporcionamos aos
professores.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Gosto da Educação Infantil, já trabalhei também como professora de 3ª série, mas
prefiro atuar na Educação Infantil. O motivo da escolha é porque gosto de estudar, me
inteirar sobre assuntos educacionais fazendo reflexões, escutas e ações no dia-a-dia em
prol de uma educação para as crianças. Pretendo continuar atuando e me aperfeiçoando
profissionalmente.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
57
“Graduada em Pedagogia, na Unisinos em 2007. Costumo participar de grupos de
estudo e cursos. Estou num grupo que está reconstruindo os planos de estudos do
município de Ivori (referente à infância). Não tenho um autor ou teoria a seguir, faço
leituras e procuro usufruir de idéias como de Paulo Freire, Euclides Redin, Madalena
Freire, PCNS’s LDB, Walter Benjamin, Duarte Júnior, Piaget, Vygotsky, Rubem
Alves...”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“O planejamento é realizado por mim e pelas outras duas professoras (uma delas
trabalha de manhã e a outra à tarde) na hora do planejamento (uma vez por semana)
pensamos, fizemos leituras e escritas sobre a nossa turma.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“É necessário se ter uma sensibilidade maior, ou seja, os sentidos mais aguçados como
o olhar, a escuta, o tato, a fala... Disponibilidade para brincar, para o lúdico, alegria,
entusiasmo... Formação continuada é fundamental, bom senso e diálogo com as
famílias dos alunos.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Considero que o perfil deva ser com características já citadas, além da afetividade,
bom senso, sensibilidade, diálogo com as famílias dos alunos, disponibilidade para o
lúdico, alegria, entusiasmo.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“É uma turma composta por 11 crianças alegres, que adoram explorar o ambiente,
brincar com diversos brinquedos, contatar com outros ambientes, como a quadrinha, a
grama sintética, a sala... Algumas crianças têm alergia o leite de vaca, por isso usam
leite se soja. Recentemente recebemos um aluno especial, com hidrocefalia e uma
professora para acompanhar esta criança. Esta professora acompanha esta criança
desde que ela entrou na escola, no ano passado.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“De professora ou pelo meu nome.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Relações com as famílias é bacana, nos comunicamos através da caderneta (recados) e
pessoalmente sobre fatos que acontecem com a criança (quando fica doente
necessitando de remédios, crescimento e desenvolvimento da criança, necessidades de
alimentação, soninho e as trocas de fraldas). Com as crianças, também é muito afeto,
chamando a atenção (limites) quando necessário e brincando muito com elas. Com os
colegas é boa comunicação, trocamos idéias, materiais e estudamos juntos os assuntos
58
pertinentes à educação.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
--
ANEXO 06
1. Nome:
Márcia
2. Idade:
46 anos
3. Filhos:
3 filhos
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há 16 anos. 6 anos no berçário e 44 horas semanais.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Não.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Por gostar de crianças, pretendo continuar até me aposentar.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Cursos em 2007, cursos capacitantes.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Uma vez por semana, tenho uma hora.”
59
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Uma boa linha teórica e ou experiência.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Ser muito humano.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Eles são alegres e simpáticos.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“Pelo nome.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“O meu relacionamento é bom com todo mundo, comento sobre o que não está legal.
Troco idéias sempre, sem problemas.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Tenho o maior prazer pelo que faço, me sinto realizada, eu queria um espaço mais
adequado.”
60
ANEXO 07
1. Nome:
Sara
2. Idade:
29 anos
3. Filhos:
Não
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há 10 anos e 3 anos na Educação Infantil. Trabalho 27 horas nesta escola.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Numa escola de Ensino Fundamental com o primeiro ano, 22 horas.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Primeiro por falta de opção e segundo pelo incentivo da família. Hoje em dia não
consigo me imaginar trabalhando em outro lugar que não seja na escola com os
pequenos. Adoro meu trabalho. Quero sair da EMEI quando possível, mas pela carga
horária e falta de reconhecimento.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Magistério pelo IEI e Pedagogia em Orientação Educacional e Empresarial. Sim, na
61
Feevale, Simpósio Fundação em 2007. Procuro perceber qual é a necessidade/interesse
das crianças e a partir dessa sondagem para elaborar os planos de trabalho. Não tenho
uma linha teórica única de trabalho. Às vezes muito tradicional, às vezes bastante
liberal, muito exigente, mas muito afetiva. A criança só aprende e se desenvolve bem a
partir do vínculo que tem com a profe.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Semanal na escola e em casa geralmente aos sábados. Após cada manhã registro o que
foi importante. Na EMEI semanal também e procuro sempre realizar tarefas para
desenvolver com os pqeuenos, leitura de algum material, etc.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“1º paciência; 2º jamais esquecer que são crianças pequenas e agem como; 3º ‘pulso
firme’; 4º afetividade.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Amoroso, carinhoso, bom observador, sensível.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Me preocupo muito em cumprir com as rotinas, passear pelo birro, cantar, dar um
colo. Nosso maior objetivo neste ano é o cuidar. O resto é conseqüência.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“Sou professora e quero ser chamada assim.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Com a equipe diretiva é um tanto complicado, uma vez que são pouco acessíveis.
Com as colegas de trabalho a comunicação é pouca, uma vez que se tem pouco tempo.
Com as crianças é o tempo todo colocando para eles as razões das sansões quando
necessário. Com os pais a comunicação é franca, através do diálogo ou agenda de
recados.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Me satisfaz ver o progresso das crianças. Gostaria de fôssemos mais valorizadas em
todos os sentidos.”
62
ANEXO 08
1. Nome:
Fabiana
2. Idade:
28 anos
3. Filhos:
Não
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Trabalho há 10 anos na Educação Infantil, sempre com as crianças menores, mas não
bebezinhos.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Não.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Escolhi esta profissão porque gosto de crianças desde pequena. Não pretendo trocar
para outro nível de ensino ou até profissão.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Sou formada em Nível Superior na faculdade da ULBRA, em Canoas. Pedagogia. Sim
participo de vários cursos e seminários, meu último curso foi ‘Brincar Mais’ oferecido
pela Prefeitura Municipal de Ivoti. A linha teórica que fundamenta a nossa prática é o
63
construtivismo.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Planejamos em cima do interesse das crianças. As professoras e os alunos fazem o
planejamento dos projetos desenvolvidos.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Educar e cuidar.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“O professor de berçário deve ter muito amor pela profissão e pelas crianças. Ter
carinho, dedicação, cuidado com todos os bebês.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Trabalho com crianças de um ano e meio. São crianças bem educadas e respeitam a
professora.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“Sou chamada pelos pais e pelas crianças de profe Fabi.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“No nosso ambiente escolar existe muito diálogo entre pais, alunos e professores. Os
pais têm livre acesso na escola, colaboram dando suas opiniões e sugestões em vários
aspectos do funcionamento escolar.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Tenho muita satisfação no meu ambiente escolar. Adoro o que faço e me realziaei
profissionalmente.”
64
ANEXO 09
1. Nome:
Alice
2. Idade:
24 anos
3. Filhos:
Não
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Trabalho na Educação Infantil há 6 anos. É o segundo ano que trabalho no berçário 1
e já trabalhei 1 ano no berçário 2. Trabalho 27 horas semanais na escola.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Sim, sou professora de Espanhol em outra escola.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Quando comecei a trabalhar na escola, ganhei uma turma de berçário, no início foi um
desafio, hoje considero uma conquista, pois adoro trabalhar com os nenês e pretendo
continuar nesta área.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
65
“Sou formada no Magistério e tenho curso superior em Letras (Português/ Espanhol).
Costumo participar de cursos na minha área de atuação, para aperfeiçoar meu trabalho.
A última participação foi em um curso na faculdade onde eu estudava, no fim do ano
passado (2007). Sigo vários autores como Piaget, Paulo Freire, Vygotsky.
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“O planejamento é um guia para nosso trabalho diário e é feito pelas professoras da
sala, uma vez por semana.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Um professor de Educação Infantil, primeiramente deve amar o que faz (assim como
os professores de qualquer outra faixa etária) e ter muita afetividade e paciência com as
crianças. Deve também ter o magistério ou ter cursado/ estar cursando algum curso
nesta área o que facilita o trabalho com as crianças. Deve também estar sempre se
aperfeiçoando e se atualizando pois somos profissionais desta área e não ‘tias’ que
cuidam das crianças na creche.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“O professor de berçário deve ser calmo, muito afetivo e também deve ter consciência
que o seu ‘papel’ não é apenas cuidar e sim educar também.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Trabalho em uma turma de berçário I, com crianças de 4 meses a 9 meses. É uma
turma tranqüila e a maioria adaptou-se bem à escola.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“Gosto de ser chamada sempre de professora, pois como já falei esta é a nossa função:
educar.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Procuramos sempre manter uma relação clara e verdadeira, tanto na escola quanto
fora dela.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Sou muito satisfeita com meu ambiente de trabalho, amo o que faço e meus alunos. O
que mais me satisfaz é o retorno por parte dos pais, direção e coordenação da escola,
pois assim posso saber se o meu trabalho está sendo bem desenvolvido. O que eu
gostaria de mudar é que acredito que muitos professores estão desatualizados e
deveriam fazer mais cursos, ler materiais para se atualizar.”
66
ANEXO 10
1. Nome:
Nair
2. Idade:
31 anos
3. Filhos:
2 filhos
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há 10 anos. Este é o meu primeiro ano no berçário. Trabalho 6 horas por dia.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Não”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Por gostar muito dos pequeninos, sim pretendo continuar”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Magistério e faço às vezes os cursos, fiz o último no ano passado. Muito amor e
paciência.”
67
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Uma hora por semana, todas nós, mas não ao mesmo tempo.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Desenvolvimento Infantil.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Paciente, amoroso e flexível.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“São bebês muito lindos. Cada um com seu jeito de ser, de pensar, agir e reagir. É uma
turma tranqüila.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“Como eles ainda não falam, o olhar deles com um sorriso é muito fantástico. Os pais
normalmente nos chamam de profes, alguns de tias, mas tenho preferência por isso.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“No geral a relação é muito boa.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Gosto muito de todos os momentos do dia-a-dia. Como estou há pouco tempo, ainda
estou aprendendo muita coisa. Por enquanto o ambiente está muito bom.”
68
ANEXO 11
1. Nome:
Dulce
2. Idade:
35 anos
3. Filhos:
1 filho
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há sete anos. É o terceiro ano em berçário, não seguido. Trabalho 10 horas diárias.
Tenho dois concursos de 27 horas.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Só trabalho aqui.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Gosto de crianças. Direção não, estou no berçário em função da voz a pedido do
otorrino.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Pedagogia na ULBRA. Faço cursos, seminários de Ivoti e do Morro Reuter. Mais a
69
sócio-interacionista, o interesse da criança, se alguma coisa não ta agradando não
adianta continuar.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Tenho sete horas na escola mais as reuniões.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“1º lugar tem que gostar, tem que ir atrás das coisas teóricas, conhecer as crianças em
si e saber um pouco do desenvolvimento das crianças.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Saber o choro, que ela ta solicitando alguma coisa, não dar as coisas deitada, alguns
sintomas de doenças, febre.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Bem calma, dois estão caminhando, um não está conseguindo se deslocar, fica bravo
porque não consegue.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“Uns de profe, outros de tia. Todas as monitoras são tratadas como profe por toda a
experiência que elas têm.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Muito boa, meu dou bem com todos.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Me satisfaz ver o sorriso das crianças, dão abraços, o contato com as crianças. O
ambiente de trabalho é acolhedor, às vezes a jornada é pesada.”
70
ANEXO 12
1. Nome:
Marisa
2. Idade:
49 anos
3. Filhos:
2 filhos
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“16 anos e meio. A maioria do tempo no berçário. Sou monitora e trabalho 44 horas
semanais.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Só trabalho aqui.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Gosto de criança, me sinto em casa. Com a turma ter maior ter autoridade, punho
firme.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Até a 8ª série. Cursos sim. O último foi o Seminário de Ivoti. A gente sempre faz o
71
que é mais adequado às crianças.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Faço uma hora na semana, na escola.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Ter paciência, carinho e essas coisas assim.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Também, a mesma coisa, ter paciência.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Bem legal, bem calma.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“A maioria agora se acostumou a ser chamada de profe.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Eu acho que não tem problema, sempre me dei bem.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Me satisfaz meu serviço e o relacionamento com as colegas. E gostaria de trabalhar só
meio turno.”
72
ANEXO 13
1. Nome:
Deise
2. Idade:
40 anos
3. Filhos:
3 filhos
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há 21 anos, no berçário um ano e dois meses. Sou monitora, 44 horas semanais.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Só trabalho aqui.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Desde pequena gostei de trabalhar com crianças, cuidava dos meus irmãos, era um
sonho desde pequena. Não pretendo trocar.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Até a 8ª série. Seminários e cursinhos, reuniões pedagógicas. Seminário no ano
passado. A gente trabalha para melhorar e ajudar os pais. A gente não tem aquela
73
formação, a gente auxilia o professor.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Eu tenho uma hora por semana.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Saber como tratar os bebês, ser flexível. O estudo é bonitinho. Eu que aprendo com os
bebês, cada criança é diferente da outra. Dar atenção, amor, gostar de estar ali.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Igual.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Tem momentos que eles são agitados, às vezes calmos. Momentos de brincadeiras,
tem vários momentos. Eles querem muita atenção, carinho.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“Tem pais que chamam de tia e outros de profe.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“São boas, eu me dou bem, tento conversar com todas, aceitar sugestões e opiniões. Se
é uma crítica a gente tenta construir, não levar para o outro lado.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Me satisfaz as crianças. E eu mudaria o solário, um espaço, o berçário ainda não saiu
para o pátio pelo menos sair ou levaria o berçário para baixo e ao maiores para cima. O
treinamento não fiz porque eu estava grávida.”
74
ANEXO 14
1. Nome:
Rosane
2. Idade:
40 anos
3. Filhos:
2 filhos
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há 21 anos. 5 anos no berçário, direto. Trabalho 30 horas semanais, sou educadora.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Não, pretendo ficar nessa turma, já fui diretora em outra escola, mas não quero mais.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Quando eu era criança sempre brincava de ser professora. Ela era meu ídolo. Meus
pais acharam que eu tinha que ser teóloga. Fui para o magistério.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
75
“Pedagogia na Unisinos. Sim, Formação continuada dentro da escola. Seminário de
Educação. Não procuro me fixar ao construtivismo, sempre trabalhar dentro de uma
realidade onde a criança possa ir criando, possa aprender... tem o cuidar, não tem como
separar, o bico, o colinho, a percepção. É um processo global, tentar ver a criança como
um todo. Acabo sendo mãe. Muito diferente da escola, a casa é transferida. Muita
emoção, razão-limite. Muito importante trabalhar com o coração, trabalhar dentro da
necessidade.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Sou educadora, tenho uma hora por semana, a gente colhe material, combina alguma
atividade diferente.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“De tudo um pouco, meia psicóloga, meia professora, meia mãe.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Principalmente a faixa de desenvolvimento geral, linguagem motora.
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Um xodó, homogênea, idade próxima, uma turma bem gostosa, estão na mesma fase.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“A maioria profe um ou dois resistem ao tia.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Relação tranqüila, bem a vontade, compartilhamos algumas conquistas.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Me satisfaz o grupo como um todo, maneira aberta, de ser acolhida, a relação de
respeito entre professor e equipe. Não gosto que todo o final do ano tem que escolher
outra turma, gostaria de poder continuar na mesma.”
76
ANEXO 16
1. Nome:
Daiana
2. Idade:
27 anos
3. Filhos:
Grávida
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há 5 anos, 4 anos no berçário, durante 27 horas semanais.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Trabalho em outra escola dando aula de matemática de 5ª série a 8ª série.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Desde pequena, tinha vocação para ser professora, sempre quis dar aula.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Já fui diretora e não quero mais, gosto de dar aula.Tenho magistério, licenciatura em
77
Matemática e Mestrado em Ciências Matemática.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Obedecido os 20% da carga horária, 3 horas e meia. As três professoras fazem o
planejamento, mais as reuniões pedagógicas.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Acho que é 1º o saber lidar, o trato com as crianças, saber a troca de fraldas, dar o
mama, paciência, muito mais calma, diferença do Ensino Fundamental, além de estar
preparada a projetos e leituras. O último mais importante foi o ENEM de Matemática.
Não tem um só, o construtivismo, de deixar brincar, importância, uma mescla, não sigo
uma linha teórica específica.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Calma, paciência, gostar de brincar com o aluno, tem que ter o apego (muito
importante).”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“São bem tranqüilos, tem dois em adaptação, gostam de brinquedos que fazem
barulho.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“Chamam de profe, professora.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Com as colegas, trabalho muito legal, essa diferença monitora, educadora, nos damos
muito na sala com os pais tranqüilo. Um pouco de dificuldade em direção e
coordenação, falo o que eu penso e isso gera alguns conflitos.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Me satisfaz estar este ano com uma turma que eu gosto de trabalhar, as colegas de
sala, o espaço físico, mas eu gostaria que fosse dado mais espaço aos professores para
que possam expressar as suas opiniões e que estas fossem valorizadas.”
78
ANEXO 16
1. Nome:
Isadora
2. Idade:
32 anos
3. Filhos:
3 filhos
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há 6 anos na Educação Infantil e há 4 anos nessa faixa etária.” Trabalho 9:15 por
dia.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Não.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Gostei, sempre gostei, não me vejo fazendo outra coisa.Talvez trabalhar com o pré.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
79
“Magistério e comecei o superior para Educação Infantil e parei por causa dos meus
filhos. Se surgisse algum curso eu faria, sempre participei, mas meus financeiros não
estão permitindo, já estava no Instituto há um ano, não lembro. A linha teórica... gosto
das coisas que Paulo Freire fala, agora não lembro, mas tenho tudo anotadinho no
caderninho lá em casa.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Na hora do intervalo ou quando as crianças estão dormindo.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Tem que saber o que fazer com as crianças, isso que tu quer saber? Saber que tipo de
atividades ara cada nível.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Professor que saiba ser carinhoso, calma, paciência, um bom tanto e que saiba
valorizar cada criança, cada um tem uma personalidade.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“A turma é bem calma, são participativos, gostam de fazer as atividades, se relacionam
bem uns com os outros.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“Alguns chamam de professora, alguns de tias, mais as mães. Gosto de ser chamada de
profe.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Tento me relacionar bem, às vezes surge alguns conflitos.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Me satisfaz o carinho das crianças, o bom relacionamento com algumas colegas, mas
gostaria de ter um pouco mais de autonomia no planejamento, poder escolher o assunto
das atividades e não a coordenadora.”
80
ANEXO 17
1. Nome:
Diná
2. Idade:
50 anos
3. Filhos:
2 filhas
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há 13 naos na Educação Infantil e sempre no berçário. Trabalho 9 horas e 15 por dia.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Não.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Porque eu sempre gostei desde criança, comecei assim por um convite. Eu acho que
no meu caso eu vou seguir, falta pouco para me aposentar. Pretendo ficar no berçário,
tanto é que eu falei para a direção que eu ia ficar se eles me garantissem que eu ia ficar
sempre nesse nível, berçário ou Nível I, me identifico com os bebês.”
81
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Comecei o superior para Educação Infantil e parei. Já participei, só não me lembro a
cidade, há uns três anos atrás e um em Dois Irmãos. A gente sempre trabalha em cima
de projetos.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Nós da sala fazemos durante os momentos de folga.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Eu acho assim que, na Educação Infantil, em primeiro lugar tem que ter muito amor,
carinho, afeto, paciência, cuidar o desenvolvimento da criança, do bem-estar, da saúde,
não só trocar, se ela tem alguma dificuldade, que seja do ambiente agradável, ser
criativa, procurar sempre fazer o melhor para a criança, se a criança tem algum
problema tentar conversar com os pais.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Isso que já foi falado.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Tem 14 crianças, eles agora é uma turma assim, com poucos meses, um está fazendo
adaptação, ta um pouquinho assim bem agitadinho. Crianças que a gente ta observando
porque ta tendo dificuldades, ta sendo encaminhada para o médico porque não ta se
desenvolvendo como deveria.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“A maioria chamam de professora, alguns ainda de tia.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Bom, com os pais a gente tem bastante contato com as mães, facilidade de contato
através da agenda. E com a direção, ela ta sempre aqui de manhã e em reunião de
planejamento.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“O que me satisfaz é ver as crianças bem, chegar aqui de manhã e ver todos eles. Para
mudar teria bastante coisa que poderia mudar, mas a gente tem que se adequar, se a
gente não tem muito recurso, não é como as municipais, fazer a parte da gente, na
82
medida do possível fazer o que a gente pode.”
ANEXO 18
1. Nome:
Cláudia
2. Idade:
26 anos
3. Filhos:
Não
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há 5 anos e sempre nessa faixa etária. Trabalho 9 horas e 15 por dia.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Não.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Antes eu trabalhava na área do calçado, foi para melhorar de vida. Gostaria de
trabalhar só meio turno.”
83
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Fiz a complementação de estudo e agora to cursando Pedagogia. Esse ano não fiz
nenhum curso ainda. Projetos a gente trabalha.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“As profes da sala, fazermos quando eles estão dormindo.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Primeiro lugar tem que ter um dom, gostar de criança e ter um conhecimento na fase
de desenvolvimento das crianças, nessa faixa etária eles precisam de bastante
estímulos.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Professor responsável, que se preocupa com as crianças, com um pouco de
experiência nessa faixa etária.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Eles são bastante ativos, adoram novidades, fazem descobertas, eles gostam da
presença do professor perto deles, de receber carinho, no colo.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“Gosto de ser chamada de profe, alguns chamam de tia.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Procuro sempre ter um bom relacionamento, explico as atividades e desenvolvo.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Satisfaz a troca de carinho, o reconhecimento que os pais têm com a nossa prestação
de serviço. E, talvez mudaria um pouco a valorização, ter mais valorização por parte da
direção e coordenação. Comparação com outras escolas e desvalorização do salário
aqui.”
84
ANEXO 19
1. Nome:
Taís
2. Idade:
33 anos
3. Filhos:
Não
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há seis anos e é o primeiro nessa turma. Trabalho 10 horas por dia.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Não.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Adoro, gosto muito dessa profissão, já trabalhei em comércio, escritório.”
85
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Tenho o magistério e formação superior em História, dou aula de 5ª a 7ª série.
Pretendo futuramente fazer um curso em gestão. Sempre que tenho disponibilidade
estou participando. Fiz o último um curso à distância pela UFRGS, sobre educação. Na
verdade a gente trabalha por projeto, tentando abranger a necessidade das crianças.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Tenho 7 horas de planejamento por semana na escola. Eu faço a parte teórica e
descritiva, a outra profe só acompanha, mas não tem a parte mais efetiva na
elaboração.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Inicialmente gostar do que tu faz, gostar de crianças, o resto vai adquirindo com a
prática.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Não pode entrar no berçário sem ter um suporte, atenta, disposta, aceita a troca,
oferecer alimentação, como lidar com essas crianças, identificar através do choro.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Tenho 10 alunos, turma bem tranqüila, mista de meninos e meninas, uma grande
diferença na idade.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“Estão começando aos poucos me chamando de professora, já teve reunião por isso,
chamar de profe inclusive as que não tem formação, porque elas exercem.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Muito boa, tanto com colegas, direção, pais, sempre apóiam.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Gosto do ambiente de trabalho e mudaria o espaço físico que é muito limitado, a
reestrutura do berçário, é muito quente, brinquedos novos.”
86
ANEXO 20
1. Nome:
Luisa
2. Idade:
21 anos
3. Filhos:
Não
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há 4 anos e meio e, no berçário há 2 anos e meio. Atualmente 8 horas por dia.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Não.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Quando pequena gostava de ensinar e ajudar as demais crianças. Gosto de desafiar e
87
ser desafiada, mas também gostaria de atuar na coordenação pedagógica da Educação
Infantil.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Normal a nível médio e concluindo o superior com licenciatura para Educação
Infantil. Última participação, neste ano em Picada Café, sobre a contação de histórias.
Gosto e procuro seguir a linha sócio-interacionista na qual há interação entre o sujeito,
o meio e o objeto. É preciso conhecer a criança, seu meio, para então desenvolver um
trabalho de qualidade.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Duas vezes por semana, durante três horas cada, mais o planejamento que realizo em
casa, todos os dias. Geralemente eu, mas peço ajuda às colegas.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Em primeiro lugar ter uma formação adequada e querer estar atuando na Educação
Infantil, não apenas para receber o pagamento no final do mês. Conhecer a turma, sua
fase de desenvolvimento, seus saberes além de estar disposto a ir mais além do que
atualmente as professoras estão acostumadas.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Ter a formação específica, saber realizar um planejamento adequado, não se
acomodar, refletir sobre a sua prática, pensar em estratégias de avaliação e a
experiência se adquire com o tempo.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Atualmente tem 8 crianças, carismáticas que estão se desenvolvendo tranqüilamente e
começando a ter novas descobertas, saindo de uma realidade onde só estava previsto o
cuidar.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“De professora.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Muito bem, com todos.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
88
“Me satisfaz os momentos de conversa, rodas de chimarrão, risadas e gostaria de
mudar, urgente, o pensamento de muitas professoras que estão lá somente para o
cuidado.”
ANEXO 21
1. Nome:
Sandra
2. Idade:
21 anos
3. Filhos:
Não
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há três anos e é o primeiro ano nessa faixa etária.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Não”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
“Por gostar de crianças.”
89
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“To cursando o superior, Pedagogia. Participei do curso em Picada Café sobre a
contação de histórias nesse ano. Não tenho linha teórica.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Na escola, durante o intervalo.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Saber cuidar, trabalhar...”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Uma pessoa paciente, tranqüila, calma, com disposição, alegre, inteligente, que goste
de crianças e ao mesmo tempo que seja ágil.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Turma tranqüila, não tem muitas crianças.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“De professora ou pelo meu nome.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Está um pouco ruim, estou saindo da escola.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Gosto do meu trabalho, mas gostaria que tivéssemos um pátio grande e mais apoio da
direção da escola.”
90
ANEXO 22
1. Nome:
Andréia
2. Idade:
32 anos
3. Filhos:
Não
4. Sexo: (analisar a presença/ausência masculina nesse nível de ensino)
Feminino
5. Há quanto tempo atua na educação infantil? E no Berçário? Qual a carga horária de
trabalho na escola?
“Há 10 anos, no berçário sempre fui revezando, então uns 6 pelo menos. Trabalho o dia
todo.”
6. Atualmente está envolvida em outras atividades profissionais? Qual a carga horária?
“Não.”
7. Quais os motivos que desencadearam essa escolha profissional? Pretende continuar
atuando na educação infantil ou almeja atuar em outro nível de ensino/outra função?
91
“Gosto de crianças. Não, quero ficar na Educação Infantil.”
8. Qual a sua formação profissional? Costuma participar de cursos de formação
continuada? Quando foi a última participação? Qual a linha teórica que fundamenta a
sua prática?
“Tenho o magistério e to cursando Pedagogia. Gosto da linha sócio-interacionista.”
9. Como acontece o planejamento? Quem o faz?
“Nos momentos de folga no trabalho, às vezes em casa.”
10. Na sua opinião, quais os saberes necessários à docência na Educação Infantil?
“Precisa ter um pouco de teoria e de experiência, saber o que dar para as crianças.”
11. Qual deve ser o perfil do(a) professor(a) de Berçário?
“Calmo, paciente, atencioso, disposto a realizar as atividades propostas pela escola.”
12. Relate sobre a turma com a qual você trabalha.
“Turma tranqüila, tem 6 crianças, gostam de atenção e carinho.”
13. Como você gosta de ser chamada pelas crianças? E pelos pais?
“De professora ou pelo meu nome.”
14. Relate sobre as relações/comunicações no ambiente de trabalho: com a equipe
diretiva, com as crianças, com colegas de trabalho, com pais.
“Me dou super bem.”
15. O que te satisfaz e o que você gostaria de mudar em seu ambiente de trabalho?
“Gosto de tudo, não penso em mudar alguma coisa.”
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
Download

licenciatura para educação infantil lilian dietrich professora