A pergunta que fizeram a João Baptista
coloca-se também a nós: na proximidade do Natal, que podemos fazer para
acolher o dom de Deus? João Baptista
não exige coisas extraordinárias; sugere
o essencial: partilha, amor fraterno, paz.
Em família ou individualmente façamos
um gesto concreto de solidariedade.
Povo do Senhor,
exulta e canta de alegria
ANO C > ADVENTO
TERCEIRO DOMINGO > 17 dez’06
Sof 3, 14-18a|Salmo (Is 12)
Filip 4, 4-7|Lc 3, 10-18
O SALMO (Is 12, 2-6) deste domingo,
terceiro de Advento, é um cântico dos
exilados que regressam de Babilónia,
retirado do capítulo doze do Livro do
profeta Isaías. Para Israel, o motivo
desta acção de graças foi a profecia do
regresso à pátria, dos exilados em Babilónia, dando início a um tempo de paz
e de confiança: Deus é a sua força, o
seu louvor e salvação. Para nós, povo
cristão, o motivo da acção de graças é
a vinda de Jesus Cristo ao mundo, para
nos oferecer a Salvação. Por Ele e n’Ele
foi-nos restituída a verdadeira liberdade
de filhos de Deus, perdida pelo pecado.
É n’Ele que estão as fontes da salvação.
Só a Ele cantamos o nosso louvor, porque só Ele fez maravilhas: pela Sua Palavra anunciou-nos a Boa Nova e pela
Sua Vida deu-nos a Salvação. Nós, habitantes da nova Sião, entoamos-Lhe
cânticos de alegria, porque é grande, no
meio de nós, o Senhor Jesus: «Povo do
Senhor, exulta e canta de alegria».
número 3
boletim inter-paroquial
Que devemos fazer?
José: confiança e fidelidade
José foi o «homem justo» escolhido por
Deus, para ser esposo de Maria e pai
adoptivo de Jesus (cf. Mt 1, 16). A Escritura fala pouco dele.
No Advento, José aparece profundamente
perturbado porque Maria concebeu «antes
de coabitarem». Aceitou, pela fé, a sua
esposa grávida, amou-a e protegeu-a...
Ele tem conhecimento, através do anjo,
da concepção que acontece em Maria e
recebe de Deus o encargo de adoptar,
como pai legal, o filho de Maria, dando-lhe
o nome de Jesus. A paternidade de José
faz de Jesus «filho de David».
Após o nascimento de Jesus, José recebe
a missão de interpretar a vontade e os sinais de Deus. Em sonhos, o anjo pede-lhe
que se refugie no Egipto. A repetição da
atitude de José: «José levantou-se, tomou
o Menino e sua Mãe…» (cf. Mt 2, 13-23)
põe em relevo a radical obediência de José
ao plano divino da salvação. O homem que
acredita em sonhos, não em «fantasias»,
mas na poderosa manifestação da salvação, o homem que, acreditando na acção
de Deus modifica os seus projectos e critérios, e põe a sua vida totalmente ao serviço da redenção. Entrega-se ao mistério e
adora-O feito vida, em Belém. Um homem,
que por causa de Jesus ousa aprender
uma nova relação com o mistério de Deus
realizado em Maria, tornando-se modelo
esponsal de caridade e serviço. Não só
adora o mistério de Deus, mas entrega-selhe com decisão e coragem, cuidando da
vida do Menino. Tudo isto nos mostra que
só o homem habituado à obediência e à
justiça é capaz de agir em coerência com
a vontade de Deus que se revela numa
situação completamente nova, que escapa
ao seu controle. O mistério da paternidade
de Jesus fica guardado no seu coração.
O seu filho adoptivo crescerá, sujeito a
ele e a Maria, em sabedoria, em estatura
e em graça (cf. Lc 2, 51). Começará a ser
chamado «o filho do carpinteiro».
José, o varão justo, é portador de uma
mensagem profunda. Na eloquência do
seu silêncio, na rectidão e decisão dos
seus actos, revela uma fé madura. O seu
exemplo ajuda-nos a contemplar, com simplicidade, o mistério de Belém e a curar o
orgulho e a altivez dos nossos corações.
José obedece a Deus. Não discute nem argumenta; mas cumpre à risca os desígnios
de Deus. E é, precisamente, o cumprimento obediente dos projectos de Deus que
assegura à sua família um futuro de vida,
de tranquilidade e de paz.
A nossa família aceita com serenidade os
esquemas e a lógica de Deus e percorre,
com confiança, os Seus caminhos? A
nossa família é um espaço de escuta da
Palavra de Deus no qual se procura perceber o que Deus diz? Encontramos tempo
para reunir a família à volta da Palavra e
para a partilhar? A nossa família é uma
família que reza?
FAMÍLIA, UM PRESENTE DE DEUS.
Acções para esta semana: Colocar, no
presépio, a imagem de José; Acender a
terceira vela na Coroa de Advento; Ler,
na Carta dos Bispos sobre a Família, o
terceiro capítulo («O anúncio do Evangelho
do matrimónio e da família»), números 27
a 29; Entregar, na eucaristia dominical, o
saco da solidariedade.
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