Clube Amigos do Presépio
Oficina de artes
Lição I
Fevereiro/2008
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L IÇÃO I
Com esta designação de “José o carpinteiro”,
referimo-nos a José, marido de Maria, a mãe de Jesus Cristo.
Parece à primeira vista, que temos muita informação
sobre este personagem. Ele aparece logo no início dos
evangelhos de Mateus e de Lucas, na descrição do
nascimento de Jesus com uma completa genealogia.
Mas, depois desta imponente introdução, fica-se com
uma certa desilusão, porque além destas passagens
relacionadas com o nascimento de Jesus, José só volta a
aparecer uma segunda vez quando Jesus tinha doze anos
de idade e nunca mais é mencionado, pelo menos nos
textos canônicos da Bíblia.
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Lição I
O que fazia o Carpinteiro
O carpinteiro na
época de Jesus englobava
várias profissões dos
nossos dias, pois nós
vivemos numa cultura
altamente especializada,
em que cada profissão se
desdobra em várias
especializações. Agora, já
ninguém fala nos sábios
que
antigamente
pretendiam saber tudo.
Há cerca de 50 anos
havia os Engenheiros
que pretendiam saber
tudo de engenharia, o
que é impensável nos
nossos dias em que há
engenheiros das mais
diversas especializações.
Podemos imaginar o que
seria o trabalho de José.
Primeiro, pegava no
machado e procurava
uma boa árvore, para
obter a madeira para o
seu trabalho, numa
época em que ainda não
havia os madeireiros dos
nossos dias. Para isso,
teria de subir às
montanhas, pois na
maior parte do território
de Israel só havia
pequenos arbustos.
Este pormenor, pode
explicar porque é que
José, sendo descendente
de David, da tribo de
Judá, foi viver na Nazaré,
que ficava na Galileia,
onde não podia possuir
terrenos de
acordo com a lei judaica,
embora nessa época já
estivessem dominados
pelos romanos e não
sabemos se essa velha lei
que dividia o território
pelas várias tribos, ainda
seria cumprida a rigor.
Mas penso que José teria
sido bem recebido pelos
nazarenos, não só por ser
pessoa simpática e
pacífica, como pela sua
profissão, pois vinha
implantar mais uma
indústria e arranjar
postos de trabalho na
pacata cidade de Nazaré.
Já vimos que o
carpinteiro pegava no
machado para derrubar a
árvore. Mas, e depois,
numa época em que não
havia máquinas para
transportar os troncos?
Certamente que os
troncos das árvores
seriam arrastados até à
sua oficina na Nazaré,
possivelmente com a
ajuda de bois para esse
trabalho. Mesmo
admitindo que as árvores
maiores cresciam no alto
dos montes, sendo este
trabalho de certa maneira
facilitado pelo declive do
terreno, certamente que
essa seria uma fase bem
difícil da sua profissão.
Podemos imaginar a casa
de José com um grande
quintal cheio de troncos
de árvores.
Mas, continuamos com
as nossas dúvidas. Que
fazia ele com esses
grandes e pesados
troncos de árvore? Nessa
época ainda não havia
serras elétricas, muito
menos estufas para secar
a madeira.
É principalmente neste
pormenor que podemos
obter uma “fotografia”,
mesmo que desfocada de
José.
Todos esses troncos de
árvore, tinham de ser
serrados manualmente
para depois serem secos
ao ar quente e seco da
Nazaré. Não sabemos
bem como era o
machado e a serra de
José.
Nessa época, cerca do
ano zero da nossa era, o
bronze já tinha sido
substituído pelo novo
metal, o ferro, que iria
mudar o mundo, mas
não podemos confundir
o ferro fundido com o
aço dos nossos dias. Era
certamente uma pesada
serra de ferro fundido,
manobrada por dois
homens, um em cada
extremidade. Trabalho
muito violento, para
transformar os troncos
em tábuas que pudessem
ser utilizadas na sua
carpintaria.
É impensável que José
fosse o velhinho que
andava agarrado ao seu
ca j ado , co mo n o s
mostram muitas imagens,
fruto da “devoção” dos
crentes, com a intenção
de “comprovar” a
virgindade perpétua de
Maria, pois esse
respeitável velhinho
dessas imagens, nunca
poderia ser o verdadeiro
José, o carpinteiro dessa
época.
Pelo contrário, a
profissão de carpinteiro
leva-nos a imaginar um
homem jovem ou de
meia-idade, de grande
estatura, músculos
poderosos, mas também
capacidade intelectual,
pois ele era também o
arquiteto e o engenheiro
dos seus trabalhos.
Se Jesus era o Filho de
Deus, também não o
consigo imaginar um
jovem pequeno e magro.
Aliás Lucas 1:80
informa-nos que .. o
menino crescia e se
robustecia
em
espírito ... dando a
entender que foi um
jovem à altura do seu pai
adotivo, pois se não
fosse assim, não poderia
ser também carpinteiro
como José. Marcos 6:3.
Camilo, Marinha Grande ,
Setembro de 2005
Clube Amigos do Presépio é um clube virtual fundado por entusiastas da arte e tradição da construção de Presépios Natalino
Este material tem como objetivo compartilhar conhecimentos técnicos artesanais entre membros do Clube Amigos do Presépio. Sua distribuição é
feita gratuitamente pela Internet. Cópias são permitidas para fins educativos. Editor - Celso Rosa. Fotografias - Jose (Galtxa).
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Nesta edição da nossa Oficina de Artes
vamos ajudá-lo a fazer uma mesa de
carpinteiro para seu presépio.
Você nem sabia, ninguém lhe contou,
mas você também é capaz, basta um
pouco de persistência e boa vontade que
tudo da certo.
Lista de material:
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Madeira Balsa de 10mm
Palitos de dente
Cola de madeira
Lixa fina ou lixa de unha
Pincel
Tintas: Médium envelhecedor base
água Corfix Betume 380. PVA Acrilex
529 Marfim e tinta cor metálica.
Estile e/ou uma pequena serra
Régua
As dimensões apresentadas aqui são para
uma mesa onde as figuras do presépio são
do tamanho de 12cm a 15cm.
Você pode variar as medidas dependendo
a escala das suas figuras.
Uma boa dica para calculo da escala é
utilizar a seguinte formula:
Tamanho real do elemento a imitar vezes
escala da figura dividido pela altura média
de uma pessoa que resulta no tamanho do
elemento a produzir.
Ex: Temos uma figura de 12cm e
queremos fazer um muro proporcional a
1 metro. Quantos centímetros deve ter o
muro para o presépio? Se 170cm é o
tamanho médio de uma pessoa temos:
100x12/170=7,05 cm
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Para cortarmos a madeira balsa
utilizaremos uma pequena serra ou
mesmo um estilete. Cortar uma chapa de
9cm de comprimento por 4,5cm de
largura e também 4 peças de 7cm que irão
servir para os pés da mesa.
Com o estilete e a lixa desgastamos a mesa
para dar um aspecto de rústico, usado.
Colocamos uma bandeja na parte inferior
que será uma tábua na altura que você
achar mais conveniente. Vide foto ao lado.
Com pedaços mais finos de balsa criamos
uma caixa lateral para colocar ferramentas
e pregos a qual será afixada na lateral da
mesa.
Da mesma maneira, com pedaços mais
finos de balsa criamos uma gaveta que
serirá instalado na parte debaixo da mesa.
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Colar a gaveta e caixa de ferramentas com
cola de madeira e deixar secar ...
Podemos fazer um detalhe como uma
morsa na parte de traz da mesa. Tudo
pode ser feito com balsa, palitos de dente
e mesmo palitos de sorvete. Eu particularmente prefiro a balsa por ser mais
maleavel e fácil de ser trabalhada.
Note que todos os cantos são desbastados
para dar um aspecto de usado, rústico.
Isso pode ser feito muito bem com uma
lixa de unhas ou lixa para madeira bem
fina.
Com um pincel passar a tinta Médium
envelhecedor base água Corfix Betume
380. Com um pano ou papel toalha
remova um pouco da tinta dando aspecto
de usado, “surrado”.
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As ferramentas podem ser feitas com
balsa mesmo, entretanto aconselho fazer
com massa de modelar biscuit. A massa
biscuit pode ser comprada pronta em lojas
de artigos para artesanato e funciona
perfeitamente para este fim.
Se você optar pela massa biscuit, deixe
secar muito bem para depois pintar. Podese pintar de amarelo ocre ou mesmo o
Médium envelhecedor base água Corfix
Betume 380. Nas partes que imitam metal
usar tinta metálica cor prata.
Depois que a pintura estiver bem seca
vamos utilizar a técnica da “veladura”.
“Veladura” nada mais é do que molhar o
pincel na tinta e tirar o excesso de tinta em
um pano deixando-o quase seco. Passar o
pincel sobre a pintura clareando como
mostrado na foto ao lado.
Para esta técnica utilizaremos a tinta
Acrilex 529 Marfim.
Esta mesa foi feita para o presépio do
Mosteiro de São Bento em 2007. Note
que foi feito também um suporte para
ferramentas que foi fixado na parede.
Na próxima página deixo mais alguns
exemplos.
Espero que esta primeira lição tenha sido
proveitosa.
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Lição I
Alguns exemplos de mesas como inspiração para seu
próximo projeto.
"Não deixe que a rotina o acomode, que o medo impeça
de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste
mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem
quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu".
Érico Veríssimo
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