Poder Judiciário e empresariado debatem os aspectos do factoring O Seminário de Fomento Mercantil “Fomentando Direito”, realizado no Tribunal de Justiça do ES no dia 25 de fevereiro, reuniu mais de 270 participantes de diversos estados, contando com palestras do ministro do Superior Tribunal da Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, do presidente da Anfac, Luiz Lemos Leite, do desembargador Nelson Juliano Schaefer Martins, diretor da Academia Judicial do Poder Judiciário de Santa Catarina e outros especialistas, além de autoridades presentes como o vice-governador, Lelo Coimbra, o vice-presidente do TJ-ES, o desembargador Jorge Góes Coutinho, e o presidente da Amages e desembargador do TJ-ES, Pedro Valls Feu Rosa. Páginas 2 e 3 Composição da mesa da sessão solene de abertura, no Salão Pleno do TJ-ES Espírito Santo já tem factoring com certificação ISO 9001 Confira na entrevista com Henrique Schneider, da Fococred Almoço-palestra apresenta tudo sobre o factoring internacional Página 4 Página 4 EDITORIAL Fomentando Direito O setor de Fomento Mercantil, representado no Estado do Espírito Santo pelo Sinfac-ES, abre 2005 com chave de ouro, iniciando as atividades do ano com dois importantes eventos no mês de fevereiro. Primeiro, em par“Iniciamos 2005 ceria com o Ibef-ES realizamos, no dia 18 compartilhando de fevereiro, no Ceconhecimentos com rimonial Itamaraty, um almoço-palesdiversos segmentos” tra em que tivemos a satisfação de receber como palestrante a Dra. Simone Melo Fridschtein, de Fortaleza-CE, especialista na área de Factoring Internacional. O tema tratado, “Garantia de Crédito, Cobrança e Financiamento à Exportação”, foi de suma importância para os empresários capixabas que atuam ou pretendem atuar no mercado externo, aproveitando o potencial exportador do nosso Estado. Em seguida, no dia 25 de fevereiro, realizamos, junto com a Anfac, o primeiro Seminário de Fomento Mercantil do Estado do Espírito Santo, cujo tema, “Fomentando Direito”, foi inteligentemente sugerido pelo desembar- gador Pedro Valls Feu Rosa, presidente da Associação dos Magistrados do Espírito Santo (Amages) – que, juntamente com a Escola da Magistratura do Espírito Santo (Emes), apoiou integralmente o evento. Mais de 270 participantes de diversos estados estiveram presentes, entre magistrados, advogados e empresários do setor de fomento. Estamos certos de que resultados altamente relevantes serão colhidos deste seminário, por seu cunho didático e de conscientização da sociedade e do poder Judiciário acerca do papel desempenhado pelas empresas de factoring na conjuntura econômica brasileira, de suas atribuições e instrumentos legais específicos e do balizamento legal de suas operações. Sentimo-nos honrados em ter colaborado para a realização de eventos desta magnitude, compartilhando conhecimentos e experiências com associados, parceiros e colaboradores, contribuindo para a trajetória vitoriosa do setor de Fomento Mercantil em nosso Estado e no Brasil. João Carlos Ribeiro Vargas Presidente do Sinfac-ES DIRETORIA Vice-governador destaca importância social do fomento Na avaliação do vice-governador, Lelo Coimbra, “o volume financeiro que transita pela atividade de fomento mercantil, no Brasil e no ES, bem como seu importante aspecto social de manutenção da produção e dos empregos, requer dos empresários do segmento tratar desse negócio no nível do fortalecimento da sua credibilidade. Portanto, trazer este evento ao TJES e envolver o Poder Judiciário de todo o Brasil representa um importante esforço de dar maturidade e desenvolvimento institucional ao fomento mercantil. E isso merece ser saudado”. 2 SINFAC-ES • JAN/FEV/MAR 2005 Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring do Espírito Santo Av. Nossa Senhora da Penha, 699, sala 815-B – Praia do Canto - Vitória/ES Cep: 29.055-131 – Telefax: 27-3225.2834 e.mail: [email protected] site: www.sinfaces.com.br Presidente João Carlos Ribeiro Vargas Comprocred Fomento - Reg. Anfac 2040 Vice-presidente Luiz Paulo Silva Adene Fomento - Reg. Anfac 2039 Diretor Adm./Financ. Luciano Haddad de Lima Trade Factoring - Reg. Anfac 2092 CONSELHO FISCAL Pedro Valls Feu Rosa ressalta debate com judiciário Sobre a atividade de fomento mercantil, o presidente da Amages e desembargador do TJ-ES, Pedro Valls Feu Rosa, ressaltou que “trata-se de tema relevante e atual, que precisa ser estudado e debatido com os Operadores do Direito, em face da importância do fomento para as atividades comerciais e industriais e para o próprio desenvolvimento do Brasil”. Membros Adinei José Faria Gestão Fomento - Reg. Anfac 1759 Giovanni Piana Netto Negócios Fomento - Reg. Anfac 2171 Otávio Dadalto Fácil Fomento - Reg. Anfac 1973 Suplentes Anelize Saviatto Breda RDC Fomento - Reg. Anfac 2118 José Carlos Moyses Turbay DMJ Factoring - Reg. Anfac 1574 Luiz Antonio Poleze Forzza Fomento - Reg. Anfac 2028 Secretário Executivo Renato de Souza Jornalistas responsáveis: Ana Lúcia Ayub – Mtb 327/85 Marcia Rodrigues – Mtb 13.187/79 Projeto Gráfico / Diagramação: Link Editoração - (27) 3337-7249 João Helvécio Faé (Supercred), João Carlos Ribeiro Vargas (presidente Sinfac-ES), Luiz Lemos Leite (presidente Anfac) e Luiz Paulo Silva (vice-presidente Sinfac-ES) O ministro do STJ, João Otávio de Noronha, com João Carlos Ribeiro Vargas Fomento mercantil injeta recursos em mais de 100 mil empresas No Seminário de Fomento Mercantil “Fomentando Direito”, realizado no dia 25 de fevereiro, no TJES, empresários e Poder Judiciário debateram os aspectos técnicos e jurídicos da atividade de fomento mercantil, responsável pela injeção de R$ 60 bilhões/ano em créditos aos segmentos industrial, comercial e de serviços, e pelo atendimento a cerca de 100 mil micro, pequenas e médias empresas. O ministro do Superior Tribunal da Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, na palestra sobre Contratos Atípicos, recorreu à evolução histórica do contrato. Ele explicou que no império romano o contrato sofreu uma longa e profunda transformação. “Dinamizou-se a prática de que a menção do fato valia mais do que o fato”, ou seja, o vínculo só nascia se tivesse atendido às formalidades previstas. Atualmente, “o contrato deve contemplar ambas as partes, pois, paralelamente à Luiz Leite, Lelo Coimbra, Góes Coutinho, Pedro Valls Feu Rosa e João Carlos Vargas função econômica, a função social desempenha um papel civilizador, justo e educativo”, afirmou. Com o Código Civil, ficou estabelecido que a liberdade de contratar não pode se distanciar da função social. “Os contratantes são obrigados a guardar os princípios da probidade, da boa fé e da eticidade, pois a função social limita a autonomia da vontade, caso ela confronte com o interesse social”, disse. Já o advogado José Luiz Dias da Silva, docente do IBFM (Instituto Brasileiro de Fomento Mercantil), explanou em profundidade sobre os títulos de crédito e sua circulação, tendo ainda destacado, em sua palestra, a legislação nacional e internacional que consolida o direito de regresso e seu exercício. O presidente do Sinfac-ES, João Carlos R. Vargas, afirmou que a importância do evento reside no cunho didático e de conscientização do Poder Judiciário acerca do papel desempenhado pelas factorings na economia brasileira. “Essa é uma matéria recente, em que existe pouca jurisprudência. É escassa também a doutrina sobre os contratos. Daí a extrema necessidade de disseminação do conhecimento e do debate”, diz. Luiz Lemos Leite, presidente da Anfac, disse que o seminário demonstrou o vigor da atividade num país em que, segundo dados do Se- Bruna Bezerra e José Luiz Dias da Silva (IBFM), Tarcísio Zonta (Sinfac SC/ NCO), Alexandre Neves (Sinfac-RS) e José Góes (presidente Sinfac-PR) brae, 90% das micro e pequenas empresas morrem antes de completar 5 anos de existência: “O factoring vem crescendo a cada dia no Brasil e há ainda muito o que expandir, pois representa uma alternativa altamente eficaz de fomentar o desenvolvimento econômico e social”. O evento reuniu mais de 270 participantes de diversos estados, contando ainda com palestras de outros especialistas e autoridades como o vice-governador Lelo Coimbra, o vice-presidente do TJ-ES, desembargador Jorge Góes Coutinho, e o presidente da Amages e desembargador do TJ-ES, Pedro Valls Feu Rosa, entre outros. O seminário foi uma iniciativa da Anfac e Sinfac-ES, com o apoio da Associação dos Magistrados do Espírito Santo (Amages) e da Escola da Magistratura do Espírito Santo (Emes). SINFAC-ES • JAN/FEV/MAR 2005 3 Factoring Internacional: mercado em expansão Uma das alternativas para impulsionar as vendas no mercado exterior é o Factoring Internacional, que apesar de ainda pouco conhecido e exigir capital alto, é um mercado promissor no Brasil. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a atividade tem potencial para fomentar negócios externos da ordem de R$ 1,2 bilhão. Para levar ao conhecimento do empresariado maiores informa- ções sobre essa atividade, o Sinfac-ES, em parceria com o Ibef-ES, realizou, no dia 18 de fevereiro, no Cerimonial Itamaraty, em Vitória, um almoço-palestra. A palestrante foi Simone Melo Fridschtein (foto), diretora da SM International, com sede em Fortaleza, Ceará, uma das duas únicas empresas brasileiras que atuam nesse segmento e associada ao Factors Chain International (FCI), da Holanda. A outra empresa que atua nesse mercado no Brasil é a Exicom, de Porto Alegre. Simone Fridschtein explanou que o órgão internacional FCI reúne 177 membros de 56 países e assiste a 110 mil empresas exportadoras. No ano passado, movimentou 54 bilhões de euros. Desse valor, 70% ficou na Europa e 18% na Fococred é primeira no ES a implantar ISO 9001 A Fococred Fomento Mercantil já no seu primeiro ano de funcionamento, em 2003, iniciou a implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade com base na NBR ISO 9001:2000. O objetivo era organizar os processos internos e conferir maior segurança ao nome “factoring”. Ao obter a certificação, em 2004, a empresa, juntamente com as empresas coligadas, tornou-se a primeira no estado e a segunda no Brasil, neste ramo, a implantar o sistema ISO 9001. Confira a entrevista com Henrique Schneider, diretor Executivo da Fococred. Por que a necessidade de obter uma certificação ISO 9001? A principal necessidade de obter a certificação foi padronizar os processos internos, objetivando manter a qualidade de nossos serviços e certificar da legalidade de nossas operações pelo órgão certificador do INMETRO, que foi o BVQI – Bureau Veritas Quality. Quais foram as maiores dificuldades encontradas e superadas para obter a certificação? As maiores dificuldades foram os intensos treinamentos e a administração do cansaço da equipe envolvida. Qual a importância desta certificação para a empresa? E para o segmento de factoring em geral? A grande importância para a empresa foi em sua organização e profis- 4 SINFAC-ES • JAN/FEV/MAR 2005 sionalização. E para o segmento de factoring foi na certificação da legalidade da atividade por uma empresa de certificação que representa um órgão do governo Inmetro. O que as outras associadas devem fazer para obter esta certificação? Primeiramente, definir e padronizar os processos internos, junto com uma empresa de consultoria em gestão da qualidade – que, no nosso caso, foi a Valora Soluções em Gestão. Depois, solicitar uma das empresas certificadoras. Acho muito importante nosso segmento possuir várias empresas certificadas ISO 9001, pois é uma das maneiras de transmitir para a sociedade, de um modo geral, que trabalhamos em um segmento sério e importante para o mercado brasileiro. José Carlos Turbay, Lucas Isoton (Findes), Simone Fridschtein, João Carlos Vargas e Luiz Paulo Silva (Sinfac-ES) América. O Brasil está apto para atuar no Factoring Internacional, e o Espírito Santo tem um mercado em potencial, principalmente no setor de granito, destacou. Segundo Simone, o financiamento internacional é uma mera conseqüência do serviço prestado, onde o factoring substitui a carta de crédito. Seu principal objetivo é auxiliar a vida dos exportadores. É uma alternativa viável de apoio às pequenas e médias empresas, que atuam ou que desejam atuar no comércio exterior. Anfac pede prudência com a Lei 11.101 Em circular emitida em março a todos os associados, a Anfac alerta que a assim chamada “Lei de Falências”, Lei .11.101, de 09 de fevereiro de 2005, trouxe profundas implicações de natureza jurídica e processual, inclusive no Código Tributário Nacional. Por isso, está promovendo estudos com juristas e consultores especializados na matéria, no sentido de subsidiar as empresas associadas sobre como proceder a partir do início da vigência da Lei, previsto para 10 de junho deste ano. Até que esteja em condições de transmitir orientação segura e adequada e programar um evento de âmbito nacional para os esclarecimentos necessários, tanto para suas filiadas como para sua clientela, a orientação da Anfac é de que as sociedades de fomento mercantil devem ter prudência na gestão de suas carteiras.