RODRIGO CAETANO ARANTES A LONGEVIDADE NA METRÓPOLE DE SÃO PAULO PELAS NOTAS DE FALECIMENTO NO JORNAL DA TARDE (2004-2005) MESTRADO EM GERONTOLOGIA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM GERONTOLOGIA SÃO PAULO, MAIO DE 2007 RODRIGO CAETANO ARANTES A LONGEVIDADE NA METRÓPOLE DE SÃO PAULO PELAS NOTAS DE FALECIMENTO NO JORNAL DA TARDE (2004-2005) Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo como exigência parcial para obtenção do título de mestre em Gerontologia, sob orientação da Profª. Drª. Beltrina Côrte. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM GERONTOLOGIA SÃO PAULO, MAIO DE 2007 BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação por processos fotocopiadores ou eletrônicos. Assinatura: _____________________________________ Local: _________________________ Data: _________________ DEDICATÓRIA • Este trabalho é dedicado a todos os longevos, pessoas que trazem consigo a marca de suas histórias, experiências de vida. • Em memória aos participantes diretos deste estudo, cujas notas de falecimento foram analisadas. • A meu pai, Joaquim Teixeira Arantes (in memorian) pela luz constante a iluminar meus caminhos. • Esta dedicação também se estende aos profissionais, das mais diversas áreas, que escolheram o idoso como foco principal de suas atividades. AGRADECIMENTOS • À Deus, luz constante a iluminar meus caminhos. • À Profª. Drª. Beltrina Côrte pelo apoio, conselhos nos momentos difíceis e por toda a orientação dada na elaboração desta dissertação de mestrado. • À minha mãe, Nazaré Caetano Arantes; minha irmã, Rogéria Caetano Arantes Vidal; meu cunhado, Franck Vidal; e, minha sobrinha, Júlia, obrigado a vocês por todo o apoio dado e incentivo durante esta etapa. • À minha noiva, Luciana das Graças Gonçalves, por todo o incentivo e ânimo nos momentos difíceis. • Às professoras: Drª. Nádia Dumara e Drª. Ruth Gelerther pela participação no exame de qualificação, por todas as orientações dadas. • À secretária do programa de mestrado em Gerontologia da PUC-SP, Manoela, por toda a prontidão na resolução das diversas questões burocráticas. • A todos os colegas que ao longo do curso fizeram-se presentes com suas opiniões, às vezes divergentes, mas que me agregaram valores e conhecimentos. • Ao coordenador do curso de Fisioterapia da Faculdade São Lucas – Porto Velho/RO, Profº. Drº. Marcelo Custódio Rubira, por toda a ajuda na interpretação estatística dos dados desta pesquisa e por todos os conselhos dados. • Aos meus familiares e todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a realização desta pesquisa. RESUMO Esta dissertação é o estudo da longevidade na metrópole de São Paulo / Brasil, pela análise das notas de falecimento no Jornal da Tarde, um jornal local. Foram analisadas 665 notas de falecimento nos períodos de junho, julho e agosto de 2004 e 2005. Objetivou-se verificar a longevidade dos idosos moradores da metrópole de São Paulo e aspectos contidos nas notas de falecimento, como: faixa etária dos idosos, estado civil, prevalência de sexo (feminino ou masculino), se o idoso deixou familiares e familiares deixados pelo idoso. Utilizou-se o SPSS (versão 11.0) para tratamento estatístico dos dados, pois se trabalhou com perguntas fechadas, por meio de um questionário, elaboradas a partir dos próprios recortes de notas de falecimento. Os resultados obtidos mostram uma média de idade maior para o sexo feminino, de 87,4 anos com desvio padrão de 8,6 anos e, para o sexo masculino de 82,1 anos com desvio padrão de 9 anos. Em relação ao estado civil a grande maioria das idosas se enquadrava na categoria de viúvas e os homens na categoria de casados / vive junto. No estado marital sem companheiro (solteiro, viúvo, separado / divorciado) a maior freqüência foi verificada no sexo feminino e com companheiro (casado / vive junto) no sexo masculino. Houve ainda resultado significante em relação ao estado marital, sendo que o falecimento de idosos sem companheiros se concentrou em faixas etárias maiores e com companheiros em faixas etárias menores. Não foi encontrada associação significativa com relação aos familiares deixados e tipo de familiar deixado. O processo do aumento da longevidade no Brasil pode ser evidenciado pelas notas de falecimento de idosos. A longevidade é um fenômeno atual no país e é determinada pelo tempo de vida maior alcançado pelos idosos. Esse processo tem maior predominância no sexo feminino, sendo chamado de feminização da velhice. Palavras-chave: Longevidade; Envelhecimento; Dados Demográficos; Idosos; Metrópole de São Paulo; Notas de Falecimento. ABSTRACT This dissertation is the study of longevity in the metropolitan area of São Paulo / Brazil, by the analysis of the obituaries on Jornal da Tarde, a local paper. The 665 obituaries were analyzed throughout the periods of June, July and August of 2004 and 2005. The goal was to verify the longevity of the elderly residents of the metropolitan area of São Paulo and the aspects contained in the obituaries like: age range of the elderly, marital status, gender prevalence (feminine or masculine), if the elderly left their families and families left by the elderly. Utilized the SPSS (version11.0) to deal with statistics of data, because of the use of multiple choice questions, through a questioner, elaborated from the obituary clippings. The results obtained showed a greater range of age for the feminine gender, of 87,4 years of age with the deviation standard of 8,6 years and, for the masculine gender of 82.1 years with deviation standard of 9 years. In relation to the marital status a big majority of the elderly was in the category of widows and the men in the category of being married/living together. In the marital status without a partner (single, widow, separated/divorced), a bigger frequency of the feminine gender was observed and with a partner (married/living together), a bigger frequency of the masculine gender was noticed. Another significant association was encountered in relation to the marital status, given that the obituaries of the elderly without partners concentrated in the biggest age ranges and with partners in the smallest age ranges. It was not encountered significant association with relation to the families left and type of family left. The process to increase longevity in Brazil can be evidenced by obituaries of the elderly. The longevity is a current phenomenon in the country and it is determined by the highest age reached by the elderly. This process has major predominance in the female gender, being called by feminism of old age. Keywords: Longevity; Aging; Demographic Data; Elderly; Metropolitan area of São Paulo; Obituaries. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .................................................................................................................. 10 I PARTE - A METRÓPOLE DE SÃO PAULO E AS NOTAS DE FALECIMENTO ........... 22 1.1. Contextualizando a metrópole de São Paulo ..................................................................... 23 1.2. O que as notas de falecimento acrescentam na leitura demográfica ................................. 39 II PARTE - A LONGEVIDADE ............................................................................................. 48 2.1. Contextualização ............................................................................................................... 49 2.2. A longevidade no Brasil .................................................................................................... 51 2.3. Os diferentes olhares ao longo dos tempos ....................................................................... 54 2.4. Tempo máximo de vida, centenários e longevos .............................................................. 56 2.5. A feminização da velhice .................................................................................................. 59 2.6. Demandas da longevidade ................................................................................................. 62 III PARTE - POTENCIALIDADES NA LONGEVIDADE ................................................... 69 3.1. A velhice e seus aspectos .................................................................................................. 70 ÚLTIMA PARTE - ALGUMAS REFLEXÕES ....................................................................... 80 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 87 APÊNDICE .............................................................................................................................. 97 EZA REDORAT - Ontem, aos 99 Catanduva. Filha do sr. Miquel de d. Rita Maria Redorat, faleciiúva e irmã de d. Alzira Redorat, xa sobrinhas e sobrinhos. O enrealizado hoje, às 11 horas, no Nossa Senhora do Carmo naquela A (Delica) MESSAS BITAR - Aos Viúva do com. Jorge Bittar, deixa NA MARTHA DE MELLO - Aos Viúva do sr. Accindino Fernandes deixa filhos. RALDA ROSSINI CALIA - Aos 92 va do sr. Gaspar Calia, deixa fi- NA YARID ALBUQUERQUE DE - Aos 85 anos. Viúva do sr. Linnêu que de Barros, deixa filhos, nora, etos e bisneto. A missa de sétimo elebrada no dia 3, às 19h30, na maculada Conceição, na Avenida o Luís Antonio. A MONTEIRO LIMA - Aos 81 ada com o sr. Álvaro Lima, deixa A DA SILVA LUNA - Aos 79 anos. xa filhos. SEBASTIANA DE CASTRO SIL79 anos. Viúva, não deixa filhos. Y LINS WANDERLEY - Aos 77 ada com o sr. Marinezio de Lima y, deixa filhos. ECIDA MARTINS ANJO - Aos 73 sada com o sr. Osvaldo Ferreira a filhos. DE GONÇALVES LOPES - Aos Casada com o sr. Luiz Lopes, dei- ALICE MASSETI - Aos 69 anos. om o sr. Vicenzo Masseti, deixa ALINA APARECIDA SILVA DOS - Aos 67 anos. Viúva do sr. Manoel dos Santos, deixa filhos. IS DE ALMEIDA - Aos 89 anos. om d. Maria de Jesus, deixa filhos. COSTENARO - Aos 74 anos. Viúdois filhos. MARIA CLARET DE LIMA - Aos Deixa uma filha. O ORESTE DE FELICE - Aos 64 xa mulher, filha, neta e irmãos. A MACUL GATTÁS - Aos 85 anos. sr. Hafed Gattás, deixa os filhos ina, Sonia, Nelson, Cláudio e Vera xa ainda genro, noras e netos. No mingo), às 11 horas, na Igreja ana do Jardim das Oliveiras, na Jaú, 752, será realizado culto em raças. O ARNESI - Aos 93 anos. Viúvo a Piovan Arnesi, deixa filhos. DE SALLES OLIVEIRA - Aos 83 Brasília. Viúvo de d. Ineida Souza Oliveira, deixa filhos e netos. O alizou-se ontem, no cemitério lo- ZALCMAN - Ontem, aos 91 anos. sr. Lejbus Zalcman, deixa filhos, o e irmãos. O enterro será realinhã, às 10 horas, no Cemitério o Butantã. O DOS SANTOS - Aos 91 anos. d. Holandina (Neca) O. dos Sanfilhos, noras e netos. O enterro ado hoje, às 10 horas, no Cemiorumbi. ONÇALVES - Aos 95 anos. ViúAdriano de Magalhães e Sousa, A SABA BUCALEM – Aos 95 va do sr. Miguel Bucalem, deixa AELA MARQUES BARGE - Aos Viúva do sr. Caetano Marques xa filhos. D. MARIA BEZERRA DE ARAUJO - Ontem, aos 83 anos. Deixa fllhos. O enterro realizou-se ontem mesmo, à tarde, no Cemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra. D. ESCOLASTICA BRAGATO MARETO - Aos 80 anos. Viúva do sr. Miguel Mareto, deixa filhas. D. MARIA ALICE ZAVITOSCKI MARIANO DA COSTA - Aos 77 anos. Casada com o sr. Jayme Mariano da Costa, não deixa filhos. D. JUDITH BARTHOLMEU ALVES - Aos 77 anos. Viúva do sr. Diomedes Alves, deixa filhos. D. APPARECIDA NICOLINI MARTINS - Aos 73 anos. Casada com o sr. Pascoal Martins, deixa filhos. OSWALDO MAZULLI - Aos 89 anos. Casado com d. Tereza de Jesus Bernacci Marzulli, deixa filhos. MANOEL DELFINO - Aos 86 anos. Casado com d. Benedita Tracanella Delfino, deixa filhos. JOAQUIM AUGUSTO DE SOUZA - Aos 86 anos. Viúvo de d. Julieta Della Santa de Souza, deixa filha. HELIO FAGGI - Aos 79 anos. Viúvo de d. Guiomar Magutti Faggi, deixa filhos. ANTONIO GOMES - Aos 71 anos. Casado com d. Antonia Mendes Gomes, deixa filhos. ABENICIO JOSÉ DOS SANTOS - Aos 70 anos. Casado com d. Maria Lourdes Silva dos Santos, deixa filho. LOURIVAL VIEIRA DA SILVA - Aos 69 anos. Casado com d. Erna Vieira da Silva, deixa filhas. D. THEREZA REDORAT - Ontem, aos 99 anos, em Catanduva. Filha do sr. Miquel Redorat e de d. Rita Maria Redorat, falecidos, era viúva e irmã de d. Alzira Redorat, viúva. Deixa sobrinhas e sobrinhos. O enterro será realizado hoje, às 11 horas, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo naquela cidade. D. ADÉLIA (Delica) MESSAS BITAR - Aos 93 anos. Viúva do com. Jorge Bittar, deixa filhos. D. JORGINA MARTHA DE MELLO - Aos 93 anos. Viúva do sr. Accindino Fernandes de Mello, deixa filhos. D. ESMERALDA ROSSINI CALIA - Aos 92 anos. Viúva do sr. Gaspar Calia, deixa filhos. D. HELENA YARID ALBUQUERQUE DE BARROS - Aos 85 anos. Viúva do sr. Linnêu Albuquerque de Barros, deixa filhos, nora, genros, netos e bisneto. A missa de sétimo dia será celebrada no dia 3, às 19h30, na igreja da lmaculada Conceição, na Avenida Brigadeiro Luís Antonio. D. IZALDA MONTEIRO LIMA - Aos 81 anos. Casada com o sr. Álvaro Lima, deixa filhas. D. HELENA DA SILVA LUNA - Aos 79 anos. Viúva, deixa filhos. D. FABIA SEBASTIANA DE CASTRO SILVA Aos 79 anos. Viúva, não deixa filhos. D. IRACY LINS WANDERLEY - Aos 77 anos. Casada com o sr. Marinezio de Lima Wanderley, deixa filhos. D. APARECIDA MARTINS ANJO - Aos 73 anos. Casada com o sr. Osvaldo Ferreira Anjo, deixa filhos. D. ALAYDE GONÇALVES LOPES - Aos 73 anos. Casada com o sr. Luiz Lopes, deixa filhos. D. MARIA ALICE MASSETI - Aos 69 anos. Casada com o sr. Vicenzo Masseti, deixa filhos. D. DURVALINA APARECIDA SILVA DOS SANTOS - Aos 67 anos. Viúva do sr. Geronimo Manoel dos Santos, deixa filhos. JOSÉ REIS DE ALMEIDA - Aos 89 anos. Casado com d. Maria de Jesus, deixa filhos. BRUNO COSTENARO - Aos 74 anos. Viúva, deixa dois filhos. ANTONIO MARIA CLARET DE LIMA - Aos 70 anos. Deixa uma filha. EDMUNDO ORESTE DE FELICE - Aos 64 anos. Deixa mulher, filha, neta e irmãos. D. SALUA MACUL GATTÁS - Aos 85 anos. Viúva do sr. Hafed Gattás, deixa os filhos Omar, Regina, Sonia, Nelson, Cláudio e Vera Lúcia. Deixa ainda genro, noras e netos. No dia 6 (domingo), às 11 horas, na Igreja Presbiteriana do Jardim das Oliveiras, na Alameda Jaú, 752, será realizado culto em ação de graças. AMÉRICO ARNESI - Aos 93 anos. Viúvo de d. Adélia Piovan Arnesi, deixa filhos. NELSON DE SALLES OLIVEIRA - Aos 83 anos, em Brasília. Viúvo de d. Ineida Souza de Salles Oliveira, deixa filhos e netos. O enterro realizouse ontem, no cemitério local. D. SARA ZALCMAN - Ontem, aos 91 anos. Viúva do sr. Lejbus Zalcman, deixa filhos, nora, genro e irmãos. O enterro será realizado amanhã, às 10 horas, no Cemitério Israelita do Butantã. EDUARDO DOS SANTOS - Aos 91 anos. Viúvo de d. Holandina (Neca) O. dos Santos, deixa filhos, noras e netos. O enterro será realizado hoje, às 10 horas, no Cemitério do Morumbi. D. ANA GONÇALVES - Aos 95 anos. Viúva do sr. Adriano de Magalhães e Sousa, deixa filha. D. ELVIRA SABA BUCALEM – Aos 95 anos. Viúva do sr. Miguel Bucalem, deixa filhos. D. RAPHAELA MARQUES BARGE - Aos 92 anos. Viúva do sr. Caetano Marques Barge, deixa filhos. D. MARIA BEZERRA DE ARAUJO - Ontem, aos 83 anos. Deixa fllhos. O enterro realizou-se ontem mesmo, à tarde, no Cemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra. D. ESCOLASTICA BRAGATO MARETO - Aos 80 anos. Viúva do sr. Miguel Mareto, deixa filhas. D. MARIA ALICE ZAVITOSCKI MARIANO DA COSTA - Aos 77 anos. Casada com o sr. Jayme Mariano da Costa, não deixa filhos. D. JUDITH BARTHOLMEU ALVES - Aos 77 anos. Viúva do sr. Diomedes Alves, deixa filhos. D. APPARECIDA NICOLINI MARTINS - Aos 73 anos. Casada com o sr. Pascoal Martins, deixa filhos. OSWALDO MAZULLI - Aos 89 anos. Casado com d. Tereza de Jesus Bernacci Marzulli, deixa filhos. MANOEL DELFINO - Aos 86 anos. Casado com d. Benedita Tracanella Delfino, deixa filhos. JOAQUIM AUGUSTO DE SOUZA - Aos 86 anos. Viúvo de d. Julieta Della Santa de Souza, deixa filha. HELIO FAGGI - Aos 79 anos. Viúvo de d. Guiomar Magutti Faggi, deixa filhos. ANTONIO GOMES - Aos 71 anos. Casado com d. Antonia Mendes Gomes, deixa filhos. ABENICIO JOSÉ DOS SANTOS - Aos 70 anos. Casado com d. Maria Lourdes Silva dos Santos, deixa filho. LOURIVAL VIEIRA DA SILVA - Aos 69 anos. Casado com d. Erna Vieira da Silva, deixa filhas. D. THEREZA REDORAT - Ontem, aos 99 anos, em Catanduva. Filha do sr. Miquel Redorat e de d. Rita Maria Redorat, falecidos, era viúva e irmã de d. Alzira Redorat, viúva. Deixa sobrinhas e sobrinhos. O enterro será realizado hoje, às 11 horas, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo naquela cidade. D. ADÉLIA (Delica) MESSAS BITAR - Aos 93 anos. Viúva do com. Jorge Bittar, deixa filhos. D. JORGINA MARTHA DE MELLO - Aos 93 anos. Viúva do sr. Accindino Fernandes de Mello, deixa filhos. D. ESMERALDA ROSSINI CALIA - Aos 92 anos. Viúva do sr. Gaspar Calia, deixa filhos. D. HELENA YARID ALBUQUERQUE DE BARROS - Aos 85 anos. Viúva do sr. Linnêu Albuquerque de Barros, deixa filhos, nora, genros, netos e bisneto. A missa de sétimo dia será celebrada no dia 3, às 19h30, na igreja da lmaculada Conceição, na Avenida Brigadeiro Luís Antonio. D. IZALDA MONTEIRO LIMA - Aos 81 anos. Casada com o sr. Álvaro Lima, deixa filhas. D. HELENA DA SILVA LUNA - Aos 79 anos. Viúva, deixa filhos. D. FABIA SEBASTIANA DE CASTRO SILVA Aos 79 anos. Viúva, não deixa filhos. D. IRACY LINS WANDERLEY - Aos 77 anos. Casada com o sr. Marinezio de Lima Wanderley, deixa filhos. D. APARECIDA MARTINS ANJO - Aos 73 anos. Casada com o sr. Osvaldo Ferreira Anjo, deixa filhos. D. ALAYDE GONÇALVES LOPES - Aos 73 anos. Casada com o sr. Luiz Lopes, deixa filhos. D. MARIA ALICE MASSETI - Aos 69 anos. Casada com o sr. Vicenzo Masseti, deixa filhos. D. DURVALINA APARECIDA SILVA DOS SANTOS - Aos 67 anos. Viúva do sr. Geronimo Manoel Apresentação JOSÉ REIS DE ALMEIDA - Aos do com d. Maria de Jesus, deixa BRUNO COSTENARO - Aos deixa dois filhos. ANTONIO MARIA CLARET DE anos. Deixa uma filha. EDMUNDO ORESTE DE FELIC Deixa mulher, filha, neta e irmão D. SALUA MACUL GATTÁS - A va do sr. Hafed Gattás, deixa os gina, Sonia, Nelson, Cláudio e V ainda genro, noras e netos. No às 11 horas, na Igreja Presbiteria Oliveiras, na Alameda Jaú, 752, s to em ação de graças. AMÉRICO ARNESI - Aos 93 a Adélia Piovan Arnesi, deixa filho NELSON DE SALLES OLIVEIR em Brasília. Viúvo de d. Ineida Oliveira, deixa filhos e netos. O se ontem, no cemitério local. D. SARA ZALCMAN - Ontem, a va do sr. Lejbus Zalcman, deixa ro e irmãos. O enterro será realiz 10 horas, no Cemitério Israelita d EDUARDO DOS SANTOS - Ao de d. Holandina (Neca) O. dos lhos, noras e netos. O enterro ser às 10 horas, no Cemitério do Mo D. ANA GONÇALVES - Aos 95 sr. Adriano de Magalhães e Sou D. ELVIRA SABA BUCALEM Viúva do sr. Miguel Bucalem, de D. RAPHAELA MARQUES BA anos. Viúva do sr. Caetano Marq filhos. D. MARIA BEZERRA DE ARAU 83 anos. Deixa fllhos. O enterro tem mesmo, à tarde, no Cemité Horto da Paz, em Itapecerica da D. ESCOLASTICA BRAGATO 80 anos. Viúva do sr. Miguel Mar D. MARIA ALICE ZAVITOSCK COSTA - Aos 77 anos. Casada Mariano da Costa, não deixa filh D. JUDITH BARTHOLMEU A anos. Viúva do sr. Diomedes Alv D. APPARECIDA NICOLINI MA anos. Casada com o sr. Pascoa filhos. OSWALDO MAZULLI - Aos 8 com d. Tereza de Jesus Bernacc filhos. MANOEL DELFINO - Aos 86 an d. Benedita Tracanella Delfino, d JOAQUIM AUGUSTO DE SOUZ Viúvo de d. Julieta Della Santa filha. HELIO FAGGI - Aos 79 anos. Viú Magutti Faggi, deixa filhos. ANTONIO GOMES - Aos 71 an d. Antonia Mendes Gomes, deix ABENICIO JOSÉ DOS SANTO Casado com d. Maria Lourdes S deixa filho. LOURIVAL VIEIRA DA SILVA Casado com d. Erna Vieira da S D. THEREZA REDORAT - Onte em Catanduva. Filha do sr. Miqu d. Rita Maria Redorat, falecidos, de d. Alzira Redorat, viúva. De sobrinhos. O enterro será realiz horas, no Cemitério Nossa Senho quela cidade. D. ADÉLIA (Delica) MESSAS anos. Viúva do com. Jorge Bitta D. JORGINA MARTHA DE M anos. Viúva do sr. Accindino Fern deixa filhos. D. ESMERALDA ROSSINI CAL Viúva do sr. Gaspar Calia, deixa D. HELENA YARID ALBUQUE ROS - Aos 85 anos. Viúva Albuquerque de Barros, deixa f ros, netos e bisneto. A missa de celebrada no dia 3, às 19h3 lmaculada Conceição, na Avenid Antonio. 11 APRESENTAÇÃO A reflexão sobre o motivo de minhas escolhas ao longo da vida reflete diretamente na exteriorização de muitas coisas que até então estavam ocultas. Acontecimentos que nunca expressei verbalmente ou por escrito, como faço agora. A ocorrência desses fatos que me marcaram e delinearam o meu perfil pessoal e profissional faz parte da minha história de vida. Meu pai veio de uma família de 13 filhos. E minha mãe veio de uma família de sete filhos. Os dois tiveram somente dois filhos, minha irmã e eu, o que me intrigava muito. Também me chamava a atenção meus avôs terem morrido bem antes de minhas avós. Vivia-se o que hoje se chama de transição demográfica. O meu contato com a velhice começou ainda na infância, nas relações que estabelecia com minhas avós. Aproveitei muito pouco o relacionamento com elas, pois meu pai era um dos filhos mais novos e casou-se numa época em que meus avós já eram idosos. O mesmo ocorreu com os avós maternos. Esses contatos A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 12 duraram pouco, pois a última avó viva faleceu em 1993, quando eu estava com 13 anos de idade. O relacionamento com idosos começou a se estreitar novamente ao cursar fisioterapia. A partir do segundo ano, em 2000, comecei a fazer estágio em instituição asilar, em Campo Belo, Minas Gerais. A instituição tem origem vicentina. Os idosos viviam de maneira bem precária. O pouco que nós fazíamos tomava grandes dimensões, a partir da atenção a eles dispensada. E isso independentemente de qualquer tratamento feito. Uma “simples” conversa às vezes sanava todos os problemas. Ficava explícito, nos diversos atendimentos feitos, que os idosos relatavam dores somente para provocarem a atenção dos estagiários da fisioterapia. Queriam alguém para conversar, relatar passagens, momentos da vida e da família. O saber ouvir torna-se fundamental ao acolhimento do paciente. A possibilidade de escuta é importante para o profissional de saúde. O diálogo legítimo entre o profissional de saúde e o paciente é indissociável de um bom atendimento (AYRES, 2004). Todos esses acontecimentos foram me aproximando gradativamente dessa área de conhecimento, a gerontologia. Mas o que é gerontologia? Segundo Netto (2001, p. 46): “Um novo ramo do saber científico, denominado gerontologia, tudo isso evidenciando que o envelhecimento A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 13 humano assumiu o status de fenômeno, com o qual todos precisam aprender a conviver, estudar e apresentar soluções para seus aspectos problemáticos atuais e futuros, envolvendo especialistas, governos e a população em geral, na medida em que suas repercussões são amplas e significativas”. Procurei me aprofundar academicamente, fazendo pós-graduação. A partir do mestrado na PUC-SP obtive o embasamento teórico necessário para ver confirmados muitos questionamentos que fazia desde a infância. Por exemplo, meus pais terem vindo de famílias com número grande de filhos, e sermos apenas dois irmãos. Essa questão se explica pela queda da fecundidade, que é um fenômeno mundial. E o fato de meus avôs terem morrido antes de minhas avós, que se explicava pela feminização da velhice. Os contatos que mantive com a velhice, no exercício da profissão de fisioterapeuta, também me chamavam a atenção para realidades diversas. As pessoas atingiam tempo maior de vida, e por isso demandavam mais atenção. Nos serviços de saúde, entre eles a fisioterapia, o número de velhos1, em geral, era mais alto. Esses fatores, no âmbito profissional, foram esclarecidos pela leitura de artigos científicos durante o mestrado. 1 Cf. Beauvoir (1990), que denomina velhos as pessoas de 65 anos em diante. Messy (1993), citado por Lopes (2000, p. 32), diz: “(...) prefiro usar o termo velhos, pois relembra que todos somos sempre o velho de alguém e que o velho é o outro”. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 14 Como aluno do mestrado ingressei em um grupo de pesquisa certificado pelo CNPq, denominado LEC – “Longevidade, Envelhecimento e Comunicação” 2. Nesse grupo tive acesso aos recortes de notas de falecimento, também uma forma de se retratar o envelhecimento da população. Nas diversas reuniões das quais participei surgiu a idéia de focar a dissertação no estudo demográfico dessas notas de falecimento, o que explica a aproximação do material de estudo deste trabalho. O processo do aumento da longevidade no Brasil pode ser evidenciado pelas notas de falecimento de idosos. A longevidade é determinada pelos anos alcançados pelos idosos, estabelecidos à coorte3, sendo que esses dados enfatizam um fenômeno atual no país. De acordo com Côrte (2005, p. 253): “[...] se olharmos os classificados de jornais brasileiros, por exemplo, em relação a óbitos, veremos que grande parte ultrapassa os 90 anos [...]. 2 O LEC está inserido no Programa de Estudos Pós-Graduados em Gerontologia da PUC-SP, e teve seu início em 2002, coordenado por Beltrina Côrte, docente do programa. Tem por objetivo o estudo de como a mídia (jornais, rádios e tevês) trata o envelhecimento. É formado por 12 pesquisadores de áreas disciplinares distintas: Letras, Psicopedagogia, Pedagogia, Psicologia, Jornalismo, Fisioterapia, Serviço Social, Terapia Ocupacional, Nutrição e Economia. Desses, seis são mestres em Gerontologia (PUC-SP); dois doutores: um em Ciências da Comunicação (USP) e outro em Educação-Currículo (PUC-SP); dois doutorandos: Ciências aplicadas à Pediatria (UNIFESP) e Ciências Sociais (PUC-SP); um estudante de Economia (PUC-SP), segundo Côrte (2006). 3 Coorte é um tipo de estudo observacional da exposição dos sujeitos a determinados fenômenos num período de tempo determinado (ESTUDOS DE COORTES, 2005). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 15 A análise de dados na qual se estabelece uma coorte e registram-se as mortes ocorridas dentro dela, denomina-se “tabelas de vida”. O ponto final das tabelas de vida é a morte e não o envelhecimento. Os dados de morte na coorte monitorada, durante determinado tempo, resultam, segundo Hayflick (1997), de aumento da vulnerabilidade, ou seja, pessoas vivendo mais, marca do envelhecimento. Isso fundamenta a escolha de notas de falecimento para se mensurar longevidade. Outros aspectos inerentes ao idoso, como a cidadania e as questões de políticas públicas, também sempre chamaram a atenção. A multidisciplinaridade proposta pelo mestrado em gerontologia da PUC-SP resultou no conhecimento da função de cada profissional que atua com esse segmento. A esse respeito, Véras (2004, p. 123) assinala: “Talvez o esforço de cada um seja a chave da formação de profissionais para equipes multidisciplinares. O sociólogo, o médico, o psicólogo, o fisioterapeuta: o que cada um pode dar para que se tenha a clareza de lutar pela cidadania”. O que leva Côrte (2005, p. 243) a assinalar: “A longevidade e o envelhecimento populacional devem ser objetos de novas propostas profissionais, de novos investimentos sociais e de uma nova postura da sociedade, pois traça o perfil de uma realidade complexa que precisa ser pesquisada, estudada e divulgada [...]”. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 16 Trabalhos científicos que enfocam a longevidade e o envelhecimento se tornam necessários, pois para a prática das leis existentes e para a melhoria dos serviços de saúde, é imprescindível frisar a magnitude da ocorrência do fato, para que projetos para idosos saiam do papel e tornem-se realidade. Quaresma (2004, p. 4) enfatiza: “Os trabalhos desenvolvidos na segunda metade do século XX, em especial a partir dos anos 60, procuram identificar, apreender, as alterações no ciclo de vida conseqüentes ao substancial alongamento desta e ao reposicionamento das diferentes fases do seu percurso”. O aumento da longevidade na metrópole de São Paulo retrata um acontecimento que ocorre em todo o Brasil. Precisa-se entender melhor esse processo para nós, os idosos de amanhã, vivamos em um país mais preparado, no qual as leis existentes sejam praticadas. Os aspectos que permeiam a temática da longevidade é a feminização da velhice, sua vivência nos mais diversos tempos, os diferentes conceitos relacionados e suas demandas específicas. Esses assuntos serão delineados neste trabalho. Pelo fato dos mais diversos estudos contemplarem as doenças que comumente afetam os idosos, aqui não se pretende discorrer sobre a sua anatomia e fisiopatologia, mas a ocorrência das mesmas. O conhecimento da situação da longevidade direcionando para o caso específico da metrópole de São Paulo é importante para contextualizar as temáticas A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 17 abordadas, propondo a implantação de políticas públicas direcionadas para a população idosa. E para isso o fator socioeconômico, moradia e índices de violência devem ser investigados em estudos futuros (MEDEIROS e CASTRO, 2004). Os idosos na metrópole de São Paulo se vêem diante de situações de verdadeiro despreparo da cidade para acolhê-los. Em conseqüência da notória existência de barreiras arquitetônicas, precariedade do transporte público e violência moral ou física sofridas. Este trabalho pretende contribuir, mesmo modestamente, dentro das possibilidades de uma pesquisa acadêmica ao entendimento do aumento da longevidade vivida nestes tempos e todas as suas conseqüências. O material do banco de dados, notas de falecimento do Jornal da Tarde, é farto. Tornou-se objetivo pesquisar a longevidade na metrópole de São Paulo, identificando os aspectos demográficos contidos nas notas de falecimento do Jornal da Tarde, em um período de três meses consecutivos (junho, julho e agosto) em 2004 e em 2005; analisou-se a prevalência do sexo, estado civil, média de idade ao morrer, freqüência de centenários4, o fato de o falecido ter deixado familiares e familiares deixados. O banco de dados foi criado para obter mais informação como: editorial, ou seja, o local do qual a nota foi retirada do jornal (polícia/segurança, economia/finanças, cidade, cotidiano); referência de religião na nota (sim/não); tipo de referência (missa de sétimo dia, NSA – não se aplica); referência a cemitério 4 Pessoas com 100 anos ou mais. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 18 (sim/não); referência de crematório (sim/não); quem anunciou (familiares, vizinhos, funcionários, NSA – não se aplica); presença de biografia (sim/não); nacionalidade do idoso falecido (brasileira, estrangeira, indeterminada); naturalidade do idoso falecido (São Paulo, indeterminada); ocupação (advogado, religioso, político, comerciante, indeterminada); se o idoso falecido era pessoa comum ou pessoa pública (pessoa comum, pessoa pública, indeterminado); local onde ocorreu o falecimento do idoso (casa, hospital, instituição de longa permanência, rua, indeterminado). Como esses dados, em sua maioria, tiveram como resposta “não se aplica” ou “indeterminado”, resolveu-se retirá-los. Optou-se, então, pela quantificação dos falecimentos de idosos levantados durante os seis meses não consecutivos de estudo, criando e alimentando o banco de dados a partir do software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). Utilizou-se o SPSS (versão 11.0) para tratamento estatístico dos dados, pois se trabalhou com perguntas fechadas, por meio de um questionário, elaboradas a partir dos próprios recortes de notas de falecimento (APÊNDICE). O SPSS é um programa de computador utilizado para executar análises estatísticas, manipular dados e gerar tabelas e gráficos, a partir dos dados da pesquisa. Esse programa tem sido utilizado pelos centros de pesquisas com o objetivo de auxiliar as análises estatísticas dos dados (WAGNER, 2004). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 19 Optou-se por tal procedimento porque a informática é usada em grande escala para tratamento de dados estatísticos de diversas pesquisas (BISQUERRA, 2004). A análise dos dados iniciou desde a coleta dos textos e sua primeira organização, pois à medida que se recortaram as notas de falecimento já se obtinha a percepção do fenômeno, e isso se deixa guiar pelas especificidades do material selecionado, começando pelo instrumental elaborado pelo pesquisador para classificar conteúdos. Foram analisados 665 recortes de notas de falecimento de idosos: 288 recortes de notas de falecimento do ano de 2004 e 377 do ano de 2005, nos respectivos meses de junho, julho e agosto. Admite-se, tradicionalmente, no processo de clipagem, erro de até 10% na coleta das matérias. Dos meios de comunicação, foram escolhidas as páginas do Jornal da Tarde como fonte de pesquisa e análise, especialmente pela expressividade local e grande circulação. O Jornal da Tarde é jornal da cidade, e as notas de falecimento são de pessoas que viveram na metrópole de São Paulo. A opção por um jornal diário da grande metrópole de São Paulo ocorreu pela grande quantidade de idosos nela concentrados, é a cidade lugar de expressão da discursividade e facilidade de acesso a esse veículo por parte do pesquisador, como membro do grupo de pesquisa LEC. O período de seis meses (não consecutivos nos anos de 2004-2005) foi determinado por causa da existência de um número significativo de falecimentos, principalmente porque, nesses respectivos anos, o tema envelhecimento teve grande A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 20 destaque na mídia pelos seguintes acontecimentos: o Ano Internacional do Idoso; os idosos foram tema central da Campanha da Fraternidade; entrou em vigor o Estatuto do Idoso (1° de janeiro de 2004) e foi aprovado o Conselho Nacional de Direitos do Idoso. Portanto, interessou-se conhecer a grandiosidade do fenômeno. Inicialmente, as análises estatísticas das variáveis foram estudadas na estatística descritiva, por meio do cálculo de média, desvio padrão e freqüências. Para avaliar a diferença estatística entre as idades utilizou-se o teste estatístico T de Student. Os falecimentos de idosos, segundo faixas etárias, foram avaliados por meio do teste Qui-Quadrado de tendência (Cochran Armitage), quando a tabela de contingência pôde ser resumida em duas categorias e, por meio do Teste Exato de Fisher quando não foi possível. A associação das variáveis ao sexo, exceto idade, foi realizada pelos testes de Qui-Quadrado de Pearson ou Exato de Fisher, quando uma das freqüências apresentadas fosse inferior a 25% do valor esperado. O nível de significância foi assumido em 5%. Os resultados obtidos encontram-se nas três partes deste trabalho. A primeira parte – A metrópole de São Paulo e as notas de falecimento – apresenta dois subitens: “Contextualizando a metrópole de São Paulo”, retrata a situação atual da metrópole e as condições de vida, e o outro: “O que as notas de falecimento acrescentam na leitura demográfica”, mostra como essas notas contribuem para a verificação da maior longevidade dos idosos. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 21 Na segunda parte – A Longevidade – há seis subitens. O primeiro – “Contextualização” – retrata a situação da longevidade na metrópole e os aspectos do idoso nela inserido; no segundo – “A longevidade no Brasil” – estuda-se o fenômeno relativamente novo no Brasil, país que até pouco tempo era considerado país de jovens. Agora se vê em um processo de envelhecimento rápido da sua população. O terceiro – “Os diferentes olhares ao longo dos tempos” – descreve as formas de vivência da longevidade e como foi vista nos mais diversos tempos e lugares. O quarto – “Tempo máximo de vida, centenários e longevos” – ressalta a diferença entre esses conceitos narrados por estudiosos e a situação vivenciada pelos idosos nas respectivas fases. O quinto – “A feminização da velhice” – descreve a narrativa do fenômeno do envelhecimento das mulheres, que é maior em anos em relação aos homens. O sexto – “Demandas da Longevidade” - discorre sobre tudo o que precisa ser melhorado, em conseqüência a novas demandas dos mais diversos serviços para essa população envelhecida. Na terceira parte – Potencialidades na longevidade – há o subitem “a velhice e seus aspectos”. Interroga-se o que o envelhecimento traz como aspectos positivos, em contraposição ao envelhecimento visto somente como fase de perdas e declínios. Como as demais etapas da vida, a velhice também é época de potencialidades. Na última parte – Algumas reflexões – faz-se abordagem reflexiva sobre a morte como necessidade para os seres humanos. E que a longevidade vem juntamente com novas vivências e experiências. Também se retrata a vivência do envelhecimento na metrópole de São Paulo. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes EZA REDORAT - Ontem, aos 99 Catanduva. Filha do sr. Miquel de d. Rita Maria Redorat, faleciiúva e irmã de d. Alzira Redorat, xa sobrinhas e sobrinhos. O enrealizado hoje, às 11 horas, no Nossa Senhora do Carmo naquela A (Delica) MESSAS BITAR - Aos Viúva do com. Jorge Bittar, deixa NA MARTHA DE MELLO - Aos Viúva do sr. Accindino Fernandes deixa filhos. RALDA ROSSINI CALIA - Aos 92 va do sr. Gaspar Calia, deixa fi- NA YARID ALBUQUERQUE DE - Aos 85 anos. Viúva do sr. Linnêu que de Barros, deixa filhos, nora, etos e bisneto. A missa de sétimo elebrada no dia 3, às 19h30, na maculada Conceição, na Avenida o Luís Antonio. A MONTEIRO LIMA - Aos 81 ada com o sr. Álvaro Lima, deixa D. MARIA BEZERRA DE ARAUJO - Ontem, aos 83 anos. Deixa fllhos. O enterro realizou-se ontem mesmo, à tarde, no Cemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra. D. ESCOLASTICA BRAGATO MARETO - Aos 80 anos. Viúva do sr. Miguel Mareto, deixa filhas. D. MARIA ALICE ZAVITOSCKI MARIANO DA COSTA - Aos 77 anos. Casada com o sr. Jayme Mariano da Costa, não deixa filhos. D. JUDITH BARTHOLMEU ALVES - Aos 77 anos. Viúva do sr. Diomedes Alves, deixa filhos. D. APPARECIDA NICOLINI MARTINS - Aos 73 anos. Casada com o sr. Pascoal Martins, deixa filhos. OSWALDO MAZULLI - Aos 89 anos. Casado com d. Tereza de Jesus Bernacci Marzulli, deixa filhos. MANOEL DELFINO - Aos 86 anos. Casado com d. Benedita Tracanella Delfino, deixa filhos. JOAQUIM AUGUSTO DE SOUZA - Aos 86 anos. Viúvo de d. Julieta Della Santa de Souza, deixa filha. HELIO FAGGI - Aos 79 anos. Viúvo de d. Guiomar Magutti Faggi, deixa filhos. ANTONIO GOMES - Aos 71 anos. Casado com d. Antonia Mendes Gomes, deixa filhos. ABENICIO JOSÉ DOS SANTOS - Aos 70 anos. Casado com d. Maria Lourdes Silva dos Santos, deixa filho. LOURIVAL VIEIRA DA SILVA - Aos 69 anos. Casado com d. Erna Vieira da Silva, deixa filhas. D. THEREZA REDORAT - Ontem, aos 99 anos, em Catanduva. Filha do sr. Miquel Redorat e de d. Rita Maria Redorat, falecidos, era viúva e irmã de d. Alzira Redorat, viúva. Deixa sobrinhas e sobrinhos. O enterro será realizado hoje, às 11 horas, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo naquela cidade. D. ADÉLIA (Delica) MESSAS BITAR - Aos 93 anos. Viúva do com. Jorge Bittar, deixa filhos. D. JORGINA MARTHA DE MELLO - Aos 93 anos. Viúva do sr. Accindino Fernandes de Mello, deixa filhos. D. ESMERALDA ROSSINI CALIA - Aos 92 anos. Viúva do sr. Gaspar Calia, deixa filhos. D. HELENA YARID ALBUQUERQUE DE BARROS - Aos 85 anos. Viúva do sr. Linnêu Albuquerque de Barros, deixa filhos, nora, genros, netos e bisneto. A missa de sétimo dia será celebrada no dia 3, às 19h30, na igreja da lmaculada Conceição, na Avenida Brigadeiro Luís Antonio. D. IZALDA MONTEIRO LIMA - Aos 81 anos. Casada com o sr. Álvaro Lima, deixa filhas. D. HELENA DA SILVA LUNA - Aos 79 anos. Viúva, deixa filhos. D. FABIA SEBASTIANA DE CASTRO SILVA Aos 79 anos. Viúva, não deixa filhos. D. IRACY LINS WANDERLEY - Aos 77 anos. Casada com o sr. Marinezio de Lima Wanderley, deixa filhos. D. APARECIDA MARTINS ANJO - Aos 73 anos. Casada com o sr. Osvaldo Ferreira Anjo, deixa filhos. D. ALAYDE GONÇALVES LOPES - Aos 73 anos. Casada com o sr. Luiz Lopes, deixa filhos. D. MARIA ALICE MASSETI - Aos 69 anos. Casada com o sr. Vicenzo Masseti, deixa filhos. D. DURVALINA APARECIDA SILVA DOS SANTOS - Aos 67 anos. Viúva do sr. Geronimo Manoel dos Santos, deixa filhos. JOSÉ REIS DE ALMEIDA - Aos 89 anos. Casado com d. Maria de Jesus, deixa filhos. BRUNO COSTENARO - Aos 74 anos. Viúva, deixa dois filhos. ANTONIO MARIA CLARET DE LIMA - Aos 70 anos. Deixa uma filha. EDMUNDO ORESTE DE FELICE - Aos 64 anos. Deixa mulher, filha, neta e irmãos. D. SALUA MACUL GATTÁS - Aos 85 anos. Viúva do sr. Hafed Gattás, deixa os filhos Omar, Regina, Sonia, Nelson, Cláudio e Vera Lúcia. Deixa ainda genro, noras e netos. No dia 6 (domingo), às 11 horas, na Igreja Presbiteriana do Jardim das Oliveiras, na Alameda Jaú, 752, será realizado culto em ação de graças. AMÉRICO ARNESI - Aos 93 anos. Viúvo de d. Adélia Piovan Arnesi, deixa filhos. NELSON DE SALLES OLIVEIRA - Aos 83 anos, em Brasília. Viúvo de d. Ineida Souza de Salles Oliveira, deixa filhos e netos. O enterro realizouse ontem, no cemitério local. D. SARA ZALCMAN - Ontem, aos 91 anos. Viúva do sr. Lejbus Zalcman, deixa filhos, nora, genro e irmãos. O enterro será realizado amanhã, às 10 horas, no Cemitério Israelita do Butantã. EDUARDO DOS SANTOS - Aos 91 anos. Viúvo de d. Holandina (Neca) O. dos Santos, deixa filhos, noras e netos. O enterro será realizado hoje, às 10 horas, no Cemitério do Morumbi. D. ANA GONÇALVES - Aos 95 anos. Viúva do sr. Adriano de Magalhães e Sousa, deixa filha. D. ELVIRA SABA BUCALEM – Aos 95 anos. Viúva do sr. Miguel Bucalem, deixa filhos. D. RAPHAELA MARQUES BARGE - Aos 92 anos. Viúva do sr. Caetano Marques Barge, deixa filhos. D. MARIA BEZERRA DE ARAUJO - Ontem, aos 83 anos. Deixa fllhos. O enterro realizou-se ontem mesmo, à tarde, no Cemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra. D. ESCOLASTICA BRAGATO MARETO - Aos 80 anos. Viúva do sr. Miguel Mareto, deixa filhas. D. MARIA ALICE ZAVITOSCKI MARIANO DA COSTA - Aos 77 anos. Casada com o sr. Jayme Mariano da Costa, não deixa filhos. D. JUDITH BARTHOLMEU ALVES - Aos 77 anos. Viúva do sr. Diomedes Alves, deixa filhos. D. APPARECIDA NICOLINI MARTINS - Aos 73 anos. Casada com o sr. Pascoal Martins, deixa filhos. OSWALDO MAZULLI - Aos 89 anos. Casado com d. Tereza de Jesus Bernacci Marzulli, deixa filhos. MANOEL DELFINO - Aos 86 anos. Casado com d. Benedita Tracanella Delfino, deixa filhos. JOAQUIM AUGUSTO DE SOUZA - Aos 86 anos. Viúvo de d. Julieta Della Santa de Souza, deixa filha. HELIO FAGGI - Aos 79 anos. Viúvo de d. Guiomar Magutti Faggi, deixa filhos. ANTONIO GOMES - Aos 71 anos. Casado com d. Antonia Mendes Gomes, deixa filhos. ABENICIO JOSÉ DOS SANTOS - Aos 70 anos. Casado com d. Maria Lourdes Silva dos Santos, deixa filho. LOURIVAL VIEIRA DA SILVA - Aos 69 anos. Casado com d. Erna Vieira da Silva, deixa filhas. D. THEREZA REDORAT - Ontem, aos 99 anos, em Catanduva. Filha do sr. Miquel Redorat e de d. Rita Maria Redorat, falecidos, era viúva e irmã de d. Alzira Redorat, viúva. Deixa sobrinhas e sobrinhos. O enterro será realizado hoje, às 11 horas, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo naquela cidade. D. ADÉLIA (Delica) MESSAS BITAR - Aos 93 anos. Viúva do com. Jorge Bittar, deixa filhos. D. JORGINA MARTHA DE MELLO - Aos 93 anos. Viúva do sr. Accindino Fernandes de Mello, deixa filhos. D. ESMERALDA ROSSINI CALIA - Aos 92 anos. Viúva do sr. Gaspar Calia, deixa filhos. D. HELENA YARID ALBUQUERQUE DE BARROS - Aos 85 anos. Viúva do sr. Linnêu Albuquerque de Barros, deixa filhos, nora, genros, netos e bisneto. A missa de sétimo dia será celebrada no dia 3, às 19h30, na igreja da lmaculada Conceição, na Avenida Brigadeiro Luís Antonio. D. IZALDA MONTEIRO LIMA - Aos 81 anos. Casada com o sr. Álvaro Lima, deixa filhas. D. HELENA DA SILVA LUNA - Aos 79 anos. Viúva, deixa filhos. D. FABIA SEBASTIANA DE CASTRO SILVA Aos 79 anos. Viúva, não deixa filhos. D. IRACY LINS WANDERLEY - Aos 77 anos. Casada com o sr. Marinezio de Lima Wanderley, deixa filhos. D. APARECIDA MARTINS ANJO - Aos 73 anos. Casada com o sr. Osvaldo Ferreira Anjo, deixa filhos. D. ALAYDE GONÇALVES LOPES - Aos 73 anos. Casada com o sr. Luiz Lopes, deixa filhos. D. MARIA ALICE MASSETI - Aos 69 anos. Casada com o sr. Vicenzo Masseti, deixa filhos. D. DURVALINA APARECIDA SILVA DOS SANTOS - Aos 67 anos. Viúva do sr. Geronimo Manoel JOSÉ REIS DE ALMEIDA - Aos do com d. Maria de Jesus, deixa BRUNO COSTENARO - Aos deixa dois filhos. ANTONIO MARIA CLARET DE anos. Deixa uma filha. EDMUNDO ORESTE DE FELIC Deixa mulher, filha, neta e irmão D. SALUA MACUL GATTÁS - A va do sr. Hafed Gattás, deixa os gina, Sonia, Nelson, Cláudio e V ainda genro, noras e netos. No às 11 horas, na Igreja Presbiteria Oliveiras, na Alameda Jaú, 752, s to em ação de graças. AMÉRICO ARNESI - Aos 93 a Adélia Piovan Arnesi, deixa filho NELSON DE SALLES OLIVEIR em Brasília. Viúvo de d. Ineida Oliveira, deixa filhos e netos. O se ontem, no cemitério local. D. SARA ZALCMAN - Ontem, a va do sr. Lejbus Zalcman, deixa ro e irmãos. O enterro será realiz 10 horas, no Cemitério Israelita d EDUARDO DOS SANTOS - Ao de d. Holandina (Neca) O. dos lhos, noras e netos. O enterro ser às 10 horas, no Cemitério do Mo D. ANA GONÇALVES - Aos 95 sr. Adriano de Magalhães e Sou D. ELVIRA SABA BUCALEM Viúva do sr. Miguel Bucalem, de D. RAPHAELA MARQUES BA anos. Viúva do sr. Caetano Marq filhos. D. MARIA BEZERRA DE ARAU 83 anos. Deixa fllhos. O enterro tem mesmo, à tarde, no Cemité Horto da Paz, em Itapecerica da D. ESCOLASTICA BRAGATO 80 anos. Viúva do sr. Miguel Mar D. MARIA ALICE ZAVITOSCK COSTA - Aos 77 anos. Casada Mariano da Costa, não deixa filh D. JUDITH BARTHOLMEU A anos. Viúva do sr. Diomedes Alv D. APPARECIDA NICOLINI MA anos. Casada com o sr. Pascoa filhos. OSWALDO MAZULLI - Aos 8 com d. Tereza de Jesus Bernacc filhos. MANOEL DELFINO - Aos 86 an d. Benedita Tracanella Delfino, d JOAQUIM AUGUSTO DE SOUZ Viúvo de d. Julieta Della Santa filha. HELIO FAGGI - Aos 79 anos. Viú Magutti Faggi, deixa filhos. ANTONIO GOMES - Aos 71 an d. Antonia Mendes Gomes, deix ABENICIO JOSÉ DOS SANTO Casado com d. Maria Lourdes S deixa filho. LOURIVAL VIEIRA DA SILVA Casado com d. Erna Vieira da S D. THEREZA REDORAT - Onte em Catanduva. Filha do sr. Miqu d. Rita Maria Redorat, falecidos, de d. Alzira Redorat, viúva. De sobrinhos. O enterro será realiz horas, no Cemitério Nossa Senho quela cidade. D. ADÉLIA (Delica) MESSAS anos. Viúva do com. Jorge Bitta D. JORGINA MARTHA DE M anos. Viúva do sr. Accindino Fern deixa filhos. D. ESMERALDA ROSSINI CAL Viúva do sr. Gaspar Calia, deixa D. HELENA YARID ALBUQUE ROS - Aos 85 anos. Viúva Albuquerque de Barros, deixa f ros, netos e bisneto. A missa de celebrada no dia 3, às 19h3 lmaculada Conceição, na Avenid Antonio. I Parte - A Metrópole de São Paulo e as Notas de Falecimento A DA SILVA LUNA - Aos 79 anos. xa filhos. SEBASTIANA DE CASTRO SIL79 anos. Viúva, não deixa filhos. Y LINS WANDERLEY - Aos 77 ada com o sr. Marinezio de Lima y, deixa filhos. ECIDA MARTINS ANJO - Aos 73 sada com o sr. Osvaldo Ferreira a filhos. DE GONÇALVES LOPES - Aos Casada com o sr. Luiz Lopes, dei- ALICE MASSETI - Aos 69 anos. om o sr. Vicenzo Masseti, deixa ALINA APARECIDA SILVA DOS - Aos 67 anos. Viúva do sr. Manoel dos Santos, deixa filhos. IS DE ALMEIDA - Aos 89 anos. om d. Maria de Jesus, deixa filhos. COSTENARO - Aos 74 anos. Viúdois filhos. MARIA CLARET DE LIMA - Aos Deixa uma filha. O ORESTE DE FELICE - Aos 64 xa mulher, filha, neta e irmãos. A MACUL GATTÁS - Aos 85 anos. sr. Hafed Gattás, deixa os filhos ina, Sonia, Nelson, Cláudio e Vera xa ainda genro, noras e netos. No mingo), às 11 horas, na Igreja ana do Jardim das Oliveiras, na Jaú, 752, será realizado culto em raças. O ARNESI - Aos 93 anos. Viúvo a Piovan Arnesi, deixa filhos. DE SALLES OLIVEIRA - Aos 83 Brasília. Viúvo de d. Ineida Souza Oliveira, deixa filhos e netos. O alizou-se ontem, no cemitério lo- ZALCMAN - Ontem, aos 91 anos. sr. Lejbus Zalcman, deixa filhos, o e irmãos. O enterro será realinhã, às 10 horas, no Cemitério o Butantã. O DOS SANTOS - Aos 91 anos. d. Holandina (Neca) O. dos Sanfilhos, noras e netos. O enterro ado hoje, às 10 horas, no Cemiorumbi. ONÇALVES - Aos 95 anos. ViúAdriano de Magalhães e Sousa, A SABA BUCALEM – Aos 95 va do sr. Miguel Bucalem, deixa AELA MARQUES BARGE - Aos Viúva do sr. Caetano Marques xa filhos. 23 I PARTE: A METRÓPOLE DE SÃO PAULO E AS NOTAS DE FALECIMENTO 1.1. Contextualizando a metrópole de São Paulo A s notas de falecimento cruzam discursos, vivências, corpos e múltiplas histórias experienciadas na metrópole. Como já demonstrou Ítalo Calvino (1990), a cidade reflete construções imaginárias, fabulações e falas que nela circulam. E a partir dela são elaboradas, como esta que se tenta narrar a partir de dados brutos, fragmentos. A morte, ou como assinala Morin (1997), “a ferida irreparável do homem”, sempre exigiu o território fixo. A origem da cidade se encontra no respeito do homem pelos seus mortos (MUNFORD, 1998). Segundo o mesmo autor: “Em meio às mudanças inquietas do homem paleolítico, os mortos foram os primeiros a ter uma morada permanente: uma caverna, uma cova assinalada por um monte de pedras, um túmulo coletivo. Constituíam marcos aos quais A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 24 provavelmente retornavam os vivos, a intervalos, a fim de comungar com os espíritos ancestrais ou de aplacá-los [...]. A cidade dos mortos antecede a cidade dos vivos” (1998, p. 13). Em um tempo que nega a morte, lê-la em um jornal – na maioria dos textos associada à saudade e entendida como tristeza do familiar que fica -, é também compartilhar a perda e aplacar os espíritos ancestrais que podem estar imaginariamente nas notas de falecimento. Para melhor compreensão sobre a “cidade dos mortos”, eis a seguir o retrato do que vem a ser a “cidade dos vivos”, a metrópole de São Paulo. A metrópole de São Paulo5 possui 39 municípios e 17 milhões de habitantes. Por causa do fato de cada município ter sua prefeitura e não se ter mecanismo de gestão metropolitana torna-se difícil gerir políticas públicas. Todas as questões de precariedade na habitação, transporte e saúde, por exemplo, atingem não somente os idosos, mas adultos e jovens (VÉRAS, 2004). A desigualdade social instalada na metrópole é observada na existência de edifícios modernos e inteligentes, habitados por executivos na região Sudoeste da cidade, como a avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini (Brooklin), bairro de classe média. Nas regiões centrais há cenário de bastante pobreza, que se alastra nas mais diversas áreas da metrópole, com a presença de favelas (VÉRAS, 2004). 5 Utiliza-se o termo metrópole como sede de uma região. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 25 Segundo Véras (2000, p. 21): “Uma das características marcantes da cidade global é a presença de imensos contrastes. Embora aparente concentração de poder e riqueza, ela não é o espaço de fartura e prosperidade. Ao contrário, há sempre novas manifestações de pobreza e formas cruéis de exclusão social, sugerindo a segmentação idéia de urbana) dualização – uma (fragmentação cidade com e ‘dupla velocidade’”. A metrópole de São Paulo é conhecida como região que oferece aos seus moradores bom acesso à saúde, educação e compras. É importante ser estudada a partir da longevidade de sua população (MEDEIROS E CASTRO, 2004). Entretanto, o estudo é uma das maneiras de se investigar o quanto os idosos paulistanos estão vivendo mais. A partir desse ponto, dirimir investigações e propor mudanças no cenário do envelhecimento. Segundo Medeiros e Castro (2004), a longevidade na metrópole de São Paulo é maior entre as mulheres, ou seja, segue os dados nacionais. Os idosos estão em maior número nas regiões centrais da metrópole. Em relação ao fator socioeconômico, os idosos de renda mais alta estão localizados em maior porcentagem também nessa região. Nas regiões periféricas os idosos são em menor número e, de modo geral, possuem renda mais baixa. Sugahara (2005) assinala que 50% dos idosos brasileiros têm renda pessoal menor ou igual a um salário mínimo. O gasto mensal com medicamentos A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 26 compromete um quarto da renda (23%) da metade da população idosa do país. O que é importante frisar, para o estabelecimento de políticas públicas que facilitem o acesso do idoso ao medicamento. Na Figura 1 está ilustrada a distribuição de idosos na metrópole de São Paulo em salários mínimos. Verifica-se que os idosos residentes nas regiões centrais ganham de 6 a 35 salários mínimos, e nas regiões periféricas valor inferior a 2,27 salários mínimos (MEDEIROS E CASTRO, 2004). F R AN C ISC O MOR ATO SAN TA ISAB EL F R AN C O D A R OC H A MAIR IPOR A C AJAMAR PIR APOR A D O B OM JESU S C AIEIR AS AR U JA GU AR U L H OS PER U S AN H AN GU ER A JAR AGU A SAN TAN A D O PAR N AIB A TR EMEMB E TU C U R U VI PIR ITU B A L IMAO SAN TAN A B AR U ER I C AR APIC U IB A IPIR AN GA SAU D E C AMPO B EL O SAN TO AMAR O TAB OAO D A SER R A EMB U ITAIM PAU L ISTA PEN H A POA B OM R ETIR O ITAQU ER A TATU APE B R AS AL TO D E PIN H EIR OS F ER R AZ D E VASC ON C EL OS MOOC A B U TAN TA PAR QU E D O C AR MO MOR U MB I VAR GEM GR AN D E PAU L ISTA JAR D IM H EL EN A C AN GAIB A L APA OSASC O ITAPEVI GU AR AR EMA ITAQU AQU EC ETU B A C AC H OEIR IN H A SAPOPEMB A SAO C AETAN O IGU ATEMI MOGI D AS C R U Z ES SAL ESOPOL IS SU Z AN O SAO R AF AEL B IR ITIB A MIR IM MAU A C OTIA JAR D IM SAO L U IS D IAD EMA JAR D IM AN GEL A ITAPEC ER IC A D A SER R A R IB EIR AO PIR ES SAN TO AN D R E GR AJAU SAO B ER N AR D O PAR EL H EIR OS SAO L OU R EN C O D A SER R A Renda dos Idosos (Salários mínimos) 0.00 2.27 2.88 3.90 6.00 MAR SIL AC JU QU ITIB A to 2.27 to 2.88 to 3.90 to 6.00 to 35.00 0 4 8 12 Miles Figura 1 – Renda dos idosos (salários mínimos) na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 27 De acordo com dados do censo de 2000, na região metropolitana de São Paulo havia 1.446.662 idosos, e desses 67% estavam na capital. Na metrópole de São Paulo, os idosos estão concentrados nos bairros Jardim Paulista, Lapa, Mooca, Consolação e Pinheiros (MEDEIROS E CASTRO, 2004). Camarano (2006) ressalta que nas áreas urbanas há maior predomínio das mulheres, em decorrência do processo migratório rural. Já no meio rural predominam os homens, o que pode resultar em isolamento e abandono. O fato de a maioria dos idosos da metrópole estar na região central não significa que todos moram bem, pois nela há muitos idosos em situação de miséria. A esse respeito, Véras (2004, p. 121) assinala: “Eu via muitos indivíduos sozinhos, morando sós em cortiços nas regiões centrais; então, estar nessa região central não quer dizer que eles morem bem [...]”. Pelo fato de a grande maioria dos idosos da metrópole estar em regiões centrais, com melhores condições e acesso a serviços e equipamentos, observa-se que a grande massa da pobreza não tem muita chance de envelhecer, conforme Véras (2004) enfatiza. Na metrópole de São Paulo os edifícios das regiões centrais confirmam os dizeres de James Hillman, comentado por Véras (2004, p. 123): “Não são suficientes prédios majestosos, monumentos, nem praças bonitas, se você não cuidar das desigualdades das pessoas e da alma das pessoas: você cria novos bárbaros”. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 28 A metrópole de São Paulo também se caracteriza pela movimentação constante de pessoas6. Pessoas indo e vindo de diversos locais, diversos Estados (Norte e Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil), os migrantes. Ou mesmo de um bairro para outro, vários carros e fluxo intenso de pessoas que por diversos motivos (trabalho, lazer ou outra atividade) transitam nela. E os idosos migrantes estão localizados em maior proporção nas regiões de Francisco Morato, Barueri, Jandira, Itapevi, Carapicuíba, Taboão da Serra, Embu, Mauá, Poá, Diadema, Osasco, Suzano, Guarulhos e Itaquaquecetuba. Isso pode ser observado na Figura 2. FRANCISCO MORATO SANTA ISABEL FRANCO DA ROCHA MAIRIPORA CAJAMAR PIRAPORA DO BOM JESUS CAIEIRAS ARUJA GUARULHOS PERUS TREMEMBE GUARAREMA ANHANGUERA SANTANA DO PARNAIBA ITAPEVI VARGEM GRANDE PAULISTA COTIA JARAGUABRASILANDIA ITAQUAQUECETUBA JACANA MANDAQUI TUCURUVI JARDIM HELENA PIRITUBA VILA MEDEIROS 7329 SAO DOMINGOS CANGAIBA 8817 LIMAO SANTANA ITAIM PAULISTA BARUERI 7453 VILA MARIA JAGUARA 9696 PENHA LAPA 2327BOM RETIRO POA OSASCO 4513 ITAQUERALAJEADO TATUAPEVILA MATILDE JANDIRA PERDIZES BRAS 6432 CARAPICUIBA ALTO DE PINHEIROS 10737 CARRAO FERRAZ DE VASCONCELOS MOOCA CIDADE LIDER 12852 12223 17164 9076 9272 BUTANTA 10269 PARQUE DO CARMO 6311 21312 IPIRANGA SAO LUCAS RAPOSO TAVARES MORUMBI MOEMA SAPOPEMBA IGUATEMI SUZANO SAUDE TABOAO DA SERRA SAO RAFAEL 2974 SAO CAETANO CAMPO BELO CURSINO CAMPO LIMPO SANTO AMARO 21952 EMBU MAUA CAPAO REDONDO 9241 16261 JARDIM SAO LUIS SALESOPOLIS BIRITIBA MIRIM RIBEIRAO PIRES DIADEMA PEDREIRA JARDIM ANGELA MOGI DAS CRUZES CIDADE DUTRA 1992 ITAPECERICA DA SERRA SANTO ANDRE GRAJAU SAO BERNARDO PARELHEIROS SAO LOURENCO DA SERRA EMBU-GUACU Idosos 43.00 to i 64.20 to MARSILAC JUQUITIBA 0 (%) 76.70 to 82.30 to 89.70 to 4 8 Mil 1 Figura 2 – Número de idosos migrantes (%) na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). 6 Aqui faço um contraponto com minha profissão, fisioterapeuta, que tem por finalidade o estudo e tratamento pela realização do movimento. A metrópole de São Paulo é uma cidade em que as pessoas estão em constante movimento. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 29 O número de idosos, na década de 60, sob efeito da industrialização e políticas desenvolvimentistas, aumentou. Contribuiu o processo migratório da população. O envelhecimento se tornou predominantemente fenômeno urbano. Esse fato explica o maior contingente de idosos nos grandes centros urbanos, como assinalam Gordilho (2000) e Veras (1987). O número de idosos migrantes é bem maior do que o de não migrantes, sendo de 77,36% e 44,77%, respectivamente. E, com relação à cor da pele, os idosos brancos correspondem a 75,25%, o maior contingente de idosos, segundo Medeiros e Castro (2004). O dado pode ser confirmado no Gráfico 1. As mulheres idosas negras têm menores chances de se casar. Quando se casam, já estão em idade mais elevada. Na velhice as idosas negras têm maiores chances de experimentar a solidão, pois menores são suas chances de constituir família. Também por causa da condição socioeconômica dos negros ao longo da vida (BERQUÓ, 1992). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 30 DISTRIBUIÇÃO DOS IDOSOS PELA COR DA PELE – 2000 RMSP (em %) 80,00 75,29 65,52 70,00 60,00 50,00 40,00 26,98 30,00 15,21 20,00 4,88 10,00 4,88 3,74 1,65 0,20 0,68 0,18 0,79 0,00 Branca Preta Amarela Parda Idosos Indigena Ignorada RMSP Gráfico 1 – Distribuição dos idosos pela cor da pele (%) – 2000 – Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Várias são as raças, condições socioeconômicas, idades e religiões dos que constituem o fluxo intenso na metrópole. Variadas também são as informações visuais notadas quando nela se circula. Véras (2000, p. 24) destaca: “Tal cidade ‘superexposta’, marcada pela velocidade, desconhece a unidade. É uma grande rede tecida por pontos de partida e de chegada, pela qual circulam pessoas, imagens e informações. A velocidade máxima, padrão de deslocamento e escola conduta, mina aos poucos a geografia A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 31 e o próprio significado dos lugares, a ponto de atravessar-se o espaço urbano como se ele fosse um grande deserto”. A diversidade cultural presente também é grande, com influência negra e indígena, e se reflete no espaço urbano. De acordo com Véras (2004, p. 119): “Os nossos velhos e os nossos jovens têm essa diversidade cultural: migrante, imigrante, afro-descendentes, cafuzos, índios [...]”. A longevidade e a velhice na diversidade de raças são evidenciadas pelo grande número de centenários que vivem na metrópole de São Paulo. Segundo dados do Censo (2000), no Brasil existem 24.576 idosos centenários. São Paulo está em primeiro lugar, com 4.457, a Bahia em segundo - 2.808, Minas Gerais em terceiro 2.765. O Rio de Janeiro tem 2.029. Importante saber a perspectiva do quanto mais se vive na metrópole, a fim de se conhecer como os idosos estão vivendo: alcance às políticas de saúde pública, condições de vida, atividades de lazer e adaptação do ambiente7. São exemplos que permeiam o envelhecimento em uma grande metrópole, especialmente o envelhecimento feminino. Afinal as mulheres vivem mais. Para as idosas que vivem em uma metrópole, com todas as condições de saúde e avanços tecnológicos, como meios de comunicação modernos, elevadores e automóveis, o envelhecimento pode se tornar inovador. Viverem sós representa forma diferente e bem-sucedida de envelhecimento, ao invés de abandono ou solidão. 7 Segundo Prado (2003, p. 20) adaptar o ambiente é eliminar as barreiras que intimidam as pessoas e inibem a expressão das habilidades e a realização das atividades de vida diária. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 32 Muitas foram dependentes economicamente do marido ao longo da vida (CAMARANO, 2006). Por causa da magnitude do processo de envelhecimento na metrópole de São Paulo, não basta dizer que ocorre aumento da população idosa na cidade. Os idosos estão mais velhos, e os cuidados a eles dispensados aumentam na mesma proporção (MACHADO, 2005). Os idosos de São Paulo necessitam de cuidados específicos, pois o envelhecer é diferente do envelhecer em outra cidade. Há condições diferenciadas de modernização, entre as mais diversas dificuldades encontradas. Com relação a esse aspecto, assinala Lima (2006, p. 98): “As dificuldades encontradas por idosos não alfabetizados ou com incapacidade funcional para realizar atividades da vida diária, como usar transportes coletivos no município de São Paulo, são exemplos da inadequação das grandes cidades para atender mais amplamente às necessidades cotidianas dos que envelheceram”. É essencial identificar os idosos que vivem na metrópole. A análise do perfil epidemiológico dada pela distribuição dos óbitos por região é importante de ser investigada, pois sugere os fatores determinantes das doenças nos idosos urbanos. A análise das variações geográficas de mortalidade por grupo e as respectivas causas de morte facilitam a compreensão dos níveis de saúde da população e ajudam na introdução de medidas preventivas. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 33 Segundo dados do Ministério da Saúde (2006), em São Paulo, no período compreendido entre 2000-2005, o número de idosos que apresentaram morbidade por doenças do aparelho circulatório foi de 1.841.57. As doenças do aparelho circulatório mais comuns foram infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico. Os dados remetem a ações preventivas e educativas. Tendo em vista a causalidade dessas doenças, as ações preventivas incluem boa alimentação, evitando ingestão de gorduras animais em excesso, ingestão demasiada de sal e alimentação rica em verduras e frutas. Também é imprescindível a prática contínua de atividade física, mas não apenas na velhice. Do mesmo modo, é importante ser revista a acessibilidade. A cidade e os seus equipamentos exigem atenção redobrada para usufruto em condições adequadas. O ‘típico’8 pode ser adverso ao idoso (MACHADO, 2005). A falta de segurança gera o medo. Os idosos são alvos fáceis de furtos e roubos. Há falta de acessibilidade em locais diversos, como lojas, praças e teatros. Transporte público ineficiente e inadequado. Risco nas ruas como pedestres: o tempo para atravessar a rua quando o semáforo está verde é insuficiente; além de calçadas esburacadas. Fatores que se mostram inapropriados para a população envelhecida na metrópole de São Paulo. Esses aspectos causam impacto muito maior nos idosos, se comparados ao restante da população, pois existem necessidades diferenciadas. 8 Essa palavra se encontra entre aspas por significar coisas comuns do cotidiano. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 34 Véras (2004, p. 122) assinala: “No caso do transporte coletivo, ótimo que os velhos tenham gratuidade, mas vamos ver se esse equipamento oferecido permite o acesso, porque não se pode dar um salto de um metro para entrar num veículo, isso é ruim para qualquer pessoa”. Em relação à escolaridade dos idosos moradores da região metropolitana de São Paulo, os homens apresentaram ter mais estudo do que as mulheres: 85,67% para homens e 78,16% para mulheres, segundo Medeiros e Castro (2004). As mesmas autoras confirmaram que as mulheres procuram com mais freqüência a escola depois dos 60 anos. Constatado no Gráfico 2. Escolaridade - Mulheres Idosas – 2000 – RMSP Nunca frequentaram; 20 67 Estudantes; 1 16 Já estudaram; 78 16 Gráfico 2 – Escolaridade – Mulheres idosas – 2000 – Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 35 Nas regiões periféricas e em alguns municípios da região metropolitana, Penha, Vila Prudente, Tucuruvi, Vila Formosa, Água Rasa, Guararema, São Lourenço da Serra e São Caetano está o maior número de idosos analfabetos - 12% -, indicando que a desvantagem é maior em distritos de perfil socioeconômico baixo, como observado na Figura 3 (MEDEIROS E CASTRO, 2004). FR AN C ISC O MORATO SANTA ISAB EL FR AN C O D A R OC HA MAIR IPOR A C AJAMAR PIR APOR A D O B OM JESUS C AIEIRAS AR U JA GU AR U LH OS PER U S AN H ANGU ER A JAR AGU A SANTAN A DO PAR NAIB A TR EMEMB E GU AR AR EMA ITAQU AQU EC ETU B A C AC H OEIR IN HA TU C U R U VI PIR ITUB A LIMAO SANTAN A B AR U ER I JAR D IM H EL ENA C AN GAIB A ITAIM PAU LISTA PEN H A POA B OM RETIR O OSASCO ITAQU ER A TATU APE B R AS C AR APIC UIB A AL TO D E PIN H EIR OS FER R AZ DE VASC ON CELOS MOOC A B U TANTA PARQU E D O C AR MO LAPA ITAPEVI MORU MB I SAUD E C AMPO B ELO SANTO AMAR O TAB OAO D A SER R A VARGEM GR AN D E PAUL ISTA IPIR ANGA EMB U SAPOPEMBA SAO C AETAN O IGU ATEMI MOGI DAS C R UZ ES SALESOPOLIS SU ZANO SAO R AFAEL B IR ITIB A MIR IM MAU A C OTIA JAR D IM SAO LU IS D IAD EMA JAR D IM AN GELA ITAPEC ER IC A D A SER R A R IB EIR AO PIR ES SANTO AN D R E GR AJAU SAO B ER N AR D O PARELHEIROS SAO L OU R EN C O DA SER R A Idosos analfabetos (%) MAR SILAC JU QU ITIB A 0 0.00 to 4.00 4.00 to 8.00 8.00 to 12.00 12.00 to 16.00 16.00 to 20.00 4 8 12 Miles Figura 3 – Idosos analfabetos (%) na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). A situação ocupacional dos idosos na metrópole de São Paulo é semelhante à do Brasil. Os idosos que não trabalham representam 70,86%, e idosas 90,86%. Os idosos que trabalham representam 28,02%, e idosas 8,60%. Os idosos A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 36 que trabalham estão concentrados nas regiões centrais, por terem perfil socioeconômico mais elevado e conseqüentemente mais estudo, embora a região de Marsilac, ao sul da capital, com perfil socioeconômico mais baixo, apresenta também idosos que trabalham. O fato se explica pelas atividades agrícolas exercidas no local. Ocorre também nos municípios de Salesópolis, Biritiba-Mirim, Santa Isabel, Mairiporã e Juquitiba, como se observa na Figura 4 (MEDEIROS E CASTRO, 2004). FRANC ISCO MORATO SAN TA ISAB EL FRANC O D A ROC HA MAIRIPORA C AJAMAR PIRAPOR A DO BOM JESU S C AIEIRAS AR UJA GUAR ULH OS SAN TAN A DO PAR NAIB A PERU S AN HANGUER A JAR AGUA TR EMEMBE TU CU RU VI PIRITUB A LIMAO SAN TAN A B ARU ERI ITAPEVI JAR D IM H ELEN A C ANGAIB A ITAIM PAU LISTA PENH A LAPA B OM RETIR O POA OSASCO ITAQU ER A TATUAPE B RAS C ARAPIC UIB A ALTO DE PIN HEIR OS FERR AZ DE VASC ON CELOS MOOCA B UTANTA PAR QU E DO CAR MO MOR UMBI VAR GEM GR AND E PAULISTA GUAR AR EMA ITAQU AQU ECETU BA C ACH OEIR INH A IPIRANGA SAU DE TAB OAO D A SERR A C AMPO BELO SAN TO AMAR O EMB U C OTIA SAPOPEMBA SAO CAETANO IGU ATEMI MOGI DAS C RU ZES SALESOPOLIS SUZANO SAO RAFAEL B IR ITIB A MIR IM MAUA JAR D IM SAO LU IS D IADEMA JAR D IM AN GELA ITAPEC ERIC A DA SER RA R IB EIRAO PIRES SAN TO AND RE GRAJAU SAO BER NAR DO PAR ELH EIROS SAO LOU REN CO DA SER RA MARSILAC JU QU ITIB A Idosos que trabalham (%) 0.00 2.30 2.90 4.20 5.75 0 to 2.30 to 2.90 to 4.20 to 5.75 to 20.00 4 8 12 Miles Figura 4 – Idosos que trabalham (%) na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 37 Segundo as mesmas autoras e seguindo os dados nacionais, o número de idosos que recebem aposentadoria e salário por seu trabalho, na região metropolitana, é de 29,35% para homens contra 9,41% de mulheres. O número de idosos responsáveis pelo domicílio chega a 59,35%. O total de pensionistas idosas é bem elevado, em decorrência do grande número de viúvas. A grande maioria, 76 %, mora só. Esses idosos vivem somente da aposentadoria? Precisam trabalhar para complementar os ganhos com a aposentadoria? Os entes da família necessitam de sua ajuda financeira? Questões relevantes ao se analisar esse segmento da população. Alguns pesquisadores ressaltam que a produtividade e a empregabilidade tendem a declinar quanto mais perto dos 60 anos de idade. A partir daí há maior tendência à dependência dos rendimentos dos demais membros do domicílio, para a manutenção do padrão de vida e até mesmo para sobreviver (PEREIRA, 2005). Estudo de Barros, Mendonça e Santos (1999, p. 231), citado por Sugahara (2005), verificou que os idosos brasileiros tendem a ser menos pobres do que a população em geral. Muitos idosos, quando dependentes fisicamente ou até mesmo independentes, podem ser verdadeiros arrimo financeiro da família. Sugahara (2005, p. 59) destaca: “A participação da renda do idoso na renda familiar é outro ponto que merece destaque, pois fornece instrumento de reflexão para a questão da ‘dependência’ desse grupo [...]”. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 38 Segundo dados do Censo 2000, os idosos são responsáveis financeiramente por 62,4% dos domicílios brasileiros. Aposentadoria e pensão são as principais fontes de renda desses idosos, o que se observa no Gráfico 3 (MEDEIROS E CASTRO, 2004). ORIGEM DA RENDA DOS IDOSOS (em%) 77,10 80,00 64,67 70,00 60,00 50,00 40,00 29,35 30,00 20,00 12,11 9,41 6,67 10,00 0,74 3,02 0,00 trabalho aposentadoria aluguel Masculino pensão Feminino Gráfico 3 – Origem da renda dos idosos (em %). Berzins (2003) mostra que 36% dos rendimentos da população idosa masculina vêm de aposentadoria e trabalho. A aposentadoria é a principal fonte de renda. Para as mulheres, essa fonte de renda oriunda de trabalho representa apenas 10%: sua principal fonte de renda é a pensão, pois a maioria é viúva. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 39 Segundo Pavon (2001), citado por Valente (2001, p. 32): “[...] O duplo salário – da pensão e do trabalho – coloca-os em uma posição confortável economicamente”. A grande maioria ganha em torno de um a cinco salários mínimos. Como é uma aposentadoria muito baixa, são obrigados a morar com alguém. (VÉRAS, 2004). 1.2. O que as notas de falecimento acrescentam na leitura demográfica Os jornais sempre publicaram informações de interesse local, tais como as notas de falecimento. São rica fonte de informações para pesquisadores, a fim de se descobrir a origem da pessoa, para a genealogia, estudos sobre a longevidade e se saber se quem morreu foi alguém “conhecido”. Algumas notas de falecimento incluem nomes de parentes ou as grandes obras feitas, ou seja, traçam perfil favorável do morto. Para muitos leitores assíduos de notícias de jornais, as notas de falecimento é uma parada regular. Quando se lê as notas de falecimento de um jornal, não é raro se deparar com gente conhecida. Quase todos os dias observam-se nomes de pessoas de 70 a 100 anos, com nomes e sobrenomes os mais distintos, o que comprova a pluralidade de raças e etnias que vivem na metrópole. As notas de falecimento aparecem no jornal sem passar pela redação. Pagas, não são tratadas como outra notícia qualquer, mas publicadas sem edição, em estado bruto. Não há motivação para “seduzir” a atenção do leitor. Elas devem A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 40 apenas fazer circular a informação, tornar pública a morte de determinada pessoa. Para quem as lê, fica a “obrigação” de repassá-las adiante – vizinhos e amigos -, concretizando o luto social. Ou investigar com quais idades as pessoas estão morrendo para que se possa pensar sobre que cidade queremos e que serviços e redes de apoios necessitamos com a maior longevidade das pessoas. As notas de falecimento revelam que os dados demográficos dos idosos na metrópole de São Paulo são similares aos dados do Brasil, considerando todos os seus estados. Grande parte dos idosos do país está na metrópole de São Paulo. Como já citado, São Paulo possuía 1.446.662 idosos em 2000, sendo 67% na capital. Número bem representativo em comparação ao Brasil todo. O estudo das notas de falecimento do Jornal da Tarde revelou que houve proporcionalidade de mortes dos sexos feminino e masculino nos períodos analisados (2004 e 2005). O dado está descrito na Tabela 1. Tabela 1 – Ano de publicação das notas de falecimento por sexo: Ano da publicação das notas de falecimento Sexo Feminino Sexo Masculino 2004 143 145 2005 191 186 Total 334 331 A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 41 Com relação à freqüência de notas de falecimento de idosos do sexo feminino e masculino, por faixa etária, foram encontrados os dados descritos na Tabela 2. A média de idade encontrada foi de 87,4 anos para o sexo feminino e 82,1 para o sexo masculino, com desvio padrão de 8,6 e 9,0 anos, respectivamente. Segundo o teste estatístico T Student, a diferença é significativa entre o sexo feminino e masculino, com p < 0,0001. O teste estatístico Qui-Quadrado revelou existir tendência na idade de falecimento de idosos entre o sexo feminino e masculino. A estatística Z é positiva. Pode-se afirmar que a idade aumenta significativamente no sexo feminino, e no masculino diminui para o falecimento do idoso. Ou seja: nas notas de falecimento estudadas, as mulheres morreram mais velhas do que os homens. A expectativa de vida para pelo menos uma em cada duas meninas norteamericanas é de 100 anos. E para pelo menos um de cada dois meninos, é de provavelmente 95 anos, segundo Schirrmacher (2005). Para o Brasil, para cada menina que nasce hoje a expectativa é de 80 anos; do menino são 72 anos (CAMARANO, 2003). Os dados encontrados – o fato de a mulher viver mais – mostram similaridade aos dados referidos por essa autora. Também há similaridade aos dados encontrados neste estudo o já citado Censo de 2000, que ressalta maior número de mulheres centenárias do que homens. Em 2000, o Brasil possuía 10.423 homens centenários e 14.153 mulheres, representando 1,3% da população idosa. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 42 Tabela 2 – Faixa etária por sexo: Faixa etária do idoso (anos) Sexo Feminino Sexo Masculino 60 a 64 anos 65 a 69 anos 70 a 74 anos 75 a 79 anos 80 a 84 anos 85 a 89 anos 90 a 94 anos 95 a 99 anos 100 a 104 anos 105 a 109 anos 4 7 19 26 47 82 85 42 21 1 17 17 35 46 78 61 57 16 3 1 Total 334 331 A prevalência de notas de falecimento de idosos do sexo feminino foi maior na faixa etária dos 90 aos 94 anos; para o sexo masculino, na faixa etária dos 80 aos 84 anos de idade. O maior número de centenários e de idosos com mais de 80 anos foi maior no sexo feminino, como já mencionado, o que se observa no Gráfico 4. O dado comprova o que Berzins (2003, p. 27) disse: “A proporção da população brasileira mais idosa (80 anos e mais) merece destaque, uma vez que ela está aumentando em ritmo acelerado. Ela representa 12,6% do total da população idosa, e é o contingente que mais cresce, embora seja pequeno”. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 43 Faixa etária por nota de falecimento 90 Notas de falecimento 80 70 60 50 40 30 20 10 0 64 69 74 79 84 89 94 99 104 109 Faixa Etária Sexo Feminino Sexo Masculino Gráfico 4 – Faixa etária por nota de falecimento. Em relação ao mês da publicação das notas de falecimento, a freqüência de idosos do sexo feminino e masculino, respectivamente, está descrita na Tabela 3. Tabela 3 – Mês da publicação das notas de falecimento por sexo: Mês da publicação das notas de falecimento Sexo Feminino Sexo Masculino Junho 129 130 Julho 103 108 Agosto 99 96 A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 44 Sobre o estado civil dos idosos, a freqüência está listada na Tabela 4. A grande maioria das idosas se concentraram na condição de viúva e, de homens na classificação de casado/vive junto. A análise estatística, com o Teste Exato de Fisher, mostrou significância para os dados com relação ao estado civil com p < 0,0001. Dados mostram que 45% das mulheres idosas, no Brasil, são viúvas (BERZINS, 2003). Especificamente em São Paulo, pela análise dos dados, se mostrou também evidente a maior quantidade de viúvas em relação ao sexo feminino. As mulheres apresentam expectativa de vida maior do que a dos homens, e esses se casam mais tardiamente e têm maior facilidade de recasamento. Por isso é comum, entre os idosos, a predominância de homens casados e mulheres viúvas, de acordo com Lebrão (2003). Dados apresentados pela pesquisa SABE (Saúde, Bem-estar e Envelhecimento), em São Paulo, comprovam que o número de idosos casados é praticamente o dobro entre os homens - 79,2% -, contra 41,3% entre as mulheres. A proporção de idosos viúvos é quase quatro vezes maior entre as mulheres, 42,6% contra 10,9% (LEBRÃO, 2003). O dado mostrou similaridade com resultados encontrados neste estudo. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 45 Tabela 4 – Estado civil por sexo: Estado civil do idoso Sexo Feminino Sexo Masculino Viúvo 217 85 Separado / Divorciado 2 0 Casado / Vive junto 55 199 Solteiro 17 18 Indeterminado 43 29 Total 334 331 Em relação ao estado marital, Tabela 5, sem companheiro (viúvo, separado/divorciado, solteiro) mostrou maior freqüência de falecimentos no sexo feminino; com companheiro (casado/vive junto), maior freqüência no sexo masculino. O teste T de Student mostrou significância com p < 0,0001. Tabela 5 – Estado marital segundo o sexo: Estado marital Sexo Feminino Sexo Masculino Sem companheiro 236 103 Com companheiro 55 199 Indeterminado 43 29 Total 334 331 A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 46 Observou-se também que com relação aos idosos com e sem companheiros, o falecimento dos idosos sem companheiros se concentrou nas faixas etárias maiores. E, dos com companheiros, nas faixas etárias menores, como visto na Tabela 6. O dado mostrou significância estatística no teste de Qui-Quadrado de tendência (Cochran Armitage) com p < 0,0001. Tabela 6 – Estado marital por faixa etária: Faixa etária < 70 70 a 79 80 a 89 90 a 99 > = 100 Estado Marital Sem companheiro 9 40 131 139 20 Com companheiro 31 72 111 38 2 Indeterminado 5 14 26 23 4 Total 45 126 268 200 26 A freqüência, segundo a menção nas notas de falecimento, se o idoso deixou familiares (sexo feminino e masculino), está listada na Tabela 7. Na análise estatística, com o teste estatístico Qui-Quadrado, o dado não apresentou significância p = 0,6737. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 47 Tabela 7 – Familiares deixados segundo sexo: O idoso deixou familiares Sexo Feminino Sexo Masculino Sim 301 295 Não 33 36 Total 334 331 A freqüência, segundo menção nas notas de falecimento dos familiares deixados pelo idoso (sexo feminino e masculino), está listada na Tabela 8. Na análise estatística, com o teste estatístico Qui-Quadrado, o dado não apresentou significância p = 0,1481. Tabela 8 – Tipo de familiar deixado segundo sexo: Quem são os familiares deixados pelo idoso Sexo Feminino Sexo Masculino Filho (s) Irmão (s) 242 3 226 1 Sobrinho (s) 8 4 Neto (s) 41 57 Indeterminado 40 43 Total 334 331 Os dados levantados nesta pesquisa enfatizam ser essencial uma reflexão mais aprofundada a respeito da longevidade, discutindo a feminização da velhice e a própria morte. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes EZA REDORAT - Ontem, aos 99 Catanduva. Filha do sr. Miquel de d. Rita Maria Redorat, faleciiúva e irmã de d. Alzira Redorat, xa sobrinhas e sobrinhos. O enrealizado hoje, às 11 horas, no Nossa Senhora do Carmo naquela A (Delica) MESSAS BITAR - Aos Viúva do com. Jorge Bittar, deixa NA MARTHA DE MELLO - Aos Viúva do sr. Accindino Fernandes deixa filhos. RALDA ROSSINI CALIA - Aos 92 va do sr. Gaspar Calia, deixa fi- NA YARID ALBUQUERQUE DE - Aos 85 anos. Viúva do sr. Linnêu que de Barros, deixa filhos, nora, etos e bisneto. A missa de sétimo elebrada no dia 3, às 19h30, na maculada Conceição, na Avenida o Luís Antonio. A MONTEIRO LIMA - Aos 81 ada com o sr. Álvaro Lima, deixa A DA SILVA LUNA - Aos 79 anos. xa filhos. SEBASTIANA DE CASTRO SIL79 anos. Viúva, não deixa filhos. Y LINS WANDERLEY - Aos 77 ada com o sr. Marinezio de Lima y, deixa filhos. ECIDA MARTINS ANJO - Aos 73 sada com o sr. Osvaldo Ferreira a filhos. DE GONÇALVES LOPES - Aos Casada com o sr. Luiz Lopes, dei- ALICE MASSETI - Aos 69 anos. om o sr. Vicenzo Masseti, deixa ALINA APARECIDA SILVA DOS - Aos 67 anos. Viúva do sr. Manoel dos Santos, deixa filhos. IS DE ALMEIDA - Aos 89 anos. om d. Maria de Jesus, deixa filhos. COSTENARO - Aos 74 anos. Viúdois filhos. MARIA CLARET DE LIMA - Aos Deixa uma filha. O ORESTE DE FELICE - Aos 64 xa mulher, filha, neta e irmãos. A MACUL GATTÁS - Aos 85 anos. sr. Hafed Gattás, deixa os filhos ina, Sonia, Nelson, Cláudio e Vera xa ainda genro, noras e netos. No mingo), às 11 horas, na Igreja ana do Jardim das Oliveiras, na Jaú, 752, será realizado culto em raças. O ARNESI - Aos 93 anos. Viúvo a Piovan Arnesi, deixa filhos. DE SALLES OLIVEIRA - Aos 83 Brasília. Viúvo de d. Ineida Souza Oliveira, deixa filhos e netos. O alizou-se ontem, no cemitério lo- ZALCMAN - Ontem, aos 91 anos. sr. Lejbus Zalcman, deixa filhos, o e irmãos. O enterro será realinhã, às 10 horas, no Cemitério o Butantã. O DOS SANTOS - Aos 91 anos. d. Holandina (Neca) O. dos Sanfilhos, noras e netos. O enterro ado hoje, às 10 horas, no Cemiorumbi. ONÇALVES - Aos 95 anos. ViúAdriano de Magalhães e Sousa, A SABA BUCALEM – Aos 95 va do sr. Miguel Bucalem, deixa AELA MARQUES BARGE - Aos Viúva do sr. Caetano Marques xa filhos. D. MARIA BEZERRA DE ARAUJO - Ontem, aos 83 anos. Deixa fllhos. O enterro realizou-se ontem mesmo, à tarde, no Cemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra. D. ESCOLASTICA BRAGATO MARETO - Aos 80 anos. Viúva do sr. Miguel Mareto, deixa filhas. D. MARIA ALICE ZAVITOSCKI MARIANO DA COSTA - Aos 77 anos. Casada com o sr. Jayme Mariano da Costa, não deixa filhos. D. JUDITH BARTHOLMEU ALVES - Aos 77 anos. Viúva do sr. Diomedes Alves, deixa filhos. D. APPARECIDA NICOLINI MARTINS - Aos 73 anos. Casada com o sr. Pascoal Martins, deixa filhos. OSWALDO MAZULLI - Aos 89 anos. Casado com d. Tereza de Jesus Bernacci Marzulli, deixa filhos. MANOEL DELFINO - Aos 86 anos. Casado com d. Benedita Tracanella Delfino, deixa filhos. JOAQUIM AUGUSTO DE SOUZA - Aos 86 anos. Viúvo de d. Julieta Della Santa de Souza, deixa filha. HELIO FAGGI - Aos 79 anos. Viúvo de d. Guiomar Magutti Faggi, deixa filhos. ANTONIO GOMES - Aos 71 anos. Casado com d. Antonia Mendes Gomes, deixa filhos. ABENICIO JOSÉ DOS SANTOS - Aos 70 anos. Casado com d. Maria Lourdes Silva dos Santos, deixa filho. LOURIVAL VIEIRA DA SILVA - Aos 69 anos. Casado com d. Erna Vieira da Silva, deixa filhas. D. THEREZA REDORAT - Ontem, aos 99 anos, em Catanduva. Filha do sr. Miquel Redorat e de d. Rita Maria Redorat, falecidos, era viúva e irmã de d. Alzira Redorat, viúva. Deixa sobrinhas e sobrinhos. O enterro será realizado hoje, às 11 horas, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo naquela cidade. D. ADÉLIA (Delica) MESSAS BITAR - Aos 93 anos. Viúva do com. Jorge Bittar, deixa filhos. D. JORGINA MARTHA DE MELLO - Aos 93 anos. Viúva do sr. Accindino Fernandes de Mello, deixa filhos. D. ESMERALDA ROSSINI CALIA - Aos 92 anos. Viúva do sr. Gaspar Calia, deixa filhos. D. HELENA YARID ALBUQUERQUE DE BARROS - Aos 85 anos. Viúva do sr. Linnêu Albuquerque de Barros, deixa filhos, nora, genros, netos e bisneto. A missa de sétimo dia será celebrada no dia 3, às 19h30, na igreja da lmaculada Conceição, na Avenida Brigadeiro Luís Antonio. D. IZALDA MONTEIRO LIMA - Aos 81 anos. Casada com o sr. Álvaro Lima, deixa filhas. D. HELENA DA SILVA LUNA - Aos 79 anos. Viúva, deixa filhos. D. FABIA SEBASTIANA DE CASTRO SILVA Aos 79 anos. Viúva, não deixa filhos. D. IRACY LINS WANDERLEY - Aos 77 anos. Casada com o sr. Marinezio de Lima Wanderley, deixa filhos. D. APARECIDA MARTINS ANJO - Aos 73 anos. Casada com o sr. Osvaldo Ferreira Anjo, deixa filhos. D. ALAYDE GONÇALVES LOPES - Aos 73 anos. Casada com o sr. Luiz Lopes, deixa filhos. D. MARIA ALICE MASSETI - Aos 69 anos. Casada com o sr. Vicenzo Masseti, deixa filhos. D. DURVALINA APARECIDA SILVA DOS SANTOS - Aos 67 anos. Viúva do sr. Geronimo Manoel dos Santos, deixa filhos. JOSÉ REIS DE ALMEIDA - Aos 89 anos. Casado com d. Maria de Jesus, deixa filhos. BRUNO COSTENARO - Aos 74 anos. Viúva, deixa dois filhos. ANTONIO MARIA CLARET DE LIMA - Aos 70 anos. Deixa uma filha. EDMUNDO ORESTE DE FELICE - Aos 64 anos. Deixa mulher, filha, neta e irmãos. D. SALUA MACUL GATTÁS - Aos 85 anos. Viúva do sr. Hafed Gattás, deixa os filhos Omar, Regina, Sonia, Nelson, Cláudio e Vera Lúcia. Deixa ainda genro, noras e netos. No dia 6 (domingo), às 11 horas, na Igreja Presbiteriana do Jardim das Oliveiras, na Alameda Jaú, 752, será realizado culto em ação de graças. AMÉRICO ARNESI - Aos 93 anos. Viúvo de d. Adélia Piovan Arnesi, deixa filhos. NELSON DE SALLES OLIVEIRA - Aos 83 anos, em Brasília. Viúvo de d. Ineida Souza de Salles Oliveira, deixa filhos e netos. O enterro realizouse ontem, no cemitério local. D. SARA ZALCMAN - Ontem, aos 91 anos. Viúva do sr. Lejbus Zalcman, deixa filhos, nora, genro e irmãos. O enterro será realizado amanhã, às 10 horas, no Cemitério Israelita do Butantã. EDUARDO DOS SANTOS - Aos 91 anos. Viúvo de d. Holandina (Neca) O. dos Santos, deixa filhos, noras e netos. O enterro será realizado hoje, às 10 horas, no Cemitério do Morumbi. D. ANA GONÇALVES - Aos 95 anos. Viúva do sr. Adriano de Magalhães e Sousa, deixa filha. D. ELVIRA SABA BUCALEM – Aos 95 anos. Viúva do sr. Miguel Bucalem, deixa filhos. D. RAPHAELA MARQUES BARGE - Aos 92 anos. Viúva do sr. Caetano Marques Barge, deixa filhos. D. MARIA BEZERRA DE ARAUJO - Ontem, aos 83 anos. Deixa fllhos. O enterro realizou-se ontem mesmo, à tarde, no Cemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra. D. ESCOLASTICA BRAGATO MARETO - Aos 80 anos. Viúva do sr. Miguel Mareto, deixa filhas. D. MARIA ALICE ZAVITOSCKI MARIANO DA COSTA - Aos 77 anos. Casada com o sr. Jayme Mariano da Costa, não deixa filhos. D. JUDITH BARTHOLMEU ALVES - Aos 77 anos. Viúva do sr. Diomedes Alves, deixa filhos. D. APPARECIDA NICOLINI MARTINS - Aos 73 anos. Casada com o sr. Pascoal Martins, deixa filhos. OSWALDO MAZULLI - Aos 89 anos. Casado com d. Tereza de Jesus Bernacci Marzulli, deixa filhos. MANOEL DELFINO - Aos 86 anos. Casado com d. Benedita Tracanella Delfino, deixa filhos. JOAQUIM AUGUSTO DE SOUZA - Aos 86 anos. Viúvo de d. Julieta Della Santa de Souza, deixa filha. HELIO FAGGI - Aos 79 anos. Viúvo de d. Guiomar Magutti Faggi, deixa filhos. ANTONIO GOMES - Aos 71 anos. Casado com d. Antonia Mendes Gomes, deixa filhos. ABENICIO JOSÉ DOS SANTOS - Aos 70 anos. Casado com d. Maria Lourdes Silva dos Santos, deixa filho. LOURIVAL VIEIRA DA SILVA - Aos 69 anos. Casado com d. Erna Vieira da Silva, deixa filhas. D. THEREZA REDORAT - Ontem, aos 99 anos, em Catanduva. Filha do sr. Miquel Redorat e de d. Rita Maria Redorat, falecidos, era viúva e irmã de d. Alzira Redorat, viúva. Deixa sobrinhas e sobrinhos. O enterro será realizado hoje, às 11 horas, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo naquela cidade. D. ADÉLIA (Delica) MESSAS BITAR - Aos 93 anos. Viúva do com. Jorge Bittar, deixa filhos. D. JORGINA MARTHA DE MELLO - Aos 93 anos. Viúva do sr. Accindino Fernandes de Mello, deixa filhos. D. ESMERALDA ROSSINI CALIA - Aos 92 anos. Viúva do sr. Gaspar Calia, deixa filhos. D. HELENA YARID ALBUQUERQUE DE BARROS - Aos 85 anos. Viúva do sr. Linnêu Albuquerque de Barros, deixa filhos, nora, genros, netos e bisneto. A missa de sétimo dia será celebrada no dia 3, às 19h30, na igreja da lmaculada Conceição, na Avenida Brigadeiro Luís Antonio. D. IZALDA MONTEIRO LIMA - Aos 81 anos. Casada com o sr. Álvaro Lima, deixa filhas. D. HELENA DA SILVA LUNA - Aos 79 anos. Viúva, deixa filhos. D. FABIA SEBASTIANA DE CASTRO SILVA Aos 79 anos. Viúva, não deixa filhos. D. IRACY LINS WANDERLEY - Aos 77 anos. Casada com o sr. Marinezio de Lima Wanderley, deixa filhos. D. APARECIDA MARTINS ANJO - Aos 73 anos. Casada com o sr. Osvaldo Ferreira Anjo, deixa filhos. D. ALAYDE GONÇALVES LOPES - Aos 73 anos. Casada com o sr. Luiz Lopes, deixa filhos. D. MARIA ALICE MASSETI - Aos 69 anos. Casada com o sr. Vicenzo Masseti, deixa filhos. D. DURVALINA APARECIDA SILVA DOS SANTOS - Aos 67 anos. Viúva do sr. Geronimo Manoel II Parte - A Longevidade JOSÉ REIS DE ALMEIDA - Aos do com d. Maria de Jesus, deixa BRUNO COSTENARO - Aos deixa dois filhos. ANTONIO MARIA CLARET DE anos. Deixa uma filha. EDMUNDO ORESTE DE FELIC Deixa mulher, filha, neta e irmão D. SALUA MACUL GATTÁS - A va do sr. Hafed Gattás, deixa os gina, Sonia, Nelson, Cláudio e V ainda genro, noras e netos. No às 11 horas, na Igreja Presbiteria Oliveiras, na Alameda Jaú, 752, s to em ação de graças. AMÉRICO ARNESI - Aos 93 a Adélia Piovan Arnesi, deixa filho NELSON DE SALLES OLIVEIR em Brasília. Viúvo de d. Ineida Oliveira, deixa filhos e netos. O se ontem, no cemitério local. D. SARA ZALCMAN - Ontem, a va do sr. Lejbus Zalcman, deixa ro e irmãos. O enterro será realiz 10 horas, no Cemitério Israelita d EDUARDO DOS SANTOS - Ao de d. Holandina (Neca) O. dos lhos, noras e netos. O enterro ser às 10 horas, no Cemitério do Mo D. ANA GONÇALVES - Aos 95 sr. Adriano de Magalhães e Sou D. ELVIRA SABA BUCALEM Viúva do sr. Miguel Bucalem, de D. RAPHAELA MARQUES BA anos. Viúva do sr. Caetano Marq filhos. D. MARIA BEZERRA DE ARAU 83 anos. Deixa fllhos. O enterro tem mesmo, à tarde, no Cemité Horto da Paz, em Itapecerica da D. ESCOLASTICA BRAGATO 80 anos. Viúva do sr. Miguel Mar D. MARIA ALICE ZAVITOSCK COSTA - Aos 77 anos. Casada Mariano da Costa, não deixa filh D. JUDITH BARTHOLMEU A anos. Viúva do sr. Diomedes Alv D. APPARECIDA NICOLINI MA anos. Casada com o sr. Pascoa filhos. OSWALDO MAZULLI - Aos 8 com d. Tereza de Jesus Bernacc filhos. MANOEL DELFINO - Aos 86 an d. Benedita Tracanella Delfino, d JOAQUIM AUGUSTO DE SOUZ Viúvo de d. Julieta Della Santa filha. HELIO FAGGI - Aos 79 anos. Viú Magutti Faggi, deixa filhos. ANTONIO GOMES - Aos 71 an d. Antonia Mendes Gomes, deix ABENICIO JOSÉ DOS SANTO Casado com d. Maria Lourdes S deixa filho. LOURIVAL VIEIRA DA SILVA Casado com d. Erna Vieira da S D. THEREZA REDORAT - Onte em Catanduva. Filha do sr. Miqu d. Rita Maria Redorat, falecidos, de d. Alzira Redorat, viúva. De sobrinhos. O enterro será realiz horas, no Cemitério Nossa Senho quela cidade. D. ADÉLIA (Delica) MESSAS anos. Viúva do com. Jorge Bitta D. JORGINA MARTHA DE M anos. Viúva do sr. Accindino Fern deixa filhos. D. ESMERALDA ROSSINI CAL Viúva do sr. Gaspar Calia, deixa D. HELENA YARID ALBUQUE ROS - Aos 85 anos. Viúva Albuquerque de Barros, deixa f ros, netos e bisneto. A missa de celebrada no dia 3, às 19h3 lmaculada Conceição, na Avenid Antonio. 49 II PARTE: A LONGEVIDADE 2.1. Contextualização L ongevidade é o termo utilizado para denominar o maior tempo de vida atingido pelas pessoas. Longevidade refere-se ao número de anos vividos por um indivíduo ou ao número de anos que, em média, viverão as pessoas de uma mesma geração (CARVALHO, 2003; ETIENNE, 2004; OLIVEIRA, 2004). O tema sempre foi estudado por profissionais de saúde, teólogos, filósofos, todos os que se preocupam com a vida do ser humano, assunto tão antigo quanto a existência da humanidade (PESSINI, 2005). A longevidade é conseqüência de mudanças no meio em que o homem vive. Incluindo melhores condições de habitação, alimentação, práticas sociais e descobertas nas práticas científicas (vacinas, antibióticos, medicina preventiva), segundo Côrte (2005). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 50 Envelhecimento populacional é a alteração na estrutura etária da população, ou seja, o aumento do número de indivíduos acima de determinada idade. Sendo essa idade a que o indivíduo é considerado idoso9. O fenômeno do envelhecimento populacional ficou mais evidente no século XX, no qual houve queda da fecundidade e aumento da expectativa de vida ao nascer. A queda da fecundidade pode ser explicada pelo conhecimento e acesso aos métodos contraceptivos, além das conquistas da medicina. O aumento da expectativa de vida ao nascer deve-se ao acesso também mais facilitado à assistência à saúde, às medidas de saneamento básico e à alimentação, entre outros (CARVALHO, 2003). A longevidade é temática que se destaca intensamente na mídia. Até há pouco tempo, o número de jovens superava o de velhos, e muitos países ainda não se sentiam preparados para receber o novo contingente populacional. Descreve Debert (1992, p. 33): “Os anos 80 assistiram à transformação da velhice em um tema privilegiado, quando se pensa nos desafios enfrentados pela sociedade contemporânea”. Os desafios são muitos. É necessária uma transformação no comportamento ante a nova realidade. Devendo partir do Estado que regulamenta as leis e das pessoas que convivem diariamente com essa realidade - no trabalho, trânsito ou atividades de lazer. O estudo do aumento da longevidade, em números, é essencial para se dimensionar o fato. 9 Segundo o Estatuto do Idoso (Lei nº. 10.741), Art. 1°, é considerada idosa toda pessoa com idade igual ou superior a 60 anos (SÃO PAULO, 2003). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 51 Diversos estudos estatísticos confirmam que as maiores demandas no futuro serão por vagas em lares de idosos e aposentadorias. Conseqüentemente, grandes discussões serão levantadas (SCHIRRMACHER, 2005). Em países como os Estados Unidos e Canadá, a longevidade vem sendo destacada por muitos pesquisadores. As projeções estatísticas detectam aumento percentual da população idosa dos Estados Unidos em torno de 14% para 2020, e no Canadá espera-se aumento de 18% nesse mesmo período. No Japão o número de idosos é bem maior em comparação aos Estados Unidos. A nova realidade demográfica aconteceu lentamente, e se concretizou em mais de 100 anos (GORDILHO, 2000; HAYFLICK, 1997; HÉBERT, 1997). Nos Estados Unidos, cálculos conservadores prevêem aumento dos gastos sociais e de previdência. Atualmente, se gasta 40% do orçamento com despesas previdenciárias e em 2050 espera-se gastar 68% . Realidade que se concretizará devido a geração babyboomers (nascida entre 1950 e 1964), uma década após a II Guerra Mundial, estar na condição de aposentados (SCHIRRMACHER, 2005). 2.2. A longevidade no Brasil O processo de aumento da longevidade e o conseqüente envelhecimento da população no Brasil acontecem mais rapidamente, tendo como comparação os países mais desenvolvidos. O fenômeno no Brasil deverá ocorrer em apenas 30 anos, assinala Chaimowicz (1997). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 52 Segundo projeções das Nações Unidas, de 1999, o do Brasil é qualificado como um dos mais rápidos processos de envelhecimento demográfico, entre os 51 países que, em 2030, terão pelo menos 30 milhões de habitantes. De acordo com essas projeções, em 2050 a população brasileira será de 244 milhões de pessoas, sendo 49 milhões menores de 15 anos e 42,2 milhões maiores de 65 anos (SUGAHARA, 2005). Até pouco tempo, o Brasil era considerado um país de jovens. Portanto, se vê despreparado para a realidade crescente, pois as necessidades do novo público envelhecido são bem diferenciadas daquilo que requerem os jovens. Estima-se que entre 2000 e 2025 o crescimento da população considerada de idosos no Brasil será de 130%. O aumento da expectativa de vida ao nascer estará próximo de 80 anos no mesmo período, sendo esses considerados os mais idosos10 (GORDILHO, 2000; IBGE, 2000). Diante da realidade, nova mentalidade por parte da população e do Estado é essencial para a transformação de atitudes e implementação de leis. O estudo do aumento da longevidade no Brasil se tornou imperativo para se estabelecer políticas públicas voltadas aos idosos, pois as atitudes ante o envelhecimento populacional se consolidam à medida que se tem consciência de que as pessoas estão vivendo mais. 10 Camarano (2006) denomina o segmento de idosos com idade igual ou um pouco superior a 60 anos, como sendo idosos jovens. Por causa do intervalo etário, de aproximadamente 30 anos, ser amplo, idosos de 80 anos ou mais denominam-se “idosos mais idosos”. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 53 A preocupação com a longevidade e os fatores relacionados às condições do aumento do tempo de vida são temas de estudo em diversas áreas de conhecimento científico. Para entender a realidade do prolongamento dos anos, todas as disciplinas devem enfocar a importância da longevidade, sendo um tema que estimula a interdisciplinaridade (CÔRTE, 2005). O aumento cumulativo da expectativa de vida já tem efeitos sociais profundos. Os ganhos excederam a capacidade da sociedade, serviços de saúde, serviços financeiros, habitação e da previdência social de se adaptarem (HAYFLICK, 1997). A idéia de que o envelhecimento é etapa e não fatalidade, bem como auto-imagens fortes e, sobretudo, a divulgação desses acontecimentos, estão demandando construção de calendários de longevidade (SCHIRRMACHER, 2005). Dados da Organização Mundial da Saúde (1984) revelam a necessidade do desenvolvimento de estudos que tenham como foco principal o idoso, mostrando a importância para a tomada de decisões e determinação de ações em nível de políticas públicas. Camarano (2006) chama a atenção para o estabelecimento e a concretização dessas políticas públicas. Afinal, as investigações na população envelhecida darão idéia da dimensão das condições de vida, arranjos familiares, saúde e rendimentos. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 54 2.3. Os diferentes olhares ao longo dos tempos Na era cristã e Idade Média, por causa de epidemias e pobreza generalizada, as pessoas não ultrapassavam 25 anos de idade. Longevidade era aspecto inexistente para a maior parte da população, pouco vivenciada (BEAUVOIR, 1990; IZQUIERDO, 2002). Segundo Olshansky (2002), desde o século passado, em conseqüência de campanhas de saúde pública bem-sucedidas, as transformações no ambiente e avanços na medicina levaram ao aumento da expectativa de vida. O processo gerou mudanças sociais, políticas e econômicas. E revelou o enfoque do envelhecimento centrado somente na comercialização de produtos “antienvelhecimento” com pequena ou nenhuma base científica. Mostram-se diferenciadas as abordagens em relação à velhice e longevidade nos mais diversos locais e tempos. No século XIX, a longevidade se tornava possível somente em classes privilegiadas. A longevidade era aspecto inerente às mulheres, pois viviam mais. Os homens, considerado o sexo forte, quando velhos desempenhavam papel fundamental no Estado e na família, por toda a experiência de vida. Característica ainda comum em muitas sociedades. O interesse por técnicas “antienvelhecimento” teve início nos primórdios da história da humanidade. O mito de Gilgamesh11 o revela. 11 O mito sumérico de Gilgamesh é datado de cerca de 5000 anos, e sua primeira versão foi registrada em caracteres cuneiformes no séc. VII a.C, na antiga Babilônia. Gilgamesh era um rei que tinha dois terços divinos e um terço humano. Era um jovem forte e poderoso e por causa da sua arrogância ofendeu os deuses. Para o castigar, criaram Enkidu, uma espécie de duplo Gilgamesh, mas mais selvagem. A deusa Ishtar se enamora de Gilgamesh e por ele é recusada. Como castigo para Gilgamesh os deuses matam Enkidu, seu grande amigo. Gilgamesh não aceita a morte do amigo, e passa a recusar a morte, buscando incessantemente algo que preserve a juventude (SANTOS, 2005). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 55 Nos anos 90, a imagem do idoso era uma “afronta” ao padrão estético jovem. Pode ser o motivo da grande procura por técnicas “antienvelhecimento” (SUGAHARA, 2005). Para que qualquer produto “antienvelhecimento” ter efeito real de retardar o processo de envelhecimento precisaria um período bastante longo de pesquisas - uma ou duas décadas (HAYFLICK, 1997). O olhar sobre o envelhecimento fez com que a maioria das abordagens científicas se pautasse somente pela procura dessas técnicas. (quem?) Isso destacado por Côrte (2005, p. 241): “[...] as discussões mais abordadas são aquelas relacionadas à estética, baseada principalmente na vaidade, na busca de uma aparência mais jovem, negando-se a velhice. Ou então, quando relacionada à velhice, é associada à doença e, conseqüentemente, mais gastos em remédios, vitaminas, hidratantes e programas antienvelhecimento”. Atualmente, tornou-se sem sentido a busca incessante por técnicas de rejuvenescimento, ou seja, “antienvelhecimento”, se tornam sem sentido. É um “rolar contra”, pois ninguém deixará de envelhecer enquanto viver (MONTEIRO, 2005). Nos últimos dois anos, 2005 e 2006, não houve grandes novidades científicas em relação ao envelhecimento e longevidade. Alguns aspectos tiveram abordagem pouco mais clara, e outros foram propostos em estudos, mas não houve grande revolução em conhecimentos. O que nos deixa como meros espectadores em época de transição (SANTOS, 2005). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 56 2.4. Tempo máximo de vida, centenários e longevos Os seres humanos estão alcançando cada vez mais o tempo máximo de vida - aproximadamente 115 anos. Os idosos que hoje alcançaram 80 anos ou mais viverão mais do que os que alcançaram essa idade no passado, tornando-se longevos (BALTES, 2002; CÔRTE, 2005; HAYFLICK, 1997). A mensuração da longevidade por meio da existência de centenários se tornou difícil há alguns anos, pois a maioria não apresentava certidão de nascimento. Os dados se tornaram alegações que não podem ser provadas (HAYFLICK, 1997). Beauvoir (1990, p. 671) escreveu: “Muitos dos pretensos centenários que encontramos em regiões retiradas provavelmente não o são: na falta de certidão de nascimento, podem atribuir-se de boa-fé uma idade fantasiosa. Mas os que realmente ultrapassam os 100 anos são quase sempre indivíduos excepcionais”. Indivíduos com 100 anos ou mais, freqüentemente têm história de longevidade na família, o que evidencia fator genético. Os mesmos estudos comprovam que somente 25% do tempo de vida é geneticamente determinado. O restante deve-se ao estilo de vida, condição socioeconômica e atividades sociais ativas, fatores fundamentais para a maior longevidade (BENEDICTIS, 2001; BUONO, 1998). Vida social ativa e maior contato social (laços estreitos com a família, vizinhos e amigos) são importantes para a maior longevidade nas regiões nas quais se A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 57 vive mais: Okinawa, no Japão; Ilha da Sardenha, na Itália; Loma Linda, na Califórnia; e Península de Nicoya, na Costa Rica. Ali, os idosos longevos mantêm vida fisicamente ativa, desenvolvem a espiritualidade e encaram positivamente a vida, com intenso convívio social (ZAKABI, 2007). Em relação à longevidade, idosos paulistanos relataram: “Devo minha longevidade a uma vida alegre e à capacidade que tenho de receber friamente as notícias ruins. Nunca choro”. F.S., empresário, 96 anos. Revista Veja, em matéria de Leme e Caetano (2007, p. 28). “Preciso de trabalho constante e gosto muito do que faço. Não penso em aposentadoria e me esqueço até de tirar férias”. T.O., artista plástica, 93 anos. Revista Veja, matéria de Leme e Caetano (2007, p. 34). Os relatos evidenciam a importância do estilo de vida para a longevidade. A maior tendência genômica da longevidade, pela grande maioria dos pesquisadores, de acordo com Ponde (2001), deve-se a visão que eles próprios têm do envelhecimento, como um inimigo ontológico da nossa sociedade. Em estudo realizado por Delore, com centenários, e citado por Beavoir (1990, p. 670), foi destacado: “A maior parte dos indivíduos desse grupo arquiteta para o futuro planos precisos, interessam-se pelos assuntos públicos, manifestam entusiasmos juvenis, têm suas manias, um agudo senso de humor, o apetite sólido, uma resistência A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 58 extraordinária. Gozando, em geral, de uma perfeita saúde intelectual, são otimistas e não exprimem o mínimo medo da morte”. Os centenários de 2025 serão os que em 2000 estavam com 75 anos. O rápido aumento no número de centenários se explica pelo fato de haver cada vez mais pessoas atingindo idade avançada. E por esse motivo, medidas devem enfocar maior atenção ao nível primário de atenção à saúde12 e tratamento adequado às pessoas com 60 anos ou mais, que já tenham doenças crônico-degenerativas13 instaladas (BALTES, 2002; PERIAGO, 2005). Mcreynolds (2004) assinala que o envelhecimento e o idoso se tornar longevo se relacionam à habilidade em manter adequado o estado físico, mental e social adequado e, para isso, destaca a importância da prática de atividade física, nutrição adequada e suporte social (atividades de entretenimento, redução do isolamento social, participação na comunidade, atividades educacionais, atividades recreativas e incentivo à cultura). Por tudo isso, são imprescindíveis as atividades sociais e físicas que favoreçam o bem-estar geral, proporcionando melhora no convívio social, na autoestima e nas atividades diárias de maneira geral. Esse é o principal objetivo da fisioterapia, promovendo a socialização e educação na saúde do idoso, por meio de 12 Os níveis de atenção à saúde são divididos em primários, aplicados antes da instalação da doença, ou seja, os aspectos preventivos; níveis secundários, caracterizados quando a doença já se manifesta; e níveis terciários, quando se permanece com seqüela ou incapacidade resultante da doença (DELIBERATO, 2002). 13 Cf. Motta (2001), as doenças crônico-degenerativas que mais comumente afetam os idosos são: doenças do coração, doenças endócrino-metabólicas (diabetes, hipertensão arterial), doenças neoplásicas (câncer), doenças osteomusculares (artrites, artroses, osteoporose). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 59 atividades que envolvem maior flexibilidade muscular, força muscular, consciência corporal, coordenação motora, motricidade, memória, atenção e recreação, objetivando sempre o bem-estar do idoso. 2.5. A feminização da velhice A expressão “feminização da velhice” é usada para caracterizar a existência de um número maior de mulheres idosas, em comparação a homens idosos. Explica-se pelo motivo da mulher apresentar, na velhice, expectativa de vida maior que o homem. Fatores diversos, como a proteção contra doenças cardiovasculares conferida pelos hormônios femininos (o estrógeno); a menor exposição das mulheres a acidentes de trabalho e de trânsito, homicídios e outros; menor consumo de álcool e tabaco – conseqüentemente, menor exposição a doenças cardiovasculares e câncer. Segundo Veras (1987), também é fator importante a preocupação das mulheres com a assistência básica à saúde, havendo cuidado de prevenção desde a vida adulta. Hayflick (1997) argumenta que ao se considerar a expectativa de vida a partir da concepção ou do nascimento, na adolescência os homens alcançam as mulheres. A partir dessa fase a vantagem feminina em termos de expectativa de vida fica cada vez mais pronunciada. O perfil das mulheres idosas deve ser mais bem averiguado para se ter conhecimento de como vivem, pois o comportamento, ao longo da vida, de homens e mulheres, é bastante heterogêneo. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 60 Escreve Berzins (2003, p. 28): “A velhice é uma experiência que se processa diferentemente para homens e para mulheres, tanto nos aspectos sociais como nos econômicos, nas condições de vida, nas doenças e até mesmo na subjetividade [...]”. Camarano (2003) relata que em 2000 a expectativa de vida das mulheres aumentou para 8,7 anos. Essas mulheres idosas, em geral, vivem em situação de pobreza. Não trabalharam na vida adulta, por isso não têm aposentadoria. Deve-se levar em consideração a maior chance de serem dependentes economicamente da família, pois o foram ao longo de toda a vida. Berzins (2003, p. 28) enfatiza: “[...] Viver mais não é sinônimo de viver melhor. As mulheres acumulam no decorrer da vida desvantagens (violência, discriminação, salários inferiores aos dos homens, dupla jornada etc) e as mulheres têm mais probabilidade de serem mais pobres do que os homens e dependerem mais de recursos externos”. As mulheres de hoje, no processo de envelhescência14, mostram realidade diferente: trabalham, estudam, têm mais autonomia, maior liberdade e prazer. Elas estarão em uma outra perspectiva, diferentemente de suas avós, educadas para o cuidar. Essa é construção social ainda inominável. 14 Segundo Prata (1995), a envelhescência é o período compreendido entre os 45 e 60 anos de idade. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 61 Para as mulheres idosas atuais, se viver mais tem diferentes complicações, como a maior chance de solidão. Conseqüentemente terem que viver em instituições asilares, pois às vezes ficam viúvas por muito tempo. A viuvez também pode ser o fator decisivo na extensão do cuidado aos netos. Lopes (2003) e Veras (1988) registram esses aspectos. Em contrapartida, Debert (1999) mostra que para muitas mulheres idosas a velhice e a viuvez podem ser momento de independência e realização, a partir do papel cultural de submissão aos homens, desempenhado vida afora. Entretanto, autores como Camarano (2003) e Camargos (2005) descrevem que as mulheres idosas têm maior chance de experimentar piores condições de saúde, pois vivem mais, expostas há mais tempo às doenças crônicodegenerativas. Em conseqüência, há demandas de saúde pública a serem promovidas pelo Estado. As mulheres idosas experimentam doenças típicas da última fase da vida, como artrite ou reumatismo, diabetes, hipertensão, doença do coração, depressão e muitas outras, que geralmente dificultam as atividades diárias (vestir-se, comer, tomar banho etc.), causando incapacidade funcional15 que resulta em dependência 16. Em contrapartida, Quaresma (2004, p. 5) ressalta: 15 Alguns autores chamam de incapacidade funcional a dificuldade de realizar uma ou mais atividades da vida diária, como vestir-se, comer, tomar banho, ir ao banheiro, deitar-se e levantar-se da cama, e atravessar um cômodo da casa (CAMARGOS, 2005). 16 Dependência é a necessidade de auxílio para realizar pelo menos uma das atividades listadas no item acima (CAMARGOS, 2005). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 62 “A implementação de políticas de velhice, em função de uma categoria associada às perdas e incapacidades, não tem favorecido a integração desta fase da vida no continuum da existência dos indivíduos. Pelo contrário, tem funcionado no sentido inverso, reforçando a cristalização das imagens desvalorizadas da velhice e de ser velho. A velhice categorizada é a velhice opaca, desconhecida, temida, tipificada e, por isso, despersonalizada. Em suma, não sabemos como é vivida a velhice pelos velhos das nossas sociedades, nem sabemos, nesta fase da vida, o que é a experiência de enfrentamento da solidão, do isolamento, das incapacidades para bastar no quotidiano”. 2.6. Demandas da longevidade A longevidade provoca pensamentos e atitudes, de acordo com Côrte (2005, p. 241): “[...] O prolongamento da vida gera muitas preocupações, especialmente a atenção imediata com o aumento da demanda por diversos serviços e os custos que isso acarreta”. O impacto da longevidade e do envelhecimento da população tem efeitos sociais, psicológicos e econômicos, que repercutem em instituições como previdência social, seguros de vida, aposentadoria e assistência à saúde. No contexto de assistência à saúde, Johnson (1994) analisa que quanto maior a idade e menores os contatos sociais do idoso, mais intensa a vulnerabilidade ao agravo da saúde. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 63 Observou-se novo cenário nos setores de atendimento à saúde da população. Antes, 40% das mortes eram por doenças infectocontagiosas17, e hoje representam somente 10%. O oposto ocorreu com as chamadas doenças crônicodegenerativas, características de populações envelhecidas, nas quais houve aumento significativo. Esse processo, segundo Gordilho (2000), denomina-se transição epidemiológica e tem causado muitas mortes e incapacidades na população idosa, morbimortalidades. Os setores de atendimento à saúde não estão preparados em quantidade e qualidade para atender aos idosos (LIMA, 2006). Segundo Lopes (2000), o termo saúde implica todos os aspectos, como saneamento básico, educação, habitação, condição de trabalho e recreação. São medidas de promoção de saúde, antes do aparecimento da doença. Estudo de Veras (2002) foi exposto que pela população idosa apresentar ao final da vida mais problemas de saúde por causa das doenças crônicas, houve ampliação no consumo de serviços de saúde, tornando-se de alto custo. Lopes (2000) também refere observações a esse respeito, assinalando que as causas de morte em idosos para ambos os sexos são doença cerebrovascular, doença isquêmica do coração, neoplasmas malignos, doenças da circulação pulmonar, do coração, do aparelho respiratório. Fatores geradores de custos assistenciais. 17 As doenças infectocontagiosas são comuns em intercorrências infantis, de acordo com Gordilho (2000). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 64 Motta (2001) comprovou esse dado em seu estudo, pois o índice de custo de internação hospitalar, representado pela hospitalização por habitante/ano, foi de R$ 10,54 na faixa etária de 0 a 14 anos e, para idosos, esse valor se estabeleceu em R$ 59,40. Um dos fatores que contribuíram para esse aumento é o número de dias de internação gastos. Na faixa etária de 0 a 14 anos, o número de dias de internação em média correspondeu a 0,24 dias; para idosos, 1,27 dias. Em decorrência do iminente crescimento da população idosa, percebe-se demanda crescente pela utilização dos leitos hospitalares e, conseqüentemente, pelos serviços de saúde. Verificou-se que o índice de internação hospitalar de idosos foi de 31,78% (MOTTA, 2001). Segundo Sugahara (2005), entre os idosos é maior o número de homens que realizam internações hospitalares. Esse número é crescente com o avançar da idade. A procura por serviços de saúde para exames de rotina ou de prevenção corresponde a 4,5% das pessoas de 5 a 44 anos; para tratamento de reabilitação (entre esses, a fisioterapia), 1,9%; e por motivo de doença, 4,7%. Os percentuais elevam-se a partir dos 45 anos, atingindo respectivamente 13,0%, 5% e 14,6% da população com 75 anos ou mais de idade (SUGAHARA, 2005). Uma das causas dessa ocorrência é no Brasil se priorizar o atendimento ao agravo das doenças: “[...] apesar dessa efetiva expansão da atenção para a clientela idosa, o setor de atenção à saúde manteve a A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 65 organização do trabalho centrado no atendimento médico individual às doenças crônico-degenerativas, restringindose, em grande parte, a atendimentos médicos esporádicos de complicações. Isso decorre, em grande parte, do fato de a extensão da atenção à saúde no Brasil ainda se restringir ao acesso à assistência médica individual, sendo freqüente, nos serviços básicos, a redução do envelhecimento a um dos seus atributos: a doença crônica”. (LIMA, 2006, p. 96). O autor reafirma que os setores de saúde estão mais voltados ao aspecto curativo, ou seja, níveis secundário e terciário de atenção à saúde. Na maioria das vezes centrados na doença e não voltados ao idoso. Segundo documentos da OMS (1982), citados por Filho (2006), a busca por melhores condições de envelhecimento é denominada de promoção da saúde do idoso, ou seja, ações que se manifestam por alterações no estilo de vida e que resultam em redução do risco de adoecer e morrer. Por causa dessa realidade, torna-se importante novas atitudes para direcionar os setores de atendimento à saúde ao aspecto preventivo, diminuindo os índices descritos de internação hospitalar. É muito mais caro cuidar de uma população envelhecida doente do que cuidar de uma população envelhecida saudável (CAMARANO, 2006). Os setores de saúde devem se organizar para o Cuidar18. Esse Cuidar envolve humanização do atendimento à saúde. A humanização, por sua vez, visa aos 18 Cf. Ayres (2004): deve-se utilizar essa palavra como substantivo próprio quando faz referência ao Cuidado como designação de atenção à saúde. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 66 horizontes da felicidade humana associada às tecnociências da saúde. O profissional de saúde deve saber ouvir e interagir com os projetos de vida e os modos de ser dos humanos, para haver maior eficiência na recuperação (AYRES, 2004). As abordagens devem ser focadas na humanização. Os profissionais fisioterapeutas, no atendimento, devem interagir com as histórias de vida do paciente. O Cuidar é importante na prática profissional. Mas em relação às práticas de nível primário, ou seja, de prevenção, os fisioterapeutas têm desenvolvido papel de pouco destaque. As ações dos fisioterapeutas têm se baseado mais nos níveis secundário e terciário, ou seja, em clínicas ou hospitais (SAMPAIO, 2002). Tendo em vista esses fatores, a adoção de medidas preventivas no âmbito profissional do fisioterapeuta e outros profissionais de saúde, direcionadas ao contexto da longevidade, se caracteriza como prioritárias, para as pessoas envelhecerem de forma mais saudável e com melhor qualidade de vida19. É importante criar novos modelos assistenciais ou de prevenção, como a assistência domiciliar, que levem em conta a influência do valor histórico, cultural e psicológico no envelhecimento e nas situações de dependência. O contato pessoal que o profissional fisioterapeuta tem com o paciente idoso permite conhecer seu mundo e seus valores, fazendo com que sua voz seja incorporada à solução. 19 O termo qualidade de vida é mais geral e inclui variedade potencial maior de condições que podem afetar a percepção do indivíduo, seus sentimentos e comportamentos relacionados ao seu funcionamento diário, incluindo, mas não se limitando, à sua condição de saúde e às intervenções médicas (FLECK, 1999). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 67 As ações preventivas acontecem por meio da promoção de saúde. Sobre esse conceito, a carta de Ottawa, da Organização Mundial da Saúde, em l986 (citada por LIMA, 2006, p. 99), assinala: “O processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo-se uma maior participação no controle desse processo, assumindo que [...] É essencial capacitar-se as pessoas para aprender durante toda a vida, preparando-se para as diversas fases da existência, o que inclui o enfrentamento das doenças crônicas e causas externas [...]”. As pessoas devem ser educadas por meio de ações preventivas, que visem ao não acometimento ou diminuição dos efeitos das doenças crônicodegenerativas, ao longo da vida. Várias medidas preventivas são realizadas somente quando se está com algum dos fatores agravantes para o acometimento das doenças crônico-degenerativas e quando já se é idoso. A mudança dessa prática se torna relevante Como o envelhecimento tem dimensões não somente biológicas, mas principalmente socioeconômicas e culturais, fatores causadores de grande impacto na sociedade, faz-se necessário abordar esse contexto. Minayo (2006) recusa o pensamento de envelhecimento somente pelo critério biológico e idade cronológica. De acordo com Quaresma (2004, p. 3): “Nas sociedades contemporâneas, o substancial aumento da esperança de vida verificado durante o século XX, associado às profundas mudanças societais que para ele concorreram, A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 68 fez emergir o envelhecimento e a velhice como questão social”. A autora continua: “O envelhecimento é hoje um fenômeno estruturante das sociedades contemporâneas. Está associado a profundas mudanças sociais, econômicas e culturais, indutoras de novas formas da relação de reciprocidade sociedade/sujeito” (2006, p. 49). Infelizmente os governantes e a sociedade de maneira geral ainda não perceberam tal magnitude: o envelhecimento é estrutural e estruturante de uma sociedade. Alguns autores, mesmo ainda timidamente, destacam o envelhecimento como um trunfo. Lima (2001), por exemplo, chama a atenção para a reflexão e a unificação sobre os diversos conhecimentos, tendo em vista as diversas demandas da longevidade. O envelhecimento e a longevidade realmente se tornam trunfos, e não fardos. Atualmente, esses aspectos são fundamentais, pois mostram a longevidade como fator de característica biopsicossocial. O processo de envelhecimento humano deve ser visto de maneira heterogênea e de forma singular, evitando-se visões compartimentalizadas (COSTA, 2003). Na realidade, enquanto a sociedade não perceber que o envelhecimento é estruturante dela mesma, o impacto será maior. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes EZA REDORAT - Ontem, aos 99 Catanduva. Filha do sr. Miquel de d. Rita Maria Redorat, faleciiúva e irmã de d. Alzira Redorat, xa sobrinhas e sobrinhos. O enrealizado hoje, às 11 horas, no Nossa Senhora do Carmo naquela A (Delica) MESSAS BITAR - Aos Viúva do com. Jorge Bittar, deixa NA MARTHA DE MELLO - Aos Viúva do sr. Accindino Fernandes deixa filhos. RALDA ROSSINI CALIA - Aos 92 va do sr. Gaspar Calia, deixa fi- NA YARID ALBUQUERQUE DE - Aos 85 anos. Viúva do sr. Linnêu que de Barros, deixa filhos, nora, etos e bisneto. A missa de sétimo elebrada no dia 3, às 19h30, na maculada Conceição, na Avenida o Luís Antonio. A MONTEIRO LIMA - Aos 81 ada com o sr. Álvaro Lima, deixa D. MARIA BEZERRA DE ARAUJO - Ontem, aos 83 anos. Deixa fllhos. O enterro realizou-se ontem mesmo, à tarde, no Cemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra. D. ESCOLASTICA BRAGATO MARETO - Aos 80 anos. Viúva do sr. Miguel Mareto, deixa filhas. D. MARIA ALICE ZAVITOSCKI MARIANO DA COSTA - Aos 77 anos. Casada com o sr. Jayme Mariano da Costa, não deixa filhos. D. JUDITH BARTHOLMEU ALVES - Aos 77 anos. Viúva do sr. Diomedes Alves, deixa filhos. D. APPARECIDA NICOLINI MARTINS - Aos 73 anos. Casada com o sr. Pascoal Martins, deixa filhos. OSWALDO MAZULLI - Aos 89 anos. Casado com d. Tereza de Jesus Bernacci Marzulli, deixa filhos. MANOEL DELFINO - Aos 86 anos. Casado com d. Benedita Tracanella Delfino, deixa filhos. JOAQUIM AUGUSTO DE SOUZA - Aos 86 anos. Viúvo de d. Julieta Della Santa de Souza, deixa filha. HELIO FAGGI - Aos 79 anos. Viúvo de d. Guiomar Magutti Faggi, deixa filhos. ANTONIO GOMES - Aos 71 anos. Casado com d. Antonia Mendes Gomes, deixa filhos. ABENICIO JOSÉ DOS SANTOS - Aos 70 anos. Casado com d. Maria Lourdes Silva dos Santos, deixa filho. LOURIVAL VIEIRA DA SILVA - Aos 69 anos. Casado com d. Erna Vieira da Silva, deixa filhas. D. THEREZA REDORAT - Ontem, aos 99 anos, em Catanduva. Filha do sr. Miquel Redorat e de d. Rita Maria Redorat, falecidos, era viúva e irmã de d. Alzira Redorat, viúva. Deixa sobrinhas e sobrinhos. O enterro será realizado hoje, às 11 horas, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo naquela cidade. D. ADÉLIA (Delica) MESSAS BITAR - Aos 93 anos. Viúva do com. Jorge Bittar, deixa filhos. D. JORGINA MARTHA DE MELLO - Aos 93 anos. Viúva do sr. Accindino Fernandes de Mello, deixa filhos. D. ESMERALDA ROSSINI CALIA - Aos 92 anos. Viúva do sr. Gaspar Calia, deixa filhos. D. HELENA YARID ALBUQUERQUE DE BARROS - Aos 85 anos. Viúva do sr. Linnêu Albuquerque de Barros, deixa filhos, nora, genros, netos e bisneto. A missa de sétimo dia será celebrada no dia 3, às 19h30, na igreja da lmaculada Conceição, na Avenida Brigadeiro Luís Antonio. D. IZALDA MONTEIRO LIMA - Aos 81 anos. Casada com o sr. Álvaro Lima, deixa filhas. D. HELENA DA SILVA LUNA - Aos 79 anos. Viúva, deixa filhos. D. FABIA SEBASTIANA DE CASTRO SILVA Aos 79 anos. Viúva, não deixa filhos. D. IRACY LINS WANDERLEY - Aos 77 anos. Casada com o sr. Marinezio de Lima Wanderley, deixa filhos. D. APARECIDA MARTINS ANJO - Aos 73 anos. Casada com o sr. Osvaldo Ferreira Anjo, deixa filhos. D. ALAYDE GONÇALVES LOPES - Aos 73 anos. Casada com o sr. Luiz Lopes, deixa filhos. D. MARIA ALICE MASSETI - Aos 69 anos. Casada com o sr. Vicenzo Masseti, deixa filhos. D. DURVALINA APARECIDA SILVA DOS SANTOS - Aos 67 anos. Viúva do sr. Geronimo Manoel dos Santos, deixa filhos. JOSÉ REIS DE ALMEIDA - Aos 89 anos. Casado com d. Maria de Jesus, deixa filhos. BRUNO COSTENARO - Aos 74 anos. Viúva, deixa dois filhos. ANTONIO MARIA CLARET DE LIMA - Aos 70 anos. Deixa uma filha. EDMUNDO ORESTE DE FELICE - Aos 64 anos. Deixa mulher, filha, neta e irmãos. D. SALUA MACUL GATTÁS - Aos 85 anos. Viúva do sr. Hafed Gattás, deixa os filhos Omar, Regina, Sonia, Nelson, Cláudio e Vera Lúcia. Deixa ainda genro, noras e netos. No dia 6 (domingo), às 11 horas, na Igreja Presbiteriana do Jardim das Oliveiras, na Alameda Jaú, 752, será realizado culto em ação de graças. AMÉRICO ARNESI - Aos 93 anos. Viúvo de d. Adélia Piovan Arnesi, deixa filhos. NELSON DE SALLES OLIVEIRA - Aos 83 anos, em Brasília. Viúvo de d. Ineida Souza de Salles Oliveira, deixa filhos e netos. O enterro realizouse ontem, no cemitério local. D. SARA ZALCMAN - Ontem, aos 91 anos. Viúva do sr. Lejbus Zalcman, deixa filhos, nora, genro e irmãos. O enterro será realizado amanhã, às 10 horas, no Cemitério Israelita do Butantã. EDUARDO DOS SANTOS - Aos 91 anos. Viúvo de d. Holandina (Neca) O. dos Santos, deixa filhos, noras e netos. O enterro será realizado hoje, às 10 horas, no Cemitério do Morumbi. D. ANA GONÇALVES - Aos 95 anos. Viúva do sr. Adriano de Magalhães e Sousa, deixa filha. D. ELVIRA SABA BUCALEM – Aos 95 anos. Viúva do sr. Miguel Bucalem, deixa filhos. D. RAPHAELA MARQUES BARGE - Aos 92 anos. Viúva do sr. Caetano Marques Barge, deixa filhos. D. MARIA BEZERRA DE ARAUJO - Ontem, aos 83 anos. Deixa fllhos. O enterro realizou-se ontem mesmo, à tarde, no Cemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra. D. ESCOLASTICA BRAGATO MARETO - Aos 80 anos. Viúva do sr. Miguel Mareto, deixa filhas. D. MARIA ALICE ZAVITOSCKI MARIANO DA COSTA - Aos 77 anos. Casada com o sr. Jayme Mariano da Costa, não deixa filhos. D. JUDITH BARTHOLMEU ALVES - Aos 77 anos. Viúva do sr. Diomedes Alves, deixa filhos. D. APPARECIDA NICOLINI MARTINS - Aos 73 anos. Casada com o sr. Pascoal Martins, deixa filhos. OSWALDO MAZULLI - Aos 89 anos. Casado com d. Tereza de Jesus Bernacci Marzulli, deixa filhos. MANOEL DELFINO - Aos 86 anos. Casado com d. Benedita Tracanella Delfino, deixa filhos. JOAQUIM AUGUSTO DE SOUZA - Aos 86 anos. Viúvo de d. Julieta Della Santa de Souza, deixa filha. HELIO FAGGI - Aos 79 anos. Viúvo de d. Guiomar Magutti Faggi, deixa filhos. ANTONIO GOMES - Aos 71 anos. Casado com d. Antonia Mendes Gomes, deixa filhos. ABENICIO JOSÉ DOS SANTOS - Aos 70 anos. Casado com d. Maria Lourdes Silva dos Santos, deixa filho. LOURIVAL VIEIRA DA SILVA - Aos 69 anos. Casado com d. Erna Vieira da Silva, deixa filhas. D. THEREZA REDORAT - Ontem, aos 99 anos, em Catanduva. Filha do sr. Miquel Redorat e de d. Rita Maria Redorat, falecidos, era viúva e irmã de d. Alzira Redorat, viúva. Deixa sobrinhas e sobrinhos. O enterro será realizado hoje, às 11 horas, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo naquela cidade. D. ADÉLIA (Delica) MESSAS BITAR - Aos 93 anos. Viúva do com. Jorge Bittar, deixa filhos. D. JORGINA MARTHA DE MELLO - Aos 93 anos. Viúva do sr. Accindino Fernandes de Mello, deixa filhos. D. ESMERALDA ROSSINI CALIA - Aos 92 anos. Viúva do sr. Gaspar Calia, deixa filhos. D. HELENA YARID ALBUQUERQUE DE BARROS - Aos 85 anos. Viúva do sr. Linnêu Albuquerque de Barros, deixa filhos, nora, genros, netos e bisneto. A missa de sétimo dia será celebrada no dia 3, às 19h30, na igreja da lmaculada Conceição, na Avenida Brigadeiro Luís Antonio. D. IZALDA MONTEIRO LIMA - Aos 81 anos. Casada com o sr. Álvaro Lima, deixa filhas. D. HELENA DA SILVA LUNA - Aos 79 anos. Viúva, deixa filhos. D. FABIA SEBASTIANA DE CASTRO SILVA Aos 79 anos. Viúva, não deixa filhos. D. IRACY LINS WANDERLEY - Aos 77 anos. Casada com o sr. Marinezio de Lima Wanderley, deixa filhos. D. APARECIDA MARTINS ANJO - Aos 73 anos. Casada com o sr. Osvaldo Ferreira Anjo, deixa filhos. D. ALAYDE GONÇALVES LOPES - Aos 73 anos. Casada com o sr. Luiz Lopes, deixa filhos. D. MARIA ALICE MASSETI - Aos 69 anos. Casada com o sr. Vicenzo Masseti, deixa filhos. D. DURVALINA APARECIDA SILVA DOS SANTOS - Aos 67 anos. Viúva do sr. Geronimo Manoel JOSÉ REIS DE ALMEIDA - Aos do com d. Maria de Jesus, deixa BRUNO COSTENARO - Aos deixa dois filhos. ANTONIO MARIA CLARET DE anos. Deixa uma filha. EDMUNDO ORESTE DE FELIC Deixa mulher, filha, neta e irmão D. SALUA MACUL GATTÁS - A va do sr. Hafed Gattás, deixa os gina, Sonia, Nelson, Cláudio e V ainda genro, noras e netos. No às 11 horas, na Igreja Presbiteria Oliveiras, na Alameda Jaú, 752, s to em ação de graças. AMÉRICO ARNESI - Aos 93 a Adélia Piovan Arnesi, deixa filho NELSON DE SALLES OLIVEIR em Brasília. Viúvo de d. Ineida Oliveira, deixa filhos e netos. O se ontem, no cemitério local. D. SARA ZALCMAN - Ontem, a va do sr. Lejbus Zalcman, deixa ro e irmãos. O enterro será realiz 10 horas, no Cemitério Israelita d EDUARDO DOS SANTOS - Ao de d. Holandina (Neca) O. dos lhos, noras e netos. O enterro ser às 10 horas, no Cemitério do Mo D. ANA GONÇALVES - Aos 95 sr. Adriano de Magalhães e Sou D. ELVIRA SABA BUCALEM Viúva do sr. Miguel Bucalem, de D. RAPHAELA MARQUES BA anos. Viúva do sr. Caetano Marq filhos. D. MARIA BEZERRA DE ARAU 83 anos. Deixa fllhos. O enterro tem mesmo, à tarde, no Cemité Horto da Paz, em Itapecerica da D. ESCOLASTICA BRAGATO 80 anos. Viúva do sr. Miguel Mar D. MARIA ALICE ZAVITOSCK COSTA - Aos 77 anos. Casada Mariano da Costa, não deixa filh D. JUDITH BARTHOLMEU A anos. Viúva do sr. Diomedes Alv D. APPARECIDA NICOLINI MA anos. Casada com o sr. Pascoa filhos. OSWALDO MAZULLI - Aos 8 com d. Tereza de Jesus Bernacc filhos. MANOEL DELFINO - Aos 86 an d. Benedita Tracanella Delfino, d JOAQUIM AUGUSTO DE SOUZ Viúvo de d. Julieta Della Santa filha. HELIO FAGGI - Aos 79 anos. Viú Magutti Faggi, deixa filhos. ANTONIO GOMES - Aos 71 an d. Antonia Mendes Gomes, deix ABENICIO JOSÉ DOS SANTO Casado com d. Maria Lourdes S deixa filho. LOURIVAL VIEIRA DA SILVA Casado com d. Erna Vieira da S D. THEREZA REDORAT - Onte em Catanduva. Filha do sr. Miqu d. Rita Maria Redorat, falecidos, de d. Alzira Redorat, viúva. De sobrinhos. O enterro será realiz horas, no Cemitério Nossa Senho quela cidade. D. ADÉLIA (Delica) MESSAS anos. Viúva do com. Jorge Bitta D. JORGINA MARTHA DE M anos. Viúva do sr. Accindino Fern deixa filhos. D. ESMERALDA ROSSINI CAL Viúva do sr. Gaspar Calia, deixa D. HELENA YARID ALBUQUE ROS - Aos 85 anos. Viúva Albuquerque de Barros, deixa f ros, netos e bisneto. A missa de celebrada no dia 3, às 19h3 lmaculada Conceição, na Avenid Antonio. III Parte - Potencialidades na longevidade A DA SILVA LUNA - Aos 79 anos. xa filhos. SEBASTIANA DE CASTRO SIL79 anos. Viúva, não deixa filhos. Y LINS WANDERLEY - Aos 77 ada com o sr. Marinezio de Lima y, deixa filhos. ECIDA MARTINS ANJO - Aos 73 sada com o sr. Osvaldo Ferreira a filhos. DE GONÇALVES LOPES - Aos Casada com o sr. Luiz Lopes, dei- ALICE MASSETI - Aos 69 anos. om o sr. Vicenzo Masseti, deixa ALINA APARECIDA SILVA DOS - Aos 67 anos. Viúva do sr. Manoel dos Santos, deixa filhos. IS DE ALMEIDA - Aos 89 anos. om d. Maria de Jesus, deixa filhos. COSTENARO - Aos 74 anos. Viúdois filhos. MARIA CLARET DE LIMA - Aos Deixa uma filha. O ORESTE DE FELICE - Aos 64 xa mulher, filha, neta e irmãos. A MACUL GATTÁS - Aos 85 anos. sr. Hafed Gattás, deixa os filhos ina, Sonia, Nelson, Cláudio e Vera xa ainda genro, noras e netos. No mingo), às 11 horas, na Igreja ana do Jardim das Oliveiras, na Jaú, 752, será realizado culto em raças. O ARNESI - Aos 93 anos. Viúvo a Piovan Arnesi, deixa filhos. DE SALLES OLIVEIRA - Aos 83 Brasília. Viúvo de d. Ineida Souza Oliveira, deixa filhos e netos. O alizou-se ontem, no cemitério lo- ZALCMAN - Ontem, aos 91 anos. sr. Lejbus Zalcman, deixa filhos, o e irmãos. O enterro será realinhã, às 10 horas, no Cemitério o Butantã. O DOS SANTOS - Aos 91 anos. d. Holandina (Neca) O. dos Sanfilhos, noras e netos. O enterro ado hoje, às 10 horas, no Cemiorumbi. ONÇALVES - Aos 95 anos. ViúAdriano de Magalhães e Sousa, A SABA BUCALEM – Aos 95 va do sr. Miguel Bucalem, deixa AELA MARQUES BARGE - Aos Viúva do sr. Caetano Marques xa filhos. 70 III PARTE: POTENCIALIDADES NA LONGEVIDADE 3.1. A velhice e seus aspectos N ão há como fugir da velhice, pois é etapa de vida, o epílogo da maioria da humanidade (HILLMAN, 2001). A certeza implica reflexão: na longevidade está implícito o benefício de mais anos alcançados. Até que ponto esse processo é somente benigno? Baltes (2002) cita, em um de seus trabalhos, as boas novidades para a terceira idade20, e novidades não assim tão boas ou más para a quarta idade21 ou velhice avançada. A transição da terceira para a quarta idade acontece em diferentes anos para os diversos tipos de idosos, a depender da condição socioeconômica e qualidade de vida. O início da quarta idade se dá dos 80 aos 85 anos de idade (BALTES, 2002). 20 A expressão terceira idade é eufemismo para designar também a velhice. Cf. Baltes (2002), os termos terceira e quarta idades foram criados por Neugarten (1974) e pelo historiador Laslett (1991). 21 A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 71 Baltes (2002, p.12) também cita as novidades “não assim tão boas ou más” da quarta idade (velhice avançada): • Consideráveis perdas em potencial cognitivo e em capacidade para aprender; • Aumento na síndrome do estresse crônico; • Considerável prevalência de demência (cerca de 50% entre os nonagenários); • Altos níveis de fragilidade, disfuncionalidade e multimorbilidade; • Morrer em idade avançada: com dignidade? • Perspectivas para o século XXI: a era da incompletude crônica da mente e do corpo? Hillman (2001) discute o prolongamento da vida, propondo que, se o tempo de vida maior somente acrescentar mais dias de sofrimento, com dor, tristeza e incapacidade, tem-se que rever a idéia de que tem-se somente benefícios. O que é dito como reflexão por Côrte (2005, p. 242), propondo algumas questões: “[...] Qual é a qualidade desse prolongamento da vida? Qual é a idéia do prolongamento da vida? Será que as pessoas se tornaram vítimas da sua própria idade?”. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 72 Baltes (2002, p. 12) é categórico ao destacar: • Aumento na expectativa de vida: mais pessoas vivendo mais; • Substancial potencial latente para melhor competência física e mental na velhice; • Sucessivas coortes e gerações mostram ganhos em competência física e mental; • Evidências de reservas cognitivo-emocionais da inteligência na velhice; • Mais pessoas envelhecendo bem; • Altos níveis de bem-estar emocional e pessoal (plasticidade do self22); • Estratégias efetivas para administrar os ganhos e as perdas da velhice. Para alguns autores, entre eles Netto (2001, p. 47-48): “[...] a terceira idade é o momento de melhor avaliação crítica da vida, em virtude das experiências acumuladas, tornando as pessoas mais detalhistas e pacientes. [...] crescem as oportunidades de realização e satisfação de muitas coisas que não puderam ser conseguidas quando se estava preso ou presa às obrigações profissionais e familiares”. 22 Baltes (2002) denomina self todo ajustamento pessoal às mudanças nas condições de vida, toda adaptação e reconstrução interna. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 73 Mas todos são unânimes ao questionar: o fato de se viver mais tem somente aspecto positivo de mais anos de vida alcançados? A esse respeito, Izquierdo (2002) suscita questões que a longevidade com saúde, alcançada pelos avanços da medicina, apresenta aspectos positivos. De acordo com o autor, com relação à existência, as perdas (pessoas que nunca mais serão vistas), de energia física, perda da potência sexual, de nível socioeconômico e de trabalho se mostram como aspectos não assim tão bons para o idoso. Fato corroborado por Quaresma (2004, p. 5): “Riscos sociais, ambientais e de saúde, que todos, e os mais velhos em particular, enfrentam num tempo mais longo e de forma mais persistente. Riscos de isolamento, de solidão, de incapacidades, de exclusão”. Destaca-se nos dizeres de Quaresma (2004) que esses acontecimentos são inerentes a todos, independentemente da idade. Puijalon (2003, p. 10), citado por Quaresma (2004, p.11), torna bem claro: “Pode-se estar isolado ou ter um sentimento de solidão em qualquer idade, como escreveu Emmanuel Lévinas: ‘A solidão é uma categoria do ser’. No entanto, quem diz velhice não diz forçosamente solidão. Mas, mesmo para os que a não conhecem, nesta idade ela é um horizonte temido”. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 74 Izquierdo (2002) questiona se a longevidade caminha simultaneamente à felicidade, com o fato de se sentir melhor, vontade de fazer coisas e emoções respeitadas. Os idosos muitas vezes não têm seus sentimentos considerados. Baltes (2002, p. 5) discorre, com uma lenda grega, sobre os aspectos não assim tão bons da longevidade: “[...] A lenda é sobre a deusa Eos (Aurora), que se apaixonou por um mortal, Títono, príncipe de Tróia. Sabendo-se imortal, Eos queria viver com ele e amá-lo para sempre. Imbuída desse sentimento, a deusa implorou a Zeus que fizesse com que seu amado se tornasse imortal. Zeus atendeu ao desejo de Eos e agraciou Títono com a vida eterna. Entretanto, o dom de Zeus não incluiu as outras condições desfrutadas pelos deuses gregos, a saber, a juventude e a vitalidade eternas. Então, apesar da imortalidade, Títono envelheceu como um ser humano comum: foi ficando cada vez mais frágil e, embora seu corpo continuasse vivo, sua mente morreu. Com muita dor no coração, Eos decidiu transferir o antigo amante para um quarto separado, onde, de acordo com a lenda, ele vegetou para sempre”. Para a dignidade humana, viver muito pode ter conseqüências desagradáveis, muitas perdas e poucos ganhos. Na sociedade moderna valoriza-se fortemente a juventude e marginaliza-se a velhice, considerada ausência de futuro e baixas perspectivas (BALTES, 2002; OLIVEIRA, 2006). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 75 A esse respeito, escreve Oliveira (2005, p. 232): “Considerando essa faixa etária defrontamo-nos com o crescente número de doenças crônico-degenerativas, o que, associado às precárias condições socioeconômicas e de acesso a tratamentos médicos tornam o sofrimento físico uma realidade em evidência. Esse sofrimento físico traz-nos um incômodo por nos fazer lembrar de nossa condição frágil de seres humanos, também vulneráveis a essa situação, já que a velhice é um tempo que nos aguarda”. A sociedade tende a personificar o que não é tão bom no envelhecimento, como a perda da vitalidade e todos os atributos tidos como sendo somente de idosos: rabugice, teimosia e mau humor, por exemplo. Essas características correlacionadas com o envelhecimento são defeitos do caráter. São aspectos inerentes aos indivíduos que os possuem e que quando se envelhece, somente se exacerbam. A esse respeito, Cícero, comentado por Hillman (2001, p. 49), discorre: “Os idosos são rabugentos, perturbados, nervosos e difíceis de serem contentados; [...] esses são defeitos do caráter, não da idade”. A sociedade não aceita surrar os idosos, mas muitas pessoas têm esse desejo. Com isso, os maus-tratos a idosos se disseminam com freqüência, pois em geral odeia-se envelhecer, e os idosos representam exatamente o que não se quer. Sem a idéia de caráter a longevidade se torna uma carga para a sociedade (HILLMAN, 2001). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 76 De acordo com Venter, citado por Côrte (2005, p. 244), o ideal é melhorar a qualidade da maneira de se viver em uma vida de duração normal, objetivo muito valioso. Para o século XXI, alguns cientistas vêem o envelhecimento com muito otimismo. Matilda White Riley, citada por Hayflick (1997, p. 325), disse: “[...] que as restrições na auto-expressão que hoje caracterizam a atitude da sociedade em relação aos idosos vão mudar”. Para Lima (2001, p. 24), a união dos idosos é o grande diferencial para as mudanças de estigmas: “[...] Unidos, ganharão força, coragem para reagirem ao estigma de velhice – de perdas, isolamento, incapacidade -, para se encaminharem e viverem o novo paradigma de velhice – de ganhos, de lutas, de participação, de autonomia [...]”. Segundo Netto (2001, p. 49): “Cada vez mais, os próprios idosos estão rejeitando as representações negativas a respeito da idade e vencendo os preconceitos, os estereótipos e as barreiras que cercam a sua condição [...]”. Vários setores da indústria, empresas de prestação de serviços e mídia têm descoberto nos idosos boa fonte de investimentos. Alguns equívocos a respeito A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 77 do consumidor idoso estão caindo por terra. O setor de turismo é um deles. Aposta no idoso e vê nesses bons consumidores (BERZINS, 2003). Em contraponto aos aspectos não assim tão bons da longevidade e velhice, Hillman (2001) cita como benefício de se viver muito a possibilidade de se conhecer os bisnetos. Quaresma (2004, p. 4) discorre sobre a longevidade: “Os seniores de hoje são a primeira geração de idosos, reformados, a experienciar viver uma idade adulta prolongada, marcada pela coexistência da diversidade e complexidade dos papéis. É um dado novo poder ser simultaneamente filho, neto, pai, avô, professor e aluno, apoio, ajuda para o outro e apoiado, ajudado por outros”. Com o envelhecimento a descoberta de novas possibilidades deve ser pensada. Não se pode encarar o envelhecimento como somente fase de perdas funcionais e incapacidades, como dito anteriormente. Existe a necessidade de contrageneralização de velhice, desconstruindo a velhice genérica e mostrando os vários jeitos de se envelhecer (MERCADANTE, 2005). A longevidade remete a importância de ressignificações e novas aprendizagens. E, para isso, existe a plasticidade cerebral23. De acordo com Lima (2001, p. 17): “Aumentar a capacidade mental do indivíduo, ajudando-o a concentrar-se, sintonizar habilidades sensório-motoras, mantê-lo motivado, melhorar a memória, acelerar o tempo 23 Os neurocientistas adotam o termo plasticidade cerebral para a capacidade do cérebro em ser dinâmico, crescer e mudar todo o tempo (LIMA, 2001). A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 78 de reação, diminuir o estresse, evitar o envelhecimento cerebral são metas que pretendem ser alcançadas com o novo conhecimento da plasticidade cerebral”. Em conseqüência da capacidade do cérebro abrir novos caminhos, o idoso pode, na velhice, desvelar novos horizontes. A esse respeito enfatiza Lima (2001, p. 22): “Mediante esse quadro e com a visão da plasticidade cerebral, abre-se um novo caminho que o idoso pode percorrer: ir ou voltar aos bancos escolares, como uma estimulação para desenvolver sua inteligência e seu cérebro. A questão hoje é: use o cérebro ou perca-o!”. A aprendizagem é processo contínuo que se faz ao longo da vida. Iniciase nos primeiros minutos da vida e estende-se por toda a existência. De acordo com Valente (2001, p. 37): “Aprendizagem continuada ao longo da vida significa que, se uma pessoa tem o desejo de aprender, ela terá condições de fazê-lo, independentemente de onde e quando isso ocorre”. A conscientização sobre a possibilidade de aprendizagem na velhice é importante ferramenta na abordagem de qualquer profissional e no cuidado diário do familiar com o idoso. O idoso é tido, na maioria das vezes, como indivíduo sem capacidade de aprender. O potencial para a aprendizagem é mantido ao longo da vida. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 79 Segundo Valente (2001, p. 39-40): “[...] Para estimular a aprendizagem ao longo da vida é necessário resgatar, o mais rápido possível, as potencialidades que as pessoas têm para aprender e ser agentes de aprendizagem, criando oportunidades para que elas possam colocar em prática esses potenciais de modo consciente [...]”. São grandes as mudanças nos idosos quando têm acesso ao saber (LIMA, 2001). Os benefícios incluem a não ociosidade, decorrente da aposentadoria, e também a chance de aprender em um mundo de constante informatização, no qual a velocidade da informação não tem limite. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes EZA REDORAT - Ontem, aos 99 Catanduva. Filha do sr. Miquel de d. Rita Maria Redorat, faleciiúva e irmã de d. Alzira Redorat, xa sobrinhas e sobrinhos. O enrealizado hoje, às 11 horas, no Nossa Senhora do Carmo naquela A (Delica) MESSAS BITAR - Aos Viúva do com. Jorge Bittar, deixa NA MARTHA DE MELLO - Aos Viúva do sr. Accindino Fernandes deixa filhos. RALDA ROSSINI CALIA - Aos 92 va do sr. Gaspar Calia, deixa fi- NA YARID ALBUQUERQUE DE - Aos 85 anos. Viúva do sr. Linnêu que de Barros, deixa filhos, nora, etos e bisneto. A missa de sétimo elebrada no dia 3, às 19h30, na maculada Conceição, na Avenida o Luís Antonio. A MONTEIRO LIMA - Aos 81 ada com o sr. Álvaro Lima, deixa D. MARIA BEZERRA DE ARAUJO - Ontem, aos 83 anos. Deixa fllhos. O enterro realizou-se ontem mesmo, à tarde, no Cemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra. D. ESCOLASTICA BRAGATO MARETO - Aos 80 anos. Viúva do sr. Miguel Mareto, deixa filhas. D. MARIA ALICE ZAVITOSCKI MARIANO DA COSTA - Aos 77 anos. Casada com o sr. Jayme Mariano da Costa, não deixa filhos. D. JUDITH BARTHOLMEU ALVES - Aos 77 anos. Viúva do sr. Diomedes Alves, deixa filhos. D. APPARECIDA NICOLINI MARTINS - Aos 73 anos. Casada com o sr. Pascoal Martins, deixa filhos. OSWALDO MAZULLI - Aos 89 anos. Casado com d. Tereza de Jesus Bernacci Marzulli, deixa filhos. MANOEL DELFINO - Aos 86 anos. Casado com d. Benedita Tracanella Delfino, deixa filhos. JOAQUIM AUGUSTO DE SOUZA - Aos 86 anos. Viúvo de d. Julieta Della Santa de Souza, deixa filha. HELIO FAGGI - Aos 79 anos. Viúvo de d. Guiomar Magutti Faggi, deixa filhos. ANTONIO GOMES - Aos 71 anos. Casado com d. Antonia Mendes Gomes, deixa filhos. ABENICIO JOSÉ DOS SANTOS - Aos 70 anos. Casado com d. Maria Lourdes Silva dos Santos, deixa filho. LOURIVAL VIEIRA DA SILVA - Aos 69 anos. Casado com d. Erna Vieira da Silva, deixa filhas. D. THEREZA REDORAT - Ontem, aos 99 anos, em Catanduva. Filha do sr. Miquel Redorat e de d. Rita Maria Redorat, falecidos, era viúva e irmã de d. Alzira Redorat, viúva. Deixa sobrinhas e sobrinhos. O enterro será realizado hoje, às 11 horas, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo naquela cidade. D. ADÉLIA (Delica) MESSAS BITAR - Aos 93 anos. Viúva do com. Jorge Bittar, deixa filhos. D. JORGINA MARTHA DE MELLO - Aos 93 anos. Viúva do sr. Accindino Fernandes de Mello, deixa filhos. D. ESMERALDA ROSSINI CALIA - Aos 92 anos. Viúva do sr. Gaspar Calia, deixa filhos. D. HELENA YARID ALBUQUERQUE DE BARROS - Aos 85 anos. Viúva do sr. Linnêu Albuquerque de Barros, deixa filhos, nora, genros, netos e bisneto. A missa de sétimo dia será celebrada no dia 3, às 19h30, na igreja da lmaculada Conceição, na Avenida Brigadeiro Luís Antonio. D. IZALDA MONTEIRO LIMA - Aos 81 anos. Casada com o sr. Álvaro Lima, deixa filhas. D. HELENA DA SILVA LUNA - Aos 79 anos. Viúva, deixa filhos. D. FABIA SEBASTIANA DE CASTRO SILVA Aos 79 anos. Viúva, não deixa filhos. D. IRACY LINS WANDERLEY - Aos 77 anos. Casada com o sr. Marinezio de Lima Wanderley, deixa filhos. D. APARECIDA MARTINS ANJO - Aos 73 anos. Casada com o sr. Osvaldo Ferreira Anjo, deixa filhos. D. ALAYDE GONÇALVES LOPES - Aos 73 anos. Casada com o sr. Luiz Lopes, deixa filhos. D. MARIA ALICE MASSETI - Aos 69 anos. Casada com o sr. Vicenzo Masseti, deixa filhos. D. DURVALINA APARECIDA SILVA DOS SANTOS - Aos 67 anos. Viúva do sr. Geronimo Manoel dos Santos, deixa filhos. JOSÉ REIS DE ALMEIDA - Aos 89 anos. Casado com d. Maria de Jesus, deixa filhos. BRUNO COSTENARO - Aos 74 anos. Viúva, deixa dois filhos. ANTONIO MARIA CLARET DE LIMA - Aos 70 anos. Deixa uma filha. EDMUNDO ORESTE DE FELICE - Aos 64 anos. Deixa mulher, filha, neta e irmãos. D. SALUA MACUL GATTÁS - Aos 85 anos. Viúva do sr. Hafed Gattás, deixa os filhos Omar, Regina, Sonia, Nelson, Cláudio e Vera Lúcia. Deixa ainda genro, noras e netos. No dia 6 (domingo), às 11 horas, na Igreja Presbiteriana do Jardim das Oliveiras, na Alameda Jaú, 752, será realizado culto em ação de graças. AMÉRICO ARNESI - Aos 93 anos. Viúvo de d. Adélia Piovan Arnesi, deixa filhos. NELSON DE SALLES OLIVEIRA - Aos 83 anos, em Brasília. Viúvo de d. Ineida Souza de Salles Oliveira, deixa filhos e netos. O enterro realizouse ontem, no cemitério local. D. SARA ZALCMAN - Ontem, aos 91 anos. Viúva do sr. Lejbus Zalcman, deixa filhos, nora, genro e irmãos. O enterro será realizado amanhã, às 10 horas, no Cemitério Israelita do Butantã. EDUARDO DOS SANTOS - Aos 91 anos. Viúvo de d. Holandina (Neca) O. dos Santos, deixa filhos, noras e netos. O enterro será realizado hoje, às 10 horas, no Cemitério do Morumbi. D. ANA GONÇALVES - Aos 95 anos. Viúva do sr. Adriano de Magalhães e Sousa, deixa filha. D. ELVIRA SABA BUCALEM – Aos 95 anos. Viúva do sr. Miguel Bucalem, deixa filhos. D. RAPHAELA MARQUES BARGE - Aos 92 anos. Viúva do sr. Caetano Marques Barge, deixa filhos. D. MARIA BEZERRA DE ARAUJO - Ontem, aos 83 anos. Deixa fllhos. O enterro realizou-se ontem mesmo, à tarde, no Cemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra. D. ESCOLASTICA BRAGATO MARETO - Aos 80 anos. Viúva do sr. Miguel Mareto, deixa filhas. D. MARIA ALICE ZAVITOSCKI MARIANO DA COSTA - Aos 77 anos. Casada com o sr. Jayme Mariano da Costa, não deixa filhos. D. JUDITH BARTHOLMEU ALVES - Aos 77 anos. Viúva do sr. Diomedes Alves, deixa filhos. D. APPARECIDA NICOLINI MARTINS - Aos 73 anos. Casada com o sr. Pascoal Martins, deixa filhos. OSWALDO MAZULLI - Aos 89 anos. Casado com d. Tereza de Jesus Bernacci Marzulli, deixa filhos. MANOEL DELFINO - Aos 86 anos. Casado com d. Benedita Tracanella Delfino, deixa filhos. JOAQUIM AUGUSTO DE SOUZA - Aos 86 anos. Viúvo de d. Julieta Della Santa de Souza, deixa filha. HELIO FAGGI - Aos 79 anos. Viúvo de d. Guiomar Magutti Faggi, deixa filhos. ANTONIO GOMES - Aos 71 anos. Casado com d. Antonia Mendes Gomes, deixa filhos. ABENICIO JOSÉ DOS SANTOS - Aos 70 anos. Casado com d. Maria Lourdes Silva dos Santos, deixa filho. LOURIVAL VIEIRA DA SILVA - Aos 69 anos. Casado com d. Erna Vieira da Silva, deixa filhas. D. THEREZA REDORAT - Ontem, aos 99 anos, em Catanduva. Filha do sr. Miquel Redorat e de d. Rita Maria Redorat, falecidos, era viúva e irmã de d. Alzira Redorat, viúva. Deixa sobrinhas e sobrinhos. O enterro será realizado hoje, às 11 horas, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo naquela cidade. D. ADÉLIA (Delica) MESSAS BITAR - Aos 93 anos. Viúva do com. Jorge Bittar, deixa filhos. D. JORGINA MARTHA DE MELLO - Aos 93 anos. Viúva do sr. Accindino Fernandes de Mello, deixa filhos. D. ESMERALDA ROSSINI CALIA - Aos 92 anos. Viúva do sr. Gaspar Calia, deixa filhos. D. HELENA YARID ALBUQUERQUE DE BARROS - Aos 85 anos. Viúva do sr. Linnêu Albuquerque de Barros, deixa filhos, nora, genros, netos e bisneto. A missa de sétimo dia será celebrada no dia 3, às 19h30, na igreja da lmaculada Conceição, na Avenida Brigadeiro Luís Antonio. D. IZALDA MONTEIRO LIMA - Aos 81 anos. Casada com o sr. Álvaro Lima, deixa filhas. D. HELENA DA SILVA LUNA - Aos 79 anos. Viúva, deixa filhos. D. FABIA SEBASTIANA DE CASTRO SILVA Aos 79 anos. Viúva, não deixa filhos. D. IRACY LINS WANDERLEY - Aos 77 anos. Casada com o sr. Marinezio de Lima Wanderley, deixa filhos. D. APARECIDA MARTINS ANJO - Aos 73 anos. Casada com o sr. Osvaldo Ferreira Anjo, deixa filhos. D. ALAYDE GONÇALVES LOPES - Aos 73 anos. Casada com o sr. Luiz Lopes, deixa filhos. D. MARIA ALICE MASSETI - Aos 69 anos. Casada com o sr. Vicenzo Masseti, deixa filhos. D. DURVALINA APARECIDA SILVA DOS SANTOS - Aos 67 anos. Viúva do sr. Geronimo Manoel JOSÉ REIS DE ALMEIDA - Aos do com d. Maria de Jesus, deixa BRUNO COSTENARO - Aos deixa dois filhos. ANTONIO MARIA CLARET DE anos. Deixa uma filha. EDMUNDO ORESTE DE FELIC Deixa mulher, filha, neta e irmão D. SALUA MACUL GATTÁS - A va do sr. Hafed Gattás, deixa os gina, Sonia, Nelson, Cláudio e V ainda genro, noras e netos. No às 11 horas, na Igreja Presbiteria Oliveiras, na Alameda Jaú, 752, s to em ação de graças. AMÉRICO ARNESI - Aos 93 a Adélia Piovan Arnesi, deixa filho NELSON DE SALLES OLIVEIR em Brasília. Viúvo de d. Ineida Oliveira, deixa filhos e netos. O se ontem, no cemitério local. D. SARA ZALCMAN - Ontem, a va do sr. Lejbus Zalcman, deixa ro e irmãos. O enterro será realiz 10 horas, no Cemitério Israelita d EDUARDO DOS SANTOS - Ao de d. Holandina (Neca) O. dos lhos, noras e netos. O enterro ser às 10 horas, no Cemitério do Mo D. ANA GONÇALVES - Aos 95 sr. Adriano de Magalhães e Sou D. ELVIRA SABA BUCALEM Viúva do sr. Miguel Bucalem, de D. RAPHAELA MARQUES BA anos. Viúva do sr. Caetano Marq filhos. D. MARIA BEZERRA DE ARAU 83 anos. Deixa fllhos. O enterro tem mesmo, à tarde, no Cemité Horto da Paz, em Itapecerica da D. ESCOLASTICA BRAGATO 80 anos. Viúva do sr. Miguel Mar D. MARIA ALICE ZAVITOSCK COSTA - Aos 77 anos. Casada Mariano da Costa, não deixa filh D. JUDITH BARTHOLMEU A anos. Viúva do sr. Diomedes Alv D. APPARECIDA NICOLINI MA anos. Casada com o sr. Pascoa filhos. OSWALDO MAZULLI - Aos 8 com d. Tereza de Jesus Bernacc filhos. MANOEL DELFINO - Aos 86 an d. Benedita Tracanella Delfino, d JOAQUIM AUGUSTO DE SOUZ Viúvo de d. Julieta Della Santa filha. HELIO FAGGI - Aos 79 anos. Viú Magutti Faggi, deixa filhos. ANTONIO GOMES - Aos 71 an d. Antonia Mendes Gomes, deix ABENICIO JOSÉ DOS SANTO Casado com d. Maria Lourdes S deixa filho. LOURIVAL VIEIRA DA SILVA Casado com d. Erna Vieira da S D. THEREZA REDORAT - Onte em Catanduva. Filha do sr. Miqu d. Rita Maria Redorat, falecidos, de d. Alzira Redorat, viúva. De sobrinhos. O enterro será realiz horas, no Cemitério Nossa Senho quela cidade. D. ADÉLIA (Delica) MESSAS anos. Viúva do com. Jorge Bitta D. JORGINA MARTHA DE M anos. Viúva do sr. Accindino Fern deixa filhos. D. ESMERALDA ROSSINI CAL Viúva do sr. Gaspar Calia, deixa D. HELENA YARID ALBUQUE ROS - Aos 85 anos. Viúva Albuquerque de Barros, deixa f ros, netos e bisneto. A missa de celebrada no dia 3, às 19h3 lmaculada Conceição, na Avenid Antonio. Última Parte - Algumas Reflexões A DA SILVA LUNA - Aos 79 anos. xa filhos. SEBASTIANA DE CASTRO SIL79 anos. Viúva, não deixa filhos. Y LINS WANDERLEY - Aos 77 ada com o sr. Marinezio de Lima y, deixa filhos. ECIDA MARTINS ANJO - Aos 73 sada com o sr. Osvaldo Ferreira a filhos. DE GONÇALVES LOPES - Aos Casada com o sr. Luiz Lopes, dei- ALICE MASSETI - Aos 69 anos. om o sr. Vicenzo Masseti, deixa ALINA APARECIDA SILVA DOS - Aos 67 anos. Viúva do sr. Manoel dos Santos, deixa filhos. IS DE ALMEIDA - Aos 89 anos. om d. Maria de Jesus, deixa filhos. COSTENARO - Aos 74 anos. Viúdois filhos. MARIA CLARET DE LIMA - Aos Deixa uma filha. O ORESTE DE FELICE - Aos 64 xa mulher, filha, neta e irmãos. A MACUL GATTÁS - Aos 85 anos. sr. Hafed Gattás, deixa os filhos ina, Sonia, Nelson, Cláudio e Vera xa ainda genro, noras e netos. No mingo), às 11 horas, na Igreja ana do Jardim das Oliveiras, na Jaú, 752, será realizado culto em raças. O ARNESI - Aos 93 anos. Viúvo a Piovan Arnesi, deixa filhos. DE SALLES OLIVEIRA - Aos 83 Brasília. Viúvo de d. Ineida Souza Oliveira, deixa filhos e netos. O alizou-se ontem, no cemitério lo- ZALCMAN - Ontem, aos 91 anos. sr. Lejbus Zalcman, deixa filhos, o e irmãos. O enterro será realinhã, às 10 horas, no Cemitério o Butantã. O DOS SANTOS - Aos 91 anos. d. Holandina (Neca) O. dos Sanfilhos, noras e netos. O enterro ado hoje, às 10 horas, no Cemiorumbi. ONÇALVES - Aos 95 anos. ViúAdriano de Magalhães e Sousa, A SABA BUCALEM – Aos 95 va do sr. Miguel Bucalem, deixa AELA MARQUES BARGE - Aos Viúva do sr. Caetano Marques xa filhos. 81 ÚLTIMA PARTE: ALGUMAS REFLEXÕES A maior longevidade alcançada pelos idosos implica reflexões. A morte é uma importante etapa para os seres humanos. De maneira alguma se pretende relacionar a velhice à iminência da morte. Afinal, ela, a morte, não é “exclusivista” e não escolhe somente os velhos. Pelas palavras de Monteiro (2005, p. 80): “Assim, a maior longevidade acabou por nos deixar marcas da foice da morte. De tanto tentar esquivar-se dela ficamos lesados, feridos, desconhecendo o saborear”. O filósofo francês Jean Baudrillard, citado por Côrte (2005, p. 255), também reflete: “[...] existe algo oculto em nós: a nossa morte, mas algo mais está escondido, aguardando-nos dentro de cada uma de nossas células: o esquecimento da morte”. Esse trecho obriga a pensar na importância da morte para cada ser vivo. Como toda fase, nascimento, crescimento e reprodução, a morte também faz parte da A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 82 vida e não deve ser esquecida e negligenciada. Monteiro (2005, p. 78) disse: “Viver, envelhecer e morrer são processos que nos permitem estar cada vez mais perto de nós mesmos”. Segundo esse mesmo autor,“a vida gera, alimenta, consome e nos entrega à morte. Durante o processo de viver passamos por constantes ciclos de renovação” (2005, p. 57). Monteiro (2005, p. 62) cita o Livro Eclesiastes: “Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de edificar; tempo de chorar, e tempo de rir, tempo de prantear, e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar, tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deixar ir; tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz”. O tempo é dado para todos, ceifado pela morte em várias fases da vida, não só na velhice. Ser velho, portanto, significa ter conquistado um pouco mais de tempo. Em nossa sociedade, a morte é considerada uma derrota, como tudo aquilo pelo qual se deve lutar, e não ceder jamais. Diversas pessoas, com algum tipo A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 83 de doença ainda incurável pela medicina tradicional, são vangloriadas quando escapam da morte, caso consigam se curar. Diferentemente da cultura ocidental, em algumas culturas orientais a morte é celebrada. Monteiro (2005, p. 79) destaca: “Aceitar a morte passou a significar covardia em nossa cultura, símbolo de fraqueza [...]”. Py e Oliveira (2004, p. 137) citados por Oliveira (2006), dizem: “Velhice e morte, são desse modo, banidas do discurso oficial, uma vez que velhos e mortos, por não mais se constituírem como força de produção, passam a representar o subproduto do sistema: os primeiros por terem se tornado falíveis, os segundos por radicalizarem essa condição. A morte, constituindo-se como símbolo do fracasso – e, portanto, de vergonha”. Todos esses dizeres vêm também ao encontro do objeto de estudo desta pesquisa, as notas de falecimento. A morte é importante etapa a ser vivenciada, e não algo mórbido. É o destino mais certo e menos aceito para todo ser humano, independentemente da idade. Assim como a velhice, ela é sempre pensada por experiências vivenciadas somente por outros e não pelo eu. O outro envelhece e morre, não eu. Somente observo como “mero espectador” (OLIVEIRA, 2006). Monteiro (2005, p. 57) enfatiza: “Como todos nós sabemos (mesmo que o nosso inconsciente não acredite) iremos morrer indubitavelmente”. O homem, A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 84 desde que se tornou um ser consciente da sua morte e finitude24, jamais cansou de procurar a imortalidade. Essa característica inerente, o processo de finitude, fez com que a ciência sempre buscasse incessantemente a imortalidade do ser humano, com a cura das diversas doenças, a partir de pesquisas avançadas. Os cientistas procuram a imortalidade, pois se é mortal. Se o ser humano fosse imortal, procuraria a mortalidade, pois sempre se está à procura de algo (OLIVEIRA, 2006). Isso fez com que sempre se usassem também estratégias bastante diversificadas para encarar a morte, como obstáculo a ser vencido, negado, ou forma de aprofundamento, riqueza interior e algo para ser vivenciado (SANTOS, 2002). Em nossa sociedade, a velhice é vista como sala de espera da morte, como se fosse única e exclusivamente restrita aos velhos. Por tudo o que a sociedade considera que os velhos já não são mais aptos a fazer, Endo (2002, p. 63), citado por Oliveira (2006), escreveu: “A partir de certa idade você tem que esperar a morte, você não tem mais nada a fazer no meio social, você espera a morte da melhor maneira que puder, e não é só uma sugestão, vamos dizer assim, há certa insistência nisso”. A outra reflexão vivenciada baseia-se na necessidade de se observar que em relação à longevidade e ao envelhecimento ainda há muito a se fazer. Cabe a cada um, dentro do seu âmbito profissional, divulgar as necessidades do segmento idoso. Destaca-se o importante papel das mulheres no processo de envelhecimento. São 24 Segundo Dastur (2002, p. 7), citado por Oliveira (2006), o termo finitude se refere a fim de tempo, à própria morte. A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 85 maioria e têm necessidades diferenciadas, em conseqüência de todo o histórico sociocultural ao longo da vida. Fator relevante para propor políticas públicas. Outra reflexão pauta-se na vivência do envelhecimento pelos idosos na metrópole de São Paulo, a partir das situações de dependência na qual muitos se encontram. A cidade ainda não está preparada fisicamente para o envelhecimento, em decorrência de suas especificidades, ou seja, todas as situações vivenciadas na metrópole. Para os idosos essas situações ganham outra magnitude. Pela negação ao envelhecimento imposta pela sociedade, o cumprimento das políticas públicas se torna difícil. Gera-se desrespeito a esse segmento, além da não implementação de políticas que estão no papel. Não basta haver Estatuto do Idoso e nem Conselho Nacional de Direitos do Idoso, se tudo o que está escrito, na verdade, não tem funcionalidade. Devem-se quebrar mitos e paradigmas com relação à velhice e à longevidade. Mostrar o idoso, afinal, com todo o seu potencial, sendo a velhice etapa de vida como a adolescência, juventude e maturidade, não parte fragmentada da existência humana. O estudo da longevidade mostra que o ideal é ter uma vida de duração normal e com qualidade. Não é o ideal viver muito além dos parâmetros da expectativa de vida, dependentes em decorrência de doenças crônicas. Este trabalho é uma maneira de tentar reforçar a magnitude da ocorrência do envelhecimento e propor reflexões a partir do processo, a fim de haver alteração A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 86 de atitude a partir da sociedade, e que sejam divulgadas as transformações. Sempre se consegue a mudança no todo com a mudança de uma pequena parte, desde que seja propagado o aprendido. A longevidade na metrópole de São Paulo mostrada nas notas de falecimento sinaliza que a sociedade deve ter como ponto de partida a velhice vivida como modelo de imagem e de planejamento. Em outras palavras, indica que é essencial se estudar os velhos para adaptar a sociedade às suas necessidades, e não como se vem fazendo muito precariamente: adaptar os velhos à sociedade. A velhice tornou-se fenômeno social, suscitando diversas políticas específicas. É momento de mostrar a sua magnitude, pois identificado como biológico, e chamando a atenção somente das ciências médicas, torna-se necessário enfocar as demais ciências, especialmente as sociais, afinal, o meio social cria a imagem dos velhos a partir dos ideais de cada era. Hoje, na era tecnológica, e apesar de não viverem em condições apropriadas, as pessoas estão alcançando idades mais avançadas na metrópole de São Paulo, afirmação comprovada pelas idades apresentadas nas notas de falecimento. As notas de falecimento levam à seguinte questão: por causa do aumento da população idosa na cidade de São Paulo, qual perfil epidemiológico das doenças crônicas está se desenhando nos centenários? A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 87 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 88 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AYRES, J.R.C.M.. O Cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de saúde. São Paulo, nov. 2004. BALTES, P.B.; SMITH, J.. Novas Fronteiras para o futuro do envelhecimento: da velhice bem-sucedida do idoso jovem aos dilemas da Quarta Idade. 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A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 97 APÊNDICE Questionário para os recortes de notas de falecimento de idosos. 1. Jornal: Jornal da Tarde 1 2. Ano da publicação das notas de falecimento: 2004 1 2005 2 3. Mês da publicação das notas de falecimento: Junho 1 Julho 1 M 2 Agosto 3 4. Sexo do idoso: F 2 5. Faixa etária do idoso: 60 a 64 anos 65 a 69 anos 70 a 74 anos 75 a 79 anos 80 a 84 anos 85 a 89 anos 90 a 94 anos 95 a 99 anos 1 2 3 4 5 6 7 8 100 a 104 anos 105 a 109 anos 9 10 A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes 98 6. Estado civil do idoso: Viúvo (a) Casado/Vive Junto (a) Indeterminado (a) 1 3 98 Separado/Divorciado 2 Solteiro 4 7. O idoso deixou familiares: Sim 1 Não 2 8. Quem são os familiares deixados pelo idoso: Filho (s) Sobrinho (s) Indeterminado 1 3 98 Irmão (s) Neto (s) 2 4 A longevidade na metrópole de São Paulo pelas notas de falecimento no Jornal da Tarde (2004-2005) Rodrigo Caetano Arantes Livros Grátis ( http://www.livrosgratis.com.br ) Milhares de Livros para Download: Baixar livros de Administração Baixar livros de Agronomia Baixar livros de Arquitetura Baixar livros de Artes Baixar livros de Astronomia Baixar livros de Biologia Geral Baixar livros de Ciência da Computação Baixar livros de Ciência da Informação Baixar livros de Ciência Política Baixar livros de Ciências da Saúde Baixar livros de Comunicação Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE Baixar livros de Defesa civil Baixar livros de Direito Baixar livros de Direitos humanos Baixar livros de Economia Baixar livros de Economia Doméstica Baixar livros de Educação Baixar livros de Educação - Trânsito Baixar livros de Educação Física Baixar livros de Engenharia Aeroespacial Baixar livros de Farmácia Baixar livros de Filosofia Baixar livros de Física Baixar livros de Geociências Baixar livros de Geografia Baixar livros de História Baixar livros de Línguas Baixar livros de Literatura Baixar livros de Literatura de Cordel Baixar livros de Literatura Infantil Baixar livros de Matemática Baixar livros de Medicina Baixar livros de Medicina Veterinária Baixar livros de Meio Ambiente Baixar livros de Meteorologia Baixar Monografias e TCC Baixar livros Multidisciplinar Baixar livros de Música Baixar livros de Psicologia Baixar livros de Química Baixar livros de Saúde Coletiva Baixar livros de Serviço Social Baixar livros de Sociologia Baixar livros de Teologia Baixar livros de Trabalho Baixar livros de Turismo