Anita Garibaldi
SEBRAE
2013
© 2013 SEBRAE/SC
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina.
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autorização prévia por escrito do SEBRAE, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os
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LEVANTAMENTO DE DADOS, CONSULTORIA TÉCNICA E DESIGN GRÁFICO
Foco Opinião e Mercado
S491s
SEBRAE/SC
Panorama para Novas Oportunidades de Negócio: Anita Garibaldi/ SEBRAE/SC._Anita Garibaldi:
SEBRAE/SC, 2013. 68p.
1. Estudos e Pesquisas. 2. SEBRAE. I. Cândido, Marcondes da Silva. II. Ferreira, Cláudio. III.
Brito, Ricardo Monguilhott. IV. Zanuzzi, Fábio Burigo V. Pirmann, Celso Orlando.
CDU : 338 (816.4 Anita Garibaldi)
GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Raimundo Colombo - Governador do Estado de Santa Catarina
Eduardo Pinho Moreira - Vice-Governador do Estado de Santa Catarina
Lucia Gomes Vieira Dellagnelo - Secretária de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável
Almir Hamad - Diretor de Desenvolvimento Econômico
Márcia Helena Alves - Gerente de Desenvolvimento Econômico Sustentável
CONSELHO DELIBERATIVO DO SEBRAE/SC
Alcantaro Corrêa - Presidente do Conselho Deliberativo
Sérgio Alexandre Medeiros - Vice-Presidente do Conselho Deliberativo
ENTIDADES
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina – FAESC
Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina – FAMPESC
Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC
Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina – FCDL
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina – FIESC
Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina – FECOMÉRCIO
Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina – BADESC
Banco do Brasil S.A. – BB
Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE
Caixa Econômica Federal – CAIXA
Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras – CERTI
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável – SDS
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI/DR-SC
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
DIRETORIA EXECUTIVA DO SEBRAE/SC
Carlos Guilherme Zigelli - Diretor Superintendente
Anacleto Angelo Ortigara - Diretor Técnico
Sérgio Fernandes Cardoso - Diretor Administrativo Financeiro
ORGANIZAÇÃO
Ricardo Monguilhott de Brito - Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo - UAC
Marcondes da Silva Cândido - Gerente da Unidade de Gestão Estratégica - UGE
Fábio Burigo Zanuzzi - Coordenador do Núcleo de Agronegócios e Desenvolvimento Territorial - UAC
Cláudio Ferreira - Analista Técnico – UGE
Celso Orlando Pirmann – Analista Técnico – UGE
O estado de Santa Catarina possui um perfil diversificado: uma agricultura forte, baseada em
minifúndios rurais, dividindo espaço com um parque industrial atuante, considerado o quarto maior do país.
Indústrias de grande porte e milhares de pequenas empresas espalham-se, fazendo do estado de Santa
Catarina a sétima maior economia brasileira pelo tamanho de seu Produto Interno Bruto.
O dinamismo da economia catarinense reflete-se em índices elevados de crescimento,
alfabetização, emprego e renda per capita, significativamente superiores à média nacional, garantindo
uma melhor qualidade de vida aos que aqui vivem, mas com contrastes quanto ao desenvolvimento
socioeconômico de seus municípios.
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Estamos num momento de incertezas na economia global e o mercado local já não apresenta
os mesmos índices de crescimento de anos anteriores, o que afeta economias industrializadas como a
nossa. Por outro lado, a indústria catarinense atingiu um padrão de categoria mundial, o que permite integrar
fortemente as novas cadeias produtivas globais que se organizaram. No entanto, a competitividade atingida
pelas grandes indústrias não é suficiente para garantir que novos desafios sejam superados; é preciso
que, além da melhoria do ambiente econômico, exista um tratamento diferenciado às pequenas indústrias
para que melhorem o desempenho operacional e acompanhem as grandes empresas neste processo de
expansão da economia catarinense.
Como resposta a esse cenário, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico
Sustentável – SDS e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina – SEBRAE/
SC desenvolveram, e estão implantando, o Programa Nova Economia @ SC - Programa de Revitalização
da Economia Catarinense na forma de quatro projetos distintos e complementares, que interagem entre si
de forma sistêmica, sendo composto pelos seguintes projetos:
Projeto Juro Zero – Microcrédito
Projeto Polos Setoriais Industriais já Existentes
Projeto Polos Multi - Setoriais em Áreas de Baixo Desenvolvimento Econômico
Projeto Polos Setoriais Ligados à Economia Verde
O estudo “Panorama para Novas Oportunidades em Anita Garibaldi”, ora apresentado, vêm
atender ao Projeto Polos Multi - Setoriais em Áreas de Baixo Desenvolvimento Econômico, que visa
à preparação de um ambiente que proporcione o desenvolvimento socioeconômico dos territórios que
apresentam baixo índice de desenvolvimento humano (IDH) de SC, por meio do estímulo e incentivo
à criação e ao desenvolvimento de pequenos negócios, das competências e habilidades empresariais,
mediante a participação da comunidade local e a articulação de parcerias institucionais públicas e
privadas.
Para atender, em parte, a essas necessidades, esta publicação aponta a percepção da
comunidade local sobre o desenvolvimento econômico do município quanto às oportunidades e mesmo
suas ameaças. Dessa forma será possível conhecer o cenário de atuação que se deseja transformar,
contribuindo com todos os agentes indutores de desenvolvimento local interessados em investir no município
de Anita Garibaldi.
LUCIA GOMES VIEIRA DELLAGNELO
Secretária de Estado do
Desenvolvimento Econômico
Sustentável - SDS
CARLOS GUILHERME ZIGELLI
Diretor Superintendente
do SEBRAE/SC
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO3
1 O PROGRAMA NOVA ECONOMIA@SC
5
2 NOTAS METODOLÓGICAS
6
2.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS
7
3 ASPECTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
9
3.1 LOCALIZAÇÃO
9
3.2 POPULAÇÃO
10
3.3 DESENVOLVIMENTO HUMANO E SOCIAL
11
3.4 ECONOMIA E MERCADO
13
4 MERCADO LOCAL
17
4.1 PONTOS FORTES DA ECONOMIA LOCAL
19
4.1.1 O AGRONEGÓCIO
19
4.1.2 A INDÚSTRIA
20
4.1.3 O COMÉRCIO
21
4.1.4 OS SERVIÇOS
21
4.2 O HUMOR DO EMPRESÁRIO
22
4.2.1 A VISÃO PESSIMISTA
22
4.2.2 A VISÃO OTIMISTA
24
5 CARÊNCIAS E DEMANDAS
27
5.1 CARÊNCIAS NA INDÚSTRIA
28
5.2 CARÊNCIAS NO COMÉRCIO
30
5.3 CARÊNCIAS NOS SERVIÇOS
32
5.4 CARÊNCIAS NO AGRONEGÓCIO
36
5.5 IMPEDIMENTOS AO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS NEGÓCIOS
37
6 FORÇAS E FRAQUEZAS
44
7 EIXOS COM POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO
47
7.1 A VOCAÇÃO DO MUNICÍPIO
47
7.2 EIXOS DE DESENVOLVIMENTO NOS SETORES
49
8 OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS POR SETOR E ATIVIDADE
51
9 PASSO A PASSO PARA ABERTURA DE UM NEGÓCIO
55
9.1 ETAPA 1: IDENTIFICANDO UMA BOA IDEIA DE NEGÓCIO
55
9.1.1 AVALIANDO OS RESULTADOS
57
9.2 ETAPA 2: VERIFICANDO A VIABILIDADE DO NEGÓCIO
57
9.2.1 COLETA DE DADOS
57
9.2.2 ELABORAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS
59
9.3 ETAPA 3: FORMALIZANDO O NEGÓCIO
59
9.3.1 PASSO 1: ORIENTAÇÃO EMPRESARIAL
60
9.3.2 PASSO 2: CONSULTA PRÉVIA DO LOCAL
60
9.3.3 PASSO 3: BUSCA PRÉVIA PELO NOME DA EMPRESA
60
9.3.4 PASSO 4: CADASTRO SINCRONIZADO NACIONAL
60
9.3.5 PASSO 5: LICENÇAS DE FUNCIONAMENTO
60
ANEXO 1 - PERFIL DOS ENTREVISTADOS
62
LISTA DE TABELAS
64
LISTA DE FIGURAS
65
LISTA DE GRÁFICOS
66
O Programa Nova Economia@SC é uma parceria do SEBRAE/SC com o Governo
do Estado de Santa Catarina, através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico
Sustentável - SDS, que visa aumentar a competitividade da economia catarinense. O programa é
composto por quatro projetos: a) Juro Zero (microcrédito), b) Polos Setoriais Ligados à Economia
Verde, c) Polos Multisetoriais em Áreas de Baixo Desenvolvimento Econômico (IDH) e d) Polos
Setoriais Industriais Existentes.
O projeto de Polos Multisetoriais em Áreas de Baixo Desenvolvimento Econômico
busca preparar um ambiente favorável ao desenvolvimento dos municípios catarinenses,
preferencialmente os de menor densidade econômica, por intermédio do estímulo e incentivo à
criação e sustentabilidade dos pequenos negócios, com a participação da comunidade local e
mediante a articulação de parcerias institucionais públicas e privadas. O projeto prevê a realização
de diversas ações, demonstradas no fluxograma a seguir.
SENSIBILIZAÇÃO
/ ADESÃO LEVANTAMENTO DADOS SECUNDÁRIOS LEVANTAMENTO DAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS ELABORAÇÃO DO PLAN. DESENVOLVIMENTO ATENDIMENTO INDIVIDUAL AVALIAÇÃO FINAL ATENDIMENTO COLETIVO PLANOS DE AÇÃO COM BASE NO EIXO ECONÔMICO IMPLEMENTAÇÃO LEI GERAL INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE: econômicos, sociais e ambientais Para alimentar e direcionar as ações a serem desenvolvidas pelo SEBRAE/SC nestes
municípios, fez-se necessário conhecer a realidade local, suas demandas e suas oportunidades.
Neste sentido foi realizado, entre outros estudos, o estudo “Levantamento das Oportunidades de
Negócio”, do qual trata este documento.
5
NOVA ECONOMIA
1 O PROGRAMA NOVA ECONOMIA@SC
O objetivo geral do “Levantamento das Oportunidades de Negócio”, é sugerir possíveis
investimentos no território, através da leitura e da análise dos seus aspectos potenciais e limitativos
e pela identificação dos seus vazios econômicos.
Nesse contexto, os objetivos específicos são os seguintes:
• Apresentar um panorama das condições demográficas, sociais, empresariais e
econômicas do município de Anita Garibaldi;
• Analisar os aspectos relativos à dinâmica do mercado local, tanto pelo
prisma da oferta como pelo da demanda;
• Avaliar os vazios econômicos existentes (inexistência ou possibilidade de
complementaridade de negócios);
• Identificar se há empresas instaladas ou em instalação, indutoras de demandas
diretas ou indiretas que impactem significativamente no município;
• Verificar as disponibilidades de matérias-primas e suas possibilidades de
beneficiamento;
• Averiguar a disponibilidade de mão de obra local e sua qualificação;
• Definir eixos de desenvolvimento com potencial no território, bem como, oportunidades
por atividades que possibilitem a expansão ou abertura de novos negócios.
Cabe ressaltar, que as sugestões apontadas nesse estudo, requerem, anteriormente
a decisão de investir, um aprofundamento da investigação para determinação da
viabilidade econômico financeira.
2 NOTAS METODOLÓGICAS
O estudo foi realizado através do levantamento de dados primários e secundários.
Os dados secundários são oriundos da sistematização de informações disponibilizadas
por fontes fidedignas e de acesso público junto a órgãos especializados, como IBGE, o próprio
SEBRAE/SC e diversas fontes oficiais.
Já os dados primários foram obtidos por “pesquisa de caráter qualitativo”, realizada por
levantamento amostral, sendo a coleta executada através de entrevistas pessoais em profundidade
e gravadas.
A amostra foi integrada por representantes de diferentes segmentos da população
ou áreas de atuação no município, isto é, pelo poder público municipal, por empresas privadas
(indústria, comércio, serviços), por representantes do setor de agronegócios, por associações ou
entidades organizadas, pela população local e por visitantes.
6
Por se tratar de uma pesquisa em profundidade, que visa reduzir a incerteza a
respeito dos seus objetivos, foi de fundamental importância que os entrevistados selecionados
se caracterizassem como essenciais para o esclarecimento do assunto. Por conta disto, para a
realização deste estudo, adotou-se uma amostragem não probabilística e a seleção dos sujeitos
levou em consideração os critérios de acessibilidade e intencionalidade (neste caso consideradas
as lideranças dos segmentos supracitados). Além disso, a escolha dos mesmos utilizou o estudo
dos dados secundários, que apontou quais os setores têm maior representatividade local, as
sugestões dos colaboradores do SEBRAE/SC e a indicação de lideranças da cidade, totalizando
assim, 36 (trinta e seis) entrevistas.
A coleta de dados ocorreu no período de 22 a 24 de maio de 2013.
2.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Para exemplificar a análise realizada, o texto é ilustrado com falas dos entrevistados,
as quais estão reproduzidas de maneira fidedigna, de forma a não comprometer a interpretação
e credibilidade das informações obtidas nos dados, levando em consideração que a natureza
da pesquisa é qualitativa. As falas omitidas são representadas pelo símbolo [...], quando
estas estão no meio da conversação, e por reticências tanto no inicio quanto no final da fala
representam que há informação apenas antes ou depois do ponto de referência.
Os percentuais referentes às respostas da pesquisa não podem ser inferidos para
o município de Anita Garibaldi e não possuem embasamento estatístico. Trata-se de pesquisa
qualitativa e as distribuições de frequência representam as respostas, apenas, dos entrevistados
na pesquisa.
Os dados oficiais do município, apresentados nos capítulos 3 e 4 deste documento estão
baseados em fontes oficiais e referem-se a dados formais, de modo que empresas, empregos,
atividades econômicas e outras informações de natureza informal não são contabilizadas.
Os resultados da pesquisa estão dispostos em 7 (sete) capítulos, são eles:
•
•
•
•
•
•
•
Aspectos gerais do município;
Mercado local;
Carências e demandas;
Forças e fraquezas;
Eixos com potencial de desenvolvimento;
Matriz de Oportunidades de Negócios por setor e atividade;
Passo a passo para a abertura de um negócio.
7
ASPECTOS GERAIS
DO MUNICÍPIO
Este capítulo apresenta um panorama populacional, social e econômico do município,
baseado em dados secundários extraídos de fontes de consulta pública.
A íntegra de dados oficiais a respeito do município pode ser encontrada na publicação Santa
Catarina em Números.
8
3.1 LOCALIZAÇÃO
O município de Anita Garibaldi está localizado na Região Serrana do Estado de Santa Catarina,
distante 322 km da capital. Possui área de 589 km2 e altitude de 885 m acima do nível do mar.
Figura 1 – Localização do município, em 2013
Fonte: Mapa Interativo de Santa Catarina. CIASC, 2013
Figura 2 – Mapa do município, em 2013
Fonte: Dados cartográficos, Google, 2013.
9
ASPECTOS GERAIS
3 ASPECTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
3.2 POPULAÇÃO
Fundado em 17 de julho de 1961, o município
de Anita Garibaldi foi colonizado por descendentes de
italianos e alemães. Segundo dados do Censo do IBGE,
a população totalizou 8.623 habitantes no ano de 2010.
O crescimento populacional registrou taxa negativa de
-1,61% ao ano desde o último censo (ano 2000), e a
densidade demográfica era de 14,7 habitantes/km2 em
2010.
Tabela 1 - População e taxa de crescimento, em Anita Garibaldi, no período de 1980 a 2010
Ano
População
2010
2000
1991
1980
8.623
10.273
11.021
15.803
Taxa de
crescimento
anual*
Densidade
demográfica
-1,61%
14,7
16,9
17,3
20,2
Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013
*Taxa de Crescimento calculada entre os anos de 2000 e 2010
Na distribuição populacional por gênero, segundo dados do IBGE extraídos do Censo
Populacional 2010, os homens totalizavam 50,33% e as mulheres somavam 49,67%. A maioria da
população era urbana, representando 52,8% do total.
Tabela 2 - Participacão relativa da população residente por localização do domicílio e gênero, em Anita Garibaldi, no período
1980 a 2010
Ano
2010
2000
1991
1980
Gênero
Homens
Mulheres
4.340
4.283
5.210
5.063
5.531
5.490
8.113
7.690
Localidade
Urbana
Rural
4.551
4.072
4.188
6.085
3.477
7.544
3.466
12.337
Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013
10
3.3 DESENVOLVIMENTO HUMANO E SOCIAL
O Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH), segundo o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), é uma medida resumida do
progresso em longo prazo, em três dimensões básicas do
desenvolvimento humano: renda, educação e saúde. O
IDH Municipal (IDH-M) de Anita Garibaldi, no ano de 2010,
era de 0,688, posicionando o município na 256ª colocação
em relação ao estado, valor 11,1% menor que o índice de
Santa Catarina e 5,4% menor que o índice brasileiro no
mesmo ano.
Tabela 3 - Índice de Desenvolvimento Humano no período de 1970 a 2010
Ano
Educação
Longevidade
Renda
1970
1980
1991
2000
2010
Evolução
1970/2010
0,497
0,579
0,671
0,825
0,592
0,423
0,621
0,724
0,806
0,826
0,158
0,373
0,505
0,618
0,667
IDH
Municipal
0,359
0,524
0,633
0,750
0,688
19,11%
95,27%
322,15%
91,64%
IDH Estadual IDH Nacional
0,477
0,734
0,785
0,822
0,774
0,462
0,685
0,742
0,766
0,727
62,26%
50,83%
Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013
Segundo o IPEA, o Índice de GINI é um instrumento para medir o grau de concentração
de renda, apontando a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos.
Numericamente, varia de zero a um, no qual o valor zero representa a situação de igualdade, ou
seja, todos têm a mesma renda, restando o valor um no extremo oposto, ou, seja uma só pessoa
detém toda a riqueza.
O município de Aniita Garibaldi registrou
Gráfico 1 - Coeficiente de Gini
coeficiente de Gini de 0,507 em 2010,
indicando renda mais concentrada do que
a do Estado de Santa Catarina (Coeficiente
de Gini de Santa Catarina era igual a 0,44),
porém menos concentrada que a verificada
em níveis nacionais (Coeficiente de Gini do
Brasil era igual a 0,52 no mesmo ano).
Anita garibaldi
Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013
11
Segundo os dados do Censo 2010, o Município de Anita Garibaldi possuía a incidência
de 8,8% da população com renda familiar per capita de até R$ 70,00, 21,9% com renda familiar
per capita de até 1/2 salário mínimo e 47,4% da população com renda familiar per capita de até 1/4
salário mínimo. Desta forma, em Anita Garibaldi, 78,1% das famílias possuíam renda mensal de até
½ salário mínimo. A figura a seguir demonstra um panorama dos municípios catarinenses frente à
incidência da extrema pobreza, ou seja, com renda familiar per capita de até R$ 70,00.
Figura 3 - Mapa de extrema pobreza e desigualdade dos municípios catarinenses, em 2010
Fonte: Elaborado pelo SEBRAE com base nos dados do Censo Demográfico IBGE - 2010
12
3.4 ECONOMIA E MERCADO
O PIB catarinense atingiu o montante
de R$129,8 bilhões em 2009, assegurando ao
Estado a manutenção da 8ª posição relativa no
ranking nacional, de acordo com dados do IBGE
e da Secretaria de Estado do Planejamento de
Santa Catarina.
No mesmo ano, Anita Garibaldi aparece
na 187ª posição do ranking estadual, respondendo
por 0,06% da composição do PIB catarinense. O
município de Anita Garibaldi, em 2009, possuía
um PIB per capita da ordem de R$ 7.888,72,
colocando-o na 287ª posição do ranking estadual.
No período de 2002 a 2009, o PIB per capita do
município apresentou evolução de 101,92% contra
110,42% da média catarinense.1
Tabela 4 - Produto interno bruto de Anita Garibaldi e PIB per capita no período de 2002 a 2009
PIB (em milhões de
Período
reais) de Anita
Posição Estadual
Garibaldi
2002
39,8
170ª
2003
49,6
170ª
2004
48,4
181ª
2005
53,5
178ª
2006
52,2
177ª
2007
57,6
183ª
2008
69,8
186ª
2009
72,6
187ª
Regrediu 17
Evolução
82,38%
posições
2002/2009
PIB per capita
(R$) Anita
Garibaldi
3.906,90
4.884,19
4.776,62
5.284,65
5.225,77
6.317,77
7.494,27
7.888,72
101,92%
Posição
Estadual
286ª
286ª
287ª
288ª
289ª
289ª
288ª
287ª
Regrediu 1
posição
Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013
13
Com relação à renda média familiar, em 2010, as famílias do município registraram
rendimento de R$ 1.558,6/mês, 35,1% abaixo do total registrado junto às famílias catarinenses.
Considerando a evolução dos últimos 10 anos, Anita Garibaldi regrediu 2 posições no ranking
estadual.
Tabela 5 - Rendimento Familiar Médio e posição do Município no Estado, em 2000 e 2010
Ano
Anita Garibaldi
(R$/mês)
2000
2010
587,2
1.558,60
Santa
Catarina
(R$/mês)
1.205,90
2.400,70
Posição do
município no
Estado
269ª
271ª
Fonte: Instituto Brasielro de Geografia e Estatística (IBGE), 2010
O valor médio de salários praticados no município de Anita Garibaldi, em 2011, foi 32%
menor que a média praticada em Santa Catarina e 40% menor que a média do Brasil para o mesmo
ano.
Tabela 6 - Salários Médios em Anita Garibaldi, Santa Catarina, no período de 2007 a 2011
Ano
2007
2008
2009
2010
2011
Anita Garibaldi
(R$/mês)
1.340,55
1.548,86
879,06
964,78
1.095,86
Santa Catarina
(R$/mês)
1.149,24
1,253,73
1.344,33
1.485,66
1.620,42
Brasil (R$/mês)
1.301,87
1.436,70
1.535,74
1.674,99
1.827,45
Fonte: MTE, Relação Anual de Informações Sociais, 2010
Em 2010, o consumo per capita anual de R$ 6.492,47 por habitante posicionou Anita
Garibaldi 50,5% abaixo do consumo per capita do Estado de Santa Catarina e 50,0% abaixo do
desempenho de consumo per capita do Brasil. Além disso, enquanto o consumo per capita urbano
do município em 2010 foi de R$ 9.047,14, o rural ficou 60% abaixo.
Gráfico 2 - Consumo per capita R$/ano por habitante em Anita Garibaldi, Santa Catarina e Brasil, em 2010
13.124,79
12.978,54
9.325,88
6.492,47
Anita Garibaldi
Região Serrana
Santa Catarina
Brasil
Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013
14
Avaliando o perfil dos domicílios no município sob o aspecto de rendimento financeiro,
Anita Garibaldi possuía, em 2011, o maior número de domicílios urbanos com rendimentos
na classe C2, contabilizando todas as residências, e o menor número na classe A1, conforme
apresenta a tabela a seguir.
Tabela 7 - Número de domicílios urbanos por classe economica em Anita Garibaldi e Santa Catarina, em 2010
Classes
A1
A2
B1
B2
C1
C2
D
E
Valor de referência
(R$)
14.250
7.557
3.944
2.256
1.318
861
549
329
Anita Garibaldi
Santa Catarina
0,21%
1,27%
4,67%
13,01%
26,45%
32,04%
21,00%
1,34%
0,6%
4,0%
11,7%
24,3%
27,2%
19,1%
12,6%
0,6%
Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013
15
MERCADO LOCAL
Este capítulo apresenta um panorama do mercado local baseado em dados secundários
a respeito das empresas, empregos e atividades econômicas desenvolvidas no município.
Além disso, apresenta os pontos fortes da economia local e o humor do empresário
baseado nos resultados apurados das entrevistas realizadas com o empresariado e lideranças
locais.
16
MERCADO LOCAL
4 MERCADO LOCAL
Segundo dados do Ministério do Trabalho
e Emprego, no ano de 2011, Santa Catarina
possuía um total de 403.949 empresas formalmente
estabelecidas. Estas empresas, tomando como
referência o mês de dezembro de 2011, foram
responsáveis por 2.061.577 empregos com carteira
assinada.
Em Anita Garibaldi, existiam no mesmo
ano 340 empresas formais, as quais geraram
1.030 postos de trabalho com carteira assinada.
Considerando a evolução ao longo do período
de 2008 a 2011, entretanto, a taxa absoluta de
criação de empresas no município foi negativa
em -2,86% e a de empregos positiva em 11,23%.
Gráfico 3 - Número de taxa de criação de empregos e empresas formais em Anita Garibaldi
Número
Taxa acumulada de criação no período de
2008 a 2011
Empresas
Empresas
EMPRESAS
Empresas
Empresas
15,77%
306
329
350
368
331
10,39%
340
4,12%
-2,86%
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Anita
Garibaldi
Região
Serrana
Empregos
Santa
Catarina
Brasil
Empregos
EMPREGOS
Empregos
955
913
926
896
915
Empregos
1.030
15,98%
11,23%
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Anita
Garibaldi
18,87%
12,75%
Região
Serrana
Santa
Catarina
Brasil
Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013
17
No que se refere ao recorte setorial em 2011, o setor terciário (serviços) era o mais
representativo em número de empresas, assim como na geração de empregos.
Gráfico 4 - Número de empregos e empresas formais em Anita Garibaldi, segundo setor, em 2011
Empresas
Empregos
494
125
35
Primário
287
154
26
213
36
Secundário
Terciário Comércio
Terciário Serviços
Primário
Secundário
Terciário Comércio
Terciário Serviços
Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013
A tabela a seguir apresenta o número de empresas e empregos de Anita Garibaldi,
organizadas segundo seções da CNAE e o seu respectivo porte, tomando por referência o ano de
2011.
Tabela 8 - Número de empresas e empregos de Anita Garibaldi, em 2011
Seção de Atividade Econômica segundo classificação CNAE – versão 2.0
Empresas
Empregos
Número
Part. (%)
Número
Part. (%)
35
10,29
36
3,5
Seção A
Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aqüicultura
Seção B
Indústrias extrativas
-
-
-
-
Seção C
Indústrias da transformação
22
6,47
284
27,57
Seção D
Eletricidade e gás
1
0,29
-
-
Seção E
Água, esgoto, atividades de descontaminação de resíduos
2
0,59
3
0,29
Seção F
Construção
1
0,29
-
-
Seção G
Comércio; reparação de veículos automotores e bicicletas
125
36,76
213
20,68
Seção H
Transporte, armazenagem e correio
19
5,59
11
1,07
Seção I
Hospedagem e alimentação
16
4,71
13
1,26
Seção J
Informação e comunicação
2
0,59
5
0,49
Seção K
Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados
1
0,29
9
0,87
Seção L
Atividades imobiliárias
-
-
-
-
Seção M
Atividades profissionais, científicas e técnicas
10
2,94
29
2,82
Seção N
Atividades administrativas e serviços complementares
5
1,47
4
0,39
Seção O
Administração pública, defesa e seguridade social
3
0,88
360
34,95
Seção P
Educação
4
1,18
5
0,49
Seção Q
Saúde humana e serviços sociais
7
2,06
23
2,23
Seção R
Artes, cultura, esporte e recreação
6
1,76
11
1,07
Seção S
Outras atividades de serviços
77
22,65
23
2,23
Seção T
Serviços domésticos
4
1,18
1
0,1
Seção U
Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais
-
-
-
340
100%
1.030
Total
100%
Fonte: Santa Catarina em Números, SEBRAE - SC, 2013
18
4.1 PONTOS FORTES DA ECONOMIA LOCAL
A economia do município de Anita Garibaldi é movida pelo agronegócio segundo
opinião da maioria do empresariado e lideranças locais (75,0%). Apesar de todos os setores
terem alguma representatividade, os demais setores são pouco expressivos no cenário
econômico local, sendo que a indústria aparece com 22,2%; o comércio, com 25,0% e o setor
de serviços, com apenas 2,8% de menções por parte dos respondentes.
Tabela 9 - Setor da Economia
Setor
Agronegócio
Indústria
Comércio
Serviços
Frequência de menções
75,0%
22,2%
25,0%
2,8%
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
4.1.1 O AGRONEGÓCIO
O agronegócio é a mola propulsora do desenvolvimento econômico do município de
Anita Garibaldi (75,0%). O que move a economia da cidade é a pecuária do leite (55,6%) e a de
corte (47,2%), além dos cultivos do milho (16,7%), do feijão (13,9%) e de cereais (11,1%). “Hoje nós temos uma ala bem crescente no nosso município, que até faz parte da nossa
cooperativa que é a agricultura orgânica, que é a agricultura de orgânicos que é a produção
de legumes, frutas, cereais e até a própria carne orgânica já, é um setor que está crescendo
bastante, devido a porcentagem de lucro que a pessoa tem por ser produtor orgânico, se o seu
produto é orgânico você tem trinta por cento acima no mercado, então isso está crescendo
bastante, não tanto na questão comercial, mas também na questão de consciência das
pessoas.”
“Tem o gado, tem o leite, têm também as plantações, soja, milho, seria isso mais ou
menos.”
“Gado, o pessoal cria o boi para confinamento, para corte final, e também a vaca para ter o
terneiro. Na agricultura é mais milho e feijão, agora o pessoal está indo bastante para a parte
de soja também, tem algumas lavouras com soja na nossa região.”
Outras culturas também recebem destaque entre os entrevistados, dentre as quais
vale citar o plantio do pinus, para reflorestamento (5,6%), o cultivo da soja (5,6%), de produtores
orgânicos (2,8%), da abóbora (2,8%), do morango (2,8%), do fumo (2,8%), da uva (2,8%) e, por
fim, da fruticultura (2,8%).
“Dentro da pecuária? Pois é, dentro da pecuária é a criação de gado, né. Porque a pecuária
mesmo é a criação de gado, então é a criação de gado que mais se desenvolve.”
“A agricultura e a pecuária. A produção de gado, principalmente de gado leiteiro, que essa
renda segura o pessoal do interior. E depois disso aí, a renda do nosso município é alguma
coisa da empresa, mas é aposentado e funcionário público.”
“Ah o pessoal aqui trabalha bastante com feijão e a pecuária, tem muita, mas tem também o
pequeno agricultor que também trabalha com a pecuária.”
“São esses dois, agricultura e pecuária, porque hoje devido a esses dois fatores, preço do
mantimento muito alto para tu comprares, para tu adquirires e para tu venderes muito baixo,
daí, não tem questão que aguente, tu vais pagar no saco de milho para plantar 400 reais e tu
vais vender a 25, 28, 30.”
19
Tabela 10 - atividades dentro do setor agronegócio
Frequência de
menções
Setor
Agronegócio
75,0%
Atividades
Pecuária do leite
Pecuária de corte
Cultivo do milho
Cultivo do feijão
Produção de cereais
Plantio de reflorestamento
Cultivo da soja
Cultivo de orgânicos
Fruticultura
Cultivo da abóbora
Cultivo do morango
Cultivo do fumo
Cultivo da uva
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
Frequência de
menções
55,6%
47,2%
16,7%
13,9%
11,1%
5,6%
5,6%
2,8%
2,8%
2,8%
2,8%
2,8%
2,8%
4.1.2 A INDÚSTRIA
A indústria, mencionada por apenas 22,2% dos consultados, tem seu foco direcionado
para a única indústria representativa dentro do setor: a fábrica de cortinas Racci (22,2%).
Trata-se de um setor em desenvolvimento e que precisa se estruturar para receber o
devido destaque no cenário econômico local. Contudo, há oportunidades a serem exploradas.
Para isso, a base de seu desenvolvimento será a própria matéria-prima produzida localmente,
oriunda do agronegócio.
Tabela 11 - atividades dentro do setor agronegócio
Setor
Indústria
Frequência de
Atividades
menções
22,2%
Fábrica de cortinas (Cortinas Racci)
Frequência de
menções
22,2%
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
“A fábrica de cortinas, né? E o próprio comércio do município que é um dos maiores que gera
emprego no município.”
“Essa fábrica de cortinas.”
“Setores mais fortes da economia? Ah, eu acho que hoje nós temos a própria fabrica de
cortina que hoje gerou muitos empregos, então eu acho que a saída seria por ai, né? Até
porque uma pessoa lá de Blumenau, um filho dessa terra aqui, que decidiu investir aqui, eu
acho que direta ou indiretamente ele tem aí trezentos, quatrocentos funcionários empregados
e que deu certo, inclusive que ele tem intenção de aumentar mais a produção e aumentar
mais emprego, essa daí foi a grande salvação do nosso município foi justamente na época
que os jovens estavam indo embora para outros municípios e foi o que segurou, então tem
um campo muito grande para investirem aí, para trazer empregos para a cidade melhorar,
então hoje o ponto positivo é realmente seria gerar emprego...”
20
4.1.3 O COMÉRCIO
O setor do comércio da cidade de Anita Garibaldi é o segundo segmento mais
representativo da economia local, o qual está bastante desenvolvido e, em alguns ramos de
atividade, encontra-se até saturado. Os segmentos mais representativos são as lojas de vestuário
(8,3%), os supermercados (5,6%) e as lojas de móveis (2,8%) e eletrodomésticos (2,8%). Contudo, o
comércio ainda precisa ser fomentado, visto que muitas pessoas ainda se deslocam para municípios
vizinhos para realizar suas compras em razão dos preços praticados internamente. “Olha, o nosso comércio até para o tamanho da nossa cidade ele está satisfatório, eu acho,
porque também não adianta ter um comércio muito grande se não vai ter quem vai comprar.”
“O comércio é mais ou menos um pólo aqui, vem pessoas do Rio Grande, de Celso Ramos,
de Cerro Negro, de Abdon, o comércio é bom aqui, mas ainda não é o ideal...”.
“O comércio, vestuário tem bastante, e está forte e a cada dia está abrindo mais e estão se
sustentando por que está bom o movimento, né?”
“Acho que a linha que mais tem no comércio é a linha de roupas. Roupa é o que mais tem
nas lojas. Onde você for tem uma loja de roupa.”
Tabela 12 - Atividades dentro do setor comércio
Frequência
de menções
Setor
Comércio
25,0%
Atividades
Loja de vestuário
Supermercado
Loja de móveis
Loja de eletrodomésticos
Frequência de
menções
8,3%
5,6%
2,8%
2,8%
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
4.1.4 OS SERVIÇOS
O setor de serviços, não apresenta grande expressão na visão dos entrevistados
(2,8%). Entende-se que o setor de serviços também vai se desenvolver, sendo somente uma
questão de tempo, pois o segmento ainda precisa se estruturar. O único destaque pontuado entre
os entrevistados é a construção civil (2,8%).
“Esse ramo é um ramo que também cresceu, construção, hoje em dia graças a deus não
para, eu acredito que são os mais que funcionam.”
21
Tabela 13 - Atividades dentro do setor Serviço
Frequência de
Atividades
menções
2,8%
Serviços da construção civil
Setor
Serviços
Frequência de
menções
2,8%
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
4.2 O HUMOR DO EMPRESÁRIO
O empresariado do município de Anita Garibaldi se mostra pessimista em relação à
situação atual de desenvolvimento do município. Para apenas 27,8% dos respondentes o município
se encontra em crescimento, para os demais 69,5% dos entrevistados, o município se encontra em
movimento declinatório ou estagnado, conforme se verifica na tabela abaixo:
Tabela 14 - Situação atual do município de Anita Garibaldi
Opção
O município está em crescimento
O município está estagnado
O município está em declínio
Não sabe responder
Frequência de
menções
27,8%
52,8%
16,7%
2,8%
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
4.2.1 A VISÃO PESSIMISTA
Os 69,5% que consideram o município de Anita Garibaldi em estado de estagnação ou
declínio entendem que essa situação se deve à falta de indústrias/agroindústrias e empresas em
geral no município (25,0%) e, consequentemente, à falta de oportunidades de emprego (25,0%),
principalmente para os jovens e/ou filhos de pequenos produtores que deixam o interior para
estudar e não mais retornam em razão da falta de perspectivas. “Na verdade hoje ele está estabilizado, e parte de declínio, pois nós tivemos uma perda com
as barragens quando eles tiraram, em torno de 300 famílias do nosso município e o nosso
movimento, na parte econômica nós perdemos muita gente.”
“Está em declínio? O motivo é, nós não temos indústrias, poucas indústrias no município
e não agrega como fonte de renda, como agricultura e indústria, nós temos a agricultura
familiar, pequena, né? Devido ao nosso município não oferecer condições de ter, de fazer
granjas, como por exemplo, plantar em alta escala, pequenas famílias trabalhando, e a
nossa mão de obra qualificada que são os jovens hoje estão saindo para os grandes centros
para trabalhar.”
“É o que município aqui passou por um período assim de euforia econômica com a construção
das hidroelétricas, foram construídas duas hidroelétricas ao redor do município, e foi um
período que teve certo avanço e só que não foi preparado para o pós-barragem, então agora
a gente está passando por esse período, então a economia do município, especialmente deu
uma estagnada.”
“Eu acho assim, que o nosso campo, que é a agricultura, que a gente depende também das
politicas governamentais, as quais que a gente vê nos últimos anos, a nível federal melhorou
muito, mas na verdade é uma corrente, tem que sair do federal e chegar até aqui, né? Por
exemplo, hoje, nós vivemos uma parte grande da agricultura familiar vive do, vive com uma
ajuda muito grande dos programas federais, por exemplo na nossa área os PA, a merenda
escolar que nem sempre é cumprida na ponta, mas então, o PA hoje é na verdade. Eu diria
que é aí um quarenta ou cinquenta por cento que está levando.”
22
Nesse contexto, vale ressaltar que a conjuntura municipal é desfavorável quanto à
instalação de indústrias localmente. O alto nível de endividamento municipal, ocasionado pela má
administração nas gestões anteriores, deixou o município em situação difícil (16,7%). Assim, não
há verba pública disponível para ser investida na saúde (2,8%), na educação (2,8%), tampouco nas
estradas (2,8%), três áreas públicas que estão bastante precárias.
“Olha, eu acho que está estagnado, ele teve um crescimento com a construção das usinas,
duas uma no Pelotas e outra no Canoas, aliás, deu uma decrescida, e agora está estagnado.”
“Muitas pessoas, a partir de que veio a barragem, né, foram indenizadas e saíram da cidade,
como as que ganharam carta de créditos também saíram da cidade.”
“É porque falta muita indústria, falta muita coisa para gerar, no caso emprego, no comércio
dinheiro para as vendas, compras essas coisas assim, e o pessoal está um pouco assim.”
“O motivo é em primeiro lugar, devido a construção da usina, das usinas hidroelétricas que
atingiram o nosso município aqui, muitas pessoas tiveram que migrar para outros municípios
por conta das indenizações e das taxas de crédito que as usinas deram para eles, eles
tiveram que comprar terrenos em outros lugares por aqui não deu para ficar esse pessoal que
teve que subir da costa do rio para a cidade, então esvaziou bastante a nossa agricultura,
o pessoal que morava, antigamente nós tínhamos mais pessoas na agricultura, do que no
centro da cidade, hoje imagino eu que está ao contrario, são poucas pessoas que ficaram na
agricultura.”
“Eu acho que o município está estável. Já esteve pior, na questão do desenvolvimento, mas,
ainda não consegue ter, o que eu sempre defendo, acho que deveria ter uma empresa,
alguma coisa que segurasse os jovens e a evasão do êxito rural. Acho que isso é o que falta
no município.”
Além disso, a crise econômica da pós-construção das barragens/hidroelétricas (8,3%) é
algo latente em Anita Garibaldi. A evasão populacional, tanto dos trabalhadores que foram embora,
como dos próprios munícipes que foram indenizados e deixaram o local, o que gerou uma redução
de 22 mil habitantes para cerca de 10 mil (13,9%), impactou diretamente no fluxo financeiro da
cidade.
“A cidade faz muito tempo que parou, a gente não, o comércio aqui de Anita é muito ruim,
entende? Não abre oportunidade para o pessoal, o que a juventude está fazendo? Está
indo estudar fora e procurar trabalho fora porque aqui não compete, não agrega valores,
não tem para onde eles ficarem trabalhando aqui, tem muita gente formada aqui na cidade,
farmacêutico, veterinário, várias, várias profissões e profissões razoavelmente boas,
entende? Só que não gira, não tem, hoje, por exemplo, a prefeitura de Anita Garibaldi para
um veterinário não paga nem o piso. O cara estuda, gasta cem ”pau” para se formar e a
prefeitura não ajuda ele ficar aqui na cidade. O que mais? Tem uma pequena empresa que
veio de Blumenau se instalar aqui por quê? Porque a mão de obra é baratíssima aqui, eles
trabalham por qualquer mixaria, por quê? Para não ficar parado em casa, entende? Hoje eu
faço vendas aqui, a gente faz cadastro, digamos, “ah, ele é o que?”, “ah é pintor”, “quanto
ganha?”, “ah, eu ganho 800 reais”. Quando ganha um pintor em Lages hoje? Ganha 3, 4 mil.
Aqui é um absurdo.”
“Em declínio ele já esteve uma época. A gente sabe que o nosso município antigamente tinha
mais de 20 mil habitantes na época que tinha as madeireiras. E hoje em dia ele está mais
estagnado, mas a gente já alguns projetos. Eu acho que até por isso que a tua colega me
procurou. Por exemplo, eu agora estou começando uma ideia para fazer ultrassonografia
aqui no município. Então, eu acho que isso é um grande crescimento para a cidade. Porque
todo mundo sai daqui para ir para Lages, fazer lá.”
23
“Falta muito investimento no município aqui, né, principalmente aí na transformação dos
produtos gerados no município, né. Por exemplo, nós temos a questão da madeira aí que
praticamente não tem para onde vender, né. Vamos ver, tem basicamente uma indústria aqui
no município, apenas, né. E tem muita área reflorestada, né. Também tem no setor também
da pecuária, nós também estamos com alguns problemas ainda, não conseguimos ainda
colocar o nosso parque de exposições ainda em funcionamento, né, que é onde o produtor
consegue vender seus animais por um preço melhor e o nosso frigorífico também, que agora
acabou fechando porque isso daí é muito negativo para o nosso produtor rural, né. Ele acaba
caindo na mão de atravessadores e o preço fica cada vez menor, né. E o comércio acaba
sentindo todo esse problema que nós temos aí.”
Por fim, a regressão do agronegócio em âmbito geral, por conta da estiagem e baixa
valorização da produção (13,9%), refletiu diretamente no poder aquisitivo populacional que já era
baixo (5,6%).
“Hoje a pecuária, agricultura nossa aqui do município, a agricultura está fase estagnado e
devido à estiagem que dá todo ano, o preço da mercadoria, hoje tu vai comprar um saco de
aveia tu vai pagar para plantar, vai pagar setenta, tu vai botar o gado no pasto, depois tu
vai vender bem abaixo do preço, o mercado para nós vendermos o boi está fraco o preço,
mas o preço da carne para comprarmos no mercado está alto, né? Acho que isso tu pode
saber, tu compra carne no mercado e tu sabes, então, devido a esses dois fatores que está
estagnado.”
“Olha, eu acredito que o nosso município ele é baseado na agricultura e na pecuária, né.
Poucas, assim, poucas indústrias, quase nenhuma, as madeireiras também que tinham aqui
praticamente acabaram, né. E trouxe esse prejuízo, né, para nossa cidade aqui, né. E o fato
da desvalorização dos produtos agrícolas, da pecuária que está acontecendo agora, né, está
trazendo um certo prejuízo para todo o município.”
“Por várias razões, mas dentre elas: nós podemos analisar a diminuição populacional. Se
você pegar os dados do Censo realizado nos últimos anos, você vai verificar que as pessoas
estão indo embora de Anita. Já chegamos a ter 22 mil habitantes, claro que foi em um período
do ciclo da madeira que era outra estória. Mas, de lá para cá, foi diminuindo e hoje não temos
nem 10 mil habitantes.”
4.2.2 A VISÃO OTIMISTA
No que tange aos 27,8% que enxergam o município em crescimento, 11,1% entendem
esse crescimento como lento e tímido, o qual é ocasionado pelos bons resultados da agricultura/
agronegócio e o aumento da produção nas propriedades (11,1%), impulsionado pelos incentivos
governamentais aos pequenos produtores (2,8%) e pela venda da produção como merenda escolar
– projeto CONAB (2,8%). “Está em crescimento porque toda atividade se desenvolve, sempre está crescendo,
dificilmente para, porque quando, também não para, volta para trás. Então algum pequeno
crescimento sempre tem a gente sempre vê algum setor desenvolvendo alguma coisa,
como construção civil, a gente vê alguma coisa crescendo, alguma propriedade na área da
agricultura sendo melhorada, então isso é um sinal que está crescendo.”
“Eu acho assim, que o nosso campo, que é a agricultura, que a gente depende também das
politicas governamentais, as quais que a gente vê nos últimos anos, a nível federal melhorou
muito, mas na verdade é uma corrente, tem que sair do federal e chegar até aqui, né? Por
exemplo, hoje, nós vivemos uma parte grande da agricultura familiar vive do, vive com uma
ajuda muito grande dos programas federais, por exemplo na nossa área os PA, a merenda
escolar que nem sempre é cumprida na ponta, mas então, o PA hoje é na verdade. Eu diria
que é aí um quarenta ou cinquenta por cento que está levando.”
24
Outra questão que não pode ser esquecida é a construção das barragens/hidroelétricas,
situação que aqueceu a economia (8,3%) e teve impacto principalmente no comércio (5,6%).
A chegada do asfalto (2,8%) também é um reflexo positivo inerente aos empreendimentos
hidroelétricos. Por fim, no segmento industrial, a fábrica de cortinas (2,8%) é motivo de otimismo
entre os entrevistados, visto que a chegada dessa indústria gerou novas oportunidades de
emprego para a população local.
“Eu acho assim, como vou dizer, que a agricultura está desenvolvendo bastante então passa
a passo estão investindo em mais algumas coisas para o desenvolvimento, a gente tem e
tem pessoas investindo na cidade, por exemplo a fábrica de cortinas que está aumentando
a cada dia mais, o prefeito tem intenção de trazer mais uma fábrica de estofados, que daí a
gente tem matéria-prima aqui para poder se tornar até mais barato para eles, né? Por isso
eu acho que está crescendo.”
“Pelo desenvolvimento que a gente no nosso setor aqui, que no caso das hidroelétricas,
isso ajudou bastante nós, mas a gente de alguma coisa a mais, em todos os setores na
verdade.”
“Na época em que eu conheci aqui, pois sou natural de Lages e vim aqui outras vezes no
passado, a cidade cresceu muito, eu acho que se desenvolveu bastante, pois a cidade está
bonita. E além disso, o que está faltando, eu acho ainda, é uma indústria por aqui.”
25
CARÊNCIAS E DEMANDAS
Este capítulo apresenta o retrato das principais carências do município, relacionadas a
demandas não atendidas nos diferentes setores da economia.
26
Em relação às carências e demandas nos setores, ou seja, deficiências identificadas
no município de Anita Garibaldi, 80,5% dos pesquisados afirmaram que estas existem no setor da
indústria; 61,1%, no setor de serviços; 25,0%, no comércio e 50,0%, no setor de agronegócios.
Tabela 15 - Carências e demandas
Setor
Indústria
Comércio
Serviços
Agronegócio
Frequência de
carências apontadas
80,5%
25,0%
61,1%
50,0%
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
O segmento industrial de Anita Garibaldi é bastante deficitário. Faltam indústrias de
todos os tipos (55,6%), principalmente aquelas que poderiam agregar valor à matéria-prima
proveniente do agronegócio: as agroindústrias.
“Não sei te responder agora, aqui faltam indústrias, e nem precisa olhar muito para perceber
que faltam indústrias aqui, e eu não tenho nem ideia de quantas tem, mas tenho certeza de
que falta, porque a cidade é pequena e depois que sai a barragem aqui, apareceu emprego,
também é uma cidade turística, temos bastantes parques, mas não há grande empenho
nisso, por isso que eu digo o que falta mesmo aqui são indústrias.”
“Na verdade falta, se entrasse mais alguma indústria aqui, em vários setores, nós temos
uma indústria que está localizada aqui há mais de dez anos que é a fábrica de cortina a
aço que já deu realce no município, que já ajudou, mas ainda nós temos uma deficiência
nessa área, porque não tem uma indústria a mais para ter uma concorrência, os salários,
é complicado.”
“Hoje aqui só tem a indústria madeireira e tem uma indústria, a fábrica de cortinas, estamos
agora abrindo uma área industrial para novas empresas, estamos criando uma lei que vai
permitir dar benefícios para empresas, para dar expansão, inclusive já temos o terreno que
é do município e estamos tentando junto com os vereadores uma oportunidade de aprovar
uma lei que permita o município fazer, acomodar umas empresas, ceder o terreno, dar
isenção de impostos para tentar atrair novas empresas para a região.”
O comércio é entendido como suficiente para o tamanho da cidade, porém, ainda
praticante de preços um pouco altos. Por isso, muitos habitantes da cidade deixam de consumir
dentro do próprio município para procurar opções que se adéquem à sua realidade financeira nas
cidades vizinhas, como Lages, por exemplo (8,3%).
“Deixa-me ver, falta, como eu posso te dizer, algumas coisas faltam e dai tem que sair daqui
da cidade e tem que ir para Lages, para concerto alguma coisa ou outra, porque aqui não
tem, e ai quando tem alguma coisa para fazer, tem que vir mercadoria lá da cidade e vem
bem mais caro e a gente acaba pagando bem mais caro aqui.”
“Faltaria assim um atacadão, já digo, pelo preço mais em conta, porque daí a gente poderia
comprar com o preço mais em conta porque aqui não tem e tem que ir Lages, até uma
própria assim, um negocio de frutas e verduras, essa coisas, até que tem, está começando
aí, mas ainda não é aquelas coisas, é só um dia por semana, dois no máximo e depois
fecha.”
27
CARÊNCIAS E DEMANDAS
5 CARÊNCIAS E DEMANDAS
Na prestação de serviços, o destaque negativo é para os serviços públicos,
principalmente a saúde (27,8%), pois faltam médicos, hospital e dentistas.
“Olha nos precisamos melhorar muito na nossa saúde, mas o que falta é isso aqui, seria recursos
até, porque o hospital um ano atrás se a associação não encarasse a gente teria o hospital
fechado hoje, porque as irmãs foram deixando decair, decair e quando resolveram ir embora,
resolveram ir e simplesmente entregaram assim sem dívida, mas sem recurso nenhum, a gente
entrou com a cara e a coragem e faz um ano que a gente está levando, a gente conseguiu ano
passado um recurso do estado da Baeza e Inercam, que são bem companheiras nesse momento.”
Por fim, a principal queixa oriunda do agronegócio está ligada à falta de apoio/incentivo/
investimento do poder público para agricultura e pecuária local (33,3%).
“Anita tem assim a economia quase que a maioria dela baseada na agricultura e na pecuária,
só que é um setor assim que não tem muito apoio, principalmente do poder publico, é um
setor, eu assumi a prefeitura agora a pouco, e é um setor que a gente tem acompanhado que
é muito carente de apoio, de como eu diria, de capacitação e de novas tecnologias, que é o
que vamos tentar fazer através da nossa a agricultura e dos órgãos governamentais quando
conseguir apoio para tentar desenvolver essa área da agricultura e da pecuária.”
“Já mencionei essa questão da pecuária, apoio ao produtor de leite, esse apoio quer dizer o
seguinte, não precisa ser apoio financeiro, apoio na logística, na estrutura das rodovias, na
infraestrutura de transporte, no recolhimento desse produto, para que o produtor tenha mais
facilidade e menos perdas, o produtor ultimamente teve muitas perdas, com falta de energia
elétrica, que perdeu seu produto e também com o transporte, que o transporte é deficitário
em função de nós termos dificuldades com as nossas estradas, com as nossas rodovias e o
poder publico eu acho que está trabalhando muito forte em cima disso, na manutenção das
estradas para que o produtor possa se manter no campo e continuar produzindo, o produtor
de leite tem renda mensal.”
5.1 CARÊNCIAS NA INDÚSTRIA
A indústria de Anita Garibaldi está em processo de estruturação. Contudo, apresenta
deficiências que impedem o seu maior desenvolvimento dentro do segmento. Como há poucas
indústrias instaladas na cidade, faltam oportunidades de emprego e renda para população local
(25,0%), principalmente para os jovens, que acabam migrando para outras cidades pela ausência
de perspectivas.
Hoje aqui só tem a indústria madeireira e tem uma indústria, a fábrica de cortinas, estamos
agora abrindo uma área industrial para novas empresas, estamos criando uma lei que vai
permitir dar benefícios para empresas, para dar expansão, inclusive já temos o terreno que
é do município e estamos tentando junto com os vereadores uma oportunidade de aprovar
uma lei que permita o município fazer, acomodar umas empresas, ceder o terreno, dar
isenção de impostos para tentar atrair novas empresas para a região.”
“Bem, falta oportunidade de trabalho, porque mão de obra nós temos no nosso município,
inclusive o nosso município é um grande fornecedor de mão de obra para os grandes centros
industriais, nosso município já teve na década de 70, 24 mil habitantes para estar hoje com
oito mil habitantes, vamos dizer que já esteve em dez, onze mil voltou e não consegue
aumentar a população é porque o jovem na busca do emprego sai da cidade, porque não
tem emprego e permanece aqui o setor familiar e os mais idosos acabam permanecendo no
nosso município, então falta oportunidade de trabalho, que abram indústrias aqui no nosso
município que gerem empregos.”
“Olha, eu não sei se com o inventivo da prefeitura resolveria, digamos um parque industrial,
porque sempre as empresas vêm com um benefício, isenção de ICMS ou terreno para
construção, porque para vir para cá é meio fora da rota do transporte e sem incentivo não
vem ninguém, é complicado, na agricultura eu acredito que a prefeitura também está em
crise, mas eu acredito que teria que ter alguém para trabalhar mais o negócio de ajuda de
pessoal especializado, digamos de gado de corte teria que ser através da prefeitura.”
28
Essa carência é fruto da falta de incentivo/investimento do poder público para as
indústrias – seja para as já instaladas ou para as que pretendem se instalar – especialmente no
que diz respeito a disponibilização de terrenos (parque industrial) e a incentivos fiscais (33,3%).
Problemas no fornecimento de energia elétrica (5,6%) também dificultam essa estruturação
básica. Por fim, há também falta de mão de obra qualificada (11,1%) para ocupar postos de
trabalho específicos.
“Verdade eu acho que falta, eu acho que se tivesse mais indústrias em Anita, porque o
desemprego aqui é grande, então chega a juventude hoje em dia e já vai embora, se
forma e vai embora para fora, não tem emprego, então eu acredito que se tivesse mais
indústria aqui em Anita já ajudaria, e no comércio na verdade eu acho que falta um pouco
de especialização mesmo, hoje em dia a mão de obra em muitas coisas aqui é carente, eu
acho.”
“Na verdade, nós, por exemplo, dando um exemplo bem prático, essa fábrica de cortinas
que abriu aqui há uns anos atrás, isso daí foi uma coisa muito boa para o município, ela
alavancou bastante, deu bastante emprego e acho que hoje ela, a fábrica trabalha com
duzentos e vinte funcionários mais ou menos, e o que que o município precisaria, precisaria
de mais alguma coisa nesse sentido, acho que nessa parte de indústria para melhorar
justamente e dar mais empregos para o pessoal que está aqui.’
“Primeiro eu acho que faltam mais indústrias, de vários segmentos. Se tivesse mais
segmentos para segurar o pessoal e que investissem nos jovens, para que os jovens não
precisassem sair do município.”
Todo esse contexto deficitário provoca desinteresse do empresariado em investir em
Anita Garibaldi, pois o grupo fica receoso e sem coragem de aplicar recursos no município por
causa das incertezas inerentes ao investimento.
“No que a cidade é mais carente é da própria indústria, né, que quase não existe, né. Aqui
está faltando indústria para dar condição de trabalho para esse pessoal que está esperando
serviço, né. Está dependendo de mais indústria, porque aqui, na verdade, só tem uma
indústria grande, que é a fábrica de cortinas. Então se tivesse mais umas duas indústrias
do porte daquela ali era o suficiente.”
“Na verdade prestação de serviço o que faltaria hoje para começar é a qualificação do nosso
pessoal, que a gente percebe assim que tem uma grande deficiência aqui na qualificação
do pessoal, inclusive quando vêm essas grandes obras para cá a maioria da mão de obra
foi de fora, ao contrário do que se esperava que se fosse a mão de obra local, foi a mão
de obra fora, então a primeira coisa é a qualificação do nosso pessoal é uma das grandes
carências.”
Tratando-se especificamente dos segmentos industriais carentes no município de Anita
Garibaldi, destaca-se a falta de indústria de beneficiamento da madeira (8,3%), para a fabricação
de móveis; de indústria de beneficiamento do leite, laticínio (5,6%), e, por fim, de indústria de
processamento das carnes, abatedouro (5,6%), e frigorífico (5,6%).
“Por exemplo, o setor de madeira, existe já uma quantia razoável de madeira planta, como
os eucaliptos, mas não temos também indústria para isso, tem que sair bastante para fora
e tem preços muitos baixos e nesse setor eu acho que devia ter uma melhora e trabalhar
numa formação, capacitar mais o pessoal, a capacitação eu acho que é muito importante
para tudo que a pessoa for fazer estar habilitada, para fazer sem erro.”
29
“Precisava de uma indústria para comercializar o negócio do leite, uma coisa assim para
o pessoal poder ter o leite, o queijo essas coisas assim para poder vender e também o
frigorifico que nós tínhamos um frigorifico aqui que dava emprego e o pessoal vendia o
gado ali, a gente comprava carne no comércio um pouco mais em conta, só que agora está
vindo tudo de fora porque foi fechado o frigorifico.”
“Veja bem a situação: nós temos aqui uma porcentagem grande de pecuaristas e até
agricultores, né, que eles comercializam leite, né. E aqui até era para sair uma fábrica de
laticínios, né. Não ocorreu. Então o leite que é gerado aqui, que é produzido aqui tem que
sair para fora, né, sai com um preço mínimo dos mínimos, né, sem, situação muitas das
vezes para o criador que está lá criando as vacas e tirando o leite não tem condições para,
até, para continuar, né. Então isso está faltando um pouco mais de incentivo nessa situação
aí.”
Tabela 16 - Pontos fracos do setor da indústria
Setor
Indústria
Frequência de
menções no
setor
80,5%
Pontos fracos
Falta de indústrias/agroindústrias
Falta de incentivo do poder público para instalação de novas
indústrias (isenção de impostos, parque industrial)
Falta de oportunidades de emprego (jovens)
Falta de mão de obra qualificada
Falta de indústria de beneficiamento da madeira
Problemas do fornecimento de energia elétrica
Frequência de
menções na
atividade
55,6%
33,3%
25,0%
11,1%
8,3%
8,3%
Falta de indústria de beneficiamento do leite (queijo) – laticínio
5,6%
Falta de abatedouro – processamento das carnes
Falta de frigorífico
5,6%
5,6%
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
5.2 CARÊNCIAS NO COMÉRCIO
O setor do comércio apresentou carências na opinião de apenas 25,0% os entrevistados.
A maioria deles, porém, define o comércio de Anita Garibaldi como estruturado para atender as
necessidades locais. De qualquer forma, é preciso criar uma política de fomento para o consumo
interno, deve haver uma conscientização a fim de evitar o movimento migratório da população
para efetuar suas compras em municípios vizinhos (Lages). Um agravante é a falta de preparo/
treinamento no que diz respeito ao atendimento do setor (11,1%).
Vê-se que a presença de uma cooperativa de produtores rurais para ampliar a
concorrência e ampliar as opções de comercialização dos produtos do agronegócio também é
uma medida necessária (5,6%).
“O comércio aqui é até que bem desenvolvido, porque Anita ela é o pólo de uma região aqui,
com cinco ou seis municípios ao redor que dependem da maioria do nosso comércio local
aqui, então o que falta realmente são uns acessos asfaltados que a gente só tem uma via
de acesso asfaltada, então tem previsão de sair mais duas vias asfaltadas aí, ligação com
outros municípios que vão abrir mais esse campo para Anita.”
30
“O nosso comércio é um comércio muito bom aqui na região, porque o nosso município
centraliza um pólo dos pequenos municípios e dentre os pequenos municípios o nosso é
o melhor e o maior, então ele acaba centralizando um centro de negócios aqui, nós temos
bons negócios aqui em todos os setores, material de construção, no setor de têxtil também,
e supermercados, a gente tem boas ofertas de produtos aqui, o comércio é bom.”
“Na verdade nós precisamos de material humano que falta bastante, nós temos na verdade,
mas não tem treinamento, o nosso pessoal não é treinado e nós sofremos bastante aqui
na área de supermercado, por exemplo, para nós contratarmos um funcionário nós temos
que ensinar ele, ele não tem treinamento nenhum, então você tem que pegar ele, digamos
assim, sem nenhuma experiência e aí nós mesmos temos que ensinar a eles isso, e isso é
trabalhoso para nós...”
“Tenho que pensar. No ramo do comércio, para o tamanho do município, a realidade do
município, eu acho que está razoável o setor.”
Tratando-se mais especificamente das carências comerciais da cidade, em termos de
negócios propriamente ditos, algumas merecem destaque, tais como a falta de supermercados
(2,8%) com mais variedade e preços mais competitivos; a falta de lojas de confecções (2,8%);
a falta de comércio de frutas e verduras (2,8%), aproveitando as variedades produtivas da
agricultura; a falta de material de construção (2,8%) e, por fim, a falta de agropecuária (5,6%),
para fornecimento de insumos agrícolas.
“Faltaria assim um atacadão, já digo, pelo preço mais em conta, porque daí a gente poderia
comprar com o preço mais em conta porque aqui não tem e tem que ir Lages, até uma
própria assim, um negócio de frutas e verduras, essa coisas, até que tem, está começando
aí, mas ainda não é aquelas coisas, é só um dia por semana, dois no máximo e depois
fecha.”
“Penso no meu ponto de vista, que o comércio assim teria assim mais um, para atender
melhor o pessoal a parte de cooperativa, seriam meios que poderiam ajudar mais o produtor,
na minha parte, na parte comercial daí num todo seria outras empresas mais fortes se
instalarem, agora no setor da agricultura que é o meu setor a cooperativa que é mais uma
ajuda.”
“No comércio, eu acho restaurante, a questão de comida é bem complicada em nosso
município. Eu acho que é o ramo que mais falta, é a questão da comida.”
A tabela a seguir apresenta as principais demandas do setor, de acordo com a frequência
em que foram citadas pelos consultados.
31
Tabela 17 - Pontos fracos do setor do comércio
Setor
Comércio
Frequência
de menções
no setor
25,0%
Pontos fracos
Falta de treinamento para atendimento no comércio
Falta de fomento ao comércio para consumo interno (e não nos
vizinhos Lages) – preços altos
Falta de cooperativas para ampliar a concorrência
Falta de agropecuária
Falta de material de construção
Falta de supermercados
Falta de lojas de confecções
Falta de comércio de frutas e verduras
Frequência de
menções na
atividade
11,1%
8,3%
5,6%
5,6%
2,8%
2,8%
2,8%
2,8%
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
5.3 CARÊNCIAS NOS SERVIÇOS
O setor de serviços é pontuado como o mais deficitários do cenário municipal (61,1%),
visto que a infraestrutura básica do próprio município é bastante deficitária. A principal queixa dos
munícipes é a ausência de serviços públicos básicos da área da saúde (27,8%) e a precariedade
do transporte rodoviário (5,6%), conforme já pontuado anteriormente. Serviços públicos prestados
pela Prefeitura Municipal também são pontuados como deficitários pelos respondentes (5,6%).
“Olha nós precisamos melhorar muito na nossa saúde, mas o que falta é isso aqui, seria
recursos até, porque o hospital um ano atrás se a associação não encarasse a gente teria o
hospital fechado hoje, porque as irmãs foram deixando decair, decair e quando resolveram
ir embora, resolveram ir e simplesmente entregaram assim sem dívida, mas sem recurso
nenhum, a gente entrou com a cara e a coragem e faz um ano que a gente está levando,
a gente conseguiu ano passado um recurso do estado da Baeza e Inercam, que são bem
companheiras nesse momento.”
“Por exemplo, nós estamos pleiteando para trazer um centro cirúrgico, aliás já temos projeto
e tudo para construir um centro cirúrgico para a gente poder trazer especialidades para
cá, por exemplo, nós temos um médico ortopedista que ele está procurando na região um
hospital que tenha estrutura para ele fazer cirurgias ortopédicas porque ele não consegue
fazer, então a gente está tentando assim trazer alguma coisa para cá para ver se a gente
consegue, porque, por exemplo, o nosso centro cirúrgico não passa na avaliação da
vigilância sanitária, é feita algumas cirurgias, ainda são feitas cesarianas, uma apendicite,
coisas mais de urgência, outras a gente já encaminha para fora porque a gente não tem
como, não tem recurso, então na saúde o que acho que está faltando é recurso, manutenção
que é muito importante, porque projetos, por exemplo, para construção a gente consegue,
só que nós precisamos também agora no momento até a gente conseguir levantar um
pouco de recurso, de verba para a manutenção do hospital e na saúde geral, meu Deus do
céu a nossa saúde está muito abandonada. Eu acho que está faltando uma reformulação
na área da saúde do SUS.”
32
“Transporte. Na verdade a gente tem o transporte rodoviário, a gente está com problema
de transporte para a população universitária, eu não sei como está isso agora, mas até
semestre passado tinha dois ônibus que levavam o pessoal universitário para Lages,
porque a faculdade é lá. A prefeitura ajudava com pouco, os estudantes ajudavam com
outro pouco. E agora parece que só estão os estudantes mesmo e acabam acarretando um
custo muito caro para eles.”
Nesse bloco de análise, a questão turística merece destaque especial. Como vocação
municipal, o segmento ainda precisa ser amplamente fomentado para se consolidar/estruturar
como atividade chave dentro de Anita Garibaldi (8,3%). Faltam hotéis e pousadas (5,6%) e uma
melhor qualificação dos profissionais que atuam nessas áreas. Além disso, exigem-se mais
opções de lazer e entretenimento de maneira geral (2,8%)
“... o que precisaria em Anita Garibaldi hoje até aproveitando a construção das usinas,
era na rede de turismo investir, investir na rede de turismo para ver os lagos que são tão
bonitos, aí, nós temos tantos lugares bonitos em Anita, alguém construir um hotel fazenda,
algum hotel diferenciado, temos hotéis aqui em Anita claro, e de boa qualidade o pessoal
começou investindo já, a gente já está inclusive parabenizando essas pessoas aqui de
Anita, mas assim precisaria, tem muito campo para investir nisso, tem o turismo e os lagos
que tem aí, eu acho que o maior potencial nosso hoje seria o turismo.”
“De serviços, ah sei lá, o que precisaria de repente, eu acho que nessa parte, eu acho
que o turismo é o grande, a grande meta do município aqui que teria vários campos para
investir, seria justamente em algum parque aquático, algum restaurante para servir, o nosso
pessoal servir os nossos pratos típicos aqui da nossa região aproveitar isso, os municípios
vizinhos aí, Urubici, Urupema, tem tantos exemplos bons para nos dar, nós também temos
os nossos pratos típicos, nós também temos lugares bonitos, algum bar assim, aproveitar
os lagos realmente, a pesca, fazer aquelas pesca no lagos, aquela pesca legal, claro, o
potencial nosso é muito grande aí, e daí para acolher esse povo, divulgar melhor o nosso
município, arrumar no Google Anita Garibaldi que realmente é uma deficiência que tem,
que não se consegue clicar em Anita Garibaldi, aparece Anita Garibaldi e mostrar os pontos
turísticos e para mostrar os pontos turísticos é claro que tem que ter condições de trazer
esse povo para cá, então é investir realmente em hotéis e restaurantes.”
“Porque o turismo hoje nosso é horroroso, não tem uma pessoa... assistência. Porque veio
uma mulher de São Paulo há pouco tempo, veio sobre turismo. O turismo disse: Olha dona,
a senhora está perdendo tempo, porque os governantes aqui, dizem para a senhora que dão
todo apoio e quando a senhora sai é zero. E hoje nós temos as duas maiores hidrelétricas
do Brasil e não temos um site, aqui em Anita não tem um site. Hoje a prefeitura não tem
um site para colocarmos nosso hotel, para colocarmos o comércio. Nós que pegamos o
pessoal e fizemos um site para nós, porque a prefeitura não tem um site, para mostrar as
coisas bonitas: hoje uma casa de pedra ali, muito bonita; hoje nós temos a barra grande de
usina, que é uma das maiores da América do Sul, mas falta site para mostrar para o povo
ver. Então, aqui é péssimo! A administração sobre turismo. Não tem uma pessoa que vá
no rádio, vá na TV, vá nos jornais. Anita tem Usina Barra Grande, tem uma casa de pedra.”
Outras carências no setor de serviços também foram pontuadas pelos entrevistados de
Anita Garibaldi, tais como a falta de cursos de qualificação da mão de obra, voltados principalmente
para o atendimento dos turistas (27,8%); a falta de oficina mecânica especializada (8,3%); a
falta de agências bancárias (8,3%); a falta de prestadora de serviços de terraplanagem (11,1%),
amplamente requerida entre os respondentes.
33
“Pode ser em geral? Tipo cursos? Que não tem, né? Como eu te falei tem que sair para fora
para, teria que ter alguma coisa a mais, para as crianças, como eles estão crescendo e tem
que ter algum incentivo para eles, estarem estudando e fazendo algum curso.”
“Na verdade eu acho assim que nós precisaríamos de repente de ter mais, que nem eu te
falei antes, ter mais cursos para você deixar teu pessoal mais treinado, eu acho, na minha
opinião, para que você também possa atender melhor o público, né? Melhor o cliente,
para você melhorar nessa parte, porque se você tem o pessoal treinado, qualificado você
consegue dar um atendimento de melhor qualidade também.”
“Se a gente olhar na questão, por exemplo, das mecânicas tem, eu acho assim que mais
especialização porque tem que se auxiliar a mecânica, oficina mecânica, tem dois ou três
que fazem bastante dinheiro e são muito careiros porque tem mais competência, na verdade,
eu acho que está faltando mais concorrência nisso, não em numero de estabelecimento,
mas em qualificação mesmo, isso na minha opinião, isso fica mais fácil de avaliar a
situação mecânica que ocupa mais assim. Não só a mecânica, muitos setores tem carência
de formação, as pessoas que trabalham estão para, receber o salário, talvez seja justo
arcar pelas sua qualificação, falta formação. Assim, a própria escola do nosso município,
da região, ela não tem formação voltada para município pequeno, no caso o nosso, eu
nem estou falando da agricultura, mas seria muito importante ter algum curso voltado para
agricultura, porque geralmente você vai num colégio e oitenta por cento dos alunos são
filhos de agricultores e não tem formação nenhuma nessa área.”
Além dos anteriormente citados, vale destacar a falta de mão-de-obra especializada
para construção civil, como pintor e eletricista (2,8%); a falta de empregada doméstica (2,8%) para
prestação de serviços gerais e, por fim, a falta de prestadora de serviços de recursos humanos
(2,8%) para cuidar da documentação dos profissionais que trabalham, em especial, na extração
da madeira – gestão dos acidentes de trabalho.
“Prestação de serviço. Pouca coisa que falta. De repente maquinários, uma empresa de...
Não sei nem dizer o nome, tipo terraplanagem, alguma coisa assim, que envolva, que o
pessoal do interior precisa muito das máquinas e dependem exclusivamente da prefeitura,
porque não tem outra empresa que... Precisa cascalhar uma estrada, precisa abrir, fazer
uma planagem em um terreno, ou até uma estradinha para ir lá e depende só da prefeitura.
O açude, alguma coisa que queira fazer, só prefeitura. Não tem prestador de serviço aqui
na área, nesse ramo. É o que estou lembrando agora.”
“Hoje o nosso município não tem nenhuma empresa prestadora de serviço, na verdade, hoje
caberiam duas empresas no município de Anita, uma empresa prestadora de serviço com
terraplanagem, por exemplo, com máquinas, que só a prefeitura não dá conta e a prefeitura
tinha que cuidar o que é do município e daí tem hora que tem que tirar as máquinas de uma
estrada do município para fazer uma, às vezes uma vez um plainado para uma casa, uma
coisa que tem que fazer porque não tem máquina, daí se tivesse uma empresa prestadora
de serviço de terraplanagem e uma empresa grande também que tenha como montar em
Anita e ganhar dinheiro que existe bastante funcionário é um de plantio, desde o plantio,
do cuidado e da manutenção do reflorestamento até o corte de reflorestamento, hoje o
nosso município, eu não sei, mas o nosso município tem mais de vinte milhões de árvores
plantadas no município e não tem gente, uma empresa prestadora de serviço com gente
especializada e com carteira assinada e tudo, como tem que ter bem certinho.”
“Olha, Anita, ela tem um pouquinho de tudo: tem, vamos dizer, áreas que fazem muito bem
o que pega, um exemplo, oficinas, tem oficinas nossas aqui que pegam de carro zero a
carro, tipo faz tudo, entende? Agora, falta, falta mas o que eu ia te dizer, comparando à
cidades grandes a gente não pode igualar mas o que seria, hoje nós temos área, nós não
temos um parque de exposição para fazer uma festa, entende? Ah, a Igreja está precisando
de verba ali, o padre sai pedindo, faz festa não tem um salão para, mas é coisa assim, eu
não sei o que te dizer para, vamos dizer assim, girar o comércio que encaixe no que tu está
querendo que eu fale, entende.”
34
A tabela a seguir apresenta as principais demandas do setor, de acordo com a frequência
em que foram citadas pelos consultados.
Tabela 18 - Pontos fracos do setor dos serviços
Setor
Serviços
Frequência de
menções no
setor
61,1%
Pontos fracos
Falta de cursos de qualificação da mão de obra
Saúde precária: falta de serviços médicos, dentistas, hospital
Falta de serviços de terraplanagem
Falta de restaurantes
Falta de oficinas mecânicas especializadas
Falta de agências bancárias
Ausência de fomento na área turística
Transporte rodoviário precário
Serviços públicos da Prefeitura ruins
Falta de hotéis e/ou pousadas
Falta de pintor e eletricista
Falta de empregada doméstica
Falta de prestadora de serviços de recursos humanos (cuidar da
documentação, acidente de trabalho)
Falta de opções de lazer
Frequência de
menções na
atividade
27,8%
27,8%
11,1%
8,3%
8,3%
8,3%
8,3%
5,6%
5,6%
5,6%
2,8%
2,8%
2,8%
2,8%
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
35
5.4 CARÊNCIAS NO AGRONEGÓCIO
A principal carência citada no setor do agronegócio está ligada à falta de apoio/
incentivo/investimento do poder público para agricultura e pecuária, como já ressaltado
anteriormente. Falta maquinário agrícola (11,1%) para apoio técnico-operacional e mecanização
da produção (27,8%), suportes que poderiam ser dados com, por exemplo, um laboratório de
análise do solo ou médicos veterinários, inclusive para aplicação de novas tecnologias (2,8%)
dentro do segmento.
“No agronegócio na verdade é a industrialização da matéria prima, tudo o que nós temos
aqui sai para ser industrializado fora, então o que nós precisamos, esses implementos de
coisa que vão suprir esse setor no caso.”
“Anita tem assim a economia quase que a maioria dela baseada na agricultura e na
pecuária, só que é um setor assim que não tem muito apoio, principalmente do poder
público, é um setor, eu assumi a prefeitura agora a pouco, e é um setor que a gente
tem acompanhado que é muito carente de apoio, de como eu diria, de capacitação e de
novas tecnologias, que é o que vamos tentar fazer através da nossa a agricultura e dos
órgãos governamentais quando conseguir apoio para tentar desenvolver essa área da
agricultura e da pecuária.”
“O agronegócio, eu acho que deveria ter uma assistência técnica maior, para que
o pessoal possa produzir de uma forma mais correta, produzir mais e isso nós temos
alguns técnicos, mas não o suficiente e acho que devia ter técnicos também que fossem
visitar as propriedades e dar um ensinamento mais correto para os agricultores, para os
pecuaristas para que eles trabalhem de forma mais organizada, que isso está faltando.”
As dificuldades do escoamento da produção em razão da precariedade das estradas
(19,4%) também é um aspecto negativo observado pelos entrevistados. Outro empecilho ao
desenvolvimento do setor é o problema com a regularização sanitária (2,8%).Um exemplo dessa
situação é o caso da produção de vinho, que depende dessa regularização para formalizar a
venda da produção. Enfim, uma associação de pequenos produtores bem constituída contribuiria
significativamente nesse contexto (2,8%).
“Agronegócios, é como eu falei antes, aqui em Anita por serem pequenos proprietários aqui
nos interiores, não adianta, inclusive eu tenho uma propriedade além das lojas aqui e tenho
uma propriedade no interior e trabalho com o gado de leite, então eu comecei a agregar mais
por hobbie e tal e hoje eu estou ganhando dinheiro com leite, mas nós somos carentes, não
temos veterinário, não temos acompanhamento de técnico, nem na parte de veterinário, nem
na parte da agronomia, que precisa se fazer uma pastagem boa para produzir o leite, então
por ser pequenas propriedades caberia cem por cento do nosso município, bastaria realmente
o município, alguém dar uma estrutura nessa parte de condições da gente trabalhar...”
“Veja bem a situação: nós temos aqui uma porcentagem grande de pecuaristas e até
agricultores, né, que eles comercializam leite, né. E aqui até era para sair uma fábrica, uma
fábrica de uma, fábrica de laticínios, né. Não ocorreu. Até tinham arrumado um terreno próximo
aqui e não ocorreu essa situação. Então o leite que é gerado aqui, que é produzido aqui tem
que sair para fora, né, sai com um preço mínimo dos mínimos, né, sem, situação muitas das
vezes para o criador que está lá criando as vacas e tirando o leite não tem condições para, até,
para continuar, né. Então isso está faltando um pouco mais de incentivo nessa situação aí.”
“No caso o que está dificultando aqui é a falta de estrada, de acesso. Nós temos acesso
a quatro cidades diferentes e, só temos asfalto para uma. E isso dificulta muito a situação
do produto, a vinda de novas empresas, o baixo custo do transporte na safra. Tudo isso
influencia. Se tivéssemos uma boa estrada, uma boa ligação. Temos projeto, tem projeto
aqui para Celso Ramos, mas não tem nada para...”
36
A tabela a seguir retrata as principais demandas do agronegócio apontadas pelos
consultados.
Tabela 19 - Pontos fracos do setor do agronegócio
Setor
Agroindústria
Frequência de
menções no
setor
50,0%
Pontos fracos
Falta de apoio/incentivo/investimento do poder público para agricultura e
pecuária
Falta de apoio técnico para os pequenos produtores (laboratório de
análise do solo, veterinário)
Estradas precárias (dificuldade do escoamento da produção)
Falta de maquinário agrícola
Falta de aplicação de novas tecnologias
Falta de regularização sanitária para venda da produção do agronegócio
(vinho)
Falta de associação para organização dos pequenos produtores
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
Frequência de
menções na
atividade
33,3%
27,8%
19,4%
11,1%
2,8%
2,8%
2,8%
5.5 IMPEDIMENTOS AO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS NEGÓCIOS
Considerando os recursos financeiros, os investimentos do poder público, a mão de
obra, a matéria-prima e a logística, solicitou-se ao entrevistado que medisse o quanto esses
fatores são um empecilho, atribuindo uma nota que variava de 0 (nenhum empecilho) a 10 (total
empecilho). De modo geral, independentemente do negócio pleiteado, o principal impeditivo é a
carência de investimentos do poder público, seguida das carências de recursos financeiros, de
mão-de-obra, de logística e de escoamento. As limitações no que diz respeito à matéria-prima
foram pouco enumeradas pelos respondentes.
Tabela 20- Impedimentos ao desenvolvimento de novos negócios
Fator
Investimentos do poder público
Recursos financeiros
Mão de obra
Logística e escoamento
Matéria-prima
Média de
impedimento
6,4
5,1
5,0
4,3
1,2
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
A falta de investimento/incentivo do poder público é entendida como principal entrave
para o desenvolvimento municipal (50,0%). Faltam terrenos, isenção fiscal e apoio ao pequeno
produtor rural.
Em municípios com divisas pouco abundantes, população pequena e desenvolvimento
difícil, a proximidade entre o poder público e a iniciativa privada é uma medida que se faz
necessária, pois se percebe que a falta de uma parceria público-privada para o desenvolvimento
de novos negócios e apoio aos pequenos produtores rurais reflete diretamente nos resultados
econômicos do município.
37
“Se o setor público não estiver acompanhando, é impedido, depende muito do poder
público. Aí não tendo que a gente impeça isso ai, falta confiança do pessoal porque parou
de crescer, o índice está baixo, o pessoal não investe, olha está muito baixo o índice do
município, alguma de errado está acontecendo, à medida que o município se estabilize e
comece a ter um respaldo melhor, o próprio investidor quer investir no município.”
“Motivação tem que partir do poder publico, o poder publico já estruturado, estabelecido e
efetivo e eu vejo que as pessoas efetivas têm uma responsabilidade muito maior que não
sabem e que talvez não estejam sendo cobradas nos municípios de baixo IDH...”
“A própria questão do apoio público de você ter um apoio da prefeitura e dizer a prefeitura
apoia esse projeto, está junto, a gente precisa que vá buscar o produto do agricultor a gente
vai, tem prefeituras vizinhas à nossa, que a prefeitura montou uma rede de coleta desses
produtos que os agricultores produzem, então sai um veiculo passando pelas comunidades
e pega com o pessoal o produz e entrega na cidade, totalmente gratuito, não gratuito
porque você está pagando por isso quando você paga impostos, então desde essa questão
da questão de estradas o nosso município volta a bater em cima disso, bom é o asfalto e
o resto.”
“Ah porque assim o setor público eu não sei, ultimamente é só falta de recursos e não pode
aplicar nisso, não pode aplicar naquilo, então eles também, não sei se estão com a mão
amarrada o quê que acontece que eles não conseguem investir mais para desenvolver o
município, então a gente sempre espera que o próximo entre e faça alguma coisa para
desenvolver, para ajudar o município e a gente acaba voltando na estaca zero e pensando,
meu Deus do céu eu achei que com esse ia começar a melhorar e acaba continuando da
mesma maneira.”
É o caso de Anita Garibaldi, onde faltam atrativos para a vinda de novos investidores
à cidade (8,3%).Ainda, falta empreendedorismo na população, particularmente naquilo que se
refere aos investimentos na vocação municipal: o turismo rural e ecológico (2,8%).
Um aspecto que não pode deixar de ser ressaltado é a situação econômico-financeira
da Prefeitura Municipal. A municipalidade se encontra totalmente endividada e sem quaisquer
perspectivas para incentivos e investimentos. Além da verba pública ser escassa, os recursos
foram mal utilizados pelas administrações passadas, o que gerou um déficit operacional crítico
(33,3%)
“É, na verdade eu acho que basicamente, né, seria isso, basicamente isso, porque veja bem
a situação: um empresário de repente que não tem um incentivo do município sendo que ele
encontra outros municípios com incentivos maiores, automaticamente ele vai pensar direto.
Nós temos aqui exemplos, comentários também, porque eu também não conheço a fundo,
né, nós temos aqui nossos vizinhos, Pinhão da Serra, Abdon Batista que são municípios
que, aparentemente, a gente vê que estão crescendo, que estão desempenhando, que
estão incentivando, o poder público está ali também acompanhando, entendeu? Então eu
não sei que, o que acontece com o nosso município porque está difícil, está difícil.”
“Olha, problema de prefeitura é um problema que trabalha, trabalha e daqui a pouco aparece
que mais, é problema de estrada, de professores, de saúde. Eu acho que na saúde não
tenho visto reclamação, eu acho que está bom. O que se sabe é que a prefeitura, hoje,
todas do estado estão no fundo do poço, estão endividadas. Então faz com que também
segure um pouco o crescimento, o desenvolvimento, esse serviço de prefeitura. Porque
cada prefeito que por ali passa, ele afunda um pouquinho, vem outra afunda mais um
pouquinho, vem outra afunda mais um pouquinho, de repente está no fundo do poço, é o
que vem acontecendo. Então não tem muita expectativa isso.”
“Também. Faz parte. Mas a gente sabe que não tem condições da prefeitura no caso, vamos
falar da prefeitura, de repente no apoio de uma estrada, mais alguma coisa ou Federal, aí
sim. Tipo uma área industrial, uma criação de uma área industrial é bem interessante para
nosso município.”
38
Na visão dos respondentes, a falta de recursos financeiros também é entendida como
empecilho para o desenvolvimento local na visão dos respondentes, uma vez que faltam recursos
para investimentos em novos negócios (25,0%) e para os já existentes, principalmente nos setores
do comércio e dos agronegócios. A situação é agravada pela falta de uma consultoria específica
para utilização dos recursos oriundos de financiamentos, o que prejudica o desenvolvimento
municipal.
“Hoje seria em torno de uns, sei lá, quatro, cinco. Porque tendo bons projetos, e eu sou
bancário, tendo bom projeto, sendo uma coisa com consistência, não tem dificuldade de se
alocar recursos, o que falta são bons projetos, são negócios com viabilidade econômica e
técnica, econômica financeira, e o mais importante que eu vejo é a capacitação do pessoal
para desenvolver esses negócios para alavancar isso e fazer crescer.”
“O nosso agricultor, os agricultores em si, estão um pouco descapitalizados, então muitas
atividades que eles tinham vontade de investir, podem não ter capital para investir e eu acho
que mais a questão dos órgãos governamentais que precisavam de um trabalho mais forte.”
“Não, se tiver criatividade não, porque é isso que nós estávamos falando, tem um monte de
emendas que podem ser feitas, mas são tudo via prefeitura, até para legalidade e muitas
dessas emendas usando assim exemplo nosso, vem para município destinada para tal coisa,
mas o prefeito tem a autonomia de colocar para o que ele quer, ai ele coloca como ele
entende, e viu que em outro lugar era melhor e ele tira, e aconteceu isto aqui, colocou aonde
ele quis, fica na autonomia, mas tem o exemplo de Serra Negra, que eles colocaram um
pouco no lugar certo e funcionou.”
Muitas vezes os requerentes não sabem como acessar os recursos, devido à burocracia,
tampouco como investi-los (13,9%). Em municípios pequenos e com estrutura econômica frágil,
como é o caso de Anita Garibaldi, os empreendedores são bastante receosos quanto aos recursos
financeiros, especialmente em relação ao retorno do investimento realizado na cidade, que é lento
e incerto..
“Duas coisas, para o bem do próprio agronegócio e do comércio, seria para o município
porque tudo envolve que ele, é uma coisa que movimenta o município não só de Anita, mas
outros municípios vizinhos.”
“Eu acho que impede, eu acho que o principal e isso aí, aí o que acontece, muitos saem, eles
acham que aqui não tem futuro, aí o que eles pensam, ah eu vou fazer, mas vou abrir lá em
outra cidade, só que não tem a visão de que se abrir aqui daria também, porque se é para a
pessoa vencer é em qualquer lugar seja na cidade grande ou na pequena.”
Por fim, cabe ressaltar aqui o movimento econômico municipal, apresentado de forma
sazonal. Quando ocorreu a construção das barragens/hidroelétricas, a economia se manteve
aquecida por causa das grandes perspectivas e do movimento crescente. No entanto, após a
finalização das obras, ocorreu o processo inverso. Hoje, esta situação está em fase de recuperação
na conjuntura municipal (5,6%). É preciso criar bases firmes, alicerces para uma economia forte e
estável.
“Eu acho que por falta de, como é que eu vou te dizer, por falta de alguém investir, investidor,
né? Porque assim as pessoas não querem mais investir em cidades menores, elas querem,
está inchwando cada vez mais as cidades maiores, mas eles querem ficar mais em grandes
centros, porque a gente aqui já teve vinte cinco mil habitantes em Anita Garibaldi e hoje não
chega a nove mil, o pessoal só foi saindo, saindo, saindo e voltando muito pouco, então eu
acho está faltando investir em alguma coisa para que volte também, para que o pessoal
comece a voltar para as suas origens.”
39
“É justamente, eu volto a falar que é muito mal distribuído o dinheiro, é dado o dinheiro
nos bancos com carências para quem não vai produzir, para quem não vai investir, para
quem não vai gerar emprego e para quem realmente iria gerar emprego, ia melhorar seu
comércio, melhorar seu sítio, suas lavouras, daí é dado um bolsa família ali para a pessoa
não trabalhar mesmo para ficar ganhando trezentos pila, daí larga um comentário que nós
não vamos pagar nunca na vida.”
“Porque a gente não tem uma estabilidade para fazer uma grande aplicação, por exemplo,
fazer, comentei, até tenho um projeto que queremos fazer para aumentar a produção da
empresa, mas a gente não tem com esse dólar que sobe e baixa, a gente não sabe como
é que vai ficar, a gente vai fazer ali uma aplicação para cinco, dez anos em financiamento
e se daqui dois anos continua piorando e para o ramo da madeira, como é que a gente vai
pagar o restante? Então a gente não tem uma segurança que diz “olha, pode fazer que você
produzir tanto e vai ter verba, vai ter venda, vai ter mercado” Porque hoje a madeira, ela é
toda produzida e vai para o mercado europeu, e o mercado europeu hoje está em queda,
não está em crescimento, está em declínio, então daí está difícil por causa disso.”
A mão-de-obra, que é um grande problema municipal, também é apresentada como
o fator de impedimento, por parte dos entrevistados, para o desenvolvimento do município, já
que falta qualificação, e não há profissionais na cidade. Mais especificamente, falta mão-deobra qualificada (52,8%) para indústrias (para as poucas existentes e para as que pretendem se
instalar), qualificação do atendimento em geral para o comércio, mão de obra para os serviços,
principalmente a especializada (pedreiro, eletricista) e, por fim, no agronegócio, mão-de-obra
qualificada no geral (25,0%).
“Então fica em torno de oito. Porque se não tem a mão de obra qualificada, um pessoal
especializado para trabalhar em qualquer setor a coisa não anda, dá muito entrave dentro
de uma empresa, dentro de um trabalho quando você não tem um conhecimento do que
está fazendo.”
“Eu acho que impede, porque é bastante mão de obra, tudo que é coisa precisa, né? Aqui
tem bastante falta, às vezes a pessoa até tem um serviço, mas eles não querem, porque
não querem trabalhar. Por que assim a gente quer ampliar, fazer mais só que não tem
pessoa para trabalhar, que nem esse pessoal que trabalha conosco, a moça trabalha e o
marido dela vieram lá de Caxias, aqui não tinha pessoa para trabalhar, aí vem trabalha um
pouquinho, já cansa e vai embora, então é aquela coisa, e às vezes não é aquilo que a
pessoa quer, não gosta de fazer, então às vezes até poderia se fazer mais, mas às vezes
falta mão de obra.”
“Olha a mão de obra, uma boa parte da mão de obra hoje é de mão de obra primária
você não tem mão de obra qualificada, talvez um dos pré-requisitos que impeçam esse
desenvolvimento na região seja isso, se tem muita mão de obra primaria e a mão de obra
qualificada que tem sai fora para fora, então se você for a Caxias você pega muita gente
de Anita, se você for a Florianópolis, no Brusque está cheio de gente, então o pessoal que
qualifica, que tem uma qualificação melhor vai procurar porque aqui tu não ganha, um
salário em Anita hoje é o mínimo, se você pegar qualquer salário é o mínimo, as vezes meio
que frio e sem carteira assinada, então, é a questão de bom senso, se você olha para fora e
o pessoal está ganhando dois mil, três mil reais para que você vai ficar aqui ganhando 600,
700 reais, então essa é a questão que está impedindo bastante.”
Essa situação é agravada pelo êxodo rural provocado pela instalação das barragens.
A população em geral se encontra acomodada por conta das indenizações financeiras recebidas
pela construção das barragens. As pessoas estão desinteressadas, desestimuladas (22,2%). No
caso dos jovens, eles não querem mais permanecer ou regressar à cidade por falta de perspectivas
de emprego e renda (16,7%). Nota-se uma carência de cursos técnico-profissionalizantes/
capacitação da mão de obra, que contribuiria para evitar o movimento migratório para cidades
vizinhas (22,2%).
40
“Por causa tem mão de obra, e se não tem, se vier implantar uma empresa aqui nós temos
aqui no município, como eu falei no começo, várias pessoas do interior que foram embora,
né? E já aconteceu por conta dessa fabrica aí de várias pessoas terem emprego e voltar,
porque gostam de ficar perto da família, e tendo emprego aqui e uma renda mais ou menos,
o pessoal volta, o pessoal que mora para fora volta, então aí eu acho que, mão de obra até
teria, por causa dessa situação.”
“Mais na parte de qualificação, precisaria qualificar melhor as pessoas dentro das áreas
que elas vão trabalhar, né? Vai trabalhar com comércio, tem que dar condições, cursos,
mais cursos ligados a isso do comércio, a pessoa vai trabalhar com a terra deveria ter um
acompanhamento melhor e também aprender alguma coisa, então mais na qualificação,
então nisso aí eu vou dar um oito também, precisa melhorar também.”
A logística e escoamento da produção, seja ela na indústria ou no agronegócio, é também
entendida como fator de impasse para o desenvolvimento de Anita Garibaldi. Há dificuldades
logísticas para venda dos produtos oriundos do agronegócio, principalmente para o transporte
do interior para os grandes centros e distribuição em razão da precária condição das estradas. A
principal reivindicação nesse quesito é a ausência de uma ligação asfáltica com a região oeste do
estado, bem como Anita Garibaldi – Celso Ramos. Acrescentam dizendo que o trajeto é bastante
sinuoso e que os valores cobrados pelos fretes são bastante elevados (47,2%).
“Um pouco pela distância, pela distância dos corredores e dos grandes centros e nós
sabemos disso, porque quando as indústrias querem se instalar elas procuram próximo de
um corredor de escoamento, a gente vê isso em Lages, Lages é difícil trazer as indústrias
porque elas querem se instalar em Florianópolis, quando elas vêm para Lages elas querem
ficar próximas da rodovia, então é bem essa logística, nós estamos a 80 km da BR116 que é
um corredor e a 110 de Lages, então o nosso corredor é aqui nesse sentido, então por isso
tem um pouco de impedimento, eu pouco eu diria assim.”
“Impede, isso é um empecilho bem grande, não a nossa realidade, nós moramos a três
quilômetros do asfalto então é bem mais, mas já tivemos, mas tem lugar aqui que para chegar
no município dá cinquenta quilômetros e é tudo estrada de chão, e aí por exemplo, nós temos
companheiros que moram a trinta e cinco, quarenta quilômetros que tem muitas culturas por
exemplo que eles queriam trabalhar, mas não podem, que é o caso das hortaliças, como é
que você vai bater a carroceria de uma carro a trinta quilômetros, pulando é sem condição.”
“Um pouco sim, por causa de nós temos ligação a Lages, né? Mas aqui para o oeste nós
já não temos, que seria aonde que eu falei ali sobre a BR Foods que seria aqui do oeste,
pro planalto aqui, entre nós e Lages está tranquilo o asfalto, mas acho que sobre a logística
impede um pouco também.”
Por fim, no que diz respeito à matéria-prima há poucas ressalvas a serem feitas.
Pontuam apenas que a matéria-prima existe e em abundância. Contudo, é necessário que seja
beneficiada internamente e não transportada para as cidades vizinhas na forma bruta, como
acontece constantemente. Agregar valor à matéria-prima é fundamental para que o município
possa incrementar suas divisas.
“Eu acredito que trazer alguma indústria que comece a fazer esse trabalho aqui de industrializar
a madeira aqui mesmo, eu acho que vindo a primeira e depois vem outra e mais outra e aí a
gente consegue mostrar para o pessoal que a região tem esse potencial, e de repente tendo
a matéria-prima e o apoio do município porque levar madeira lá para outra região aonde não
tem mão de obra, aonde tudo é mais caro e mais difícil e de repente não tem esse apoio que
tem aqui de Anita, porque Anita quer crescer e quer dar esse apoio para o pessoal.”
“Não, porque mão de obra tem disponível, matéria-prima nós temos para alguns setores, por
exemplo, o setor da madeira nós temos matéria-prima, setor dos embutidos de carne nós
temos matéria-prima, então talvez seja um pouco a logística mesmo.”
41
Por fim, no que diz respeito à matéria-prima há poucas ressalvas a serem feitas.
Pontuam apenas que a matéria-prima existe e em abundância. Contudo, é necessário que seja
beneficiada internamente e não transportada para as cidades vizinhas na forma bruta, como
acontece constantemente. Agregar valor à matéria-prima é fundamental para que o município
possa incrementar suas divisas.
“Eu acredito que trazer alguma indústria que comece a fazer esse trabalho aqui de
industrializar a madeira aqui mesmo, eu acho que vindo a primeira e depois vem outra e
mais outra e aí a gente consegue mostrar para o pessoal que a região tem esse potencial,
e de repente tendo a matéria-prima e o apoio do município porque levar madeira lá para
outra região aonde não tem mão de obra, aonde tudo é mais caro e mais difícil e de repente
não tem esse apoio que tem aqui de Anita, porque Anita quer crescer e quer dar esse apoio
para o pessoal.”
“Não, porque mão de obra tem disponível, matéria-prima nós temos para alguns setores,
por exemplo, o setor da madeira nós temos matéria-prima, setor dos embutidos de carne
nós temos matéria-prima, então talvez seja um pouco a logística mesmo.”
Há também outros fatores que impedem o desenvolvimento do município de Anita
Garibaldi que merecem destaque. Quanto a indústria, pontuam a falta de indústria de beneficiamento
da madeira dentro de Anita Garibaldi (5,6%), evitando assim a evasão de divisas municipais,
bem como a instalação de uma laticínio (2,8%), dentro dessa mesma perspectiva, oportunizar
incremento financeiro. Quanto ao agronegócio, ressaltam a falta de apoio técnico – veterinários
e agrônomos – para fomento dos pequenos produtores rurais (2,8%). Por fim, requerem mais
incentivo do SEBRAE no âmbito das consultorias para inclusão de novos negócios em Anita
Garibaldi, impulsionando assim o crescimento econômico dos setores em geral (5,6%).
“Eu acredito que trazer alguma indústria que comece a fazer esse trabalho aqui de
industrializar a madeira aqui mesmo, eu acho que vindo a primeira e depois vem outra e
mais outra e aí a gente consegue mostrar para o pessoal que a região tem esse potencial,
e de repente tendo a matéria prima e o apoio do município porque levar madeira lá para
outra região aonde não tem mão de obra, aonde tudo é mais caro e mais difícil e de repente
não tem esse apoio que tem aqui de Anita, porque Anita quer crescer e quer dar esse apoio
para o pessoal.”
“Talvez uma firma interessada para esse beneficiamento da madeira, uma firma que tenha
potencial para fazer isso e quanto ao frigorifico eu não sei quais são as questões que
envolvem.”
“Eu acho que não tem nada impedindo, bastava alguém que queria investir no ramo e vir
para cá, agora tem o (não deu para entender, voltei 6x) a área industrial, bota um picador
aqui para comprar a madeira que se chama lenha e fazer os gravetos, e a outra madeira
mais grossa é beneficiada e aproveitada, e o cara vai ganhar dinheiro nessa área aí. A
pessoa vai ganhar dinheiro, a pessoa que é desse ramo aqui existe bastante matéria prima
e que tem um, dois aproveitando só e daí mandam no comércio, daí se vale cinco eles
querem te pagar um porque só eles estão aqui, então vem um de fora e pagam três e fica
bom para todo mundo e vão ganhar dinheiro.”
“Um incentivo, buscar. Alguém ou de repente até o próprio SEBRAE, como vou dizer,
favorecer, dar um apoio. Claro que depende dos órgãos públicos também, então ir atrás,
correr atrás para que venha. Buscar empresas para se instalarem aqui na nossa região.”
42
FORÇAS E FRAQUEZAS
Este capítulo traz um diagnóstico das forças e fraquezas identificadas no município a
partir da opinião dos entrevistados na pesquisa.
43
FORÇAS E FRAQUEZAS
6 FORÇAS E FRAQUEZAS
Para agrupar e ilustrar o diagnóstico do município de Anita Garibaldi a fim de levantar
oportunidades de negócios na região, foi elaborada a síntese das forças e fraquezas do município
a partir da percepção dos atores entrevistados.
Tabela 21 - Síntese de forças e fraquezas so município
Forças


















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


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










Fábrica de cortinas;
Comércio lojista;
Construção civil;
Pecuária do leite e de corte;
Produção de grãos/cereais;
Plantio do reflorestamento;
Cultivo de orgânicos;
Cultivo do fumo;
Fruticultura.
Indústria de beneficiamento da madeira;
Indústria de beneficiamento do leite;
Frigorífico;
Indústria de beneficiamento de frutas;
Indústria de beneficiamento de grãos (milho, feijão e arroz, soja);
Indústria têxtil;
Nova fábrica de cortinas;
Indústria de beneficiamento de aves, suínos e bovinos;
Fábrica de geléia e doces;
Fábrica de produtos artesanais (salame, linguiça);
Indústria de beneficiamentos dos produtos agrícolas;
Comércio lojista e alimentício
Fomento para turismo;
Cursos de qualificação profissional;
Marcenarias/serrarias;
Clínicas na área da saúde;
Internet rural;
Parque aquático;
Locação de máquinas;
Avicultura;
Plantio de grãos;
Cooperativas;
Assistência técnica agrícola, mais tecnologia;
Piscicultura;
Ovinocultura;
Extrativismo do pinhão;
Suinocultura.
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
44
Tabela 21 - Síntese de forças e fraquezas so município
Fraquezas
 Falta de indústrias/agroindústrias;
 Falta de incentivo do poder público para instalação de novas indústrias (isenção de
impostos, parque industrial);
 Falta de oportunidades de emprego (jovens);
 Falta de mão de obra qualificada;
 Problemas do fornecimento de energia elétrica;
 Falta de abatedouro/frigorífico;
 Falta de fomento ao comércio para consumo interno;
 Falta de cooperativas;
 Falta de agropecuária;
 Falta de comércio lojista, alimentício e bancário;
 Saúde precária;
 Serviços e profissionais para construção civil
 Falta de oficinas mecânicas especializadas;
 Ausência de fomento à área turística;
 Transporte rodoviário precário;
 Falta de opções de lazer;
 Falta de apoio/incentivo/investimento do poder público para agricultura e pecuária;
 Estradas precárias: dificuldade de escoamento da produção;
 Falta de aplicação de novas tecnologias;
 Falta de mão de obra qualificada e em geral;
 Falta de incentivo/investimento do poder público para o comércio e indústrias
(terrenos, isenção fiscal, gestão, pequenos produtores);
 Logística e escoamento difíceis devido às estradas precárias;
 Prefeitura municipal endividada;
 Êxodo rural e evasão populacional provocada pelas barragens;
 Falta de cursos de qualificação e treinamento;
 Falta de consultoria para investimento dos recursos financeiros oriundos de
financiamentos (como aplicar, como acessar, como lidar com a burocracia);
 Movimento econômico municipal sazonal;
 Falta de indústria de beneficiamento da madeira
 Falta investir no turismo;
 Falta de apoio técnico (como veterinário e agrônomos) para os pequenos produtores
rurais.
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
45
EIXOS COM
POTENCIAL DE
DESENVOLVIMENTO
Este capítulo traz os principais eixos de desenvolvimento para novos negócios no
município. Nele os empresários e lideranças discorreram sobre a vocação do município e os
setores mais promissores para a economia da cidade.
46
7 EIXOS COM POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO
A fim de verificar os ramos mais promissores da região de Anita Garibaldi, foi
questionado aos pesquisados qual seria a vocação do município. Além disso, os entrevistados
expuseram o potencial de cada um dos setores pesquisados (indústria, comércio, serviços e
agronegócio) e onde se encontram estas potencialidades, bem como quais são oportunidades
imediatas de negócios.
7.1 A VOCAÇÃO DO MUNICÍPIO
A agricultura familiar (58,3%) é o ponto alto do município de Anita Garibaldi na visão
dos entrevistados, diante da conjuntura atual. Dentro desse contexto do agronegócio, a pecuária
do é ressaltada entre os munícipes (38,9%), assim como merecem destaque a piscicultura
(2,8%) e os plantios de produtos orgânicos (2,8%), uva (2,8%) e morango (2,8%).
“É investir no comércio, investir na agroindústria ou na agricultura, é o investimento dentro do
município, o povo, o pessoal, a parte administrativa está correndo atrás, tentando aumentar
o investimento para poder desenvolver, porque na verdade nós estamos apanhando aí,
pela perca dessas famílias que saíram e nós perdemos muita terra que ficou debaixo da
terra também.”
“É a agricultura, os números que comprovam isso, é a agricultura, e assim é a agricultura
familiar, até porque o nosso solo não dá suporte para granjeiro, sabe? Não temos grandes
áreas, e a agricultura do município é basicamente a vocação, eu acho assim que se você
vai à cidade e pesquisa na cidade, no comércio, perguntando assim ó: se o agricultor
deixar de comprar em Anita, o que acontece? Para você ver o que acontece, isso eles
têm cinquenta, sessenta por cento dos estabelecimentos fecham, eles tem números muito
claros se a agricultura vai bem, a cidade vai bem, isso o pessoal fala, porque gera dinheiro
da agricultura, né? ”
Ademais, o turismo (25,0%) apresenta grande potencial de desenvolvimento, mas
precisa se estruturar melhor.
“Anita tem uma grande vocação turística na verdade porque, a região aqui, a região de serra
é uma região privilegiada pela natureza, o município é cercado por dois rios e nesses rios
foram feitas duas hidroelétricas, na realidade Anita aqui é cercada por quatro hidroelétricas,
o município é banhado pelas águas da hidroelétrica de machadinho, a hidroelétrica de
campos novos e barra grande e Garibaldi que está sendo construída agora no rio Canoas,
então são quatro grandes lagos que circulam o município e Anita...”
“A vocação tirando a pecuária e vamos dizer que está instalada por natureza, tem vocação
turística, então a vocação do nosso município vai se desenvolver muito, tem luz no fim do
túnel em função da rodovia que está se projetando com a ligação a Celso Ramos, que
eu sempre digo que não liga só Anita Garibaldi a Celso Ramos, essa rodovia vai ligar
Florianópolis a Dionísio Cerqueira com esse elo que está faltando aqui, então vai haver
uma movimentação do pessoal aqui, transporte vai passar por aqui, vai oferecer condições
de negócio aqui, então em função do pessoal que vai transitar por aqui na busca de outras
regiões.”
Da mesma forma, as indústrias/agroindústrias (13,9%), representadas aqui pela fábrica
de cortinas e pela vinícola artesanal, precisam se desenvolver. O comércio (8,3%) também tem
importante papel na economia municipal.
“Vocação é mais voltada para o ramo agrícola mesmo. Agronegócio. Seria interessante se
algumas empresas do tipo da BRF, Sadia e Perdigão, conseguisse se instalar aqui. Acho
que daria para a agricultura do nosso pessoal, acho que 50 por cento, ou mais de 50 por
cento, mora no interior.”
47
“A vocação mesmo é a pecuária e agricultura, era, mas hoje está em torno da madeira e da
pecuária, aí eu ainda creio que a madeira já passou a pecuária. Porque hoje o município
emprega mais de quinhentas pessoas trabalhando no ramo da madeira, entre plantio e
desbaste, desgalhamento de pinus e trabalhando, só eu com empresa terceirizada eu
tenho mais de quinze clientes que me fornece, cada cliente desses é obrigado a ter cinco
funcionários, para trabalhar na retirada da madeira, então hoje se tivesse, eu acho que a
madeira está crescendo bastante e esse é o forte, a madeira e a pecuária, eu acho que todo
mundo tem acho que hoje, o nosso município aí na época da retirada de gado que sai é filas
de caminhão carregando todo dia, então a pecuária é forte também.”
E, por fim, os entrevistados lembram que a construção das barragens (2,8%) teve
importante papel para o desenvolvimento econômico do município.
“Mas o grande potencial aqui do nosso município vai ser as barragens. Isso trouxe bastante
lucro para nosso comerciante, trouxe bastante dinheiro, trouxe bastante emprego direto e
indiretamente. Tem bastante gente trabalhando na Barragem Barra Grande. E esse aliás
que vai ser o nosso grande fluxo em Anita.”
Tabela 22 - Vocação do município
Vocação citada
Agricultura familiar
Pecuária de corte e leiteira
Turismo
Indústria/agroindústria (cortinas, vinícola artesanal)
Comércio
Piscicultura
Produção orgânica
Plantio da uva
Plantio do morango
Barragens
%
58,3%
38,9%
25,0%
13,9%
8,3%
2,8%
2,8%
2,8%
2,8%
2,8%
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
48
7.2 EIXOS DE DESENVOLVIMENTO NOS SETORES
Com relação às potencialidades por setor do município de Anita Garibaldi, a grande
maioria dos pesquisados afirmou que todos os setores – indústria, comércio, serviços e
agronegócio – possuem potencial de crescimento.
Tabela 23 - Eixos de desenvolvimento nos setores
Indústria
Potencial de
desenvolvimento
94,4%
Madeira (fábrica de móveis, estofados), leite
(queijo, natas), frigorífico, frutas (maçã, morango),
milho (fubá, ração, canjica), uva (vinícola),
abatedouro (aves, bovinos, suínos), feijão
(embalagens), arroz, doces/geleias, mel, produtos
artesanais (salame, linguiça), pinhão, cebola,
conservas (pepino), têxtil, cortinas.
Comércio
Potencial de
desenvolvimento
22,2%
Minishopping, venda de aipim, padaria, locadora,
lojas de roupas.
Serviços
Agronegócio
Potencial de
desenvolvimento
47,2%
Potencial de
desenvolvimento
66,7%
Restaurantes, turismo, oficina mecânica, cursos
de qualificação profissional,
marcenarias/serrarias, saúde (clínica médica com
especialidades - ultrassom, ginecologia,
oftalmologia), hotel (hotel fazenda), pedreiros,
eletricistas, manutenção de antena parabólica,
internet rural, faculdade, jardinagem,
terraplanagem, parque aquático, locação de
máquinas (retroescavadeira, agrícola).
Pecuária do leite, de corte, avicultura, piscicultura,
ovinocultura, suinocultura, plantio do pinus,
morango, feijão, milho, grãos, moranga,
beterraba, pimentão, tomate, cenoura, orgânicos,
pinhão, alface, cooperativas e assistência técnica
agrícola (tecnologia).
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
49
OPORTUNIDADE DE
NEGÓCIOS POR
SETOR DE ATIVIDADES
Este capítulo apresenta as oportunidades de negócio identificadas em cada setor de
atividade. Cabe ressaltar que as sugestões aqui apresentadas são oriundas da pesquisa realizadas
com lideranças do município e não representam viabilidade ou sucesso do negócio.
50
8 OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS POR SETOR E ATIVIDADE
A partir da síntese de Forças e Fraquezas e da percepção colhida nas entrevistas
realizadas com atores do município de Anita Garibaldi, pode-se levantar algumas oportunidades
de negócios para o município.
Tabela 24 - Oportunidades de negócio por setor de atividade - indústria
Indústria do leite
Indústria
Indústria de madeira
Beneficiamento do leite
Produção de queijo e nata.
Beneficiamento da madeira;
Fábrica de móveis;
Fábrica de estofados.
Indústria têxtil
Fábrica de confecções.
Fábricação de cortinas
Beneficiamento de maçã
Indústria de frutas
Beneficiamento de Morango
Fabricação de doces/geleias.
Beneficiamento de uva (venícola)
Frigorífico;
Indústria pecuária
Beneficiamento de aves, suíno e bovinos
Abatedouro
Produtos artesanais (salames e linguíças)
Beneficiamento do milho (fubá, farinha);
Beneficiamento de Feijão (embalagens)
Beneficiamento da cana-de-açúcar (melado);
Outras indústrias da
agricultura
Beneficiamento do arroz
Beneficiamento do mel
Beneficiamento do pinhão
Beneficiamento da Cebola
Fábrica de conservas (pepino)
Outras indústrias em
geral
Metalúrgica
Indústria de papel reciclado.
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
51
Tabela 25 - Oportunidades de negócio por setor de atividade -Serviços
Hotéis e pousadas
Ligados ao
turismo
Restaurantes
Turismo/agroturismo
Educação e
capacitação
Serviços
Cursos de qualificação profissional e
treinamentos
Faculdade
Ligados à
saúde
Clinica médica com especialidades
(Ultrassom. Ginecologia, oftalmologia)
Ligados ao
agronegócio
Locação de máquinas retoescavadeira
Oficina mecânica
Eletricista
Pedreiro
Manutenção de antenas parabólicas
Internet rual
Jardinagem
Terraplanagem
Marcenaria/ Serraria
Parque aquático
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
52
Tabela 26 - Oportunidades de negócio por setor de atividade - Agronegócio e Comércio
Agronegócio
Pecuária
Agricultura
Comércio
Outras
atividades do
agronegócio
Estrutura lojista
local
Pecuária do leite;
Pecuária de corte;
Suínocultura
Piscicultura
Ovinocultura
Avicultura
Cultivo do pinus;
Cultivo do morango;
Cultivo do feijão;
Cultivo do milho;
Plantio de grãos;
Plantio da moranga;
Plantio da beterraba;
Plantio do pimentão;
Plantio do tomate;
Plantio da cenoura;
Plantio do alface;
Cultivo de produtos orgânicos;
Extrativismo do pinhão.
Cooperativa regional
Assistência técnico agrícola
(tecnologia)
Mini shopping;
Padaria;
Locadora;
Lojas de roupas;
Comércio do aipim.
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
53
PASSO A PASSO PARA
ABERTURA DE UM NEGÓCIO
Para tornar um negócio realidade, é preciso ter perfil empreendedor, conhecer a realidade
do mercado e organizar um plano de negócios. Este capítulo apresenta dicas dos passos a serem
realizados para maximizar a chance de sucesso no novo negócio.
54
Caro empreendedor, neste documento foram
apresentadas ideias e oportunidades de negócios para
o seu município! Desta forma, há algumas etapas que
devem ser seguidas, a fim de descobrir uma boa ideia
de negócio para o seu perfil, e também para ajudá-lo na
estruturação inicial deste negócio2.
9.1 ETAPA 1: IDENTIFICANDO UMA BOA IDEIA DE NEGÓCIO
Nesta etapa, o objetivo é encontrar a ideia de negócio que mais combina com seu
perfil empreendedor. Para isso, é necessário selecionar 5 (cinco) das oportunidades de negócios
apresentadas no capítulo 8 deste documento e escolher a melhor ideia conforme seu perfil.
Figura 4 – Seleção de ideias de negócios Figura 4 – Seleção de ideias de negócios
Das ideias apresentadas, escreva abaixo até 5 (cinco) ideias que você acredita estarem mais alinhadas ao seu perfil: IDEIA A IDEIA B IDEIA C IDEIA D IDEIA E Fonte: Negócio Certo SEBRAE/SC. Programa de autoatendimento. Manuais etapas 1, 2 e 3.
Com as ideias selecionadas, é preciso avaliar o quanto elas tem relação com seu perfil
como empresário. A figura 5 traz um conjunto de perguntas para avaliar cada ideia de acordo com
seu perfil empreendedor.
2
Adaptado de Negócio Certo SEBRAE. Programa de Autoatendimento. Manuais etapas 1, 2 e 3.
55
PASSO A PASSO
9 PASSO A PASSO PARA ABERTURA DE UM NEGÓCIO
Figura 5 – Relação entre o perfil pessoal e as ideias de negócio escolhidas
Fonte: Negócio Certo SEBRAE/SC. Programa de autoatendimento. Manuais etapas 1, 2 e 3.
56
9.1.1 AVALIANDO OS RESULTADOS
A partir da soma dos pontos apurados para cada ideia, observe o intervalo de pontuação
em que cada uma se encaixa:
• Somatório maior ou igual a 60 pontos: a ideia de negócio está de acordo com seu
perfil.
• Somatório entre 40 e 59 pontos: a ideia de negócio precisa ser melhorada.
• Somatório abaixo de 40 pontos: a ideia não está de acordo com seu perfil pessoal.
Caso duas ou mais ideias tenham a pontuação maior que 60 pontos, escolha aquela
que achar mais interessante.Caso todas as ideias tenham menos de 40 pontos, inicie uma nova
escolha ou reflita mais (pode ser que não seja o momento apropriado para abrir um negócio).
9.2 ETAPA 2: VERIFICANDO A VIABILIDADE DO NEGÓCIO
Muitas pessoas começam seus
empreendimentos a partir de um sonho,
ser dono de seu próprio negócio. Recente
pesquisa feita com empresários brasileiros,
publicada pelo SEBRAE, indica que a
área de conhecimento mais importante no
primeiro ano de atividade de uma empresa é
o planejamento.
O Plano de Negócio é um documento que reúne informações sobre características,
condições e necessidades do futuro empreendimento, com o objetivo de analisar sua potencialidade
e sua viabilidade, além de facilitar sua implantação. A seguir, estão apresentadas questões que
compõem o Plano de Negócios e que são necessárias para uma análise completa de uma ideia
de negócio.
9.2.1 COLETA DE DADOS
Nesta fase, o objetivo é reunir o maior número de informações a respeito da empresa, do
setor e do mercado. A figura 6 a seguir apresenta um conjunto de perguntas a serem respondidas
para auxiliar nesta tarefa de coletar dados para o futuro negócio.
57
Figura 6 – Coleta de dados para elaboração de um plano de negócios
Fonte: Negócio Certo SEBRAE/SC. Programa de autoatendimento. Manuais estapa 1, 2 e 3
58
9.2.2 ELABORAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS
Com as respostas obtidas na coleta de dados, procede-se à elaboração do Plano de
Negócio. Para tal, o SEBRAE/SC fornece um modelo em branco, disponível no endereço eletrônico
www.sebrae.com.br/uf/santa-catarina/para-voce/plano-de-negocio. Após o preenchimento, você
terá um resultado referente à viabilidade do seu negócio.
9.3 ETAPA 3: FORMALIZANDO O NEGÓCIO
Decidida a ideia de negócio e avaliada sua viabilidade, parte-se para a formalização do
negócio. A seguir está apresentado um roteiro básico para a legalização de uma empresa.
Figura 7 – Passos para a legalização de um negócio
Fonte: Negócio Certo SEBRAE/SC. Programa de autoatendimento. Manuais etapas 1, 2 e 3. 59
9.3.1 PASSO 1: ORIENTAÇÃO EMPRESARIAL
Para receber orientação empresarial, o empreendedor pode procurar pelo SEBRAE/SC
em qualquer de suas agências. Entre as informações prestadas estão os princípios básicos para
abertura de uma empresa, orientações quanto aos órgãos envolvidos no processo de legalização,
bem como tributos e benefícios tributários.
9.3.2 PASSO 2: CONSULTA PRÉVIA DO LOCAL
Junto à prefeitura do município,deve-se verificar a possibilidade de sua empresa
funcionar no endereço pretendido.
9.3.3 PASSO 3: BUSCA PRÉVIA PELO NOME DA EMPRESA
Dependendo do tipo de atividade da empresa, o registro será feito na Junta Comercial JUCESC (para Empresário e Sociedade Empresária) ou no Cartório de Registro Civil de Pessoas
Jurídicas - RCPJ (para Sociedade Simples). Nesta etapa, verifica-se a existência de nome idêntico
ao escolhido para registro da empresa. Se o nome já existe, é necessário escolher outro.
9.3.4 PASSO 4: CADASTRO SINCRONIZADO NACIONAL
Com o cadastro sincronizado, previsto na Lei Geral de Micro e Pequenas Empresas,
em um único passo obtém-se quatro resultados: Registro de Contrato Social ou Declaração
de Empresário; CNPJ; Inscrição Estadual e Inscrição Municipal (Alvará de Licença para
Estabelecimento).
9.3.5 PASSO 5: LICENÇAS DE FUNCIONAMENTO
Dependendo da atividade da empresa e o grau de risco, ela deverá atender os requisitos
de segurança sanitária, metrologia, controle ambiental e prevenção de acidentes.
Além disso, para iniciar as atividades, é necessário solicitar, através de uma gráfica ou
contador, a impressão de notas fiscais ou autorização para utilização do cupom fiscal. As empresas
de prestação de serviços recebem autorização da prefeitura local. As empresas dedicadas
às atividades da indústria e do comércio recebem a autorização da Secretaria do Estado da
Fazenda.
60
ANEXO
61
ANEXO 1 - PERFIL DOS ENTREVISTADOS
ANEXOS
A maioria dos empresários é do sexo masculino (75,0%) e possui acima de 40 anos,
estando mais intensamente distribuídos nos intervalos de 40 a 49 anos e 50 a 59 anos (61,1%,
no somatório).
Tabela 27- Sexo
Opções
Masculino
Ocorrências
27
Percentual
75,0%
Feminino
Total
9
36
25,0%
100,0%
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
Gráfico 5 - Faixa Etária
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
A escolaridade dos entrevistados é alta, sendo que 30,6% possuem ensino superior
completo e outros 16,7% possuem pós-graduação.
Tabela 28 - Escolaridade
Opções
Sem instrução
Fundamental incompleto
Fundamental completo
Médio incompleto
Médio completo
Superior incompleto
Superior completo
Pós-graduação
Total
Ocorrências
0
3
4
0
11
1
11
6
36
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
Percentual
0,0%
8,3%
11,1%
0,0%
30,6%
2,8%
30,6%
16,7%
100,0%
62
Sobre o cargo/função ocupado, 27,8% dos entrevistados são empresários, 13,9% são
Presidentes de Assoc/Secret./ONG e 11,1% são agricultores e gerentes.
Gráfico 6 - Perfil profissionail dos entrevistados
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
Em relação ao setor de atuação, 22,2% dos entrevistados apontaram atuar
predominantemente no setor do comércio, 19,4% no setor de agronegócios, 16,7% no setor de
serviços e nas Associações de Classe/ONGs.
Tabela 29 - Setor de atuação
Opções
Indústria
Comércio
Serviços
Agronegócio
Poder Público
Associação de classe/ONGs
Visitantes
Total
Ocorrências
2
8
6
7
4
6
3
36
Percentual
5,6%
22,2%
16,7%
19,4%
11,1%
16,7%
8,3%
100,0%
Fonte: Pesquisa Foco Opinião e Mercado
63
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - População e taxa de crescimento, em Anita Garibaldi, no período de 1980 a 2010
11
Tabela 2 - Participacão realtiva da população residente por localização do domicílio e gênero, em Anita Garibaldi, no período
1980 a 2010
11
Tabela 3 - Índice de Desenvolvimento Humano no período de 1970 a 2010
12
Tabela 4 - Produto interno bruto de Anita Garibaldi e PIB per capta no período de 2002 a 2009
14
Tabela 5 - Rendimento Familiar Médio e posição do Município no Estado, em 2000 e 2010
15
Tabela 6 - Salários Médios em Anita Garibaldi, Santa Catarina, no período de 2007 a 2011
15
Tabela 7 - Número de domicílios urbanos por classe economica em Anita Garibaldi e Santa Catarina, em 2010
16
Tabela 8 - Número de empresas e empregos de Anita Garibaldi, em 2011
19
Tabela 9 - Setor da Economia
20
Tabela 10 - atividades dentro do setor agronegócio
21
Tabela 11 - atividades dentro do setor agronegócio
21
Tabela 12 - Atividades dentro do setor comércio
22
Tabela 13 - Atividades dentro do setor Serviço
23
Tabela 14 - Situação atual do município de Anita Garibaldi
23
Tabela 15 - Carências de Demandas 28
Tabela 16 - Pontos fracos do setor da indústria
31
Tabela 17 - Pontos fracos do setor do comércio
33
Tabela 18 - Pontos fracos do setor dos serviços
36
Tabela 19 - Pontos fracos do setor do agronegócio
38
Tabela 20- Impedimentos ao desenvolvimento de novos negócios
38
Tabela 21 - Síntese de forças e fraquezas so município
45
Tabela 22 - Vocação do município
49
Tabela 23 - Eixos de desenvolvimento nos setores
50
Tabela 24 - Oportunidades de negócio por setor de atividade - indústria
52
Tabela 25 - Oportunidades de negócio por setor de atividade -Serviços
53
Tabela 26 - Oportunidades de negócio por setor de atividade - Agronegócio e Comércio
54
Tabela 27- Sexo
63
Tabela 28 - Escolaridade 63
Tabela 29 - Setor de atuação
64
64
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Localização do município, em 2013
10
Figura 2 – Mapa do município, em 2013
10
Figura 3 - Mapa de extrema pobreza e desigualdade dos municípios catarinenses, em 2010
13
Figura 4 - Seleção de ideias de negócios
55
Figura 5 – Relação entre o perfil pessoal e as ideias de negócio escolhidas
57
Figura 6 – Coleta de dados para elaboração de um plano de negócios
59
Figura 7 – Passos para a legalização de um negócio
60
65
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Coeficiente de Gini
12
Gráfico 2 - Consumo per capta R$/ano por habitante em Anita Garibaldi, Santa Catarina e Brasil, em 2010
15
Gráfico 3 - Número de taxa de criação de empregos e empresas formais em Anita Garibaldi
18
Gráfico 3 - Número de taxa de criação de empregos e empresas formais em Anita Garibaldi, segundo setor, em 2011
19
Gráfico 5 - Faixa Etária
63
Gráfico 6 - Perfil profissionail dos entrevistados
64
66
67
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