Anita Garibaldi SEBRAE 2013 © 2013 SEBRAE/SC Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina. Todos os direitos reservados e protegidos por lei de 19/02/1998. Nenhuma parte deste material, sem autorização prévia por escrito do SEBRAE, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. LEVANTAMENTO DE DADOS, CONSULTORIA TÉCNICA E DESIGN GRÁFICO Foco Opinião e Mercado S491s SEBRAE/SC Panorama para Novas Oportunidades de Negócio: Anita Garibaldi/ SEBRAE/SC._Anita Garibaldi: SEBRAE/SC, 2013. 68p. 1. Estudos e Pesquisas. 2. SEBRAE. I. Cândido, Marcondes da Silva. II. Ferreira, Cláudio. III. Brito, Ricardo Monguilhott. IV. Zanuzzi, Fábio Burigo V. Pirmann, Celso Orlando. CDU : 338 (816.4 Anita Garibaldi) GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA Raimundo Colombo - Governador do Estado de Santa Catarina Eduardo Pinho Moreira - Vice-Governador do Estado de Santa Catarina Lucia Gomes Vieira Dellagnelo - Secretária de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável Almir Hamad - Diretor de Desenvolvimento Econômico Márcia Helena Alves - Gerente de Desenvolvimento Econômico Sustentável CONSELHO DELIBERATIVO DO SEBRAE/SC Alcantaro Corrêa - Presidente do Conselho Deliberativo Sérgio Alexandre Medeiros - Vice-Presidente do Conselho Deliberativo ENTIDADES Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina – FAESC Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina – FAMPESC Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina – FCDL Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina – FIESC Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina – FECOMÉRCIO Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina – BADESC Banco do Brasil S.A. – BB Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE Caixa Econômica Federal – CAIXA Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras – CERTI Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável – SDS Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI/DR-SC Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC DIRETORIA EXECUTIVA DO SEBRAE/SC Carlos Guilherme Zigelli - Diretor Superintendente Anacleto Angelo Ortigara - Diretor Técnico Sérgio Fernandes Cardoso - Diretor Administrativo Financeiro ORGANIZAÇÃO Ricardo Monguilhott de Brito - Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo - UAC Marcondes da Silva Cândido - Gerente da Unidade de Gestão Estratégica - UGE Fábio Burigo Zanuzzi - Coordenador do Núcleo de Agronegócios e Desenvolvimento Territorial - UAC Cláudio Ferreira - Analista Técnico – UGE Celso Orlando Pirmann – Analista Técnico – UGE O estado de Santa Catarina possui um perfil diversificado: uma agricultura forte, baseada em minifúndios rurais, dividindo espaço com um parque industrial atuante, considerado o quarto maior do país. Indústrias de grande porte e milhares de pequenas empresas espalham-se, fazendo do estado de Santa Catarina a sétima maior economia brasileira pelo tamanho de seu Produto Interno Bruto. O dinamismo da economia catarinense reflete-se em índices elevados de crescimento, alfabetização, emprego e renda per capita, significativamente superiores à média nacional, garantindo uma melhor qualidade de vida aos que aqui vivem, mas com contrastes quanto ao desenvolvimento socioeconômico de seus municípios. APRESENTAÇÃO APRESENTAÇÃO Estamos num momento de incertezas na economia global e o mercado local já não apresenta os mesmos índices de crescimento de anos anteriores, o que afeta economias industrializadas como a nossa. Por outro lado, a indústria catarinense atingiu um padrão de categoria mundial, o que permite integrar fortemente as novas cadeias produtivas globais que se organizaram. No entanto, a competitividade atingida pelas grandes indústrias não é suficiente para garantir que novos desafios sejam superados; é preciso que, além da melhoria do ambiente econômico, exista um tratamento diferenciado às pequenas indústrias para que melhorem o desempenho operacional e acompanhem as grandes empresas neste processo de expansão da economia catarinense. Como resposta a esse cenário, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável – SDS e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina – SEBRAE/ SC desenvolveram, e estão implantando, o Programa Nova Economia @ SC - Programa de Revitalização da Economia Catarinense na forma de quatro projetos distintos e complementares, que interagem entre si de forma sistêmica, sendo composto pelos seguintes projetos: Projeto Juro Zero – Microcrédito Projeto Polos Setoriais Industriais já Existentes Projeto Polos Multi - Setoriais em Áreas de Baixo Desenvolvimento Econômico Projeto Polos Setoriais Ligados à Economia Verde O estudo “Panorama para Novas Oportunidades em Anita Garibaldi”, ora apresentado, vêm atender ao Projeto Polos Multi - Setoriais em Áreas de Baixo Desenvolvimento Econômico, que visa à preparação de um ambiente que proporcione o desenvolvimento socioeconômico dos territórios que apresentam baixo índice de desenvolvimento humano (IDH) de SC, por meio do estímulo e incentivo à criação e ao desenvolvimento de pequenos negócios, das competências e habilidades empresariais, mediante a participação da comunidade local e a articulação de parcerias institucionais públicas e privadas. Para atender, em parte, a essas necessidades, esta publicação aponta a percepção da comunidade local sobre o desenvolvimento econômico do município quanto às oportunidades e mesmo suas ameaças. Dessa forma será possível conhecer o cenário de atuação que se deseja transformar, contribuindo com todos os agentes indutores de desenvolvimento local interessados em investir no município de Anita Garibaldi. LUCIA GOMES VIEIRA DELLAGNELO Secretária de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável - SDS CARLOS GUILHERME ZIGELLI Diretor Superintendente do SEBRAE/SC SUMÁRIO APRESENTAÇÃO3 1 O PROGRAMA NOVA ECONOMIA@SC 5 2 NOTAS METODOLÓGICAS 6 2.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS 7 3 ASPECTOS GERAIS DO MUNICÍPIO 9 3.1 LOCALIZAÇÃO 9 3.2 POPULAÇÃO 10 3.3 DESENVOLVIMENTO HUMANO E SOCIAL 11 3.4 ECONOMIA E MERCADO 13 4 MERCADO LOCAL 17 4.1 PONTOS FORTES DA ECONOMIA LOCAL 19 4.1.1 O AGRONEGÓCIO 19 4.1.2 A INDÚSTRIA 20 4.1.3 O COMÉRCIO 21 4.1.4 OS SERVIÇOS 21 4.2 O HUMOR DO EMPRESÁRIO 22 4.2.1 A VISÃO PESSIMISTA 22 4.2.2 A VISÃO OTIMISTA 24 5 CARÊNCIAS E DEMANDAS 27 5.1 CARÊNCIAS NA INDÚSTRIA 28 5.2 CARÊNCIAS NO COMÉRCIO 30 5.3 CARÊNCIAS NOS SERVIÇOS 32 5.4 CARÊNCIAS NO AGRONEGÓCIO 36 5.5 IMPEDIMENTOS AO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS NEGÓCIOS 37 6 FORÇAS E FRAQUEZAS 44 7 EIXOS COM POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO 47 7.1 A VOCAÇÃO DO MUNICÍPIO 47 7.2 EIXOS DE DESENVOLVIMENTO NOS SETORES 49 8 OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS POR SETOR E ATIVIDADE 51 9 PASSO A PASSO PARA ABERTURA DE UM NEGÓCIO 55 9.1 ETAPA 1: IDENTIFICANDO UMA BOA IDEIA DE NEGÓCIO 55 9.1.1 AVALIANDO OS RESULTADOS 57 9.2 ETAPA 2: VERIFICANDO A VIABILIDADE DO NEGÓCIO 57 9.2.1 COLETA DE DADOS 57 9.2.2 ELABORAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS 59 9.3 ETAPA 3: FORMALIZANDO O NEGÓCIO 59 9.3.1 PASSO 1: ORIENTAÇÃO EMPRESARIAL 60 9.3.2 PASSO 2: CONSULTA PRÉVIA DO LOCAL 60 9.3.3 PASSO 3: BUSCA PRÉVIA PELO NOME DA EMPRESA 60 9.3.4 PASSO 4: CADASTRO SINCRONIZADO NACIONAL 60 9.3.5 PASSO 5: LICENÇAS DE FUNCIONAMENTO 60 ANEXO 1 - PERFIL DOS ENTREVISTADOS 62 LISTA DE TABELAS 64 LISTA DE FIGURAS 65 LISTA DE GRÁFICOS 66 O Programa Nova Economia@SC é uma parceria do SEBRAE/SC com o Governo do Estado de Santa Catarina, através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável - SDS, que visa aumentar a competitividade da economia catarinense. O programa é composto por quatro projetos: a) Juro Zero (microcrédito), b) Polos Setoriais Ligados à Economia Verde, c) Polos Multisetoriais em Áreas de Baixo Desenvolvimento Econômico (IDH) e d) Polos Setoriais Industriais Existentes. O projeto de Polos Multisetoriais em Áreas de Baixo Desenvolvimento Econômico busca preparar um ambiente favorável ao desenvolvimento dos municípios catarinenses, preferencialmente os de menor densidade econômica, por intermédio do estímulo e incentivo à criação e sustentabilidade dos pequenos negócios, com a participação da comunidade local e mediante a articulação de parcerias institucionais públicas e privadas. O projeto prevê a realização de diversas ações, demonstradas no fluxograma a seguir. SENSIBILIZAÇÃO / ADESÃO LEVANTAMENTO DADOS SECUNDÁRIOS LEVANTAMENTO DAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS ELABORAÇÃO DO PLAN. DESENVOLVIMENTO ATENDIMENTO INDIVIDUAL AVALIAÇÃO FINAL ATENDIMENTO COLETIVO PLANOS DE AÇÃO COM BASE NO EIXO ECONÔMICO IMPLEMENTAÇÃO LEI GERAL INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE: econômicos, sociais e ambientais Para alimentar e direcionar as ações a serem desenvolvidas pelo SEBRAE/SC nestes municípios, fez-se necessário conhecer a realidade local, suas demandas e suas oportunidades. Neste sentido foi realizado, entre outros estudos, o estudo “Levantamento das Oportunidades de Negócio”, do qual trata este documento. 5 NOVA ECONOMIA 1 O PROGRAMA NOVA ECONOMIA@SC O objetivo geral do “Levantamento das Oportunidades de Negócio”, é sugerir possíveis investimentos no território, através da leitura e da análise dos seus aspectos potenciais e limitativos e pela identificação dos seus vazios econômicos. Nesse contexto, os objetivos específicos são os seguintes: • Apresentar um panorama das condições demográficas, sociais, empresariais e econômicas do município de Anita Garibaldi; • Analisar os aspectos relativos à dinâmica do mercado local, tanto pelo prisma da oferta como pelo da demanda; • Avaliar os vazios econômicos existentes (inexistência ou possibilidade de complementaridade de negócios); • Identificar se há empresas instaladas ou em instalação, indutoras de demandas diretas ou indiretas que impactem significativamente no município; • Verificar as disponibilidades de matérias-primas e suas possibilidades de beneficiamento; • Averiguar a disponibilidade de mão de obra local e sua qualificação; • Definir eixos de desenvolvimento com potencial no território, bem como, oportunidades por atividades que possibilitem a expansão ou abertura de novos negócios. Cabe ressaltar, que as sugestões apontadas nesse estudo, requerem, anteriormente a decisão de investir, um aprofundamento da investigação para determinação da viabilidade econômico financeira. 2 NOTAS METODOLÓGICAS O estudo foi realizado através do levantamento de dados primários e secundários. Os dados secundários são oriundos da sistematização de informações disponibilizadas por fontes fidedignas e de acesso público junto a órgãos especializados, como IBGE, o próprio SEBRAE/SC e diversas fontes oficiais. Já os dados primários foram obtidos por “pesquisa de caráter qualitativo”, realizada por levantamento amostral, sendo a coleta executada através de entrevistas pessoais em profundidade e gravadas. A amostra foi integrada por representantes de diferentes segmentos da população ou áreas de atuação no município, isto é, pelo poder público municipal, por empresas privadas (indústria, comércio, serviços), por representantes do setor de agronegócios, por associações ou entidades organizadas, pela população local e por visitantes. 6 Por se tratar de uma pesquisa em profundidade, que visa reduzir a incerteza a respeito dos seus objetivos, foi de fundamental importância que os entrevistados selecionados se caracterizassem como essenciais para o esclarecimento do assunto. Por conta disto, para a realização deste estudo, adotou-se uma amostragem não probabilística e a seleção dos sujeitos levou em consideração os critérios de acessibilidade e intencionalidade (neste caso consideradas as lideranças dos segmentos supracitados). Além disso, a escolha dos mesmos utilizou o estudo dos dados secundários, que apontou quais os setores têm maior representatividade local, as sugestões dos colaboradores do SEBRAE/SC e a indicação de lideranças da cidade, totalizando assim, 36 (trinta e seis) entrevistas. A coleta de dados ocorreu no período de 22 a 24 de maio de 2013. 2.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS Para exemplificar a análise realizada, o texto é ilustrado com falas dos entrevistados, as quais estão reproduzidas de maneira fidedigna, de forma a não comprometer a interpretação e credibilidade das informações obtidas nos dados, levando em consideração que a natureza da pesquisa é qualitativa. As falas omitidas são representadas pelo símbolo [...], quando estas estão no meio da conversação, e por reticências tanto no inicio quanto no final da fala representam que há informação apenas antes ou depois do ponto de referência. Os percentuais referentes às respostas da pesquisa não podem ser inferidos para o município de Anita Garibaldi e não possuem embasamento estatístico. Trata-se de pesquisa qualitativa e as distribuições de frequência representam as respostas, apenas, dos entrevistados na pesquisa. Os dados oficiais do município, apresentados nos capítulos 3 e 4 deste documento estão baseados em fontes oficiais e referem-se a dados formais, de modo que empresas, empregos, atividades econômicas e outras informações de natureza informal não são contabilizadas. Os resultados da pesquisa estão dispostos em 7 (sete) capítulos, são eles: • • • • • • • Aspectos gerais do município; Mercado local; Carências e demandas; Forças e fraquezas; Eixos com potencial de desenvolvimento; Matriz de Oportunidades de Negócios por setor e atividade; Passo a passo para a abertura de um negócio. 7 ASPECTOS GERAIS DO MUNICÍPIO Este capítulo apresenta um panorama populacional, social e econômico do município, baseado em dados secundários extraídos de fontes de consulta pública. A íntegra de dados oficiais a respeito do município pode ser encontrada na publicação Santa Catarina em Números. 8 3.1 LOCALIZAÇÃO O município de Anita Garibaldi está localizado na Região Serrana do Estado de Santa Catarina, distante 322 km da capital. Possui área de 589 km2 e altitude de 885 m acima do nível do mar. Figura 1 – Localização do município, em 2013 Fonte: Mapa Interativo de Santa Catarina. CIASC, 2013 Figura 2 – Mapa do município, em 2013 Fonte: Dados cartográficos, Google, 2013. 9 ASPECTOS GERAIS 3 ASPECTOS GERAIS DO MUNICÍPIO 3.2 POPULAÇÃO Fundado em 17 de julho de 1961, o município de Anita Garibaldi foi colonizado por descendentes de italianos e alemães. Segundo dados do Censo do IBGE, a população totalizou 8.623 habitantes no ano de 2010. O crescimento populacional registrou taxa negativa de -1,61% ao ano desde o último censo (ano 2000), e a densidade demográfica era de 14,7 habitantes/km2 em 2010. Tabela 1 - População e taxa de crescimento, em Anita Garibaldi, no período de 1980 a 2010 Ano População 2010 2000 1991 1980 8.623 10.273 11.021 15.803 Taxa de crescimento anual* Densidade demográfica -1,61% 14,7 16,9 17,3 20,2 Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 *Taxa de Crescimento calculada entre os anos de 2000 e 2010 Na distribuição populacional por gênero, segundo dados do IBGE extraídos do Censo Populacional 2010, os homens totalizavam 50,33% e as mulheres somavam 49,67%. A maioria da população era urbana, representando 52,8% do total. Tabela 2 - Participacão relativa da população residente por localização do domicílio e gênero, em Anita Garibaldi, no período 1980 a 2010 Ano 2010 2000 1991 1980 Gênero Homens Mulheres 4.340 4.283 5.210 5.063 5.531 5.490 8.113 7.690 Localidade Urbana Rural 4.551 4.072 4.188 6.085 3.477 7.544 3.466 12.337 Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 10 3.3 DESENVOLVIMENTO HUMANO E SOCIAL O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é uma medida resumida do progresso em longo prazo, em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde. O IDH Municipal (IDH-M) de Anita Garibaldi, no ano de 2010, era de 0,688, posicionando o município na 256ª colocação em relação ao estado, valor 11,1% menor que o índice de Santa Catarina e 5,4% menor que o índice brasileiro no mesmo ano. Tabela 3 - Índice de Desenvolvimento Humano no período de 1970 a 2010 Ano Educação Longevidade Renda 1970 1980 1991 2000 2010 Evolução 1970/2010 0,497 0,579 0,671 0,825 0,592 0,423 0,621 0,724 0,806 0,826 0,158 0,373 0,505 0,618 0,667 IDH Municipal 0,359 0,524 0,633 0,750 0,688 19,11% 95,27% 322,15% 91,64% IDH Estadual IDH Nacional 0,477 0,734 0,785 0,822 0,774 0,462 0,685 0,742 0,766 0,727 62,26% 50,83% Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 Segundo o IPEA, o Índice de GINI é um instrumento para medir o grau de concentração de renda, apontando a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um, no qual o valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda, restando o valor um no extremo oposto, ou, seja uma só pessoa detém toda a riqueza. O município de Aniita Garibaldi registrou Gráfico 1 - Coeficiente de Gini coeficiente de Gini de 0,507 em 2010, indicando renda mais concentrada do que a do Estado de Santa Catarina (Coeficiente de Gini de Santa Catarina era igual a 0,44), porém menos concentrada que a verificada em níveis nacionais (Coeficiente de Gini do Brasil era igual a 0,52 no mesmo ano). Anita garibaldi Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 11 Segundo os dados do Censo 2010, o Município de Anita Garibaldi possuía a incidência de 8,8% da população com renda familiar per capita de até R$ 70,00, 21,9% com renda familiar per capita de até 1/2 salário mínimo e 47,4% da população com renda familiar per capita de até 1/4 salário mínimo. Desta forma, em Anita Garibaldi, 78,1% das famílias possuíam renda mensal de até ½ salário mínimo. A figura a seguir demonstra um panorama dos municípios catarinenses frente à incidência da extrema pobreza, ou seja, com renda familiar per capita de até R$ 70,00. Figura 3 - Mapa de extrema pobreza e desigualdade dos municípios catarinenses, em 2010 Fonte: Elaborado pelo SEBRAE com base nos dados do Censo Demográfico IBGE - 2010 12 3.4 ECONOMIA E MERCADO O PIB catarinense atingiu o montante de R$129,8 bilhões em 2009, assegurando ao Estado a manutenção da 8ª posição relativa no ranking nacional, de acordo com dados do IBGE e da Secretaria de Estado do Planejamento de Santa Catarina. No mesmo ano, Anita Garibaldi aparece na 187ª posição do ranking estadual, respondendo por 0,06% da composição do PIB catarinense. O município de Anita Garibaldi, em 2009, possuía um PIB per capita da ordem de R$ 7.888,72, colocando-o na 287ª posição do ranking estadual. No período de 2002 a 2009, o PIB per capita do município apresentou evolução de 101,92% contra 110,42% da média catarinense.1 Tabela 4 - Produto interno bruto de Anita Garibaldi e PIB per capita no período de 2002 a 2009 PIB (em milhões de Período reais) de Anita Posição Estadual Garibaldi 2002 39,8 170ª 2003 49,6 170ª 2004 48,4 181ª 2005 53,5 178ª 2006 52,2 177ª 2007 57,6 183ª 2008 69,8 186ª 2009 72,6 187ª Regrediu 17 Evolução 82,38% posições 2002/2009 PIB per capita (R$) Anita Garibaldi 3.906,90 4.884,19 4.776,62 5.284,65 5.225,77 6.317,77 7.494,27 7.888,72 101,92% Posição Estadual 286ª 286ª 287ª 288ª 289ª 289ª 288ª 287ª Regrediu 1 posição Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 13 Com relação à renda média familiar, em 2010, as famílias do município registraram rendimento de R$ 1.558,6/mês, 35,1% abaixo do total registrado junto às famílias catarinenses. Considerando a evolução dos últimos 10 anos, Anita Garibaldi regrediu 2 posições no ranking estadual. Tabela 5 - Rendimento Familiar Médio e posição do Município no Estado, em 2000 e 2010 Ano Anita Garibaldi (R$/mês) 2000 2010 587,2 1.558,60 Santa Catarina (R$/mês) 1.205,90 2.400,70 Posição do município no Estado 269ª 271ª Fonte: Instituto Brasielro de Geografia e Estatística (IBGE), 2010 O valor médio de salários praticados no município de Anita Garibaldi, em 2011, foi 32% menor que a média praticada em Santa Catarina e 40% menor que a média do Brasil para o mesmo ano. Tabela 6 - Salários Médios em Anita Garibaldi, Santa Catarina, no período de 2007 a 2011 Ano 2007 2008 2009 2010 2011 Anita Garibaldi (R$/mês) 1.340,55 1.548,86 879,06 964,78 1.095,86 Santa Catarina (R$/mês) 1.149,24 1,253,73 1.344,33 1.485,66 1.620,42 Brasil (R$/mês) 1.301,87 1.436,70 1.535,74 1.674,99 1.827,45 Fonte: MTE, Relação Anual de Informações Sociais, 2010 Em 2010, o consumo per capita anual de R$ 6.492,47 por habitante posicionou Anita Garibaldi 50,5% abaixo do consumo per capita do Estado de Santa Catarina e 50,0% abaixo do desempenho de consumo per capita do Brasil. Além disso, enquanto o consumo per capita urbano do município em 2010 foi de R$ 9.047,14, o rural ficou 60% abaixo. Gráfico 2 - Consumo per capita R$/ano por habitante em Anita Garibaldi, Santa Catarina e Brasil, em 2010 13.124,79 12.978,54 9.325,88 6.492,47 Anita Garibaldi Região Serrana Santa Catarina Brasil Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 14 Avaliando o perfil dos domicílios no município sob o aspecto de rendimento financeiro, Anita Garibaldi possuía, em 2011, o maior número de domicílios urbanos com rendimentos na classe C2, contabilizando todas as residências, e o menor número na classe A1, conforme apresenta a tabela a seguir. Tabela 7 - Número de domicílios urbanos por classe economica em Anita Garibaldi e Santa Catarina, em 2010 Classes A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E Valor de referência (R$) 14.250 7.557 3.944 2.256 1.318 861 549 329 Anita Garibaldi Santa Catarina 0,21% 1,27% 4,67% 13,01% 26,45% 32,04% 21,00% 1,34% 0,6% 4,0% 11,7% 24,3% 27,2% 19,1% 12,6% 0,6% Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 15 MERCADO LOCAL Este capítulo apresenta um panorama do mercado local baseado em dados secundários a respeito das empresas, empregos e atividades econômicas desenvolvidas no município. Além disso, apresenta os pontos fortes da economia local e o humor do empresário baseado nos resultados apurados das entrevistas realizadas com o empresariado e lideranças locais. 16 MERCADO LOCAL 4 MERCADO LOCAL Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, no ano de 2011, Santa Catarina possuía um total de 403.949 empresas formalmente estabelecidas. Estas empresas, tomando como referência o mês de dezembro de 2011, foram responsáveis por 2.061.577 empregos com carteira assinada. Em Anita Garibaldi, existiam no mesmo ano 340 empresas formais, as quais geraram 1.030 postos de trabalho com carteira assinada. Considerando a evolução ao longo do período de 2008 a 2011, entretanto, a taxa absoluta de criação de empresas no município foi negativa em -2,86% e a de empregos positiva em 11,23%. Gráfico 3 - Número de taxa de criação de empregos e empresas formais em Anita Garibaldi Número Taxa acumulada de criação no período de 2008 a 2011 Empresas Empresas EMPRESAS Empresas Empresas 15,77% 306 329 350 368 331 10,39% 340 4,12% -2,86% 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Anita Garibaldi Região Serrana Empregos Santa Catarina Brasil Empregos EMPREGOS Empregos 955 913 926 896 915 Empregos 1.030 15,98% 11,23% 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Anita Garibaldi 18,87% 12,75% Região Serrana Santa Catarina Brasil Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 17 No que se refere ao recorte setorial em 2011, o setor terciário (serviços) era o mais representativo em número de empresas, assim como na geração de empregos. Gráfico 4 - Número de empregos e empresas formais em Anita Garibaldi, segundo setor, em 2011 Empresas Empregos 494 125 35 Primário 287 154 26 213 36 Secundário Terciário Comércio Terciário Serviços Primário Secundário Terciário Comércio Terciário Serviços Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 A tabela a seguir apresenta o número de empresas e empregos de Anita Garibaldi, organizadas segundo seções da CNAE e o seu respectivo porte, tomando por referência o ano de 2011. Tabela 8 - Número de empresas e empregos de Anita Garibaldi, em 2011 Seção de Atividade Econômica segundo classificação CNAE – versão 2.0 Empresas Empregos Número Part. (%) Número Part. (%) 35 10,29 36 3,5 Seção A Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aqüicultura Seção B Indústrias extrativas - - - - Seção C Indústrias da transformação 22 6,47 284 27,57 Seção D Eletricidade e gás 1 0,29 - - Seção E Água, esgoto, atividades de descontaminação de resíduos 2 0,59 3 0,29 Seção F Construção 1 0,29 - - Seção G Comércio; reparação de veículos automotores e bicicletas 125 36,76 213 20,68 Seção H Transporte, armazenagem e correio 19 5,59 11 1,07 Seção I Hospedagem e alimentação 16 4,71 13 1,26 Seção J Informação e comunicação 2 0,59 5 0,49 Seção K Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados 1 0,29 9 0,87 Seção L Atividades imobiliárias - - - - Seção M Atividades profissionais, científicas e técnicas 10 2,94 29 2,82 Seção N Atividades administrativas e serviços complementares 5 1,47 4 0,39 Seção O Administração pública, defesa e seguridade social 3 0,88 360 34,95 Seção P Educação 4 1,18 5 0,49 Seção Q Saúde humana e serviços sociais 7 2,06 23 2,23 Seção R Artes, cultura, esporte e recreação 6 1,76 11 1,07 Seção S Outras atividades de serviços 77 22,65 23 2,23 Seção T Serviços domésticos 4 1,18 1 0,1 Seção U Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais - - - 340 100% 1.030 Total 100% Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013 18 4.1 PONTOS FORTES DA ECONOMIA LOCAL A economia do município de Anita Garibaldi é movida pelo agronegócio segundo opinião da maioria do empresariado e lideranças locais (75,0%). Apesar de todos os setores terem alguma representatividade, os demais setores são pouco expressivos no cenário econômico local, sendo que a indústria aparece com 22,2%; o comércio, com 25,0% e o setor de serviços, com apenas 2,8% de menções por parte dos respondentes. Tabela 9 - Setor da Economia Setor Agronegócio Indústria Comércio Serviços Frequência de menções 75,0% 22,2% 25,0% 2,8% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 4.1.1 O AGRONEGÓCIO O agronegócio é a mola propulsora do desenvolvimento econômico do município de Anita Garibaldi (75,0%). O que move a economia da cidade é a pecuária do leite (55,6%) e a de corte (47,2%), além dos cultivos do milho (16,7%), do feijão (13,9%) e de cereais (11,1%). “Hoje nós temos uma ala bem crescente no nosso município, que até faz parte da nossa cooperativa que é a agricultura orgânica, que é a agricultura de orgânicos que é a produção de legumes, frutas, cereais e até a própria carne orgânica já, é um setor que está crescendo bastante, devido a porcentagem de lucro que a pessoa tem por ser produtor orgânico, se o seu produto é orgânico você tem trinta por cento acima no mercado, então isso está crescendo bastante, não tanto na questão comercial, mas também na questão de consciência das pessoas.” “Tem o gado, tem o leite, têm também as plantações, soja, milho, seria isso mais ou menos.” “Gado, o pessoal cria o boi para confinamento, para corte final, e também a vaca para ter o terneiro. Na agricultura é mais milho e feijão, agora o pessoal está indo bastante para a parte de soja também, tem algumas lavouras com soja na nossa região.” Outras culturas também recebem destaque entre os entrevistados, dentre as quais vale citar o plantio do pinus, para reflorestamento (5,6%), o cultivo da soja (5,6%), de produtores orgânicos (2,8%), da abóbora (2,8%), do morango (2,8%), do fumo (2,8%), da uva (2,8%) e, por fim, da fruticultura (2,8%). “Dentro da pecuária? Pois é, dentro da pecuária é a criação de gado, né. Porque a pecuária mesmo é a criação de gado, então é a criação de gado que mais se desenvolve.” “A agricultura e a pecuária. A produção de gado, principalmente de gado leiteiro, que essa renda segura o pessoal do interior. E depois disso aí, a renda do nosso município é alguma coisa da empresa, mas é aposentado e funcionário público.” “Ah o pessoal aqui trabalha bastante com feijão e a pecuária, tem muita, mas tem também o pequeno agricultor que também trabalha com a pecuária.” “São esses dois, agricultura e pecuária, porque hoje devido a esses dois fatores, preço do mantimento muito alto para tu comprares, para tu adquirires e para tu venderes muito baixo, daí, não tem questão que aguente, tu vais pagar no saco de milho para plantar 400 reais e tu vais vender a 25, 28, 30.” 19 Tabela 10 - atividades dentro do setor agronegócio Frequência de menções Setor Agronegócio 75,0% Atividades Pecuária do leite Pecuária de corte Cultivo do milho Cultivo do feijão Produção de cereais Plantio de reflorestamento Cultivo da soja Cultivo de orgânicos Fruticultura Cultivo da abóbora Cultivo do morango Cultivo do fumo Cultivo da uva Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado Frequência de menções 55,6% 47,2% 16,7% 13,9% 11,1% 5,6% 5,6% 2,8% 2,8% 2,8% 2,8% 2,8% 2,8% 4.1.2 A INDÚSTRIA A indústria, mencionada por apenas 22,2% dos consultados, tem seu foco direcionado para a única indústria representativa dentro do setor: a fábrica de cortinas Racci (22,2%). Trata-se de um setor em desenvolvimento e que precisa se estruturar para receber o devido destaque no cenário econômico local. Contudo, há oportunidades a serem exploradas. Para isso, a base de seu desenvolvimento será a própria matéria-prima produzida localmente, oriunda do agronegócio. Tabela 11 - atividades dentro do setor agronegócio Setor Indústria Frequência de Atividades menções 22,2% Fábrica de cortinas (Cortinas Racci) Frequência de menções 22,2% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado “A fábrica de cortinas, né? E o próprio comércio do município que é um dos maiores que gera emprego no município.” “Essa fábrica de cortinas.” “Setores mais fortes da economia? Ah, eu acho que hoje nós temos a própria fabrica de cortina que hoje gerou muitos empregos, então eu acho que a saída seria por ai, né? Até porque uma pessoa lá de Blumenau, um filho dessa terra aqui, que decidiu investir aqui, eu acho que direta ou indiretamente ele tem aí trezentos, quatrocentos funcionários empregados e que deu certo, inclusive que ele tem intenção de aumentar mais a produção e aumentar mais emprego, essa daí foi a grande salvação do nosso município foi justamente na época que os jovens estavam indo embora para outros municípios e foi o que segurou, então tem um campo muito grande para investirem aí, para trazer empregos para a cidade melhorar, então hoje o ponto positivo é realmente seria gerar emprego...” 20 4.1.3 O COMÉRCIO O setor do comércio da cidade de Anita Garibaldi é o segundo segmento mais representativo da economia local, o qual está bastante desenvolvido e, em alguns ramos de atividade, encontra-se até saturado. Os segmentos mais representativos são as lojas de vestuário (8,3%), os supermercados (5,6%) e as lojas de móveis (2,8%) e eletrodomésticos (2,8%). Contudo, o comércio ainda precisa ser fomentado, visto que muitas pessoas ainda se deslocam para municípios vizinhos para realizar suas compras em razão dos preços praticados internamente. “Olha, o nosso comércio até para o tamanho da nossa cidade ele está satisfatório, eu acho, porque também não adianta ter um comércio muito grande se não vai ter quem vai comprar.” “O comércio é mais ou menos um pólo aqui, vem pessoas do Rio Grande, de Celso Ramos, de Cerro Negro, de Abdon, o comércio é bom aqui, mas ainda não é o ideal...”. “O comércio, vestuário tem bastante, e está forte e a cada dia está abrindo mais e estão se sustentando por que está bom o movimento, né?” “Acho que a linha que mais tem no comércio é a linha de roupas. Roupa é o que mais tem nas lojas. Onde você for tem uma loja de roupa.” Tabela 12 - Atividades dentro do setor comércio Frequência de menções Setor Comércio 25,0% Atividades Loja de vestuário Supermercado Loja de móveis Loja de eletrodomésticos Frequência de menções 8,3% 5,6% 2,8% 2,8% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 4.1.4 OS SERVIÇOS O setor de serviços, não apresenta grande expressão na visão dos entrevistados (2,8%). Entende-se que o setor de serviços também vai se desenvolver, sendo somente uma questão de tempo, pois o segmento ainda precisa se estruturar. O único destaque pontuado entre os entrevistados é a construção civil (2,8%). “Esse ramo é um ramo que também cresceu, construção, hoje em dia graças a deus não para, eu acredito que são os mais que funcionam.” 21 Tabela 13 - Atividades dentro do setor Serviço Frequência de Atividades menções 2,8% Serviços da construção civil Setor Serviços Frequência de menções 2,8% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 4.2 O HUMOR DO EMPRESÁRIO O empresariado do município de Anita Garibaldi se mostra pessimista em relação à situação atual de desenvolvimento do município. Para apenas 27,8% dos respondentes o município se encontra em crescimento, para os demais 69,5% dos entrevistados, o município se encontra em movimento declinatório ou estagnado, conforme se verifica na tabela abaixo: Tabela 14 - Situação atual do município de Anita Garibaldi Opção O município está em crescimento O município está estagnado O município está em declínio Não sabe responder Frequência de menções 27,8% 52,8% 16,7% 2,8% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 4.2.1 A VISÃO PESSIMISTA Os 69,5% que consideram o município de Anita Garibaldi em estado de estagnação ou declínio entendem que essa situação se deve à falta de indústrias/agroindústrias e empresas em geral no município (25,0%) e, consequentemente, à falta de oportunidades de emprego (25,0%), principalmente para os jovens e/ou filhos de pequenos produtores que deixam o interior para estudar e não mais retornam em razão da falta de perspectivas. “Na verdade hoje ele está estabilizado, e parte de declínio, pois nós tivemos uma perda com as barragens quando eles tiraram, em torno de 300 famílias do nosso município e o nosso movimento, na parte econômica nós perdemos muita gente.” “Está em declínio? O motivo é, nós não temos indústrias, poucas indústrias no município e não agrega como fonte de renda, como agricultura e indústria, nós temos a agricultura familiar, pequena, né? Devido ao nosso município não oferecer condições de ter, de fazer granjas, como por exemplo, plantar em alta escala, pequenas famílias trabalhando, e a nossa mão de obra qualificada que são os jovens hoje estão saindo para os grandes centros para trabalhar.” “É o que município aqui passou por um período assim de euforia econômica com a construção das hidroelétricas, foram construídas duas hidroelétricas ao redor do município, e foi um período que teve certo avanço e só que não foi preparado para o pós-barragem, então agora a gente está passando por esse período, então a economia do município, especialmente deu uma estagnada.” “Eu acho assim, que o nosso campo, que é a agricultura, que a gente depende também das politicas governamentais, as quais que a gente vê nos últimos anos, a nível federal melhorou muito, mas na verdade é uma corrente, tem que sair do federal e chegar até aqui, né? Por exemplo, hoje, nós vivemos uma parte grande da agricultura familiar vive do, vive com uma ajuda muito grande dos programas federais, por exemplo na nossa área os PA, a merenda escolar que nem sempre é cumprida na ponta, mas então, o PA hoje é na verdade. Eu diria que é aí um quarenta ou cinquenta por cento que está levando.” 22 Nesse contexto, vale ressaltar que a conjuntura municipal é desfavorável quanto à instalação de indústrias localmente. O alto nível de endividamento municipal, ocasionado pela má administração nas gestões anteriores, deixou o município em situação difícil (16,7%). Assim, não há verba pública disponível para ser investida na saúde (2,8%), na educação (2,8%), tampouco nas estradas (2,8%), três áreas públicas que estão bastante precárias. “Olha, eu acho que está estagnado, ele teve um crescimento com a construção das usinas, duas uma no Pelotas e outra no Canoas, aliás, deu uma decrescida, e agora está estagnado.” “Muitas pessoas, a partir de que veio a barragem, né, foram indenizadas e saíram da cidade, como as que ganharam carta de créditos também saíram da cidade.” “É porque falta muita indústria, falta muita coisa para gerar, no caso emprego, no comércio dinheiro para as vendas, compras essas coisas assim, e o pessoal está um pouco assim.” “O motivo é em primeiro lugar, devido a construção da usina, das usinas hidroelétricas que atingiram o nosso município aqui, muitas pessoas tiveram que migrar para outros municípios por conta das indenizações e das taxas de crédito que as usinas deram para eles, eles tiveram que comprar terrenos em outros lugares por aqui não deu para ficar esse pessoal que teve que subir da costa do rio para a cidade, então esvaziou bastante a nossa agricultura, o pessoal que morava, antigamente nós tínhamos mais pessoas na agricultura, do que no centro da cidade, hoje imagino eu que está ao contrario, são poucas pessoas que ficaram na agricultura.” “Eu acho que o município está estável. Já esteve pior, na questão do desenvolvimento, mas, ainda não consegue ter, o que eu sempre defendo, acho que deveria ter uma empresa, alguma coisa que segurasse os jovens e a evasão do êxito rural. Acho que isso é o que falta no município.” Além disso, a crise econômica da pós-construção das barragens/hidroelétricas (8,3%) é algo latente em Anita Garibaldi. A evasão populacional, tanto dos trabalhadores que foram embora, como dos próprios munícipes que foram indenizados e deixaram o local, o que gerou uma redução de 22 mil habitantes para cerca de 10 mil (13,9%), impactou diretamente no fluxo financeiro da cidade. “A cidade faz muito tempo que parou, a gente não, o comércio aqui de Anita é muito ruim, entende? Não abre oportunidade para o pessoal, o que a juventude está fazendo? Está indo estudar fora e procurar trabalho fora porque aqui não compete, não agrega valores, não tem para onde eles ficarem trabalhando aqui, tem muita gente formada aqui na cidade, farmacêutico, veterinário, várias, várias profissões e profissões razoavelmente boas, entende? Só que não gira, não tem, hoje, por exemplo, a prefeitura de Anita Garibaldi para um veterinário não paga nem o piso. O cara estuda, gasta cem ”pau” para se formar e a prefeitura não ajuda ele ficar aqui na cidade. O que mais? Tem uma pequena empresa que veio de Blumenau se instalar aqui por quê? Porque a mão de obra é baratíssima aqui, eles trabalham por qualquer mixaria, por quê? Para não ficar parado em casa, entende? Hoje eu faço vendas aqui, a gente faz cadastro, digamos, “ah, ele é o que?”, “ah é pintor”, “quanto ganha?”, “ah, eu ganho 800 reais”. Quando ganha um pintor em Lages hoje? Ganha 3, 4 mil. Aqui é um absurdo.” “Em declínio ele já esteve uma época. A gente sabe que o nosso município antigamente tinha mais de 20 mil habitantes na época que tinha as madeireiras. E hoje em dia ele está mais estagnado, mas a gente já alguns projetos. Eu acho que até por isso que a tua colega me procurou. Por exemplo, eu agora estou começando uma ideia para fazer ultrassonografia aqui no município. Então, eu acho que isso é um grande crescimento para a cidade. Porque todo mundo sai daqui para ir para Lages, fazer lá.” 23 “Falta muito investimento no município aqui, né, principalmente aí na transformação dos produtos gerados no município, né. Por exemplo, nós temos a questão da madeira aí que praticamente não tem para onde vender, né. Vamos ver, tem basicamente uma indústria aqui no município, apenas, né. E tem muita área reflorestada, né. Também tem no setor também da pecuária, nós também estamos com alguns problemas ainda, não conseguimos ainda colocar o nosso parque de exposições ainda em funcionamento, né, que é onde o produtor consegue vender seus animais por um preço melhor e o nosso frigorífico também, que agora acabou fechando porque isso daí é muito negativo para o nosso produtor rural, né. Ele acaba caindo na mão de atravessadores e o preço fica cada vez menor, né. E o comércio acaba sentindo todo esse problema que nós temos aí.” Por fim, a regressão do agronegócio em âmbito geral, por conta da estiagem e baixa valorização da produção (13,9%), refletiu diretamente no poder aquisitivo populacional que já era baixo (5,6%). “Hoje a pecuária, agricultura nossa aqui do município, a agricultura está fase estagnado e devido à estiagem que dá todo ano, o preço da mercadoria, hoje tu vai comprar um saco de aveia tu vai pagar para plantar, vai pagar setenta, tu vai botar o gado no pasto, depois tu vai vender bem abaixo do preço, o mercado para nós vendermos o boi está fraco o preço, mas o preço da carne para comprarmos no mercado está alto, né? Acho que isso tu pode saber, tu compra carne no mercado e tu sabes, então, devido a esses dois fatores que está estagnado.” “Olha, eu acredito que o nosso município ele é baseado na agricultura e na pecuária, né. Poucas, assim, poucas indústrias, quase nenhuma, as madeireiras também que tinham aqui praticamente acabaram, né. E trouxe esse prejuízo, né, para nossa cidade aqui, né. E o fato da desvalorização dos produtos agrícolas, da pecuária que está acontecendo agora, né, está trazendo um certo prejuízo para todo o município.” “Por várias razões, mas dentre elas: nós podemos analisar a diminuição populacional. Se você pegar os dados do Censo realizado nos últimos anos, você vai verificar que as pessoas estão indo embora de Anita. Já chegamos a ter 22 mil habitantes, claro que foi em um período do ciclo da madeira que era outra estória. Mas, de lá para cá, foi diminuindo e hoje não temos nem 10 mil habitantes.” 4.2.2 A VISÃO OTIMISTA No que tange aos 27,8% que enxergam o município em crescimento, 11,1% entendem esse crescimento como lento e tímido, o qual é ocasionado pelos bons resultados da agricultura/ agronegócio e o aumento da produção nas propriedades (11,1%), impulsionado pelos incentivos governamentais aos pequenos produtores (2,8%) e pela venda da produção como merenda escolar – projeto CONAB (2,8%). “Está em crescimento porque toda atividade se desenvolve, sempre está crescendo, dificilmente para, porque quando, também não para, volta para trás. Então algum pequeno crescimento sempre tem a gente sempre vê algum setor desenvolvendo alguma coisa, como construção civil, a gente vê alguma coisa crescendo, alguma propriedade na área da agricultura sendo melhorada, então isso é um sinal que está crescendo.” “Eu acho assim, que o nosso campo, que é a agricultura, que a gente depende também das politicas governamentais, as quais que a gente vê nos últimos anos, a nível federal melhorou muito, mas na verdade é uma corrente, tem que sair do federal e chegar até aqui, né? Por exemplo, hoje, nós vivemos uma parte grande da agricultura familiar vive do, vive com uma ajuda muito grande dos programas federais, por exemplo na nossa área os PA, a merenda escolar que nem sempre é cumprida na ponta, mas então, o PA hoje é na verdade. Eu diria que é aí um quarenta ou cinquenta por cento que está levando.” 24 Outra questão que não pode ser esquecida é a construção das barragens/hidroelétricas, situação que aqueceu a economia (8,3%) e teve impacto principalmente no comércio (5,6%). A chegada do asfalto (2,8%) também é um reflexo positivo inerente aos empreendimentos hidroelétricos. Por fim, no segmento industrial, a fábrica de cortinas (2,8%) é motivo de otimismo entre os entrevistados, visto que a chegada dessa indústria gerou novas oportunidades de emprego para a população local. “Eu acho assim, como vou dizer, que a agricultura está desenvolvendo bastante então passa a passo estão investindo em mais algumas coisas para o desenvolvimento, a gente tem e tem pessoas investindo na cidade, por exemplo a fábrica de cortinas que está aumentando a cada dia mais, o prefeito tem intenção de trazer mais uma fábrica de estofados, que daí a gente tem matéria-prima aqui para poder se tornar até mais barato para eles, né? Por isso eu acho que está crescendo.” “Pelo desenvolvimento que a gente no nosso setor aqui, que no caso das hidroelétricas, isso ajudou bastante nós, mas a gente de alguma coisa a mais, em todos os setores na verdade.” “Na época em que eu conheci aqui, pois sou natural de Lages e vim aqui outras vezes no passado, a cidade cresceu muito, eu acho que se desenvolveu bastante, pois a cidade está bonita. E além disso, o que está faltando, eu acho ainda, é uma indústria por aqui.” 25 CARÊNCIAS E DEMANDAS Este capítulo apresenta o retrato das principais carências do município, relacionadas a demandas não atendidas nos diferentes setores da economia. 26 Em relação às carências e demandas nos setores, ou seja, deficiências identificadas no município de Anita Garibaldi, 80,5% dos pesquisados afirmaram que estas existem no setor da indústria; 61,1%, no setor de serviços; 25,0%, no comércio e 50,0%, no setor de agronegócios. Tabela 15 - Carências e demandas Setor Indústria Comércio Serviços Agronegócio Frequência de carências apontadas 80,5% 25,0% 61,1% 50,0% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado O segmento industrial de Anita Garibaldi é bastante deficitário. Faltam indústrias de todos os tipos (55,6%), principalmente aquelas que poderiam agregar valor à matéria-prima proveniente do agronegócio: as agroindústrias. “Não sei te responder agora, aqui faltam indústrias, e nem precisa olhar muito para perceber que faltam indústrias aqui, e eu não tenho nem ideia de quantas tem, mas tenho certeza de que falta, porque a cidade é pequena e depois que sai a barragem aqui, apareceu emprego, também é uma cidade turística, temos bastantes parques, mas não há grande empenho nisso, por isso que eu digo o que falta mesmo aqui são indústrias.” “Na verdade falta, se entrasse mais alguma indústria aqui, em vários setores, nós temos uma indústria que está localizada aqui há mais de dez anos que é a fábrica de cortina a aço que já deu realce no município, que já ajudou, mas ainda nós temos uma deficiência nessa área, porque não tem uma indústria a mais para ter uma concorrência, os salários, é complicado.” “Hoje aqui só tem a indústria madeireira e tem uma indústria, a fábrica de cortinas, estamos agora abrindo uma área industrial para novas empresas, estamos criando uma lei que vai permitir dar benefícios para empresas, para dar expansão, inclusive já temos o terreno que é do município e estamos tentando junto com os vereadores uma oportunidade de aprovar uma lei que permita o município fazer, acomodar umas empresas, ceder o terreno, dar isenção de impostos para tentar atrair novas empresas para a região.” O comércio é entendido como suficiente para o tamanho da cidade, porém, ainda praticante de preços um pouco altos. Por isso, muitos habitantes da cidade deixam de consumir dentro do próprio município para procurar opções que se adéquem à sua realidade financeira nas cidades vizinhas, como Lages, por exemplo (8,3%). “Deixa-me ver, falta, como eu posso te dizer, algumas coisas faltam e dai tem que sair daqui da cidade e tem que ir para Lages, para concerto alguma coisa ou outra, porque aqui não tem, e ai quando tem alguma coisa para fazer, tem que vir mercadoria lá da cidade e vem bem mais caro e a gente acaba pagando bem mais caro aqui.” “Faltaria assim um atacadão, já digo, pelo preço mais em conta, porque daí a gente poderia comprar com o preço mais em conta porque aqui não tem e tem que ir Lages, até uma própria assim, um negocio de frutas e verduras, essa coisas, até que tem, está começando aí, mas ainda não é aquelas coisas, é só um dia por semana, dois no máximo e depois fecha.” 27 CARÊNCIAS E DEMANDAS 5 CARÊNCIAS E DEMANDAS Na prestação de serviços, o destaque negativo é para os serviços públicos, principalmente a saúde (27,8%), pois faltam médicos, hospital e dentistas. “Olha nos precisamos melhorar muito na nossa saúde, mas o que falta é isso aqui, seria recursos até, porque o hospital um ano atrás se a associação não encarasse a gente teria o hospital fechado hoje, porque as irmãs foram deixando decair, decair e quando resolveram ir embora, resolveram ir e simplesmente entregaram assim sem dívida, mas sem recurso nenhum, a gente entrou com a cara e a coragem e faz um ano que a gente está levando, a gente conseguiu ano passado um recurso do estado da Baeza e Inercam, que são bem companheiras nesse momento.” Por fim, a principal queixa oriunda do agronegócio está ligada à falta de apoio/incentivo/ investimento do poder público para agricultura e pecuária local (33,3%). “Anita tem assim a economia quase que a maioria dela baseada na agricultura e na pecuária, só que é um setor assim que não tem muito apoio, principalmente do poder publico, é um setor, eu assumi a prefeitura agora a pouco, e é um setor que a gente tem acompanhado que é muito carente de apoio, de como eu diria, de capacitação e de novas tecnologias, que é o que vamos tentar fazer através da nossa a agricultura e dos órgãos governamentais quando conseguir apoio para tentar desenvolver essa área da agricultura e da pecuária.” “Já mencionei essa questão da pecuária, apoio ao produtor de leite, esse apoio quer dizer o seguinte, não precisa ser apoio financeiro, apoio na logística, na estrutura das rodovias, na infraestrutura de transporte, no recolhimento desse produto, para que o produtor tenha mais facilidade e menos perdas, o produtor ultimamente teve muitas perdas, com falta de energia elétrica, que perdeu seu produto e também com o transporte, que o transporte é deficitário em função de nós termos dificuldades com as nossas estradas, com as nossas rodovias e o poder publico eu acho que está trabalhando muito forte em cima disso, na manutenção das estradas para que o produtor possa se manter no campo e continuar produzindo, o produtor de leite tem renda mensal.” 5.1 CARÊNCIAS NA INDÚSTRIA A indústria de Anita Garibaldi está em processo de estruturação. Contudo, apresenta deficiências que impedem o seu maior desenvolvimento dentro do segmento. Como há poucas indústrias instaladas na cidade, faltam oportunidades de emprego e renda para população local (25,0%), principalmente para os jovens, que acabam migrando para outras cidades pela ausência de perspectivas. Hoje aqui só tem a indústria madeireira e tem uma indústria, a fábrica de cortinas, estamos agora abrindo uma área industrial para novas empresas, estamos criando uma lei que vai permitir dar benefícios para empresas, para dar expansão, inclusive já temos o terreno que é do município e estamos tentando junto com os vereadores uma oportunidade de aprovar uma lei que permita o município fazer, acomodar umas empresas, ceder o terreno, dar isenção de impostos para tentar atrair novas empresas para a região.” “Bem, falta oportunidade de trabalho, porque mão de obra nós temos no nosso município, inclusive o nosso município é um grande fornecedor de mão de obra para os grandes centros industriais, nosso município já teve na década de 70, 24 mil habitantes para estar hoje com oito mil habitantes, vamos dizer que já esteve em dez, onze mil voltou e não consegue aumentar a população é porque o jovem na busca do emprego sai da cidade, porque não tem emprego e permanece aqui o setor familiar e os mais idosos acabam permanecendo no nosso município, então falta oportunidade de trabalho, que abram indústrias aqui no nosso município que gerem empregos.” “Olha, eu não sei se com o inventivo da prefeitura resolveria, digamos um parque industrial, porque sempre as empresas vêm com um benefício, isenção de ICMS ou terreno para construção, porque para vir para cá é meio fora da rota do transporte e sem incentivo não vem ninguém, é complicado, na agricultura eu acredito que a prefeitura também está em crise, mas eu acredito que teria que ter alguém para trabalhar mais o negócio de ajuda de pessoal especializado, digamos de gado de corte teria que ser através da prefeitura.” 28 Essa carência é fruto da falta de incentivo/investimento do poder público para as indústrias – seja para as já instaladas ou para as que pretendem se instalar – especialmente no que diz respeito a disponibilização de terrenos (parque industrial) e a incentivos fiscais (33,3%). Problemas no fornecimento de energia elétrica (5,6%) também dificultam essa estruturação básica. Por fim, há também falta de mão de obra qualificada (11,1%) para ocupar postos de trabalho específicos. “Verdade eu acho que falta, eu acho que se tivesse mais indústrias em Anita, porque o desemprego aqui é grande, então chega a juventude hoje em dia e já vai embora, se forma e vai embora para fora, não tem emprego, então eu acredito que se tivesse mais indústria aqui em Anita já ajudaria, e no comércio na verdade eu acho que falta um pouco de especialização mesmo, hoje em dia a mão de obra em muitas coisas aqui é carente, eu acho.” “Na verdade, nós, por exemplo, dando um exemplo bem prático, essa fábrica de cortinas que abriu aqui há uns anos atrás, isso daí foi uma coisa muito boa para o município, ela alavancou bastante, deu bastante emprego e acho que hoje ela, a fábrica trabalha com duzentos e vinte funcionários mais ou menos, e o que que o município precisaria, precisaria de mais alguma coisa nesse sentido, acho que nessa parte de indústria para melhorar justamente e dar mais empregos para o pessoal que está aqui.’ “Primeiro eu acho que faltam mais indústrias, de vários segmentos. Se tivesse mais segmentos para segurar o pessoal e que investissem nos jovens, para que os jovens não precisassem sair do município.” Todo esse contexto deficitário provoca desinteresse do empresariado em investir em Anita Garibaldi, pois o grupo fica receoso e sem coragem de aplicar recursos no município por causa das incertezas inerentes ao investimento. “No que a cidade é mais carente é da própria indústria, né, que quase não existe, né. Aqui está faltando indústria para dar condição de trabalho para esse pessoal que está esperando serviço, né. Está dependendo de mais indústria, porque aqui, na verdade, só tem uma indústria grande, que é a fábrica de cortinas. Então se tivesse mais umas duas indústrias do porte daquela ali era o suficiente.” “Na verdade prestação de serviço o que faltaria hoje para começar é a qualificação do nosso pessoal, que a gente percebe assim que tem uma grande deficiência aqui na qualificação do pessoal, inclusive quando vêm essas grandes obras para cá a maioria da mão de obra foi de fora, ao contrário do que se esperava que se fosse a mão de obra local, foi a mão de obra fora, então a primeira coisa é a qualificação do nosso pessoal é uma das grandes carências.” Tratando-se especificamente dos segmentos industriais carentes no município de Anita Garibaldi, destaca-se a falta de indústria de beneficiamento da madeira (8,3%), para a fabricação de móveis; de indústria de beneficiamento do leite, laticínio (5,6%), e, por fim, de indústria de processamento das carnes, abatedouro (5,6%), e frigorífico (5,6%). “Por exemplo, o setor de madeira, existe já uma quantia razoável de madeira planta, como os eucaliptos, mas não temos também indústria para isso, tem que sair bastante para fora e tem preços muitos baixos e nesse setor eu acho que devia ter uma melhora e trabalhar numa formação, capacitar mais o pessoal, a capacitação eu acho que é muito importante para tudo que a pessoa for fazer estar habilitada, para fazer sem erro.” 29 “Precisava de uma indústria para comercializar o negócio do leite, uma coisa assim para o pessoal poder ter o leite, o queijo essas coisas assim para poder vender e também o frigorifico que nós tínhamos um frigorifico aqui que dava emprego e o pessoal vendia o gado ali, a gente comprava carne no comércio um pouco mais em conta, só que agora está vindo tudo de fora porque foi fechado o frigorifico.” “Veja bem a situação: nós temos aqui uma porcentagem grande de pecuaristas e até agricultores, né, que eles comercializam leite, né. E aqui até era para sair uma fábrica de laticínios, né. Não ocorreu. Então o leite que é gerado aqui, que é produzido aqui tem que sair para fora, né, sai com um preço mínimo dos mínimos, né, sem, situação muitas das vezes para o criador que está lá criando as vacas e tirando o leite não tem condições para, até, para continuar, né. Então isso está faltando um pouco mais de incentivo nessa situação aí.” Tabela 16 - Pontos fracos do setor da indústria Setor Indústria Frequência de menções no setor 80,5% Pontos fracos Falta de indústrias/agroindústrias Falta de incentivo do poder público para instalação de novas indústrias (isenção de impostos, parque industrial) Falta de oportunidades de emprego (jovens) Falta de mão de obra qualificada Falta de indústria de beneficiamento da madeira Problemas do fornecimento de energia elétrica Frequência de menções na atividade 55,6% 33,3% 25,0% 11,1% 8,3% 8,3% Falta de indústria de beneficiamento do leite (queijo) – laticínio 5,6% Falta de abatedouro – processamento das carnes Falta de frigorífico 5,6% 5,6% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 5.2 CARÊNCIAS NO COMÉRCIO O setor do comércio apresentou carências na opinião de apenas 25,0% os entrevistados. A maioria deles, porém, define o comércio de Anita Garibaldi como estruturado para atender as necessidades locais. De qualquer forma, é preciso criar uma política de fomento para o consumo interno, deve haver uma conscientização a fim de evitar o movimento migratório da população para efetuar suas compras em municípios vizinhos (Lages). Um agravante é a falta de preparo/ treinamento no que diz respeito ao atendimento do setor (11,1%). Vê-se que a presença de uma cooperativa de produtores rurais para ampliar a concorrência e ampliar as opções de comercialização dos produtos do agronegócio também é uma medida necessária (5,6%). “O comércio aqui é até que bem desenvolvido, porque Anita ela é o pólo de uma região aqui, com cinco ou seis municípios ao redor que dependem da maioria do nosso comércio local aqui, então o que falta realmente são uns acessos asfaltados que a gente só tem uma via de acesso asfaltada, então tem previsão de sair mais duas vias asfaltadas aí, ligação com outros municípios que vão abrir mais esse campo para Anita.” 30 “O nosso comércio é um comércio muito bom aqui na região, porque o nosso município centraliza um pólo dos pequenos municípios e dentre os pequenos municípios o nosso é o melhor e o maior, então ele acaba centralizando um centro de negócios aqui, nós temos bons negócios aqui em todos os setores, material de construção, no setor de têxtil também, e supermercados, a gente tem boas ofertas de produtos aqui, o comércio é bom.” “Na verdade nós precisamos de material humano que falta bastante, nós temos na verdade, mas não tem treinamento, o nosso pessoal não é treinado e nós sofremos bastante aqui na área de supermercado, por exemplo, para nós contratarmos um funcionário nós temos que ensinar ele, ele não tem treinamento nenhum, então você tem que pegar ele, digamos assim, sem nenhuma experiência e aí nós mesmos temos que ensinar a eles isso, e isso é trabalhoso para nós...” “Tenho que pensar. No ramo do comércio, para o tamanho do município, a realidade do município, eu acho que está razoável o setor.” Tratando-se mais especificamente das carências comerciais da cidade, em termos de negócios propriamente ditos, algumas merecem destaque, tais como a falta de supermercados (2,8%) com mais variedade e preços mais competitivos; a falta de lojas de confecções (2,8%); a falta de comércio de frutas e verduras (2,8%), aproveitando as variedades produtivas da agricultura; a falta de material de construção (2,8%) e, por fim, a falta de agropecuária (5,6%), para fornecimento de insumos agrícolas. “Faltaria assim um atacadão, já digo, pelo preço mais em conta, porque daí a gente poderia comprar com o preço mais em conta porque aqui não tem e tem que ir Lages, até uma própria assim, um negócio de frutas e verduras, essa coisas, até que tem, está começando aí, mas ainda não é aquelas coisas, é só um dia por semana, dois no máximo e depois fecha.” “Penso no meu ponto de vista, que o comércio assim teria assim mais um, para atender melhor o pessoal a parte de cooperativa, seriam meios que poderiam ajudar mais o produtor, na minha parte, na parte comercial daí num todo seria outras empresas mais fortes se instalarem, agora no setor da agricultura que é o meu setor a cooperativa que é mais uma ajuda.” “No comércio, eu acho restaurante, a questão de comida é bem complicada em nosso município. Eu acho que é o ramo que mais falta, é a questão da comida.” A tabela a seguir apresenta as principais demandas do setor, de acordo com a frequência em que foram citadas pelos consultados. 31 Tabela 17 - Pontos fracos do setor do comércio Setor Comércio Frequência de menções no setor 25,0% Pontos fracos Falta de treinamento para atendimento no comércio Falta de fomento ao comércio para consumo interno (e não nos vizinhos Lages) – preços altos Falta de cooperativas para ampliar a concorrência Falta de agropecuária Falta de material de construção Falta de supermercados Falta de lojas de confecções Falta de comércio de frutas e verduras Frequência de menções na atividade 11,1% 8,3% 5,6% 5,6% 2,8% 2,8% 2,8% 2,8% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 5.3 CARÊNCIAS NOS SERVIÇOS O setor de serviços é pontuado como o mais deficitários do cenário municipal (61,1%), visto que a infraestrutura básica do próprio município é bastante deficitária. A principal queixa dos munícipes é a ausência de serviços públicos básicos da área da saúde (27,8%) e a precariedade do transporte rodoviário (5,6%), conforme já pontuado anteriormente. Serviços públicos prestados pela Prefeitura Municipal também são pontuados como deficitários pelos respondentes (5,6%). “Olha nós precisamos melhorar muito na nossa saúde, mas o que falta é isso aqui, seria recursos até, porque o hospital um ano atrás se a associação não encarasse a gente teria o hospital fechado hoje, porque as irmãs foram deixando decair, decair e quando resolveram ir embora, resolveram ir e simplesmente entregaram assim sem dívida, mas sem recurso nenhum, a gente entrou com a cara e a coragem e faz um ano que a gente está levando, a gente conseguiu ano passado um recurso do estado da Baeza e Inercam, que são bem companheiras nesse momento.” “Por exemplo, nós estamos pleiteando para trazer um centro cirúrgico, aliás já temos projeto e tudo para construir um centro cirúrgico para a gente poder trazer especialidades para cá, por exemplo, nós temos um médico ortopedista que ele está procurando na região um hospital que tenha estrutura para ele fazer cirurgias ortopédicas porque ele não consegue fazer, então a gente está tentando assim trazer alguma coisa para cá para ver se a gente consegue, porque, por exemplo, o nosso centro cirúrgico não passa na avaliação da vigilância sanitária, é feita algumas cirurgias, ainda são feitas cesarianas, uma apendicite, coisas mais de urgência, outras a gente já encaminha para fora porque a gente não tem como, não tem recurso, então na saúde o que acho que está faltando é recurso, manutenção que é muito importante, porque projetos, por exemplo, para construção a gente consegue, só que nós precisamos também agora no momento até a gente conseguir levantar um pouco de recurso, de verba para a manutenção do hospital e na saúde geral, meu Deus do céu a nossa saúde está muito abandonada. Eu acho que está faltando uma reformulação na área da saúde do SUS.” 32 “Transporte. Na verdade a gente tem o transporte rodoviário, a gente está com problema de transporte para a população universitária, eu não sei como está isso agora, mas até semestre passado tinha dois ônibus que levavam o pessoal universitário para Lages, porque a faculdade é lá. A prefeitura ajudava com pouco, os estudantes ajudavam com outro pouco. E agora parece que só estão os estudantes mesmo e acabam acarretando um custo muito caro para eles.” Nesse bloco de análise, a questão turística merece destaque especial. Como vocação municipal, o segmento ainda precisa ser amplamente fomentado para se consolidar/estruturar como atividade chave dentro de Anita Garibaldi (8,3%). Faltam hotéis e pousadas (5,6%) e uma melhor qualificação dos profissionais que atuam nessas áreas. Além disso, exigem-se mais opções de lazer e entretenimento de maneira geral (2,8%) “... o que precisaria em Anita Garibaldi hoje até aproveitando a construção das usinas, era na rede de turismo investir, investir na rede de turismo para ver os lagos que são tão bonitos, aí, nós temos tantos lugares bonitos em Anita, alguém construir um hotel fazenda, algum hotel diferenciado, temos hotéis aqui em Anita claro, e de boa qualidade o pessoal começou investindo já, a gente já está inclusive parabenizando essas pessoas aqui de Anita, mas assim precisaria, tem muito campo para investir nisso, tem o turismo e os lagos que tem aí, eu acho que o maior potencial nosso hoje seria o turismo.” “De serviços, ah sei lá, o que precisaria de repente, eu acho que nessa parte, eu acho que o turismo é o grande, a grande meta do município aqui que teria vários campos para investir, seria justamente em algum parque aquático, algum restaurante para servir, o nosso pessoal servir os nossos pratos típicos aqui da nossa região aproveitar isso, os municípios vizinhos aí, Urubici, Urupema, tem tantos exemplos bons para nos dar, nós também temos os nossos pratos típicos, nós também temos lugares bonitos, algum bar assim, aproveitar os lagos realmente, a pesca, fazer aquelas pesca no lagos, aquela pesca legal, claro, o potencial nosso é muito grande aí, e daí para acolher esse povo, divulgar melhor o nosso município, arrumar no Google Anita Garibaldi que realmente é uma deficiência que tem, que não se consegue clicar em Anita Garibaldi, aparece Anita Garibaldi e mostrar os pontos turísticos e para mostrar os pontos turísticos é claro que tem que ter condições de trazer esse povo para cá, então é investir realmente em hotéis e restaurantes.” “Porque o turismo hoje nosso é horroroso, não tem uma pessoa... assistência. Porque veio uma mulher de São Paulo há pouco tempo, veio sobre turismo. O turismo disse: Olha dona, a senhora está perdendo tempo, porque os governantes aqui, dizem para a senhora que dão todo apoio e quando a senhora sai é zero. E hoje nós temos as duas maiores hidrelétricas do Brasil e não temos um site, aqui em Anita não tem um site. Hoje a prefeitura não tem um site para colocarmos nosso hotel, para colocarmos o comércio. Nós que pegamos o pessoal e fizemos um site para nós, porque a prefeitura não tem um site, para mostrar as coisas bonitas: hoje uma casa de pedra ali, muito bonita; hoje nós temos a barra grande de usina, que é uma das maiores da América do Sul, mas falta site para mostrar para o povo ver. Então, aqui é péssimo! A administração sobre turismo. Não tem uma pessoa que vá no rádio, vá na TV, vá nos jornais. Anita tem Usina Barra Grande, tem uma casa de pedra.” Outras carências no setor de serviços também foram pontuadas pelos entrevistados de Anita Garibaldi, tais como a falta de cursos de qualificação da mão de obra, voltados principalmente para o atendimento dos turistas (27,8%); a falta de oficina mecânica especializada (8,3%); a falta de agências bancárias (8,3%); a falta de prestadora de serviços de terraplanagem (11,1%), amplamente requerida entre os respondentes. 33 “Pode ser em geral? Tipo cursos? Que não tem, né? Como eu te falei tem que sair para fora para, teria que ter alguma coisa a mais, para as crianças, como eles estão crescendo e tem que ter algum incentivo para eles, estarem estudando e fazendo algum curso.” “Na verdade eu acho assim que nós precisaríamos de repente de ter mais, que nem eu te falei antes, ter mais cursos para você deixar teu pessoal mais treinado, eu acho, na minha opinião, para que você também possa atender melhor o público, né? Melhor o cliente, para você melhorar nessa parte, porque se você tem o pessoal treinado, qualificado você consegue dar um atendimento de melhor qualidade também.” “Se a gente olhar na questão, por exemplo, das mecânicas tem, eu acho assim que mais especialização porque tem que se auxiliar a mecânica, oficina mecânica, tem dois ou três que fazem bastante dinheiro e são muito careiros porque tem mais competência, na verdade, eu acho que está faltando mais concorrência nisso, não em numero de estabelecimento, mas em qualificação mesmo, isso na minha opinião, isso fica mais fácil de avaliar a situação mecânica que ocupa mais assim. Não só a mecânica, muitos setores tem carência de formação, as pessoas que trabalham estão para, receber o salário, talvez seja justo arcar pelas sua qualificação, falta formação. Assim, a própria escola do nosso município, da região, ela não tem formação voltada para município pequeno, no caso o nosso, eu nem estou falando da agricultura, mas seria muito importante ter algum curso voltado para agricultura, porque geralmente você vai num colégio e oitenta por cento dos alunos são filhos de agricultores e não tem formação nenhuma nessa área.” Além dos anteriormente citados, vale destacar a falta de mão-de-obra especializada para construção civil, como pintor e eletricista (2,8%); a falta de empregada doméstica (2,8%) para prestação de serviços gerais e, por fim, a falta de prestadora de serviços de recursos humanos (2,8%) para cuidar da documentação dos profissionais que trabalham, em especial, na extração da madeira – gestão dos acidentes de trabalho. “Prestação de serviço. Pouca coisa que falta. De repente maquinários, uma empresa de... Não sei nem dizer o nome, tipo terraplanagem, alguma coisa assim, que envolva, que o pessoal do interior precisa muito das máquinas e dependem exclusivamente da prefeitura, porque não tem outra empresa que... Precisa cascalhar uma estrada, precisa abrir, fazer uma planagem em um terreno, ou até uma estradinha para ir lá e depende só da prefeitura. O açude, alguma coisa que queira fazer, só prefeitura. Não tem prestador de serviço aqui na área, nesse ramo. É o que estou lembrando agora.” “Hoje o nosso município não tem nenhuma empresa prestadora de serviço, na verdade, hoje caberiam duas empresas no município de Anita, uma empresa prestadora de serviço com terraplanagem, por exemplo, com máquinas, que só a prefeitura não dá conta e a prefeitura tinha que cuidar o que é do município e daí tem hora que tem que tirar as máquinas de uma estrada do município para fazer uma, às vezes uma vez um plainado para uma casa, uma coisa que tem que fazer porque não tem máquina, daí se tivesse uma empresa prestadora de serviço de terraplanagem e uma empresa grande também que tenha como montar em Anita e ganhar dinheiro que existe bastante funcionário é um de plantio, desde o plantio, do cuidado e da manutenção do reflorestamento até o corte de reflorestamento, hoje o nosso município, eu não sei, mas o nosso município tem mais de vinte milhões de árvores plantadas no município e não tem gente, uma empresa prestadora de serviço com gente especializada e com carteira assinada e tudo, como tem que ter bem certinho.” “Olha, Anita, ela tem um pouquinho de tudo: tem, vamos dizer, áreas que fazem muito bem o que pega, um exemplo, oficinas, tem oficinas nossas aqui que pegam de carro zero a carro, tipo faz tudo, entende? Agora, falta, falta mas o que eu ia te dizer, comparando à cidades grandes a gente não pode igualar mas o que seria, hoje nós temos área, nós não temos um parque de exposição para fazer uma festa, entende? Ah, a Igreja está precisando de verba ali, o padre sai pedindo, faz festa não tem um salão para, mas é coisa assim, eu não sei o que te dizer para, vamos dizer assim, girar o comércio que encaixe no que tu está querendo que eu fale, entende.” 34 A tabela a seguir apresenta as principais demandas do setor, de acordo com a frequência em que foram citadas pelos consultados. Tabela 18 - Pontos fracos do setor dos serviços Setor Serviços Frequência de menções no setor 61,1% Pontos fracos Falta de cursos de qualificação da mão de obra Saúde precária: falta de serviços médicos, dentistas, hospital Falta de serviços de terraplanagem Falta de restaurantes Falta de oficinas mecânicas especializadas Falta de agências bancárias Ausência de fomento na área turística Transporte rodoviário precário Serviços públicos da Prefeitura ruins Falta de hotéis e/ou pousadas Falta de pintor e eletricista Falta de empregada doméstica Falta de prestadora de serviços de recursos humanos (cuidar da documentação, acidente de trabalho) Falta de opções de lazer Frequência de menções na atividade 27,8% 27,8% 11,1% 8,3% 8,3% 8,3% 8,3% 5,6% 5,6% 5,6% 2,8% 2,8% 2,8% 2,8% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 35 5.4 CARÊNCIAS NO AGRONEGÓCIO A principal carência citada no setor do agronegócio está ligada à falta de apoio/ incentivo/investimento do poder público para agricultura e pecuária, como já ressaltado anteriormente. Falta maquinário agrícola (11,1%) para apoio técnico-operacional e mecanização da produção (27,8%), suportes que poderiam ser dados com, por exemplo, um laboratório de análise do solo ou médicos veterinários, inclusive para aplicação de novas tecnologias (2,8%) dentro do segmento. “No agronegócio na verdade é a industrialização da matéria prima, tudo o que nós temos aqui sai para ser industrializado fora, então o que nós precisamos, esses implementos de coisa que vão suprir esse setor no caso.” “Anita tem assim a economia quase que a maioria dela baseada na agricultura e na pecuária, só que é um setor assim que não tem muito apoio, principalmente do poder público, é um setor, eu assumi a prefeitura agora a pouco, e é um setor que a gente tem acompanhado que é muito carente de apoio, de como eu diria, de capacitação e de novas tecnologias, que é o que vamos tentar fazer através da nossa a agricultura e dos órgãos governamentais quando conseguir apoio para tentar desenvolver essa área da agricultura e da pecuária.” “O agronegócio, eu acho que deveria ter uma assistência técnica maior, para que o pessoal possa produzir de uma forma mais correta, produzir mais e isso nós temos alguns técnicos, mas não o suficiente e acho que devia ter técnicos também que fossem visitar as propriedades e dar um ensinamento mais correto para os agricultores, para os pecuaristas para que eles trabalhem de forma mais organizada, que isso está faltando.” As dificuldades do escoamento da produção em razão da precariedade das estradas (19,4%) também é um aspecto negativo observado pelos entrevistados. Outro empecilho ao desenvolvimento do setor é o problema com a regularização sanitária (2,8%).Um exemplo dessa situação é o caso da produção de vinho, que depende dessa regularização para formalizar a venda da produção. Enfim, uma associação de pequenos produtores bem constituída contribuiria significativamente nesse contexto (2,8%). “Agronegócios, é como eu falei antes, aqui em Anita por serem pequenos proprietários aqui nos interiores, não adianta, inclusive eu tenho uma propriedade além das lojas aqui e tenho uma propriedade no interior e trabalho com o gado de leite, então eu comecei a agregar mais por hobbie e tal e hoje eu estou ganhando dinheiro com leite, mas nós somos carentes, não temos veterinário, não temos acompanhamento de técnico, nem na parte de veterinário, nem na parte da agronomia, que precisa se fazer uma pastagem boa para produzir o leite, então por ser pequenas propriedades caberia cem por cento do nosso município, bastaria realmente o município, alguém dar uma estrutura nessa parte de condições da gente trabalhar...” “Veja bem a situação: nós temos aqui uma porcentagem grande de pecuaristas e até agricultores, né, que eles comercializam leite, né. E aqui até era para sair uma fábrica, uma fábrica de uma, fábrica de laticínios, né. Não ocorreu. Até tinham arrumado um terreno próximo aqui e não ocorreu essa situação. Então o leite que é gerado aqui, que é produzido aqui tem que sair para fora, né, sai com um preço mínimo dos mínimos, né, sem, situação muitas das vezes para o criador que está lá criando as vacas e tirando o leite não tem condições para, até, para continuar, né. Então isso está faltando um pouco mais de incentivo nessa situação aí.” “No caso o que está dificultando aqui é a falta de estrada, de acesso. Nós temos acesso a quatro cidades diferentes e, só temos asfalto para uma. E isso dificulta muito a situação do produto, a vinda de novas empresas, o baixo custo do transporte na safra. Tudo isso influencia. Se tivéssemos uma boa estrada, uma boa ligação. Temos projeto, tem projeto aqui para Celso Ramos, mas não tem nada para...” 36 A tabela a seguir retrata as principais demandas do agronegócio apontadas pelos consultados. Tabela 19 - Pontos fracos do setor do agronegócio Setor Agroindústria Frequência de menções no setor 50,0% Pontos fracos Falta de apoio/incentivo/investimento do poder público para agricultura e pecuária Falta de apoio técnico para os pequenos produtores (laboratório de análise do solo, veterinário) Estradas precárias (dificuldade do escoamento da produção) Falta de maquinário agrícola Falta de aplicação de novas tecnologias Falta de regularização sanitária para venda da produção do agronegócio (vinho) Falta de associação para organização dos pequenos produtores Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado Frequência de menções na atividade 33,3% 27,8% 19,4% 11,1% 2,8% 2,8% 2,8% 5.5 IMPEDIMENTOS AO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS NEGÓCIOS Considerando os recursos financeiros, os investimentos do poder público, a mão de obra, a matéria-prima e a logística, solicitou-se ao entrevistado que medisse o quanto esses fatores são um empecilho, atribuindo uma nota que variava de 0 (nenhum empecilho) a 10 (total empecilho). De modo geral, independentemente do negócio pleiteado, o principal impeditivo é a carência de investimentos do poder público, seguida das carências de recursos financeiros, de mão-de-obra, de logística e de escoamento. As limitações no que diz respeito à matéria-prima foram pouco enumeradas pelos respondentes. Tabela 20- Impedimentos ao desenvolvimento de novos negócios Fator Investimentos do poder público Recursos financeiros Mão de obra Logística e escoamento Matéria-prima Média de impedimento 6,4 5,1 5,0 4,3 1,2 Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado A falta de investimento/incentivo do poder público é entendida como principal entrave para o desenvolvimento municipal (50,0%). Faltam terrenos, isenção fiscal e apoio ao pequeno produtor rural. Em municípios com divisas pouco abundantes, população pequena e desenvolvimento difícil, a proximidade entre o poder público e a iniciativa privada é uma medida que se faz necessária, pois se percebe que a falta de uma parceria público-privada para o desenvolvimento de novos negócios e apoio aos pequenos produtores rurais reflete diretamente nos resultados econômicos do município. 37 “Se o setor público não estiver acompanhando, é impedido, depende muito do poder público. Aí não tendo que a gente impeça isso ai, falta confiança do pessoal porque parou de crescer, o índice está baixo, o pessoal não investe, olha está muito baixo o índice do município, alguma de errado está acontecendo, à medida que o município se estabilize e comece a ter um respaldo melhor, o próprio investidor quer investir no município.” “Motivação tem que partir do poder publico, o poder publico já estruturado, estabelecido e efetivo e eu vejo que as pessoas efetivas têm uma responsabilidade muito maior que não sabem e que talvez não estejam sendo cobradas nos municípios de baixo IDH...” “A própria questão do apoio público de você ter um apoio da prefeitura e dizer a prefeitura apoia esse projeto, está junto, a gente precisa que vá buscar o produto do agricultor a gente vai, tem prefeituras vizinhas à nossa, que a prefeitura montou uma rede de coleta desses produtos que os agricultores produzem, então sai um veiculo passando pelas comunidades e pega com o pessoal o produz e entrega na cidade, totalmente gratuito, não gratuito porque você está pagando por isso quando você paga impostos, então desde essa questão da questão de estradas o nosso município volta a bater em cima disso, bom é o asfalto e o resto.” “Ah porque assim o setor público eu não sei, ultimamente é só falta de recursos e não pode aplicar nisso, não pode aplicar naquilo, então eles também, não sei se estão com a mão amarrada o quê que acontece que eles não conseguem investir mais para desenvolver o município, então a gente sempre espera que o próximo entre e faça alguma coisa para desenvolver, para ajudar o município e a gente acaba voltando na estaca zero e pensando, meu Deus do céu eu achei que com esse ia começar a melhorar e acaba continuando da mesma maneira.” É o caso de Anita Garibaldi, onde faltam atrativos para a vinda de novos investidores à cidade (8,3%).Ainda, falta empreendedorismo na população, particularmente naquilo que se refere aos investimentos na vocação municipal: o turismo rural e ecológico (2,8%). Um aspecto que não pode deixar de ser ressaltado é a situação econômico-financeira da Prefeitura Municipal. A municipalidade se encontra totalmente endividada e sem quaisquer perspectivas para incentivos e investimentos. Além da verba pública ser escassa, os recursos foram mal utilizados pelas administrações passadas, o que gerou um déficit operacional crítico (33,3%) “É, na verdade eu acho que basicamente, né, seria isso, basicamente isso, porque veja bem a situação: um empresário de repente que não tem um incentivo do município sendo que ele encontra outros municípios com incentivos maiores, automaticamente ele vai pensar direto. Nós temos aqui exemplos, comentários também, porque eu também não conheço a fundo, né, nós temos aqui nossos vizinhos, Pinhão da Serra, Abdon Batista que são municípios que, aparentemente, a gente vê que estão crescendo, que estão desempenhando, que estão incentivando, o poder público está ali também acompanhando, entendeu? Então eu não sei que, o que acontece com o nosso município porque está difícil, está difícil.” “Olha, problema de prefeitura é um problema que trabalha, trabalha e daqui a pouco aparece que mais, é problema de estrada, de professores, de saúde. Eu acho que na saúde não tenho visto reclamação, eu acho que está bom. O que se sabe é que a prefeitura, hoje, todas do estado estão no fundo do poço, estão endividadas. Então faz com que também segure um pouco o crescimento, o desenvolvimento, esse serviço de prefeitura. Porque cada prefeito que por ali passa, ele afunda um pouquinho, vem outra afunda mais um pouquinho, vem outra afunda mais um pouquinho, de repente está no fundo do poço, é o que vem acontecendo. Então não tem muita expectativa isso.” “Também. Faz parte. Mas a gente sabe que não tem condições da prefeitura no caso, vamos falar da prefeitura, de repente no apoio de uma estrada, mais alguma coisa ou Federal, aí sim. Tipo uma área industrial, uma criação de uma área industrial é bem interessante para nosso município.” 38 Na visão dos respondentes, a falta de recursos financeiros também é entendida como empecilho para o desenvolvimento local na visão dos respondentes, uma vez que faltam recursos para investimentos em novos negócios (25,0%) e para os já existentes, principalmente nos setores do comércio e dos agronegócios. A situação é agravada pela falta de uma consultoria específica para utilização dos recursos oriundos de financiamentos, o que prejudica o desenvolvimento municipal. “Hoje seria em torno de uns, sei lá, quatro, cinco. Porque tendo bons projetos, e eu sou bancário, tendo bom projeto, sendo uma coisa com consistência, não tem dificuldade de se alocar recursos, o que falta são bons projetos, são negócios com viabilidade econômica e técnica, econômica financeira, e o mais importante que eu vejo é a capacitação do pessoal para desenvolver esses negócios para alavancar isso e fazer crescer.” “O nosso agricultor, os agricultores em si, estão um pouco descapitalizados, então muitas atividades que eles tinham vontade de investir, podem não ter capital para investir e eu acho que mais a questão dos órgãos governamentais que precisavam de um trabalho mais forte.” “Não, se tiver criatividade não, porque é isso que nós estávamos falando, tem um monte de emendas que podem ser feitas, mas são tudo via prefeitura, até para legalidade e muitas dessas emendas usando assim exemplo nosso, vem para município destinada para tal coisa, mas o prefeito tem a autonomia de colocar para o que ele quer, ai ele coloca como ele entende, e viu que em outro lugar era melhor e ele tira, e aconteceu isto aqui, colocou aonde ele quis, fica na autonomia, mas tem o exemplo de Serra Negra, que eles colocaram um pouco no lugar certo e funcionou.” Muitas vezes os requerentes não sabem como acessar os recursos, devido à burocracia, tampouco como investi-los (13,9%). Em municípios pequenos e com estrutura econômica frágil, como é o caso de Anita Garibaldi, os empreendedores são bastante receosos quanto aos recursos financeiros, especialmente em relação ao retorno do investimento realizado na cidade, que é lento e incerto.. “Duas coisas, para o bem do próprio agronegócio e do comércio, seria para o município porque tudo envolve que ele, é uma coisa que movimenta o município não só de Anita, mas outros municípios vizinhos.” “Eu acho que impede, eu acho que o principal e isso aí, aí o que acontece, muitos saem, eles acham que aqui não tem futuro, aí o que eles pensam, ah eu vou fazer, mas vou abrir lá em outra cidade, só que não tem a visão de que se abrir aqui daria também, porque se é para a pessoa vencer é em qualquer lugar seja na cidade grande ou na pequena.” Por fim, cabe ressaltar aqui o movimento econômico municipal, apresentado de forma sazonal. Quando ocorreu a construção das barragens/hidroelétricas, a economia se manteve aquecida por causa das grandes perspectivas e do movimento crescente. No entanto, após a finalização das obras, ocorreu o processo inverso. Hoje, esta situação está em fase de recuperação na conjuntura municipal (5,6%). É preciso criar bases firmes, alicerces para uma economia forte e estável. “Eu acho que por falta de, como é que eu vou te dizer, por falta de alguém investir, investidor, né? Porque assim as pessoas não querem mais investir em cidades menores, elas querem, está inchwando cada vez mais as cidades maiores, mas eles querem ficar mais em grandes centros, porque a gente aqui já teve vinte cinco mil habitantes em Anita Garibaldi e hoje não chega a nove mil, o pessoal só foi saindo, saindo, saindo e voltando muito pouco, então eu acho está faltando investir em alguma coisa para que volte também, para que o pessoal comece a voltar para as suas origens.” 39 “É justamente, eu volto a falar que é muito mal distribuído o dinheiro, é dado o dinheiro nos bancos com carências para quem não vai produzir, para quem não vai investir, para quem não vai gerar emprego e para quem realmente iria gerar emprego, ia melhorar seu comércio, melhorar seu sítio, suas lavouras, daí é dado um bolsa família ali para a pessoa não trabalhar mesmo para ficar ganhando trezentos pila, daí larga um comentário que nós não vamos pagar nunca na vida.” “Porque a gente não tem uma estabilidade para fazer uma grande aplicação, por exemplo, fazer, comentei, até tenho um projeto que queremos fazer para aumentar a produção da empresa, mas a gente não tem com esse dólar que sobe e baixa, a gente não sabe como é que vai ficar, a gente vai fazer ali uma aplicação para cinco, dez anos em financiamento e se daqui dois anos continua piorando e para o ramo da madeira, como é que a gente vai pagar o restante? Então a gente não tem uma segurança que diz “olha, pode fazer que você produzir tanto e vai ter verba, vai ter venda, vai ter mercado” Porque hoje a madeira, ela é toda produzida e vai para o mercado europeu, e o mercado europeu hoje está em queda, não está em crescimento, está em declínio, então daí está difícil por causa disso.” A mão-de-obra, que é um grande problema municipal, também é apresentada como o fator de impedimento, por parte dos entrevistados, para o desenvolvimento do município, já que falta qualificação, e não há profissionais na cidade. Mais especificamente, falta mão-deobra qualificada (52,8%) para indústrias (para as poucas existentes e para as que pretendem se instalar), qualificação do atendimento em geral para o comércio, mão de obra para os serviços, principalmente a especializada (pedreiro, eletricista) e, por fim, no agronegócio, mão-de-obra qualificada no geral (25,0%). “Então fica em torno de oito. Porque se não tem a mão de obra qualificada, um pessoal especializado para trabalhar em qualquer setor a coisa não anda, dá muito entrave dentro de uma empresa, dentro de um trabalho quando você não tem um conhecimento do que está fazendo.” “Eu acho que impede, porque é bastante mão de obra, tudo que é coisa precisa, né? Aqui tem bastante falta, às vezes a pessoa até tem um serviço, mas eles não querem, porque não querem trabalhar. Por que assim a gente quer ampliar, fazer mais só que não tem pessoa para trabalhar, que nem esse pessoal que trabalha conosco, a moça trabalha e o marido dela vieram lá de Caxias, aqui não tinha pessoa para trabalhar, aí vem trabalha um pouquinho, já cansa e vai embora, então é aquela coisa, e às vezes não é aquilo que a pessoa quer, não gosta de fazer, então às vezes até poderia se fazer mais, mas às vezes falta mão de obra.” “Olha a mão de obra, uma boa parte da mão de obra hoje é de mão de obra primária você não tem mão de obra qualificada, talvez um dos pré-requisitos que impeçam esse desenvolvimento na região seja isso, se tem muita mão de obra primaria e a mão de obra qualificada que tem sai fora para fora, então se você for a Caxias você pega muita gente de Anita, se você for a Florianópolis, no Brusque está cheio de gente, então o pessoal que qualifica, que tem uma qualificação melhor vai procurar porque aqui tu não ganha, um salário em Anita hoje é o mínimo, se você pegar qualquer salário é o mínimo, as vezes meio que frio e sem carteira assinada, então, é a questão de bom senso, se você olha para fora e o pessoal está ganhando dois mil, três mil reais para que você vai ficar aqui ganhando 600, 700 reais, então essa é a questão que está impedindo bastante.” Essa situação é agravada pelo êxodo rural provocado pela instalação das barragens. A população em geral se encontra acomodada por conta das indenizações financeiras recebidas pela construção das barragens. As pessoas estão desinteressadas, desestimuladas (22,2%). No caso dos jovens, eles não querem mais permanecer ou regressar à cidade por falta de perspectivas de emprego e renda (16,7%). Nota-se uma carência de cursos técnico-profissionalizantes/ capacitação da mão de obra, que contribuiria para evitar o movimento migratório para cidades vizinhas (22,2%). 40 “Por causa tem mão de obra, e se não tem, se vier implantar uma empresa aqui nós temos aqui no município, como eu falei no começo, várias pessoas do interior que foram embora, né? E já aconteceu por conta dessa fabrica aí de várias pessoas terem emprego e voltar, porque gostam de ficar perto da família, e tendo emprego aqui e uma renda mais ou menos, o pessoal volta, o pessoal que mora para fora volta, então aí eu acho que, mão de obra até teria, por causa dessa situação.” “Mais na parte de qualificação, precisaria qualificar melhor as pessoas dentro das áreas que elas vão trabalhar, né? Vai trabalhar com comércio, tem que dar condições, cursos, mais cursos ligados a isso do comércio, a pessoa vai trabalhar com a terra deveria ter um acompanhamento melhor e também aprender alguma coisa, então mais na qualificação, então nisso aí eu vou dar um oito também, precisa melhorar também.” A logística e escoamento da produção, seja ela na indústria ou no agronegócio, é também entendida como fator de impasse para o desenvolvimento de Anita Garibaldi. Há dificuldades logísticas para venda dos produtos oriundos do agronegócio, principalmente para o transporte do interior para os grandes centros e distribuição em razão da precária condição das estradas. A principal reivindicação nesse quesito é a ausência de uma ligação asfáltica com a região oeste do estado, bem como Anita Garibaldi – Celso Ramos. Acrescentam dizendo que o trajeto é bastante sinuoso e que os valores cobrados pelos fretes são bastante elevados (47,2%). “Um pouco pela distância, pela distância dos corredores e dos grandes centros e nós sabemos disso, porque quando as indústrias querem se instalar elas procuram próximo de um corredor de escoamento, a gente vê isso em Lages, Lages é difícil trazer as indústrias porque elas querem se instalar em Florianópolis, quando elas vêm para Lages elas querem ficar próximas da rodovia, então é bem essa logística, nós estamos a 80 km da BR116 que é um corredor e a 110 de Lages, então o nosso corredor é aqui nesse sentido, então por isso tem um pouco de impedimento, eu pouco eu diria assim.” “Impede, isso é um empecilho bem grande, não a nossa realidade, nós moramos a três quilômetros do asfalto então é bem mais, mas já tivemos, mas tem lugar aqui que para chegar no município dá cinquenta quilômetros e é tudo estrada de chão, e aí por exemplo, nós temos companheiros que moram a trinta e cinco, quarenta quilômetros que tem muitas culturas por exemplo que eles queriam trabalhar, mas não podem, que é o caso das hortaliças, como é que você vai bater a carroceria de uma carro a trinta quilômetros, pulando é sem condição.” “Um pouco sim, por causa de nós temos ligação a Lages, né? Mas aqui para o oeste nós já não temos, que seria aonde que eu falei ali sobre a BR Foods que seria aqui do oeste, pro planalto aqui, entre nós e Lages está tranquilo o asfalto, mas acho que sobre a logística impede um pouco também.” Por fim, no que diz respeito à matéria-prima há poucas ressalvas a serem feitas. Pontuam apenas que a matéria-prima existe e em abundância. Contudo, é necessário que seja beneficiada internamente e não transportada para as cidades vizinhas na forma bruta, como acontece constantemente. Agregar valor à matéria-prima é fundamental para que o município possa incrementar suas divisas. “Eu acredito que trazer alguma indústria que comece a fazer esse trabalho aqui de industrializar a madeira aqui mesmo, eu acho que vindo a primeira e depois vem outra e mais outra e aí a gente consegue mostrar para o pessoal que a região tem esse potencial, e de repente tendo a matéria-prima e o apoio do município porque levar madeira lá para outra região aonde não tem mão de obra, aonde tudo é mais caro e mais difícil e de repente não tem esse apoio que tem aqui de Anita, porque Anita quer crescer e quer dar esse apoio para o pessoal.” “Não, porque mão de obra tem disponível, matéria-prima nós temos para alguns setores, por exemplo, o setor da madeira nós temos matéria-prima, setor dos embutidos de carne nós temos matéria-prima, então talvez seja um pouco a logística mesmo.” 41 Por fim, no que diz respeito à matéria-prima há poucas ressalvas a serem feitas. Pontuam apenas que a matéria-prima existe e em abundância. Contudo, é necessário que seja beneficiada internamente e não transportada para as cidades vizinhas na forma bruta, como acontece constantemente. Agregar valor à matéria-prima é fundamental para que o município possa incrementar suas divisas. “Eu acredito que trazer alguma indústria que comece a fazer esse trabalho aqui de industrializar a madeira aqui mesmo, eu acho que vindo a primeira e depois vem outra e mais outra e aí a gente consegue mostrar para o pessoal que a região tem esse potencial, e de repente tendo a matéria-prima e o apoio do município porque levar madeira lá para outra região aonde não tem mão de obra, aonde tudo é mais caro e mais difícil e de repente não tem esse apoio que tem aqui de Anita, porque Anita quer crescer e quer dar esse apoio para o pessoal.” “Não, porque mão de obra tem disponível, matéria-prima nós temos para alguns setores, por exemplo, o setor da madeira nós temos matéria-prima, setor dos embutidos de carne nós temos matéria-prima, então talvez seja um pouco a logística mesmo.” Há também outros fatores que impedem o desenvolvimento do município de Anita Garibaldi que merecem destaque. Quanto a indústria, pontuam a falta de indústria de beneficiamento da madeira dentro de Anita Garibaldi (5,6%), evitando assim a evasão de divisas municipais, bem como a instalação de uma laticínio (2,8%), dentro dessa mesma perspectiva, oportunizar incremento financeiro. Quanto ao agronegócio, ressaltam a falta de apoio técnico – veterinários e agrônomos – para fomento dos pequenos produtores rurais (2,8%). Por fim, requerem mais incentivo do SEBRAE no âmbito das consultorias para inclusão de novos negócios em Anita Garibaldi, impulsionando assim o crescimento econômico dos setores em geral (5,6%). “Eu acredito que trazer alguma indústria que comece a fazer esse trabalho aqui de industrializar a madeira aqui mesmo, eu acho que vindo a primeira e depois vem outra e mais outra e aí a gente consegue mostrar para o pessoal que a região tem esse potencial, e de repente tendo a matéria prima e o apoio do município porque levar madeira lá para outra região aonde não tem mão de obra, aonde tudo é mais caro e mais difícil e de repente não tem esse apoio que tem aqui de Anita, porque Anita quer crescer e quer dar esse apoio para o pessoal.” “Talvez uma firma interessada para esse beneficiamento da madeira, uma firma que tenha potencial para fazer isso e quanto ao frigorifico eu não sei quais são as questões que envolvem.” “Eu acho que não tem nada impedindo, bastava alguém que queria investir no ramo e vir para cá, agora tem o (não deu para entender, voltei 6x) a área industrial, bota um picador aqui para comprar a madeira que se chama lenha e fazer os gravetos, e a outra madeira mais grossa é beneficiada e aproveitada, e o cara vai ganhar dinheiro nessa área aí. A pessoa vai ganhar dinheiro, a pessoa que é desse ramo aqui existe bastante matéria prima e que tem um, dois aproveitando só e daí mandam no comércio, daí se vale cinco eles querem te pagar um porque só eles estão aqui, então vem um de fora e pagam três e fica bom para todo mundo e vão ganhar dinheiro.” “Um incentivo, buscar. Alguém ou de repente até o próprio SEBRAE, como vou dizer, favorecer, dar um apoio. Claro que depende dos órgãos públicos também, então ir atrás, correr atrás para que venha. Buscar empresas para se instalarem aqui na nossa região.” 42 FORÇAS E FRAQUEZAS Este capítulo traz um diagnóstico das forças e fraquezas identificadas no município a partir da opinião dos entrevistados na pesquisa. 43 FORÇAS E FRAQUEZAS 6 FORÇAS E FRAQUEZAS Para agrupar e ilustrar o diagnóstico do município de Anita Garibaldi a fim de levantar oportunidades de negócios na região, foi elaborada a síntese das forças e fraquezas do município a partir da percepção dos atores entrevistados. Tabela 21 - Síntese de forças e fraquezas so município Forças Fábrica de cortinas; Comércio lojista; Construção civil; Pecuária do leite e de corte; Produção de grãos/cereais; Plantio do reflorestamento; Cultivo de orgânicos; Cultivo do fumo; Fruticultura. Indústria de beneficiamento da madeira; Indústria de beneficiamento do leite; Frigorífico; Indústria de beneficiamento de frutas; Indústria de beneficiamento de grãos (milho, feijão e arroz, soja); Indústria têxtil; Nova fábrica de cortinas; Indústria de beneficiamento de aves, suínos e bovinos; Fábrica de geléia e doces; Fábrica de produtos artesanais (salame, linguiça); Indústria de beneficiamentos dos produtos agrícolas; Comércio lojista e alimentício Fomento para turismo; Cursos de qualificação profissional; Marcenarias/serrarias; Clínicas na área da saúde; Internet rural; Parque aquático; Locação de máquinas; Avicultura; Plantio de grãos; Cooperativas; Assistência técnica agrícola, mais tecnologia; Piscicultura; Ovinocultura; Extrativismo do pinhão; Suinocultura. Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 44 Tabela 21 - Síntese de forças e fraquezas so município Fraquezas Falta de indústrias/agroindústrias; Falta de incentivo do poder público para instalação de novas indústrias (isenção de impostos, parque industrial); Falta de oportunidades de emprego (jovens); Falta de mão de obra qualificada; Problemas do fornecimento de energia elétrica; Falta de abatedouro/frigorífico; Falta de fomento ao comércio para consumo interno; Falta de cooperativas; Falta de agropecuária; Falta de comércio lojista, alimentício e bancário; Saúde precária; Serviços e profissionais para construção civil Falta de oficinas mecânicas especializadas; Ausência de fomento à área turística; Transporte rodoviário precário; Falta de opções de lazer; Falta de apoio/incentivo/investimento do poder público para agricultura e pecuária; Estradas precárias: dificuldade de escoamento da produção; Falta de aplicação de novas tecnologias; Falta de mão de obra qualificada e em geral; Falta de incentivo/investimento do poder público para o comércio e indústrias (terrenos, isenção fiscal, gestão, pequenos produtores); Logística e escoamento difíceis devido às estradas precárias; Prefeitura municipal endividada; Êxodo rural e evasão populacional provocada pelas barragens; Falta de cursos de qualificação e treinamento; Falta de consultoria para investimento dos recursos financeiros oriundos de financiamentos (como aplicar, como acessar, como lidar com a burocracia); Movimento econômico municipal sazonal; Falta de indústria de beneficiamento da madeira Falta investir no turismo; Falta de apoio técnico (como veterinário e agrônomos) para os pequenos produtores rurais. Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 45 EIXOS COM POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO Este capítulo traz os principais eixos de desenvolvimento para novos negócios no município. Nele os empresários e lideranças discorreram sobre a vocação do município e os setores mais promissores para a economia da cidade. 46 7 EIXOS COM POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO A fim de verificar os ramos mais promissores da região de Anita Garibaldi, foi questionado aos pesquisados qual seria a vocação do município. Além disso, os entrevistados expuseram o potencial de cada um dos setores pesquisados (indústria, comércio, serviços e agronegócio) e onde se encontram estas potencialidades, bem como quais são oportunidades imediatas de negócios. 7.1 A VOCAÇÃO DO MUNICÍPIO A agricultura familiar (58,3%) é o ponto alto do município de Anita Garibaldi na visão dos entrevistados, diante da conjuntura atual. Dentro desse contexto do agronegócio, a pecuária do é ressaltada entre os munícipes (38,9%), assim como merecem destaque a piscicultura (2,8%) e os plantios de produtos orgânicos (2,8%), uva (2,8%) e morango (2,8%). “É investir no comércio, investir na agroindústria ou na agricultura, é o investimento dentro do município, o povo, o pessoal, a parte administrativa está correndo atrás, tentando aumentar o investimento para poder desenvolver, porque na verdade nós estamos apanhando aí, pela perca dessas famílias que saíram e nós perdemos muita terra que ficou debaixo da terra também.” “É a agricultura, os números que comprovam isso, é a agricultura, e assim é a agricultura familiar, até porque o nosso solo não dá suporte para granjeiro, sabe? Não temos grandes áreas, e a agricultura do município é basicamente a vocação, eu acho assim que se você vai à cidade e pesquisa na cidade, no comércio, perguntando assim ó: se o agricultor deixar de comprar em Anita, o que acontece? Para você ver o que acontece, isso eles têm cinquenta, sessenta por cento dos estabelecimentos fecham, eles tem números muito claros se a agricultura vai bem, a cidade vai bem, isso o pessoal fala, porque gera dinheiro da agricultura, né? ” Ademais, o turismo (25,0%) apresenta grande potencial de desenvolvimento, mas precisa se estruturar melhor. “Anita tem uma grande vocação turística na verdade porque, a região aqui, a região de serra é uma região privilegiada pela natureza, o município é cercado por dois rios e nesses rios foram feitas duas hidroelétricas, na realidade Anita aqui é cercada por quatro hidroelétricas, o município é banhado pelas águas da hidroelétrica de machadinho, a hidroelétrica de campos novos e barra grande e Garibaldi que está sendo construída agora no rio Canoas, então são quatro grandes lagos que circulam o município e Anita...” “A vocação tirando a pecuária e vamos dizer que está instalada por natureza, tem vocação turística, então a vocação do nosso município vai se desenvolver muito, tem luz no fim do túnel em função da rodovia que está se projetando com a ligação a Celso Ramos, que eu sempre digo que não liga só Anita Garibaldi a Celso Ramos, essa rodovia vai ligar Florianópolis a Dionísio Cerqueira com esse elo que está faltando aqui, então vai haver uma movimentação do pessoal aqui, transporte vai passar por aqui, vai oferecer condições de negócio aqui, então em função do pessoal que vai transitar por aqui na busca de outras regiões.” Da mesma forma, as indústrias/agroindústrias (13,9%), representadas aqui pela fábrica de cortinas e pela vinícola artesanal, precisam se desenvolver. O comércio (8,3%) também tem importante papel na economia municipal. “Vocação é mais voltada para o ramo agrícola mesmo. Agronegócio. Seria interessante se algumas empresas do tipo da BRF, Sadia e Perdigão, conseguisse se instalar aqui. Acho que daria para a agricultura do nosso pessoal, acho que 50 por cento, ou mais de 50 por cento, mora no interior.” 47 “A vocação mesmo é a pecuária e agricultura, era, mas hoje está em torno da madeira e da pecuária, aí eu ainda creio que a madeira já passou a pecuária. Porque hoje o município emprega mais de quinhentas pessoas trabalhando no ramo da madeira, entre plantio e desbaste, desgalhamento de pinus e trabalhando, só eu com empresa terceirizada eu tenho mais de quinze clientes que me fornece, cada cliente desses é obrigado a ter cinco funcionários, para trabalhar na retirada da madeira, então hoje se tivesse, eu acho que a madeira está crescendo bastante e esse é o forte, a madeira e a pecuária, eu acho que todo mundo tem acho que hoje, o nosso município aí na época da retirada de gado que sai é filas de caminhão carregando todo dia, então a pecuária é forte também.” E, por fim, os entrevistados lembram que a construção das barragens (2,8%) teve importante papel para o desenvolvimento econômico do município. “Mas o grande potencial aqui do nosso município vai ser as barragens. Isso trouxe bastante lucro para nosso comerciante, trouxe bastante dinheiro, trouxe bastante emprego direto e indiretamente. Tem bastante gente trabalhando na Barragem Barra Grande. E esse aliás que vai ser o nosso grande fluxo em Anita.” Tabela 22 - Vocação do município Vocação citada Agricultura familiar Pecuária de corte e leiteira Turismo Indústria/agroindústria (cortinas, vinícola artesanal) Comércio Piscicultura Produção orgânica Plantio da uva Plantio do morango Barragens % 58,3% 38,9% 25,0% 13,9% 8,3% 2,8% 2,8% 2,8% 2,8% 2,8% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 48 7.2 EIXOS DE DESENVOLVIMENTO NOS SETORES Com relação às potencialidades por setor do município de Anita Garibaldi, a grande maioria dos pesquisados afirmou que todos os setores – indústria, comércio, serviços e agronegócio – possuem potencial de crescimento. Tabela 23 - Eixos de desenvolvimento nos setores Indústria Potencial de desenvolvimento 94,4% Madeira (fábrica de móveis, estofados), leite (queijo, natas), frigorífico, frutas (maçã, morango), milho (fubá, ração, canjica), uva (vinícola), abatedouro (aves, bovinos, suínos), feijão (embalagens), arroz, doces/geleias, mel, produtos artesanais (salame, linguiça), pinhão, cebola, conservas (pepino), têxtil, cortinas. Comércio Potencial de desenvolvimento 22,2% Minishopping, venda de aipim, padaria, locadora, lojas de roupas. Serviços Agronegócio Potencial de desenvolvimento 47,2% Potencial de desenvolvimento 66,7% Restaurantes, turismo, oficina mecânica, cursos de qualificação profissional, marcenarias/serrarias, saúde (clínica médica com especialidades - ultrassom, ginecologia, oftalmologia), hotel (hotel fazenda), pedreiros, eletricistas, manutenção de antena parabólica, internet rural, faculdade, jardinagem, terraplanagem, parque aquático, locação de máquinas (retroescavadeira, agrícola). Pecuária do leite, de corte, avicultura, piscicultura, ovinocultura, suinocultura, plantio do pinus, morango, feijão, milho, grãos, moranga, beterraba, pimentão, tomate, cenoura, orgânicos, pinhão, alface, cooperativas e assistência técnica agrícola (tecnologia). Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 49 OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS POR SETOR DE ATIVIDADES Este capítulo apresenta as oportunidades de negócio identificadas em cada setor de atividade. Cabe ressaltar que as sugestões aqui apresentadas são oriundas da pesquisa realizadas com lideranças do município e não representam viabilidade ou sucesso do negócio. 50 8 OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS POR SETOR E ATIVIDADE A partir da síntese de Forças e Fraquezas e da percepção colhida nas entrevistas realizadas com atores do município de Anita Garibaldi, pode-se levantar algumas oportunidades de negócios para o município. Tabela 24 - Oportunidades de negócio por setor de atividade - indústria Indústria do leite Indústria Indústria de madeira Beneficiamento do leite Produção de queijo e nata. Beneficiamento da madeira; Fábrica de móveis; Fábrica de estofados. Indústria têxtil Fábrica de confecções. Fábricação de cortinas Beneficiamento de maçã Indústria de frutas Beneficiamento de Morango Fabricação de doces/geleias. Beneficiamento de uva (venícola) Frigorífico; Indústria pecuária Beneficiamento de aves, suíno e bovinos Abatedouro Produtos artesanais (salames e linguíças) Beneficiamento do milho (fubá, farinha); Beneficiamento de Feijão (embalagens) Beneficiamento da cana-de-açúcar (melado); Outras indústrias da agricultura Beneficiamento do arroz Beneficiamento do mel Beneficiamento do pinhão Beneficiamento da Cebola Fábrica de conservas (pepino) Outras indústrias em geral Metalúrgica Indústria de papel reciclado. Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 51 Tabela 25 - Oportunidades de negócio por setor de atividade -Serviços Hotéis e pousadas Ligados ao turismo Restaurantes Turismo/agroturismo Educação e capacitação Serviços Cursos de qualificação profissional e treinamentos Faculdade Ligados à saúde Clinica médica com especialidades (Ultrassom. Ginecologia, oftalmologia) Ligados ao agronegócio Locação de máquinas retoescavadeira Oficina mecânica Eletricista Pedreiro Manutenção de antenas parabólicas Internet rual Jardinagem Terraplanagem Marcenaria/ Serraria Parque aquático Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 52 Tabela 26 - Oportunidades de negócio por setor de atividade - Agronegócio e Comércio Agronegócio Pecuária Agricultura Comércio Outras atividades do agronegócio Estrutura lojista local Pecuária do leite; Pecuária de corte; Suínocultura Piscicultura Ovinocultura Avicultura Cultivo do pinus; Cultivo do morango; Cultivo do feijão; Cultivo do milho; Plantio de grãos; Plantio da moranga; Plantio da beterraba; Plantio do pimentão; Plantio do tomate; Plantio da cenoura; Plantio do alface; Cultivo de produtos orgânicos; Extrativismo do pinhão. Cooperativa regional Assistência técnico agrícola (tecnologia) Mini shopping; Padaria; Locadora; Lojas de roupas; Comércio do aipim. Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 53 PASSO A PASSO PARA ABERTURA DE UM NEGÓCIO Para tornar um negócio realidade, é preciso ter perfil empreendedor, conhecer a realidade do mercado e organizar um plano de negócios. Este capítulo apresenta dicas dos passos a serem realizados para maximizar a chance de sucesso no novo negócio. 54 Caro empreendedor, neste documento foram apresentadas ideias e oportunidades de negócios para o seu município! Desta forma, há algumas etapas que devem ser seguidas, a fim de descobrir uma boa ideia de negócio para o seu perfil, e também para ajudá-lo na estruturação inicial deste negócio2. 9.1 ETAPA 1: IDENTIFICANDO UMA BOA IDEIA DE NEGÓCIO Nesta etapa, o objetivo é encontrar a ideia de negócio que mais combina com seu perfil empreendedor. Para isso, é necessário selecionar 5 (cinco) das oportunidades de negócios apresentadas no capítulo 8 deste documento e escolher a melhor ideia conforme seu perfil. Figura 4 – Seleção de ideias de negócios Figura 4 – Seleção de ideias de negócios Das ideias apresentadas, escreva abaixo até 5 (cinco) ideias que você acredita estarem mais alinhadas ao seu perfil: IDEIA A IDEIA B IDEIA C IDEIA D IDEIA E Fonte: Negócio Certo SEBRAE/SC. Programa de autoatendimento. Manuais etapas 1, 2 e 3. Com as ideias selecionadas, é preciso avaliar o quanto elas tem relação com seu perfil como empresário. A figura 5 traz um conjunto de perguntas para avaliar cada ideia de acordo com seu perfil empreendedor. 2 Adaptado de Negócio Certo SEBRAE. Programa de Autoatendimento. Manuais etapas 1, 2 e 3. 55 PASSO A PASSO 9 PASSO A PASSO PARA ABERTURA DE UM NEGÓCIO Figura 5 – Relação entre o perfil pessoal e as ideias de negócio escolhidas Fonte: Negócio Certo SEBRAE/SC. Programa de autoatendimento. Manuais etapas 1, 2 e 3. 56 9.1.1 AVALIANDO OS RESULTADOS A partir da soma dos pontos apurados para cada ideia, observe o intervalo de pontuação em que cada uma se encaixa: • Somatório maior ou igual a 60 pontos: a ideia de negócio está de acordo com seu perfil. • Somatório entre 40 e 59 pontos: a ideia de negócio precisa ser melhorada. • Somatório abaixo de 40 pontos: a ideia não está de acordo com seu perfil pessoal. Caso duas ou mais ideias tenham a pontuação maior que 60 pontos, escolha aquela que achar mais interessante.Caso todas as ideias tenham menos de 40 pontos, inicie uma nova escolha ou reflita mais (pode ser que não seja o momento apropriado para abrir um negócio). 9.2 ETAPA 2: VERIFICANDO A VIABILIDADE DO NEGÓCIO Muitas pessoas começam seus empreendimentos a partir de um sonho, ser dono de seu próprio negócio. Recente pesquisa feita com empresários brasileiros, publicada pelo SEBRAE, indica que a área de conhecimento mais importante no primeiro ano de atividade de uma empresa é o planejamento. O Plano de Negócio é um documento que reúne informações sobre características, condições e necessidades do futuro empreendimento, com o objetivo de analisar sua potencialidade e sua viabilidade, além de facilitar sua implantação. A seguir, estão apresentadas questões que compõem o Plano de Negócios e que são necessárias para uma análise completa de uma ideia de negócio. 9.2.1 COLETA DE DADOS Nesta fase, o objetivo é reunir o maior número de informações a respeito da empresa, do setor e do mercado. A figura 6 a seguir apresenta um conjunto de perguntas a serem respondidas para auxiliar nesta tarefa de coletar dados para o futuro negócio. 57 Figura 6 – Coleta de dados para elaboração de um plano de negócios Fonte: Negócio Certo SEBRAE/SC. Programa de autoatendimento. Manuais estapa 1, 2 e 3 58 9.2.2 ELABORAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS Com as respostas obtidas na coleta de dados, procede-se à elaboração do Plano de Negócio. Para tal, o SEBRAE/SC fornece um modelo em branco, disponível no endereço eletrônico www.sebrae.com.br/uf/santa-catarina/para-voce/plano-de-negocio. Após o preenchimento, você terá um resultado referente à viabilidade do seu negócio. 9.3 ETAPA 3: FORMALIZANDO O NEGÓCIO Decidida a ideia de negócio e avaliada sua viabilidade, parte-se para a formalização do negócio. A seguir está apresentado um roteiro básico para a legalização de uma empresa. Figura 7 – Passos para a legalização de um negócio Fonte: Negócio Certo SEBRAE/SC. Programa de autoatendimento. Manuais etapas 1, 2 e 3. 59 9.3.1 PASSO 1: ORIENTAÇÃO EMPRESARIAL Para receber orientação empresarial, o empreendedor pode procurar pelo SEBRAE/SC em qualquer de suas agências. Entre as informações prestadas estão os princípios básicos para abertura de uma empresa, orientações quanto aos órgãos envolvidos no processo de legalização, bem como tributos e benefícios tributários. 9.3.2 PASSO 2: CONSULTA PRÉVIA DO LOCAL Junto à prefeitura do município,deve-se verificar a possibilidade de sua empresa funcionar no endereço pretendido. 9.3.3 PASSO 3: BUSCA PRÉVIA PELO NOME DA EMPRESA Dependendo do tipo de atividade da empresa, o registro será feito na Junta Comercial JUCESC (para Empresário e Sociedade Empresária) ou no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas - RCPJ (para Sociedade Simples). Nesta etapa, verifica-se a existência de nome idêntico ao escolhido para registro da empresa. Se o nome já existe, é necessário escolher outro. 9.3.4 PASSO 4: CADASTRO SINCRONIZADO NACIONAL Com o cadastro sincronizado, previsto na Lei Geral de Micro e Pequenas Empresas, em um único passo obtém-se quatro resultados: Registro de Contrato Social ou Declaração de Empresário; CNPJ; Inscrição Estadual e Inscrição Municipal (Alvará de Licença para Estabelecimento). 9.3.5 PASSO 5: LICENÇAS DE FUNCIONAMENTO Dependendo da atividade da empresa e o grau de risco, ela deverá atender os requisitos de segurança sanitária, metrologia, controle ambiental e prevenção de acidentes. Além disso, para iniciar as atividades, é necessário solicitar, através de uma gráfica ou contador, a impressão de notas fiscais ou autorização para utilização do cupom fiscal. As empresas de prestação de serviços recebem autorização da prefeitura local. As empresas dedicadas às atividades da indústria e do comércio recebem a autorização da Secretaria do Estado da Fazenda. 60 ANEXO 61 ANEXO 1 - PERFIL DOS ENTREVISTADOS ANEXOS A maioria dos empresários é do sexo masculino (75,0%) e possui acima de 40 anos, estando mais intensamente distribuídos nos intervalos de 40 a 49 anos e 50 a 59 anos (61,1%, no somatório). Tabela 27- Sexo Opções Masculino Ocorrências 27 Percentual 75,0% Feminino Total 9 36 25,0% 100,0% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado Gráfico 5 - Faixa Etária Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado A escolaridade dos entrevistados é alta, sendo que 30,6% possuem ensino superior completo e outros 16,7% possuem pós-graduação. Tabela 28 - Escolaridade Opções Sem instrução Fundamental incompleto Fundamental completo Médio incompleto Médio completo Superior incompleto Superior completo Pós-graduação Total Ocorrências 0 3 4 0 11 1 11 6 36 Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado Percentual 0,0% 8,3% 11,1% 0,0% 30,6% 2,8% 30,6% 16,7% 100,0% 62 Sobre o cargo/função ocupado, 27,8% dos entrevistados são empresários, 13,9% são Presidentes de Assoc/Secret./ONG e 11,1% são agricultores e gerentes. Gráfico 6 - Perfil profissionail dos entrevistados Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado Em relação ao setor de atuação, 22,2% dos entrevistados apontaram atuar predominantemente no setor do comércio, 19,4% no setor de agronegócios, 16,7% no setor de serviços e nas Associações de Classe/ONGs. Tabela 29 - Setor de atuação Opções Indústria Comércio Serviços Agronegócio Poder Público Associação de classe/ONGs Visitantes Total Ocorrências 2 8 6 7 4 6 3 36 Percentual 5,6% 22,2% 16,7% 19,4% 11,1% 16,7% 8,3% 100,0% Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado 63 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - População e taxa de crescimento, em Anita Garibaldi, no período de 1980 a 2010 11 Tabela 2 - Participacão realtiva da população residente por localização do domicílio e gênero, em Anita Garibaldi, no período 1980 a 2010 11 Tabela 3 - Índice de Desenvolvimento Humano no período de 1970 a 2010 12 Tabela 4 - Produto interno bruto de Anita Garibaldi e PIB per capta no período de 2002 a 2009 14 Tabela 5 - Rendimento Familiar Médio e posição do Município no Estado, em 2000 e 2010 15 Tabela 6 - Salários Médios em Anita Garibaldi, Santa Catarina, no período de 2007 a 2011 15 Tabela 7 - Número de domicílios urbanos por classe economica em Anita Garibaldi e Santa Catarina, em 2010 16 Tabela 8 - Número de empresas e empregos de Anita Garibaldi, em 2011 19 Tabela 9 - Setor da Economia 20 Tabela 10 - atividades dentro do setor agronegócio 21 Tabela 11 - atividades dentro do setor agronegócio 21 Tabela 12 - Atividades dentro do setor comércio 22 Tabela 13 - Atividades dentro do setor Serviço 23 Tabela 14 - Situação atual do município de Anita Garibaldi 23 Tabela 15 - Carências de Demandas 28 Tabela 16 - Pontos fracos do setor da indústria 31 Tabela 17 - Pontos fracos do setor do comércio 33 Tabela 18 - Pontos fracos do setor dos serviços 36 Tabela 19 - Pontos fracos do setor do agronegócio 38 Tabela 20- Impedimentos ao desenvolvimento de novos negócios 38 Tabela 21 - Síntese de forças e fraquezas so município 45 Tabela 22 - Vocação do município 49 Tabela 23 - Eixos de desenvolvimento nos setores 50 Tabela 24 - Oportunidades de negócio por setor de atividade - indústria 52 Tabela 25 - Oportunidades de negócio por setor de atividade -Serviços 53 Tabela 26 - Oportunidades de negócio por setor de atividade - Agronegócio e Comércio 54 Tabela 27- Sexo 63 Tabela 28 - Escolaridade 63 Tabela 29 - Setor de atuação 64 64 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Localização do município, em 2013 10 Figura 2 – Mapa do município, em 2013 10 Figura 3 - Mapa de extrema pobreza e desigualdade dos municípios catarinenses, em 2010 13 Figura 4 - Seleção de ideias de negócios 55 Figura 5 – Relação entre o perfil pessoal e as ideias de negócio escolhidas 57 Figura 6 – Coleta de dados para elaboração de um plano de negócios 59 Figura 7 – Passos para a legalização de um negócio 60 65 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Coeficiente de Gini 12 Gráfico 2 - Consumo per capta R$/ano por habitante em Anita Garibaldi, Santa Catarina e Brasil, em 2010 15 Gráfico 3 - Número de taxa de criação de empregos e empresas formais em Anita Garibaldi 18 Gráfico 3 - Número de taxa de criação de empregos e empresas formais em Anita Garibaldi, segundo setor, em 2011 19 Gráfico 5 - Faixa Etária 63 Gráfico 6 - Perfil profissionail dos entrevistados 64 66 67