UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE Utilização dos serviços odontológicos públicos e privados na perspectiva dos adultos: estudo de base populacional na cidade de Lages, Santa Catarina, Brasil, em 2007 Ada Maria Fornari Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Saúde Coletiva como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva. Área de concentração: Epidemiologia Orientadora: Prof.ª Dr.ª Izabella Barison Matos Lages 2008 Utilização dos serviços odontológicos públicos e privados na perspectiva dos adultos: estudo de base populacional na cidade de Lages, Santa Catarina, Brasil, em 2007 Ada Maria Fornari Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Saúde Coletiva como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva. Área de concentração: Epidemiologia Orientadora: Prof.ª Dr.ª Izabella Barison Matos Lages 2008 Dedico este trabalho aos meus pais, Ada e Giovanni, pelo apoio e incentivo e à minha filha, Ana Letícia, por compreender minha ausência. AGRADECIMENTOS À minha irmã Terezinha, que me auxiliou sempre, em todas as etapas da minha pesquisa. À minha irmã Carmen Lúcia, que mesmo distante, não mediu esforços em me apoiar, carinhosamente. Ao meu irmão Giovani e à minha cunhada Cleusa, sempre presentes, inclusive nos momentos mais difíceis. Às minhas sobrinhas Ana Helena e Daniela, que ajudaram a minha filha Ana Letícia a superar minha ausência. Ao Dr. Heron Anderson de Souza, ex-Secretário Municipal da Saúde de Lages, pela confiança em mim depositada. Ao atual Secretário Municipal da Saúde de Lages, Juliano Polese Branco, pelo apoio recebido. A todos os professores do PPGSC, da UNIPLAC, especialmente à profª Drª Izabella Barison Matos, minha orientadora, pelo valioso incentivo e auxílio imprescindível em todos os momentos do trabalho; à profª Dra. Maria Conceição de Oliveira pela paciência, companheirismo e dedicação durante a elaboração das pesquisas e ao prof. Dr Antonio Fernando Boing pela importante colaboração nessa fase final do trabalho. À Cristiane do setor de Apoio à Pós-Graduação por sua solicitude e gentileza dispensadas e a todos que de alguma forma colaboraram para a elaboração desse estudo. Por fim, agradeço a Deus, por me imbuir de fé e perseverança no enfrentamento de mais esse desafio em minha vida pessoal e profissional. RESUMO Trata-se de um estudo que objetivou conhecer e descrever a prevalência da utilização dos serviços odontológicos públicos e privados, nos últimos doze meses, entre adultos da cidade de Lages (SC). Além disso, testou a existência de diferenças da prevalência da utilização dos serviços citados, entre estratos de renda da população adulta da cidade, segundo sexo, faixa etária, cor da pele auto-referida, nível socioeconômico, motivo da última consulta odontológica, avaliação do atendimento e a satisfação com os dentes, fazendo comparações com outros estudos realizados. Contextualiza, também, a oferta de serviços de saúde bucal na cidade de Lages, privilegiando o detalhamento da rede pública e destacando alguns indicadores de saúde bucal da população do município. Em relação aos procedimentos metodológicos, esta dissertação é parte do estudo transversal intitulado “Auto-avaliação das condições de saúde e fatores associados: estudo de base populacional em adultos de Lages (SC), 2007”, que foi realizado entre fevereiro e outubro de 2007, por docentes e mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC), da Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC). Os dados e as informações foram coletados por meio da aplicação de um questionário com 186 questões. Responderam o questionário 2.022 adultos. Desses, 61,5% eram mulheres, 52,9% tinham até 39 anos de idade e 63,2% auto-referiram cor de pele branca. Quanto à utilização dos serviços odontológicos, 57,0% das pessoas afirmaram ter ido ao dentista no último ano e 59,2% dos adultos consideraram estar satisfeitos com os seus dentes. O principal motivo da consulta foi exame de rotina, com percentual de 66,9%. Houve maior prevalência de utilização dos serviços odontológicos entre os mais ricos, as mulheres, os mais jovens, os com maior escolaridade e entre as pessoas que vivem em domicílios com menor aglomeração. Assim, para além de indicar a prevalência, os resultados obtidos parecem também refletir os determinantes sociais do processo de adoecimento bucal dos usuários dos serviços odontológicos. Entre eles: a organização e o funcionamento dos serviços. Espera-se que esse estudo possa instrumentalizar a elaboração do Plano Municipal de Saúde de Lages: 2010-2013, no que diz respeito ao redirecionamento dos programas de saúde bucal existentes. Descritores: estudos transversais, utilização de serviços odontológicos, epidemiologia. ABSTRACT This study aimed the knowing and description of the use prevalence of public and private dental services in the past twelve months, among adults in Lages (SC). Furthermore, it tested the existence of differences in the use prevalence of the mentioned services, among excerpts of the adult population in Lages, according to gender, age range, self-referred skin color, socio-economical level, last appointment reason, service evaluation and satisfaction with the teeth, in comparison to other performed studies. It also contextualizes the supply of mouth health services in Lages, focusing on the public system detailing and pointing out some mouth health indicators in the city’s population. In relation to methodological procedures, this dissertation is part of the cross-sectional study titled “Self-evaluation of health conditions and related factors: population-based study on adults in Lages (SC), 2007”, which was carried out between February and October of 2007, by graduate and postgraduate students of the Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) (Collective Health Post-Graduation Program), at UNIPLAC. The data and the information were collected through a 186-question questionnaire. 2,022 adults answered the questionnaire. Among this number, 61,5% were women, 52,9% were up to 39 years old and 63,2% referred themselves as white-skinned. Regarding dental services use, 57,0% of the participants affirmed having gone to the dentist in the past year and 59,2% of the adults reported being satisfied with their teeth. The principal reason for an appointment was a routine check-up, 66,9%. There was a bigger prevalence of dental services use among the wealthier, women, the younger, the ones with higher educational level and people who lived in homes with smaller agglomerations. This way, besides indicating prevalence, the obtained results seem to reflect the social determiners of mouth problems in the users of dental services. Among them: organization and service functioning. It is hoped that this study may provide tools to the elaboration of the 2010-2013 City Health Plan in Lages, regarding the existent mouth health programs redirecting. Describers: cross-sectional studies, dental services use, epidemiology. SUMÁRIO RESUMO................................................................................................................................... 5 ABSTRACT .............................................................................................................................. 6 LISTA DE FIGURAS............................................................................................................... 9 LISTA DE QUADROS........................................................................................................... 10 LISTA DE TABELAS............................................................................................................ 11 LISTA DE SIGLAS................................................................................................................ 12 CAPÍTULO 1 DA INTRODUÇÃO E DA JUSTIFICATIVA DO ESTUDO............................................. 15 CAPÍTULO 2 DO REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL.............................................................. 20 2.1 Da utilização e do acesso aos serviços de saúde ............................................................ 20 2.2 Da satisfação como um aspecto da avaliação dos serviços ............................................ 23 2.3 Das políticas públicas de saúde bucal no Brasil ............................................................. 27 CAPÍTULO 3 DOS OBJETIVOS: GERAL E ESPECÍFICOS .................................................................. 34 CAPÍTULO 4 DOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 36 4.1 Do local de estudo .......................................................................................................... 36 4.2 Da descrição da pesquisa................................................................................................ 38 4.3 Da amostra...................................................................................................................... 39 4.4 Do instrumento de pesquisa............................................................................................ 40 4.5 Da definição das variáveis: dependente e independentes ............................................... 41 4.6 Da análise dos dados ...................................................................................................... 43 4.7 Dos procedimentos éticos na pesquisa ........................................................................... 44 CAPÍTULO 5 DA DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS EM LAGES ......................... 45 5.1 Da contextualização de Lages e de sua população: alguns indicadores ........................ 45 5.2 Da saúde bucal em Lages: breve histórico ..................................................................... 48 5.3 Da descrição dos serviços odontológicos em Lages: público, privado e outros............. 54 5.3.1 Serviço público ............................................................................................................ 55 5.3.2 Serviço privado............................................................................................................ 59 5.3.3 Outros serviços ............................................................................................................ 61 CAPÍTULO 6 DOS RESULTADOS E DA DISCUSSÃO ........................................................................... 65 CAPÍTULO 7 DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 75 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 78 LISTA DE ANEXOS.............................................................................................................. 83 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Mapa do Estado de Santa Catarina destacando Lages .................................... 36 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Indicadores de saúde bucal em Lages: meta/alcançado e alcançado no Estado – ano 2007 ................................................................................................................... 50 Quadro 2 – Indicadores de saúde bucal em Lages 2002 – 2007 ......................................... 51 Quadro 3 – Percentuais e média de indicadores de saúde bucal em Lages 2000 – 2007.. 52 Quadro 4 – Total de cirurgiões-dentistas, em Lages, registrados no CRO, com vinculação à rede pública de serviços, e densidade profissional. ....................................... 54 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Distribuição da amostra segundo variáveis de estudo (prevalência e erro padrão). Lages, SC, 2007 ....................................................................................................... 67 Tabela 2 – Distribuição da amostra, segundo utilização dos serviços odontológicos no último ano (n e %), variáveis do estudo e proporção de pessoas que utilizaram os serviços odontológicos (IC95%), segundo o primeiro e o último quartis de renda. Lages, SC, Brasil, 2007....................................................................................................................... 70 Tabela 3 – Proporção de utilização de serviço odontológico e avaliação positiva do serviço utilizado, segundo tipo de serviço: público (SUS) ou privado. Comparações entre o primeiro e o último quartis de renda. Lages, 2007. .......................................................... 71 LISTA DE SIGLAS ABO – Associação Brasileira de Odontologia. ACD – Auxiliares de consultório dentário. AFEUP – Associação dos funcionários da UNIPLAC. AIS – Ações Integradas de Saúde. AMURES – Associação dos Municípios da Região Serrana de Santa Catarina. ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar. CAPs – Caixas de Aposentadorias e Pensões. CAV – Centro de Ciências Agroveterinárias. CD – Cirurgiões-dentistas. CEO – Centro de Especialidades Odontológicas. CEP – Comitê de Ética em Pesquisa. CFO – Conselho Federal de Odontologia. CNSB – Conferência Nacional de Saúde Bucal. CPO-D – Média do índice de dentes cariados, perdidos e obturados. CRENSA – Centro de Recuperação de Nossa Senhora Aparecida. CRO – Conselho Regional de Odontologia. CROSC – Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina. DNSB – Divisão Nacional de Saúde Bucal. ESB – Equipe de Saúde Bucal. ESF – Estratégia de Saúde da Família. EUA – Estados Unidos da América. 13 FacVest – Faculdades Integradas FacVest. GM/MS – Gabinete do Ministro/Ministério da Saúde. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. IES – Instituição de Ensino Superior. INPS – Instituto Nacional de Previdência Social. INSS/PAM – Instituto Nacional de Seguridade Social/Pronto Atendimento Médico. MS – Ministério da Saúde. OMS – Organização Mundial da Saúde. OPAS – Organização Panamericana de Saúde. PA – Pronto Atendimento Odontológico. PACS – Programa de Agentes Comunitários de Saúde. PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. PPGSC – Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. PSF – Programa de Saúde da Família. SAMT – Serviço de Atendimento ao Menor Trabalhador. SB Brasil – Condições de Saúde Bucal na População Brasileira – 2002-2003 SC – Santa Catarina. SEMASA – Secretaria Municipal de Água e Saneamento. SENAT – Serviço Nacional de Transporte. SES – Secretaria de Estado da Saúde. SESI – Serviço Social da Indústria. SMS – Secretaria Municipal de Saúde de Lages. SUS – Sistema Único de Saúde. 14 TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. THD – Técnicos de higiene dental. UBS – Unidades Básicas de Saúde. UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina. UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. UNIPLAC – Universidade do Planalto Catarinense. UNIVALI – Universidade do Vale do Itajaí. CAPÍTULO 1 DA INTRODUÇÃO E DA JUSTIFICATIVA DO ESTUDO Trata-se de um estudo que visa conhecer e descrever a prevalência da utilização dos serviços odontológicos públicos e privados entre adultos da cidade de Lages (SC). Além disso, testou a existência de diferenças da prevalência da utilização daqueles serviços, entre estratos de renda da população adulta de Lages (SC), segundo sexo, faixa etária, cor da pele, nível socioeconômico, motivo da última consulta, avaliação do atendimento e a satisfação com os dentes, fazendo comparações com outros estudos realizados. Contextualiza, também, a oferta de serviços de saúde bucal na cidade de Lages, privilegiando o detalhamento dos serviços da rede pública. As motivações que levaram esta pesquisadora a optar pelo tema remetem à atuação, desde 2004, como cirurgiã-dentista da Equipe de Saúde Bucal (ESB), integrante da Estratégia de Saúde da Família (ESF), vinculada à Secretaria Municipal de Saúde de Lages (SMS). Na prática cotidiana, na rede pública de saúde, observam-se as dificuldades que a população apresenta para obtenção de atendimento odontológico. Por outro lado, os cirurgiões-dentistas enfrentam vários desafios, tais como atingir as metas propostas para alcançar a produtividade ideal. Nesse contexto, faltam insumos, há precariedade na manutenção dos equipamentos odontológicos, há fila de espera para atendimento dos encaminhamentos para as especialidades, entre outras dificuldades. Mas, a ESB é responsável pela saúde bucal da população na atenção básica, de modo que precisa 16 encontrar formas de superar tais obstáculos, a fim de proporcionar melhores condições de acesso e de utilização do serviço odontológico. É sabido que o Brasil ainda possui expressiva prevalência de doenças bucais, entre outros agravos, concentrados nas camadas de menor poder aquisitivo da população (COSTA et al, 2006), onde as desigualdades sociais, a alta concentração de renda e a ineficiência do Estado em diminuir tais polaridades constituem-se em marca registrada. De fato, a baixa qualidade da saúde bucal, presente na população brasileira, é um dos mais significativos sinais de exclusão social e foi objeto de discussão na 3.ª Conferência Nacional de Saúde Bucal, realizada em Brasília, no ano de 2004 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Na ocasião, evidenciou-se que além de outros fatores determinantes, as diversas afecções bucais da grande maioria da população brasileira atestam a precariedade da utilização dos serviços odontológicos. Essa utilização, por sua vez, é considerada como variável condicionante para a análise do perfil de saúde bucal da população. MATOS & LIMA-COSTA (2007), estudando a tendência da utilização dos serviços odontológicos e os fatores associados entre idosos brasileiros, referem o modelo proposto por Andersen & Newman, o qual considera três características para delinear o perfil dos usuários. São elas: a predisposição do indivíduo para utilizar determinado serviço de saúde, que inclui as variáveis demográficas, estrutura social, atitudes ou opiniões; a facilitação, que envolve as características familiares e da comunidade; e a necessidade, que engloba a auto-percepção das condições de saúde. É sabido que estudos sobre os fatores associados à utilização de serviços odontológicos têm aumentado em todo o mundo, sobretudo nos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, mas todos esses fatores são ainda mais desconhecidos no Brasil (ARAÚJO, 2006). Apesar de existir um número considerável de trabalhos que avaliam e discutem a qualidade e a satisfação dos usuários de serviços de saúde, de um modo geral, observam-se, na literatura 17 brasileira, poucos estudos sobre, especificamente, a utilização dos serviços odontológicos. Entre eles destacam-se BARROS & BERTOLDI (2002), o Projeto SB Brasil 2003 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004b), PINHEIRO & TORRES (2006), ARAÚJO (2006), MATOS & LIMA-COSTA (2007). Um trabalho, também tido como referência, foi o realizado na cidade mineira de Bambuí, por MATOS et al. (2001). Devido a essa lacuna na literatura nacional torna-se mais relevante a pesquisa ora presente, que aborda a utilização de serviços odontológicos públicos e privados no último ano referente à pesquisa. Isto porque o período permite comparações com outros estudos, inclusive com os dados da PNAD e, também, por tratar-se de um espaço de tempo no qual espera-se que a pessoa consulte o dentista. Estudos sobre as características da utilização desses serviços, em nível local e regional e a saúde bucal auto-referida implicam na ampliação do conhecimento necessário para repensar e redirecionar as ações públicas dirigidas à saúde bucal. Além do acesso à qualidade dos serviços oferecidos, é importante considerar as questões sobre a percepção das necessidades sob os olhares dos usuários. Diante disso, a variável de desfecho do presente estudo foi ter utilizado ou não serviços odontológicos públicos ou privados nos últimos doze meses anteriores à pesquisa. As variáveis exploratórias foram àquelas relacionadas ao contexto socioeconômico-demográfico. Adicionalmente, investigou-se o motivo da última consulta, a avaliação em relação ao atendimento e a satisfação com os dentes. Isso porque este estudo pretende proporcionar conhecimento acerca do tema e instrumentalizar o planejamento das ações de saúde bucal na cidade de Lages, a serem elaboradas no Plano Municipal de Saúde 2010-2013, em 2009. Haja visto que estudos, citados nos capítulos dessa dissertação, mostram que Lages reflete a situação nacional relativa à saúde bucal. Ou seja, a realidade de utilização de serviços odontológicos vivenciada pela população brasileira tem sido de grande precariedade. Fato 18 esse comprovado pela diminuta parcela de brasileiros que consultou o dentista no ano de 2006, que é de aproximadamente 35% da população (PINHEIRO & TORRES, 2006). Neste sentido, o trabalho aqui proposto analisa, através de um inquérito epidemiológico, os dados produzidos sobre a utilização dos serviços odontológicos, no Município de Lages (SC). Sendo esta dissertação parte do estudo transversal, intitulado Autoavaliação das condições de saúde e fatores associados: estudo de base populacional em adultos de Lages (SC), 2007, que foi realizado entre fevereiro e outubro de 2007, por docentes e mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC), da Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC), com a participação de alunos-bolsistas e voluntários de cursos de graduação dessa universidade. Objetivando realizar, portanto, uma investigação sobre as condições socioeconômicas e os principais problemas de saúde autoreferidos dessa população, o estudo foi considerado prioritário e teve apoio financeiro do Fundo de Incentivo ao Desenvolvimento da Pesquisa da UNIPLAC. Assim, esta dissertação1 foi organizada em sete capítulos, acrescidos das referências e dos anexos. O capítulo I, introdutório, apresenta o tema da pesquisa, as motivações para sua realização, a justificativa e a relevância para a saúde coletiva; a ele segue-se o capítulo II, que trata do referencial teórico-conceitual acerca da utilização dos serviços odontológicos, do acesso, da avaliação do atendimento e da satisfação como um aspecto da avaliação dos serviços e, das políticas nacionais de saúde bucal. Em seguida, no capítulo III, foram elencados os objetivos (geral e específicos) que nortearam esta pesquisa e, no capítulo IV, os procedimentos metodológicos são detalhados. O capítulo V contempla uma breve contextualização de Lages e a descrição dos serviços odontológicos públicos, privados e alguns incluídos na categoria outros; o seguinte, 1 Conforme determinação regimental do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC), esta dissertação deve originar um artigo científico a ser submetido para publicação em periódico, definido pelo Colegiado do Mestrado em Saúde Coletiva. 19 demonstra os resultados e suas respectivas análises, sendo que o último capítulo é destinado às considerações finais. Por fim, seguem-se as referências e os anexos. CAPÍTULO 2 DO REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL 2.1 Da utilização e do acesso aos serviços de saúde Os conceitos de acesso e de utilização, muitas vezes são empregados de forma variável (e mesmo como sinônimos) entre os autores, sofrendo mudanças de acordo com o momento histórico e com o contexto. Salienta-se, portanto, que nem sempre há uma clareza e precisão na relação entre acesso e uso/utilização dos serviços nessa área (TRAVASSOS & MARTINS, 2004). O funcionamento dos sistemas de saúde, para muitos autores, está centrado na utilização dos seus serviços, sendo que esta resulta, fundamentalmente, da interação médicopaciente, como enfatizado por TRAVASSOS & MARTINS (2004). As autoras apontam que o primeiro contato do serviço de saúde está diretamente relacionado ao comportamento do indivíduo, cabendo aos profissionais de saúde, a tarefa de manter o vínculo e de definir os recursos necessários para a solução dos problemas dos usuários. Além das necessidades de saúde, das características dos usuários e dos prestadores de serviços, outros fatores determinantes da utilização dos serviços de saúde referem-se à organização dos mesmos e às políticas públicas de saúde. No entendimento de ASSIS (2003, p.332-333). 21 O estabelecimento de canais de recepção das demandas sociais permite estabelecer a permeabilidade no processo de gestão, com o intuito de identificar as demandas locais e as necessidades de saúde emergentes, que deverão ser estabelecidas nas pautas de discussões dos espaços coletivos de gestão. A noção de acesso universal aos serviços de saúde, nesse caso, enquanto garantia assegurada pela legislação no Estado brasileiro (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004b), como discutido na seqüência, fica atrelada, na prática, a uma série de determinações que vão permitir ou não que o mesmo torne-se realidade. Algumas questões têm sido apontadas como essenciais para que se efetivem análises explicativas, como na discussão de GIOVANELLA & FLEURY (1995), que consideram o acesso a partir de quatro grandes dimensões: a política, a econômica, a técnica e a simbólica. Embora o acesso seja um termo muito usado, inexiste um conceito unívoco por parte dos estudiosos a respeito desse tema, uma vez que não há um consenso se a sua avaliação deve pautar-se nos resultados ou nos objetivos do sistema de saúde. Ou, ainda, na interação entre os múltiplos elementos componentes do sistema que visam alcançar esses objetivos. Por exemplo, DONABEDIAN, citada no estudo de VAITSMAN & ANDRADE (2005), prefere se valer da terminologia acessibilidade, que significa caráter ou qualidade do que é acessível. Outros autores empregam o substantivo acesso com o significado de ingresso, entrada, ou ainda, ambos os termos, enquanto indicativos da maior ou menor facilidade da obtenção de cuidados de saúde pelas pessoas (TRAVASSOS & MARTINS, 2004). A questão do acesso aos serviços odontológicos foi tratada por PINHEIRO & TORRES (2006) a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNAD – 2003 (IBGE, 2004). As análises, realizadas por esses autores, evidenciaram a existência de desigualdade na utilização da assistência disponibilizada, tanto entre os indivíduos entre si, como em relação às unidades federadas. Salientam que, aqueles já tradicionalmente excluídos de outras políticas públicas, também o são no que tange aos serviços de saúde bucal: os não 22 brancos, mais pobres, de menor escolaridade, sem plano de saúde e, ainda, os que habitam regiões rurais e/ou menos favorecidas economicamente. Já foi destacado que o Brasil detém altos índices de prevalência de doenças bucais (cárie dentária e doença periodontal) e que tal quadro é característico de populações cujos países apresentam desigualdade social, alta concentração de renda e o Estado é ineficiente na tarefa de diminuir tais polaridades (COSTA et al., 2006). No entanto, apesar de os diferentes tipos de demanda por atenção à saúde não serem totalmente sanados, é fato que o acesso aos serviços odontológicos de qualidade abrandam as condições desfavoráveis de saúde bucal das populações. Além do acesso à qualidade dos serviços oferecidos, é importante considerar as questões sobre a percepção da saúde bucal e das necessidades afins sob os olhares dos indivíduos nessa área (PINHEIRO & TORRES, 2006). A investigação de BARROS & BERTOLDI (2002), de âmbito nacional, também identificou a exclusão em grupos similares à análise dos dados da PNAD – 2003, efetuado por PINHEIRO & TORRES (2006). Ou seja, a desigualdade no acesso penaliza as populações carentes. Para exemplificar: a utilização dos serviços entre indivíduos de maior escolaridade é cerca de dez vezes maior do que entre os menos escolarizados. Como ressaltado no Relatório da 3.ª Conferência Nacional de Saúde Bucal (CNSB), para o enfrentamento saúde-doença é preciso não perder de vista a interdependência de fatores sociais. Portanto, algumas medidas devem ser postas em prática, como, por exemplo, a democratização do acesso aos diferentes serviços e a superação de entraves socioeconômicos e, principalmente, os de cunho político (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004a). Em relação a isso, a pesquisa de base populacional realizada por ARAÚJO (2006), analisando a utilização de serviços odontológicos, na cidade gaúcha de Pelotas, junto a 3.993 indivíduos amostrados, em todos os estratos econômicos, evidenciou que aquelas 23 pessoas que avaliaram a sua saúde bucal como boa, tiveram uma prevalência de utilização de 10% a 40% maiores do que aquelas que avaliaram a saúde bucal própria como ruim. FLEURY (2007) alerta para o fato de que as políticas públicas mostram baixa capacidade de promover eqüidade; conclui as análises dizendo que a exclusão restringe novas formas de socialização dos atores - para utilizar a terminologia da autora. Nessa direção, as definições estratégicas de lutas, as construções de novos sujeitos e de novas subjetividades demandam o desenvolvimento de novos saberes e tecnologias disciplinares (FLEURY, 2007). Nessa perspectiva de análise, o artigo citado recomenda a superação da dicotomia discurso e prática, uma vez que aborda temas tão complexos, entre eles, o de políticas públicas efetivas para o enfrentamento da pobreza, em tempos globalizados. Compartilhando dessa visão, de democratizar o acesso aos serviços públicos e combater as desigualdades em saúde e sociais, outros autores (MAGALHÃES et al., 2007) trazem à tona a urgência em superar a exclusão, a pobreza e a iniqüidade em saúde, incluindo a bucal, por meio de políticas transversais e convergentes. Ou seja, respectivamente, aquelas que pressupõem acordos entre vários atores, tais como: Estado, segmentos do mercado, organizações/entidades direcionadas à comunidade e, as convergentes, que são direcionadas à população-alvo, objetivando o resgate da cidadania. Essas seriam orientadas para a emancipação social e política, que pode ser traduzida como o resgate da auto-estima e da dignidade dos usuários/das pessoas, da busca da eqüidade em saúde, incluindo a saúde bucal. 2.2 Da satisfação como um aspecto da avaliação dos serviços O conceito de satisfação é muito complexo e depende de vários fatores para sua análise. Quando são consideradas as impressões, percepções ou satisfações dos indivíduos, 24 em relação à qualidade dos serviços de modo geral (acesso, acolhimento, tempo de espera, atendimento e resolução), tais fatores passam a ser partes importantes na avaliação do sistema de saúde, além da própria avaliação da gestão e da prestação técnica dos serviços. A noção de satisfação do indivíduo/cidadão/paciente/usuário tornou-se elemento fundamental para a avaliação da qualidade em saúde, tanto quanto a do médico e da comunidade (DONABEDIAN apud VAITSMAN & ANDRADE, 2005). A discussão sobre a polissemia de conceitos e de abordagens teóricometodológicas acerca da “satisfação de usuários”, foi objeto de estudo de ESPERIDIÃO & TRAD (2005). As autoras analisaram cinqüenta e quatro artigos sobre o tema, escritos entre 1970 e 2005, publicados em revistas científicas indexadas. Nessa análise, focalizaram métodos e técnicas das pesquisas e identificaram a variabilidade e ausência de consenso, entre os estudiosos, com relação à categoria “satisfação do usuário”, concluindo que ainda não há, para tal avaliação, “estratégias metodológicas válidas e confiáveis” (p. 309). Dentre os diversos aspectos presentes nesses trabalhos, as autoras evidenciaram que “de modo geral, destacam-se dois grandes grupos de fatores relacionados com a satisfação. Um relativo aos serviços e aos seus provedores, e outro inerente aos próprios usuários” (ESPERIDIÃO & TRAD, 2006, p.1271). Recentemente, importante pesquisa foi realizada pela Universidade de Brasília, denominada de Pesquisa Nacional de Avaliação da Satisfação dos Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006a). Em seu projeto, está apontada a importância de se conhecer a satisfação dos usuários na sua dimensão subjetiva, apoiada em valores e crenças, para alcançar melhor relacionamento entre usuários e profissionais. Enfoque esse considerado, no caso, importante para subsidiar planejamentos no enfrentamento de processos de saúde-doença, maximizando a utilização dos recursos. 25 Da mesma forma, estudos com tal abordagem podem contribuir para a continuidade do tratamento e o avanço em direção à políticas preventivas. Uma das recomendações, a partir dessa pesquisa, é que se dê ênfase aos aspectos coletivos vinculados à saúde bucal, considerando-se a importância de criar mecanismos de democratização dos serviços. Nesse sentido, os conceitos de “satisfação do usuário” e “responsividade” são discutidos por VAITSMAN & ANDRADE (2005 – grifos dos autores) que os consideram operacionais para avaliação dos serviços sob o prisma dos que os utilizam, como formas de mensurar a “qualidade” e a “humanização da assistência à saúde”. Segundo esses autores, enquanto as pesquisas de satisfação deram destaque ao lugar do paciente nos serviços e sistemas de saúde, o conceito de responsividade, fortaleceu sua posição, dando-lhe o status de um indivíduo/cidadão, ou seja, de um sujeito de direitos válidos universalmente (VAITSMAN & ANDRADE, 2005). TRAVERSO-YÉPEZ & MORAIS (2004, p.87) problematizaram a subjetividade que permeia a avaliação de serviços através da satisfação dos usuários, enfatizando que a consideração deles não é negativa. Inversamente, reivindicam tal subjetividade como condição para a humanização do atendimento, entendendo que espaços, como o do próprio processo da pesquisa, nos quais a relação dialógica e a subjetividade do usuário é valorizada possam ser ampliados, como forma de também gerar possibilidades de reflexão e construção de novos significados, por parte dos usuários acerca dos seus direitos, seu papel e participação como agentes de mudanças no sistema de saúde. A satisfação dos usuários pode ser vista pela reação que têm diante do contexto, do processo e do resultado global de sua experiência relativa a um serviço. Autores (TRAD et al., 2002) argumentam que essa avaliação baseia-se em padrões subjetivos, implicando, 26 portanto, atividades psicológicas perceptivas de ordem cognitiva e afetiva. Assim, a técnica não pode ser priorizada em detrimento das questões subjetivas, pois elas são diversas e não permitem esse tipo de comparação. De forma semelhante ao que está enfatizado nos parágrafos anteriores, NOBRE et al. (2005) consideram que a “qualidade” depende, além dos fatos em si mesmos, da percepção das pessoas sobre eles. Quando pensa-se na qualidade de serviços odontológicos, tem-se duas perspectivas. Por um lado, a visão profissional que pauta-se em indicadores para quantificá-la e, por outro, a percepção, que é uma perspectiva empírica, diretamente relacionada com a subjetividade, com julgamentos. Ou seja, não ancorada em questões técnicas, mas sim, na expectativa de um vínculo saudável, de respeito e de confiança interpessoal, que deve ser estabelecido entre o usuário e o profissional. Nessa linha de pensamento, salienta-se que muitos estudos foram realizados para a avaliação da satisfação de usuários de serviços de saúde em geral. Não obstante, especificamente em relação aos serviços odontológicos, há escassez de pesquisas, destacandose entre as que existem, a do Projeto Bambuí (MATOS et al. 2002). Realizada em um município de Minas Gerais, entre outubro de 1996 e janeiro de 1997, por meio de um inquérito populacional, avaliou os serviços odontológicos privados, públicos e de sindicato (MATOS et al. 2002). Outra pesquisa, realizada em Fortaleza, avaliou, a partir da visão do usuário, a qualidade do serviço odontológico prestado por uma universidade privada (NOBRE et al. 2005). De forma análoga, isto é, a partir da visão dos usuários, BOTTAN et al. (2006) avaliaram a qualidade dos serviços das clínicas odontológicas, do curso de graduação em odontologia, da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), na cidade catarinense de Itajaí. 27 Uma questão fundamental é que a satisfação pode ser vista como um tema transversal de pesquisa na área de avaliação, pois, vários outros aspectos referentes aos serviços e às questões subjetivas dos usuários estão a ela conectados. 2.3 Das políticas públicas de saúde bucal no Brasil As primeiras atividades odontológicas vinculadas ao poder público brasileiro surgiram no início do século XX, quando foram criados os primeiros cargos de cirurgiãodentista na administração pública paulista. Deve ser lembrado, que o modelo assistencial da saúde brasileira, naquele momento, estava marcado por uma política sanitarista-campanhista e que não havia ainda um projeto de modelo assistencial estruturado no país (NARVAI, 2006). Até os anos 30 do século XX, as políticas de saúde brasileiras estavam pautadas em dois grandes eixos: por um lado, o das ações de prevenção e, por outro, o das ações de controle de problemas de saúde, a assistência individual. A partir da “Era Vargas”, ao fundarse um Estado Nacional, iniciou-se uma política nacional de saúde, com a institucionalização do Ministério da Educação e Saúde, na esfera federal. À época, vinculado ao Ministério do Trabalho, outro eixo emergiu no cenário nacional, o da medicina e da saúde previdenciária. De forma semelhante, ocorreu a unificação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs), que deram origem ao Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), consolidando-se o modelo brasileiro de seguro social e de serviços médicos (GROISMAN et al., 2005). PAIM (2003) discorre sobre esse modelo assistencial, entendido a partir de um formato trifurcado composto pela saúde pública, pela medicina previdenciária e pela saúde do trabalhador. No que tange ao setor privado, abrangia profissionais liberais, hospitais filantrópicos e empresas lucrativas. É válido lembrar que a Odontologia brasileira, 28 historicamente pautada no modelo norte-americano de ensino médico, é influenciada pelas recomendações do Relatório Flexner, publicado em 1910 nos Estados Unidos da América (EUA), cujas recomendações foram acatadas pelos diversos cursos da saúde consolidando, na Odontologia “o caráter mecanicista, biologicista, tornando-a orientada mais para a cura do que a prevenção, extremamente individualista e excessivamente técnica” (MATOS, 2005, p.47). De fato, percebe-se que o modelo de prática odontológica, cujos reflexos são apontados exaustivamente pela literatura, uma vez que se refletem na (ausência da) saúde bucal da população não atende os apelos da sociedade. Modelo esse, denominado de flexneriano pelas suas características de incorporação de tecnologia, cujos elementos basilares são: o individualismo, a especialização, a tecnificação e a prática eminentemente curativa (MATOS, 2005). Sabe-se que a inserção da odontologia nas políticas de saúde brasileiras, ocorreu tardiamente e que, nas décadas de 50 a 80 limitava-se à atenção básica, mais especificamente a escolares, a gestantes e ao trauma. A assistência odontológica era dispensada pelo então INPS, pelas secretarias de saúde dos estados e, principalmente, por entidades e instituições filantrópicas e sindicatos, com baixa cobertura e focada em procedimentos curativos (FEUERWERKER apud MATOS, 2005). No Brasil, em meados dos anos 50, o sistema público priorizou a atenção em saúde bucal, com enfoque curativo-reparador, às crianças em idade escolar (6 a 14 anos); já no final da década de 70, o foco passou a ser a promoção e prevenção com ênfase coletiva e participação comunitária, denominada de Odontologia Simplificada (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006b). Cronologicamente, surgiram, então, as Ações Integradas de Saúde (AIS), política pública dos anos 80, que representou no contexto sanitário brasileiro um passo decisivo para a descentralização das ações de saúde (LUZ, 1991). 29 Ocorre que, a partir de 1963, uma série de conferências nacionais de saúde aconteceu no Brasil e, em contraponto ao modelo que dissocia o social da saúde, inúmeras instituições começam a discutir possibilidades de consolidar o modelo de saúde proposto pela I Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada na cidade de AlmaAta (localizada no atual Cazaquistão), organizada pela OMS, em 1978. Essa conferência resultou na declaração de Alma Ata, cuja ênfase recai nos aspectos de promoção de saúde e prevenção, em lugar de serviços clínicos e curativos, apoiando comunidades locais voltadas para a melhoria de sua saúde, pautadas em avaliações e questionamentos a respeito da forma como atuava o modelo biomédico, o qual apenas tratava doenças (GROISMAN et al., 2005, p.3). Além disso, tal conferência produziu a recomendação “Saúde para todos no ano 2000”, repetida à exaustão pelos sucessivos governos brasileiros, mas não suficientemente executada. Em 1988, com a homologação da Constituição Federal do Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado e a saúde passou a ser um direito constitucional. Segundo o Relatório da 3.ª Conferência Nacional de Saúde Bucal realizada em 2004, a primeira experiência brasileira de grande porte, em levantamento epidemiológico na área de saúde bucal, foi realizada em 1986 pela Divisão Nacional de Saúde Bucal (DNSB), que havia sido recém-criada (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004a). Na oportunidade foram levantados dados referentes à cárie dental, doença periodontal e necessidades de prótese. Em relação aos adultos, o levantamento citado considerou a faixa etária de 35 a 59 anos, estratificada da seguinte forma: 35-44 anos e 50-59 anos. Os resultados apontaram a média do índice de CPO-D2 de 22,5 e 27, 21, 2 Média do índice de dentes cariados, perdidos e obturados. 30 respectivamente, sendo que na faixa etária de 35-44 anos, somente 5,38 dos indivíduos apresentavam periodonto saudável (COSTA et al., 2006). O conjunto de atores brasileiros, que discutiu à época, o modelo assistencial, propondo que se consolidassem os princípios colocados em Alma-Ata, deu origem ao Movimento de Reforma Sanitária do Brasil. Esse, fortalecido pelas recomendações da 8.ª Conferência Nacional de Saúde (1986), ganha um formato jurídico-legal na Constituição da República Federativa do Brasil (BRASIL, 1996), ao instituir o SUS, em 1988. Assim, instituído, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, o SUS passou a ser uma política de Estado e não de governo. Em relação à saúde bucal, no nível nacional, em 1996, após 10 anos do levantamento epidemiológico citado, o Ministério da Saúde, por meio da Área Técnica de Saúde Bucal e em parceria com a Associação Brasileira de Odontologia, o Conselho Federal de Odontologia e as Secretarias Estaduais de Saúde, realizou o 2.º Levantamento, buscando verificar as alterações ocorridas no perfil da população brasileira. No entanto, restringiu-se à faixa etária de 06-12 anos. A partir desses marcos, as pesquisas foram ampliadas e multiplicadas. Da mesma forma, novo levantamento (2002-2003) foi realizado, contemplando as faixas etárias de 18-36 meses, 5 anos, 12 anos, 15-19 anos, 35-44 anos e 65-74 (COSTA et al., 2006). Nesse último, os resultados relativos à média do índice de CPO-D em adultos, na única faixa etária (35-44 anos), passível de comparação com o levantamento de 1986, apontaram 22,5. Ou seja, comparativamente, houve uma discreta redução do índice (0,76 p.p.) e, em relação às doenças periodontais verificou-se significativo aumento de indivíduos com periodonto saudável (22%); isto é, também em relação ao de 1986, quando obteve-se 16 % (COSTA et al., 2006). 31 Entre outras iniciativas governamentais, em 1991 registrou-se a implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e sua incorporação ao SUS. A criação desse Programa significou um marco na construção de um modelo assistencial mais compatível às necessidades de saúde da população, auxiliando ainda, a consolidação de tal modelo. Dois anos após, o governo federal criou o Programa de Saúde da Família (PSF), como resposta a uma demanda dos municípios que solicitavam ao Ministério da Saúde apoio financeiro para mudar a operacionalização da rede básica de saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1997, p.1-33). Tal como é entendido pelo Ministério da Saúde esse Programa é uma estratégia que pretende reorientar o modelo assistencial de saúde. Tem o objetivo geral de contribuir para esta reorientação a partir da atenção básica de acordo com os princípios do SUS, conferindo às Unidades Básicas de Saúde uma nova forma de atuação, com definição de responsabilidades entre serviço e população. Não obstante ao fato de o SUS ter sido criado há duas décadas, o cotidiano do trabalho na área de saúde evidencia que seus princípios (eqüidade, universalidade, integralidade) estão muito longe de se efetivar. Sob essa perspectiva, a de concretização do SUS, o PSF, hoje denominado de Estratégia de Saúde da Família (ESF), pauta-se na promoção da saúde e na busca da melhora da qualidade de vida, valorizando o papel dos indivíduos no cuidado com sua saúde, de sua família e da comunidade. Assim, na ESF, a partir de 2001, foram inseridas Equipes de Saúde Bucal3 (ESB), visando ampliar o relacionamento com os usuários e a participação de cirurgiões-dentistas (CD), auxiliares de consultório dentário (ACD), técnicos de higiene dental (THD) na gestão 3 A Portaria GM/MS n.º 1.444, de 28 de dezembro de 2000, regulamenta e estabelece auxílio financeiro para a reorganização da saúde bucal oferecida nos municípios. Já, a Portaria GM/MS n.º 267, de 06 de março de 2001, normatiza e dá as diretrizes para a reorganização da atenção à saúde bucal (COSTA et al., 2006). 32 dos serviços, a fim de dar respostas às demandas de saúde bucal da população. Em outras palavras, a inserção das ESB objetivou “ampliar o acesso às ações e aos serviços de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal utilizando medidas de caráter coletivo e individual e mediante o estabelecimento de vínculo territorial” (COSTA et al., 2006). Em 2005, o ESF já cobria 103,5 milhões de pessoas. De 2002 a 2005 foram implantadas 7.866 novas equipes da ESF, totalizando 24.564, cobrindo 78,6 milhões de usuários (COSTA et al., 2006). São vários, porém, os desafios a serem superados, especialmente quando constata-se que, na faixa de idade entre 30 e 44 anos, cerca de 30% dos brasileiros adultos são desdentados e, desses, 15% precisam de prótese; ou ainda que somente 54% dos adultos têm 20 ou mais dentes (PUCCA JR, 2006). Outro dado preocupante citado revela que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2003 cerca de 28 milhões de brasileiros nunca tinham ido ao dentista (PUCCA JR, 2006). Diante de tal quadro, foi realizado Projeto SB Brasil 2003. Condições de saúde bucal da população brasileira 2002-2003, cujo objetivo era “produzir informações sobre as condições de saúde bucal da população brasileira e subsidiar o planejamento-avaliação de ações nessa área nos diferentes níveis de gestão do SUS (...)” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004b). Criou-se, na seqüência, o Programa Brasil Sorridente como política nacional de saúde bucal do SUS e não apenas de governo, cuja orientação era realizar atendimento a partir de linhas de cuidado: da criança, do adolescente, do adulto e do idoso, criando fluxos que garantissem ações resolutivas (PUCCA JR, 2006). Uma das reflexões que contribuiu para a criação do Programa Brasil Sorridente (MINISTÉRIO DA SAÙDE, 2004b) foi o fato de, por exemplo, a universalização do acesso aos serviços de saúde ser limitada pela incapacidade da oferta expandir-se na mesma proporção da demanda. É sabido que, em função da sua baixa resolutividade, o modelo de atenção em saúde bucal, gerou uma demanda reprimida nos diferentes níveis (PUCCA JR, 33 2006). Isso tem levado a um aumento na demora do atendimento e a uma queda na qualidade dos serviços. Em conseqüência, os grupos sociais de maior poder aquisitivo deixam de utilizar esses serviços e passam de modo crescente para o mercado privado, particularmente, através de seguros de saúde privados, num processo que foi caracterizado como universalização excludente (MAGALHÃES et al., 2007; FAVERET & OLIVEIRA, 1990). Enfim, o referido Programa foi concebido a partir do entendimento de que saúde bucal é inclusão social. CAPÍTULO 3 DOS OBJETIVOS: GERAL E ESPECÍFICOS O objetivo geral dessa pesquisa foi: • Conhecer a prevalência da utilização dos serviços odontológicos públicos e privados, nos últimos 12 meses, entre adultos da cidade de Lages (SC). Como objetivos específicos têm-se: • Descrever a prevalência da utilização dos serviços odontológicos entre a população adulta da cidade de Lages (SC), segundo sexo, faixa etária, cor da pele, nível socioeconômico, local de serviço odontológico, motivo da última consulta odontológica, avaliação do atendimento odontológico recebido e satisfação com os dentes. • Testar e existência de diferenças da prevalência da utilização dos serviços odontológicos entre estratos de renda da população adulta da cidade de Lages (SC), segundo sexo, faixa etária, cor da pele, escolaridade, aglomeração, local de serviço odontológico, motivo da última consulta odontológica, avaliação do atendimento e satisfação com os dentes. 35 • Fazer comparações com a literatura sobre a utilização dos serviços odontológicos, a avaliação do atendimento recebido e a satisfação em relação aos dentes com outros estudos realizados. • Contextualizar a oferta dos serviços odontológicos de Lages (SC). É importante salientar que os objetivos específicos foram redimensionados em diferentes momentos. Primeiramente, após o Exame de Qualificação, realizado em abril de 2007, cujas recomendações foram contempladas na íntegra. Da mesma forma, durante a orientação, considerando-se as leituras realizadas, foi acatada a sugestão de privilegiar a utilização dos serviços odontológicos. CAPÍTULO 4 DOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 4.1 Do local de estudo Lages tem 166.733 habitantes (IBGE, 2006), encontra-se distante cerca de 200 km de Florianópolis, capital do Estado e é pólo dos 18 municípios que compõem a Associação dos Municípios da Região Serrana de Santa Catarina (AMURES). Figura 1 – Mapa do Estado de Santa Catarina destacando Lages Fonte: <http://www.sesc-sc.com.br/turismo/img/lages/mapa_sc.jpg>. Acesso em 20 de jun 2008. Trata-se de uma região que, historicamente, detém os mais altos índices de analfabetismo, desemprego e déficit habitacional, bem como apresenta o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado. A Serra Catarinense, sua denominação mais recente, é conhecida, também, pela grande concentração populacional na zona urbana e pelo 37 seu baixo índice de investimentos no setor produtivo (PEIXER, 2002). Quanto ao setor econômico, ele é basicamente sustentado pela pecuária, agricultura, indústria madeireira, comércio e prestação de serviços. Ainda, Lages e região apresentam um processo de industrialização recente e constata-se que a produtividade na indústria não é expressiva, excetuando-se as papeleiras (PEIXER, 2002). Na última década, o turismo rural vem sendo explorado como alternativa de geração de riqueza e desenvolvimento do potencial turístico. Antigas propriedades rurais, de famílias tradicionais de latifundiários lageanos, foram transformadas em hotéis-fazenda, uma vez que as baixas temperaturas da Serra Catarinense, nos meses de inverno, aliadas à possibilidade de neve transformaram Lages num dos destinos turísticos mais prestigiados do sul do país (GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2005). Na área da saúde, Lages é referência para os municípios da região da AMURES (MUNARIM, 1999). Possui três hospitais, um estadual e dois filantrópicos, sendo os dois últimos credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Diversas clínicas médicas, odontológicas, de fisioterapia e de diagnóstico por imagem (radiologia) garantem atendimento a usuários do SUS, de convênios privados e particulares. Em relação ao número de cirurgiões-dentistas, em julho de 2007, ano de realização da presente pesquisa, em Lages, havia 266 cirurgiões-dentistas inscritos e 16 estabelecimentos de serviços odontológicos (CROSC, 2008). A respeito do local dos serviços odontológicos, o Projeto SB Brasil (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004b) caracteriza tais serviços como: público, privado liberal, privado suplementar e filantrópico. No entanto, nos resultados e na discussão do presente estudo foi utilizada a categorização: serviços odontológicos públicos (SUS) e privados. 38 No mesmo ano, o número de cirurgiões-dentistas vinculados à rede pública de serviços era de 65 (entre servidores municipais, estaduais e federais), segundo informações obtidas junto ao Departamento de Odontologia, da SMS. 4.2 Da descrição da pesquisa Entre os meses de maio a outubro de 2007 conduziu-se o estudo transversal intitulado “Auto-avaliação das condições de saúde e fatores associados: estudo de base populacional em adultos de Lages, SC”. Desenvolvido pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) – Mestrado acadêmico, da UNIPLAC, o inquérito tinha como objetivo geral avaliar as condições de saúde auto-referidas de adultos de 20 a 59 anos de idade da cidade de Lages (SC) e sua associação com variáveis socioeconômicas, demográficas e de saúde (UNIPLAC, 2006). Como objetivos específicos contemplou o interesse de onze projetos de pesquisa do curso supra mencionado, entre os quais, o da presente pesquisa; que originou essa dissertação, cujo foco de interesse investigativo é conhecer a prevalência de utilização dos serviços odontológicos na população adulta da cidade de Lages. Além dos docentes e dos alunos do mestrado, participaram, como aplicadores do questionário, 39 alunos de diferentes cursos de graduação, prioritariamente, da área da saúde. Todos foram selecionados por meio de edital específico, seguido de capacitações, inclusive com atividades de calibração de medidas (peso, altura, perímetro da cintura e verificação de pressão arterial). Do total, 29 alunos dos cursos de graduação receberam bolsa de pesquisa e 10 trabalharam na condição de voluntários. Assim, entre os meses de fevereiro e agosto de 2007, foram realizadas capacitações e calibrações com todos os envolvidos, objetivando padronizar o entendimento 39 acerca do projeto de pesquisa e instrumentalizar a equipe de trabalho de campo assegurando dessa forma, a qualidade dos procedimentos. Foram feitos: pré-teste, estudo-piloto e o trabalho efetivo de campo, conforme preconizado em pesquisas dessa natureza. Durante o período de realização da pesquisa, uma aluna do mestrado ficou responsável pela averiguação da veracidade das informações coletadas, a fim de garantir o controle de qualidade. Quinzenalmente, a partir de sorteio aleatório de 10% dos questionários já aplicados, essa aluna entrava em contato, por telefone, com os respondentes e refazia algumas perguntas, conferindo a resposta registrada no respectivo questionário. Da mesma forma, perguntava se os procedimentos de tomadas de medidas tinham ocorrido segundo o preconizado. O trabalho de campo foi realizado invariavelmente em duplas, devidamente identificadas com coletes vermelhos contendo a logomarca da UNIPLAC e equipadas com mochilas, as quais continham: fitas-métricas, balança e esfigmomanômetro, uma vez que fazia parte do estudo registrar a altura, o peso e o perímetro da cintura, além de se verificar a pressão arterial de todos os indivíduos participantes. 4.3 Da amostra Para o cálculo do tamanho da amostra, utilizou-se o programa Epi-Info (DEAN et al., 1994), considerando-se como parâmetros uma população adulta igual a 86.998 adultos, aproximadamente, 52% da população total de Lages (IBGE, 2006), prevalência de uso de serviço odontológico igual a 50%, nível de confiança de 95%, erro amostral de 3,5 pontos percentuais e um efeito do desenho do estudo estimado de 2 (amostra por conglomerados). Adicionou-se 10%, a fim de compensar possíveis recusas e perdas, e 20% considerando-se a 40 presença de variáveis de confusão. O tamanho da amostra foi igual a 2.051 indivíduos. Foram excluídos da pesquisa os indivíduos institucionalizados (prisioneiros, asilados, hospitalizados, entre outros), gestantes e portadores de deficiência física ou mental. O processo de amostragem foi realizado por conglomerados em dois estágios (setores censitários e domicílios). Assim, a partir dos dados do IBGE (2006), foram selecionados por sorteio casual simples, sem reposição, sessenta setores censitários (unidades de recenseamento daquele Instituto) para o estudo propriamente dito. Como setores reserva, dentre os 186 setores existentes na zona urbana de Lages, foram sorteados três. Em relação aos domicílios, cada setor apresentou aproximadamente 300 domicílios, com um número médio de moradores em torno de quatro indivíduos, representando por setor, cerca de 30 na faixa etária do estudo (2059 anos). Foram considerados como perdas domicílios visitados pelo menos quatro vezes, incluídas, no mínimo, uma visita em finais de semana e outra noturna, sem que o aplicador conseguisse localizar a pessoa a ser entrevistada ou caso houvesse recusa em participar. Cada um destes dois tipos de perdas foi anotado no questionário e no diário de campo do aplicador. 4.4 Do instrumento de pesquisa Tendo em vista o problema a ser analisado pelo inquérito e as onze pesquisas dos mestrandos, decidiu-se pela elaboração de um questionário com 186 questões (ANEXO I), o qual foi dividido em duas partes contemplando os diversos objetivos (do inquérito e das 11 pesquisas já referidas). A primeira foi destinada à obtenção de dados sobre características sociais e econômicas, e a outra, agrupou as questões relativas aos temas específicos de estudo. 41 Para dirimir possíveis dúvidas, uma vez que havia um grande número de questões com várias alternativas, foi elaborado um manual contendo orientações detalhadas, a fim de garantir a padronização dos procedimentos relativos ao preenchimento do instrumento. Em maio de 2008 também foram realizados alguns contatos junto às ACDs, aos CDs das UBS de Lages e ao gerente do Departamento de Odontologia da SMS, a fim de saber sobre o detalhamento do funcionamento do atendimento em saúde bucal, a estrutura existente em cada um dos bairros da cidade e o número de cirurgiões-dentistas da rede pública. 4.5 Da definição das variáveis: dependente e independentes A variável de desfecho (dependente) desse estudo foi a utilização de serviço odontológico, originalmente coletada em quatro categorias (foi ao dentista há menos de 1 ano, de 1 a 2 anos, 3 anos ou mais e nunca foi ao dentista). No entanto, para a análise conduzida nesse estudo, a variável foi analisada de maneira dicotômica: pessoas que foram ao dentista nos doze meses anteriores à pesquisa e pessoas que foram ao dentista num período maior que esse ou que nunca foram ao dentista. Decidiu-se pela opção de até doze meses pois permite comparações entre outros estudos; além de ser o período de tempo no qual se espera que as pessoas consultem o dentista. Assim, a pergunta para definir o desfecho foi “Quando o (a) senhor(a) foi ao dentista pela última vez?”, tendo como opções de resposta: “Menos de 1 ano”; “De 1 a 2 anos”; “3 anos ou mais”; “Nunca foi ao dentista” e “Ignorado”. Nessa pergunta, os alunosaplicadores do questionário foram orientados, pelo manual citado, a não lerem as alternativas de resposta e marcarem o que fosse relatado. 42 Como variáveis exploratórias (independentes) foram eleitas: sexo; faixa etária estratificada (20-29; 30-39; 40-49 e 50-59 anos); cor da pele (categorizada segundo o IBGE: branco, pardo, preto, amarelo e indígena); renda mensal em salários mínimos per capita (estratificada em quatro classes, que foram calculadas da seguinte forma: dividiu-se a renda familiar em reais, tendo como referência o último mês anterior ao da entrevista, pelo número de moradores do domicílio. Após isso, essa renda foi categorizada segundo quartis de salários mínimos: 0,02-0,50; 0,51-0,88; 0,89-1,58 e 1,59-19,74); escolaridade em anos de estudo (0 a 4 anos, 5 a 8 anos, 9 a 11 anos e maior que 11 anos de estudo) e aglomeração (medida pelo número de indivíduos por cômodo considerado dormitório, categorizada da seguinte forma: 0,20-1,33; 1,34-1,50; 1,51-2,40 e 2,41-11). Adicionalmente, investigou-se: O local/tipo de oferta (público, privado e outros) de realização da consulta odontológica, por meio da questão: “Onde foi a última consulta ao dentista?”. Como opções de resposta: “Posto de Saúde”, “UNIPLAC”, “Clínica/consultório”, “Pronto-Socorro”, “Outro. Qual?”, “Nenhuma das alternativas” e “Ignorado”. Nessa pergunta, os alunos-aplicadores do questionário foram orientados a não lerem as alternativas de resposta e marcarem o que fosse relatado. Posteriormente, essa variável foi analisada de maneira dicotômica: SUS e Consultório/Clínica privada. As respostas a essa questão foram agrupadas da seguinte forma: na categoria serviço público foram incluídos “Posto de Saúde” e “Pronto-Socorro”; a categoria serviço privado contemplou a opção “Clínica/consultório”. Já para “Outros”, considerou-se a opção de resposta “UNIPLAC” e demais prestadores de serviços odontológicos apontados. 43 O motivo da última consulta “Qual foi o motivo da última consulta?”. Como opções: “Consulta de rotina/reparos/manutenção”, “Dor”, “Sangramento gengival”, “Cárie”, “Extração/tirar um dente”, “Outros”, “NA” e “Ignorado”. Avaliação do atendimento odontológico “Na última vez que o(a) senhor(a) foi ao dentista, o que achou do atendimento?”, cujas opções eram: “Muito bom”, “Bom”, “Razoável”, “Ruim”, “Muito ruim”, “NA” e “Ignorado”. As alternativas eram lidas para os respondentes. Satisfação com os dentes “Com relação aos seus dentes, o senhor(a) está?”. Como alternativas de resposta: “Muito satisfeito”, “Satisfeito”, “Nem satisfeito, nem insatisfeito”, “Insatisfeito”, “Muito insatisfeito”, “NA” e “Ignorado”. 4.6 Da análise dos dados Os dados foram digitados duplamente, de maneira independente, por dois alunosbolsistas devidamente capacitados no programa Epi-Info (DEAN et al. 1994) e, posteriormente, exportados para o Programa Stata 9 (STATA CORP., 2001). As análises dos dados foram realizadas numa abordagem quantitativa. A variável desfecho foi analisada comparando-se sua distribuição entre o primeiro e o último quartil da renda per capita. A análise estatística ocorreu por meio da descrição das variáveis de interesse do estudo, distribuição das freqüências, do cálculo da prevalência e intervalo de confiança de 95%. As 44 associações de interesse foram testadas utilizando-se o teste do qui-quadrado de Pearson. Foram verificadas, também, as diferenças entre os estratos de renda, no que tange ao local de utilização e à avaliação do atendimento. 4.7 Dos procedimentos éticos na pesquisa O projeto de pesquisa do inquérito foi submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNIPLAC, protocolado sob o número 001-07, cujo Termo de Avaliação e Aprovação foi emitido em 26 de abril de 2007 (ANEXO II). O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) encontra-se no ANEXO III. Esse documento expressa a vontade e a concordância em participar da pesquisa, tendo sido assinado em duas vias, pelos respondentes. Uma via do TCLE permaneceu com o sujeito da pesquisa e a outra foi arquivada anexa ao questionário respectivo, devidamente numerado. CAPÍTULO 5 DA DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS EM LAGES 5.1 Da contextualização de Lages e de sua população: alguns indicadores Lages é um dos 18 municípios da AMURES, totalizando 287.316 habitantes (IBGE, 2006) na mais extensa área territorial do Estado (16.271 km²), representando cerca de 17% do território. Nessa região encontra-se a menor densidade demográfica: 12,5 habitantes por km² (IBGE, 2006), cuja herança tem origem na forma de ocupação do território, pelo latifúndio (LÖCKS, 1998) que, por cerca de 200 anos, predominou na Serra Catarinense. Em relação às condições econômicas políticas, sociais e educacionais, a população de Lages e de outros municípios da Serra Catarinense diferenciam-se das demais regiões do Estado, quer pelos altos índices de analfabetismo e de desemprego, de déficit habitacional e de êxodo rural ou pela pobreza e atraso (MUNARIM, 2000). Como marcas, características da Serra, esses aspectos denunciam as precárias condições de vida da sua população, embora lageanos detenham melhores condições de vida e de trabalho, se comparadas as dos demais serranos. No entanto, em se tratando dos indicadores socioeconômicos, do último censo conduzido no país, Lages apresenta uma renda per capita média, do estrato populacional que compreende os 20% mais pobres do município, de R$ 41,31; sendo apenas o 172º mais alto (PNUD, 2003) dentre os 293 municípios do Estado. Dados, referentes ao ano de 2000, apontam que a expectativa de vida em Lages foi de 71,9 anos. Ou seja, dois anos a menos que 46 a média de Santa Catarina e seis anos a menos que o município com maior longevidade do estado. Sobre os anos de estudo, sabe-se que, em 2000, 23,5% da população com 25 anos ou mais de idade tinham menos de quatro anos de estudo (UNIPLAC, 2008a). Na área da saúde, Lages também apresenta um quadro preocupante, em relação à média nacional ou estadual. Por exemplo, em 2006, a proporção de crianças com baixo peso ao nascer foi de 8,8% em Lages, 8,1% no Brasil e 7,8% em Santa Catarina (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). Os indicadores de mortalidade infantil e do número de procedimentos básicos em saúde, por habitante em Lages também foram piores em relação aos estaduais, equivalendo, em 2006, a 6,0 procedimentos per capita, a 15,9 óbitos por 1.000 nascidos vivos, respectivamente (UNIPLAC, 2008a). Diante de tal quadro, diversas iniciativas governamentais, de organizações nãogovernamentais e do setor produtivo, bem como de instituições de ensino superior, com sede em Lages, têm ocorrido na região. Da mesma forma, também a Serra Catarinense vem despertando o interesse de pesquisadores (MUNARIM, 1999, 2000; LOCKS, 1998; PEIXER, 2000) e de órgãos estaduais (Secretaria de Estado da Saúde, 1996; GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2005), citados nesse trabalho. Alguns deles assinalam a busca de alternativas para alavancagem do desenvolvimento econômico regional, apontando Lages como um promissor pólo universitário e de turismo rural (MUNARIM, 2000; GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2005). Constata-se que há um grande número de estudantes universitários matriculados nas instituições de ensino superior (IES) sediadas na cidade. O Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) – campus da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), criado em 1973; a UNIPLAC, fundada em 1959, que se transformou em universidade em 1999 e, as Faculdades Integradas FacVest, que iniciaram em 1998; entre outras, cuja oferta de cursos é mais recente. 47 Tais IES apresentam opções de cursos superiores de graduação em diversas áreas (UNIPLAC, 2004) e concorrem entre si disputando os mesmos alunos, uma vez que as vagas ofertadas são das mesmas áreas de conhecimento. Registre-se que a IES Faculdades Integradas FacVest apresenta plano acadêmico orientado para a oferta de cursos na área da saúde, semelhante ao da UNIPLAC, publicizado no final da década de 90. Segundo jornal de circulação regional, a FacVest estará oferecendo, em breve, graduação em Odontologia, entre outros cursos (JORNAL CORREIO LAGEANO, 2008a). A UNIPLAC, a partir de 1997, diante do quadro epidemiológico regional, vem privilegiando a criação de cursos de graduação na área da saúde. Assim, para o que interessa ao presente estudo, assinala-se que o início da primeira turma do curso de Odontologia ocorreu em 1999. Até junho de 2007, 169 cirurgiões-dentistas colaram grau, sendo que, em setembro de 2008, mais 19 concluintes, deverão receber o diploma, segundo dados da Secretaria Acadêmica da UNIPLAC. Registre-se, inclusive, que as clínicas da UNIPLAC oferecem atendimento odontológico à população, o qual será detalhado nas próximas páginas. Mais recentemente, com a oferta de cursos de Pós-Graduação em diversas áreas, Lages vem se consolidando em um centro de qualificação e atualização para profissionais de saúde. Informações obtidas junto ao setor de pós-graduação da UNIPLAC, sobre a oferta de cursos voltados aos profissionais da saúde, destacam o Mestrado em Saúde Coletiva (stricto sensu), em execução, implantado em 2006. Com previsão de início em agosto de 2008, é apontado o Programa de PósGraduação/Lato sensu/Especialização – Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade. Esse com seis vagas destinadas a cirurgiões-dentistas, dentre as 16 que serão distribuídas entre enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais. Nesse nível de ensino, ainda, os específicos à Odontologia, que se encontram em curso, são nas seguintes especialidades: endodontia, dentística, dores faciais, ortodontia e implantodontia (UNIPLAC, 2008b). 48 Impossível não ressaltar o fato constatado a partir do elenco dos cursos de especialização citados no parágrafo anterior, o qual reflete o modelo característico da profissão odontológica, voltado para as especializações, elitista e mercantilista. Em que pesem esforços para mudança desse modelo, tal especificidade, também se reflete na maioria dos cursos de graduação em Odontologia no Brasil (MATOS, 2005), situação já apontada no Relatório da 3.ª Conferência Nacional de Saúde Bucal (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004a). Cabe, pois, salientar que o curso de graduação em Odontologia da UNIPLAC, recentemente, teve sua estrutura curricular reorientada para a formação de cirurgiões-dentistas com visão de saúde bucal integral, seguindo as recomendações das Diretrizes Curriculares Nacionais (UNIPLAC, 2007a). Registre-se que a expansão do ensino superior no país reflete-se no Estado e na região de forma que a instalação de novas IES é uma realidade, tanto na oferta de cursos presenciais como a distância. Nessa modalidade, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) também se faz presente. Assim, tais iniciativas têm favorecido um afluxo de estudantes de diversos estados do Brasil (UNIPLAC, 2004), principalmente para a área da saúde. 5.2 Da saúde bucal em Lages: breve histórico Em Lages, os primeiros serviços odontológicos na rede pública foram criados no início da década de 80. ALVES (1988) em obra cultuada no período caracterizado como de início da redemocratização brasileira, intitulado “A força do Povo – democracia participativa em Lages,” faz um relato enaltecedor da gestão da “Equipe Dirceu Carneiro”, que entre 1976 – 1982, despontou no cenário nacional como uma experiência exitosa de planejamento 49 participativo. Para o que interessa a este estudo, sinaliza-se que essa gestão municipal, por meio da Lei nº 550, de 06 de agosto de 1982, estabeleceu planos de ação para as diversas secretarias municipais, criou institutos e adotou medidas práticas de participação popular na administração do município (ALVES, 1988). Assim, o artigo 5.º da citada Lei, criou os serviços de atendimento médicoambulatorial-odontológico, a partir da instituição do Programa de Saúde Comunitária, subordinado ao Departamento de Saúde da Secretaria Municipal do Bem-Estar Social. ALVES (1988) relata que, naquela época, já haviam iniciativas de prevenção em saúde bucal. Assim, por meio de ações lúdicas, promovidas pelo grupo teatral “Gralha Azul”, a população era orientada acerca de procedimentos e práticas de higiene bucal, principalmente, direcionadas às crianças, que não queriam fazer bochecho de flúor, pois alegavam que o produto tinha gosto ruim. Após a apresentação de uma peça teatral, cujos protagonistas eram o vilão, boneco cárie e o herói, flúor, esse produto passou a ter melhor aceitação entre as crianças (ALVES, 1988). Em Lages, na década de 90, o Relatório da XV Regional de Saúde - AMURES, que tinha como objetivo subsidiar a realização de diagnóstico da situação de saúde, segundo as condições de vida na região da AMURES, levantou como um dos principais problemas relacionados à saúde, a falta de profissionais de nível superior, entre eles: de dentistas. O mesmo relatório informa que, naquela época, a odontologia fazia parte dos serviços ambulatoriais desenvolvidos pelo setor público (SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE, 1996). Estudo retrospectivo, relativo ao período de 1997 a 2001, sobre a situação de saúde bucal, junto aos 18 municípios pertencentes à AMURES, cujos dados foram coletados em fontes oficiais (MS, SES e SMS), revela uma concentração de procedimentos coletivos 50 odontológicos4 na faixa etária de zero a 14 anos (KUHNEN, 2002). A autora observa que há uma baixa concentração desses procedimentos (pois o número não ultrapassou a 10), embora tenha constatado o avanço progressivo da quantidade desses, de 1997 a 2001, que era de 3,2 passando para 4,5. O referido estudo informa que a fluoretação das águas de abastecimento público5 foi implantada em 1982, na dosagem de 1,0ppm (KUHNEN, 2002). Com relação à existência de levantamento epidemiológico, o referido estudo aponta que em Lages há uma prevalência moderada de cárie. A classificação moderada é verificada pelo índice de dentes cariados, perdidos e obturados (CPO-D) que, aos 12 anos, apresenta um índice entre 2,7 a 4,4; sendo que a meta preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para o ano 2000 era de 3,0 (COSTA et al., 2006). Citando documento da Secretaria de Estado da Saúde (SES), KUHNEN (2002) informa que, em 1989, o CPO-D era de 6,4 e em 1995 de 3,9. Objetivando então, demonstrar os indicadores de saúde bucal disponíveis, relativos à Lages, organizou-se uma série de três quadros apresentados a seguir. Quadro 1 – Indicadores de saúde bucal em Lages: meta/alcançado e alcançado no Estado – ano 2007 INDICADORES LAGES SC META ALCANÇADO ALCANÇADO % de Cobertura de 1.ª consulta odontológica programática 46,00 40,5 16,8 % de Cobertura da ação coletiva “escovação dental supervisionada” 43,00 1,1 3,9 Média dos procedimentos odontológicos 1,0 1,0 0,7 básicos individuais Fonte:<http://www.saude.sc.gov.br/inf_saude/caderno/pacto_avalia_2007/Lages_avalia_pacto_ 2007.xl.>Acesso em 18 de jun 2008. 4 5 Os procedimentos coletivos incluem: exame epidemiológico, educação em saúde, atividades com flúor e higiene bucal supervisionada, segundo a tabela de procedimentos (Portaria nº 1230, de 14/10/1999, DOU n.º 1999 de 18/10/1999, na seção 1, p. 29). De um total de 140.434 habitantes, 132.160 recebiam água tratada (KUHNEN, 2002). 51 Como podemos observar, no quadro 1, a meta para cobertura da ação coletiva “escovação dental supervisionada” é de 43,00%. Todavia em Lages, a referida cobertura é praticamente nula (1,1%); sendo que no estado, o alcançado está também muito aquém da meta, ou seja: 3,9%. Quadro 2 – Indicadores de saúde bucal em Lages 2002 – 2007 ANOS INDICADORES 2002 2003 2004 2005 2006 2007 % de Cobertura de 1.ª consulta odontológica programática * * * * 32,68 40,5 % de Cobertura da ação coletiva “escovação dental supervisionada” * * * * * 1,1 Média dos procedimentos odontológicos básicos individuais 0,5 0,82 0,97 0,84 0,08 1,0 * Não há dados disponíveis. Fonte:<http://www.saude.sc.gov.br/inf_saude/caderno/pacto_avalia_2007/Lages_avalia_pacto_ 2007.xl>. Acesso em 18 de jun 2008. Quando comparamos os indicadores de cobertura de primeira consulta odontológica programática dos quadros 1 e 2, observamos que, embora a meta não tenha sido atingida em 2006, os resultados estão bem próximos da mesma. E, em 2007, houve uma melhora, com um acréscimo de quase 10% em relação ao ano anterior. Já, sobre a média dos procedimentos odontológicos básicos individuais, observa-se que as metas foram atingidas em 2007. 52 Quadro 3 – Percentuais e média de indicadores de saúde bucal em Lages 2000 – 2007 INDICADORES Anos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 * * * * * * 32,68 40,5 Média de procedimentos odontológicos básicos individuais 0,68 0,68 0,5 0,82 0,97 0,84 0,8 1,04 % de Procedimentos odontológicos especializados 6,42 6,78 * * % de Cobertura de 1.ª consulta odontológica programática % de Cobertura da ação coletiva “escovação dental supervisionada” 10,45 13,88 16,75 20,05 21,07 15,12 * * * * * 1,14 * Não há dados disponíveis. Fonte: <http://www.saude.sc.gov.br/inf_saude/caderno/pacto_avalia_2007/Lages_avalia_pacto_2007 .xl>. Acesso em 18 de jun 2008. No quadro 3 observa-se que a porcentagem de procedimentos odontológicos especializados aumentou no período de 2000 a 2006. Já, em 2007, decresceu em valores inferiores ao ano de 2004. Em 2002, a delegacia regional do CRO informava que Lages contava com 172 dentistas registrados e a relação de cirurgiões-dentistas por habitante, registrava uma proporção de 1 CD para 917 habitantes (1:917). No entanto, há quem considere que a relação boa é a de um dentista para dois mil habitantes (CHAVES apud KUHNEN, 2002), mas não há consenso a respeito. No ano de 2002, havia 41 dentistas atuando na rede pública (KUHNEN, 2002). Adiante, o estudo ressalta que sobre o acesso e utilização dos serviços de saúde bucal não há dados disponíveis sobre Lages e que, de forma genérica, os municípios pesquisados não demonstram valer-se do planejamento para organizar a oferta de tais serviços. 53 Dois anos depois, em estudo descritivo observacional, do tipo transversal (ARAÚJO & SEBOLD, 2004), alunos concluintes do curso de graduação em Odontologia, da UNIPLAC, buscaram caracterizar os serviços públicos odontológicos dos municípios pertencentes à AMURES. Por meio de um questionário estruturado, com perguntas sobre a organização dos serviços de saúde bucal, o modelo de atenção e os aspectos políticos, organizacionais e ambientais do trabalho odontológico, os autores traçaram um perfil da oferta desses serviços. O estudo concluiu que o atendimento prioritário é realizado em crianças em idade escolar, ou seja, não há acesso universal aos serviços odontológicos; sobre o planejamento e a organização dos serviços, as ações de saúde bucal não apresentaram plano da atendimento e Lages era o único, dos 18 municípios, que oferecia atenção em três níveis hierárquicos (primária, secundária e terciária). Ainda, quanto à utilização dos serviços, ocorria por meio de livre demanda (ARAÚJO & SEBOLD, 2004). Embora o estudo fosse extremamente detalhado, como os resultados foram agrupados sem distinguir o município, não foi possível obter outros dados referentes somente ao de Lages. Em relatório (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE LAGES, 2005) elaborado por técnicos da SMS, que analisou a situação do trabalho das equipes de saúde da família, no ano de 2005, em relação ao atendimento odontológico ou aos dentistas, há duas referências. Uma sobre a ausência de infra-estrutura e logística, traduzida no registro das péssimas condições dos consultórios dentários, sem citar a localização desses; a outra, relativa ao não-cumprimento do horário dos profissionais de saúde, incluídos os dentistas, além dos médicos e enfermeiros. O Relatório citado registra que a população sente-se intimidada em criticar os profissionais de saúde vinculados à ESF/ESB, entre eles o dentista, embora tenhase conhecimento de que alguns deles não cumprem horário. 54 Em 2006, segundo dados do Conselho Federal de Odontologia (CFO), os 18 municípios que formam a AMURES contavam com 308 cirurgiões-dentistas, sendo 254 registrados em Lages. Se verificada a população lageana, nesse ano, chega-se a uma densidade profissional de um cirurgião-dentista para cada 656 habitantes. Já no ano de 2007, o Conselho referido, apontava 266 cirugiões-dentistas, dos quais, 656 atuando na rede pública de serviços de saúde, segundo informações do Departamento de Odontologia da SMS. No ano citado, havia 16 estabelecimentos de serviços odontológicos (CROSC, 2008). Atualmente (junho/2008), há 280 registros de dentistas (CROSC, 2008) e 66 deles atuam na rede de serviços públicos, segundo informações do Departamento de Odontologia da SMS de Lages. O quadro a seguir demonstra a situação. Quadro 4 – Total de cirurgiões-dentistas, em Lages, registrados no CRO, com vinculação à rede pública de serviços, e densidade profissional. ANO 2002 2006 2007 2008 CDs REGISTRADOS NO CRO 172 254 266 280 CDs ATUANDO NA REDE PÚBLICA DE SERVIÇOS DE SAÚDE 41 60* 65 66 % CD/HABITANTES 1/917 1/656 1/626 1/595 * Estimativa (SMS – Departamento de Odontologia). Fontes: KUHNEN, 2002; CRO; SMS - Departamento de Odontologia. 5.3 Da descrição dos serviços odontológicos em Lages: público, privado e outros Serão descritos brevemente os locais de atendimento odontológico em três categorias de serviços: público, privado e outros. 6 Dos 65 CDs, 30 são profissionais efetivos/servidores municipais, 7 encontram-se à disposição do município de Lages, 2 têm vínculo com o nível federal, 2 com o estado de Santa Catarina e 24 contratados para comporem as ESF. Em 2008 houve o acréscimo de um dentista com atuação no PSF. 55 5.3.1 Serviço público Em relação à rede pública de serviços de saúde, o Plano Municipal de Saúde de Lages (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE LAGES, 2005b) apresenta as diretrizes básicas de atuação municipal em saúde, referentes ao quadriênio 2006-2009. A partir dele são mapeados os locais que oferecem atendimento odontológico. Antes, porém, salienta-se que todos os programas da área são vinculados ao Departamento Odontológico, da SMS. A criação dessa data da década de 90, iniciativa decorrente de debates eleitorais entre candidatos ao cargo de prefeito de Lages, nos quais foi selado o compromisso de implantar um plano municipal de saúde bucal. Em 1997, com a participação de dentistas da Associação Brasileira de Odontologia (ABO), seccional de Lages e região serrana, uma comissão encarregou-se de planejar o atendimento e, de implantar o departamento, o que ocorreu em março daquele ano (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE LAGES, s.d). Dados veiculados na imprensa local informam que, nos últimos sete anos (2001 a abril de 2008), a odontologia já realizou 445.351 atendimentos. E, somente em abril de 2008, registraram-se 11.550 procedimentos odontológicos, sendo que nos meses de janeiro a abril, foram realizados 49.803. Na reportagem, a atendente do Departamento de Odontologia explica que “os números dos procedimentos odontológicos são sempre mais expressivos que os atendimentos, uma vez que são aplicados diversos procedimentos em um só cliente: escovação, limpeza, obturação, extração e outros” (JORNAL CORREIO LAGEANO, 2008b, p.6). Vale ressaltar que os serviços de saúde bucal da rede pública, oferecidos à população lageana, fazem parte dos diversos programas do Departamento de Odontologia, da SMS. Esses programas compreendem o denominado “Sorria Lages”, que contempla seis diferentes atuações: Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), Estratégia de Saúde da 56 Família (ESF), Programa de Fluoretação nas Escolas “Sorria Lages”, Pronto Atendimento Odontológico (PA), Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidade Móvel – Odontomóvel. Ao todo, em 2007, o Departamento contava com 69 cirurgiões-dentistas, sendo 37 efetivos, 8 contratados (vínculo formal) e 24 disponibilizados nas ESB das ESF (cujo pagamento ocorre por prestação de serviços). A. Centro de Especialidades Odontológicas (CEO): Esse atendimento é dispensado desde 2006, no antigo prédio do INPS/PAM7 no qual outros dentistas (com vínculo estadual ou federal) foram incorporados ao SUS. No CEO, em 2007, havia quatro especialistas em periodontia, três em odontopediatria, três em endodontia, três em cirurgia, dois em prótese, dois em radiologia e doze clínicos gerais. Os usuários dos serviços são atendidos a partir de encaminhamentos realizados pelos dentistas (clínicos gerais), que trabalham nas UBS de todo município e demais dentistas estabelecidos no mesmo prédio. Segundo relatório do Departamento, em 2007, o CEO e os CDs atenderam cerca de 2.115 pacientes por mês. B. Estratégia de Saúde da Família (ESF) – Equipes de Saúde Bucal (ESB): Em 2007, Lages apresentava trinta e oito equipes da ESF e vinte quatro ESB, distribuídas em duas equipes em cada um dos bairros (UBS): Centenário, Guarujá, Tributo, Gethal, Penha, Santa Helena, Petrópolis, Santa Mônica; três equipes no Coral e Santa Catarina; além de uma equipe no bairro São Pedro e São Carlos. Em relação ao atendimento, não há um padrão único: em sete 7 Esse serviço será transferido para um novo prédio, atualmente em construção, anexo à Secretaria Municipal de Saúde de Lages. Isso porque relatório do Departamento informa que o prédio encontra-se em precárias condições e sem a devida manutenção, sendo que desde 1996, ocorre a oferta de serviços de saúde bucal nesse local (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, de Lages, s.d.). 57 bairros é feito segundo demanda livre. Desses, na UBS Guarujá e na Petrópolis há agendamento de alguns pacientes, que na primeira é mensal. Com periodicidade semanal, têm-se: a UBS Santa Catarina; quinzenal, a UBS Coral; e, semanal a UBS Penha, a UBS Gethal e a Santa Helena. A estrutura existente (equipamentos e profissionais de saúde) e o funcionamento das ações de saúde bucal estão detalhadas no ANEXO IV. O Programa das ESB prevê atendimento de 8 horas por dia, incluindo procedimentos curativorestauradores e ... trabalho preventivo nas escolas, creches, centros comunitários e asilos. Os profissionais [CD e a ACD] também realizam visitas domiciliares, atendimentos a grupos de gestantes, hipertensos, diabéticos e escolares. Os resultados têm sido bastante significativos, tanto que existe o projeto para expansão das EBS para todos os bairros. (...) em média são atendidas 1631 pessoas, por mês” (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE LAGES, sd). C. Programa de Fluoretação nas Escolas “Sorria Lages”: Efetua procedimentos coletivos de prevenção em saúde bucal em 100 escolas e creches do município. Um cirurgião-dentista e uma auxiliar supervisionam estagiárias nos trabalhos: bochechos com flúor, controle de placa e orientação de higiene bucal. Aproximadamente, são atendidos 16.000 escolares, por mês. Em Lages, 99% da população têm abastecimento de água. Durante os meses de 2005, estudo empreendido por docentes da UNIPLAC, junto à Secretaria Municipal de Água e Saneamento (SEMASA), monitorou por meio de heterocontrole, os teores de flúor na água de abastecimento público de Lages. Dos 50% de pontos analisados, 78% apresentaram teores excessivos de flúor. O estudo concluiu que há elevada e contínua variabilidade dos níveis de flúor 58 na água, prejudicando o efeito preventivo da fluoretação no controle da cárie dentária e aumentando os riscos de fluorose (TOASSI et al., 2007). D. Pronto Atendimento Odontológico Municipal (PA): realiza atendimento de emergência à população de Lages e região. Nele trabalham 10 cirurgiõesdentistas com sistema de revezamento para garantir o funcionamento do serviço de 24 horas, 365 dias no ano. Cerca de 1.000 usuários utilizam esse serviço, por mês. E. Unidade Móvel “Odontomóvel”: Iniciado em 1993, presta atendimento em 15 localidades do interior do município e em bairros que não dispõem de UBS. Mensalmente, em média, são 345 usuários que se valem desse serviço de saúde bucal. Além desses, dentistas do SUS atuam em outros locais, como creches: Santa Mônica e Tiaraju; programas sociais da Prefeitura ou da SMS: Centro de Recuperação de Nossa Senhora Aparecida (CRENSA), Programa Psicossocial, Serviço de Atendimento ao Menor Trabalhador (SAMT), escolas municipais; e, ainda, nas estaduais, no 6.º Batalhão da Polícia Militar de Santa Catarina e no Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do município de Lages. 59 5.3.2 Serviço privado Caracterizado pelo atendimento mediante pagamento parcial ou total, resultante de negociação entre usuário/ órgão/entidade e cirurgiões-dentistas. A relação de estabelecimentos odontológicos foi retirada do sítio do CROSC8 (ANEXO V) e corresponde a março de 2008. As informações relativas aos procedimentos realizados, à modalidade (filantrópica, particular ou conveniada) e ao número de odontólogos foram obtidas com funcionários ou proprietários das clínicas, pessoalmente ou por telefone e referem-se ao ano em curso. A. A.T.M. Clínica Odontológica Especializada LTDA: O atendimento odontológico é realizado por dois cirurgiões-dentistas (um iniciou em 2002 e o outro em 2004), que atendem, por convênio ou na modalidade particular, em período integral, aproximadamente duzentos e quarenta pacientes por mês. São efetuados procedimentos rotineiros, incluindo tratamento endodôntico. Não são realizados implantes, cirurgias e a colocação de próteses. B. Clínica de Radiologia Odontológica Mauro Francisco Vassoler: O atendimento odontológico é realizado por quatro cirurgiões-dentistas (um trabalha há 28 anos, outro desde 2002 e os demais, desde 2003). Os procedimentos incluem os de maior complexidade. A média mensal é de 280 atendimentos, na modalidade particular e por convênio. 8 http://www.crosc.org.br/quem/clinicas.htm, acesso em 26 de junho de 2008. 60 C. Clínica Odontológica Denteplan LTDA: Criada em 2000, o atendimento é realizado por quatro odontólogos, os quais executam procedimentos que incluem os de maior complexidade. São atendidos, por meio de convênio ou na modalidade particular, em torno de trezentos pacientes por mês. D. Cattoni & Yanai LTDA: O atendimento é realizado por dois odontólogos, que atuam no mercado há seis anos. Oferecem somente serviços de radiologia, por convênio e na modalidade particular. São atendidos em torno de quarenta e quatro pacientes por mês. E. Oral Esthetic Clínica de Reabilitação Odontológica LTDA: Atuando há quatro anos, a clínica conta com sete odontólogos, envolvendo todas as especialidades. Em parceria com a UNIPLAC, oferece cursos de atualização e especialização (lato sensu). São atendidos em torno de 600 pacientes por mês, na modalidade particular e por convênio. No seu sítio tem-se a seguinte informação. O instituto Oral Esthetic é uma sociedade Científica, Cultural e Assistencial sediada em Lages SC, tendo por objetivos manter um centro permanente de ensino, pesquisa científica e aperfeiçoamento profissional nas diversas áreas da Odontologia como referência na Améria Latina (http://oralesthetic.com. Acesso em 26 de junho de 2008). F. Clínica Odontológica Frei Rogério: há 12 anos oferece serviços odontológicos, incluindo todos os procedimentos, com exceção de implantes dentários. Seis dentistas atendem, aproximadamente, 1.500 pessoas por mês, na modalidade particular e por convênios. 61 G. Odontosul – Cooperativa dos cirugiões-dentistas da região serrana: criada em 1999 para atender funcionários e dependentes do Grupo Klabin. Atualmente, com atendimento não restrito àquela empresa. Possui 80 CDs denominados de cooperados, sendo 40 clínicos gerais e 40 especialistas. Todos os procedimentos odontológicos, que fazem parte de uma tabela similar à da ABO, são realizados. Além desses estabelecimentos descritos anteriormente, nessa categoria (serviço odontológico privado) a lista do CROSC aponta a existência de estabelecimento de vendas de equipamentos odontológicos e de outras clínicas. Para essas últimas não foi possível fazer a descrição de todas, pois algumas não foram localizadas e outras, em que pesem os esforços para obtenção de informações e dados, não houve recebimento de material no prazo solicitado. 5.3.3 Outros serviços Nessa categoria enquadram-se instituições e/ou organizações que oferecem serviços sem a cobrança de honorários ou de material. Lages apresenta várias instituições equipadas e com profissionais da odontologia que realizam trabalhos filantrópicos e /ou voluntários. Entre eles, o Orfanato Nossa Senhora das Graças, os Sindicatos e as Clínicas do curso de Graduação em Odontologia da UNIPLAC. Para essa última será feita uma descrição detalhada, inclusive, com os procedimentos e o número equivalente, realizados durante o ano de 2007. 62 A. Atendimento Odontológico da UNIPLAC: O Plano de Assistência Social da UNIPLAC apresenta-se como um instrumento de planejamento estratégico para a consolidação e condução das políticas públicas voltadas à assistência social. A Uniplac, por ter o “Certificado Beneficente de Assistência Social – CEBAS” emitido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, aplica 20% da receita institucional em projetos de Extensão com foco na Assistência Social. Os benefícios de ter este certificado são muitos: imunidade tributária e isenção de impostos. Isto significa que ao invés da Instituição pagar impostos ao governo, retém o valor (R$) na instituição e devolve à comunidade através de bolsas de estudos e projetos de intervenção social. (UNPLAC, 2007b, p.23) Dados do Plano de Assistência Social citado, informam o volume de atendimentos realizados em 2007, nos projetos elencados a seguir: Assistência odontológica (14.745 atendimentos nas Clínicas Odontológicas), Odontologia Cidadã (592 pessoas beneficiadas), Criança Feliz- Sorriso saudável (450 crianças atendidas) (UNIPLAC, 2007b, p. 56). O Projeto Assistência Odontológica é o mais significativo, portanto, será descrito de forma mais detalhada; faz parte do Programa de Atendimento à Saúde da UNIPLAC, cujo objetivo geral é “Promover ações de controle, diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças, no sentido de propiciar às pessoas em situação de risco social melhor qualidade de vida e saúde” (UNIPLAC, 2007b, p.56). Entre os objetivos específicos, na área da odontologia, a UNIPLAC, através dos seus docentes e alunos do curso, disponibiliza à comunidade em situação de vulnerabilidade acesso ao atendimento odontológico sem custos. É realizado desde 2001, por duplas de alunos do curso de graduação em Odontologia, com a supervisão de um docente. Ocorre durante os cinco dias da semana, durante o dia e a noite, exceto durante o período de férias (em dezembro, janeiro e em parte de fevereiro e julho). O agendamento é prévio para procedimentos nas seguintes áreas: 63 endodontia, dentística, cirurgia, prótese (total, fixa e removível), odontopediatria, radiologia, anestesiologia, oclusão, pacientes especiais, inclusive odontologia social e preventiva. Os usuários não pagam os procedimentos, com exceção dos serviços de prótese, para os quais é cobrado um percentual. O atendimento nas especialidades é precedido de uma triagem realizada por um CD. Não há convênio com o SUS. São atendidos asssociados da Associação dos funcionários da UNIPLAC (AFEUP) e há convênio com a Prefeitura de Otacílio Costa. No primeiro semestre de 2008 havia 40 docentes e alunos de diversos semestres. Em relação à estrutura, há duas clínicas Odontológicas: uma com 36 boxes com equipamento odontológico e pias individuais e outra com 18 boxes. Salas de cirurgia, de aparelhos de raiox, de esterilização, de guarda de material, entre outras. O atendimento não é contínuo, pois depende da formação das turmas, ou seja, em alguns semestres não houve ingresso de alunos. No ano de 2007, segundo relatório dos procedimentos prestados nas clínicas odontológicas da UNIPLAC, os numericamente mais expressivos foram: raios x periapical (3.725), restaurações de resina fotopolimerizável (1.293), tratamento não-cirúrgico de periodontite (499), exodontias por elemento (464), profilaxias (442), planejamento em prótese (247) e orientação de higiene bucal (236) (UNIPLAC, 2008c). B. Sindicato Rural de Lages: Possui convênio com três odontólogos e uma Clínica Odontológica. São realizados todos os procedimentos odontológicos considerados necessários pelos associados. São atendidos em torno de cem pacientes por mês. C. Serviço Nacional de Transportes (SENAT): Esse atendimento odontológico foi criado há uma década e é parte do Serviço Social da Indústria (SESI). A média mensal é de 150 atendidos. O serviço conta com dois odontólogos cujo 64 atendimento é direcionado a caminhoneiros conveniados ao SENAT. A comunidade também pode ser atendida, desde que pague uma taxa, tendo como referência a tabela proposta pela Associação Brasileira de Odontologia (ABO). Os procedimentos realizados incluem restaurações de amálgama, resina fotopolimerizável, profilaxia, raspagem, exodontia, radiografia, aplicação tópica de flúor, entre outros. Já os procedimentos de maior complexidade, tais como: cirurgias, implantes e tratamento ortodôntico não são realizados. D. Serviço Social da Indústria (SESI): Iniciado em 1945, portanto, funcionando há mais de 50 anos, conta com quinze odontólogos, cujo atendimento é em tempo integral. É direcionado somente aos trabalhadores de indústrias com convênio. Os procedimentos realizados incluem restaurações de amálgama, resina fotopolimerizável, profilaxia, raspagem, exodontia, radiografia, aplicação tópica de flúor, tratamento endodôntico, entre outros. A média mensal de pacientes atendidos é de 150 usuários. CAPÍTULO 6 DOS RESULTADOS E DA DISCUSSÃO Dados da PNAD de 2003, analisados e comparados com os da mesma pesquisa, em 1998, sobre o perfil dos usuários de serviços odontológicos, pelos diversos Estados brasileiros, em estudo realizado por PINHEIRO & TORRES (2006), apontam que 15,9% dos brasileiros amostrados nunca consultaram o dentista. Esse valor, apesar de ter sido menor do que o percentual observado em 1998 (18,7%), ainda atesta que nunca ter ido ao dentista é um indicativo bastante negativo, em relação ao acesso aos serviços odontológicos. Segundo estudo de BARROS & BERTOLDI (2002) na PNAD de 1998 houve ainda, uma prevalência de utilização de serviços odontológicos, no último ano, de apenas 33,0%. Observa-se, também, um pequeno aumento da prevalência ao longo dos cinco anos que separam as duas pesquisas. Para a Região Sul, os valores foram de 46,6% (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004b p. 47) maiores do que os indicadores nacionais. Importante ressaltar que as prevalências acima apresentadas referem-se a toda faixa etária dos indivíduos entrevistados. De acordo com o Projeto SB Brasil (MINISTÉRIO DA SAÙDE, 2004b, p.46), 46% de adultos e idosos relataram a ida ao dentista por experiência de dor, porém com diferenças marcantes entre as macrorregiões, por exemplo, aproximadamente 56% na Região Norte e 36% na Região Sul. Para o Brasil, na faixa etária considerada no SB Brasil, cerca de 97% dos indivíduos entrevistados consultaram, pelo menos uma vez, o dentista. Já o tempo passado, desde a última consulta, equivalente a menos de um ano, foi de 37,84% e de um ano 66 a três anos ou mais, foi de 59,32%. Para a Região Sul, respectivamente, os valores foram 46,59% e 51,92%. Em relação ao local de atendimento, o percentual nacional foi de 48,16% para o serviço público, maior do que o observado para a Região Sul (45,55%), indicando que a utilização dos serviços privados, liberal e complementar, nessa Região, foi maior (MINISTÉRIO DA SAÙDE, 2004, p.47). A tabela 1 - Distribuição da amostra segundo variáveis de estudo (prevalência e erro padrão). Lages, SC, 2007, na próxima página, demonstra os resultados obtidos informando que foram efetivamente entrevistados 2.022 adultos, representando uma taxa de perda de 1,6%. Desse total, 61,5% eram mulheres, 52,9% tinham até 39 anos de idade e 63,2% auto-referiram ter a cor de pele branca. Quanto à utilização dos serviços odontológicos, 1.139 pessoas afirmaram ter utilizado, no último ano, tais serviços. A maior parte dessas referiu consulta de rotina como motivo de ida ao dentista. Demais características da amostra investigada estão descritas na referida tabela, a seguir. 67 Tabela 1 – Distribuição da amostra segundo variáveis de estudo (prevalência e erro padrão). Lages, SC, 2007 Variáveis* Sexo (n=2.022) Masculino Feminino Faixa etária em anos (n = 2.018) 20 – 29 30 – 39 40 – 49 50 – 59 Cor da Pele (n=1.957) Branco Pardo Preto Anos de estudo (n = 1.995) ≥12 9 a 11 5a8 ≤4 Pessoas por cômodo dormitório (n = 2.016) 0,20 a 1,33 1,34 a 1,50 1,51 a 2,00 2,01 a 11,0 Satisfação com os dentes (n =2.008) Bom Regular Ruim Utilização de serviço odontológico (n= 1.998) Sim Não Local de serviço odontológico (n = 1.960) Consultório/clínica privada SUS Outros Motivo da última consulta odontológica (n = 2.021) Rotina Dor Sangramento gengival Cárie Extração Outros n P (EP) 779 1.243 38,5 (1,0) 61,5 (1,0) 623 444 528 423 30,9 (1,0) 22,0 (1,0) 26,2 (1,0) 21,0 (1,0) 1.237 595 125 63,2 (1,0) 30,4 (1,0) 6,3 (0,5) 931 406 502 156 46,7 (1,1) 20,3 (1,0) 25,2 (1,0) 7,9 (0,6) 743 410 574 289 36,8 (1,0) 20,3 (0,9) 28,5 (1,0) 14,3 (0,7) 1.142 452 414 57,0 (1,1) 22,5 (1,0) 21,0 (1,0) 1.132 866 57,0 (1,1) 43,0 (1,1) 1.204 512 244 61,4 (1,1) 26,1 (1,0) 12,4 (0,7) 925 200 22 126 368 380 46,0 (1,1) 9,9 (6,6) 1,1 (0,2) 6,2 (0,5) 18,2 (0,8) 18,9 (0,9) 68 A prevalência de utilização dos serviços odontológicos foi de 57%, sendo mais elevada entre as mulheres 57,6%, cujos resultados constam da Tabela 2 - Distribuição da amostra, segundo utilização dos serviços odontológicos no último ano (n e %), variáveis do estudo e proporção de pessoas que utilizaram os serviços odontológicos (IC95%), segundo o primeiro e o último quartis de renda. Lages, SC, Brasil, 2007 - na próxima página. Observou-se que, tanto no sexo feminino quanto no masculino, as pessoas do último quartil de renda utilizaram mais os serviços odontológicos (p<0,001). Entre os homens de maior renda, a prevalência foi de 68,6%, contra 43,7% nos de menor renda. Entre as mulheres as proporções, respectivamente, foram de 65,8% e 49,1%. Em relação à faixa etária, adultos de 30 a 39 anos utilizaram mais os serviços odontológicos (63,4%). Não houve diferença significativa nos adultos de 20 aos 29 anos entre os de menor e os de maior renda. Porém, a partir dos 30 aos 59 anos as prevalências foram significativas. Dos 30 aos 49 anos os adultos de maior renda utilizaram mais os serviços. No entanto, houve uma maior utilização dos serviços pelos indivíduos de menor renda na faixa etária de 50 aos 59 anos, no primeiro quartil 64,8%, e 61,0% no último quartil. Em relação à escolaridade, observou-se que entre os adultos, que apresentaram doze ou mais anos de estudo, a prevalência do desfecho foi mais de duas vezes superior à verificada entre as pessoas com quatro anos de estudo ou menos. As diferenças entre os quartis de renda, segundo a escolaridade, não foram significativas, exceto no grupo de menor escolaridade. A prevalência da utilização dos serviços odontológicos também foi menor nos estratos com maior aglomeração. Entre as pessoas mais satisfeitas e as com menor satisfação com seus dentes houve utilização um pouco mais elevada dos serviços odontológicos, no quartil de maior renda. Nesse quartil de maior renda, o grupo intermediário utilizou mais esses serviços em 69 relação às pessoas mais satisfeitas ou com menor satisfação. Além disso, em todos eles foram os mais ricos que utilizaram mais. A utilização do serviço odontológico, no último ano, no primeiro quartil, foi duas vezes maior entre as pessoas que realizaram a última consulta no dentista por rotina em relação àquelas que consultaram para realizar uma extração dentária. Usuários do quartil de menor renda, que utilizaram o serviço por dor, cárie dentária ou sangramento gengival, apresentaram prevalências de utilização intermediária. Em relação à utilização dos serviços odontológicos por motivo de dor, sangramento ou cárie, não houve diferença estatística quanto ao desfecho segundo os quartis de renda. Importante observar que houve diferença significativa, nos quartis de renda, em relação ao motivo da consulta classificado como outros, onde houve maior prevalência do quartil de indivíduos que detêm renda superior. Nessa categoria estão incluídos procedimentos como: implantes, colocação de próteses (total ou parcial), tratamento ortodôntico e clareamento. 70 Tabela 2 – Distribuição da amostra, segundo utilização dos serviços odontológicos no último ano (n e %), variáveis do estudo e proporção de pessoas que utilizaram os serviços odontológicos (IC95%), segundo o primeiro e o último quartis de renda. Lages, SC, Brasil, 2007. Variáveis Sexo (n=1.998) Masculino Feminino Faixa etária em anos (n = 1.994) 20 – 29 30 – 39 40 – 49 50 – 59 Cor da Pele (n=1.993) Branco Pardo Preto Anos de estudo (n = 1.972) ≥12 9 – 11 5–8 ≤4 Pessoas por cômodo dormitório (n = 1.993) 0,20-1,33 1,34-1,50 1,51-2,00 2,01-11,0 Satisfação com os dentes (n =1.986) Bom Regular Ruim Motivo da última consulta odontológica (n = 1.998) Rotina Dor Sangramento gengival Cárie Extração Outros Distribuição da amostra n % % (IC 95%) Q1 Q4 P 425 707 55,2 57,6 43,7 (36,6;50,9) 49,1 (44,6;53,6) 68,6 (63,8;73,4) 65,8 (59,9;71,6) <0,001 <0,001 383 281 286 180 62,9 63,4 54,4 43,3 55,7 (47,2;64,1) 51,2 (41,3;61,1) 42,6 (33,0;52,2) 64,8 (51,9;77,6) 68,2 (61,2;75,1) 74,7 (63,9;85,5) 66,7 (57,7;75,7) 61,0 (51,2;70,8) 0,044 0,001 0,001 <0,001 729 286 71 59,6 48,6 58,2 51,5 (45,2;57,8) 42,2 (35,1;49,3) 45,2 (25,7;63,6) 69,1 (64,2;74,0) 57,8 (49,5;66,2) 62,5 (35,4;89,6) <0,001 0,02 0,41 633 214 228 49 68,8 53,5 45,7 32,0 70,0 (52,4;87,6) 70,4 (57,6;83,2) 48,7 (41,7;55,8) 31,1 (23,4;38,9) 73,5 (67,5;79,5) 69,5 (62,6;76,4) 53,2 (39,0;67,5) 40,0 (15,5;64,5) 0,085 0,098 0,063 0,045 445 233 310 141 60,8 57,1 54,9 49,0 47,1 (38,8;55,5) 57,4 (44,7; 70,0) 44,9 (34,4;55,5) 45,7 (38,5;52,8) 69,7 (63,4;76,0) 63,8 (52,6;74,9) 64,4 (55,9;73,0) 64,7 (37,3; 92,1) <0,001 0,48 0,003 0,21 668 219 242 59,2 48,9 59,2 47,9 (41,6;54,0) 44,2 (36,0;52,5) 51,6 (39,0;64,1) 67,3 ( 62,2;72,4) 68,0 (54,4;80,8) 66,7 (56,7;77,0) <0,001 0,001 0,042 615 111 13 80 117 196 66,9 56,1 59,1 64,0 32,0 53,4 59,1 (51,3;66,9) 52,0 (40,6;63,5) 50,0(22,3;100,0) 58,0 (36,6;79,5) 33,6 (25,4;41,8) 42,1 (30,8;53,4) 69,0 (64,4;73,6) 75,0 (49,4;100,0) 66,7(76,7;100,0) 77,8 (59,0;96,5) 37,5 (24,7;50,3) 70,5 (59,8;81,2) 0,066 0,083 0,576 0,277 0,787 <0,001 Na seqüência, a tabela 3 – Proporção de utilização de serviço odontológico e avaliação positiva do serviço utilizado, segundo tipo de serviço: público (SUS) ou privado. Comparações entre o primeiro e o último quartis de renda. Lages, 2007 – apresenta a visualização de algumas comparações. Entre elas, a comparação entre o grau de satisfação dos que utilizaram os serviços odontológicos públicos e privados, considerando os mesmos quartis de renda. Dos serviços privados, 94,5% consideram bom o atendimento, 71 enquanto que nos serviços públicos 86,3% ficaram satisfeitos com esse atendimento, não existindo diferença significativa na avaliação entre os dois tipos de serviços odontológicos prestados. Os estratos mais ricos e mais pobres também não diferiram na avaliação dos serviços. No entanto, observou-se enorme diferença quanto ao local de atendimento das pessoas segundo a renda. A utilização do SUS entre os mais pobres foi 6,6 vezes maior do que entre os mais ricos e a utilização dos serviços privados foi o dobro entre o quartil de maior renda em comparação com o de menor renda. Tabela 3 – Proporção de utilização de serviço odontológico e avaliação positiva do serviço utilizado, segundo tipo de serviço: público (SUS) ou privado. Comparações entre o primeiro e o último quartis de renda. Lages, 2007. Variáveis Utilização de serviço público Odontológico Utilização de serviço privado Odontológico Avaliação positiva do serviço público Odontológico Avaliação positiva do serviço privado Odontológico Todos Q1 Q4 23,4 47,9 7,3 65,4 40,5 83,6 Razão de prevalências Q1/ Q4 6,6 Q4/ Q1 2,1 p <0,001 <0,001 Q1/Q4 86,3 86,3 84,4 1,0 <0,786 Q4/Q1 94,5 93,2 95,1 1,0 <0,888 Através de um inquérito de base populacional, realizado em 2006, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, ARAÚJO (2006) encontrou a prevalência de 53,6% de usuários, entre 20 a 59 anos, que consultaram o dentista no último ano. O inquérito, entre a população adulta de Lages, por sua vez, revelou que, para a mesma faixa etária de adultos, 57% dos entrevistados utilizaram atendimento odontológico nos últimos doze meses, um pouco acima dos valores observados em Pelotas. Nessa cidade gaúcha, houve predominância de utilização dos serviços pelas mulheres, indivíduos de cor de pele branca e aqueles com classificação de 72 satisfação/auto-percepção como boa ou muito boa, em relação à sua saúde bucal (ARAÚJO, 2006). Em Lages houve, também, maior utilização dos serviços odontológicos entre as mulheres, pessoas de cor de pele auto-referida branca, mas não houve diferença entre as categorias de satisfação com os dentes. No presente estudo, em relação à escolaridade, foi no segmento de pessoas com 9 a 11 anos de estudo que os mais pobres utilizaram mais o serviço odontológico. Já entre os mais ricos, o uso foi maior entre aqueles que apresentavam 12 ou mais anos de estudo. No município gaúcho mencionado, os indivíduos mais ricos e com a escolaridade mais elevada utilizaram mais os serviços odontológicos. Esses resultados de Lages são semelhantes aos encontrados no estudo de Pelotas, e, também, ao que está apontado no Relatório da 3ª CNSB, o qual informa que “indivíduos com baixa renda possuem mais problemas de saúde bucal e usam menos os serviços odontológicos, quando comparados a indivíduos com maior renda” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004a). Em relação ao local de atendimento, o percentual nacional foi de 48,2% para a utilização do serviço público, maior do que o observado para a Região Sul (45,6%), indicando que a utilização dos serviços privados nessa Região foi maior. Provavelmente, devido às melhores condições socioeconômicas da população dos estados do sul, de um modo geral. Considerando o motivo do atendimento, no Brasil, 26,3% dos usuários fizeram consultas de rotina/manutenção e 36,2% as fizeram no Sul. Tendo a dor como motivo, no Brasil, 45,6% dos indivíduos foram ao dentista e, no sul 35,9%. Quanto à avaliação do atendimento, cerca de 95% dos indivíduos consideram bom o atendimento, em nível nacional, enquanto na Região Sul o percentual foi de 68,6%. Em relação ao perfil socioeconômico, das pessoas entrevistadas no país, para a faixa etária de 35 a 44 anos, cerca de 88% não eram estudantes, 79% possuíam casa própria e, aproximadamente, 73% não tinham carro. (PINHEIRO & TORRES, 2006). 73 Aplicando as três características do modelo de Andersen & Newman (MATOS & LIMA-COSTA, 2007) como base conceitual para representar o perfil dos usuários em Lages, tem-se que, em relação à predisposição à utilização dos serviços odontológicos, houve a predominância das mulheres (57,6%), de adultos na faixa de 30 a 39 anos (63,4%), de brancos (59,6%) e dos que possuíam 12 ou mais anos de estudo (68,8%). Quanto ao critério de facilitação da utilização dos serviços, entre os mais ricos, os homens foram mais ao dentista, enquanto que nos 25% mais pobres foram as mulheres, ambos da zona urbana conforme caracterizado na pesquisa. No quesito necessidade, aproximadamente 59,2% dos adultos consideraram estar satisfeitos com os seus dentes, tendo ido ao dentista para procedimentos de rotina (exames clínicos e profilaxia), cujo percentual foi de 66,9%. Portanto, em concordância com MATOS & LIMA-COSTA (2007), o modelo de Andersen & Newman pode ser aplicado como base conceitual para a caracterização dos fatores associados da utilização de serviços odontológicos, também entre a população adulta, além de ser útil para caracterizar as questões relativas às desigualdade social como contribuintes, senão determinantes, da utilização dos serviços. O Relatório da 3.ª Conferência Nacional de Saúde Bucal aponta que As desigualdades sociais, independente do indicador socioeconômico usado (renda, classe social, escolaridade ou ocupação, dentre outros), somadas ao processo de exclusão social exercem efeitos nefastos observados na saúde em geral (mortalidade, incapacidade, morbidade e/ou utilização de serviços de saúde) (...) sendo que as melhorias ou benefícios trazidos pelos programas de saúde bucal são mais eficazes quanto mais desenvolvida é a região (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004a). Avaliando a questão das desigualdades sociais e de renda, sobre a utilização e o acesso aos serviços odontológicos no Brasil, tendo interpretado os dados da PNAD- 1998, BARROS & BERTOLDI (2002) já constatavam que havia discrepância entre os grupos populacionais mais ricos e mais pobres, sendo que os últimos utilizaram menos os referidos serviços. Em Lages verificou-se situação semelhante. Naquele estudo, na faixa etária entre 20 74 e 50 anos ou mais, houve prevalência de usuários entre 20 a 49 anos de idade, ou seja, 36,6% (BARROS & BERTOLDI, 2002). No de Lages, a prevalência foi de 63,4% entre usuários de 30 a 39 anos. A respeito do local do serviço, os autores citados (BARROS & BERTOLDI, 2002) concluíram que apenas 24,2% daqueles que utilizaram serviços odontológicos o fizeram pelo SUS. Enfim, comparadas as prevalências entre os níveis nacional e municipal, e considerando um lapso de tempo de 9 anos, entre as pesquisas, observam-se as semelhanças nos quadros de desigualdade em saúde bucal. CAPÍTULO 7 DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS Os dados e as informações coletados revelam que dos 2.022 adultos, 61,5% eram mulheres, 52,9% tinham até 39 anos de idade e 63,2% auto-referiram cor de pele branca. Quanto à utilização dos serviços odontológicos, 57% das pessoas afirmaram ter ido ao dentista no último ano e 59,2% dos adultos consideraram estar satisfeitos com os seus dentes. O principal motivo da consulta foi exame de rotina, com percentual de 66,9%. Houve maior prevalência de utilização dos serviços odontológicos entre os mais ricos, as mulheres, os mais jovens, os com maior escolaridade e entre as pessoas que vivem em domicílios com menor aglomeração. Em Lages, os 25% mais ricos utilizaram mais os serviços odontológicos do que os 25% mais pobres dentre os grupos de homens, mulheres dentre as faixas etárias 20-49 anos, dentre os que auto-referiram serem brancos e os com escolaridade maior ou igual a doze anos de estudo. Não houve diferença significativa na avaliação da qualidade dos serviços privados ou públicos prestados, quando comparados os usuários mais ricos em relação aos mais pobres. Assim, para além de indicar a prevalência, os resultados obtidos parecem refletir os determinantes sociais do processo de adoecimento bucal dos usuários dos serviços odontológicos. Entre eles: a organização e o funcionamento dos serviços. Espera-se então, que esse estudo possa instrumentalizar a elaboração do Plano Municipal de Saúde de Lages, do quadriênio 2010-2013, no que diz respeito ao redirecionamento dos programas existentes. De fato, o incremento de estudos sobre a utilização dos serviços odontológicos e acerca da satisfação com os dentes, em nível local e regional, implica ampliar o conhecimento 76 necessário para subsidiar a implementação de ações públicas dirigidas à saúde bucal e, se necessário, redirecioná-las. Devido a não existência de estudos essa pesquisa ora presente, que aborda a utilização de serviços odontológicos públicos e privados no último ano, torna-se relevante para subsidiar o planejamento de ações em saúde bucal junto à população lageana. Isso porque, estudos sobre as características da utilização desses serviços, em nível local autoreferidas implicam na ampliação do conhecimento necessário para repensar e redirecionar as ações públicas dirigidas à saúde bucal. Espera-se que além do acesso à qualidade dos serviços oferecidos, é importante considerar as questões sobre a percepção das necessidades sob os olhares dos usuários. No entanto, o presente estudo não se propôs a analisar a adequação dos serviços, quer na perspectiva normativa do SUS ou na perspectiva subjetiva, que se refere à percepção dos usuários. Para avaliar as necessidades normativas faz-se necessário um estudo mais amplo, abarcando as doenças bucais e agravos presentes, bem como necessidades de tratamento odontológico, situação que pressupõe exame clínico dos adultos, o que não foi objeto do presente estudo. Já para avaliar a percepção dos usuários (perspectiva subjetiva) e adensar as análises, seriam necessárias questões abertas ao questionário aplicado, que possibilitassem análises qualitativas e, portanto, compreensivas, a fim instrumentalizar ações concretas que pudessem levar em conta as crenças, atitudes e hábitos em saúde bucal desses usuários dos serviços odontológicos, especialmente os da rede pública. É sabido que a parcela adulta da população brasileira e, no caso deste estudo, a lageana, foi historicamente relegada a um segundo plano, quando do planejamento dos serviços em saúde bucal; os quais privilegiaram crianças em idade escolar. Registre-se que 77 também é de conhecimento de todos que as políticas de saúde bucal foram introduzidas tardiamente nas políticas públicas brasileiras. As leituras proporcionadas na elaboração desta dissertação apontaram algumas possibilidades de novos estudos. Entre eles, a realização de uma investigação que objetive, por exemplo, avaliar a utilização dos serviços dispensados pelos alunos e docentes do curso de graduação em Odontologia da UNIPLAC, a exemplo de alguns já realizados e citados nessa. REFERÊNCIAS Alves MM. A força do povo – democracia participativa em Lages. 8.ed. São Paulo: Brasiliense, 1988. Araújo C. Utilização de serviços odontológicos e fatores associados: um estudo de base populacional no sul do Brasil, [dissertação de mestrado]. Pelotas:Universidade Federal de Pelotas; 2006. Araújo CM, Sebold R. Caracterização dos serviços públicos odontológicos na região do planalto serrano de Santa Catarina, [trabalho de conclusão de curso odontologia]. Lages:UNIPLAC; 2004. Assis MMA. O processo de construção do controle social no Sistema Único de Saúde e a gestão nos espaços institucionais. In: Saúde em Debate. 2003; 27:324-335. Barros AJD, Bertoldi AD. Desigualdades na utilização e no acesso a serviços odontológicos: uma avaliação em nível nacional. In: Rev Ciência e Saúde Coletiva. 2002; 7: 709-17. Bottan ER, Sperb RAL, Telles PS, Uriarte Neto M. Avaliação de serviços odontológicos: a visão dos pacientes. In: Revista da ABENO. 2006; 6:128-133. Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. 23. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, 1996. Costa JFR, Chagas LD, Silvestre RM, (orgs.). A política nacional de saúde bucal do Brasil: registro de uma conquista histórica. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2006. CROSC (Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina). [Acesso em 16 jun 2008]. Disponível em: <http://www.crosc.org.br/quem/Del_Lages.htm>. Dean AG, Dean JA, Colombier D, Brendel KA, Smith DC, Burton AH. Et al.Epi info, version 6: a word processing, database, and statistics program for epidemiology on microcomputers. Atlanta, Georgia, USA: Centers for Disease Control and Prevention; 1994. Esperidião M., Trad. LAB. Avaliação de satisfação de usuários. In: Rev. Ciência e Saúde Coletiva. 2005; 10: 303-312. Esperidião M, Trad. LAB. Avaliação de satisfação de usuários: considerações teóricoconceituais. In: Cadernos de Saúde Pública. 2006; 6: 1267-1276. 79 Faveret Filho P, Oliveira JO. A universalização excludente; Reflexões Sobre Tendências do Sistema de Saúde. In: Planejamento e políticas públicas. IPEA.1990; 3:129-162. Fleury S. Pobreza, desigualdades ou exclusão? In: Rev Ciência e Saúde Coletiva. 2007; 12:1422-1428. Giovanella L, Fleury S. Universalidade da atenção à saúde: acesso como categoria de análise. In: Eibenschutz C. (org.). Política de saúde: o público e o privado. Fiocruz; 1995, 177-198. Governo do Estado de Santa Catarina. Secretaria de Estado do Planejamento. Estudo diagnóstico da região de Lages. Florianópolis. Dezembro de 2005. Groisman S, Moraes NM, Chagas LD. A Evolução da Atenção à Saúde no Brasil: o contexto da saúde bucal. Cadernos da ABOPREV I. 2005. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. [Acesso em 08 mai 2006]. Disponível em: <http:// http://www.ibge.gov.br>. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Acesso e utilização de serviços de saúde. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1998. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro, 2000. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Amostra de Domícilios 2003: microdados [CD-ROM]. Rio de Janeiro: IBGE; 2004. Jornal Correio Lageano. Cotidiano. FacVest vai oferecer curso de medicina veterinária, zootecnia, odontologia e biomedicina também devem ser implantados em breve. 19 de jun de 2008a, p.5. Jornal Correio Lageano Cotidiano. Odontologia faz 5 mil atendimentos em abril. 13 de mai de 2008b, p.6. Kuhnen M. Estudo da situação de saúde coletiva na região da Serra Catarinense – Aspectos de saúde bucal [relatório de pesquisa]. Pró-Reitoria de Pesquisa, Extensão e PósGraduação.Lages; UNIPLAC, 2002. Löcks GA. Identificação dos agricultores familiares de São José do Cerrito, SC. [Dissertação de Mestrado]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 1998. Luz MT. Notas sobre as políticas de saúde no Brasil de Transição Democrática – anos 80. Rev. Physis. 1991; 1: 77-96. Magalhães R, Burlandy L, Senna MCM. Desigualdades sociais, saúde e bem-estar: oportunidades e problemas no horizonte de políticas públicas transversais. Ciência & Saúde Coletiva. 2007; 12:1415-1421. Matos DL, Lima-Costa MF, Guerra HL, Marcenes W. Projeto Bambuí: estudo de base populacional dos fatores associados com o uso regular de serviços odontológicos em adultos. Cad Saúde Pública. 2001; 17:661-668. 80 Matos DL, Lima-Costa MF, Guerra HL, Marcenes W. Projeto Bambuí: avaliação de serviços públicos, privados e de sindicato. Rev Saúde Pública. 2002;36:237-243. Matos DL, Lima-Costa MF. Auto-avaliação da saúde bucal entre adultos e idosos residentes na Região Sudeste: resultados do Projeto SB-Brasil 2003. Cad. Saúde Pública. 2006; 22:16991707. Matos DL, Lima-Costa MF. Tendência na utilização de serviços odontológicos entre idosos brasileiros e fatores associados: um estudo baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (1998 e 2003). Cad. Saúde Pública. 2007; 23:2740-2748. Matos IB. Expectativas do exercício profissional de graduandos em odontologia. 2005. [tese de doutorado]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; 2005. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde – 3.ª Conferência Nacional de Saúde Bucal: acesso e qualidade superando exclusão social, Brasília, DF, de 29 de julho a 1.º de agosto de 2004/ Brasília: Ministério da Saúde, 2004a. Ministério da Saúde. Brasília. Coordenação de Saúde Bucal. Projeto SB Brasil 2003 Condições de saúde bucal da população brasileira 2002-2003: Resultados Principais. Brasília. 2004b. Ministério da Saúde. Brasília. Cadernos de Informação em Saúde. [Acesso em: 08 jan 2008]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/cadernos/cadernosmap.htm. Ministério da Saúde. Brasília. Diretrizes da política nacional de saúde bucal. [Acessado em: 18 mar. 2007]. Disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/saudebucal/publicacoes/diretrizes_da_ politica_nacional_de_saude_bucal.pdf. 2004c. Ministério da Saúde. Resumo do Projeto: Pesquisa Nacional de Avaliação da Satisfação dos Usuários do SUS. Brasília, janeiro de 2006a. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Básica. Departamento de Atenção Básica. Saúde bucal. Cadernos de Atenção Básica nº 17. Brasília, 2006. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação de Saúde da Comunidade. Saúde da Família: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial. 1997. Munarim A. Serra Catarinense: a busca de identidade regional. UNIPLAC Revista de Divulgação Científica e Cultural.1999; 2: 07 – 28. Munarim A. Educação e esfera pública na serra catarinense: a experiência política do plano regional de educação. Florianópolis: NUP-UFSC;2000. Narvai PC. Saúde bucal coletiva: caminhos da odontologia sanitária à bucalidade. Rev. Saúde Pública. 2006; 40( Supl Esp): 141-147. 81 Nobre ES, Câmara GP, Silva KP, Nuto SAS. Avaliação da qualidade de serviço odontológico prestado por universidade privada: visão do usuário. RBPS, 2005;18:171-176. Oral Esthetic . [Acesso em:26 de jun 2008]. Disponível em http://oralesthetic.com. Paim JS. Ações Integradas de Saúde (AIS): por que não dois passos atrás. Cad Saúde Pública. 1986; 167-183. Paim JS. Epidemiologia e planejamento: a recomposição das práticas epidemiológicas na gestão do SUS. Ciência e Saúde Coletiva. 2003; 8:557-567. Peixer ZI. A Cidade e seus tempos: o processo de constituição do espaço urbano em Lages. Lages: UNIPLAC; 2002. Pinheiro RS, Torres TZG. Uso de serviços odontológicos entre os estados do Brasil. Rev. Ciência e Saúde Coletiva. 2006; 11: 999-1010. PNUD. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Atlas do desenvolvimento humano no Brasil. Brasília: PNUD, 2003. Pucca Jr. GA. A política nacional de saúde bucal como demanda social. Rev Ciência e Saúde Coletiva. 2006;11:243-246. Secretaria de Estado da Saúde. XV-Regional de Saúde – AMURES. Relatório diagnóstico da situação de saúde, segundo as condições de vida na região da AMURES. Lages; 1996. Secretaria Municipal de Saúde de Lages. Grupo de Educação Permanente (GEP). Relatório Análise da situação do trabalho das equipes de saúde da família do município. Lages; 2005a. Secretaria Municipal de Saúde de Lages. Plano Municipal de Saúde de Lages – Gestão 20062009. Lages; 2005b. Secretaria Municipal de Saúde de Lages.Departamento de Odontologia. Sorria Lages. Lages; s.d.Relatório Stata corp. STATA ESTATISCAL SOFTWARE RELEASE 9.0. Colege Station, Px: STATA Corporation, 2001. Toassi RFC, Kuhnen M, Cislaghi GA, Bernardo JR. Heterocontole da fluoretação da água de abastecimento público de Lages, Santa Catarina, Brasil. Rev Ciência e Saúde Coletiva. 2007; 12: 727-732. Trad LAB, Bastos ACS, Santana EM, Nunes M. Serviços odontológicos privados, públicos e de sindicato. Rev. Saúde Pública 2002; 36:237-243. Travassos C, Martins M. Uma revisão sobre os conceitos de acesso e utilização de serviços de saúde. Cad. Saúde Pública. 2004; 20: 190-198. Traverso-Yépez M, Morais NA. Reivindicando a subjevidade dos usuários da Rede Básica de Saúde: para uma humanização do atendimento. Cad. Saúde Pública.2004; 20: 80-88. 82 Uniplac. Universidade do Planalto Catarinense. Reitoria. Processo de solicitação de renovação do credenciamento da UNIPLAC - Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina. Lages:UNIPLAC, 2004. Uniplac. Universidade do Planalto Catarinense. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) – Mestrado acadêmico. Auto-avaliação das condições de saúde e fatores associados: estudo de base populacional em adultos de Lages, SC, 2007. Lages: UNIPLAC, 2006. Uniplac. Universidade do Planalto Catarinense. Processo de solicitação de reconhecimento do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) – Mestrado acadêmico - Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina. Lages: UNIPLAC, 2007a. Uniplac. Universidade do Planalto Catarinense. Pró-Reitoria de Pesquisa Extensão e PósGraduação. Extensão comunitária. Plano de Assistência Social 2004-2010. Lages: UNIPLAC, 2007b. Uniplac. Universidade do Planalto Catarinense. Projeto do Programa de Pós-Graduação em Saúde das Populações e Ambiente-Mestrado Acadêmico. Lages: UNIPLAC, 2008a. Uniplac. Universidade do Planalto Catarinense. Gestão de Pós-Graduação. Planilha de controle e do número de vagas, matrículas, desistências e outras situações nos cursos de pósgraduação. Lages:UNIPLAC, 2008b. Uniplac. Universidade do Planalto Catarinense. Relatório dos atendimentos odontológicos do Centro de Ciências da Saúde. 2007. Extrato de atendimento. Lages: UNIPLAC, 2008c. Vaitsman J, Andrade GRB. Satisfação e responsividade: formas de medir a qualidade e a humanização da assistência a saúde. Rev. Ciência e Saúde Coletiva. 2005; 10: 599-613. LISTA DE ANEXOS Anexo 1 – Instrumento de Pesquisa – Questionário............................................................ 84 Anexo 2 – Cópia do Termo de Avaliação e Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNIPLAC ............................................................................................................... 95 Anexo 3 – Cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) .................... 97 Anexo 4 – Quadro demonstrativo das UBS com ESB, em Lages, SC, junho de 2008...... 99 Anexo 5 – Relação de clínicas odontológicas em Lages, registradas no CROSC – março 2008 ............................................................................................................................ 101 Anexo 1 – Instrumento de Pesquisa – Questionário UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE - UNIPLAC “AUTO-AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE E FATORES ASSOCIADOS: estudo de base populacional em adultos de Lages (SC), 2007. QUESTIONÁRIO Setor censitário __ ___ ___ Número do domicílio: ___ ___ ___ ___ Nome ____________________________________________________________________________________ Nome do entrevistador: ______________________________________________________________________ Data da 1a visita: _____/ _____/ _____ Data da 2a visita: _____/ _____/ _____ Data da 3a visita: _____/ _____/ _____ Data da 4a visita: _____/ _____/ _____ Endereço completo__________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ Telefones _________________________________________________________________________________ Telefone de um parente/amigo próximo _________________________________________________________ Ponto de referência do domicílio _______________________________________________________________ Meu nome é <…> e estamos trabalhando para a UNIPLAC. Este ano estamos coletando algumas informações sobre a saúde em geral dos adultos de Lages e precisamos de sua colaboração e compreensão. Sua participação é muito importante. Podemos conversar? (Se tiverem dúvidas é um bom momento para explicar – Entregar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Agradecer se sim ou não. Se marcou p/outro dia – anotar na planilha de campo Dia e Hora da entrevista agendada). Caso concordou ou ficou na dúvida continue: gostaríamos de lhe fazer algumas perguntas sobre a sua saúde e também tomar algumas medidas como, por exemplo, sua altura e peso. Este questionário não possui respostas certas ou erradas. As informações dadas pelo Sr(a) não serão divulgadas nem as respostas que o Sr(a) nos der. 1. Sexo do(a) entrevistado(a) (observar e marcar) (1) masculino (2) feminino 2. Quantos anos o(a) Sr(a) tem? (marcar os anos completos) 3. Neste momento o(a) Sr(a) está? (ler as alternativas) idade |__ __| (1) casado/companheiro (2) solteiro (3) divorciado/separado (4) viúvo (9) IGN 4. Quantos filhos naturais (biológicos) a Sra tem ou teve? (só para mulheres) __ __ (88) NA 5. O(a) Sr(a) considera a sua cor da pele, raça ou etnia: (ler as opções, exceto a alternativa 9) (1) branca (2) parda (3) negra ou preta (4) amarela (5) indígena (9) IGN 6. Quantas pessoas no total moram nesta casa? npess |__ __| (99) IGN 7. No mês passado, quanto receberam EM REAIS, as pessoas renda 1|__________| que moram na casa? (lembrar que inclui salários, pensões, mesadas, aluguéis, etc.). renda 2|__________| renda 3|__________| renda 4|__________| renda 5|__________| (9) IGN 86 8. O Sr(a) poderia me mostrar a sua última conta de luz? (ver na conta e anotar) 9 .O Sr(a) estudou na escola? 10. Até que ano o(a) Sr(a) completou na escola? (marcar o número de anos de estudo) AGORA EU VOU PERGUNTAR SOBRE A SUA CASA. O(A) SR(A) TEM?: 11. Rádio 12. Aparelho de som 13. Televisão 14. Carro 15. Aquecedor elétrico 16. Fogão à lenha, carvão , com madeira, esterco, palha, lareira 17. Aspirador de pó 18. Máquina de lavar roupa 19. Vídeo cassete ou DVD 20. Computador 21. Internet 22. Geladeira 23. Freezer separado, geladeira duplex 24. Banheiros na casa 25. Quantos banheiros com chuveiro têm na casa? 26. Água encanada em casa 27. Quantos cômodos são usados para dormir? 28. De que material é feita a sua casa? kilow |________| (888) NA (999) IGN (1) sim (2) não (9) IGN anesc |__ __| (88) NA (99) IGN (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim (0) não (1) sim Banheiro|__ __| (0) não (1) sim Cômodos |__ __| (1) tijolo com reboco (2) tijolo sem reboco (3) apartamento (4) madeira/material (5) madeira regular (6) madeira irregular (7) papelão ou lata (8) barro AGORA UMA ÚLTIMA PERGUNTA SOBRE A SUA CASA 29.Nesta casa trabalha empregada doméstica mensalista? (0) não (1) sim (9) IGN AGORA VAMOS CONVERSAR SOBRE A SUA SAÚDE. EU GOSTARIA DE VERIFICAR ALGUMAS MEDIDAS DO SR(A) E DEPOIS LHE FAZER ALGUMAS PERGUNTAS. 30. Peso (Kg) peso |__ __ __, ___| (999,9) IGN 31. Altura (cm) alt |__ __ __, __| (999,9) IGN 32. Perímetro da cintura (cm) cint |__ __ ___, __| (999,9) IGN 33. Pressão arterial sistólica (1a medida) pas1 |__ __ __| (999) IGN 34. Pressão arterial diastólica (1a medida) pad1 |__ __ __| (999) IGN 35. De um modo geral, em comparação com pessoas de sua idade como o(a) Sr(a) considera (1) excelente seu estado de saúde. (ler as alternativas, exceto a alternativa 9) (2) muito bom (3) bom (4) regular (5) ruim (9) IGN 36. O(a) Sr(a) usa remédio para emagrecer? (aguarde a resposta e, em caso positivo, (1) não uso pergunte: sempre ou de vez em quando? E em seguida marque a resposta) (2) sim uso, sempre (3) sim, uso de vez em quando (9) IGN 87 37. O Sr(a) usou algum tipo de remédio nos últimos 15 dias, ou ainda está usando? Caso positivo pedir para olhar a caixa do medicamento ou, se não tiver mais, perguntar qual era o medicamento e anotar o nome ao lado.______________________________________ ______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 38. O Sr(a) já teve alguma fraqueza ou paralisia em algum lado do rosto/face, um braço ou uma perna, que durou mais de cinco minutos? 39. O Sr(a) já teve perda marcante da visão em um olho ou forte escurecimento ou embaralhamento da visão em ambos os olhos, que durou mais de cinco minutos? 40. O Sr(a) já teve um período em que perdeu a fala ou a capacidade de entender o que uma pessoa estava dizendo? 41. O Sr(a) já teve “derrame”? (se respondeu “não”, marque NA na 42) 42. Procurou atendimento médico por causa destes problemas? (1) não (2) sim (9) IGN (0) não (1) sim (9) IGN (0) não (1) sim (9) IGN (0) não (1) sim (9) IGN (0) não (1) sim (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (9) IGN 43. Alguma vez o médico disse que o Sr(a) teve derrame, ou AVC (Acidente Vascular Cerebral)? 44. O médico ou outro profissional de saúde alguma vez lhe disse que o Sr(a) tinha Diabetes? (0) não (1) sim (9) IGN 45. O(a) Sr(a) toma remédio para controlar a pressão alta? (0) não (1) sim (9) IGN VOU LHE FAZER ALGUMAS PERGUNTAS AGORA SOBRE SUA RESPIRAÇÃO E SEUS PULMÕES. RESPONDA SIM OU NÃO, SE POSSÍVEL. SE TIVER DÚVIDA, RESPONDA NÃO. 46. O(a) Sr(a) costuma ter tosse, sem estar resfriado(a)? (Se “sim”, pergunte Questão 47; se (0) não (1) sim (9) IGN “não”, vá para a questão 50 e marque NA de 47 a 49) 47. Existem meses em que o(a) Sr(a) tosse na maioria dos dias ou quase todos os dias ? (Se (0) não (1) sim (8) NA “sim”, pergunte Questão 48; se “não”, vá para a questão 50 e marque NA de 48 e 49) (9) IGN 48. O(a) Sr(a) tosse na maioria dos dias, no mínimo por três meses, a cada ano? (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN 49. Há quantos anos o(a) sr(a) vem tendo essa tosse ? (1) <2 anos (2) entre 2 e 5 anos (3) mais do que 5 anos (8) NA (9) IGN 50. O(a) Sr(a) geralmente tem catarro que vem do seu pulmão, ou catarro difícil de por para (0) não (1) sim (9) IGN fora, mesmo sem estar resfriado(a)?(Se “não”, vá para a questão 54 e marque NA de 51 a 53) 51. Existem meses em que o(a) sr(a) tem esse catarro na maioria dos dias ou quase todos os (0) não (1) sim (8) NA dias ? [se “sim”, continue; se “não”, vá para a questão 54 e marque NA nas 52 e 53)] (9) IGN 52. O(a) Sr(a) tem esse catarro na maioria dos dias, no mínimo por três meses, a cada ano ? (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN 53. Há quantos anos o(a) Sr(a) vem tendo esse catarro ? (1) <2 anos (2) entre 2 e 5 anos (3) mais do que 5 anos (8) NA (9) IGN 54. O Sr(a) teve chiado no peito, alguma vez, nos últimos 12 meses? (se “sim”, pergunte as (0) não (1) sim (9) IGN questões 55 e 56; se “não”, vá para a questão 57 e marque NA nas 55 e 56) 55. O(a) Sr(a) teve esse chiado no peito, nos últimos 12 meses, somente quando esteve (0) não (1) sim (8) NA resfriado? (9) IGN 56. Alguma vez, nos últimos 12 meses, o(a) Sr(a) teve um ataque (crise) de chiado no peito (0) não (1) sim (8) NA com falta de ar? (9) IGN 57. O(a) Sr(a) tem algum problema que não o(a) deixa andar, sem ser problema de pulmão ou (0) não (1) sim (9) IGN coração ? (se “sim”, por favor, diga qual é esse problema, então vá para a questão 63 Qual?_____________ marcando NA de 58 a 62; se “não”, vá para a questão 58). 58. O(a) Sr(a) sente falta de ar quando anda (caminha) mais rápido no chão reto e/ou quando (0) não (1) sim (8) NA anda numa pequena subida? (Se respondeu “não”, marque NA até a 62) (9) IGN ATENÇÃO! Se responder “sim” para qualquer questão entre 59 até 62, vá para a questão 63 e marque NA nas restantes; se “não”, pergunte a próxima. 59. O(a) Sr(a) tem que andar (caminhar) mais devagar no chão reto, do que pessoas da sua (0) não (1) sim (8) NA idade, por causa da falta de ar ? (9) IGN 88 60. O(a) Sr(a) já teve que parar de andar (caminhar), no chão reto, para puxar o ar, no seu passo normal ? 61. O(a) Sr(a) já teve que parar de andar (caminhar) no chão reto para puxar o ar, depois de andar uns 100 metros ou alguns minutos ? 62. A sua falta de ar é tão forte que não deixa o(a) Sr(a) sair de casa ou não deixa o(a) Sr(a) trocar de roupa ? 63. O médico alguma vez lhe disse que o(a) Sr(a) tem enfisema nos seus pulmões? 64. O médico alguma vez lhe disse que o(a) Sr(a) tem asma, ou bronquite asmática ou bronquite alérgica ? (se “sim”, pergunte a questão 65; se “não”, vá para a questão 66 e marque NA na 65) 65. O(a) Sr(a) ainda tem asma ou bronquite asmática ou bronquite alérgica? 66. O médico alguma vez na vida lhe disse que o(a) Sr(a) tem bronquite crônica? (se “sim”, pergunte a questão 67; se “não”, vá para a questão 68 e marque NA na 67) 67. O(a) Sr(a) ainda tem bronquite crônica? 68. O médico alguma vez na vida lhe disse que o(a) sr(a) tem doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)? 69. O(a) Sr(a) alguma vez na vida trabalhou por um ano ou mais em um trabalho com poeira ou pó? (se “sim”, vá para a questão 70, se “não”, vá para a questão 71 e marque NA na 70) 70. Por quantos anos o(a) Sr(a) trabalhou em lugar assim? 71. Alguma vez o médico lhe disse que o (a) Sr(a) tinha Tuberculose? (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN ________ anos (88) NA (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN (0) não (1) sim (8) NA 72. O(a) Sr(a) esteve internado quando criança(≤9 anos) por problemas de pulmão? (9) IGN 73. O médico ou outro profissional de saúde lhe disse que seu pai, mãe ou irmãos tiveram (0) não (1) sim (8) NA Enfisema, ou bronquite crônica ou DPOC? (9) IGN 74. Na sua casa, por mais de 6 meses em toda a sua vida, usaram fogão com carvão para (0) não (1) sim (9) IGN cozinhar? Na média, quantos anos? _______anos (0) não (1) sim (8) NA 75. O(a) Sr(a) AGORA fuma cigarro industrializado (pronto) ou feito a mão? (se “sim”, pergunte a questão 76 e marque NA na 77 e na 79. Se “não”, pule para 77 e marque NA na (9) IGN 76) 76. Quantos cigarros o Sr(a) fuma por dia? ____ cigarros (88) NA 77. Alguma vez na vida o(a) Sr(a) fumou regularmente?(se “não”, pule para 80 e marque (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN NA na 78 e 79) 78. Que idade o(a) Sr(a) tinha quando começou a fumar regularmente? ___________anos (88) NA 79. Que idade o(a) Sr(a) tinha quando parou totalmente de fumar cigarros? ___________anos (88) NA MAIS ALGUMAS PERGUNTAS SOBRE SAÚDE 80. O Sr(a) sabe o que é Fisioterapia? 81. O Sr(a) sabe o que um fisioterapeuta faz? 82. O médico ou outro profissional de saúde alguma vez lhe indicou os serviços de fisioterapia? 83. O Sr(a) já utilizou serviços de fisioterapia? Se sim, para quê?_________________ Caso “sim”, marcar NA na 84, Caso “não”, marcar NA na 85 e na 86 84. Por que não utilizou o serviço de Fisioterapia quando foi necessário? (marque NA para quem nunca utilizou) 85. O Sr(a) fez uso dos serviços de Fisioterapia através: (ler as opções, ou marcar NA para quem não usou o serviço) 86. Onde o Sr(a) recebeu este atendimento? (ler as opções, ou marcar NA para quem não recebeu atendimento) (0) não (1) sim (0) não (1) sim (8) NA (0) não (1) sim (9) IGN (0) não (1) sim (9) IGN _________________ (8) NA (9) IGN (1) convênios/particular (2) SUS (8) NA (9) IGN (1) Posto de Saúde (2) Hospital (3) Clínica/ Consultório (4) Domicílio (5) Outro. Qual?_____________ (8) NA (9) IGN 89 87. Nos últimos 12 meses o Sr (a) consultou com médico? (se “não”, vá para 92 e marque (1) Sim (2) Não (9) IGN NA na 88 a 91) 88. Qual o motivo da última consulta neste período? (anotar o motivo principal) _____________________ _____________________ 89. O Sr (a) fez esta última consulta através de: (ler as opções, exceto as alternativas 8 e 9) (1) convênios/particular (2) SUS (8) NA (9) IGN 90. Onde o Sr(a) recebeu esta última consulta? (Espere a resposta e marque o que for (1) Posto de Saúde relatado, não leia as alternativas). (2) Hospital (3) Clínica/ Consultório (4) Domicílio (5) Outro. Qual?_____________ (8) NA (9) IGN 91. Na última vez que o(a) senhor(a) foi ao médico, o senhor achou o atendimento? (1) Muito Bom (Ler a resposta e marque a opção escolhida) (2) Bom (3) Razoável (4) Ruim (5) Muito ruim (8) NA (9) IGN 92. Nos últimos 12 meses o(a) Sr (a) recebeu orientações dos profissionais de saúde sobre (0) não (1) sim cuidados com sua saúde, como por exemplo: atividade física, alimentação saudável, (8) NA (9) IGN tabagismo, uso de álcool e outros? Aguarde a resposta e, caso positivo, pergunte orientação _________________ sobre o quê e anote ao lado? 93. O seu pai é ou era gordo? (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN 94. A sua mãe é ou era gorda? (0) não (1) sim (8) NA (9) IGN 95. O Sr(a) costuma tomar bebida de álcool? (Espere a resposta e marque o que for relatado, (0) não (1) sim (8) NA não leia as alternativas. Se “não”, vá para a 100 e marque NA nas 96 a 99) (9) IGN 96. Alguma vez o sr(a) sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida alcoólica (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN ou parar de beber? 97. As pessoas o(a) aborrecem porque criticam o seu modo de tomar bebida (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN alcoólica? 98. O Sr (a) se sente chateado(a) consigo mesmo (a) pela maneira como costuma (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN tomar bebida alcoólica? 99. O Sr(a) precisa tomar bebidas alcoólicas pela manhã para diminuir o nervosismo (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN ou ressaca? AS PRÓXIMAS PERGUNTAS ESTÃO RELACIONADAS AO TEMPO QUE O SR(A) GASTOU FAZENDO ATIVIDADE FÍSICA NA ÚLTIMA SEMANA. 100. Em quantos dias da última semana o Sr(a) caminhou por pelo menos 10 Dias _________ por semana minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um ( ) Nenhum (999) IGN lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício? 101. Nos dias em que o Sr(a) caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos horas: ______ Minutos: _____ quanto tempo no total o Sr(a) gastou caminhando por dia? (marcar o menor (888) NA (999) IGN tempo) 102. Em quantos dias da última semana, o Sr(a) realizou atividades Dias _________ por SEMANA MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como, por exemplo, ( ) Nenhum (888) NA pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou (999) IGN no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR, NÃO INCLUA CAMINHADA) 103. Nos dias em que o Sr(a) fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 Horas: _______ Minutos: ______ minutos contínuos, quanto tempo no total o Sr(a) gastou fazendo essas atividades (888) NA por dia? (999) IGN 90 104. Em quantos dias da última semana, o Sr(a) realizou atividades VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração 105. Nos dias em que o Sr(a) fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total o Sr(a) gastou fazendo essas atividades por dia? Dias ________ por SEMANA ( ) Nenhum (888) NA (999) IGN horas: ______ Minutos: _____ (888) NA (999)IGN AGORA GOSTARIA DE CONVERSAR SOBRE OS SEUS DENTES 106. Alguma vez o(a) Sr(a) precisou ir ao dentista? (se “não”, marque NA na107) (1) Sim (2) Não (9) IGN 107. Quando o(a) Sr(a) precisou ir ao dentista, conseguiu atendimento? (Aguarde a (1) Sim resposta e, se “não”, pergunte o por quê?) (2) Não, era longe (3) Não, não tinha vaga (4) Não, não tinha dinheiro (5) Não, o dentista não estava no dia (6) Não outros motivos:__________ (8) NA (9) IGN 108. Quando Sr(a) foi ao dentista pela última vez? (Espere a resposta e marque o (1) menos de 1 ano que for relatado, não leia as alternativas. Atenção! Perguntar se foi em razão de (2) De 1 ano a 2 anos acompanhamento de aparelho ortodôntico e se “sim”, não considerar) (3) 3 anos ou mais (4) Nunca foi ao dentista (9) IGN 109. Onde foi a última consulta no dentista? (Espere a resposta e marque o que for (1) Posto de Saúde relatado, não leia as alternativas) (2) UNIPLAC (3) Clínica/ Consultório (4) Pronto Socorro (5) Outro. Qual?_____________ (8) NA (9)IGN 110. Qual foi o motivo da última consulta? (espere a resposta e assinale ao lado) (1) Consulta de rotina/reparos/manutenção (2) Dor (3) Sangramento gengival (4) Cárie (5) Extração/tirar um dente (6) Outros_________________ (8) NA (9) IGN 111. Na última vez que o(a) senhor(a) foi ao dentista, o que achou do atendimento? (1) Muito Bom (ler as opções) (2) Bom (3) Razoável (4) Ruim (5) Muito ruim (8) NA (9) IGN 112. O(a) Sr(a) considera que o seu problema foi resolvido neste atendimento? (1) Sim (2) Não (8) NA(9) IGN 113. Com relação aos teus dentes o(a) senhor(a) está (ler as alternativas, exceto as (1) Muito satisfeito alternativas 8 e 9) (2) Satisfeito (3) Nem satisfeito nem insatisfeito (4) Insatisfeito (5) Muito insatisfeito (8) NA (9) IGN 114. O Sr(a) considera que necessita tratamento dentário atualmente? (1) Sim (2) Não (9) IGN 115. Lembrando dos seus dentes de cima, o Sr(a) tem: (ler as alternativas, exceto (1) 10 dentes naturais ou mais as alternativas 9. Se a resposta for: tenho todos os dentes naturais, marcar (2) < 10 dentes naturais alternativa 1) (3) nenhum dente natural (9) IGN 116. Lembrando dos seus dentes de baixo, o Sr(a) tem: (ler as alternativas, exceto (1) 10 dentes naturais ou mais a alternativa 9. Se a resposta for: tenho todos os dentes naturais, marcar (2) < 10 dentes naturais alternativa 1) (3) nem dente natural (9) IGN 117. Faz mais de 6 meses que o(a) Sr(a) perdeu todos os dentes? (só para quem (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN não tem TODOS os dentes) 91 118. O Sr(a) usa chapa (dentadura)? (só para quem não tem TODOS os dentes embaixo ou em cima) 119. O Sr(a) acha que precisa de chapa (dentadura, próteses total)? (só para quem não tem TODOS os dentes. Se a resposta for sim, pergunte imediatamente se em cima e/ou embaixo) (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim, embaixo (2) Sim, em cima; (3) Em cima e embaixo (4) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (88) NA (99) IGN 120. Nos últimos 6 meses, isto é, desde <MÊS>, o Sr(a) teve dor de dente? 121. Nas últimas 4 semanas o Sr(a) teve dor de dente? 122. O Sr(a) poderia apontar na linha ao lado o quanto esta dor te doeu? 0 (zero) significa nenhuma dor e 10 (dez) uma dor muito forte (mostrar a escala e anotar o 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 número diretamente na escala) 123. Esta dor que o Sr(a) sentiu impediu de realizar alguma atividade? Se sim, (0) Não qual? (1) Trabalhar (2) Realizar os trabalhos domésticos (3) Dormir (4) Mastigar certos tipos de alimentos (5) Conversar com outras pessoas (6) Estudar (7) Outros_______________ (8) NA (9) IGN PAS 2 |__ __ __| AGORA EU GOSTARIA DE VERIFICAR NOVAMENTE SUA PRESSÃO PAD 2 |__ __ __| AGORA ALGUMAS PERGUNTAS SOBRE A SUA ALIMENTAÇÃO 124. Quantos dias da semana o (a) sr(a) costuma comer frutas? (Se marcar (1) todos os dias alternativa 3 ou 4, pular para a questão 126 e marcar NA na 125) (2) 5 a 6 dias (3) 1 a 4 dias (4) quase nunca ou nunca 125. Nestes dias, quantas vezes o(a) sr(a) come frutas? (1) 1 vez no dia (2) 2 vezes no dia (3) 3 ou mais vezes no dia (8) NA 126. Quantos dias na semana o(a) sr (a) costuma comer saladas cruas, como (1) todos os dias exemplo: alface, tomate, pepino? (Se marcar alternativa 3 ou 4, pular para a (2) 5 a 6 dias questão 128 e marcar NA na 127) (3) 1 a 4 dias (4) quase nunca ou nunca 127. Nestes dias, o(a) sr(a) come saladas cruas: (ler as alternativas) (1) no almoço, (2) no jantar (3) no almoço e no jantar. (8) NA 128. Quantos dias na semana o(a) sr (a) costuma comer verduras e legumes (1) todos os dias (2) 5 a 6 dias cozidos, como couve, cenoura, chuchu, berinjela,abobrinha, sem contar batata ou mandioca? (Se marcar alternativa 3 ou 4, pular para a questão 130 e marcar NA (3) 1 a 4 dias na 129) (4) quase nunca ou nunca 129. Nestes dias, o(a) sr(a) come verduras e legumes cozidos: (ler as alternativas) 130. Quantos dias da semana o (a) sr(a) come feijão? (1) no almoço, (2) no jantar (3) no almoço e no jantar (8) NA (1) todos os dias (inclusive sábado e domingo) (2) 5 a 6 dias por semana (3) 3 a 4 dias por semana (4) 1 a 2 dias por semana (5) quase nunca (6) nunca 92 131. Em quantos dias da semana o (a) sr(a) toma refrigerante? (Se marcar alternativa 5 ou 6, pular para a questão 134 e marcar NA na 132 e 133) (1) todos os dias (2) 5 a 6 dias por semana (3) 3 a 4 dias por semana (4) 1 a 2 dias por semana (5) quase nunca (6) nunca 132. Que tipo? (1) normal (2) diet/light (3) ambos (8) NA 133. Quantos copos/latinhas costuma tomar por dia? (anotar o número) _________(88) NA (99) IGN 134. O sr(a) costuma tomar leite? (não vale soja) (Se “não”, pule para questão 136 e marque NA (1) sim (2) não 135) 135. Quando o sr(a) toma leite, que tipo de leite costuma tomar? (1) integral (2) desnatado ou semi-desnatado (3) os dois tipos (4) não sabe (8) NA 136. O sr(a) costuma comer carne de boi ou porco?(Se “não”, pule para (1) sim, (2) não questão 138) 137. Quando o sr(a) come carne de boi ou porco com gordura, o(a) sr(a) (1) tirar sempre o excesso de gordura costuma: (ler as alternativas) (2) comer com a gordura (3) não come carne vermelha com muita gordura 138. O sr(a) costuma comer frango? (Se “não”, marcar NA na questão139) (1) sim, (2) não 139. Quando o sr(a) come frango com pele, o(a) sr(a) costuma: (3) tirar sempre a pele (4) comer com a pele (5) não come pedaços de frango com pele (8) NA AGORA VAMOS FALAR SOBRE ALGUMAS QUESTÕES RELACIONADAS À SAÚDE DA MULHER (só para mulheres. Se for homem marcar NA em todas as outras questões seguintes, agradecer e encerrar a entrevista). 140. Nos últimos 12 meses, a Srª. teve marido, noivo, namorado, ou qualquer outro (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN tipo de relacionamento amoroso? (Se a resposta for “não”, pule para a questão 179) 141. Algum destes relacionamentos durou um mês ou mais? (Se a resposta (1) Sim for (2) Não (8) NA (9) IGN “não”, pule para a questão 178) AS PRÓXIMAS PERGUNTAS SÃO SOBRE A ÚLTIMA PESSOA COM QUEM A SRª. RELACIONOU-SE POR UM MÊS OU MAIS DESDE <MÊS> DE 2006. Entrevistador: Antes de começar as perguntas, tente falar com suas palavras a informação do quadro abaixo. Ressalte a importância das perguntas que se seguem e garanta a confidencialidade. Agora eu gostaria de conversar um pouquinho sobre como a Sra e o seu companheiro resolvem os desentendimentos e desavenças do dia-a-dia. Nós sabemos que algumas das próximas perguntas podem ser delicadas e pessoais e que, as vezes, parece difícil falar sobre elas. Mas é muito importante para nossa pesquisa que a Srª. faça um esforço para relembrar com a gente como vocês se entenderam no último ano. Eu queria lembrar que tudo que será dito aqui ficará somente entre nós. Entrevistador, leia o quadro abaixo: Não importa como as pessoas se relacionem, tem horas que elas discordam, ficam irritadas ou brigam umas com as outras só por estarem de mau-humor, cansadas ou por qualquer outra razão. Nesses momentos, as pessoas têm muitas maneiras de tentar resolver suas diferenças e desavenças. Agora eu vou ler uma lista de coisas que podem acontecer quando existem diferenças e desavenças entre pessoas que se relacionam. Para cada uma das coisas que vou dizer a seguir, eu gostaria que a Srª. me dissesse se já aconteceu em momentos de discussão e brigas entre vocês. 142. Nos últimos 12 meses, quer dizer, desde <mês> de 2006, nos momentos de discussão (1) Sim (2) Não e brigas entre vocês, como a Srª reagiu: a Srª discutiu o problema calmamente? (8) NA (9) IGN 143. E ele, discutiu o problema calmamente? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 144. A sra. procurou conhecer melhor o modo dele pensar? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 145. E ele, procurou conhecer melhor o seu modo de pensar? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 146. A Srª trouxe, ou tentou trazer alguém para ajudar a acalmar as coisas? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 147. E ele trouxe, ou tentou trazer alguém para ajudar a acalmar as coisas? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 148. A Srª xingou ou insultou ele? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 149. E ele xingou ou insultou a Srª? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 150. A Srª ficou emburrada ou não falou mais no assunto? (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN 93 151. E ele ficou emburrado ou não falou mais no assunto? 152. A Srª retirou-se do quarto, da casa ou do local? 153. E ele retirou-se do quarto, da casa ou do local? 154. A Srª fez ou disse coisas só para irritar ele? 155. E ele fez ou disse coisas só para irritar a Sra? 156. A Srª ameaçou bater ou jogar coisas nele? 157. E ele ameaçou bater ou jogar coisas na Srª? 158. A Srª destruiu, bateu, jogou ou chutou objetos? 159. E ele destruiu, bateu, jogou ou chutou objetos? 160. A Srª jogou coisas sobre ele? 161. E ele jogou coisas sobre a Srª? 162. A Srª empurrou ou agarrou ele? 163. E ele empurrou ou agarrou a Srª? 164. A Sra deu um tapa ou bofetada nele? 165. E ele deu um tapa ou bofetada na Sra? 166. A Srª chutou, mordeu ou deu um murro nele? 167. E ele chutou, mordeu ou deu um murro na Srª? 168. A Srª bateu ou tentou bater nele com objetos? 169. E ele bateu ou tentou bater na Srª com objetos? 170. A Srª espancou ele? 171. E ele espancou a Srª? 172. A Srª estrangulou ou sufocou ele? 173. E ele estrangulou ou sufocou a Sra? 174. A Sra ameaçou ele com faca ou arma? 175. E ele ameaçou a Srª com faca ou arma? 176. A Sra usou faca ou arma contra ele? 177. E ele usou faca ou arma contra a Sra? Entrevistador: observar se houve respeito à privacidade, ou seja, a informante foi entrevistada: (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN (1) Sozinha (2) Presença do cônjuge ou companheiro (3) Na presença de filhos/ou pais (4) Na presença de outras pessoas Qual?__________ EU GOSTARIA DE FAZER UMAS PERGUNTAS SOBRE AS CRIANÇAS DESTA CASA (só para mulheres) 178. A Sra tem filhos com idade entre 0 e 12 anos? (Se a resposta for (1) Sim (2) Não (8) NA “não”, marcar 8(NA) nas demais questões e encerre a entrevista.) 179. Quantos? Filhos____________ (88) NA EU GOSTARIA DE CONVERSAR UM POUCO SOBRE OS SEUS FILHOS DE 0 A 12 ANOS. PARA FACILITAR A NOSSA CONVERSA, PODERIA, POR FAVOR , ME DIZER O PRIMEIRO NOME DE CADA UM, COMEÇANDO PELO MAIS VELHO? 180. Seu(s) filho(s) (entre 0 e 12 anos) usam ou usaram a chupeta? (marcar Filho 1 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN para cada filho, escrevendo o seu 1º nome e iniciando pelo mais velho) Filho 2 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN Filho 3 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN Filho 4 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN Filho 5 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN Filho 6 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN Filho 7 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN Filho 8 (1) Sim (2) Não (8) NA (9) IGN Havendo crianças que usam ou usaram a chupeta aplicar o questionário até o fim, caso contrário, marcar a alternativa(8) NA nas próximas questões, agradecer e encerrar a entrevista. 181. Com que idade começaram a usar a chupeta? (marcar para cada filho, Filho 1_______________ (8) NA (9) IGN com idade entre 0 e 12 anos,.. Após a entrevista, transformar cada resposta Filho 2_______________ (8) NA (9) IGN em dias. Filho 3_______________ (8) NA (9) IGN Filho 4_______________ (8) NA (9) IGN Filho 5_______________ (8) NA (9) IGN Filho 6_______________ (8) NA (9) IGN Filho 7_______________ (8) NA (9) IGN Filho 8_______________ (8) NA (9) IGN 94 182. A chupeta foi levada para a maternidade? (marcar para cada filho) Filho 1 (1) Sim Filho 2 (1) Sim Filho 3 (1) Sim Filho 4 (1) Sim Filho 5 (1) Sim Filho 6 (1) Sim Filho 7 (1) Sim Filho 8 (1) Sim (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN 183. A chupeta foi usada em conjunto com a amamentação? (marcar para Filho 1 (1) Sim cada filho) Filho 2 (1) Sim Filho 3 (1) Sim Filho 4 (1) Sim Filho 5 (1) Sim Filho 6 (1) Sim Filho 7 (1) Sim Filho 8 (1) Sim (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (2) Não (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (8) NA (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN (9) IGN 184. Por que a chupeta foi oferecida? (esperar a resposta e anotar EXATAMENTE a fala da mãe) ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 185. A Sra. acredita que a chupeta pode: (leia as alternativas e aguarde a resposta. Se a resposta não corresponder às alternativas, anote abaixo EXATAMENTE a fala da mãe) _________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 186. Quem indicou o uso da chupeta? (aguardar a resposta, não ler as alternativas) ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ AGRADEÇA E ENCERRE A ENTREVISTA (8) NA (1) acalmar o bebê (2) ajudar o bebê a dormir (3) tranqüilizar a mãe (4) todas as anteriores (8) NA (9) IGN (1) avó (2) outros parentes (3) amigas (4) pediatra (5) dentista (6) ninguém, já tinha comprado ou ganhou a chupeta (8) NA (9) IGN Anexo 2 – Cópia do Termo de Avaliação e Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNIPLAC Anexo 3 – Cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE CEP – COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM SERES HUMANOS TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) Você está sendo convidado(a) a participar da pesquisa AUTO-AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE E FATORES ASSOCIADOS: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL EM ADULTOS DE LAGES, SC, 2007, cujo objetivo é avaliar as condições de saúde de adultos da zona urbana de Lages. Sua colaboração neste estudo é MUITO IMPORTANTE, mas a decisão de participar é VOLUNTÁRIA, o que significa que o(a) senhor(a) terá o direito de decidir se quer ou não participar, bem como de desistir de fazê-lo a qualquer momento. Garantimos que será mantida a CONFIDENCIALIDADE das informações e o ANONIMATO. Ou seja, o seu nome não será mencionado em qualquer hipótese ou circunstância, mesmo em publicações científicas. NÃO HÁ RISCOS quanto à sua participação e o BENEFÍCIO será conhecer a realidade da saúde dos moradores de Lages, a qual poderá melhorar os serviços de saúde em sua comunidade. Será realizada uma entrevista e também verificadas as seguintes medidas: pressão arterial (duas vezes), peso, altura e diâmetro da cintura, que não causarão prejuízos à sua saúde. Para isso será necessária uma hora. Em caso de dúvida o(a) senhor(a) poderá entrar em contato com GIANA ZARBATO LONGO, coordenadora de campo da pesquisa, no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva – Mestrado, na UNIPLAC, na Av. Castelo Branco, 170 – Bloco do Centro de Ciências Jurídicas/CCJ (piso térreo), ou pelo telefone (49) 3251 11 08, ou e-mail [email protected] Eu.............................................................................................., declaro estar esclarecido(a) sobre os termos apresentados e consinto por minha livre e espontânea vontade em participar desta pesquisa e assino o presente documento em duas vias de igual teor e forma, ficando uma em minha posse. Lages, _____ de _________________ de 2007. _________________________________ ( assinatura do participante ) Anexo 4 – Quadro demonstrativo das UBS com ESB, em Lages, SC, junho de 2008 Anexo 4 – Quadro demonstrativo das UBS com ESB, em Lages, SC, junho de 2008 Número de profissionais Unidades Básicas de Saúde Cadeira odontológica Periodicidade de ações da promoção da saúde bucal Agendamento ou demanda livre Cirurgiãodentista Auxiliar de consultório dentário CENTENÁRIO 2 2 1 Diariamente CORAL 3 2 1 Diariamente GUARUJÁ 2 2 2 Três vezes por semana GETHAL 2 2 1 Diariamente PENHA 2 2 1 Diariamente X PETRÓPOLIS 2 2 2 Diariamente X SANTA CATARINA 3 2 2 Diariamente SANTA HELENA 2 2 1 Diariamente SANTA MÔNICA 2 2 1 Diariamente X SÃO CARLOS 1 1 1 Uma vez por semana X SÃO PEDRO 1 1 1 Diariamente X TRIBUTO 2 2 1 Diariamente X Fonte: Contato pessoal ou por telefone com os CDs ou as ACDs das UBS, em maio e junho de 2008. Mensal Quinzenal Semanal Demanda livre X X X X X X X Anexo 5 – Relação de clínicas odontológicas em Lages, registradas no CROSC – março 2008 Anexo 5 – Relação de clínicas odontológicas em Lages, registradas no CROSC – março 2008 SC-EPAO-582A.T.M. CLINICA ODONTOLOGICA ESPECIALIZADA LTDA LAGES SC-EPAO-661CATTONI & YANAI LTDA LAGES SC-EPAO-431CENTRO ODONTOLOGICO ORALCLIN LTDA LAGES SC-EPAO-478CESAR AUGUSTO RODENBUSCH POLETTO LAGES SC-EPAO-215CLINICA DE RADIOLOGIA ODONTOLOGICA MAURO FRANCISCO VASSOLER LAGES SC-EPAO-385CLINICA ODONTOLOGICA DENTEPLAN LTDA LAGES SC-EPAO-227CLINICA ODONTOLOGICA FREI ROGERIO LTDA LAGES SC-EPAO-846CLINICA ODONTOLOGICA SANTA RITA DE CASSIA LTDA LAGES SC-EPAO-743COREO - CLINICA ODONTOLOGICA DE REABILITACAO E ESTETICA ORAL LTDA LAGES SC-EPAO-771FUNDACAO DAS ESCOLAS UNIDAS DO PLANALTO CATARINENSE LAGES SC-EPAO-757MJR - COMERCIO DE EQUIPAMENTOS E SERVICOS ODONTOLOGICOS LTDA LAGES SC-EPAO-662ODONTO X CLINICA DE RADIOLOGIA ODONTOLOGICA LTDA LAGES SC-EPAO-308ODONTOSUL - COOPERATIVA DOS CIRURGIOES-DENTISTAS DA REGIAOSERRANALAGES SC-EPAO-567ORAL ESTHETIC CLINICA DE REABILITACAO ODONTOLOGICA LTDA LAGES Fonte: <http://www.crosc.org.br/quem/clinicas.htm>. Acesso em 26 de junho de 2008.