Lição 3 10 de Outubro a 16 de Outubro Os Últimos Cinco Reis de Judá Sábado à tarde LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: II Crónicas 34; Jeremias 22:1-19; 29:1-14; II Crónicas 36:11-14; Jeremias 23:2-8. VERSO ÁUREO: “Julgou a causa do aflito e do necessitado; então lhe sucedeu o bem! Porventura não é isto conhecer-me? diz o Senhor.” Jeremias 22:16. O AFAMADO ESCRITOR RUSSO FYODOR DOSTOYEVSKY passou quatro anos numa prisão siberiana, na época de 1800, por atividades políticas subversivas. Mais tarde, ao escrever a respeito das suas experiências, falou sobre a total falta de remorsos de alguns dos seus companheiros de prisão quanto ao seu terrível comportamento. “No decorrer de vários anos, nunca vi um sinal de arrependimento no meio daquelas pessoas; nem um traço de abatido pensamento sobre os crimes cometidos, e a maior parte deles pensava interiormente em si mesmos como estando absolutamente certos.” – Joseph Frank, Dostoyevsky [sic], The Years of Ordeal, 1850-1859 (Dostoyevsky, Os Anos de Provação, 1850-1859), p. 95. Dostoyevsky poderia estar a falar dos cinco reis, com exceção de Josias, que governaram Judá durante o ministério de Jeremias. Um após outro, estes homens pareciam totalmente isentos de qualquer traço de arrependimento das suas ações, mesmo quando se foi tornando cada vez mais claro que tais ações iriam trazer as calamidades que o Senhor, por intermédio de Jeremias, tinha avisado que viriam. Nunca fora intenção de Deus dar um rei a Israel; no final da lição desta semana, compreenderemos melhor a razão porquê. Compreenderemos também a tremenda pressão que o pobre Jeremias enfrentou durante uma grande parte do seu desconsiderado ministério. Ano Bíblico: Mateus 17-20. SOP: Conselhos Sobre Mordomia (Livro), Favores a Serem Recebidos, Bem Como Comunicados (Capítulo), (183) Comentário O Senhor tinha predito, mediante os Seus profetas, que Israel seria governado por um rei. Mas não quer dizer que esta forma de governo fosse a melhor para eles, ou de acordo com a Sua vontade. Ele permitiu que o povo seguisse a sua própria escolha, porque se recusou a ser guiado pelo Seu conselho. Oseias declara que Deus lhes deu um rei em Sua ira. (Ose. 13:11.) Quando os homens preferem seguir o seu próprio caminho, sem procurar o conselho de Deus, ou em oposição à Sua vontade revelada, muitas vezes Ele satisfaz os seus desejos, para que, por meio da amarga experiência que se segue, sejam levados a compenetrar-se da sua loucura e a arrepender-se do seu pecado. O orgulho e a sabedoria humana demonstrar-se-ão um guia perigoso. Aquilo que o coração deseja, e que é contrário à vontade de Deus, verificar-se-á, no fim, que é uma maldição em vez de uma bênção. Deus desejava que o Seu povo olhasse apenas para Ele, como seu legislador e fonte de força. Sentindo a sua dependência de Deus, seriam constantemente atraídos para mais perto d’Ele. Tornar-se-iam elevados e enobrecidos, adaptados ao alto destino a que Ele os tinha chamado como Seu povo escolhido. Mas, quando um homem fosse posto sobre o trono, isto tenderia a desviar de Deus a mente do povo. Eles confiariam mais na força humana e menos no poder divino, e os erros do seu rei levá-los-iam ao pecado, e a nação separar-se-ia de Deus. – Patriarcas e Profetas, pp. 555 e 556 (Ed. P. SerVir). Como intérprete do significado dos juízos que começavam a cair sobre Judá, Jeremias manteve-se nobremente na defesa da justiça de Deus e dos Seus misericordiosos desígnios, mesmo nos mais severos castigos. O profeta trabalhou incansavelmente. Desejoso de alcançar todas as classes, estendeu a esfera da sua influência para além de Jerusalém até aos distritos envolventes, graças a frequentes visitas a várias partes do reino. Nos seus testemunhos à igreja, Jeremias referia-se constantemente aos ensinos do livro da lei que tinham sido tão grandemente honrados e exaltados durante o reinado de Josias. Deu nova ênfase à importância de se manter uma relação de concerto com aquele Ser, pleno de misericórdia e compaixão, que do cimo do Sinai tinha anunciado os preceitos do Decálogo. As palavras de advertência e ameaça da parte de Jeremias tinham alcançado todo o reino e todos tiveram a oportunidade de conhecer a vontade de Deus para a nação. – Profetas e Reis, p. 285 (Ed. P. SerVir). Sob o Governo de Josias Domingo, 11 de Outubro. Josias foi o décimo sexto rei a governar o reino do Sul; as datas que lhe correspondem são 640-609 a.C.. Tornou-se rei aos oito anos, depois de mais de meio século de declínio moral e espiritual sob a governação do seu pai (Amon) e do avô (Manassés), dois dos reis mais iníquos de Judá. O reinado de Josias durou trinta e um anos. Ao contrário dos seus antecessores, porém, Josias “fez o que era reto aos olhos do Senhor” (II Reis 22:2), apesar do ambiente que lhe era desfavorável. “Filho de um rei ímpio, perseguido por tentações para que seguisse os passos do pai, e com poucos conselheiros para o encorajarem no caminho correto, não obstante, Josias foi leal ao Deus de Israel. Advertido pelos erros das anteriores gerações, decidiu fazer o que era correto, em vez de descer ao baixo nível do pecado e degradação a que o seu pai e o seu avô tinham caído. Ele ‘não se desviou nem para a direita nem para a esquerda’. Como alguém que devia ocupar uma posição de confiança, resolveu obedecer à instrução que tinha sido dada para guia dos governantes de Israel. E a sua obediência tornou possível que Deus o usasse como um vaso de honra.” – Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 257, ed. P. SerVir. Leia II Crónicas 34. Quais foram os componentes da reforma de Josias, e por que razão deviam eles ser centrais em qualquer esforço de reforma espiritual, seja ela coletiva ou pessoal? A reforma levada a efeito por Josias incluiu dois componentes principais. Primeiro, desembaraçar-se de tudo o que tivesse laivos de idolatria. Isto é, ele atuou de modo a pôr fim a todas as más práticas que tinham surgido na nação. Este, porém, foi só o primeiro passo. A ausência de mal ou de práticas erradas não significa automaticamente que o bem se seguirá. Segundo, depois de ouvir a leitura do livro da Lei, o rei fez um concerto diante do Senhor de “andar após o Senhor, e para guardar os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, com todo o seu coração, e com toda a sua alma, cumprindo as palavras do concerto, que estão escritas naquele livro”. II Crónicas 34:31. Leia II Crónicas 34:32 e 33. O que nos dizem estes versículos acerca do poder de um bom exemplo, sobretudo entre pessoas em posições de autoridade e de influência? Dedique algum tempo e profundidade a pensar nisto: Que influência as nossas palavras e os nossos atos exercem sobre os outros? Ano Bíblico: Mateus 21-23. Comentário Com a ascensão de Josias ao trono, onde devia reinar durante trinta e um anos, aqueles que tinham conservado a pureza da sua fé começaram a esperar que o declínio do reino fosse detido, pois o novo rei, embora tivesse apenas oito anos de idade, temia a Deus, e desde o início “fez o que é reto e agradava ao Senhor; conduziu-se em tudo como o seu antepassado David, sem nunca se ter desviado dos seus exemplos”. II Reis 22:2. – Profetas e Reis, pp. 256 e 257 (Ed. P. SerVir). Quando o rei leu as profecias do rápido castigo sobre os que persistissem na rebelião, tremeu perante o futuro. A perversidade de Judá tinha sido grande; qual seria o resultado do seu contínuo afastamento de Deus? Em anos anteriores o rei não tinha ficado indiferente à apostasia predominante. “No oitavo ano do seu reinado, quando era ainda jovem”, consagrou-se inteiramente ao serviço de Deus. Quatro anos mais tarde, com a idade de vinte anos, tinha feito um fervoroso esforço para remover a tentação dos seus súbditos, purificando “Jerusalém e Judá dos santuários pagãos, dos símbolos da deusa Achera, dos ídolos e de toda a espécie de imagens. ... Tudo foi reduzido a pó, que depois se espalhou sobre os túmulos daqueles que tinham oferecido sacrifícios a esses falsos deuses. Queimaram-se mesmo os ossos dos sacerdotes pagãos sobre esses altares e assim se purificou a cidade e o reino de Judá”. II Cró. 34:3-5. Não satisfeito por fazer uma obra total na terra de Judá, o jovem rei tinha estendido os seus esforços às regiões da Palestina anteriormente ocupadas pelas dez tribos de Israel, de que permanecia apenas um fraco remanescente. “Fez-se o mesmo nas cidades de Manassés”, diz o relato, “de Efraim, de Simeão, de Naftali e nas suas aldeias”. Não antes de ter percorrido de extremo a extremo esta região de lares arruinados, e destruído “os altares, e os bosques, e as imagens de escultura, até reduzi-los a pó”, “cortado todas as imagens do Sol em toda a terra de Judá” (II Cró. 34:6 e 7). Só depois regressou a Jerusalém. Assim Josias, desde o início da sua juventude, empenhou-se em tirar partido da sua posição como rei para exaltar os princípios da santa lei de Deus. E agora, enquanto o escriba Safã lhe lia no livro da lei, o rei viu nesse volume um tesouro de conhecimento, um poderoso aliado na obra de reforma que tanto desejava ver executada na terra. Resolveu seguir a luz dos seus conselhos, e também fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para familiarizar o seu povo com os seus ensinos, e levá-los, se possível, a cultivar a reverência e o amor pela lei do Céu. – Profetas e Reis, pp. 266 e 267 (Ed. P. SerVir). Joacaz e Joaquim: Outro Declínio Segunda, 12 de Outubro. Joacaz (também conhecido por Salum) tinha 23 anos quando sucedeu ao pai no trono. O seu reinado durou apenas três meses. O Faraó substituiu-o pelo irmão porque Joacaz não era favorável à política egípcia. Joacaz foi levado para o Egito, e aí morreu. (Ver II Cró. 36:4; II Reis 23:31-34.) O rei que sucedeu a Joacaz foi Joaquim, que reinou de 609-598 a.C.. Também ele era filho de Josias. Quando Nabucodonosor conquistou Jerusalém, Joaquim foi levado para Babilónia, juntamente com os vasos do templo. Jeremias, uma vez mais, avisou o povo de que o seu novo rei estava a levar a nação por um caminho errado. Leia Jeremias 22:1-19. Quais foram algumas das questões envolvendo Joaquim que motivaram uma ríspida censura da parte do Senhor? O Senhor, falando por intermédio de Jeremias, teve palavras muito duras dirigidas a este governante corrupto e ambicioso. Joaquim foi um rei opressor e ganancioso que impôs impostos pesados em Judá (ver II Reis 23:35) a fim de pagar aos Egípcios. Pior ainda, recorrendo a trabalho forçado, procedeu a elaboradas construções no seu próprio palácio, em desafio à Lei, que era muito clara quanto ao pagamento devido às pessoas pelo seu trabalho: “Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará contigo até à manhã” (Lev. 19:13). Além disso, ao contrário de Josias, seu pai, Joaquim também permitiu que os ritos pagãos florescessem de novo em Judá. Jeremias 22:16 é um texto formidável. No contexto da comparação do corrupto Joaquim com o seu pai, Josias, o Senhor disse-lhe: “Julgou a causa do aflito e do necessitado; então lhe sucedeu bem! Porventura não é isto conhecer-me?” Por outras palavras, o verdadeiro conhecimento de Deus revela-se na forma como se tratam aqueles que estão em necessidade; vê-se quando nos esquecemos de nós próprios para beneficiarmos aqueles que verdadeiramente não têm possibilidade de fazer nada por nós como compensação. Vemos aqui, novamente, como sucede ao longo de toda a Bíblia, a preocupação do Senhor pelos pobres e desamparados, bem como a obrigação que temos de ajudar aqueles que não se podem ajudar a si mesmos. Dedique mais tempo a pensar na ideia de que ajudar “os pobres e necessitados” é a maneira de vir a conhecer o Senhor. O que é que isto quer dizer? Ano Bíblico: Mateus 24-26. Comentário O profeta tornara claro o facto de que o nosso Pai celestial permite que os Seus juízos caiam, “para que saibam que, afinal, não são mais do que meros seres humanos”. Sal. 9:20. “Se andares contrariamente para comigo, e não me quiserdes ouvir”, o Senhor prevenira o Seu povo, “eu... vos espalharei entre as nações, e desembainharei a espada atrás de vós; e a vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas”. Lev. 26:21, 28, 33. Nesse mesmo tempo, as mensagens de juízo pendente foram levadas a príncipes e povo, e o seu governante Jeoaquim, que devia ter sido um líder espiritual sábio, o primeiro a confessar os pecados e a fazer reformas e boas obras, estava a gastar o seu tempo em prazeres egoístas. “Construirei um palácio magnífico, com salas imensas e inúmeras janelas”, propôs-se ele, “todo forrado de madeira bem odorosa, de cedro, e pintada com belos tons de vermelho” (Jer. 22:14); e esta casa, foi construída com dinheiro e trabalho obtidos através da fraude e da opressão. A ira do profeta foi acesa e ele foi inspirado a pronunciar juízo sobre o governante sem fé. – Profetas e Reis, p. 285 (Ed. P. SerVir). Deus quer que o Seu povo revele ao mundo pecador que Ele não os deixou a perecer. Devem ser feitos esforços especiais para ajudar os que foram expulsos dos seus lares por amor da verdade, sendo obrigados a sofrer. Haverá mais e mais necessidade de corações grandes, francos, e generosos, corações que se neguem a si mesmos e se interessem pelos casos destes que o Senhor ama. Os pobres entre o povo de Deus não devem ser deixados sem providências para as suas necessidades. Deve-se encontrar algum meio através do qual possam obter a subsistência. Alguns terão de ser ensinados a trabalhar. Outros, que trabalham no máximo das suas forças a fim de sustentar a família, necessitarão de assistência especial. Devemos interessar-nos por esses casos e ajudá-los a encontrar emprego. Deve haver um fundo para ajudar essas dignas famílias pobres que amam Deus e guardam os Seus mandamentos. É preciso ter cuidado para que os meios necessários para essa obra não sejam desviados para outros desígnios. Faz a diferença se ajudamos os pobres que, devido a observarem os mandamentos de Deus, são reduzidos à escassez e ao sofrimento, ou se negligenciamos esses a fim de ajudar os que blasfemam e pisam os mandamentos de Deus. E o Senhor considera a diferença. Os observadores do sábado não devem passar pelos necessitados e aflitos do Senhor, e passarem a sustentar os que continuam em transgressão da lei de Deus, os que estão a ser educados a esperar auxílio de quem quer que os sustente. Este não é o verdadeiro tipo de trabalho missionário. Não está em harmonia com o plano do Senhor. Sempre que se estabelece uma igreja, os seus membros devem fazer uma obra fiel em favor dos crentes necessitados. Mas não devem ficar por aí. Devem também ajudar outros, independentemente da sua fé. Como resultado desses esforços, alguns deles receberão as verdades especiais para este tempo. – Testemunhos Para a Igreja, vol. 6, pp. 269 e 270. [Devemos] considerar-nos a nós mesmos como instrumentos de Deus para aliviar os necessitados até ao máximo das nossas possibilidades. Devemos ser coobreiros de Deus. Há alguns que manifestam grande afeição pelos seus parentes, amigos e favoritos, e no entanto deixam de mostrar bondade e consideração aos que necessitam de terna simpatia, aos que necessitam de bondade e amor. Com corações sinceros perguntemo-nos a nós mesmos: Quem é o meu próximo? O nosso próximo não é meramente aqueles com quem nos associamos e os amigos especiais; não é simplesmente os que pertencem à nossa igreja, ou que pensam como nós pensamos. O nosso próximo é toda a família humana. Devemos fazer o bem a todos os homens, e especialmente aos que são da mesma fé. Devemos dar ao mundo uma demonstração do que significa praticar a lei de Deus. Devemos amar a Deus sobre todas as coisas, e ao nosso próximo como a nós mesmos. – Beneficência Social, p. 45. O Curto Reinado do Rei Joaquin em Judá Terça, 13 de Outubro. O décimo nono rei de Judá foi Joaquin – também chamado Jeconias –, filho de Joaquim. Reinou no trono de David não mais de três meses e meio. Em 598 a.C., Nabucodonosor levou as suas forças até Jerusalém e prendeu o rei de dezoito anos, juntamente com a sua mãe, as suas esposas e muitos outros cativos reais. Em 561 a.C., no trigésimo sétimo ano do seu cativeiro, Joaquin foi alvo da misericórdia de EvilMerodac, sucessor de Nabucodonosor. Foi-lhe concedido o direito de comer à mesa do rei de Babilónia e foi autorizado a vestir-se com os seus trajes reais. (Ver II Reis 25:27-30; Jer. 52:31-34). Os seus filhos também estavam com ele em Babilónia, no entanto a profecia de Jeremias anunciava que eles teriam de desistir do trono de David. Leia em Jeremias 29:1-14 as palavras do Senhor, proferidas por intermédio de Jeremias, depois de o rei Joaquin, a sua família e a sua corte terem sido levados cativos de Jerusalém para Babilónia. Mesmo no meio desta tragédia, como se revelaram o amor e a graça de Deus? Um dos versículos mais famosos da Bíblia é este: “Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais” (Jer. 29:11). Temos aqui, naturalmente, o contexto imediato: o Senhor a dirigir-Se, por intermédio de Jeremias, aos cativos de Judá que tinham visto a vida completamente destroçada pelos seus conquistadores babilónicos. Contudo, mesmo nessa situação, por muito má que ela parecesse, o Senhor queria que eles soubessem que Ele ainda os amava e apenas tinha em mente o seu bem. Não há dúvida de que, considerando as circunstâncias horríveis, os cativos devem ter apreciado muito estas palavras de promessa e esperança. Assim, mesmo no meio de todas as advertências e ameaças medonhas, o povo recebeu a promessa de “um futuro e uma esperança”. Como deve ter sido fundamental para eles, especialmente num tempo daqueles, terem tido uma tal certeza! Um futuro e uma esperança? Que promessas podemos reclamar do Senhor quanto a “um futuro e uma esperança” neste preciso momento, quaisquer que sejam as circunstâncias em que nos encontramos? Ano Bíblico: Mateus 27 e 28. Comentário Deus, com terna compaixão, informou o Seu povo cativo dos planos que tinha para Israel. Ele sabia que, se os falsos profetas os convencessem a esperarem pela libertação num curto espaço de tempo, a sua posição em Babilónia tornar-se-ia muito difícil. Qualquer manifestação ou insurreição da sua parte despertaria a vigilância e a severidade das autoridades caldaicas, o que poderia levar à posterior restrição das suas liberdades. O resultado seria sofrimento e angústia. Ele desejava que se submetessem pacificamente à sua sorte, tornando a sua servidão tão agradável quanto possível. E o Seu conselho foi: “Construam casas para nelas habitarem; plantem hortas e comam do seu fruto. ... Trabalhem pelo bem das cidades para onde vos levaram cativos. Peçam ao Senhor por elas, porque se essas cidades prosperarem, a prosperidade será vossa também.” Jer. 29:5-7. – Profetas e Reis, p. 294 (Ed. P. SerVir). Somos demasiado sem fé. Oh! como desejaria poder levar o nosso povo a ter fé em Deus! Eles não precisam de sentir que, para exercer a fé, se têm de envolver a um elevado estado de exaltação. Tudo o que têm de fazer é crer na Palavra de Deus, da mesma maneira que acreditam na palavra uns dos outros. Ele disse-o, e cumprirá a Sua Palavra. Confiem tranquilamente na Sua promessa, pois Ele leva a sério tudo o que diz. Digam: Ele disse-me isto na Sua Palavra, e cumprirá cada promessa que fez. Não fiquem desassossegados. Sejam confiantes. A Palavra de Deus é fiel. Procedam como se o vosso Pai celestial é digno de confiança. – Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 83. “Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê” (Marcos 9:23). É a fé que nos liga ao Céu e que nos dá forças para enfrentar os poderes das trevas. Em Cristo, Deus proveu meios para subjugar todos os maus traços e para resistir a todas as tentações, por mais fortes que sejam. Mas muitos sentem que lhes falta fé, e por isso permanecem afastados de Cristo. Que esses, na sua impotente indignidade, se lancem sobre a misericórdia do seu compassivo Salvador. Não olhem para vós mesmos, mas para Cristo. Aquele que curou os doentes e expulsou os demónios quando andou entre os homens é ainda o mesmo poderoso Redentor. Agarrem, pois, as Suas promessas como folhas da árvore da vida: “O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (João 6:37). Ao irem a Ele, crede que vos aceitará, porque o prometeu. Nunca poderão perecer enquanto assim fizerem – nunca. – A Ciência do Bom Viver, p. 37 (Ed. P. SerVir). É, na verdade, uma satisfação ter-se a consciência de que os olhos do Senhor estão sobre nós, e os Seus ouvidos abertos para ouvir as nossas orações. Saber que temos um Amigo que nunca falha, e a quem podemos confiar todos os segredos do coração, é um privilégio que as palavras jamais podem expressar. Homens e mulheres que se alegram na religião de Jesus Cristo não são impertinentes, descontentes, mutáveis; a paz de Cristo no coração dá-lhes um caráter sólido. Não devem deixar que nada prive a alma da paz, do descanso, da certeza de que somos aceites agora mesmo. Apropriem-se de cada promessa; são todas vossas, desde que concordem com os termos prescritos. Total submissão do próprio eu, e aceitação dos caminhos de Cristo, eis o segredo do perfeito descanso no Seu amor. A pessoa consagrada ao serviço de Cristo tem uma paz que o mundo não pode dar nem tomar. – Minha Consagração Hoje (Meditações Matinais, 1989/1953), p. 164. No Final do Beco Sem Saída Quarta, 14 de Outubro. Leia II Crónicas 36:11-14. O que nos dizem estes versículos a respeito do último rei de Judá, antes da destruição final da nação? Que princípios espirituais de apostasia são revelados nestes textos? Zedequias (também conhecido por Matanias) subiu ao trono com a idade de 21 anos, sendo aí posto por Nabucodonosor como um rei fantoche. Infelizmente, como nos dizem os textos, ele não tinha aprendido muitas lições com o que se tinha passado com os reis anteriores, e, consequentemente, trouxe ainda maior ruína à nação. II Crónicas 36:14 afirma uma coisa muito profunda, uma questão que, em muitos aspetos, ia até ao cerne da apostasia. No meio da lista de todos os males praticados no reinado de Zedequias, é dito que Judá seguia “todas as abominações dos gentios”. Ali estavam eles, centenas de anos depois do Êxodo, centenas de anos como povo da Aliança, um povo que devia ser uma luz e um farol para as nações (Deut. 4:5-8), e, no entanto, continuavam tão envolvidos na cultura prevalecente, tão envolvidos no ambiente cultural e religioso dos seus vizinhos, que chegaram ao ponto de praticar “todas as abominações” dos pagãos. Haverá nisto uma mensagem para nós? Leia Jeremias 38:14-18. Que pergunta lhe fez o rei, e porquê? O Senhor tinha tornado claro, em numerosas ocasiões, que a nação devia submeter-se ao domínio de Babilónia e que tal conquista era o castigo da sua iniquidade. Zedequias, porém, recusava-se a dar ouvidos, e envolveu-se numa aliança militar contra Nabucodonosor. Israel apoiava-se muito na esperança de uma vitória militar dos Egípcios. No entanto, Nabucodonosor saiu vitorioso sobre o exército do Faraó em 597 a.C.. Esta derrota selou definitivamente o destino de Jerusalém e o da nação. Apesar das muitas oportunidades para a nação se arrepender, reformar, ser reavivada, Judá recusou. Como Igreja, fomos constituídos para proclamar uma mensagem ao mundo, a qual ninguém mais está a proclamar. Isto é, em muitos aspetos, muito similar ao que Judá devia fazer. Que lições podemos e devemos aprender com os erros cometidos por esta nação? Ano Bíblico: Marcos 1-3. Comentário Com lágrimas nos olhos, Jeremias suplicou a Zedequias que se salvasse, assim como ao seu povo. Com angústia de espírito assegurou-lhe que, a não ser que ele aceitasse o conselho de Deus, não escaparia com vida, e todas as suas posses cairiam nas mãos dos babilónicos. Mas o rei tinha iniciado a marcha no mau caminho e não deteria os seus passos. Decidiu seguir os conselhos dos falsos profetas e dos homens a quem na realidade desprezava, e que ridicularizavam a sua fraqueza em se render logo aos seus desejos. Sacrificou a sua forte e nobre liberdade e tornou-se num escravo da opinião pública. Não tinha intenção predeterminada de fazer o mal, mas não decidia permanecer corajosamente ao lado daquilo que era correto. Embora estivesse convencido do valor dos conselhos dados por Jeremias, não tinha energia moral para obedecer, e, como consequência, avançou firmemente na direção errada. – Profetas e Reis, p. 304 (Ed. P. SerVir). Temos, perante nós, a nação judaica como um exemplo do fim da longa paciência de Deus. A destruição do mundo está tipificada na destruição de Jerusalém. Os lábios d’Aquele que pronunciaram bênçãos sobre o penitente, e transmitiram ânimo ao pobre e sofredor, e trouxeram contentamento ao humilde, pronunciaram uma maldição sobre aqueles a quem tinha apresentado luz, que não apreciariam nem aceitariam a luz. Ele declarou que aqueles que pensaram desviar-se da clara e distinta Palavra de Deus, e acariciar tradições criadas por homens, seriam achados culpados de todo o sangue dos profetas que tinham sido mortos desde o início da fundação do mundo. Vez após vez, Deus havia detido os Judeus na sua má conduta, através de um severo castigo, mas eles provocaram-n’O com as suas obras perversas, rejeitando a lei do Senhor dos Exércitos e, por fim, recusando-se a reverenciar o Seu Filho unigénito. Cada século de transgressão acumulou ira contra o dia da ira. Jesus pediu à obstinada e impenitente nação judaica que enchesse a medida da sua iniquidade. As suas más obras não foram esquecidas nem negligenciadas. Quando o tempo do juízo retributivo estava totalmente cumprido, foi enviado o mandato do lugar sagrado do Altíssimo para a vindicação da honra de Deus e do engrandecimento da Sua lei. – Comentários de Ellen G. White, The SDA Bible Commentary, vol. 3, p. 1133. Os Anos de Escuridão Quinta, 15 de Outubro. O que aconteceu a Israel e a Jerusalém depois de rejeitarem a mensagem de Deus? Jer. 39:8 e 9. De tudo quanto Deus os advertira que lhes iria acontecer foi exatamente o que lhes sucedeu. Por muito que não quisessem crer nos avisos, certamente acreditaram neles após todas as coisas terem tido lugar. Quem é que não teve já, a um nível pessoal, uma experiência parecida? Somos avisados pelo Senhor para não fazermos determinada coisa, caso contrário algo acontecerá, mas nós fazemo-la sob qualquer circunstância, e, sem falhar, aquilo que nos foi dito que iria acontecer ocorre de facto. Que mensagem se encontra em Jeremias 23:2-8? Que esperança foi dada então ao povo? Numa perspetiva humana, tudo parecia perdido: a nação estava em ruínas, o templo fora destruído, os governantes encontravam-se no Exílio e detidos como cativos, e a cidade de Jerusalém era um montão de pedras. A nação judaica e o povo judeu deviam naquela altura ter desaparecido da História, tal como acontecera a muitas outras nações que tinham passado pela experiência por que estes acabavam de passar. O Senhor, porém, tinha outros planos e, nos versículos acima mencionados (e em muitos outros), deulhes a esperança de que nem tudo estava perdido, mas que permaneceria um remanescente que regressaria e, por meio desses, seriam cumpridas as promessas. Isto é, no meio de todos os avisos de condenação e destruição, os profetas trouxeram também ao povo a sua única esperança. “Os negros anos de destruição e morte que assinalaram o fim do reino de Judá, teriam desesperado o coração mais resoluto, se não fosse o encorajamento das predições proféticas dos mensageiros de Deus. Por intermédio de Jeremias em Jerusalém, de Daniel na corte de Babilónia, de Ezequiel junto às margens do rio Quebar, o Senhor, com misericórdia, tornou claro o Seu eterno propósito, e deu a certeza da Sua vontade de cumprir para com o Seu povo escolhido as promessas registadas nos escritos de Moisés. Aquilo que tinha prometido fazer pelos que se mostrassem fiéis para com Ele realizar-se-ia certamente. A ‘palavra de Deus … permanece para sempre’. I Ped. 1:23.” – Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 309, ed. P. SerVir. Ano Bíblico: Marcos 4-6. Comentário Há muitos falsos profetas nos nossos dias, a quem o pecado não parece especialmente repulsivo. Eles queixam-se de que a paz do povo é desnecessariamente perturbada pelas reprovações e advertências dos mensageiros de Deus. Quanto a eles, embalam a alma dos pecadores numa passividade fatal com os seus ensinos suaves e enganosos. O antigo Israel foi assim seduzido pelas mensagens lisonjeiras dos sacerdotes corruptos. A predição de prosperidade deles era mais agradável do que a mensagem do verdadeiro profeta, que recomendava arrependimento e submissão. Os servos de Deus devem manifestar um espírito terno e compassivo e mostrar a todos que não são movidos por quaisquer motivos pessoais na forma como lidam com o povo, não se deleitando em dar mensagens de ira em nome do Senhor. Mas, nunca devem vacilar em assinalar os pecados que estão a corromper o professo povo de Deus, nem cessar de lutar para influenciá-lo a volver-se dos seus erros e obedecer ao Senhor. – Testemunhos Para a Igreja, vol. 4, p. 185. Assim, profecias de juízo próximo foram misturadas com promessas de uma final e gloriosa libertação. Os que escolhessem fazer paz com Deus, vivendo uma vida santa no meio da apostasia prevalecente, receberiam força para cada prova e seriam capacitados para testemunhar d’Ele com forte poder. E nos séculos seguintes a libertação que se havia de operar em seu benefício, excederia em grandeza, a libertação efetuada em favor dos filhos de Israel no tempo do Êxodo. “Há de vir o tempo”, declarou o Senhor por intermédio do Seu profeta, “em que o meu povo não mais prestará juramento em nome do Deus vivo que os trouxe da terra do Egito”; mas “jurarão pelo Deus vivo que fez Israel sair de um país do norte e de todos os outros países, para onde os tinha dispersado. Então habitarão na terra que lhes pertence”. Jer. 23:7 e 8. Eram assim as maravilhosas profecias proferidas por Jeremias durante os anos finais da história do reino de Judá, quando Babilónia se estava a tornar num reino universal e levava os seus exércitos a cercar os muros de Sião. Como a mais suave música, essas promessas de libertação caíram nos ouvidos dos que se mantinham firmes na adoração a Jeová. Nos lares do importante e do humilde, onde os conselhos de um Deus que guarda o concerto eram ainda tidos em reverência, as palavras do profeta eram continuamente repetidas. Mesmo as crianças foram muito encorajadas e foram lançadas impressões duradouras nas suas mentes jovens e recetivas. – Profetas e Reis, p. 284 (Ed. P. SerVir). Sexta, 16 de Outubro. ESTUDO ADICIONAL: “Nos últimos anos da apostasia de Judá, as exortações dos profetas foram aparentemente de pouco valor. E quando os exércitos dos Caldeus foram pela terceira e última vez sitiar Jerusalém, a esperança abandonou os corações. Jeremias predisse uma ruína total. E foi em virtude da sua insistência para que se rendessem que acabou por ser posto na prisão. Mas Deus não deixou o fiel remanescente, que ainda estava na cidade, num desespero sem solução. Mesmo quando Jeremias era mantido sob vigilância severa pelos que repeliam as suas mensagens, recebeu novas revelações sobre a disposição do Céu para perdoar e salvar – revelações que têm sido uma infalível fonte de conforto para a Igreja de Deus nos dias que correm.” – Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 310, ed. P. SerVir. Repare na expressão “a disposição do Céu para perdoar e salvar”. Pense em todos os meios que já nos foram revelados relativamente à “disposição do Céu” para perdoar e salvar. Afinal, só a Cruz, por si mesma, bastaria para nos falar acerca dessa disposição. Temos a Palavra de Deus, que nos revela o Plano da Salvação. Foi-nos dado o Espírito de Profecia, uma dádiva maravilhosa. Quais são algumas outras formas que nos revelam a “disposição do Céu para perdoar e salvar”? PERGUNTAS PARA REFLEXÃO: “E disseram a Jeremias, o profeta: Caia a nossa súplica diante de ti, e roga por nós ao Senhor, teu Deus, por todo este resto; porque de muitos restamos uns poucos, como veem os teus olhos” (Jer. 42:2). O que é que este versículo, e aquilo que lemos em Jeremias 23:3, têm a dizer acerca do tema do remanescente em Jeremias? É muito fácil, na nossa perspetiva, olhar para trás, para a história sagrada, e ver todas as faltas, todos os falhanços e todas as deficiências espirituais do povo de Deus da Antiguidade. E devemos fazê-lo, porque nos foi dito que estas histórias foram escritas para nosso exemplo (I Cor. 10:11). O que é triste é que muitas daquelas pessoas naquele tempo, e nos seus próprios contexto e cultura, pensavam que estavam a fazer o que era certo, que estavam muito bem com o Senhor. Que aviso isto nos deve fazer sobre quão cegos podemos ser quanto ao nosso verdadeiro estado espiritual? Quais são algumas maneiras de podermos perceber exatamente qual é a nossa verdadeira condição espiritual? Por que razão devemos manter a Cruz no centro desse processo? O que nos aconteceria, se não a mantivéssemos no centro da nossa vida espiritual? Ano Bíblico: Marcos 7-9. Comentários de EGW: Leitura Adicional Ajudai as almas que naufragam, Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, pp. 353 e 354; Testemunhos Para a Igreja, vol. 4, pp. 176-185. Moderador Textos-Chave: II Crónicas 34:1 e 2; Jeremias 22:11 e 12, 18 e 19; 29:1 e 2; II Crónicas 36:11-14; Jeremias 23:3. Com o Estudo desta Lição, o Membro da Unidade de Ação Vai: Aprender: A rever a trágica história dos últimos reis de Judá e a forma como, depois da morte de Josias – o último rei bom –, as coisas foram de mal a pior. Sentir: Um pouco da total frustração que Jeremias (e Deus) deve ter sentido, quando estes últimos reis desrespeitaram continuadamente as advertências de Deus. Fazer: Procurar ser parte do remanescente de Deus, do qual Jeremias profetizou no seu tempo, e que está também profetizado para os tempos do fim. Esboço da Aprendizagem: I. Aprender: Lições da História. A. Que razão levou a tão acentuado contraste entre Josias e os últimos quatro reis de Judá? O que foi que Josias fez de bem, e o que foi que os outros fizeram de errado? B. Zedequias tentou permanecer neutro entre o Egito e a Babilónia. Haverá destes momentos na vida, em que devemos tentar jogar pelo seguro com ambas as partes? Explique a sua resposta. II. Sentir: Total Frustração. A. Como reagimos quando as coisas parecem ir de mal a pior na nossa vida? B. Devemos insistir em partilhar Cristo com os outros à nossa volta, mesmo quando eles sistematicamente nos ridicularizam? III. Fazer: Ser Parte do Remanescente de Deus. A. Deus preservou um remanescente no tempo de Jeremias. Como pode alguém ser parte do remanescente de Deus nos nossos dias? B. Como nos sentimos sendo parte da última Igreja remanescente da História? Sumário: Há um nítido contraste entre o último rei bom, Josias, e os últimos quatro reis maus de Judá. Manobras políticas, idolatria e injustiça social levaram à destruição de Jerusalém, em 587/6 a.C.. No entanto, Deus prometeu preservar um remanescente, uma mensagem de esperança a nós dirigida nestes tempos do fim. CICLO DA APRENDIZAGEM 1º PASSO – MOTIVAR! Realce da Escritura: Jeremias 34:6 e 7, 21 e 22. Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: Há um momento em que Deus atua e em que nós colhemos os frutos das escolhas erradas, acumuladas ao longo de períodos de tempo. A destruição de Judá e de Jerusalém por Nabucodonosor, rei de Babilónia, é um bom caso ilustrativo daquilo que acontece, se sistematicamente ignoramos as mensagens de advertência que Deus nos envia. Só para o Dinamizador: Nabucodonosor, rei de Babilónia, veio três vezes a Jerusalém: a primeira em 605 a.C., quando levou reféns, entre outros, Daniel e os seus amigos; a segunda vez, em 598/7 a.C., depois de Jeoiaquim se ter rebelado contra Babilónia e ter formado uma aliança com o Egito. Nabucodonosor cercou Jerusalém, mas Jeoiaquim morreu antes de os Babilónios conquistarem a cidade. O seu filho Joaquim, que lhe sucedeu, governou apenas três meses e foi então levado para Babilónia por Nabucodonosor, que, nessa altura, instalou o último rei de Judá, Zedequias. E uma vez mais repete-se o cenário: Zedequias estabeleceu uma aliança com o Egito (Jer. 37:6-10; 38:14-28) contra Babilónia, e Nabucodonosor marchou contra Judá e destruiu todas as cidades ao longo do caminho (Jer. 34:7), cercando finalmente a cidade de Jerusalém. Só que desta vez a sua paciência tinha-se esgotado. Destruiu completamente a cidade e o templo, cuja destruição é graficamente descrita no Salmo 74:1-8. A análise a fazer na Unidade de Ação deve abordar a tragédia das repetidas más decisões dos governantes de Jerusalém e passar, depois, para o aspeto pessoal da frequência com que nós próprios nos temos rebelado contra Deus. Debate Introdutório: Durante uma grande parte da história do Velho Testamento, Láquis foi a segunda cidade mais importante, depois de Jerusalém. Encontrava-se rodeada de vinhedos e ficava sobranceira a um dos vales que davam acesso a Jerusalém, vindo do lado sul de Judá (e do Egito). A arqueologia tem fornecido pormenores singulares dos últimos dias do reino de Judá, quando Nabucodonosor marchou sobre Jerusalém e ordenou que esta fosse destruída. Em 1935, John Starkey escavou a camada referente à destruição causada pelos exércitos de Nabucodonosor em Jerusalém, e, no meio das ruínas e do entulho que cobria o chão de uma sala, numa casa da guarda, num dos portões monumentais que davam acesso à cidade, foi encontrado um elevado número de pedaços de cerâmica com inscrições, os quais vieram a ficar conhecidos como as Cartas de Láquis. Estas descrevem de maneira dramática os momentos finais do Reino do Sul, à medida que Nabucodonosor ia destruindo sistematicamente todas as cidades importantes até que só Jerusalém ficou. Na Carta IV lemos: “E possa [o meu senhor] saber que nos mantemos vigilantes aguardando os sinais de fogo de Láquis.” A carta foi, possivelmente, remetida de Jerusalém por uma sentinela que estava freneticamente à espera de um sinal de vida vindo de Láquis, o qual seria comunicado por sinais de fogo durante a noite. É provável que nunca tenha havido resposta a esta carta, pois ela foi encontrada no meio de camadas de cinzas, vasos de armazenamento quebrados e setas babilónicas. Deus estava a executar o castigo sobre Judá e Jerusalém, com o seu templo a ser destruído de seguida. Como entendemos que um Deus amoroso possa ter enviado os Babilónios para condenarem o Seu povo? 2º PASSO – ANALISAR! Só para o Dinamizador: É surpreendente o contraste entre o último rei bom de Judá e os quatro reis maus que lhe sucederam. A grande interrogação é: como foi possível a Judá, num tão curto espaço de tempo, cair de reformas religiosas e da leitura da Lei, em 621 a.C., sob a governação de Josias (ver II Crónicas 34), para as profundezas da idolatria e para as manobras políticas de Jeoacaz, Jeoiaquim, Joaquim e Zedequias, os quais selaram o destino de Judá e motivaram o castigo divino executado pelos Babilónios? COMENTÁRIO BÍBLICO Há uma série de importantes conceitos teológicos que percorrem a lição desta semana: o julgamento divino, a rebelião humana e o remanescente de Deus. I. De Josias até ao Julgamento (Recapitule com a Unidade de Ação II Crónicas 34:30-33; Daniel 1:2.) As reformas religiosas de Josias foram motivadas pela descoberta casual da Lei durante as obras de renovação do templo, em 621 a.C., cinco anos depois de Jeremias ter sido chamado para ser profeta. O “Livro da Lei” (II Cró. 34:15) é um termo que pode referir-se aos cinco livros de Moisés, o Pentateuco; mas o termo torah é um conceito mais alargado do que a mera referência aos Dez Mandamentos. A torah é, aliás, a história dos atos de graça da parte de Deus na esfera humana, os quais são comunicados por meio de história e de instrução (ver Salmos 1; 19; 119). Daí que a leitura do “Livro da Lei” tenha trazido a Josias uma dolorosa constatação de que Judá estava muitíssimo afastado daquilo que Deus tencionava que a nação fosse, e de que o julgamento se encontrava iminente. Contudo, o julgamento divino que estava iminente foi adiado devido às reformas introduzidas por Josias e só foi executado no tempo dos seus sucessores (ver II Cró. 34:23-28). Quando Nabucodonosor veio pela primeira vez a Jerusalém, em 605 a.C., o livro de Daniel descreve a sua conquista como um ato de julgamento da parte de Deus: “E o Senhor entregou nas suas mãos a Joaquim, rei de Judá” (Dan. 1:2). Segundo a perspetiva bíblica, Deus estava ativamente envolvido na execução do julgamento sobre Judá, usando os Babilónios como instrumentos da Sua ira. Pense Nisto: Há muita gente que se sente desconfortável com a ideia de Deus Se encontrar ativamente envolvido na execução do julgamento. De que maneira pode compreender-se isso e integrar essa ideia na imagem de um Deus amoroso? II. Rebelião Reincidente (Recapitule com a Unidade de Ação Jeremias 22:1-19.) Jeoiaquim e Zedequias rebelaram-se ambos repetidamente contra Nabucodonosor, o agente de Deus para o julgamento, ao formarem alianças com o Egito, depois de quebrarem o juramento de lealdade que tinham feito aos Babilónios. Estas manobras políticas, porém, só ilustravam a contínua rebelião daqueles reis contra Deus. É interessante estudar os sinais dessa sua rebelião. Havia injustiça social por meio da opressão sobre os necessitados e por meio da exploração dos pobres, enquanto os ricos viviam luxuosamente. Existia também idolatria por meio da instituição de ritos pagãos no templo. É interessante notar que estas foram as duas principais áreas de rebelião – injustiça social e idolatria – que os profetas do Velho Testamento repetiram, vez após vez. Estes dois pecados acabaram por levar ao Exílio. Pense Nisto: Que importância têm na vida do Cristão, nos dias de hoje, a justiça e o envolvimento sociais? E o que dizer da idolatria moderna? Em que aspetos são ainda estas duas áreas representativas da rebelião da Humanidade contra Deus na atualidade? III. O Remanescente (Recapitule com a Unidade de Ação Jeremias 23:1-8.) Mesmo quando, depois de séculos de graça prolongada e de avisos proféticos, Deus executa os Seus juízos, Ele mistura-os com uma mensagem de graça e de esperança. Esta é a mensagem do remanescente, um tema recorrente que percorre os livros da Bíblia. Desde o Dilúvio até à última Igreja da História, sempre houve um remanescente. Em nítido contraste com o tema do remanescente, a metáfora dos pastores iníquos, em Jeremias 23:1-4, demonstra até que ponto a liderança de Judá se tinha afastado do ideal de Deus. Em vez de pastorearem, eles “dispersavam” o rebanho, indicando que o Exílio iminente viria em resultado do seu abuso de poder. É muito interessante que o segundo verbo, no versículo 2, que está traduzido por “dispersastes”, tem a conotação de “levar alguém a desviar-se” ou de “desencaminhar alguém religiosamente”, sendo usado no mesmo sentido em Deuteronómio 13:13. Contudo, no versículo 3, há uma admirável inversão de julgamento para Salvação, quando Deus, como divino Pastor, recolherá e guardará um remanescente e o fará “voltar aos seus apriscos”. Depois do regresso do Exílio, o remanescente Israel será dirigido por uma nova forma de governo, o Rei-Pastor, o “renovo justo”. Esta maravilhosa promessa messiânica tem o seu cumprimento escatológico em Jesus (note-se nos versículos 5 e 7 o sinal escatológico “eis que vêm dias”), que guiará a Sua Igreja remanescente em segurança, ao longo dos tempos do fim. O remanescente está centrado em Cristo. Pense Nisto: Que características tem o remanescente bíblico? De que maneira podem refletir-se essas características na nossa vida moderna? 3º PASSO – PRATICAR! Só para o Dinamizador: A rebelião contra Deus (frequentemente expressa em mau comportamento ético e em idolatria) continua a ser tanto uma triste realidade no século XXI como o foi no tempo de Jeremias, apesar de os juízos de Deus não serem tão tangíveis e imediatos como foram nos tempos bíblicos. É importante contextualizar estas questões com a Unidade de Ação, de modo a que se tornem aplicáveis à nossa vida. Contudo, a mensagem de esperança do remanescente precisa de se manter primordial na mente dos membros. Perguntas para Reflexão/Aplicação: 1. De que modo são os sinais da rebelião de Judá (má conduta ética e idolatria) refletidos na nossa cultura e na nossa sociedade? 2. Que significado tem para nós pertencer ao remanescente de Deus – a última Igreja da História? 4º PASSO – APLICAR! Só para o Dinamizador: Uma grande parte da mensagem profética do Velho Testamento denuncia a injustiça social, e a má conduta ética serve frequentemente de barómetro da verdadeira espiritualidade. A atividade da Unidade de Ação deve dar uma oportunidade para que os membros apreciem e desenvolvam o trabalho missionário. Atividades da Unidade de Ação: Enquanto Unidade, pensem num projeto de trabalho missionário social que vá ao encontro das necessidades dos grupos socialmente vulneráveis mencionados por Jeremias: pobres, necessitados, viúvos, estrangeiros e órfãos. Podem acrescentar-se com facilidade outros a esta lista (por exemplo, mães solteiras, presos, toxicodependentes, etc.). O ideal seria que este não fosse um projeto isolado, mas algo que se tornasse parte das atividades regulares da Unidade de Ação. Relatem as vossas atividades ao resto da igreja e animem outras Unidades de Ação a aceitarem desafios semelhantes. Estejam atentos à forma como este tipo de trabalho missionário tem influência no evangelismo e nos batismos na igreja.