FACULDADE PIO DÉCIMO
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS ALUNOS DA PRIMEIRA
SÉRIE DO ENSINO MÉDIO ORIUNDOS DA EJAEF
Por
Givaldo Santos de Jesus (Organizador)
Ana Paula Lima Andrade
Francisco Vidal Barreto
Gilzélia Nunes
José de Andrade
Maria Célia Nunes
Maria Inês dos santos
Trabalho de conclusão de curso de
Especialização
Itabaiana/SE
2005
2
OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS ALUNOS DA PRIMEIRA
SÉRIE DO ENSINO MÉDIO ORIUNDOS DA EJAEF
Ana Paula Lima Andrade
Francisco Vidal Barreto
Gilzélia Nunes
Givaldo Santos de Jesus
José de Andrade
Maria Célia Nunes
Maria Inês dos santos
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Núcleo de Pesquisa, Pós-Graduação
e Extensão da Faculdade Pio Décimo, Aracaju, como requisito parcial para a conclusão do
curso de Pós-Graduação em Educação e Gestão e a obtenção do título de
ESPECIALISTA
Em Educação e Gestão
Itabaiana/SE
2005
3
FACULDADE PIO DÉCIMO
NÚCLEO DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
Os Desafios Enfrentados pelos Alunos da Primeira Série do Ensino Médio Oriundos da
EJAEF
Elaborado por: Ana Paula Lima Andrade
Francisco Vidal Barreto
Gilzélia Nunes
Givaldo Santos de Jesus
José de Andrade
Maria Célia Nunes
Maria Inês dos Santos
Orientado por: Profª. MSc. Ana Maria Lourenço Azevedo
e aprovado por todos os membros da Banca Examinadora foi aceita pela Faculdade Pio
Décimo como requisito à obtenção de título de
ESPECIALISTA em Educação e Gestão
Aracaju, 28 de Dezembro de 2005.
BANCA EXAMINADORA
Nome
Titulação
Nome
Titulação
Nome
Titulação
Conceito:__________________________________
(Orientador)
4
AGRADECIMENTOS
À Deus, enter superior por ter nos dado a oportunidade de realizar este trabalho.
Aos colegas do Curso Progestão e da Pós-Graduação pelas valiosas discussões,
companheirismo e apoio na busca do conhecimento.
Aos nossos familiares, pela paciência e compreensão demonstradas pelas ausências
nos momentos de lazer dos finais de semanas dedicados aos estudos.
À nossa orientadora Ana Maria Lourenço Azevedo pela atenção e valiosa
contribuição na construção deste trabalho. E a todos os professores do núcleo de PósGraduação pelos conhecimentos transmitidos.
Por fim, queremos externar nosso profundo agradecimento a todos aqueles que
direto ou indiretamente contribuíram para a construção deste trabalho.
Dedicamos este trabalho aos alunos oriundos
da EJA que lutam contra a exclusão sócioeconômica e cultural.
5
“Para ser válida toda educação, toda ação
educativa
deve
necessariamente
estar
precedida de uma reflexão sobre o homem e
de uma análise do meio de vida concreto a
quem queremos educar”.
Paulo Freire
6
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo analisar as causas dos altos índices de evasão
escolar dos alunos matriculados na primeira série do Ensino Médio do Colégio Estadual “João
XXIII”, oriundos do EJAEF, no período de 2002 a 2004. Metodologicamente, o primeiro
passo na construção desse estudo se deu a partir do levantamento bibliográfico sobre a evasão
escolar. Em seguida, fizemos o levantamento de dados nos arquivos da escola e aplicamos
questionários a alunos e professores, obtendo informações valiosas sobre o nosso objeto de
estudo. Constatamos a partir desta pesquisa que os elevados índices de evasão estão
relacionados a fatores diversos e principalmente, ausência do Estado e de políticas públicas
sérias, condições precárias das escolas e as condições sócio-econômicas e culturais dos
alunos, etc., que na prática atribuem o fracasso escolar aos professores e alunos, mascarando a
realidade. Já a EJA que foi criada com o objetivo de incluir os alunos com distorção
idade/série está sendo na prática uma válvula de escape para os alunos do Ensino Regular,
promovendo a exclusão. Todavia, acreditamos que a escola é um projeto de classe e que só
pode ser enfrentado por outro antagônico que vise o desenvolvimento de uma educação de
qualidade para todos e não a ascensão de alguns indivíduos como o projeto atual.
Palavras-chave: Globalização, Educação, Evasão, Educação de Jovens e adultos, e Ensino
Médio.
7
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
1 – Mapa de Sergipe ................................................................................................................ 26
2 – Índice de aprovação, reprovação e evasão da primeira série do Ensino Médio ................ 30
3 – Número de turmas e de alunos .......................................................................................... 27
8
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS E DEDICATÓRIA ............................................................................. iv
EPÍGRAFE ................................................................................................................................ v
RESUMO ................................................................................................................................. vi
LISTA DE FIGURAS E TABELAS ...................................................................................... vii
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 09
CAPÍTULO I ........................................................................................................................... 11
1 - Referencial Teórico ........................................................................................................... 12
CAPÍTULO II ......................................................................................................................... 22
2 - A Evasão Escolar dos alunos da Primeira Série do Ensino Médio Oriundos da EJAEF .. 23
2.1 – Caracterização da região ................................................................................................ 23
2.2 - Caracterização do objeto de estudo ................................................................................ 25
2.3 - Análise situacional do objeto de estudo: avaliação dos indicadores e instrumentos ...... 28
CAPÍTULO III ........................................................................................................................ 39
3. Plano de Ação para minimizar os problemas enfrentados pelos alunos oriundos do
EJAEF na Primeira Série do Ensino Médio ............................................................................ 40
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 53
ANEXOS ................................................................................................................................ 55
Anexo 1 – Questionário dos alunos do Ensino Médio ............................................................ 56
Anexo 2 – Questionário dos alunos da EJA ........................................................................... 58
Anexo 3 – Questionário dos professores da EJA .................................................................... 59
Anexo 4 – Questionário dos professores do Ensino Médio .................................................... 60
9
INTRODUÇÃO
No Brasil existem vários estudos no campo educacional, visando solucionar os
problemas da educação, que ao longo do tempo se mostra excludente. Muitos desses trabalhos
são construídos a partir de dados estatísticos analisados de forma quantitativa que foge da
realidade. Outros andam em círculo e acabam provando o que todo mundo já conhece. Em
relação à educação de jovens e adultos, esta problemática ainda é pouco estudada,
principalmente a evasão na primeira série do ensino médio de alunos oriundos do EJAEF, que
leva consigo alunos do ensino regular, existindo portanto, uma coluna a ser preenchida. A
EJA que foi criado para incluir os alunos que não conseguiram acompanhar o ensino normal,
porém, quando eles chegam na primeira série do ensino médio não conseguem acompanhar e
evadem para a EJAEM, levando consigo alunos que vieram do ensino regular. Então, o que
deveria ser um fator de inclusão está sendo de exclusão.
Este trabalho tem como objetivo compreender as causas dos altos índices de evasão
escolar dos alunos matriculados na primeira série do Ensino Médio do Colégio Estadual “João
XXIII”, a partir da identificação dos índices de evasão dos alunos oriundos do EJAEF, no
período de 2002 a 2004.
Na elaboração desta pesquisa algumas questões foram levantadas e tentaremos
desenvolvê-las no decorrer deste trabalho, como:
Qual o perfil da escola pesquisada, da clientela e do corpo docente?
Quais são as condições sócio-econômicas e culturais dos educandos?
Quais as causas da evasão escolar nas primeiras séries do ensino médio?
Quais os fatores de inclusão dos alunos do EJAEF no ensino regular?
Que propostas podemos estabelecer para minimizar os problemas levantados?
10
Metodologicamente, o primeiro passo na organização desse estudo se deu a partir do
levantamento e fichamento bibliográfico de livros, dissertações, monografias, artigos, etc.,
com o objetivo de estudar a produção literária acerca do tema pesquisado que servirão para
construir a nossa fundamentação teórica. Em seguida, fizemos um levantamento de dados nas
pastas dos alunos, referente à evasão escolar nas primeiras séries do Ensino Médio no período
de 2002 a 2004 de onde tiramos grande parte das informações que compõe este trabalho e que
foram analisados estatisticamente na construção de figuras e tabelas de nossa pesquisa. No
terceiro passo, aplicamos questionários (em anexo) aos alunos e professores da EJA e do
Ensino Médio que proporcionou o contato direto com o objeto de estudo fornecendo
informações valiosas para a construção do nosso trabalho.
O trabalho está estruturado em três partes. No primeiro capítulo, apresentaremos o
pensamento de alguns autores sobre a educação, fundamentais na construção do nosso
referencial Teórico.
No segundo capítulo, abordaremos os fatores da evasão escolar dos alunos da
Primeira Série do Ensino Médio, oriundos da EJAEF, observando as características da região
e o município que a escala está inserida, como também, o perfil da clientela e os resultados
dos questionários que facilitaram a compreensão do objeto de estudo.
No terceiro capítulo, construímos um plano de ação para minimizar os problemas
enfrentados pelos alunos oriundos da EJAEF ao ingresso na primeira série do Ensino Médio
com objetivos e ações definidas para aplicarmos no próximo ano no Colégio Estadual “João
XXIII”.
Em se tratando de um trabalho de conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato
Sensu, tivemos a preocupação de colaborar com o estudo da evasão escolar dos alunos da 1ª
série do ensino médio oriundos da EJAEF, com o objetivo de minimizar os problemas
enfrentados por esses alunos e a exclusão social e cultural.
11
CAPÍTULO I
REFERENCIAL TEÓRICO
12
CAPÍTULO I
REFERENCIAL TEÓRICO
Atualmente o mundo está sendo redesenhado e todos os aspectos da vida humana
são influenciados pelo processo de globalização. O termo globalização é do final do século
XX, mas desde a Pré-história o mundo vem sendo recriado por esse processo que tenta
uniformizar a economia, a cultura, e ela também diminui as distâncias através do avanço do
sistema de comunicação, tornando as relações sociais mais rápidas. Na verdade, hoje
percebemos o fortalecimento do processo de internacionalização do mundo capitalista que se
consolida e carrega consigo as contradições do mundo desenvolvido e/ ou subdesenvolvido.
Os beneficiados por esse processo são as corporações transnacionais e as classes sociais mais
abastadas que controlam a produção e o capital financeiro. Do outro lado, encontramos o
restante da população que é marginalizada do processo produtivo e alienada para o consumo.
Para os países desenvolvidos a globalização garante o controle no mercado de
consumo em escala planetária, tecnologia de ponta, alto padrão de vida para seu povo,
educação, etc. Mas, para os países subdesenvolvidos, a globalização provoca a perda na
competitividade no mercado internacional, o controle dos recursos naturais e um crescente
endividamento submetendo-os aos países ricos. O Estado se fragiliza e passa a mediar as
políticas sociais e econômicas privatizando os seus bens públicos e serviços, colaborando na
ampliação dos excluídos, e também na ampliação da acumulação de uma minoria detentora de
bens, qualidade de vida e poder. Nesse sentido:
todo este quadro já é realidade e se concretiza cada vez mais nos países
em desenvolvimento ou subdesenvolvido. Com isso, há um agravamento,
de modo alarmante, da pobreza de grandes contingentes populacionais,
formando verdadeiros “bantustões” de miséria rodeando poucas ilhas de
excelência” (FADEL, 2002:13).
13
Atualmente, a sociedade brasileira passa por violentas transformações econômicosociais, políticas e culturais que excluem da maioria da população os seus direitos básicos.
Como por exemplo, uma educação de qualidade para os filhos da classe trabalhadora torna-se
cada dia mais distante devido ao sucateamento das escolas públicas com o objetivo de levar o
ensino ao fracasso para que a escola não consiga fazer o seu papel que é formar o cidadão.
Pessoas conscientes cobram dos governantes seus direitos, todavia, os nossos políticos não
querem uma massa pensante.
No Brasil, muitos educadores questionam se é possível uma escala que ensine os
conhecimentos básicos aos filhos das classes populares. Para muitos, a escola não tem jeito,
pois a evasão e a repetência chegam a altos índices e outros não chegam nem a se
matricularem em uma escola. Dados do MEC mostram que o aumento do número de alunos
que abandonaram a escola foi maior no Ensino Médio, pois a taxa de evasão em 1997 estava
em 5,2%, e aumentou para 8,3% em 2001. Dessa forma:
As estatísticas não fazem outra coisa senão confirmar o fracasso escolar
dos filhos do povo. Os índices de repetência e evasão teimam em
mostrar que quase 60% dessas crianças não ultrapassam a 1ª série e o
restante irá saindo, ou sendo forçado a sair, ainda nas primeiras séries,
sem contar aqueles que nem entraram na escola (ARROYO. 1997:11).
A evasão escolar é um dos maiores problemas da educação, é complexa e está ligada
a uma série de fatores como: condições sócio-econômicas e culturais dos alunos, decorrentes
de um país capitalista e excludente; a estrutura escolar inadequada1; falta de apoio da família,
etc.
Segundo Arroyo (1997) a escola é um projeto de classe e só pode ser enfrentado por
outro projeto de classe antagônico, visando o interesse da classe e não a ascensão de alguns
1
Sobre a estrutura da escola nos referimos às condições físicas e humanas (salas, banheiros, laboratórios,
quadras de esportes; currículos impostos, avaliação inadequada, relações interpessoais entre alunos e
funcionários, formação continuada dos professores etc.).
14
indivíduos. Então, os próprios profissionais da educação passam a lutar como categoria
exigindo melhorias para o ensino em todo país. O problema da educação não está se no
Estado (São Paulo, Minas, Sergipe) é rico ou pobre; nas diferenças de clima ou de região; ela
está nas diferenças de classe, onde o cidadão é excluído da escola e dos seus direitos. Dessa
forma, os governantes investem cada vez menos na educação em nosso país:
(...) a UNESCO denuncia que em 1995 foram aplicados apenas 3,7% do
PIB em educação, ficando nosso país atrás até da Etiópia (4,9%). Isso
coloca o Brasil em 80º lugar do mundo em aplicação de recursos na área
educacional. Com reduzido volume de recurso a atual política
educacional enviesada de distribuição desigual dos recursos disponíveis,
outra vez estão sendo golpeadas as reivindicações do mundo vivido em
nosso país, quais sejam: universalização e gratuidade da educação
básica, ensino superior gratuito e valorização social e econômica do
profissional da educação (BRZEZINSKI, 1997:59).
Nesse contexto a política educacional dos nossos governantes é reduzir os gastos
com a educação e jogar toda a responsabilidade do sucesso ou fracasso dos alunos nas
“costas” dos professores, dos alunos e da família. O Estado torna-se mínimo para resolver os
problemas da educação e máximo para reprimir os profissionais da educação que são
obrigados a assumir e solucionar a evasão, a repetência, a violência nas escolas, etc.
O professor é um profissional que atua no ensino proporcionando conhecimentos,
habilidades e atitudes que de fato leva ao sucesso ou insucesso do processo ensinoaprendizagem. Todavia, o êxito e fracasso da atuação do professor está diretamente ligado a
uma série de fatores profissionais e materiais interferindo no funcionamento das escolas, que
na maioria das vezes prejudicam o desempenho dos profissionais da educação e a
aprendizagem dos educandos, já que é função do governo proporcionar os meios necessários.
Dessa forma:
(...) um professor profissionalmente despreparado, recebendo salários
baixos, trabalhando em precárias condições, terá dificuldades de atuar
15
com profissionalismo. Por outro lado, um professor muito dedicado, que
ama sua profissão, respeita os alunos, é assíduo ao trabalho, terá muito
pouco êxito na sua atividade profissional se não tiver as qualidades e
competências tidas como ideais a um profissional, isto é, os requisitos de
profissionalização. (LIBÂNEO, 2001:64).
A luta pela profissionalização e por um ensino de qualidade torna-se cada vez mais
difícil porque para o fortalecimento da identidade profissional faz-se necessário investir na
formação inicial e continuada dos profissionais da educação. No entanto, assistimos em nosso
país uma redução na carga horária e a conseqüente junção de disciplinas nos cursos
superiores, como também, o grande número de cursos especiais bastante reduzidos e sem
qualidade, que atraem um grande número de jovens e professores que ainda não fizeram sua
licenciatura. Então, as Universidades de maneira geral estão se fragilizando, formando
profissionais com deficiência e quando chegam no mercado de trabalho sofrem também com a
falta de cursos para garantir a formação continuada. Por outro lado, quando a Secretaria de
Estado da Educação oferece esses cursos são passadas propostas para serem executadas,
direcionando o que os professores devem fazer. Os professores não são instigados a ganhar
autonomia profissional, a refletir sobre sua prática, e construir suas próprias teorias sobre o
seu trabalho, que seria o ideal para atingirmos uma educação de qualidade, respeitando e
transformando a vida dos alunos e da sociedade. Na verdade, a maioria desses cursos trazem
fórmulas prontas, apresentando a realidade e experiências de outros Estados totalmente
diferentes do nosso cotidiano. Dessa forma:
O exercício e o treino poderiam bastar para manter competências
essenciais se a escola fosse um mundo estável. Ora, exerce-se o ofício
em contextos inéditos, diante de públicos que mudam, em referência a
programas
repensados,
supostamente
baseados
em
novos
conhecimentos, até mesmo em novas abordagens e novos paradigmas.
Daí a necessidade de uma formação contínua, que em italiano se chama
aggiornamento, o que ressalta o fato de que os recursos cognitivos
mobilizados pelas competências devem ser atualizados, adaptados a
condições de trabalho em evolução. (PERRENOURD, 2000: 155/156).
16
Em relação às condições adequadas de trabalho estamos muito distante do ideal, pois
falta melhorar a estrutura física das escolas, materiais didáticos, merenda, biblioteca,
auditório, laboratório de ciências e de informática, etc, essa é a dura realidade das escolas
públicas que tem como obrigação preparar os filhos dos trabalhadores para que se tornem
verdadeiros cidadãos críticos e conscientes de seus direitos e deveres, e que possam lutar
contra a exclusão sócio-econômica e cultural. Nesse sentido:
(...) Ampliando um pouco mais o enfoque, temos os alunos com seus
dramas pessoais e familiares; e já estamos inseridos na lógica social
maior, perversa, excludente e desumana. Para quem não perdeu a
sensibilidade, este é o ponto de partida: a necessidade de transformação
(VASCONCELLOS, 2001:27/28).
Analisando os índices de culpabilidade do fracasso escolar temos que perceber que
muitas pesquisas e projetos são direcionados para o professor, alunos e a família, como se
fossem os grandes culpados do insucesso escolar determinado pelo contexto sócio-cultural.
Na verdade é preciso perceber o fracasso do Estado e de suas políticas públicas ineficientes,
que através da situação econômica excludente gera uma minoria de ricos e uma maioria de
pobres que lutam pela sobrevivência, e nega também o direito de permanência na escola.
Dessa forma, as políticas públicas devem:
(...) centra-se em políticas educacionais que ofereçam condições de
trabalho pedagógico e não atentar somente para a conseqüência do
problema, a evasão. Fracassaram o projeto político do Estado e da
escola, e não o aluno. Enquanto a questão estiver sendo encoberta por
soluções do tipo “diminuir os índices do fracasso e evasão, numa escola
sem condições”, estaremos, segundo Arroyo (1986), resguardando um
Estado ausente e uma ordem social injusta (SUDBRACK, 1997:52).
Diante dessa situação, o Estado deveria assumir o seu papel e oferecer realmente
uma educação de qualidade. Porém, os problemas educacionais tendem a aumentar porque os
17
nossos governantes estão interessados apenas em números de alunos que foram alfabetizados
ou que passaram de ano para garantir os recursos destinados à educação, e uma educação de
qualidade que atenda às necessidades da classe trabalhadora torna-se cada dia mais distante.
No Brasil já foram criados vários programas para minimizar os problemas da
educação. Mas o nosso país continua exibindo um número enorme de analfabetos e alunos
com distorção de idade e série. Para corrigir esses problemas o governo no ano 2000 mais
uma vez resolve interferir e criando a Educação de jovens e adultos (EJA) para minimizar os
problemas do analfabetismo, a distorção idade/série, e reparar uma dívida social com as
pessoas que desde cedo tiveram que trabalhar e não tendo acesso à escola. É obrigação do
Estado através de suas políticas públicas interferir no campo das desigualdades sócioeconômicas e culturais. Nesse sentido:
(...) a educação de jovens e adultos representa uma promessa de efetivar
um caminho de desenvolvimento de todas as pessoas, de todas as
idades. Nela, adolescentes, jovens, adultos e idosos poderão atualizar
conhecimentos, mostrar habilidades, trocar experiências e ter acesso a
2
novas regiões do trabalho e da cultura (...)
A denominação “Educação de Jovens e Adultos” é recente no Brasil, mas desde o
período colonial havia um interesse de alfabetizar os adultos que necessitavam ser
doutrinados pela igreja, tendo mais um caráter religioso do que educacional. No Império,
várias reformas educacionais apontavam para a necessidade de classes noturnas de ensino
elementar para adultos analfabetos. Todavia, a institucionalização e desenvolvimento da EJA
em escolas através de programas, materiais e professores, iniciou-se a partir do fim da
Segunda Guerra Mundial e no final da Ditadura Vargas, existindo um movimento de
fortalecimento dos princípios democráticos, como também, ampliando as bases eleitorais para
2
Cf. Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA. 2000, P.09
18
sustentação do governo central, integrar os imigrantes e incrementar a produção através da
capacitação profissional. Dessa forma:
Ao final da ditadura de Getúlio Vargas, em 1945, há um movimento de
fortalecimento dos princípios democráticos e, com a criação da Unesco
(Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura),
solicitam-se aos países integrantes esforços no sentido de se educar a
população adulta analfabeta. (CUNHA, 1999:10).
Assim, a Educação de Jovens e Adultos passa a representar uma alternativa de
efetivar o desenvolvimento das pessoas e do país, que toma os seus contornos em 1947 numa
Campanha de Educação de Adultos. As dificuldades com essa modalidade de ensino são
várias, surgindo muitas críticas devido à sua ineficiência. A principal referência da
alfabetização de jovens e adultos e o educador Paulo Freire, com sua Pedagogia Libertadora,
fundamentada na idéia de que a transformação social ocorrerá através do processo de
conscientização cultural e política do cidadão. Na sua concepção, aprender é um ato de
conhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real vivida por aqueles que aprendem.
Segundo Cunha (1999: 12),
O golpe militar de 1964 causou uma ruptura nesse trabalho, de
alfabetização que vinha sendo realizado, exatamente pela sua ação
conscientizadora. Todas as experiências que emergiram com base na
filosofia de conscientização, intervenção e mudança foram percebidas
como ameaça à ordem instalada (...)
Em 1967 o governo militar assume o controle e cria o Movimento Brasileiro de
Alfabetização (MOBRAL) que metodologicamente acabava com todo o senso crítico e
conscientizador do método de Paulo Freire. Mas paralelo ao MOBRAL, grupos que atuavam
na educação popular continuaram alfabetizando através da pedagogia Liberal.
19
Em 1985 o Mobral foi extinto e em seu lugar surgiu a Fundação Educar, na qual,
metodologicamente, houve a intenção de se adotar o método Paulo Freire, mas, despido de
seu conteúdo político e conscientizador. Todavia, a Pedagogia Libertadora ganhou espaço e o
método Paulo Freire tem dado uma contribuição fundamental na educação de Jovens e
adultos. Não só na questão da alfabetização, como também na educação de jovens e adultos
do ensino fundamental e do ensino médio (EJAEF e EJAEM). Nesse sentido:
(...) A educação liberadora é incompatível com uma pedagogia que, de
maneira consciente ou mistificada, tem sido prática de dominação. A
prática da liberdade só encontrará adequada expressão numa pedagogia
em que o oprimido tenha condições de, reflexivamente, descobrir-se e
3
conquistar-se como sujeito de sua própria destinação histórica (...).
Atualmente em nosso país, o ensino como um todo apresenta um quadro caótico,
valorizando a quantidade em detrimento da qualidade. Imagine a educação de jovens e adultos
que possui um currículo bastante reduzido, exigindo uma política pedagógica que atenda de
fato as suas especificidades e oportunize a inclusão e ao desenvolvimento sócio-cultural dos
educandos. Segundo Silva (2005), os alunos do EJA são diferentes devido à distorção de
idade/série exigindo a formulação de um currículo diferenciado. Por isso, as atividades
curriculares devem atender às suas necessidades aproveitando ao máximo as experiências de
vida, a realidade e os interesses dos educandos. Todavia, na prática, para muitos a idéia
defendida é de superficializar os conteúdos, por pensar que os jovens e adultos devem
aprender rapidamente para resgatar a escolaridade perdida. Então, a estrutura da EJA volta a
ser questionada porque o tempo é reduzido, os professores não recebem a qualificação
adequada, materiais didáticos, etc., tendo que improvisar e acima de tudo respeitar as
diferenças dos educandos. Nesse sentido:
3
Cf. Ernani Maria Fiori. In: Paulo Freire. Pedagogia do Oprimido. 1987, p. 09.
20
As considerações ou reflexões até agora feitas vêm sendo
desdobramentos de um primeiro saber inicialmente apontado como
necessário à formação docente, numa perspectiva progressista. Saber
que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades
para a sua própria produção ou a sua construção. (FREIRE, 1998:52).
No artigo 37, a LDB garante o ensino gratuito aos jovens e adultos que não tiveram
condições de efetuar seus estudos na idade adequada, respeitando as características dos
alunos, seus interesses, condições de vida e de trabalho. O poder público é o responsável para
viabilizar o acesso e a permanência desses alunos proporcionando a eqüidade social,
educacional e cultural, ou seja, colocar em pé de igualdade alunos da EJA, supletivos e ensino
regular. Todavia, quem está na sala de aula (alunos e professores) são vítimas desse sistema e
tanto o Ensino Regular quanto a EJA em nosso país não são valorizados e passam por grandes
dificuldades. A EJA foi criada com o objetivo de incluir o aluno, porém, não está conseguindo
desempenhar sua tarefa de incluir os alunos no ensino regular. Um exemplo dessa realidade
são os alunos oriundos do EJAEF que tentam cursar o ensino médio regular e não
conseguindo acompanhar acabam evadindo para o EJAEM, levando consigo alunos do ensino
regular a evadir para a EJA. Na nossa concepção o que deveria ser um fator de inclusão está
na contramão e provocando a exclusão desses alunos, pois, na verdade a EJA não consegue
ampliar os horizontes desses alunos.
No Brasil torna-se necessário repensar a questão da educação como um todo, e
principalmente a Educação de jovens e adultos. É nosso dever enquanto educador defender a
inserção do jovem e adulto na educação formal como meio de garantir os seus direitos básicos
e à cidadania. Dessa forma:
Preocupa-nos a forma marginalizada como é tratada a questão da
Educação de Jovens e Adultos (EJA) no âmbito do poder publico. Há por
parte deste poder uma política educacional até certo ponto contraditória,
quando se fala de EJA. A própria LDB 9394/96 que deveria nortear o
caminho a ser percorrido, trata-a de forma ambígua (BARRETO.
2004:20).
21
A Nova LDB é analisada com preocupação pelos educadores comprometidos com a
educação pública brasileira e aplaudida pelos conservadores e privatistas da educação que
qualifica a Nova LDB como a salvadora, e que resolve todos os problemas da educação em
nosso país. Porém, nós sabemos que na LDB tem avanços e recuos e que na maioria das vezes
os direitos dos educandos e dos profissionais da educação não saem do papel. Já os que
favorecem aos interesses dos governantes e da elite brasileira, fazem questão de colocá-los em
prática e não nos esqueçamos das brechas “legais” que eles encontram para burlarem as leis.
Nesse sentido:
(...) A questão é saber exatamente a que preço se fará o
desenvolvimento da educação nacional, que historicamente se pauta
pela exclusão de diversos segmentos sociais, privilegiando o
atendimento de quem já é incluído no sistema capitalista (BRZEZINSKI,
1997:61).
Portanto, a educação é um elemento fundamental para o desenvolvimento do país e
das pessoas contribuindo para reduzir as desigualdades sócio-econômica e culturais. Todavia,
os governantes investem cada vez menos em educação em nosso país com objetivo de
reproduzir uma população cada vez menos esclarecida. A concentração da renda, as condições
sócio-culturais, a ausência da família, as condições físicas e pedagógicas de nossas escolas
leva a evasão e a repetência de nossos alunos. Mas tudo isso é reproduzido pelo Estado que é
omisso e frágil para resolver os problemas da educação, e forte para defender os seus
interesses e da elite.
22
CAPÍTULO II
A EVASÃO ESCOLAR DOS ALUNOS DA PRIMEIRA SÉRIE
DO ENSINO MÉDIO ORIUNDOS DA EJAEF
23
CAPÍTULO II
2 - A EVASÃO ESCOLAR DOS ALUNOS DA PRIMEIRA SÉRIE DO
ENSINO MÉDIO ORIUNDOS DA EJAEF
O capítulo em tela tem como objetivo verificar os fatores da evasão escolar dos
alunos oriundos da EJAEF na Primeira Série do Ensino Médio que atualmente se configura
como um dos maiores problemas da educação. Para chegar aos fatores e os índices de evasão
fizemos uma pesquisa nos arquivos do Colégio Estadual “João XXIII”, em seguida aplicamos
questionários a alunos, professores da EJAEF e do Ensino Médio que forneceram informações
preciosas para a construção do nosso objeto de estudo e que apresentaremos as suas respostas
a partir da análise qualitativa dos questionários.
2.1 – Caracterização da Região
O município escolhido para desenvolver a nossa pesquisa foi o de Ribeirópolis-SE,
integrante da microrregião de Carira (Figura 1), situado na Zona Oeste, transição do agreste
com o sertão. Apresenta uma área de 263,0 km2, situado no paralelo 10º 32’26” de latitude
Sul e 37º 26’05” longitude Oeste. Limita-se ao norte-nordeste com o município de São
Miguel do Aleixo; ao leste-sudeste com Moita Bonita e Nossa Senhora das Dores; ao Sul com
Itabaiana; ao Oeste com o município de Frei Paulo; e a Norte-noroeste com Nossa Senhora
Aparecida. A sede municipal localiza-se no centro do território, ao norte da Serra do Saco,
distando em linha reta 61km, e pela rodovia 75km da capital do Estado. De acordo com o
censo demográfico de 2000, possuía uma população de 15.439 habitantes, dos quais 10.095
24
residiam na Zona Urbana e 5.344 na Zona Rural, apresentando um considerável desequilíbrio
entre os totais das populações desses dois espaços.
No tocante à economia, desde a sua formação o município destaca-se nas atividades
agropecuárias4 com uma certa diversificação para cada região. Produz a mandioca, o milho, o
feijão e as verduras em alguns povoados, sendo a mandioca com a ulterior produção da
farinha o principal produto. No setor industrial existe em funcionamento desde 1995 a
Itabaiana Têxtil, especializada na produção de fios de linha poliéster para fazer redes, tapetes,
etc., e a Empresa de calçados Azaléia, que se instalou recentemente atrás de isenções de
impostos, terras baratas, rodovias que facilitam o transporte da produção e principalmente
força de trabalho qualificada e abundante, o que torna lucrativo a sua implantação no
município.
Desde o início da criação do povoado Saco do Ribeiro a feira foi a responsável pelo
desenvolvimento de Ribeirópolis. Apesar da concorrência do comércio e da feira de Itabaiana
que ocorre fuga de capitais, o comércio de Ribeirópolis de um modo geral se apresenta pouco
variado, mas de grande importância regional e local. No segmento de serviços Ribeirópolis é
procurado pelas cidades vizinhas no setor da educação pública municipal e estadual por
oferecer escolas mais estruturadas e Ensino Médio. Ribeirópolis tem uma boa representação
de alunos que concluíram o Ensino Médio nessas escolas, cursando nível superior tanto nas
faculdades particulares quanto na Universidade Federal de Sergipe, contribuindo para o
crescimento sócio-cultural do município.
Destacam-se também a festa do padroeiro “Sagrado Coração de Jesus”, geralmente
no último domingo do mês de outubro, e a festa de “Santos Reis”, no início de fevereiro, cujo
o grande destaque gira em torno do grupo folclórico “Caretas”, o maior símbolo cultural do
município.
4
Cf. Givaldo Santos de Jesus. Farinheiros do Agreste de Ribeirópolis-SE (1985-2002). 2002. p. 24
25
2.2 – Caracterização do Objeto de Estudo
O Colégio Estadual “João XXIII”, situado à Avenida Carlos Firpo, nº 230, na cidade
de Ribeirópolis-SE, iniciou suas atividades educacionais em 28/01/1999, no prédio do então
extinto Colégio Cenecista “João XXIII”, oferecendo atualmente o Ensino fundamental, médio
e EJAEM. A referida escola tem como entidade mantenedora o Estado de Sergipe,
subordinada de forma administrativa à Secretaria de Estado da Educação e à Diretoria
Regional da Educação DRE’03 (Figura 1), a qual se encarrega em oferecer as devidas
condições para o funcionamento das unidades escolares nos catorze municípios.
O Colégio Estadual “João XXIII” tem uma boa estrutura física, oito salas de aula,
laboratório de ciências, de informática, biblioteca, quadra esportiva, cozinha e depósito,
banheiros, professores formados e atuando nas suas respectivas áreas. Tem uma clientela
bastante diversificada oriundo do município de Ribeirópolis e de seus povoados, como
também, do município de Nossa Senhora Aparecida. A faixa etária dos alunos varia de 11 a
50 anos.
No turno matutino funciona com turmas do ensino fundamental (5ª à 8ª séries) e uma
turma do Ensino Médio (1ª série). No Turno Vespertino funciona com Turmas do Ensino
Fundamental e Médio. Já o Turno Noturno funciona com Turmas do Ensino Médio e da
EJAEM. (Tabela 1).
Os aspectos que refletem no processo educativo estão relacionados principalmente
com a falta de políticas públicas eficientes por parte do Estado, pela falta de acompanhamento
dos pais, e do baixo nível financeiro que obriga a maioria de nossos educandos a trabalhar
para garantir a sobrevivência e prejudicando o processo ensino-aprendizagem, quando não os
obrigam a abandonarem os estudos provocando a evasão escolar.
26
FIGURA 1
MAPA DE SERGIPE
2005
Microrregião de Carira
DRE-03
0
10
20
30
40 km
FONTES: Censo Agropecuário, 1995/96.
Secretaria de Estado da Educação, 2005.
27
TABELA 1
COLÉGIO ESTADUAL “JOÃO XXIII”
NÚMERO DE TURMAS E DE ALUNOS
2005
NÍVEL
FUND
MÉD.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
EJAEM
TOTAL DE
TURMAS E DE
ALUNOS
SÉRIE
TURNO
5ª
6ª
7ª
8ª
1ª
5ª
6ª
7ª
8ª
1ª
2ª
3ª
1ª
2ª
3ª
De 1ª a 4ª
etapa
Matutino
Matutino
Matutino
Matutino
Matutino
Vespertino
Vespertino
Vespertino
Vespertino
Vespertino
Vespertino
Vespertino
Noturno
Noturno
Noturno
Noturno
NÚMERO
TURMAS
ALUNOS
01
36
01
29
01
32
01
29
01
30
02
55
01
32
01
26
01
45
01
51
01
47
01
26
01
49
01
36
01
50
04
172
20
743
28
2.3- Análise situacional do objeto de estudo: avaliação dos indicadores e instrumentos
A LDB determina em seu art. 37 que cursos e exames são meios pelos quais o poder
público deve viabilizar o acesso do jovem e adulto na escola de modo a permitir o
prosseguimento de estudos em caráter regular tendo como referencia a base nacional comum
dos componentes curriculares. Portanto a oferta desta modalidade é obrigatória pelos poderes
públicos na medida em que os jovens e os adultos queiram fazer uso do seu direito publico
subjetivo.
A evasão nas primeiras séries do Ensino Médio se dá diante do quadro educacional
empregado pelo sistema, no qual podemos constatar através da realização de uma pesquisa de
campo que o curso de aceleração EJAEF foi instituído para sanar o problema dos alunos com
distorção em idade e série que necessitam terminar o Ensino Fundamental e concluir o Ensino
Médio, já que nós vivemos num país capitalista onde a qualificação é um dos pré-requisitos
exigidos no campo sócio-econômico, tendo em vista que a competitividade afunila as
oportunidades sobressaindo aqueles que melhor se prepararem para os desafios da tecnologia
exigida atualmente pelo mercado de trabalho no mundo globalizado, sendo necessário o
crescimento intelectual para atingir a realização profissional numa interminável busca pelo
sucesso, isto é, a inclusão por meio de um concurso ou promoção no trabalho. Segundo Demo
(2002: 103),
A educação aparece como estratégia fundamental de mudança do
sistema. Pode humanizar o sistema, à medida que fundamenta o
estado de direito, restringindo fortemente, via instrumentação da
cidadania, a voracidade do capital. Pode levar à superação do
sistema, á medida que planta condições subjetivas de ultrapassar o
capitalismo, como fase histórica. Todavia não cabe esperar da
educação milagres, sobretudo o milagre impossível, mantendo o
sistema capitalista, desfazer sua marca de objetivar o lucro acima de
tudo. Queremos com isto mostrar que as oportunidades de
crescimento intelectual estão enraizados em forte questões políticas,
29
que impedem o desenvolvimento de uma educação de qualidade
para a grande massa desfavorecida e pobre.
Esse índice de evasão aumenta a cada ano (Figura 2), porque o aluno do EJAEF faz
a opção pelo Ensino Médio Regular, no entanto, não estão preparados para enfrentarem essa
modalidade de ensino, tanto pelo afastamento da escola por muito tempo, como também, a
base anterior vinda de um curso de aceleração, no qual o conhecimento é transmitido através
de módulos que fragmenta o conhecimento necessário para prosseguir no Ensino Médio
Regular. Quando o aluno não consegue acompanhar o Ensino Regular retorna no segundo
semestre para uma turma de EJAEM, na tentativa de concluir o Ensino Médio que é o mínimo
exigido pelo mercado de trabalho, gerando um alto índice na evasão já que, com eles, alunos
do Ensino Regular migram para o EJAEM para concluir a Educação Básica num curto
período de tempo e com aprovação acessível.
Nesta pesquisa foram constatados vários fatores que contribuem para essa evasão
contínua entre os educandos: a locomoção do povoado a escola na cidade desde que
trabalham durante o dia, o casamento precoce, filhos, falta de interesse na adolescência. Etc.
Esses fatores deveriam ser analisados de forma quantitativa e qualitativa pelos órgãos
governamentais para efetivar políticas públicas sérias de inclusão a partir da elaboração de
propostas para definir melhor os critérios de ingressos no Ensino supletivo, além disso, rever
os cursos oferecidos como: ofertar cursos profissionalizantes ao invés de oferecer um curso de
aceleração ineficiente, onde a solução seria reestruturar gradativamente esse curso e
estabelecer regras quanto à distorção de idade proporcionando a inclusão desses alunos dentro
da realidade em que eles estão inseridos.
30
GRÁFICO 2
COLÉGIO ESTADUAL JOÃO XXIII
ÍNDICE DE APROVAÇÃO, REPROVAÇÃO E EVASÃO
PRIMEIRA SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
60
50
40
30
20
10
0
2002
Aprovação
Fonte:Arquivos da Escola.
2003
Reprovação
2004
Evasão
31
O educador é, sem duvida, o elemento fundamental da comunidade
educativa, pois desempenha diretamente a missão de formar e informar os educandos. O
professor, além das qualidades pessoais inatas ou adquiridas em formação, é também um ser
em permanente interação com o meio em que vive, pois é de suma importância que o
educador conviva ativamente tanto no ambiente escolar, como na comunidade onde a escola
está inserida.
Do ponto de vista legal, os artigos 61 a 67 da Lei n°9394/96 disciplinam
globalmente a formação do professor. Para atuar na educação básica, o docente formar-se-á
em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades institutos
superiores de educação. Os especialistas de educação serão formados, em curso de pedagogia,
ou em nível de pós-graduação. Por isso, no relacionamento com o pessoal docente, deve:
observar suas qualidades pessoais e inatas e, sempre que possível, sua formação profissional;
propiciar aos docentes um ambiente que lhes transmita segurança e o máximo de estabilidade;
empenhar-se para que cada professor permaneça o maior tempo possível na escola; e oferecer
oportunidades de atualização aos docentes.
Analisando o questionário dos professores que ensinam na EJAEF e na EJAEM,
diante dos problemas encontrados nas escolas públicas, o professor tenta atingir no mínimo de
cinquenta por cento das necessidades dos alunos incluídos na escola nesse curso de
aceleração, tendo em vista que na sua maioria chega a escola trazendo consigo problemas
familiares e principalmente sócio-econômico e cultural. Nesse processo, o professor que
possui de dois a quatro anos de experiência na EJAEF chega a atingir uma meta de aprovação
de aproximadamente cinqüenta por cento de aprendizagem.
O sistema educacional legalmente oferece condições de ensino-aprendizagem, mas,
na realidade há uma oferta escassa de material didático, deixando professores e alunos sem
perspectiva de melhorias no processo ensino-aprendizagem desde que os livros produzidos
32
não atingem a realidade em que estão inseridos. Todavia, alguns alunos que são disciplinados
e determinados mostram maior interesse na assimilação do conhecimento, facilitando dessa
forma o trabalho do educador.
No que se refere aos cursos de aperfeiçoamento nessa modalidade, os professores
responderam que tiveram um treinamento de quarenta horas, o qual foi considerado
insuficiente, não em conteúdo, mas no curto período que deveria ser ofertado no mínimo a
cada semestre.
Os alunos do EJAEF chegam à escola desprovidos de conteúdos, tanto pelo fato de
estarem afastados da escola por um longo período quanto por estarem obrigados a concluir o
Ensino Médio exigido pelo mercado de trabalho. Mas, para isso é preciso que consigam em pé
de igualdade as mesmas condições de acesso e permanência na escola. Todavia, apenas alguns
alunos conseguem acompanhar o Ensino Médio Regular com índice de aprovação satisfatório.
O curso de aceleração EJAEF foi criado para supri as necessidades da escolaridade
regular para adolescentes e adultos que tenham interrompido os estudos na idade adequada,
nivelando com baixa qualificação, lançando ou aproveitando no mercado de trabalho de um
mundo globalizado, no qual a tecnologia exige uma competitividade para a qual ele não está
preparado, aumentando a possibilidade de exclusão, bem como, a desvalorização salarial.
Diante do que foi constatado na pesquisa de campo pode-se afirmar que esse aluno
vai concorrer no regime de desigualdade incomparável, embora ambos tenham concluído o
Ensino Médio em escolas públicas, o aluno que freqüenta o Ensino Médio Regular possui um
conhecimento mais elevado, tornando-se mais apto a conquistar o espaço no mercado de
trabalho, obtendo com muito esforço o sucesso almejado, enquanto que o aluno oriundo do
EJAEF sofre as desvantagens proporcionadas por uma formação em caráter emergencial,
visando a inclusão no meio sócio-econômico e cultural, já que a EJA não atinge a meta
desejada nem promove o conhecimento igualitário.
33
Um projeto educativo democrático é, portanto muito exigente em termos das
capacidades pessoais dos docentes. Existe um núcleo básico de atitudes e valores sem os quais
é muito difícil enfrentar as exigências da atividade profissional futura. A adesão a esses
valores e o desenvolvimento dessas atitudes constituem um dos fatores de êxito das atividades
socializadoras. Enquanto alguns aspectos da atividade docente exigirão níveis mais altos de
profissionalismo e outros, por sua vez, dirão respeito mais a categoria do oficio, haverá, sem
duvida alguma, um aumento significativo das exigências de compromisso pessoal do docente
com os objetivos da tarefa educativa. Participar na elaboração e execução de um Plano e
aderir a seus princípios já pressupõe uma primeira fase de aproximação da atividade
profissional que transcende o mero saber técnico.
Diante das respostas dos professores entrevistados do Ensino Médio, todos
responderam que os alunos do ensino regular demonstram um conhecimento mais amplo em
relação ao conteúdo, pois os mesmos possuem tempo suficiente para estudar e se encontram
dentro da faixa etária, facilitando a aprendizagem. Estas vantagens auxiliam a obter mais
conhecimento, mas o que se refere à seleção dos alunos oriundos do EJAEF e do ensino
regular em turmas diferentes, setenta e cinco por cento dos professores responderam que não
podem isolar estes alunos em turmas diferentes, pois, é importante o contato de alunos com
visões diferentes para que haja uma boa troca de opiniões e diversos interesses que só
ajudarão aos alunos do Ensino regular e do EJAEF, já que observando as diferenças entendese que é preciso ter vontade de aprender e com muito esforço o aluno do EJAEF será capaz
de acompanhar o nível de desenvolvimento dos demais, de forma que as oportunidades são
ofertadas em geral pela escola, competindo com sucesso àqueles que buscam aprendizagem.
Embora a escola oferte modalidades diferentes, com objetivos diferentes, 75% dos professores
acham que o EJAEF não prepara o aluno com uma visão de futuro voltada para o Ensino
34
regular. O EJAEF não prepara os alunos para enfrentar um concurso ou vestibular. Então, os
alunos devem depois continuar os estudos e buscar em outras fontes, maiores informações, e
procurar na maioria das vezes um contexto que valorize e proporcione condições suficientes
para um bom desenvolvimento no estudo.
Em entrevista, 50% dos professores do Ensino médio afirmam que a Educação de
Jovens e Adultos precisa ser repensando na questão do ingresso do aluno, pois muitos deles
não querem mais estudar no Ensino Regular, por ser mais fácil o curso da EJA. No entanto,
100% dos professores pensam que dependendo do interesse do aluno mesmo oriundo do
EJAEF será incluído com sucesso na sociedade capitalista em que vivemos.
Os benefícios desses cursos de aceleração para a sociedade, bem como para a
instituição escolar, segundo 75% dos professores é o de dar oportunidade de estudar aos
alunos que antes não tiveram condições, sendo assim, representa uma porta aberta para a
aquisição de conhecimentos, ou seja, possibilitando ao aluno exercer de forma consciente
funções no mercado de trabalho participando do progresso da nação. Aonde 100% dos
professores entrevistados responderam que o sistema educacional criou esse curso com o
objetivo de reintegrar o aluno à escola e à sociedade.
No total de 100%, dos professores gostam de trabalhar com alunos que cursam o
supletivo, pois, os mesmos se mostram mais interessados. Este curso, segundo 50% dos
professores poderia ser melhorado no que diz respeito à qualificação dos professores, e 50%
aos recursos. Contudo o curso de aceleração tem mostrado alguns resultados positivos, pois
75% dos professores responderam que conhece alguém que ingressou na faculdade vindo do
EJA. Todavia, são casos isolados.
Não é objetivo desta pesquisa apresentar um diagnóstico completo da situação
educacional de jovens e adultos. O que se pretende é apenas trazer alguns indicadores
estatísticos da situação da EJA, pois os mesmos não são fáceis de serem obtidos, dada a
35
complexidade do quadro em que se inserem e devido ao envolvimento de inúmeros atores
sociais e instituições que se ocupam desta área.
De acordo com as respostas obtidas através dos questionários dos alunos da EJAEF,
60% são residentes no setor urbano, diante desse quadro foi constatado que alguns valores
como desestrutura familiar, casamento precoce, filhos, desinteresse na adolescência,
condições sócio-econômicas e outros, interferem diretamente no retardamento do nível de
escolaridade dos alunos inseridos nesse contexto; enquanto que os 40% dos alunos residentes
na zona rural enfrentam outros obstáculos, além dos citados na zona urbana, situação precária,
envolvendo locomoção, trabalho no campo, falta de incentivo familiar, falta de perspectiva de
futuro na zona rural e na cidade no campo profissional.
Na maioria dos casos a inclusão acontece numa distorção de idade avançada e ainda
enfrentam a desigualdade, causando dificuldades na assimilação do conhecimento, inibindo as
possibilidades de participação dos mais velhos em sala de aula. Isso também acarreta um
bloqueio na aprendizagem, podendo levar a evasão. Além disso, esses alunos são frutos das
camadas populares e do meio rural que devido ao fracasso na escola são forçados a
interromper seus estudos, e no entanto, apesar de tanto sacrifício, todo esforço é inevitável
ocorrendo assim o sofrimento da reprovação, procurando outras alternativas de trabalho, de
forma que saem da escola convencidos do fracasso, proporcionando o destino a profissões
com baixa remuneração e até mesmo ao desemprego que é um dos maiores problemas do
nosso país no mundo globalizado.
A inclusão desse aluno no curso de aceleração EJAEF se dá de forma que ele venha
a fazer parte da grande família que é a escola e na qual não ocorre distinção. A escola como
instituição acolhe cada individuo, construindo um espaço no qual possa forma cidadãos
críticos conscientes, para que os mesmos sejam aceitos na sociedade diante da realidade social
vigente. Para tanto, é importante que os alunos sejam educados qualitativamente de maneira
36
que os menos favorecidos devem ter acesso ao nível de escolaridade tanto quanto os outros de
igual para todos aqueles que buscam na escola um futuro melhor.
No que diz respeito ao futuro profissional a maioria almeja seguir a carreira de
educador, outros enfermagem, medicina, militar, eletrônico e radialistas também encontramos
indecisos. Porém, o curso de aceleração é compacto no desenvolver dos seus conteúdos,
tornando assim um caminho tortuoso para se chegar à aprovação no vestibular. O aluno
oriundo da EJAEF sente dificuldade na permanência do Ensino Médio Regular, por isso, volta
para cursar a EJAEM. Então, continua com uma vida escolar condicionada ao resumo
estudado no módulo do curso dificultando a aprendizagem, como também, a participação bem
sucedida no vestibular.
Diante das injustiças e desigualdades sociais vigentes na sociedade, a escola
incentiva o individuo a se envolver de forma atuante na luta pelas mudanças dessas condições.
No entanto, este aluno da EJAEF é mais uma vez podado da oportunidade de se integrar ao
grupo, já que o curso não lhe dá condições de aprovação e ingresso na faculdade. Porém, à
medida que a escola contribui para a inclusão ela também reduz o número de marginalizados
e constrói uma sociedade mais justa e mais democrática.
Portanto, a mudança social e inevitável, podendo ter uma visão social mais
abrangente que promova a liberdade de escolha e participação. As limitações oferecidas pelo
próprio sistema educacional, o qual instituiu o curso supletivo é claro no que se refere a suprir
a escolaridade regular para os adolescentes e adultos que não tenham seguindo ou concluído
na idade própria, ou seja, o ensino supletivo é o suprimento e aperfeiçoamento ou atualização.
É por isso, que a substituição ou acrescentar gradativamente esta modalidade por outros
cursos profissionalizantes seria a solução para proporcionar mais oportunidades para o
sucesso pessoal, bem como, profissional dos alunos na sociedade atual inserido na realidade
do mundo globalizado.
37
O corpo discente é a razão principal da existência da própria escola. Daí porque é
importante que seus interesses e aspirações sejam respeitados na programação e na execução
das atividades escolares. O aluno não deve ser o objeto mais o sujeito da vida escolar.
Analisando o contexto dos alunos do Ensino Médio Regular, através dos
questionários, foi constatado que 75% dos alunos residem na cidade e que aproximadamente
50% dos alunos já estão na escola a sete a oito anos, mas que já passaram por outras escolas,
mostrando assim que o acompanhamento é razoável e que o restante já estão na escola de
onze a treze anos, e também já estudaram em outras escolas, e por motivo de evasão ou
repetência tiveram atraso no seu percurso escolar, mas todos os alunos que estão no Ensino
Médio regular, estudaram também no Ensino Fundamental regular.
Quando perguntamos a estes alunos porque eles escolheram o curso regular e não a
EJA, 41,6% responderam que escolheram por ser mais detalhado, ofertando assim maiores
condições de aprendizagem, pois, 66,6% responderam que para enfrentar os problemas com o
estudo e continuar na escola é preciso almejar um futuro melhor, um crescimento intelectual e
cultural.
Como foi visto anteriormente 83,3% dos alunos já repetiram algumas séries e um
dos motivos da evasão e da repetência é o trabalho. Para os que moram nos povoados 75%
deles responderam que o fator predominante é a locomoção, desde que esta implica no
cansaço físico já que o trabalho não pode ser deixado de lado e assim o chegar tarde e acordar
cedo desanima alguns, levando a reprovação e a evasão.
Apesar do incentivo que os alunos afirmarem receber dos pais para continuar os
estudos, na maioria das famílias, a renda percapta é insuficiente, exigindo o trabalho de todos
os membros para obterem um padrão de vida regular, sem contar que a distância entre o
povoado e a cidade retarda a escolaridade.
38
A escola como instituição acolhe os alunos de forma igualitária, sendo que o próprio
sistema é que faz o currículo a ser seguido tanto pelo Ensino Médio Regular quanto no Curso
de Aceleração EJAEF, partido daí o estudo e expansão do conhecimento a ser aplicado pelo
professor.
Quanto a profissão, o aluno do Ensino Médio Regular, assim como o oriundo do
EJAEF escolheram o de educador, até porque o campo de trabalho oferecido na cidade é mais
amplo nesta área. Além disso, os alunos perceberam que o sucesso pessoal, bem como o
profissional só é possível no mundo competitivo em que vivemos, quando obtemos um nível
de formação, isto é, a educação é o veículo para a realização como ser humano e como
profissional habilitado para o mercado de trabalho.
No entanto, as maiores dificuldades encontradas pelos alunos do Ensino Regular se
dá nas disciplinas da área de exatas, devido à má formação dos alunos nestas disciplinas nas
series iniciais do Ensino Fundamental, perpetuando essa carência no decorrer de sua vida
escolar, quanto profissional.
O curso do Ensino Regular visa preparar o aluno para prosseguir seus estudos e
enfrentar o vestibular na área desejada, proporcionando condições tanto no espaço físico
escolar, como também na seleção dos docentes distribuídos nas suas respectivas áreas de
atuação.
Portanto, os alunos da rede pública sofrem dificuldades diferenciadas da rede
particular de ensino, no que diz respeito a aquisição de livros, computadores , revistas e
outros recursos, e com isso, dificulta o desempenho e a criatividade, impossibilitando-o a
competir de forma igualitária com alunos da rede particular de ensino,pois, esses chegam mais
preparados e conquistam as vagas nas universidades públicas.
39
CAPÍTULO III
PLANO DE AÇÃO PARA MINIMIZAR OS PROBLEMAS
ENFRENTADOS PELOS ALUNOS DA EJAEF NA 1ª SÉRIE DO
ENSINO MÉDIO
40
CAPÍTULO III
3 - Plano de Ação para minimizar os problemas enfrentados pelos alunos
oriundos da EJAEF na 1ª série do Ensino Médio
APRESENTAÇÃO
O Plano de Ação da escola pode ser inicialmente entendido como um processo de
mudança e de antecipação do futuro que estabelece propostas de ação para melhor organizar e
sistematizar as atividades desenvolvidas pela escola como um todo. Sua dimensão pedagógica
pressupõe uma construção participativa que envolva ativamente os diversos segmentos
escolares.
Acreditamos que a escola muda quando os sujeitos que a constituem se inserem em
um movimento de mudança, que se dá na tensão entre a preservação e atuação do sistema
educacional, com as transformações da sociedade e dos indivíduos fortalecidos pelo diálogo,
na colaboração e busca de novos afazeres. Na perspectiva de melhores condições de ensino e
aprendizagem, a elaboração do Plano de ação deve começar pela reflexão sobre a prática para,
em seguida, fundamentá-la.
Portanto, a partir da necessidade propomos a elaboração e execução do Plano de
Ação para ser desenvolvido nas escolas inseridas neste trabalho, que deseja minimizar as
questões de evasão e reprovação nas 1ª séries do Ensino Médio, que resultará da interação e
do entendimento construído entre equipe diretiva, professores, alunos e a comunidade local,
valorizando e compartilhando experiências comuns.
41
JUSTIFICATIVA
Como planejar a redução das questões de evasão e repetência é algo
extremamente complexo diante das políticas educacionais existente no nosso país, a começar
pelo reconhecimento inevitável de que cidadania propriamente não se planeja, mas se
conquista.
O caminho para a transformação é lento e necessita de uma avaliação constante. A
experiência do dia-a-dia nos mostra a necessidade de caminharmos juntos, procurando rever
praticas que muitas vezes camufla problemas que na maioria das vezes só serão percebidos no
futuro, concordamos com o pensamento de Gadotti e Romão (2001: 80), “Pensar em planejar
a educação é parte essencial da reflexão sobre como realizar e organizar o trabalho escolar, o
que significa encarar os problemas dessa instituição e do sistema educacional como todo”.
Acreditamos que a escola é um espaço cultural que tem como princípio o resgate da
cidadania dos educandos em busca de uma sociedade mais justa e igualitária, dessa forma
tentamos neste trabalho voltar para uma ação reflexiva que possibilite mudanças efetivas no
cotidiano, estimulando, orientando e desenvolvendo as aptidões do indivíduo de acordo com a
sociedade, garantindo assim, o sucesso escolar.
Cientes dos problemas que afetam o ensino do EJAEF e da 1ª série do Ensino
Médio, e preocupados em proporcionar aos educandos o conhecimento necessário para lhes
possibilitar a sua integração no meio social. Para tanto, é indispensável desenvolver um Plano
de Ação que se insira com a realidade dos alunos percebendo-se integrante e agente
transformador da sociedade crítico, participativo e capaz de observar os fatos de reflexão,
discriminação, julgamento e decisão.
Dar condições para que isso ocorra é a função do governo, da comunidade escolar e
local. O objetivo maior é construir uma escola democrática e comprometida com a sociedade.
42
Dessa forma, julgamos necessário traçar algumas ações que são primordiais para atender tais
necessidades, tendo como mediadores a equipe diretiva e professores, onde o aluno é alvo em
que se promoverá a justiça social.
43
OBJETIVO GERAL
Desenvolver ações que contribuam para a qualidade do processo ensino –
aprendizagem, trabalhando a capacidade dos alunos em assumir posturas críticas e
participativa, possibilitando a construção do seu próprio saber diante das questões sociais, da
comunidade em que está inserido, mediante o bom funcionamento do ensino, envolvendo de
forma crítica e construtiva todos os seguimentos da escola, considerando as exigências
impostas pela nova ordem do mundo globalizado e competitivo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Estimular educadores e educandos a aperfeiçoar a prática de ensino e aprendizagem
organizada;
Assegurar aos educandos o acesso ás condições necessárias para sua aprendizagem e
formação de uma cidadania atuante;
Atribuir responsabilidade ao aluno, de modo a proporcionar-lhe oportunidades para
um saudável amadurecimento profissional;
Conduzir o educando a entender os seus direitos e suas responsabilidades,
identificando problemas e debatendo possíveis soluções;
Elaborar e executar atividades pedagógicas voltadas para a realidade do aluno,
valorizando sua cultura.
44
METAS A SEREM ALCANÇADAS
Reduzir para 10% o índice de evasão e repetência, na 1ª série do Ensino Regular;
Alcançar em 80% o índice de participação dos alunos nas atividades desenvolvidas;
Elevar em 80% a participação dos professores na elaboração e execução das
atividades que envolvam os alunos do EJAEF e da 1ª série do Ensino Médio;
Elevar o reconhecimento da sociedade diante da aprendizagem dos alunos;
Transformar a sala de aula em um ambiente saudável e produtivo.
Repensar e reestruturar o curso do EJAEF;
Criar mecanismos e melhorar a metodologia objetivando a inclusão dos alunos do
EJAEF no Ensino Médio.
45
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
O acompanhamento e avaliação visam ao aperfeiçoamento da qualidade do ensinoaprendizagem contidas nesta proposta de trabalho. A avaliação deve abranger não apenas as
atividades, mas também a própria estratégia, sem com tudo perder de vista a meta a ser
alcançada. Através da avaliação qualitativa podemos identificar os acertos a as insuficiências,
as vantagens e dificuldades, que envolve o processo de reflexão sobre as razões ou as causas
das situações positivas e negativas. A ação central de todo processo é a reconstrução na
medida em que identificamos as realizações programadas, reconstruímos novas idéias.
Partindo desses princípios a avaliação representa como um processo que dará
oportunidade de refletir sobre a prática, possibilitando uma visão rica que é proporcionada
pelo desenvolvimento das atividades, pelos respectivos responsáveis, pensando e repensando
de forma que melhore o desempenho de todos.
Portando, acreditamos que o acompanhamento e avaliação indicam aspectos que
poderão ser melhorados e nos permitem reafirmar nosso compromisso em prol de uma escola
qualitativa.
46
CONSIDERACOES GERAIS
Devido ao nosso comprometimento em assegurar uma trajetória de sucesso,
programamos ações que são acompanhadas e avaliadas para possíveis reformulações. Essas
ações não feriram as normas regimentais das escolas selecionadas para o trabalho.
Acreditamos que, para a escola cumprir sua função de facilitar o acesso ao
conhecimento e promover o desenvolvimento de seus alunos é preciso um “repensar” em
todas as ações programadas, para atacar possíveis entraves que venham prejudicar o sucesso.
Devemos ressaltar que essas ações não se restringem apenas à realidade escolar, todavia, é
nossa meta a formação de cidadãos conscientes de seu papel na sociedade e como um
multiplicador de ações que vem a melhorar cada vez mais a sociedade em que vivemos.
47
PLANO DE AÇÃO
ORDEM
AÇÕES
TAREFAS
01
- Elaborar uma proposta
pedagógica voltada para a
realidade
dos
alunos,
avaliando periodicamente o
desenvolvimento do processo
ensino e aprendizagem.
- Desenvolver as atividades
educacionais na unidade de
ensino compatível com a
realidade e disponibilidade da
clientela.
- Desenvolver atividades sócio
culturais que possibilitem ao
aluno o aprimoramento de
seus conhecimentos e a
interação com os alunos do
ensino regular.
- Subsidiar cursos de formação
continuada para os professores
da EJA e do Ensino Regular
para que consigam melhorar e
desenvolver
meios
que
facilitem o desenvolvimento
das atividades educativas,
atendendo as necessidades dos
educandos;
- Reunião da equipe técnica pedagógica
e professores para a elaboração da
proposta da própria unidade de ensino
de acordo com a sua realidade
02
03
04
Organizar o calendário e o horário de
funcionamento compatível com as
necessidades dos alunos do curso do
EJAEF;
- Pesquisa de campo, aulas práticas,
excursões, confecções de textos, murais,
maquetes, mostra de filmes, atividades
esportivas, etc.
PERÍODO DE
REALIZAÇÃO
- No período do
planejamento do
ano letivo
PARTICIPANTES
- Diretor
- Coordenador
- Professores
- Especialista
- Comitê Comunitário.
- No término do - Diretoria Regional de Educação
ano de 2005 para - Coordenador
2006
- Professor
- Especialista
- Comitê Comunitário
- No Decorrer do - Clientela estudantil e corpo
ano letivo
docente
-Proporcionar
cursos
e oficinas - Bimestralmente e
periódicas para os professores da EJA e com avaliação a
do ensino regular integrando os
cada final de
professores e as modalidades de ensino.
processo
-Secretaria
de
Estado
da
Educação
- Diretoria Regional de Educação
- A própria escola
48
05
- Durante o ano
letivo em datas
comemorativas,
atividades de
classe e
extraclasse
-Através da troca de experiências e
- Durante as
narrativas de fatos, interpretações de atividades letivas
musicas, filmes e formas expressivas.
em classe e
extraclasse
- Direção
- Equipe Pedagógica
- Professor
- Aluno
- Comunidade local.
-Elaborar
proposta
pedagógica,
avaliando os critérios de inclusão no
curso;
- Período de
Planejamento -
08
- Realizar bimestralmente - Reunião com a equipe técnica, alunos
reuniões com alunos e e professores para análise, discussão e
professores para discutir o divulgação dos dados.
desempenho dos mesmos com
o objetivo de acompanhar e
propor soluções.
- No período do
ano letivo
- Secretaria de Estado da
Educação
- Diretoria Regional de Educação
- Direção
- Equipe Pedagógica
- Professores e alunos.
-.Diretor
- Professor
- Secretario
- Equipe Pedagógica
09
Organizar
oficinas - Semanas pedagógicas
pedagógicas com temas atuais
e interdisciplinares de acordo
com o interesse e necessidade
dos alunos.
- Durante o ano
letivo.
06
07
- Conscientizar o educando
quanto a valorização do ensino
na praticidade de suas vidas
relacionando
as
transformações no meio em
que vive;
- Permitir ao aluno que
descubra e formule conceitos
valorizando suas experiências
e aumentando a sua autoestima;
- Reestruturar o curso de
aceleração EJAEF e ofertar
cursos profissionalizantes a
nível médio.
- Realizar palestras, seminários, mesas
redondas, amostra de conhecimento,
sarau, etc.
- Professor
- Aluno
- Comunidade escolar e local.
49
10
11
12
- Elevar a Auto-Estima dos
alunos, valorizando-o como
elemento indispensável no
processo educativo.
- Realizar projetos, visando o
desenvolvimento e fixação das
informações e do conteúdo
programático
- Avaliar a participação dos
alunos nas reuniões e verificar
a aplicação das sugestões
apresentadas por eles na sala
de aula.
Comemorações;Exposições
e
distribuições de mensagens; palestras;
- No decorrer do -Comunidade local.
ano letivo
- Desenvolver projetos.
- No decorrer do
ano letivo
- Comunidade Escolar.
Reunião da equipe contendo resultados
e sugestões coletadas junto aos alunos.
- No período de
cada bimestre
-Diretor
- Equipe pedagógica
- Professor
- Aluno
50
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Educação é um dos elementos mais importantes de uma nação. Buscamos através da
discussão do processo de globalização contextualizar o mundo e o país que vivemos,
mostrando as transformações advindas do processo de internacionalização do capital que
através dos meios de comunicação e transporte diminuem a velocidade entre o tempo e o
espaço. Porém, a globalização promove uma sociedade dividida em uma minoria rica e uma
maioria pobre, que sofre com a baixa qualidade de vida, desemprego, fome corrupção,
decadência do sistema educacional e da saúde. Nesse sentido:
(...) O discurso ideológico da globalização procura disfarçar que ela
vem robustecendo a riqueza de uns poucos e verticalizando a
pobreza e a miséria de milhões. O sistema capitalista alcança no
neoliberalismo globalizante o máximo de eficácia de sua malvadez
entrínseca. (FREIRE, 1998:144)
Na educação a desigualdade sócio-econômica e cultural afeta diretamente o
desenvolvimento do país e das camadas sociais populares. Pois, o Estado não investe de
forma séria em educação e as escolas públicas sofrem com a falta de recursos materiais e
humanos, interferindo no processo ensino-aprendizagem. A evasão e a repetência são
inevitáveis, apesar do Estado criar mecanismos que facilitem a aprovação porque interessa a
ele a quantidade e não a qualidade. E atribui toda a culpa do fracasso escolar aos professores,
alunos, pais e a comunidade. Na verdade, o Estado foge da responsabilidade porque ele
prefere uma população menos esclarecida. A escola é um projeto de classe e só pode ser
enfrentado por outro projeto antagônico que vise o pleno desenvolvimento das camadas
populares.
51
Diante do sucateamento da educação pública e da dura realidade que o ensino passa,
os professores são obrigados a lutar para modificar e transformar a educação que temos para a
educação que queremos. Tanto o ensino da EJA quanto o Ensino Regular sofre com a falta de
compromisso dos nossos governantes. Mas, os alunos da EJA sofrem mais, pois já foram
excluídos do ensino na sua idade regular e não concordamos que a EJA possa resolver os
problemas, pois, os alunos da EJAEF na sua maioria não conseguem ser incluídos no ensino
regular. Então o governo cria o EJAEM que na nossa concepção está sendo uma válvula de
escape para esses alunos que não conseguem acompanhar o ensino regular, como também
para o aluno do ensino regular que acaba evadindo para a EJAEM, com o objetivo de ter
facilidade para concluir o ensino médio. O que foi criado teoricamente para incluir o aluno
está servindo como medida de exclusão. Pois, os alunos da EJA não conseguem competir nos
concursos e vestibulares com os alunos do ensino regular.
Atualmente, na educação é preciso repensar todo o sistema e principalmente a
Educação de Jovens e Adultos. Cabe aos professores que são os agentes de transformação
repensar também a sua prática para corrigir e adequar novos métodos e de forma coletiva
atingir o desenvolvimento educacional, como também, deve existir a troca de experiências,
que pode transformar práticas esquecidas em projetos interessantes, tirando todos da rotina e
contribuindo para a aprendizagem dos educadores e dos educandos. O professor deve avaliar
qualitativamente, observando o que está mais próximo do aluno, qual a realidade e o meio
social em que o educando está inserido, valorizando o conteúdo trabalhado em sala de aula e
as relações que poderão fazer a partir do dia-a-dia.
Portanto, é partindo da idéia da necessidade de transformação que a luta por uma
educação de qualidade continua no ambiente escolar porque o professor é um sujeito de
transformação que trabalhando a consciência dos alunos nascerá o apelo em favor da
mudança, da valorização profissional, das condições físicas da escola, etc,. O respeito ao ser
52
humano só será atingido no dia que conseguirmos enquanto profissionais da educação
transformamos a sociedade em que vivemos, com um povo educado para respeitar os deveres
e exigir os direitos, esta é a melhor saída para a educação e para a cidadania.
53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARROYO, Miguel G. (org.) Da escola carente à escola possível. 4ª ed. São Paulo: Edições
Loyola, 1997.
BRASIL, Diretrizes Curriculares nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, Ministério
da Educação / Conselho Nacional de Educação. 2000.
BRZEZINSKI, I. A formação e a carreira de profissionais na LDB 9.394/96: possibilidades e
perplexidades. Goiânia: Editora UCG, 1997.
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96 de 20-12-96.
BARRETO, Maria Lúcia. Evasão e repetência escolar em Língua Portuguesa na Escola
Estadual “Josué Passos”, na educação de jovens e adultos. Aracaju: Centro de Estudos e
Pesquisa Ênfase, 2004. (Monografia de conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato sensu).
CUNHA, Maria Isabel da. O bom professor e sua prática. Campinas-SP: Papirus, 6ª
reimpressão, 1997 (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).
CASASSUS, Juan. A escola e a desigualdade. Brasília: Plano Editora, 2002.
CUNHA, Conceição Maria da. Discutindo Conceitos Básicos. IN: BRASIL. Salto para o
futuro – Educação de jovens e adultos / Secretaria de Educação a Distância. Brasília:
Ministério da Educação, SEED, 1999.
DEMO, Pedro. Avaliação qualitativa. 7ª ed. Campinas-SP: Autores Associados, 2002
(Coleção Polêmicas de nosso Tempo; 25).
_____________. Política social, educação e cidadania. 6ª ed. Campinas: Papirus, 2002.
54
FADEL, David Antônio Filho. Globalização para quem? GEOSUL, Florianópolis, V. 17, nº
33, jan-jul, 2002.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 7ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
___________________ . Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura).
GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de Monografia, dissertação e Tese: São Paulo:
Avercamp, 2004.
GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José Eustáquio (Org.) Autonomia da escola: princípios e
propostas. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 200l (Coleção: guia da escola cidadã).
JESUS, Givaldo Santos de. Farinheiros do Agreste de Ribeirópolis-SE (1985-2002). São
Cristóvão: UFS/DHI, 2002 (Monografia do Curso de História).
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: Teoria e prática. 4ª ed. Goiânia:
Editora Alternativa, 2001.
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas
Sul, 2000.
SUDBRACK, Edite Maria. Demitidos da escola: Um outro olhar sobre a exclusão. Rio de
Janeiro: Frederico Westphalen, Ed. da URI, 1997.
SILVA, Cosmeire Mendonça Oliveira, OLIVEIRA, Gicelma Mendonça, SANTOS, Josiêne.
Atividades lúdicas de Matemática para a educação de jovens e adultos. Itabaiana: Faculdade
Educacional de Araucária – FACEAR, 2005. (Trabalho de Conclusão do Curso de PósGraduação Lato sensu).
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Para onde vai o professor? Resgate do professor como
sujeito de transformação. 8ª ed. São Paulo: Libertad, 2001 (Coleção subsídios pedagógicos do
Libertad; V. 1)
55
ANEXOS
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ANEXO 1
Questionário dos alunos do Ensino Médio
Nome do aluno: ___________________________________________, Idade:_________
Nome da escola:___________________________________________, Cidade:_________
1- Onde você mora? Na cidade ou povoado?
2- Com que idade você ingressou na escola? Por quê?
3- Você concluiu o curso de 1ª a 4ª série no Ensino Regular ou na EJAEF? Justifique sua
resposta.
4- Por que você escolheu o curso o regular e não a EJA?
5- O que levou você a enfrentar os problemas com o estudo e continuar até o momento na
escola?
6- Já repetiu alguma série? Quais?
7- O trabalho é um dos fatores de interferência nos seus estudos? Por quê?
8- Você acha que a locomoção para chegar a escola é algo que contribuiu para o atraso dos
alunos na escola?
9- Seus pais incentivaram você a continuar os estudos? Como?
10- Quantos irmãos você tem?
11- Nesse curso você é acolhido pela escola? De que forma?
12- Qual é a sua renda familiar?
13- E a sua renda pessoal, você acha suficiente para se manter?
14- Você acha que na escola existe alguma diferença entre os alunos da EJA e do Ensino
Médio? Justifique sua resposta.
15- Que profissão você gostaria de seguir?
16- Com o certificado, você pretende melhorar de vida? Por quê?
17- Há alguma dificuldade no aprendizado desse curso? Você está preparado para fazer o
vestibular?
18- Esse curso atinge seus objetivos, ou seja, você vai adquirir o conhecimento desejado?
Justifique sua resposta?
19- A escola atende suas necessidades como estrutura educacional? De que forma?
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20- A EJAEF prepara o aluno para o ensino médio, sem que haja dificuldade de acompanhar o
curso?
21- Você conhece algum aluno oriundo da EJAEF bem sucedido no Ensino Médio Regular?
22- O que mais esse curso poderia oferecer para você acompanhasse sem muita dificuldade?
23- Ao concluir o Ensino Médio, você vai adquirir conhecimento para
enfrentar um concurso ou fazer faculdade?
24- Quais as maiores dificuldades encontradas pelos alunos de escolas públicas?
25-Quantas escolas você freqüentou?
26- Quais as matérias que você mais gosta, e a que menos gosta?
27- Você gosta da maneira dos Professores ensinar? Justifique sua resposta.
28- Como você emprega suas horas de estudo? E suas horas de lazer?
29- Você gosta de ler? E de praticar esportes?
30- Tem condições de comprar livros e revistas?
58
ANEXO 2
Questionário dos alunos do EJA
Nome do aluno:_______________________________________________, Idade: _______
Nome da escola: ______________________________________________, Cidade:______
1- Onde você mora? Na cidade ou povoado?
2- Com que idade você ingressou na escola? Por quê?
3- Você concluiu o curso de 1ª a 4ª série no Ensino Regular ou no EJAEF? Justifique sua
resposta.
4- Por que você escolheu o curso de aceleração EJA e não o curso regular?
5- O que levou você a ingressar na escola com distorção de idade?
6- Já repetiu alguma série? Quais?
7- O trabalho é um dos fatores de interferência nos seus estudos? Por quê?
8- A locomoção para chegar a escola é algo que contribuiu para o seu atraso nos estudos?
9- Seus pais incentivaram você a continuar os estudos? Como?
10- Quantos irmãos você têm?
11- Nesse curso EJA você é acolhido pela escola? De que forma?
12- Qual é a sua renda familiar?
13- E a sua renda pessoal, é suficiente para se manter?
14- Você pretende ou está fazendo o Ensino Médio Regular? Por quê?
15- Que profissão você gostaria de seguir?
16- Com esse curso de aceleração EJA é possível passar no vestibular?
17- Há alguma dificuldade no aprendizado desse curso?
18- Esse curso de aceleração atinge seus objetivos, ou seja, você vai adquirir o conhecimento
desejado? Justifique sua resposta?
19- A escola atende suas necessidades como estrutura educacional? De que forma?
20- A EJAEF prepara o aluno para o ensino médio, sem que haja dificuldade de acompanhar o
curso?
21- Você conhece algum aluno oriundo da EJAEF bem sucedido no Ensino Médio Regular?
22- O que mais esse curso poderia oferecer para você acompanhasse sem muita dificuldade?
23- Ao concluir o curso EJAEM você vai adquirir conhecimento para
enfrentar um concurso?
59
ANEXO 3
Questionário dos professores do EJAEF e EJAEM
Nome:_______________________________________________, Idade: _____________
Escola: _______________________________________________, Cidade:____________
1- Você como professor da EJA atinge as necessidades do aluno?
2- Há quanto tempo você trabalha com essa modalidade de ensino?
3- Qual a sua opinião sobre o sistema de ensino da EJA?
4- Em que poderia melhorar a forma de passar conhecimento para o aluno da EJA?
5- Na sua opinião, o aluno oriundo da EJA conseguiu acompanhar o Ensino Médio Regular?
6- Como você foi habilitado para ensinar a EJA?
7- Quanto durou esse treinamento? Foi proveitoso?
8- Os livros ou módulos utilizados nesse curso atendem as necessidades do aluno e do
professor? Justifique sua resposta.
9- Os conteúdos são suficientes para que o aluno possa optar entre o EJAEM e o ENSINO
MÉDIO REGULAR ou você tem que buscar em outros livros?
10- Qual a maior dificuldade encontrada em lidar com esses alunos? Justifique.
11- Na sua opinião, por que eles optaram por esse método de ensino?
12- Você conhece algum aluno bem sucedido no Ensino Médio Regular, oriundo da EJAEF?
13- Você acha que o sistema educacional criou esse curso de aceleração para qualificar o
aluno?
14- Como o aluno oriundo da EJAEF pode competir com o aluno do Ensino regular em
concurso e vestibulares com oportunidades iguais? Justifique.
15- Para você como professor também do Ensino Regular, o aluno oriundo da EJAEF adquire
o conhecimento necessário para se manter no emprego e conquistar promoções?
16- Na sua opinião, esse curso é tão proveitoso quanto o Ensino Regular?
60
ANEXO 4
Questionário dos professores do Ensino Médio
Nome: _______________________________________________, Idade:_______________
Escola: _______________________________________________, Cidade: ______________
1- Há alguma diferença entre o aluno do Ensino Regular e o aluno oriundo da EJAEF?
Quais?
2- Você selecionaria os alunos do Ensino Regular e do EJAEF em grupos de trabalhos
diferentes? Por quê?
3- Qual a maior dificuldade encontrada nas salas mistas?
4- Esse aluno da EJAEF na sua opinião será bem sucedido no Ensino Médio Regular?
5- A EJAEF prepara o aluno com uma visão de futuro voltada para o Ensino Médio Regular?
Justifique sua resposta.
6- O aluno oriundo da EJAEF adquire conhecimento suficiente para enfrentar um concurso
ou vestibular? De que forma?
7- Esse aluno oriundo da EJAEF tem como objetivo a busca pela formação superior? Por
quê?
8- O que você pensa a respeito desse curso de aceleração EJAEF?
9- Na sua opinião, o aluno oriundo da EJAEF será incluído com sucesso na sociedade
capitalista em que vivemos?
10- Você acha que o aluno oriundo da EJAEF terá as mesmas oportunidades de trabalho
iguais às dos alunos do Ensino Regular? Justifique sua resposta.
11- Como educador, formador de cidadãos crítico e conscientes, você tem algo a mais para
falar sobre esse curso?
12- Quais os benefícios desse curso para a sociedade, bem como a instituição escolar?
13- O sistema educacional, na sua opinião criou esse curso de aceleração com que objetivo?
14- Você professor, gostaria de ensinar esse curso? Por quê?
15- Em que esse curso poderia ser melhorado?
16- Você conhece alguém que ingressou na faculdade vindo da EJA?