APRESENTAÇÃO O presente documento Versão Final do PDITS de Natal integra a 6ª etapa de elaboração do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável (PDITS) da área turística do Município de Natal. A primeira etapa - Plano de Trabalho e Formulação dos Objetivos do PDITS representou o momento inicial de estruturação do trabalho, definição da proposta metodológica e dos objetivos do PDITS, com o objetivo de orientar atividades e fases a serem desenvolvidas, bem como procedimentos de execução, o planejamento de todas as ações, seu encadeamento lógico, o processo participativo, a equipe técnica a ser mobilizada e o cronograma de execução. Na segunda etapa constituída pelo Diagnóstico Estratégico da Área e das Atividades Turísticas foi uma etapa fundamental na elaboração do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável do Município de Natal, onde foram levantados os principais indicadores e informações disponíveis sobre o turismo, informações e análises sobre a infraestrutura básica e dos serviços gerais; quadro institucional; aspectos socioambientais; mercado turístico; demanda turística potencial; oferta turística, além da consolidação do diagnóstico. Foi um componente fundamental do planejamento turístico que permitiu – ao final do Diagnóstico – estabelecer o Estado da Arte das atividades do turismo em Natal. Além disso, e iniciando a composição do Plano de Ação foram definidos os cenários, a situação futura que se deseja para o turismo de Natal, o que resultou na formulação das Estratégias de Desenvolvimento Turístico, caracterizado como 3ª etapa de trabalho. Após a elaboração das proposições e definição das estratégias necessárias ao desenvolvimento da Área Turística de Natal, passou-se para a 4ª etapa, Plano de Ação – Feedback: Acompanhamento e Avaliação que compreendeu a definição de todas as ações originárias das estratégias para cada um dos cinco componentes de planejamento do PRODETUR Nacional: Estratégia de Produto Turístico, Estratégia de Comercialização, Fortalecimento Institucional, Infraestrutura e Serviços Básicos e Gestão Ambiental, bem como dimensionou o montante de investimentos necessários à consecução de tais projetos que visam elevar a qualidade dos produtos turísticos para torná-los mais competitivos, além da requalificação, ampliação e diversificação da oferta e o aumento do gasto turístico e da receita do Município de Natal. Ainda nesta etapa foram realizados estudos pertinentes à Avaliação dos Impactos Socioambientais e para definição do Marco Lógico. Antecedendo a 6ª etapa que corresponde ao término do trabalho, onde se apresenta a Versão Final do PDITS de Natal foi elaborada a Versão Preliminar, momento do recebimento das últimas contribuições e sugestões dos segmentos participantes do processo. O presente Relatório integra a 6ª etapa do processo de elaboração do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável (PDITS) – Versão Final do PDITS de Natal, que compreendeu a consolidação dos relatórios anteriores, acrescida das adequações solicitadas no parecer técnico de nº 040/2013/CGPRII/DPRDT/SNPDTur/MTur e das recomendações técnicas da equipe da SETURDE. A Versão Final do PDITS de Natal, como os demais produtos foi submetida a validação pública na reunião do Conselho Municipal do Turismo, no dia 12 de setembro de 2013. 11 A elaboração do PDITS ocorreu de forma participativa, constituindo-se num trabalho solidário, de parceria entre a Consultoria, a SETURDE, o Conselho Municipal de Turismo e o Ministério do Turismo, através de reuniões técnicas, reuniões comunitárias e oficinas e reuniões do Conselho Municipal de Turismo, nas quais foram discutidos, pensados, propostos e validados os resultados desse trabalho. 12 1. INTRODUÇÃO O Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável (PDITS) é o instrumento técnico de planejamento e gestão do turismo e se constitui em etapa primordial do PRODETUR NACIONAL, ou seja, sua elaboração é pré-requisito para os investimentos do Programa. A escala de alcance geral do PDITS leva em consideração, principalmente, o potencial de sua orla marítima, com o fortalecimento do produto sol e mar, bem como, com a ampliação da oferta através de alternativas de um lazer náutico melhor estruturado, através de marinas e projetos náuticos, e de espaços com infraestrutura adequada para realização de eventos culturais que complementem a competitividade do destino Natal. É importante considerar que o PRODETUR possui um histórico de atuação no Brasil e no Rio Grande do Norte, marcado pelas ações exitosas na dinamização das atividades turísticas, seja considerada local ou regionalmente – nas suas duas etapas. Recentemente, o PRODETUR deixou de ser regional e ganhou – com apoio do Ministério do Turismo – o caráter Nacional o que lhe situa na esfera da Política Nacional de Turismo com o objetivo de consolidar um modelo de desenvolvimento do setor, por meio da complementação de investimentos locais, estaduais e federal, que contribuam para uma visão integral do turismo brasileiro. Essa possibilidade de sinergia entre as esferas de Poder Público, aliado a transversalidade do PRODETUR NACIONAL visam contribuir para o fortalecimento da capacidade de competição dos destinos turísticos do país, consolidando a Política Nacional de Turismo, por meio da gestão pública descentralizada e cooperativa. A partir dessa base política, as agências de fomento atuam de modo estratégico ao disponibilizar recursos e base técnica de acompanhamento (avaliação, monitoramento, suporte e apoio) aos PDITS, oportunizando as condições aos Estados e Municípios para alcançarem os objetivos do Plano. Nesse sentido, o PDITS é o instrumento de planejamento do turismo para a área turística do município de Natal, devendo, portanto, orientar o crescimento do setor de forma integrada, em bases sustentáveis, em curto, médio e longo prazos, constituindo-se no instrumento técnico de gestão, coordenação e condução das decisões da política turística. Para o Município de Natal a elaboração do PDITS se caracterizou como um esforço concentrado de Planejamento. Com início, meio e fim, o objetivo do Plano nesta etapa, denominada de Versão Final do PDITS visou refinar a Versão Preliminar que contemplou a consolidação das etapas anteriores, com a incorporação dos ajustes e adequações solicitados pelo Ministério do Turismo e pela Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico. Compõe-se de um conjunto de informações necessárias à tomada de decisões, isto é, um levantamento de dados que propicia o profundo entendimento da situação atual, através de um diagnóstico estratégico, com seleção da AT a ser priorizada e definição de estratégias que originaram as ações que compuseram o Plano de Ação. Partindo dessas orientações e considerando a necessidade de alinhar o PDITS de Natal, com a política nacional e estadual de turismo e com seus programas e projetos, especialmente com o Programa de Regionalização do Turismo, bem como com o PDITS do Polo Costa das Dunas e com o Plano Estratégico Emergencial para o Turismo de Natal o 13 Pano de Ação foi estruturado e evoluiu para o presente documento a Versão Final do PDITS de Natal. Contempla o presente documento a consolidação de todos os estudos e relatórios elaborados nas diversas etapas de construção do PDITS de Natal. Assim, o trabalho foi estruturado em capítulos específicos, sendo iniciado com os Objetivos para a AT de Natal, seguido de um Diagnóstico Estratégico expandido com o maior número possível das informações técnicas (infraestrutura, oferta turística, demanda turística, mercado turístico, rede urbana, aspectos ambientais, quadro institucional, economia e sociedade, etc.). Para alcançar os objetivos do Diagnóstico Estratégico da AT de Natal foi privilegiada a coleta de dados direta nos órgãos municipais e estaduais, entidades representativas do setor e visitas campo pela cidade. As informações que não puderam ser obtidas de modo direto foram organizadas conforme disponibilidade em instituições afins em âmbito federal, estadual e municipal. Ele compreende a caracterização geral da cidade de Natal, com dados sobre os aspectos históricos, ambientais, de infraestrutura básica, sociais e econômicos, que permite melhor situar o turismo em um espaço geográfico definido e delimitado. Em seguida apresenta-se a situação do turismo na cidade de Natal, destacando os principais atrativos e produtos turísticos, suas potencialidades, a infraestrutura de equipamentos e serviços turísticos, como se dá a gestão do turismo, dentre outros. Em seguida foram destacados os principais produtos turísticos e realizada a sua classificação, determinando o seu grau de importância no quadro geral da AT de Natal, sendo possível a partir desse ranking estabelecer as prioridades de intervenção, expressas nas estratégias e ações. Com a finalização do Diagnóstico Estratégico foi possível proceder a Justificativa da Seleção da Área Turística da AT de Natal, ou seja, aquele território apto a receber investimentos, ações e projetos de desenvolvimento do turismo. Após esses itens em que foram apontadas as principais potencialidades e as fragilidades em diversos aspectos e justificada a área turística de Natal, passou-se à fase de proposição e definição de estratégias e ações que potencializem e fortaleçam a atividade turística de maneira sustentável. Nessa construção, assim como ocorreu nas etapas anteriores da elaboração do PDITS, as propostas elaboradas pela Consultoria foram discutidas em conjunto com gestores públicos, técnicos da SETUR, empresários, entidades de classe, sociedade civil, instituições de ensino e capacitação etc.; e, validadas pelo Conselho Municipal de Turismo. Também contou com as contribuições da representante do Ministério do Turismo, sempre respeitando o entendimento de que o turismo sustentável requer o envolvimento e participação de todos os setores da sociedade, a fim de que as diretrizes elencadas reflitam o desejo coletivo daqueles que serão notadamente afetados: comunidade, empresários, poder público. Para a Formulação de Estratégias de Desenvolvimento Turístico foi necessário, considerar os cruzamentos dos pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças da Matriz SWOT definida na 2ª etapa de trabalho. Os resultados da Matriz SWOT originaram as estratégias norteadoras para a definição das ações propostas para implementação do 14 PDITS, como resposta às fragilidades da Área Turística do Município de Natal, bem como alternativas para fortalecer e impulsionar as práticas de sucesso já consolidadas. Prosseguindo, foi elaborado o Plano de Ação que tem uma visão geral do conjunto de atividades e projetos de investimentos a serem realizados para o alcance dos objetivos de desenvolvimento do turismo sustentável da AT de Natal, independente da fonte de financiamento a ser mobilizada e dos órgãos responsáveis. Além disso, foram definidas as ações a serem financiadas pelo PRODETUR NACIONAL e feita a seleção e priorização das ações para os 18 primeiros meses. Também fez parte do Plano de Ação a Avaliação dos Impactos Socioambientais e o Marco Lógico, espécie de marco de resultados que apresenta os indicadores de acompanhamento e avaliação das ações propostas, além da linha de base, meta e o meio de verificação de cada ação, a fim de que se possa mensurar o nível de efetividade do PDITS de Natal. Por fim apresenta-se um capítulo, Participação Pública e Validação do PDITS, com detalhamento de todo o processo participativo, que incluiu oficinas, reuniões técnicas e comunitárias e as diversas reuniões do Conselho Municipal de Turismo, instância representativa e legítima, onde se congrega os mais diversos segmentos da atividade turística da cidade de Natal. 15 2. OBJETIVOS Para uma melhor compreensão das ações contidas no Plano de Ação apresenta-se abaixo, os objetivos do PDITS de Natal. 2.1. OBJETIVO GERAL Propor ações para fortalecer a Área Turística de Natal como importante indutor de inclusão social, de modo a elevar a qualidade dos produtos turísticos, promover a sua competitividade nos mercados regional, nacional e internacional e a geração de trabalho e renda; além da requalificação, ampliação e diversificação da oferta, e o aumento do gasto turístico e da receita do Município de Natal. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Estruturar novos produtos turísticos aproveitando o potencial para o Turismo Náutico e outras modalidades a ele associadas, num processo de ampliação das alternativas do turismo de sol e praia; Tornar os produtos turísticos da AT de Natal mais competitivos, regional, nacional e internacionalmente, incentivando o aumento da taxa de permanência e do gasto médio do turista, mediante a ampliação e diversificação da sua oferta; Promover a recuperação, proteção e preservação do patrimônio cultural e natural de Natal, como forma de garantir um meio ambiente sustentável às comunidades locais e visitantes, além de promover o uso sustentável destes atrativos; Eliminar as barreiras de acesso e de utilização nos espaços de visitação, dotando os produtos turísticos ou áreas de interesse para o turismo de condições plenas de acessibilidade; Proporcionar o desenvolvimento do turismo de eventos de modo a minimizar a os efeitos da sazonalidade e promover a diversificação da oferta turística; Promover a qualificação e capacitação dos profissionais que atuam em todas as esferas da cadeia produtiva do turismo, visando aperfeiçoar a qualidade dos serviços e produtos turísticos, bem como oferecer oportunidades à comunidade que deseja se inserir no mercado de trabalho turístico; Apoiar no aperfeiçoamento da capacidade de gestão administrativa e fiscal do município de Natal, bem como das instâncias de governança, com vistas a aumentar as receitas provenientes da atividade turística; Recuperar e ampliar a infraestrutura dos atrativos e produtos turísticos consolidados e emergentes da AT de Natal e proporcionar condições favoráveis à iniciativa privada para investir na sua melhoria; Contribuir com a melhoria dos indicadores sociais e de qualidade de vida por meio da criação de novas oportunidades de trabalho e renda para a população local. 16 3. DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO O Diagnóstico Estratégico apresenta os principais indicadores e informações disponíveis sobre o turismo, divididos em análise da infraestrutura básica e dos serviços gerais; análise do quadro institucional; análise dos aspectos socioambientais; análise do mercado turístico; análise da demanda turística potencial; análise da oferta turística. Para efeito do presente Diagnóstico foi definida como área de abrangência do estudo aqueles espaços afetados pela atividade turística, ou seja, aonde existe a prática do turismo. 3.1. ASPECTOS HISTÓRICO-CULTURAIS 3.1.1. Formação Histórica O Município do Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte foi criado através de Lei em 25 de dezembro de 1599. Pertence, segundo o IBGE, a Microrregião de Natal, na zona homogênea denominada Litoral Oriental. Consta nas literaturas, Cascudo (1980) que as áreas litorâneas do Rio Grande do Norte – incluindo-se aí o município de Natal, eram habitadas por tupis originários do Paraguai e do Paraná, que receberam o nome local de potiguares; tinham como idioma o abanheenga, língua aglutinativa de reflexões verbais. O litoral do Rio Grande do Norte foi alvo de disputas acirradas entre portugueses, franceses e holandeses. Isso porque, tratava-se de uma região estratégica para a conquista de novos territórios: no Rio Potengi era possível esconder as naus e dali partir na direção norte ou sul de nosso país. Percebendo o risco da situação de abandono em que se encontrava o litoral norte e nordeste do Brasil, e diante da constante ameaça de invasão francesa no Rio Grande do Norte, Felipe II ao anexar Portugal e suas colônias ao domínio espanhol determinou a expulsão dos franceses do litoral, a construção de uma fortaleza e a fundação de uma cidade. Através de duas cartas régias (09/11/1596 e 15/03/1597) iniciou-se o processo de colonização do Rio Grande do Norte. A cidade de Natal teve sua origem com a construção da Fortaleza dos Reis Magos. Figura 1 - Forte dos Reis Magos. Fonte: Site - www.natal.rn.gov.br, 2013 17 Natal foi fundada em 25 de dezembro de 1599 por João Rodrigues Colaço, na época Capitão da Fortaleza dos Reis Magos. As primeiras nucleações começaram a surgir no entorno da Fortaleza, com a construção da Igreja Matriz. Entretanto, não houve uma preocupação voltada para a construção de prédios públicos. A fortaleza era suficiente. Nessa época duas atividades principais se desenvolveram na cidade: a construção da fortaleza realizada por soldados, os quais sofriam constantes ataques dos nativos e o trabalho de catequese dos religiosos que procuravam conciliar o homem branco com o nativo e auxiliar no tratamento e recuperação daqueles que adoeciam. De acordo com Medeiros Filho (2002), em 1598, Natal já era freguesia e já possuía uma paróquia – que mais tarde se transformaria na Igreja Matriz – com o título de Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, podendo ser visitada ainda hoje no bairro da Cidade Alta. Os anos seguintes apresentaram uma lenta expansão. A maneira de viver da população se resumia as atividades agrícolas de subsistência através dos roçados, quase nenhuma criação de gado e algum sal marinho que era extraído nas marinhas localizadas no Rio Igapó. O desenvolvimento lento da cidade de Natal foi ainda mais prejudicado no período posterior, quando houve a invasão holandesa, que deixou prédios e documentos destruídos, retardando ainda mais o crescimento da cidade. Até a ocorrência da invasão holandesa, a primeira “casa” existente na cidade de Natal, foi a Fortaleza dos Reis Magos. Essa edificação servia de residência do Capitão-Mor, além de abrigar a sede da administração da capitania, concentrar o comando militar e o quartel, oferecer moradia aos soldados e servir de refúgio para os colonos. Apesar de antiga, em 1700, a região tinha apenas a Rua Grande, em frente à Igreja Matriz e as atuais ruas de Conceição e Santo Antônio. Já, em 1810, tinha praça, três igrejas, o Palácio da Câmara e a prisão, mas o seu crescimento foi muito lento vindo a se desenvolver a partir de 1922, tendo como seus primeiros bairros a Ribeira e Cidade Alta, de acordo com Koster (2002). A privilegiada localização da cidade de Natal, que lhe faz próxima dos continentes europeu e africano, lhe rendeu momentos de glória no cenário mundial. Durante a II Guerra Mundial, Natal deu significativa contribuição ao sucesso dos países aliados. Isso porque em 1942, com a construção da Base Militar Americana, a cidade abrigou mais de 10.000 soldados americanos, o que influenciou diretamente na mudança dos hábitos dos natalenses, principalmente na população feminina. Foram incorporados na vida do natalense hábitos que não faziam parte do cotidiano como frequentar bailes, o hábito de fumar para as mulheres, as moças passaram a agir com mais autonomia, entre outras mudanças que passaram a dar à Natal um estilo tipicamente americano. 3.1.2. Contexto do Patrimônio Arquitetônico Por volta do século XVI, a economia do Rio Grande do Norte era basicamente de subsistência, concentrando-se na pesca, pecuária e agricultura. No início do século XVII, ocorre o desenvolvimento da exploração da cana-de-açúcar na região, nas proximidades de Natal. Dentro dessas grandes propriedades foram erguidas casas-grandes próximas aos engenhos, sendo a maioria dessas edificações datadas do século XIX. São construções 18 grandes e bastante luxuosas localizadas em Natal. Em paralelo a exploração da cana-deaçúcar, destacou-se o cultivo do algodão, entre a década de 1880 e 1905, que posteriormente, ultrapassaria em importância as exportações do açúcar na economia norterio-grandense. Apesar do cultivo do algodão se dá no espaço rural, ele teve o poder de alavancar o desenvolvimento regional, estruturando o espaço urbano de forma bastante significativa. Esse modo de produção impulsionou a arquitetura e o urbanismo da cidade, fazendo surgir ruas, praças e lotes urbanos estreitos/longos e de traçados razoavelmente regulares, como também, os sobrados, comuns em alguns bairros, de acordo com Medeiros (2002). Os sobrados denotavam linhas arquitetônicas mais simples, retilíneas, com influência do período colonial brasileiro. Em muitos edifícios as fachadas apresentavam portas e janelas com vergas em arcos circulares arredondados, ou retos. Muito frequente na região foram as platibandas de balaustres. O “status” social das edificações se afirmava não só pelas dimensões e número de pisos, como também pelos adornos, pelos porões altos e forros de madeira, janelas com vidros ou venezianas e fachadas com cunhais e frisos decorados. De todos os imóveis da época, classificados sobre o estilo arquitetônico, identifica-se a predominância do ecletismo em Natal. Destacam-se os elementos e adornos formais característicos da Europa do fim do século XVIII, com a presença de cornijas (elementos horizontais salientes, originalmente com a função de pingueiras) decorativas nas platibandas (retas ou triangulares) e molduras dos vãos; platibandas em forma de frontão (triangulares) e vãos em arco pleno. Já o modernismo característico dos anos 1950/1960 presentes nos centros urbanos brasileiros é predominantemente encontrado nas residências de Natal (basicamente, nos bairros de Petrópolis e Tirol), com formas próprias ou derivadas do chamado "Estilo Internacional". A reunião das características formais comuns dos anos 1920 e 1930 que receberam atualizações estilísticas posteriores, através da incorporação dos elementos formais modernistas, definiram-se o estilo eclético moderno. Logo, à tendência colonial modernista é a união das características formais comuns à arquitetura vernácula, legada de tempos coloniais, a aspectos modernistas. Quanto às condições dos imóveis em relação à estrutura, grande maioria está em bom estado de conservação. Como mencionado anteriormente, do patrimônio histórico arquitetônico urbano avaliado, ganha destaque os conjuntos pela variedade de estilos arquitetônicos, graus de conservação dos imóveis e número de edificações de representativo valor histórico. Portanto, serão mencionadas a seguir algumas características peculiares em termos das qualidades edilícias ou pelo conjunto arquitetônico definidor de um cenário histórico-cultural. 19 Figura 2 - Memorial Câmara Cascudo Fonte: START - Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda. 2013. Figura 3 - Palácio da Cultura (Pinacoteca) Fonte: START - Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda. 2013. Hoje, essa área é reconhecida como Centro Antigo de Natal e concentra cerca de 74% (33 edificações) do total de 45 bens móveis e imóveis tombados no município. Segundo Valério Medeiros (2002), os bairros apresentam cerca de 1.719 edificações com filiações estilísticas variadas. Na região da Cidade Alta observa-se que os poucos exemplares remanescentes do período colonial estão no entorno da Praça André de Albuquerque. Já, os imóveis ecléticos se dispõem mais uniforme, embora haja um agrupamento no eixo da Av. Junqueira Aires, e os modernistas na área de concentração comercial. A respeito do estado de preservação, 52% do total das edificações apresentam vestígios arquiteturais do seu período estilístico. Tabela 1 - Correlação entre Estado de Preservação e Período de Filiação Estilística. Estilo Colonial Colonial+Eclético Eclético Eclético + Protomoderno Protomoderno Moderno Outro Total Preservado 12 17 152 247 140 289 28 885 Modificado 0 10 98 114 107 208 31 568 Descaracterizado 3 19 81 37 41 72 13 266 Total 15 46 331 398 288 569 72 1719 Fonte: MEDEIROS, 2002, p. 139. Cabe destacar a discussão sobre a importância da reabilitação do Centro Histórico de Natal, com definição e adequação do Corredor Cultural, como produto turístico. O município de Natal já criou dispositivos legais necessários para dar suporte à implementação das ações necessárias e legitimar a vontade popular de reativar a vida sociocultural e econômica da região. Estão previstas a recuperação e dinamização da área do ponto de vista físico, histórico e cultural, ambiental e funcional, reforçando seu potencial. Para tanto, serão melhoradas as condições de acessibilidade, de conforto ambiental e verificada a 20 possibilidade de concentração e diversidade de usos. O objetivo geral visa a recuperação do patrimônio histórico, cultural e natural com base na interpretação física, funcional e simbólica, de modo a promover a sua revitalização urbanística, social, cultural, econômica, através da realização de ações de preservação do patrimônio histórico-cultural de todo seu circuito, através da intervenção urbana dos prédios envolvidos, da sinalização das ruas, praças e monumentos e o apoio aos eventos e manifestações culturais. Atualmente, conforme informação da SETUR/RN, o projeto para implantação do Corredor Cultural encontra-se em elaboração, através do órgão de turismo estadual, e busca aperfeiçoar a gestão do patrimônio histórico-cultural local, a fim de criar condições para a implantação de programas que priorizem a conservação das edificações e a revitalização da área, com o aumento de sua utilização cultural e social, e que potencialize economicamente a área de abrangência do projeto. Outra ação orientada para impulsionar o turismo cultural da cidade, informado pela SETUR/RN, é a implantação do Centro Cultural Rampa, que envolve o Museu da Rampa e o Memorial do Aviador, que será realizada pelo Governo do Estado. Esse espaço irá resgatar parte da história do movimento aviatório em Natal, mostrando desde o período de colonização a conexão aérea de Natal com a Europa em decorrência da sua situação geográfica estratégica; a travessia dos portugueses Sacadura Cabral e Gago Coutinho, em 1922, quando inicia esse movimento e sua intensificação a partir de 1926, somado a outros fatos ligados a aviação. Além disso, o Museu irá contar a história da cidade de Natal, no período de 1900 a 1945, enfatizando toda a importância da presença da força aérea brasileira na região, onde tem mantido um importante comando militar, responsável pela formação de centenas de pilotos da FAB e para aviação comercial brasileira. Também constará do acervo a implantação do primeiro campo de lançamento de foguetes no Brasil, que permitiu a construção de um veículo lançador de satélites, e fez com que Natal fosse conhecida como Cidade Espacial. 3.1.3. Bens Culturais de Natureza Imaterial Na cultura de Natal predomina a comercialização do artesanato; a gastronomia típica; as manifestações de usos tradicionais e populares; e, os dados da história, personagens e lendas. Um dos traços culturais inconfundíveis da população é o artesanato que se destaca pela produção de adornos e objetos de decoração feitos em madeira, conchas do mar e bucha de coco. O emprego da matéria-prima e a técnica para a produção do artefato variam visto que se produzem, também, as tecelagens, renda e bordados. Devido a grande variedade de artefatos, Natal possui diversos pontos de vendas de artesanatos. São feirinhas típicas ou locais para exposições, como os centros de comercialização em pontos de maior fluxo turístico da cidade. Frente a essa diversidade de produtos e de locais para a venda seria importante se propor ações e incentivos para atividade do artesanato, considerando sua expressão cultural muito forte e sua capacidade de gerar emprego e renda, fixar o homem em suas comunidades de origem e poder, com pequenos investimentos, contribuir significativamente para o desenvolvimento das várias regiões. 21 Quadro 1 - Elementos de destaque da culinária e artesanato. Culinária Artesanato Castanha de caju, doces de frutas, carne de sol, frutos do mar (notadamente o camarão) e a ginga com tapioca. Bordado, bijuterias fabricadas com metal e minerais diversos, redes, tapeçarias, roupas de praia feitas de crochê e objetos de enfeite em couro ou madeira, como barcos em miniatura, peixes, ferramentas indígenas e até santos. Fonte: Site- www.setur.rn.gov.br. A gastronomia destaca-se principalmente pelas bem elaboradas receitas feitas com camarão, peixes e demais frutos do mar, como também, a carne de sol acompanhada com feijão verde, macaxeira, manteiga de garrafa e farofa d'água. Sobressai-se como sobremesa os doces feitos de frutas da região, como caju, mamão, coco, cajá, entre outras. Apesar dos variados pratos típicos, existem restaurantes e bares direcionados ao turismo em Natal, com ambiente diferenciado, que destaca o cardápio, a decoração, os utensílios, o vestuário e até mesmo o comportamento dos atendentes. O folclore na região é bastante rico e apresenta vários autos e manifestações populares, tendo como destaque os autos e danças folclóricas, tais como: a) Pastoril - que são cantos, louvações, entoadas diante do presépio na noite de Natal, vindo a simbolizar o nascimento de Jesus; b) Fandango - que retrata a grande influência portuguesa nos passos das danças e expressões contidas nas jornadas. O enredo desse evento grita em torno de um navio perdido no mar por sete anos e um dia, correndo a tripulação perigo de incêndio, calmaria e tempestade; c) Boi de Reis - tradicional Bumba Boi, cuja primeira apresentação do ano é realizada diante de uma igreja para que todos os brincantes sejam abençoados por Deus. Apresentam-se em palanques ou residências, quando são chamados; e, d) Coco - dança de roda em que não há qualquer enredo dramatizado, da qual o público pode participar, já que não é exigida uma indumentária padronizada, ao contrário dos autos. Quadro 2 - Bandas de Músicas e Grupos Folclóricos e Artísticos Bandas de Música Banda de Música Centro Social de Brasília Teimosa Grupos Folclóricos e Artísticos Congos de Calçola de Ponta Negra, Boi de Reis de Manoel Marinheiro de Felipe Camarão, Grupo Folclórico Estrela do Oriente Natal, Sociedade Araruna de Danças Antigas e Semidesaparecidas Fonte: FUNCARTE e Fundação José Augusto, 2013. A musicalidade potiguar é bastante representativa em Natal, merecendo destaque na cultura potiguar não apenas as bandas musicais relacionadas acima, como também, músicos que atuam na noite de Natal e alhures, conforme dados da FUNCARTE e Fundação José Augusto, como é o caso de: Carlos Zen, Galvão Filho, Babal, Sueldo Soares, Valéria Oliveira, Lane Cardoso, Pedrinho Mendes, Rejane Luna, Isaque Galvão, Cleudo e seus 22 Bambeloucos, Khrystal, entre outros tantos. Além das bandas: Perfume de Gardênia, Uskaravelho, Peixe Coco e Jane Fonda, etc. Também tem aqueles que trabalham e constroem o circuito musical da terra, ou seja, Elino Julião, Hianto de Almeida, Tonheca Dantas, Felinto Lúcio, Trio Iraquitan, Núbia Lafayette e Glorinha Oliveira, entre outros. Os festejos juninos e religiosos podem ser considerados bens culturais de grande significação para a cultura local e fazem parte do calendário da cidade. O festejo religioso tem o poder de redirecionar as práticas do cotidiano, onde toda a cidade participa se vestindo com roupa nova e de festa, em louvor ao seu padroeiro(a), reforçando a identidade de uma região festiva e acolhedora. Destacam-se, principalmente, as festividades religiosas de Santos Reis, em janeiro, e da Padroeira Nossa Senhora da Apresentação, em novembro. As comemorações juninas estão relacionadas com a festa de São João, com quadrilha junina, culinária típica, entre outros. Em relação aos costumes direcionados as manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas, estes ainda não têm grande expressão. O incentivo do poder público ainda é muito tímido, embora existam os Pontos de Cultura que são iniciativas desenvolvidas pela sociedade civil que, após seleção por edital público, firmam convênio com a Secretaria de Cultura do Estado e o Ministério da Cultura, e tornam-se responsáveis por articular e impulsionar ações que já existem nas comunidades como as que envolvem a Arte e Educação, Cidadania com Cultura e Cultura com Economia Solidária. Quadro 3- Lista dos Museus e Pontos de Cultura. Museus Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão Museu Memorial Manoel Lino de Paiva Martins Museu de Odontologia Museu da Imprensa Eloy de Souza Museu Memorial de Medicina Museu Memorial Aluízio Alves Memorial Monsenhor Expedito Museu Câmara Cascudo Museu Ary Parreiras Museu Fortaleza dos Três Reis Magos Museu Casa Café Filho Museu Arte Sacra do RN Memorial Câmara Cascudo Museu Câmara Cascudo Pinacoteca do Estado Entidade responsável pelos Projetos Pontos de Cultura Culturais desenvolvidos nos Pontos Projetos Culturais de Cultura Escola Potiguar das Artes do Circo Escola Potiguar das (EPAC) Artes do Circo Associação de Moradores da Redinha No Balanço da Redinha (AMOR) Cascudo: Conta Lá que Trotamundos Cia e Arte Eu Conto Cá Instituto Técnico de Estudos Cinema Para Todos Cinematográficos (ITEC) Bodega Digital - Favela Posse de Hip Hop Lelo Melodia Sorri Pontos de Cultura Grupo de Teatro Clowns de Ponto de Cultura Suplente, Pontos Shakespeore Barracão Mambembe de Cultura da FJA Associação Gira Dança Giratório e Ponte de Cultura Movimento de Valorização Arte MINC O Pium Educação Centro de Estudos, Pesquisa e Ação Tecido Cultural Cultural Associação República das Artes Boivivo Organização Feminista Bandeira Lilás Associação Cultural do Bom Pastor Artes e Traquinagens Associação Grupo de Teatros e Facetas, Mutretas e outras histórias Mulheres Arteiras Avança Bom Pastor Mãos nas Artes Ponto de Cultura Reboliço Fonte: Fundação José Augusto, 2013. Do que foi exposto aqui sobre o patrimônio histórico e cultural é importante reforçar a subutilização desses bens, enquanto potenciais atrativos turísticos. A realidade desse patrimônio tem sido bastante denunciada pela imprensa, uma vez que os remanescentes históricos da cultura material sequer recebem dos organismos públicos a devida 23 preservação e conservação. Os poucos existentes que obtiveram alguma atenção apresentam aproveitamento turístico incipiente. É comum o visitante chegar a um bem histórico e arquitetônico e apenas se limitar à simples admiração passiva. Quando muito são realizadas visitas monitoradas, frequentemente enfadonhas em suas explanações, sempre iguais e repetitivas, independente do perfil dos visitantes. Pouquíssimos, ou quase nada de esforço tem sido feito até agora para se levantar as características dessa demanda e adequar às visitas a seus interesses específicos. Com esse quadro fica fácil de entender por que o turismo cultural em Natal não ganha espaço. Embora alguns sintomas já se façam presentes, especialmente, no discurso de planejadores e estudiosos, levados pelo apelo que sacode o país da necessidade de resgate da história regional. Tudo isso, em médio prazo, tende a produzir benefícios para o turismo cultural. É preciso que seja entendido que o turismo cultural mesmo ocupando posição secundária em relação ao turismo de sol e mar, ele tem sua importância do ponto de vista econômico, pois não depende das condições climáticas, como acontece com os recursos naturais. A sazonalidade, embora exista, é menor quando a atrativo é a cultura. Assim, tanto no verão, com o calor intenso, quanto no período chuvoso à cidade pode se manter atrativa. 3.2. PLANEJAMENTO DO TURISMO: PRINCIPAIS MARCOS REGULATÓRIOS 3.2.1. Os Planos Nacionais de Turismo – 2003/2014 A discussão e análise dos Planos Nacionais de Turismo permitem que se faça uma reflexão sobre as perspectivas de desenvolvimento do Turismo brasileiro para os próximos anos, bem como se constitui num marco para orientar a elaboração de planos de desenvolvimento para o turismo articulados com a política nacional. A partir de 2003 o governo brasileiro conferiu ao Turismo um status importante na administração pública federal com a criação do Ministério do Turismo, em 01.01.03 (Medida Provisória nº 103). Acompanhando essa medida, pouco tempo depois, em 29 de abril de 2003, foi formulada a política de turismo para o Brasil, através do Plano Nacional de Turismo 2003/2007, num claro reconhecimento da importância que tem este setor na economia do país, por sua capacidade de dinamizar diversos setores produtivos, gerar riqueza, empregos e renda e, ainda em momentos de crise o setor de turismo se sobressai pelo importante papel que assume para as sociedades. Entre os objetivos gerais que o PNT apresenta estão: desenvolver o produto turístico brasileiro com qualidade, contemplando as diversidades regionais, culturais e naturais; e, estimular e facilitar o consumo do produto turístico brasileiro nos mercados nacional e internacional. Com base nessa orientação, estados e municípios foram estimulados com a participação da sociedade a estabelecer suas prioridades, construindo planos de desenvolvimento para o turismo, a exemplo do PDITS, voltados para seus interesses, mas tendo como bússola o Plano Nacional de Turismo. Tendo como referência os resultados obtidos com o PNT 2003/2007 algumas questões foram reformuladas e, a partir disso foi construído um novo documento, o Plano Nacional de 24 Turismo lançado para o período de 2007/2010. Tal plano contemplou alguns aspectos antes não previstos, ampliou a perspectiva do fortalecimento do mercado interno e trouxe um novo elemento para ser incorporado nos programas e ações a serem implementadas pelo setor para o desenvolvimento da atividade. Trata-se da inclusão social, onde o brasileiro deve ser o principal beneficiado pelo desenvolvimento do turismo. Para isso o PNT destacou a importância de se aumentar a oferta doméstica e a interiorização com objetivo de ampliar a participação do turismo no consumo das famílias. Além disso, foram expressos nos objetivos gerais do PNT que o produto turístico deve contemplar as diversidades regionais, culturais e naturais e que deve fomentar a competitividade nos mercados nacional e internacional. No final de 2010 o Ministério do Turismo com base na necessidade de ampliar a oferta turística valorizando as diversidades regionais e as particularidades do Brasil e reconhecendo as tendências de consumo que vêm mudando reafirmou a segmentação como estratégia para estruturação e comercialização de destinos e roteiros turísticos brasileiros. Tal atitude se efetivou na estruturação, desenvolvimento e promoção de novos produtos como resultado de um esforço coletivo para diversificar e interiorizar o turismo no Brasil, com o objetivo de promover o aumento do consumo dos produtos no mercado nacional e inseri-los no mercado internacional. Para facilitar o conhecimento sobre os diversos segmentos de turismo o Ministério do Turismo divulgou nove Cadernos de Orientações Básicas de Segmentos Turísticos com o objetivo de difundir informações atualizadas para interessados que atuam no setor, entre os destacam-se: Negócios e Eventos, Cultural, Sol e Praia, Náutico, Ecoturismo, Rural, Aventura, de Pesca, de Saúde. Com o PNT 2007/2010 observou-se um avanço do turismo como fator de inclusão social, com mais brasileiros viajando, o aumento na geração de emprego e renda e uma maior integração do poder público, iniciativa privada e a população local na definição de programas e ações para o desenvolvimento da atividade turística, No entanto ficou evidenciado que maiores benefícios resultantes da implementação do PNT 2007/2010 somente poderiam ocorrer em médio prazo, em função da lógica de exclusão imposta pela economia mundial. Como se podem observar os dois planos o turismo apresentaram resultados bastante positivos nos últimos anos e a atividade se encontra em pleno processo de consolidação no país como importante vetor de desenvolvimento socioeconômico. Tais resultados têm sido conseguidos, graças ao contexto favorável que os planos de 2003 e 2007 criaram de gestão descentralizada do turismo, que permitiu uma ampla interlocução entre as diversas instâncias de governo e os diversos órgãos colegiados nos âmbitos nacional, estaduais, municipais, regionais e macrorregionais. Nesse contexto foi elaborado o Documento Referencial Turismo no Brasil 2013/2016 com reflexões, análises, projeções e proposições que traduzem o pensamento e as expectativas desses diversos atores que integram o sistema de gestão do turismo brasileiro. Esse documento constituiu-se em referência fundamental para a elaboração do Plano Nacional de Turismo 2013/2016 lançado recentemente pela presidente Dilma Rousseff. A ideia que norteia o Plano Nacional do Turismo 2013/2016 é que ele seja um instrumento poderoso para que o país enfrente a crise econômica internacional. Para isso estão sendo definidos seis grandes objetivos: o incremento das viagens nacionais; a ampliação do turismo internacional no Brasil; o fortalecimento da gestão descentralizada do turismo; 25 aumento da qualidade com foco no turista; aumento da competitividade do setor e, por último, a realização de megaeventos, em especial a Copa do Mundo de 2014. 3.2.2. O Plano de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Natal Aproximando-se mais do planejamento do turismo para Natal e focalizando a região, no seu planejamento recente, destaca-se o Plano de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Natal - PDRMN, desenvolvido pelo Governo do estado do Rio Grande do Norte, com consultoria técnica da CEPLAN e UFRN (2008). O Plano abarcou nove municípios formadores da RM Natal, sendo que destes, oito estão inseridos no Polo Costa das Dunas. Embora esse Plano Metropolitano não tenha sido direcionado exclusivamente ao turismo, contém elementos fundamentais para o desenvolvimento do turismo no litoral, pois foram estabelecidos diagnósticos e cenários para quase metade dos municípios do Polo, entre eles aqueles onde o turismo está consolidado e em consolidação. Em relação às tendências e diretrizes o PDRMN destacou para o turismo: Crescimento mundial do movimento turístico, com realce para o turismo cultural e ecológico, contemplando também a expansão do turismo da chamada terceira idade, estimulado pelo envelhecimento da população mundial com renda elevada; Crescimento contínuo da demanda por turismo no mundo, fator de fundamental importância para uma região que tem vocação natural para as atividades turísticas e que vem crescendo de forma intensa; Como preocupação, o PDRMN destacou a continuidade do fluxo de turismo baseado em diversão noturna com foco em práticas sexuais e a especulação imobiliária no litoral. O PDRMN propôs então estabelecer para a Região Metropolitana do Natal três macrozonas de ordenamento e dinâmica econômica: uma zona central (com Natal e Parnamirim como municípios concentradores), uma zona de turismo que partindo de Natal irradia ao sul e ao norte pelo filamento litorâneo e uma zona interiorizada definida pelo espaço rural dos demais municípios. O PDRMN foi finalizado em 2008, sua apresentação ao Governo Estadual e à Câmara Metropolitana foi realizada e espera-se sua implementação como elemento fundamental para o desenvolvimento da região como um todo, incluindo a sobreposição com o Polo Costa das Dunas. 3.2.3. O PRODETUR e o PDITS do Polo Costa das Dunas O Programa de Desenvolvimento do Nordeste PRODETUR/NE foi criado no início da década de 1990, por iniciativa dos governadores nordestinos, com a anuência da Presidência da República, com o objetivo de investir no desenvolvimento do turismo, aproveitando a potencialidade existente. Anteriormente, o Sul e Sudeste haviam sido as regiões privilegiadas na alocação de recursos financeiros federais para investimento em infraestrutura turística, ficando o Nordeste sempre em segundo plano. 26 A primeira fase do PRODETUR/NE contemplou os estados nordestinos, e no Rio Grande do Norte abrangeu os municípios de Natal, Parnamirim, Extremoz, Ceará-Mirim e Nísia Floresta, sendo caracterizada por investimentos em infraestrutura de serviços públicos, notadamente nas áreas de acessos rodoviários e aeroportos, causando um significativo impacto nas regiões beneficiadas. O PRODETUR I - RN foi instrumento indutor de desenvolvimento socioeconômico da área costeira do Estado do Rio Grande do Norte com aplicação de recursos nos seguintes componentes: Saneamento Básico (esgotamento sanitário); Implantação de Centro de Visitação do Parque das Dunas em Natal; Desenvolvimento Institucional; Melhoramento do Aeroporto de Natal; e Melhoramento de Estradas. Os recursos do PRODETUR I para o Estado do Rio Grande do Norte foram da ordem de US$ 41.870.822,00, mais os custos financeiros. Com a conclusão das intervenções previstas nessa primeira etapa, observou-se um crescimento da atividade turística, traduzidos pela elevação do número de empreendimentos turísticos, pela evolução do fluxo de turistas na região, inclusive extrapolando os limites físicos da área beneficiada, produzindo-se resultados econômicos e sociais demonstrados pela evolução dos números de empregos e receitas geradas após a implantação das ações previstas. Apesar do salto quantitativo no turismo potiguar após 1995, com o PRODETUR I, permaneceu um conjunto de deficiências apontadas como ameaças a sustentabilidade da atividade econômica no Polo Costa das Dunas, provocando uma maior preocupação em relação à operacionalização do turismo a nível local. O PRODETUR II teve, então, a tarefa de estruturar os municípios, de forma planejada para garantir o efetivo controle do uso do solo e dos recursos naturais existentes, a capacitação da mão de obra local e conscientização da população para se inserir no contexto e saber como se beneficiar com o desenvolvimento do turismo. Partindo dessas constatações e do entendimento de que os investimentos do PRODETUR II só seriam viabilizados a partir de prévios processos de planejamento das regiões turísticas, surgiu a necessidade da elaboração do PDITS como instrumento indicativo das intervenções públicas para o desenvolvimento do turismo. Atendendo a essa orientação foi elaborado para o Polo Costa das Dunas o PDITS/2003 que detectou a necessidade de se complementar a infraestrutura de serviços urbanos básicos, objetivando resultados que garantissem o futuro e a sustentabilidade da atividade turística. Com base no plano de ação do planejamento estratégico do PDITS/2003, os recursos do programa contemplaram: consultoria, capacitação, estudos e projetos, rodovias, projetos ambientais, implantação de sistema de esgotamento sanitário. Também foram previstas ações de fortalecimento institucional que propuseram a melhoria da eficácia da gestão do turismo; ampliação da participação da sociedade no controle social; redução dos impactos negativos das atividades turísticas; bem como a melhoria no atendimento. 27 A Área de Planejamento do PDITS/2003 foi composta pelos municípios de Arez, CearáMirim, Extremoz, Natal, Nísia Floresta, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Senador Georgino Avelino e Tibau do Sul. O Contrato de Empréstimo que possibilitou o Rio Grande do Norte executar as ações do PRODETUR/NE II previa um financiamento no valor de US$ 21.300 milhões, tendo sido 100% desse valor comprometido, e, até junho de 2011 houve um desembolso de 77,5%, o que corresponde a aproximadamente US$ 16.500 milhões. Ressalta-se que do valor total do contrato, a contrapartida local representou 40%, ou seja, caberia ao Estado executar ações, seja com recursos próprios ou oriundos de convênios com o Ministério do Turismo, que somassem um valor total de US$ 17.775 milhões. É inegável que as duas etapas do PRODETUR/NE conferiram ao turismo uma posição privilegiada, como uma das principais atividades econômicas do Estado. Com suas ações múltiplas o PRODETUR II ajudou a formar um ambiente plenamente competitivo e concorrencial para o turismo potiguar, atraindo investidores de vários países europeus, trazendo um impacto bastante positivo não apenas para o desenvolvimento do turismo do Polo Costa das Dunas, bem como irradiou dinamismo para outras regiões do estado, proporcionando a criação de mais quatro Polos Turísticos: Costa Branca, Seridó, Agreste/Trairi e Serrano. Se por um lado, as ações do PRODETUR I e II associadas ao esforço continuado do poder público estadual na implementação de políticas de desenvolvimento permitiram ao turismo potiguar assumir uma magnitude diferenciada no Nordeste e no Brasil, por outro passou a exigir das regiões turísticas ações que buscassem a consolidação de um modelo de desenvolvimento do setor que contribuísse para uma visão integrada do turismo brasileiro. Assim, as regiões que pleitearam recursos do PRODETUR Nacional tiveram que elaborar novos PDITS sob a égide da nova política. O Rio Grande do Norte buscando integrar-se ao Programa de Regionalização do Governo Federal e expandir o turismo para outras regiões elaborou PDITS para os polos Costa das Dunas, Costa Branca e Seridó. O PDITS do Polo Costa das Dunas na sua segunda versão, concluída em junho de 2011, teve caráter de revisão e complementação do PDITS/2003, e abrangeu os seguintes municípios: Pedra Grande, São Miguel do Gostoso, Touros, Rio do Fogo, Maxaranguape, Ceará-Mirim, Extremoz, Natal, Senador Georgino Avelino, Tibau do Sul, Baía Formosa, Canguaretama, Arez, Nísia Floresta, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba e São José de Mipibú, conforme figura abaixo. 28 Figura 4- Polo Costa das Dunas. Fonte: PDITS RN, 2011. Na revisão do PDITS do Costa das Dunas alguns elementos fundamentais foram considerados para a formulação de um projeto de desenvolvimento turístico sustentável no nível local e regional: a) o modelo turístico adotado e o que poderia ser desenvolvido, com base na avaliação dos atrativos e produtos turísticos efetivos e potenciais; análise das condições da oferta atual; e, na identificação dos mercados emissores e do perfil do turista a ser atraído, além da avaliação dos impactos produzidos pela atividade; b) a urbanização e o grau de organização do território para que o turismo pudesse respeitar a identidade cultural e urbana das localidades; c) a gestão do turismo na escala regional e local; e, d) a política de turismo vinculada à promoção e a comercialização de um produto com qualidade. O diagnóstico estratégico do Polo Costa das Dunas evidenciou que o turismo na região não acontece de forma homogênea ou natural, sendo a sua expansão e ritmo condicionada aos investimentos realizados em cada parcela do território e que responde fortemente a uma série de fatores inter-relacionados, cuja importância está relacionada a o tipo de turismo (sol e mar, cultural, de negócios, de aventura, etc.) que se deseja priorizar e desenvolver e da escala com a qual se defina como a mais adequada para a localidade. A partir dessa constatação definiu-se a “Área Turística”, ou seja, aquele território apto a receber investimentos, ações e projetos de desenvolvimento do turismo, com a seguinte configuração: Área Turística do Polo Costa das Dunas NÍVEL 1: Natal e Tibau do Sul: destacaram-se por possuir produtos consolidados, como também considerou o estudo dos 65 Destinos Indutores (Portões de Entrada). NÍVEL 2: Nísia Floresta, Parnamirim, Baía Formosa, São Miguel do Gostoso, Maxaranguape, Ceará-Mirim e Extremoz: possuidores de produtos diversificados, em processo de consolidação e capacidade de transformação em novos produtos; NÍVEL 3: Touros, Rio do Fogo e Canguaretama: produtos em processo de desenvolvimento; 29 NÍVEL 4: São Gonçalo do Amarante, Macaíba, São José de Mipibu, Pedra Grande, Senador Georgino Avelino, Arez: início das atividades. Ficou evidenciado que na AT do Polo Costa das Dunas o segmento principal com forte poder de atratividade é o turismo de sol e praia, presente em maior ou menor escala nos 14 municípios litorâneos, mas com potencialidade para desenvolver e fortalecer o turismo cultural, de aventura e ecoturismo e desenvolver o turismo náutico. Estes sendo alvo de inversões poderiam se tornar um complemento à oferta atual, seja pela possibilidade de maior aproveitamento dos recursos naturais e culturais existentes, ou na perspectiva de se incorporar outros fatores na motivação principal (sol e praia) para os turistas que chegam ao Polo. Como síntese das análises realizadas o PDITS/2011 definiu as estratégias de desenvolvimento turístico considerando na área turística a existência de produtos e destinos turísticos em diferentes estágios de desenvolvimento e aproveitamento, tendo no turismo de sol e praia o seu segmento de maior projeção. Foram definidos três destinos turísticos principais para o Polo Costa das Dunas, considerando os segmentos de turismo prioritários (sol e praias, náutico, cultural e de aventura/natureza): Natal, Pipa e São Miguel do Gostoso, cada um dos quais apresentando características específicas e, portanto, necessidades distintas de ações para a consecução de seus objetivos estratégicos para o incremento do turismo nos segmentos priorizados. O Destino Natal abrangeu o Produto Natal, Produto Pirangi/Nísia Floresta e Produto Jenipabú, exercendo ainda forte influência nos destinos São Miguel do Gostoso e Pipa. Para efeito do presente estudo será detalhado apenas o Produto Natal, conforme apresentado no PDITS/2011: Produto Natal: Descritivo: Natal é o principal portão de entrada de turistas do Rio Grande do Norte. A capital do estado é a cidade com melhor infraestrutura turística, tornando-se o centro distribuidor de turistas para todo o Polo. Além de sua própria oferta, que conta com atrativos naturais (praias, reserva de mata atlântica) e histórico-culturais (Fortaleza dos Reis Magos, Corredor Cultural, Museu da Rampa, etc.) ainda agrega produtos e atrativos oferecidos pelos demais municípios do Polo Costa das Dunas, especialmente aqueles associados ao turismo de sol e praia. Tipo de Turismo: Turismo de natureza/aventura; Turismo náutico. Estágio de desenvolvimento: Destino maduro. Objetivo estratégico: Diversificar a oferta de sol e praia a partir da incorporação de outros espaços naturais e da estruturação e utilização do patrimônio histórico-cultural para fins turísticos, como forma de aumentar o gasto turístico na localidade. sol e praia; Turismo cultural; Turismo de Entendendo-se que a atividade turística de Natal está prioritariamente relacionada ao segmento de sol e praia, bem como associada à ideia de estruturar novos atrativos e produtos turísticos para um aumento da demanda, o PDITS/2011 propôs ações e projetos distribuídos pelos componentes de planejamento do PRODETUR Nacional, convergindo para esses objetivos estratégicos. Tais ações e projetos foram concebidos para Natal e 30 demais municípios abrangidos pelo Plano visando, especialmente o desenvolvimento do turismo de sol e praia, turismo cultural, turismo náutico e turismo de natureza/aventura, buscando-se como um dos resultados imediatos o aumento do gasto médio por turista. Desse modo ficou bastante claro que as ações propostas para Natal fazem parte de um contexto de fortalecimento dos produtos já existentes e também do incentivo a novos segmentos e destinos turísticos, tendo como base o turismo de sol e mar, o turismo cultural, bem como o turismo náutico. No entanto, há que se ressaltar que até o momento o Governo do Estado ainda não assinou contrato de empréstimo com o BID para dar início e execução dos serviços e efetivar as ações propostas no PDITS/2011, o que tem ocasionado muitas expectativas negativas quanto ao futuro do turismo no estado. 3.2.4. Plano Estratégico Emergencial para o Turismo de Natal No turismo, as preocupações de estabelecer ações planejadas para o setor só aparecem quando este adquire importância econômica ou quando os problemas começam a aparecer. Antes disso, caracteriza-se pela espontaneidade, com pouco ou nenhum controle de seu desenvolvimento, obedecendo apenas à lei de mercado. Em Natal apesar da importância da atividade turística para a economia do município, seu crescimento não se fez acompanhar de uma ação governamental planejada com definição de objetivos e estratégias que norteassem o poder público na implementação de ações mais eficazes. A promoção do desenvolvimento turístico de Natal sempre dependeu das iniciativas do Governo do Estado ou das decisões do Conselho do Polo Costa das Dunas para amenizar o quadro de carências infraestruturais existentes no seu espaço turístico. Como principal produto turístico do Estado Natal concentrou os principais investimentos públicos destinados à atividade turística, realizados na região, notadamente pelo PRODETUR I e II. Embalado pelos investimentos públicos os investimentos privados também foram atraídos para a Capital do Estado, de modo a conferir a Natal papel privilegiado no desenvolvimento turístico, como principal espaço turístico e as demais localidades litorâneas, através de seus atrativos e recursos turísticos com a função de agregar valor ao destino Natal, de forma complementar. Mesmo com engajamento da esfera federal e estadual e da iniciativa privada, a ausência do governo municipal em ações mais efetivas sempre foi considerada. Para a atividade turística é necessário que o governo municipal assuma o seu verdadeiro papel de coordenação e de catalisador do desenvolvimento do turismo. Via de regra quanto maior for a importância do turismo para a economia de um país, região ou localidade, maior deve ser o envolvimento do setor público. O êxito do turismo depende diretamente da ação de liderança exercida pelo Estado em suas diversas esferas, principalmente a municipal que é onde o turismo acontece. Em 2009, o Governo Municipal despertando para a importância do seu papel na condução da política de turismo resolveu elaborar o Plano Estratégico Emergencial para o Turismo de Natal, tendo quatro pontos fundamentais de preocupação: 31 a) aumentar o fluxo de turistas na cidade e, por conseguinte crescer o percentual da receita turista acima do fluxo turístico; b) aumentar a permanência do turista; c) intensificar a segmentação e descobrir nichos de mercado que permitam ampliar a gama de produtos oferecidos pelo destino, no intuito de diversificar a oferta, atrair turistas com as mais diversas motivações de viagem e com maior poder aquisitivo; e, d) aproximar o turista do morador para que ele viva um pouco a vida do natalense. Partindo desse quadro de referência o Plano estabeleceu um novo posicionamento para o turismo de Natal, qual seja: “Um destino de turismo de experiências, através da criação de uma pirâmide de emoções, tendo como foco principal, além do sol e mar, as famílias, os turistas de aventura, o turismo da melhor idade e o turismo de eventos”. Portanto, definiu que para o cenário futuro deveria continuar com a estratégia do turismo de massa, proporcionado pelas grandes operadoras nacionais, com foco no turismo de sol e mar. O documento admitiu que, dificilmente, Natal conseguirá aumentar o volume de turistas internacionais pela crise mundial existente e com perspectivas de continuidade. A expectativa, então, é o crescimento do fluxo doméstico impulsionado por investimentos em infraestrutura, qualificação profissional, promoção turística e capacidade institucional para gerir a atividade turística. A partir da estratégia de segmentação do mercado o Plano estabeleceu vários nichos que deveriam ser priorizados: turismo de aventura, turismo de eventos, turismo da melhor idade e, relaciona outros segmentos com grande potencial para a sua exploração: o turismo náutico, gastronômico, turismo de charme, turismo cultural e turismo religioso. Os mercados alvo a serem trabalhados, segundo o Plano apontaram para as três escalas: regional, nacional e internacional. No âmbito internacional a Europa Ocidental seria ainda o grande mercado a ser buscado, notadamente, Portugal, Espanha, Holanda, Itália e Inglaterra. O Leste Europeu, a América do Norte e a América do Sul também foram apontados como mercados a serem conquistados e, na escala nacional os principais mercados relacionados foram o Nordeste e o Sudeste. Finalmente, ficou evidenciado que para o turismo de Natal atingir as estratégias estabelecidas no Plano seria necessário um novo posicionamento da Marca Natal com base numa comunicação entendida como adequada ao conceito de Economia das Experiências – A Sociedade dos Sonhos. Assim, pactuou-se um novo slogan para o destino Natal: Natal, Cidade das Emoções. 32 3.3. ANÁLISE DA INFRAESTRUTURA BÁSICA E DOS SERVIÇOS GERAIS Enquanto atividade econômica, o turismo em Natal cresceu de forma significativa nas últimas décadas se consolidando como a principal atividade econômica da cidade. Porém, para que o turismo tenha chegado a esse status com condições de realizar a prática turística, além dos recursos naturais existentes para possibilitar o seu desenvolvimento e um espaço turístico competitivo, foi fundamental investir na qualidade dos produtos e serviços turísticos e possuir uma eficiente infraestrutura urbana, uma vez que a atividade turística utiliza a infraestrutura básica para o seu funcionamento. Frente a essa importância neste item apresenta-se uma avaliação da área de cobertura e condição física da infraestrutura e das redes físicas existentes na cidade de Natal, especialmente em sua área turística, analisando sua oferta e qualidade. Consideram-se aqui os seguintes sistemas: rede viária de acesso, sistema de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, coleta e disposição do lixo, drenagem, sistema de transportes (transporte público, ferrovias, aeroportos e portos), sistema de comunicação, energia elétrica, serviços de saúde e de segurança. Procurou-se enfatizar os déficits e os problemas específicos que podem afetar o desenvolvimento das atividades do turismo na região. Os procedimentos metodológicos adotados partiram da coleta de dados e informações existentes nos órgãos e/ou empresas responsáveis pelos serviços de infraestrutura básica, como a Companhia de Águas e Esgotos do RN - CAERN, Companhia Energética do RN – COSERN, Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER, assim como órgãos e institutos que realizam pesquisas sistemáticas sobre o tema, notadamente o IDEMA-RN, DATASUS, IBGE, dentre outros. 3.3.1. Rede Viária de Acesso A análise da infraestrutura viária de acesso e das suas condições de circulação parte da identificação da área de influência direta. Para realizar a delimitação das áreas analisadas foi considerada como área de influência direta dos estudos com foco no desenvolvimento do turismo em Natal, os bairros com maior concentração de produtos e atrativos turísticos, são eles: Bairros de Santos Reis, Rocas, Praia do Meio, Areia Preta, Mãe Luiza, Ribeira e Cidade Alta, localizados na Região Administrativa Leste; Bairro da Redinha, localizado na Região Administrativa Norte; Bairro de Ponta Negra, localizado na Região Administrativa Sul; e, Parque das Dunas, localizado entre a Via Costeira e diversos bairros da cidade. A partir da definição dos bairros que compõem a área de influência direta, foi possível direcionar a análise para aspectos importantes com estreita relação com o turismo. O primeiro aspecto a merecer atenção é a infraestrutura de acesso e suas condições de circulação. Para acesso aos bairros localizados na área de influência do estudo, encontramse os seguintes corredores viários: 33 (1) Corredor formado pelas Avenidas Prudente de Morais, Omar O’Grady (Prolongamento da Av. Prudente de Morais), Nilo Peçanha e Presidente Getúlio Vargas; (2) Corredor formado pela BR-101, Avenidas Senador Salgado Filho, Hermes da Fonseca e Coronel Joaquim Manoel; (3) Corredor formado pela RN-063 (Rota do Sol Sul) e Avenida Engenheiro Roberto Freire; (4) Corredor formado pelas Avenidas Dinarte Mariz (Via Costeira), Café Filho e Ponte Newton Navarro; (5) Corredor formado pela BR-226, Avenidas Presidente Ranieri Mazzili, Napoleão Laureano, Felizardo Moura, Ponte de Igapó e João Medeiros Filho. Considerando que Natal possui uma área total de 167km2, e que a grande maioria dos atrativos e equipamentos localiza-se na área leste e central, não há distância superior a 30km2, entre os atrativos, além que a AT é servida com importantes corredores de acesso. Os principais corredores de acesso estão detalhados na figura abaixo: Figura 5 - Principais corredores de acesso à área de estudo Fonte: DER, 2012 3.3.1.1. Corredor 1 O primeiro corredor, formado pelas Avenidas Prudente de Morais, Omar O’Grady (Prolongamento da Av. Prudente de Morais), Nilo Peçanha e Presidente Getúlio Vargas, atravessa a cidade no sentido sudoeste-sudeste, com início no bairro do Pitimbú (entroncamento das Avenidas Xavantes e Omar O’Grady) e término no bairro de Areia Preta (entroncamento das Avenidas Getúlio Vargas e Presidente Café Filho), passando por 08 bairros: Pitimbú, Candelária, Lagoa Nova, Lagoa Seca, Barro Vermelho, Tirol, Petrópolis e Praia do Meio. 34 Em sua totalidade, o corredor apresenta duplo sentido de circulação, pavimentação asfáltica, em geral, em bom estado de conservação. Em cerca de 90% do percurso, a via possui 03 faixas de rolamento para cada sentido de circulação, com exceção no trecho correspondente à Avenida Omar O’Grady, que apresenta duas faixas e uma ciclo-faixa, e no trecho correspondente à Rua Getúlio Vargas, com apenas duas faixas de circulação por sentido. A largura média da via varia de 7,0 a 9,5 metros, no primeiro caso, no trecho final, com apenas duas faixas de circulação. Há canteiro central em quase todo o corredor, com ausência deste apenas nas proximidades da Praça Cívica e do Hospital Onofre Lopes. No trecho entre a Avenida Jerônimo Câmara e a Rua Dr. Paulo de Abreu, no bairro de Candelária (arredores do Estádio Arena das Dunas), há uma via marginal, pavimentada em paralelepípedo, com duas fixas de rolamento. Quanto às condições de inclinação do greide longitudinal das via (rampas), observam-se segmentos com inclinação significativa, como a aproximação com a Avenida da Integração, no início do bairro de Candelária, e o trecho após a Rua Raimundo Chaves (sentido BairroCentro). A velocidade permitida é de 60 km/h, uma vez que este corredor é classificado com via arterial pela hierarquização viária do Plano Diretor. Contudo, as sinalizações eletrônicas presentes ao longo do corredor limitam a velocidade máxima a 50 km/h. Ainda sobre as condições de circulação, destaca-se a quantidade de retornos ao longo do percurso, sendo 07 no sentido Bairro-Centro e 15 no sentido oposto, todos eles com baia segregada para a manobra de retorno. Não é permitido o estacionamento de veículos ao longo do corredor. Entretanto, fluxo de tráfego é dificultado pelo estacionamento de veículos em trechos pontuais, em geral, em frente a estabelecimentos comerciais. O uso e ocupação do solo neste corredor é misto, com predominância das atividades de serviços e comércio. Ao longo do percurso podem ser identificados alguns pontos de gargalo, que se configuram com pontos críticos em relação à fluidez do tráfego. São eles: Interseção entre as Avenidas Omar O’Grady e Integração, arredores do Estádio Arena das Dunas, Interseção entre a Avenida Nilo Peçanha e Rua Joaquim Manoel. A figura a seguir, localiza os pontos críticos identificados. 35 Figura 6 - Pontos/trechos críticos ao longo do corredor 1 Fonte: Adaptação START Consultoria, 2013 Estes pontos correspondem às interseções semaforizadas com elevado volume de tráfego e nível de serviço próximo ou superior à capacidade das interseções. A medida de nível de serviço reflete o desempenho operacional do tráfego, ligado diretamente às velocidades e tempo de viagem, densidade e atrasos. Estas características refletem em elevados tempos de espera e, por consequência, pontos de congestionamento. Em dois dos casos, estudos anteriores indicam necessidade de solução de interseção em níveis diferentes. No âmbito do das obras de mobilidade para a Copa de 2014, estas intervenções estão ao longo das interseções existentes nos arredores do Estádio Arena das Dunas. Em linhas gerais, as intervenções previstas constituem um conjunto de soluções em diferentes níveis (túneis e viadutos) para as interseções entre a Avenida Prudente de Morais as Avenidas Raimundo Chaves, Capitão-Mor Gouveia e Lima e Silva, e entre as Avenidas Romualdo Galvão e Lima e Silva. Com a implantação destas soluções, serão resolvidos os problemas referentes à estagnação da capacidade destas interseções, ampliação de suas capacidades e níveis de serviços e consequente melhoria na fluidez do fluxo geral de tráfego neste corredor. O corredor é a alternativa de acesso à área central da cidade e também permite o deslocamento aos pontos de interesse turístico, como o Estádio Arena das Dunas, Parque 36 das Dunas, aos principais shoppings centers de Natal, bem como chegar aos destinos das praias urbanas, rio Potengi e o Corredor Cultural. 3.3.1.2. Corredor 2 O segundo corredor, formado pela BR-101, Avenidas Senador Salgado Filho, Hermes da Fonseca e Coronel Joaquim Manoel, também corta a cidade no sentido sudoeste-sudeste, com início no limite entre os Municípios de Natal e Parnamirim e término no bairro de Petrópolis (interseção da Rua Coronel Joaquim Manoel com Avenida Nilo Peçanha), passando por 08 bairros: Pitimbú, Neópolis, Candelária, Capim Macio, Lagoa Nova, Lagoa Seca, Tirol e Petrópolis. Este é o principal corredor de acesso à cidade de Natal a partir de importantes rodovias federais que ligam a Região Metropolitana de Natal às demais regiões do Estado e a outros Estados, tais como Rodovias BR-101 e BR-304. É, também, o corredor que liga a cidade de Natal ao Aeroporto Augusto Severo, localizado em Parnamirim. Em todos os seus segmentos, o corredor possui dois sentidos de circulação separados por canteiro central ou barreira rígida (segmento nas proximidades do Natal Shopping e Campus da UFRN). Em sua maior extensão, possui 03 faixas de rolamento por sentido de circulação. Em boa parte do segmento correspondente à BR-101, o corredor conta com vias marginais, dotadas de duas faixas de circulação em cada um dos sentidos de tráfego. Este primeiro segmento, correspondente à BR-101, é caracterizado por grandes volumes de tráfego, já que abriga os volumes provenientes dos bairros ao sul e ainda de outras cidades e Estados, com variados destinos dentro da cidade de Natal. Este trecho é caracterizado por possuir interseções em níveis diferentes (túneis e viadutos) e passagens de pedestres elevadas (passarelas). Todo o corredor possui, em geral, topografia plana e pavimentação asfáltica, em bom estado de conservação. Possui acostamento apenas no primeiro segmento, correspondente à BR101. A velocidade máxima permitida no corredor é variável segundo a jurisprudência do trecho: na BR-101 a velocidade máxima é de 80 km/h e nas Avenidas Senador Salgado Filho e Hermes da Fonseca é de 60 km/h, uma vez que este corredor é classificado com via arterial pela hierarquização viária do Plano Diretor. Contudo, as sinalizações eletrônicas presentes ao longo do corredor limitam a velocidade máxima a 50 km/h. Existem ao longo do trecho correspondente as Avenidas Senador Salgado Filho e Hermes da Fonseca 09 retornos, sendo 04 no sentido Centro-Sul e 05 no sentido Sul-Centro. Todos os retornos possuem baia segregada para a manobra de retorno, em pintura horizontal ou tachões. Em geral, a sinalização horizontal é presente ao longo do percurso, com alguns pontos passíveis e manutenção. A sinalização vertical de informações turísticas é deficiente. Todas as principais interseções são semaforizadas. O estacionamento é proibido ao longo da via, contudo, assim como na Avenida Prudente de Morais, verificam-se interferências no fluxo geral de tráfego provocadas pelas manobras de acesso aos estacionamentos dos lotes, principalmente no trecho correspondente à Avenida Hermes da Fonseca, onde há grande concentração de atividade de comércio e serviços. 37 Em todo o corredor são observados importantes polos de atração de viagens, dentre eles shoppings centers, supermercados, escolas e universidades, igrejas, centros de negócios, hospitais e postos de combustível. Destacam-se, ainda, importantes sedes de serviços públicos como o Centro Administrativo do Estado do RN, a CAERN e o CREA, além do maior hospital público do Estado, o Walfredo Gurgel. Este corredor configura-se, ainda, como principal corredor de transporte público da cidade e Região Metropolitana. Circulam pelo corredor 41 linhas de transporte público regular da cidade e 15 linhas de transporte opcional, além das diversas linhas de transporte intermunicipal e metropolitano. Devido à elevada oferta de transporte público ao longo do percurso, áreas de grande volume de embarque e desembarque de passageiros caracterizam pontos críticos no que se refere ao desempenho do tráfego. A seguir, a figura aponta três das principais áreas de embarque e desembarque de passageiros que provocam impactos diretos no desempenho do tráfego geral de circulação no corredor. Figura 7 - Pontos/trechos críticos ao longo do corredor 2 Fonte: Adaptação START Consultoria, 2013 Estes pontos e caracterizam como gargalos de tráfego, pois as operações de embarque e desembarque de passageiros, e alta concentração de linhas de transporte público. Estes fatores geram conflitos com a corrente geral de tráfego, provocando a redução da 38 velocidade geral do fluxo e consequentes aumentos de densidade e tempos de viagem. Tais características refletem em elevados tempos de espera e, por consequência, pontos de congestionamento. Este corredor possibilita o acesso à área central da cidade, permite o deslocamento entre o parque hoteleiro e pontos de interesse turístico, como o Estádio Arena das Dunas, Parque das Dunas, bem como aos principais shoppings centers de Natal, locais de grande movimentação turística. 3.3.1.3. Corredor 3 O terceiro corredor, formado pela RN-063 (Rota do Sol Sul) e Avenida Engenheiro Roberto Freire, corresponde ao principal acesso de regiões com grande potencial e desenvolvimento turístico à cidade de Natal, ligando as praias do litoral Sul (Cotovelo, Pirangi, Búzios, Tabatinga, Barreta e, etc.) e os bairros de Ponta Negra e Capim Macio à Avenida Senador Salgado Filho. O corredor possui dois sentidos de circulação, com três faixas cada, separados por canteiro central. A topografia das pistas é plana, pavimento em asfalto, em gera, em bom estado de conservação, com necessidades pontuais de serviços de conservação ao longo do percurso. Ao longo da Avenida Engenheiro Roberto Freire existe trechos que possuem via marginal. No sentido centro/sul o trecho de via marginal começa nas imediações do Praia Shopping, e vai até a feira de artesanato, na Av. Praia de Tibau; esta marginal possui fluxo de veículos nos dois sentidos, e por ser muito larga e ser basicamente comercial (lojas, bares, restaurantes, prestadores de serviços) é utilizada como estacionamento, nos dois sentidos, por clientes destes estabelecimentos comerciais e de muitos outros existentes nas imediações. No sentido sul/centro, existe um trecho de via marginal que começa no Shopping CCAB Sul, e vai até o posto com bandeira Ipiranga; esta marginal é estreita, e apresenta fluxo de veículo em um único sentido (mesmo sentido sul/centro), existe nesta marginal um ponto de táxi para sete veículos, e por estarem nela localizados um shopping e restaurantes, é utilizada em toda a sua extensão como estacionamento, apenas em uma pequena parte é permitido, o que faz com que ocorra uma obstrução ao fluxo de veículos. A velocidade permitida é distinta segundo a jurisprudência do trecho. Na Avenida Engenheiro Roberto Freire, sob jurisprudência municipal, a velocidade máxima permitida é de 70 km/h, uma vez que este corredor é classificado com via arterial pela hierarquização viária do Plano Diretor. Contudo, as sinalizações eletrônicas presentes ao longo do corredor limitam a velocidade máxima a 50 km/h. No segundo trecho, correspondente à RN-063 sob custódia do DER, a velocidade permitida passa a 80 km/h. Ao longo da Av. Eng. Roberto Freire existem 06 retornos a esquerda tanto no sentido centro/sul quanto no sul/centro, todos com baias, além de duas rotatórias (no início da Via Costeira e da Rota do Sol); e ao longo da Rota do Sol existe uma rotatória (na entrada do bairro Cidade Verde) e um retorno no sentido sul/centro. Em geral, a sinalização horizontal é presente ao longo do percurso, com alguns pontos passíveis e manutenção. A sinalização vertical de informações turísticas é deficiente. Todas as principais interseções são semaforizadas. 39 Quanto às condições de estacionamento, a Rota do Sol não possui quantidade significativa de empreendimentos comerciais além de grandes extensões de lotes lindeiros protegidos pelo Governo Federal. Tais fatos explicam a baixa demanda por estacionamento no trecho, exceto em dias de jogo no estádio Maria Lamas Farache - Frasqueirão, em que todas as calçadas e acostamentos são utilizados como estacionamento. Já a Roberto Freire, que é basicamente comercial, gera forte demanda por estacionamento e, como a não é, em geral, permitido estacionamento na via (exceção para alguns trechos no sentido sul/centro, a saber: na via marginal em frente ao CCAB Sul e em baia junto ao calçadão em frente ao campo de aeromodelismo), os veículos utilizam as vias marginais para estacionar, os estacionamentos privados nos lotes de empreendimentos comerciais como shoppings e supermercados, estacionam obstruindo o passeio público ou utilizam vias locais transversais à via. Quanto aos pontos de gargalo, no que se refere ao desempenho do tráfego, destaca-se o elevado volume de tráfego em horários de pico, principalmente no pico da noite, dada a demanda que se destina às diversas faculdades localizadas o longo do percurso. Um ponto crítico a ser considerado corresponde o trecho localizado nas proximidades do supermercado Nordestão, destacado na figura a seguir. Figura 8 - Pontos/trechos críticos ao longo do corredor 3 Fonte: Adaptação START Consultoria, 2013 40 Neste ponto, em horários de picos de tráfego, além dos elevados volumes de passagem da Avenida Roberto Freire, principalmente provenientes do Viaduto, no sentido Centro-Ponta Negra, destaca-se o grande volume de conversão à esquerda, no sentido Ponta NegraCentro, com destino à Avenida Ayrton Senna. Esta interseção é semaforizada, com faixa exclusiva para a manobra de conversão à esquerda, segregada por tachões. Os elevados volumes refletem em elevados tempos de espera e, por consequência, ponto de congestionamento. Principal acesso a Ponta Negra, onde está localizada a maior quantidade de equipamentos turísticos de hospedagem, alimentação e pontos de venda de artesanato, o corredor 3 também possibilita a integração com as praias do sul da cidade, pertencentes aos municípios próximos. 3.3.1.4 Corredor 4 O quarto corredor, formado pelas Avenidas Dinarte Mariz (Via Costeira) e Café Filho, corresponde ao principal percurso utilizado pela demanda turística proveniente da rede hoteleira concentrada no bairro de Ponta Negra aos destinos turísticos localizados nas regiões leste norte da cidade, ligando a região de origem à Ponte Newton Navarro. O corredor tem início na Avenida Engenheiro Roberto Freire e término na ponte Newton Navarro. Em seu primeiro trecho, correspondente à Avenida Dinarte Mariz, comumente denominada Via Costeira, o sentido de circulação é duplo, com duas faixas de circulação por sentido, separadas por canteiro central. Este trecho passou por uma recente obra de duplicação, dotando o trecho de amplo passeio público e ciclovia. Ao longo de todo este primeiro trecho estão localizadas importantes redes hoteleiras, ao lado do litoral, estando do lado oposto localizada área de preservação ambiental relativa ao Parque das Dunas. Este trecho possui pavimentação asfáltica e sinalização horizontal em bom estado de conservação. A geometria deste primeiro trecho é bastante sinuosa, dado o contorno necessário à preservação da área do Parque das Dunas. A velocidade permitida é de 70 km/h, com fiscalização por radares. Existem diversos retornos ao longo do percurso, com baias segregadas e protegidas. Face às condições expostas, o fluxo de tráfego é facilitado e apresenta bons desempenhos. Em seu segundo trecho, correspondente à Avenida Café Filho, entre a Via Costeira e a Ponte Newton Navarro, o percurso possui duas situações distintas: a primeira ao longo do calçadão até o encontro com a Rua Vinte e Cinco de Dezembro, onde sentido de circulação passa a ser único (Ponta Negra – Ponte Newton Navarro), com redução da velocidade de circulação provocada pela grande movimentação de pedestres, alta concentração da atividade turística e conflitos devido às manobras de estacionamento, permitido ao longo deste segmento. No segundo segmento, o sentido de circulação volta ser duplo, com pistas separadas por canteiro central e melhores condições de circulação e velocidades. Neste segmento há uma interseção em níveis diferentes. Após o cruzamento da ponte, destaca-se um ponto crítico de tráfego, ilustrado na figura a seguir: 41 Figura 9 - Pontos/trechos críticos ao longo do corredor 4 Fonte: Adaptação START Consultoria, 2013 Neste ponto, que consiste na interseção entre o final da Ponte Newton Navarro com a Avenida João Medeiros Filho, observa-se a redução das faixas de tráfego disponíveis para o volume de tráfego que segue em direção às praias da Redinha. As duas faixas provenientes da Ponte se transformam em apenas uma, ainda somado aí o volume proveniente da própria Avenida ao Medeiros Filho, também com duas faixas de circulação. Os elevados volumes refletem em elevados tempos de espera e, por consequência, ponto de congestionamento. Planejado para ser o corredor turístico da cidade, é um importante acesso aos atrativos, pois, fornece a alternativa de circulação pela parte externa da cidade, evitando passar por dentro da cidade, onde tem um fluxo intenso. Além disso, permite ligação com todas as praias urbanas da cidade. 3.3.1.5. Corredor 5 O quinto corredor, formado pela BR-226, Avenidas Presidente Ranieri Mazzili, Napoleão Laureano, Felizardo Moura, Ponte de Igapó e João Medeiros Filho, liga a região oeste da 42 cidade aos bairros da zona norte. Configura-se, ainda, como acesso metropolitano da cidade de Natal. Este corredor passa por 8 bairros: Guarapes, Felipe Camarão, Bom Pastor, Nordeste, Igapó, Potengi, Pajuçara, Redinha. O primeiro trecho até o viaduto da Urbana, correspondente a BR-226, Avenida Presidente Ranieri Mazzili e Avenida Napoleão Laureano, possui as seguintes características: No trecho da BR-226 a pista de rolamento tem uma faixa para cada sentido, com aproximadamente 3,10m de largura cada uma, totalizando em torno de 7,20m, de asfalto em boas condições e separação de pistas por pintura em bom estado de conservação. A velocidade permitida é de 80 Km/h, indicado por uma placa de sinalização. Não é permitido estacionamento na via. Já no trecho da Av. Pres. Ranieri Mazzili a pista de rolamento tem uma faixa para cada sentido, com aproximadamente 3,10m de largura cada, totalizando em torno de 7,20m, de asfalto em boas condições e separação de pistas também por pintura em bom estado de conservação. Não é permitido estacionamento na via. Na Av. Napoleão Laureano a pista de rolamento tem duas faixas para cada sentido com aproximadamente 6,20m de largura, de asfalto em boas condições e regulares com separação de pistas, em geral, por canteiro central. Os estacionamentos existem nos lotes dos comércios, em sua maioria irregular, atrapalhando o passeio público, ocupando parte dele. Em um bom trecho (até o viaduto, no sentido centro) os estacionamentos são na via, pois o passeio público em ambos os lados é bastante irregular. Este fato elimina uma faixa da pista de rolamento atrapalhando o trânsito e o tornando mais lento nos horários de “pico”. A Avenida Felizardo Moura apresenta 04 faixas de rolamento no trecho que vai da ponte do Igapó até a Rua Jandira, sendo duas para cada sentido de tráfego, cada faixa apresenta largura de aproximadamente 3,00m. A separação entre as faixas com sentidos de tráfego diferentes é feita através de canteiro central. A partir do ponto de interseção com a Rua Jandira, a Avenida Felizardo Moura segue com duas faixas de rolagem e com fluxo de tráfego em um sentido já que o outro sentido de fluxo segue pela Rua Jandira. O pavimento apresenta um estado de conservação de regular para ruim ao longo de toda Avenida Felizardo Moura e a pintura entre as faixas de rolamento necessita de reparo. Este trecho é dotado de acostamento. A Rua Jandira apresenta duas faixas de rolagem e com fluxo de tráfego em um sentido já que o outro sentido do fluxo de veículos segue pela Avenida Felizardo Moura; cada faixa de rolagem apresenta largura de aproximadamente 3,00m. O pavimento apresenta um estado de conservação ruim. Na Av. Felizardo Moura existe um semáforo um pouco depois da ponte do igapó. Existem placas para a orientação de pedestres e motoristas: placas indicando o limite de velocidade, placa indicando faixa de pedestre, placa indicando a existência de fiscalização eletrônica. A sinalização horizontal, em geral, também se encontra mal conservada. A Avenida João Medeiros Filho é o mais importante corredor transversal da zona norte, ligando as duas pontes da cidade. A avenida possui duas faixas de rolamento por sentido de circulação, separados por canteiro central. Nesta avenida estão importantes polos de atração de viagem, como shopping Center e instituições de ensino. A predominância de estabelecimentos ao longo do percurso é de atividades de comércio e serviços. O tráfego é 43 intenso e apresenta um gargalo no encontro com a ponte Newton Navarro, como descrito em item anterior. O principal ponto crítico de todo o percurso corresponde ao trecho entre o viaduto da urbana e o final da ponte de Igapó, como ilustrado na figura a seguir: Figura 10 - Pontos/trechos críticos ao longo do corredor 5 Fonte: Adaptação START Consultoria, 2013 Neste trecho, além do elevado volume de tráfego, há redução de velocidade provocada pelas precárias condições de circulação. O grande adensamento urbano na região produz grande movimento de pedestres, presença de redutores de velocidade e péssimas condições do pavimento, em horários de pico, caracterizam situação de fluxo forçado, ou seja, com elevada densidade, grandes tempos de espera e congestionamentos. É o corredor com menor fluxo de turistas, uma vez que possibilita a ligação a um menor número de produtos turísticos. Entretanto, após a finalização da melhoria dos acessos programados da Ponte Newton Navarro e implantação de acessos para o aeroporto de São Gonçalo do Amarante o corredor irá apresentar um crescimento significativo de fluxo de veículos. De uma maneira geral, o sistema viário de Natal apresenta um crescente aumento de fluxo de carros, característica comum no Brasil, em decorrência das facilidades para a compra de veículos, sem, contudo, haver uma melhoria na malha viária na mesma proporção, o que 44 provoca uma saturação das vias e promove congestionamentos constantes, principalmente, nos horários de pico. Vale destacar, que não há investimento na melhoria do sistema de transporte, o que aumenta os problemas do sistema viário. Por outro lado, a falta de sinalização turística nas principais vias de acesso dificulta a mobilidade do turista, bem como a precária acessibilidade existente, que gera problemas para a locomoção dos deficientes e de pessoas com mobilidade reduzida. 3.3.2. Sistema de Abastecimento de Água A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte - CAERN - é responsável pela execução, fiscalização, operação e manutenção dos sistemas de abastecimento de água. A empresa atende uma população de 2.123.831 habitantes (CAERN, 2010) distribuída em 152 municípios. Em Natal, a CAERN atende 750.956 pessoas, equivalente a 233.190 ligações e 1.585,1 km de rede de abastecimento de água (CAERN, 2010), o que corresponde a um índice de atendimento com rede de distribuição de água de 89,7% segundo o sistema nacional de informações de Saneamento (SNIS, 2010). O quadro abaixo apresenta a quantidade de economias de acordo com cada classe de consumidor (Residencial, Comercial, Industrial e Outros). Quadro 3 - Número de economias ativas da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte, por classe de consumidor, município de Natal - 2010. Economias ativas Município Classe de consumidor Total Natal 233.190 Residencial Comercial Industrial Outros 212.115 15.142 1.132 4.801 Fonte: Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte – CAERN, 2010. De acordo com figura abaixo é possível verificar a distribuição espacial do total de ligações de água no município por faixas. 45 Figura 11 - Mapa do município de Natal - ligações de água por bairros. Fonte: Site – SEMURB (www.natal.rn.gov.br/semurb). As tarifas referentes aos serviços de abastecimento de água para cada classe de consumidor também são apresentadas no quadro abaixo. Vale ressaltar que as tarifas são cobradas gradualmente, de modo que os maiores consumidores paguem mais pelo mesmo volume de água, enquanto que, quem consome menos pague menos. O mesmo critério é válido para a parcela da população que possui menor poder aquisitivo, aplicado na forma da tarifa social. 46 Tabela 2 - Tabela tarifária referente ao ano de 2012. Classe de consumo (sub-categoria) Cota básica (m3) Tarifa mínima Residencial social 10,00 Residencial popular Consumos excedentes (m3) 113 15m 163 20m 213 30m 313 50m 513 100m > 100m 5,09 2,81 3,33 3,75 4,32 5,58 6,35 10,00 16,04 2,81 3,33 3,75 4,32 5,58 6,35 Residencial 10,00 25,24 2,81 3,33 3,75 4,32 5,58 6,35 Comercial 10,00 38,83 4,90 5,26 6,35 6,35 6,35 6,35 Industrial 20,00 84,69 - 6,98 6,98 6,98 6,98 Pública 20,00 81,15 - 6,98 6,98 6,98 6,98 3 Fonte: Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte – CAERN, 2012. Assim, tomando como base o ano de 2010, considerando a tabela tarifária apresentada anteriormente e o consumo anual de cada tipo de consumidor, dispõe-se do volume faturado pela companhia, conforme Quadro abaixo. Quadro 4 - Volume faturado por classe de consumidor. 2 Valor Faturado (m ) Município Classe de consumidor Total Natal 40.813.997 Residencial Comercial Industrial Outros 35.110.759 2.995.402 584.236 2.123.600 Fonte: Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte – CAERN, 2010. Apesar da existência dos problemas de manutenção no sistema de abastecimento de água mencionados e, considerando a capacidade atual de prestação do serviço, bem como a demanda turística, o sistema atende de forma satisfatória a Área Turística definida para o PDITS Natal. Entretanto, para atender as demandas turísticas futuras apresentadas neste plano, pode ser necessária a elaboração de estudos para a sua ampliação visando garantir a universalização e a qualidade dos serviços para a população residente e flutuante no que diz respeito aos aspectos de captação, tratamento, reservação e redes de distribuição. Analisando de modo mais específico para a área de influência do PDITS, é importante delimitar os sistemas apresentados anteriormente. Compreende a área de influência direta do plano: o bairro de Ponta Negra, Mãe Luíza, Areia Preta, Praia do Meio, Rocas, Santos Reis, Redinha, Ribeira, Cidade Alta e a área do Parque das Dunas (incluindo a Via Costeira). Nesse contexto, apresenta-se a seguir a que componente do sistema de abastecimento de água está associada à distribuição de água de cada bairro pertencente à Área de Influência do PDITS. 47 Quadro 5 - Componentes do SAA associados à distribuição de água nos bairros da Área de Influência do PDITS. Subsistema associado à distribuição de água do bairro Bairro ETA Captação Reservatório Ponta Negra - Ponta Negra R-10 Parque das Dunas (Via Costeira) - Ponta Negra R-10 Mãe Luíza Jiqui Dunas/Morro Branco R-7 Areia Preta Jiqui Dunas/Morro Branco R-3/R-7 Praia do Meio Jiqui Dunas/Morro Branco R-3 Santos Reis Jiqui Dunas/Morro Branco R-3/R-2 Redinha Extremoz Pajuçara R-8 Ribeira Jiqui Dunas/Morro Branco R-3/R-1 Rocas Jiqui Dunas/Morro Branco R-3/R-1 Cidade Alta Jiqui Dunas/Morro Branco R-3 Fonte: Companhia de Águas e Esgotos – CAERN, 2012. Nesses bairros, conforme dados da CAERN, o índice de cobertura é de praticamente 100%. No entanto, percebem-se que alguns bairros possuem uma carência maior dos serviços no que diz respeito à qualidade dos serviços, principalmente, os bairros de Mãe Luíza, Praia do Meio, Santos Reis, Rocas, Ribeira, Cidade Alta e Redinha. Essa parte da área de influência é atingida por problemas relacionados à obsolescência de redes, descontinuidade e irregularidade no abastecimento. Outra questão que deve ser enfatizada é a contaminação do aquífero subterrâneo Dunas/Barreiras por nitrato. Embora tenham sido executadas obras para reduzir os índices de nitrato da água na rede de distribuição (a adutora 3 do Jiqui e o sistema de captação e adução do Rio Doce) o problema permanece. Isso porque a maioria do abastecimento de água da cidade é realizada através de poços tubulares e grande parte desses poços já está com índices bem acima do permitido pela Portaria 518 de Ministério da Saúde, que é de 10mg/l - N. Em torno de 30% dos poços ativos apresentam na captação concentrações maiores que as estabelecidas e necessitam de diluição com as águas oriundas da lagoa do Jiqui, de Extremoz e das captações Jiqui e Rio Doce para que se reduzam as concentrações de nitrato na rede. Assim, o que na verdade as obras proporcionaram foi uma solução em curto prazo. Outras medidas devem ser implantadas a médio e longo prazo visando buscar uma solução definitiva para esse problema que é tido como um dos maiores problemas do abastecimento de água de Natal. A CAERN anualmente divulga os relatórios da qualidade da água distribuída com Plano de Amostragem previamente aprovado pela Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento Básico – ARSBAN. O resumo quantitativo das análises realizadas nos últimos 04 anos consta nos próximos quadros. 48 Quadro 6 - Demonstrativo das análises de qualidade da água referente à Regional Natal-Sul (Zonas Sul, Leste e Oeste). Parâmetro Ano Cloro Residual (mg/l) Turbidez (uT) Cor Aparente (uH) Nitrato (mg/l - N) Coliformes Totais Mínimas Em Mínimas Em Mínimas Em Mínimas Em Mínimas Em Analisadas Analisadas Analisadas Analisadas Analisadas obrigatórias conformidade obrigatórias conformidade obrigatórias conformidade obrigatórias conformidade obrigatórias conformidade 2009 2460 3621 3499 720 3623 3313 720 3516 3705 - - - 2460 3626 3615 2010 2.466 3.676 3.623 721 3.674 3.623 721 3.676 3.074 176 352 272 2.466 3.678 3.651 2011 2466 3604 3503 720 2348 2334 721 3556 3491 176 348 282 2466 3602 3558 2012 4.488 2.027 1.897 960 2.018 1.883 960 2.018 1.861 176 252 231 4.488 2.009 1.972 Padrão ≤ 5,0 0,2 a 2,0 ≤ 15 ≤ 10 Ausência em 95% das amostras Fonte: Relatórios de qualidade da água emitidos pela CAERN referente aos anos de 2009 a 2012. Quadro 7 - Demonstrativo das análises de qualidade da água referente à Regional Natal-Natal (Zona Norte). Parâmetro Ano Cloro Residual (mg/l) Turbidez (uT) Cor Aparente (uH) Nitrato (mg/l - N) Coliformes Totais Mínimas Em Mínimas Em Mínimas Em Mínimas Em Mínimas Em Analisadas Analisadas Analisadas Analisadas Analisadas obrigatórias conformidade obrigatórias conformidade obrigatórias conformidade obrigatórias conformidade obrigatórias conformidade 2009 2131 1137 1020 654 1137 1134 654 1137 1085 - - - 2131 1138 1137 2010 2.124 1.722 1.409 456 1.688 1.687 456 1.686 1.669 56 252 168 2.124 1.460 1.399 2011 2124 2633 2287 456 2635 2630 456 2635 2630 56 270 158 2124 2635 2581 2012 4.488 2.027 1.897 960 2.018 1.883 960 2.018 1.861 176 252 231 4.488 2.009 1.972 Padrão 0,2 a 2,0 ≤ 5,0 ≤ 15 ≤ 10 Ausência em 95% das amostras Fonte: Relatórios de qualidade da água emitidos pela CAERN referente aos anos de 2009 a 2012. 49 3.3.3. Sistema de Esgotamento Sanitário Em Natal, a CAERN atende 277.175 pessoas, equivalente a 55.446 ligações e 518,5 km de rede de coletora de esgotos (CAERN, 2010). Segundo dados do SNIS (2010), o índice de atendimento com coleta e tratamento de esgotos no município é de 32,8%. De acordo com o quadro abaixo é possível verificar a quantidade de economias de acordo com cada classe de consumidor (Residencial, Comercial, Industrial e Outros). Quadro 8 - Número de economias ativas e volume faturado por classe de consumidor. ESGOTAMENTO SANITÁRIO Rede de esgotos da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte, por classe de consumidor, município de Natal - 2010 Município REDE DE ESGOTOS Total Classe de Consumidor Número de Volume Residencial economias faturado Número de Volume ativas (m3) economias faturado ativas (m3) Natal 90.666 18.415.7 61 72.735 11.800.289 Comercial Industrial Outros Número Volume Número Volume Número Volume de faturado de faturado de faturado 3 economi (m ) economia (m3) economia (m3) as ativas s ativas s ativas 14.363 2728567 555 2.559.827 3.013 1.327.078 Fonte: Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte - CAERN, 2012. As tarifas referentes aos serviços de coleta e tratamento de esgotos são efetuadas em função da quantidade de água consumida, sendo equivalente a 70% do consumo para sistemas individuais (convencionais) e 35% para sistemas condominiais. Segundo informações divulgadas pela companhia relacionadas à cobertura por serviços de esgotamento sanitário de Natal tem-se a seguinte situação: entre as regiões administrativas, a Leste apresenta a melhor situação, com totalidade da cobertura e mais de 90% dos domicílios ligados à rede geral, seguida da Oeste, com sistemas operando nos bairros de Cidade da Esperança, Governador Dix-Sept Rosado, Nossa Senhora de Nazaré, Quintas e Bairro Nordeste. Já na Zona Norte, somente está em operação o sistema de Igapó e na Zona Sul, está em funcionamento o bairro de Ponta Negra e parte de Capim Macio. Na figura abaixo se verifica a distribuição espacial do total de ligações de esgoto no município por faixas: 50 Figura 12 - Mapa do município de Natal - ligações de esgoto por bairros. Fonte: Site - SEMURB (www.natal.rn.gov.br/semurb) A atual concepção do sistema de esgotamento sanitário de Natal foi idealizada no Plano Diretor de Esgotos elaborado pela Empresa Arco Projetos e Construções Ltda., em 1995. O atual Plano Diretor, elaborado pela empresa KL Serviços de Engenharia S/C Ltda., manteve a mesma concepção, contudo não houve definição conclusiva sobre os locais de tratamento e pontos de lançamento. O sistema concebido pelo PDES é dividido em duas zonas: Zona Sul, na margem direita do Rio Potengi, e a Zona Norte, a partir da margem esquerda desse rio. Cada uma dessas zonas é subdividida em bacias de esgotamento sanitário, sendo 15 bacias (identificadas pelas letras ‘A’ até ‘O’) 18 na Zona Norte, (bacia ‘A’ até a ‘R’). A maior parte do sistema de esgotamento sanitário em operação na cidade de Natal está na Zona Sul. Nesta zona as bacias A, B, C, D, E e N, e parte das bacias F, G, H, I e M, possuem SES de forma parcial. Já as bacias J, K, L e O não possuem sistema de esgotamento sanitário. Na Zona Norte apenas uma pequena parcela dos bairros Jardim Lola (município de São Gonçalo do Amarante) e Igapó, integrantes das bacias P e G, possui sistema de esgotamento sanitário em operação, e as bacias H, J, M, Q e parte da bacia B estão com o SES em execução. 51 No tocante à área de influência direta do PDITS, ela é compreendida pelas seguintes bacias de esgotamento, detalhadas no quadro abaixo por bairros: A, B, C, M e N (Zona Sul) e H, J, M e Q (Zona Norte). Quadro 9 - Bacias de esgotamento sanitário correspondentes aos bairros da Área de Influência Direta do PDITS. Bairro Ponta Negra Bacia de esgotamento sanitário associada ao bairro Zona Sul Zona Norte MeN Parque das Dunas (Via Costeira) N Mãe Luíza A Areia Preta A Praia do Meio A Santos Reis A Redinha H, J, M e Q Ribeira B Rocas AeB Cidade Alta BeC Fonte: Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte – CAERN. Todos os bairros pertencentes à Área Turística são totalmente cobertos por redes de coleta de esgotos, com exceção da Redinha. Contudo, o bairro de Mãe Luíza, mesmo com o sistema de esgotamento sanitário funcionando, apresenta uma resistência pela população em relação à ligação domiciliar à rede de esgotos, devido, muitas vezes, à carência e ausência de recursos financeiros dos próprios moradores. Os esgotos provenientes desses bairros (excluindo Ponta Negra, Via Costeira e Redinha) são tratados em nível terciário pela Estação de Tratamento Central do Baldo. A ETE é constituída através de reator anaeróbio de fluxo ascendente e manta de lodo (UASB), tratamento biológico secundário através de câmara anóxica, reator com biodiscos aerados, com capacidade de nitrificação e desnitrificação, decantação secundária e retorno de lodo, e por fim, desinfecção por ultravioleta. O ponto de lançamento do efluente tratado se dá no riacho do Baldo e em seguida no rio Potengi. O SES da Redinha está em execução, tendo sido financiado com recursos do PRODETUR II. O sistema contempla 28.346 metros de rede coletora de esgoto, 3.200 ligações prediais, 07 estações elevatórias e estação de tratamento de esgotos (ETE Redinha). Já o Sistema de Esgotamento Sanitário de Ponta Negra conta com uma ETE (tipo Lagoas de Estabilização 01 Lagoa Facultativa e 02 Lagoas de Maturação), recebe contribuições de esgotos da Praia e Vila de Ponta Negra, do Conjunto Ponta Negra e parte de Capim Macio, do Praia Shopping e adjacências, bem como de toda rede hoteleira da Via Costeira. O efluente é infiltrado através de valões em terrenos adjacente à última lagoa de maturação. Devido a necessidades de ampliação do atendimento desse sistema foi elaborado um novo projeto para atender os bairros integrantes da Região Administrativa Sul. Todavia, o projeto passou por diversos entraves políticos e socioambientais no que concerne à técnica de 52 tratamento/disposição, Emissário Submarino. O projeto de ampliação do sistema previa a implantação do emissário como solução para a disposição dos efluentes de Ponta Negra e demais bairros da Zona Sul, tendo sido amplamente questionado e discutido por gestores, técnicos, promotores públicos e pela própria população. A discussão inviabilizou a execução e a utilização dos recursos financeiros obtidos, de modo que a companhia idealizou um novo projeto. Agora, compreendido por uma Estação de Tratamento localizada no bairro de Guarapes, nos mesmos moldes da ETE do Baldo (UASB+Câmara Anóxica e desinfecção por UV). A nova estação de tratamento receberá os efluentes da Zona Oeste e Sul da cidade e o ponto de lançamento dos efluentes será na bacia do rio Jundiaí/Potengi. Apesar de possuírem sistemas de esgotamento sanitário os bairros de Areia Preta, Praia do Meio, Santos Reis, Rocas, Ribeira e Cidade Alta, apresentam muitos problemas relacionados a obstruções e extravazamentos provocados principalmente por serem sistemas, em geral, bem antigos. A vida operacional dos elementos do sistema está muito acima da vida útil definida nos projetos atuais. Alguns sistemas funcionam desde a década de 1930, sofrendo modificações de caráter emergencial, como reforços e consertos, o que descaracteriza um sistema de esgotamento sanitário operado de forma tecnicamente correta, com manutenções e ampliações previstas a cada fim do alcance de projeto, baseada em cálculos de dimensionamento e parâmetros operacionais. Portanto, para melhorias operacionais desses sistemas devem ser tomadas medidas no sentido de redimensionar, ampliar e/ou substituir trechos da rede e/ou outros equipamentos do sistema. Mesmo o município possuindo um baixo percentual da população atendida com esgotamento sanitário, a Área Turística, com exceção da Redinha, possui SES em operação. No que concerne ao bairro da Redinha, após entrar em operação o sistema previsto, o mesmo tende a suprir as demandas turísticas previstas neste plano para os próximos 10 anos, visto que o alcance de projeto do SES é para 20 anos. Na Via costeira, a capacidade atual de prestação do serviço relacionada à demanda turística, onde há uma grande concentração da rede hoteleira da cidade, o sistema opera de forma razoável. No entanto, nas demais áreas, o SES se situa em uma faixa de insuficiente a razoável a depender do bairro em questão, sendo mais insuficiente na área histórica da cidade (Cidade Alta, Ribeira e Rocas). Para projeções futuras já existe o projeto de implantação do esgotamento sanitário da Zona Sul, com a implantação da ETE do Guarapes. Esse projeto tende a ampliar a cobertura dos serviços de esgotamento em Natal para algo em torno de 80%. Portanto, se implantado, o projeto tende suprir as prováveis demandas turísticas apresentadas neste plano para os próximos 10 anos, nos bairros de Ponta Negra e na Via Costeira. Da mesma forma, a ETE Central do Baldo, pelo fato de ser uma obra recente e não está operando em 100% da capacidade, possivelmente, atenderá o incremento na demanda turística nos demais bairros. Contudo, é importante ressaltar que são necessários investimentos relacionados à substituição/ampliação de redes coletoras de esgotos e em melhorias nos aspectos operacionais. 3.3.4. Sistema de Drenagem de Águas Pluviais Urbanas As bacias de drenagem de Natal originalmente foram definidas no primeiro Plano de Drenagem de 1973, contemplando apenas parte da cidade correspondente às zonas Leste e 53 Oeste. Posteriormente, a classificação das bacias foi ampliada para todo o Município utilizando os mesmos critérios da divisão das bacias do Sistema de Esgotamento Sanitário de Natal. De maneira que não se levou em consideração a infraestrutura existente de integração das sub-bacias de drenagem da Cidade. No Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais (PDDMA), elaborado pela SEMOPI (2009), foi feita a atualização da divisão das bacias de drenagem de Natal, unificando-se o sistema para todo o Município. O critério de definição e a delimitação de cada bacia de drenagem foram baseados em uma análise integrada das áreas que poderiam gerar escoamento das águas pluviais para cada corpo d’água receptor final. Atualmente, o sistema de drenagem de águas pluviais de Natal é operado pelo próprio titular, o Município, e conforme o PDDMA é constituído por 20 bacias de drenagem. Quadro 10 - Bacias de drenagem da Zona Norte de Natal. Área (ha) Bacia Aberta I. Rio Doce 617,50 II. Lagoa Azul 2417,5 III. Lagoa de Extremoz 100,2 IV. Rio Golandim 181,5 V. Redinha 108,2 VI. Rio Potengi / Salinas 885,4 Total da Zona Norte Fechada 4309,9 Fonte: SEMOPI, 2009. Quadro 11 - Bacias de drenagem das Zonas Leste, Oeste e Sul de Natal. Bacia Área (ha) Aberta VII. Potengi / Rocas – Ribeira 376,3 VIII. Praias Urbanas 218,2 IX. Riacho do Baldo 714,8 X. Potengi / Quintas-Base Naval 304,1 XI. Parque das Dunas 1194,0 XII. Rio das Lavadeiras 1264,8 XIII. Via Costeira 116,2 XIV. Rio Potengi / Felipe Camarão 712,6 XV. Lagoas da Jaguarari XVI. Rio Pitimbu 431,8 1048,9 XVII. San Vale / Cidade Satélite XVIII. Rio Jundiaí / Guarapes 1145,4 398,0 XIX. Lagoinha XX. Praia de Ponta Negra Total da Zona Leste / Oeste / Sul Fechada 1016,0 949,3 6103,2 3787,2 Fonte: SEMOPI, 2009. 54 Das 20 bacias de drenagem, 06 estão na zona norte da cidade e 14 encontram-se nas zonas leste, oeste e sul, drenando uma área total de 14.200,3ha. A principal concepção do PDDMA foi planejar o sistema de drenagem urbana com bacias abertas. Tanto que das 20 bacias apenas 04 são fechadas. Essa concepção por um lado facilita bastante a operação e integração entre bacias de drenagem, o que tende a reduzir a ocorrência de alagamentos. Por outro lado, esse tipo de infraestrutura através de galerias e túneis de drenagem aumenta as vazões de pico, consequentemente, o risco de enchentes e inundações à jusante. Figura 13 - Bacias de drenagem da Zona Norte Fonte: SEMOPI, 2009. Destaca-se que pela implantação do Sistema Integrado de Drenagem da Zona Norte, na bacia II, todas as bacias da Zona Norte tornaram-se abertas, com o direcionamento de suas águas aos seguintes exutórios: Rio Doce (bacia I); Lagoa Azul (bacia II); Lagoa de Extremoz (bacias III); Rio Golandim (bacia IV); Praia da Redinha (bacia V); Rio Potengi (bacia VI). 55 Figura 14 - Bacias de drenagem das Zonas Sul, Leste e Oeste. Fonte: SEMOPI, 2009. As bacias fechadas de Natal encontram-se nas zonas Leste e Sul, nas quais as águas têm destino predominante para as seguintes Lagoas: Lagoas da Jaguarari (bacia XV); Lagoas de San Vale (bacia XVII); e, Lagoinha (XIX). Ademais, as bacias abertas das zonas Leste, Oeste e Sul têm os seguintes exutórios: Rio Potengi (bacias VII, IX, XII, XVIII, XIV); Praias Urbanas (bacia VIII); Via Costeira (bacia XIII); Rio Pitimbu (bacia XV); Praia de Ponta Negra (bacia XX). Ainda conforme o Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais da Cidade do Natal, as bacias de drenagem estão subdividas em 85 sub-bacias. Assim, as águas provenientes de uma determinada sub-bacia seguem, em geral para lagoas de drenagem, rios ou praias. A seguir, é apresentado um mapeamento das lagoas em Natal e sua condição de urbanização. 56 Figura 15 - Lagoas de drenagem no município de Natal. Fonte: SEMURB, 2007. 57 No que concerne aos pontos críticos de alagamentos e inundações estão mapeados (destacados em preto no mapa) e compreendem mais de 100 pontos em toda a cidade, conforme figura abaixo: Figura 16 - Pontos Críticos de Alagamentos e Inundações no município de Natal. Fonte: SEMOPI, 2009. Considerando a Área Turística de Natal, percebem-se os seguintes pontos de alagamentos na Zona Norte (Redinha), Zona Leste (Mãe Luíza, Areia Preta, Praia do Meio, Santos Reis, Ribeira, Rocas e Cidade Alta) e Zona Sul (Ponta Negra). Verifica-se também a existência de apenas 04 lagoas, sendo 03 consideradas urbanizadas e 01 não urbanizada, a saber: Lagoa da Redinha (urbanizada), Lagoa Jardim das Flores (não urbanizada), Lagoa do Alagamar (urbanizada) e Lagoa da Aeronáutica (urbanizada). Assim, a quantidade de pontos críticos de alagamentos e inundações na Área de Influência do PDITS totaliza 17 pontos. Dentre locais que mais apresentam problemas de alagamentos e inundações destacam-se em primeiro lugar a Ribeira, onde o problema é generalizado, depois, Rocas, Ponta Negra, a comunidade do Passo da Pátria na Cidade Alta e a Lagoa de Jardim das Flores na Redinha. A relação dos logradouros que apresentam problemas de alagamentos e inundações é apresentada no quadro abaixo: 58 Quadro 12 - Relação dos Pontos Críticos de Alagamentos e Inundações na Área Turística de Natal. Bairro Ponta Negra Lagoa da Av. Praia de Genipabu Codificação do Ponto Crítico 38 Rua Florença 39 Lagoa do Alagamar 40 Logradouro Rua Por do Sol 41 Rua Oswaldo F. do Rêgo 42 - - Mãe Luíza Rua João XXIII 12 Areia Preta - - Praia do Meio - - Rua Café Filho 1 Parque das Dunas (Via Costeira) Santos Reis Redinha Ribeira Rocas Cidade Alta Rua Bela Vista 2 Rua Beberibe 18 Lagoa Jardim das Flores 19 Ribeira (Generalizado) 5 Rua Areia Branca 3 Rua Caubi Barroca 3 Rua Pastor Climaco Bueno Asa 3 Rua Pereira Simões 3 Entorno da antiga SEMURB 4 Canal do Passo da Pátria 13 Fonte: Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte - CAERN, 2012. Ainda conforme o Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais da Cidade do Natal, as bacias de drenagem estão subdividas em 85 sub-bacias. Assim, as águas provenientes de uma determinada sub-bacia seguem, em geral para lagoas de drenagem, rios ou praias. Além de escoarem para as lagoas, as águas pluviais da Área de Influência Direta escoam para as Praias Urbanas, Riacho do Baldo, Rio Doce e Rio Potengi. O quadro abaixo relaciona as bacias e sub-bacias de contribuição da AID do plano: 59 Quadro 13 - Bacias e sub-bacias de drenagem da Área de Influência Direta do PDITS. Bairro Bacia de drenagem XIX Ponta Negra XX Bacia e sub-bacias de drenagem Sub-bacia de drenagem Corpo receptor XIX.2 Lagoinha XIX.5 XX.1 XX.2 Oceano Atlântico XX.3 (Praia de Ponta Negra) XX.4 XX.5 XI XI.1 XIII XIII Mãe Luíza VIII VIII.4 VIII.5 VIII.6 Areia Preta VIII VIII.4 VII VII.2 VIII.2 VIII.3 Oceano Atlântico (Praia do Meio e dos Artistas) VII.1 VIII.1 VIII.2 Oceano Atlântico (Praia do Meio e do Forte) Parque das Dunas (Via Costeira) Praia do Meio VIII VII Santos Reis VIII I Redinha V VI Ribeira Oceano Atlântico (Praias de Barreira d'água e Areia Preta) Oceano Atlântico (Praia de Areia Preta) Rio Potengi Rio Potengi Rio Doce Oceano Atlântico (Praia da Redinha) Rio Potengi VII VII.2 VII.3 Rio Potengi VII VII.1 VII.2 Rio Potengi VIII VIII.2 VII IX VII.3 IX.2 Rocas Cidade Alta I.6 V.1 V.2 VI.2 VI.3 Parque das Dunas Oceano Atlântico (Praias da Via Costeira) Oceano Atlântico (Praia do Meio) Rio Potengi Riacho do Baldo Fonte: Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte - CAERN, 2012. Infelizmente, as questões de drenagem urbana só tornam-se prioridades após o surgimento de inúmeros transtornos para a população e de consequências em outras áreas estratégicas, como a social, a de saúde e a ambiental. Dentre os impactos causados pela ausência de drenagem nas cidades estão: alagamentos, proliferação de insetos, interferências nos sistemas de esgotamento sanitário e de resíduos sólidos, inundações e problemas epidemiológicos. Este último relacionado a doenças de veiculação hídrica, as quais aumentam bruscamente na ocorrência de enchentes e inundações. Além desses impactos, as lagoas e reservatórios de drenagem existentes no município contribuem para a difusão de problemas de saúde pública devido à falta de urbanização, conservação e limpeza desses equipamentos. 60 Ao analisar os impactos decorrentes da ausência de drenagem e manejo de águas pluviais na Área de Influência do plano, destacam-se como áreas mais problemáticas os bairros de Ponta Negra, Ribeira, Rocas, Santos Reis, Mãe Luíza, Cidade Alta e Redinha. Mesmo ao considerar que o aumento da demanda turística não influenciará significativamente nos problemas provocados pela ausência de drenagem urbana, a ocorrências de transtornos desse tipo influenciam negativamente na impressão turística sobre a região e consequentemente diminui essa demanda. A capacidade de suporte atual na Área Turística não é satisfatória, sendo necessários investimentos em relação à implantação de micro e macrossistemas de drenagem visando eliminar os pontos de alagamentos registrados na área. 3.3.5. Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Os serviços de limpeza urbana da cidade do Natal são regulamentados pela Lei N° 4.748/96 e gerenciados pela Companhia de Serviços Urbanos de Natal – URBANA, criada pela Lei Municipal nº 2.659/79. A companhia tem como função principal a execução dos serviços de limpeza das vias públicas, varrição de logradouros, capinação, remoções especiais, limpeza das praias, limpeza de canteiros, pintura de meio-fio, limpeza do sistema de drenagem urbana, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos coletados no município. Além disso, a empresa deve regulamentar e fiscalizar a execução do tratamento, beneficiamento ou comercialização de resíduos sólidos domiciliares e industriais por quaisquer instituições públicas ou particulares. De acordo com Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento –SNIS - (2010) o índice de cobertura dos serviços de coleta domiciliar no município de Natal é de 97,6% e a massa per capita de resíduos domiciliares é igual a 0,9 Kg/hab. dia. Levando em consideração a população fixa 803.739 habitantes na cidade (IBGE, 2010), há uma produção diária de 723,4 toneladas. Entretanto, devido à atividade turística sempre haverá um incremento devido a essa população flutuante. Para tal, será estimada uma taxa de ocupação dos leitos de hospedagem de 80%, uma quantidade de 31.443 leitos (PDITS, 2011) e a mesma produção de resíduos por pessoa (0,9 Kg/hab.dia). Desse modo, tem-se em torno de 26,4 toneladas de resíduos sólidos gerados por dia, além daqueles produzidos pela população residente. Isso representa um acréscimo de 3,65% na produção de resíduos domiciliares no município. A coleta de resíduos domiciliares é realizada 03 vezes por semana (segundas, quartas e sextas ou terças, quintas e sábados) em áreas residenciais e diariamente em áreas comerciais, utilizando-se caminhões coletores compactadores. Os resíduos domiciliares das zonas Sul, Leste e Oeste, são enviados para a estação de transferência localizada na antiga área de disposição final de resíduos sólidos de Cidade Nova, e depois enviados ao Aterro Sanitário Metropolitano de Natal, localizado em Ceará Mirim. Já os resíduos da zona Norte, são coletados por caminhões compactadores e devido à proximidade do local, seguem diretamente para o aterro sanitário, não havendo necessidade de estação de transbordo. 61 Atualmente os serviços de limpeza pública da cidade são executados da seguinte forma: a) na Região Oeste e Sul pela empresa terceirizada Marquise e na Região Leste pela empresa Líder – estas empresas fornecem a mão de obra e os equipamentos; b) na Região Norte, os serviços realizados ficam a cargo da URBANA, com mão de obra pertencente ao quadro de funcionários da URBANA e equipamentos locados à Empresa Trópicos e pequenos transportadores. Os quadros abaixo detalham os bairros atendidos com coleta domiciliar pelas empresas Marquise e Líder nos 02 roteiros (segundas, quartas e sextas- feiras; e terças, quintas e sábados). Quadro 14 - Frequência de coleta domiciliar nas Zonas Sul e Oeste. MARQUISE Segundas, Quartas e Sextas Vila de Ponta Negra Nova Descoberta Guarapes San Vale Planalto Capim Macio Conjunto Ponta Negra Terças, Quintas e Sábados Pirangi Satélite Vale do Pitimbu, Monte Belo Serrambi Cidade da Esperança Dix-Sept Rosado Morro Branco / Av. Prudente de Morais Segundas, Quartas e Sextas Bairro Latino / Parque das Colinas Mirassol / Cidade Jardim Bom Pastor / Mereto Novo Horizonte Felipe Camarão Terças, Quintas e Sábados Lagoa Nova Candelária Neópolis / Jiqui / C. Cabugi / R. Petrobrás Potilândia Diário Praia de Ponta Negra – Pousadas (Via Costeira – Restaurante Guinza até a Av. Praia de Pirangi / Rua Praia de Camurupim até Rua Francisco Gurgel) Fonte: Site - URBANA (www.natal.rn.gov.br/urbana) 62 Quadro 15 - Frequência de coleta domiciliar na Zona Leste. LÍDER COMPACTADORES / DLU – NATAL Turno Trecho Mãe Luiza – Via Costeira Repasse Mãe Luiza NOTURNO DIURNO Repasse Feira Frequência Diária Domingo Domingo Repasse Avenidas Principais Seg./Qua./Sex. Repasse Conteineres Seg./Qua./Sex. Tirol – Morro Branco Seg./Qua./Sex. Tirol – Petrópolis Seg./Qua./Sex. Tirol – Lagoa Seca Seg./Qua./Sex. Repasse Hospitais Seg./Qua./Sex. Alecrim – Residencial Ter./Qui./Sáb. Bairro Nordeste – Repasse Ter./Qui./Sáb. Barro Vermelho – Lagoa Seca Ter./Qui./Sáb. Quintas II Ter./Qui./Sáb. Rocas – Santos Reis – Brasília Teimosa Ter./Qui./Sáb. Tirol / Petrópolis Repasse / Avenidas Principais Diária Ribeira – Petrópolis Diária Cidade Alta Diária Alecrim –Guarita Diária Diária Fonte: Site - URBANA (www.natal.rn.gov.br/urbana) Para os serviços de varrição, a URBANA conta com um plano que estabelece as ruas a serem varridas, os dias e frequência de varrição de acordo com as características específicas das vias e das regiões. Em termos gerais, na Área de Influência Direta do PDITS, as avenidas principais são varridas 02 vezes por semana em Ponta Negra e, diariamente nos demais bairros. Nas demais vias, as equipes que fazem os serviços de capinação, raspagem e pintura de meio fio, executam conjuntamente a varrição nas áreas onde estão executando esses serviços. Para esta atividade não existem roteiros pré-estabelecidos, sendo os mesmos efetuados geralmente em regime de mutirão, seguindo solicitações da comunidade. Em relação à limpeza de feiras existem equipes exclusivas para essa finalidade, sendo uma para atender a zona Norte e outra para as demais zonas da cidade. Para limpeza de praias são utilizadas equipes específicas. Na praia da Redinha o serviço é executado diretamente por equipe de garis da URBANA, na praia de Ponta Negra o serviço é realizado pela empresa Marquise e nas praias do Centro (Forte, Meio, Artistas, Areia Preta e Miami) pela empresa Líder. O destino final dos resíduos domiciliares e comerciais vai para o Aterro Sanitário Metropolitano, que tem capacidade para atender a todos os municípios da Região 63 Metropolitana de Natal. O Aterro Sanitário compreende uma área de aproximadamente 90 há e encontra-se em operação desde 2004 sob responsabilidade da empresa BRASECO, por meio de Contrato de Concessão. A área está localizada no município de Ceará Mirim, no distrito de Massaranduba, a uma distância de 7 Km em relação a Sede Municipal e de 22 Km da capital do estado. Figura 17 - Imagem aérea do Aterro Sanitário da Região Metropolitana de Natal/RN. Fonte: Site - BRASECO (www.braseco.com.br). O Sistema de Gestão Ambiental da BRASECO referente à operação do Aterro Sanitário possui certificação ISO 14000, o que garante os padrões necessários para o bom funcionamento do Aterro e para a sustentabilidade ambiental da área. Assim sendo, entre as técnicas empregadas estão: a impermeabilização das células com geomembrana de polietileno com 2 mm de espessura; o espalhamento, compactação e recobrimento dos resíduos ao final de cada jornada de trabalho; a instalação de drenos horizontais e verticais distribuídos ao longo das células para drenagem de líquidos e gases; a queima dos gases através de forma controlada, através de flaires (queimadores); e, tratamento dos efluentes líquidos gerados pela decomposição dos resíduos (chorume/percolado). No sistema de tratamento de efluentes do Aterro Sanitário, os líquidos gerados em cada célula são encaminhados para uma estação elevatória, em seguida, seguem para a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), composta por 04 lagoas impermeabilizadas com geomembrana em PEAD. Segundo a BRASECO a eficiência do sistema é da ordem de 80% a 84% considerando a remoção de matéria orgânica. Após a implantação da solução para a destinação final dos resíduos domiciliares da cidade do Natal, a partir da operação do Aterro Sanitário Metropolitano, a principal dificuldade a ser contornada no sistema de limpeza pública diz respeito ao gerenciamento integrado dos diversos tipos de resíduos sólidos e à implantação de programas de incentivo à não geração, redução e reciclagem dos resíduos sólidos produzidos na capital. 64 Mesmo com incremento turístico acentuado previsto para os próximos anos devido à Copa do Mundo, mantendo-se a mesma situação explicitada anteriormente, o atual Aterro Sanitário Metropolitano atenderá a demanda da geração de resíduos sólidos pela população flutuante. Assim, pode-se considerar que atualmente existe uma boa capacidade de suporte desses serviços e que estes tendem a atender as necessidades futuras da área de visitação turística. O problema está mais relacionado com os aspectos da coleta regular de lixo e da limpeza realizada nos produtos e atrativos turísticos, que não atende de maneira satisfatória, causando uma imagem negativa da Área Turística, bem como a falta de lixeiras nos espaços públicos. 3.3.6. Sistema de Transporte Além do estudo das condições dos acessos viários, é fundamental o estudo dos demais sistemas de transportes disponíveis para atendimento à demanda turística na região. Nesta seção, serão estudados os aspectos relevantes referentes ao transporte público urbano, ao sistema de transporte ferroviário e as infraestruturas aeroportuárias e portuárias. 3.3.6.1. Sistema de Transporte Público Segundo Costa (2009), o sistema de transporte coletivo por ônibus de Natal possui 91 linhas, sendo a operação de 13 delas compartilhada entre duas ou mais empresas, o que resulta num total de 104 linhas, se consideradas as linhas compartilhadas como linhas diferentes. Dessas 91 linhas, 56% correspondem a linhas radiais. Esse percentual indica que o sistema de Natal possui uma estrutura radioconcêntrica. Figura 18 - Distribuição das linhas de transporte público regular de Natal por tipo. Fonte: Costa, 2009. As linhas de transporte público são classificadas quanto à sua forma como radiais, perimetrais (ou diametrais) ou circulares. As linhas radiais realizam a ligação de um bairro, subúrbio ou periferia com o centro da cidade, sendo indicadas para atender grandes fluxos de passageiros com destino ao centro da cidade. As linhas diametrais realizam a ligação entre dois bairros ou setores da cidade, passando pelo centro da cidade (quando não passam, são classificados como perimetrais), sendo indicadas para cidades de pequeno e médio porte por evitarem transferências e pagamento de duas ou mais tarifas. Já as linhas circulares realizam a ligação entre dois ou 65 mais bairros e setores da cidade, sendo seu itinerário de ida não coincidente com o itinerário de volta. Verifica-se que o sistema de Natal é composto basicamente por linhas diametrais e radiais, que prestam serviço convencional de ligação direta passando pelo centro, ou seja, exercem as funções de captar os usuários na região de origem, transportá-los até o destino e distribuí-los nas regiões de destino. Quanto à dependência entre as linhas, as linhas radiais por vezes são utilizadas como etapa de uma viagem entre bairros diametralmente opostos ao centro. Havendo essa necessidade de viagem, os usuários dessas linhas deverão ter a sua disposição outras linhas para complementação da viagem, excetuando-se as viagens com destino final no centro. Já as linhas diametrais são utilizadas em viagens diretas, passando pelo centro ou fazendo ligação entre bairros. São, portanto, linhas que dificilmente operam na condição de dependência de outras linhas. Quanto à renovação, temos que, linhas radiais têm como características a baixa renovação, ou seja, há fluxo de passageiros apenas nos pontos terminais das linhas, locais em que se observa a renovação. As linhas diametrais, pelo fato de passarem pelo Centro no percurso de ligação entre duas regiões, têm uma boa renovação, pois atendem às necessidades de usuários que desejam realizar deslocamentos nos sentidos bairro-centro, centro-bairro e bairro-bairro. As linhas de ônibus coletivos em Natal têm uma extensão média de 31,85 km, o que é considerado alto para uma cidade deste porte. No geral, cerca de 63% das linhas possuem extensão superior a média, o que configura um forte tendência de ligações perimetrais (bairro-a-bairro). A elevada extensão média das linhas produz, além das dificuldades operacionais, a necessidade de uma frota elevada para manter em níveis aceitáveis a frequência e a ocupação dos veículos, aspectos fundamentais para a determinação do padrão de serviço oferecido ao usuário. Por outra parte, a baixa rotatividade de passageiros em algumas linhas, longos deslocamentos em veículo, exclusividade de atendimento ao conjunto habitacional de origem, tem como resultado um baixo IPK (índice de passageiros por km rodado), o que pressiona para cima a tarifa quando esta é estipulada em temos reais. Estudos realizados quando da elaboração do Plano de Mobilidade Urbana de Natal revelam que o Percurso Médio Mensal (PMM) de cerca de 7.110,89 quilômetros por veículo. O Banco Mundial estabelece um PMM de cerca 8.000 km/veículos mensais como sendo o valor mínimo para utilização da frota. Qualquer valor abaixo revela uma subutilização dos veículos e, consequentemente, elevação desnecessária de custos. Considerando as características do sistema de transporte público por ônibus de Natal apresentadas acima, verifica-se que existem alguns obstáculos que atravancam um melhor desempenho do serviço. Dentre os elementos dessa problemática destaca-se inicialmente a configuração das linhas do serviço. O sistema apresenta uma estrutura de forte centralidade que utiliza os principais eixos viários da cidade, cujas características também são radioconcêntricas. Corresponde a um sistema troncalizado com grande parte das linhas dirigindo-se ao centro. É preciso adequar o sistema de transporte às necessidades da demanda. 66 Sobre o desenho da rede é importante destacar que o fenômeno de autarquização da cidade, caracterizado pela constituição de ilhas urbanas pouco relacionadas funcionalmente com a dinâmica social e econômica da cidade, fez com que a população e as atividades se dispersassem mais pela geografia urbana, o que, de certa forma, prejudicou a rede de transporte público. Em seu formato mais convencional, composto principalmente por linhas radiais, a rede de transporte de massa aposta na concentração de desejos de viagem em grandes corredores de transporte, com a dispersão ocorrida, para se ajustar às novas necessidades do mercado, o transporte público coletivo terminou tornando sua rede irracional, com muitas ligações de longa distância, ligações diretas entre os mais variados destinos (e origens) da cidade, diversificação espacial desses deslocamentos e superposição de itinerários com coincidência especialmente nos principais corredores de tráfego comuns ao transporte coletivo e ao privado. Esse quadro termina não só gerando problemas no trânsito em face da maior quantidade de veículos na rua, como também elevando o custo do sistema em decorrência do aumento da quilometragem percorrida. Frente a tal situação, é importante racionalizar a rede aproveitando-se os benefícios gerados pela bilhetagem eletrônica e integrações, o que já vem sendo feito em Natal. Neste contexto, o Plano de Mobilidade Urbana de Natal propõe a substituição da rede atual por uma nova rede, concebida em função dos deslocamentos desejados pela população atual e potencial e considerando a real articulação do sistema com polos de desenvolvimento da cidade, incluídos, aí, os turísticos. A efetivação do Plano depende regulamentação do setor, mediante processo de licitação e contratualização das novas linhas do sistema. Verifica-se que o sistema de Natal é composto basicamente por linhas diametrais e radiais, que prestam serviço convencional de ligação direta passando pelo centro, ou seja, exercem as funções de captar os usuários na região de origem, transportá-los até o destino e distribuí-los nas regiões de destino. Entretanto, parte da AT não é atendida satisfatoriamente pelo serviço de transporte público, principalmente, na área do produto Via Costeira, o que dificulta o deslocamento dos turistas aos demais produtos e atrativos. Os produtos do Corredor Cultural e rio Potengi são atendidos de maneira razoável pelo sistema de transportes, mas, existem reclamações quanto a sua qualidade. 3.3.6.2 Sistema Ferroviário A ausência do transporte ferroviário é um dos principais gargalos logísticos enfrentados pelo Rio Grande do Norte. Os ramais ferroviários destinados ao transporte de cargas estão desativados. No Plano Nacional de Logística e Transportes – PNLT, estão previstas somente a implantação e construção da ligação entre Jucurutu e Porto do Mangue - destinada ao escoamento do minério de ferro, e a remodelação do trecho entre Afonso Bezerra e Mossoró, dedicada principalmente ao transporte de sal. A preocupação com esse gargalo fez com que a Associação Comercial e Industrial de Mossoró realizasse estudo de viabilidade técnica e econômica para a construção de um 67 trecho ferroviário ligando Mossoró a Natal. Nesse estudo, estavam previstas a recuperação dos trechos Ceará-Mirim/Macau e do trecho urbano da linha 1 da CBTU, além da construção de ligações ferroviárias entre Mossoró/Assú, Mossoró/Areia Branca, Assú/Afonso Bezerra, Guamaré à linha Afonso Bezerra/Macau, Natal/São Gonçalo do Amarante e Jucurutu/Assú. No total seriam recuperados 242,0 km e construídos 228,2 Km de linhas, revelando necessidades bem acima das previstas no PNLT. O transporte de passageiros sobre trilhos de Natal possui uma extensão de 56,2 km e é composto apenas por duas linhas, O sistema possui 22 estações divididas em 04 municípios e encontra-se, atualmente, limitado pela baixa capacidade de transporte, pela obsolescência tecnológica da operação e ainda pela imagem degradada tanto do transporte em si como das estações ferroviárias. O transporte urbano de passageiro na Região Metropolitana de Natal é deficiente, tanto em capacidade como nos trajetos oferecidos. Atualmente o sistema é gerido pela CBTU – Companhia Brasileira de Trens Urbanos, criada pelo Governo Federal em 1984. A Superintendência de Trens Urbanos de Natal foi criada em 1988 e seu sistema de transporte de passageiros sobre trilhos atende a região metropolitana, incluindo os municípios de Natal, Parnamirim, Extremoz e Ceará-Mirim. Segundo dados da CBTU, o sistema transporta cerca de 8 mil passageiros por dia, por meio de locomotivas a diesel, nos subsistemas denominados Linha Norte (Natal / Ceará-Mirim) com extensão de 38,5 km e Linha Sul (Natal / Parnamirim) com 17,7 km. O mapa a seguir, apresenta esquema ilustrativo das linhas: 68 Figura 19 - Sistema de Transporte sobre Trilhos da Região Metropolitana de Natal Fonte: CBTU, 2013 Ao todo são realizadas 24 viagens diárias distribuídas da seguinte forma: 10 (dez) viagens para a linha norte, atendendo a 12 estações; 14 viagens para a linha sul, atendendo à 10 estações. Dentro do município de Natal, são atendidos os bairros de Alecrim, Quintas, Igapó, Santa Catarina, Soledade e Nova Natal. A CBTU, como gestora da execução de ações e investimentos do Governo Federal em sistemas de trens urbanos vem desenvolvendo o Projeto de Modernização do Sistema de Trens Urbanos de Natal, cujo objetivo principal é torná-lo mais moderno, eficiente e seguro, de modo a viabilizar sua inserção na rede de transportes e viabilizar seu equilíbrio econômico. 69 O destaque do projeto está na substituição do atual material rodante por veículos leves sobre trilhos (VLT’s). A proposta pretende a operação de 12 VLT’s, sendo 07 na linha norte, 04 na linha sul e 01 veículo de reserva. Cada VLT’s é composto por dois carros motores e dois carros reboques, podendo transportar até 680 passageiros por composição, a uma velocidade de cerca de 35 km/h. O projeto prevê, ainda, a recuperação de 13 estações, construção de 03 novas estações no trecho existente, a construção de um novo trecho de 3,5 km com 03 novas estações. Segundo a CBTU, a efetivação do projeto contribuirá de forma significativa para o processo de desenvolvimento da cidade proporcionando os seguintes principais resultados: Melhoria da mobilidade nos corredores de transporte pela introdução do VLT, que apresenta características superiores aos ônibus, no que se refere a rapidez, conforto e segurança; Recuperação e modernização da estrutura e dos serviços oferecidos; Economia no consumo de combustível estimada em 50%; Aproximação do trem a importantes polos atrativos de viagens; Incremento da infraestrutura turística; Redução do intervalo entre trens e do tempo de viagem dos usuários; Redução do subsídio de transporte em até 69% por passageiro transportado; Integração com o modo ônibus; Redução dos congestionamentos; Garantia de níveis aceitáveis de poluição deslocamentos urbanos de passageiros. atmosférica no conjunto dos Este projeto prevê, ainda, a revitalização da estação central da Ribeira, dentro do contexto do Plano de Reabilitação do Bairro. A proposta consiste na construção de um complexo de múltiplos usos associado á Estação Ferroviária, que contemple espaços voltados para transporte, integração modal, comércio, serviços, cultura e lazer. A efetivação deste projeto, além de importantes alterações na dinâmica da mobilidade urbana de Natal, possui um caráter de incentivo à atividade turística na região do Centro Histórico e Cultural, localizado nos bairros da Ribeira e Cidade Alta. A falta de sistema ferroviário adequado, devido a inexistência de metrô ou de veículo leve sobre trilhos, causa transtornos tanto para a população local, como para os turistas que visitam Natal. Seria oportuna a realização de investimento no setor, uma vez que o atual sistema não atende turisticamente. 3.3.6.3. Aeroportos O principal fluxo de transporte aéreo do estado é o de passageiros, formado na sua maior parte por turistas nacionais e estrangeiros. Atualmente conta-se com apenas um aeroporto na Região Metropolitana de Natal, o Aeroporto Internacional Augusto Severo, localizado em Parnamirim, a 10 km de Natal. 70 Figura 20 - Aeroporto Internacional Augusto Severo Fonte: Infraero, 2012. O Aeroporto Internacional passou por uma grande reforma para ampliação e modernização em 2001, mas sua capacidade instalada foi superada em 2006, quando recebeu 996 voos internacionais e 8.383 domésticos, movimentando cerca de 1,4 milhões de passageiros, operando a 121% de sua capacidade instalada. Segundo dados do relatório estatístico de 2011, publicado pela Infraero em 2012, em 2011, no Aeroporto Internacional Augusto Severo houve movimentação de 2.586.220 passageiros, entre embarques e desembarques, 64% a mais que em 2007, conforme apresentado na figura a seguir: Gráfico 1 - Movimentação de passageiros no Aeroporto Internacional Augusto Severo 2.415.833 2.586.220 1.894.113 1.578.165 2007 1.643.369 2008 2009 2010 2011 Fonte: INFRAERO, 2012. 71 A estimativa é de que cinco milhões de passageiros e 16 a 20 mil toneladas de carga serão transportados em 2020. Esses fluxos deverão ser atendidos principalmente pelo Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante que se encontra em construção. O projeto do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante deverá ocupar uma área total – 15 milhões de m² – 1.500 hectares – 6 km de comprimento por 2,5km de largura e 1 km na moldura do aeroporto para área de interesse industrial e comercial. Nasceu de uma demanda reprimida do Comando da Aeronáutica Brasileira em 1993 que precisava reunir, num mesmo lugar, um centro de treinamento e formação de piloto. Natal seria a melhor base, devido à posição estratégica que apresentava, contudo, havia um conflito entre a base militar e a área civil-comercial, onde se encontra o atual Aeroporto Internacional Augusto Severo e o crescente fluxo de operações na última década com o incremento dado pelas atividades turísticas. Para isso, foram realizados vários estudos até escolher-se o município de São Gonçalo do Amarante. A figura a seguir apresenta maquete eletrônica do empreendimento: Figura 21 - Terminal de Passageiros do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante - Maquete Fonte: PESSOA, 2012 A projeção de operação é para 40 milhões de passageiros e 320 toneladas de cargas, contudo, essa capacidade será atingida por fases. A 1ª fase está sendo projetada para operar com cinco milhões de passageiros anos, ou seja, com mais do dobro da capacidade atual do Augusto Severo. Esse empreendimento constitui um complexo aeroportuário intermodal, que exigirá investimentos em rodovias, ferrovias e no transporte marítimo. Após sua conclusão, será um dos maiores aeroportos do mundo e o maior da América do Sul, funcionando como um entreposto para o continente. Os efeitos multiplicadores do conjunto de atividades a serem desenvolvidas no complexo aeroportuário são enormes. Espera-se a geração de cerca de 30 mil empregos diretos. Além de eliminar o gargalo representado pela infraestrutura aérea atual, sua instalação deverá 72 atrair empresas de serviços especializadas, e suas atividades deverão ser complementares à instalação da ZPE de Macaíba. Entretanto, para o Aeroporto Augusto Severo o Plano Nacional de Logística e Transportes prevê uma ação de construção, sem prazo para ser realizada, o que mantém o gargalo representado pela excedente demanda atual. Desta maneira, após a inauguração do aeroporto de São Gonçalo do Amarante a demanda turística será bem atendida, a questão que preocupa é a malha aérea que serve aos interessados em viajar a Natal, tanto pela dificuldade em encontrar voos diretos, como também pela oscilação dos preços das passagens. 3.3.6.4 Portos O porto de Natal foi aprovado pelo Decreto nº 15.277, de 14/01/22, e teve sua execução iniciada no mesmo ano, pela empresa contratada C. H. Walker & CIA Ltda. As obras foram interrompidas entre 1924 e 1927. Em 1932, a administração e exploração do porto passaram a subordinar-se ao Departamento Nacional de Portos e Navegação quando, em outubro daquele ano, o porto foi inaugurado e passou a funcionar. Figura 22 - Terminal de Passageiros do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante – Maquete Fonte: Site - www.copa2014.gov.br Está localizado na zona urbana de Natal, na margem direita do Rio Potengi e a cerca de 3 km de sua foz. O acesso marítimo é feito por um canal com 3 km de extensão, com largura de 100 metros nos trechos retilíneos e 120 metros nas curvas. O calado (parte do navio que permanece sobre a água) mínimo é de 10 metros, tanto no canal quanto na bacia de evolução. O cais comercial, com 540 metros, possui três berços de atracação, sendo dois berços de 200 metros cada e um berço com 140 metros, denominados berço um, berço dois e berço três, respectivamente. O calado natural no cais atinge uma profundidade de 11,50 metros em toda a sua extensão. A cerca de 50 metros ao norte do cais comercial encontra-se um píer para atracação de navio para transporte de combustível. 73 As instalações portuárias oferecem 02 armazéns com 02 galpões contíguos aos armazéns totalizando 4.436 m². Em regime de arrendamento, existem mais dois (dois) armazéns: 01 (um) frigorífico, com aproximadamente 2.400 m² e capacidade estática de 2.000 toneladas, e um segundo armazém destinado às cargas perecíveis, com cerca de 1.900 m² e armazenamento à temperatura ambiente. Há 02 áreas retroportuárias, uma de 6.000 m², contígua ao cais, e outra de 7.500 m². O pátio para contêineres possui área de 15.000 m², totalmente pavimentada. A capacidade de armazenagem é de 20.000 toneladas e dispõe ainda de 168 tomadas para contêineres frigoríficos. Referindo-se ao turismo, o Porto de Natal recepciona anualmente em torno de 36 navios de cruzeiro, totalizando uma movimentação de aproximadamente 14.000 passageiros/ano, sendo que as perspectivas são de contínua e plena expansão em razão da vocação turística da cidade e dos projetos para melhoria da infraestrutura do Porto. O fluxo de passageiros no Porto de Natal ocorre durante o período de alta estação, compreendido entre os meses de novembro e março, quando os navios de cruzeiro fazem escala no Porto de Natal com destinos nacionais e internacionais. Em regra geral, o Porto de Natal acompanha a realidade de diversos outros portos do país: falta de infraestrutura adequada para o desenvolvimento das atividades de turismo. Segundo Palladino (2010), em Santos as taxas portuárias são 162% mais altas do que no porto de Lisboa, 122% acima das de Washington e 70% mais caras do que em Veneza. Há muito a ser revisto nos portos brasileiros para o pleno desenvolvimento do mercado de turismo marítimo. Hoje existem no Brasil 30 a 40 portos em funcionamento, mas somente 11 são dotados de píeres para receber escalas de navios de cruzeiros, mesmo assim, com limitações. No Porto de Natal, onde também não há terminal turístico e os navios atracam em um berço destinado à movimentação de cargas, a adaptação de um galpão frigorífico desativado. Nestes últimos anos, a imagem da cidade de Natal como um dos principais destinos turísticos do nordeste vem aumentando consideravelmente, como pode ser visto pelo sensível acréscimo no número de embarcações e turistas, o que obriga a construção de instalações adequadas para recepção e atendimento dessas pessoas, prevendo espaços para todos os órgãos federais e estaduais ligados às operações portuárias. Diante disso, vem à necessidade de se construir um Terminal Marítimo de Passageiros, para que o Porto de Natal possa atender, de maneira adequada, ao embarque e desembarque de passageiros. Este terminal encontra-se em fase de construção, sob fiscalização da CODERN, pela empresa Constremac. Este Terminal ocupará uma área total de aproximadamente 5.060 m², onde atualmente se encontram o armazém n° 04, o antigo frigorífico, os escritórios que são utilizados para aluguel, além da casa de geração de força do Armazém Frigorífico. Os serviços previstos na obra são: demolição do armazém n° 04; demolição dos escritórios que são utilizados para aluguel e demolição da casa de geração de força do Armazém Frigorífico; recuperação das instalações físicas do antigo frigorífico; prolongamento do berço 01 em 27 metros, passando a ter um comprimento total de 236 metros; recuperação estrutural da viga do paramento do cais do berço 01; construção de retroárea equivalente ao prolongamento do berço, totalizando 990 m²; construção de um dolfin de amarração, 74 distante 20 metros do berço 01, interligado por uma passarela; e a construção de prédio com dois pavimentos e um mirante. As obras estão estimadas em R$ 51.015.936,26 e encontram-se em fase de implantação. 3.3.7. Sistemas de Comunicação Natal é servida por antenas de transmissão de sinal de televisão, recebe sinal de telefonia fixa e telefonia celular. É servida por telefonia fixa através dos pontos distribuídos por telefone público. O sinal de todas as empresas (CLARO, OI, TIM e VIVO) é relativamente satisfatório. No município existem agências e postos de correios, onde operam com serviço de transporte de correspondência e de entrega de mercadorias. Natal tem jornal de circulação local de grande tiragem sendo quatro os jornais de maior circulação: Diário de Natal, Tribuna do Norte, Jornal de Hoje e o Novo Jornal. Quadro 16 - Meios de Comunicação: Linhas Telefônicas e Difusão. Linhas Telefônicas – 2010 PARTICULARES PÚBLICAS TOTAL 131.566 5.241 136.807 Fonte: Anuário Estatístico de Natal, 2012. Quadro 17 - Meios de Comunicação e Difusão Emissoras de rádio, sinais de recepção de TV e Jornais AM FM Sinais Recepção de TV Jornais em Circulação 06 06 06 05 Fonte: IDEMA, Anuário Estatístico, 2012. Os quadros acima mostram que no município de Natal existem um total de 136.807 linhas telefônicas, sendo 131.566 de particulares e 5.241 de linhas públicas. Em relação as emissoras de rádio Natal possui 06 AM e 06 FM, 06 sinais de recepção de TV e 05 jornais em circulação. Diversos pontos comerciais disponibilizam internet grátis, principalmente, os equipamentos turísticos. Uma expectativa para Natal é a liberação de internet 4G, quarta geração da telefonia móvel, conforme estabelecido pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O serviço começou a operar nas seis cidades sedes da Copa das Confederações, em 30 de abril passado. O serviço 4G suporta tarefas bem mais pesadas do que o 3G, como baixar aplicativos e arquivos grandes. As operadoras Claro, Oi, Tim e Vivo têm que implantar a tecnologia até 31 de dezembro deste ano, em mais seis cidades, que compõem o grupo que sediará as competições da Copa do Mundo de 2014, no qual Natal está incluída. A crítica existente é que o acesso a internet não é grátis em todos os lugares, principalmente nos equipamentos de hospedagens, que cobram taxa diária pelo uso. Considerando que os turistas nacionais contam com a opção do serviço 3G ou modem, o 75 problema é minimizado, entretanto, para os turistas estrangeiros nem sempre existe esta opção, e os mesmos ficam na depedência da oferta do serviço nos locais em que visitam. 3.3.8. Iluminação Pública O setor elétrico brasileiro vem passando por grandes transformações nos últimos anos. O principal objetivo dessas mudanças é atender a expansão da demanda de energia do país, em face da incapacidade do estado de continuar investindo na sua ampliação. Para alcançar esse objetivo, o Governo Federal vem adotando uma série de medidas, entre elas: o estímulo a geração, incentivo aos auto-produtores de energia, a desverticalização do setor e a introdução do livre mercado. Essas medidas visam, sobretudo, promover uma maior competitividade no setor elétrico. O processo de reestruturação do setor elétrico brasileiro tem evoluído no sentido de permitir a liberalização completa do mercado de energia elétrica. Natal é atendida por energia elétrica na sua totalidade na área urbana. As grandes subestações de distribuição de energia estão localizadas pela cidade, recebendo energia em alta tensão diretamente da CHESF – Companhia Hidroelétrica do São Francisco e transformando em baixa tensão, para atender a todos os municípios, sendo comercializado na sua totalidade pela COSERN. O município de Natal tem iluminação pública de forma satisfatória, pois onde é atendida por energia elétrica também é atendido por iluminação pública em toda sua área urbana. Os bairros têm revisão completa das posteações e troca das luminárias. As informações sobre o sistema de fornecimento de energia é que o mesmo é adequado ao porte do município, atendendo de maneira satisfatória a demanda turística. As criticas são direcionadas a questão da iluminação pública em algumas áreas, como no caso da Via Costeira. A COSERN é a fornecedora e distribuidora da implantação desta infraestrutura em toda a cidade. Existe a implantação de usina eólica do Rio Grande do Norte que irá abastecer diversas cidades, mas, que ainda não abastece Natal. Consumo de energia elétrica em Natal, bem como o número de Consumidores de Energia Elétrica por Classe estão sintetizados, conforme tabela abaixo: Tabela 3 - Consumo de Energia Elétrica Região Administrativa. Residencial Industrial Comercial Públicos* Outros** Total Norte 111.493 11.778 47.846 19.096 8.696 198.909 Sul 220.806 15.701 195.255 55.985 7.225 494.972 Leste 118.001 25.080 192.251 55.475 26.133 416.940 Oeste 80.337 6.640 47.609 10.903 2.078 147.567 530.637 59.210 512.442 141.697 45.218 1.289.204 TOTAL FONTE: Tabela elaborada pela SEMURB – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, com base nos dados da COSERN – Companhia Energética do Rio Grande do Norte – 2011 (Ano de referência: 2010) *Consumo Poder Público e Serviço Público **Consumo próprio, iluminação pública e rural 3.3.9. Atendimento dos Serviços de Saúde O município de Natal desenvolve seu trabalho na área de saúde por zona administrativa, sendo essa dividida em distritos: Norte 1 e Norte 2, Sul, Leste e Oeste. No ano de 2012, 76 segundo informações do Sistema de Atenção Básica da Saúde – SIAB- foram atendidas 170.647 pessoas de famílias cadastradas no Programa Estratégia Saúde da Família, sendo desse montante 8.460 atendimentos fora da área de abrangência. Isso indica aquelas pessoas que não residem, estão em trânsito pelos bairros e necessitaram de algum tipo de procedimento. No tocante a inferência de quantitativo de turistas, não é possível determinar, pois ainda não há esse detalhamento estatístico nos relatórios elaborados pelo DATASUS, visto que quando é realizada a consulta ou atendimento não é dada relevância a origem específica do paciente. Segundo informações obtidas na Secretaria Municipal de Saúde há uma previsão em médio prazo para implantação de um sistema no qual será possível identificar a localidade do paciente. Para atender tanto aos turistas, assim como aos habitantes da capital, foi verificado que existem no total 423 unidades de saúde. Dessas, estão incluídas Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento (UPAS 24h) Hospitais, Policlínicas, Unidades Mistas de Saúde, Centro de Referência Infantil, Unidades Móveis de nível pré-hospitalar, Clínicas Especializadas em Odontologia, Saúde Mental, Saúde do Idoso, Saúde do Trabalhador, Unidade de Vigilância à Saúde e Serviços de residência terapêutica. Dentre os hospitais, apenas os Hospital dos pescadores e a Maternidade Leide Morais pertencem à rede pública, os demais são da rede privada. Gráfico 2 -Gráfico dos Estabelecimentos de Saúde Fonte: IBGE,2010 Quantitativamente percebe-se que há uma proporção muito maior das unidades hospitalares particulares em detrimento das públicas, sejam essas municipais, federais ou estaduais, como podemos obervar no gráfico abaixo: 77 Gráfico 3 - Relação das Unidades de Saúde do Município de Natal - RN Fonte: IBGE,2010 No que se refere à capacidade de internação foi verificado que em todo município existem 31 Estabelecimentos de Saúde com internação, desse total, 14 são hospitais e/ou unidades públicas. Dos 17 hospitais e/ou clínicas privadas, 12 oferecem atendimento em convênio com o Sistema Único de Saúde – SUS. A disponibilidade de leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde corresponde a um total de 2.434. Para atendimento público estão disponíveis 1.217, nos hospitais federais há 395, no estadual 753 leitos, na rede municipal 69 leitos. Concernente aos leitos para unidades de saúde da rede privada há 1.617 leitos, e com convênio SUS 1088. Para o atendimento ambulatorial existe no município um quantitativo de 301 unidades ambulatoriais, desse total apenas 46 não dispõem de atendimento médico, as demais executam as especialidades básicas, como pronto socorro em odontologia. Estabelecimentos que atuam com as emergências totalizam 28, sendo distribuídos em pediatria, obstetrícia, psiquiatria, clínica, cirurgia, traumato-ortopedia, neurocirurgia, cirurgia buco-maxilofacial. 78 Gráfico 4 - Número de Estabelecimentos de Saúde - Emergências Fonte: IBGE, 2010 A especialidade mais comum é a clínica geral, na qual 17 estabelecimentos cadastrados prestam esse tipo de serviço, já a menor é para realização de atendimentos psiquiátricos com apenas 05 unidades. Ressalta-se que existem clínicas que dispõem de mais de um tipo de especialidade, por isso o somatório das barras é superior a 28 unidades. Abaixo lista com os principais hospitais de urgências e emergência, Unidades de Pronto Atendimento (UPA) no setor público em Natal são: Complexo Hospitalar Monsenhor Walfredo Gurgel/Pronto Socorro Clóvis Sarinho; Hospital Giselda Trigueiro (infectologia); Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes; Hospital Santa Catarina; Hospital dos Pescadores; Hospital Dr. João Machado (psiquiátrico); Hospital Central Coronel Pedro (hospital da polícia); Hospital Luiz Antônio (oncologia); UPA Pajuçara; UPA Cidade da Esperança. No setor privado a oferta está concentrada nos bairros de Petrópolis, Tirol e Lagoa Nova. Abaixo relação dos hospitais: Casa de Saúde São Lucas; Hospital Papi; Natal Hospital Center; Hospital do Coração de Natal; Hospital Memorial; Hospital Antonio Prudente; Hospital e Maternidade Promater. 79 Além dos hospitais públicos e privados mencionados, existem ainda clínicas particulares e pronto-socorro de médio porte, com atendimento laboratorial. Para atendimento ao turista a maioria das unidades está concentrada na zona leste, estando um pouco afastada do cinturão hoteleiro de Ponta Negra até a Via Costeira. 3.3.10. Situação de Segurança 3.3.10.1 Aparato Policial No que se refere à segurança pública da capital verificou-se que existem 100 unidades envolvendo delegacias distritais, de plantão, especializadas, bases comunitárias, corpo de bombeiros, unidades penais, polícia militar e unidades subordinadas. Sobre o quantitativo de policiais militares em atuação, o total até dezembro de 2012 era de 9.683 na ativa, porém segundo o promotor Wendel Beethoven, de acordo com as leis estaduais, o ideal seria um corpo efetivo de pelo menos13 mil policiais. No entanto, devido ao grande número de aposentadorias essa soma não foi alcançada. Atualmente a Polícia Militar recebeu mais 259 viaturas, 5.043 pistolas para cada PM nas ruas e 1.240 coletes à prova de bala. Já a Polícia Civil atualmente computa mais 164 viaturas, aquisição de 430 coletes à prova de bala, obteve incremento no número de comarcas passando de 20 para 36 e ainda com aumento no efetivo com a convocação de 193 policias. Recebeu ainda um caminhão-baú e dispõe de duas delegacias moveis. Quanto a Polícia Científica recentemente incrementou sua frota em 15 veículos (quatro rabecões – tipo de veículo que transporta os corpos), três comparadores balísticos, um comparador espectral de imagem para análise de documentos, três cromatógrafos a gás com espectrômetro de massa (substâncias tóxicas). Sobre o Sistema Penitenciário foram adquiridas 100 armas de calibre 12, 100 coletes à prova de bala, 20 novos carros-cela, disponibilizadas mais 660 vagas com a abertura do Pavilhão 5 de Alcaçuz, reforma do CDP da Zona Norte e do novo CDP Potengi. 3.3.10.2. DEATUR - Delegacia Especializada Assistência ao Turista Conforme informações coletadas na Delegacia do Turista, em entrevista com o escrivão Alexsandro Rocha, a atual configuração da DETUR se encontra da seguinte forma: Quadro 18 - Composição do Efetivo da Delegacia do Turista e Veículos Delegada Titular 01 Delegada Substituta 01 Escrivão 01 Chefe de Investigação 01 Agentes 12 Agentes bilíngues 03 Viaturas 03 Fonte: SESED DEATUR, 2013 80 O horário de funcionamento da DEATUR é de segunda a sexta-feira, das 8 às 18h, não há plantões. Sobre o quadro de funcionários da DEATUR verificou-se que há apenas 01 escrivão que responde tanto para esta delegacia como também para a Delegacia Especializada em Proteção ao Meio Ambiente – DEPREMA. Quanto aos agentes, dos 12 indicados, dois estão de licença prêmio. Dos 10 que estão na ativa, foi informado que três falam fluentemente inglês, com experiências de intercâmbio no Canadá e Austrália. Entre os sete restantes, atualmente quatro estudam inglês e conseguem se comunicar, embora de forma ainda não fluente. Sobre a disponibilidade de viaturas foi dito que há uma descaracterizada, sendo o veículo um Ford Fiesta, existe também um buggy e uma caminhonete. 3.3.10.3 Corpo de Bombeiros a) Corpo Efetivo de Bombeiros Militares De acordo com levantamento realizado junto a corporação tem-se em todo o Estado 671 bombeiros e em Natal, cerca de 465. Dos que estão em Natal, nem todos atuam no sistema operacional, pelo menos 1/3 está à disposição do serviço administrativo. b) Guarda-Vidas A Seção de Salvamento Aquático de Natal possui em torno de 65 militares que atuam distribuídos em escalas de serviços. Ou seja, cerca de 25 guarda vidas operam diariamente na região metropolitana de Natal. Desses, nem todos ficam na praia, pois existem aqueles que agem no apoio (motoristas, almoxarifados, refeição). Na praia permanecem em volta de 15 por dia, apenas atendendo as praias de Ponta Negra, do Meio e Redinha. Nos finais de semana ativa-se o atendimento no posto da praia de Búzios. No verão e feriados prolongados aumenta-se o efetivo e mais postos são ativados. c) Resgate e Salvamento Para realização de resgate a instituição informou que possui duas ambulâncias para prestar socorro nas ocorrências. Quanto a equipes de Salvamento a corporação possui a mesma quantidade. 3.3.10.4 Nível de Segurança Oferecido à População e aos Turistas Conforme informações obtidas na Secretaria de Estado e Segurança Pública e da Defesa Social – SESED, há em toda a orla urbana de Natal (de Ponta Negra, passando pela Via Costeira, praias de Areia Preta, Artistas, Meio e Forte, além da Ponte de Todos e Praia da Redinha) um monitoramento durante as 24h por 23 câmeras que enviam imagens em tempo real para o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (CIOSP), do Quartel do Comando Geral da PM. Para que esse sistema funcionasse, foram investidos entre 2007 a 2010, R$ 21 milhões na modernização do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública que hoje possui a mesma tecnologia de monitoramento utilizada, por exemplo, em Washington - uma das principais cidades dos Estados Unidos. 81 Dessa forma, todas as imagens capturas pelas câmeras são gravadas, o que permite documentar as ações empreendidas pela Polícia, possibilitando análise e controle de informações. Assim, o sistema de segurança pode atuar para a redução da criminalidade e violência urbana, pois auxiliam nas investigações de crimes, identificação e prisão de acusados de furtos e tráfico de drogas. Além dessas medidas de segurança foi informado também, que 1/3 da frota de ônibus do município conta com um mecanismo de emergência para acionar a polícia, sendo esses monitorados pelo CIOSP. Vale também acrescentar que estão sendo realizadas operações em conjunto com Polícia Militar, Polícia Civil, Bombeiros, SAMU, Polícia Rodoviária, sob o título de Operação Verão – Praia Segura que obteve um decréscimo de 16% no número de afogamento nas praias da capital. A PM e a PC tem realizado apreensões de drogas, armas e desbaratamento de quadrilhas. Em 2012 a PM apreendeu duas toneladas de drogas, já a PC realizou 14 operações com 138 presos no total. 3.3.10.5 Zonas de Riscos ou Área com Alta Incidência Segundo levantamento realizado junto a DEATUR baseado em dados estatísticos da Secretaria de Estado e Segurança Pública e da Defesa Social – SESED - as áreas com maior incidência estão no entorno dos bairros de Ponta Negra (tanto o conjunto quanto a orla), incluindo a Via Costeira, praias de Areia Preta, dos Artistas, do Meio, Bairro de Brasília Teimosa, Mãe Luíza e nas proximidades do Forte dos Reis Magos. Além dessas áreas também podem ser incluídos grandes restaurantes, e os próprios hotéis que conforme informam as vítimas, muitas vezes tem seus pertences furtados como bolsas e relógios, além de dinheiro deixado no quarto por pensarem que lá está seguro. Outra informação importante foi citada pelo escrivão que alertou para o caso dos carros adesivados por locadoras de carro, que isso acaba atraindo o assaltante para realizar furtos dos materiais guardados no veículo como: câmeras, filmadoras, celulares, óculos, bolsas, malas, mochilas entre outros objetos. Visto que o turista está de passagem pela cidade e nem sempre tem tempo ou quer fazer a queixa do ocorrido, preferindo curtir a viagem. Uma das vítimas informou que no seu país Alemanha é proibido esse tipo de adesivo nos automóveis, evitando que o turista seja facilmente identificado. Tipos de Ocorrências De acordo com as estatísticas do último trimestre, entre dezembro a fevereiro de 2013, os números indicam que a maior parte das ocorrências que prevalece é de furtos e roubos. Devido ao turista sentir-se seguro e acreditar estar protegido, acaba por relaxar demais e comporta-se de maneira diferente daquela que faria se estivesse no seu espaço habitual, se tornando uma vítima fácil para os malfeitores. Foi informado que as situações de roubo ocorrem geralmente em lugares ermos, com pouca iluminação, áreas como a Via Costeira localizada próxima a um bairro considerado perigoso, 82 Mãe Luiza, que por muitas vezes os turistas andam na praia sem se dar conta que estão sendo observados, carregando objetos de valor como colares, relógios, celulares, câmeras e dinheiro. Gráfico 5 -Estatística das Ocorrências por Tipo e Período Fonte: SESED, DEATUR, 2013 O gráfico acima demonstra que o mês do trimestre da alta estação com maior índice de ocorrência é o mês de janeiro, que atingiu o número de 90 no total, entre roubos, furtos e outros crimes. Seguido do mês de dezembro que totalizou 66 e por último fevereiro que teve 60 registros. Com relação ao período de fevereiro foi explicado que em Natal não há um carnaval que atraia um volume maior de pessoas, logo o movimento e as ocorrências tendem a ser menores do que nos outros meses, mesmo sendo ainda alta estação. Outro período citado como de alta incidência é no segundo trimestre entre os meses de junho a agosto, exatamente no período de alta estação, o que comprova que a medida que aumenta o fluxo de turistas na cidade o número de ocorrências também cresce. Esses dados alertam para um maior policiamento nas áreas de circulação do turista, principalmente as praias da cidade. 83 3.4. CAPACIDADE INSTITUCIONAL MUNICIPAL Buscar a melhoria da administração pública municipal e da gestão do turismo partindo de novos paradigmas é uma estratégia que deve ser concretizada nas diversas esferas pelos governos estaduais e municipais. Neste contexto é preciso mostrar que, através da ação de um planejamento estratégico, deve ocorrer o processo de mudança em favor de ações que promovam o turismo local com implantação e conservação da infraestrutura turística; acompanhamento e execução de ações estruturantes articuladas com os demais órgãos públicos, bem como do desenvolvimento social e econômico, mantendo visível a importância da necessidade da conservação ambiental, bem como o respeito aos bens culturais e aos modos de ser e agir dos diferentes grupos sociais que fazem parte desta região. Com esse entendimento foi possível fazer uma análise da realidade dos órgãos e instituições responsáveis pela política do turismo, para daí propor caminhos que busquem compatibilizar as ações no sentido de se estabelecer e atingir objetivos transformadores da situação existente. A gestão é um dos componentes mais importantes de qualquer sistema, visto que objetiva gerir e administrar recursos, planejar e propor ações e melhorias para o pleno desenvolvimento de certa atividade, de forma integrada com seus clientes internos e externos. Os itens a seguir farão uma análise da gestão do turismo nos dois níveis, estadual e municipal, por entender que a política municipal de turismo se materializa a partir de ações articuladas de diversas instâncias. Para análise do órgão estadual foram utilizados os dados e informações disponíveis no Diagnóstico Institucional da SETUR, realizado por ocasião da elaboração do seu Plano de Fortalecimento. Em relação a estrutura municipal a análise será feita com base nas observações feitas pela consultoria durante as 03 primeiras etapas de elaboração do PDITS Natal. 3.4.1. Órgãos e Instituições 3.4.1.1. Órgãos Estaduais de Turismo: SETUR e EMPROTUR No Governo do Estado do Rio Grande do Norte existem dois órgãos responsáveis pelo desenvolvimento do turismo no Estado, o primeiro integrante da Administração Direta a Secretaria de Estado do Turismo (SETUR) e o outro pertence à Administração Indireta que é a Empresa Potiguar de Promoção Turística (EMPROTUR). A SETUR tem a função de formular a política de turismo do Estado desenvolvendo estudos e pesquisas para avaliar a potencialidade turística e planejar e executar a infraestrutura necessária para o incremento do turismo; já a EMPROTUR é responsável pela promoção e divulgação do Rio Grande do Norte, através da participação em eventos e feiras nacionais e internacionais. Desde a criação dos atuais órgãos estaduais de turismo, SETUR e EMPROTUR, não foi realizado concurso público para formação de quadro de pessoal. As estruturas 84 organizacionais desses órgãos são compostas por servidores do quadro geral do Estado, com situação funcional de cessão ou redistribuição, e também por técnicos sem vínculo empregatício, para o exercício de cargo comissionado. Ambos possuem pequena estrutura funcional, entretanto, não foi realizado estudo sobre a necessidade do número de efetivos, inclusive não existe regimento interno com definição das competências, o que dificulta dimensionar o quantitativo de pessoal para o exercício das atividades. A Secretaria de Estado do Turismo - SETUR é composta, parcialmente, pela equipe técnica que pertencia à antiga Empresa de Promoções do Turismo do Rio Grande do Norte – EMPROTURN, que foi a responsável pela promoção do turismo do Estado no período de 1971 a 1995, quando foi extinta. Com a extinção EMPROTURN foi criada a Subsecretaria de Turismo, em 1995, vinculada à Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo. Contudo, diante da demanda do setor, em 1996, foi criada a Secretaria de Estado do Turismo – SETUR, mas que apresenta dificuldades operacionais, na medida em que a burocracia imposta pela legislação, aos órgãos da administração direta, engessa e trava as atividades. Diante dessa situação, em 2007, foi criada a Empresa Potiguar de Turismo – EMPROTUR. O quadro de pessoal da Secretaria de Turismo dispõe atualmente de 65 servidores originários principalmente da extinta EMPROTURN, sendo 26 servidores ocupantes de cargos comissionados (42%), sendo alguns destes cedidos de outros órgãos estaduais. Entretanto, mesmo com essas mudanças no formato da sua estrutura administrativa, percebe-se que há deficiências no órgão estadual de turismo e no de promoção, necessitando de transformações institucionais para que a SETUR promova a gestão do turismo estadual marcada pela qualidade e competência. Partindo de uma visão macroestrutural pode-se apontar a ausência de um planejamento estratégico, que é o instrumento que define os rumos da organização para o longo prazo. Desta forma, a SETUR precisa melhorar sua estruturação para cumprir plenamente seu papel de desenvolver o turismo, e tornar sólida esta atividade econômica no Rio Grande do Norte. Na percepção da Consultoria isto ocorre devido à frequente troca de gestores na Secretaria, que provoca a descontinuidade das ações, gerando dificuldades para as lideranças colocarem em prática o processo de planejamento. No que tange à equipe técnica para operacionalizar a política e os programas de turismo para o Rio Grande do Norte, a SETUR, precisa definir uma estrutura técnica efetiva. Todos os servidores públicos foram cedidos por outras repartições públicas, além de haver um número significativo de cargos comissionados que exercem funções temporárias. Este último fator dificulta a continuidade das ações na SETUR, já que, a cada nova gestão política, tende-se a mudar os cargos comissionados, necessitando de novo tempo de aprendizagem e adaptação das equipes às atividades. É válido ressaltar que até hoje nunca foi realizado sequer um concurso público para atender aos quadros de técnicos efetivos na Secretaria do Estado de Turismo. Por estar prevista a possibilidade de terceirização na Administração Pública para atividades não afins, a SETUR tem contratos de terceirização para locação dos veículos e equipamento de fotocópia, bem como para a realização de atividades de capacitação e treinamentos para os Municípios, através de processo licitatório, com o SENAC e SEBRAE, ou através de convênios, via PRODETUR. 85 3.4.1.2. Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico - SETURDE O órgão municipal de turismo de Natal tem personalidade jurídica como Entidade da Administração Direta Municipal. A data de fundação foi 31 de dezembro de 1968 (publicação em Diário Oficial em 04 de janeiro de 1969), através da Lei da Criação nº 1.789/68. A referida Lei criou a Secretaria Municipal de Turismo e Certames, extinguiu o Departamento de Turismo e Certames e deu outras providências. Após essa data o órgão passou por diversas alterações, conforme reformas administrativas realizadas pelo poder público municipal. Em 2009, na última reforma administrativa realizada pela Prefeitura Municipal de Natal, através da Lei Complementar nº108, de 24 de junho de 2009, que dispõe sobre a Organização Administrativa da Estrutura de Órgãos da Prefeitura Municipal da Cidade do Natal e dá outras providências, foi instituída a Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico – SETURDE, dentro do âmbito das Secretarias Municipais de Execução Programática. De acordo com o Art. 50, Inciso IV da Lei IV foi autorizada a transformação da Secretaria Municipal de Comércio e Turismo – SECTUR, na Secretaria Municipal Turismo e Desenvolvimento Econômico – SETURDE. Conforme o Art. 32 da referida Lei compete à Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico – SETURDE foram destacadas algumas competências do órgão: I – definir as diretrizes para o desenvolvimento econômico tendo como principal indutor a atividade turística; II – promover o turismo dando o suporte institucional para a integração social e econômica com os demais setores da sociedade, estimulando a dinâmica e a capacitação dos recursos voltados para a atividade; III – planejar, organizar, executar as ações na área do turismo, de forma integrada com as demais secretarias e instituições públicas e privadas; IV – administrar tecnicamente a política municipal do turismo incorporando à mesma, novos conceitos tecnológicos e científicos; V – elaborar estudos e pesquisas sobre a demanda e oferta turística do Município, em parceria com as demais esferas de governo, bem como as instituições que atuam e representam o setor, mantendo um sistema de informações atualizado e funcional; É importante registrar que no Anexo II da Lei Complementar da reforma administrativa a Fundação Cultural Capitania das Artes – FUNCARTE é entidade pública da administração indireta com vinculação a SETURDE. A Estrutura Organizacional da SETURDE, conforme Organograma disponibilizado no site: http://www.natal.rn.gov.br/seturde/paginas/ctd-849.html: 86 Figura 23 - Organograma da SETURDE Fonte: SETURDE, 2013 Considerando que houve mudança na administração municipal com a posse de um novo prefeito e de seus secretários as observações aqui empreendidas são superficiais e referem-se apenas a gestão anterior. No entanto, pode-se dizer que a situação do órgão municipal não é muito diferente da existente no órgão estadual. Observa-se que a gestão municipal do turismo tem como característica um modelo de gestão centralizado e informal. Centralizado porque praticamente todas as ações públicas municipais precisam ser autorizadas pelo Secretário, tornando lentos os processos internos; e informal porque essa prática não está fundamentada em nenhum documento legal do município. Embora haja a vontade legítima de alguns técnicos em desenvolver ações de melhoria para o turismo, fica explícita a falta de um modelo de gestão, formalizado, disseminado e implantado, que norteie as ações dos diversos setores, de forma congruente e interligada, a fim de fortalecer os resultados da Secretaria. Embora a Secretaria apresente uma estrutura formal, a separação de funções é feita de forma aleatória, sem uma formalização da relação hierárquica. Observa-se também que as atribuições de cada setor são deliberadas aleatoriamente. 87 A divisão do trabalho de cada servidor é feita sem o apoio de nenhuma norma, possibilitando a ocorrência de duplicidade de funções ou mesmo a não execução de algumas atividades. A ausência dessa definição dificulta de forma intensa a gestão administrativa do órgão, não permitindo que os servidores envolvidos tenham clara noção das atividades sob sua responsabilidade, bem como a quem se reportar mediante necessidade. Fato esse que compromete a execução eficaz das demandas internas e prejudica o alcance dos objetivos da gestão municipal. Por outro lado, quando se pensa no turismo e na importância dele para a economia do município, imagina-se a existência de uma estrutura organizativa municipal para planejar e gerir o turismo com base em indicadores de desempenho para o alcance das metas estabelecidas. Porém, a realidade encontrada é bem distante da ideal. O órgão se ressente de corpo técnico qualificado, preferencialmente composto por um quadro efetivo, com espaço físico adequado com equipamentos que facilite o desenvolvimento de ações. Não há uma estrutura compatível para dar as respostas que uma política de turismo requer, com profissionais qualificados e capacitados para atuar no setor e com os avanços tecnológicos atuais, notadamente no aspecto, informações a estrutura existente está defasada. Percebem-se poucos profissionais com formação em turismo ou em áreas afins desenvolvendo atividades de planejamento, e quando há, geralmente são cargos comissionados. Nota-se que a estruturação do órgão de turismo é pequena, possuindo um quadro com 26 funcionários efetivos e 19 cargos comissionados, sendo a área técnica dirigida, majoritariamente por pessoas fora do quadro permanente, o que dificulta o desenvolvimento de ações de longo prazo. Com formação específica de turismólogo apenas um profissional que exerce cargo de confiança. Os mecanismos de interação entre a gestão pública municipal e a sociedade civil surgiram basicamente com a criação do Conselho Municipal de Turismo com o objetivo central de apoiar a gestão do município, tendo atribuições normativas, consultivas, deliberativas e fiscalizadoras. É certo que os conselhos não possuem funções conclusivas em processos de decisão quanto aos assuntos que dizem respeito à administração pública, mas por outro lado, são capazes, se bem geridos, de elevar os resultados das decisões políticas. Todavia, mesmo considerando a relevância da participação da sociedade civil, raramente esse mecanismo vem sendo utilizado com a intensidade e frequência que deveria. Considerando essa situação, a atual administração com o PDITS poderá dar início a uma ação transformadora para elevar a capacidade de governo para o cumprimento de metas estratégicas que conduzirão à qualidade ideal do produto turístico, situação que interessa tanto a todos os segmentos: setor público e privado, sociedade civil organizada, e, a população residente e os turistas. A gestão é um dos componentes mais importantes de qualquer sistema, visto que objetiva gerir e administrar recursos, planejar e propor ações e melhorias para o pleno desenvolvimento de certa atividade, de forma integrada com seus clientes internos e externos. No caso do órgão municipal do turismo é preciso um estudo mais detalhado sobre as necessidades de um corpo técnico, em conformidade com a definição das competências 88 do órgão para realizar com eficiência e eficácia as ações de planejar e gerir o turismo de Natal. Ainda numa perspectiva avaliativa o Estudo de Competitividade dos 65 Destinos Indutores do Turismo que é um instrumento que tem como objetivo identificar os níveis de competitividade turística de cada município, na sua edição de 2010, apontou que o destino Natal: possui um órgão municipal – Secretaria de Turismo e de Desenvolvimento Econômico - com atribuição, ainda que não exclusiva, de coordenar ou incentivar o desenvolvimento do turismo e que dispõe de recurso próprio; possui uma instância de governança – em formato de conselho municipal de turismo – dedicada ao acompanhamento da atividade turística, mantendo uma representação junto ao Conselho Estadual de Turismo – CONETUR; recebeu, no ano anterior, investimentos diretos do governo estadual em projetos que visam a competitividade do turismo e, além de atuar em cooperação com o Ministério do Turismo em programas ou convênios, registrou também, no mesmo ano investimentos diretos do governo federal no destino em projetos ligados ao turismo; existência de ações ou projetos executados em parceria com a iniciativa privada ou com entidades de classe representativas do setor ao longo do ano anterior. (Ministério do Turismo, Estudo de Competitividade, 2010); presença de um número pequeno de servidores concursados ativos dedicados às atividades do setor, sendo a maior parte do quadro composta por cargos comissionados, sem vínculo efetivo com o município; no quesito de monitoramento do Estudo de Competitividade, que deveria ser realizado pela SETURDE, consta que não são elaborados no destino relatórios de conjuntura turística, e modelos para a análise das questões relacionadas ao desenvolvimento turístico; o destino não acompanha, de forma contínua, os objetivos da política de turismo e não monitora os impactos sociais e culturais gerados pelo turismo, aspectos que, uma vez melhorados, poderiam auxiliar o destino no incremento do índice de competitividade. 3.4.1.3. Instâncias de Governança A recomendação para instalação de Instância de Governança Municipal de Turismo começou com o Programa Nacional de Municipalização do Turismo - PNMT que previa, além da conscientização e da elaboração de um plano turístico municipal, também a formação de um colegiado local e um fundo municipal de turismo. Com isso surgiram vários Conselhos Municipais de Turismo, que se constituíram nas instâncias de governança municipal. A instalação de Instância de Governança é uma proposta para instituir uma organização com participação do poder público e dos atores privados dos municípios componentes das regiões turísticas. As Instâncias de Governança Regional podem assumir estrutura e caráter jurídico diferenciado, sob a forma de fóruns, conselhos, associações, comitês, consórcio ou outro tipo de colegiado, que se constituem em espaços de articulação dos atores sociais e de proposição, análise e monitoramento de políticas, planos e projetos na área do turismo sustentável. 89 O município de Natal, até então considerado Indutor de Turismo no Programa de Regionalização do Turismo do MTur, é membro do Conselho Estadual do Turismo – CONETUR desde 2009. No âmbito regional existe o Conselho de Turismo do Polo Costa das Dunas, do qual o município também faz parte, entretanto, neste último mandato iniciado em 2011, Natal por reiteradas ausências das reuniões ficou sem assento no Conselho, podendo participar apenas como membro. Mesmo nessa condição Natal não se fez presente até o término da gestão anterior, dezembro de 2012. É importante esclarecer que integram o Conselho do Polo Costa das Dunas todos os municípios do Polo, no entanto apenas 08 têm assento. No contexto municipal, existe o Conselho Municipal de Turismo – CMTUR que foi criado como órgão de colegiado através da Lei Complementar nº.108, de 24 de junho de 2009, que dispõe sobre a Organização Administrativa da Estrutura de Órgãos da Prefeitura Municipal da Cidade do Natal. Conforme o Regimento Interno, aprovado em reunião por seus membros, o Conselho Municipal de Turismo é órgão colegiado, de natureza consultiva, deliberativa e fiscalizadora vinculado diretamente à Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico – SETURDE. Consta que o Conselho Municipal de Turismo é integrado por representantes do Município de Natal e do Estado do Rio Grande do Norte e de instituições representativas dos diversos setores que compõem o turismo local. O objetivo do Conselho é assessorar o Secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico na formulação da Política Municipal de Turismo, bem como acompanhar a gestão do Fundo Municipal de Turismo – FUNATUR. A composição do Conselho Municipal de Turismo é estabelecida no Regimento Interno, com os Representantes das seguintes entidades envolvidas com a prestação turística no Município de Natal. O Conselho Municipal de Turismo de Natal têm diversas competências, entretanto, não tem conseguido funcionar regularmente. Constata-se uma fragilidade de atuação do Conselho, os membros não têm clareza dos papéis do setor público e privado e a gestão municipal não prioriza o turismo no município, além de haver um desinteresse e desmotivação das entidades empresariais e da sociedade civil em relação às instâncias de governança, ou seja, falta empoderamento dos atores locais. 3.4.2. Impactos e Limitações das Políticas Públicas O turismo como qualquer outra atividade econômica, deve ter o seu desenvolvimento racionalmente predeterminado, para que as necessidades e potencialidades sejam gerenciadas e se transformem em estratégias que conduzam à inserção do patrimônio natural, histórico e cultural no circuito econômico, evidentemente através do uso não predatório destes patrimônios. Em Natal pelo grau de desenvolvimento avançado que o turismo tem, deveria ser reservado a ele um papel destacado em sua estratégia de desenvolvimento, dado que se constitui na sua principal atividade econômica, interligado com outros setores importantes geradores de 90 empregos e de divisas, além de promover a dinamização da economia e ser capaz de envolver a população local no processo de desenvolvimento local. Apesar dessa importância, é possível observar que a expansão da atividade turística se deu mais em decorrência de programas e iniciativas externas, notadamente dos investimentos do PRODETUR I e II, do que de uma atuação coordenada de âmbito municipal, que refletisse claramente programas de governo. Dentre as atuais demandas, não se percebe uma articulação das políticas setoriais com a política de turismo. O maior exemplo de limitação que se tem para a implementação de ações para o turismo na cidade, ou seja, para a estruturação de novos produtos turísticos, bem como atualização, regeneração, renovação e modernização de diversos produtos turísticos é a legislação urbanística e ambiental que cria barreiras para a implantação de qualquer empreendimento turístico na zona costeira do município, quando o turismo que se pratica na cidade é o de “Sol e Mar”. Tais obstáculos denotam a falta de diálogo entre os setores e a inexistência de um projeto de governo para o turismo. Por isso, é preciso que as ações do turismo sejam articuladas dentro de um projeto de governo, onde o turismo ocupe o espaço, de acordo com a importância que a atividade tem para a economia da cidade. Que se estabeleçam na esfera do planejamento governamental estratégias, com objetivos claros e concisos, integrando-o efetivamente às demais políticas públicas e compatíveis com os resultados que ele apresenta para a economia local. 3.4.3. Organização e Coordenação do Processo de Planejamento Turístico O turismo, ao mesmo tempo em que pode ser inimigo do meio ambiente natural e do patrimônio cultural, pode ser benéfico quando oferece motivação para sua conservação. Como em qualquer outra atividade, no turismo o planejamento de ações se constitui num instrumento fundamental na determinação e seleção de prioridades para a evolução harmoniosa da atividade, determinando suas dimensões ideais para que, a partir daí, possase estimar, regular ou restringir sua evolução. A situação do município de Natal, no que tange à organização e coordenação do processo de planejamento turístico, não é diferente da maioria dos municípios brasileiros. As metas almejadas são traçadas de forma subjetivas sem o apoio de um mecanismo capaz de sistematizar em passos concretos, ou seja, em um plano de ações, o caminho a ser percorrido até cada objetivo esperado. Apesar da existência de um de um planejamento estratégico, feito em 2009, que deixa claro quais as metas para o turismo, citando um plano de ação com prioridades específicas e responsáveis por cada passo desse plano, não se utiliza o referido plano como guia para a execução das ações que estão sendo efetivadas. Não sendo, portanto, executado o plano estratégico, verifica-se que as tentativas de realização de melhorias no município, sem ter como base mecanismos de execução dificulta e impede a captação de federais para o desenvolvimento de ações estruturantes. No entanto, a atual administração tem empreendido esforços e manifestado todo empenho para transformar o PDITS no grande instrumento estratégico para a gestão do turismo para os próximos quatro anos. E tem evidenciado nos seus discursos que no desenvolvimento dinâmico da atividade turística, o planejamento das ações e uma gestão municipal sustentável dos bens naturais e culturais é um importante aliado para a sua evolução, 91 podendo ser estrategicamente utilizado como mitigador para os problemas de desigualdade social e falta de emprego, tão presentes no nosso contexto. 3.4.4. Legislação Um dos desafios do Poder Público consiste em elaborar as legislações de sua competência, ou seja, aquelas que interferem diretamente no interesse público municipal, bem como cumpri-las, gerindo o território municipal bem como outras temáticas com o objetivo do bem comum. Para isso, necessitam tanto de instrumentos de planejamento coerentes com o que preconiza as legislações federais, bem como relativos à sua estrutura administrativa, de modo a ser capaz de gerir tais instrumentos, fiscalizar a sua aplicação e permitir o uso sustentável dos seus recursos naturais. Essa, talvez, seja a tarefa mais difícil, porém possível. 3.3.4.1. Legislação Ambiental e Urbanística Nesse tópico, será abordada a existência de alguns instrumentos de planejamento, entendidos como os instrumentos legais mínimos necessários ao planejamento sustentável do turismo em nível local. Do ponto de vista ambiental, o município de Natal, conforme ecossistemas já apresentados, abaixo, apresenta fragilidade de seus recursos naturais, exigindo, consequentemente, maior atenção na condução do seu desenvolvimento e, especialmente, para a atividade turística que tem nesses recursos o maior potencial e atrativo. Daí a preocupação, dos poderes legislativo e executivo, urbanistas e ambientalistas, entre outros representantes da sociedade civil, em garantir a qualidade de vida dos seus moradores e visitantes, resguardando os ecossistemas e demais áreas de preservação. Para a gestão adequada dessas complexas questões, além da elaboração de projetos de intervenção e a implantação de medidas efetivas para o fortalecimento da gestão ambiental e da atividade turística, se faz necessário a difusão dos instrumentos legais que norteiam o ordenamento urbano e ambiental do município (SEMURB, 2009) No intuito de preservar e conservar seus atributos naturais, Natal conta atualmente com um importante aparato legal, constituído por leis Federais, Estaduais e Municipais, além de Decretos e Portarias, que por seu caráter normativo, definem restrições e potencialidades de uso e ocupação sem, no entanto, esquecer a falta de regulamentação de diversas Zonas de Proteção Ambiental, instituídas desde 1994 e, conforme a Lei n. 082/2007, o desenvolvimento de qualquer atividade está condicionado ao que estabelece o Art.19, §3º: “Não serão permitidas construções em áreas situadas nas Zonas de Proteção Ambiental enquanto não houver a devida regulamentação” (PMN. Lei n. 082/2007). A seguir destacamse as principais normas (federal, estadual e municipal) ambientais, urbanísticas e turísticas que incide sobre a Área Turística o município de Natal: 92 Quadro 19 - Principais normas ambientais e urbanísticas FEDERAL Constituição Federal de 1988 Estatuto da Cidade, Lei n. 10257, de 10 de julho de 2001 Código Florestal – Lei nº 12.651, de 25/05/2012 Política Nacional de Meio Ambiente – Lei nº 6.938, de 1981 ESTADUAL Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do litoral oriental – Lei nº. 7.661/1988 Política Estadual de Meio Ambiente – Lei nº 272, de 03/03/2004, alterada pela Lei nº 380, de 26/12/2008 Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro – Lei nº 6.950, de 20/08/1996 Cria o Parque das Dunas, DECRETO Estadual No 7.237, de 22 de novembro de 1977 Lei de Crimes Ambientais – Lei nº 9.605/98 e o Decreto nº 3.179/99 Plano de Manejo do Parque Estadual das Dunas de Natal – Decreto nº 10.388, de 07/06/1989 Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro – Lei nº 7.661, de 16/03/1988 Projeto Orla – Decreto nº 5.300/2004 Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) - Lei nº 9.985, de 18/07/2000 e Decreto de Regulamentação nº 4.340, de 22/08/2002 Regulamentos dos Parques, Decreto Estadual n. 13.500 de 05 de setembro de 1977 Política de Recursos Hídricos – Lei nº 6. 908, de 01/07/1996 MUNICIPAL Código de Meio Ambiente, Lei nº 4.100/1992 Lei do Plano Diretor – Lei nº 082, de 21/06/2007 Relatório de Impacto de Vizinhança – Lei nº 4.619, de 28/04/1995 Código de Obras e Edificações, Lei n. 055/2004 Legislação especifica referente às Zonas de Proteção Ambiental (ZPA), Zona Especial de Interesse Turístico (ZET), Zona de Preservação Histórica (ZPH), Areas Especiais de Interesse Social AEIS, (especialmente, AEIS-Mãe Luiza) Zona Especial Portuária (ZEP), especificada no Quadro X - - - - Fonte: START Consultoria, 2013. A despeito de todo esse aparato legal, a ausência de uma política municipal de desenvolvimento urbano consistente e integrada, capaz de apontar para um novo projeto de cidades mais sustentáveis e mais democráticas que reconheça a competência (em matéria de política urbana), hoje descentralizada, principalmente depois da aprovação do Estatuto da Cidade, em 2001, consolidou e fortaleceu o papel dos municípios no planejamento e na gestão das cidades. No entanto, essas novas atribuições precisam ser melhor equacionadas no âmbito do município. Natal, nesse contexto, acumula problemas urbanos - envolvendo a atividade turística como o saneamento ambiental, a mobilidade e os transportes que têm dimensões que necessitam de tratamento especial, sejam pela sua importância ou pela sua amplitude, nos quais o governo municipal tem um papel relevante na construção de parcerias, em especial, no que se refere ao desenvolvimento de planos e projetos, de forma a impulsionar políticas cooperadas e integradas que respondam à complexidade da problemática urbana do município. 93 Entende-se que a legislação ambiental e urbanística orienta o processo de urbanização do município, estabelecendo as condições adequadas para o uso e ocupação do solo no município, devendo ser considerada como um instrumento normativo na condução do desenvolvimento e implantação da atividade turística de forma sustentável. Assim, a referida legislação pode contribuir para o planejamento e gestão da atividade, de forma a minimizar os impactos negativos ao meio ambiente desde que, sejam considerados os aspectos ambientais, econômicos e socais no procedimento de formulação das citadas normas, visando a integração da conservação ambiental com o desenvolvimento da economia local, através da atividade turística. Não se pode esquecer que Natal com seu ambiente quase totalmente urbanizado, requer atenção especial nos quesitos legais que versam sobre o urbano e o ambiental, devendo a legislação passar periodicamente por revisão pela sociedade e provocação pelos gestores, para harmonizar cada vez mais a atividade turística, o ambiente urbano e os ambientes naturais dinâmicos, resolvendo questões como os passivos ambientais. 3.4.1.2. Legislação de Turismo A principal legislação do turismo é a LEI nº - 11.771, de 17 de Setembro de 2008, que dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no planejamento, no desenvolvimento e no estímulo ao setor turístico. A referida norma revoga a Lei nº 6.505, de 13 de dezembro de 1977, sobre atividades e serviços turísticos, e condições para o seu funcionamento e fiscalização; o Decreto-Lei nº 2.294, de 21 de novembro de 1986, relacionado ao exercício e à exploração de atividades e serviços turísticos; e dispositivos da Lei nº 8.181, de 28 de março de 1991, que renomeia a EMBRATUR e dá outras providências. A Lei Geral do Turismo é outro instrumento legal de grande importância para o setor. Regulamentada pelo Decreto nº 7.381, de 02 de dezembro de 2010, a Lei estabelece normas sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no planejamento, no desenvolvimento e no estímulo ao setor turístico e disciplina a prestação de serviços turísticos, o cadastro, a classificação e a fiscalização dos prestadores de serviços turísticos. Estabelece a referida Lei que cabe ao Ministério do Turismo definir a Política Nacional de Turismo, planejar, fomentar, regulamentar, coordenar e fiscalizar a atividade turística, bem como promover e divulgar institucionalmente o turismo em âmbito nacional e internacional. Orienta que o poder público atuará, mediante apoio técnico, logístico e financeiro, na consolidação do turismo como importante fator de desenvolvimento sustentável, de distribuição de renda, de geração de emprego e de conservação do patrimônio natural, cultural e turístico brasileiro. Outro importante instrumento da atividade turística é a Portaria de nº 130, de 26 de julho de 2011, que institui o Cadastro dos Prestadores de Serviços Turísticos (CADASTUR) e o Comitê Consultivo do CADASTUR – CCCad. Essa Portaria foi instituída considerando a necessidade de ordenar a prestação de serviços turísticos, bem como os objetivos do Plano Nacional do Turismo. 94 A Portaria nº 268, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2011, dá nova redação aos Arts. 13 e 15 da Portaria nº 177, de 13 de setembro de 2011, que estabelece o Sistema Nacional de Registro de Hóspedes - SNRHos, regulamenta a adoção da Ficha Nacional de Registro de Hóspedes - FNRH e do Boletim de Ocupação Hoteleira - BOH. No âmbito do Estado do Rio Grande do Norte existe a Lei nº 8.817, de 29 de março de 2006, que disciplina as permissões administrativas para realização do serviço de buggy-turismo. De acordo com a Lei o serviço de Buggy-Turismo, considerado de utilidade pública, é explorado por conta e risco de seus prestadores, mediante remuneração dos usuários. O serviço é autorizado através de ato de permissão formalizado e expedido pela Secretaria de Estado do Turismo - SETUR, após procedimento licitatório específico. O serviço de que trata esta Lei é prestado para satisfazer uma necessidade pública secundária, de natureza turística, importante na realização de passeios de automóveis do tipo buggy, nas praias, dunas, lagoas e sítios de valor histórico e cultural do Estado, observadas as normas de segurança, proteção do meio ambiente e do patrimônio turístico e paisagístico do Estado 3.5. ANÁLISE DOS ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS 3.5.1. Caracterização Socioeconômica 3.5.1.1. Evolução Econômica Recente da Área de Planejamento Com uma população de aproximadamente 805 mil habitantes, e extensão territorial de 167,3 km², Natal apresenta características econômicas bem peculiares. A cidade de Natal concentra a maior parte das atividades do setor turístico. O município desponta como sendo um polo indutor do turismo o que é muito justificado pela sua atuação na atividade. Em termos de Produto Interno Bruto, percebe-se que Natal tem crescido acima da média nacional, o que não necessariamente demonstra que tal crescimento econômico é sustentável. Além disso, o simples crescimento econômico não reflete desenvolvimento, sendo necessários outros aspectos para tal. Tabela 4 - Crescimento do Produto Interno Bruto de Natal – 2005 a 2009 Variação do PIB de Natal 2005 - 2006 2006 - 2007 2007 - 2008 2008 - 2009 4.68% 2.34% 1.91% 8.43% Fonte: Censo 2010 – IBGE. 95 Gráfico 6 - Crescimento do Produto Interno Bruto de Natal – 2005 a 2009 Fonte: Censo 2010 – IBGE. 3.5.1.2. Perfil Econômico Setorial da Área Na economia do Rio Grande do Norte, a matriz produtiva está baseada principalmente pela atividade do setor de serviços, sendo essa, responsável por aproximadamente de 75% do PIB do estado, no ano de 2009. Levando em conta apenas o resultado do produto de hospedagem, restaurantes, agências e operadoras, serviços culturais, serviços recreativos e transporte de passageiros, observa-se que 8,1% do valor de toda a produção do RN estão relacionados com as atividades turísticas. (FIPE, 2011) No tocante ao nível de emprego apresentado nessa atividade, dados de 20081 apontam que o RN tem a maior participação do emprego formal nas atividades turísticas em relação ao emprego formal da economia dos estados do nordeste (4,4%). Dados mais recentes do censo 2010 demonstram que aproximadamente 12% da população da atividade encontramse na informalidade e que a média da renda dos informais corresponde a pouco mais de 70% dos trabalhadores formais, (média de renda formal de R$ 1.527 e informal de R$ 1.101). Essas informações demonstram a necessidade de investimento no setor. Olhando com cuidado esses dados, percebe-se que, em grande parte, esses resultados são reflexos principalmente do exercício da atividade turística na cidade de Natal, que concentra a maior parte das intervenções, infraestruturas e atividades do turismo. Observando o PIB setorial, observa-se que o produto produzido pelo município está fortemente ligado ao setor de serviços. 1 Dados do Emprego formal publicado pelo IPEA: texto para discussão 1580: Ocupação do setor de turismo no Brasil. 96 Tabela 5 - PIB por Setor Ano PIB Municipal indústria - valor adicionado - preços básicos PIB Municipal - serviços valor adicionado - preços básicos PIB Municipal agropecuária - valor adicionado - preços básicos 2005 556,369.56 2,934,032.35 15,902.00 2006 543,006.69 3,143,555.61 10,120.47 2007 569,194.54 3,271,868.45 7,450.34 2008 659,870.62 3,210,629.41 6,227.86 2009 681,744.97 3,620,938.89 7,359.90 Fonte: IPEA, 2013 3.5.1.3. Perfil Econômico Espacial da Área A atividade turística é na sua essência uma consumidora de espaços e de tudo aquilo que o compõe, muitas das vezes impondo ao ambiente a função de mero espectador de desenvolvimento de uma atividade, que quando desenvolvida sem que haja um estudo adequado, pode ser causadora de inúmeros impactos. Pautar o desenvolvimento local em um setor tão complexo torna-se algo nada trivial. Uma estratégia que pode ser utilizada como meio de se obter sucesso nesse processo é o emprego do planejamento estratégico como fundamento para esse desenvolvimento. Dadas as características econômicas, apresentadas acima, o potencial turístico e o número de pessoas envolvidas nessa atividade, o incentivo ao desenvolvimento do turismo no RN deverá contribuir fortemente com a riqueza produzida, atraindo mais recursos de fora, gerando assim mais dinamismo econômico para o estado. A economia do Rio Grande do Norte está intimamente ligada à atividade turística. O Rio Grande do Norte apresenta um PIB setorial muito forte no setor de serviços, puxado fortemente pelas atividades da cadeia turística (Agências, Restaurantes, Rede Hoteleira...). O potencial turístico do Estado é muito forte e bastante diversificado. Nos territórios do Estado, observa-se a incidência de turismo de sol e mar em toda a costa, entretanto muito mais forte e dinâmico no litoral sul e no território Terra dos Potiguaras. Segundo o conceito de destinos indutores de desenvolvimento turísticos dentro de uma região, um município se caracteriza como tal se apresentar, dentre outros fatores, infraestrutura e atividades atrativas. De acordo com os dados do PRODETUR e do PDITS do Polo Costa das Dunas, os municípios de Natal e de Tibau do Sul apresentam-se como núcleo receptor e distribuidor de fluxos turísticos no Rio Grande do Norte. Dessa forma, estes podem, além de promover atividades locais, são capazes de interagir com regiões próximas e distribuir os turistas, polarizando as atividades e encaminhando turistas para outros municípios. Outro tipo de ação importante é dar suporte à capital do Estado, sob a ótica da complementaridade de investimentos. O município de Natal, como uma das sedes da copa do mundo de futebol de 2014, tem grandes investimentos a serem realizados no âmbito da mobilidade urbana e melhoria das condições de infraestrutura. A ideia é suplementar algumas áreas desses investimentos. 97 Dada à contextualização acima especificada, fica clara a importância do setor para o Estado. Para Natal talvez essa importância seja ainda mais forte. Tipicamente uma cidade turística, Natal se apresenta com um potencial extraordinário para a atividade, quer seja ela aplicada ao lazer como também às questões empresariais. Esses aspectos trazem para a cidade características positivas, mas muitos aspectos negativos precisam ser corrigidos para que Natal possa apresentar a qualidade do serviço como diferencial competitivo, frente aos estados circunvizinhos que apresentam características semelhantes. Os gargalos da atividade em Natal ainda estão muito ligados às questões infraestruturais e de capacitação técnica para a execução das atividades que compõem o setor. A informalidade e a baixa renda média dos trabalhadores desse setor dificultam e problematizam o desempenho do setor. Tabela 6 - Dados de ocupação na atividade turística (2010). Atividade Pessoas ocupadas Renda total Renda média Total Informal Total Informal Total Informal Agências de viagens, operadores turísticos e serviços de reservas 1,336 93 3,138,322.89 132,954.00 2,348.68 1,434.55 Transporte aquaviário 121 0 194,011.90 - 1,597.73 - Transporte aéreo 328 0 808,114.40 - 2,465.64 - 5,524 28 5,003,833.76 38,300.00 905.82 1,372.27 11,445 1696 9,579,061.02 1,252,293.70 836.96 738.18 6,984 1205 7,098,168.83 1,038,298.25 1,016.32 861.52 Alojamento Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas Transporte rodoviário de passageiros Fonte: IBGE – Microdados Censo 2010 98 Tabela 7 - Dados de ocupação e renda na atividade turística (2010). Atividade Pessoas ocupadas Renda total Renda média Agências de viagens, operadores turísticos e serviços de reservas 1.336 3.138.322,89 2.348,68 Transporte aquaviário 121 194.011,90 1.597,73 Transporte aéreo 328 808.114,40 2.465,64 5.524 5.003.833,76 905,82 11.445 9.579.061,02 836,96 6.984 7.098.168,83 1.016,32 Alojamento Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas Transporte rodoviário de passageiros Fonte: IBGE – Microdados Censo 2010 Tabela 8 - Dados gerais da ocupação na atividade turística (2010). Atividade CNAE Pessoas ocupadas Renda total Renda média Agências de viagens, operadores turísticos e serviços de reservas 79000 1.336 3.138.322,89 2.348,68 Transporte aquaviário 50000 121 194.011,90 1.597,73 Transporte aéreo 51000 328 808.114,40 2.465,64 Alojamento 55000 5.524 5.003.833,76 905,82 56011 11.445 9.579.061,02 836,96 49030 6.984 7.098.168,83 1.016,32 Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas Transporte rodoviário de passageiros Fonte: IBGE – Microdados Censo 2010 Tabela 9 - Dados de informalidade na atividade turística (2010). Atividade CNAE Agências de viagens, operadores turísticos e serviços de reservas Pessoas ocupadas Renda total Renda média Informal % Informal % 79000 93 7 132954.00 4 1434.55 Transporte aquaviário 50000 0 0 0 0 0 Transporte aéreo 51000 0 0 0 0 0 Alojamento 55000 28 1 38300.00 1 1372.27 56011 1696 15 1252293.70 13 738.18 49030 1205 17 1038298.25 15 861.52 Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas Transporte rodoviário de passageiros Fonte: IBGE – Microdados Censo 2010 99 3.5.2. Análise Social 3.5.2.1. População Observando a distribuição populacional de Natal por gênero, verifica-se que o percentual de mulheres é maior que a de homens. Isso tem implicações quando se observa outros fatores conjuntos, como por exemplo, a renda e outros fatores sociais. É interessante ressaltar ainda que a variação populacional ao longo das décadas vem caindo, isso é uma tendência natural dos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. Assim percebe-se que Natal segue a tendência nacional de inversão da pirâmide etária, o que apresenta alguns pontos positivos, mas que, a longo prazo produz consequências que podem provocar sérios problemas, sobretudo na força de trabalho. Tabela 10 - População por sexo em Natal Ano Masculino % Feminino % Total 2010 377.947 47,02 425.792 52,98 803.739 Fonte: IBGE – Censo 2010 A tabela supracitada dispõe sobre a divisão da população local por gênero, nela pode-se perceber que há um número maior de pessoas do sexo feminino habitando na cidade, contudo nota-se também que essa diferença é incipiente, tendo em vista que essa prevalência corresponde a apenas 6% (seis por cento) da população total do município. Pode-se perceber mais claramente tal divisão a partir da visualização do gráfico abaixo: Gráfico 7 - População por sexo em Natal Fonte: IBGE – Censo 2010 Conforme a tabela seguinte percebe-se que a cidade teve um acentuado crescimento populacional entre a década de 80 e o início da década de 90, tal processo se deu basicamente devido a migração de pessoas do campo para a cidade e devido ao processo 100 de urbanização. Do período recente apreende-se que a cidade teve um aumento populacional pequeno, isso porque houve uma redução do fluxo migratório, ocorrendo um aumento apenas pelo crescimento vegetativo2. Tabela 11 - Evolução da População em Natal Ano 1980 1991 2000 2010 Total 416.898 606.887 712.317 803.739 Variação 45,57% 17,37% 12,83% Fonte: Anuário Natal 2011/2012 – SEMURB Tabela 12 - População por Região Administrativa em Natal Região 2000 2010 Taxa de Crescimento Norte Sul Leste Oeste Total 244.743 155.882 116.106 195.586 717.317 303.543 166.491 115.297 218.408 803.739 24,03% 6,80% 9,93% 11,69% 12,83% Fonte: Anuário Natal 2011/2012 – SEMURB Na tabela acima, identifica-se que a zona norte é a região que apresenta o maior crescimento percentual, tal configuração acontece devido à concatenação de inúmeros fatores socioeconômicos, dos quais se pode destacar o baixo nível de renda da população oriunda de diversas regiões do estado atrelado ao menor custo de vida dessa área da cidade. Observações empíricas demonstram que de fato na ultima década ocorreu um demasiado crescimento urbano fazendo com que surgissem vários problemas sociais e de prestação de serviços básicos. Entretanto, observa-se também que o crescimento da renda produziu efeitos positivos que de certa forma freou um pouco o efeito negativo do inchaço populacional. 3.5.2.2. Condições de Vida Os dados do anuário de Natal mostram que seus residentes são majoritariamente moradores de casas ou apartamentos. Nas regiões mais pobres (norte e oeste), há uma incidência de casas bem maior que de apartamentos, ocorrendo o contrário nas zonas mais nobres da cidade (sul e leste). 2 Entende-se como crescimento vegetativo a relação entre as taxas de natalidade e as de mortalidade. 101 Tabela 13 - Tipo de domicílio por Região Administrativa em Natal - 2010 Região Casa Norte Sul Leste Oeste Total 94,81 60,75 66,54 87,84 81,35 Vila ou Condomínio 4,82 6,55 6,46 9,09 6,58 Apartamento Outro 0,32 32,48 26,66 2,66 11,85 0,04 0,22 0,34 0,41 0,22 Fonte: Anuário Natal 2011/2012 – SEMURB Ao analisar os dados relativos ao tipo de ocupação dos domicílios, fica claro que a zona norte é a única região da cidade cujo tipo de ocupação em domicílios próprios é acima da média da cidade e o número de residências alugadas está abaixo da média. Tabela 14 - Tipo de ocupação dos domicílios por Região Administrativa em Natal – 2010 Região Norte Sul Leste Oeste Total Próprio 71,43 67,79 65,24 65,09 68,03 Alugado 24,35 28,19 29,04 29,22 27,18 Cedido 4,12 3,73 5,49 5,41 4,58 Outro 0,10 0,29 0,24 0,28 0,21 Fonte: Anuário Natal 2011/2012 – SEMURB Tabela 15 - Dados Gerais Atividade CNAE Pessoas ocupadas Renda total Renda média Agências de viagens 79000 1.336 3.138.322,89 2.348,68 Transporte aquaviário 50000 121 194.011,90 1.597,73 Transporte aéreo 51000 328 808.114,40 2.465,64 Alojamento 55000 5.524 5.003.833,76 905,82 Restaurantes 56011 11.445 9.579.061,02 836,96 Transporte rodoviário de passageiros 49030 6.984 7.098.168,83 1.016,32 Fonte: IBGE – Censo 2010 Em termos gerais, o segmento que apresenta uma maior quantidade de pessoas trabalhando na informalidade é o de restaurantes. Além destes, o transporte rodoviário, as agências de viagens e os estabelecimentos de alojamento apresentaram números com algum grau de representatividade na incidência de trabalho informal. 102 Tabela 16 - Informalidade Pessoas ocupadas Atividade Renda total Renda média Informal % Informal % Agências de viagens 93 7 132,954.00 4 1,434.55 Transporte aquaviário 0 0 0 0 0 Transporte aéreo 0 0 0 0 0 Alojamento 28 1 38,300.00 1 1,372.27 Restaurantes 1696 15 1,252,293.70 13 738.18 Transporte rodoviário de passageiros 1205 17 1,038,298.25 15 861.52 Fonte: IBGE – Censo 2010 A tabela abaixo mostra a relação entre pessoas ocupadas e aquelas que atuam na informalidade. Observando o número de pessoas ocupadas, percebe-se que o maior percentual de informalidade está na atividade de transporte de passageiros. Não por acaso que a renda no setor informal é proporcionalmente maior nessa atividade. Tabela 17 - Ocupação e renda. Atividade Pessoas ocupadas Renda total Renda mëdia Total Informal Total Informal Total Informal 1,336 93 3,138,322.89 132,954.00 2,348.68 1,434.55 121 0 194,011.90 - 1,597.73 - 328 0 808,114.40 - 2,465.64 - Alojamento 5,524 28 5,003,833.76 38,300.00 905.82 1,372.27 Restaurantes 11,445 1696 9,579,061.02 1,252,293.70 836.96 738.18 Transporte rodoviário de passageiros 6,984 1205 7,098,168.83 1,038,298.25 1,016.32 861.52 Agências de viagens Transporte aquaviário Transporte aéreo Fonte: IBGE – Censo 2010 Observou-se anteriormente que a população de Natal apresenta um número de mulheres maiores que a de homens. Viu-se ainda como está a distribuição das ocupações da atividade turísticas por código CNAE. Para uma análise mais precisa em relação à renda, à ocupação e a participação relativa tendo como controle o gênero, é importante observar como se dá essa distribuição. Os dados demonstram que o número de homens na atividade turística é maior que o de mulheres. A única atividade que apresenta um número de mulheres superior ao de homens é o de transporte aéreo. Em termos de renda, o gráfico abaixo retrata o hiato existente entre a renda do homem e da mulher, na atividade turística de Natal. Esse hiato representa a diferença entre o que o homem e a mulher têm como rendimentos em cada uma das atividades do segmento do 103 turismo. O hiato negativo observado na atividade de transportes aéreos representa a única das atividades em que as mulheres têm uma renda maior que a dos homens. Gráfico 8 - Hiato entre a renda média do homem e a renda média da mulher Fonte: IBGE – Microdados Censo 2010 Conhecer como está distribuída a renda é muito importante na elaboração de um diagnóstico. Além das informações apresentadas anteriormente, outro índice é imprescindível nessa análise que é o coeficiente de Gini. Ele mostra como está distribuída a renda de acordo com a classificação relativa à pobreza, tomando por base os conceitos de pobreza e seus níveis de acordo com as políticas nacionais de combate a pobreza e distribuição de renda. O índice indica que quanto mais perto de 1, menos concentrado é a renda e quanto mais próximo de zero, mais concentrada está a renda. A tabela abaixo apresenta o coeficiente de GINI da atividade turística em Natal. Percebe-se que o maior percentual de pobres está na atividade mais segmentada. Nos segmentos que há representatividade de pobres há uma ligeira distribuição de renda, contudo, a concentração é predominante em todas as atividades ligadas ao turismo que estão sendo consideradas nesta análise. Tabela 18 - Índice de GINI e proporção de pobres de trabalhadores em atividades ligadas ao turismo Atividade do turismo Agências de viagens, operadores turísticos e serviços de reservas Transporte aquaviário Transporte aéreo Alojamento Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas Transporte rodoviário de passageiros Pobres (%) Índice de GINI 3.3 0.0 0.0 0.4 0.552 0.358 0.552 0.379 2.5 0.427 0.6 0.297 Fonte: IBGE – Microdados Censo 2010 104 3.5.3. Caracterização Ambiental O município de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, está localizado no litoral oriental da costa potiguar, apresentando como coordenadas 5º 47’ 42’’ a sul e 35º 12’ 34’’ a oeste. Figura 24 - Localização Geográfica de Natal Fonte: Elaboração - START Consultoria, 2013. Natal, que constitui 0,32% do território potiguar, é município polo da Região Metropolitana de Natal, composta também pelos municípios de Parnamirim, Extremoz, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Ceará Mirim, com os quais se delimita, e São José de Mipibu, Nísia Floresta, Vera Cruz, Monte Alegre. 105 Figura 25 - Mapa da Região Metropolitana de Natal Fonte: Elaboração - START Consultoria, 2013. Em uma área de 168,53 km², Natal abriga em seus atributos naturais, relevante diversidade paisagística e ambiental, retratadas, sobretudo, na zona costeira, através de suas praias, dunas e estuários, combinados com temperaturas elevadas e alta insolação ao longo do ano. Associados à disponibilidade de infraestrutura e oferta de serviços, os atributos naturais de Natal podem ser considerados atrativos turísticos, que se inseridos em planos e programas estratégicos que visam seu uso sustentável, poderão ter suas características naturais preservadas, garantindo o bem estar da população. 3.5.3.1. Características Físicas O município de Natal em seus 168,53 km² de extensão possui atributos naturais que o torna diferenciado e escolhido como destino turístico. Seus atributos naturais, que vão de dunas, praias, estuário e lagoas, são resultantes da inter-relação de aspectos fisiográficos, que encadeados em um sistema dão particularidade a sua paisagem. É neste sentido que cabe apresentar os principais aspectos físicos do município de Natal, que fazem com que seu território possua potencialidades naturais a serem exploradas de forma planejada e sustentável pela atividade turística. 106 a) Geologia Geologicamente, Natal está assentada em rochas sedimentares do período cenozoico, de idade mais recente (MEDEIROS et al, 2010). Dentre as deposições mais significativas são de destaque os arenitos da Formação Barreiras, que remontam a deposições fluviais. Os arenitos podem ter intercalações de siltitos e argilitos, e que variam de granulometria, desde fina e média à conglomerática. Ainda bastante recorrente no município, têm-se as paleodunas e as dunas móveis. Ambas são constituídas por areias finas e médias de quartzo, com grãos bem selecionados e arredondados, remontando a deposições eólicas. Diferenciam-se conforme o período de deposição e diferença na textura e coloração, uma vez que as paleodunas são mais antigas, formando um substrato para as dunas móveis, e possuem coloração amarelada. As dunas móveis, por sua vez, são de idade mais recente, podem estar cobertas por vegetação e são constituídas por areias mais esbranquiçadas (MEDEIROS et al, 2010). Por fim, há de se destacar os depósitos praiais e os depósitos de planície, que bem representam a estrutura geológica associada à influência marinha e fluvial. Os depósitos praiais podem indicar duas litologias: aquela que é composta por areias finas, grossas e conglomeráticas, e que estão associados às praias e dunas móveis, e a que compõe os beach rocks, formados por arenitos com cimentação carbonática, localizados como cordões em trechos do estirâncio da Praia de Areia Preta. Os depósitos de planícies, por sua vez, estão localizados no estuário do Rio Potengi, e são constituídos por pelitos arenosos e carbonáticos. b) Geomorfologia Quanto à geomorfologia do território natalense, pode-se afirmar que suas feições se restringem a terrenos planos, suavemente ondulados, não ultrapassando 100 metros de altitude. O relevo pode ser classificado segundo dois tipos principais de feições: tabuleiro e planície costeira. A planície costeira configura-se como a unidade geomorfológica localizada entre a linha de costa e o tabuleiro costeiro, representada no município de Natal pelos campos de dunas móveis e fixas, resultantes do transporte eólico de areias finas e médias, e pelas planícies flúvio-marinhas, representadas pelo baixo curso do Rio Potengi. Os tabuleiros costeiros, por sua vez, têm maior representatividade no município de Natal. Podem estar recobertos por dunas, vegetação ou ocupação urbana, devido a sua topografia que vai de plana a suavemente ondulada. Suas cotas variam entre 30 e 100 m, e quando terminadas abruptamente na linha de costa formam as falésias (DANTAS; FERREIRA, 2010). c) Pedologia e vegetação Em relação à tipologia dos solos de Natal podem-se destacar cinco principais classificações: as Areias Quartzosas Distróficas, correspondentes à Formação Barreiras, as Areias Quartzosas Marinhas Distróficas, que remetem à pedologia das dunas; o Latossolo Vermelho-Amarelo, também originário das rochas sedimentares da Formação Barreiras; o Solo Aluvial, encontrado no vale do Rio Potengi, decorrente de deposições através de 107 enchentes; e os Solos de Mangue, resultantes da interação flúvio-marinha do ambiente estuarino. Quanto à vegetação, a formação característica do município de Natal é a Mata Atlântica, presente também em toda a zona úmida do litoral leste do Rio Grande do Norte. A Mata Atlântica se apresenta em Natal sob três principais formas: Floresta de Tabuleiro, Mangue e Vegetação de Dunas e Restingas. A Floresta de Tabuleiro está localizada nos baixos platôs dos Tabuleiros Costeiros, constantemente em intervenção pelo uso e ocupação humana. Já a vegetação de Mangue, localizada no estuário do Rio Potengi, é resultante da interação entre a água salobra e o constante movimento das marés, desempenhando importante papel na estabilidade da linha de costa, e funcionando como abrigo para fauna e flora características desse ambiente. Por fim, há a Vegetação de Dunas e Restingas, presentes em todo o município, sobretudo próximo à linha de costa. A vegetação das dunas exerce importante papel na sua fixação e na infiltração das águas pluviais, culminando com a manutenção do lençol freático. As espécies mais comuns são o coqueiro, cajueiro, murici, gameleira, araçá, dentre outras (NUNES, 2006). A vegetação de dunas tem grande representatividade no Parque Estadual das Dunas de Natal Jornalista Luiz Maria Alves, que por sua importância ecológica foi criado pelo Decreto Estadual nº 7237/1977 e regulamentado como a primeira Unidade de Conservação Ambiental do estado do Rio Grande do Norte. A vegetação de restinga, por sua vez, ocorre sob as dunas móveis ou recentes, predominantemente na linha de costa. As restingas estão submetidas a instabilidade e estresse hídrico, causados pelo transporte das dunas pelos ventos, por seu elevado teor salino e sua alta permeabilidade, resultando em vegetação de pequeno porte (NUNES, 2006). d) Clima O clima que abrange o município de Natal é o Tropical Litorâneo Úmido. A massa de ar que influencia diretamente a sua configuração climática é a Massa Tropical Atlântica (mTa), que por ser quente e úmida culmina em temperaturas médias de 26º, e na umidade relativa do ar de 76%. A média de precipitação pluviométrica segundo a estação meteorológica de Natal varia em torno de 1.500 mm/ano, com chuvas concentradas entre fevereiro e julho, e 2.700 horas de insolação por ano. Tais características se devem, sobretudo, à localização geográfica do município de Natal, que por estar localizado próximo ao Equador e na zona costeira, registra altos níveis de umidade e temperaturas elevadas ao longo do ano. e) Hidrografia Em relação aos aspectos hidrográficos de Natal, pode-se afirmar que o município é abrangido pelas bacias do Rio Doce, do Rio Pirangi e do Rio Potengi, importantes na drenagem de Natal e municípios vizinhos. É de destaque, a Bacia do Rio Potengi, que abrange em sua extensão vários municípios do Rio Grande do Norte, correspondendo a 7,7% do território estadual, e compreendendo em seu curso importantes afluentes como os rios Jundiaí, Guarapes, Guajiru e Jaguaribe. Destaca-se a representatividade da Bacia do Rio Potengi no município de Natal, que forma o maior estuário do estado quando deságua no Oceano Atlântico. A expressividade do estuário do Rio Potengi se faz refletir na singularidade do ecossistema manguezal aí 108 existente, além de sua função social, na medida em que propicia atividades como pesca e passeios turísticos. Os aspectos fisiográficos do município de Natal agem de forma sistêmica e resultam em belas paisagens e ecossistemas característicos. Por sua particularidade, são adequadamente regulamentados em Áreas de Proteção Ambiental, visando perpetuar seus benefícios em prol da qualidade de vida da população e direcionar seus usos como possibilidades de desenvolver atividades turísticas, de forma adequada, planejada e sustentável. 3.5.3.1.1. Ecossistemas Principais O domínio da Mata Atlântica, característico por sua exuberância florística e faunística, apresenta, em Natal, ambientes naturais, que decorrentes de seus aspectos naturais e físicos, apresentam riqueza paisagística potencial para o uso turístico desde que planejado. Tais ambientes podem estar representados através de praias, recifes de corais, dunas e manguezais, com características a descritas a seguir: a) Praias O município de Natal limita-se a leste com o Oceano Atlântico, e ao longo de toda a sua linha de costa apresenta configuração geológica e geomorfológica associada ao ambiente marinho. As praias, mais expressivas na formação litorânea de Natal sob as mais diversas paisagens, e associadas ao clima tropical e às mais de 2.700 horas de insolação por ano, se constituem como principal destino turístico daqueles que visitam o município. Por sua representatividade, podem ser a seguir destacadas: Praia do Forte A Praia do Forte é assim denominada por estar aí localizado o Forte dos Reis Magos, marco inicial que remonta à história da cidade de Natal (CAVALCANTI NETO, 2006). Suas águas são caracterizadas por sua calmaria, adequadas para o banho e prática de windsurfe. Registra-se ainda a presença de dunas isoladas e de arrecifes, dotando-a de relevância natural, histórica e paisagística. Figura 26 - Vista aérea da Praia do Forte, Natal/RN Fonte: Acervo EMPROTURN / SETUR 109 Praia do Meio Por estar localizada entre a Praia do Forte e a Praia dos Artistas, a Praia do Meio foi assim denominada. Apesar de não ser propícia para banho devido às condições de correnteza da maré e por existir formação de recifes, nas proximidades da Praia do Meio localizam-se hotéis de médio porte, destacando-se a construção do Hotel Internacional dos Reis Magos, inaugurado em 1965 e marco para o desenvolvimento hoteleiro e turístico do Rio Grande do Norte, mas, que atualmente não mais se encontra em funcionamento. Figura 27 - Praia do Meio, Natal/RN Fonte: Site - Praias360.com.br, 2013. Praia dos Artistas A Praia dos Artistas, cujo acesso se dá pela Ladeira do Sol e pela Via Costeira, possui este nome por ter sido palco de manifestações artísticas entre as décadas de 1920 e 1930, além de ter sido visitada por artistas de renome no cinema nacional, na década de 1970 (CAVALCANTI NETO, 2006). É uma praia que, apesar de pequena, é propícia para a prática de surfe. Além disso, concentra em sua orla centros de comercialização de artesanato, bares e restaurantes, que garantem a vida noturna daqueles que anseiam lazer e diversão, combinados ao clima litorâneo. Figura 28 - Praia dos Artistas, Natal/RN. Fonte: Site – natal.rn.br – guia.com, 2013. 110 Praia de Miami Consta na literatura, Cavalcanti Neto (2006), que no início do século XX, havia ranchos de pescadores na praia. Em meados da década de 70 foi construída uma bela residência, na extremidade norte da praia. Posteriormente, o local passou a ser considerado um dos mais cobiçados cartões postais da cidade de Natal. Possui área adequada à prática de surf, devido as suas ondas propícias ao esporte, e areias batidas e áreas cobertas parcialmente por pedras. Tem uma ponta com vegetação espessa que guarnece altos coqueiros. Praia de Areia Preta Segundo Cavalcanti Neto (2006), a Praia de Areia Preta foi considerada como a primeira praia natalense com a função balneária, segundo estabeleceu a Resolução 115, de 15 de janeiro de 1908. Apesar disso, atualmente considera-se que a extensão própria para o banho é bastante resumida, devido haver uma pequena faixa de estirâncio e presença de arenitos ferruginosos. Além disso, a atividade de suas ondas é bastante intensa, demandando para a área de orla ações por parte do poder público que venham a conter os danos causados. Apesar de que, para a prática do banho, seu uso seja restrito, a Praia de Areia Preta dispõe de bares e restaurantes, que garantem a apreciação de sua paisagem, contrastando a mais perfeita harmonização do meio natural e urbano. Figura 29 - Praia de Areia Preta, Natal/RN. Fonte: Site - praias360.com.br, 2013. 111 Praia da Redinha A Praia da Redinha, primeira das praias do território de Natal no sentido norte-sul, é uma das mais tradicionais do Estado do Rio Grande do Norte e é regularmente frequentada ao longo do ano. Sua localização geográfica permite que nela seja visualizado o encontro do Rio Potengi com o Oceano Atlântico. Possui extensa área apropriada para banho, excetuando-se apenas as localidades de maior inclinação do terreno, próximas ao trapiche, e as áreas de arrecifes. Por ser uma praia densamente urbanizada, possui infraestrutura de oferta de serviços, como restaurantes e bares, além de monumentos históricos e culturais, como a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, ou Igreja de Pedras e o Aquário Natal, que expõe diversas espécies de animais marinhos. Figura 30 - Praia da Redinha, Natal/RN Fonte: Site - praias360.com.br, 2013. Praias da Via Costeira Localizadas na via do litoral natalense, as praias da Via Costeira, além de serem dotadas de beleza natural paisagística, abrigam em sua extensão importantes equipamentos turísticos. Próximas à principal via de acesso à costa marítima de Natal, praias como Barreira Roxa e Barreira D’água são características por serem propícias ao banho, devido às suas águas tranquilas e ondas suaves. Possuem paisagens paradisíacas, por ser pouco frequentada, e pela presença de dunas, dotando de exuberância sua feição natural. Figura 31 - Praia de Via Costeira, Natal/RN Fonte: Site - praias360.com.br, 2013. 112 Além da presença das feições naturais que destacam sua paisagem, as praias da Via Costeira são equipadas por estabelecimentos que garantem a seus visitantes o provimento do total bem-estar. A rede hoteleira de grande porte garante a hospedagem e lazer de turistas de escala nacional e internacional. Dentre os principais hotéis destacam-se: Natal Mar Hotel, Barreira Roxa Praia Hotel, Hotel Vila do Mar, Marsol Hotel, Jacumã Praia Hotel, Imirá Plaza Hotel, Hotel Parque da Costeira, Ocean Palace, Hotel Porto do Mar, Pestana Natal Beach Resort e Grand Hotel Serhs. Os hotéis são estruturados para oferecer hospedagem de alta categoria (entre três e cinco estrelas), além de serem equipados por restaurares, bares e infraestruturas de lazer, como casas de show e boates. Ainda cabe salientar que na Via Costeira localiza-se o Praia Devassa e o Centro de Convenções de Natal, estabelecimento no qual são realizados eventos culturais, artísticos, de negócios, universitários e expositivos, e que conta com uma área total de quase 70.000 m². Por fim, destaca-se a presença do Parque Estadual Dunas de Natal Jornalista Luiz Maria Alves, instalado no mesmo contexto da criação da Via Costeira, que foi o de dotar a área de infraestrutura, lazer e turismo, e ao mesmo tempo atentar para a conservação do ecossistema dunar. O Parque das Dunas além de abrigar remanescentes da fauna e flora do bioma Mata Atlântica e do ecossistema dunar, se constitui como agradável espaço de convivência e lazer, voltados para a educação e preservação ambiental. Praia de Ponta Negra A Praia de Ponta Negra é o mais conhecido e importante destino turístico de Natal, tanto por ser propícia ao banho e para atividades de bodyboard e surfe, quanto pela presença do Morro do Careca (dunas parcialmente vegetadas, que no centro configura o formato de uma careca). Além de ser totalmente urbanizada conta com infraestrutura de lazer e turismo, oferecendo hotéis, bares, restaurantes, casas de show, boates, eventos culturais e atividades recreativas. Figura 32 - Praia de Ponta Negra, Natal/RN Fonte: praias360.com.br, 2013. 113 Ponta Negra, bairro onde se localiza a famosa praia de Natal, que recebe o mesmo nome, ainda conta com uma extensa rede hoteleira, agências de viagem e passeios turísticos. Fortificando seus atrativos, há ainda centros de artesanato e de cultura, que contam com artefatos e programações que valorizam a cultura potiguar e nordestina. b) Recifes Os recifes presentes no município de Natal estão localizados na Praia dos Artistas, Praia do Forte e Praia do Meio, proporcionam particularidade à paisagem costeira e exercem função primordial no movimento das marés e na formação de ondas, amenizando sua força e contribuindo para o equilíbrio do aporte de sedimentos das praias. Figura 33 - Recifes na Praia dos Artistas, Natal/RN Fonte: Site - praias360.com.br, 2013. Os recifes ocorrem sob duas diferentes classificações: os recifes de arenito, ou beach rocks, que são formados por arenitos consolidados por cimentos carbonáticos oriundos do mar, e os recifes de corais, que são resultantes da acumulação de corais e organismos de composição carbonática na linha de costa. c) Dunas As dunas constituem-se como singular formação geológica e geomorfológica de idade recente, que remonta a deposições de areias transportadas por ação eólica. Cobertas ou não por vegetação são recorrentes em toda Natal, sobretudo na linha de costa, que em conjunto com as praias e lagoas, resultam em um ecossistema singular e frágil. A beleza das dunas de Natal se faz refletir nos cartões postais, como é o caso do Morro do Careca (segundo a Lei n. 08/2007 ZPA 06 – FIGURA 48). Além disso, sua representatividade e fragilidade ambiental fez com que fosse criado o Parque das Dunas de Natal (segundo a Lei n. 08/2007 ZPA 10 – FIGURA 49), Unidade de Conservação instituída pelo Estado (Decreto Estadual nº 7.237, de 22 de novembro de 1977) e reconhecida pelo município como Zona de Proteção Ambiental, por ter como função proteger o ecossistema dunar e preservar a vegetação remanescente de Mata Atlântica no município de Natal. 114 Figura 34 - Morro do Careca, Natal/RN Figura 35 - Parque das Dunas margeando a Via Costeira, Natal/RN Fonte: Site - praias360.com.br, 2013. Fonte: START Consultoria, 2013. Sua importância ecológica e consequente necessidade de preservação vão além da preocupação em se resguardar formações vegetais remanescentes da Mata Atlântica. As dunas funcionam como retentoras das águas pluviais dando origem a um extenso lençol freático que abastece parte do município, e que quando exposto dá origem a belas lagoas interdunares. d) Manguezais Ambiente misto, característico da zona estuarina, resultante da interferência entre as inundações das marés e de deposições continentais, o manguezal se constitui como ecossistema formado por singularidades quanto à fauna e flora existentes e funções únicas na manutenção do sistema de controle de erosão. Por ser uma área alagadiça, susceptível às inundações das marés, o manguezal desenvolve vegetação, organismos e solo próprios a este ambiente, sendo frágeis e vulneráveis a qualquer tipo de intervenção. No município de Natal os manguezais se desenvolvem no estuário do Rio Potengi, e possuem bastante representatividade socioambiental, na medida em que exercem equilíbrio ecológico na dinâmica flúvio-marinha e contribuem economicamente para o sustento das comunidades ribeirinhas. Dentre as principais espécies vegetais são de destaque o mangue-vermelho, mangue branco, mangue ratinho, dentre outras, que na cadeia alimentar do manguezal, se constituem como alimento para os animais que ali vivem, como caranguejos, goiamuns, camarões, siris e aratus (NUNES, 2006). Postas suas características físicas, os ecossistemas ocorrentes no território de Natal constituem-se não somente paisagens potenciais ao uso turístico, mas se colocam como essenciais no desenvolvimento econômico, no equilíbrio ecológico e na manutenção da qualidade de vida da população natalense. 115 e) Estuário do Rio Potengi O Estuário do Rio Potengi apresenta condições atuais que, segundo Cunha (2005), mostra uma insignificante contribuição da drenagem continental, devido a grande parcela das águas precipitadas na região ser infiltrada nas dunas vizinhas, restringindo o escoamento superficial. Quanto aos cursos fluviais, notamos, tanto no rio Potengi como no rio Jundiaí, um caráter intermitente com pequenas vazões durante o período chuvoso e quase nulo durante a estiagem. O Rio Doce apresenta uma descarga permanente, porém, com taxas muito baixas. Como resposta, temos um estuário com influência tipicamente marinha, onde a ação das marés penetra com vazões que variam de 5.000 até 20.000m³/s, contribuindo com volumes d’água (prisma de maré) de até 32.910.000m³. Portanto, com essa total predominância das águas oceânicas, temos, no Potengi, um estuário do tipo homogêneo, com águas claras e cujas condições abrigadas se mostram extremamente apropriadas à implantação de equipamentos náuticos. Os estuários sempre foram fator determinante para o desenvolvimento urbano e econômico promovendo o surgimento de cidades no seu entorno, a exemplo de 7 (sete) das 10 (dez) maiores metrópoles do mundo, como Nova York, Tóquio Londres, Shangai, Buenos Aires, Osaka e Los Angeles, sediadas nessas áreas. No Brasil, constatamos que a existência de portos naturais, como estuários e baías, foram determinantes no aparecimento dos primeiros núcleos populacionais, ou seja, a Baía de Todos os Santos e a Cidade de Salvador; a Baía da Guanabara e a Cidade do Rio de Janeiro; a Baía de São Marcos e a Cidade de São Luiz; o Estuário do rio Capibaribe e a cidades de Recife; entre outras. A cidade do Natal, no Estado do Rio Grande do Norte (Brasil), se enquadra perfeitamente nessa situação, cujas condições naturais do Estuário Potengi como um ancoradouro seguro para embarcações, favoreceram a criação de um sítio populacional no final do século XVI. 3.5.3.1.2 Principais Elementos Naturais O município de Natal componente do Polo Costa das Dunas, de acordo com dados do PDITS é uma região em que o processo de ocupação pelo turismo e a urbanização vem ocorrendo de forma acelerada nos últimos anos, e dentre os fatores ambientais que atraem as pessoas para a área, destacam-se os atributos naturais e a localização da capital do estado (PDITS, 2011). O município se caracteriza do ponto de vista ambiental pela existência de praias, dunas, rios, e áreas com expressiva conservação do meio biótico, a exemplo da vegetação de mata atlântica (Parque das Dunas e o Morro do Careca) e manguezais. 116 Figura 36 - Morro do Careca – Ponta Negra, Natal/RN Fonte: START Consultoria., 2013. Figura 37 - Parque das Dunas, Natal/RN Fonte: START Consultoria, 2013. Essas características também refletem que o meio ambiente no município constitui-se em ecossistemas de relativa fragilidade ambiental e, em virtude disso, passaram a ser protegido por lei, evitando a pressão exercida pelo acelerado processo de urbanização, também gerado pelo turismo. Esses recursos naturais já consagrados como atrativos e produtos turísticos são importantes para promover o desenvolvimento do turismo sustentável e, sendo assim, a implantação de obras relacionadas a essa atividade devem sempre ocorrer posteriormente ao licenciamento ambiental e respeitando à legislação correspondente, para que sejam evitados o uso desordenado dos recursos naturais, a ocupação de áreas protegidas e a redução da qualidade de vida da população de Natal. 3.5.3.2. Identificação e Avaliação dos Impactos ao Meio Ambiente Causados pela Atividade Turística Pela fragilidade ambiental que caracteriza os seus atributos naturais (praias, dunas, mata atlântica, rios) o município de Natal, acumula problemas ambientais gerados pelo crescente processo de urbanização que vem pressionando a região em razão da concentração populacional na Região Metropolitana de Natal. Entre os diversos problemas identificados 117 que resultam em impactos sobre os recursos naturais, ressalta-se: ocupação irregular em áreas de preservação permanente - APP (dunas, mata atlântica, margens de rios e lagoas); inadequação no manejo de resíduos sólidos; a reduzida cobertura da rede de esgotos; os riscos de contaminação dos mananciais de abastecimento de água; desordenada supressão de vegetação, sem a devida gestão e recuperação de áreas degradadas; a instalação de pequenos e grandes empreendimentos ocorre, por vezes, em áreas próximas de APPs, interferindo na dinâmica natural dos ecossistemas e unidades geomorfológicas, associados ao desconhecimento e descumprimento das diretrizes e normas da legislação ambiental e urbanísticas existente no município. Especificamente, os impactos ambientais decorrentes da atividade turística, em geral, estão relacionados ao fortalecimento dos destinos turísticos, sejam pela melhoria de infraestrutura, da gestão e do planejamento, por campanhas de comercialização mais eficientes ou por oportunidades de geração de postos de trabalho. Destacam-se, como principais, os impactos que resultem em intervenções diretas sobre o meio físico, a exemplo de obras de infraestrutura, que geram tanto impactos negativos como positivos. Os impactos negativos previstos são: geração de ruídos, produção má gerida de resíduos sólidos, surgimento de processos erosivos, supressão vegetal, afugentação da fauna nos ambientes mais naturais, problemas no tráfego quando há interferência em acessos, entre outros. Quanto aos impactos positivos, espera-se a melhoria da qualidade ambiental nos destinos turísticos, traduzidas na conservação de áreas ambientalmente frágeis (regulamentação das ZPAs e respectivos Planos de Manejo), na identificação de áreas de risco, com maior controle sobre os recursos naturais, aumento da gestão de resíduos, redução de riscos de acidentes nos acessos aos destinos turísticos, entre outros (PDITS, pp.380 e 381, 2011). Como forma de reduzir os impactos negativos que possam decorrer das ações voltadas para a atividade turística, é necessária à implantação de medidas de acompanhamento e monitoramento, as quais poderão ser adotadas tanto pelos planejadores e gestores, como pelos empreendedores tais como: licenciamento ambiental junto aos órgãos ambientais competentes para as ações de intervenção no meio físico; monitoramento ambiental, que deve ocorrer durante a implementação das ações que resultem em obras de intervenção (urbanização da orla e infraestrutura) devendo incluir à fiscalização contínua nas Zonas de Proteção Ambiental e outras áreas potenciais para utilização pela atividade turística, para prevenir o uso descontrolado e a degradação dos recursos naturais, principalmente em áreas de preservação permanente, assim tratadas, pela legislação municipal, estadual e federal. 3.5.3.3. Gestão Ambiental Pública O ordenamento do território requer a implementação de um modelo de desenvolvimento pautado na sustentabilidade, uma das principais preocupações no meio técnico e científico. Assim sendo, é necessário que sejam criadas estratégias de ações que promovam o crescimento econômico sem agressão ao meio natural. Em consequência, é necessário um planejamento que exija cada vez mais, a adoção dos princípios de conservação no âmbito de todas as políticas e programas, com a aplicação de investimentos públicos e privados. 118 No Estado, a gestão ambiental, vem seguindo e respeitando a legislação ambiental brasileira, bem como definindo normas específicas de acordo com as diretrizes estabelecidas na Política Estadual de Meio Ambiente sendo exercida pelo Instituto de Defesa do Meio Ambiente do estado do Rio Grande do Norte – IDEMA – autarquia, vinculada à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH, responsável pelo licenciamento ambiental de todas as atividades e empreendimentos, inclusive os turísticos, em grande parte dos municípios do Estado. Ainda vinculado à SEMARH, há o Instituto de Gestão das Águas – IGARN, responsável pela gestão dos recursos hídricos do estado. Natal conta, atualmente, além de uma boa base legal, composta por leis de decretos e portarias, de uma estrutura administrativa e de participação social que mesmo sofrendo descontinuidade administrativa inerente a mudança da gestão pública dispõe de um aparato institucional mínimo, constituído de órgãos públicos e colegiados. Cabe, portanto, destacar, portanto, as seguintes instâncias administrativas: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo – SEMURB, criada pela Lei Complementar nº 20, de 02 de março de 1999 (Secretaria Especial de Meio Ambiente e Urbanismo – SEMURB, vinculada à Secretaria da Administração, Planejamento e Previdência – SEMAP). De acordo com a Lei Complementar n. 082/2007 em seu Art. 93 estabelece que “Art.93. O Sistema de Planejamento e Gestão Urbana do Município compõe-se, nos termos do que dispõem as normas federais de desenvolvimento urbano e a Lei Orgânica do Município do Natal, de órgãos ou unidades administrativas de planejamento, política urbana e meio ambiente, trânsito, transporte e mobilidade urbana, habitação de interesse social e saneamento ambiental” (PMN. LC n.082/2007). Definiu ainda, a mesma lei que a participação da população no Sistema de Planejamento e Gestão Urbana do Município se dá através de representantes do Poder Público e da sociedade civil organizada, através da indicação por seus pares, mediante composição paritária garantindo os critérios de diversidade, pluralidade e representatividade constituída dos seguintes colegiados: Conselho da Cidade do Natal – CONCIDADE; Conselho Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente – CONPLAM; Conselho Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos – CMTTU; Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social – CONHABIN; Conselho Municipal de Saneamento Básico – CONSAB. 3.5.3.4. Gestão Ambiental nas Empresas Privadas A sociedade tem atribuído grande importância à sustentabilidade da atividade turística e sua potencialidade para o desenvolvimento econômico, em especial nas áreas litorâneas, o que se traduz na implantação de diversos programas de certificação da atividade que atendem a 119 parâmetros ambientais, sociais e econômicos. Alguns autores destacam que o desejado equilíbrio entre a atividade antrópica, o desenvolvimento e a proteção do meio ambiente, exige uma divisão de responsabilidades equitativas e bem definidas relacionadas ao consumo e ao comportamento frente aos recursos naturais. E, o alcance dessa postura significa a integração de considerações ambientais na formulação e implementação das políticas econômicas e setoriais, nas decisões das autoridades públicas, na operação e desenvolvimento dos processos de produção e nos comportamentos e escolhas individuais. Implica ainda, a existência de um diálogo real e colaboração entre parceiros. O turismo, muitas vezes é apontado como uma das atividades econômicas responsável pela degradação de diferentes ecossistemas naturais e urbanos. Entre os problemas decorrentes da atividade turística merece destaque: a redução da balneabilidade das praias como consequência do despejo dos esgotos sanitários diretamente no mar; problemas relacionados a abastecimento de água e energia nas altas temporadas; e, a descaracterização da orla marítima, como afirmam SantÁna e Zambonim (2002) [...]afetando o ambiente e destruindo a beleza natural das praias, que são o atrativo principal do turismo local”. Acrescentam os autores, que em função dessas características, proteger o cenário natural dos impactos ambientais negativos decorrentes da atividade turística significa, promover o desenvolvimento sustentável do turismo (SANTÁNA E ZAMBONIM, 2002, p.2). Neste sentido, um dos instrumentos que tem sido exigidos e utilizados pelas empresas privadas é a certificação ambiental equivalente ao “selo verde”, para os estabelecimentos e prestadores de serviços na área do turismo, o que vem se tornando cada vez mais importante e necessária (DIAS e TEIXEIRA). Com a inclusão do contexto de sustentabilidade nas empresas e a obrigatoriedade de cumprimento da legislação ambiental vigente, surgiu a serie de normas ISSO 14000, como uma referência na busca da implementação de uma gestão ambiental efetiva nas empresas privadas (MORAES, 2012, p.3). No entanto, a gestão ambiental segundo o autor, não deve ser apenas” para evitar a inadimplência legal e restrições ou riscos ambientais, mas também uma forma de adicionar valor a organização (MORAES, 2012, p.4). Segundo Moraes (2012) são várias as razões que levam as empresas privadas a buscarem a certificação ambiental como prática de gestão ambiental. Para ele, essas razões podem transcender os procedimentos obrigatórios de atendimento a legislação ambiental, chegando até a fixar políticas ambientais cujo objetivo seja a conscientização de todo pessoal da organização. (MORAES, 2012, p. 5) Diversos modelos de sistema de gestão ambiental envolvendo as empresas privadas foram, ao longo das décadas, sendo estabelecidas e aperfeiçoadas, dentre as quais se tem como principal referência, a NBR ISO 9001(Sistema de Gestão da Qualidade), a NBR ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental e a NBR 14900), (Sistema de Gestão da Analise de Perigo e Pontos Críticos de Controle) RBM, 2004, pág. 13. Destaca o documento do Conselho da RBM (2004) que muitas iniciativas têm sido desenvolvidas com o objetivo de promover o turismo, no Brasil, de forma sustentável, dentre elas a construção de normas que estabeleçam os requisitos mínimos para o turismo aliados aos mecanismos de certificação já destacado nesse documento (RBM, 2004, p.15). Entretanto, apesar dos diversos avanços identificados na gestão pública na área do meio ambiente, em Natal, não se identifica registro da emissão de certificação ambiental para 120 estabelecimentos e prestadores os serviços na área de turismo o que, certamente, deverá ser uma das recomendações deste trabalho. 3.5.3.5. Instrumentos de Planejamento e Controle Territorial Natal, com sua infraestrutura de serviços, faz papel de centro receptor e irradiador de turistas para os demais municípios (PDITS, 2011), agregando e incorporando à sua marca, diversos outros atrativos e produtos localizados fora de seu limite territorial, passando por vários municípios, tendo como uma das potencialidades econômicas, o turismo do sol e mar. Mas, assim como a maioria das cidades litorâneas do estado e da região a expansão urbana ocorreu muito próximo as praias que se apresentam, em períodos de grande fluxo, sujeitas a contaminação pelos efluentes lançados sem nenhum tratamento (apenas 35,27% dos habitantes de Natal têm acesso ao tratamento dos esgotos), através das galerias de drenagem que carreiam as águas das chuvas precipitadas sobre o solo, levando também resíduos e efluentes relacionados a ligações clandestinas de esgoto para o mar. O PDITS do Costa das Dunas identificou algumas iniciativas, no âmbito do governo estadual, cujo objetivo é proporcionar a redução desses impactos através da institucionalização o Programa Água Azul – programa de monitoramento ambiental, incluindo a balneabilidade das praias, cuja operacionalização é de responsabilidade de diversos órgãos governamentais com o apoio técnico científico das instituições de ensino e pesquisa do Estado (PDITS, p.15, 2011). A gestão ambiental no Estado vem seguindo e respeitando a legislação ambiental brasileira, bem como definindo normas específicas de acordo com as diretrizes estabelecidas na Política Estadual de Meio Ambiente. E Natal, buscando a sua autonomia para poder efetuar a gestão ambiental, urbanística e turística a nível local, como destacado no item anterior, construiu seu aparato legal, conforme mencionado anteriormente, cuja responsabilidade institucional é da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo- SEMURB e da Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico – SETURDE e dos órgãos colegiados Conselho Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente de Natal (COMPLAN) e Conselho Municipal de Turismo, instâncias administrativas e de participação da sociedade civil no debate sobre a cidade, em atendimento a Política Nacional de Meio Ambiente, a Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Cidade. Dentre os instrumentos de planejamento e controle ambiental e urbanístico destacam-se as seguintes normas: 121 Quadro 20 - Principais normas municipais, estaduais e federais (ambiental e urbanística) Legislação existente Ementa Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade Lei n. 4.100, de 19 de junho de 1992. - Código de Meio Ambiente Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Lei Complementar n. 082, de 21 de junho de 2007. Dispõe sobre o Plano Diretor de Natal e dá outras providências. Lei n.055, de 27 de janeiro de 2004. – Código de Obras de Natal Institui o Código de Obras e Edificações do Município de Natal e dá outras providências. Dispõe sobre o uso do solo, limites e prescrições urbanísticas da Zona de proteção Ambiental - ZPA campo dunar existente nos bairros de Pitimbu, Candelária e Cidade Nova, no município de Natal. Lei Municipal n° 4.664, de 31 de julho de 1995 (ZPA 1). Lei Estadual n. 6789, de 14 de julho de 1995. (ZPA 2) Decreto Estadual nº 7.237, de 22 de novembro de 1977 Lei Municipal n° 5.273, de 20 de junho de 2001(ZPA 3) Lei Municipal n° 4.912, de 10 de dezembro de 1997(ZPA 4) Lei Municipal n° 5.665, de 21 de junho de 2004 (ZPA 5) Lei Estadual nº 6.950, de 20 de agosto de 1996 (Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro) Lei nº 6. 908, de 01 de julho de 1996 (Política de Recursos Hídricos) Lei Complementar nº 272, de 3 de março de 2004 (Política Estadual de Meio Ambiente) Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012 (Novo Código Florestal) Lei Federal nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais) Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 (Política Nacional de Meio Ambiente) Lei nº 7.661, de 16 de maio de 1988 (Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro) Decreto nº 5.300, de 7 de dezembro de 2004 (Projeto Orla) Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 (Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza) Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos) Dispõe sobre o Código de Meio Ambiente do município de Natal. Dá denominação a área especifica e da outras providências. Declara de utilidade pública, para fins de desapropriação, bens situados na área das dunas, adjacente ao Oceano Atlântico, no município de Natal (PARQUE DAS DUNAS). Dispõe sobre o uso do solo, limites, denominações e prescrições urbanísticas da Zona de Proteção Ambiental – ZPA 3 entre o rio Pitimbu e a Avenida dos Caiapós (Cidade Satélite), Região Sul de Natal, criada pela Lei Complementar n. 07, de 05 de agosto de 1994 e dá outras providências. Dispõe sobre o uso do solo, limites de subzonas e prescrições urbanísticas da Zona de Proteção Ambiental – ZPA 04 dos cordões dunares do Guarapes, região oeste de Natal.( Bairros: Guarapes e Planalto) Dispõe sobre o uso do solo, limites de subzonas e prescrições urbanísticas da Zona de Proteção Ambiental, ZPA 05 Região de Lagoinha, Bairro de Ponta Negra, Natal/RN, criada pela Lei Complementar nº 07 de 05 de agosto de 1994, e dá outras providências. Institui o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro, estabelece seus objetivos e diretrizes e disciplina os instrumentos de sua elaboração, aprovação e execução. Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos, institui o Sistema Integrado de Gestão de Recursos Hídricos - SIGERH e dá outras providências. Dispõe sobre a Política e o Sistema Estadual do Meio Ambiente, as infrações e sanções administrativas ambientais, as unidades estaduais de conservação da natureza, institui medidas compensatórias ambientais, e dá outras providências. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa e dá outras providências. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e dá outras providências. Dispõe sobre regras de uso e ocupação da zona costeira e estabelece critérios de gestão da orla marítima, e dá outras providências. Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Fonte: Elaboração START Consultoria / SEMURB, 2013. 122 Os estudos realizados para a região de influência do Polo Costa das Dunas (PDITS, 2011) concluíram que as formas de uso e ocupação do solo e o crescimento urbano acelerado nas ultimas décadas vêm pressionando as áreas de relevância e fragilidade ambiental do município exigindo, cada vez mais, a adoção dos princípios de conservação no âmbito de todas as políticas e programas governamentais. Neste sentido, recomenda-se a observância às normas de proteção e controle existentes e a regulamentação das Zonas de Proteção Ambiental (ZPA), estabelecendo as condições e formas de uso e manejo das áreas de relevância ambiental, histórica e paisagística que constituem o principal potencial turístico da cidade. Dentre os instrumentos de gestão, destacamos: a) Áreas protegidas, áreas de preservação e unidades de conservação de usos direto e indireto. A percepção mundial quanto à importância da conservação da biodiversidade evoluiu, ou seja, antes se apresentava restrita à proteção de determinadas espécies símbolos, passando a ser entendida de forma mais abrangente e, relacionada à necessidade de conservação da biodiversidade, num contexto mais funcional, incluindo os ecossistemas, suas funções e serviços ambientais além, da exploração econômica e do uso sustentável dos mesmos, tendo como uma das estratégias mais importantes a conservação e a proteção da biodiversidade dentro de uma dada área geográfica. Para isso, a instituição de áreas protegidas tornou-se um dos principais mecanismos adotados, pelas instituições responsáveis pela gestão ambiental, para a preservação e conservação dos recursos ambientais. No Brasil, esses espaços territoriais se constituem instrumentos preconizados pela Política Nacional do Meio Ambiente, cujo objetivo fundamental é compatibilizar o desenvolvimento socioeconômico com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico, buscando a sustentabilidade ambiental (CABRAL, 2002). Sua criação pode ser considerada importante estratégia de controle do território já que estabelece limites e dinâmicas de uso e ocupação específicos. Este controle e os critérios de uso que normalmente a elas se aplicam são frequentemente atribuídos em razão da valorização dos recursos naturais nelas existentes ou, ainda, pela necessidade de resguardar biomas, ecossistemas e espécies raras ou ameaçadas de extinção (MEDEIROS, 2006). A criação de áreas protegidas tornou-se uma das estratégias mais efetivas e recomendadas na preservação e recuperação dos recursos naturais, representando uma das principais barreiras contra a degradação ambiental, entretanto, a degradação pelo uso indevido tem, progressivamente, avançado sobre essas áreas, exigindo a implementação de medidas efetivas de gestão desses espaços que, até o início dos anos noventa, surgiam baseados em diferentes iniciativas voltadas para a criação de tipologias distintas de espaços protegidos e, como consequência, instituiu-se no país um sistema complexo e desarticulado dessas áreas, cujo resultado foi uma precária gestão, com grande desperdício de recursos e oportunidades. Era necessário, que fosse criado um sistema que possibilitasse corrigir essas distorções, o que só se efetivou, com a aprovação da Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza-SNUC (Lei n° 9.985 de 18 de julho de 2000). 123 E, em se tratando áreas urbanas, só a partir do Estatuto da Cidade (Lei nº10. 257, de 10 de julho de 2001), com a obrigatoriedade da adoção do Plano Diretor, como instrumento básico da política urbana, estabelecendo como diretriz “a proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico” (artigo 2º), tendo como instrumento o zoneamento ambiental (artigo 4º) é que começou a se ter a preocupação com esses espaços (CESTARO, FERNADES e PEREIRA, p.1392,2012). Assim, a criação de áreas protegidas, onde se aplicam medidas restritivas para ordenar o uso e a ocupação desses ambientes, se constitui hoje, a principal e mais eficiente medida para conter a crescente exploração dos recursos ambientais e a contínua fragmentação das formações naturais, que ameaçam a conservação da biodiversidade. Em Natal, o Plano Diretor de 1994, considerando a totalidade do município Zona Urbana, dividiu a cidade em três macrozonas: Zona de Adensamento Básico, Zona Adensável e Zona de Proteção Ambiental. Em 2007, o Plano Diretor (Lei Complementar nº 082/2007) manteve as Zonas de Proteção Ambiental (ZPA) com a finalidade de “proteção, manutenção e recuperação dos aspectos ambientais, ecológicos, paisagísticos, históricos, arqueológicos, turísticos, culturais, arquitetônicos e científicos” (art. 17) do município cujos objetivos de proteção se coadunam com o estabelecido no SNUC, as quais, embora não façam parte do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, são consideradas como unidades de proteção ambiental e envolvem a quase totalidade de espaços naturais com pouca intervenção humana do município. O Plano Diretor de 2007 (art.18) instituiu 10 (dez) Zonas de Proteção Ambiental (ZPA) incluindo as áreas, nas quais as características do meio físico restringem o uso e a ocupação, podendo estar subdividida em três subzonas: Preservação, conservação e uso restrito cujas prescrições de uso e ocupação são estabelecidas na regulamentação específica de cada ZPA (AZEVEDO, 2010, p.52). 124 Figura 38 - Macrozoneamento delimitação das Zonas de Proteção Ambiental - ZPA Fonte: Lei Complementar n. 082/2007 O quadro abaixo resume a situação de cada uma das ZPAs com relação à regulamentação e observando o que dispõe o art.19 da citada Lei, que estabelece, ainda no mesmo artigo, “Não serão permitidas construções em áreas situadas nas Zonas de Proteção enquanto não houver a devida regulamentação” (art.19,§3º). 125 Quadro 21 - Situação atual das ZPAs com relação ao cumprimento do Art.19, da Lei n º82/2007. Zona de Proteção Ambiental (ZPA) ZPA 01 - Campo dunar dos bairros de Pitimbu, Candelária e Cidade Nova ZPA 02 - Parque Estadual das Dunas de Natal e área contígua ao parque, Av. Engenheiro Roberto Freire e rua Dr. Sólon de Miranda Galvão ZPA 03 - Área entre o Rio Pitimbú e a Avenida dos Caiapós (Cidade Satélite) ZPA 04 - Campo dunar dos Bairros: Guarapes e Planalto ZPA 05 - Ecossistema de dunas fixas e lagoas do bairro de Ponta Negra (região de Lagoinha) ZPA 06 - Morro do Careca e dunas fixas contínuas ZPA 07 - Forte dos Reis Magos e seu entorno ZPA 08 - Ecossistema manguezal e Estuário do Potengi/Jundiaí ZPA 9 - Ecossistema de lagoas e dunas ao longo do Rio Doce ZPA 10 - Farol de Mãe Luíza e seu entorno – encostas dunares adjacentes à Via Costeira, entre o Farol de Mãe Luiza e a Avenida João XXIII. Regulamentação Lei Municipal n° 4.664, de 31 de julho de 1995 Decreto Estadual nº 7.237, de 22 de novembro de 1977. Lei Estadual n. 6789, de 14 de julho de 1995. (ZPA 2). Lei Municipal n° 5.273, de 20 de junho de 2001 Lei Municipal n° 4.912, de 19 de dezembro de 1997 Lei Municipal n° 5.665, de 21 de junho de 2004 Em processo de regulamentação. A ZPA 06 - inserida na orla marítima do bairro de Ponta Negra tem sua relevância ambiental relacionada a seus valores históricos, culturais e ambientais, apresentando grande potencial paisagístico e turístico, fato que a converte em lugar por excelência de disputas de interesses diversos no processo de produção do espaço (UFRN,2011) Em processo de regulamentação, desde 2007. A ZPA 07 – abrange uma área com múltiplos interesses e grande potencial paisagístico, histórico, cultural e ambiental (UFRN, 2010). Apresenta características históricas (Forte dos Reis Magos e seu entorno) e ambientais peculiares, que permitem seu sub-zoneamento em feições distintas, compreendendo diversos ambientes naturais constituindo ecossistemas de praia, arrecifes, dunas, estuário e manguezal, um sítio de relevante valor histórico, cultural e paisagístico da cidade (Natal, 2010) Em processo de regulamentação. A ZPA 08 - compreende bairros das zonas oeste e norte da cidade, e agrega todo o ecossistema de mangues, ao longo do estuário dos rios Potengi/Jundiaí. Formada por 82% de área de mangue, localizado no estuário dos rios Potengi e Jundiaí, em ambas as margens, sendo a maior Zona de Proteção Ambiental da cidade, sua área corresponde a 13% de todo o território do município (SEMURB,2012). Em processo de regulamentação. A ZPA-09 é uma região muito frágil devido ao solo de dunas e presença de um complexo de rios e lagoas. A região também tem função de recarga de aquífero e há ocorrência de ocupações de atividades humanas, por exemplo, o complexo é utilizado em atividade agrícola, na produção de hortaliças comercializadas na cidade. (SEMURB,2012) Em processo de regulamentação. Fonte: Natal, Lei Complementar n. 082, de 21 de junho de 2007. Juntas as ZPAs localizadas em vários bairros da cidade, somam aproximadamente 6.200 hectares, e reúnem lagoas, rios, cordões dunares e manguezal. A de maior fragilidade é a ZPA 08, que soma mais de 2.200 hectares, compreende bairros das zonas oeste e norte, agregando todo o ecossistema de mangues, ao longo do estuário dos rios Potengi/Jundiaí, conforme quadro abaixo: 126 Tabela 19 - As Zonas de Proteção Ambiental - ZPAs, no território municipal. Zonas de Proteção Ambiental Área das ZPAs (ha) Área das ZPAs / Superfície do município (%) Absoluta % ZPA 01 703,4 11,337 4,173 ZPA 02 1.080,2 17,410 6,409 ZPA 03 ZPA0 4 ZPA 05 ZPA0 6 ZPA 07 151,1 649,5 191,1 363,2 107,0 2,436 10,470 3,080 5,854 1,725 0,896 3,854 1,133 2,154 0,635 ZPA 08 2.209,7 35,617 13,111 ZPA 09 ZPA 10 Total 734,1 14,8 6.189,3 11,832 0,239 100 4,355 0,087 36,725 Bairros envolvidos Cidade Nova, Candelária e Pitimbu Mãe Luíza, Tirol, Nova Descoberta, Lagoa Nova, Capim Macio e Ponta Negra Planalto e Pitimbú Felipe Camarão, Guarapes e Planalto Ponta Negra Ponta Negra Santos Reis Potengi, Redinha, Salinas, Quintas, Nordeste, Bom Pastor, Felipe Camarão e Guarapes Lagoa Azul, Pajuçara e Redinha Mãe Luíza Fonte: START Consultoria / SEMURB/IBAM, 2010 / MP Laudo ZPA 06, 2011. Segundo Azevedo (2010), no contexto atual, de forte especulação imobiliária e crescimento urbano, os mais de 30% do território de Natal que representam o conjunto de ZPAs configuram-se como áreas extremamente importantes do ponto de vista socioambiental, por abrigar os principais ecossistemas que caracterizam os recursos naturais do município. 127 3.6. ANÁLISE DO MERCADO TURÍSTICO Com base na análise do mercado turístico de Natal é possível determinar os principais segmentos de turismo e a escala potencial de atratividade de cada elemento: local (apenas Rio Grande do Norte), regional (Região Nordeste), nacional (Brasil) e internacional (mundo). Esse quadro não é exaustivo, apresentando os principais tipos de turismo e os principais tipos de atrativos associados. É importante frisar que um estudo mais detalhado e aprofundado deve ser realizado, quando da execução do PDITS do Costa das Dunas que está previsto um amplo estudo de mercado para identificar as tendências do mercado e o interesse em consumir tais produtos. Quadro 22 - Tipos de Turismo em Natal e Escala Potencial Município Escala potencial Turismo de Sol e Praia Natal Internacional Turismo de Aventura Turismo Náutico Natal Natal Nacional Internacional Turismo Cultural Natal Nacional Turismo de Eventos Natal Nacional Tipo de turismo Principais atrativos associados Praias, Parque das Dunas, Litorais Norte e Sul Surf, mergulho e passeios de buggy A ser desenvolvido Fortaleza dos Reis Magos, Corredor Cultural, Centro de Turismo, Museu da Rampa (em implantação) Carnatal, Eventos diversos, Congressos Fonte: START Consultoria, 2013 Com base no que foi brevemente exposto, tem-se que o tipo predominante de turismo praticado hoje em Natal é o turismo de sol e praia que acontece de forma intensa nas praias da cidade e na Via Costeira. Tem o caráter massivo, tendo em Natal seu portão de entrada e base desse turismo. Deve-se, entretanto, atentar para um maior controle e fiscalização na utilização dos atrativos naturais (praias, dunas, etc.) para reduzir os impactos ambientais e promover um sistema de gestão e uso sustentável. A grande diversidade de atrativos naturais também favorece a prática de turismo de aventura, através do surf, kite surf, wind surf, mergulho com cilindro e passeios de buggy. É um segmento ainda não muito difundido, mas de potencial nacional. Em se tratando do turismo náutico, percebe-se que Natal possui grande potencial para desenvolvê-lo, notadamente no estuário do Rio Potengi, sendo necessário, pois, um estudo e planejamento mais detalhado de identificação de estruturas adequadas, além de formas de gestão e captação de visitantes. Este tem potencial para atrair até visitantes internacionais, em função do elevado padrão de poder aquisitivo dos mesmos. O turismo cultural é atualmente pouco aproveitado, estando o contato com o patrimôniohistórico e as tradições locais restritas a city tours com passagens pelo Corredor Cultural e paradas na Fortaleza dos Reis Magos e Centro de Turismo. Contudo, vê-se que a região apresenta inúmeros elementos ligados à II Guerra Mundial, personalidades no ramo da cultura de projeção internacional, gastronomia, artesanato, patrimônio-histórico material capazes de assegurar um novo produto turístico à cidade: o cultural. Em sua maior parte, 128 terá alcance regional, podendo impulsionar turistas nacionais a partir de um produto cultural distinto dos demais do país, como o Museu da Rampa. Natal tem uma boa estrutura de equipamentos específicos (Centro de Convenções), hotéis, restaurantes, e já recebe eventos de porte nacional. O turismo de eventos, para ser dinamizado, entretanto, precisa de ações de captação mais agressivas, especialmente em função da grande concorrência dos estados do Ceará e Pernambuco, que possuem Centros de Convenções bem maiores do que o potiguar. O Centro de Convenções da capital, apesar da recente reforma, apresenta problemas de acessibilidade, estacionamento e grande dificuldade em ser ampliado por estar situado em área de proteção ambiental. 129 Figura 39 - Mapa de Segmentos Turísticos Fonte: Elaboração START Consultoria, 2013 130 3.6.1. Demanda Turística Atual Para a análise dos dados sobre a demanda atual será considerada o fluxo turístico em Natal, no período de 2006 a 2011, conforme as informações existentes na Secretaria de Estado de Turismo e no Anuário Natal 2011/12. Considerando a totalidade dos turistas nos dados registrados na Secretaria de Estado do Turismo, os turistas que chegaram a Natal, neste período, eram predominantemente residentes no Brasil. Observa-se um crescimento variável no fluxo total (21,96%), no período de 2006 a 2011, entretanto, ao se analisar a demanda nacional e estrangeira os dados mostram que existe uma variação: enquanto que o fluxo de turistas brasileiros cresceu 35,33%, os números mostram queda no fluxo estrangeiro de 54,09% no mesmo período, conforme tabela abaixo. Tabela 20 - Variação do Fluxo Turístico de Natal – 2006 a 2011 Anos Nacional VAR anual % Internacional VAR anual % Total VAR anual % 2006 2007 2008 2009 2010 2011 1.147.221 1.155.009 1.218.104 1.344.415 1.529.511 1.552.589 0,68 5,46 10,37 13,77 1,51 226.012 196.118 173.047 131.322 120.591 122.264 -13,23 -11,76 -24,11 -8,17 1,39 1.373.233 1.351.127 1.391.151 1.475.737 1.650.102 1.674.853 -1,61 2,96 6,08 11,81 1,50 Fonte: SETUR-RN Natal como a capital do estado do Rio Grande do Norte e por concentrar maior infraestrutura turística, é considerada a entrada de turistas para o Estado, assim nota-se que a relação entre o número total de turistas da cidade é bastante significativo ao se considerar o fluxo total no Rio Grande do Norte, mantendo uma relação acima de 60%. Tabela 21 - Relação do Fluxo Turístico Total entre Natal e RN – 2006 a 2011 Discriminação 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Natal 1.373.233 1.351.127 1.391.151 1.475.737 1.650.102 1.674.853 RN 2.186.880 2.179.925 2.201.481 2.327.486 2.574.973 2.596.022 Relação 62,79% 61,98% 63,19% 63,40% 64,08% 64,52% Fonte: SETUR-RN Quando se faz a distribuição do fluxo de turistas nas categorias nacionais e estrangeiros, observa-se no gráfico acima, que a relação apresenta pequenas alterações, mas, continua a característica da concentração do fluxo em Natal. Comparando o fluxo de turistas entre estrangeiros e nacionais, no ano de 2011 tem-se 92,7% dos turistas que visitaram Natal eram brasileiros e somente 7,3% de estrangeiros. A tabela também reafirma a importância de Natal para o turismo do estado, ao atrair, em 2011, 64,52% do fluxo que vem para o estado. Assim, se confirma que Natal é o destino com maior demanda no Rio Grande do Norte. 131 Tabela 22 - Fluxo Turístico entre Natal e RN – 2006 a 2011 Discriminação 2006 2007 Brasileiros Estrangeiros TOTAL 1.147.221 226.012 1.373.233 1.155.009 196.118 1.351.127 Brasileiros Estrangeiros TOTAL 1.887.718 299.162 2.186.880 1.923.974 255.951 2.179.925 2008 NATAL 1.218.104 173.047 1.391.151 RN 1.971.502 229.979 2.201.481 2009 2010 2011 1.344.415 131.322 1.475.737 1.529.511 120.591 1.650.102 1.552.589 122.264 1.674.853 2.146.466 181.020 2.327.486 2.406.697 168.276 2.574.973 2.427.281 168.741 2.596.022 Fonte: SETUR/RN 3.6.1.1. Tendência no Perfil Quantitativo dos Visitantes Quanto à origem, os turistas de Natal, são predominantemente brasileiros, o fluxo total apresenta crescimento ano após ano, entretanto, ao se observar com mais detalhe percebese que o fluxo internacional apresenta uma queda gradual a cada ano, demonstrando que o crescimento do fluxo nacional é que impulsiona o aumento do fluxo total, conforme mostra o gráfico abaixo. Gráfico 9 -Fluxo Turístico de Natal – 2006 a 2011 Fonte: SETUR-RN 3.6.1.2. Caracterização do Perfil Qualitativo Foram analisados os dados disponíveis na pesquisa de Demanda Turística de Natal, realizada pela Secretaria de Estado do Turismo do Rio Grande do Norte, em julho de 2012. É um trabalho de investigação bastante abrangente que busca tanto conhecer o perfil do turista que visita Natal – idade, sexo, cidade/país emissor, ocupação, renda, etc. – como os motivos que o trouxeram a Natal, o que influenciou na sua decisão de viagem, se utilizou agência de viagens, onde se hospedou, bem como sua avaliação sobre alguns itens como: atrativos turísticos, equipamentos e serviços turísticos, infraestrutura urbana e turística. A amostra final da referida pesquisa totalizou 1.019 turistas, quantidade que assegura a 132 representatividade e a confiabilidade e possibilita inferências estatísticas para o universo de turistas que entram e saem da cidade do Natal. Cada item será detalhado abaixo: I. Características Socioeconômicas A pesquisa de Demanda Turística de Natal indica o seguinte perfil socioeconômico do turista: conforme o gênero há uma predominância do sexo masculino; as faixas etárias com maior incidência é a de idade entre 26 e 50 anos, sendo a maioria casada. A área de atuação profissional da maior parte dos turistas é profissional liberal e/ou funcionário público, tendo a maioria nível superior de instrução. A faixa salarial predominante é acima de cinco salários mínimos, conforme se pode verificar nas tabelas e gráficos abaixo: i. Gênero Tabela 23 - Gênero dos Turistas que visitam o Município de Natal Sexo Geral Nº. % Nº. % Nº. % Masculino Feminino Total 629 61,7 390 38,3 1019 100,0 Tipo de turista Nacional Estrangeiro 568 61 61,5 64,2 356 34 38,5 35,8 924 95 90,7 9,3 Fonte: SETUR – RN / Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012. A maior parte dos turistas que participou da pesquisa era do sexo masculino (61,7%), sendo que destes, 61,5% eram nacionais e 64,2% eram estrangeiros. ii. Faixa Etária Tabela 24 - Faixa Etária dos turistas que visitam Natal Faixa etária Até 17 18 a 25 26 a 35 36 a 50 51 a 65 Acima de 65 Total Geral Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % 17 1,7 161 1,7 367 36,0 321 31,5 99 9,7 29 2,8 1019 100,0 Tipo de turista Nacional Estrangeiro 16 01 1,7 1,1 161 25 1,7 1,1 331 36 35,8 37,9 297 24 32,1 25,3 91 08 9,8 8,4 28 01 3,0 1,1 924 95 90,7 9,3 Fonte: SETUR – RN / Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012. A faixa etária predominante entre os turistas era de 26 a 35 anos (36%); faixa esta que entre os turistas nacionais correspondeu a 35,8% e a 37,9% nos estrangeiros. A segunda faixa etária mais predominante foi a de 36 a 50 anos (31,5%); que abarcou 32,1% e 25,3% do total de turistas brasileiros e estrangeiros, respectivamente. O somatório das referidas faixas etárias correspondeu a 77,5% do universo de turistas, valor maior do que o observado na pesquisa de maio/junho de 2012 (70,3%). 133 iii. Estado Civil Tabela 25 - Estado Civil dos turistas que visitam Natal Estado civil Casado Unido Solteiro Divorciado Separado Viúvo Total Geral Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % 537 52,7 18 1,8 373 36,6 46 4,5 21 2,1 24 2,4 1019 100,0% Tipo de turista Nacional Estrangeiro 509 28 55,1 29,5 16 02 1,7 2,1 315 58 34,1 61,1 40 06 4,3 6,3 21 00 2,3 0,0 23 01 2,5 1,1 924 95 90,7 9,3 Fonte: SETUR – RN / Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012. Quanto ao estado civil dos turistas entrevistados, a maioria era de casados (52,7%) e, em seguida, solteiros (36,6%). Considerando-se apenas o turista nacional, verificou-se que 55,1% destes eram casados; enquanto entre o turista internacional o percentual caiu para 29,5%. Dos que se disseram solteiros, 36,6% eram brasileiros e 61,1%, turistas estrangeiros. É interessante observar que a pesquisa de maio/junho de 2012 apresentou um número bastante elevado de turistas estrangeiros casados (52,1%), fato que mereceu destaque, uma vez que no histórico de pesquisas de demanda o percentual de turistas internacionais solteiros era predominantemente maior. iv. Grau de Escolaridade Tabela 26 - Grau de Escolaridade dos Turistas que visitam Natal Nível de escolaridade Sem instrução formal Fundamental I (1ª a 4ª) Fundamental II (5ª a 9ª) Médio (1° ao 3° técnico) Universitário Superior Pós-graduação Total Geral Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % 02 0,2 11 1,1 26 2,6 256 25,1 131 12,9 441 43,3 152 14,9 1019 100,0% Tipo de turista Nacional Estrangeiro 02 00 0,2 0,0 11 00 1,2 0,0 26 00 2,8 0,0 227 29 24,6 30,5 117 14 12,7 14,7 396 45 42,9 47,4 145 07 15,7 7,4 924 95 90,7 9,3 Fonte: SETUR – RN / Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012. 134 Em se tratando do nível de escolaridade, a maioria dos turistas entrevistados tinha nível superior completo (43,3%), percentual que cai para 42,9% quando analisados apenas nacionais e sobe para 47,4% em relação aos estrangeiros. Em maio/junho de 2012, 40,3% dos entrevistados afirmaram possuir nível superior completo. v. Ocupação Principal Tabela 27 - Ocupação Principal dos Turistas que visitam Natal Principal ocupação Estudante Funcionário Público Profissional liberal Comerciante Professor Aposentado/pensionista Área da Saúde Comerciário Advogado (a) Industriário Dona de casa Empresário (a) Enfermeiro (a) Vendedor (a) Administrador (a) Contabilidade Industrial Analista de Sistemas Gerente Psicólogo (a) Arquiteto (a) Autônomo (a) Farmacêutico (a) Militar Auxiliar Administrativo (a) Biólogo (a) Executivo (a) Motorista Geral Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % Nº. % 117 11,5 105 10,3 87 8,5 83 8,1 75 7,4 62 6,1 40 3,9 39 3,8 33 3,2 21 2,1 19 1,9 15 1,5 14 1,4 14 1,4 12 1,2 12 1,2 12 1,2 11 1,1 09 0,9 09 0,9 07 0,7 07 0,7 07 0,7 06 0,6 05 0,5 05 0,5 05 0,5 05 0,5 Tipo de turista Nacional Estrangeiro 102 15 11,0 15,8 102 03 11,0 3,2 78 09 8,4 9,5 72 11 7,8 11,6 69 06 7,5 6,3 61 01 6,6 1,1 30 10 3,2 10,5 34 05 3,7 5,3 31 02 3,4 2,1 21 00 2,3 0,0 19 00 2,1 0,0 13 02 1,4 2,1 12 02 1,3 2,1 14 00 1,5 0,0 09 03 1,0 3,2 11 01 1,2 1,1 09 03 1,0 3,2 10 01 1,1 1,1 07 02 0,8 2,1 09 00 1,0 0,0 06 01 0,6 1,1 05 02 0,5 2,1 06 01 0,6 1,1 06 00 0,6 0,0 04 01 0,4 1,1 05 00 0,5 0,0 05 00 0,5 0,0 05 00 0,5 0,0 Fonte: Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012 135 No que tange à ocupação principal desenvolvida pelos turistas nacionais, destacaram-se os funcionários públicos (11%), os estudantes (11%) e os profissionais liberais (8,7%). Já entre os internacionais, os estudantes (15,8%), os comerciantes (11,6%) e os profissionais da área de saúde (10,5%). vi. Faixa Salarial Tabela 28 - Faixa Salarial dos Turistas Estrangeiros que visitam o município de Natal Renda mensal individual (em US$) Nº. Até US$ 1.000,00 22 De US$ 1.000,01 a US$ 4.000,00 58 De US$ 4.000,01 a US$ 6.000,00 05 De US$ 6.000,01 a US$ 12.000,00 06 De US$ 12.000,01 a US$ 20.000,00 04 Mais de US$ 20.000,01 00 Total 95 Fonte: Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012. Nota: Os valores são relativos apenas aos 95 turistas estrangeiros. % 23,2 61,1 5,3 6,3 4,2 0,0 100,0 Tabela 29 - Faixa Salarial dos Turistas Nacionais que visitam o município de Natal Renda mensal individual (em SM) Até R$ 622,00 (Até 1 SM) De R$ 622,01 a R$ 1.866,00 (+ 1 a 3 SM) R$ 1.866,01 a R$ 3.110,00 (+ 3 a 5 SM) De R$ 3.110,00 a R$ 4.976,00 (+ 5 a 8 SM) De R$ 4.976,01 a R$ 9.330,00 (+ 8 a 15 SM) Mais de R$ 9.330,00 (+ de 15 SM) Nº. % 81 8,8 181 19,6 186 20,1 104 11,3 265 28,7 107 11,6 Total 924 100,0 Fonte: Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012. Nota: É a renda total de todas as pessoas moradoras, somando-se todas as suas fontes de renda. Quanto à renda mensal individual, 59,8% dos turistas nacionais responderam auferir renda mensal de até 8 salários-mínimos, ou seja R$ 4.976,00. Esse percentual foi bem similar ao registrado pelos mesmos turistas na pesquisa de maio/junho de 2012, que foi de 56,4%, evidenciando um turista com baixo poder aquisitivo. Já a renda mensal individual da maior parte dos turistas internacionais (84,3%) foi de até US$ 4.000,00. Esse valor é bem menor do que o apresentado na pesquisa de maio/junho de 2012, quando a maioria dos turistas internacionais afirmou ter renda acima de U$ 6.001,00. Em ambos os casos, nacionais e estrangeiros, é possível que a quantidade de estudantes tenha influenciado na renda registrada. Analisando-se a renda mensal individual dos turistas nacionais considerando os principais estados emissores, tem-se o seguinte resultado: São Paulo (R$ 4.318,86), Pernambuco (R$ 4.964,49) e Ceará (R$ 5.004,43). No que tange aos principais países emissores de turistas para Natal, a renda média individual registrada foi: Argentina (R$ 3.116,07), Alemanha (R$ 9.801,15), Itália (R$ 5.806,55) e Portugal (R$ 7.244,00). Dentre os turistas nacionais, os que apresentaram maior renda média individual foram os alagoanos (R$ 7.739,74), seguidos de perto pelos turistas do Distrito Federal (R$ 7.279,06). Considerando-se apenas os estrangeiros, os com a maior renda média individual foram os 136 canadenses (R$ 22.167,00), que também ficaram entre os de maior renda em maio/junho de 2012. II – Procedência i. Procedência Internacional Tabela 30 - País de Procedência dos Turistas Estrangeiros País Brasil Argentina Alemanha Itália Portugal EUA Espanha Holanda Inglaterra Chile Suíça Canadá França Noruega Trindad e Tobago Angola Austrália Áustria Dinamarca Hungria Reino Unido Venezuela TOTAL Nº. 924 15 13 12 12 07 05 05 05 03 03 02 02 02 02 01 01 01 01 01 01 01 1019 % 90,7 1,5 1,3 1,2 1,2 0,7 0,5 0,5 0,5 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 100,0 Fonte: SETUR – RN / Pesquisa de Demanda Turística - Julho/2012. Os países que mais emitiram turistas estrangeiros para a capital potiguar em julho de 2012 foram Argentina (15,8%), Alemanha (13,7%) e, empatados em terceiro lugar, Itália e Portugal (12,6%). Esse resultado difere um pouco do encontrado em maio/junho de 2012, quando os italianos ficaram em primeiro lugar (16,0%), sendo seguidos por alemães e portugueses, ambos com 12,8%, e, logo abaixo, argentinos (9,6%). ii. Procedência Nacional Tabela 31 - Estados de Procedência dos Turistas Nacionais Estado São Paulo Pernambuco Ceará Rio de Janeiro Rio Grande do Norte Distrito Federal Paraíba Bahia Minas Gerais Alagoas Sergipe Goiás Santa Catarina Amazonas Pará Paraná Nº. 145 117 109 101 73 64 59 53 51 27 18 17 13 12 12 10 % 15,7 12,7 11,8 10,9 7,9 6,9 6,4 5,7 5,5 2,9 1,9 1,8 1,4 1,3 1,3 1,1 137 (CONTINUAÇÃO) Tabela 31 - Estados de Procedência dos Turistas Nacionais Estado Nº. % 09 1,0 08 0,9 06 0,6 06 0,6 05 0,5 03 0,3 03 0,3 02 0,2 01 0,1 Total 924 100,0 Fonte: SETUR/RN – Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012. Nota: Os valores são relativos apenas aos 924 turistas nacionais. Piauí Rio Grande do Sul Maranhão Acre Espírito Santo Mato Grosso Tocantins Rondônia Roraima No que tange ao turismo nacional, os maiores estados emissores de turistas para Natal foram São Paulo (16,7%), Pernambuco (12,7%) e Ceará (11,8%). O Rio de Janeiro ficou em quarto lugar, tendo enviado 10,9% dos turistas entrevistados. Tais resultados ratificam os encontrados na pesquisa de maio/junho de 2012, dada a constância dos estados emissores, fazendo parte dos entrevistados, naquela oportunidade, 14,4% de turistas oriundos de São Paulo, 13,7% provenientes de Pernambuco e outros 10,1% da Paraíba. 3.6.1.3. Tendências de Comportamento e Hábitos de Informação e Compra de Viagem Ao se fazer uma análise sobre o comportamento e hábitos de informação e compra de viagem do turista que vem a Natal, são analisados os dados da pesquisa de demanda turística realizada pela SETUR/RN, em julho de 2012, considerando as informações sobre o meio de transporte utilizado, meio de hospedagem mais usado e a forma de organização da viagem. Também foi observado o fator de motivação do turista em vir a Natal. O resultado está apresentado nos itens abaixo: a) Meios de Transporte Tabela 32 - Meios de transportes utilizados pelos Turistas Tipo de turista Nacional Estrangeiro Nº. 735 644 91 Avião (voo regular) % 72,1 69,7 95,8 Nº. 199 199 00 Automóvel % 19,5 21,5 0,0 Nº. 78 74 04 Ônibus de linha % 7,7 8,0 4,2 Nº. 04 04 00 Van % 0,4 0,4 0,0 Nº. 02 02 00 Avião (voo charter/fretado) % 0,2 0,2 0,0 Nº. 01 01 00 Micro ônibus % 0,1 0,1 0,0 Nº. 1019 924 95 Total % 100 90,7 9,3 Fonte: SETUR/RN – Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Junho/2012. Resposta Geral O principal meio de transporte utilizado pelos turistas que chegaram a Natal em julho de 2012 foi o avião (72,1%), percentual que ficou em 69,7% considerado-se apenas os turistas nacionais e 95,8%, os estrangeiros. O automóvel ocupou a segunda posição, com 19,5%. 138 Esse meio de transporte foi utilizado apenas por turistas nacionais (21,5%). Em maio/junho de 2012, o percentual dos que chegaram em voo regular foi menor (62,9%) do que o registrado. O crescimento apresentado na pesquisa mais recente deve-se, especialmente, aos estrangeiros que utilizaram, em massa, o voo regular. Na pesquisa passada, utilizaramse também de outros meios de transporte como o automóvel e o ônibus fretado. b) Meios de Hospedagem Tabela 33 - Meios de Hospedagens utilizados pelos Turistas Tipo de turista Nacional Estrangeiro Nº. 425 380 45 Hotel % 41,7 41,1 47,4 Nº. 311 303 08 Casa de parentes/amigos % 30,5 32,8 8,4 Nº. 164 145 19 Pousada % 16,1 15,7 20,0 Nº. 29 26 03 Flat/Apart Hotel % 2,8 2,8 3,2 Nº. 27 26 01 Casa própria % 2,6 2,8 1,1 Nº. 20 07 13 Albergue % 2,0 0,8 13,7 Nº. 16 12 04 NS/NR % 1,6 1,3 4,2 Nº. 11 10 01 Casa/apto. aluguel % 1,1 1,1 1,1 Nº. 04 03 01 Pensão/hospedaria % 0,4 0,3 1,1 Nº. 02 02 00 Quartel % 0,2 0,2 0,0 Nº. 02 02 00 Resort % 0,2 0,2 0,0 Nº. 02 02 00 Trabalho % 0,2 0,2 0,0 Nº. 02 02 00 UFRN % 0,2 0,2 0,0 Nº. 01 01 00 Camping % 0,1 0,1 0,0 Nº. 01 01 00 Hospital % 0,1 0,1 0,0 Nº. 01 01 00 Igreja % 0,1 0,1 0,0 Nº. 01 01 00 Voltou no mesmo dia % 0,1 0,1 0,0 Nº. 1019 924 95 Total % 100,0 90,7 10,3 Fonte: SETUR/RN – Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012. Meio de hospedagem Geral Em geral, o principal meio de hospedagem utilizado pelos turistas em Natal foi o hotel (41,7%), sendo seguido pela casa de parentes/amigos (30,5%) e pousada (16,1%). Entre os brasileiros, o meio de hospedagem predominante foi o hotel (41,1%), vindo em seguida a casa de parentes/amigos (32,8%). Já entre os turistas estrangeiros: hotel (47,4%) e pousada (20%). Destacou-se como outra opção de hospedagem entre os estrangeiros o albergue, que foi o terceiro de maior destaque (13,7%). A renda dos turistas estrangeiros em maio/junho de 2012 foi maior do que a renda registrada em julho, talvez influenciando o percentual dos albergues – que possuem, em sua maioria, preços mais competitivos que os 139 hotéis e pousadas. Diferentemente da pesquisa de maio/junho de 2012, os turistas brasileiros optaram, em sua maioria, pelo hotel em detrimento da casa de parentes/amigos. c) Forma de Organização da Viagem Tabela 34 - Forma de Organização de Viagens dos Turistas Tipo de turista Nacional Estrangeiro Nº. 578 519 59 % 56,7 56,2 62,1 Nº. 441 405 36 % 43,3 43,8 37,9 Nº. 1019 924 95 Total % 100,0 90,7 9,3 Fonte: SETUR/RN – Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012. Resposta Não Sim Geral Quanto à forma de organização da viagem, 56,7% dos turistas afirmaram não ter utilizado os serviços de agência de viagens. Esse número é maior entre os estrangeiros (62,1%) do que brasileiros (56,2%). Esse é um dado bem diferente do encontrado na pesquisa de maio/junho de 2012, quando 22,3% dos turistas estrangeiros e 69,8% dos brasileiros disseram não terem utilizado os serviços de uma agência na organização da viagem. Dos que foram auxiliados por uma agência de viagens (43,3%), os serviços mais buscados foram o de emissão de bilhetes (43,4%) e a reserva da hospedagem (39,6%). 17,3% dos estrangeiros ainda contrataram as agências para organizar roteiros de visita. d) Marco da Motivação Tabela 35 - Marco de Motivação dos Turistas Tipo de turista Nacional Estrangeiro Nº. 584 504 80 Passeio % 57,3 54,5 84,2 Nº. 182 177 05 Visita parente/amigo % 17,9 19,2 5,3 Nº. 147 141 06 Negócio/Trabalho % 14,4 15,3 6,3 Nº. 34 32 02 Outros % 3,3 3,5 2,1 Nº. 22 22 00 Lua de mel % 2,2 2,4 0,0 Nº. 19 19 00 Eventos/Congressos % 1,9 2,1 0,0 Nº. 13 12 01 Intercâmbio/Estudo % 1,3 1,3 1,1 Nº. 13 12 01 Saúde % 1,3 1,3 1,1 Nº. 04 04 00 Religião % 0,4 0,4 0,0 Nº. 01 01 00 NS/NR % 0,1 0,1 0,0 Nº. 1019 924 95 Total % 100,0 90,7 9,3 Fonte: SETUR/RN – Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012. Motivo Geral 140 O passeio foi o principal motivador da viagem (57,3%) dos turistas à Natal. Entre os brasileiros, esse valor foi de 54,5%, enquanto entre os estrangeiros foi de 84,2%. Outros motivos apontados como responsáveis pela viagem a Natal foram a visita a parente/amigo (17,9%) e o negócio/trabalho (14,4%), especialmente pelos turistas brasileiros 19,2% e 15,3%, respectivamente, já que a grande massa de estrangeiros veio à passeio. 3.6.1.4. Tendências da Estrutura do Gasto Turístico Os aspectos econômico-financeiros permitem estimar a receita do turismo e seu impacto sobre a economia de Natal e do Rio Grande do Norte. Em média, os turistas internacionais gastam mais do que os nacionais, em todos os anos. O tempo de permanência em Natal do turista estrangeiro é superior a dos brasileiros, isso reafirma a importância de uma política mais agressiva para atrair turistas de outros países, face aos resultados econômicos e financeiros favoráveis. a) Permanência Média do Turista em Natal Tabela 36 - Permanência Média em dias em Natal Dias de permanência na localidade Média Mínimo Máximo Mediana Nacional 07 00 180 05 Estrangeiro 14 05 90 10 Geral 08 00 180 10 Fonte: SETUR/RN – Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012. Tipo de turista Em se tratando do tempo de permanência dos turistas entrevistados, a pesquisa constatou que estes ficaram, em média, 08 dias em Natal. Os turistas brasileiros permaneceram, em média, 07 dias, enquanto os estrangeiros, 14 dias. O tempo médio de permanência geral dos turistas sofreu pouca variação em relação à pesquisa de maio/junho de 2012, que foi 07 dias. Considerando-se o tempo de permanência dos turistas advindos de Argentina, Alemanha, Itália e Portugal, ou seja, dos países que mais emitiram turistas em julho de 2012, tem-se que argentinos, alemães, italianos e portugueses permaneceram 12, 11, 25 e 12 dias, em média, respectivamente, na cidade do Natal. Avaliando-se o resultado dos brasileiros em relação aos principais estados emissores, tem-se que turistas de São Paulo, Pernambuco, Ceará e Rio de Janeiro permaneceram, em média, 08 dias, 06 dias, 07 e 11 dias, respectivamente. b) Hábitos de Viagem Tabela 37 - Hábitos de companhia durante a Viagem Tipo de turista Nacional Estrangeiro Nº. 337 309 28 Só % 33,1 33,4 29,5 Nº. 202 163 39 Com amigos % 19,8 17,6 41,1 Nº. 474 448 26 Com a família % 46,5 48,5 27,4 Nº. 06 04 02 Em excursão % 0,6 0,4 2,1 Nº. 1019 924 95 Total % 100,0% 90,7 9,3 Fonte: SETUR/RN – Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012. Resposta Geral 141 A maior parte dos turistas entrevistados viajava com suas famílias (46,5%). 33,1% viajavam sozinhos e outros 19,8% acompanhados de amigos. Entre os brasileiros, destacaram-se os que viajavam com a família (48,5%) e sozinhos (33,4%); e entre os estrangeiros, os acompanhados por amigos (41,1%) e sozinhos (29,5%). Na pesquisa de maio/junho de 2012, verificou-se que 45,5% dos turistas viajavam com suas famílias. Nessa pesquisa, os estrangeiros casados (47,9%) superaram os nacionais (45,2%). c) Gasto Médio Diário Individual Tabela 38 - Gasto Médio dos Turistas Geral Nacional Estrangeiro Resposta Em real Em dólar Em real Em dólar Em real Em dólar Gasto Médio Total – GMT 2.182,68 1.080,53 1.928,98 954,94 4.407,66 2.182,01 Gasto Médio Individual – GMI 1.356,41 671,49 1.039,80 514,75 3.634,86 1.799,44 225,62 111,69 201,74 99,87 309,74 153,34 Gasto Médio Diário Individual - GMDI Fonte: SETUR/RN – Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012. O Gasto Médio Total – GMT dos turistas (excetuando-se o valor da passagem ou do pacote) foi, em média, de R$ 2.182,68 (US$ 1.080,53). Entre os brasileiros, esse valor cai para R$ 1.928,98 (US$ 954,94); e entre os estrangeiros, sofre aumento para R$ 4.407,66 (US$ 2.182,01). O GMT geral em maio/junho de 2012 foi levemente superior (R$ 2.231,86). Em se tratando do Gasto Médio Individual – GMI, os turistas gastaram, em média, R$ 1.356,41 (US$ 671,49). O valor gasto pelos brasileiros foi menor (R$ 1.039,80/US$ 514,75) do que o dos estrangeiros (R$ 3.634,86/US$ 1.799,44). Assim como o anterior, o GMI de maio/junho de 2012 foi um pouco superior (R$ 1.296,57) do que o registrado na mais recente pesquisa. O Gasto Médio Diário Individual – GMDI dos turistas entrevistados em julho de 2012 foi de R$ 225,62 (US$ 111,69), valor inferior ao registrado em maio/junho de 2012 que foi de R$ 261,21. Entre os brasileiros, registrou-se um GMDI de R$ 201,74 (US$ 99,87), enquanto que estrangeiros despenderam R$ 209,74 (US$ 153,34). Os turistas entrevistados, brasileiros e estrangeiros, tiveram uma média geral de duas pessoas incluídas nos gastos mencionados, mesmo valor registrado na pesquisa de maio/junho de 2012. Os itens que mais consumiram os gastos dos turistas que visitaram Natal em julho de 2012 foram hospedagem (R$ 1.149,65/US$ 566,94), alimentação (R$ 619,85/US$ 310,61), diversão (R$ 544,49/US$ 268,51), compras (R$ 343,79/US$ 100,12) e transporte no local (R$ 230,13/US$ 113,49). Como na pesquisa de maio/junho de 2012, os gastos de estrangeiros foram bem superiores aos dos brasileiros. A diferença é que na pesquisa de maio/2012, os brasileiros gastaram mais com diversão do que com alimentação. 142 3.6.1.5. Tendências de Valorização da Qualidade da Oferta Atual e Imagem Percebida As tendências de valorização da qualidade da oferta atual e determinação da imagem percebida da Área Turística são observadas através dos pontos positivos do destino, das principais falhas na qualidade dos serviços, esperadas e percebidas, grau de fidelidade, porcentagem de recomendações positivas ou negativas a potenciais visitantes etc. Tabela 39 - Possibilidade de Voltar a Natal Tipo de turista Nacional Estrangeiro Nº. 985 895 90 Sim % 96,7 96,9 94,7 Nº. 18 15 03 Não % 1,8 1,6 3,2 Nº. 15 14 02 Não sabe % 1,5 1,5 2,1 Nº. 1019 924 95 Total % 100,0 90,7 9,3 Fonte: SETUR/RN – Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012. Resposta Geral Dos turistas entrevistados, 96,7% expressaram interesse em voltar a Natal, enquanto 98,6% disseram que recomendariam a cidade como destino turístico a outras pessoas, resultados que atestam a satisfação dos turistas com a localidade. Tabela 40 - Recomenda o Destino Natal a outras Pessoas Tipo de turista Nacional Estrangeiro Nº. 1005 911 94 Sim % 98,6 98,6 98,9 Nº. 11 10 01 Não % 1,1 1,1 1,1 Nº. 03 03 00 Não sabe % 0,3 0,3 0,0 Nº. 1019 924 95 Total % 100,0 90,7 9,3 Fonte: SETUR/RN – Pesquisa de Demanda Turística - Natal, Julho/2012. Resposta Geral 3.6.1.6. Balanço das Campanhas de Promoção Turística Com o objetivo de promover o destino Natal nos principais centros emissivos, a SETURDE participou nos últimos três anos, de eventos regionais, nacionais e internacionais que fazem parte do Calendário Turístico. Para divulgação do destino, a Secretaria disponibilizou para esses eventos material promocional em português, inglês, espanhol, italiano e russo, que passou por revisão ortográfica profissional, tanto em português como nos demais idiomas estrangeiros. Com a queda do fluxo turístico estrangeiro, a partir de 2009, houve a necessidade de intensificar as campanhas de promoção turística nos mercados regional e nacional. Assim, numa iniciativa da ABIH – Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, a SETURDE participou de Workshops e Roads Shows nas cidades de Maceió, Recife, Caruaru, Campina 143 Grande, João Pessoa e Fortaleza. Os resultados dessas campanhas foram bastante satisfatórios, comprovadas através do crescente aumento no fluxo turístico regional. Sempre em parceria com a EMPROTUR (Empresa de Promoção e Desenvolvimento do Turismo do RN), a SETURDE participou durante os anos de 2009 e 2010 de eventos que fazem parte do Calendário Turístico Nacional. Por falta de recursos nos anos de 2011 e 2012 a participação do órgão foi mais tímida, sendo percebida pela queda no fluxo turístico para Natal. Foram realizadas campanhas de promoção do destino em parceria com emissoras de televisão, em minisséries e programas de lazer e aventura, permitindo uma maior visibilidade do produto Natal no Brasil e em outros países. Dentre eles, na minissérie Sansão e Dalila, da Rede Record de Televisão, e nos programas Por Aí, da GNT, Riquezas do Ceará e do Nordeste e Mundo Afora, da Rede Record de Televisão. Parcerias também com revistas especializadas e revistas de bordo, gerando capas, páginas de matérias e fotografias do destino Natal, dentre elas, a revista de bordo da AVIANCA. Destaca-se ainda, campanhas com outras companhias aéreas nacionais, tais como a AZUL Linhas Aéreas e com a TAM. Em relação à parceria com companhia aérea internacional, foi realizada a ação “Natal em Lisboa”, juntamente com a TAP e com as principais operadoras de turismo de Portugal: Terra Brasil, Mundo Vip, Abreu, Iberojet e Entremares. A ação teve como objetivo principal aumentar a visibilidade do produto Natal no mercado português. Figura 40 - Folder de divulgação do turismo em Natal. Fonte: SETURDE / EMPROTOUR Visando atrair o maior número de eventos para Natal, foi realizado em 2009, com resultados muito satisfatórios, o Programa Natal Cidade Eventos, em parceria com as companhias aéreas TAM, GOL e o Natal Convention Bureau. Em virtude desse programa, houve um aumento significativo no número de eventos captados para Natal, nos anos seguintes. Em 2009 foi produzido um filme de Natal como destino turístico, que ganhou uma premiação no Festival Internacional Art & Tour, em Barcelos, Portugal, como melhor filme turístico de destino (2010). 144 A SETURDE coordenou em Natal a Campanha “Um Gol pelos Direitos de Crianças e Adolescentes”, em parceria com o Ministério do Turismo, Secretaria do Estado do Turismo, Instituições de Ensino Superior do RN e INFRAERO. A mobilização foi feita no Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim, no dia 09 de dezembro de 2010. A Campanha foi em nível nacional, com material do Ministério do Turismo, distribuído aos turistas desembarcados em Natal. A seguir, eventos que fazem parte do Calendário Turístico Nacional e Internacional, dos quais a SETURDE participa desde 2009: Quadro 23 - Eventos do Calendário Turístico Evento Workshop & Trade Show CVC Encontro Comercial BRAZTOA Fórum PANROTAS AVIESTUR – Feira de Turismo do Estado de SP BNTM – Brasil Nacional Tourism Mart Salão Brasileiro do Turismo AVIRRP - Associação das Agências de Viagens de Ribeirão Preto e Região Congresso da ABAV – Feira das Américas Festival de Turismo de Gramado Workshop da ABIH AVIESP – Associação. das Agências de Viagens Independentes do Interior de SP WTM BTL Leisure – Feira de Turismo de Moscou FITUR Semana de Natal em Lisboa Local Expo Center Norte – Pavilhão Branco / São Paulo – SP Frei Caneca Centro de Fecomércio de Eventos / São Paulo - SP Cidade/Estado São Paulo - SP São Paulo - SP São Paulo - SP Campos do Jordão São Paulo - SP Cidades do NE Nordeste Parque Anhembi São Paulo – SP Centro de Convenções Taiwan Ribeirão Preto – SP Riocentro Rio de Janeiro – RJ Gramado – RS Gramado – RS Fortaleza - CE, João Pessoa - PB, Recife - PE, Campina Grande - PB, Caruaru - PE e Maceió - AL Hotéis em cidades do NE Centro de Convenções Águas de Lindoia – SP Londres Lisboa Inglaterra Portugal Moscou Rússia Madri Lisboa Espanha Portugal Fonte: SETURDE, 2013 É interessante registrar que a principal página de turismo do município na internet, acessível pelo endereço www.turismo.natal.rn.gov.br não tem atendido às exigências do Ministério do Turismo (de acordo com o Estudo de Competitividade dos 65 Destinos Indutores). De acordo com avaliação realizada nesse item foram identificados três principais fatores: a) não sinaliza ao visitante a preocupação do destino em prevenir a exploração sexual de crianças e adolescentes no turismo; b) não alerta o visitante sobre a importância de preservar o meio ambiente; e, c) não é bilíngue. 145 Com o objetivo de divulgar os atrativos turísticos da cidade, a SETURDE disponibiliza um Centro de Atendimento Turístico na Praia do Meio e dois Centros Móveis, que funciona em sistema itinerante, entre Ponta Negra, Aeroporto e em locais de acesso ao turista. Esses locais têm como objetivo distribuir folhetaria aos turistas, prestar informações turísticas e conscientizar o turista/população sobre o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. No entanto, o material de distribuição é insuficiente e precário, podendo ser comprovado pela falta de mapas e de folhetaria oficial nos locais. Observou-se também que não existe central telefônica específica de informações turísticas através da qual os visitantes possam obter informações sobre atrativos, equipamentos e serviços disponíveis no destino. Nos últimos três anos, produziu-se material promocional institucional de qualidade, disponível em idioma estrangeiro. Inclusive apresentando informações sobre a estrutura completa da cidade (belezas naturais, gastronomia, artesanato, cultura, equipamentos turísticos, de eventos, o Arena das Dunas, entre outras). Vale destacar, que a divulgação internacional tem acontecido mais através das campanhas que conta com a participação da equipe do Governo do Estado, através da EMPROTUR/SETUR, uma vez que a presença da SETURDE tem sido tímida, nos últimos três anos. Na Europa, os principais eventos que contam com a divulgação de Natal, têm sido nos seguintes países: Alemanha, Escandinávia, Portugal, Noruega, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Itália, Holanda. O destino também tem sido divulgado em eventos que ocorrem na América do Sul, mas, especificamente os realizados na Argentina e Chile. Natal como cidade-sede da Copa 2014, tem participado do programa Goal to Brasil, preparado pelo Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) para divulgação internacional das doze cidades-sede da Copa do Mundo 2014. A iniciativa tem parceria com o Ministério do Turismo, Ministério do Esporte, Ministério das Relações Exteriores/Embaixadas Brasileiras, governo dos estados (secretarias municipais e estaduais de Turismo e da Copa das cidades-sede e FIFA). O Goal to Brasil tem acontecido em diversas cidades do mundo e mostra a preparação do país para o mundial, sua diversidade e os principais atrativos turísticos. Ao todo serão 14 apresentações, 12 de cada sede e duas feitas pelo próprio Governo Federal. Até o mês de fevereiro de 2013 o programa já foi realizado no Chile, Colômbia, Argentina, França, Portugal, Canadá, Espanha e Itália. Os próximos serão na Alemanha, Inglaterra, Peru, Uruguai, México e Estados Unidos. Coube a Natal a responsabilidade de organizar a apresentação que ocorreu na Itália, na cidade de Milão, no mês de fevereiro de 2013, como cidade anfitriã do evento. Em cada Goal to Brasil, um estado brasileiro possui maior destaque para mostrar com riqueza de detalhes, seus atrativos turísticos. Em Milão o Rio Grande do Norte homenageou Luiz Gonzaga na voz da cantora Camila Masiso, além de apresentar a gastronomia regional. 3.6.1.7. Identificação do Portfólio Estratégico de Produtos Turísticos Em um mundo no qual a inexistência de barreiras geográficas é praticamente uma constatação verdadeira, a gestão de uma atividade tão sensível quanto o turismo pode ser considerada como um desafio à perspicácia e a criatividade dos gestores da área, isto 146 devido, principalmente, as peculiaridades do setor que além de serem decisivas no processo estratégico de turismo são, em grande medida, suscetíveis às variações do sistema. Neste contexto, constata-se um forte processo de competitividade existente dentro do setor turístico, uma vez que os principais elementos da atividade, como atrativos, infraestrutura e transportes, no presente, mesmo que tenham uma gestão adequada, que relacione a impulsão do turismo a melhorias na qualidade de vida da população local, estão, constantemente, submetidos à competição com outros destinos turísticos, que agora, além de apresentarem as mesmas características “turísticas”, apresentam inúmeras facilidades de acesso. Nesse contexto, o número de produtos turísticos existentes e a oferta de novos produtos turísticos é um importante fator para aumentar o seu número de visitantes e aumentar a taxa de permanência de turistas na cidade. Além de suas belas praias e dunas, Natal dispõe de um grande atrativo de interesse turístico e diferencial – o passeio de buggy. No entanto, a cidade tem potencial para oferecer muitos outros locais de entretenimento não apenas aos turistas, mas também a toda população. As ações descritas no planejamento estratégico têm o intuito de criar novos produtos que vão ajudar a abrir a exploração de novos nichos de mercado. A formatação de produtos não depende apenas do poder público, mas sem dúvida, é dele o papel de indutor e de coordenador da atividade turística. Constam do Plano Estratégico para o Turismo de Natal sugestão de nichos de mercado com potencial de exploração, dentre eles destacam-se: Turismo Náutico e Cultural. a) Turismo Náutico Natal é privilegiada por possuir duas vias de acesso ao turismo náutico: uma pela costa marítima e outra pela costa fluvial do rio Potengi. Com a instalação de uma marina em Natal, será possível ampliar a oferta de passeios pelo rio e será uma boa alternativa de direcionar a cidade para o turismo náutico com uma nova área de lazer, tanto para os moradores, como para os visitantes. A partir do desenvolvimento desse segmento pode ser estimulada a realização de eventos como regatas, mergulho e pesca oceânica, nichos que atraem um público bem específico e de alto poder aquisitivo, segmentando a demanda, tanto por interesse, como por nível de renda. O segmento mergulho também encontra espaço para crescer, pois é grande a quantidade de navios fundeados no entorno próximo à cidade, além da cor e transparência, a temperatura água somam características relevantes que estão presentes nesse produto e com condições muito favoráveis de competitividade. A própria implantação da marina será um passo importante no intuito de fortalecer o turismo náutico e será grande aliada na melhoria de eventos de vários segmentos. 147 b) Turismo Cultural Natal é rica culturalmente. Existem muitas manifestações das diversas linguagens artísticas: dança, artes plásticas, música, além do seu folclore, mas é preciso que essas manifestações sejam fortalecidas, apoiadas, conhecidas e divulgadas. A cidade, principalmente na região da Ribeira, possui uma destacada arquitetura própria e diferenciada, além de ser o depositário de muitos equipamentos destinados a variadas linguagens artísticas. Potencial não falta. Estruturando-se um circuito cultural que apresente ao público essas pérolas escondidas e ausentes do dia-a-dia do próprio natalense, o turista poderá conhecer mais da arte produzida em Natal. O apelo cultural agrada a qualquer turista, seja ele brasileiro ou estrangeiro. O modo de vida e os saberes e fazeres das pessoas, do Rio Grande do Norte e de Natal, precisam ser reverenciados, explicitados e difundidos, sobretudo porque Natal é a terra mãe do grande folclorista Câmara Cascudo, estudioso que mais escreveu sobre os saberes e fazeres do Rio Grande do Norte e do povo brasileiro. A criação de rotas de interesse cultural, como a Rota dos Ateliers de Artes Plásticas, abrirá espaço para que não só os turistas, mas também os moradores possam se aproximar mais da cultura local, inclusive como consumidores de arte. A rota cultural que integraria a sociedade e o turista é a Rota dos Mercados Populares, que hoje são pouco frequentados pelos visitantes. Grande parte dos próprios natalenses não tem o hábito de viver os mercados. Uma programação cultural de lazer poderia levar os moradores a incluir a visitação aos mercados e feiras nos seus momentos de distração com a família e amigos e, assim, preparar o ambiente de recepção para o visitante. Complementando os projetos culturais, a Rota dos Monumentos, com iluminação de destaque em monumentos e estátuas, colocaria em maior exposição as riquezas culturais de Natal, ressaltando as belezas dos monumentos históricos que hoje podem passar despercebidos pelos natalenses e pelos turistas. A inclusão dessas Rotas nos city tours existentes e a criação dos passeios noturnos serão fundamentais, tanto para a ampliação da visitação turística, como para que os próprios natalenses valorizem suas raízes históricas e culturais. 3.6.2. Demanda Turística Potencial Para demanda potencial, considerando a série de 2006 a 2011, é possível que esses dados apresentem a mesma tendência, talvez, havendo um crescimento expressivo do fluxo estrangeiro considerando a expectativa de Natal ser cidade-sede da Copa 2014. Vale ressaltar que a demanda está ligada à decisão e comportamento do consumidor. A demanda turística é influenciada por alguns fatores como preços dos produtos turísticos, preços dos outros bens ou serviços, nível de renda dos turistas e preferência dos turistas. Desta maneira, esses fatores contribuem para que a demanda turística seja heterogênea, pois por si só, as preferências e renda do turista são aspectos altamente elásticos frente ao tempo. 148 3.6.2.1. Estimativa Quantitativa Aproximada e Caracterização do Perfil Qualitativo Para elaborar uma estimativa quantitativa dos turistas é importante perceber a dinâmica recente, os grandes eventos que serão realizados na cidade e no Brasil nos próximos anos. Dessa forma, é importante ressaltar aspectos positivos e negativos que influenciam na escolha do destino. Dentre os vários fatores positivos já apresentados na caracterização da região, ressalta-se a copa do mundo de futebol como sendo um evento de grande importância para a atividade turística. Esse evento colocará Natal mais uma vez na vitrine do mundo, mostrando todos os potenciais e todas as belezas naturais e toda a infraestrutura básica para a prática do turismo. Uma estimativa da SECOPA, publicada inclusive no site oficial do Governo Federal, é que em 2010 o número de turistas em Natal atingiu a marca de 2 milhões de pessoas e estima-se que em função da copa, no ano de 2014 esse número atinja 3 milhões. Entretanto, também existem fatores negativos a serem observados. O que se apresenta com maior potencial de influência é a questão cambial. Nos últimos anos a variação do câmbio tem sido bastante significativa, ora o real encontra-se mais valorizado em relação ao dólar, o que produz fuga de turistas para outros lugares do mundo, ora há uma desvalorização da moeda nacional que impulsiona a atividade turística tanto interna, pois o brasileiro que deseja viajar o fará dentro do país, como externa, pois com o câmbio apreciado fica mais barato para os turistas de outros países visitarem o Brasil. Sendo Natal um destino já consolidado para pratica do turismo o caminho fica mais curto. As informações que serão tratadas a partir de agora se referem aos dados constantes nas tabelas do item 7.1. A variação média do número de pessoas que visitam Natal é de 4,15% entre os anos de 2006 e 2011. Alguns aspectos importantes são necessários serem destacados. Primeiramente ressalta-se que o período é marcado por uma crise econômica global, e que por isso o número de turistas internacionais caiu sensivelmente e o fluxo de pessoas que visitaram Natal no período é alavancado principalmente por turistas brasileiros. Projetando um cenário futuro, estima-se que com a melhoria da infraestrutura da cidade, com o advento da Copa do Mundo e admitindo um câmbio ligeiramente apreciado, ou seja, o dólar mais valorizado em relação ao real, para que haja um efeito mais potencializado de atração de turistas, a tendência é que o número de turistas que vem a Natal tenha um crescimento de 45% em relação ao número observado em 2010. O perfil qualitativo seria bastante variado, tendo em vista que dada as muitas possibilidades, haverá uma ampla diversidade, tanto em termos financeiros, quanto na busca pelas atrações. Estima-se que haja um ligeiro aumento dos turistas com maior poder aquisitivo num primeiro momento, mas que haja posteriormente um equilíbrio qualitativo. Contudo, para que se alcance um percentual de turistas com maior poder aquisitivo se faz necessário um trabalho de captação e divulgação turística em mercados emissores em potencial, bem como, que seja realizada uma avaliação dos resultados das campanhas turísticas, ou seja, que seja feito um monitoramento e avaliação do trabalho do setor de marketing, comparado com os dados das pesquisas de demanda turística, para verificar o crescimento do fluxo e o perfil do turista. 149 3.6.2.2. Identificação de Elementos Críticos que Influem no Processo de Tomada de Decisões de Compra da Viagem A cidade de Natal apresenta como tendência os mesmos problemas listados pela média dos turistas brasileiros pesquisado pelo Ministério do Turismo. O Anuário Estatístico do Turismo (MTUR, 2009) apresenta que os principais problemas apontados pelo turista que visita as cidades brasileiras e que estão presentes em Natal são a infraestrutura local, má qualidade do atendimento, transporte público local e segurança. Embora a expectativa de retorno do turista e o percentual de recomendação do lugar sejam altos, a tomada de decisão quanto ao destino da viagem levará em conta esses aspectos, ora listados. Entretanto, como observado no item anterior, percebe-se que além da infraestrutura, questões cambiais podem afetar as estimativas do número de turistas que venham para Natal nos próximos anos. Outro fator que tem influenciado de maneira negativa o processo de escolha de Natal como destino turístico é o crescimento da criminalidade no município. Além disso, tem crescido também a propaganda negativa nas redes sociais. Nos últimos anos a cidade sofreu com sérios problemas nos serviços básicos e na infraestrutura que influenciou na indicação de Natal como destino a ser visitado. Fatores como estes podem prejudicar a demanda pelos produtos e serviços turísticos de Natal e atuar negativamente numa decisão de compra da viagem. Políticas públicas voltadas para esse tipo de ações são necessárias para que não haja prejuízo da atividade e o impacto negativo na economia local. 3.6.2.3. Nível de Expectativa As expectativas que os setores da atividade turística têm da demanda potencial é bastante otimista. Embora tenha se observado uma série de fatores negativos, acredita-se que os impactos positivos superem em larga escala os problemas. Os setores da atividade turística trabalham com a hipótese de um mercado superaquecido para os próximos anos impulsionado pelo turista estrangeiro, sobretudo no ano da copa. A cidade se prepara para este evento, entendendo que este será capaz de produzir desdobramentos positivos e geração de renda por muitos anos para a capital potiguar. O Ministério do Turismo publicou no ano de 2012 resultados consolidados em nível nacional, mas que se aplicam perfeitamente aos casos de estados e municípios que tem o turismo como setor dinâmico. Divulgaram-se pontos como o fortalecimento da economia brasileira, a variação positiva e significativa da demanda por viagens e investimentos bem como o efeito da expansão do volume de operações e a propaganda positiva do país no exterior. Esses itens têm gerado boas expectativas no setor privado que espera que os próximos anos sejam muito bons para o setor. 150 3.6.2.4. Hábitos de Informação e Compra O conhecimento mínimo do hábito dos turistas pode produzir efeitos muito positivos num processo de desenvolvimento de políticas públicas e em ações a serem desenvolvidas na promoção do turismo local. A pesquisa de hábito do MTUR (2009), assim como dados do Anuário Estatístico do mesmo Ministério e informações obtidas pelas pesquisas de demanda turísticas da SETUR/RN apontam para um perfil bastante semelhante dos turistas potenciais. O primeiro aspecto é que as três fontes de informação sobre o destino turístico são os próprios parentes e amigos, a internet e as agências de viagem. Essas três juntas correspondem à principal fonte de informação para mais de 80% dos turistas entrevistados. Além disso, 70% dos entrevistados também respondem que habitualmente viajam com cônjuges, filhos e outros parentes, e que as viagens ocorrem no período de férias. Foi constatado também que o cliente potencial da cidade de Natal planeja sua viagem com antecedência (70%) e que o faz pelo menos com 90 dias de antecedência (20%). Além disso, no quesito pagamento das viagens, os turistas potenciais (64%, em média) realizam suas transações à vista, o que aumenta a liquidez e a velocidade de giro da economia local. Dado o crescente nível de preços das tarifas cobradas nos hotéis de Natal, há uma tendência de aumento pela procura de pousadas, cujo preço normalmente é bem menor que dos hotéis e resorts instalados na cidade. Com essas informações, é possível compreender as características específicas dos turistas que procuram Natal e assim promover ações para que a demanda pela atividade no município cresça ainda mais. 3.6.2.5. Grau de Conhecimento e Interesse da Demanda Potencial Os potenciais demandantes dos serviços do turismo em Natal têm tomado conhecimento sobre o potencial que a cidade tem, bem como pelas atrações e possibilidades que ela apresenta, através de alguns tipos de marketings consagrados na literatura voltada para o estudo do turismo. O primeiro deles é o chamado marketing “boca a boca”, onde aqueles que visitam e gostam da cidade compartilham e indicam amigos e familiares a conhecer o destino. Além destes, a divulgação pelas próprias agências e a oferta de pacotes turísticos contribuem para que o futuro turista tome sua decisão a partir de boas informações acerca da cidade. Outra maneira em que se toma conhecimento do destino é através de propagandas em jornais, revistas e na televisão. Estes meios de divulgação têm sido pouco explorados pelos promotores de turismo da cidade. Em Natal, os segmentos de turismo empresarial e turismo de eventos têm crescido bastante e contribuído com a redução do efeito da sazonalidade que prejudica o desempenho da atividade. Os grandes hotéis e resorts que têm estrutura para comportar eventos empresariais e também congressos e conferências têm usado dessa estratégia para melhorar seus rendimentos, e com isso aqueles que vem visitar a cidade acabam que influenciados e gerando expectativas de retorno. 151 Por fim, mas que ganha cada vez mais força, é o marketing através de redes sociais. Essa ferramenta de divulgação tem se difundido de maneira exponencial, assumindo um papel de fundamental importância na promoção de destinos turísticos. 3.6.2.6. Identificação de Destinos Competidores O segmento turístico tem como característica muito forte a sazonalidade. São poucas as cidades com características voltadas ao turismo que apresentam alto índice de ocupação total dos leitos disponíveis o ano inteiro. Uma estratégia que boa parte das empresas tem adotado para suprir os problemas causados pelo efeito da sazonalidade é a promoção de eventos e o turismo de negócio. Independente de que tipologia de turismo estiver se tratando, os principais destinos brasileiros apresentam alta concorrência entre eles. É necessário, portanto, que as cidades que recepcionam esses turistas tenham conhecimento da existência dessa concorrência e principalmente, dos diferenciais competitivos que cada um tem. Em âmbito local, questiona-se a relação de Natal com demais municípios no tocante a existência de concorrência entre eles. Destaca-se principalmente a participação e atuação das praias de Pirangi, em Parnamirim, Pipa, em Tibau do Sul, e de Jenipabú, em Extremoz, como sendo, juntamente com Ponta Negra e com a Via Costeira, ambas em Natal, as principais praias do Estado. Essa relação é muito mais de parceria e de complementaridade do que de concorrência. Isso pode ser observado principalmente pelo grau de interação entre as empresas que atuam nos diversos segmentos da atividade turística, oferecendo pacotes onde os turistas podem conhecer as principais praias da costa do RN. Isso reforça a ideia de destinos indutores que tem sido desenvolvida no âmbito do Ministério do Turismo, sendo Natal o principal indutor do turismo no RN. De acordo com a última pesquisa de hábito publicada pelo Ministério do Turismo referente ao ano de 2009, o Nordeste brasileiro é a região que mais recebe turistas durante o ano. Cerca de 37,4% dos brasileiros que fazem turismo no Brasil procuram essa região por suas belezas naturais, sol durante maior parte do ano e praias com águas mais quentes. (MTUR, 2009). O Rio Grande do Norte se apresentou em 2009 como o 4º destino mais procurado do Nordeste e o 10º do Brasil. A maioria desses turistas teve como destino a cidade de Natal e a partir dela puderam também visitar outras cidades do Estado, o que comprova mais uma vez a lógica do destino indutor. Os principais destinos que competem com a cidade de Natal na região são aqueles que oferecem produtos semelhantes ao nosso, associados ao sol e praia: os municípios costeiros dos estados de Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Ceará. 152 Figura 41 - Destino Turístico Escolhido (2009) Fonte: MTUR Os dados acima ratificam a importância do Nordeste no cenário do turismo brasileiro, sendo o turismo de sol e praia a modalidade de maior preferência. Em termos de turismo internacional, os principais destinos que competem com Natal são destinos cuja atração local também seja o turismo de sol e praia. Destacam-se principalmente as ilhas do Caribe, Ibiza na Espanha e Miami nos EUA. Entretanto, o diferencial dos destinos brasileiros está nas questões econômicas, especialmente no câmbio, que permite que os turistas internacionais venham ao Brasil pagando em média bem menos, do que para visitar os demais locais citados. Dessa maneira, entende-se que os principais concorrentes de Natal são os destinos que se encontram aqui mesmo no Nordeste. 3.6.3. Análise da Oferta Turística A oferta turística engloba todos os elementos com valor para o turismo que Natal tem a oferecer aos seus visitantes atuais e potenciais. Portanto, é representada pelo conjunto de recursos e atrativos turísticos, assim como bens e serviços que motivam ou com potencial de motivar as pessoas a visitarem especificamente uma localidade. 3.6.3.1. Atrativos e Recursos Turísticos Os atrativos turísticos só assumem importância para a atividade turística dentro do conceito de produto turístico. Os atrativos em si representam uma parcela importante do produto turístico, mas não é o próprio produto. Sem componentes complementares, os atrativos são apenas elementos turísticos sem valor comercial. 153 Dentro desse enfoque o produto deve englobar a experiência completa, desde o momento que o turista sai de casa para viajar, até o retorno (Ruschmann, 2001, p. 69). Ou seja, o produto turístico é composto de atrações, facilidades que são oferecidas ao turista, na forma de estrutura de receptivo e de vias e meios de acesso. Assim, apesar do grande número de atrativos existentes em Natal, 07 (sete) podem ser considerados os mais expressivos produtos turísticos, com poder de agregar outros atrativos e produtos, conforme ilustrado no quadro abaixo: A avaliação dos recursos ou atrativos turísticos, de base natural ou patrimonial, foi realizada em função dos tipos de turismo existentes no Município, entretanto, foram destacados os de maior relevância que serão priorizados no PDITS, de conformidade com os objetivos propostos. É importante deixar clara a diferenciação entre os dois termos utilizados, uma vez que os recursos turísticos constituem-se na matéria-prima do turismo, são os elementos identificados na localidade com potencialidade de se tornarem atrativo turístico, enquanto os atrativos turísticos são recursos explorados pela atividade turística, ou seja, já têm estrutura para propiciar uma experiência turística. No planejamento turístico, a oferta turística é bastante ampla, sendo árduo o trabalho de estudá-la por completo. Por isso, neste estudo, optou-se por dividi-la em três grupos: recursos e atrativos turísticos, equipamentos e serviços turísticos e infraestrutura básica. O primeiro item a ser abordado no estudo da oferta turística de Natal são os recursos e atrativos turísticos, naturais e culturais, identificando cada elemento, para facilitar as padronizações e a compreensão dos termos técnicos, a equipe de planejamento estabeleceu a seguinte base conceitual: Valor turístico: é o conjunto da produção humana material e imaterial, individual e coletiva, fruto de relações sociais historicamente estabelecidas por uma comunidade em sua localidade, as quais são capazes de gerar um sistema organizado que agregue um composto de bens e serviços - como informação, transporte, hospedagem, alimentação, entretenimento, eventos, fatores climáticos e geográficos (in natura), e os elementos das infraestruturas geral e específica. Esse conjunto tem por unidade a força de atração que mobiliza o deslocamento e a permanência nessa localidade de pessoas residentes em espaços sociais distintos, chancelando seu valor e estabelecendo uma nova relação social: a hospitalidade. Por ser essa a dinâmica, requer que sua sustentabilidade seja investigada no processo de valorização (LEMOS, 2005). Recursos turísticos: elementos identificados na localidade com potencialidade de se tornarem atrativo turístico sem, contudo, terem sido apropriados pela atividade turística. Assim, se apresentam em sua forma original, não sendo mais do que a matéria-prima de futuros atrativos, e revelam o potencial existente em determinado local ou região para a exploração do turismo. Atrativos turísticos: são recursos explorados pela atividade turística, ou seja, já têm estrutura para propiciar uma experiência turística. Compreendem locais, objetos, equipamentos, pessoas, fenômenos, eventos ou manifestações capazes de motivar o deslocamento de pessoas para conhecê-los. Da mesma forma que os recursos os atrativos foram classificados e apresentados em 05 categorias: naturais; histórico-culturais; manifestações e usos tradicionais e populares; realizações técnicas e científicas contemporâneas e acontecimentos programados. 154 Os atrativos turísticos também podem ser classificados segundo a localização geográfica da demanda que ele atrai, de acordo com a seguinte escala: Local: interesse dentro da cidade do Natal e do estado Rio Grande do Norte; Regional: indica atrativo de interesse da Região Nordeste; Nacional: indica atrativo que consegue atrair demanda nacional; Internacional: indica atrativo que atrai uma demanda de outros países. 3.6.3.1.1. Elementos Naturais Os princípios de sustentabilidade devem constituir o objetivo principal de qualquer espaço, atrativo ou produto turístico, em qualquer de seus estágios evolutivos, e não circunscreverse exclusivamente a determinadas práticas turísticas supostamente alternativas como o ecoturismo e o turismo rural. Ao tratar de atrativos naturais é importante assinalar que a concepção de desenvolvimento turístico sustentável não considera a apropriação dos elementos naturais pelo turismo de massa como uma realidade irreconciliável com o turismo sustentável. O turismo de sol e mar e outras práticas que têm no atrativo natural seu principal elemento de atração não é um destruidor da natureza. Usualmente o que causa a degradação de um recurso natural é o seu mau gerenciamento, que desconsidera a capacidade de carga, além de outras precauções de conservação e preservação. A questão da conscientização ambiental é de responsabilidade de todos, do poder público com relação a infraestrutura adequada, e da sociedade na manutenção dos atrativos. Atrativos Turísticos Em Natal, grande parte da dinâmica turística está assentada nos atrativos naturais, representados por praias, dunas, rios, falésias, dentre outros elementos paisagísticos naturais, distribuídos pelo município, sendo o turismo de lazer e de sol e mar os principais nichos mercadológicos da cidade. Esse fato acontece porque além dos recursos e atrativos naturais disponíveis, as condições climáticas de Natal favorecem a exploração do território por esse tipo de turismo, em virtude da quantidade de dias ensolarados por ano e do relativamente curto período de chuvas. Por isso, Natal, é conhecida como “Cidade de Sol” sendo este o símbolo das campanhas publicitárias utilizadas por muito tempo. Além disso, as águas do mar são mornas e convidativas ao banho durante todo o ano. 155 Figura 42 - Litoral central de Natal Fonte: START Consultoria, 2013. As praias são os elementos mais comuns, sendo todas em uma mesma área e próximas uma das outras. Todas são urbanas, uma vez que todo o território municipal é urbanizado, destacando-se: Praia de Ponta Negra, Via Costeira, Praia do Meio, Praia de Areia Preta, Praia dos Artistas, Praia do Forte, Praia de Miami e a Praia da Redinha. O litoral de Natal abrange áreas que possuem, por sua vez, praias procuradas por turistas de diversas origens, e até mesmo praias mais procuradas pela população local, como a praia do Meio. Além das praias, Natal tem o Parque das Dunas importante Unidade de Conservação e o Rio Potengi com grande potencial para ser explorado. a) Ponta Negra / Morro do Careca Localizada no bairro do mesmo nome a uma distância aproximada do aeroporto de 15 km, e à 14 km do centro da cidade, seu acesso pode ser feito por carro e ainda por ônibus; a praia tem cerca de 4 km de extensão e pode ser considerada uma pequena baía, com o Morro do Careca ao extremo sul que é um atrativo/símbolo da cidade. Caminhando ao extremo norte percorrem-se ao redor de 2 km da Avenida Erivan França, onde estão localizados bares, restaurantes, hotéis, pequenas galerias e com calçadão. A Praia de Ponta Negra tem um fluxo de turistas durante todo o ano, havendo maior concentração nos meses de alta estação, o que estimula a presença de trabalhadores informais, que vendem na areia da praia e no calçadão os mais variados produtos, especialmente petiscos, bebidas, artesanato, além de outros produtos consumidos pelos banhistas. O calçadão, idealizado como local de passeio público, hoje se encontra com parte dele danificada, pela ação das fortes marés, o que não impede de ser frequentemente bloqueado pela presença de ambulantes e ou artistas que ali se fixam diariamente, dificultando a passagem do pedestre, em especial no trecho que vai do Morro do Careca até o final da Av. Erivan França. 156 Figura 43 - Natal: Praia de Ponta Negra - Morro do careca Fonte: START Consultoria, 2013. b) Praia de Miami Localizada entre a praia de Areia Preta e as praias da Via Costeira, a Praia de Miami abriga em sua orla diversos prédios residenciais de alto padrão. A Praia de Miami recebeu essa denominação devido à presença dos norte-americanos em Natal durante a Segunda Guerra Mundial. . Do lado direito, oferece um belo visual, com uma faixa de terra que avança sobre o oceano. É também desta praia que se dá para ver o Farol de Mãe Luiza no alto das dunas do Parque das Dunas. Essa praia costuma receber um grande número de banhistas, principalmente os adeptos à prática do surf, sendo considerado um dos melhores espaços para a realização de campeonatos de surf. c) Areia Preta O acesso pode ser feito de carro ou ônibus vindo pela BR101, seguindo pela Av.Engenheiro Roberto Freire ou ainda pelo centro da cidade. Areia Preta é um bairro nobre de Natal, segundo registro de Câmara Cascudo; era um recanto de pescadores até 1920. Com o passar dos anos os pescadores foram vendendo suas casas dando espaço à diversas construções. Ainda segundo Câmara Cascudo era uma área onde ocorriam festas, serenatas, banhos de mar à fantasia e piqueniques. Hoje conta com um grande número de prédios à beira mar e o conhecido relógio do sol. Conta-se que o nome pode ter sido originado pela cor da areia mais escura que as demais praias vizinhas. No seu prolongamento tem a praia também conhecida por Miami, pois americanos instalaram por lá sua base militar em plena Segunda Guerra Mundial e hoje apesar de ser mais frequentada pela população do bairro periférico Mãe Luiza que fica por trás dos prédios luxuosos é também um local ideal para a prática do surfe, sediando vários eventos esportivos da modalidade. 157 d) Via Costeira A Av. Senador Dinarte Mariz, também conhecida por Via Costeira, é uma via expressa e litorânea de, aproximadamente de 8 km fazendo ligação entre as zonas sul e leste da cidade, localizada entre o oceano atlântico e as dunas do Parque das Dunas. O lado da praia é tomado por hotéis luxuosos de 3 a 5 estrelas e alguns poucos restaurantes e, do lado oposto fica o Parque das Dunas que possui uma ampla área verde preservada pelo IDEMA. É uma praia bastante tranquila, frequentada geralmente pelos hóspedes dos hotéis daquela área. Lá se encontra o Centro de Convenções um amplo espaço para os mais diversos eventos. Figura 44 - Via Costeira – Natal/RN Fonte: START Consultoria, 2013. e) Praia dos Artistas Localizada na decida da Ladeira do Sol a apenas 2 km do centro da cidade, sendo até o início da década de 90 o point dos natalenses. O calçadão da praia é bastante utilizado para caminhadas numa extensão de 4 km que vai até a Fortaleza dos Reis Magos; conta com uma diversidade de bares e restaurantes, onde estão localizados diversos centros de artesanatos da cidade. É uma praia bastante frequentada, principalmente, pelos moradores locais. f) Praia do Meio Localizada no bairro de mesmo nome, é a praia mais utilizada pelos natalenses por sua maior facilidade de acesso. Até 1980 era a praia mais turística da cidade junto com a praia dos Artistas, porém, após a criação da Via Costeira houve uma mudança, provocada pelo novo acesso e pela construção dos hotéis. Com a criação desse novo espaço turístico, os visitantes passaram a frequentar mais a praia de Ponta Negra, ficando a praia do Meio mais para o uso da população local. Esse fato fez com que a área entrasse em crise e o primeiro sinal foi a falência do hotel Reis Magos, que por muitos anos foi o maior e a referência de hotel de Natal. Em 2003, começou um projeto de revitalização da praia e das vizinhas, com algumas ações como o calçadão e uma área de lazer e esportes na extremidade norte. Lá 158 se encontra a grande estátua de Iemanjá, onde geralmente no fim de ano são observadas várias manifestações de fiéis. g) Praia do Forte Praia tranquila de mediana extensão costuma receber um grande número de visitantes e turistas durante a alta temporada. É um lugar aconchegante e uma boa opção para um dia agradável principalmente em família. Com uma boa faixa de areia dourada possui mar calmo de águas transparentes, muito propícias para o banho; conta com alguns quiosques, barracas, é uma praia com recifes e piscinas naturais, onde está localizada a Fortaleza dos Reis Magos. Tem uma excelente vista para a ponte Newton Navarro que liga as praias centrais à zona norte da cidade. Figura 45 - Praia do Forte, Natal/RN Fonte: START Consultoria, 2013. h) Praia da Redinha A praia da Redinha é um exemplo que mostra claramente o processo de crescimento pelo qual Natal passou nas últimas décadas. Essencialmente um polo de veraneio, o lugar se converteu em uma praia urbana da capital. Com a construção da ponte que liga a Praia do Forte à Redinha, sua orla se tornou bem mais frequentada. A Redinha conta também com a vantagem de servir de rota para quem se dirige ao litoral Norte, como Jenipabu, Muriú e Maracajaú, entre outras praias do Estado. A Redinha Velha, como é conhecida a parte da praia que primeiro foi ocupada pelos veranistas, mantém até hoje não só o seu Mercado, mas um conjunto de bares e barracas que vendem peixe com tapioca, característico do local, além da Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, toda construída em pedra, à beiramar. 159 Figura 46 - Praia da Redinha, Natal/RN Fonte: START Consultoria, 2013. i) Rio Potengi Devido ao seu leito e extensão, foi denominado Rio Grande pelos primeiros colonizadores dando assim origem ao nome da então Capitania do Rio Grande. O nome Potengi foi dado pelos índios potiguares, apelidados de “comedores de camarão”, que viviam em uma grande aldeia à sua margem esquerda. Em tupi, Poti-gí, rio dos camarões. (CASCUDO). O Rio Potengi é um marco zero na história de Natal, uma vez que a cidade foi erguida à margem direita dele. O Rio Potengi nasce numa região serrana a 500 metros de altitude, próximo ao município de Cerro Corá. O Potengi de sua nascente até a foz percorre uma distância de 176 km, perfazendo uma bacia hidrográfica com superfície de 3.180 km². A apreciação do por do sol é um diferencial para o turismo da cidade, nele se podem desfrutar alguns atrativos localizados nas suas margens: o Iate Clube, a Pedra do Rosário, entre outros. No rio também acontece passeios de barco, competições náuticas e possui um atracadouro nas proximidades do Iate Clube. O local também é propício para exploração do turismo náutico, porém, necessita da estrutura adequada para receber e abrigar as embarcações que passam pelo litoral de Natal. A implantação de uma Marina no Estuário do rio Potengi, além de possibilitar a recuperação urbanística de uma área que se encontra deteriorada, próxima da Praia do Forte, poderá se constituir em um produto turístico irradiador de dinamismo para a economia urbana da cidade. 160 Figura 47 - Ponte Newton Navarro sobre o Rio Potengi Fonte: Site - www.turismo.natal.rn.gov.br, 2013 j) Parque das Dunas Importante Unidade de Conservação o Parque das Dunas oferece três trilhas: Peroba, Ubaia Doce e Perobinha. Duas delas cortam o Parque no sentido oeste-leste, saindo do Bosque dos Namorados e chegando até um mirante na Via Costeira, conforme mostra a figura baixo, a outra trilha que é destinada às crianças e adultos, passa por um curto trecho da mata e retorna ao Bosque. O visitante que participa das trilhas tem a oportunidade, com a ajuda de guias especializados e de Policial Ambiental, de conhecer de perto toda a grandiosidade do ecossistema dunar, sua geologia, a fauna e a flora do Parque, além dos atributos importantes para a nossa qualidade de vida (água, ar, clima). Figura 48 - Trechos da trilha peroba no parque das dunas Fonte: START Consultoria, 2013. A riqueza da reserva de mata atlântica presente em Natal no Parque das Dunas é um espaço que exerce grande importância ambiental para a cidade, ao mesmo tempo em que proporciona experiências fantásticas para a população local e o visitante. É um lazer ecológico, hoje conhecido como ecolazer e considerado uma vivência autocriadora do ser humano com suas relações com o meio ambiente. 161 Recursos Turísticos Apesar de grande parte dos elementos naturais já terem sido apropriados pelo turismo, ainda existe um local visto como recurso que pode ser utilizado de forma combinada com os atrativos ou produtos principais, de modo a incrementar o leque de produtos ofertados ao visitante/turista. O Parque da cidade Dom Nivaldo Monte é um espaço rico em elementos naturais, localizado em uma zona de proteção ambiental (ZPA 01), na zona oeste da cidade. Seu nome é em homenagem ao arcebispo da cidade; sendo inaugurado em 21 de junho de 2008. Passou poucos meses a disposição da população com algumas obras inacabadas e, em janeiro de 2009 foi interditado por uma série de fatores, inclusive a falta de provisão financeira para a sua conclusão e manutenção. Hoje se encontra fechado, mas, é um local onde é possível fazer trilhas, caminhadas, cooper, entre outras atividades físicas, esportivas e de cunho ecológico. Figura 49 - Parque da cidade Dom Nivaldo Monte Fonte: START Consultoria, 2013. 3.6.3.1.2. Elementos Histórico-Culturais Por ser um destino predominantemente ligado ao turismo de sol e praia a utilização dos atrativos e recursos histórico-culturais vem apenas complementar o produto “sol e mar”, podendo ter maior atenção por parte do poder público em dinamizar esses espaços, e ampliar a permanência do turista na cidade com uma oferta mais diversificada. A maior concentração dos atrativos turísticos dessa categoria em Natal está localizada no centro da cidade e na Ribeira e retrata o processo histórico de ocupação do litoral potiguar junto com a Fortaleza dos Reis Magos que é o grande marco desse conjunto, o mais antigo monumento do Rio Grande do Norte. O Forte dos Reis Magos como é popularmente conhecido é o marco de fundação da cidade e se impõe na paisagem de Natal como o principal atrativo cultural de Natal, sendo um dos pontos de parada obrigatória dos city-tours das agências e operadoras de turismo. Os atrativos histórico-culturais estão distribuídos nos bairros da Ribeira e Cidade Alta por serem os mais antigos da cidade. Destacam-se também o Teatro Alberto Maranhão, os 162 casarões da Rua Chile, a Capitania das Artes, Solar Bela Vista, Centro de Turismo, que no passado foi a casa de Câmara Cascudo e Cadeia do município, Palácio da Cultura, onde se localiza a Pinacoteca do Estado, as Igrejas (de Santo Antônio, Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e Matriz), Palácio Felipe Camarão, Memorial Câmara Cascudo, dentre tantos outros que formam o chamado Corredor Cultural. A visitação ao centro histórico de Natal e/ou do Corredor Cultural de Natal é bastante prejudicada pela falta de infraestrutura receptiva. Faz parte do roteiro turístico da cidade, mas a sua visitação acontece de maneira bastante rápida, em city-tours promovidos pelas agências de viagens. Os city-tours costumeiramente, por problemas de mobilidade urbana, só passam pelo centro histórico, não dando oportunidade para os turistas descerem e conhecerem a cidade “mais de perto”. A infraestrutura é precária, não há equipamentos de apoio, de sinalização ou de interpretação turística, que permita ao turista se guiar pelo centro histórico sozinho. Os espaços não são acessíveis, não há rotas de ônibus específicas para isso ou passeios guiados para turistas que não estão em grupos ou mesmo aqueles em grupo que não estejam viajando por agência de viagens. Abaixo estão apresentados parte dos atrativos histórico-culturais da cidade: Figura 50 - Capitania das artes Fonte: START Consultoria, 2013. Figura 51 - Palácio Felipe Camarão Fonte: START Consultoria, 2013. Figura 52 - Igreja de Santo Antônio Fonte: START Consultoria, 2013. Fazendo parte do patrimônio histórico e artístico, Natal possui 46 bens tombados a nível estadual ou federal, bens imóveis e móveis. Apesar de a cidade oferecer um número reduzido de edificações tombadas, ainda reúne conjuntos arquitetônicos desde o século XVI à primeira meada do século XX. Quadro 24 - Lista dos Bens Móveis e Imóveis Tombados. Bens móveis e imóveis Tipologia Estado de conservação Antigo Quartel General Memorial Câmara Cascudo Arquitetura Militar Bom Antigo Palácio do Governo Arquitetura Civil Bom Casa Câmara Cascudo Arquitetura Civil Bom Casa da Estudante Arquitetura Civil Bom Casa do Estudante Arquitetura Civil Precário Casa Luiz de Barro Arquitetura Civil Precário Casa onde nasceu Café Filho Arquitetura Civil Precário Casarão da Av Deodoro nº 479 Arquitetura Civil Precário Tombamento Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto 163 (CONTINUAÇÃO) Quadro 24 - Lista dos Bens Móveis e Imóveis Tombados. Bens móveis e imóveis Tipologia Estado de conservação Casarão da Av Deodoro nº 518 Arquitetura Civil Precário Casarão da Junqueira Aires Arquitetura Civil Precário Colégio Salesiano Arquitetura Civil Bom Coluna Capitolina (IHGRN) Escultura Bom Antiga Estação Central de Natal Arquitetura Civil Bom Farol de Mãe Luíza Arquitetura Militar Bom Grupo Escolar Augusto Severo Arquitetura Civil Precário Hospital Infantil Varela Santiago Arquitetura Civil Regular Arquitetura Civil Bom Arquitetura Religiosa Regular Fundação José Augusto Arquitetura Religiosa Bom Fundação José Augusto Arquitetura Religiosa Bom Arquitetura Civil Regular Cidade da Criança Arquitetura Civil Regular Fundação José Augusto Arquitetura Civil Bom Travessa Pax Arquitetura Civil Grupo Escolar Augusto Severo Arquitetura Civil Precário Caixa d' Água das Rocas Arquitetura Civil Regular Cinema Nordeste Arquitetura Civil Bom Catedral Metropolitana de Natal Arquitetura Religiosa Bom Antigo Liceu Industrial Arquitetura Civil ---------- Antigo Grande Hotel Arquitetura Civil Bom Antiga Escola Doméstica Arquitetura Civil Bom Antiga Casa de Detenção Centro de Turismo Arquitetura Militar Bom Antiga Capitania dos Portos Arquitetura Militar Bom Arquitetura Militar Bom Arquitetura Civil Bom Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto IPHAN Arquitetura Civil Bom IPHAN Arquitetura Civil Escultura Arquitetura Militar Bom Bom Bom Arquitetura Civil Bom IPHAN IPHAN IPHAN Fundação José Augusto Arquitetura Civil Bom Instituto Histórico e Geográfico do RN (IHGRN) Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação Igreja Santo Antônio (Igreja do Galo) Biblioteca Pública Câmara Cascudo Antiga Base de Hidroaviões de Natal - Clube Rampa Atual Sede do IPHAN Sobradinho da Rua da Conceição Antigo Palácio do Governo Marco de Touros Fortaleza dos Reis Magos Maternidade Escola Januário Cicco Ordem dos Advogados do Brasil Tombamento Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto Fundação José Augusto 164 (CONTINUAÇÃO) Quadro 24 - Lista dos Bens Móveis e Imóveis Tombados. Bens móveis e imóveis Tipologia Estado de conservação Tombamento Solar Bela Vista Teatro Alberto Maranhão Casas 613-617-621-623 da Rua da Conceição Ponte Igapó Arquitetura Civil Arquitetura Civil Bom Bom Fundação José Augusto Fundação José Augusto Arquitetura Civil Bom Fundação José Augusto Arquitetura Civil Precário Fundação José Augusto Fonte: Fonte: PDITS, 2011. A Cidade Alta e Ribeira concentram as edificações de maior antiguidade e monumentalidade do município, sendo evidente reconhecer que os bairros têm seu potencial histórico-cultural, devido representar a identidade social tanto por meio das edificações como também por concentrar grande parte dos eventos culturais de Natal. Nessas áreas estão os principais espaços para as práticas e as ações sociais da população, como: a Pinacoteca do Estado (Antigo Palácio da Cultura), o Instituto Histórico e Geográfico do RN, o Memorial Câmara Cascudo, o Solar Bela Vista, a Capitania das Artes, o Teatro Alberto Maranhão, etc. Sobre os esforços para preservação do patrimônio arquitetônico do município, as primeiras iniciativas datam do final da década de 70 e meados da década de 80. Após as referidas décadas, foi aprovada a Operação Urbana da Ribeira em 1997, tendo como objetivo a promoção do desenvolvimento urbano; a melhoria da qualidade de vida dos seus moradores e usuários; o incentivo ao uso residencial, às atividades turísticas, culturais e artísticas; e, a valorização do patrimônio histórico, artístico, cultural, arquitetônico e urbanístico, mediante a melhoria da infraestrutura local e da qualidade ambiental da área. Recentemente a Prefeitura do Natal com recursos do Ministério do Turismo vem trabalhando para tornar os pontos turísticos de valor histórico acessíveis para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Essa iniciativa, inicialmente em 10 pontos turísticos visa promover a qualificação do receptivo turístico local para atendimento adequado a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, quer sejam idosos, gestantes, crianças, obesos em diferentes graus, pessoas temporariamente imobilizadas devido a acidentes, etc. Com esse propósito a Prefeitura irá requalificar produtos turísticos, ampliando a oferta turística, além de promover a inclusão e dar oportunidade a que mais pessoas tenham o direito de fazer turismo. Os pontos de interesse turístico a sofrerem intervenções são: Igreja do Galo, Igreja Matriz Nossa Senhora da Apresentação, Praça Padre João Maria, Praça do Museu Câmara Cascudo, Casa Câmara Cascudo, Museu Cultural Popular Djalma Maranhão, Centro de Turismo de Natal e Mercado Municipal de Artesanato. 3.6.3.1.3. Manifestações e Usos Tradicionais e Populares As manifestações e usos tradicionais e populares agregam festas religiosas, festas populares, gastronomia e artesanato. 165 Quadro 25 - Manifestações e usos Populares Município Natal Manifestações e usos populares Escala Festa de Santos Reis Local Festa de Nossa Senhora da Apresentação Local Gastronomia Internacional Muitos Carnavais Local Natal em Natal Local Fonte: START Consultoria, 2013. O quadro acima apresenta a distribuição das manifestações e usos tradicionais e populares de Natal, detalhando por tipos e também informando a escala do atrativo. Afora a gastronomia as diversas manifestações existentes na cidade não têm grande força de atração de turistas, ainda são eventos marcadamente voltados apenas para a população local. Já a gastronomia de Natal tem sido reconhecida pelos que visitam o destino como um atrativo agregado aos demais elementos da oferta turística com grande poder de encartar as experiências turísticas vivenciadas na cidade, especialmente os pratos feitos à base de camarão e peixe, além da típica carne de sol. 3.6.3.1.4. Acontecimentos Programados A realização de eventos e a promoção de calendário de eventos tem sido uma tendência da indústria do entretenimento. Eventos que divulgam marcas atraem um grande público, promovem cidades e geram conteúdo para a mídia. São atividades de entretenimento que podem ter grande valor social, cultural e, sobretudo, histórico. Suas atividades se bem trabalhadas podem se constituir em um verdadeiro mix de marketing, lazer, artes e negócios. Tal a importância no contexto social, cultural, econômico e político da cidade e região que esses eventos podem representar a memória viva da cidade. Tal enfoque tem sido responsável pela geração de eventos em Natal. No entanto, a visão predominante ainda é a de privilegiar eventos associados a esportes, feiras, festivais, etc. e não a valorização da cultura. Para destacar a importância dos acontecimentos programados no turismo de Natal, no quadro abaixo são apresentados os atrativos mais expressivos dessa categoria. Quadro 26 - Atrativos Acontecimentos Programados ACONTECIMENTOS PROGRAMADOS Carnatal FIART Brasil mostra Brasil Agosto da Alegria Festival do Camarão Natal em Natal ESCALA Nacional Local Local Nacional Local Local Fonte: START Consultoria, 2013. O evento de maior destaque no calendário de Natal é certamente o Carnatal. O carnaval fora de época que começou de modo tímido no bairro de Petrópolis, hoje é um evento que 166 atrai turistas de todas as partes do país e até mesmo a nível internacional. Atualmente, o evento está sendo realizado, no perímetro que compreende a Av. Prudente de Moraes, Av. Romualdo Galvão e Av. Amintas Barros, algumas das principais vias de circulação da cidade, com área comercial e residencial, causando muitos transtornos tanto para os comerciantes como para a população que mora nessas vias e adjacências. O Carnatal é reconhecido pelos postos de trabalho e de empregos eventuais e informais que produz durante o seu período de realização, bem como os benefícios que traz para o setor turístico na forma de aumento da ocupação hoteleira e consumo de outros serviços e equipamentos turísticos na cidade do Natal. Contudo, a continuidade da realização do evento inspira cuidados, pois com a seleção de Natal como uma das 12 sedes para a Copa do Mundo da FIFA, está sendo construída o Arena das Dunas, que é o novo estádio que sediará os jogos da copa do mundo de 2014, exatamente na área ocupada anualmente pelo Carnatal. Mas, durante o período de construção do estádio os organizadores do evento encontraram uma alternativa para a realização do evento, faltando definir como ficará a realização do evento a partir de 2014. O Agosto da Alegria é um evento cultural, promovido pelo Governo do Estado, que vem atraindo um público variado, além de valorizar o folclore e a cultura popular, o “Agosto da Alegria” também tem como objetivo aquecer o turismo no estado num período de baixa estação. Outro evento que tem impacto no turismo é o Natal em Natal, que se constitui por um conjunto de eventos promovido pela prefeitura da cidade do Natal durante o final do mês de novembro (marcado pela festa da padroeira de Natal Nossa senhora da apresentação) e o início de janeiro (marcado pela festa de santos reis). Especificamente, esses dois últimos eventos, tratam-se de apresentações folclóricas, festas, shows, eventos culturais; havendo ainda a festa de réveillon com shows pirotécnicos à beira-mar. 3.6.3.1.5. Avaliação qualitativa dos Atrativos Turísticos Na avaliação dos recursos ou atrativos turísticos realizada em função dos tipos de turismo existentes no Município foram destacados os de maior relevância para o destino e que, portanto, deveriam ser priorizados no PDITS Natal, de acordo com os objetivos propostos. Ressalta-se que boa parte dos atrativos naturais de Natal possui características semelhantes e dinâmicas de visitação inter-relacionadas, além disso, muitos atrativos são bem próximos uns dos outros, apresentando utilização e paisagem similares, configurandose como um único produto. A dinâmica de visitação é inter-relacionada, considerando que um produto serve de ponto de apoio para a visita de outro produto/atrativo. É bastante comum a existência de praias servidas de boa infraestrutura e acesso que acabam por serem utilizadas não apenas como locais de visitação, mas também como ponto de apoio para a visita de outros atrativos próximos, como é o caso, por exemplo, de Ponta Negra. O turista em Natal, por mais que tenha o desejo específico de se dirigir a um lugar determinado, pode facilmente no seu deslocamento ou passeio conhecer e visitar outros atrativos. Neste caso, o atrativo secundário fica quase que totalmente dependente do principal, tanto em termos de oferta técnica quanto de demanda. No principal produto turístico de Natal, Ponta Negra, observa-se a necessidade de melhorias, uma vez que apresenta problemas estruturais que prejudicam diretamente o 167 desenvolvimento do turismo da cidade, sendo o maior deles a erosão marítima que destruiu o calçadão da orla. Além disso, identificam-se problemas de estacionamento tanto para carros particulares como para ônibus turísticos; de acessibilidade para as pessoas que têm dificuldades de locomoção; falta de estrutura de banheiros públicos; de limpeza, e de alternativas de lazer para o turista. A questão de segurança é outro ponto crítico, não apenas para a orla, mas, para todo o bairro de Ponta Negra, havendo também casos de drogas e prostituição que contribuem para o aumento da violência urbana. Esses problemas também são comuns às demais praias da cidade, como também ao corredor cultural e aos outros atrativos, devendo ser destacada a falta de sinalização turística. Os pontos avaliados no presente diagnóstico também são corroborados pelo Relatório Técnico de Natal, elaborado pelo Instituto Marca Brasil, no acompanhamento da Gestão dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional. No referido relatório do período de 2008 a 2010 são citados problemas com relação ao acesso: registro de congestionamentos durante a alta temporada; estrutura do terminal aquaviário para o atendimento ao fluxo turístico; e, dificuldades para encontrar estacionamento nas áreas turísticas. E no item dos atrativos turísticos foram citados problemas relacionados: a infraestrutura disponível nos atrativos naturais e culturais que necessitam de melhorias; ao não cumprimento aos quesitos de acessibilidade nos atrativos naturais e culturais; e, ao destino que não possui nenhum tipo de realização técnica, científica ou artística trabalhado turisticamente. 3.6.3.2. Análise Quantitativa dos Equipamentos e Serviços Turísticos Os equipamentos e serviços turísticos é o conjunto de serviços, edificações e instalações indispensáveis ao desenvolvimento da atividade turística e que existem em função desta. Compreendem os serviços e os equipamentos de hospedagem, alimentação, agenciamento, transportes, para eventos, de lazer e entretenimento etc. A coleta de dados que fundamentou o estudo foi realizada através da observação direta em visitas de campo, pesquisa in loco, estudos e levantamentos já existentes em Natal, mapas, sites e guias turísticos. Também foram utilizadas informações contidas no PDITS do Polo Costa das Dunas onde foram apresentados dados turísticos da região com comentários sobre os serviços oferecidos. Neste item, são apresentados dados sobre a oferta e uma avaliação dos equipamentos e serviços turísticos ofertados em Natal, os meios de hospedagem e de outras estruturas, como restaurantes, agências de viagens, locadoras de veículos, animação e entretenimento e artesanato. Para esse estudo e análise dos equipamentos de serviços turísticos existentes na área turística foram utilizadas três fontes de dados: a) órgãos oficiais de turismo (estaduais e municipais); b) sites oficiais de turismo; e, c) dados e informações retiradas do PDITS do Polo Costa das Dunas. Para realizar o levantamento e avaliação dos equipamentos de hospedagem de Natal, foram utilizadas fontes secundárias em sites oficiais do turismo, secretarias municipal e estadual de turismo, buscando priorizar: a) meios de hospedagem com a respectiva quantidade de leitos, UH´s, e classificação e, b) aqueles MH que apresentam uma boa oferta de serviços. 168 Considerando que Natal é um destino consolidado, com uma enorme oferta de meios de hospedagem, sendo impossível para o objeto do presente trabalho fazer um inventário dessa oferta optou-se por utilizar as informações já armazenadas nos órgãos de turismo e algumas visitas aos próprios equipamentos. 3.6.3.2.1. Alojamento Hoteleiro Estruturas hoteleiras Reconhecida como a cidade turística mais estruturada e consolidada do Nordeste, Natal integra um conjunto de atributos, tais como infraestrutura hoteleira, que somados a outros recursos cênicos e naturais, motivam a chegada de turistas e o aporte de investimentos no setor, contribuindo para o fortalecimento da cidade. Assim, Natal assume papel de destaque no que diz respeito à oferta de equipamentos de hospedagem, tanto pela quantidade de unidades habitacionais e leitos ofertados, quanto pela diversidade do padrão dos equipamentos disponíveis, capazes de atender a diversos perfis de turistas, desde aqueles que procuram um hotel de rede com padrão internacional, até o aventureiro e mochileiro que busca opções mais econômicas. Vale destacar os dados da Pesquisa de Demanda Turística, de julho/2012, onde consta também uma avaliação do equipamento de hospedagem realizada por aqueles que o elegeram como meio de hospedagem utilizado em sua estada em Natal. No geral, as avaliações foram muito positivas. A maior parte deles considerou o meio de hospedagem bom (55,3%) e excelente (28,2%). Os estrangeiros foram mais generosos em suas avaliações: 48,6% consideraram o meio de hospedagem excelente, contra 28,2% dos brasileiros; e outros 28,6% avaliaram como ótimo, enquanto o percentual de brasileiros com a mesma opinião foi de 12,89%. A oferta desses equipamentos é composta por vários hotéis de cadeia, nacional e internacional. A esses se somam pousadas, albergues, flats e apart-hotéis, concentrados em sua maioria em Ponta Negra, zona eminentemente turística de Natal, e Via Costeira, onde se localizam alguns dos mais luxuosos hotéis da cidade. Entretanto, são encontrados alguns outros meios de hospedagem em bairros diversos da cidade. Observa-se que nem todos os equipamentos são registrados no CADASTUR e nem na Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH). Diante desta realidade se optou por usar os dados disponibilizados pelo IBGE. Nesse levantamento foi constatado que Natal disponibiliza aos turistas, 212 Equipamentos de Hospedagem, 11.455 Unidades Habitacional e 29.757 Leitos, conforme tabela abaixo. Tabela 41 - Nº de Meios de Hospedagem, Unidades habitacionais e Leitos de Natal Meios de Hospedagem Unidades habitacionais Leitos 212 11.455 29.757 Fonte: IBGE, 2013 A Pesquisa de Serviços de Hospedagens – PSH realizada pelo IBGE, em parceria com o Ministério do Turismo, nas capitais do Brasil, em 2011 teve como objetivo identificar os tipos e categorias de estabelecimentos localizados nas capitais brasileiras e, mensurar a 169 capacidade de hospedagem. A referida pesquisa foi estruturada de modo a relacionar os tipos de estabelecimentos com as diversas variáveis investigadas, permitindo níveis diferenciados de abordagens. Para isso, o IBGE utilizou como base os dados da Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE 2.0 para seleção dos estabelecimentos, definindo o âmbito das atividades econômicas que compõem o segmento de serviços de hospedagem. Em sua maioria, os equipamentos de hospedagem da cidade do Natal possui quartos amplos com a prevalência dos detalhes regionais na decoração. Das unidades habitacionais existentes, observa-se que a maioria dispõe de ar condicionado ou ventiladores, televisão, telefone, e boa parte desses equipamentos possuem facilidades como serviço de internet sem fio. No quesito de acessibilidade, percebe-se ser um item negligenciado pela maior parte dos equipamentos de hospedagem. Isso é constatado ao se verificar que a área social, em sua grande maioria apresenta-se acessível aos portadores de deficiência e pessoas com dificuldade de locomoção, entretanto, apenas uma pequena parte desses dispõe de UHs acessíveis e banheiros adaptados na área social. Alguns equipamentos contam ainda com outras infraestruturas, tais como salas de reuniões, restaurantes, piscinas, etc.. A concentração de equipamentos hoteleiros pode ser verificada no mapa abaixo: Figura 53 - Incidência de Hotéis por bairros. Fonte: Elaboração: START Consultoria, 2013. 170 A figura acima evidencia na área turística a incidência de hotéis por bairros, colocando Ponta Negra como o especo que concentra o maior número de MH, seguido pela Via Costeira com uma ocupação moderada, depois Areia Preta e praia do Meio com baixa ocupação e a parte da cidade com muito baixa incidência. Essa distribuição espacial ratifica o tipo de turismo predominante na cidade que é o turismo de sol e praia. Serviços oferecidos Os serviços ofertados pelos equipamentos de hospedagem observados em Natal são os serviços de alimentos e bebidas, sendo que parte deles tem seus restaurantes abertos ao público; outros servem apenas café da manhã aos hóspedes. Além desses, são disponibilizados o serviço de internet, e outros oferecem ao hospede serviços de entretenimento, não estando inclusos no valor da diária. Um destino será mais competitivo se apresentar, além de um maior número de possibilidades de serviços de hospedagem para seus clientes, facilidades, como acesso a internet, TV a cabo e aceitação de cartões de credito e debito. Sazonalidade Por se tratar de uma cidade cuja principal atividade turística explorada fundamenta-se no sol e praia, as estações são muito bem definidas, com a alta estação representada pelos meses de verão, iniciando normalmente no mês de outubro e se estendendo até fevereiro, como também o mês de julho, das férias escolares; a baixa estação é representada pelos demais meses do ano. Entretanto, os feriados prolongados, distribuídos ao longo do ano apresentam-se como perspectivas de boa ocupação. Evidentemente que a variação percentual da ocupação apresenta-se diferente de acordo com o tipo de feriado e com a proposta de viagem associada ao tipo de hospedagem. Como já mencionado, o equipamento de hospedagem é apenas um item de um complexo conjunto de elementos que compõe o produto/destino turístico. Tarifas praticadas As tarifas praticadas pelos meios de hospedagem de Natal distribuem-se numa escala de valores, bastante elástica, variando, na maioria das vezes, de acordo com o nível de sofisticação oferecido pelo equipamento de hospedagem ou pelas facilidades agregadas, tais como serviços e infraestrutura do entorno. Entende-se que os valores são cobrados de acordo com o período de alta ou baixa estação, comportamento do mercado e de acordo com os serviços oferecidos. 3.6.3.2.2. Restaurantes Turísticos Natal dispõe de uma variedade de restaurantes localizados em diversos bairros da cidade, entretanto, existe uma dificuldade de identificar os equipamentos que de fato são turísticos. Frente a essa dificuldade, para este estudo foram considerados os restaurantes cadastrados na Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Rio Grande do Norte (ABRASEL/RN). Desta maneira, foram identificados 63 equipamentos de alimentação, sendo 44 restaurantes, 06 bares e 02 lanchonetes, além de outros 11 equipamentos, que não foram tipificados. A tabela abaixo consolida os dados coletados, agrupando-os por tipologia, a partir das informações fornecidas pela ABRASEL/RN, onde constam como filiados. 171 Tabela 42 - Equipamentos de Alimentação de Natal Restaurantes Bares Lanchonetes e outros Total 44 06 13 63 Fonte: SETURDE Natal É importante mencionar que de toda a oferta de alimentação de Natal apenas 63 dos empreendimentos são afiliados a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes. Este fato, além de não corresponder à realidade de equipamentos disponíveis em toda Natal, o quantitativo acima não representa o número real de equipamentos com condições de ser classificados como turísticos. Isto porque, grande parte dos estabelecimentos atua na informalidade e ainda mantém-se sob o comando de funcionários pouco ou sem nenhuma capacitação profissional para a atividade. Dentre os equipamentos de alimentação identificados em Natal podem-se destacar os que oferecem culinária regional. Abaixo mapa ilustrativo que identifica as localidades que possuem maior incidência de restaurantes: Figura 54 - Incidência de Restaurantes por bairros Fonte: Elaboração: START Consultoria, 2013. Pela figura acima, a lógica visualizada para distribuição de hotéis por bairros na cidade não é a mesma para restaurantes. Ponta Negra prevaleceu com o maior número de restaurantes, seguido pelos bairros da cidade que estão fora do eixo das praias, mas que também possuem uma variedade de equipamentos e de tipos. 172 3.6.3.2.3. Agências de Viagens e Serviços de Receptivo A oferta de agências de viagens, operadoras e serviços de receptivo, conforme discriminado abaixo, está concentrada em alguns bairros na cidade de Natal. O quadro abaixo apresenta 73 agências e empresas de receptivo, localizadas em Natal e que estão afiliadas à Associação Brasileira de Agências de Viagens – ABAV. Quadro 27 - Agências de Viagem, Receptivo e Operadoras de Tours Município Natal TOTAL Tipo Emissivos e Receptivos Quantidade Emissivos 24 Receptivos - 09 73 44 Serviços oferecidos Pacotes, roteiros, passagens aéreas, city tour, traslados etc. Pacotes, roteiros, passagens aéreas City tour, traslados etc. Fonte: ABAV, 2013 A proximidade dos outros municípios em relação à capital é fator que facilita a utilização dessa oferta pela comunidade e ou turistas de outros municípios próximos. 3.6.3.2.4. Locadoras de Automóveis Foram catalogadas 145 unidades de auto-locadoras, sendo que oito delas também trabalham com aluguel de buggy e algumas delas são franquias de redes internacionais. Entretanto, um fato relevante é que apenas 20 unidades identificadas encontram-se afiliadas ao Sindicato das Empresas de auto-locadoras do RN, conforme consta no site SINDLOC. Caso seja da vontade do visitante, também existem locadoras de veículos especiais com tração 4x4 para passeios. 3.6.3.2.5. Guias de Turismo e Condutores Locais Conforme dados levantados no Sindicato de Guia de Turismo – SINGTUR e registros do CADASTUR, existem aproximadamente 250 Guias de Turismo e Condutores Locais credenciados. No entanto, não existe um cadastro apontando qual porcentagem desses guias dominam outro idioma, além do português. O domínio de um outro idioma, além do português é um aspecto importante, uma vez que Natal recebe um razoável número de turistas estrangeiros que demandam por esses serviços. Para trabalhar como Guia de Turismo é importante que o profissional, que passou pelo processo de capacitação, de formação de Guia de Turismo, após a conclusão que o habilita como profissional ao exercício da atividade, também busque formação complementar com os cursos de idiomas. 3.6.3.2.6. Equipamento para Venda de Artesanato Existem em Natal equipamentos destinados exclusivamente à venda do artesanato, que já possui papel fundamental no incremento e no enriquecimento da experiência turística do visitante que vem conhecer Natal. Nas informações coletadas, através das pesquisas, identificaram-se diversos pontos de venda de artesanato espalhados em Natal. Geralmente, 173 a venda de artesanato ocorre em feirinhas, próximas aos pontos turísticos importantes. Em Natal, existem espaços criados especialmente para essa finalidade, que conseguem reunir num mesmo espaço stands com tipos variados de artesanatos, produzidos em várias regiões do Rio Grande do Norte. Alguns equipamentos oferecem uma boa estrutura como: estacionamento, sanitários, segurança e uma gama enorme de lojas com produtos que vai desde jóias em pedras brasileiras e prata, até objetos de decoração para casa, alimentos regionais como castanhas e bebidas típicas. O mais tradicional é o Centro de Turismo que funciona em uma antiga casa de detenção, cujo prédio é histórico, oferecendo uma linda vista do Rio Potengi ao visitante, além de várias lojas instaladas nas antigas celas que comercializam produtos de cama, mesa e banho, artigos de vestuário, souvenires e até uma galeria com objetos de arte e mobília antiga, no último andar. Tudo á disposição dos turistas. Além desses equipamentos formais, existem ainda barracas localizadas nos principais pontos turísticos da cidade, como é o caso do Forte dos Reis Magos, e ambulantes que circulam nas praias. Os principais pontos de comercialização de artesanato são identificados no mapa abaixo: Figura 55 - Incidência de Lojas de Artesanato Fonte: Elaboração: START Consultoria, 2013. 3.6.3.2.7. Equipamentos e Serviços para Reuniões e Eventos O turismo de eventos e negócios é um segmento da atividade turística que possibilita inúmeros benefícios para as localidades que as promove. É capaz de envolver mais de 50 setores da economia: gera divisas e distribui renda, consequentemente, cria milhares de emprego aumentando a qualidade de vida da população, contribuindo para a preservação natural e cultural da localidade e beneficiando várias categorias de prestadores de serviços. Em Natal vem despontando como uma importante modalidade na cidade do Natal, cabendo 174 ao setor público prover a estrutura para desenvolvimento da atividade, enquanto o setor privado deve dotar a cidade de meios de hospedagem, equipamentos de lazer, e outros serviços consumidos pelo turista. Portanto as manifestações do turismo resultam das ações articuladas dos poderes públicos, setor privado e comunidade nos territórios turísticos, cabendo a cada destino travar constante luta para a busca de sua competitividade no mercado turístico, por meio de suas diversidades, individualidades e capacidades para a formação da imagem, que vinculada aos seus produtos e atrativos, tenha capacidade de atrair os fluxos turísticos para o turismo de eventos. Essa imagem pode estar associada à infraestrutura que o destino tem para realizar eventos ou pela quantidade de eventos que já realizou. Nesse sentido, em Natal existem locais adequados para abrigar eventos, exposições, congressos, seminários, conferências entre outros, de diversos tamanhos, contudo, não atende a captação de eventos de grande porte. Abaixo, listamos os equipamentos mais significativos: Quadro 28 - Equipamentos e Serviços para Reuniões e Eventos Equipamentos e serviços para reuniões e eventos Centro de Convenções Bello Mare Hotel Holiday Inn Hotel Parque da Costeira Manary Praia Hotel Natal Mar Hotel Natal Praia Hotel Ocean Palace Beach Pestana Natal Pirâmide Natal Ponta Negra Porto Suítes Serhs Natal Praiamar Hotel Hotel Imirá FIERN IFRN Teatro Riachuelo Capacidade 12.000 150 200 700 90 65 100 400 760 3.680 60 1.500 3000 560 600 234 600 1.490 Fonte: Site – Natal Conventio Bureal (www.natalconventiobureal.com.br) Pela quantidade de equipamentos para eventos existentes em Natal e apresentados no quadro acima, existem diversas opções para que o turismo de eventos e negócios venha a se desenvolver na cidade. São salas de reuniões em hotéis e fora deles, espaços abertos, parques, além do Centro de Convenções com completa infraestrutura: estacionamento, sanitários, salas, espaços amplos que tem sido bem utilizado nos últimos anos. O mais novo equipamento da cidade é o Teatro Riachuelo, no Midway Mall, que conta com mecanismos cênicos de alto padrão. Comporta até 1.490 espectadores em seus diversos setores – plateia, camarotes, frisas e balcão nobre – podendo, em outro formato, receber até 2.521 pessoas. Ao serem retiradas as poltronas, a plateia se transforma num grande salão, 175 adaptável para servir de cenário a outros tipos de eventos, profissionais, empresariais ou artísticos. Suas dependências contam ainda com chapelaria, loja, bar, total acesso para pessoas portadoras de necessidades especiais, duas salas de convenções com capacidade para 70 e 40 pessoas, além de ambientes para eventos menores e coquetéis. Entretanto, mesmo com a variedade de oferta para realização de eventos, existe uma solicitação por parte do setor de captação de eventos, que Natal não tem local com infraestrutura adequada para realização de grandes eventos, o que faz com que a cidade perca espaço para concorrentes vizinhos como Recife e Fortaleza. 3.6.3.3. Análise Qualitativa dos Equipamentos e Serviços Turísticos a) Principais mercados geográficos e segmentos-meta A dinâmica da atividade turística de Natal eleva a um posto de bastante significância os turistas oriundos do sudeste do Brasil. A região tem se apresentado como o principal mercado geográfico, ou seja, como sendo a região que mais envia turistas para Natal. Além destes, turistas do sul do país e do próprio nordeste têm uma participação muito forte na atividade turística da cidade. O segmento-meta do turismo natalense é o de sol e praia. As riquezas naturais, a grande costa litorânea, a temperatura local e da água favorecem fortemente a atividade. Além deste, em Natal tem crescido um movimento cultural que busca desenvolver atividades que se inserem no âmbito do turismo cultural. Novamente, são os turistas do sudeste que despontam como os principais consumidores desse serviço em Natal. No cenário internacional, identifica-se que Natal tem muitos concorrentes, lembrando que para que haja possibilidade de comparação, devem-se analisar destinos com características semelhantes às de Natal. As ilhas do Caribe e os próprios destinos nacionais, sobretudo do nordeste brasileiro são os principais concorrentes de Natal nesse cenário. Entretanto, variáveis relativas à economia brasileira têm conferido ganhos de competitividade para a vinda de turistas para o Brasil. Como Natal está entre os de maior procura, equiparando-se aos destinos semelhantes, esse efeito tem favorecido a vinda de turistas para a cidade. b) Tipos e níveis de serviço prestado Os serviços da atividade turística apresentam também uma larga extensão em termos de qualidade e especialização em sua execução e oferta. Observa-se que os trabalhadores formais apresentam um grau de qualificação mínimo suficiente, o que proporciona uma prestação de serviço de qualidade que atende de maneira satisfatória aos turistas. Na medida em que se afasta da formalidade, observa-se que o grau de qualificação decresce e a prestação de serviço cai sensivelmente. Assim, observa-se uma relação direta entre a qualidade do serviço e o seu preço, o que produz uma vantagem competitiva que possibilita uma maior faixa de possíveis clientes. Ao longo do trabalho, em alguns itens, foram apresentados alguns problemas infraestruturais que têm atrapalhado a demanda e a busca de Natal como destino turístico. Cabe também ressaltar os esforços que vêm sendo desenvolvidos para a solução desses problemas. O setor público, por exemplo, sabe do seu papel, mas não consegue 176 desempenhar suas funções para a solução dos problemas de infraestrutura e de atividades de fomento ao turismo para que os problemas identificados sejam realmente eliminados. Além disso, a promoção de cursos de capacitação, quando ofertado, de maneira integrada entre as esferas do governo tem contribuído com melhoria da qualidade do serviço. Em Natal, a iniciativa privada tem desempenhado papel importante no fortalecimento dessas estruturas e na capacitação para prestação de serviços. Além disso, estratégias de divulgação e as formações de redes entre os agentes que atuam na atividade turística têm produzidos efeitos positivos e ofertam um serviço mais completo e na maioria das vezes barateando o preço para o consumidor final. O surgimento de novas atividades, eventos e a diferenciação dos serviços somados à qualificação destes serviços têm sido um diferencial que os agentes das atividades do turismo têm investido para que Natal torne-se cada vez mais competitivo no mercado turístico nacional e internacional. c) Níveis de preço Existem algumas características importantes e peculiares em relação aos preços médios praticados pela atividade turística em seus diversos segmentos e serviços. Primeiro que o nível de preços é definido a partir da demanda e sofrem alta influência da sazonalidade. Isso significa que, em média, os preços variam bastante ao longo do ano e apresentam picos durante os períodos de férias e no verão. (MOTA, 2001) Outro fator importante é que, comparativamente com os principais destinos concorrentes, o nível de preços apresenta-se com uma dinâmica e com um nível semelhante se observados estabelecimentos com características parecidas, o que aponta que a concorrência se dá por outros fatores que não necessariamente o preço. Percebeu-se ainda que atividades de apoio ou de fomento apresentam pouca influência da sazonalidade, como por exemplo bares e restaurantes. A atividade turística impulsiona a economia local, mas também produz um efeito colateral que é o aumento do nível médio dos produtos. Dessa maneira, os residentes sofrem com o processo inflacionário na cidade provocado pela atividade turística. Isso também faz surgir práticas abusivas como o dumping, ou seja, cobranças discriminatórias de preços, ou ainda, a prática de preços diferenciados para residentes e turistas. É importante destacar que em termos de estudo de preços, não há como trabalhar de maneira precisa com a variável preço, tendo em vista que ela é muito volúvel e isso impacta diretamente na análise gerando possibilidades de existência de alguns viéses. Dessa maneira, a variável que mais se aproxima do preço e que é mais fácil de se trabalhar é a variável de gasto do turista, que está sendo usado como proxy para os preços. (BNB, 2004) Por fim, é necessário ressaltar que a extensão dos preços dos serviços do turismo é muito grande e a gama de possibilidades apresentadas na cidade atende tanto àqueles de pouca renda como os mais abastados. 177 d) Sistema de promoção e comercialização A principal entidade que gerencia a promoção e a comercialização da atividade turística no estado do Rio Grande do Norte é a EMPROTUR, a partir de redes de divulgação e do desenvolvimento de ações que envolvem marketing e propaganda com a função de captar eventos. Em parceria com a SETURDE, que é o órgão responsável pela promoção e divulgação na esfera municipal, verifica-se um esforço de colocar Natal (e o estado do RN) na vitrine do turismo nacional e internacional. Há um ponto de crítica à gestão desses órgãos que é a falta de planejamento, controle e monitoramento para a avaliação das ações desenvolvidas. Verifica-se a baixa capacidade de planejamento e as intervenções realizadas por estes muitas das vezes são realizadas de maneira desconexas, o que na verdade termina por prejudicar a sequência e a efetividade das ações tornando-as pouco eficientes. Postula-se que com a implementação de um sistema de monitoramento e avaliação das ações de promoção do turismo nesses órgãos pode haver uma melhoria de maneira bastante satisfatória na imagem de Natal, enquanto destino turístico. Além destas, as próprias empresas privadas atuando em redes de cooperação e se associando com outros agentes dentro e fora do Brasil, podem desenvolver ações promotoras de eventos e divulgação da cidade. Entretanto, avalia-se que as ações de promoção e comercialização são realizadas de forma pontual, sendo importante uma maior articulação entre as próprias empresas locais para potencializar os poucos recursos governamentais alocados para a promoção turística da cidade. Vale destacar os resultados positivos quando há parceria entre o setor público, estadual e municipal, e o setor privado na captação de eventos e na divulgação do destino nos diversos eventos turísticos que ocorrem no Brasil e no mundo. e) Grau de integração da oferta no Município Devido o multidinamismo da atividade e das demandas existentes que são cada vez mais exigentes por parte dos turistas, os destinos turísticos devem apresentar capacidade de atendimento dessas necessidades e uma das maneiras de prestar um serviço completo é integrando ações, desde aquelas diretamente ligadas à atividade como aquelas de fomento. Destacam-se, portanto, dois tipos de integração: I. Integração Direta: Agências, hotéis, restaurantes, empresas de passeio e profissionais prestadores de serviços voltados à atividade turística. II. Integração Indireta: Serviços básicos de fomento à atividade (lixo, transporte, fornecedor de alimentos, lavanderias, dentre outras). Natal apresenta ambas as formas de integração, em maior ou menor grau. Entretanto, outra maneira de se integrar para a prestação do serviço do turismo, e essa vem crescendo exponencialmente é a integração entre municípios. A cidade de Natal, como sendo polo indutor do turismo no Rio Grande do Norte, apresenta um grau de interação com os principais municípios do Estado que desenvolvem atividades turísticas. Entretanto, essa integração não é formalizada no sentido de haver uma política pública unificada cujo foco seja a atuação integrada dos entes públicos na promoção da 178 atividade turística. Essa integração se limita muitas vezes à elaboração de projetos que atendam ao Polo Costa das Dunas, onde Natal está inserida. Contudo, nas atividades desenvolvidas pelo setor privado, existe um grau de integração bem mais estruturado. Empresas que estão situadas em municípios diferentes se integram às empresas de Natal para que os turistas possam conhecer todos os atrativos que o RN pode proporcionar. Os municípios cuja integração com Natal é forte, quer seja das atividades do setor público, quer sejam da iniciativa privada, estão inseridas no mesmo Polo Costa das Dunas, entre elas pode-se destacar: Extremoz, Parnamirim, Nísia Floresta e Tibau do Sul. Percebe-se a necessidade de maior integração entre os municípios na promoção das atividades turísticas com o intento de fortalecer o turismo local e regional com foco no desenvolvimento socioeconômico dessas cidades. f) Tipos de investimentos turísticos Os principais investimentos da atividade turística de Natal foram relacionados com obras de infraestrutura. É notório o avanço da atividade no período em que houve investimentos em infraestrutura, momento em que o turismo se instalou e se expandiu, chegando à situação atual, em que o destino Natal está consolidado como um dos principais espaços turísticos do país. No entanto, como qualquer produto, o turismo precisa ser mantido, atualizado, renovado, recuperado e modernizado para que novos produtos surjam e, Natal possa sempre oferecer atrativos diferentes e de qualidade superior aos seus competidores. Além destes, a promoção de novos eventos e o fortalecimento dos eventos já existentes são investimentos que produzem resultados satisfatórios para a promoção da atividade. Natal possui uma boa infraestrutura em equipamentos privados, mas as áreas de convivência pública estão aquém dessa capacidade. Muitos dos espaços públicos mais utilizados pela população, como é o caso da orla, necessitam de melhorias. Em especial, a orla marítima de Ponta Negra, onde está localizado o Morro do Careca, principal cartão postal da cidade. Desde janeiro do ano passado, devido ao desabamento pela força das marés, o calçadão cedeu em mais de um trecho, agravando cada vez mais a circulação do turista e da população. Do total de 2.170m de calçadão, 592m estão destruídos. E as obras estão paralisadas por falta de recursos e também pelo embargo feito pelo Ministério Público, em junho de 2012, que estabelece como condicionante para a recuperação do calçadão a engorda da praia. O projeto de recuperação foi entregue ao Ministério da Integração Nacional este ano, e já contempla os ajustes sugeridos pelo Ministério Público. A estimativa dos recursos para a obra de recuperação é de R$ 4,5 milhões de reais. Na SETURDE, houve um contrato de repasse, com o objetivo de construir um centro de informações turísticas, convênio celebrado entre o Ministério do Turismo, tendo a Caixa Econômica Federal como agente financeiro. Privilegiava também a aquisição de equipamentos para o funcionamento dos centros que seriam construídos em Ponta Negra, 179 Redinha e Cidade Alta, além da aquisição de duas vans, a serem utilizadas como centros móveis. As obras foram iniciadas em 2010, embargadas, não dando continuidade ao projeto. Houve a aquisição dos dois centros móveis, que funcionam como Centro de Informações Turísticas de forma itinerante entre Ponta Negra, Aeroporto, Centro de Convenções e, outros pontos estratégicos. g) Análise da necessidade de capacitação de mão de obra para o turismo A atividade turística para se consolidar necessita ser desenvolvida de forma profissionalizada, em suas diversas etapas, pois a concorrência é acirrada, principalmente, para o Rio Grande do Norte que tem suas principais potencialidades centradas no turismo de sol e mar, que é tão praticado no país, e que a busca por um diferencial é uma tarefa árdua, por ser um segmento turístico comum no mundo. Nessa perspectiva, uma alternativa é a profissionalização da atividade, para enfrentar a competitividade dos demais destinos com produtos semelhantes e não realizar a prática turística de forma improvisada e informal. Os programas de treinamento podem transformar o local de trabalho em um ambiente de aprendizagem, redefinindo e/ou qualificando papéis dos servidores no âmbito da gestão pública. A melhoria da qualidade da prestação dos serviços públicos passa pela modernização da área de gestão de pessoas, revisando os processos de trabalho e informatizando as suas rotinas e, principalmente, pela capacitação dos colaboradores. Conforme o Diagnóstico do PDITS do Polo Costa das Dunas, a capacitação e qualificação dos recursos humanos na atividade turística já não são mais um diferencial e sim uma exigência dos consumidores, cada vez mais exigentes. Já não basta ao Estado priorizar ações estruturantes, pois o turismo comercializa mais que paisagens, pacotes e destinos; ele vende sonhos, experiências, que podem ser comprometidos ou ruir totalmente ante a má prestação de um serviço, e a capacitação local situa-se entre os pré-requisitos necessários a dinamização de um destino. Assim, programas de capacitação e qualificação, inseridos dentro das políticas públicas voltadas para os recursos humanos, são de fundamental importância para aumentar a qualidade do atendimento ao turista. Tais ações resultam e resultarão em destinos cada vez mais competitivos, além de favorecer a satisfação e expectativas dos turistas. Abaixo se apresentam os cursos realizados em Natal, nos últimos anos: Cursos realizados com apoio do Ministério do Turismo Com apoio do Ministério do Turismo, a Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico vem realizando nos últimos três anos cursos de capacitação para a Copa do Mundo de 2014. Dentre eles, os temas “Atendimento ao Turista: Meios de Hospedagem”, “Como comunicar e se Relacionar com o Turista”, “Atendimento ao Turista: Bares e Restaurantes” e “Como atrair o turista para seu negócio e para sua Cidade”. Outros temas: “Produção e Gestão de Eventos”, “Turismo e Hotelaria para Eventos”, “Recepcionista de eventos” e “Gastronomia e Cultura”. 180 As aulas são presenciais e intensivas. A proposta do curso é inserir o maior número possível de pessoas que já pertençam ao segmento turístico ou aqueles que pretendam capacitar-se para atuar na área de turismo. Realização de cursos de capacitação para formação de multiplicadores na prevenção à exploração sexual de crianças e adolescentes no turismo. A campanha, promovida pelo Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília e do Ministério do Turismo, contou com a parceria da Secretaria Municipal de Turismo de Natal e da ONG Resposta, onde foram traçadas algumas ações na fase Pró-Copa do Mundo de 2014 – novembro/2010; Com a participação da SETUDE, realizado em novembro de 2010, o curso de idiomas OLÁ! TURISTA – Projeto do Ministério do Turismo e da Fundação Roberto Marinho, com o objetivo de capacitar profissionais da cadeia produtiva do turismo. Cursos realizados pelo PRODETUR II O Governo do Estado do Rio Grande do Norte, através da SETUR, realizou programa de qualificação profissional em Natal, no período de 2011 a 2012. Por meio de Licitação Pública Nacional, o SENAC foi o ganhador da licitação para executar o programa, o qual foi uma iniciativa financiada com recursos do Ministério do Turismo (MTur) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O objetivo foi o de ampliar os investimentos no setor turístico, tendo como foco a qualificação dos profissionais dessa cadeia produtiva, mediante o oferecimento de cursos gratuitos para as pessoas inseridas no mercado de trabalho, na área turística, visando melhorar a qualidade dos serviços turísticos. O programa de qualificação profissional realizado em Natal abrangeu vários cursos do setor turísticos, formando 4.220 profissionais, aptas a desenvolverem suas funções em equipamentos turísticos. Foram oferecidas 5.869 vagas, nos mais variados cursos, totalizando 22 em 308 turmas executadas, sendo que houve 500 reprovados e um total de 1.149 evadidos, conforme tabela abaixo: 181 Tabela 43 - Cursos realizados pelo PRODETUR Item 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Curso Garçom Básico Barman Administração Hoteleira Recepcionista em Meios de Hospedagem Cozinheiro Básico Camareira Recreador Confeiteiro Organizador de Eventos Vendedor Agente de Turismo Receptivo Auxiliar Turístico Pontual Qualidade no Atendimento Relações Humanas Empreendedorismo Manipulação Segura de Alimentos Inglês Italiano Espanhol Informática Artesanato Português TOTAL Número de aprovados 281 147 87 147 Número de reprovados 46 24 04 14 Número de evadidos 73 29 49 39 228 73 48 53 90 95 64 85 514 230 105 316 17 12 15 11 33 02 06 23 30 02 05 75 15 17 0 17 03 10 32 81 20 18 47 320 100 80 64 140 100 80 140 625 250 125 368 591 32 176 516 71 271 4.220 108 11 22 88 05 22 500 381 29 72 71 14 57 1.149 1.080 72 270 675 90 350 5.869 Total 400 200 140 200 Fonte: SETUR, 2012 Além de dar continuidade às ações da primeira fase do Programa, as avaliações do PRODETUR I detectaram que não foram realizadas ações de capacitação no setor turístico, ficando uma vasta gama de serviços oferecidos sem o padrão de qualidade exigido pelo mercado e pelos turistas. Assim, a estratégia do PRODETUR II passou a incluir o tema capacitação como um subcomponente prioritário, tendo como foco a capacitação profissional e empresarial, a fim de elevar a qualidade na prestação dos serviços oferecidos e, consequentemente, a competitividade do produto turístico. Face a esse contexto, o governo do Estado do Rio Grande do Norte, através de convênio celebrado com o Ministério de Turismo, com a interveniência da Secretaria de Estado do Turismo, executou programas de formação inicial e continuada para os empresários e profissionais que atuam no setor turístico do Polo Costa das Dunas, atendendo as necessidades levantadas no Diagnóstico de Demanda de Qualificação Profissional e nas Estratégias Operacionais do Plano de Ação. Os cursos abrangidos pela qualificação profissional, bem como seus resultados estão apresentados no quadro acima. h) Sistemas de Certificação de Qualidade da Oferta Turística Conforme a Organização Mundial do Turismo - OMT oferta turística é o conjunto de produtos e serviços turísticos postos à disposição do turista num determinado destino, para seu desfrute e consumo, assim os turistas são potenciais consumidores, que exigem qualidade, principalmente no atendimento. Os consumidores de todos os setores, inclusive do turismo, estão cada vez mais exigentes, a qualidade que as empresas oferecem nos seus produtos e serviços constituem em fator de incontornável importância para a sua permanência e o seu sucesso num mercado cada 182 vez mais concorrencial, uma vez que a qualidade assume como uma condição essencial de competitividade. Frente a esse quadro as empresas além da excelência na qualidade dos serviços buscam a certificação como um requisito essencial para a sua sobrevivência. Esse fenômeno pode ser constatado ao se verificar o crescente número de publicações dedicadas a esse tema. O Ministério do Turismo preocupado com essa questão está promovendo o cadastramento de equipamentos e serviços turísticos, não havendo especificação sobre certificação. A Lei Federal nº - 11.771, de 17 de Setembro de 2008, regulamentada pelo Decreto nº 7.381, de 02 de Dezembro de 2010, dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, estabelece normas sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no planejamento, no desenvolvimento e no estímulo ao setor turístico e disciplina a prestação de serviços turísticos, o cadastro, a classificação e a fiscalização dos prestadores de serviços turísticos. Para os fins desta Lei, considera-se turismo as atividades realizadas por pessoas físicas durante viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período inferior a 1 (um) ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras. O Art. 22. da citada Lei dispõe sobre o cadastramento junto ao Ministério do Turismo: “Os prestadores de serviços turísticos estão obrigados ao cadastro no Ministério do Turismo, na forma e nas condições fixadas nesta Lei e na sua regulamentação”. Consideram-se prestadores de serviços turísticos, para os fins da Lei, as sociedades empresárias, sociedades simples, os empresários individuais e os serviços sociais autônomos que prestem serviços turísticos remunerados e que exerçam atividades econômicas relacionadas à cadeia produtiva do turismo. Com relação ao padrão de qualidade, alguns hotéis já possuem o Certificado ISO 9001. Em Natal, o cadastro acima citado é realizado por um setor específico da Secretaria de Estado do Turismo, responsável pelo CADASTUR - Cadastro dos Prestadores de Serviços Turísticos, que tem o objetivo de reunir todos aqueles que estejam legalmente constituídos e em operação. O CADASTUR é executado pelo MTur, em parceria com os Órgãos Oficiais de Turismo das Unidades da Federação, sendo feita a análise da documentação e homologação do cadastro e consequente disponibilização do certificado pelo órgão delegado nos estados e Distrito Federal. O CADASTUR é disponibilizado pelo MTur, ao prestador de serviço, para cada uma das atividades exercidas dentre aquelas referidas na legislação específica, com codificação específica. O certificado é recomendado que seja exposto pelo prestador do serviço, em sua área de atendimento, visíveis ao público. A autenticidade dos Certificados poderá ser constatada no sítio www.cadastur.turismo.gov.br. O órgão de turismo municipal segue as legislações federais para assegurar a qualidade dos serviços turísticos, quando parte desses serviços é fiscalizado pela Secretaria Estadual de Turismo. O CADASTUR abrange sociedades empresariais de qualquer natureza, sociedades simples, empresários individuais, profissionais autônomos, os serviços sociais autônomos, bem como cada uma de suas projeções em qualquer parte do País. O cadastro é processado gratuitamente e obriga também optantes ao cumprimento dos termos da Portaria. Para o exato enquadramento nas atividades referidas, o sítio www.cadastur.turismo.gov.br, link CNAE, franqueia a Classificação Nacional das Atividades Econômicas - CNAE. 183 O microempreendedor individual poderá solicitar cadastramento das atividades de: I - agência de turismo; II - meio de hospedagem - tipo "cama e café"; III - transportadora turística municipal; IV - organizadora de eventos; V - acampamento turístico. Outra normatização que entrou em vigor nos últimos tempos é a Portaria Nº 268, de 22 de Dezembro de 2011 que dá nova redação aos Arts. 13 e 15 da Portaria nº 177, de 13 de setembro de 2011, que estabelece o Sistema Nacional de Registro de Hóspedes - SNRHos, regulamenta a adoção da Ficha Nacional de Registro de Hóspedes - FNRH e do Boletim de Ocupação Hoteleira - BOH. A Portaria tem o objetivo de estabelecer os prazos para implantação do Sistema. 3.6.4. Produtos Turísticos Os atrativos em si representam uma parcela importante do produto turístico, mas não são o próprio produto, uma vez que só assumem importância para a atividade turística dentro do conceito de produto turístico. Sem componentes complementares, os atrativos são apenas elementos turísticos sem valor comercial. Nessa perspectiva o produto deve englobar a experiência completa vivenciada pelo turista, considerando o momento desde que sai de casa para viajar, até o seu retorno (Ruschmann2001, 69). Ou seja, o produto turístico é composto de atrações, facilidades que são oferecidas ao turista, na forma de estrutura de receptivo e de vias e meios de acesso. Assim, apesar do número de atrativos existentes no em Natal, foram destacados os mais expressivos produtos turísticos, com poder de agregar outros atrativos e produtos, conforme ilustrado no quadro abaixo: Quadro 29 - Produtos turísticos e Atrativos agregados de Natal. PRODUTOS PRODUTOS/ATRATIVOS AGREGADOS Praia de Ponta Negra Praia, Morro do Careca, Gastronomia, Artesanato e Equipamentos Turísticos e Passeio de Buggy. Via Costeira Praias, Parque das Dunas, Centro de Convenções e Equipamentos Turísticos e Passeio de Buggy. Corredor cultural Centro Histórico, Monumentos Históricos, Igrejas, Artesanato Rio Potengi com por do sol Rampa, Iate Clube, Pedra do Rosário, Ponte Newton Navarro e Atracadouro Eventos em Natal Carnatal, Natal em Natal, Agosto Alegria, Praias, Gastronomia, Artesanato e Passeio de Buggy Praias urbanas Praia da Redinha, Praia do Forte, Praia do Meio, Praia dos Artistas, Praia de Areia Preta e Praia de Miami, Gastronomia, Artesanato e Passeio de Buggy. Fonte: START Consultoria, 2013. 184 Boa parte dos atrativos naturais de Natal possui características semelhantes e dinâmicas de visitação inter-relacionadas. Muitos atrativos são bem próximos uns dos outros, apresentando utilização e paisagem similares, configurando-se como um único produto. A dinâmica de visitação é inter-relacionada quando um produto serve de ponto de apoio para a visita de produto/atrativo. É bastante comum a existência de praias servidas de boa infraestrutura e acesso que acabam por ser utilizadas não apenas como locais de visitação, mas também como ponto de apoio para a visita de outros atrativos próximos, como são os casos, por exemplo, de Ponta Negra. O turista que se dirige a esses lugares, pode facilmente fazer um passeio a qualquer um dos outros atrativos. Neste caso, o atrativo secundário fica quase que totalmente dependente do principal, tanto em termos de oferta técnica quanto de demanda. O Quadro acima mostra que muitos produtos ganham força em virtude de concentrarem uma quantidade significativa de produtos complementares, enriquecendo a experiência turística e ampliando o leque de opções de oferta à disposição do visitante. São eles: Ponta Negra, Via Costeira, Corredor Cultural, Rio Potengi e Carnatal. A avaliação dos recursos ou atrativos turísticos, de base natural ou patrimonial, foi realizada em função dos tipos de turismo existentes no Município, entretanto, foram destacados os de maior relevância que serão priorizados no PDITS, de acordo com os objetivos propostos. É importante deixar clara a diferenciação entre os dois termos utilizados, uma vez que os recursos turísticos constituem-se na matéria-prima do turismo, são os elementos identificados na localidade com potencialidade de se tornarem atrativo turístico, enquanto os atrativos turísticos são recursos explorados pela atividade turística, ou seja, já têm estrutura para propiciar uma experiência turística. Boa parte dos atrativos naturais de Natal possui características semelhantes e dinâmicas de visitação inter-relacionadas. Muitos atrativos são bem próximos uns dos outros, apresentando utilização e paisagem similares, configurando-se como um único produto. A dinâmica de visitação é inter-relacionada quando um produto serve de ponto de apoio para a visita de outro produto/atrativo. É bastante comum a existência de praias servidas de boa infraestrutura e acesso que acabam por ser utilizadas não apenas como locais de visitação, mas também como ponto de apoio para a visita de outros atrativos próximos, como é o caso, por exemplo, de Ponta Negra. O turista em Natal, por mais que tenha o desejo específico de se dirigir a um lugar determinado, pode facilmente no seu deslocamento ou passeio conhecer e visitar outros atrativos. Neste caso, o atrativo secundário fica quase que totalmente dependente do principal, tanto em termos de oferta técnica quanto de demanda. São estes os principais produtos turísticos de Natal, com uma breve avaliação de cada um. Praia de Ponta Negra É o grande produto turístico, apresentando uma visitação significativa durante todo o ano, tanto pelos turistas como pela população local, pois consegue agregar vários produtos complementares como Morro do Careca, a Gastronomia, o Artesanato e Equipamentos Turísticos, além do Passeio de Buggy. É o grande símbolo do turismo da cidade, destacando-se por atrair grandes fluxos de turistas e a própria população local em seus momentos de lazer; oferece uma ampla oferta de equipamentos turísticos, como hotéis, restaurantes, bares, entre outros, ressaltando a variedade gastronômica expressa nas 185 receitas a base de camarão e carne de sol, que são pratos bastante comercializados. Na área existem diversos pontos de comercialização de artesanato, sendo também local de saída dos passeios de buggy para todo o litoral do estado. No entanto, o principal produto turístico de Natal carece de melhorias, apresentando problemas estruturais que prejudicam diretamente o desenvolvimento do turismo da cidade, sendo o maior deles a erosão marítima que destruiu o calçadão da orla. Além disso, identificam-se problemas de estacionamento, tanto para carros particulares como para ônibus turísticos; de acessibilidade para as pessoas que têm dificuldades de locomoção; falta de estrutura de banheiros públicos; de limpeza, e de alternativas de lazer para o turista. A questão de segurança é outro ponto crítico, não apenas para a orla, mas, para todo o bairro de Ponta Negra, havendo também casos de drogas e prostituição que contribuem para o aumento da violência urbana. Via Costeira Marco do desenvolvimento turístico da cidade é na Via Costeira onde estão concentrados os maiores e melhores equipamentos de hospedagem da cidade, além de alguns restaurantes. Também margeando a via está o Parque das Dunas uma Unidade de Conservação Ambiental que exerce uma grande importância para a qualidade de vida da população natalense. Com suas praias que servem para o desfrute dos hóspedes, a Via Costeira abriga o principal equipamento de eventos da cidade, o Centro de Convenções, responsável pelo grande número de eventos que acontecem em Natal. Por sua capacidade de agregar diversos atrativos a Via Costeira junto com a Praia de Ponta Negra constituem-se no espaço privilegiado para a prática turística, atraindo milhares de visitantes que chegam a Natal. A Via Costeira apesar de sua importância para o turismo da cidade apresenta problemas que dificultam o incremento do turismo da cidade. O maior deles é a questão da legislação urbanística e ambiental que inibem a implantação de novos equipamentos turísticos no mais propício espaço para desenvolvimento e dinamismo do turismo na cidade de Natal, prejudicando assim, a renovação, atualização e modernização da atividade turística. Por ser um espaço, historicamente, de fundamental importância para o desenvolvimento da atividade turística na cidade e no estado, a Via Costeira sempre foi alvo de preocupação do setor quanto a sua conservação e melhoria, tendo sido a duplicação um dos aspectos mais reivindicados ao poder público. Apesar do atendimento pelo governo estadual, a tão sonhada duplicação teve apenas seu traçado modificado com pequena melhoria na faixa de rolamento. Houve a eliminação da ciclovia, a diminuição da largura dos passeios públicos, o comprometimento da visualização da paisagem e trouxe graves problemas de visibilidade nos retornos, principalmente o que dá acesso ao Centro de Convenções. Com todos esses problemas, fica evidente que a intervenção governamental de “melhoria” da Via Costeira não foi pensada nem projetada para uma área que tem função turística, apenas como uma via que interliga dois bairros. Há reclamações ainda da acessibilidade, sinalização turística, acessos a praia e ao Centro de Convenções, transporte público, iluminação e segurança. Corredor Cultural Apresenta ao visitante de forma breve um perfil dos principais pontos turísticos da cidade. Local onde abriga grande parte do patrimônio histórico e cultural de Natal, onde estão 186 inseridos os principais conjuntos arquitetônicos e as edificações isoladas, como igrejas e monumentos. Dentre os bens tombados merece destaque a Fortaleza dos Reis Magos. Também existem pontos de comercialização de artesanato. A visitação ao centro histórico de Natal e/ou ao Corredor Cultural de Natal é bastante prejudicada pela falta de infraestrutura receptiva. Este é visitado pelos turistas de maneira bastante rápida, em city tours promovidos pelas agências de viagens. Não há qualquer infraestrutura quer seja de equipamentos de apoio, de sinalização ou de interpretação turística, que permita ao turista se guiar pelo centro histórico sozinho. Também não há rotas de ônibus específicas para isso ou passeios guiados para turistas sozinhos ou mesmo em grupo que não estejam viajando por agência de viagens. Todos esses problemas já foram contemplados em planos e projetos de desenvolvimento do Turismo Cultural para Natal, no entanto, percebe-se que não passaram de intenções. Até hoje as ações previstas nos planos ainda não foram implantadas, a expectativa é que sejam realizadas nesse novo programa do Governo Federal para as cidades históricas a ser executado com recursos do PAC. Rio Potengi É um produto em evolução e que pode ter grande repercussão para o turismo da cidade. Apresenta pequena visitação turística, sendo mais utilizado pela população local, embora ofereça um excepcional atrativo - o por do sol. Também é possível apreciar sua bela paisagem, onde estão situados, às suas margens, importantes equipamentos como a Rampa, Iate Clube, atracadouro e Pedra do Rosário. Sobre o rio, ou mais precisamente na foz do rio, está localizada a Ponte Newton Navarro. No local acontecem competições náuticas e é um local propício para exploração do turismo náutico. O produto é pouco explorado turisticamente, apesar do potencial que possui para o turismo náutico e de contemplação cênica. Para viabilizá-lo como um produto turístico de grande expressão são necessárias ações que possibilitem a revitalização da área com definição de um projeto integrado de urbanização que contemple a implantação de novas estruturas, sinalização turística, melhoria da acessibilidade, equipamentos como ancoradouros, marinas e incentivo para investimentos voltados à criação de novas opções de lazer para a cidade. Na parte ambiental é preciso ações para despoluição do rio e campanhas educativas de preservação do meio ambiente, além da remoção da comunidade do Maruim que se situa em área contígua a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN). Eventos em Natal O evento de maior expressão é o Carnatal, conhecido como um dos mais famosos carnavais fora de época da região, atraindo um número significativo de pessoas. Outro evento que tem impacto no turismo é o Natal em Natal, que se constitui por um conjunto de eventos promovido pela prefeitura da cidade do Natal durante o final do mês de novembro (marcado pela festa da padroeira de Natal Nossa Senhora da Apresentação) e o início de janeiro (marcado pela Festa de Santos Reis). Especificamente, são apresentações folclóricas, festas, shows, eventos culturais, e a festa de réveillon com shows pirotécnicos à beira-mar. Mesmo sendo importante evento para o turismo local, o Carnatal traz muitos transtornos para a cidade e sua população. Localizado numa área de grande movimentação o Carnatal 187 prejudica a mobilidade urbana, provoca poluição sonora e ambiental, além da falta de segurança para os foliões. É importante que seja realizado estudo para identificação de um local mais adequado para o evento. Já o Natal em Natal necessita de melhor estruturação para se consolidar como um grande evento da cidade, uma vez, que tem potencial para ser um evento de atração turística. O projeto Natal em Natal também inclui o Carnatal, a cidade não tem necessariamente um local definido para os eventos do projeto, porém a maioria acontece nas praias de Ponta Negra (Zona Sul), do Meio (Zona Leste) e Redinha (Zona Norte), e também acontecia no antigo estádio Machadão. É durante esse período que acontecem às comemorações do aniversário da cidade, em 25 de dezembro. Outro evento é o Encontro Natalense de Escritores realizado desde 2006, que visa reunir nomes da literatura do estado e de outras partes do país e do mundo. Também é realizado o Auto do Natal que é uma grande peça ao ar livre que encena o nascimento de Jesus Cristo, e a Festa de Reis, comemorada no dia de Santos Reis, 06 de janeiro, no bairro que traz o seu nome, que reúne missas, novenas, procissão, apresentações de grupos folclóricos, barracas e comidas típicas no dia de Santos Reis, encerrando o Natal em Natal. Desde 2011 foi lançado o projeto Agosto da Alegria, pelo Governo do Estado, evento cultural que vem atraindo cada vez mais um maior número de participantes, tanto morador como turistas. Durante o "Agosto da Alegria" várias linguagens artísticas têm o seu espaço. São apresentadas manifestações de Folclore e Brincantes; Parafolclóricas; Artesanato; Gastronomia; Estudos Acadêmicos; Publicações; Áudio e Artes Visuais; Cultura AfroBrasileira; Cinema e Música. Além de valorizar o folclore e a cultura popular, o "Agosto da Alegria" também tem como objetivo de ser um evento capaz oferecer lazer cultural para o turista num período de baixa estação. Os turistas que participam dos eventos em Natal aproveitam a oportunidade também para desfrutar das praias da cidade, fazer passeios de buggy, bem como apreciar a gastronomia local e o artesanato potiguar. Praias Urbanas São apreciadas pelos turistas e população local. Apresentam estrutura com equipamentos de hospedagem e alimentação. São compostas pelas praias: da Redinha, Praia do Forte, Praia do Meio, Praia dos Artistas, Praia de Areia Preta e Praia de Miami. Na área estão localizados importantes equipamentos de comercialização de artesanato para o turismo. Os passeios de buggies são o grande diferencial para os turistas, que além de conhecerem quase todas as praias urbanas, têm a oportunidade de ir a diversos destinos do litoral do estado. As praias são importantes produtos do segmento sol e mar, mas, necessitam de investimentos para melhoria de infraestrutura para sanar problemas como falta de estacionamento, sinalização turística, mobilidade urbana, acessibilidade e sujeira nas praias. Além disso, sofre limitações para sua revitalização impostas pelo Plano Diretor da cidade. É preciso pensar em um projeto de reurbanização e revitalização da área, de modo que propicie a vinda de novos investimentos privados para aquele espaço, principalmente alternativas de lazer para os turistas e a população local. A questão da violência urbana, provocando insegurança nas áreas, demanda atenção específica. 188 Vale ressaltar também que o projeto da ponte Newton Navarro não foi totalmente concluído do lado da Redinha, faltando construir os acessos daquele lado e fazer a urbanização previstos no projeto. Como resultado dos estudos do diagnóstico, a questão da melhoria da infraestrutura urbana e de apoio ao turismo foi um dos aspectos mais ressaltados para o desenvolvimento turístico, uma vez que muitos problemas são comuns à maioria dos atrativos. Tais problemas foram identificados tanto pelos consultores como também na opinião dos gestores públicos e da comunidade, sendo também identificados na análise da Matriz SWOT. Para definição da importância dos atrativos e recursos, no diagnóstico foi realizada a classificação dos produtos turísticos, determinando o seu grau de importância no quadro geral da região, sendo possível estabelecer prioridades para a escolha e a tomada de decisões para os governantes e empreendedores do Município. Para isso, foi utilizada a metodologia do modelo de Ruschmann Consultores. Neste modelo, são determinados: potencial de atratividade, critérios de hierarquização e critérios de priorização, a partir dos quais irá se calcular o Potencial de Implantação do produto turístico. 3.7. VALORAÇÃO PONDERADA DOS PRODUTOS TURÍSTICOS OU TIPOS/ SEGMENTOS DE TURISMO ATUAIS E POTENCIAIS EM RELAÇÃO AOS MERCADOSMETA Os atrativos turísticos de Natal foram estudados e analisados e após discussão técnica foram selecionados 06 produtos turísticos principais, escolhidos por serem produtos comercializados e por seu poder de agregar outros atrativos/produtos. Assim, serão delimitadas variáveis para classificação dos produtos turísticos, determinando o seu grau de importância no quadro geral da região, sendo possível estabelecer prioridades para a escolha e a tomada de decisões para os governantes e empreendedores do Município. Para isso, a metodologia utilizada para a classificação tomou como base o modelo de Ruschmann Consultores utilizado no PDITS do Polo Costa do Sol (CE) com algumas adaptações feitas pela START Consultoria. Neste modelo, são determinados: potencial de atratividade, critérios de hierarquização e critérios de priorização, a partir dos quais irá se calcular o Potencial de Implantação do produto turístico. a) Potencial de atratividade (a): Consideram-se as características de peculiaridade e o interesse que o elemento pode despertar nos turistas. Atribui-se um valor quantitativo a suas características, estabelecendo uma ordem quantitativa para priorizar seu desenvolvimento para o turismo. É importante ressaltar que nessa escala encontram-se classificados atrativos de diferentes naturezas, e que, portanto, podem ter potencial de atratividade ligado a diferentes fatores, como beleza cênica, importância histórica, qualidade dos artefatos à venda e outros. Conforme Ruschamnn Consultores (2002, p. 198) a Organização Mundial do Turismo (OMT), em conjunto com a CICATUR, estabeleceu uma tabela de hierarquia que classifica os atrativos da seguinte forma: 189 Quadro 30 - Classificação de Hierarquias Hierarquia Características 3 É todo atrativo turístico excepcional e de grande interesse, com significação para o mercado turístico internacional, capaz de, por si só, motivar importantes correntes de visitantes, atuais ou potenciais. 2 Atrativos com aspectos excepcionais em um país, capazes de motivar uma corrente atual ou potencial de visitantes dos mercados internos e externos, seja por si só ou em conjunto com outros atrativos contíguos. 1 Atrativos com algum aspecto expressivo, capazes de interessar visitantes oriundos de lugares distantes, dos mercados internos e externos, que tenham chegado à área por outras motivações turísticas ou de motivar correntes turísticas locais (atuais ou potenciais). 0 Atrativos sem mérito suficiente para serem incluídos nas hierarquias superiores, mas que formam parte do patrimônio turístico como elementos que podem complementar outros de maior hierarquia, no desenvolvimento e funcionamento de quaisquer das unidades do espaço turístico que, em geral, podem motivar correntes turísticas locais, em particular a demanda de recreação popular. Fonte: Ruschmann Consultores, 2001. b) Critérios de hierarquização: são aqueles que permitem classificar cada atrativo, de acordo com uma escala preestabelecida e assim fornecer subsídios para a diferenciação objetiva de suas características e dos graus de importância entre eles. Grau de uso atual (b): permite analisar o volume de fluxo turístico efetivo na atualidade e sua importância dentro do Município e da área turística. Difere do grau de interesse por representar a situação atual ao invés da potencial. Um alto grau de uso indica que o atrativo apresenta uma utilização turística efetiva, enquanto o menor grau representa os recursos turísticos. Representatividade (c) fundamenta-se na singularidade ou raridade do atrativo dentro da área turística. Quanto mais se assemelhar a outros atrativos da área turística, menos interessante ou prioritário é. Deve-se considerar não apenas o número de elementos de uma mesma categoria de atrativos, mas também a homogeneidade desse grupo. Apoio local e comunitário (d): permite analisar o grau de interesse da comunidade local para o desenvolvimento e disponibilidade ao público, a partir da opinião de seus líderes. Na área não foram encontradas grandes variações neste item, sendo que as variações existentes apresentam uma gradação extremamente tênue. a) Critérios de priorização: permitem entender os diferentes fatores que podem determinar a urgência ou não da sua implantação como atrativo turístico, de acordo com os seguintes itens: Acessibilidade (e): facilidade de acesso apresentada por cada um dos elementos turísticos. Um elemento de fácil acesso apresenta um maior potencial para a 190 atividade turística tradicional. Entretanto, ressalta-se que, para o segmento de ecoturismo, muitas vezes o difícil acesso acaba por constituir-se como um fator positivo. Além disso, um atrativo tradicional com um alto grau de interesse, porém com acessibilidade precária deve ter seu acesso melhorado a fim de gerar um fluxo turístico efetivo. Condições receptivas (f): analisa a infra-estrutura receptiva instalada no atrativo e em seu entorno, levando em conta elementos como banheiros públicos, serviços de alimentação e hospedagem, estacionamento e outros. Atrativos com um alto grau de interesse e condições receptivas precárias são prioritários para ações de implantação de infraestrutura. Fragilidade (g): valoriza a capacidade de suporte das pressões de visitação, ou seja, quanto menos frágil o elemento em relação à visitação, mais interessante será para seu desenvolvimento turístico; quanto mais frágil, maiores serão os obstáculos para sua incorporação ao turismo. 191 Quadro 31 - Valoração dos critérios de hierarquização e priorização. Critérios Nenhum Baixo, pequena Atratividade De Hierarquização 1 Grau de Uso Atual (b) Fluxo Turístico Insignificante Representatividade (c) - Apoio Local e Comunitário (d) - De Priorização Potencial de Atratividade (a) Valores 0 Pouco intenso, pequeno fluxo Elemento bastante comum Apoiado por uma pequena parte da comunidade Acessibilidade (e) - Boa acessibilidade Condições Receptivas (f) - Estrutura adequada Fragilidades (h) - Elemento pouco frágil 2 Médio, Atratividade Mediana Média intensidade e fluxo Pequeno grupo de elementos similares Médio apoio Existente, porém apresenta problemas Estrutura existente, porém insatisfatória Elemento de fragilidade mediana 3 Alto, grande Atratividade Muito intenso, grande fluxo Elemento singular, raro Apoiado por boa parte da comunidade Condições precárias Sem estrutura Elemento frágil Fonte: Ruschmann Consultores, 2002. Para a montagem do sistema de classificação e hierarquização proposto foram atribuídos os seguintes valores para os índices primários elencados no item anterior, melhor explicitado abaixo. Aplicando-se essa valoração aos produtos turísticos listados em Natal chegou-se a seguinte tabela. 192 Tabela 44 - Classificação dos Principais Produtos Turísticos em Natal. Potencial de atratividade (a) Grau de uso atual (b) Representatividade (c) Apoio local e Comunitário (d) Acessibilidade (e) Condições Receptivas (f) Fragilidade (g) Ponta Negra 3 3 3 3 2 1 3 Via Costeira 3 3 1 2 1 1 2 Corredor cultural 1 1 1 1 3 2 1 Rio Potengi/Por do Sol 1 1 1 1 2 2 3 Eventos em Natal 2 3 1 1 1 3 1 Praias Urbanas 1 3 1 1 1 2 2 Produto/Atrativo 193 A partir da valoração das variáveis de cada produto turístico foi montado um ranking que expressa à ordem de importância dos produtos e que pode servir como sinalizador de prioridades de investimentos a serem realizados na AT de Natal. Índice de Hierarquia: Analisa a importância de um determinado atrativo ou recurso para a atividade turística no Município. Quanto maior o valor numérico atribuído, maior a importância do elemento. É calculado pela soma das quatro variáveis de hierarquia (IH = b + c + d). Índice de Priorização: Indica o grau de prioridade de ações de conservação, estruturação do acesso, das condições receptivas e relativas à fragilidade. O maior valor indica aqueles de maior necessidade de intervenções. Calcula-se a partir da multiplicação das variáveis de priorização (IP = e x f x g). Índice de Implantação: É um número arbitrário obtido da multiplicação direta dos índices de Hierarquização, Priorização e do Potencial de Atratividade. Avalia a prioridade de intervenção segundo a importância do atrativo, sendo que aqueles de maior importância e prioridade ocupam as primeiras posições (I = a x IH x IP). Tabela 45 - Índices dos Produtos Turísticos – Natal. Potencial de atratividade (a) Índice de Hierarquia (IH) (b+c+d) Índice de Prioridade (IP) (e x f x g) Índice de Implantação (I) (a x IH x IP) Ranking Ponta Negra 3 9 6 162 1 Via Costeira 3 6 2 36 2 Rio Potengi/Por do Sol 1 3 12 36 2 Eventos em Natal 2 5 3 30 3 Praias Urbanas 1 5 4 20 4 Corredor cultural 1 3 6 18 5 Produto Fonte: START Consultoria, 2013. O cálculo do Índice de Implantação advém da multiplicação de outros três, sendo mostrado na tabela acima. Esta categorização resume, sob a ótica estrita dos produtos turísticos, a prioridade de investimentos a serem realizados em Natal, portanto, podendo servir como base e referência para a hierarquização das ações e projetos a serem desenvolvidos em etapas posteriores. É importante frisar que no topo ficaram os atrativos mais frágeis e que precisam de investimentos para seu melhor aproveitamento turístico. Vale destacar que no ranking ficaram os produtos mais importantes, e que ao mesmo tempo em que apresentam fragilidades, precisam de investimentos para seu melhor aproveitamento. A primeira colocação foi para Ponta Negra, grande cartão postal de Natal, mas que a ação do mar está provocando sérios problemas de erosão costeira com destruição do calçadão, dificultando a mobilidade dos turistas, banhistas, comerciantes e frequentadores da praia. Em função disso houve a elevação do seu índice de implantação. Em seguida, apresentaram o mesmo índice os produtos da Via Costeira e Rio Potengi, que precisam de implantação de ações importantes para que possam ser mais bem aproveitados turisticamente e, contribuírem de maneira positiva para o desenvolvimento turístico de Natal, uma vez que esses produtos possuem boas condições receptivas. Seguindo o ranking, aparece o produto Eventos em Natal, que tem o Carnatal como 194 importante evento consolidado no calendário turístico de Natal, que apresenta o alto grau de uso, como também condições receptivas positivas, seguido do Natal em Natal. Depois, ficou o produto Praias Urbanas que é um atrativo de grande significado para o segmento de sol e mar, mas, que por não terem alto índice de representatividade e nem de potencial de atratividade, apresentou um ranking mais baixo. Contudo, o produto necessita da realização de ações e projetos que melhore sua infraestrutura. Por último, o produto Corredor Cultural que apresenta forte potencial para ser desenvolvido, mas que demanda ações de melhoria estruturantes para sua comercialização. No PDITS do Polo Costa das Dunas e em outros programas governamentais estão previstos a captação de recursos federais para investimento em diversos projetos. 3.8. IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS DE INTERVENÇÃO, EM CADA PRODUTO E DOS ATORES LOCAIS QUE SERÁ NECESSÁRIO MOBILIZAR Natal apresenta áreas críticas que precisam de intervenção, conforme a classificação obtida na metodologia utilizada para calcular a valoração ponderada dos produtos turísticos. O Produto Ponta Negra como o mais importante elemento da oferta turística tem sido nos últimos anos alvo de uma relação conflituosa entre o uso econômico do espaço e a preservação dos seus recursos ambientais, no caso a praia. Com a força das marés altas o calçadão da praia de Ponta Negra foi destruído em 12 pontos, ao longo dos 2,5 km do passeio, causando inúmeros prejuízos para a atividade turística, pelo afastamento do turista da principal área de lazer da cidade e do reflexo desse distanciamento nas receitas de toda a cadeia produtiva do setor. A solução do problema apontava para uma simples reforma e manutenção das estruturas urbanísticas da orla, porém o Ministério Público Estadual entendeu que haveria a necessidade de uma perícia para elaboração de um laudo técnico para apontar as soluções emergenciais e definitivas para conter a erosão costeira. Após quase um ano de discussão os trabalhos de recuperação foram iniciados em abril, após a emissão da ordem de serviço, em 10 de abril de 2013. A medida é emergencial de recuperação, mas um rol de soluções ainda deverá ser apontado com sugestões que a perícia do Ministério Público deverá identificar para a praia. O projeto inclui a recuperação do calçadão, mas os trabalhos de contenção do avanço do mar e sua execução se basearão nas instruções do órgão ambiental competente, também considerando soluções a serem apontadas pelo Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, e que serão executadas com recursos do Ministério da Integração Nacional. Algumas dificuldades em se criar novas estruturas voltadas para o turismo passam pelo exemplo prático da ideia de se implantar uma marina em Natal, para estruturar o turismo náutico, como uma alternativa para atrair um novo segmento de turistas com um poder aquisitivo mais elevado. Há mais de 8 anos que se discute essa ideia que depende para a sua implantação da regulamentação da Zona de Proteção Ambiental 07, localizada próxima ao Forte dos Reis Magos e na foz do rio Potengi. O projeto de Lei de regulamentação da ZPA 07 foi encaminhado à Câmara Municipal em 2007, na gestão do Prefeito Carlos Eduardo, em seu texto a atividade da marina era passível de implantação. O projeto foi retirado da Câmara Municipal pela nova gestora do município, em 2009, solicitando um novo estudo da equipe da SEMURB como base para a regulamentação da área. Nesse ínterim, o 195 Ministério Público Estadual, através da Promotoria do Meio Ambiente fez alguns questionamentos ao projeto de Lei, solicitando uma perícia de professores da UFRN para elaboração de laudo técnico para definição dos usos e ocupação da área. O resultado dos dois estudos SEMURB e perícia contratada pelo Ministério Público Estadual inviabilizaram a implantação de uma marina na ZPA 07. Contudo, ficou evidenciado nos dois estudos sérias inconsistências quando não se considerou a dimensão socioeconômica nas análises, apenas a vertente ambiental. A regulamentação da ZPA 07 continua em discussão e a proposta da nova gestão municipal é favorável a implantação da marina, inclusive investidores estão vindo a Natal para demonstrar interesse no equipamento. Considerando os 05 componentes de planejamento do PRODETUR Nacional para a definição das estratégias de desenvolvimento turístico pode-se resumir os problemas do turismo da AT de Natal da seguinte forma: Produto Turístico: ausência de novas estruturas para modernizar o destino Natal, baixa qualidade dos serviços turísticos; insuficiência de qualificação profissional para os empregados do setor turístico; malha aérea com pequena oferta de voos, entre outros.. Comercialização: pequena inserção dos produtos turísticos de Natal na mídia nacional e internacional, com pouca divulgação dos eventos realizados na cidade, além de ações promocionais tradicionais que não incorporam inovações tecnológicas. Fortalecimento Institucional: inclui a ausência de um plano municipal de turismo, necessidade de reestruturação organizacional do órgão municipal de turismo, que tem baixa capacidade técnica e administrativa de funcionamento; baixo monitoramento da atividade turística; falta de dados estatísticos; e, inexistência de inventário turístico. Infraestrutura e Serviços Básicos: sinalização turística inadequada; falta de acessibilidade aos deficientes e pessoas com mobilidade reduzida; limpeza precária dos atrativos com inexistência de equipamentos adequados para colocação de lixo; precária manutenção de monumentos e atrativos turísticos; infraestrutura das orlas das praias e do rio deterioradas; inexistência de espaços para realização de grandes eventos; estruturas de recepção aos turistas insuficientes, terminal rodoviário deficiente nos itens segurança e conforto. Gestão Ambiental: necessidade de revisão da legislação municipal, para compatibilizá-la com o ritmo de crescimento da cidade, falta de regulamentação de normativas, falta de pesquisas e discussões participativas pautadas mais abrangentes e multidisciplinar, falta de comunicação entre as próprias instâncias municipais, e também as estaduais e federais, para consagrar uma política ambiental em comum e, ausência ações de educação ambiental. Como se pode perceber pelos relatos acima os projetos para estruturação e implantação de novos produtos turísticos na cidade sofrem a interferência de vários atores, tendo na participação do Ministério Público papel de liderança na definição das ações e projetos públicos. Esse tem sido um sério problema na condução da política de turismo da cidade e na relação turismo e meio ambiente. O entendimento de sustentabilidade que tem 196 prevalecido é o da preservação ambiental e não de uma relação sustentável (conforme estudos científicos) entre turismo e meio ambiente, considerando ser o turismo a principal atividade econômica da cidade. 3.9. POSIÇÃO ATUAL DA ÁREA POSICIONAMENTO POTENCIAL NO MERCADO TURÍSTICO VERSUS SEU Nos últimos anos o turismo tem sido apresentado como uma alternativa de desenvolvimento social e econômico para determinadas regiões, fato que também acontece em Natal. Em levantamento de dados secundários pode-se situar o RN em relação a alguns indicadores socioeconômicos com os seus competidores diretos, aqui definidos pelos estados do Ceará (CE), Pernambuco (PE), Paraíba (PB), Bahia (BA) e Santa Catarina (SC), uma vez que são competidores fortes na tipologia Sol e Praia. Percebe-se que nos últimos anos Natal vem perdendo espaço para seus concorrentes diretos, que estão situados no Nordeste. Apesar da inexistência de indicadores para comprovar essa afirmativa, observa-se que Pernambuco, Ceará e a Paraíba apresentam uma situação melhor que a do Rio Grande do Norte, no item novos produtos turísticos. Alcançar um posicionamento turístico da Área Turística requer, sobretudo, a consolidação da imagem do destino. Isto implica em um direcionamento da divulgação para que o público consumidor construa uma imagem sólida e única sobre Natal como destino turístico. Assim, para que se atinja esse objetivo a divulgação da Área Turística deve considerar os seguintes aspectos: • ser reconhecida como produto turístico diversificado e de qualidade, capaz de satisfazer os segmentos-meta, ofertando outros produtos além do sol e mar; • estruturar novos produtos turísticos através do aproveitamento sustentável dos atrativos naturais, como a exploração do turismo náutico; • incrementar o setor de captação de eventos para minimizar os efeitos da sazonalidade; • destacar a diversidade histórico-cultural como um produto complementar a oferta de sol e mar. No entanto, nos últimos anos o turismo no Rio Grande do Norte não tem recebido por parte do poder público a atenção que a atividade merece. Um exemplo claro dessa negligência é a não contratação do empréstimo com o BID das ações previstas nos PDITS de 2011 dos Polos Costa das Dunas, Seridó e Costa Branca. Sem investimentos não há resposta positiva do setor e com isso os destinos turísticos, como é o caso de Natal, vão envelhecendo, pela ausência de novos produtos e perdendo espaço para os seus concorrentes. 197 4. MATRIZ SWOT A análise SWOT é uma técnica de planejamento estratégico que identifica e cruza os Pontos Fortes (Strength), Pontos Fracos (Weaknessess), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats) de um determinado elemento. Aspectos próprios do elemento analisado fazem parte do Ambiente Interno (Pontos Fortes e Fracos), enquanto na análise do Ambiente Externo, o foco é o ambiente no qual ele se encontra (Oportunidades e Ameaças). Essa metodologia possibilita o cruzamento das quatro categorias de informação, resultando em estratégias a serem seguidas a fim de conseguir o sucesso do elemento analisado. Quadro 32 - Matriz SWOT AMBIENTE INTERNO AO MUNICÍPIO Oportunidades (O) AMBIENTE EXTERNO AO MUNICÍPIO Pontos Fortes (S) Pontos Fracos (W) DESENVOLVIMENTO CRESCIMENTO As estratégias objetivam otimizar e maximizar os pontos fortes e aproveitar as oportunidades existentes. MANUTENÇÃO Ameaças (T) As estratégias objetivam reconhecer os riscos externos e ponderar seu impacto nos pontos fortes em médio prazo. As estratégias objetivam minimizar ou reestruturar os pontos fracos a partir de algumas oportunidades setoriais que existam. SOBREVIVÊNCIA As estratégias objetivam identificar a pouca eficácia de determinadas ações e contornar os pontos fracos que possuem ameaças presentes. Fonte: START - Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda., 2013. Do cruzamento do quadrante, originam-se: Estratégias S-O (Desenvolvimento): perseguem oportunidades que são boas para fortalecer os pontos fortes; Estratégias W-O (Crescimento): ultrapassam as fraquezas para atingirem oportunidades; Estratégias S-T (Manutenção): usar os pontos fortes para reduzir a vulnerabilidade às ameaças externas; Estratégias W-T (Sobrevivência): estabelecer um plano defensivo para prevenir que os pontos fracos sejam susceptíveis às ameaças externas. 198 Quadro 33 - Análise SWOT – Estratégia de Produto Turístico – Produto Natal. PONTOS FORTES PRODUTO TURÍSTICO PRODUTO NATAL OPORTUNIDADES - Natal como sede da Copa do Mundo de 2014; - Existência de recursos públicos para investimentos em turismo e cultura; - Oscilação dos preços de passagens aéreas nacionais; - Conclusão da duplicação da BR101; - Crescimento do fluxo turístico regional. AMEAÇAS - As condições de Natal para sediar a Copa do Mundo de 2014; - Degradação dos atrativos naturais e histórico-culturais; - Destinos nordestinos oferecem produtos similares; - Valorização do Real; - Preços das passagens aéreas internacionais; - Dificuldade de voos diretos chegando e saindo de Natal; - Diminuição do fluxo turístico internacional. - Atrativos e produtos turísticos consolidados, nacional e internacionalmente; - Existência de espaços verdes, ainda pouco aproveitados (Parque das Dunas); - Potencial para turismo náutico, cultural e de aventura; - Turismo de sol e mar desenvolvido; - Eventos em Natal. PONTOS FRACOS - Baixo aproveitamento do potencial turístico do patrimônio histórico-cultural; - Corredor Cultural e demais atrativos culturais desvinculados da política de turismo; - Falta de infraestrutura adequada para o desenvolvimento de turismo cultural e náutico; - Esportes náuticos praticados pontualmente; - Ocorrência de prostituição e uso de drogas; - Poucas opções de lazer noturno; - Pequena estrutura do Natal em Natal; Localização do Carnatal dificultando a mobilidade urbana; - Ausência de novos projetos estruturantes para as orlas marítimas e do rio; - Praias e demais atrativos com limpeza inadequada e ocupação desordenada; - Sazonalidade do fluxo turístico. - Estruturar ações para maior aproveitamento do patrimônio histórico-cultural para fins turísticos; - Estimular a utilização da temática da II Guerra Mundial como produto turístico cultural; - Incentivar a utilização sustentável dos espaços verdes pelo turismo; - Estruturar ações para aproveitamento do potencial náutico. - Promoção e utilização do patrimônio histórico-cultural como oferta complementar ao turismo de sol e praia; - Elaboração de estudos e projetos que potencializem o turismo náutico no destino Natal; - Desenvolvimento de ações educativas e culturais para o combate às drogas; - Limpeza regular das praias e fiscalização das áreas públicas. - Prioridade para as ações que diferenciem o destino turístico dos concorrentes nordestinos e atraiam turistas de maior poder aquisitivo. - Incentivo ao planejamento estratégico e a gestão sustentável do turismo, com aproveitamento das orlas marítimas e do rio. Fonte: START - Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda., 2013. 199 Quadro 34 - Análise SWOT – Estratégia de Produto Turístico – Infraestrutura de Apoio ao Turismo e Serviços PONTOS FORTES Produto Turístico INFRAESTRUTURA DE APOIO AO TURISMO E SERVIÇOS OPORTUNIDADES - Natal como sede da Copa 2014; - Existência de recursos públicos para investimentos em turismo; - Existência de linhas de financiamento para empreendimentos turísticos; - Interesse da população em se inserir na atividade turística; - Regulamentação da Lei Geral do Turismo. AMEAÇAS - As condições de Natal para sediar a Copa do Mundo de 2014; - Crescimento do número de empresas turísticas de baixa qualidade; - Alto índice de fechamento de empresas. PONTOS FRACOS - Ampla oferta de equipamentos de hospedagem e alimentação; - Existência de centros de capacitação profissional e empresarial; - Gastronomia e artesanato como fonte de atratividade; - Centro de Convenções bem localizado; - Potencialidade para o turismo de eventos; - Passeio de buggy. - Demora no início das obras de mobilidade urbana prevista para a Copa de 2014; - Falta de infraestrutura adequada e de integração de atrativos do corredor históricocultural para a realização do turismo cultural; - Centro de Convenções com problemas de estacionamento e de acesso inadequado; - Falta de infraestrutura urbana e de segurança e de apoio ao turista (sanitários, lixeiras, etc.) na orla e em outros produtos turísticos; - Postos de atendimento ao turista insuficientes e desestruturados; - Sinalização turística deficiente e insuficiente; - Baixos níveis de capacitação profissional; - Necessidade de equipamento para receber eventos de grande porte; - Produtos com pequena qualificação turística. - Incentivo às ações para maior aproveitamento do Corredor Cultural de Natal; - Desenvolvimento de política de incentivo à instalação de empreendimentos turísticos; - Incentivo ao cadastramento de empresas turísticas no CADASTUR. - Investimentos na ampliação da sinalização turística e interpretativa de atrativos; - Desenvolvimentos de ações para a implantação do sistema de informações integrado em rede e a reestruturação e criação de postos de informação turística; - Intensificação dos programas de capacitação profissional dos agentes do turismo e da população local; - Fortalecimento do empreendedorismo local por meio de capacitação empresarial; - Requalificação dos produtos turísticos; - Melhoria da infraestrutura turística de segurança. - Incentivo à ampliação da oferta de cursos de capacitação profissional e empresarial. - Desenvolvimento de uma política de incentivo às pequenas empresas e cooperativas; - Criação de mecanismos de certificação da qualidade dos cursos oferecidos. Fonte: START - Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda., 2013. 200 Quadro 35 - Análise SWOT – Estratégia de Comercialização. PONTOS FORTES - Natal possui divulgação nacional e internacional; - Realização do Salão de Turismo Rota 101; - Proximidades com demais capitais do Nordeste; PONTOS FRACOS - Ações de promoção turística desarticuladas e descontínuas; - Inexistência de marca que identifique o destino Natal; - Falta de segmentação na promoção e comercialização turística; - Investimentos de promoção priorizam o mercado internacional em detrimento do nacional, embora este seja o que mais gera fluxo para o destino Natal; - Site institucional defasado, sem informações específicas, voltado apenas para a divulgação da cidade; - Pequena avaliação dos resultados de divulgação e marketing; - Pequeno aproveitamento da localização estratégica da cidade. ESTRATÉGIA DE COMERCIALIZAÇÃO - Eventos reconhecidos turisticamente (Carnatal, Agosto da Alegria e Natal em Natal). OPORTUNIDADES - Copa do Mundo de 2014; - Fortalecimento das marcas já comercializadas, oferecendo novos produtos e serviços turísticos; - Elaboração e implantação do Plano de Marketing visando os mercados interno e externo; - Novas mídias para promoção turística; - Incentivo à utilização de outras mídias; - Aumento do fluxo turístico regional; - Promoção de ações para captação de turistas de classe A, visando o aumento do gasto turístico; - Vinculação das marcas existentes como um diferencial frente aos outros destinos nordestinos; - Posição Geográfica de Natal; - Desenvolvimento de um sistema de comercialização online. - Maior divulgação turística nos mercados emissores potenciais da região; - Duplicação da BR 101 - Incremento para as divulgações de marketing para o turismo terrestre. AMEAÇAS - Aumento da competitividade dos concorrentes; - Preços pouco competitivos em alguns serviços turísticos; - Dificuldade de voos diretos chegando e saindo de Natal; - Destinos nordestinos com planejamento de marketing mais avançado; - Enfoque nas características ambientais e culturais nas ações de promoção e divulgação para diferenciação de outros destinos litorâneos; - Priorização na promoção e divulgação segmentada por tipos de turismo, perfil do turista e mercado-alvo. - Incremento de participação em eventos de divulgação turística internacional; - Conscientização ambiental sobre as APAS. - Diminuição do fluxo turístico internacional. Fonte: START - Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda., 2013. 201 Quadro 36 - Análise SWOT – Fortalecimento Institucional. PONTOS FORTES ESTRATÉGIA FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL OPORTUNIDADES - Programa de Regionalização do Turismo (Mtur); - Plano Nacional de Turismo. - Existência de instrumentos de planejamento territorial e ambiental; - Existência de Órgão Oficial de Turismo com orçamento próprio; - Turismo entendido como importante setor da economia pelos gestores públicos. - Técnicos municipais pouco capacitados; - Número de técnicos efetivos insuficiente na equipe municipal; - Órgãos de turismo, cultura e meio ambiente pouco estruturados e desarticulados para o planejamento e a gestão do turismo e meio ambiente; - Desarticulação dos órgãos municipais na gestão da política de turismo; - Conselho municipal com pequena atuação; - Fundo de turismo sem operacionalização; - Inexistência de banco de dados e estatísticos municipal do turismo. - Fortalecimento da gestão municipal do turismo e meio ambiente, com base nas diretrizes federais de desenvolvimento da atividade. - Estruturação do órgão municipal de turismo com base em um plano de fortalecimento institucional; - Realização de estudos para definição de competências e perfil técnico; - Realização de concurso público; - Desenvolvimento de um sistema de informações turísticas em rede e com projeto integrado; - Realização de inventário Turístico da AT Natal; - Realização de pesquisa de demanda turística sistematizada. AMEAÇAS - Descontinuidade nas políticas públicas - Falta de articulação de planos setoriais de desenvolvimento cultural, turístico e de meio ambiente - Legislação urbanística e ambiental inibidora da estruturação de novos produtos turísticos - Desarticulação das ações dos órgãos estadual e municipal de turismo PONTOS FRACOS - Promoção da integração entre os planos setoriais de desenvolvimento cultural, turístico e de meio ambiente a partir da definição de uma política de governo - Capacitação dos gestores públicos e técnicos efetivos do turismo e meio ambiente - Definição de uma política de turismo compatível com a sua importância para a economia local - Promoção da revisão da legislação urbanística e ambiental, de modo a possibilitar novos investimentos no setor de turismo Fonte: START - Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda., 2013. 202 Quadro 37 - Análise SWOT – Infraestrutura e Serviços Básicos. ESTRATÉGIA DE INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS OPORTUNIDADES - Copa do Mundo de 2014 - Duplicação da BR-101 - Aeroporto de São Gonçalo do Amarante - Existência de recursos federais para investimentos em infraestrutura AMEAÇAS - Insuficiência de recursos para a conservação e manutenção da infraestrutura - Aumento da criminalidade nos períodos de alta estação - Degradação ambiental pela falta de saneamento PONTOS FORTES PONTOS FRACOS - Acessos principais entre os destinos em bom estado de conservação e manutenção - Facilidade de acesso AeroportoParque Hoteleiro - Qualidade cênica e paisagística urbana nos corredores turísticos - Índice de violência baixo se comparado a outras capitais - Aterro sanitário metropolitano - Estrutura precária da Companhia de Apoio ao turismo e existência de poucos postos policiais no litoral - Insuficiência da cobertura de saneamento básico da cidade - Terminal de passageiros desestruturado - Transporte público deficiente - Atrativos e produtos turísticos com acessibilidade precária - Sinalização Turística deficiente - Limpeza urbana da AT deficiente - Investimento em melhorias e na ampliação do sistema viário - Ampliação da segurança específica para o turismo - Elaboração de projetos para captação de recursos federais para a melhoria da infraestrutura básica - Incremento na acessibilidade dos atrativos e produtos turísticos como forma de qualificar o destino - Criação de novas formas de acesso para a área visando integração de atrativos turísticos - Incentivo à estruturação do terminal rodoviário - Melhoria no sistema de transporte público - Desenvolvimento de um programa permanente de conservação e manutenção da infraestrutura de acesso - Planejamento para a ampliação da segurança turística - Ampliação da cobertura de saneamento ambiental Fonte: START - Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda., 2013. 203 Quadro 38 - Análise SWOT – Gestão Ambiental PONTOS FORTES ESTRATÉGIA GESTÃO AMBIENTAL OPORTUNIDADES - Aumento da conscientização dos gestores e população sobre as questões ambientais - Maior interesse de turistas por destinos ambientalmente preservados - Existência do Programa Água Viva AMEAÇAS - Falta de controle da utilização dos recursos naturais - Ocupação desordenada em áreas ambientalmente frágeis PONTOS FRACOS - Existência do Código de Meio Ambiente - Existência de Unidades de Conservação - Sistema ambiental municipalizado - Baixa capacidade de fiscalização e monitoramento das áreas naturais frágeis - Ocupação desordenada das áreas de preservação ambiental - Balneabilidade da água de algumas praias - ZPAs não regulamentadas - Erosão costeira - Promoção da correta aplicação dos instrumentos de gestão ambiental - Incentivo aos programas de sensibilização e educação ambiental - Proposição de estudos para solucionar problemas com a erosão costeira - Minimização dos eventuais impactos ambientais - Regularização das ZPAs - Recuperação e manutenção das orlas. - Revisão dos Planos de Manejo - Intensificação na fiscalização e monitoramento das áreas naturais frágeis Fonte: START - Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda., 2013. 204 5. VALIDAÇÃO DA SELEÇÃO DA ÁREA TURÍSTICA 5.1. CARACTERÍSTICAS DE UMA ÁREA TURÍSTICA Entende-se por Área Turística um país, região ou estado, cidade ou lugar como um espaço geográfico determinado, com certas características de clima, raízes, infraestruturas e serviços próprios; com certa capacidade administrativa para desenvolver instrumentos comuns de planejamento; que adquire centralidade atraindo turistas mediante produtos perfeitamente estruturados e adaptados às satisfações buscadas, graças à valorização e ordenação dos atrativos disponíveis; dotado de uma marca que se comercializa tendo em conta seu caráter integral. (BUSTAMANTE, et alii, 2006, p.16) Com base nessa definição BUSTAMANTE, et alii, 2006, p. 15-16 estabelece que AT tem as seguintes características: Espaço geográfico homogêneo, com características comuns, capaz de suportar objetivos de planejamento. A área turística se pode associar a qualquer unidade territorial que tenha vocação de planejamento e possa dispor de certa capacidade administrativa. A unidade de gestão turística deve se configurar de acordo com suas características históricas, geográficas, antropológicas ou sociológicas, ou qualquer outro motivo de integração; Deve adquirir centralidade, isto é, deve ser um território que os viajantes tomem como objetivo de visita, pelo fato de se deslocar de seu local de origem constitui um elemento determinante da experiência turística; A partir dos atrativos e recursos disponíveis e valorizados, a AT deve apresentar uma oferta estruturada a serviço de determinadas satisfações dos clientes. A valorização dos atrativos e ativos de um lugar se ordena em função de algumas satisfações buscadas pelos clientes; Deve existir uma marca que se apresenta em forma de imagem atrativa que traduza a oferta, facilite sua identificação nos mercados e gere uma interação de afetos e sentimentos; Deve dotar-se de uma função de comercialização conjunta e, ainda é indispensável, de uma perspectiva institucional, a presença de cooperação institucional vertical em termos de marketing para todo o espaço geográfico do destino, articulada a partir de uma visão estratégica ou de um plano conjunto. (BUSTAMANTE, et alii, 2006, p.15-16). Considerando o conceito de área turística e suas características, bem como as informações contidas no diagnóstico, além dos objetivos gerais e específicos estabelecidos para a referida AT se procedeu a delimitação da AT de Natal, como pode ser observado na Figura abaixo. 205 Figura 56 - Áreas de Influência do Turismo em Natal Fonte: START Consultoria, 2013. 5.2. SELEÇÃO DA ÁREA TURÍSTICA No PDITS de Natal para a seleção da AT além da definição acima foram consideradas as diretrizes do Termo de Referência que afirma que o turismo não se distribui no território de forma homogênea ou aleatória. Portanto, a Área Turística foi preliminarmente selecionada considerando as recomendações técnicas que orientam que a referida Área seja definida respaldada por avaliações do seu potencial turístico e por considerar sua situação geográfica em relação ao estado e à região, contendo o limite dos municípios integrantes e adjacentes à área. A seleção da AT de Natal teve como base as informações e avaliações constantes no Diagnóstico Estratégico apresentado e validado pelo Conselho Municipal de Turismo, além de ter sido amplamente discutida em oficina específica para definição da abrangência da referida AT. Nesse contexto, foram consideradas as vantagens, potencialidades e dificuldades do território, levando-se em conta o cenário de desenvolvimento futuro que se deseja para a AT de Natal, em longo prazo. Durante a realização da oficina, alguns aspectos foram fundamentais e serviram de base para a definição da AT Natal: o potencial de sua orla marítima, com o fortalecimento do produto sol e mar; a ampliação da oferta de alternativas de um lazer náutico melhor estruturado, através de uma marina; e, espaços com infraestrutura adequada para realização de eventos culturais que complementem a competitividade do destino Natal. Na 206 ocasião, além das questões acima citadas, foram considerados os principais corredores de acessos que ligam os atrativos aos equipamentos turísticos. Esse aspecto dos corredores de acesso foi considerando e justificado nessa definição porque grande parte dos equipamentos turísticos localizam-se na Via Costeira e em Ponta Negra, sendo importante que as vias de acesso como a Av. Eng. Roberto Freire; Av. Senador Salgado Filho; Av. Hermes da Fonseca e Av. Prudente de Morais sejam inseridas na AT, pois são através delas que se tem acesso ao Parque das Dunas, ao Arena das Dunas (o estádio que está sendo construído para a Copa de 2014) e aos principais shoppings centers da cidade, que hoje são comprovadamente um local de grande fluxo de visitantes. O litoral de Natal configura-se pela diversidade de elementos naturais e culturais, que evidenciam seu potencial turístico. A proximidade dos atrativos turísticos da Área Turística caracteriza-se como uma vantagem competitiva, considerando o bom acesso existente, que possibilita opções tanto para o turismo de lazer como para o de negócios. Na área central, parte antiga da cidade destaca-se pela segmentação cultural, que não é tão bem aproveitada turisticamente, mas, que pode oferecer boa alternativa complementar ao turismo de sol e mar. Também são destacados os principais corredores de acesso que ligam a cidade à área turística. Diante disso, a AT de Natal está localizada na parte leste e central da cidade, a uma distância média de15 km do Aeroporto Internacional Augusto Severo, principal portão de entrada de turistas para a cidade. A área é composta por parte dos bairros de: Ponta Negra, Via Costeira, Redinha, Areia Preta, Petrópolis, Ribeira, Centro, Alecrim, Tirol, Lagoa Nova, apresentando uma dimensão aproximada de 34 km², o que corresponde a cerca de 20% do território natalense. 5.3. CRITÉRIOS PARA A JUSTIFICATIVA DA ÁREA TURÍSTICA A escolha da AT é justificada considerando a importância dos atrativos ou recursos turísticos existentes para o desenvolvimento do turismo local, uma vez que são estes a base do estímulo para a viagem. O real valor do potencial turístico de uma área não é medido somente pelo número de atrativos que contém, mas sim, principalmente, pela qualidade de sua oferta estruturada para satisfazer os consumidores turísticos, além da imagem atrativa que a área demonstre. Inicialmente a acessibilidade e conectividade foram os primeiros critérios considerados por serem aspectos essenciais para o deslocamento das pessoas, onde se considera a infraestrutura básica dos atrativos, bem como a possibilidade da conexão da área com outros destinos, através de circuitos e roteiros integrados, levando-se em conta o custo econômico ou o tempo de deslocamento dos mercados de origem dos turistas. O nível de uso atual ou potencial foi outro aspecto analisado que diz respeito a capacidade da AT suportar aumentos sucessivos de pressão turística, sem com isto sofrer deterioração notável de suas características naturais ou de seus valores culturais, isto é, na capacidade de suporte dos equipamentos, a degradação do meio ambiente ou a redução de qualidade da experiência turística. Para justificar a AT também foram consideradas as condições físicas e serviços básicos oferecidos, tanto aos turistas como à sua população, composta por elementos como 207 drenagem, abastecimento de água, sistema de esgotamento sanitário, iluminação pública, segurança, que são essenciais também para a atração de investidores na construção de equipamentos turísticos. O turismo para ter um desenvolvimento sustentável precisa dispor de órgão público capaz de coordenar a atividade mediante a existência de uma política de turismo que tenha como referencial o planejamento e a gestão sustentáveis dos seus recursos. Isto é, deve-se considerar ainda nessa seleção da AT o quadro institucional e aspectos legais que poderão potencializar ou limitar o seu desenvolvimento. 5.4. JUSTIFICATIVA DA SELEÇÃO DA ÁREA TURÍSTICA Após analisar os aspectos de infraestrutura em conjunto com os dados sobre o turismo e o que se entende por Área Turística é possível definir e justificar a escolha da Área Turística de Natal - aquele território apto a receber investimentos, ações e projetos de desenvolvimento do turismo. A área escolhida se constitui de um espaço geográfico com certas características comuns de clima, história, infraestruturas, oferta comum de produtos e serviços turísticos, além de ser possuidora de um grande leque de facilidades para seus visitantes que potencializam a sua experiência turística. Essa escolha responde fortemente a uma série de fatores inter-relacionados, discutidos acima, cuja importância está relacionada aos tipos de turismo (sol e mar, náutico, cultural, de eventos, e de aventura/natureza.) que se deseja priorizar e desenvolver e da escala com a qual se defina como a mais adequada para a localidade. Assim, foram considerados: a importância dos atrativos ou recursos turísticos; acessibilidade e conectividade, serviços básicos; nível de uso e potencial, condições físicas e serviços, quadro institucional e aspectos legais, como itens necessários para justificar a seleção da área. Portanto, a Área Turística objeto deste PDITS corresponde ao espaço geográfico onde a prática turística acontece. É a partir e dentro desse espaço que a atividade turística de Natal se realiza, ou seja, é produzida e com capacidade de distribuição para os demais destinos do estado do Rio Grande do Norte. Ao levar em consideração a importância dos atrativos turísticos o diagnóstico apontou que a oferta turística de Natal está muito vinculada aos seus recursos naturais, a praia e o rio, seguida dos elementos culturais, eventos programados, entre outros. Assim, os investimentos necessários poderão qualificar o produto turístico existente e potencializar a sua diversificação, atraindo novos investidores privados no momento de implantação de ações inovadoras e estruturantes. Vale ressaltar que é importante a implantação de ações com o objetivo de diversificar o produto turístico, visando atrair um maior número de turistas para diminuir a sazonalidade, bem como um turista com maior poder aquisitivo. Um outro elemento é a capacidade de acessibilidade e conectividade dentro da AT Conforme os dados colhidos no diagnóstico, a oferta turística de Natal possui uma excelente proximidade geográfica, não havendo grandes distâncias no deslocamento dos visitantes tanto para se visitar os atrativos como para consumir produtos os serviços turísticos. Além disso, a infraestrutura básica e de apoio turístico no espaço em que a AT se localiza é de boa qualidade, incluindo os acessos. O principal portão de entrada é o Aeroporto 208 Internacional Augusto Severo, que fica a uma distância média de 15 km do parque hoteleiro e dos principais atrativos. Em termos de “singularidade dos recursos” Natal dispõe de uma associação perfeita belas praias e dunas, que se constituem no grande fator de atratividade do turismo de sol e mar. Além disso, Natal dispõe de um grande atrativo de interesse turístico que representa um diferencial em relação a outros destinos que ofertam o sol e praia – é o passeio de buggy. A esses elementos já consolidados no imaginário turístico da cidade podem agregar outros recursos que a cidade tem potencial para oferecer aos seus visitantes. Tal potencial será descrito em ações do planejamento estratégico com o intuito de criar novos produtos que podem estimular novos nichos de mercado. A formatação de produtos não depende apenas do poder público, mas sem dúvida, é dele o papel de indutor de novos negócios, atraindo a iniciativa privada a investir na atividade. Constam do leque de estratégias para o desenvolvimento turístico ações que serão alternativas capazes de impulsionar práticas inovadoras para o turismo da cidade com novos nichos de mercado. São elas: Turismo Náutico, Eventos, Cultural entre outros. É importante ressaltar, que embora o Turismo de Sol e Praia seja o segmento de maior expressão, ele favorece que outros produtos turísticos complementem e enriqueçam a experiência turística. No que tange à gestão do turismo, ou seja, o quadro legal e os aspectos legais, foi identificado no diagnóstico como um aspecto que é preciso de atenção governamental no sentido do fortalecimento dos órgãos gestores de turismo, tanto em nível estadual quanto municipal, para que possam exercer plenamente o seu papel, criando políticas e projetos de desenvolvimento, etc. Nesse âmbito, o Conselho Municipal de Turismo – CONETUR que deve ser uma importante instância de debate e planejamento entre os vários atores que integram a cadeia turística, uma vez que é um fórum democrático, soberano deve voltar a funcionar regularmente para cumprir com suas reais atribuições - um espaço sistematizado para o planejamento, a deliberação e a viabilização de ações. Também vale destacar que Natal é integrante do Polo Costa das Dunas que possui o Conselho Regional de Turismo ativo. O órgão municipal de turismo também é membro do Conselho Estadual de Turismo – CONETUR. Diante de importantes instâncias de governança voltadas a discussão de ações para a atividade turística, constata-se que existe um bom grau de integração entre os diversos agentes institucionais, das esferas públicas, como também com a iniciativa privada. Nas atividades desenvolvidas pelo setor privado, por força da necessidade de parceria entre os diversos setores da cadeia produtiva existe um grau de integração bem mais estruturado. Pelo Diagnóstico Estratégico elaborado não foi detectado a presença de áreas discrepantes ou com impedimentos que impossibilitem a sua participação na Área Turística de Natal. O que existe são espaços naturais com dinâmicas que necessitam serem consideradas em qualquer planejamento que promova intervenções com obras, requerendo o licenciamento ambiental, previamente, e a elaboração de estudos e monitoramentos, principalmente em ambientes fluviais e marinhos. Esta condição natural e dinâmica dos ambientes pode ter seu aproveitamento sustentado pela atividade turística, atrelando valor e criando ambientes com maior potencial para atrair turistas. Contudo não se pode esquecer que Natal com seu ambiente quase totalmente urbanizado, requer atenção especial nos quesitos legais que 209 versam sobre o urbano e o ambiental, devendo a legislação passar periodicamente por revisão pela sociedade e provocação pelos gestores, para harmonizar cada vez mais a atividade turística, o ambiente urbano e os ambientes naturais dinâmicos, resolvendo questões como os passivos ambientais. Na elaboração do Diagnóstico Estratégico ficou evidenciado na identificação das principais características sociais, econômicas, ambientais e turísticas que a AT de Natal possui uma certa homogeneidade em vários aspectos, podendo-se atribuir, de fato, a esse espaço o título de Área Turística, entendida como um espaço geográfico definido, contínuo, vocacionado para o desenvolvimento da atividade turística por meio de atrativos turísticos similares e também complementares. Com a definição da AT de Natal fica estabelecido em qual espaço geográfico a prática turística da cidade acontece e para onde devem ser focados os esforços e os recursos para dinamizar o turismo em bases sustentáveis. Para os gestores públicos e privados do turismo além da indicação de qual espaço deva receber a atenção governamental, a definição da AT poderá gerar vantagens competitivas ligadas a uma posição diferenciada se comparada a outras áreas turísticas competidoras, e poderá facilitar a escolha de quais atividades e recursos culturais ou naturais serão priorizados na comercialização e divulgação. A AT selecionada também será capaz de criar vínculos entre elementos e iniciativas turísticas existentes, que inicialmente estavam dispersos e não relacionados entre si, como no caso de exploração do turismo náutico, e maior integração do setor cultural com o turístico. Por fim, o reconhecimento da existência de uma AT deverá ser objeto de uma política de governo com início, meio e fim para organizar o desenvolvimento do turismo em Natal no presente e no futuro. 210 6. ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO O Cenário de Desenvolvimento é tomado como referência para a formulação das estratégias propostas apresentadas para o PDITS. As estratégias irão determinar as grandes linhas de ação necessárias para o alcance dos objetivos propostos durante o período de vigência do PDITS. Em função do diagnóstico realizado e das áreas críticas de intervenção identificadas, as estratégias devem determinar as prioridades de desenvolvimento da atividade turística na Área Turística. 6.1. CENÁRIO DE DESENVOLVIMENTO O cenário é a descrição de um futuro possível, imaginável ou desejável para um determinado território, sendo elaborado a partir da matriz SWOT construída no Diagnóstico Estratégico. Explora as diferentes variáveis observadas no território (pontos fortes e fracos) e na sua relação com o mundo exterior (oportunidades e riscos), examinando aspectos a serem mudados ou a serem mantidos na transição da situação atual para a desejada, sempre se valendo das oportunidades e fortalezas identificadas para a superação das fragilidades existentes com redução dos riscos para essa transição. Com base na situação atual foi construído o cenário de desenvolvimento, conforme mostram os quadros abaixo: Quadro 39. Cenário de Desenvolvimento de Produto Turístico PRODUTO NATAL SITUAÇÃO ATUAL Atrativos e produtos consolidados, nacional e internacionalmente. Qualidade cênica e paisagística urbana nos corredores turísticos Oferta turística de Natal pouco diversificada, concentrando-se no segmento sol e praia Turismo de sol e praia consolidado e com capacidade de ser expandido Existência de espaços verdes ainda pouco aproveitados Parque das Dunas pouco utilizado como atrativo turístico Potencial de turismo náutico pouco aproveitado, inexistindo investimentos e infraestrutura específica Carnatal trazendo sérios problemas à mobilidade urbana e com casos de violência Baixo aproveitamento do potencial turístico do patrimônio histórico-cultural Corredor Cultural e demais atrativos culturais desvinculados da política de turismo Falta de apoio e estrutura para a inclusão do Turismo Cultural nos roteiros turísticos Infraestrutura de receptivo com poucas opções de lazer, principalmente o noturno Esportes aquáticos praticados pontualmente em algumas praias da cidade CENÁRIO DE DESENVOLVIMENTO Atrativos e produtos turísticos sustentáveis e consolidados nos principais mercados emissores Paisagem cênica de qualidade com conservação e gestão da paisagem Oferta turística diversificada com a criação de novos produtos turísticos no Polo (cultural, aventura etc.) promove o aumento do gasto turístico. Segmento de sol e praia complementado por outros segmentos de turismo e com mais opções de lazer Áreas verdes com plano de manejo e indicação para o aproveitamento turístico Parque das Dunas aproveitado como um significativo atrativo turístico de Natal Turismo náutico incentivado com a elaboração de planos estratégicos e a criação de ancoradouros turísticos e marinas Evento realizado em local adequado e com segurança Bens históricos e culturais bem conservados e utilizados como atrativos turísticos de forma integrada Corredor Cultural de Natal se torna um produto turístico cultural importante a partir da adequação da infraestrutura, acesso, sinalização e interpretação turística Infraestrutura receptiva implantada e consolidação do Turismo Cultural na cidade Infraestrutura receptiva de lazer com mais equipamentos instalados e novas opções de lazer noturno Esportes aquáticos organizados e com definição de espaços para sua prática estimulados e integrados em circuitos nacionais e internacionais 211 Área de estacionamento do Centro de Convenções incompatível com a capacidade do espaço Pequena estrutura do Natal em Natal Pequeno aproveitamento das orlas marítimas e do rio Praias e demais atrativos com limpeza inadequada e ocupação desordenada Alta sazonalidade dos fluxos turísticos Criação de facilidades de transporte para os eventos do Centro de Convenções reduz a necessidade de vagas para estacionamento Aumento do número de vagas Evento realizado anualmente e com poder de atração de turistas Orlas de praias e rios revitalizados e requalificados ofertando opções de lazer aos turistas e população Praias limpas e recuperadas, com livre acesso à população, coibindo a ocupação, com ordenamento do uso e ocupação do solo do município Sazonalidade atenuada pela promoção de novas atividades, produtos e eventos públicos e privados, focalizando oportunidades em mercados específicos Fonte: START – Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda., 2013. Quadro 40. Cenário de Desenvolvimento de Produto Turístico INFRAESTRUTURA DE APOIO AO TURISMO E SERVIÇOS SITUAÇÃO ATUAL Ampla oferta de equipamentos de hospedagem e alimentação com poucos cadastros no CADASTUR Existência de centros de capacitação profissional e empresarial Gastronomia e artesanato atrativos Área de estacionamento do Centro de Convenções incompatível com a capacidade do espaço Acesso ao Centro de Convenções de Natal inadequado Potencialidade para o turismo de eventos Passeio de buggy Demora no início das obras de mobilidade Falta de infraestrutura de segurança e de apoio ao turista (sanitários, lixeiras, etc.) na orla e nos produtos turísticos Postos de atendimento ao turista insuficientes e desestruturados Sinalização turística deficiente dificulta o deslocamento e a compreensão do turista Baixos níveis de capacitação profissional Necessidade de equipamento para receber eventos de grande porte CENÁRIO DE DESENVOLVIMENTO Equipamentos de hospedagem e alimentação cadastrados no CADASTUR Centros de capacitação oferecendo programas regulares de qualificação profissional e com demanda regular Gastronomia e artesanato bens estruturados e comercializados Criação de facilidades de transporte para os eventos do Centro de Convenções reduz a necessidade de vagas para estacionamento Aumento do número de vagas Acesso ao Centro de Convenções adequado Ampliação satisfatória da utilização dos espaços para eventos Fiscalização e qualificação contínua do serviço Buggy Turismo Priorização das obras de mobilidade urbana Orlas marítimas e produtos com estrutura adequada e segura para os turistas Postos de atendimento ao turista implantados, funcionando com pessoas capacitadas e comprometidas com a divulgação dos destinos Sinalização turística implantada nos atrativos turísticos tornando a experiência turística mais rica Serviços turísticos de qualidade a partir da capacitação profissional continuada Turismo de negócios consolidados com eventos de pequeno, médio e grande porte Fonte: START – Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda., 2013. 212 Quadro 41. Cenário de Desenvolvimento de Comercialização SITUAÇÃO ATUAL Divulgação de Natal nos mercados nacional e internacional realizada de forma aleatória Realização do Salão de Turismo Rota 101 Turismo do Nordeste atua de forma desarticulada Eventos reconhecidos turisticamente (Carnatal, Agosto da Alegria e Natal em Natal) Ações de promoção turísticas desarticuladas e descontínuas Inexistência de marca que identifique o destino Natal Falta de segmentação na promoção e comercialização turística. Investimentos de promoção priorizam o mercado internacional em detrimento do nacional, embora este seja o que mais gera fluxo para o destino Natal Site institucional defasado, sem informações específicas, que serve apenas para fins de divulgação. Improvisação na avaliação dos resultados de divulgação e marketing Desinteresse na divulgação para mercados regionais Poucas opções de voos para Natal e oscilação dos preços das passagens aéreas CENÁRIO DE DESENVOLVIMENTO Divulgação de Natal realizada com base em um Plano de Marketing Roteiros turísticos regionais integrados a partir da BR 101 Capitais do Nordeste divulgando o turismo em Ações de divulgação contínua nas capitais mais próximas Eventos consolidados turisticamente com forte poder de atração comercial Promoção e divulgação turísticas monitoradas e avaliadas regularmente Marca Natal conhecida mundialmente Promoção turística comercializada atendendo aos segmentos Maior investimento em divulgação turística no mercado nacional e regional Site do município com informações sobre produtos e serviços, apoiado em parcerias entre empresas privadas e órgãos governamentais Processo de monitoramento e avaliação dos resultados das ações de turismo implantado, fundamentado em indicadores criados a partir das bases de dados do sistema de informações turísticas Intensificação na divulgação nos mercados regionais com aumento do fluxo turístico Destino servido com mais voos diretos e preços competitivos nos mercados nacional e internacional Fonte: START – Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda., 2013. QUADRO 42. Cenário de Desenvolvimento de Fortalecimento Institucional SITUAÇÃO ATUAL Existência de instrumentos de planejamento territorial e ambiental Existência de Órgão Oficial de Turismo com orçamento próprio Turismo entendido como importante setor da economia pelos gestores públicos Técnicos municipais pouco capacitados Número de técnicos efetivos insuficiente na equipe municipal Órgãos de turismo, cultura e meio ambiente pouco estruturados para o planejamento e a gestão do turismo e meio ambiente Desarticulação dos órgãos municipais na gestão da política de turismo Conselho municipal de turismo com pequena atuação Fundo de Turismo sem operacionalização Informações defasadas turísticas inexistentes, precárias ou Exploração sexual, prostituição e consumo de drogas nos principais produtos turísticos CENÁRIO DE DESENVOLVIMENTO Instrumentos de planejamento e gestão territorial e ambiental que possibilitem a implantação de novos empreendimentos turísticos em bases sustentáveis Órgão de Turismo executando ações de planejamento turístico regularmente Atividade turística com impacto positivo e crescente na economia local. Gestores municipais e técnicos do turismo capacitados para o desempenho de suas funções Equipe técnica concursada e adequada para as competências dos órgãos Órgãos de Turismo, Cultura e Meio Ambiente estruturados tecnicamente para o desenvolvimento sustentável do turismo Integração de políticas públicas de turismo Conselho Municipal de Turismo fortalecido e pleno funcionamento Recursos do Fundo de Turismo investidos em ações de desenvolvimento turístico Sistema de informações turísticas implantado e atualizado alimenta as estatísticas estaduais/municipais de turismo, postos de informação turística e coleta informações em tais pontos Ações preventivas e melhoria da ação inibidora favorecem a redução da exploração sexual, prostituição e consumo de drogas Fonte: START – Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda., 2013. 213 Quadro 43. Cenário de Desenvolvimento de Infraestrutura e Serviços Básicos SITUAÇÃO ATUAL Acessos principais entre os destinos em bom estado de conservação e manutenção Facilidade de acesso Aeroporto-Parque Hoteleiro Índice de violência mais elevado na área turística, principalmente nas praias Aterro sanitário metropolitano Insuficiência da cobertura de saneamento básico Terminal de passageiros desestruturado Transporte público deficiente Atrativos e produtos turísticos com acessibilidade precária Limpeza urbana da AT deficiente CENÁRIO DE DESENVOLVIMENTO Destinos e atrativos com acessos bem conservados e com acessibilidade adequada a todos Acesso amplo e funcional entre aeroporto e equipamentos e serviços turísticos Ampliação e qualificação dos efetivos policiais e melhores equipamentos favorecendo a melhoria da segurança pública da cidade; Postos da DEATUR estruturados e com número de efetivo adequado prestando segurança aos atrativos turísticos Resíduos com destinação adequada e usinas de reciclagem em funcionamento Redes de coleta e tratamento de esgotos implantados e fiscalização efetiva para impedir o lançamento de esgoto nas redes de drenagem, contribuindo para a redução da poluição dos cursos d’água e do mar Terminal rodoviário com estrutura turística Sistema de transporte para o turista ampliado; e Sistema de transporte público adaptado para atender o turista e os trabalhadores do setor turístico Atrativos e produtos turísticos com acessibilidade a todos os turistas Área Turística limpa e com coletores de lixo implantados Fonte: START – Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda., 2013. Quadro 44. Cenário de Desenvolvimento de Gestão Ambiental SITUAÇÃO ATUAL Existência do Código de Meio Ambiente Existência de Unidades de Conservação Sistema ambiental municipalizado Baixa capacidade de fiscalização e monitoramento das áreas naturais frágeis Balneabilidade das águas de algumas praias Erosão costeira com danos a infraestrutura urbana ZPAs não regulamentadas CENÁRIO DE DESENVOLVIMENTO Instrumentos legais atualizados Unidades de Conservação com plano de manejo Processo de licenciamento ambiental ágil e eficiente Áreas naturais fiscalizadas e monitoradas pelos órgãos competentes Águas das praias propícia para o banho Realização de estudos e adoção de soluções técnicas e de engenharia em diversos trechos da orla Regulamentação das ZPAs Fonte: START – Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda., 2013. O Cenário de Desenvolvimento corresponde à visão de futuro resultante dos debates e oficinas de planejamento, das quais participaram representantes dos diferentes segmentos sociais. Este é tomado como referência para a formulação das estratégias propostas apresentadas para o PDITS. As estratégias irão determinar as grandes linhas de ação necessárias para o alcance dos objetivos propostos durante o período de vigência do PDITS. Em função do diagnóstico realizado e das áreas críticas de intervenção identificadas, as estratégias devem determinar as prioridades de desenvolvimento da atividade turística na Área Turística. 214 As estratégias apresentadas abaixo resultam da síntese das análises realizadas anteriormente e definem as linhas de planejamento que deverão ser seguidas para o planejamento turístico da Área Turística de Natal. 6.2. ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO POR COMPONENTE As grandes linhas de ação serão determinadas pelas estratégias, definindo quais são as necessárias para a consecução dos objetivos propostos durante o período de vigência do PDITS. Em função do diagnóstico realizado e das áreas críticas de intervenção identificadas, as estratégias determinam as prioridades de desenvolvimento da atividade turística na Área Turística de Natal, sendo considerado o posicionamento turístico desejável para o município, que é torná-lo mais competitivo no mercado brasileiro e atrair um maior fluxo de turistas, nacional e internacional. O foco das estratégias de desenvolvimento turístico será o aproveitamento do potencial de sua orla marítima e do Rio Potengi com o fortalecimento do turismo de sol e praia complementado por outros segmentos turísticos, o turismo náutico, cultural, de eventos e de aventura, entre outros e com a implantação de mais opções de lazer que possibilitem ao turista aumentar a permanência média na cidade. Para isso será relevante alinhamento com as estratégias de comercialização para fortalecer a imagem do destino Natal. Considerando os dados diagnosticados, e após discussão com membros do Conselho Municipal de Turismo e reuniões com equipe técnica municipal, foram ratificadas essas prioridades, serão traduzidas em ações de melhoria dos produtos Ponta Negra, Rio Potengi, Eventos em Natal, Via Costeira e Corredor Cultural. Nesse contexto, é essencial a implantação e melhoria de infraestrutura e dos serviços básicos requeridos que proporcione melhor qualificação dos atrativos turísticos para que estes possam ser comercializados como produtos capazes de atrair os principais mercados emissores de turistas nacional e internacional. É importante considerar também a necessidade de se imprimir mudanças no quadro institucional, com especial ênfase na definição clara de uma política de governo que inclua o turismo em suas prioridades de investimentos e no fortalecimento da gestão pública do turismo no nível local, para que os órgãos envolvidos tenham capacidade de planejar e gerenciar a atividade turística de forma articulada e integrada com os demais setores públicos e privados na busca de uma relação sustentável entre turismo e meio ambiente. Assim, as estratégias abrangem uma área turística com produtos, serviços, infraestrutura e facilidades, tendo no turismo de sol e praia o seu segmento de maior projeção, seguido do turismo náutico, turismo cultural, de eventos e de aventura/natureza. Para tal, as estratégias são definidas considerando cada um dos cinco componentes do Programa PRODETUR Nacional, pensadas em conjunto e integradas, de modo que cada uma delas seja peça fundamental no desenvolvimento turístico do município. Dessa forma, definem-se as seguintes estratégias: 6.2.1. Estratégia de Produto Turístico A Estratégia de Produto Turístico relaciona-se diretamente com a motivação em viajar a um destino. Tem como base os atrativos (naturais e culturais, tangíveis ou intangíveis) que 215 originam o deslocamento do turista a um espaço geográfico determinado, e inclui os equipamentos e serviços necessários para satisfazer a motivação da viagem e possibilitar o consumo turístico. Os produtos turísticos definem a distinção e o caráter do destino. Por isso, é importante desenvolver uma estratégia coerente onde se priorizam os produtos que melhor consolidem com maior eficiência a imagem de cada destino, gerando maior rentabilidade a curto, médio e longo prazos. Nesse contexto, as atividades deste componente se concentrarão nos investimentos relacionados com o planejamento, a recuperação e a valorização dos atrativos turísticos públicos necessários para promover, consolidar ou melhorar a competitividade dos produtos em modalidades ou tipos específicos de turismo. O componente também integrará as ações destinadas a alinhar os investimentos privados em segmentos ou nichos estratégicos, bem como aquelas destinadas a melhorar a competitividade dos empreendimentos turísticos, por meio do aprimoramento da organização setorial, da qualidade dos serviços e do acesso a fatores produtivos. Foram definidas as seguintes estratégias para o componente de produto turístico: Estratégia 01. Diversificação da oferta de produtos e serviços turísticos da AT de Natal, de modo a integrar e complementar o segmento de sol e praia, pelo aproveitamento turístico de outros espaços naturais e do potencial de turismo náutico. Estratégia 02. Recuperação e estruturação do patrimônio histórico-cultural da AT de Natal, promovendo o seu aproveitamento turístico e diversificação da oferta de sol e praia. Estratégia 03. Melhoria da capacitação profissional para os diferentes níveis do turismo, a fim de elevar a qualidade na prestação de serviços. Estratégia 04. Qualificação dos produtos e atrativos turísticos da AT de Natal e postos de atendimento ao turista integrado ao sistema de informações turística do órgão de turismo. Estratégia 05. Melhoria na estruturação do segmento de eventos de Natal como importante produto turístico, visando à ampliação da oferta turística para complementar o segmento de sol e praia, bem como fortalecer o Turismo de Eventos. 6.2.2. Estratégia de Comercialização Relaciona-se a fortalecer a imagem dos destinos turísticos e a garantir a eficiência e eficácia dos meios de comercialização escolhidos. Para o componente de comercialização foram definidas as seguintes estratégias: Estratégia 01. Fortalecimento do planejamento estratégico de marketing para Natal, a fim dar maior eficácia e eficiência às ações de comunicação e marketing, conquistando novos nichos de mercado e utilizando-se diversos tipos de mídia. 6.2.3. Estratégia de Fortalecimento Institucional Tem o objetivo de fortalecer a institucionalidade turística, por meio de mecanismos de gestão e coordenação em âmbito federal, estadual, local e do setor privado, e do apoio à gestão turística estadual e municipal (reestruturação de processos internos, equipamento, desenvolvimento de software, capacitação e assistência técnica). 216 Foram definidas as seguintes estratégias para o componente de fortalecimento institucional: Estratégia 01. Fortalecimento da gestão do turismo em Natal, por meio da estruturação do órgão de turismo e da capacitação de técnicos efetivos. Estratégia 02. Estímulo à elaboração, revisão e aplicação dos instrumentos de planejamento turístico, para fortalecimento das atividades turísticas em Natal. Estratégia 03. Elaboração, estruturação e implantação do sistema de informações turísticas, para subsidiar a tomada de decisões para o planejamento e gestão do turismo. Estratégia 04. Promoção de ações educativas voltadas para a comunidade local objetivando a mitigação dos impactos da atividade turística. 6.2.4. Estratégia de Infraestrutura e Serviços Básicos Diz respeito aos investimentos em infraestrutura e de serviços não vinculados diretamente a produtos turísticos, mas necessários para gerar acessibilidade ao destino e dentro dele (infraestrutura de acesso e transporte) e satisfazer as necessidades básicas do turista durante sua estada, em termos de água, saneamento, energia, telecomunicações, saúde e segurança. Para o componente de infraestrutura e serviços básicos foram definidas as seguintes estratégias: Estratégia 01. Incremento e recuperação da infraestrutura e serviços básicos para o turismo, como forma de qualificar o produto turístico, e melhorar a qualidade de vida das comunidades locais. 6.2.5. Estratégia de Gestão Ambiental Dirigido à proteção dos recursos naturais e culturais, que constituem a base da atividade turística, além de prevenir e minimizar os impactos ambientais e sociais que os diversos investimentos turísticos possam gerar. Dentre as ações previstas estão incluídas a implantação de sistemas de gestão ambiental, as avaliações ambientais estratégicas, estudos de impacto ambiental, entre outros. As estratégias que compõem o componente de gestão ambiental são: Estratégia 01. Melhoria da qualidade ambiental de Natal visando à preservação e ao aproveitamento sustentável dos recursos naturais para a atividade turística. Estratégia 02. Melhoria dos instrumentos de controle e gestão ambiental. Essas estratégias deram origem a ações, cujo objetivo é o de fortalecer a AT de Natal, elevando a qualidade dos produtos turísticos hoje explorados, ao mesmo tempo em que busca uma ampliação, diferenciação e qualificação da oferta turística, a partir da adição de novos segmentos de turismo, como se verá no Plano de Ação. 217 7. PLANO DE AÇÃO O Plano de Ação reúne o conjunto de ações necessárias para serem implementadas na AT de Natal. Para definição das ações, além das identificadas nos estudos do presente plano foram considerados os projetos a serem executados para Natal, previstos no Plano de Ação do PDITS do Polo Costa das Dunas; bem como os projetos a serem executados com recursos do PAC das cidades históricas e projetos que serão viabilizados com recursos captados pela administração pública municipal, como é o caso da requalificação urbanística das praias urbanas de Natal, exceto Redinha e a sinalização turística estão sendo executas através de recursos da Prefeitura. Tais ações, após o detalhamento, serão apresentadas em 03 (três) quadros distintos: a) no primeiro serão listadas todas as ações propostas para a AT independentemente da fonte de financiamento a ser mobilizada e dos órgãos responsáveis; b) as ações elegíveis pelo PRODETUR Nacional serão objeto do segundo quadro, e, c) finalizando o item será apresentado o terceiro quadro com as ações selecionadas para serem financiadas nos 18 primeiros meses de execução do Programa. 7.1. VISÃO GERAL E AÇÕES PREVISTAS Inicialmente, apresenta-se uma visão geral do conjunto de atividades e projetos de investimentos a serem realizados para o alcance dos objetivos de desenvolvimento do turismo sustentável, independente da origem de recursos a ser mobilizada. A relação das diversas ações está disposta por componentes de planejamento e por estratégias de desenvolvimento e objetiva dinamizar a atividade turística na cidade de Natal a partir dos produtos selecionados e priorizados, ensejando maior eficiência de ações e com concentração de recursos. As ações e projetos propostos convergem para o objetivo estratégico do PDITS Natal, qual seja o fortalecimento da AT de Natal como importante indutor de inclusão social, de modo a elevar a qualidade dos produtos turísticos e promover sua competitividade no mercado nacional e internacional e a geração de trabalho e renda; além da requalificação, ampliação e diversificação da oferta, e o aumento do gasto turístico e da receita do Município de Natal. 7.1.1. Ações do Componente I - Estratégia de Produto Turístico ESTRATÉGIA 01. Diversificação da oferta de produtos e serviços turísticos da AT de Natal, de modo a integrar e complementar o segmento de sol e praia, pelo aproveitamento turístico de outros espaços naturais e do potencial de turismo náutico. Ação 01. Elaborar estudos de concepção, projeto básico e projeto executivo de requalificação urbanística e paisagística da orla da praia da Redinha. Objetivo: Definir e detalhar as especificações técnicas e de execução dos serviços e materiais a serem utilizados, de modo a garantir a viabilidade técnica e ambiental das obras e às adequações às normas da ABNT. Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de 218 projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Assim, é ação exigida por lei. Descrição da ação: Elaboração de projetos para requalificação urbanística e paisagística dos trechos das praias urbanas de Natal, incluindo a drenagem, esgotamento sanitário e melhoria da pavimentação das vias adjacentes à orla. Delimitação das especificações técnicas e de execução dos projetos de requalificação urbanística. Um dos produtos desse projeto deverá ser um Plano de Praias, que irá definir a capacidade de carga e os tipos de serviços necessários (banheiros, estacionamento, postos de guarda-vidas etc.). Custo Estimado: R$ 200.000,00 Produtos e Resultados: Projeto Básico, Projeto Executivo e Licença Ambiental; Plano de Praias; Melhoria da qualidade cênica, paisagística e ambiental da orla, com infraestrutura adequada para receber banhistas; Diminuição da sazonalidade. Ação 02. Implantar a requalificação urbanística e paisagística da orla da praia da Redinha. Objetivo: Dotar as orlas das praias urbanas de Natal de melhores condições ambientais, infraestruturais e paisagística para receber o turista. Justificativa: Ocupações desordenadas construídas sem obediência às normas urbanísticas e ambientais têm levado à descaracterização cênica dos trechos de praias mais visitados, causando perda de competitividade com outras praias do Nordeste e desconforto para os visitantes, além de contribuir para a baixa salubridade daquelas áreas. Descrição da ação: Execução das obras de requalificação urbanística e paisagística das orlas elencadas, incluindo a drenagem, esgotamento sanitário e melhoria da pavimentação das vias adjacentes à orla, com base nos estudos de concepção, projeto básico e projetos executivos elaborados. Custo Estimado: R$ 3.000.000,00 Produtos e Resultados: Melhoria da qualidade urbanística, paisagística e ambiental das orlas, com infraestrutura adequada para receber banhistas, visitantes e a população local que frequentam os equipamentos turísticos daquela área. Ação 03. Elaborar estudo com diagnóstico, projeto básico e projeto executivo para melhorar a acessibilidade nos espaços urbanos e edificados no Alto de Ponta Negra e Praia da Redinha. Objetivo: Definir e detalhar as especificações técnicas e de execução dos serviços e materiais a serem utilizados, de modo a garantir a viabilidade técnica e ambiental das obras e às adequações às normas da ABNT. Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Assim, é ação exigida por lei. Descrição da ação: Elaboração de diagnóstico, projeto básico e projetos executivos para melhorar a acessibilidade, sinalização viária e estacionamentos das áreas turísticas de Natal. Custo Estimado: R$ 300.000,00 Produtos e Resultados: Projeto básico, Projeto executivo e Licença Ambiental. 219 Ação 04. Executar obras para a melhoria da acessibilidade nos espaços urbanos e edificados no Alto de Ponta Negra e Praia da Redinha. Objetivo: Melhorar a acessibilidade aos produtos, atrativos turísticos e espaços urbanos do entorno, especialmente para os deficientes físicos e pessoas com mobilidade reduzida. Justificativa: A maioria dos produtos e atrativos turísticos de Natal e os espaços urbanos do seu entorno apresentam grande fluxo de pessoas e de automóveis, necessitando, pois, de uma readequação para dotá-los de condições adequadas ao deslocamento e permanência de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Descrição da ação: Execução de obras de acordo com o projeto executivo para melhorar a acessibilidade, sinalização viária e estacionamentos das áreas turísticas de Natal. Custo Estimado: R$ 3.000.000,00 Produtos e Resultados: Melhoria da acessibilidade dos produtos e atrativos turísticos e dos espaços urbanos do seu entorno; Melhoria no deslocamento de pessoas e veículos; Maior comodidade para motoristas. Ação 05. Elaborar estudo de concepção, projeto básico e projeto executivo para requalificação urbanística e paisagística da margem direita do Rio Potengi, se estendendo da Ponte Newton Navarro até a Ponte de Igapó. Objetivo: Definir e detalhar as especificações técnicas e de execução dos serviços e materiais a serem utilizados, de modo a garantir a viabilidade técnica e ambiental das obras e às adequações às normas da ABNT. Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Assim, é ação exigida por lei. Descrição da ação: Elaboração de estudos de concepção, projeto básico e projeto executivo, além de estudos de viabilidade econômica e ambiental para requalificação urbanística e paisagística da margem direita do Rio Potengi, a partir da Ponte Velha de Igapó até a Ponte Newton Navarro, em conformidade com a legislação ambiental e o Plano Diretor Municipal. O projeto deverá contar também com projeto de interpretação turística do lugar, utilizando-se diversas técnicas de interpretação, a fim de proporcionar ao visitante uma experiência mais enriquecedora com o patrimônio natural e histórico-cultural da área. Custo Estimado: R$ 500.000,00 Produtos e Resultados: Projeto básico, Projeto Executivo e Licença Ambiental. Ação 06. Implantar a requalificação urbanística e paisagística na margem direita do Rio Potengi, se estendendo da Ponte Newton Navarro até a Ponte de Igapó. Objetivo: Dotar a margem direita do Rio Potengi de condições urbanísticas, a partir da Ponte Velha de Igapó até a Ponte Newton Navarro, infraestruturais, ambientais e paisagísticas com vistas a criar novos espaços de lazer para a cidade. Justificativa: O Rio Potengi e sua margem direita têm grande potencial para se tornar um espaço de lazer para a população de Natal e para os turistas que visitam a cidade. Além disso, há projetos para implantação de marinas no Rio Potengi. 220 Descrição da ação: Execução dos projetos básico e executivo para requalificação urbanística e paisagística da margem direita do Rio Potengi, incluindo a drenagem e esgotamento sanitário, a partir da Ponte Velha de Igapó até a Ponte Newton Navarro,. Custo Estimado: R$ 10.000.000,00 Produtos e Resultados: Requalificação urbanística e paisagística da margem direita do Rio Potengi, com infraestrutura adequada para proporcionar a instalação de novos equipamentos de lazer para o desfrute da população local e visitante. Ação 07. Apoiar a realização de estudos e projetos para a implantação de Marinas e Projetos de infraestrutura náutica para consolidação do Turismo Náutico na cidade de Natal. Objetivo: Dotar a região costeira de uma infraestrutura necessária à consolidação do Turismo Náutico, além de promover a recuperação e o reordenamento da fachada marítima com a inclusão de elementos de valorização estética da paisagem e de funcionalidade social e econômica. Justificativa: A implantação de Marinas em Natal é um foco de atração de divisas, na medida em que a construção de portos dessa magnitude vai além de pontos de atracação, engloba uma diversidade de usos e serviços complementares, de caráter portuário, social, comercial, desportivo e residencial, formando um todo integrado a paisagem. Com a implantação de marinas as belezas naturais do ambiente serão valorizadas e seus atributos ecológicos e paisagísticos conservados, e os valores estéticos dessa paisagem natural serão preservados e potencializados, permitindo uma maior aproximação da sociedade às áreas naturais. Por outro lado, a implantação de uma Marina no estuário do Rio Potengi, além de vir somar esforços à recuperação de todo o entorno urbanístico da Praia do Forte, poderá ser peça fundamental para consolidar o esforço de recuperar toda frente estuarina e praial da cidade de Natal. E com certeza, a concretização desse conjunto, poderá a vir se constituir em um fator de renovação da cidade. Descrição da Ação: Apoio para realização de estudos e projetos para a implantação de Marinas em Natal, com exploração sustentada do patrimônio natural. Custo Estimado: R$ 500.000,00. Produtos e Resultados: Marina implantada; Turismo Náutico consolidado; Aumento do gasto turístico e das receitas turísticas; Mudança no perfil do turista; e, Diminuição da sazonalidade turística. Ação 08. Realizar estudos para engordamento das praias de Natal. Objetivo: Elaborar estudos para recuperar o ambiente praial emerso da orla urbana do município do Natal. Justificativa: Nos últimos 10 anos têm sido comumente verificados processos de erosão costeira ao longo das praias urbanas na cidade do Natal. Praias famosas como Ponta Negra, do Meio e Areia Preta, que são intensamente utilizadas pela atividade turística. As estruturas urbanas construídas, por vezes em ambientes dinâmicos, acabam sofrendo desmoronamento devido a ação das ondas, nas marés mais elevadas. Já há projetos de melhoria das estruturas urbanas existentes, recuperando as áreas artificiais, tal como calçadões, entretanto a faixa de areia disponível para as pessoas fica comprometida e 221 bastante reduzida, tanto na maré alta como na baixa, criando conflito pelo uso do espaço para lazer entre os visitantes e os trabalhadores formais ou informais. Descrição da Ação: Deverá ser realizado estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental para promover a recuperação da faixa terrestre da praia (faixa de areia emersa), de modo que as estruturas urbanas existentes não sejam comprometidas frente a processos de erosão costeira, que devem ser evitados ou reduzidos. E ainda, estudos sobre a viabilidade de acrescer material arenoso adequado para aumentar a largura da referida faixa de areia, criando um ambiente em equilíbrio dinâmico, que possa ser melhor utilizado pelas pessoas, eliminando os conflitos de espaço e aumentando a qualidade do produto turístico. Custo Estimado: 3.000.000,00 Produtos e Resultados: Estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental elaborado para evitar processos de erosão costeira nas praias urbanas de Natal e melhorar a qualidade do produto turístico. Estudo submetido ao licenciamento ambiental pelo órgão competente para receber as devidas contribuições. Ação 09: Projeto para o engordamento das praias de Natal. Objetivo: Elaborar projeto para recuperar o ambiente praial emerso da orla urbana do município do Natal. Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Assim, é ação exigida por lei. Descrição da Ação: Deverá ser elaborado o projeto de engordamento de praia para promover a recuperação da faixa de areia das praias urbanas de Natal, seguindo as orientações do estudo de engordamento de praia previamente elaborado e deve ser licenciado pelo órgão competente. Custo Estimado: 3.000.000,00 Produtos e Resultados: Projeto executivo de engordamento de praia elaborado e licenciado. Ação 10: Implantação de projeto de engordamento das praias de Natal. Objetivo: Implantar projeto para recuperar o ambiente praial emerso da orla urbana do município do Natal. Justificativa: Nos últimos 10 anos têm sido comumente verificados processos de erosão costeira ao longo das praias urbanas na cidade do Natal. Praias famosas como Ponta Negra, do Meio e Areia Preta, que são intensamente utilizadas pela atividade turística. As estruturas urbanas construídas, por vezes em ambientes dinâmicos, acabam sofrendo desmoronamento devido a ação das ondas, nas marés mais elevadas. Já há projetos de melhoria das estruturas urbanas existentes, recuperando as áreas artificiais, tal como calçadões, entretanto a faixa de areia disponível para as pessoas fica comprometida e bastante reduzida, tanto na maré alta como na baixa, criando conflito pelo uso do espaço para lazer entre os visitantes e os trabalhadores formais ou informais. Descrição da Ação: Deverá ser implantado o projeto de engordamento de praia para promover a recuperação da faixa de areia das praias urbanas de Natal. Custo Estimado: 15.000.000,00 Produtos e Resultados: Praias urbanas de Natal com extensas faixas de areia; eliminação de conflitos pelo uso das praias; eliminação de processos de erosão costeira. 222 ESTRATÉGIA 02. Recuperação e estruturação do patrimônio histórico-cultural da AT de Natal, promovendo o seu aproveitamento turístico e diversificação da oferta de sol e praia. Ação 01. Apoiar as ações previstas no PDITS do Polo Costa das Dunas e do PAC das Cidades Históricas previstas para Natal, de modo a promover a qualificação do patrimônio histórico-cultural e o seu aproveitamento turístico. Objetivo: Complementar a oferta de sol e praia mediante a inclusão de produtos culturais como forma de atrair um maior número de turistas. Justificativa: A ações de recuperação e estruturação do patrimônio histórico-cultural agregará mais atrativos culturais à oferta turística da AT de Natal, bem como beneficiará a população natalense e potiguar com mais espaços de lazer e cultura. A sua concretização situa-se num contexto de fortalecimento do turismo cultural como complementação ao turismo de sol e praia no Destino Natal, possibilitando incremento do gasto médio por turista. Descrição da ação: Articulação entre a SETURDE e os órgãos estaduais que irão implantar as ações do PDITS do Polo Costa das Dunas. Custo Estimado: Zero. Produtos e Resultados: Maior competitividade do produto turístico; Aumento número de empregos formais no turismo; Aumento no número de eventos culturais como atração turística. Ação 02. Promover a articulação e integração entre os órgãos de turismo (estadual e municipal), os órgãos responsáveis pela política cultural do Estado e do Município e a iniciativa privada. Objetivo: Proporcionar uma maior integração entre o setor turístico e o cultural, tanto na esfera pública como na iniciativa privada com vistas a fortalecer o Turismo Cultural. Justificativa: Os eventos culturais podem ser um forte atrativo turístico, além de resgatar e preservar a cultura local. Porém, em Natal, esses eventos ainda não são comercializados como produtos turísticos. Descrição da ação: Execução de parcerias entre os órgãos de turismo e de cultura nas esferas pública e privada como um importante esforço para um melhor aproveitamento do patrimônio histórico e cultural tanto como uma opção para o turismo cultural, ou mesmo para cumprir funções educativas de maneira eficiente. Integração do Plano Plurianual – PPA dos setores de turismo e cultura; Incentivo aos empreendimentos turísticos para divulgação das atrações culturais e fomento das atividades culturais. Custo Estimado: Zero. Produtos e Resultados: Diminuição da sazonalidade turística; Integração dos eventos turísticos e culturais. PPA com ações integradoras de turismo e cultura. Participação ativa do órgão de cultura no Conselho Municipal de Turismo e do órgão de turismo no Conselho Municipal de Cultura. ESTRATÉGIA 03. Melhoria da capacitação profissional para os diferentes níveis do turismo, a fim de elevar a qualidade na prestação de serviços. Ação 01. Realizar Diagnóstico da Oferta e Demanda de Capacitação Profissional para Natal. 223 Objetivo: Realizar diagnóstico visando obter subsídios para a elaboração de nova proposta de qualificação profissional para o setor turístico da AT de Natal, identificando os segmentos que precisam de aperfeiçoamento. Justificativa: A necessidade de realização do Diagnóstico de Oferta e Demanda da Capacitação Profissional deve-se ao dinamismo do turismo e, conseqüentemente, à constante necessidade de atualização e aprendizado de inovações. O primeiro Diagnóstico foi realizado em 2005 para o Polo Costa das Dunas e parte de suas metas já foram alcançadas. Descrição da ação: Realização do Diagnóstico de Oferta e Demanda da Capacitação Profissional do Setor Turístico da AT de Natal, para possibilitar a definição do Plano de Ação para capacitação de profissionais do setor e da população. Contudo, espera-se que o novo diagnóstico seja focado para atender à demanda de capacitação para os segmentos de turismo priorizados no PDITS de Natal: turismo de sol e praia, turismo náutico, turismo de eventos, turismo cultural e turismo de aventura/natureza, de modo que sejam capacitados população e profissionais para atuarem nessas áreas. O Plano de Ação deverá ainda propor indicadores de acompanhamento da eficácia dos Programas de Capacitação Profissional, como nível de satisfação com os cursos, taxa de empregabilidade após o curso, etc. Custo Estimado: R$ 200.000,00. Produtos e Resultados: Diagnóstico de Oferta e Demanda de Capacitação Profissional; Plano de Ação para Capacitação Profissional. Ação 02 Implantar Programa de Capacitação Profissional para a AT de Natal. Objetivo: Implantar programa de capacitação objetivando qualificarem empregados de empreendimentos turísticos para a melhoria dos serviços oferecidos, bem como capacitar a população visando à inserção no mercado formal de trabalho. Justificativa: Mesmo tendo sido executadas ações de capacitação, inclusive pelo PRODETUR, elas não contemplaram todos os segmentos, e as pesquisas de demanda turística ainda apontam deficiência nos serviços oferecidos sem a qualidade adequada nos equipamentos turísticos. Além disso, o mercado turístico precisa de novos profissionais com capacitação específica para atuar em determinados segmentos emergentes. E ainda, devese considerar que a capacitação deve ser contínua, especialmente no setor do turismo em que a rotatividade é grande. Descrição da ação: Execução do Programa de Capacitação Profissional com vistas a proporcionar aperfeiçoamento da mão de obra que já atua no turismo, bem como qualificar parte da população de Natal interessada em se inserir no mercado de trabalho. O programa deverá também promover a capacitação para ocupações necessárias para o desenvolvimento dos segmentos de turismo prioritários: sol e praia, cultural, náutico, eventos e de natureza/aventura. Custo Estimado: R$ 2.500.000,00. Produtos e Resultados: Capacitação profissional; Melhoria da qualidade dos serviços turísticos; Maior competitividade do produto turístico; Inserção de novas profissões no mercado turístico; Aumento do número de empregos formais no turismo. Ação 03. Implantar Consultoria para Apoio ao empreendedor turístico de Natal. Objetivo: Incentivar e estimular os empreendedores turísticos de Natal a investirem no setor, com base na economia criativa. Justificativa: Ser mais uma forma de orientação, incentivo e capacitação de empreendedores para o setor turístico, mostrando vantagens, benefícios e os caminhos 224 legais para investir no setor e/ou para promover a sua formalização visando estimular novas oportunidades de negócios. Descrição da ação: Implantação de Consultoria para apoio aos empreendedores turísticos de Natal estimulando o aparecimento de novos negócios para o setor turístico. Esta atividade deverá ter como base o conceito de Economia Criativa que engloba um conjunto de atividades mercadológicas provenientes da capacidade criativa de pessoas empreendedoras que possibilita a geração de produtos e serviços em áreas diversas e com retorno econômico. Custo Estimado: R$ 250.000,00 Produtos e Resultados: Capacidade gestora das empresas elevada; Aumento do número de empreendedores no setor turístico de Natal. ESTRATÉGIA 04. Qualificação dos produtos e atrativos turísticos da AT de Natal e postos de atendimento ao turista integrado ao sistema de informações turística do órgão de turismo. Ação 01. Elaborar Projeto de Rede de Postos de Atendimento integrado ao Sistema de Informações Turísticas do órgão de turismo. Objetivo: Definir e detalhar as especificações técnicas e de execução dos serviços e obras, de modo a garantir a viabilidade técnica dos serviços e às adequações às normas da ABNT. Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Assim, é ação exigida por lei. Descrição da Ação: A rede será utilizada para apoiar a gestão turística municipal. O orçamento deverá incluir: a) o projeto conceitual da rede, e o modelo de gestão da rede, b) o manual de imagem corporativa da rede, c) o estabelecimento de ferramentas tecnológicas de intercâmbio de informações (Intra e Extranet) d) a elaboração de material promocional com parâmetros homogêneos e) a capacitação do pessoal; e f) o orçamento para a contratação do pessoal durante o período de execução. Quanto aos postos de atendimento: devem seguir aos parâmetros visuais e técnicos informados no projeto; ter funcionários efetivos e capacitados para passar informações; servir de ponto de fornecimento de informações, bem como de obtenção de informações e dados sobre os turistas que procuram os postos pelo preenchimento de questionários ou outros métodos de coleta de dados. Custo Estimado: R$ 200.000,00 Produtos e Resultados: Projeto de Rede e de Gestão Local de informações turísticas; Imagem corporativa para postos de informação turística. Ação 02. Implantar Projeto de Rede de Postos de Atendimento integrado ao Sistema de Informações Turísticas. Objetivo: Estruturar Rede de Postos de Atendimento ao Turista com vistas a qualificar e produto turístico de Natal. . Justificativa: O serviço de informações turísticas é um requisito básico que todos os destinos turísticos devem preencher, por ser fundamental para o sentimento de segurança e hospitalidade experienciado pelos turistas. O Polo Costa das Dunas dispõe de alguns postos de informações turísticas sem, contudo, contar com uma infraestrutura adequada, materiais e/ou pessoal qualificado para atender o turista. 225 Descrição da Ação: Execução dos projetos e contratação de pessoal conforme indicado no projeto executivo. Custo Estimado: R$ 3.000.000,00 Produtos e Resultados: Melhoria da qualidade do produto turístico; Melhoria dos níveis de satisfação com as informações turísticas; Novas ferramentas para coleta de dados sobre turistas. ESTRATÉGIA 05. Melhoria na estruturação do segmento de eventos de Natal como importante produto turístico, visando à ampliação da oferta turística para complementar o segmento de sol e praia, bem como fortalecer o Turismo de Eventos. Ação 01. Apoio na Identificação de espaço mais adequado para realização de grandes eventos de rua (Carnatal e outros). Objetivo: Buscar um local mais adequado para a realização de grandes eventos de ruas, como Carnatal, de modo que o evento proporcione conforto, comodidade e tranquilidade para quem participa e não traga transtorno para a população (comerciantes, residentes na área e pessoas que se deslocam pelas imediações do local do evento). Justificativa: O Carnatal é o evento mais expressivo do calendário da cidade, atraindo milhares de pessoas, tanto turistas como residentes. No entanto, no período de preparação do evento como durante a sua realização a população da cidade sofre diversos transtornos pela sua localização ser em bairro de grande movimentação, onde se localizam residências, comércio, além de prejudicar a mobilidade urbana por ser passagem para outros bairros da cidade. Descrição da ação: Relocação do Carnatal para um local mais adequado com menos impacto negativo para a população local. Custo Estimado: Zero Produtos e Resultados: Carnatal realizado em local adequado, sem causar muitos impactos negativos para a população da cidade. Ação 02. . Elaborar estudos de concepção, projeto básico e projeto executivo para um Espaço Multiuso para Feiras e Eventos com infraestrutura capaz de atrair grandes eventos nacionais e internacionais nas mais diversas modalidades e com acesso e estacionamento compatível para a sua capacidade. Objetivo: Definir e detalhar as especificações técnicas e de execução dos serviços e materiais a serem utilizados, de modo a garantir a viabilidade técnica e ambiental das obras e às adequações às normas da ABNT. Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Assim, é ação exigida por lei. Descrição da ação: Elaboração de estudos de concepção, projeto básico e projeto executivo de engenharia, arquitetura e avaliação de impactos ambientais e socioeconômicos, com vistas à implantação de um novo Centro de Convenções para Natal. Os projetos devem atentar para a acessibilidade para portadores de necessidades especiais, sistema de segurança, bem como a incorporação de novos espaços de interesse para o turista. Custo Estimado: R$ 15.000.000,00 226 Produtos e Resultados: Projeto básico; Projeto executivo e Licença Ambiental. Ação 03. Implantar Espaço Multiuso para Feiras e Eventos com infraestrutura capaz de atrair grandes eventos nacionais e internacionais nas mais diversas modalidades e com acesso e estacionamento compatível para a sua capacidade. Objetivo: Incrementar o turismo de eventos com a construção de Espaço Multiuso para Feiras e Eventos com condições de atrair grandes eventos e competitividade com disputar mercado com os demais estados da região Nordeste. Justificativa: Natal conta com um Centro de Convenções, localizado na Via Costeira, responsável pelo grande número de eventos que ocorrem na cidade. Apesar de já ter passado por ampliação e reforma o Centro de Convenções da Via Costeira tem sérias limitações, não comportando mais ampliações para aumento de capacidade. Descrição da Ação: Execução das obras conforme recomendações dos estudos e projetos básico e executivo. Custo Estimado: R$ 300.000.000,00 Produtos e Resultados: Espaço Multiuso para Feiras e Eventos com capacidade para atrair diversos eventos de grande porte; Incremento do turismo de eventos; Diminuição da sazonalidade do turismo. 7.1.2. Ações do Componente II - Estratégia de Comercialização ESTRATÉGIA 01. Fortalecimento do planejamento estratégico de marketing para Natal, a fim dar maior eficácia e eficiência às ações de comunicação e marketing, conquistando novos nichos de mercado e utilizando-se diversos tipos de mídia. Ação 01. Elaborar Plano de Marketing para a AT de Natal. Objetivo: Orientar as estratégias de desenvolvimento da atividade turística desenvolvidas para Natal, através da elaboração de um Plano de Marketing, com vistas a atingir maior eficiência e eficácia no fortalecimento da marca e na comercialização dos seus produtos, ampliando a atratividade da cidade para aumentar os fluxos e gastos turísticos em Natal e Rio Grande do Norte, uma vez que Natal além de ser portão de entrada, é um centro de distribuição de turistas para os diversos destinos turísticos do estado. Justificativa: A elaboração de um Plano de Marketing possibilitará o planejamento estratégico da comercialização e divulgação do destino Natal, posicionando os produtos turísticos da cidade nos mercados nacional e internacional, tornando as ações mais efetivas ao atingir os mercados de interesse, e, entre outras coisas, tornando o destino mais competitivo. Antecedendo o processo de elaboração do Plano de Marketing será realizada uma pesquisa de mercado para descobrir oportunidades de mercado para os produtos e atrativos turísticos de Natal. Isso se justifica porque no estado nunca foi feita uma pesquisa do mercado turístico, que indique quais as melhores oportunidades de negócio para seus produtos, quais os mercados em que se deve investir; perfil dos consumidores prioritários etc. Pesquisas desse tipo, bem como de demanda atual e potencial e pesquisas de clima empresarial são ferramentas poderosas na definição de estratégias e ações de promoção e comercialização eficientes. Descrição da ação: Inicialmente será feita uma pesquisa de mercado com a demanda atual e potencial, para Natal que deverá definir o perfil do consumidor, necessidades e desejos; aspectos dos concorrentes: pontos fortes e fracos; estudo dos fornecedores, clientes e política de atuação; definição da metodologia e, instrumentos de pesquisa. Além disso, deve abranger Pesquisa de Clima Empresarial com o trade turístico; Pesquisa de satisfação de 227 clientes; além da definição de instrumentos de avaliação e acompanhamento das ações propostas. Concluída essa etapa procede-se a elaboração do Plano de Marketing, cujo conteúdo mínimo necessário deverá priorizar estudos de mercado e ser capaz de identificar as ações e diretrizes estratégicas para a divulgação e comercialização dos produtos e atrativos de Natal nos diferentes mercados emissores de interesse, especificando mídias, planos operativos, etc. A promoção deverá consolidar a imagem do destino Natal, de acordo com as determinações estratégicas e os nichos de mercado que se pretenda ampliar. A gestão da marca do destino está entre as atividades mais importantes para a manutenção e ampliação da demanda turística e o plano de marketing é a principal ferramenta para uma gestão eficaz. Dentro do plano de promoção deverão estar previstos a elaboração de material promocional (folheteria, vídeos, CDs etc.), a participação em eventos nacionais e internacionais, e campanhas promocionais para o destino de Natal. Deverá definir, entre outras, uma estratégia de comercialização on line dos produtos e atrativos da cidade, dada à importância da internet para os destinos turísticos na atualidade. Custo Estimado: R$ 400.000.00 Produtos e Resultados: Pesquisa de Mercado, Pesquisa de Demanda Atual e Potencial; Pesquisa de Clima Empresarial; Definição de prioridades para os mercados a serem atingidos; Maior eficiência de ações de planejamento e promoção turísticas; Fortalecimento da SETURDE; Fortalecimento do planejamento turístico em nível local, estadual e regional. Além disso, tem-se o Plano de Marketing; Elaboração e institucionalização das normas, mensagens e padrões de divulgação e promoção turística da cidade. Ação 02. Implantar as ações do Plano de Marketing. Objetivo: Implantar as ações do Plano de Marketing para Natal, com vistas a atingir maior eficiência e eficácia no fortalecimento da marca e na comercialização dos seus produtos, ampliando a atratividade da cidade para aumentar os fluxos e gastos turísticos em Natal. Justificativa: O crescimento do fluxo turístico acontece com a implantação das ações do Plano de Marketing que possibilitará a comercialização e divulgação do destino Natal, posicionando os produtos turísticos da cidade nos mercados nacional e internacional. É importante considerar que na implantação das ação do Plano de Marketing a atividade comunicacional no marketing turístico de destinos é muito mais complexa do que a realizada em outros setores, exigindo como elementos fundamentais a capacidade técnica e a coerência. Em Natal observa-se que as atividades de comunicação não obedecem nem a um plano comunicacional ou de marketing. São realizadas por empresas de publicidade sem seguir uma linha técnica e criativa compatível com o público que se quer atingir e os conteúdos que se deseja transmitir. Por isso, é importante elaborar novos materiais que respeitem as regras e as boas práticas do marketing turístico com conteúdos de posicionamento competitivo e educativo-informativo. Descrição da ação: Implantação das ações de marketing previstas no Plano de Marketing com base nas pesquisas de mercado com a demanda atual e potencial, para Natal com o perfil do consumidor, necessidades e desejos; aspectos dos concorrentes: pontos fortes e fracos; estudo dos fornecedores, clientes e política de atuação; definição da metodologia e, instrumentos de pesquisa. Desenvolver material promocional para o destino Natal baseado em dois conteúdos: o educativo-informativo e o diferencial. No educativo-informativo devese propiciar a informação completa, embora sintética, sobre o destino Natal que permita ao turista conhecer e compreender o destino, além de informar sobre as atitudes que o turista deve ter na sua permanência na cidade. No diferencial dever ser abordado o posicionamento competitivo com mensagens globais sobre o destino e sua marca e, específicas sobre os produtos do destino. O material deverá incluir os objetivos específicos 228 vinculados ao plano comunicacional e dos objetivos gerais relacionados ao plano de marketing do destino Natal. Custo Estimado: R$ 3.700.000.00 Produtos e Resultados: Maior divulgação do destino; Fortalecimento da imagem de Natal; Aumento do fluxo e receita turística; Diminuição da sazonalidade; Material promocional com enfoque educativo-informativo e diferencial; Turistas mais informados e com atitudes de respeito ao meio ambiente e ao patrimônio histórico-cultural. .Ação 03. Elaborar o calendário de eventos da cidade. Objetivo: Proporcionar um ordenamento cronológico dos eventos realizados em Natal, de modo a incentivar os promotores com a divulgação gratuita de seus eventos, além de promover a dinamização da infraestrutura turística receptiva com aumento do gasto turístico e das receitas turísticas. Justificativa: O setor de eventos cresce de maneira acentuada exigindo cada vez mais planejamento e organização, espaços bem equipados, profissionais especializados e marketing competitivo na disputa por uma fatia do mercado. A existência de um Calendário de Eventos para um destino turístico como Natal é uma forma de agregar valor aos seus produtos turísticos e um dos fatores fundamentais para o desenvolvimento, tanto socioeconômico como histórico-cultural, da cidade. Além disso, a realização de eventos traz bons resultados para seus núcleos receptores, contribuindo com a movimentação de fluxos turísticos que se deslocam em busca de uma rede de infraestrutura e serviços. Com um calendário de eventos bem definido e divulgado a cidade garante um fluxo de turistas durante todo o ano. Descrição da Ação: Um mapeamento dos eventos antecipadamente programados, de cunho social, cívico, histórico, esportivo, científico, técnico, religioso, popular, etc., enumerados em ordem cronológica. O calendário constitui-se numa forma mais eficaz de concentrar, divulgar e indicar os acontecimentos, além de ser o procedimento mais racional e imediato de propagá-los até os núcleos emissores. Custo Estimado: R$ 150.000,00. Produtos e Resultados: Calendário de eventos elaborado; Aumento no número de eventos turísticos; Diminuição da sazonalidade turística; Integração da cadeia produtiva do turismo. Ação 04. Implantar o calendário de eventos da cidade. Objetivo: Divulgar e captar eventos para a cidade de Natal com vistas a incrementar o turismo de eventos e combater os efeitos da sazonalidade. Justificativa: A divulgação do calendário de eventos é a solução para a crescente necessidade de ampliação dos setores de agenciamento, hotelaria, catering e transporte, frente à expansão do volume de negócios desenvolvidos no mix de eventos. Por isso os eventos são considerados como um agregador de valor ao produto turístico, sendo capaz de por si só, de gerar fluxos e aumentar a permanência do turista no destino receptor. Descrição da Ação: Divulgação do calendário de eventos nos mercados emissores para fugir da sazonalidade e, por meio dele manter a principal atividade econômica do município em pleno desenvolvimento. Custo Estimado: R$ 300.000,00 Produtos e Resultados: Calendário de eventos elaborado e divulgado; Aumento no número de eventos turísticos; Diminuição da sazonalidade turística; Integração da cadeia produtiva do turismo. 229 Ação 05. Implantar sistema de informação e controle das campanhas de divulgação turística. Objetivo: Implantar sistema de informação e controle das campanhas de divulgação turística, com vistas a tornar as ações de comunicação e marketing mais eficientes e eficazes. Justificativa: A ausência de um plano de marketing que oriente as ações comunicacionais gera perda de coerência na tomada cotidiana de decisões e, sobretudo, nos ajustes necessários às mudanças que se pretendam empreender na promoção turística. A existência de um plano é como a escolha da rota de viagem, propicia estabelecer direção, nexo e rumo para as ações de marketing. Além disso, o plano estabelece os mecanismos de acompanhamento e controle para garantir que as ações sejam implantadas corretamente, tanto em seu conteúdo como no tempo e no cumprimento do orçamento disponível. Por tudo isso, um sistema de informação e controle deve ser implantado para os gestores do turismo possam realizar a avaliação dos resultados. Descrição da Ação: Estudos e pesquisas baseados em dados disponíveis que devem ser atualizados com um calendário conhecido; controles de aplicação que permita comparar se o que foi planejado foi realizado e, informes técnicos de aplicação que deve ser exigido dos responsáveis tanto técnicos como gestores sobre o progresso da implantação. Custo Estimado: R$ 100.000,00. Produtos e Resultados: Eficiência e eficácia nas ações de marketing; Otimização dos gastos com promoção turística; Turistas com o perfil desejado. Ação 06. Reestruturar e atualizar o site institucional da SETURDE. Objetivo: Proporcionar aos turistas e a sociedade em geral acesso rápido e gratuito as informações sobre a cidade sua oferta e serviços turísticos e outros aspectos institucionais de interesse público, buscando dar maior competitividade ao destino Natal. Justificativa: A internet mostrou ser uma ferramenta estratégica de distribuição direta para todo tipo de serviços turísticos, causando mudanças e levando os órgãos públicos e as empresas privadas a aderirem a essa tecnologia revolucionária de comunicação. Para o turismo ela é essencial, pois possibilita disponibilizar, amplamente, a informação de maneira rápida, fácil e de baixos custos. Descrição da Ação: Criar e implantar site institucional do órgão municipal de turismo, como ferramenta facilitadora de informações e dados sobre o turismo de Natal, que permita a divulgação e comercialização do destino. Deverá ter dados que atendam ao consumidor final, empresários, estudantes e sociedade, permitindo ainda ser utilizado como um canal de prestação de contas. Custo Estimado: R$ 150.000,00 Produtos e Resultados: Novo canal de comunicação; Plataforma adequada para disponibilizar informações e serviços de maneira direta, ao turista e sociedade. Gratuidade nas informações. 7.1.3. Componente III - Fortalecimento Institucional ESTRATÉGIA 01. Fortalecimento da gestão do turismo em Natal, por meio da estruturação dos órgãos de turismo e da capacitação de técnicos efetivos. Ação 01. Elaborar Plano de Fortalecimento Institucional da gestão do turismo de Natal. 230 Objetivo: Dotar a gestão municipal de um plano com ações que possibilite um fortalecimento das competências institucionais como forma de incrementar o desenvolvimento do turismo. Justificativa: A gestão do órgão municipal de turismo carece de ações que possibilite o melhor de desenvolvimento de ações para a atividade turística. Não possui ferramentas e equipamentos modernos, com equipe efetiva e qualificada que atendam as exigências do mercado. Descrição da Ação: Elaborar diagnóstico da situação atual do órgão de turismo e propor ações da estruturação, com estabelecimento de estratégias para formação de quadro técnico efetivo no órgão, programa de capacitação dos técnicos, aquisição de ferramentas e equipamentos, bem como fortalecimento da instância de governança. Custo Estimado: R$ 200.000,00 Produtos e Resultados: Plano de fortalecimento institucional elaborado com detalhamento de ações a serem implantadas. Ação 02. Implantar ações do Plano de Fortalecimento Institucional da gestão do turismo de Natal. Objetivo: Dotar a gestão municipal de turismo de capacidade institucional para gerenciar e fortalecer o turismo local, bem como a instância de governança de turismo. Justificativa: O fortalecimento da gestão de turismo se dará através da implantação das ações propostas pelo Plano de Fortalecimento Institucional. Descrição da Ação: Implantar ações propostas pelo Plano de Fortalecimento Institucional para gestão do turismo. Custo Estimado: R$ 1.200.000,00 Produtos e Resultados: Órgão municipal estruturado e fortalecido; Instância de Governança atuante; Fortalecimento da atividade turística; Aumento da receita e fluxo turístico. ESTRATÉGIA 02. Estímulo à elaboração, revisão e aplicação dos instrumentos de planejamento turístico, para fortalecimento das atividades turísticas em Natal. Ação 01. Elaborar Plano Municipal de Turismo. Objetivo: Dotar a gestão municipal de instrumento de planejamento para implementar, promover e gerenciar integral e parcialmente a Política Municipal de Turismo, bem como harmonizar programas, projetos e atividades turísticas municipais com as políticas, diretrizes e orientações dos governos estadual e federal. Justificativa: Todo e qualquer plano de turismo em nível municipal deve ser entendido como parte integrante do Plano Nacional de Turismo, ou seja, deve articular no nível local a política traçada no nível federal. Caso contrário, haverá uma multiplicidade de ações que poderão apresentar discordância e que não agregarão valor ao produto. Por outro lado, há uma recomendação de que os municípios deverão elaborar seus planos de turismo sintonizados com o Plano Nacional de Turismo 2013-2016. Descrição da Ação: Plano elaborado de forma participativa e integrado aos demais instrumentos de planejamento do município. O documento deverá reunir objetivos, diretrizes, estratégias e ações para os próximos quatro anos e consolidar a política de turismo em consonância com o Plano Plurianual. O plano deverá também ser alinhado com a Política Nacional de Turismo, traduzida no Plano Nacional de Turismo 2013-2016. Custo Estimado: R$ 300.000,00. 231 Produtos e Resultados: Plano Municipal de Turismo elaborado; Facilidade no financiamento de ações articuladas à política federal; Desenvolvimento do turismo realizado de forma ordenado e previamente definido. ESTRATÉGIA 03. Elaboração, estruturação e implantação do sistema de informações turísticas, para subsidiar a tomada de decisões para o planejamento e gestão do turismo. Ação 01. Realizar Pesquisas de Demanda Turística. Objetivo: Conhecer a opinião dos turistas que visitam a cidade de Natal, durante um período determinado, procedentes de qualquer parte do país ou do exterior, identificando o perfil dos visitantes, seus hábitos, principais motivações, gastos e suas avaliações dos bens e serviços ofertados pelo destino visitado, bem como necessidades e expectativas desses turistas, tendo em vista orientar as ações dos setores públicos e privados para um planejamento adequado da atividade turística. Justificativa: No turismo é necessário que o planejamento do turismo seja pensado de modo a beneficiar não só o setor e seus empresários, mas toda a comunidade receptora, além disso, faz-se mister que ele seja elaborado com base em informações concretas a respeito das características da localidade, do perfil do turista, de estudos sobre o que se pretende no futuro. Para isso, pesquisas como a de Demanda Turística são uma fonte vasta de informações, que podem indicar as melhores ações a serem planejadas e as tendências a serem consideradas. Descrição da Ação: Realização de pesquisas sistematizadas, compreendendo a alta e a baixa estação, com dados sobre o perfil do turista, hábitos de viagem, opinião sobre o destino, etc.. Deverão ser realizadas 12 pesquisas, ao longo de três anos, nos meses de janeiro, maio, julho e setembro. A pesquisa deverá apresentar relatório com análise quantitativa e qualitativa, além de relatório anual consolidado. Custo Estimado: R$ 400.000,00. Produtos e Resultados: Pesquisas de Demanda realizadas; Dados estatísticos disponibilizados para a sociedade sobre o perfil do turista que visita a cidade. . Ação 02. Realizar Inventário Turístico. Objetivo: Levantar, identificar e registrar os atrativos, serviços e equipamentos turísticos, as instâncias de governança e a infraestrutura de apoio ao turismo existente no município, como instrumento-base de informações para fins de planejamento e gestão da atividade turística. Justificativa: O município de Natal não possui um inventário turístico. Este instrumento de geração de dados possibilita a criação do Sistema de Informações Turísticas, que permitirá ao poder público, em suas diferentes esferas de governo e à sociedade civil o acesso a informações sistematizadas e hierarquizadas sobre os atrativos, serviços e equipamentos turísticos, além da infraestrutura de apoio ao turismo. Descrição da Ação: Realização do inventário turístico com todas as informações sobre a oferta turística existente no município, com utilização de GPS e conforme padronização do Ministério do Turismo e recomendações do Plano Nacional de Turismo 2013-2016. O inventário servirá como instrumento-base de informações para fins de planejamento e gestão da atividade turística. Custo Estimado: R$ 600.000,00. Produtos e Resultados: Inventário turístico elaborado; Sistema de Informações Turísticas ativo e com informações atualizadas; Planejamento turístico mais eficiente. 232 Ação 03. Estruturar um Sistema de Informações Turísticas. Objetivo: Armazenar dados e disponibilizá-los de maneira adequada para que possam ser transformados em conhecimento e apoiem a tomada de decisão e o controle do processo de planejamento e gestão do turismo. Justificativa: O turismo tem um significado muito importante, tanto para os profissionais do setor, pesquisadores, estudantes, empresários, gestores públicos, como para os que desfrutam desta atividade. Nesse sentido, a informação é especialmente vital para movimentar, aproximar, viabilizar e dar visibilidade a todos os seus elementos. Como o turismo também se espalha por territórios ao redor do planeta – por meio de políticas locais para atrair demandas, ou como resultado dos deslocamentos dos viajantes, espontâneos ou incentivados –, a tecnologia tornou-se elemento fundamental para que o setor opere de forma eficiente, eficaz, competitiva e qualificada e para que os usuários, ou seja, os turistas tenham suas necessidades e desejos atendidos e os gestores da atividade possam planejar com base em informações confiáveis. Descrição da Ação: Criação de um sistema de informações turísticas, amplo e integrado, com acesso separado por área de interesse (gestão pública, empresários, investidores, estudantes e sociedade), contendo dados sobre a demanda e oferta turística de Natal, e informações sobre as políticas, planos, programas, projetos e ações de interesse turístico, além da elaboração de manual para o usuário do sistema. Custo Estimado: R$ 300.000,00. Produtos e Resultados: Sistema de Informações Turísticas estruturado e funcionando; Softwares disponíveis para os usuários; Manual para o usuário do sistema elaborado. ESTRATÉGIA 04. Promoção de ações educativas voltadas para a comunidade local objetivando a mitigação dos impactos da atividade turística. Ação 01. Criar e Implantar Projeto de Educação Turística, com enfoque socioambiental e cultural. Objetivo: Permitir que a população local e os visitantes façam uma reflexão sobre as práticas turísticas, de modo a promover mudanças nas formas de pensar e agir em relação a questão socioambiental e cultural Justificativa: Em um contexto marcado pela degradação permanente do meio ambiente e do seu ecossistema, cria-se a necessidade de uma articulação com a produção de sentidos sobre a educação ambiental. O desafio que se coloca é de formular uma educação ambiental que seja crítica e inovadora em dois níveis: formal e não formal. Assim, ela deve ser acima de tudo um ato político voltado para a transformação social. Descrição da Ação: Como se trata de uma ação no campo educativo com um caráter transversal, há de se prever a realização de experiências concretas de educação ambiental de forma criativa e inovadora por diversos segmentos da população e em diversos níveis de formação. O seu enfoque deve buscar uma perspectiva de ação holística que relaciona o homem, a natureza e o universo, tendo como referência que os recursos naturais se esgotam e que o principal responsável pela sua degradação é o ser humano. Custo Estimado: R$ 200.000,00. Produtos e Resultados: Mudanças de atitudes em relação ao turismo e ao meio ambiente; Experiências educativas criativas e inovadoras. 233 7.1.4. Ações do Componente IV - Infraestrutura e Serviços Básicos ESTRATÉGIA 01. Incremento e recuperação a infraestrutura e serviços básicos para o turismo, como forma de qualificar o produto turístico, e melhorar a qualidade de vida das comunidades locais. Ação 01. Elaborar projeto básico e projeto executivo para a requalificação urbanística e paisagística dos acessos a Ponte Newton Navarro. Objetivo: Definir e detalhar as especificações técnicas e de execução dos serviços e obras, de modo a garantir a viabilidade técnica dos serviços e às adequações às normas da ABNT. Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Além da obtenção da Licença Ambiental. Descrição da Ação: Elaboração de projetos básico e executivo e estudos de impacto econômico, ambiental e social para conclusão dos acessos à Ponte Newton Navarro. Custo Estimado: R$ 250.000,00. Produtos e Resultados: Projeto básico; Projeto executivo, Estudo de impactos econômico, social e ambiental e Licença ambiental. Ação 02. Implantar a requalificação urbanística e paisagística dos acessos a Ponte Newton Navarro. Objetivo: Melhorar o acesso que vai da Ponte Newton Navarro a praia da Redinha e demais praias do litoral norte, bem como a urbanização e a paisagem da área. Justificativa: O acesso é precário, dificultando a circulação de carros de passeio e de veículos de turismo. Descrição da Ação: Execução das obras conforme definido nos projetos básico e executivo. Custo Estimado: R$ 5.000.000,00. Produtos e Resultados: Acesso implantado; Maior facilidade para locomoção da população local e dos turistas. Ação 03. Articular a conclusão do sistema de esgotamento sanitário no bairro da Redinha, em Natal. Objetivo: Articular junto a CAERN a conclusão do sistema de esgotamento sanitário no bairro da Redinha, em Natal, visando à melhoria da qualidade ambiental local. Justificativa: Reduzir a contaminação de um importante aqüífero da cidade, de modo a preservar o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida da população moradora e dos visitantes do município. Descrição da ação: Apoiar a implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário, com base nas especificações técnicas do projeto executivo. Serão implantadas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente. Custo Estimado: zero. Produtos e Resultados: Sistema de esgotamento sanitário; Melhoria da qualidade ambiental das áreas afetadas; Melhoria do índice ISA. 234 Ação 04. Articular a interligação do sistema de esgotamento sanitário de Ponta Negra ao SES da Zona Sul/Oeste. Objetivo: Articular junto a CAERN a interligação do sistema de esgotamento sanitário de Ponta Negra ao SES da Zona Sul/Oeste. Justificativa: Reduzir a contaminação de importante aqüífero da cidade, de modo a preservar o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida da população moradora e dos visitantes do município. Descrição da Ação: Apoiar a interligação do Sistema de Esgotamento Sanitário, com base nas especificações técnicas do projeto executivo. Serão implantadas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente. Custo Estimado: zero Produtos e Resultados: Sistema de esgotamento sanitário interligado; Melhoria da qualidade ambiental das áreas afetadas; Melhoria do índice ISA. Ação 05. Apoiar o redimensionamento/Substituição rede coletora e de emissários nos bairros de Areia Preta, Praia do Meio, Santos Reis, Rocas, Ribeira e Cidade Alta. Objetivo: Garantir à população uma melhor qualidade na prestação dos serviços, sem necessidade de intervenções de manutenção frequentes nos sistemas. Justificativa: Os sistemas nesses bairros encontram-se obsoletos e, provavelmente, subdimensionados, gerando transtornos para a população devido ao número elevado de problemas. Descrição da Ação: Apoiar o levantamento dos trechos de rede e equipamentos do sistema com necessidade de substituição; redimensionamento das redes, emissários e demais unidades do sistema; e, substituição dos equipamentos e trechos danificados, subdimensionados ou obsoletos. Custo Estimado: zero Produtos e Resultados: Relatório com identificação de materiais danificados e ultrapassados; Projeto do SES após redimensionamento; e, Implantação do novo sistema de acordo com a necessidade. Ação 06. Implantar sistemas de drenagem urbana e manejo de águas pluviais nos bairros de Ponta Negra, Ribeira, Rocas, Passo da Pátria e Redinha. Objetivo: Melhorar a qualidade na prestação dos serviços de manejo de águas pluviais. Justificativa: Eliminar os pontos de alagamentos nessas áreas. Descrição da Ação: Elaborar ou atualizar projetos de macrodrenagem em conformidade com o Plano Diretor de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais. Custo Estimado: R$ 23.500.000,00. Produtos e Resultados: Projetos de macro e microdrenagem; e, Implantação de infraestruturas de drenagem. Ação 07. Elaborar plano de urbanização, manutenção, conservação e limpeza de lagoas e reservatórios de drenagem. Objetivo: Manter as lagoas e reservatórios de drenagem em condições de conservação satisfatórias. 235 Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Assim, é ação exigida por lei. Descrição da Ação: Programação periódica das intervenções realizadas nas lagoas e reservatórios; Dimensionamento das equipes e maquinários necessários para cada lagoa ou reservatório de drenagem; Levantamento de necessidades de manutenção em bombas e infraestrutura das lagoas e reservatórios; Custo Estimado: R$ 600.000,00. Produtos e Resultados: Plano de Manutenção, Conservação e Limpeza das lagoas e reservatórios de drenagem; Ação 08. Implantar plano de urbanização, manutenção, conservação e limpeza de lagoas e reservatórios de drenagem. Objetivo: Manter as lagoas e reservatórios de drenagem em condições de conservação satisfatórias. Justificativa: As lagoas e reservatórios de detenção apresentam uma grande concentração de resíduos sólidos devido à ausência de limpeza periódica. Descrição da Ação: Programação periódica das intervenções realizadas nas lagoas e reservatórios; Dimensionamento das equipes e maquinários necessários para cada lagoa ou reservatório de drenagem; Levantamento de necessidades de manutenção em bombas e infraestrutura das lagoas e reservatórios; Custo Estimado: R$ 10.500.000,00. Produtos e Resultados: Plano de Manutenção, Conservação e Limpeza das lagoas e reservatórios de drenagem; Ação 09. Apoiar a instalação de plantão para atendimento ao turista, na DEATUR. Objetivo: Garantir o atendimento ao turista nos finais de semana. Justificativa: Verificou-se que a delegacia só funciona de segunda a sexta-feira, dificultando o atendimento para os turistas que necessitam dos serviços da DEATUR nos finais de semana. Descrição da Ação: Implantação de Plantões para facilitar o registro dos boletins de ocorrência pelos turistas. Custo Estimado: Zero. Produtos e Resultados: Melhoria da qualidade de prestação do serviço aos turistas para garantir a segurança daqueles que são atendidos pela delegacia nos finais de semana. Ação 10. Articular, apoiar e discutir a implantação de VLT (veículo leve sobre trilhos) na Região Metropolitana de Natal. Objetivo: Promover a articulação junto ao Governo Federal para captação de recursos para implantação de VLT na Região Metropolitana de Natal. Justificativa: Natal como os demais centros urbanos apresentam sérios problemas relacionados ao transporte público e trânsito. Estudos mostram que investimento em transportes coletivos é uma solução adequada para a mobilidade das cidades. Para Natal o VLT será um novo modal de transporte para dinamizar o desenvolvimento da Região Metropolitana de Natal e, especialmente para o turismo poderá interligar o aeroporto de São 236 Gonçalo do Amarante a área turística da cidade, oferecendo um serviço de qualidade, confortável, pontual e barato. Descrição da Ação: Fazer gestões junto ao Governo Federal para viabilizar recursos para a execução do projeto do VLT na Região Metropolitana de Natal. Custo Estimado: Zero. Produtos e Resultados: VLT implantado em Natal, integrando a Área Turística de Natal, ao Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Ação 11. Elaborar Plano de Transporte Seguro para o turismo de Natal. Objetivo: Definir regras para os setores que fazem transporte de turistas, de forma que a oferta do serviço garanta a qualidade, conforto e segurança aos seus usuários. Justificativa: Atualmente apenas parte dos serviços de transportes turísticos é regularizado em Natal, havendo grupos de prestadores de serviços sem o devido credenciamento atuando no setor e contando com a negligência do setor público a quem cabe fiscalizar esse serviço. Essa situação vem colocando em risco a imagem do destino. Descrição da Ação: Elaboração de plano de transporte abrangendo os diversos prestadores de serviços (buggy, van, alternativos, carros 4 x 4, e outros) com definição de percursos e atribuições. Deverá ser incluso minuta de projeto de lei para regulamentar os diversos serviços de transportes turísticos no âmbito do município, em consonância com a Lei Geral do Turismo. Custo Estimado: R$ 200.000,00. Produtos e Resultados: Plano de Transporte Turístico elaborado; Serviços de transportes turísticos regulamentados; Maior segurança aos turistas; Instrumento de fiscalização com amparo legal. 7.1.5. Ações do Componente V - Gestão Ambiental ESTRATÉGIA 01. Incremento e recuperação a infraestrutura e serviços básicos para o turismo, como forma de qualificar o produto turístico, e melhorar a qualidade de vida das comunidades locais. Ação 01. Articular políticas setoriais (turismo e meio ambiente) em parceria com Estado, especialmente, na gestão da Região Metropolitana de Natal. Objetivo: Promover a integração entre as diferentes instituições envolvidas com a gestão ambiental e do turismo, conciliando as duas políticas setoriais de modo a conceber a sustentabilidade da atividade turística. Justificativa: Existe a necessidade de conciliar as políticas ambientais direcionadas para o município de Natal e sua região metropolitana, com a política de desenvolvimento do turismo, uma vez que há casos de conflitos criados entre as próprias instâncias municipais e estaduais no quesito ambiental e, sobretudo a incompatibilidade desse setor com o interesse de utilização dos espaços na atividade sustentada do turismo e seus projetos. Descrição da Ação: A SETURDE deve revisar as ações e projetos turísticos almejados para o município do Natal, e verificar se estão em compatibilidade com as políticas ambientais do Município e do Estado. A ação ocorrerá através da formação de grupo específico de discussão técnica para promover a articulação com as instâncias ambientais, na apresentação das ações e projetos turísticos de interesse para Natal, que podem requerer o envolvimento com as questões ambientais e possíveis regulamentações ou revisões legais necessárias. Custo Estimado: Zero. 237 Produtos e Resultados: Aproximação e diálogo entre as secretarias de turismo e a de meio ambiente para a viabilização de projetos turísticos sustentáveis. Ação 02. Estabelecer articulação entre os diversos órgãos competentes no processo de gestão das ZPAs já criadas. Objetivo: Promover a articulação entre os diversos órgãos públicos que tenham qualquer relação com as Zonas de Proteção Ambiental. Justificativa: Algumas Zonas de Proteção Ambiental de Natal são regulamentadas e dotadas de orientação de manejo de seus espaços. Entretanto, ainda restam diversas ZPAs que aguardam a sua regulamentação. Atualmente a Prefeitura do Natal, através da SEMURB, busca a regulamentação de tais espaços, necessitando também se articular com outras instâncias que possam ter o interesse de utilização dos espaços das ZPAs, para que as políticas setoriais não entrem em conflito na consagração de projetos, tal como os projetos turísticos. Descrição da Ação: No atual processo de regulamentação das Zonas de Proteção Ambiental, a SETURDE deve formar um grupo de trabalho que provocará oficialmente todos os órgãos municipais que possam ter algum tipo de relação ou interesse de projetos para as Zonas de Proteção Ambiental, de modo que sejam identificadas todas as políticas setoriais que possam entrar em conflito na gestão desses espaços. Custo Estimado: Zero. Produtos e Resultados: Relatório com identificação de projetos turísticos nas Zonas de Proteção Ambiental, existentes ou a serem implantados, para evitar possíveis conflitos com outras políticas setoriais. Ação 03. Criar programa de gestão ambiental das obras e atividades voltadas para o turismo. Objetivo: Subsidiar os procedimentos de licenciamento ambiental das obras e atividades turísticas. Justificativa: O licenciamento ambiental é obrigatório para a implantação de qualquer obra, e deve ser iniciado ainda na fase de planejamento do projeto, quando se avalia se uma área tem condição ambiental de receber projetos específicos. Ainda que se exija o licenciamento ambiental, é comum não se acompanhar a execução da obra, ou o cumprimento das condicionantes pontuadas nas licenças ambientais, o que geralmente requer uma gestão ambiental contínua do projeto. Geralmente para os projetos contemplados para o PDITS, já se prevê o procedimento de licenciamento ambiental, mas por vezes o projeto não destina recursos suficientes para a elaboração de estudos ambientais, que fica a cargo do órgão ambiental defini-los, sendo uma incógnita quanto ao custo de elaboração do mesmo. Além disso, mesmo após o licenciamento, há uma série de condicionantes a serem cumpridas, ou mesmo, acompanhados os impactos ambientais e executadas as mitigações previstas, que caem no esquecimento do planejamento do projeto. Por isso é importante alocar recursos para que se tenha garantia da execução de uma gestão ambiental dos projetos turísticos. Descrição da Ação: Projetos executivos serão licenciados junto aos órgãos competentes; havendo necessidade de acompanhamento na execução do projeto no âmbito de sua gestão ambiental. Nesse caso, estudos ambientais e pareceres porventura exigidos por órgãos ambientais competentes serão elaborados por equipe multidisciplinar competente e; deve haver cumprimento das condicionantes das licenças ambientais, para manter os projetos turísticos em obediência aos padrões ambientais exigíveis. Isto porque as licenças ambientais são dotadas de prazo de validade e requerem gestão ambiental continuada para pleitear a devida renovação. Custo Estimado: R$ 3.000.000,00. 238 Produtos e Resultados: Projetos turísticos licenciados ambientalmente; estudos ambientais elaborados; monitoramento contínuo dos projetos licenciados para o cumprimento de possíveis exigências da licença ambiental e; licenças mantidas dentro do prazo de validade. Ação 04. Elaborar plano para a melhoria das condições ambientais do estuário do Rio Potengi com potencial para o turismo. Objetivo: Elaborar um Plano de Recuperação das Áreas Degradadas ao longo do estuário do Rio Potengi. Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Assim, é ação exigida por lei. Descrição da Ação: Para que o estuário do Rio Potengi possa ser melhor aproveitado pela atividade turística, seu aspecto paisagístico deve ser contemplado. Como existem diversas atividades econômicas ao longo do estuário, muitas das quais geram impactos em espaços não mais utilizados atualmente, e outros que apresentam passivos ambientais, há necessidade de elaboração de um plano de recuperação das áreas degradadas, para que a rota turística possa desfrutar do por do sol no Rio Potengi. O plano deverá contemplar a área localizada entre as duas pontes. Custo Estimado: R$ 400.000,00. Produtos e Resultados: Plano de Recuperação das Áreas Degradadas (PRAD) elaborado para o estuário do Rio Potengi. Ação 05. Implantar ações para melhorar as condições ambientais do estuário do Rio Potengi com potencial para o turismo. Objetivo: Executar as ações previstas no Plano de Recuperação das Áreas Degradadas (PRAD) para o estuário do Rio Potengi. Justificativa: Existe atualmente potencial turístico no estuário do Rio Potengi, o qual não é aproveitado ou é subutilizado, principalmente na apreciação da paisagem ao por do Sol. Observam-se necessidades de recuperação da qualidade de suas águas, o que já é contemplado em outros projetos fora do PDITS, e no próprio PDITS quando sugeridas as ações de implantação de esgotamento sanitário com tratamento. Entretanto, o aspecto paisagístico do rio é muito importante, o que nem sempre tem sido observado para a sua valorização visando o crescimento do turismo na área. Descrição da Ação: Para que o estuário do Rio Potengi possa ser melhor aproveitado pela atividade turística, seu aspecto paisagístico deve ser contemplado. Como existem diversas atividades econômicas ao longo do estuário, muitas das quais geram impactos em espaços não mais utilizados atualmente, e outros que apresentam passivos ambientais, há necessidade de elaboração de um plano de recuperação das áreas degradadas, para que a rota turística possa desfrutar do por do sol no rio Potengi. Custo Estimado: R$ 10.000.000,00. Produtos e Resultados: Plano de Recuperação das Áreas Degradadas (PRAD) executado para o estuário do Rio Potengi. Ação 06. Elaborar Plano de educação ambiental para a população situada na bacia hidrográfica do Rio Potengi. Objetivo: Elaborar plano de educação ambiental para a população na bacia hidrográfica do Rio Potengi. 239 Justificativa: A recuperação da qualidade ambiental das águas do Rio Potengi passa não somente pela execução de obras e implantação de esgotamento sanitário. É importante a participação da população que reside diretamente na área de abrangência da bacia do Rio Potengi, quanto à mudança de atitudes em sua relação com o rio. As pessoas podem ter educação ambiental com orientações específicas, que irão contribuir na recuperação do rio, através de ações como ligação de esgoto na rede pública, quando houver, eliminação de ligação clandestina em redes de drenagem, o acondicionamento adequado dos lixos produzidos, entre outras ações individuais necessárias, que indiretamente servirão de caráter preventivo e corretivo na mitigação de impactos adversos. Descrição da Ação: Deverá ser elaborado um plano de educação ambiental para a população que reside nas áreas que contribuem de alguma forma para a qualidade ambiental do Rio Potengi, direcionando ações específicas que podem ser adotadas individualmente pelas pessoas para contribuir na melhoria da qualidade das águas do rio. Para tanto será necessário definir a área de influência a ser afetada com as ações de educação ambiental. Custo Estimado: R$ 200.000,00. Produtos e Resultados: Plano de educação ambiental elaborado para o estuário do Rio Potengi. Ação 07. Implantar plano de educação ambiental para a população situada na bacia hidrográfica do Rio Potengi. Objetivo: Implantar plano de educação ambiental para a população com vistas a orientar a população residente na área a colaborar na recuperação do Rio Potengi. Justificativa: A recuperação da qualidade ambiental das águas do Rio Potengi passa não somente pela execução de obras e implantação de esgotamento sanitário. É importante a participação da população que reside diretamente na área de abrangência da bacia do Rio Potengi, quanto à mudança de atitudes em sua relação com o rio. As pessoas podem ter educação ambiental com orientações específicas, que irão contribuir na recuperação do rio, através de ações como ligação de esgoto na rede pública, quando houver, eliminação de ligação clandestina em redes de drenagem, o acondicionamento adequado dos lixos produzidos, entre outras ações individuais necessárias, que indiretamente servirão de caráter preventivo e corretivo na mitigação de impactos adversos. Descrição da Ação: Deverá ser elaborado um plano de educação ambiental para a população que reside nas áreas que contribuem de alguma forma para a qualidade ambiental do Rio Potengi, direcionando ações específicas que podem ser adotadas individualmente pelas pessoas para contribuir na melhoria da qualidade das águas do rio. Para tanto será necessário definir a área de influência a ser afetada com as ações de educação ambiental. Custo Estimado: R$ 1.000.000,00. Produtos e Resultados: Plano de educação ambiental implementado para o estuário do Rio Potengi. 240 ESTRATÉGIA 02. Melhoria dos instrumentos de controle e gestão ambiental. Ação 01. Apoiar a Revisão da legislação municipal, para compatibilizá-la com o ritmo de crescimento da cidade. Objetivo: Revisar a legislação urbanística e ambiental vigente para proposição de alterações com base nos interesses da atividade turística. Justificativa: Diversos projetos turísticos, por vezes tornam-se inexequíveis em decorrência de incompatibilidades com a legislação urbanística e ambiental vigente, ocasionando a não implantação de projetos, alterações de área ou mesmo a total alteração de projeto, de modo que não atendem as demandas necessárias para a atividade turística. Descrição da Ação: A legislação ambiental e urbanística do município do Natal deve ser revisada para que os projetos turísticos com previsão de implantação, possam ser melhor orientados já em suas etapas iniciais de planejamento, antes da sua elaboração. Isso evitaria que no caso de incompatibilidades de projetos com a legislação vigente, os projetos turísticos tenham que passar por grandes alterações da sua concepção arquitetônica. Custo Estimado: Zero. Produtos e Resultados: Projetos turísticos ajustados à legislação urbanística e ambiental; Novas proposições para o setor turístico a serem consideradas nas revisões das leis municipais. Ação 02. Elaboração de estudos para realizar a Avaliação Ambiental Estratégica do conjunto de ações integrantes do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável - PDITS de Natal. Objetivo: Realizar estudos visando realizar uma Avaliação Ambiental Estratégica do conjunto de ações integrantes do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável - PDITS de Natal, como forma de mitigar os impactos socioambientais do PDITS de Natal. Justificativa: A realização de uma AAE tem por objetivo principal a incorporação dos princípios de sustentabilidade na elaboração de uma Política, de um Plano ou de um Programa (PPP). Para o PDITS a AAE tem por objetivo realizar avaliação geral de todas as ações propostas pelo Plano, propondo, em alguns casos, ações e recomendações para mitigar impactos que tais investimentos acarretarão no meio ambiente e na comunidade receptora. Esse instrumento contribuirá para viabilizar o equilíbrio do desenvolvimento do turismo em Natal, possibilitando a consolidação e o uso sustentável dos recursos e atrativos turísticos (naturais, histórico-culturais, manifestações e usos tradicionais e populares, realizações técnicas e científicas e eventos programados), com destaque para os atributos naturais existentes na AT de Natal, sendo, portanto, um procedimento de avaliação da qualidade do ambiente e das consequências da implantação do conjunto de açõesinvestimentos decorrentes dos componentes previstos no PRODETUR NACIONAL. Descrição da ação: Na AAE serão executadas as seguintes tarefas: definição dos objetivos da AAE; consolidação e sistematização dos dados existentes que constituirão a Linha de Base e o Diagnóstico; identificação e avaliação dos possíveis impactos positivos e negativos decorrentes da implantação das ações-investimentos estabelecidas no PDITS; construção dos cenários; e, identificação de alternativas mais adequadas e menos impactantes que subsidiem os tomadores de decisão. Para isso, deverá ser utilizada uma metodologia qualitativa e participativa, que conte com a contribuição de especialistas nas diversas áreas de conhecimento relacionadas às ações-investimentos previstas nos PDITS. Custo Estimado: R$ 300.000,00 241 Produtos e Resultados: Avaliação Ambiental Estratégica do conjunto de ações integrantes do PDITS de Natal; Mitigação de potenciais impactos negativos de ações advindas do PDITS. 7.2. DIMENSIONAMENTO DOS INVESTIMENTOS Após a identificação das ações por componente de planejamento será feito o dimensionamento dos investimentos, que serão estruturados em 03 (três) quadros: o primeiro indicando todos os investimentos necessários para a AT de Natal; o segundo com os investimentos elegíveis no âmbito do PRODETUR Nacional e o terceiro dentre os elegíveis pelo PRODETUR aqueles que serão priorizados para os 18 primeiros meses. Todos os valores dos investimentos serão apresentados, nas moedas Real e Dólar, identificando-se a cotação de câmbio utilizada. Para determinação dos custos referentes a cada ação foram utilizadas várias fontes de dados comparativas, a depender da natureza da intervenção, isto é, custos de implantação de redes, projetos, readequação de atrativos, entre outros. Esses custos foram estimados a partir de projetos similares, já licitados, realizados pela prefeitura municipal de Natal, pelo governo do estado do RN, ou por comparação com financiamentos disponíveis pelo Ministério do Turismo. 7.2.1 Dimensionamento Total de Ações para Área Turística de Natal Considerando os objetivos do PDITS, a análise SWOT e as estratégias elaboradas foram discutidas e definidas em oficina com membros do COMTUR e equipe técnica da SETURDE as ações necessárias para o desenvolvimento do turismo da AT de Natal, Assim, as ações estão divididas por componente de planejamento com estimativa de custo em Real e em Dólar, estando este último valor na cotação do dia 25 de julho de 2013, de R$ 2,24 = US$ 1.00. O valor global do Plano de Ação do PDITS DE NATAL é de R$ 422.600.000,00, equivalente a US$ 188.660.714,28. 242 Quadro 4 - Dimensionamento do Investimento do Componente Produto Turístico - Plano de Ação da AT de Natal COMPONENTE - PRODUTO TURÍSTICO: Ação/Projeto 1. Elaborar estudos de concepção, projeto básico e projeto executivo de requalificação urbanística e paisagística da orla da praia da Redinha. Valor R$ Valor US$* 200.000,00 89.285,71 3.000.000,00 1.339.285,71 3. Elaborar estudo diagnóstico, projeto básico e projeto executivo para melhorar a acessibilidade nos espaços urbanos e edificados no Alto de Ponta Negra e Praia da Redinha. 300.000,00 133.928,57 4. Executar obras para a melhoria da acessibilidade nos espaços urbanos e edificados no Alto de Ponta Negra e Praia da Redinha. 3.000.000,00 1.339.285,71 5. Elaborar estudo de concepção, projeto básico e projeto executivo para requalificação urbanística e paisagística da margem direita do Rio Potengi, se estendendo da Ponte Newton Navarro até a Ponte de Igapó. 500.000,00 223.214,29 6. Implantar a requalificação urbanística e paisagística na margem direita do Rio Potengi, se estendendo da Ponte Newton Navarro até a Ponte de Igapó. 10.000.000,00 4.464.285,71 7. Apoiar a realização de estudos e projetos para a implantação de Marinas e Projetos de Infraestrutura Náutica para consolidação do Turismo Náutico na cidade de Natal. 500.000,00 223.214,28 8. Realizar estudos para engordamento das praias de Natal. 3.000.000,00 1.339.285,71 9.Elaborar projeto executivo para o engordamento das praias de Natal. 3.000.000,00 1.339.285,71 15.000.000,00 6.696.428,57 11. Apoiar as ações previstas no PDITS do Polo Costa das Dunas para Natal e do PAC das Cidades Históricas que promovam o aproveitamento do patrimônio histórico-cultural. 0,00 0,00 12. Promover a articulação e integração dos órgãos de turismo (estadual e municipal) com os órgãos responsáveis pela política cultural do Estado e do Município. 0,00 0,00 13. Realizar Diagnóstico da Oferta e Demanda de Capacitação Profissional para Natal. 200.000,00 89.285,71 2.500.000,00 1.116.071,43 15. Implantar Consultoria para Apoio ao empreendedor turístico de Natal. 250.000,00 111.607,14 16. Elaborar Projeto de Rede de Postos de Atendimento integrado ao Sistema de Informações Turísticas do órgão de turismo. 200.000,00 89.285,71 17. Implantar Projeto de Rede de Postos de Atendimento integrado ao Sistema de Informações Turísticas. 3.000.000,00 1.339.285,71 18. Apoio na Identificação de espaço mais adequado para realização de grandes eventos de rua (Carnatal e outros). 0,00 0,00 19. Elaborar estudos de concepção, projeto básico e projeto executivo para um Espaço Multiuso para Feiras e Eventos com infraestrutura capaz de atrair grandes eventos nacionais e internacionais. 15.000.000,00 6.696.428,57 20. Implantar novo Espaço Multiuso para Feiras e Eventos com infraestrutura capaz de atrair grandes eventos nacionais e internacionais. 300.000.000,00 133.928.571,43 SUBTOTAL COMPONENTE 359.650.000,00 160.558.035,71 2. Implantar a requalificação urbanística e paisagística da orla da praia da Redinha. 10. Implantar o projeto de engordamento das praias de Natal. 14. Implantar Programa de Capacitação Profissional para a AT de Natal. Fonte: START Consultoria, 2013 *Cotação do US$ 2,24 243 Quadro 46 - Dimensionamento do Investimento do Componente Comercialização - Plano de Ação da AT de Natal COMPONENTE – COMERCIALIZAÇÃO: Ação/Projeto 1. Elaborar Plano de Marketing para a AT de Natal. Valor R$ Valor US$* 400.000,00 178.541,43 3.700.000,00 1.651.785,71 3. Elaborar o calendário de eventos da cidade. 150.000,00 66.964,29 4. Implantar o calendário de eventos da cidade. 300.000,00 133.928,57 5. Implantar sistema de informação e controle das campanhas de divulgação turística. 100.000,00 44.642,86 6. Reestruturar e atualizar o site institucional da SETURDE. 150.000,00 66.964,29 4.800.000,00 2.142.857,14 2. Implantar ações do Plano de Marketing. SUBTOTAL COMPONENTE Fonte: START Consultoria, 2013 *Cotação do US$ 2,24 Quadro 47 – Dimensionamento do Investimento do Componente Fortalecimento Institucional – Plano de Ação da AT de Natal COMPONENTE – FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL Ação/Projeto Valor R$ Valor US$* 1. Elaborar Plano de Fortalecimento Institucional da gestão do turismo de Natal. 200.000,00 89.285,71 2. Implantar ações do Plano de Fortalecimento Institucional da gestão do turismo de Natal. 1.200.000,00 535.714,29 3. Elaborar Plano Municipal de Turismo. 300.000,00 133.928,57 4. Realizar Pesquisas de Demanda Turística. 400.000,00 178.571,43 5. Realizar Inventário Turístico. 600.000,00 267.857,14 6. Estruturar um Sistema de Informações Turísticas. 300.000,00 133.928,57 7. Criar e Implantar Projeto de Educação Turística, com enfoque socioambiental e cultural. 200.000,00 89.285,71 3.200.000,00 1.428.571,42 SUBTOTAL COMPONENTE Fonte: START Consultoria, 2013 *Cotação do US$ 2,24 244 Quadro 48 – Dimensionamento do Investimento do Componente Infraestrutura e Serviços Básicos – Plano de Ação da AT de Natal COMPONENTE – INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS: Ação/Projeto Valor R$ Valor US$* 1. Elaborar projeto básico e projeto executivo para a requalificação urbanística e paisagística dos acessos a Ponte Newton Navarro. 250.000,00 111.607,14 2. Implantar a requalificação urbanística e paisagística dos acessos a Ponte Newton Navarro. 5.000.000,00 2.232.142,86 3. Articular a conclusão do sistema de esgotamento sanitário no bairro da Redinha, em Natal. 0,00 0,00 4. Articular a interligação do sistema de esgotamento sanitário de Ponta Negra ao SES da Zona Sul/Oeste. 0,00 0,00 5. Apoiar o redimensionamento/substituição da rede coletora e de emissários nos bairros de Areia Preta, Praia do Meio, Santos Reis, Rocas, Ribeira e Cidade Alta. 0,00 0,00 6. Implantar sistemas de drenagem urbana e manejo de águas pluviais nos bairros de Ponta Negra, Ribeira, Rocas, Passo da Pátria e Redinha. 23.500.000,00 10.491.071,43 7. Elaborar plano de urbanização, manutenção, conservação e limpeza de lagoas e reservatórios de drenagem. 600.000,00 267.857,14 8. Implantar plano de urbanização, manutenção, conservação e limpeza de lagoas e reservatórios de drenagem. 10.500.000,00 4.687.500,00 9. Apoiar a instalação de plantão para atendimento ao turista, na DEATUR. 0,00 0,00 10. Apoiar e discutir a implantação de VLT na Região Metropolitana de Natal 0,00 0,00 200.000,00 89.285,71 40.050.000,00 17.879.464,28 11. Elaborar Plano de Transporte Seguro para o turismo de Natal. SUBTOTAL COMPONENTE Fonte: START Consultoria, 2013 Cotação do US$ 2,24 Quadro 49 – Dimensionamento do Investimento do Componente Gestão Ambiental – Plano de Ação Natal COMPONENTE- GESTÃO AMBIENTAL Ação/Projeto Valor R$ Valor US$* 1. Articular políticas setoriais (turismo e meio ambiente) em parceria com Estado, especialmente, na gestão da Região Metropolitana de Natal. 0,00 0,00 2. Estabelecer articulação entre os diversos órgãos competentes no processo de gestão das ZPAs já criadas. 0,00 0,00 3. Criar programa de gestão ambiental das obras e atividades voltadas para o turismo. 3.000.000,00 1.339.285,71 4. Elaborar plano para a melhoria das condições ambientais do estuário do Rio Potengi com potencial para o turismo. 400.000,00 178.571,43 5. Implantar ações para melhorar as condições ambientais do estuário do Rio Potengi com potencial para o turismo. 10.000.000,00 4.464.285,71 6. Elaborar Plano de educação ambiental para a população situada na bacia hidrográfica do Rio Potengi. 200.000,00 89.285,71 7. Implantar plano de educação ambiental para a população situada na bacia hidrográfica do Rio Potengi. 1.000.000,00 446.428,57 8. Apoiar a Revisão da legislação municipal, para compatibilizá-la com o ritmo de crescimento da cidade. 0,00 0,00 9. Elaboração de estudos para realizar a Avaliação Ambiental Estratégica do conjunto de ações integrantes do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável PDITS de Natal. 300.000,00 133.928,57 SUBTOTAL COMPONENTE 14.900.000,00 6.651.785,71 TOTAL GERAL DO PDITS DE NATAL 422.600.000,00 188.660.714,28 Fonte: START Consultoria, 2013 / *Cotação do US$ 2,24 245 7.2.2. Dimensionamento das Ações Elegíveis para o PRODETUR Após a realização do dimensionamento total das ações necessárias para Área Turística de Natal, foram selecionadas as que deveriam ser objeto de financiamento pelo PRODETUR Nacional, estando apresentadas no quadro abaixo. As ações foram selecionadas por componente de planejamento, com estimativa de custo em real e em dólar, estando este último valor na cotação do dia 25 de julho de 2013, de R$ 2,24 = US$ 1.00. O valor global das Ações Elegíveis para serem executadas com recursos do PRODETUR Nacional é de R$ 73.000.000,00 equivalentes a US$ 32.589.285,71. Quadro 50 - Dimensionamento das Ações elegíveis para o PRODETUR COMPONENTE – PRODUTO TURÍSTICO: Ação/Projeto 1.Elaborar estudos de concepção, projeto básico e projeto executivo de requalificação urbanística e paisagística da orla da praia da Redinha. Valor R$ Valor US$* 200.000,00 89.285,71 3.000.000,00 1.339.285,71 3. Elaborar estudo diagnóstico, projeto básico e projeto executivo para melhorar a acessibilidade nos espaços urbanos e edificados no Alto de Ponta Negra e Praia da Redinha. 300.000,00 133.928,57 4. Executar obras para a melhoria da acessibilidade nos espaços urbanos e edificados no Alto de Ponta Negra e Praia da Redinha. 3.000.000,00 1.339.285,71 5. Elaborar estudo de concepção, projeto básico e projeto executivo para requalificação urbanística e paisagística da margem direita do Rio Potengi, se estendendo da Ponte Newton Navarro até a Ponte de Igapó. 500.000,00 223.214,29 6. Implantar a requalificação urbanística e paisagística na margem direita do Rio Potengi, se estendendo da Ponte Newton Navarro até a Ponte de Igapó.. 10.000.000,00 4.464.285,71 7. Apoiar a realização de estudos e projetos para a implantação de Marinas e Projetos de Infraestrutura Náutica para consolidação do Turismo Náutico na cidade de Natal. 500.000,00 223.214,28 8. Realizar estudos para engordamento das praias de Natal. 3.000.000,00 1.339.285,71 9. Elaborar projeto executivo para o engordamento das praias de Natal. 3.000.000,00 1.339.285,71 15.000.000,00 6.696.428,57 200.000,00 89.285,71 2.500.000,00 1.116.071,43 13. Implantar Consultoria para Apoio ao empreendedor turístico de Natal. 250.000,00 111.607,14 14. Elaborar Projeto de Rede de Postos de Atendimento integrado ao Sistema de Informações Turísticas do órgão de turismo. 200.000,00 89.285,71 15. Implantar Projeto de Rede de Postos de Atendimento integrado ao Sistema de Informações Turísticas. 3.000.000,00 1.339.285,71 SUBTOTAL COMPONENTE 44.650.000,00 19.933.035,71 2. Implantar a requalificação urbanística e paisagística da orla da praia da Redinha. 10. Implantar o projeto de engordamento das praias de Natal. 11. Realizar Diagnóstico da Oferta e Demanda de Capacitação Profissional para Natal. 12. Implantar Programa de Capacitação Profissional para a AT de Natal. COMPONENTE – COMERCIALIZAÇÃO Ação/Projeto 1. Elaborar Plano de Marketing para a AT de Natal. 2. Implantar ações do Plano de Marketing. Valor R$ Valor US$ 400.000,00 178.541,43 3.700.000,00 1.651.785,71 3. Elaborar o calendário de eventos da cidade. 150.000,00 66.964,29 4. Implantar o calendário de eventos da cidade. 300.000,00 133.928,57 5. Implantar sistema de informação e controle das campanhas de divulgação turística. 100.000,00 44.642,86 6 Reestruturar e atualizar o site institucional da SETURDE. SUBTOTAL COMPONENTE 150.000,00 66.964,29 4.800.000,00 2.142.857,14 246 (CONTINUAÇÃO) Quadro 50 - Dimensionamento das Ações elegíveis para o PRODETUR COMPONENTE – FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL Ação/Projeto 1. Elaborar Plano de Fortalecimento Institucional da gestão do turismo de Natal. Valor R$ Valor US$* 200.000,00 89.285,71 1.200.000,00 535.714,29 3. Elaborar Plano Municipal de Turismo. 300.000,00 133.928,57 4. Realizar Pesquisas de Demanda Turística. 400.000,00 178.571,43 5. Realizar Inventário Turístico. 600.000,00 267.857,14 6. Estruturar um Sistema de Informações Turísticas. 300.000,00 133.928,57 7. Criar e Implantar Projeto de Educação Turística, com enfoque socioambiental e cultural. 200.000,00 89.285,71 3.200.000,00 1.428.571,42 2. Implantar ações do Plano de Fortalecimento Institucional da gestão do turismo de Natal. SUBTOTAL COMPONENTE COMPONENTE – INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS Ação/Projeto Valor R$ Valor US$* 1. Elaborar projeto básico e projeto executivo para a requalificação urbanística e paisagística dos acessos a Ponte Newton Navarro. 250.000,00 111.607,14 2. Implantar a requalificação urbanística e paisagística dos acessos a Ponte Newton Navarro. 5.000.000,00 2.232.142,86 200.000,00 89.285,71 5.450.000,00 2.433.035,71 3. Elaborar Plano de Transporte Seguro para o turismo de Natal. SUBTOTAL COMPONENTE COMPONENTE – GESTÃO AMBIENTAL Ação/Projeto Valor R$ Valor US$* 1. Criar programa de gestão ambiental das obras e atividades voltadas para o turismo. 3.000.000,00 1.339.285,71 2. Elaborar plano para a melhoria das condições ambientais do estuário do Rio Potengi com potencial para o turismo. 400.000,00 178.571,43 10.000.000,00 4.464.285,71 200.000,00 89.285,71 5. Implantar plano de educação ambiental para a população situada na bacia hidrográfica do Rio Potengi. 1.000.000,00 446.428,57 6. Elaboração de estudos para realizar a Avaliação Ambiental Estratégica do conjunto de ações integrantes do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável - PDITS de Natal. 300.000,00 133.928,57 SUBTOTAL COMPONENTE 14.900.000,00 6.651.785,71 TOTAL DAS AÇÕES ELEGIVEIS PARA O PRODETUR 73.000.000,00 32.589.285,71 3. Implantar ações para melhorar as condições ambientais do estuário do Rio Potengi com potencial para o turismo. 4. Elaborar Plano de educação ambiental para a população situada na bacia hidrográfica do Rio Potengi. Fonte: START Consultoria, 2013 *Cotação do US$ 2,24 7.2.3. Seleção e Priorização das Ações No item 7.2.1 foram relacionadas todas as ações necessárias para a AT de Natal, divididas nos cinco componentes, resultado das discussões nas oficinas participativas e reuniões técnicas para atingir aos objetivos estratégicos do PDITS Natal de incrementar o turismo em Natal para impulsionar a competitividade enquanto destino nacional e internacional. Entretanto, atendendo ao Regulamento Operacional do Programa, faz-se necessário um ajuste mais refinado, mais específico ao PDITS, no sentido de otimizar os recursos de 247 financiamento existentes e, assim, chegar-se a um plano operativo para os primeiros 18 meses de execução. As ações priorizadas para esses 18 primeiros meses para a AT de Natal fazem parte de um contexto de fortalecimento dos produtos já existentes e também do incentivo a novos segmentos e produtos turísticos, tendo como base o turismo de sol e mar, o turismo náutico. turismo cultural, o turismo de eventos e também o turismo de aventura. A relação das ações segue especificada abaixo, por componente de planejamento, sendo o valor global das Ações Priorizadas para os 18 primeiros meses de R$ 17.300.000,00 equivalente a US$ 7.723.214,28. Quadro 51- Ações Priorizadas para os 18 primeiros meses COMPONENTE – PRODUTO TURÍSTICO Ação/Projeto Valor R$ Valor US$* 1. Elaborar estudos de concepção, projeto básico e projeto executivo de requalificação urbanística e paisagística da orla da praia da Redinha. 200.000,00 89.285,71 2. Elaborar estudo diagnóstico, projeto básico e projeto executivo para melhorar a acessibilidade nos espaços urbanos e edificados no Alto de Ponta Negra e Praia da Redinha. 300.000,00 133.928,57 3. Elaborar estudo de concepção, projeto básico e projeto executivo para requalificação urbanística e paisagística da margem direita do Rio Potengi, se estendendo da Ponte Newton Navarro até a Ponte de Igapó. 500.000,00 223.214,29 4. Apoiar a realização de estudos e projetos para a implantação de Marinas e Projetos de Infraestrutura Náutica para consolidação do Turismo Náutico na cidade de Natal. 500.000,00 223.214,28 3.000.000,00 1.339.285,71 6. Realizar Diagnóstico da Oferta e Demanda de Capacitação Profissional para Natal. 200.000,00 89.285,71 7. Implantar Consultoria para Apoio ao empreendedor turístico de Natal. 250.000,00 111.607,14 8. Elaborar Projeto de Rede de Postos de Atendimento integrado ao Sistema de Informações Turísticas do órgão de turismo. 200.000,00 89.285,71 5.150.000,00 2.299.107,14 5. Realizar estudos para engordamento das praias de Natal. SUBTOTAL COMPONENTE COMPONENTE – COMERCIALIZAÇÃO Ação/Projeto Valor R$ Valor US$* 1. Elaborar Plano de Marketing para a AT de Natal. 400.000,00 2. Elaborar o calendário de eventos da cidade. 150.000,00 66.964,29 3. Implantar o calendário de eventos da cidade. 300.000,00 133.928,57 4. Implantar sistema de informação e controle das campanhas de divulgação turística. 100.000,00 44.642,86 5. Reestruturar e atualizar o site institucional da SETURDE. 150.000,00 66.964,29 1.100.000,00 491.071,42 SUBTOTAL COMPONENTE 178.541,43 COMPONENTE – FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL Ação/Projeto Valor R$ Valor US$* 1. Elaborar Plano de Fortalecimento Institucional da gestão do turismo de Natal. 200.000,00 89.285,71 2. Elaborar Plano Municipal de Turismo. 300.000,00 133.928,57 3. Realizar Pesquisas de Demanda Turística. 400.000,00 178.571,43 4. Realizar Inventário Turístico. 600.000,00 267.857,14 5. Criar e Implantar Projeto de Educação Turística, com enfoque socioambiental e cultural. 200.000,00 89.285,71 1.700.000,00 758.928,56 SUBTOTAL COMPONENTE COMPONENTE – INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS Ação/Projeto Valor R$ Valor US$* 248 1. Elaborar projeto básico e projeto executivo para a requalificação urbanística e paisagística dos acessos a Ponte Newton Navarro. 250.000,00 111.607,14 2. Implantar a requalificação urbanística e paisagística dos acessos a Ponte Newton Navarro. 5.000.000,00 2.232.142,86 200.000,00 89.285,71 5.450.000,00 2.433.035,71 3. Elaborar Plano de Transporte Seguro para o turismo de Natal. SUBTOTAL COMPONENTE COMPONENTE – GESTÃO AMBIENTAL Ação/Projeto Valor R$ Valor US$* 1. Criar programa de gestão ambiental das obras e atividades voltadas para o turismo. 3.000.000,00 1.339.285,71 2. Elaborar plano para a melhoria das condições ambientais do estuário do Rio Potengi com potencial para o turismo. 400.000,00 178.571,43 3. Elaborar Plano de educação ambiental para a população situada na bacia hidrográfica do Rio Potengi. 200.000,00 89.285,71 4. Elaboração de estudos para realizar a Avaliação Ambiental Estratégica do conjunto de ações integrantes do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável - PDITS de Natal. 300.000,00 133.928,57 SUBTOTAL COMPONENTE 3.900.000,00 1.741.071,42 TOTAL DAS AÇÕES PRIORIZADAS PARA OS 18 PRIMEIROS MESES 17.300.000,00 7.723.214,28 Fonte: START Consultoria, 2013 *Cotação do US$ 2,24 7.3. RESUMO DOS INVESTIMENTOS DO PDITS NATAL O quadro, abaixo, mostra um resumo dos investimentos do PDITS DE NATAL, especificando três valores para o PDITS de Natal: o primeiro reúne todas as ações previstas, independente da fonte de recursos; o segundo os valores para ações a serem financiadas pelo PRODETUR; e, o terceiro as ações financiadas pelo PRODETUR para os 18 primeiros meses. Quadro 52 - Resumo dos Investimentos do PDITS DE NATAL AÇÕES PDITS DE NATAL R$ 422.600.000,00 US$* 188.660.684,28 Ações Gerais Ações a serem Financiadas pelo 73.000.000,00 32.589.285,71 PRODETUR Ações financiadas pelo PRODETUR para 17.300,000,00 7.723.214,28 os 18 primeiros meses Fonte: Start Pesquisa e Consultoria Técnica, 2013. *Cotação do Dólar: R$ 2,24. 249 7.4. DESCRIÇÃO DAS AÇÕES A SEREM REALIZADAS DURANTE OS DEZOITO PRIMEIROS MESES DE FINANCIAMENTO DO PRODETUR NACIONAL Para as ações elegíveis para realização durante os 18 primeiros meses de financiamento pelo PRODETUR NACIONAL as mesmas foram caracterizadas, contendo as descrições contidas no Plano de Ação, conforme fichas abaixo: 7.4.1. Fichas de Detalhamento de Ação – Estratégia de Produto Turístico FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Elaborar estudos de concepção, projeto básico e projeto executivo de requalificação urbanística e paisagística da orla da praia da Redinha. Objetivo: Definir e detalhar as especificações técnicas e de execução dos serviços e materiais a serem utilizados, de modo a garantir a viabilidade técnica e ambiental das obras e às adequações às normas da ABNT. Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Assim, é ação exigida por lei. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Melhoria da qualidade cênica, paisagística e ambiental da orla, com infraestrutura adequada para receber banhistas; Diminuição da sazonalidade. Benefícios e Beneficiários: Planejamento turístico; Descrição da Ação: Elaboração de projetos para requalificação urbanística e paisagística dos trechos das praias urbanas de Natal, incluindo a drenagem, esgotamento sanitário e melhoria da pavimentação das vias adjacentes à orla. Delimitação das especificações técnicas e de execução dos projetos de requalificação urbanística. Um dos produtos desse projeto deverá ser um Plano de Praias, que irá definir a capacidade de carga e os tipos de serviços necessários (banheiros, estacionamento, postos de guardavidas etc.). Responsável pela execução: Prefeitura do Natal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SEMOPI Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 200.000,00 Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Observar informações do Projeto Orla, se já houver sido implantado; Plano Diretor Municipal e leis complementares; Decreto nº 5.300/2004 – Regras de uso e ocupação da zona costeira; Lei nº 7.661/1988 – Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro; Decreto-Lei nº 9.760/1946 – Bens imóveis da União; Lei estadual nº 7.871/2000 – Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Oriental; Resolução CONAMA nº 303/2002 – Áreas de preservação permanente; Lei nº 4.771/1965 – Código Florestal Brasileiro; CONAMA nº 369/2006 – Casos excepcionais de ocupação em áreas de preservação permanente; Resolução CONAMA nº 341/2003 – Empreendimentos turísticos e ocupação de dunas móveis. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Antecede a implantação da obra de requalificação urbanística e paisagística da orla da praia da Redinha. Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Projetos executivos elaborados/Relatórios governamentais. 250 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Elaborar estudo com diagnóstico, projeto básico e projeto executivo para melhorar a acessibilidade nos espaços urbanos e edificados no Alto de Ponta Negra e Praia da Redinha. Objetivo: Definir e detalhar as especificações técnicas e de execução dos serviços e materiais a serem utilizados, de modo a garantir a viabilidade técnica e ambiental das obras e às adequações às normas da ABNT. Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Assim, é ação exigida por lei. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Melhorar a acessibilidade em pontos de interesse turístico. Benefícios e Beneficiários: Planejamento turístico; Fortalecimento do turismo; pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Descrição da Ação: Elaboração de diagnóstico, projeto básico e projetos executivos para melhorar a acessibilidade, sinalização viária e estacionamentos das áreas turísticas de Natal. Responsável pela execução: Prefeitura do Natal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SEMOPI Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 300.000,00 Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Plano Diretor Municipal e leis complementares; Normas de acessibilidade. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Antecede a execução de obras para melhoria da acessibilidade nos espaços urbanos e edificados no Alto de Ponta Negra e Praia da Redinha. Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Projeto básico, Projeto executivo e Licença Ambiental / Relatório Governamental 251 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Elaborar estudo de concepção, projeto básico e projeto executivo para requalificação urbanística e paisagística da margem direita do Rio Potengi, se estendendo da Ponte Newton Navarro até a Ponte de Igapó. Objetivo: Definir e detalhar as especificações técnicas e de execução dos serviços e materiais a serem utilizados, de modo a garantir a viabilidade técnica e ambiental das obras e às adequações às normas da ABNT. Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Assim, é ação exigida por lei. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Qualificação de produto turístico. Benefícios e Beneficiários: Planejamento turístico; Fortalecimento do turismo; A cidade, os turistas e a população local. Descrição da Ação: Elaboração de estudos de concepção, projeto básico e projeto executivo, além de estudos de viabilidade econômica e ambiental para requalificação urbanística e paisagística da margem direita do Rio Potengi, a partir da Ponte Velha de Igapó até a Ponte Newton Navarro, em conformidade com a legislação ambiental e o Plano Diretor Municipal. O projeto deverá contar também com projeto de interpretação turística do lugar, utilizando-se diversas técnicas de interpretação, a fim de proporcionar ao visitante uma experiência mais enriquecedora com o patrimônio natural e histórico-cultural da área. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SEMOPI Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 500.000,00 Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Observar informações do Projeto Orla, se já houver sido implantado; Plano Diretor Municipal e leis complementares; DecretoLei nº 9.760/1946 – Bens imóveis da União; Lei estadual nº 7.871/2000 – Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Oriental; Resolução CONAMA nº 303/2002 – Áreas de preservação permanente; Lei nº 4.771/1965 – Código Florestal Brasileiro; CONAMA nº 369/2006 – Casos excepcionais de ocupação em áreas de preservação permanente; Resolução CONAMA nº 341/2003 – Empreendimentos turísticos e ocupação de dunas móveis. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Antecede a implantação e requalificação urbanística e paisagística na margem direita do Rio Potengi. Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Projeto básico, Projeto Executivo e Licença Ambiental./ Relatório Governamental. 252 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Apoiar a realização de estudos e projetos para a implantação de Marinas e Projetos de infraestrutura náutica para consolidação do Turismo Náutico na cidade de Natal. Objetivo: Definir e detalhar as especificações técnicas e de execução dos serviços e materiais a serem utilizados, de modo a garantir a viabilidade técnica e ambiental das obras e às adequações às normas da ABNT. Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Assim, é ação exigida por lei. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Qualificação de produto turístico. Benefícios e Beneficiários: Planejamento turístico; Fortalecimento do turismo; A cidade, os turistas e a população local. Descrição da Ação: Elaboração de estudos de concepção, projeto básico, além de estudos de viabilidade econômica e ambiental para implantação de marina ou projeto de infraestrutura náutica. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 500.000,00 Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Observar informações do Projeto Orla, se já houver sido implantado; Plano Diretor Municipal e leis complementares; DecretoLei nº 9.760/1946 – Bens imóveis da União; Lei estadual nº 7.871/2000 – Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Oriental; Resolução CONAMA nº 303/2002 – Áreas de preservação permanente; Lei nº 4.771/1965 – Código Florestal Brasileiro; CONAMA nº 369/2006 – Casos excepcionais de ocupação em áreas de preservação permanente; Resolução CONAMA nº 341/2003 – Empreendimentos turísticos e ocupação de dunas móveis. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Antecede a implantação e requalificação urbanística e paisagística na margem direita do Rio Potengi. Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Estudo de Concepção, Projeto básico e Licença Ambiental./ Relatório Governamental. 253 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Realizar estudos para engordamento das praias de Natal. Objetivo: Elaborar estudos para recuperar o ambiente praial emerso da orla urbana do município do Natal. Justificativa: Nos últimos 10 anos têm sido comumente verificados processos de erosão costeira ao longo das praias urbanas na cidade do Natal. Praias famosas como Ponta Negra, do Meio e Areia Preta, que são intensamente utilizadas pela atividade turística. As estruturas urbanas construídas, por vezes em ambientes dinâmicos, acabam sofrendo desmoronamento devido a ação das ondas, nas marés mais elevadas. Já há projetos de melhoria das estruturas urbanas existentes, recuperando as áreas artificiais, tal como calçadões, entretanto a faixa de areia disponível para as pessoas fica comprometida e bastante reduzida, tanto na maré alta como na baixa, criando conflito pelo uso do espaço para lazer entre os visitantes e os trabalhadores formais ou informais. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Evitar processos de erosão costeira nas praias urbanas de Natal e melhorar a qualidade do produto turístico. Benefícios e Beneficiários: Planejamento turístico; Fortalecimento do turismo; A cidade, os turistas e a população local. Descrição da Ação: Descrição da Ação: Deverá ser realizado estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental para promover a recuperação da faixa terrestre da praia (faixa de areia emersa), de modo que as estruturas urbanas existentes não sejam comprometidas frente a processos de erosão costeira, que devem ser evitados ou reduzidos. E ainda, estudos sobre a viabilidade de acrescer material arenoso adequado para aumentar a largura da referida faixa de areia, criando um ambiente em equilíbrio dinâmico, que possa ser melhor utilizado pelas pessoas, eliminando os conflitos de espaço e aumentando a qualidade do produto turístico. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SEMOPI Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 3.000.000,00 Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Observar informações do Projeto Orla, se já houver sido implantado; Plano Diretor Municipal e leis complementares; Decreto nº 5.300/2004 – Regras de uso e ocupação da zona costeira; Lei nº 7.661/1988 – Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro; Decreto-Lei nº 9.760/1946 – Bens imóveis da União; Lei estadual nº 7.871/2000 – Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Oriental; Resolução CONAMA nº 303/2002 – Áreas de preservação permanente; Lei nº 4.771/1965 – Código Florestal Brasileiro; CONAMA nº 369/2006 – Casos excepcionais de ocupação em áreas de preservação permanente; Resolução CONAMA nº 341/2003 – Empreendimentos turísticos e ocupação de dunas móveis. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Antecede a elaboração de projeto de engordamento das praias de Natal e sua respectiva implantação. Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental elaborado./ Relatório Governamental 254 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Realizar Diagnóstico da Oferta e Demanda de Capacitação Profissional para Natal. Objetivo: Realizar diagnóstico visando obter subsídios para a elaboração de nova proposta de qualificação profissional para o setor turístico da AT de Natal, identificando os segmentos que precisam de aperfeiçoamento. Justificativa: A necessidade de realização do Diagnóstico de Oferta e Demanda da Capacitação Profissional deve-se ao dinamismo do turismo e, consequentemente, à constante necessidade de atualização e aprendizado de inovações. O primeiro Diagnóstico foi realizado em 2005 para o Polo Costa das Dunas e parte de suas metas já foram alcançadas. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Melhoria da qualidade dos serviços turísticos. Benefícios e Beneficiários: Planejamento turístico; Capacitação profissional; Melhoria da qualidade dos serviços. Descrição da Ação: Realização do Diagnóstico de Oferta e Demanda da Capacitação Profissional do Setor Turístico da AT de Natal, para possibilitar a definição do Plano de Ação para capacitação de profissionais do setor e da população. Contudo, espera-se que o novo diagnóstico seja focado para atender à demanda de capacitação para os segmentos de turismo priorizados no PDITS de Natal: turismo de sol e praia, turismo náutico, turismo de eventos, turismo cultural e turismo de aventura/natureza, de modo que sejam capacitados população e profissionais para atuarem nessas áreas. O Plano de Ação deverá ainda propor indicadores de acompanhamento da eficácia dos Programas de Capacitação Profissional, como nível de satisfação com os cursos, taxa de empregabilidade após o curso, etc. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 200.000,00 Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Não se aplica Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Antecede a implantação do Programa de Capacitação Profissional para AT de Natal. Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Diagnóstico de Oferta e Demanda de Capacitação Profissional elaborado./ Relatório Governamental 255 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Implantar Consultoria para Apoio ao empreendedor turístico de Natal. Objetivo: Incentivar e estimular os empreendedores turísticos de Natal a investirem no setor, com base na economia criativa. Justificativa: Ser mais uma forma de orientação, incentivo e capacitação de empreendedores para o setor turístico, mostrando vantagens, benefícios e os caminhos legais para investir no setor e/ou para promover a sua formalização visando estimular novas oportunidades de negócios. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Melhoria da qualidade do serviço turístico e maior oferta de serviços. Benefícios e Beneficiários: Aumento no número de empreendimento e de serviços turístico; Fortalecimento do turismo; Descrição da Ação: Implantação de Consultoria para apoio aos empreendedores turísticos de Natal estimulando o aparecimento de novos negócios para o setor turístico. Esta atividade deverá ter como base o conceito de Economia Criativa que engloba um conjunto de atividades mercadológicas provenientes da capacidade criativa de pessoas empreendedoras que possibilita a geração de produtos e serviços em áreas diversas e com retorno econômico. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 250.000,00 Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Aumento na arrecadação de ISS. Normas de licenciamento ambiental exigidas: Não se aplica Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Não se aplica Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Aumento do número de empreendedores no setor turístico de Natal / JUCERN 256 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Elaborar Projeto de Rede de Postos de Atendimento integrado ao Sistema de Informações Turísticas do órgão de turismo. Objetivo: Definir e detalhar as especificações técnicas e de execução dos serviços e obras, de modo a garantir a viabilidade técnica dos serviços e às adequações às normas da ABNT. Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Assim, é ação exigida por lei. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Turistas com acesso a informações turísticas. Benefícios e Beneficiários: Fortalecimento do turismo; Imagem corporativa de informação turística. Descrição da Ação: A rede será utilizada para apoiar a gestão turística municipal. O orçamento deverá incluir: a) o projeto conceitual da rede, e o modelo de gestão da rede, b) o manual de imagem corporativa da rede, c) o estabelecimento de ferramentas tecnológicas de intercâmbio de informações (Intra e Extranet) d) a elaboração de material promocional com parâmetros homogêneos e) a capacitação do pessoal; e f) o orçamento para a contratação do pessoal durante o período de execução. Quanto aos postos de atendimento: devem seguir aos parâmetros visuais e técnicos informados no projeto; ter funcionários efetivos e capacitados para passar informações; servir de ponto de fornecimento de informações, bem como de obtenção de informações e dados sobre os turistas que procuram os postos pelo preenchimento de questionários ou outros métodos de coleta de dados. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 200.000,00 Não se aplica. Mecanismos de Recuperação de Custo: Aumento da receita turística. Normas de licenciamento ambiental exigidas: Não se aplica. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Reestruturar e atualizar o site institucional da SETURDE Realizar Pesquisas de Demanda Turística Realizar Inventário Turístico Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Projeto de Rede e de Gestão Local de informações turísticas / Relatório Governamental 257 7.4.2. Fichas de Detalhamento de Ação – Estratégia de Comercialização FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Elaborar Plano de Marketing para a AT de Natal. Objetivo: Orientar as estratégias de desenvolvimento da atividade turística desenvolvidas para Natal, com vistas a atingir maior eficiência e eficácia no fortalecimento da marca e na comercialização dos seus produtos, ampliando a atratividade da cidade para aumentar os fluxos e gastos turísticos em Natal e Rio Grande do Norte, uma vez que Natal além de ser portão de entrada, é um centro de distribuição de turistas para os diversos destinos turísticos do estado. Justificativa: A elaboração de um Plano de Marketing possibilitará o planejamento estratégico da comercialização e divulgação do destino Natal, posicionando os produtos turísticos da cidade nos mercados nacional e internacional, tornando as ações mais efetivas ao atingir os mercados de interesse, e, entre outras coisas, tornando o destino mais competitivo. Antecedendo o processo de elaboração do Plano de Marketing será realizada uma pesquisa de mercado para descobrir oportunidades de mercado para os produtos e atrativos turísticos de Natal. Isso se justifica porque no estado nunca foi feita uma pesquisa do mercado turístico, que indique quais as melhores oportunidades de negócio para seus produtos, quais os mercados em que se deve investir; perfil dos consumidores prioritários etc. Pesquisas desse tipo, bem como de demanda atual e potencial e pesquisas de clima empresarial são ferramentas poderosas na definição de estratégias e ações de promoção e comercialização eficientes. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Maior eficiência de ações de planejamento e promoção turísticas. Benefícios e Beneficiários: Pesquisa de Mercado, Pesquisa de Demanda Atual e Potencial; Pesquisa de Clima Empresarial; Definição de prioridades para os mercados a serem atingidos; Fortalecimento do planejamento turístico em nível local, estadual e regional. Descrição da Ação: Inicialmente será feita uma pesquisa de mercado com a demanda atual e potencial, para Natal que deverá definir o perfil do consumidor, necessidades e desejos; aspectos dos concorrentes: pontos fortes e fracos; estudo dos fornecedores, clientes e política de atuação; definição da metodologia e, instrumentos de pesquisa. Além disso, deve abranger Pesquisa de Clima Empresarial com o trade turístico; Pesquisa de satisfação de clientes; além da definição de instrumentos de avaliação e acompanhamento das ações propostas. Concluída essa etapa procede-se a elaboração do Plano de Marketing, cujo conteúdo mínimo necessário deverá priorizar estudos de mercado e ser capaz de identificar as ações e diretrizes estratégicas para a divulgação e comercialização dos produtos e atrativos de Natal nos diferentes mercados emissores de interesse, especificando mídias, planos operativos, etc. A promoção deverá consolidar a imagem do destino Natal, de acordo com as determinações estratégicas e os nichos de mercado que se pretenda ampliar. A gestão da marca do destino está entre as atividades mais importantes para a manutenção e ampliação da demanda turística e o plano de marketing é a principal ferramenta para uma gestão eficaz. Dentro do plano de promoção deverão estar previstos a elaboração de material promocional (folheteria, vídeos, CDs etc.), a participação em eventos nacionais e internacionais, e campanhas promocionais para o destino de Natal. Deverá definir, entre outras, uma estratégia de comercialização on line dos produtos e atrativos da cidade, dada à importância da internet para os destinos turísticos na atualidade. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 400.000.00 Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Não se aplica Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Não se aplica Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Plano de Marketing elaborado./ Relatório governamental 258 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Elaborar o calendário de eventos da cidade. Objetivo: Proporcionar um ordenamento cronológico dos eventos realizados em Natal, de modo a incentivar os promotores com a divulgação gratuita de seus eventos, além de promover a dinamização da infraestrutura turística receptiva com aumento do gasto turístico e das receitas turísticas. Justificativa: O setor de eventos cresce de maneira acentuada exigindo cada vez mais planejamento e organização, espaços bem equipados, profissionais especializados e marketing competitivo na disputa por uma fatia do mercado. A existência de um Calendário de Eventos para um destino turístico como Natal é uma forma de agregar valor aos seus produtos turísticos e um dos fatores fundamentais para o desenvolvimento, tanto socioeconômico como histórico-cultural, da cidade. Além disso, a realização de eventos traz bons resultados para seus núcleos receptores, contribuindo com a movimentação de fluxos turísticos que se deslocam em busca de uma rede de infraestrutura e serviços. Com um calendário de eventos bem definido e divulgado a cidade garante um fluxo de turistas durante todo o ano. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Mapeamento de eventos para divulgação, aumento do fluxo turístico. Benefícios e Beneficiários: Diminuição da sazonalidade turística; Turismo de eventos fortalecido; A cidade com uma programação de eventos. Descrição da Ação: Um mapeamento dos eventos antecipadamente programados, de cunho social, cívico, histórico, esportivo, científico, técnico, religioso, popular, etc., enumerados em ordem cronológica. O calendário constitui-se numa forma mais eficaz de concentrar, divulgar e indicar os acontecimentos, além de ser o procedimento mais racional e imediato de propagá-los até os núcleos emissores. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 150.000,00. Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Não se aplica Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Antecede a implantação do calendário de eventos da cidade. Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Calendário de eventos elaborado / Relatório Governamental; 259 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Implantar o calendário de eventos da cidade. Objetivo: Divulgar e captar eventos para a cidade de Natal com vistas a incrementar o turismo de eventos e combater os efeitos da sazonalidade. Justificativa: A divulgação do calendário de eventos é a solução para a crescente necessidade de ampliação dos setores de agenciamento, hotelaria, catering e transporte, frente à expansão do volume de negócios desenvolvidos no mix de eventos. Por isso os eventos são considerados como um agregador de valor ao produto turístico, sendo capaz de por si só, de gerar fluxos e aumentar a permanência do turista no destino receptor. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Integração da cadeia produtiva do turismo; Fortalecimento do turismo. Benefícios e Beneficiários: Aumento no número de eventos turísticos; Diminuição da sazonalidade turística; Descrição da Ação: Divulgação do calendário de eventos nos mercados emissores para fugir da sazonalidade e, por meio dele manter a principal atividade econômica do município em pleno desenvolvimento. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 300.000,00 Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Aumento da arrecadação de ISS. Normas de licenciamento ambiental exigidas: Não se aplica Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Não se aplica Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Calendário de eventos elaborado e divulgado;/ Relatório Governamental 260 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Implantar sistema de informação e controle das campanhas de divulgação turística. Objetivo: Implantar sistema de informação e controle das campanhas de divulgação turística, com vistas a tornar as ações de comunicação e marketing mais eficientes e eficazes. Justificativa: A ausência de um plano de marketing que oriente as ações comunicacionais gera perda de coerência na tomada cotidiana de decisões e, sobretudo, nos ajustes necessários às mudanças que se pretendam empreender na promoção turística. A existência de um plano é como a escolha da rota de viagem, propicia estabelecer direção, nexo e rumo para as ações de marketing. Além disso, o plano estabelece os mecanismos de acompanhamento e controle para garantir que as ações sejam implantadas corretamente, tanto em seu conteúdo como no tempo e no cumprimento do orçamento disponível. Por tudo isso, um sistema de informação e controle deve ser implantado para os gestores do turismo possam realizar a avaliação dos resultados. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Eficiência e eficácia nas ações de marketing; Turistas com o perfil desejado. Benefícios e Beneficiários: Planejamento turístico; Otimização dos gastos com promoção turística; Descrição da Ação: Estudos e pesquisas baseados em dados disponíveis que devem ser atualizados com um calendário conhecido; controles de aplicação que permita comparar se o que foi planejado foi realizado e, informes técnicos de aplicação que deve ser exigido dos responsáveis tanto técnicos como gestores sobre o progresso da implantação. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 100.000,00. Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Não se aplica Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Plano de Marketing Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Sistema implantado/ Relatório Governamental 261 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Reestruturar e atualizar o site institucional da SETURDE. Objetivo: Proporcionar aos turistas e a sociedade em geral acesso rápido e gratuito as informações sobre a cidade sua oferta e serviços turísticos e outros aspectos institucionais de interesse público, buscando dar maior competitividade ao destino Natal. Justificativa: A internet mostrou ser uma ferramenta estratégica de distribuição direta para todo tipo de serviços turísticos, causando mudanças e levando os órgãos públicos e as empresas privadas a aderirem a essa tecnologia revolucionária de comunicação. Para o turismo ela é essencial, pois possibilita disponibilizar, amplamente, a informação de maneira rápida, fácil e de baixos custos. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Aumento do fluxo turístico e maior divulgação do destino. Benefícios e Beneficiários: Novo canal de comunicação; Plataforma adequada para disponibilizar informações e serviços de maneira direta, ao turista e sociedade. Gratuidade nas informações. Descrição da Ação: Criar e implantar site institucional do órgão municipal de turismo, como ferramenta facilitadora de informações e dados sobre o turismo de Natal, que permita a divulgação e comercialização do destino. Deverá ter dados que atendam ao consumidor final, empresários, estudantes e sociedade, permitindo ainda ser utilizado como um canal de prestação de contas. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 150.000,00 Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Não se aplica Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Realizar Inventário Turístico Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Site atualizado/ Relatório Governamental 262 7.4.3. Fichas de Detalhamento de Ação – Estratégia de Fortalecimento Institucional FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Elaborar Plano de Fortalecimento Institucional da gestão do turismo de Natal. Objetivo: Dotar a gestão municipal de um plano com ações que possibilite um fortalecimento das competências institucionais como forma de incrementar o desenvolvimento do turismo. Justificativa: A gestão do órgão municipal de turismo carece de ações que possibilite o melhor de desenvolvimento de ações para a atividade turística. Não possui ferramentas e equipamentos modernos, com equipe efetiva e qualificada que atendam as exigências do mercado. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Melhoria da gestão do turismo. Benefícios e Beneficiários: Fortalecimento do turismo; O setor de turismo com um órgão de turismo planejando e gerindo com competência. Descrição da Ação: Elaborar diagnóstico da situação atual do órgão de turismo e propor ações da estruturação, com estabelecimento de estratégias para formação de quadro técnico efetivo no órgão, programa de capacitação dos técnicos, aquisição de ferramentas e equipamentos, bem como fortalecimento da instância de governança. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 200.000,00 Não se aplica. Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Não se aplica. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Antecede a implantação das ações do Fortalecimento Institucional. Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Plano de fortalecimento institucional elaborado / Relatório Governamental. 263 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Elaborar Plano Municipal de Turismo. Objetivo: Dotar a gestão municipal de instrumento de planejamento para implementar, promover e gerenciar integral e parcialmente a Política Municipal de Turismo, bem como harmonizar programas, projetos e atividades turísticas municipais com as políticas, diretrizes e orientações dos governos estadual e federal. Justificativa: Todo e qualquer plano de turismo em nível municipal deve ser entendido como parte integrante do Plano Nacional de Turismo, ou seja, deve articular no nível local a política traçada no nível federal. Caso contrário, haverá uma multiplicidade de ações que poderão apresentar discordância e que não agregarão valor ao produto. Por outro lado, há uma recomendação de que os municípios deverão elaborar seus planos de turismo sintonizados com o Plano Nacional de Turismo 2013-2016. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Desenvolvimento do turismo realizado de forma ordenado e previamente definido. Benefícios e Beneficiários: Instrumento de Planejamento turístico; Fortalecimento do turismo; O setor de turismo e a cidade.. Descrição da Ação: Plano elaborado de forma participativa e integrado aos demais instrumentos de planejamento do município. O documento deverá reunir objetivos, diretrizes, estratégias e ações para os próximos quatro anos e consolidar a política de turismo em consonância com o Plano Plurianual. O plano deverá também ser alinhado com a Política Nacional de Turismo, traduzida no Plano Nacional de Turismo 2013-2016. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 300.000,00. Não se aplica. Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Não se aplica. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Não se aplica Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Plano Municipal de Turismo elaborado; / Relatório Governamental. 264 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Realizar Pesquisas de Demanda Turística. Objetivo: Conhecer a opinião dos turistas que visitam a cidade de Natal, durante um período determinado, procedentes de qualquer parte do país ou do exterior, identificando o perfil dos visitantes, seus hábitos, principais motivações, gastos e suas avaliações dos bens e serviços ofertados pelo destino visitado, bem como necessidades e expectativas desses turistas, tendo em vista orientar as ações dos setores públicos e privados para um planejamento adequado da atividade turística. Justificativa: No turismo é necessário que o planejamento do turismo seja pensado de modo a beneficiar não só o setor e seus empresários, mas toda a comunidade receptora, além disso, faz-se mister que ele seja elaborado com base em informações concretas a respeito das características da localidade, do perfil do turista, de estudos sobre o que se pretende no futuro. Para isso, pesquisas como a de Demanda Turística são uma fonte vasta de informações, que podem indicar as melhores ações a serem planejadas e as tendências a serem consideradas. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Aumento do fluxo turístico.. Benefícios e Beneficiários: Dados estatísticos disponibilizados para a sociedade sobre o perfil do turista que visita a cidade; Planejamento turístico; Fortalecimento do turismo; Descrição da Ação: Realização de pesquisas sistematizadas, compreendendo a alta e a baixa estação, com dados sobre o perfil do turista, hábitos de viagem, opinião sobre o destino, etc.. Deverão ser realizadas 12 pesquisas, ao longo de três anos, nos meses de janeiro, maio, julho e setembro. A pesquisa deverá apresentar relatório com análise quantitativa e qualitativa, além de relatório anual consolidado. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 400.000,00. Não se aplica. Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Não se aplica. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Não se aplica. Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Pesquisas de Demanda realizadas; / Relatório Governamental. 265 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Realizar Inventário Turístico. Objetivo: Levantar, identificar e registrar os atrativos, serviços e equipamentos turísticos, as instâncias de governança e a infraestrutura de apoio ao turismo existente no município, como instrumento-base de informações para fins de planejamento e gestão da atividade turística. Justificativa: O município de Natal não possui um inventário turístico. Este instrumento de geração de dados possibilita a criação do Sistema de Informações Turísticas, que permitirá ao poder público, em suas diferentes esferas de governo e à sociedade civil o acesso a informações sistematizadas e hierarquizadas sobre os atrativos, serviços e equipamentos turísticos, além da infraestrutura de apoio ao turismo. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Maior divulgação dos atrativos e serviços turísticos. Benefícios e Beneficiários: Sistema de Informações Turísticas ativo e com informações atualizadas; Planejamento turístico mais eficiente; O setor turístico.. Descrição da Ação: Realização do inventário turístico com todas as informações sobre a oferta turística existente no município, com utilização de GPS e conforme padronização do Ministério do Turismo e recomendações do Plano Nacional de Turismo 2013-2016. O inventário servirá como instrumento-base de informações para fins de planejamento e gestão da atividade turística. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 600.000,00. Não se aplica. Mecanismos de Recuperação de Custo: Aumento na arrecadação do ISS. Normas de licenciamento ambiental exigidas: Não se aplica. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Reestruturar e atualizar site institucional da SETURDE. Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Inventário turístico elaborado / Relatório Governamental. 266 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Criar e Implantar Projeto de Educação Turística, com enfoque socioambiental e cultural. Objetivo: Permitir que a população local e os visitantes façam uma reflexão sobre as práticas turísticas, de modo a promover mudanças nas formas de pensar e agir em relação a questão socioambiental e cultural. Justificativa: Em um contexto marcado pela degradação permanente do meio ambiente e do seu ecossistema, cria-se a necessidade de uma articulação com a produção de sentidos sobre a educação ambiental. O desafio que se coloca é de formular uma educação ambiental que seja crítica e inovadora em dois níveis: formal e não formal. Assim, ela deve ser acima de tudo um ato político voltado para a transformação social. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: .Maior integração do setor público com a sociedade e melhoria da receptividade turística. Benefícios e Beneficiários: Mudanças de atitudes em relação ao turismo e ao meio ambiente; Experiências educativas criativas e inovadoras. Descrição da Ação: Como se trata de uma ação no campo educativo com um caráter transversal, há de se prever a realização de experiências concretas de educação ambiental de forma criativa e inovadora por diversos segmentos da população e em diversos níveis de formação. O seu enfoque deve buscar uma perspectiva de ação holística que relaciona o homem, a natureza e o universo, tendo como referência que os recursos naturais se esgotam e que o principal responsável pela sua degradação é o ser humano. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 200.000,00. Não se aplica. Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Não se aplica. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Não se aplica Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Projeto de Educação Turística realizado/ Relatório Governamental. 267 7.4.4. Fichas de Detalhamento de Ação – Estratégia de Infraestrutura e Serviços Básicos FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Elaborar projeto básico e projeto executivo para a requalificação urbanística e paisagística dos acessos a Ponte Newton Navarro. Objetivo: Definir e detalhar as especificações técnicas e de execução dos serviços e obras, de modo a garantir a viabilidade técnica dos serviços e às adequações às normas da ABNT. Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Além da obtenção da Licença Ambiental. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Ações de turismo planejadas. Benefícios e Beneficiários: Planejamento turístico; Os turistas e a população de Natal; Melhoria no acesso ao litoral norte. Descrição da Ação: Elaboração de projetos básico e executivo e estudos de impacto econômico, ambiental e social para conclusão dos acessos à Ponte Newton Navarro. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SEMOPI Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 250.000,00. Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Plano Diretor Municipal; Lei de uso e ocupação do solo. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Antecede a implantação da requalificação urbanística e paisagística dos acessos a Ponte Newton Navarro. Nível de Avanço: Nenhum. Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Projeto básico; Projeto executivo, Estudo de impactos econômico, social e ambiental e Licença ambiental./Relatório Governamental. 268 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Implantar a requalificação urbanística e paisagística dos acessos a Ponte Newton Navarro. Objetivo: Melhorar o acesso que vai da Ponte Newton Navarro a praia da Redinha e demais praias do litoral norte, bem como a urbanização e a paisagem da área. Justificativa: O acesso é precário, dificultando a circulação de carros de passeio e de veículos de turismo. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Incremento da atividade turística. Benefícios e Beneficiários: Os turistas e a população de Natal; Melhoria no acesso aos bairros da zona norte e para o litoral norte. . Descrição da Ação: Execução das obras conforme definido nos projetos básico e executivo. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SEMOPI Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 5.000.000,00. 487.500,00 Mecanismos de Recuperação de Custo: ICMS, ISS Normas de licenciamento ambiental exigidas: Plano Diretor Municipal; Lei de uso e ocupação do solo. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Elaborar o Projeto Básico e projeto Executivo Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Acessos requalificados/Relatório Governamental. 269 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Elaborar Plano de Transporte Seguro para o turismo de Natal. Objetivo: Definir regras para os setores que fazem transporte de turistas, de forma que a oferta do serviço garanta a qualidade, conforto e segurança aos seus usuários. Justificativa: Atualmente apenas parte dos serviços de transportes turísticos é regularizado em Natal, havendo grupos de prestadores de serviços sem o devido credenciamento atuando no setor e contando com a negligência do setor público a quem cabe fiscalizar esse serviço. Essa situação vem colocando em risco a imagem do destino. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Maior segurança no serviço de transporte turístico. Benefícios e Beneficiários: Serviços de transportes turísticos regulamentados; Maior segurança aos turistas; Instrumento de fiscalização com amparo legal. Descrição da Ação: Elaboração de plano de transporte abrangendo os diversos prestadores de serviços (buggy, van, alternativos, carros 4 x 4, e outros) com definição de percursos e atribuições. Deverá ser incluso minuta de projeto de lei para regulamentar os diversos serviços de transportes turísticos no âmbito do município, em consonância com a Lei Geral do Turismo. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SEMOB Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 200.000,00. Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Não se aplica Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Não se aplica Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Plano de Transportes Seguro elaborado/Relatórios Governamentais. 270 7.4.5. Fichas de Detalhamento de Ação – Estratégia de Gestão Ambiental FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Criar programa de gestão ambiental das obras e atividades voltadas para o turismo. Objetivo: Subsidiar os procedimentos de licenciamento ambiental das obras e atividades turísticas. Justificativa: O licenciamento ambiental é obrigatório para a implantação de qualquer obra, e deve ser iniciado ainda na fase de planejamento do projeto, quando se avalia se uma área tem condição ambiental de receber projetos específicos. Ainda que se exija o licenciamento ambiental, é comum não se acompanhar a execução da obra, ou o cumprimento das condicionantes pontuadas nas licenças ambientais, o que geralmente requer uma gestão ambiental contínua do projeto. Geralmente para os projetos contemplados para o PDITS, já se prevê o procedimento de licenciamento ambiental, mas por vezes o projeto não destina recursos suficientes para a elaboração de estudos ambientais, que fica a cargo do órgão ambiental defini-los, sendo uma incógnita quanto ao custo de elaboração do mesmo. Além disso, mesmo após o licenciamento, há uma série de condicionantes a serem cumpridas, ou mesmo, acompanhados os impactos ambientais e executadas as mitigações previstas, que caem no esquecimento do planejamento do projeto. Por isso é importante alocar recursos para que se tenha garantia da execução de uma gestão ambiental dos projetos turísticos. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Projetos turísticos regularizados e sem entraves ambientais. Benefícios e Beneficiários: Projetos turísticos licenciados ambientalmente; estudos ambientais elaborados; monitoramento contínuo dos projetos licenciados para o cumprimento de possíveis exigências da licença ambiental e; licenças mantidas dentro do prazo de validade. Descrição da Ação: Projetos executivos serão licenciados junto aos órgãos competentes; havendo necessidade de acompanhamento na execução do projeto no âmbito de sua gestão ambiental. Nesse caso, estudos ambientais e pareceres porventura exigidos por órgãos ambientais competentes serão elaborados por equipe multidisciplinar competente e; deve haver cumprimento das condicionantes das licenças ambientais, para manter os projetos turísticos em obediência aos padrões ambientais exigíveis. Isto porque as licenças ambientais são dotadas de prazo de validade e requerem gestão ambiental continuada para pleitear a devida renovação. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal. Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 3.000.000,00. Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Lei Complementar nº 140/2011; Resolução CONAMA nº 237/1997; Plano Diretor de Natal – Lei nº 082/2007; Código de Obras – Lei nº 055/2004 e Código de Meio Ambiente – Lei nº 4.100/1992. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Não se aplica Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Licenças ambientais na validade; relatórios ambientais de condicionantes. 271 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Elaborar plano para a melhoria das condições ambientais do estuário do Rio Potengi com potencial para o turismo. Objetivo: Elaborar um Plano de Recuperação das Áreas Degradadas ao longo do estuário do Rio Potengi. Justificativa: A Lei 8.666/93, em seu artigo 7º, determina que as licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços devem obedecer a seguinte ordem: elaboração de projeto básico, projeto executivo e, por fim, execução das obras e serviços. Assim, é ação exigida por lei. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Ampliação da oferta turística com possibilidade de expansão com turismo náutico. Benefícios e Beneficiários: Plano de Recuperação das Áreas Degradadas (PRAD) elaborado para o estuário do Rio Potengi; Melhor aproveitamento turístico do Rio Potengi. Descrição da Ação: Para que o estuário do Rio Potengi possa ser melhor aproveitado pela atividade turística, seu aspecto paisagístico deve ser contemplado. Como existem diversas atividades econômicas ao longo do estuário, muitas das quais geram impactos em espaços não mais utilizados atualmente, e outros que apresentam passivos ambientais, há necessidade de elaboração de um plano de recuperação das áreas degradadas, para que a rota turística possa desfrutar do por do sol no Rio Potengi. O plano deverá contemplar a área localizada entre as duas pontes. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SEMURB Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 400.000,00. Não se aplica. Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Constituição Federal; Proteção da vegetação nativa - Lei nº 12.651/2012; Plano Diretor de Natal – Lei nº 082/2007; Código de Meio Ambiente – Lei nº 4.100/1992. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Antecede a implantação do Plano. Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Plano de Recuperação das Áreas Degradadas (PRAD) elaborado/ Relatório Governamental. 272 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Elaborar Plano de educação ambiental para a população situada na bacia hidrográfica do Rio Potengi. Objetivo: Elaborar plano de educação ambiental para a população na bacia hidrográfica do Rio Potengi. Justificativa: A recuperação da qualidade ambiental das águas do Rio Potengi passa não somente pela execução de obras e implantação de esgotamento sanitário. É importante a participação da população que reside diretamente na área de abrangência da bacia do Rio Potengi, quanto à mudança de atitudes em sua relação com o rio. As pessoas podem ter educação ambiental com orientações específicas, que irão contribuir na recuperação do rio, através de ações como ligação de esgoto na rede pública, quando houver, eliminação de ligação clandestina em redes de drenagem, o acondicionamento adequado dos lixos produzidos, entre outras ações individuais necessárias, que indiretamente servirão de caráter preventivo e corretivo na mitigação de impactos adversos. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Melhoria das condições ambientais do Rio Potengi, potencialmente de uso turístico. Benefícios e Beneficiários: Plano de educação ambiental implementado para o estuário do Rio Potengi. Descrição da Ação: Deverá ser elaborado um plano de educação ambiental para a população que reside nas áreas que contribuem de alguma forma para a qualidade ambiental do Rio Potengi, direcionando ações específicas que podem ser adotadas individualmente pelas pessoas para contribuir na melhoria da qualidade das águas do rio. Para tanto será necessário definir a área de influência a ser afetada com as ações de educação ambiental. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SEMURB Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 200.000,00. Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Lei nº 9795/1999 – Política Nacional de Educação Ambiental; Plano Diretor de Natal – Lei nº 082/2007; Código de Meio Ambiente – Lei nº 4.100/1992. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Nenhum Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Plano de educação ambiental elaborado/ Relatório Governamental. 273 FICHA DE DETALHAMENTO DE AÇÃO Nome da Ação: Elaboração de estudos para realizar a Avaliação Ambiental Estratégica do conjunto de ações integrantes do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável - PDITS de Natal. Objetivo: Realizar estudos visando realizar uma Avaliação Ambiental Estratégica do conjunto de ações integrantes do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável - PDITS de Natal, como forma de mitigar os impactos socioambientais do PDITS de Natal. Justificativa: : A realização de uma AAE tem por objetivo principal a incorporação dos princípios de sustentabilidade na elaboração de uma Política, de um Plano ou de um Programa (PPP). Para o PDITS a AAE tem por objetivo realizar avaliação geral de todas as ações propostas pelo Plano, propondo, em alguns casos, ações e recomendações para mitigar impactos que tais investimentos acarretarão no meio ambiente e na comunidade receptora. Esse instrumento contribuirá para viabilizar o equilíbrio do desenvolvimento do turismo em Natal, possibilitando a consolidação e o uso sustentável dos recursos e atrativos turísticos (naturais, histórico-culturais, manifestações e usos tradicionais e populares, realizações técnicas e científicas e eventos programados), com destaque para os atributos naturais existentes na AT de Natal, sendo, portanto, um procedimento de avaliação da qualidade do ambiente e das consequências da implantação do conjunto de ações-investimentos decorrentes dos componentes previstos no PRODETUR NACIONAL. Efeito esperado no Desenvolvimento Turístico: Melhoria das condições ambientais do Rio Potengi, potencialmente de uso turístico. Benefícios e Beneficiários: Plano de educação ambiental implementado para o estuário do Rio Potengi. Descrição da Ação: Na AAE serão executadas as seguintes tarefas: definição dos objetivos da AAE; consolidação e sistematização dos dados existentes que constituirão a Linha de Base e o Diagnóstico; identificação e avaliação dos possíveis impactos positivos e negativos decorrentes da implantação das ações-investimentos estabelecidas no PDITS; construção dos cenários; e, identificação de alternativas mais adequadas e menos impactantes que subsidiem os tomadores de decisão. Para isso, deverá ser utilizada uma metodologia qualitativa e participativa, que conte com a contribuição de especialistas nas diversas áreas de conhecimento relacionadas às ações-investimentos previstas nos PDITS. Responsável pela execução: Prefeitura Municipal Entidade responsável pela implantação/operação/manutenção da obra ou serviço: SETURDE Custo Estimado (R$): Gasto estimado de Operação (R$): 300.000,00 Não se aplica Mecanismos de Recuperação de Custo: Não se aplica Normas de licenciamento ambiental exigidas: Lei nº 9795/1999 – Política Nacional de Educação Ambiental; Plano Diretor de Natal – Lei nº 082/2007; Código de Meio Ambiente – Lei nº 4.100/1992. Relação com outras ações quanto ao Cronograma: Nenhum Nível de Avanço: Nenhum Indicadores de Resultado/Fonte de Verificação Avaliação Ambiental Estratégica elaborada/ Relatório Governamental. 274 8. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS A seguir é apresentada uma Avaliação de Impactos Potenciais, contendo os principais pontos positivos e negativos advindos da implantação das ações do PDITS no que tange aos aspectos cultural, econômico, social e ambiental. A partir das ações definidas por componentes e estratégias a serem contempladas no PDITS Natal, foram avaliados os potenciais impactos socioambientais gerados no planejamento e implantação das ações previstas neste PDITS. Ressalta-se que na avaliação, foram identificados os possíveis impactos decorrentes das ações do PDITS, sem pretensão de ser conclusiva, o que depende de uma análise mais minuciosa dos detalhes de cada projeto previsto e das exigências dos órgãos licenciadores, na fase do licenciamento ambiental. Destaca-se que as ações referentes a apoio institucional apesar de não gerarem impacto ambiental significativo foram incluídas nesta avaliação. O PDITS Natal inclui ações variadas e relacionadas nas fase de planejamento, incluindo estudos, diagnósticos e elaboração de projetos. Enquanto que a implantação envolve execução de obras com intervenção direta no meio físico ambiental, gerando impactos de diferentes naturezas. Destaque pode ser dado para aqueles impactos de natureza: social, econômica e cultural, especialmente na fase de planejamento, ou seja, ações relacionadas aos dezoitos primeiros meses de implantação do Plano. Os impactos de natureza ambiental, na fase de planejamento, apresetam-se, em sua maioria, positivos conforme pode ser observado na Matriz de Impactos Potenciais. Para a identificação e avaliação dos potenciais impactos resultantes da implementação do conjunto de ações propostas, observaram-se as recomendações do Manual de Planejamento e Gestão Socioambiental do PRODETUR NACIONAL, bem como de outros documentos de referência (Termo de Referência), com aplicação do método das matrizes, cuja função é a identificação dos impactos no âmbito de cada meio impactado: ambiental, social, econômico e cultural. A matriz utilizada apresenta, no eixo vertical, as ações identificadas por Componente e Estratégia, e no eixo horizontal, os meios passíveis de serem impactados, com o objetivo de melhor visualizar as ações e respectivos impactos, sejam positivos ou negativos. A identificação dos impactos ambientais potenciais neste Plano foi baseada nos princípios que regem a avaliação de impacto nos Estudos de Impacto Ambiental e, feita a partir do conjunto de ações e intervenções propostas no PDITS Natal, agrupadas em cinco componentes: Produto Turístico, Comercialização, Fortalecimento Institucional, Infraestrutura e Serviços Básicos e Gestão Ambiental. Dessa forma, o procedimento adotado para identificação dos impactos, constituiu uma matriz de interação, como forma de organização que permita a visualização, em uma mesma estrutura, dos impactos positivos e negativos nos meios: ambiental, social, econômico e cultural. 275 8.1. MATRIZ DE IMPACTOS POTENCIAIS – ESTRATÉGIA DE PRODUTO TURÍSTICO Quadro 53 - Matriz dos Impactos Potenciais: Componente I - Estratégia de Produto Turístico Ação Estudos de concepção, projetos básico e executivo de requalificação urbanística e paisagística da orla da praia da Redinha AMBIENTAIS ECONÔMICOS CULTURAIS Negativos Positivos Negativos Positivos Negativos Positivos Negativos Planejamento do uso dos recursos naturais - Participação da comunidade na tomada de decisões - - - - - Alteração no cotidiano da população local Valorização do solo; Atração de novos investimentos turísticos; Maior arrecadação de tributos; Fortalecimento do comércio Especulação imobiliária e alteração na forma de apropriação do solo urbano; Aumento da carga tributária (IPTU) Criação de áreas de lazer; Valorização da paisagem ambiental e urbanística. Perda da identidade cultural - Geração de emprego e renda e dinamização da atividade turística. Risco de crescimento da especulação imobiliária e mudança de uso no entorno - - Aumento do tráfego de veículos e máquinas com risco de acidentes Valorização do solo; Atração de novos investimentos turísticos; Maior arrecadação de tributos; Fortalecimento do comércio; Geração de emprego e renda Especulação imobiliária; Aumento da carga tributária (IPTU) Melhoria no acesso aos atrativos turísticos locais. Mudança de hábitos da população local Implantar a requalificação urbanística e paisagística da orla da praia da Redinha Melhoria das condições de saneamento (drenagem e esgotamento sanitário) e do sistema viário (pavimentação de vias) Diagnóstico, projeto básico e executivo de melhoria da acessibilidade nos espaços urbanos e edificado das localidades Alto de Ponta Negra e Praia da Redinha Planejamento de acessos compatíveis com as características dos recursos naturais frágeis; Identificação das fragilidades ambientais e áreas de risco Execução das obras de acessibilidade nos espaços urbanos e edificado das localidades Alto de Ponta Negra e Praia da Redinha SOCIAIS Positivos Valorização da paisagem ambiental e urbanística Modificação da paisagem natural; Interferências na dinâmica costeira - Modificação da paisagem natural Ocupação ordenada do território; Melhoria da infraestrutura; Geração de emprego e renda Definição de acesso planejado aos destinos turísticos Ocupação ordenada do território; Melhoria da infraestrutura viária 276 (CONTINUAÇÃO) Quadro 53- Matriz dos Impactos Potenciais: Componente I - Estratégia de Produto Turístico Estudo de concepção, projeto básico e executivo para requalificação urbanística e paisagística da margem direita do Rio Potengi Planejamento do uso dos recursos naturais Implantar a requalificação urbanística e paisagística na margem direita do Rio Potengi. Melhoria das condições de saneamento (drenagem e esgotamento sanitário); Valorização da paisagem ambiental e urbanística Apoiar a realização de estudos e projetos para a implantação de Marinas e Projetos de Infraestrutura Náutica para consolidação do Turismo Náutico na cidade de Natal. Planejamento do uso dos recursos naturais - - - - - - Expulsão das comunidades locais; Alteração no cotidiano da população local Valorização do solo; Atração de novos investimentos turísticos; Maior arrecadação de tributos. Geração de emprego e renda Risco de alteração na forma de apropriação do solo urbano; Aumento da carga tributária (IPTU) Criação de áreas de lazer; Valorização da paisagem ambiental e urbanística; Melhoria no acesso aos atrativos turísticos locais. Mudança de hábitos da população local - Ocupação ordenada do território; Melhoria da infraestrutura - Participação da comunidade na tomada de decisões - - - - - - Participação da comunidade na tomada de decisões; Criação de expectativas para a população local - Geração de emprego e renda - - - - - - - Melhor aproveitamento do produto turístico e lazer por turistas e população local - Realizar estudos para engordamento das praias de Natal Planejamento da recuperação dos produtos turísticos naturais Elaborar projeto executivo para o engordamento das praias de Natal Planejamento da recuperação dos produtos turísticos naturais - Criação de expectativas para a população local Recuperação de produto turístico em seus ambientes degradados; Controle da erosão costeira Interferência em dinâmicas naturais Eliminação de conflitos pelo uso de espaço Implantar o projeto de engordamento das praias de Natal. - - - Atração de novos investimentos para a área e entorno próximo; Geração de emprego e renda Possibilidade de novos usos e instalação de novos empreendimentos 277 (CONTINUAÇÃO) Quadro 53 - Matriz dos Impactos Potenciais: Componente I - Estratégia de Produto Turístico Diagnóstico da Oferta e Demanda de Capacitação Profissional para Natal Implantar Programa de Capacitação Profissional Internalização do conhecimento socioambiental Sensibilização ambiental Risco de desconsideração de informações sobre as características ambientais e culturais locais - - População qualificada; Elevação da PEA3; Redução da criminalidade; Melhoria da qualidade de vida - - Fortalecimento da competitividade/ empreendedorismo dos produtos turísticos Melhoria da qualidade dos serviços turísticos; Geração de emprego e renda; Aquecimento da economia; Aumento do poder de compra da população Risco de desconsideração da produção associada ao turismo - - - Internalização de boas práticas - - Internalização de boas práticas - - Implantar Consultoria para Apoio ao empreendedor turístico de Natal Sensibilização ambiental - Empreendimentos turísticos apoiados - Melhoria da qualidade dos serviços turísticos; Geração de emprego e renda; Aquecimento da economia; Elaborar o Projeto da Rede de Postos de Atendimento integrado ao do Sistema de Informações Turísticas do órgão de turismo Planejamento das intervenções turísticas no meio ambiente - Criação de pontos de referência turística. - Aumento do potencial de divulgação - - Implantar o Projeto da Rede de Postos de Atendimento integrado ao do Sistema de Informações Turísticas Sensibilização ambiental - Transparência e visibilidade da informação turística - Melhoria da qualidade dos serviços turísticos; Geração de emprego e renda - Internalização de boas práticas 3 PEA – População Economicamente Ativa. 278 (CONTINUAÇÃO) Quadro 53 - Matriz dos Impactos Potenciais: Componente I - Estratégia de Produto Turístico Elaborar estudos de concepção, projeto básico e executivo para um Espaço Multiuso para Feiras e Eventos. Implantar Espaço Multiuso para Feiras e Eventos. Planejamento de equipamento compatível com a legislação ambiental e urbanística vigente Criação de espaço para aproveitamento em eventos turísticos e ambientais - Criação de equipamento de referência para eventos Melhoria da qualidade dos serviços turísticos; Geração de emprego e renda - Espaço para divulgação dos valores culturais - Risco de alteração da paisagem natural Agregação de valor ao produto turístico, com adequação de infraestrutura de apoio a realização de grandes eventos e aumento da capacidade de atendimento existente; Fortalecimento do papel do estado na dinamização da atividade turística e nas diversas modalidades de eventos. Valorização das atividades associadas ao turismo, com aumento da capacidade de realização de eventos e de alternativas de emprego e renda para população local. - - - - 279 8.2. MATRIZ DE IMPACTOS POTENCIAIS – ESTRATÉGIA DE COMERCIALIZAÇÃO Quadro 54 - Matriz dos Impactos Potenciais: Componente II - Estratégia de Comercialização AMBIENTAIS SOCIAIS ECONÔMICOS CULTURAIS Ação Positivos Negativos Positivos Negativos Positivos Aumento do potencial de divulgação do destino; Aumento do fluxo e da receita turística Aumento do potencial de divulgação do destino; Aumento do fluxo e da receita turística Elaborar Plano de Marketing - - População envolvida com a atividade turística - Implantar as ações do Plano de Marketing - - População envolvida com a atividade turística - Elaborar o calendário de eventos da cidade - - Criação de expectativas para a população - - Implantar o calendário de eventos da cidade Elevação do pedido de licenças e autorizações ambientais para eventos planejados - Atração de novos investimentos planejados - - Negativos Negativos Positivos - População conhecedora da AT de Natal. - - População conhecedora da AT turística - - Eventos culturais mapeados. - - Maior participação da comunidade e aumento de visitantes - 280 (CONTINUAÇÃO) Quadro 54 - Matriz dos Impactos Potenciais: Componente II - Estratégia de Comercialização Implantar Sistema de Informação e controle das campanhas de divulgação turística. - Reestruturar e atualizar o site institucional da SETURDE - - Melhor organização do órgão de turismo para participação em eventos. - - População envolvida com a atividade turística - Definição das condições adequada de utilização dos recursos naturais para a finalidade turística Aumento do potencial de divulgação do destino; Aumento do fluxo e da receita turística - Difusão dos valores culturais da cidade - População conhecedora da AT de Natal. - 281 8.3. MATRIZ DE IMPACTOS POTENCIAIS – ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL Quadro 55 - Matriz dos Impactos Potenciais: Componente III – Fortalecimento Institucional AMBIENTAIS SOCIAIS ECONÔMICOS CULTURAIS Ação Elaborar Plano de Fortalecimento Institucional da gestão do turismo de Natal. Negativos Positivos Negativos Positivos Negativos Positivos Negativos Positivos - - -Melhoria da gestão do turismo - - - - - - População conhecedora da AT turística - - Planejamento de uso dos recursos culturais. - Aumento do potencial de divulgação do destino; Aumento do fluxo e da receita turística Fortalecimento da atividade turística. Aumento do fluxo e da receita turística. Implantar ações do Plano de Fortalecimento Institucional da gestão do turismo de Natal. Planejamento de uso dos recursos naturais. - Maior participação da sociedade na atividade turística. - Elaborar Plano Municipal de Turismo. Planejamento de uso dos recursos naturais. - Criação de expectativas para a população - Realizar Pesquisas de Demanda Turística. -Identifica a percepção do turista em relação aos recursos ambientais - Conhecimento do perfil do turista. - Conhecimento do GMDI. - Maior participação da dos turistas. - Aumento do potencial de divulgação do destino. - Difusão dos valores culturais da cidade - - - Monitoramento das intervenções culturais. - - - - Valorização da cultura local. - Planejamento de uso dos recursos naturais. - Estruturar um Sistema de Informações Turísticas. Monitoramento das intervenções turísticas no meio ambiente - Criar e Implantar Projeto de Educação Turística, com enfoque socioambiental e cultural. Maior preservação dos atrativos naturais. - Realizar Inventário Turístico. Agregação de valor ao produto turístico; Disponibilização de instrumentos de gestão para o produto turístico Monitoramento das intervenções turísticas na sociedade. População envolvida com a atividade turística 282 8.4. MATRIZ DE IMPACTOS POTENCIAIS – ESTRATÉGIA DE INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS Quadro 56 - Matriz dos Impactos Potenciais: Componente IV – Infraestrutura e Serviços AMBIENTAIS SOCIAIS ECONÔMICOS CULTURAIS Ação Positivos Elaborar projeto básico e executivo para a requalificação urbanística e paisagística dos acessos à Ponte Newton Navarro. Planejamento do uso dos recursos naturais Implantar a requalificação urbanística e paisagística dos acessos à Ponte Newton Navarro. Valorização da paisagem ambiental e urbanística. Articular a conclusão do sistema de esgotamento sanitário no bairro da Redinha, em Natal. Tratamento dos efluentes; Melhoria da salubridade ambiental do meio urbano; Eliminação de atrativos para vetores; Valorização da paisagem urbana Negativos - Modificação da paisagem natural; Emissão de gases desagradáveis; Possível surgimento de processos erosivos Positivos Negativos - - Ocupação ordenada do território; Geração de emprego e renda Risco expulsão das comunidades locais pela valorização da área; Alteração no cotidiano da população local; Melhoria da infraestrutura para a população; Melhoria da qualidade de vida; Melhoria da ambiência urbana Aumento da carga tributária Positivos Aumento do potencial de divulgação do polo; Aumento do fluxo e da receita turística Valorização do solo; Atração de novos investimentos turísticos; Maior arrecadação de tributos; Aumento da arrecadação de tributos; Valorização imobiliária Negativos Positivos Negativos - - - Especulação imobiliária e alteração na forma de apropriação do solo urbano; Aumento da carga tributária (IPTU) Criação de áreas de lazer Perda da identidade cultural Especulação imobiliária Internalização de boas práticas de saneamento básico - 283 (CONTINUAÇÃO) Quadro 56 - Matriz dos Impactos Potenciais: componente IV – Infraestrutura e Serviços Tratamento dos efluentes; Melhoria da salubridade ambiental do meio urbano Emissão de gases desagradáveis; Possível surgimento de processos erosivos Melhoria da infraestrutura para a população; Melhoria da qualidade de vida; Melhoria da ambiência urbana Apoiar o redimensionamento /Substituição da rede coletora e de emissários nos bairros de Areia Preta, Praia do Meio, Santos Reis, Rocas, Ribeira e Cidade Alta. Tratamento dos efluentes; Melhoria da salubridade ambiental do meio urbano Emissão de gases desagradáveis; Possível surgimento de processos erosivos Melhoria da infraestrutura para a população; Melhoria da qualidade de vida; Melhoria da ambiência urbana Implantar sistemas de drenagem urbana e manejo de águas pluviais nos bairros de Ponta Negra, Ribeira, Rocas, Passo da Pátria e Redinha. Melhoria da salubridade ambiental do meio urbano; Redução dos riscos de alagamento Elaborar plano de urbanização, manutenção, conservação e limpeza de lagoas e reservatórios de drenagem. Planejamento da qualidade ambiental da cidade Implantar plano de urbanização, manutenção, conservação e limpeza de lagoas e reservatórios de drenagem. Articular a interligação do sistema de esgotamento sanitário de Ponta Negra ao SES da Zona Sul/Oeste. Apoiar a instalação de plantão para atendimento ao turista na DEATUR. Apoiar e discutir a implantação de VLT na Região Metropolitana de Natal. Elaborar Plano de Transporte Seguro para o turismo de Natal. Aumento da carga tributária Aumento da arrecadação de tributos; Valorização imobiliária Especulação imobiliária Internalização de boas práticas de saneamento básico - Aumento da carga tributária Aumento da arrecadação de tributos; Valorização imobiliária Especulação imobiliária Internalização de boas práticas de saneamento básico - - Melhoria da infraestrutura para a população; Melhoria da qualidade de vida; Melhoria da ambiência urbana Aumento da carga tributária Aumento da arrecadação de tributos; Valorização imobiliária Riscos de acidentes com a circulação de maquinas e equipamentos; Sobrecarga do sistema viário Internalização de boas práticas de saneamento básico - - - - - - - - Melhoria da salubridade ambiental do meio urbano; Redução dos riscos de alagamento - Melhoria da infraestrutura para a população; Melhoria da qualidade de vida; Melhoria da ambiência urbana Aumento da carga tributária Aumento da arrecadação de tributos; Valorização imobiliária Riscos de acidentes com a circulação de maquinas e equipamentos; Sobrecarga do sistema viário Internalização de boas práticas de saneamento básico - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - 284 8.5. MATRIZ DE IMPACTOS POTENCIAIS – ESTRATÉGIA DE GESTÃO AMBIENTAL Quadro 57 - Matriz dos Impactos Potenciais: Componente V – Gestão Ambiental Ação Articular políticas setoriais (turismo e meio ambiente) em parceria com Estado, especialmente, na gestão da Região Metropolitana de Natal Estabelecer articulação entre os diversos órgãos competentes no processo de gestão das ZPAs já criadas Criar Programa de gestão ambiental das obras e atividades voltadas para o turismo. AMBIENTAIS Positivos Negativos Planejamento das políticas setoriais e de gestão do turismo e meio ambiente Redução dos conflitos socioambientais nas ZPAs Planejamento das políticas setoriais e de gestão do turismo e meio ambiente - - - Elaborar plano para a melhoria das condições ambientais do estuário do Rio Potengi com potencial para o turismo Planejamento de uso dos recursos naturais - Implantar ações para melhorar as condições ambientais do estuário do Rio Potengi com potencial para o turismo Melhoria das condições ambientais do estuário Risco de alteração das características ambientais do estuário Planejamento de uso dos recursos naturais - Elaborar Plano de educação ambiental para a população situada na bacia hidrográfica do Rio Potengi Implantar Plano de educação ambiental para a população situada na bacia hidrográfica do Rio Potengi Apoiar a Revisão da legislação municipal, para compatibilizá-la com o ritmo de crescimento da cidade. Melhoria das condições ambientais do estuário Planejamento das políticas setoriais e de gestão do turismo e meio ambiente - - SOCIAIS Positivos Participação da sociedade civil na gestão das políticas setoriais de turismo e meio ambiente Participação dos diferentes segmentos sociais na gestão ambiental Participação da sociedade civil na gestão das políticas setoriais de turismo e meio ambiente Agregação de valor ao produto turístico; Disponibilização de instrumentos de gestão adequados para o produto turístico Agregação de valor ao produto turístico; Disponibilização de instrumentos de gestão adequados para o produto turístico Participação dos diferentes segmentos sociais na gestão ambiental Melhores condições ambientais para a população Participação da sociedade civil na gestão das políticas setoriais de turismo e meio ambiente Negativos ECONÔMICOS Positivos Negativos - Aumento do fluxo e da receita turística compatível como a política ambiental - - Aproveitamento planejado do turismo nas áreas com restrição - - Aumento do fluxo e da receita turística compatível como a política ambiental - - - Definição das condições adequadas de utilização dos recursos naturais para a finalidade turística. Definição das condições adequada de utilização dos recursos naturais para a finalidade turística. CULTURAIS Positivos Negativos Integração das politicas setoriais e dos valores culturais e ambientais da cidade Difusão dos valores culturais e ambientais da cidade Integração das politicas setoriais e dos valores culturais e ambientais da cidade - Difusão dos valores culturais e ambientais da cidade - - Difusão dos valores culturais e ambientais da cidade - - - - - - - Atividades econômicas com adoção de práticas ambientais - População conscientizada - - Aumento do fluxo e da receita turística compatível como a política ambiental - Integração das politicas setoriais e dos valores culturais e ambientais da cidade - 285 Elaboração de estudos para realizar a Avaliação Ambiental Estratégica do conjunto de ações integrantes do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável PDITS de Natal. Planejamento de uso dos recursos naturais Participação dos diferentes segmentos sociais na gestão ambiental 286 Em geral o PDITS Natal, na definição das ações levou em consideração, principalmente, a potencialidade paisagística de sua orla marítima, com o fortalecimento do produto sol e mar com a ampliação da oferta através de alternativas de lazer náutico melhor estruturado, e de espaços com infraestrutura adequada para realização de eventos culturais que complementem a competitividade do destino Natal através de um conjunto das de ações voltadas para a melhoria de infraestrutura, fortalecimento da gestão e do planejamento, estratégias de comercialização mais eficientes ou por oportunidades de geração de postos de trabalho. Vale destacar que as ações priorizadas para os primeiros 18 meses compreendem, principalmente, a elaboração de estudos, planos, programas, projetos (básicos e executivos), revisão das normas ambientais e urbanísticas que promoverão o planejamento turístico na AT do municipio de Natal, e ações específicas de implantação de obras de requalificação de espaços urbanos consolidados, em áreas estratégicas que já atraem turistas nos dias atuais. Além desses tipos de ação, destacam-se as voltadas para o fortalecimento da gestão do turismo através da capacitação e melhoria da gestão ambiental e turística do municipio e, de ações direcionadas a capacitação profissional para o turismo, possibilitando oportunidades de inserção ou reposicionamento da população local no mercado de trabalho, com consequente aumento de renda. As ações previstas geram, conforme descritos nos quadros acima, impactos sobre a qualidade de vida das comunidades locais, em vários aspectos: no planejamento, prevê a intervenção em diferentes espaços através da elaboração e implantação de projetos de ordenamento do uso do solo e o aproveitamento racional dos recursos naturais, promovendo a requalificação urbanística e paisagística da orla e margem do rio Potengi, de forma organizada e planejada. Noutro aspecto, algumas das ações estão voltadas para execução de obras de infraestrutura de saneamento, drenagem e pavimentação de vias, bem como espaço para realização de eventos gerando impactos, sejam positivos ou negativos nos diferentes meios. Em geral, os impactos sobre os meios social, econômico e cultural são positivos, desde que o planejamento do turismo assegure a participação dos diversos segmentos sociais no acompanhamento de sua implantação, seja através dos mecanismos de licenciamento das obras seja nas ações que envolvem a população integrando o processo participativo. Os impactos econômicos identificados incidem, em sua maioria, na melhoria e aumento do potencial dos destinos turísticos, resultando no aumento de receitas municipais e geração de emprego. Os impactos ambientais estão mais voltados para aquelas ações que resultem em intervenções diretas sobre o meio físico, a exemplo de obras de infraestrutura e de requalificação urbanística e paisagística e a construção do novo Centro de Convenção, que geram impactos negativos quanto positivos sobre o meio natural e urbano, dependendo do porte da intervenção. Os impactos negativos previstos são: risco de modificação da paisagem natural, geração de ruídos, possível alteração da dinâmica costeira (requalificação da orla), surgimento de 287 processos erosivos, supressão vegetal, problemas no tráfego quando houver interferência em acessos, entre outros. Quanto aos impactos positivos, espera-se a melhoria da qualidade ambiental nos destinos turísticos, a conservação de áreas ambientalmente frágeis, a identificação de áreas de risco, o maior controle sobre os recursos naturais, entre outros. Como forma de reduzir os impactos negativos que possam decorrer da implementação das ações do PDITS Natal, é importante elencar algumas ações de acompanhamento e monitoramento, seja no planejamento como na implantação, as quais poderão ser adotadas tanto pelos planejadores e gestores quanto pelos empreendedores. O primeiro cuidado referem-se às ações que intervenham no meio físico (obras de infraestrutura e requalificação urbanística e paisagística). Deve ser observada, rigorosamente, a obrigatoriedade do licenciamento ambiental prévio junto aos órgãos competentes em cumprimento as exigências legais para o empreendedor, seja público ou privado. Os projetos devem estar em conformidade com as legislações urbanísticas e ambientais municipais (Código de Meio Ambiente, de Obras, Plano Diretor e legislação esparsa), sendo dever da Prefeitura, através do órgão competente, fiscalizar e cobrar o cumprimento de suas legislações. As empresas executoras de obras e os empreendimentos turísticos que produzem grandes quantidades de resíduos devem acondicionar os resíduos sólidos em locais apropriados devendo ser dada especial atenção aos resíduos da construção civil. Para aquelas ações de requalificação da orla e rio assim como, as obras de engorda da praia, é importante o monitoramento contínuo da dinâmica costeira, para que a intervenção não resulte em desequilíbrio ambiental nesses locais. Também devem ser adotadas medidas de segurança nesses espaços, pois as praias são os lugares mais apropriados pelo turismo de sol e praia, necessitando de maior atenção quanto a sua degradação, mesmo que temporária no período de implantação de obras, assim como a garantia de conservação da balneabilidade das águas e o livre acesso as mesmas. Para isso algumas recomendações adicionais devem ser observadas pelo município e empreendedores tais como: os projetos de intervenção no meio físico devem ser acompanhados da elaboração dos respectivos estudos ambientais recomendados pelo licenciamento ambiental, garantindo a sustentabilidade das obras; definição, prévia, de parâmetros e critérios ambientais e urbanísticos a serem exigidos pelo município e outros órgãos licenciadores, na elaboração e execução de obras; obras administradas segundo protocolo de gestão ambiental determinado pelo órgão estadual executor; estímulo a criação das condições necessárias à ampla participação social na concepção da integração e do desenvolvimento do turismo, segundo uma perspectiva de sustentabilidade; fortalecimento do empresariado local e qualificação da mão de obra, em busca do interesse coletivo. 288 9. FEEDBACK: ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O Plano de Ação do Programa de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável – PDITS de Natal foi elaborado para um horizonte de tempo de 05 (cinco) anos. Apesar de a dinâmica social, econômica, política e cultural possuir uma grande capacidade de transformação dos cenários, de forma rápida, seja em um ambiente regional ou seus efeitos globais, o presente item apresenta indicadores e parâmetros para que se possa proceder a avaliação e o acompanhamento das ações propostas. O objetivo do feedback é sinalizar os atores e mecanismos necessários para monitorar a evolução da atividade turística na AT de Natal e avaliar os resultados da implantação do Plano de Ação. Assim, será possível que os gestores públicos, não só avaliar o sucesso da implantação do Plano, bem como constatar alguma discrepância com o esperado e/ou a ineficácia de alguma ação, de modo que possa tomar medidas para reverter a situação. A situação hoje para realizar o feedback, o acompanhamento e avaliação das ações a serem executadas á bastante precária, pela inexistência de indicadores e informações para esse fim, tanto no Município como no Estado, resumindo-se, em grande parte, à Pesquisa de Demanda Turística, realizada pela SETUR/RN. Por isso, foi previsto a elaboração de um Sistema de Informações Turísticas, dentre as ações do Componente Fortalecimento Institucional, de modo a suprir essa carência atual. O Sistema de Informações Turísticas, que deve ser operado e alimentado pela SETURDE, deverá ser capaz de gerar relatórios com indicadores do turismo, bem como coletar dados e informações de outros órgãos, mas que sejam de interesse da atividade turística. Neste sentido, o Sistema de Informações Turísticas, a ser ainda estruturado, deve buscar criar novos indicadores, além de atualizar os indicadores ora propostos para acompanhar e avaliar o resultado dos investimentos do PDITS de Natal. 9.1. MARCO LÓGICO O marco lógico é uma ferramenta utilizada para facilitar o processo de concepção, elaboração, execução e avaliação de projetos, cujo objetivo é estabelecer a linha de base ou de partida dos indicadores propostos para acompanhamento dos resultados dos investimentos na AT de Natal. Ele apresenta de modo simples e esquemático os investimentos previstos, estando dividido em 06 quadros, sendo o primeiro um quadro geral do Programa PRODETUR NACIONAL e, de forma específica, a sua atuação na AT de Natal. Em seguida, apresentam-se os resultados estratégicos que se espera por componente do programa, sendo estes: Estratégia de Produto Turístico, Estratégia de Comercialização, Fortalecimento Institucional, Infraestrutura e Serviços Básicos e Gestão Ambiental. Os outros cinco quadros são específicos para cada componente de planejamento, apresentando todas as ações que foram propostas no Plano de Ação do PDITS DE NATAL. No quadro geral – Resultados do Programa – são apresentados os componentes e também os resultados estratégicos desejados para cada um, bem como os indicadores que poderão aferir o alcance ou não do resultado, bem como a fonte de verificação, ou seja, em que órgão ou instituição se pode coletar tal informação. Para saber se uma dada situação se 289 modificou é preciso ter um referencial, um dado que represente o estado atual, esta é a linha de base. Com base nesse dado, se projeta uma meta futura – o seu alcance indica o sucesso da ação. Em alguns casos, a linha de base é inexistente, pela falta do indicador ou porque este será produzido, como no caso de pesquisas de fluxo de tráfego, no momento da elaboração dos projetos. Nos quadros por componentes, além dos pontos que foram abordados, existe ainda um cronograma de 05 (cinco) anos que indica a previsão de quando aquela ação deverá ser completada. Cada ação é uma resposta a um problema detectado no Diagnóstico Estratégico e, portanto, deve ser eliminada. Além disso, o item “situação atual” indica em que estado está o projeto – se em fase de elaboração, licitação, contratação etc. Esse estudo é de fundamental importância para acompanhar e medir os impactos (positivos e negativos) da implantação do PDITS de Natal, uma vez que permite corrigir desvios ou equívocos, além de Intervir para melhorar o desempenho do projeto. Assim é que tal Matriz deverá ser utilizada como referência para Avaliação e Acompanhamento do PDITS, sendo ideal que a SETURDE, ao implementar o seu Sistema de Informações Turísticas, possa gerenciar e alimentar essa ferramenta. No Anexo I encontra-se a memória de cálculo utilizada para estabelecimento da linha de base do marco lógico. 290 OBJETIVO DO PROGRAMA: Contribuir para a geração de renda e emprego através da atividade turística Quadro 58 - Resultados dos Programas. OBJETIVO RESULTADOS ESTRATÉGICOS INDICADORES DE RESULTADO LINHA DE BASE Metas Fonte de verificação ÁREA TURÍSTICA DE NATAL: Requalificação e diversificação da oferta turística Aumento do gasto médio por turista Gasto médio diário individual por turista US$ 111,69 (SETUR 2012) 5% ao final do Programa Sistema de Informações Turísticas de Natal SETURDE COMPONENTES Resultados Estratégicos INDICADORES DE RESULTADO LINHA DE BASE Metas Fonte de verificação Aumentar em pelo menos 22,8%o fluxo nacional e em pelo menos 6,95 o fluxo internacional Relatórios estatísticos – SETUR/RN Produto turístico Aumentar o fluxo turístico % da variação do fluxo turístico de Natal 1.552.589 fluxo nacional (2011) 122.264 fluxo internacional (2011) Comercialização Aumentar a eficácia da comercialização feita pela internet % de turistas que indicam chegar ao destino pela internet 11,5% (Pesquisa Demanda Turística Natal – SETUR 2012) Aumentar para 8% ao final do programa Pesquisa Demanda Natal – SETUR/RN Fortalecimento institucional Fortalecer o planejamento estratégico e a gestão dos destinos turísticos Plano de Fortalecimento Institucional da SETURDE elaborado e implantado Inexistente 100% do Plano de Fortalecimento Institucional da SETURDE implantados Relatórios Governamentais Infraestrutura e serviços básicos Melhorar a qualidade da infraestrutura e dos serviços básicos Satisfação do usuário Inexistente Atingir 90% de satisfação dos turistas Pesquisa Demanda Natal SETUR (Aspecto Infraestrutura) 80% das águas salubres para banho no Rio Potengi Projeto Água Azul IFRN/IDEMA Gestão ambiental Melhorar a qualidade e o controle ambiental Critério estabelecido pela Resolução CONAMA nº Águas do estuário do 274 29.11.2000% para Rio Potengi impróprias águas próprias para para banho balneabilidade Fonte: START Consultoria, 2013. 291 Quadro 59 - Marco Lógico – Componente I - Estratégia de Produto Turístico. SITUAÇÃO INDICADOR ATUAL PROJETOS Linha de base Meta Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Meio de Verificação 1. Elaborar estudos de concepção, projeto básico e projeto executivo de requalificação urbanística e paisagística da orla da praia da Redinha. TR a ser elaborado Projetos elaborados Inexistente Projetos elaborados Ano 2 Projetos licitados Projetos elaborados - - - Relatórios governamentais 2. Implantar a requalificação urbanística e paisagística da orla da praia da Redinha. Projeto a ser elaborado Obra concluída Obra concluída Obras concluídas até Ano 4 - Obra Licitada 40% das obras concluídas 60% das obras concluídas - Visita in loco 3. Elaborar estudo diagnóstico, projeto básico e projeto executivo para melhorar a acessibilidade nos espaços urbanos e edificados no Alto de Ponta Negra e Praia da Redinha. TR a ser elaborado Projetos elaborados Inexistente Projetos elaborados Ano 2 Projetos licitados Projetos elaborados - - - Relatórios governamentais 4. Executar obras para a melhoria da acessibilidade nos espaços urbanos e edificados no Alto de Ponta Negra e Praia da Redinha. Projeto a ser elaborado Obra concluída Inexistente Obras concluídas até Ano 4 - Obra Licitada 40% das obras concluídas 60% das obras concluídas - Visita in loco 5. Elaborar estudo de concepção, projeto básico e projeto executivo para requalificação urbanística e paisagística da margem direita do Rio Potengi. TR a ser elaborado Projetos elaborados Inexistente Projetos elaborados Ano 2 Projetos licitados Projetos elaborados - - - Relatórios governamentais 6. Implantar a requalificação urbanística e paisagística na margem direita do Rio Potengi. Projeto a ser elaborado Obra concluída Inexistente Obras concluídas até Ano 4 - Obra Licitada 40% das obras concluídas 60% das obras concluídas - Visita in loco 7.Apoiar a realização de estudos e projetos para a implantação de Marinas e Projetos de Infraestrutura Náutica para consolidação do Turismo Náutico na cidade de Natal. TR a ser elaborado Projetos elaborados Inexistente Projetos elaborados Ano 2 Projetos licitados Projetos elaborados - - - Relatórios governamentais 8. Realizar estudos para engordamento das praias de Natal. TR a ser elaborado Estudos concluídos Inexistente Estudos concluídos Ano 2 Estudos licitados Estudos concluídos - - - Relatórios governamentais 9. Elaborar projeto executivo engordamento das praias de Natal. o TR a ser elaborado Projeto concluído Inexistente Projeto concluído Ano 4 - - Projeto licitado Projeto concluído - Relatórios governamentais 10. Implantar o projeto de engordamento das praias de Natal. Projeto a ser Obra concluída Obra concluída Projeto concluído - - - Obra licitada Obra concluída Visita in loco para 292 elaborado Ano 5 Diagnóstico concluído Ano 2 - Diagnóstico concluído - - - Relatórios finais 4.220 pessoas Capacitar capacitadas 2.110 pessoas (PRODETUR em 2012 2009) - Programa licitado 1.055 pessoas capacitadas 1.055 pessoas capacitadas - Certificados emitidos Consultoria implantada Ano 2 Consultoria licitada Consultoria ativa Consultoria ativa - Projeto elaborado Ano 2 Projeto licitado Projeto elaborado - - 11. Realizar Diagnóstico da Oferta e Demanda de Capacitação Profissional para Natal. TR a ser elaborado Diagnóstico concluído 11. Implantar Programa de Profissional para a AT de Natal. Capacitação TR a ser elaborado Nº de pessoas capacitadas 12. Implantar Consultoria para Apoio ao empreendedor turístico de Natal. TR a ser elaborado Consultoria implantada Inexistente 13. Elaborar Projeto de Rede de Postos de Atendimento integrado ao Sistema de Informações Turísticas do órgão de turismo. TR a ser elaborado Projeto elaborado Inexistente 14. Implantar Projeto de Rede de Postos de Atendimento integrado ao Sistema de Informações Turísticas. Projeto a ser elaborado Nº de turistas atendidos Inexistente Atender 1.800 1.800/mês pessoas (Aeroporto atendidas/mês Pinto Martins no Aeroporto – Fortaleza) até Ano 5 - Publicação do Programa - Implantação Atender 600 Atender 600 Atender 600 licitada pessoas/mês pessoas/mês pessoas/mês Relatórios governamentais Registro de atendimentos Fonte: START Consultoria, 2013. 293 Quadro 60 - Marco Lógico – Componente II - Estratégia de Comercialização. Situação Atual Indicador Linha de base Meta Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Meio de Verificação TR a ser elaborado Plano elaborado Inexistente Plano elaborado Ano 2 Plano licitado Plano elaborado - - - Publicação do Plano 2. Implantar ações do Plano de Marketing. TR a ser elaborado % de turistas que indicam chegar ao destino pela internet 11,5% (Pesquisa Demanda Turística Natal – SETUR 2012) Aumentar para 60% ao final do programa Plano licitado 15% de crescimento do % de turistas que dizem chegar pela internet 15% de crescimento do % de turistas que dizem chegar pela internet Pesquisa de Demanda Turística SETUR 3. Elaborar o calendário de eventos da cidade. TR a ser elaborado Calendário elaborado Inexistente Calendário elaborado Ano 2 Calendário licitado Calendário elaborado - - - Publicação do Calendário 4. Implantar o calendário de eventos da cidade. TR a ser elaborado Calendário divulgado Inexistente Calendário divulgado a partir do Ano 3 - Divulgação do calendário licitada Divulgação do calendário Divulgação do calendário Divulgação do calendário Relatórios governamentais 5. Implantar sistema de informação e controle das campanhas de divulgação turística. TR a ser elaborado Sistema de informação e controle ativo Inexistente Sistema implantado Ano 2 Sistema licitado Sistema implantado Sistema ativo Sistema ativo Sistema ativo Relatórios governamentais 6 Reestruturar e atualizar institucional da SETURDE. TR a ser elaborado Site ativo Inexistente Site ativo Ano 2 Reestruturação do site licitado Site ativo Site ativo Site ativo Site ativo Sistema de Informações Turísticas PROJETOS 1. Elaborar Plano de Marketing para a AT de Natal. o site 15% de 15% de crescimento crescimento do % de do % de turistas que turistas que dizem dizem chegar chegar pela pela internet internet Fonte: START Consultoria, 2013. 294 Quadro 61 - Marco Lógico - Componente III - Fortalecimento Institucional. Situação Atual PROJETOS Indicador Linha de base Meta Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Plano licitado Plano elaborado - - Ano 5 Meio de Verificação TR elaborado Plano elaborado Inexistente Plano elaborado Ano 2 2. Implantar ações do Plano de Fortalecimento Institucional da gestão do turismo de Natal. Projeto a ser elaborado Contratação de técnicos efetivos em quantidade e qualidade para desempenho das funções Inexistente A ser definida no Plano de Fortalecimento - - Ações do Plano licitadas Plano em implantação Plano em implantação Folha de pagamento 3. Elaborar Plano Municipal de Turismo. TR elaborado Plano elaborado Inexistente Plano elaborado Ano 2 Plano licitado Plano elaborado - - - Publicação do Plano TR elaborado Realização de 12 pesquisas ao longo de 03 anos, nos meses janeiro, maio, julho e setembro 02 pesquisas realizadas em Natal em 2012 Realização das 12 pesquisas nos Anos 2, 3 e 4 Pesquisas licitadas Realização de 04 pesquisas nos meses janeiro, maio, julho e setembro Realização de 04 pesquisas nos meses janeiro, maio, julho e setembro Realização de 04 pesquisas nos meses janeiro, maio, julho e setembro - Relatórios de Pesquisas 5. Realizar Inventário Turístico. TR elaborado Inventário realizado Inexistente Inventário concluído no Ano 2 Inventário licitado Inventário concluído - - - Publicação do Inventário 6. Estruturar um Sistema de Informações Turísticas. Projeto a ser elaborado Sistema de informações implantado Inexistente Gerar indicadores turísticos Sistema de informações turísticas licitado Indicadores turísticos - - - Sistema de Informações Turísticas 7. Criar e Implantar Projeto de Educação Turística, com enfoque socioambiental e cultural. TR a ser elaborado Projeto elaborado Inexistente Projeto concluído Ano 2 Projeto licitado Projeto implantado - - - Publicação dos Resultados do Projeto 1. Elaborar Plano de Fortalecimento Institucional da gestão do turismo de Natal. 4. Realizar Turística. Pesquisas de Demanda Relatórios governamentais Fonte: START Consultoria, 2013. 295 Quadro 62 - Marco Lógico – Componente IV - Infraestrutura e Serviços Básicos. PROJETOS Situação atual Indicador Linha de base Meta Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Meio de Verificação 1. Elaborar projeto básico e projeto executivo para a requalificação urbanística e paisagística dos acessos a Ponte Newton Navarro. TR a ser elaborado Projeto elaborado Inexistente Projeto concluído Ano 2 - Projeto concluído - - - Relatórios governamentais Atingir o tráfego projetado na avaliação socioeconômica quando da elaboração do projeto executivo - Obra licitada - - - Visita in loco Plano concluído Ano 2 Plano licitado Plano concluído Plano aplicado Plano aplicado Plano aplicado Relatórios governamentais 2. Implantar a requalificação urbanística e paisagística dos acessos a Ponte Newton Navarro. Projeto a ser elaborado Obra concluída A ser apontado no estudo de tráfego quando da elaboração do projeto executivo 3. Elaborar Plano de Transporte Seguro para o turismo de Natal. TR a ser elaborado Plano de transporte seguro concluído Inexistente Fonte: START Consultoria, 2013. 296 Quadro 63 - Marco Lógico – Componente V - Gestão Ambiental. PROJETOS Situação Atual Indicador Linha de Base Meta Ano 1 1. Criar programa de gestão ambiental das obras e atividades voltadas para o turismo. TR a ser elaborado Programa elaborado Inexistente Programa concluído Ano 2 Programa licitado 2. Elaborar plano para a melhoria das condições ambientais do estuário do Rio Potengi com potencial para o turismo. TR a ser elaborado Plano elaborado Inexistente Plano elaborado Ano 2 Plano licitado TR a ser elaborado Critério estabelecido pela Resolução CONAMA nº 274 29.11.2000% para águas próprias para balneabilidade Águas impróprias para banho Melhorar as condições ambientais do Estuário do Rio Potengi 3. Implantar ações para melhorar as condições ambientais do estuário do Rio Potengi com potencial para o turismo. 4. Elaborar Plano de educação ambiental para a população situada na bacia hidrográfica do Rio Potengi. TR a ser elaborado Plano elaborado Águas impróprias para banho 5. Implantar plano de educação ambiental para a população situada na bacia hidrográfica do Rio Potengi. TR a ser elaborado Plano implantado I Águas impróprias para banho TR a ser elaborado Avaliação Ambiental EstratégicaAAE Elaborada Inexistente Elaboração de estudos para realizar a Avaliação Ambiental Estratégica do conjunto de ações integrantes do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável - PDITS de Natal. Melhorar as condições ambientais do Estuário do Rio Potengi Melhorar as condições ambientais do Estuário do Rio Potengi AAE elaborada Ano 2 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Meio de Verificação Programa elaborado - - - Publicação do Programa Plano elaborado - - - Publicação do Plano - Ações licitadas Ações implantadas Ações implantadas Ações implantadas Plano licitado Plano elaborado Plano aplicado Plano aplicado Plano aplicado Plano implantado - Ações licitadas Ações implantadas Ações implantadas AAE elaborada - - - AAE licitada Projeto Água Azul IFRN/IDEMA Projeto Água Azul IFRN/IDEMA Projeto Água Azul IFRN/IDEMA Relatório Governamental Fonte: START Consultoria, 2013. 297 Neste item foi apresentado o Marco Lógico, uma ferramenta para avaliação e acompanhamento de ações que, mostra, entre outras coisas metas e indicadores de seguimento para cada uma das ações propostas. Neste sentido, o Sistema de Informações Turísticas, a ser ainda estruturado, deve buscar atualizar os indicadores ora propostos para acompanhar e avaliar o resultado dos investimentos do PDITS de Natal. A avaliação deverá levar em conta a capacidade de produção de dados a ser instalada na SETURDE, assim como a efetivação do Sistema de Informações Turísticas por meio de sua construção Pós PDITS. Observa-se para isso a formação de uma Plataforma que permita o recebimento de dados primários (p. exemplo, abertura de novos hotéis ou pousadas, licenciamento de obras turísticas, quantitativo de IPTU, ISS, etc.) sendo trabalhados posteriormente por técnicos do órgão gestor do turismo municipal e debatidos no Conselho Municipal de Turismo, que avaliará a eficácia dos dados e informações. Realizada essa primeira avaliação, os resultados serão publicizados em Boletim Turístico semestral (impresso e na internet), de responsabilidade do governo municipal. 298 10. PARTICIPAÇÃO PÚBLICA E VALIDAÇÃO DO PDITS 10.1. O PROCESSO PARTICIPATIVO O PDITS de Natal foi uma ação de planejamento participativo que incluiu distribuição de poder entre os participantes do processo de elaboração e a possibilidade desses atores decidirem na construção não apenas do “com” ou do que “com que” fazer, mas também do “o que” e do “para que” fazer. A visão do planejamento participativo no PDITS avançou para questões amplas e complexas, buscando como se pode contribuir para interferir na realidade local, através da atividade turística, para transformá-la e para construí-la numa direção estabelecida coletivamente, por todos aqueles que de uma forma ou de outra afetam ou são afetados pelo turismo. Nesse processo participativo o entendimento da consultoria foi fundamentado na importância de saber o que pensa os diversos segmentos que têm vínculos com a atividade turística (gestores e servidores públicos; empresários e trabalhadores do turismo; professores e estudantes; e moradores das áreas turísticas) e na necessidade de incluí-los nas decisões sobre as prioridades a serem destacadas, pois os impactos positivos e negativos atingirão diretamente a eles; logo, são os principais interessados. Além disso, considerou-se que a discussão técnica teria que estar associada a uma discussão pública, de modo a não se perder nos meandros do tecnocracismo ou de fundamentações teóricas distantes da vivência prática de quem atua no setor ou de quem conhece a atividade como morador dessas áreas turísticas; esse caminho evitaria a inconsistência do voluntarismo ou o viés unidimensional do pragmatismo ideológico e, ambos poderiam resultar em decisões políticas equivocadas, muitas vezes geradoras de benefícios para determinados segmentos em detrimento da maioria da população silenciosa. Para isso foi necessário a construção conceitual entre o conhecimento científico e a visão sociopolítica, unindo a teoria à prática, o saber ao viver, cujo resultado é o conhecimento da realidade, nosso objetivo. Assim, buscou-se, ao longo de todo o processo de elaboração do PDITS de Natal, em todas as etapas, fases e atividades a participação dos diversos segmentos da sociedade civil, especialmente das lideranças comunitárias e dos movimentos sociais, dos setores produtivos, dos diferentes setores do Poder Executivo e o Poder Legislativo local. O objetivo da participação cidadã foi o de mobilizar, articulando o verdadeiro envolvimento da sociedade à tomada de decisões para estabelecer um plano de desenvolvimento real, exequível e, portanto sustentável para a Área Turística de Natal. Dessa forma, a elaboração do PDITS de Natal foi um processo de construção coletiva, onde foram incorporados os diversos olhares que os cidadãos têm sobre o desenvolvimento do turismo e o que eles desejam para a sua cidade. Para isso, foram pactuadas diversas formas de participação e utilizadas nos diferentes momentos do processo. 10.1.1. Instâncias Participativas e Atividades Desenvolvidas No processo participativo de elaboração do PDITS de Natal foram consideradas as seguintes instâncias: as Reuniões técnicas com a Equipe Técnica Municipal e com a Consultoria, as Oficinas Temáticas, as Reuniões Comunitárias, e as reuniões do Conselho Municipal de Turismo. 299 Abaixo, estão especificadas cada instância e descritas a sua participação no processo: a) Reuniões Técnicas – Realizadas com a equipe técnica municipal, formada por técnicos da SETURDE e de outros órgãos do município com relação direta com a atividade turística. Essa equipe teve, inicialmente, a função de acompanhar o processo de elaboração do PDITS, criando condições facilitadoras de trabalho entre a Consultoria/Órgãos Municipais e Conselho Municipal de Turismo. Na mudança de gestão, a partir de janeiro de 2013, a SETURDE para dar maior celeridade aos trabalhos, restringiu a equipe, deixando apenas técnicos da própria Secretaria, além de disponibilizar a secretária do COMTUR para apoiar as atividades de elaboração do PDITS. 12.01.2012 – Primeira reunião técnica da consultoria com técnicos da SETURDE para apresentar e discutir os objetivos do trabalho, bem como a versão preliminar do Plano de Trabalho e dos Objetivos do PDITS. Na ocasião a SETURDE mostrou os termos da Carta Consulta encaminhada pelo Município de Natal à CAF, onde foi apresentada uma proposta contendo justificativa, objetivos e minutas de vários projetos a serem implantados com os recursos solicitados. Do debate sobre a referida Carta Consulta os participantes ficaram com uma percepção clara dos objetivos a serem alcançados com o PDITS de Natal, o que ensejou alterações, supressões e acréscimos nos objetivos iniciais propostos. 07.05.2012 – Após todas as contribuições serem incorporadas ao Produto 01 – Plano de Trabalho e Formulação dos Objetivos, uma nova reunião técnica foi realizada, dessa vez com a participação de técnicos de várias secretarias municipais (Turismo, Meio Ambiente, Obras e Mobilidade Urbana) para apresentação da versão final dos referidos produtos. 22.01.2013 – Após a nova equipe municipal assumir e com a retomada dos trabalhos a START fez uma reunião interna com seus consultores para distribuir tarefas e responsabilidades para a elaboração do Produto 02 – Diagnóstico Estratégico. Da reunião participaram os consultores de cada área de estudo, além da representante do COMTUR. Nos ANEXOS II a VI estão às comprovações das reuniões técnicas. b) Oficinas com Grupos Específicos – Algumas questões relativas à problemática do turismo foram discutidas com quem realmente tem vivência com o mercado turístico e com profissionais experientes que atuam no setor. As oficinas com grupos específicos foram à oportunidade de se debater temas específicos com pessoas que integram áreas de interesse também específicas. Nesses momentos foi possível ter uma visão crítica da área turística a respeito da atividade e fazer uma avaliação do seu desenvolvimento e da participação de cada segmento. Além disso, as oficinas permitiram captar expectativas dos diversos segmentos, que nem sempre são coincidentes com o olhar do planejador. Foram momentos de reflexão e de formulação de propostas, onde os participantes puderam contribuir com o trabalho de planejamento. 09.05.2013 – Realizada no auditório da SETURDE com o objetivo de definir a Área Turística de Natal e as Estratégias de Desenvolvimento Turístico a oficina ocorreu com amplos debates entre os participantes, principalmente para definição da AT de Natal. Na proposta inicial apresentada foram acrescidos à AT, por sugestão dos 300 participantes, os corredores turísticos que compreendem as principais vias de acesso da cidade aos produtos, atrativos e equipamentos turísticos, bem como aos shopping centers. Além da definição da AT de Natal, para a construção das estratégias de desenvolvimento turístico foi pactuado entre os presentes que a consultoria definisse as estratégias guardando relação e complementaridade com as propostas do PDITS do Polo Costa das Dunas, reiterando uma preocupação já expressa pela representante do Ministério do Turismo, a técnica Miranice Lima Santos. 16.07.2013 – Na sede da Secretaria Municipal de Planejamento foi realizada mais uma oficina para discutir o Plano de Ação que integra o Produto 04 do PDITS de Natal. A consultoria optou fazer a apresentação de cada estratégia com as ações correspondentes por componente de planejamento do PRODETUR e, após a exposição individualizada o debate era aberto para as contribuições dos presentes. Foi um debate bastante rico e todas as contribuições ao plano de ação foram acatadas e incorporadas ao documento final. Das oficinas participaram os membros do COMTUR, empresários do setor, representantes das secretarias com afinidade com o turismo, professores, entre outros. Apresentações, Relatórios fotográficos e listas de presença nos AXEXOS VII a XI. Seguem abaixo as contribuições: I – Contribuição 01 Ação proposta: Ação 01. Elaborar estudos de concepção, projeto básico e projeto executivo de requalificação urbanística e paisagística das orlas das praias de Natal (Ponta Negra, Via Costeira, Miami, Areia Preta, praia do Meio, praia do Forte e Redinha). Mudança proposta: Retirar as praias de Ponta Negra, Via Costeira, Miami, Areia Preta, praia do Meio e praia do Forte, por estar sendo objeto de outro projeto da Prefeitura de Natal e deixar apenas a praia da Redinha. Ação alterada: Ação 01. Elaborar estudos de concepção, projeto básico e projeto executivo de requalificação urbanística e paisagística da orla da praia da Redinha. II – Contribuição 02 Ação proposta: Ação 03. Elaborar estudo diagnóstico, projeto básico e projeto executivo para melhorar a acessibilidade nos espaços urbanos e edificados nas áreas turísticas de Natal. Mudança proposta: especificar as áreas objeto da ação: praia da Redinha e Alto de Ponta Negra. Ação alterada: Ação 03. Elaborar estudo com diagnóstico, projeto básico e projeto executivo para melhorar a acessibilidade nos espaços urbanos e edificados no Alto de Ponta Negra e Praia da Redinha. 301 III– Contribuição 03 Ação proposta: Ação 05. Elaborar estudo de concepção, projeto básico e projeto executivo para requalificação urbanística e paisagística da margem direita do Rio Potengi. Mudança proposta: foi solicitado aos presentes para delimitarem a área de intervenção, sendo decidido que seria da Ponte Newton Navarro até a Ponte velha de Igapó. Ação alterada: Ação 05. Elaborar estudo de concepção, projeto básico e projeto executivo para requalificação urbanística e paisagística da margem direita do Rio Potengi, se estendendo da Ponte Newton Navarro até a Ponte de Igapó. IV– Contribuição 04 Ação proposta: Ação 07. Apoiar a implantação de Marinas para consolidação do Turismo Náutico na cidade de Natal. Mudança proposta: Incluir projetos náuticos. Ação alterada: Ação 07. Apoiar a implantação de Marinas e Projetos Náuticos para consolidação do Turismo Náutico na cidade de Natal. V– Contribuição 05 Ação proposta: Ação 01. Apoiar as ações previstas no PDITS do Polo Costa das Dunas para Natal que promovam o aproveitamento do patrimônio histórico-cultural. Mudança proposta: incluir as ações do PAC das Cidades Históricas Ação alterada: Ação 01. Apoiar as ações previstas no PDITS do Polo Costa das Dunas para Natal e do PAC das Cidades Históricas que promovam o aproveitamento do patrimônio histórico-cultural. VI– Contribuição 06 Ação proposta: Ação 03. Implantar Consultoria para Apoio ao empreendedor turístico de Natal. Mudança proposta: no objetivo da ação fazer referência a economia criativa Objetivo alterado: Incentivar e estimular os empreendedores turísticos de Natal a investirem no setor, com base na economia criativa. VII – Contribuição 07 Ação proposta: Ação 01. Apoio na Identificação de espaço mais adequado para realização do Carnatal. 302 Mudança proposta: incluir não só o Carnatal, mas os demais eventos de rua. Ação alterada: Ação 01. Apoio na Identificação de espaço mais adequado para realização de grandes eventos de rua (Carnatal e outros). VIII– Contribuição 08 Ação incluída: Ação 11. Elaborar Plano de Transporte Seguro para o turismo de Natal. Justificativa: Atualmente apenas parte dos serviços de transportes turísticos é regularizado em Natal, havendo grupos de prestadores de serviços sem o devido credenciamento atuando no setor e contando com a negligência do setor público a quem cabe fiscalizar esse serviço. Essa situação vem colocando em risco a imagem do destino. IX– Contribuição 09 Ação incluída: Ação 10. Articular, apoiar e discutir a implantação de VLT (veículo leve sobre trilhos) na Região Metropolitana de Natal. Justificativa: Natal como os demais centros urbanos apresentam sérios problemas relacionados ao transporte público e trânsito. Estudos mostram que investimento em transportes coletivos é uma solução adequada para a mobilidade das cidades. Para Natal o VLT será um novo modal de transporte para dinamizar o desenvolvimento da Região Metropolitana de Natal e, especialmente para o turismo poderá interligar o aeroporto de São Gonçalo do Amarante a área turística da cidade, oferecendo um serviço de qualidade, confortável, pontual e barato. c) Reuniões Comunitárias - As reuniões comunitárias foram regionais, em número de 04 (quatro), de modo a cobrir as principais áreas de interesse turístico da cidade: Ponta Negra, Mãe Luiza, Praia do Meio e Redinha. Com o objetivo de ouvir os moradores de Natal sobre o desenvolvimento da atividade turística em sua cidade, as reuniões comunitárias foram espaços nos quais a participação da população se ampliou e a tornou mais representativa. Seu objetivo foi atrair para o espaço das decisões de políticas públicas os moradores das áreas turísticas, aquelas pessoas que verdadeiramente são afetadas pela atividade. Assim, para a construção coletiva do PDITS de Natal ouvir a população de Natal, com suas diferentes percepções sobre a atividade turística e sobre a cidade foi fundamental na busca de se estabelecer nesse diálogo uma relação estreita entre Turismo e Meio Ambiente. O momento de maior participação dos moradores ocorreu na etapa do Diagnóstico Estratégico quando a consultoria juntamente com a equipe da SETURDE se deslocou para as áreas turísticas, previamente selecionadas, para realizar as reuniões. A programação inicial contava com a participação de representantes do poder público, trade turístico, sociedade civil, população local e consultores especialistas, no entanto, apesar do convite, as reuniões ficaram restritas. aos moradores e foram mediadas pelos consultores e equipe da SETURDE. 303 Para isso foi utilizada a metodologia de oficinas, através da formação de grupos para discutir questões relacionadas à pratica do turismo na cidade e da inserção dessas comunidades na atividade turística. Os participantes foram distribuídos em mesas onde deveriam responder perguntas orientadoras, com mediação dos consultores da START e técnicos da SETURDE. A metodologia previa rodízios dos participantes nas mesas, sendo sempre escolhido um relator. Ao final, o relator do grupo apresentava de maneira sucinta as respostas do grupo. As perguntas motivadoras, o relatório fotográfico e as listas de presença se encontram nos ANEXOS XII a XIV. A escolha do local e mobilização dos participantes para as reuniões comunitárias/oficinas ficaram sob a responsabilidade da SETURDE, a quem também coube organizar a logística para realização das oficinas, cabendo a Consultoria organizar a metodologia e mediar a sua realização, com a presença de seus consultores. Síntese da Percepção das Comunidades Sobre a Atividade Turística Foram elaboradas 12 (doze) questões orientadoras objetivando saber a opinião da comunidade sobre a atividade turística. É importante destacar que não houve discrepâncias significativas entre as respostas dos participantes, e que de uma maneira geral, as comunidades têm uma opinião similar sobre o desenvolvimento do turismo na cidade. A seguir estão consolidadas as respostas produzidas pelos diversos grupos das comunidades envolvidas e apresentadas agrupadas por comunidade. I – Sobre os principais benefícios que o turismo traz para a cidade do Natal: Praia dos Artistas: os participantes entendem que um dos pontos positivos do turismo é desmistificar alguns preconceitos existentes sobre o Nordeste, como por exemplo, achar que na cidade, e até mesmo no Estado, só existem problemas e dificuldades, como seca, fome, etc. Observam que através do turismo se tem a oportunidade de se mostrar a verdadeira imagem da cidade e tudo de bom que ela pode proporcionar, como: belezas naturais, gastronomia, cultura, etc. Além disso, a atividades é geradora de empregos e renda, aumento a renda de inúmeras pessoas através do artesanato, possibilitando a inserção de todas as classes sociais. Mãe Luíza: a ideia que os moradores de Mãe Luiza têm do turismo está associada a: emprego, cursos de capacitação na alta estação. No entanto, os benefícios não são muito visíveis, pois não há demanda por parte da rede hoteleira para a população de Mãe Luiza, até devido à falta de qualificação. Afirmaram que anteriormente, a Associação Planeta Capoeira Nova União e a Escola de Samba Acadêmicos do Morro faziam shows nos hotéis da Via Costeira, mas hoje não há mais apresentação. Ponta Negra: associam também o turismo a geração de emprego e renda, e que também afasta as pessoas das drogas. Permite também a realização do turismo de base comunitária. No entanto, entendem que há preconceito em se contratar a mão de obra da Vila de Ponta Negra. Redinha: os participantes da reunião comunitária destacaram que o turismo ajuda no orçamento familiar da população, na medida em que há na alta estação oferta de trabalho nos hotéis. Mesmo que temporárias, as ofertas de emprego na área hoteleira podem complementar a renda da família, e abrir novas possibilidades de trabalho efetivo, com o 304 treinamento que realizam para assumirem trabalhos temporários. No entanto, destacaram que a população da Redinha não é atingida por tais benefícios, devido a pouca infraestrutura turística da comunidade, que tanto é desprovida de restaurantes como de hotéis para receber turistas e visitantes, além de cobrarem altos preços pelos poucos e inadequados serviços oferecidos. Assim sendo, por não possuir equipamentos turísticos, a Redinha é uma localidade de passagem para os turistas que se destinam a Santa Rita e Genipabu. II – Sobre os principais entraves para o desenvolvimento do turismo em Natal: Praia dos Artistas: foi citada a questão política, podendo, dentro dela, alguns subitens serem ressaltados, como: a gestão pública faz pouca divulgação do turismo no Estado; burocracia na gestão pública para se conseguir fazer algo na área, como por exemplo, recursos para a realização de cursos, propagandas, etc.; falta de qualificação das pessoas que trabalham com o turismo; falta de infraestrutura, sendo os mais lembrados: segurança, mobilidade, limpeza urbana, sinalização turística; aumento do turismo sexual; afogamento e falta de salva-vidas; Mãe Luíza: os participantes identificaram: a falta segurança, infraestrutura e divulgação da comunidade; pouco incentivo para desenvolver as atividades culturais; ociosidade dos jovens do bairro; e, ausência de políticas sociais para solucionar este problema. Ponta Negra: foram citados: a falta de segurança, de infraestrutura e de acessibilidade, problemas decorrem da pouca ação do poder público; inexistência de programas sociais voltados para o fortalecimento da família; pouca oferta de qualificação de mão de obra, pois o serviço oferecido precisa melhorar; e, falta de opções e atrativos à noite. Redinha: os principais entraves que dificultam a atividade turística em Natal na percepção dos moradores da Redinha foram: a falta de qualificação da população para atender ao turista; a inexistência de equipamentos turísticos; falta de segurança; falta de infraestrutura nas praias (banheiros químicos, sinalização e limpeza, por exemplo). Além disso, um ponto bastante discutido foi a qualidade da estrutura do Mercado da Redinha, que não possui higiene e em contrapartida, oferece um serviço de baixa qualidade e com altos preços. III – Sobre a qualidade dos serviços turísticos oferecidos. Praia dos Artistas: há um consenso que tem muita coisa que precisa melhorar; foram destacados os seguintes pontos: o serviço apresenta baixa qualidade devido à falta de qualificação dos profissionais envolvidos; um dos pontos mais citados de baixa qualidade foi com relação ao transporte público, existindo poucas linhas, os ônibus são velhos e há demora entre um ônibus e outro para passar. Mãe Luíza: o Farol de Mãe Luiza é o principal atrativo turístico da comunidade e não tem estrutura para receber visitantes, por exemplo; não existem lojas, água; falta apoio por parte da Marinha, inclusive de tratá-lo como potencial turístico. Citaram que há um projeto criado pela comunidade para dotar de infraestrutura o Farol, como instalação de mirante, feira de artesanato, etc., no entanto, não foi concretizado por desatenção do poder público. 305 Ponta Negra: foi destacado o serviço oferecido pelos buggies, que são bons, no entanto, deve ser incorporada aos passeios uma programação cultural, que valorize a base comunitária da cidade e da Vila de Ponta Negra. Observaram que a programação noturna da Praia de Ponta Negra é escassa; que há poucos atrativos na praia, além de muita exploração dos turistas com a cobrança de preços altos por parte dos barraqueiros por um serviço de baixa qualidade. Carrinhos de som e de DVD’s incomodam quem está na praia, pois causam poluição sonora; táxis caros, falta de material informativo, poucos transportes, que faz com que a mobilidade do turista seja prejudicada, ressaltando, que não há transporte público entre a Vila de Ponta Negra e o Aeroporto. Redinha: a qualidade dos serviços oferecidos na Redinha ao setor turístico é considerada precária pelos participantes da reunião comunitária. O Mercado, principal equipamento, não possui higiene para atender os clientes e os preços são altos pelos serviços oferecidos. Os quiosques presentes na praia, apesar de serem relativamente mais organizados que o Mercado, ainda não dispõe de adequada estrutura; falta de fiscalização por parte da SEMSUR. Além disso, foi levantada a deficiência na área esportiva, como a ausência de campeonatos de vôlei e beach soccer para entreter, tanto a população nativa, quanto os turistas. IV – Sobre os principais prejuízos que o turismo traz para a cidade do Natal. Praia dos Artistas: foram citadas questões sobre: insegurança nos atrativos turísticos, com aumento de criminalidade; sobrecarga da infraestrutura (falta de manutenção, segurança, etc.); aumento da prostituição; produção e acúmulo de lixo na cidade; desrespeito à cultura local; mentalidade de que o Nordeste é aquilo que a mídia mostra – local de seca e miséria; aumento no consumo de drogas, utilizando o jovem local. Mãe Luíza: aumento da prostituição e privatização da Praia de Mãe Luiza, dificultando o direito ao acesso aos bens públicos, por parte da população de baixa renda. Ponta Negra: aumento do lixo na praia e do uso de drogas. O turista compactua com os altos preços dos serviços oferecidos, o que contribui para a manutenção dessa realidade, prejudicando a população natalense. Redinha: os prejuízos provocados pelo turismo é a ausência dele na comunidade. Acreditam que essa situação decorra da má impressão e divulgação da Praia da Redinha, bem como a baixa qualidade dos serviços oferecidos. Um dos prejuízos observado foi o aumento da prostituição. V – Como a comunidade é beneficiada pela atividade turística. Praia dos Artistas: há uma concordância que algumas comunidades são mais beneficiadas que outras, e que algumas sofrem discriminação para a sua inserção no mercado formal de trabalho. Os principais benefícios destacados foram: geração de empregos diretos e indiretos, na baixa temporada; a realização de congressos e eventos nos feriadões sustenta o turismo na baixa estação; e, que o desenvolvimento e crescimento da atividade turística beneficia a comunidade local. 306 Mãe Luíza: identificaram poucos benefícios: a falta de segurança que prejudica um eventual desenvolvimento da atividade turística; inexistência de centros de artesanato e de outros atrativos, além do Farol de Mãe Luiza. Afirmaram que no passado houve um projeto para construção de uma Praça de Eventos, mas não foi realizado. Ponta Negra: as opiniões se dividiram: enquanto, uma parte do grupo concordou que não há benefícios significativos, outra parte acredita que a oferta de oportunidade de trabalho, mesmo que informal é um importante benefício para as pessoas. No entanto, entendem que faltam incentivos para qualificação e para a inovação dos serviços artesanais. Redinha: O grupo não conseguiu identificar benefícios diretos para a comunidade. VI - Como sua categoria tem contribuído para o desenvolvimento do turismo. Praia dos Artistas: alguns grupos têm essa informação de maneira mais clara e específica, outros não se dão conta da capilaridade do turismo. As principais contribuições citadas foram: oferta de mão de obra para o mercado profissional, formal e informal; divulgação dos produtos do artesanato local; atendimento ao turista; algumas vezes os ambulantes fazem a manutenção do calçadão para facilitar a circulação dos turistas. Mãe Luíza: através do fomento da cultura, com apresentação de capoeira e da Escola de Samba em hotéis da Via Costeira. Além disso, os professores serviam de guias improvisados após as apresentações, levando os turistas aos principais pontos turísticos de Natal. Ponta Negra: os empresários geram emprego e prestam serviços, no entanto, não há uma contribuição direta por parte da comunidade. Redinha: o Conselho Comunitário realizou ações de conscientização da comunidade durante as obras de construção da Ponte Newton Navarro. Porém, a estrutura da ponte não foi concluída do lado da Redinha; falta acabar com os lixões e construir os acessos daquele lado, previstos no projeto. Além da ação destacada, o Conselho Comunitário promoveu um curso de inglês voltado à comunidade. Há ainda a busca, junto ao poder público, de investimentos na área de manejo de resíduos sólidos no bairro. VII – Como o segmento tem participado de programas de qualificação profissional. Praia dos Artistas: nesta questão o ponto que mais chamou a atenção foi a falta de conhecimento das comunidades sobre os programas de qualificação que são oferecidos pelo poder público. As comunidades destacaram: não há participação do segmento nos programas, pois não há acesso aos cursos; e que os cursos são pouco divulgados. Mãe Luíza: não houve participação, pois não foram oferecidos cursos para a comunidade. Informaram que a comunidade não tem recursos financeiros para participar dos cursos oferecidos no Hotel Escola Barreira Roxa, e que os cursos mesmo quando são gratuitos, a população de Mãe Luiza tem dificuldade de conseguir vaga. Ponta Negra: alguns não têm conhecimento dos cursos que são oferecidos, outros, esclareceram que as pessoas que precisam de qualificação não têm recursos financeiros 307 para se deslocarem até o local onde os cursos são oferecidos. Foram citados os cursos oferecidos pelo SEBRAE, porém, para um público restrito. Redinha: o Conselho Comunitário não tem participado de programas de qualificação profissional, no entanto busca junto ao poder público, a realização de cursos voltados à comunidade. VIII – Como a comunidade avalia a realização da Copa 2014 em Natal. Praia dos Artistas: de maneira geral os participantes reconhecem como, um dos grandes benefícios é que, se a cidade tiver uma boa preparação para a receptividade dos turistas que aqui venham por causa da COPA, será passada uma boa imagem da cidade e, dessa forma, será possível colher bons frutos no “pós-copa”, uma vez que haverá maior procura de pacotes para o Estado. Também há uma concordância que o empresário está investindo bastante em seus negócios. Entretanto, há preocupações com a realização do evento, relacionadas se a cidade está preparada para receber o evento; e se o governo irá fazer a parte que lhe compete. Mãe Luíza: de uma maneira geral os participantes acham que será positivo para cidade, mas não percebem que não houve execução de ações estruturantes que eram esperadas. Admitem que possa haver a possibilidade de emprego. Outro aspecto positivo levantado foi a realização das obras de mobilidade. Observaram que devido a mudança de alguns projetos, houve um certo descrédito da população. Ponta Negra: pode ser avaliada tanto como positiva como negativa. Positiva na medida em que beneficie diretamente a população natalense e na realização das obras de mobilidade. Negativa devido à falta de qualificação e da pouca oferta de cursos para a população. Redinha: de forma geral os participantes acreditam em melhorias advindas com a Copa 2014, sendo a avaliação positiva, predominante. Dentre os principais benefícios há o aumento do mercado de trabalho, melhoria de infraestrutura e reconhecimento do Brasil pelos estrangeiros. Os pontos negativos advindos são: a destruição dos estádios Machadão e Machadinho, e o provável pequeno uso do Estádio Arena das Dunas no período posterior à Copa. IX – Quais os principais impactos ambientais que o turismo tem provocado em Natal. Praia dos Artistas: a maioria concorda que o turismo não provoca grandes impactos ambientais, e que às vezes é que acontece, mas o responsável é o setor público que não oferece a infraestrutura adequada, principalmente na questão da limpeza pública e locais adequados para colocação de lixo. Mas, reconhecem que os impactos ambientais têm atrapalhado o turismo da seguinte forma: lixo na cidade; moscas noturnas; pichação em monumentos históricos; e, descumprimento da legislação ambiental. Mãe Luíza: falta de educação dos turistas, poluição das praias, esgotos clandestinos por parte de empresários em alguns pontos da cidade (Ponta Negra). 308 Ponta Negra: percebem que ocorre uma degradação nos atrativos naturais, devido à falta de conscientização dos próprios trabalhadores da praia, que poluem a área com o comércio de produtos. Há também a poluição sonora. Redinha: o turismo provoca poucos impactos ambientais na comunidade. No caso da Redinha, esses impactos são de origem local, ou seja, da própria população. O único impacto provocado pelo turismo ao meio ambiente é a destruição dos mangues. X – Quais as localidades que compõem a Área Turística de Natal. Praia dos Artistas: os principais pontos citados que compõem o corredor turístico da cidade foram: Ponta Negra; Via Costeira; Praia dos Artistas; Ribeira; Bairro do Alecrim; Parque das Dunas; Centro da Cidade; e, Praia do Forte. Mãe Luíza: Forte dos Reis Magos, Museu Câmara Cascudo, Centro de Convenções, IFRN do Centro, Farol de Mãe Luiza, Parque das Dunas, Ponta Negra, Centro de Turismo, Carnaval (Ribeira), Dança Araruna (Rocas), Praias em geral e Capitania das Artes. Ponta Negra: Praia de Ponta Negra, Redinha, Centro de Turismo, Parque das Dunas, Feira do Alecrim, Núcleo dos Rendeiros e Vila de Ponta Negra. Redinha: Praia de Ponta Negra, Morro do Careca, Redinha, Praia dos Artistas, Ribeira, Farol de Mãe Luiza, Feira do Alecrim, Mercado de Petrópolis, Via Costeira, Teatro Alberto Maranhão, Catedral Velha, Pedra do Rosário, Museu Câmara Cascudo, Centro de Turismo e Solar Bela Vista. XI – Como seu segmento/comunidade percebe a oferta de trabalho e renda no turismo em Natal. Praia dos Artistas: esta questão é vista sob o aspecto empresarial, uma vez que a maioria dos participantes é formada por empresário que tem a seguinte visão: os produtos são comprados tanto na cidade quanto fora do Estado; dificuldade na compra dos produtos locais devido ao alto preço; falta de espírito empreendedor dos fornecedores locais, uma vez que eles querem tirar a renda do mês em um único produto; falta de mão de obra qualificada; falta de oferta de cursos de qualificação para os artesãos. Mãe Luíza: carência de capacitação e de qualificação, pouca valorização da mão de obra de Mãe Luiza, são aspectos que devem ser considerados para inserir o jovem do bairro no mercado de trabalho. Ponta Negra: observam que as pessoas empregadas na rede hoteleira são da Zona Norte. A quantidade de pessoas para trabalhar existe, contudo não existe qualificação. A maioria das pessoas trabalha com o turismo de forma indireta. Os donos dos quiosques são muito organizados, sempre reunidos para fazer curso de capacitação e são avaliados pela COVISA. Os cursos que ocorreram foram de alimentação segura e manipulação de alimentos, oferecidos pela SEBRAE/Prefeitura. Redinha: existe oferta de trabalho como bugueiros, guias de turismo, cozinheiros no Mercado e em barracas. Há também a possibilidade de trabalho nos hotéis da Via Costeira e como vendedores ambulantes no final do trecho da Ponte Nova. 309 XII – Se Natal dispõe de entidades suficientes para a oferta de qualificação profissional. Praia dos Artistas: de uma maneira geral eles reconhecem que existem entidades suficientes para oferecer cursos, contudo, segundo os participantes da reunião, disseram que não tem acesso a esses cursos, ou por falta de divulgação por parte das entidades promotoras, ou por não serem oferecidos, de fato, cursos na área do turismo. Mãe Luíza: entre as instituições de capacitação que existem na cidade, foram citadas as que realizam cursos na comunidade como a Casa do Bem, Centro Social da Guanabara (comunidade), SESC/SENAI e SEMTAS. Ponta Negra: os participantes sabem que existem diversas instituições de capacitação, mas não é oferecida qualificação direta para a comunidade, seja por falta de pessoas ou pelo fato de que as pessoas não se encaixarem no perfil socioeconômico que as entidades exigem para ingresso no curso. Redinha: há poucas instituições, foi citado o SENAC, que já ofereceu curso de gastronomia, e o SENAI, que trouxe um curso de guia mirim. d) Reuniões do Conselho Municipal de Turismo - importante considerar no processo participativo não apenas as instâncias participativas, mas os fluxos de validação, acompanhamento e deliberação dos produtos, etapas e atividades que aconteceram no Conselho Municipal de Turismo. Como a escala de trabalho se deu no município, na AT de Natal, coube ao Conselho Municipal de Turismo a deliberação – aceite ou recusa – dos produtos elaborados e coordenados pela Consultoria, com o acompanhamento e fiscalização da SETURDE e Ministério do Turismo. O COMTUR, além dessas funções também assumiu o papel de alimentar com contribuições, sugestões e experiências a equipe de Consultoria. Foram 05 (cinco) reuniões do COMTUR, onde foram apresentados e discutidos produtos e atividades do processo de elaboração do PDITS de Natal. 23.07.2012 - data da reunião do COMTUR para apresentação e discussão do Produto 01 - Plano de Trabalho e os Objetivos do PDITS, que ocorreu às 16:00, no Auditório da SETURDE. Nessa ocasião, foi discutida a metodologia a ser utilizada nas diversas etapas de execução do PDITS, os princípios norteadores do processo de planejamento, cronograma de execução e o processo participativo de construção do PDITS, bem como o desenho dos Objetivos do PDITS. Ambos foram aprovados por unanimidade pelos Conselheiros presentes. 02.05.2013 – 5ª Reunião Ordinária do Conselho Municipal de Turismo de Natal, realizada no dia 02 de maio de 2013, iniciada às 9h30, no Salão Genipabu do Centro de Convenções de Natal, em Natal/RN, que contou com a presença da técnica do Ministério do Turismo Miranice Lima Santos. Entre outros assuntos da pauta foi apresentado o Produto 02 do PDITS de Natal - Diagnóstico Estratégico das Áreas e das Atividades Turísticas que após diversas discussões sobre o documento foram relacionadas às seguintes contribuições. 310 I– Contribuição 01 A Conselheira Jurema Dantas, representante das entidades de ensino, informou que leu o documento na íntegra e destaca que faltou detalhamento da Praia da Redinha na página 150; sugerindo que em relação as informações poderia ser utilizado o cadastro realizado pelo IBGE para os hotéis, bem como os dados da Revista Veja que traz uma classificação de equipamentos; sobre os mapas de localização dos equipamentos sugeriu que ele fosse revisado, pois para quem não conhece a cidade pode entender que o Parque das Dunas é ocupado e que o mapa deve destacar apenas a Via Costeira. No item institucional destacar mais a SETURDE, conforme os dados coletados pelo Instituto Marca Brasil nos trabalhos realizados dos 65 Destinos Indutores; sobre o projeto da recuperação da Ribeira, pediu para que fossem confirmados os dados sobre o Canto do Mangue, bem como fossem revisados os dados sobre manifestações e usos populares, como Natal em Natal, que apresenta escala nacional, e os eventos programados como FIART, com escala internacional. Todas as solicitações realizadas pela conselheira foram analisadas e incorporadas ao Diagnóstico, com exceção dos dados da Revista Veja que a consultoria entendeu que não poderia utilizá-los por não se tratar de fonte oficial de pesquisa, optando por utilizar os dados do IBGE, uma vez que Natal não possui um inventário turístico. II– Contribuição 02 A conselheira. Diassis Rosado, representante da ABAV/RN destacou que era importante confirmar os dados sobre o número de agências de viagens; pois acreditava que as informações sobre o número de agências de viagens no estado estavam equivocadas e se prontificou a fornecer todos os dados necessários para a elaboração do PDITS. A consultoria procurou a ABAV/RN que disponibilizou os dados oficiais da entidade, sendo feita a correção dos números relativos às agências de viagens no Diagnóstico. III– Contribuição 03 O conselheiro. Ramzi Elali, representante do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares, falou da importância de se corrigir o número de leitos, que os dados poderiam ser mais precisos e cita a Revista Veja, que na edição passada apresentou uma reportagem sobre o crescimento do setor hoteleiro em Natal. Solicitou também que no Diagnóstico constasse o atrativo do buggy turismo como produto. A solicitação sobre os dados do crescimento dos leitos de Natal não foi atendida porque a Revista Veja não é uma fonte oficial de pesquisa. Quanto ao buggy, este foi incluído como atrativo agregado de vários produtos turísticos. IV– Contribuição 04 A conselheira Ana Muller, representante da AMANÁUTICA sugeriu que fossem atualizados os dados sobre a Pedra do Rosário que não se encontra em bom estado de conservação, 311 para ser considerado um produto turístico, e que a região do Rio Potengi precisa de atenção, bem como a questão do turismo náutico. Destacou que todos esses recursos precisam de intervenção pública para melhorar a infraestrutura turística. A consultoria considerou pertinente todas as observações da conselheira incluindo-as como ações do PDITS. V– Contribuição 05 O conselheiro Edson Andrade, representante da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, falou da segurança pública e destacou que o turismo é diretamente afetado pela violência urbana. Informou que existe um vídeo de monitoramento, e precisa que os setores discutam com a SESED onde instalar novas câmaras. O PDITS incorporou as sugestões do conselheiro definindo ações para implantação de um Plano de Transporte Seguro para o turismo de Natal, bem como Apoiar a instalação de plantão para atendimento ao turista, na Delegacia do Turista – DEATUR. VI– Contribuição 06 O conselheiro. Paulo Cesar, representante do Sindicato dos Guias de Turismo - SIGNTUR questionou sobre o corredor cultural, especificamente a Ribeira, perguntando quais os projetos previstos para a área. No momento foi explicado ao conselheiro que o que estava sendo apresentado era o Diagnóstico e que as ações para o turismo de Natal viriam no Plano de Ação, na etapa seguinte, mas que existiam recursos previstos para o corredor cultural no PDITS do Polo Costa das Dunas, através do PRODETUR. 11.06.2013 – 6ª Reunião Ordinária do Conselho Municipal de Turismo de Natal, realizada no dia 11 de junho de 2013, iniciada às 9h00, no Auditório Miguel Arraes da Câmara Municipal de Natal, em Natal/RN, momento em foi apresentado o Produto 03 do PDITS de Natal – Seleção da Área Turística e Estratégias de Desenvolvimento Turístico. Ao final da apresentação foi aberto para os debates, cujas contribuições seguem a seguir: I– Contribuição 01 A conselheira Jurema Dantas, representante das entidades de ensino, solicitou que fosse incluída a elaboração do Plano Municipal de Turismo na estratégia de Fortalecimento Institucional, para atender as recomendações do Plano Nacional de Turismo. Solicitou também que no diagnóstico se acrescentasse um glossário com os conceitos sobre os diversos segmentos turísticos: náutico, cultural, e outros. Solicitação atendida e incluída no Diagnóstico Estratégico. 312 II– Contribuição 02 O conselheiro Renato Fernandes, representante da Secretaria do Estado do Turismo do Rio Grande do Norte, solicitou o registro do evento ”Agosto Alegria” no item Eventos em Natal. Solicitação atendida e incluída como atrativo agregado do produto Eventos em Natal. 14.08.2013 – Reunião do COMTUR para apresentação do Produto 05 - PDITS Versão Preliminar que se realizou no dia 14 de agosto do corrente, no Centro de Convenções de Natal, com a presença da representante do Ministério do Turismo, Miranice Lima Santos. Ao final da apresentação foi aberto para os debates, cujas contribuições seguem a seguir: I - Contribuição 01 A conselheira Ana Muller, representante da AMANÁUTICA estranhou que o Plano de Ação não tenha contemplado ações relativas ao Turismo Náutico e solicitou a inclusão. Foi explicado a conselheira que diversas ações do Turismo Náutico haviam sido incluídas no PDITS do Costa das Dunas e que por isso não poderia ser repetidas as mesmas ações no PDITS de Natal. As reuniões do COMTUR foram documentadas através das Listas de Presença e de registros fotográficos que se encontram no ANEXO XV a XXVI deste documento. Por fim, ressalta-se a participação do Secretário Municipal de Turismo e dos técnicos da SETURDE que tiveram um papel fundamental no desenvolvimento das diversas etapas, tanto disponibilizando dados e informações oficiais, como dando contribuições importantes para melhoria dos produtos, tanto nas reuniões técnicas e do COMTUR, bem como nas notas técnicas de aceite dos relatórios. 11.09.2013 – Na Reunião do COMTUR de 11 de setembro de 2013, no Auditório da ABIH foi apresentado o Produto 06 - PDITS Versão Final que compreende além da consolidação dos relatórios de todas as etapas anteriores foram acrescidos o capitulo - Participação Pública e Validação do PDITS e as adequações solicitadas no parecer técnico de nº 040/2013/CGPRII/DPRDT/SNPDTur/MTur e das recomendações técnicas da equipe da SETURDE. Estiveram presentes à reunião do COMTUR diversos conselheiros, conforme lista de presença, em anexo, e a representante do Ministério do Turismo, Miranice Lima Santos. 313 11. CONSIDERAÇÕES FINAIS A elaboração do PDITS Natal permitiu não apenas centrar na necessidade de planejar, mas de abordar outras questões que envolvem aspectos de sua implementação eficaz ao definir um marco lógico para acompanhamento e avaliação dos resultados da implantação do plano de ação. Além desses aspectos evidencia-se a definição de uma política de turismo, os aspectos ambientais do uso turístico dos atrativos, os reflexos da atividade turística na economia da cidade, e a importância da participação da sociedade na construção de um plano de desenvolvimento turístico. Diante disso, o desafio não reside mais exclusivamente na elaboração do PDITS de Natal, mas principalmente na gestão do processo, o que significa desenvolver estratégias de implementação, monitoramento e avaliação dos resultados que garantam a dinâmica e continuidade do processo. O primeiro passo, agora para concretizar esse esforço coletivo do PDITS de Natal será buscar juntos aos organismos internacionais o apoio necessário para o financiamento das ações propostas neste plano, tais como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) ou a Corporação Andina de Fomento (CAF). O volume de recursos para financiamento externo já foi definido com um valor total aproximado a da proposta contida na Carta Consulta do município de Natal apresentada a CAF, em outubro de 2010. No entanto, outros recursos serão necessários para implementar o PDITS de Natal na sua integralidade com a execução das ações não relacionadas como elegíveis para o PRODETUR Nacional. Um exemplo dessas ações é o caso do projeto e implantação de um de um Espaço Multiuso para feiras e eventos, além dos projetos de infraestrutura que são capazes de melhorarem a salubridade ambiental da cidade. Também merece citar as diversas ações que não demandam custo financeiro direto, que requer apenas articulação e decisão política para realizá-las. Trata-se das ações que não estão no âmbito da SETURDE, mas de grande significado para a melhoria da qualidade dos produtos turísticos que compõem a oferta turista da cidade. No processo de elaboração deste Plano, contamos com a participação de vários segmentos; dos que fazem o governo municipal; que compõem o Conselho Municipal de Turismo; do trade turístico, das instituições de ensino; das comunidades locais, etc., que mesmo com a sobrecarga de tarefas e encargos, não esmoreceram quando solicitados a permutar horas de trabalho e ocupação, fora do expediente comum, para dedicar-se a produzir propostas e ideias que orientassem a discussão na busca da formulação de diretrizes para um turismo sustentável. Com este PDITS, resultado de um processo participativo tem-se a certeza de estar inaugurando um novo marco na administração do turismo da cidade de Natal, de responsabilidades sociais e ambientais solidárias, na busca da materialização de uma melhor qualidade de vida para as atuais e futuras gerações. 314 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ANAC– Agência Nacional de Aviação Civil. Site: <www.anac.gov.br/> Acessado em: 25/03/2013. ANTAC – Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Site: <www.antac.gov.br/> Acessado em: 25/03/2013. ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres. Site: <www.antt.gov.br/> Acessado em: 25/03/2013. APOLINÁRIO et al. Impactos dos Grandes Projetos Federais no Rio Grande do Norte. Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Norte, Nordeste e Mato Grosso e dos Impactos dos Grandes Projetos Federais no Nordeste. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Natal/RN, 2012. ATAÍDE, R. M. da C.; BORGES, J. dos S.; FERREIRA, Â. L. de A. Conflitos sócioespaciais em áreas protegidas de Natal (RN): limites e desafios para uma nova prática urbanística. In: Encontro da ANPPAS, 2, 2004, Indaiatuba. Papers apresentados nos grupos de trabalho. Disponível em: www.anppas.org.br/encontro_anual/encontro2/GT/GT14/angela_ferreira.pdf. Acessado em: 05/02/2013. AZEVEDO, P. G. Vulnerabilidades socioambientais na Zona de Proteção Amiental-9. Disponível em: bdtd.bczm.ufrn.br/tedesimplificado/tde_arquivos/16/TDE-2010-0820T113249Z-2810/Publico/PabloGA_DISSERT.pdf. Acessado em: 05/02/2013. BARBOSA. Lívia. Meritocracia à brasileira: o que é desempenho no Brasil? Revista do Serviço Público. Ano 47, Volume 120, Número 3. Set-Dez 1996. BNB. Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável - Polo Turístico do Vale do Jequitinhonha. Disponível em: http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/prodetur/downloads/docs/mg_2_9_perfil_turista_ga sto_demanda_100708.pdf Acessado em: janeiro de 2013 BEZERRA, Marcelo Tinoco, SOBRINHA, Maria Dulce P. Bentes, TRIGUEIRO, Edja (org.). Plano de Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais – PRAC/Ribeira. Natal: EDUFRN, 2008. BRASECO S/A. Disponível em www.braseco.com.br. Acessado em: 25 de Março de 2012. BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. 2001. CABRAL, N. R. A. J. & SOUZA, M. P. Área de Proteção Ambiental: planejamento e gestão de paisagens protegidas. São Carlos: Rima Editora. 2002, 154p CAERN – Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte. Plano Diretor de Esgotamento Sanitário. Natal, 2005. ______ - Disponível em www.rn.gov.br/caern. Acessado em: 22 de Março de 2013. 315 CASCUDO, Luiz da Câmara. História da cidade do Natal. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980. CAVALCANTI NETO, M. D. Praias Potiguares. Textos e fotos: Miguel Dantas. 3 ed. Natal, 2006. CBMRN – Corpo de Bombeiros Militar do RN. CBTU – Superintendência de trens Urbanos de Natal <natal.cbtu.gov.br/> Acessado em: 25/03/2013. CESTARO, L. A.; FERNANDES, E.; PEREIRA,V. H. C. Zoneamento de áreas de proteção ambiental urbanas. O exemplo da Zona de Proteção Ambiental - 7 em Natal, RN. REVISTA GEONORTE, Edição Especial, V.3, N.4, p. 1391-1404, 2012. Disponível em: www.revistageonorte.ufam.edu.br/attachments/009.pdf. Acessado em: 05/02/2013. CODERN – Companhia Docas do Rio Grande do Norte www.codern.com.br/ Acessado em: 25/03/2013. CORREA, Roberto Lobato. O espaço urbano. Ed. Ática, Série Princípios, 3ª Ed. N.174, 1995. COSTA, Sarah A. A Pauta de Mobilidade Vicinal nas Cidades Brasileiras: Um Estudo de Caso da Zona Norte de Natal. Dissertação (Mestrado em Transportes e Gestão das Infraestruturas Urbanas). Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Recife/PE, 2009. CUNHA, Eugenio Marcos Soares. Evolução Atual do Litoral de Natal – RN (Brasil) e suas Aplicações a Gestão Integrada. Tese de Doutorado, Universidade de Barcelona, 2004. DANTAS, M. E.; FERREIRA, R. V. Relevo. In: In: PFALTZGRAFF, P. A. dos S.; MIRANDA, F. S. de (ORG.) Geodiversidade do estado do Rio Grande do Norte. Recife: CPRM, 2010 DER/RN – Departamento de Estradas de Rodagem do RN www.der.rn.gov.br/ Acessado em: 25/03/2013. DIAS, Reinaldo. Planejamento do turismo: política e desenvolvimento do turismo no Brasil. São Paulo: Atlas, 2003. DINIZ, A. M. A certificação e o Turismo Sustentável. Disponível em: naturlink.sapo.pt/Natureza-e-Ambiente/Interessante/content/A-Certificacao-e-o-TurismoSustentavel?bl=1. Acessado em: 01/03/2013. DNIT – Departamento Nacional de Infraestruturas de Transporte <www.dnit.gov.br/> Acessado em: 25/03/2013. FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. Disponível em: www.fipe.org.br. Acessado em: outubro de 2012. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Estimativa da população residente referente ao ano de 2012. Disponível em www.ibge.gov.br. Acessado em: 22/03/2013. 316 IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades: Infográficos. Acessado em: 20 /03/ 2013. Disponível em: < http://ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. IDEMA. Programa água azul: projeto estudo de balneabilidade das praias do rio grande do norte. CEFET/RN, 2008. INFRAERO. Anuário Estatístico Operacional. Brasília/DF, 2011. INFRAERO – Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária www.infraero.gov.br/ Acessado em: 25/03/2013. INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (IPHAN). Monumentos Arqueológicos e Pré-Históricos. Lei nº 3.924, 26 de julho de 1961. Brasília: IPHAN, 1961. INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (IPHAN). Institui o registro de bens culturais de natureza imaterial e cria o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial. Decreto nº 3.551, de 04 de agosto de 2000. Brasília: IPHAN, 2000. INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (IPHAN). Organiza a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Decreto-lei nº 25, 30 de novembro de 1937. Brasília: IPHAN, 1937. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: www.ibge.com.br. Acessado em: outubro de 2012. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?c=3441&z=p&o=18&i=P em: _______. Censo 2010. IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Disponível em: www.ipeadata.gov.br. Acessado em: outubro de 2012. KOSTER, Henri. Viagem ao Nordeste do Brasil. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2002 LEMOS, Leandro de. O valor turístico na economia da sustentabilidade. São Paulo: ALEPH, 2008 LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 2006. LOPES, Fátima M. Colonização e resistência. In: Índios, colonos e missionários na colonização da Capitania do Rio Grande do Norte. Mossoró: Fundação Vingt-um Rosado, IHG/RN, 2003, p. 130-133. LYRA, Tavares de. História do Rio Grande do Norte. Natal: EDUFRN, 2008. MACEDO, Helder Alexandre Medeiros de. OCIDENTALIZAÇÃO, TERRITÓRIOS E POPULAÇÕES INDÍGENAS NO SERTÃO DA CAPITANIA DO RIO GRANDE. Natal: UFRN, 2007. MACEDO H. A. M. de; BRITO, P. S. de. História do RN n@ WEB. 2000. <http://www.cerescaico.ufrn.br/rnnaweb/historia/prehistoria/pre2.htm>. 317 MATTOS, Roberta, M. F. e LUÍNDIA. Luiza E. A. Plano de Comunicação: fortalecimento do Turismo na cidade de Boa Vista – RR. XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Curitiba/PR, de 4 a 7 de Setembro de 2009. MEDEIROS, Aristófanes D. de. Fatores Intervenientes na Competitividade dos Portos Brasileiros: Um Estudo de Caso no Nordeste. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Natal/RN, 2005. MEDEIROS, R. Evolução das Tipologias e categorias de áreas protegidas no Brasil. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?pid=s1414753x2006000100003&script=sci_arttext. Acessado em: 05/02/2013. MEDEIROS, Valério Augusto S. de. Da praça forte seiscentista aos grandes eixos. Monografia: Curso de Arquitetura e Urbanismo (UFRN). Natal: 2002. MEIRE, Marina R. Estação Natal: Complexo de Múltiplos Usos Associado à Estação Ferroviária, no Bairro da Ribeira. 5º Concurso de Monografia CBTU 2009 – A Cidade nos Trilhos. Natal/RN, 2009. MINISTÉRIO DO TURISMO. Secretaria Nacional de Políticas de Turismo. Módulo Operacional 4: Elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Regional. Brasília/DF, 2007. MOTA, K. C. N. Marketing Turístico: promovendo uma atividade sazonal. São Paulo: Atlas, 2001. MTUR – Ministério do Turismo. Disponível em: www.turismo.gov.br/. Acessado em: outubro de 2012. MOLLETA, Vânia Beatriz Florentino. Turismo Cultural. 4ª ed. Porto Alegre: SEBRAE/RS, 2004. MORAES, C. S. B. de. Sistema de Gestão-ISSO 14001, Auditoria e Certificação Ambiental nas Organizações, 2012. Disponível em: http://lcf.esalq.usp.br/prof/edson/lib/exe/fetch.php?media=ensino:graduacao:apostila_sga_is o_14001_auditoria_ambiental_clauciana_moraes_2_.pdf. Acessado em: 27/03/2013. MORAIS, Marcus César Cavalcanti. Terras Potiguares. Natal: Dinâmica, 1998 NATAL. Lei Complementar nº 082, de 21 de junho de 2007. Dispõe sobre o Plano Diretor de Natal e dá outras providências, 2007. NATAL. Prefeitura Municipal de Nata. Plano de Mobilidade Urbana de Natal – Relatórios de Diagnóstico. Natal, 2008. PEREIRA, Luciana Noronha. Morfologia Urbana e atratividade de destinação turística: a importância da imagem na compreensão do sistema turístico da Vila de Alter do Chão (Santarém-PA). Balmeário Camboriú: UNIVALI, 2007. PESSOA, Zoraide S. A Metrópole Periférica: Identidade e Vulnerabilidade Socioambiental na Região Metropolitana de Natal – RN/Brasil. Tese (Doutorado em Ambiente e Sociedade). Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Campinas/SP, 2012. 318 PNDR. Plano Nacional de Desenvolvimento Regional. Brasília: Ministério da Integração Nacional, 2003. 1 CD-ROM. PDITS – Plano de Desenvolvimento do Turismo Sustentável – Polo Costa das Dunas. Rio Grande do Norte, 2011. Portal da Copa. Disponível em: http://www.copa2014.gov.br/. Acessado em: janeiro de 2013. PREFEITURA MUNICIPAL DO NATAL. Plano de Reabilitação da Ribeira – Esgotamento Sanitário. Avaliação do Sistema de Esgotamento Sanitário da Região Ribeira/Rocas/Cidade Alta, Natal-RN. Natal, 2006. _________________________________. Relatório Ambiental Simplificado do Estádio Arena das Dunas. Natal, 2009. RBM, Conselho. Certificação em Turismo Sustentável.Norma Nacional para os Meios de Hospedagem-Requisito para a sustentabilidade.NIH-54, 2004. Caderno n.30. Disponível em: www.rbma.org.br/rbma/pdf/Caderno_30.pdf. Acessado em: 3/3/2013. REIS FILHO, Nestor Goulard. Quadro da arquitetura no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2006. ROSSI, Aldo. A arquitetura da cidade. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. RIO GRANDE DO NORTE. Governo do Estado. Diagnóstico para o Plano Estratégico Natal – uma Metrópole em Formação. Natal, 2006 RIO GRANDE DO NORTE/IDEMA. Estuários do Estado do Rio Grande do Norte. Natal, 2007 RIO GRANDE DO NORTE/IDEMA. Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável – PDITS do Polo Costa das Dunas. Secretaria de Estado do Turismo. Natal, 2011. RUSCHMANN, Dóris e SOLHA, Karina Toledo. Planejamento Turístico. Barueri, SP: Manole, 2002. RUSCHMANN, Doris van de Meene e SOLHA, Karina Toledo (organizadoras). Turismo: uma visão empresarial. Barueri, SP: Manole, 2004. RUSCHMANN, Dóris. Turismo e Planejamento Sustentável – A Proteção do Meio Ambiente. Campinas, SP: Papirus, 1997. RUSCHMANN, Dóris. Turismo no Brasil – Análise e Tendências. Barueri, SP: Manole, 2002. SANT’ANA, F. S. P.; ZAMBONIM, F. M. VI-011-Gestão e Certificação Ambiental para Hotéis, 2002. Disponível em: www.bvsde.paho.org/bvsacd/sibesa6/ccxv.pdf. Acesso em: 27/02/2003. SECOPA/RN – Secretaria Extraordinária para Assuntos Relativos à Copa do Mundo 2014. Disponível em: http://www.secopa.rn.gov.br/secoparn.asp. Acesso em janeiro de 2013. 319 SEMOB – Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana < www.natal.rn.gov.br/semob/> Acessado em: 25/03/2013. SEMOPI – Secretaria Municipal de Obras Públicas www.natal.rn.gov.br/semopi/> Acessado em: 25/03/2013. e Infraestrutura < SEMOPI - Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura. Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais - PDDMA. Natal, 2009. SEMURB – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo. Prefeitura Municipal do Natal. Disponível em www.natal.rn.gov.br/semurb. Acessado em: 18 de Março de 2013. SERAFIM, Ana R. M. D. B. R. e BARBOZA, Aldemir D. O Papel dos Meios de Comunicação no Processo de Desenvolvimento Interno do Turismo no Bairro de Ponta Negra – Natal/RN. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade. São Paulo/SP, 2006. SESED - Secretaria de Estado e Segurança Pública e da Defesa Social. Relatório Estatístico de Segurança 2012. Acessado em: 25 de março de 2013. Disponível em: < http://www.rn.gov.br/imprensa/noticias/em-coletiva-governo-do-estado-apresenta-relatorioestatistico-da-seguranca-publica/14393/> _______. DEATUR – Delegacia Especializada Assistência Ao Turista. Estatística de Ocorrências 2012 SILVA, Jessica Vivianne da Cunha. Desenvolvimento Turístico: Uma proposta de planejamento estratégico para o município de Baía Formosa/RN. Monografia defendida no Departamento de Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Dezembro de 2011. SILVA, Edmilza Borges. O patrimônio arquitetônico do Centro Histórico de Ceará-Mirim. Monografia: Curso de Arquitetura e Urbanismo (UFRN). Natal: 2005.’ SILVA, S. T. B. Uso Urbano Não Potável de Água de Lagoas do Sistema de Drenagem de Natal/RN. Dissertação de Mestrado (PPgES/UFRN). Natal, 2011. SME- Secretaria municipal de Saúde –.Plano Municipal de Saúde 2011-2013. Acessado em: 19 de março de 2013. Disponível em: < http://www.natal.rn.gov.br/sms/paginas/ctd177.html> TEIXEIRA, J. F.; DIAS, L. de O. Análise do Processo de Certificação do Turismo Sustentável em Goiás. Disponível em: http://www.sbpcnet.org.br/livro/63ra/conpeex/pibic/trabalhos/JANAINA_.PDF. Acessado em: 27/02/2013. URBANA – Companhia de Serviços Urbanos de Natal. www.natal.rn.gov.br/urbana. Acessado em: 25 de Março de 2013. Disponível em VAUTHEIR, Louis Leger. Casas de residência no Brasil. São Paulo: in Arquitetura Civil I., FAUSP e MEC/SPHAN, 1975. 320 GLOSSÁRIO Dunas - corpos de areia quartzosos acumulados naturalmente pelo vento, dividindo-se entre móveis e fixas. As móveis são aquelas dunas desprovidas de vegetação e que migram continuamente; as fixas são aquelas de origem mais antiga e recobertas por vegetação (Lei 7.771/2000). As paisagens dos campos dunares despertam curiosidade para muitas pessoas e constituem unidades paisagísticas que só ocorrem em pontos localizados do planeta, servindo de atrativo turístico, não só para apreciação da paisagem, mas para realização de trilhas e passeios em veículos especiais. Ecoturismo – um segmento da atividade turística desenvolvido em localidades de grande potencial ecológico, de forma preservacionista procurando conciliar a exploração do turismo com o meio ambiente ou harmonizar as atividades de lazer com a natureza. Estuário – é um corpo aquoso litorâneo raso e geralmente salobro com circulações mais ou menos restrita, que mantém comunicação constante com o oceano aberto4. Os grandes estuários são explorados principalmente por atividades econômicas tais como: pesca, salinas e carcinicultura. São geralmente alvo de instalação de portos e marinas, sendo estas últimas bastante visadas para o turismo. Falésia – termo usado indistintamente para designar as formas de relevo litorâneo abruptas ou escarpadas ou, ainda, desnivelamento de igual aspecto no interior do continente. Devese, no entanto, reservá-lo, exclusivamente, para definir tipo de costa no qual o relevo aparece com fortes abruptos5. Tais feições forma verdadeiros paredões paralelos a linha de costa construída nas sequências sedimentares do Barreiras, que despertam o interesse dos transeuntes que passam pelas praias. Manguezal – ecossistema costeiro presente em áreas estuarinas, sujeito ao regime das marés, que apresenta vegetação arbórea, arbustiva e herbácea (mangue) em substrato lodoso. Sua extensão vai desde o limite inferior da baixa-mar até a zona terrestre acima da influência das marés (Lei 7.871/2000). Planícies - constituem terrenos mais ou menos planos, geralmente extensos, onde os processos de agradação superam os de degradação. Nestas áreas, a topografia caracterizase por apresentar superfícies pouco acidentadas, sem grandes desnivelamentos relativos, com exceção de pequenos trechos aonde ocorrem quebras de relevo devido ao trabalho erosivo dos vales. Praias - entende-se por praia a área coberta e descoberta periodicamente pelas águas, acrescida da faixa subsequente de material detrítico, tal como areias, cascalhos, seixos e pedregulhos até o limite onde se inicie a vegetação natural, ou, em sua ausência, onde comece um outro ecossistema (Lei 7.661/1988). 4 Kenitiro Suguio. Geologia Sedimentar. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 2003. p. 261. Antônio José Texeira Guerra e Sandra Baptista da Cunha. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. 6ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. p. 265. 5 321 Por sua posição junto a um corpo de água, as praias constituem forte atração para o lazer, com significativas implicações econômicas por meio das atividades associadas ao turismo e esportes náuticos (MUEHE, 2004, p. 13-14). Tabuleiros Costeiros – constituem formas de relevo plano com suaves ondulações (platô sedimentar), com altitudes que não excedem os 150 metros, possuindo quebras de relevo quando da presença de vales. Turismo de Aventura - é um tipo de turismo que compreende o movimento de turistas cuja principal atração é a prática de atividades de aventura de caráter recreativo, podendo ocorrer em qualquer espaço natural, construído, rural, urbano, estabelecido como área protegida ou não. Turismo de Charme – é um nicho de mercado promissor que aposta no luxo como fator de atração, oferecendo aos turistas produtos exclusivos com altíssima qualidade e com requinte de detalhes. Turismo Cultural – compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura. Turismo de Eventos – é praticado com interesse profissional e cultural através de congressos, convenções, simpósios, feiras, encontros culturais, reuniões internacionais, entre outros. Turismo Gastronômico – tipo de turismo que tem como principal motivação a gastronomia com ingredientes tradicionais da localidade. Turismo de Incentivos – são viagens em que a empresa oferece a empregados, vendedores, clientes, ou outra pessoa com quem tenha relações, gratuitamente, sob condições estabelecidas antecipadamente. Turismo de Natureza – são as experiências turísticas que ocorrem ao ar livre que inclui práticas diversificadas desde à interpretação e contemplação ao usufruto sustentável da natureza nas suas diferentes vertentes. Turismo Náutico – caracteriza-se pela utilização de embarcações náuticas com a finalidade de movimentação turística. Turismo de Negócios – é o conjunto de atividades de viagem, de hospedagem, de aliment5ação e de lazer praticado por quem viaja a negócios referentes aos diversos setores da atividade comercial ou industrial ou para conhecer mercados, estabelecer contatos, firmar convênios, treinar novas tecnologias, vender ou comprar bens ou serviços. Turismo Pedagógico – uma atividade educativa sob a forma de experiência turística, na qual os alunos assumem a condição temporária de turistas, segundo um plano pedagógico definido pela escola para melhor exploração e apreensão de conhecimentos, aproveitandose da riqueza do meio ambiente. Turismo Social - Turismo Social é a forma de conduzir e praticar a atividade turística promovendo a igualdade de oportunidades, a equidade, a solidariedade e o exercício da cidadania na perspectiva da inclusão. 322 Turismo de Sol e Praia – constitui das atividades turísticas relacionadas à recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença conjunto água, sol e calor. Turismo Religioso – é uma modalidade que movimenta um grande número de peregrinos em uma viagem pelos mistérios da fé e da devoção a algum santo. 323 ANEXOS 324