FACULDADE PIO DÉCIMO NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS ALUNOS DA PRIMEIRA SÉRIE DO ENSINO MÉDIO ORIUNDOS DA EJAEF Por Givaldo Santos de Jesus (Organizador) Ana Paula Lima Andrade Francisco Vidal Barreto Gilzélia Nunes José de Andrade Maria Célia Nunes Maria Inês dos santos Trabalho de conclusão de curso de Especialização Itabaiana/SE 2005 2 OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS ALUNOS DA PRIMEIRA SÉRIE DO ENSINO MÉDIO ORIUNDOS DA EJAEF Ana Paula Lima Andrade Francisco Vidal Barreto Gilzélia Nunes Givaldo Santos de Jesus José de Andrade Maria Célia Nunes Maria Inês dos santos Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Núcleo de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da Faculdade Pio Décimo, Aracaju, como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-Graduação em Educação e Gestão e a obtenção do título de ESPECIALISTA Em Educação e Gestão Itabaiana/SE 2005 3 FACULDADE PIO DÉCIMO NÚCLEO DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO Os Desafios Enfrentados pelos Alunos da Primeira Série do Ensino Médio Oriundos da EJAEF Elaborado por: Ana Paula Lima Andrade Francisco Vidal Barreto Gilzélia Nunes Givaldo Santos de Jesus José de Andrade Maria Célia Nunes Maria Inês dos Santos Orientado por: Profª. MSc. Ana Maria Lourenço Azevedo e aprovado por todos os membros da Banca Examinadora foi aceita pela Faculdade Pio Décimo como requisito à obtenção de título de ESPECIALISTA em Educação e Gestão Aracaju, 28 de Dezembro de 2005. BANCA EXAMINADORA Nome Titulação Nome Titulação Nome Titulação Conceito:__________________________________ (Orientador) 4 AGRADECIMENTOS À Deus, enter superior por ter nos dado a oportunidade de realizar este trabalho. Aos colegas do Curso Progestão e da Pós-Graduação pelas valiosas discussões, companheirismo e apoio na busca do conhecimento. Aos nossos familiares, pela paciência e compreensão demonstradas pelas ausências nos momentos de lazer dos finais de semanas dedicados aos estudos. À nossa orientadora Ana Maria Lourenço Azevedo pela atenção e valiosa contribuição na construção deste trabalho. E a todos os professores do núcleo de PósGraduação pelos conhecimentos transmitidos. Por fim, queremos externar nosso profundo agradecimento a todos aqueles que direto ou indiretamente contribuíram para a construção deste trabalho. Dedicamos este trabalho aos alunos oriundos da EJA que lutam contra a exclusão sócioeconômica e cultural. 5 “Para ser válida toda educação, toda ação educativa deve necessariamente estar precedida de uma reflexão sobre o homem e de uma análise do meio de vida concreto a quem queremos educar”. Paulo Freire 6 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo analisar as causas dos altos índices de evasão escolar dos alunos matriculados na primeira série do Ensino Médio do Colégio Estadual “João XXIII”, oriundos do EJAEF, no período de 2002 a 2004. Metodologicamente, o primeiro passo na construção desse estudo se deu a partir do levantamento bibliográfico sobre a evasão escolar. Em seguida, fizemos o levantamento de dados nos arquivos da escola e aplicamos questionários a alunos e professores, obtendo informações valiosas sobre o nosso objeto de estudo. Constatamos a partir desta pesquisa que os elevados índices de evasão estão relacionados a fatores diversos e principalmente, ausência do Estado e de políticas públicas sérias, condições precárias das escolas e as condições sócio-econômicas e culturais dos alunos, etc., que na prática atribuem o fracasso escolar aos professores e alunos, mascarando a realidade. Já a EJA que foi criada com o objetivo de incluir os alunos com distorção idade/série está sendo na prática uma válvula de escape para os alunos do Ensino Regular, promovendo a exclusão. Todavia, acreditamos que a escola é um projeto de classe e que só pode ser enfrentado por outro antagônico que vise o desenvolvimento de uma educação de qualidade para todos e não a ascensão de alguns indivíduos como o projeto atual. Palavras-chave: Globalização, Educação, Evasão, Educação de Jovens e adultos, e Ensino Médio. 7 LISTA DE FIGURAS E TABELAS 1 – Mapa de Sergipe ................................................................................................................ 26 2 – Índice de aprovação, reprovação e evasão da primeira série do Ensino Médio ................ 30 3 – Número de turmas e de alunos .......................................................................................... 27 8 SUMÁRIO AGRADECIMENTOS E DEDICATÓRIA ............................................................................. iv EPÍGRAFE ................................................................................................................................ v RESUMO ................................................................................................................................. vi LISTA DE FIGURAS E TABELAS ...................................................................................... vii INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 09 CAPÍTULO I ........................................................................................................................... 11 1 - Referencial Teórico ........................................................................................................... 12 CAPÍTULO II ......................................................................................................................... 22 2 - A Evasão Escolar dos alunos da Primeira Série do Ensino Médio Oriundos da EJAEF .. 23 2.1 – Caracterização da região ................................................................................................ 23 2.2 - Caracterização do objeto de estudo ................................................................................ 25 2.3 - Análise situacional do objeto de estudo: avaliação dos indicadores e instrumentos ...... 28 CAPÍTULO III ........................................................................................................................ 39 3. Plano de Ação para minimizar os problemas enfrentados pelos alunos oriundos do EJAEF na Primeira Série do Ensino Médio ............................................................................ 40 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 53 ANEXOS ................................................................................................................................ 55 Anexo 1 – Questionário dos alunos do Ensino Médio ............................................................ 56 Anexo 2 – Questionário dos alunos da EJA ........................................................................... 58 Anexo 3 – Questionário dos professores da EJA .................................................................... 59 Anexo 4 – Questionário dos professores do Ensino Médio .................................................... 60 9 INTRODUÇÃO No Brasil existem vários estudos no campo educacional, visando solucionar os problemas da educação, que ao longo do tempo se mostra excludente. Muitos desses trabalhos são construídos a partir de dados estatísticos analisados de forma quantitativa que foge da realidade. Outros andam em círculo e acabam provando o que todo mundo já conhece. Em relação à educação de jovens e adultos, esta problemática ainda é pouco estudada, principalmente a evasão na primeira série do ensino médio de alunos oriundos do EJAEF, que leva consigo alunos do ensino regular, existindo portanto, uma coluna a ser preenchida. A EJA que foi criado para incluir os alunos que não conseguiram acompanhar o ensino normal, porém, quando eles chegam na primeira série do ensino médio não conseguem acompanhar e evadem para a EJAEM, levando consigo alunos que vieram do ensino regular. Então, o que deveria ser um fator de inclusão está sendo de exclusão. Este trabalho tem como objetivo compreender as causas dos altos índices de evasão escolar dos alunos matriculados na primeira série do Ensino Médio do Colégio Estadual “João XXIII”, a partir da identificação dos índices de evasão dos alunos oriundos do EJAEF, no período de 2002 a 2004. Na elaboração desta pesquisa algumas questões foram levantadas e tentaremos desenvolvê-las no decorrer deste trabalho, como: Qual o perfil da escola pesquisada, da clientela e do corpo docente? Quais são as condições sócio-econômicas e culturais dos educandos? Quais as causas da evasão escolar nas primeiras séries do ensino médio? Quais os fatores de inclusão dos alunos do EJAEF no ensino regular? Que propostas podemos estabelecer para minimizar os problemas levantados? 10 Metodologicamente, o primeiro passo na organização desse estudo se deu a partir do levantamento e fichamento bibliográfico de livros, dissertações, monografias, artigos, etc., com o objetivo de estudar a produção literária acerca do tema pesquisado que servirão para construir a nossa fundamentação teórica. Em seguida, fizemos um levantamento de dados nas pastas dos alunos, referente à evasão escolar nas primeiras séries do Ensino Médio no período de 2002 a 2004 de onde tiramos grande parte das informações que compõe este trabalho e que foram analisados estatisticamente na construção de figuras e tabelas de nossa pesquisa. No terceiro passo, aplicamos questionários (em anexo) aos alunos e professores da EJA e do Ensino Médio que proporcionou o contato direto com o objeto de estudo fornecendo informações valiosas para a construção do nosso trabalho. O trabalho está estruturado em três partes. No primeiro capítulo, apresentaremos o pensamento de alguns autores sobre a educação, fundamentais na construção do nosso referencial Teórico. No segundo capítulo, abordaremos os fatores da evasão escolar dos alunos da Primeira Série do Ensino Médio, oriundos da EJAEF, observando as características da região e o município que a escala está inserida, como também, o perfil da clientela e os resultados dos questionários que facilitaram a compreensão do objeto de estudo. No terceiro capítulo, construímos um plano de ação para minimizar os problemas enfrentados pelos alunos oriundos da EJAEF ao ingresso na primeira série do Ensino Médio com objetivos e ações definidas para aplicarmos no próximo ano no Colégio Estadual “João XXIII”. Em se tratando de um trabalho de conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu, tivemos a preocupação de colaborar com o estudo da evasão escolar dos alunos da 1ª série do ensino médio oriundos da EJAEF, com o objetivo de minimizar os problemas enfrentados por esses alunos e a exclusão social e cultural. 11 CAPÍTULO I REFERENCIAL TEÓRICO 12 CAPÍTULO I REFERENCIAL TEÓRICO Atualmente o mundo está sendo redesenhado e todos os aspectos da vida humana são influenciados pelo processo de globalização. O termo globalização é do final do século XX, mas desde a Pré-história o mundo vem sendo recriado por esse processo que tenta uniformizar a economia, a cultura, e ela também diminui as distâncias através do avanço do sistema de comunicação, tornando as relações sociais mais rápidas. Na verdade, hoje percebemos o fortalecimento do processo de internacionalização do mundo capitalista que se consolida e carrega consigo as contradições do mundo desenvolvido e/ ou subdesenvolvido. Os beneficiados por esse processo são as corporações transnacionais e as classes sociais mais abastadas que controlam a produção e o capital financeiro. Do outro lado, encontramos o restante da população que é marginalizada do processo produtivo e alienada para o consumo. Para os países desenvolvidos a globalização garante o controle no mercado de consumo em escala planetária, tecnologia de ponta, alto padrão de vida para seu povo, educação, etc. Mas, para os países subdesenvolvidos, a globalização provoca a perda na competitividade no mercado internacional, o controle dos recursos naturais e um crescente endividamento submetendo-os aos países ricos. O Estado se fragiliza e passa a mediar as políticas sociais e econômicas privatizando os seus bens públicos e serviços, colaborando na ampliação dos excluídos, e também na ampliação da acumulação de uma minoria detentora de bens, qualidade de vida e poder. Nesse sentido: todo este quadro já é realidade e se concretiza cada vez mais nos países em desenvolvimento ou subdesenvolvido. Com isso, há um agravamento, de modo alarmante, da pobreza de grandes contingentes populacionais, formando verdadeiros “bantustões” de miséria rodeando poucas ilhas de excelência” (FADEL, 2002:13). 13 Atualmente, a sociedade brasileira passa por violentas transformações econômicosociais, políticas e culturais que excluem da maioria da população os seus direitos básicos. Como por exemplo, uma educação de qualidade para os filhos da classe trabalhadora torna-se cada dia mais distante devido ao sucateamento das escolas públicas com o objetivo de levar o ensino ao fracasso para que a escola não consiga fazer o seu papel que é formar o cidadão. Pessoas conscientes cobram dos governantes seus direitos, todavia, os nossos políticos não querem uma massa pensante. No Brasil, muitos educadores questionam se é possível uma escala que ensine os conhecimentos básicos aos filhos das classes populares. Para muitos, a escola não tem jeito, pois a evasão e a repetência chegam a altos índices e outros não chegam nem a se matricularem em uma escola. Dados do MEC mostram que o aumento do número de alunos que abandonaram a escola foi maior no Ensino Médio, pois a taxa de evasão em 1997 estava em 5,2%, e aumentou para 8,3% em 2001. Dessa forma: As estatísticas não fazem outra coisa senão confirmar o fracasso escolar dos filhos do povo. Os índices de repetência e evasão teimam em mostrar que quase 60% dessas crianças não ultrapassam a 1ª série e o restante irá saindo, ou sendo forçado a sair, ainda nas primeiras séries, sem contar aqueles que nem entraram na escola (ARROYO. 1997:11). A evasão escolar é um dos maiores problemas da educação, é complexa e está ligada a uma série de fatores como: condições sócio-econômicas e culturais dos alunos, decorrentes de um país capitalista e excludente; a estrutura escolar inadequada1; falta de apoio da família, etc. Segundo Arroyo (1997) a escola é um projeto de classe e só pode ser enfrentado por outro projeto de classe antagônico, visando o interesse da classe e não a ascensão de alguns 1 Sobre a estrutura da escola nos referimos às condições físicas e humanas (salas, banheiros, laboratórios, quadras de esportes; currículos impostos, avaliação inadequada, relações interpessoais entre alunos e funcionários, formação continuada dos professores etc.). 14 indivíduos. Então, os próprios profissionais da educação passam a lutar como categoria exigindo melhorias para o ensino em todo país. O problema da educação não está se no Estado (São Paulo, Minas, Sergipe) é rico ou pobre; nas diferenças de clima ou de região; ela está nas diferenças de classe, onde o cidadão é excluído da escola e dos seus direitos. Dessa forma, os governantes investem cada vez menos na educação em nosso país: (...) a UNESCO denuncia que em 1995 foram aplicados apenas 3,7% do PIB em educação, ficando nosso país atrás até da Etiópia (4,9%). Isso coloca o Brasil em 80º lugar do mundo em aplicação de recursos na área educacional. Com reduzido volume de recurso a atual política educacional enviesada de distribuição desigual dos recursos disponíveis, outra vez estão sendo golpeadas as reivindicações do mundo vivido em nosso país, quais sejam: universalização e gratuidade da educação básica, ensino superior gratuito e valorização social e econômica do profissional da educação (BRZEZINSKI, 1997:59). Nesse contexto a política educacional dos nossos governantes é reduzir os gastos com a educação e jogar toda a responsabilidade do sucesso ou fracasso dos alunos nas “costas” dos professores, dos alunos e da família. O Estado torna-se mínimo para resolver os problemas da educação e máximo para reprimir os profissionais da educação que são obrigados a assumir e solucionar a evasão, a repetência, a violência nas escolas, etc. O professor é um profissional que atua no ensino proporcionando conhecimentos, habilidades e atitudes que de fato leva ao sucesso ou insucesso do processo ensinoaprendizagem. Todavia, o êxito e fracasso da atuação do professor está diretamente ligado a uma série de fatores profissionais e materiais interferindo no funcionamento das escolas, que na maioria das vezes prejudicam o desempenho dos profissionais da educação e a aprendizagem dos educandos, já que é função do governo proporcionar os meios necessários. Dessa forma: (...) um professor profissionalmente despreparado, recebendo salários baixos, trabalhando em precárias condições, terá dificuldades de atuar 15 com profissionalismo. Por outro lado, um professor muito dedicado, que ama sua profissão, respeita os alunos, é assíduo ao trabalho, terá muito pouco êxito na sua atividade profissional se não tiver as qualidades e competências tidas como ideais a um profissional, isto é, os requisitos de profissionalização. (LIBÂNEO, 2001:64). A luta pela profissionalização e por um ensino de qualidade torna-se cada vez mais difícil porque para o fortalecimento da identidade profissional faz-se necessário investir na formação inicial e continuada dos profissionais da educação. No entanto, assistimos em nosso país uma redução na carga horária e a conseqüente junção de disciplinas nos cursos superiores, como também, o grande número de cursos especiais bastante reduzidos e sem qualidade, que atraem um grande número de jovens e professores que ainda não fizeram sua licenciatura. Então, as Universidades de maneira geral estão se fragilizando, formando profissionais com deficiência e quando chegam no mercado de trabalho sofrem também com a falta de cursos para garantir a formação continuada. Por outro lado, quando a Secretaria de Estado da Educação oferece esses cursos são passadas propostas para serem executadas, direcionando o que os professores devem fazer. Os professores não são instigados a ganhar autonomia profissional, a refletir sobre sua prática, e construir suas próprias teorias sobre o seu trabalho, que seria o ideal para atingirmos uma educação de qualidade, respeitando e transformando a vida dos alunos e da sociedade. Na verdade, a maioria desses cursos trazem fórmulas prontas, apresentando a realidade e experiências de outros Estados totalmente diferentes do nosso cotidiano. Dessa forma: O exercício e o treino poderiam bastar para manter competências essenciais se a escola fosse um mundo estável. Ora, exerce-se o ofício em contextos inéditos, diante de públicos que mudam, em referência a programas repensados, supostamente baseados em novos conhecimentos, até mesmo em novas abordagens e novos paradigmas. Daí a necessidade de uma formação contínua, que em italiano se chama aggiornamento, o que ressalta o fato de que os recursos cognitivos mobilizados pelas competências devem ser atualizados, adaptados a condições de trabalho em evolução. (PERRENOURD, 2000: 155/156). 16 Em relação às condições adequadas de trabalho estamos muito distante do ideal, pois falta melhorar a estrutura física das escolas, materiais didáticos, merenda, biblioteca, auditório, laboratório de ciências e de informática, etc, essa é a dura realidade das escolas públicas que tem como obrigação preparar os filhos dos trabalhadores para que se tornem verdadeiros cidadãos críticos e conscientes de seus direitos e deveres, e que possam lutar contra a exclusão sócio-econômica e cultural. Nesse sentido: (...) Ampliando um pouco mais o enfoque, temos os alunos com seus dramas pessoais e familiares; e já estamos inseridos na lógica social maior, perversa, excludente e desumana. Para quem não perdeu a sensibilidade, este é o ponto de partida: a necessidade de transformação (VASCONCELLOS, 2001:27/28). Analisando os índices de culpabilidade do fracasso escolar temos que perceber que muitas pesquisas e projetos são direcionados para o professor, alunos e a família, como se fossem os grandes culpados do insucesso escolar determinado pelo contexto sócio-cultural. Na verdade é preciso perceber o fracasso do Estado e de suas políticas públicas ineficientes, que através da situação econômica excludente gera uma minoria de ricos e uma maioria de pobres que lutam pela sobrevivência, e nega também o direito de permanência na escola. Dessa forma, as políticas públicas devem: (...) centra-se em políticas educacionais que ofereçam condições de trabalho pedagógico e não atentar somente para a conseqüência do problema, a evasão. Fracassaram o projeto político do Estado e da escola, e não o aluno. Enquanto a questão estiver sendo encoberta por soluções do tipo “diminuir os índices do fracasso e evasão, numa escola sem condições”, estaremos, segundo Arroyo (1986), resguardando um Estado ausente e uma ordem social injusta (SUDBRACK, 1997:52). Diante dessa situação, o Estado deveria assumir o seu papel e oferecer realmente uma educação de qualidade. Porém, os problemas educacionais tendem a aumentar porque os 17 nossos governantes estão interessados apenas em números de alunos que foram alfabetizados ou que passaram de ano para garantir os recursos destinados à educação, e uma educação de qualidade que atenda às necessidades da classe trabalhadora torna-se cada dia mais distante. No Brasil já foram criados vários programas para minimizar os problemas da educação. Mas o nosso país continua exibindo um número enorme de analfabetos e alunos com distorção de idade e série. Para corrigir esses problemas o governo no ano 2000 mais uma vez resolve interferir e criando a Educação de jovens e adultos (EJA) para minimizar os problemas do analfabetismo, a distorção idade/série, e reparar uma dívida social com as pessoas que desde cedo tiveram que trabalhar e não tendo acesso à escola. É obrigação do Estado através de suas políticas públicas interferir no campo das desigualdades sócioeconômicas e culturais. Nesse sentido: (...) a educação de jovens e adultos representa uma promessa de efetivar um caminho de desenvolvimento de todas as pessoas, de todas as idades. Nela, adolescentes, jovens, adultos e idosos poderão atualizar conhecimentos, mostrar habilidades, trocar experiências e ter acesso a 2 novas regiões do trabalho e da cultura (...) A denominação “Educação de Jovens e Adultos” é recente no Brasil, mas desde o período colonial havia um interesse de alfabetizar os adultos que necessitavam ser doutrinados pela igreja, tendo mais um caráter religioso do que educacional. No Império, várias reformas educacionais apontavam para a necessidade de classes noturnas de ensino elementar para adultos analfabetos. Todavia, a institucionalização e desenvolvimento da EJA em escolas através de programas, materiais e professores, iniciou-se a partir do fim da Segunda Guerra Mundial e no final da Ditadura Vargas, existindo um movimento de fortalecimento dos princípios democráticos, como também, ampliando as bases eleitorais para 2 Cf. Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA. 2000, P.09 18 sustentação do governo central, integrar os imigrantes e incrementar a produção através da capacitação profissional. Dessa forma: Ao final da ditadura de Getúlio Vargas, em 1945, há um movimento de fortalecimento dos princípios democráticos e, com a criação da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), solicitam-se aos países integrantes esforços no sentido de se educar a população adulta analfabeta. (CUNHA, 1999:10). Assim, a Educação de Jovens e Adultos passa a representar uma alternativa de efetivar o desenvolvimento das pessoas e do país, que toma os seus contornos em 1947 numa Campanha de Educação de Adultos. As dificuldades com essa modalidade de ensino são várias, surgindo muitas críticas devido à sua ineficiência. A principal referência da alfabetização de jovens e adultos e o educador Paulo Freire, com sua Pedagogia Libertadora, fundamentada na idéia de que a transformação social ocorrerá através do processo de conscientização cultural e política do cidadão. Na sua concepção, aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real vivida por aqueles que aprendem. Segundo Cunha (1999: 12), O golpe militar de 1964 causou uma ruptura nesse trabalho, de alfabetização que vinha sendo realizado, exatamente pela sua ação conscientizadora. Todas as experiências que emergiram com base na filosofia de conscientização, intervenção e mudança foram percebidas como ameaça à ordem instalada (...) Em 1967 o governo militar assume o controle e cria o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) que metodologicamente acabava com todo o senso crítico e conscientizador do método de Paulo Freire. Mas paralelo ao MOBRAL, grupos que atuavam na educação popular continuaram alfabetizando através da pedagogia Liberal. 19 Em 1985 o Mobral foi extinto e em seu lugar surgiu a Fundação Educar, na qual, metodologicamente, houve a intenção de se adotar o método Paulo Freire, mas, despido de seu conteúdo político e conscientizador. Todavia, a Pedagogia Libertadora ganhou espaço e o método Paulo Freire tem dado uma contribuição fundamental na educação de Jovens e adultos. Não só na questão da alfabetização, como também na educação de jovens e adultos do ensino fundamental e do ensino médio (EJAEF e EJAEM). Nesse sentido: (...) A educação liberadora é incompatível com uma pedagogia que, de maneira consciente ou mistificada, tem sido prática de dominação. A prática da liberdade só encontrará adequada expressão numa pedagogia em que o oprimido tenha condições de, reflexivamente, descobrir-se e 3 conquistar-se como sujeito de sua própria destinação histórica (...). Atualmente em nosso país, o ensino como um todo apresenta um quadro caótico, valorizando a quantidade em detrimento da qualidade. Imagine a educação de jovens e adultos que possui um currículo bastante reduzido, exigindo uma política pedagógica que atenda de fato as suas especificidades e oportunize a inclusão e ao desenvolvimento sócio-cultural dos educandos. Segundo Silva (2005), os alunos do EJA são diferentes devido à distorção de idade/série exigindo a formulação de um currículo diferenciado. Por isso, as atividades curriculares devem atender às suas necessidades aproveitando ao máximo as experiências de vida, a realidade e os interesses dos educandos. Todavia, na prática, para muitos a idéia defendida é de superficializar os conteúdos, por pensar que os jovens e adultos devem aprender rapidamente para resgatar a escolaridade perdida. Então, a estrutura da EJA volta a ser questionada porque o tempo é reduzido, os professores não recebem a qualificação adequada, materiais didáticos, etc., tendo que improvisar e acima de tudo respeitar as diferenças dos educandos. Nesse sentido: 3 Cf. Ernani Maria Fiori. In: Paulo Freire. Pedagogia do Oprimido. 1987, p. 09. 20 As considerações ou reflexões até agora feitas vêm sendo desdobramentos de um primeiro saber inicialmente apontado como necessário à formação docente, numa perspectiva progressista. Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. (FREIRE, 1998:52). No artigo 37, a LDB garante o ensino gratuito aos jovens e adultos que não tiveram condições de efetuar seus estudos na idade adequada, respeitando as características dos alunos, seus interesses, condições de vida e de trabalho. O poder público é o responsável para viabilizar o acesso e a permanência desses alunos proporcionando a eqüidade social, educacional e cultural, ou seja, colocar em pé de igualdade alunos da EJA, supletivos e ensino regular. Todavia, quem está na sala de aula (alunos e professores) são vítimas desse sistema e tanto o Ensino Regular quanto a EJA em nosso país não são valorizados e passam por grandes dificuldades. A EJA foi criada com o objetivo de incluir o aluno, porém, não está conseguindo desempenhar sua tarefa de incluir os alunos no ensino regular. Um exemplo dessa realidade são os alunos oriundos do EJAEF que tentam cursar o ensino médio regular e não conseguindo acompanhar acabam evadindo para o EJAEM, levando consigo alunos do ensino regular a evadir para a EJA. Na nossa concepção o que deveria ser um fator de inclusão está na contramão e provocando a exclusão desses alunos, pois, na verdade a EJA não consegue ampliar os horizontes desses alunos. No Brasil torna-se necessário repensar a questão da educação como um todo, e principalmente a Educação de jovens e adultos. É nosso dever enquanto educador defender a inserção do jovem e adulto na educação formal como meio de garantir os seus direitos básicos e à cidadania. Dessa forma: Preocupa-nos a forma marginalizada como é tratada a questão da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no âmbito do poder publico. Há por parte deste poder uma política educacional até certo ponto contraditória, quando se fala de EJA. A própria LDB 9394/96 que deveria nortear o caminho a ser percorrido, trata-a de forma ambígua (BARRETO. 2004:20). 21 A Nova LDB é analisada com preocupação pelos educadores comprometidos com a educação pública brasileira e aplaudida pelos conservadores e privatistas da educação que qualifica a Nova LDB como a salvadora, e que resolve todos os problemas da educação em nosso país. Porém, nós sabemos que na LDB tem avanços e recuos e que na maioria das vezes os direitos dos educandos e dos profissionais da educação não saem do papel. Já os que favorecem aos interesses dos governantes e da elite brasileira, fazem questão de colocá-los em prática e não nos esqueçamos das brechas “legais” que eles encontram para burlarem as leis. Nesse sentido: (...) A questão é saber exatamente a que preço se fará o desenvolvimento da educação nacional, que historicamente se pauta pela exclusão de diversos segmentos sociais, privilegiando o atendimento de quem já é incluído no sistema capitalista (BRZEZINSKI, 1997:61). Portanto, a educação é um elemento fundamental para o desenvolvimento do país e das pessoas contribuindo para reduzir as desigualdades sócio-econômica e culturais. Todavia, os governantes investem cada vez menos em educação em nosso país com objetivo de reproduzir uma população cada vez menos esclarecida. A concentração da renda, as condições sócio-culturais, a ausência da família, as condições físicas e pedagógicas de nossas escolas leva a evasão e a repetência de nossos alunos. Mas tudo isso é reproduzido pelo Estado que é omisso e frágil para resolver os problemas da educação, e forte para defender os seus interesses e da elite. 22 CAPÍTULO II A EVASÃO ESCOLAR DOS ALUNOS DA PRIMEIRA SÉRIE DO ENSINO MÉDIO ORIUNDOS DA EJAEF 23 CAPÍTULO II 2 - A EVASÃO ESCOLAR DOS ALUNOS DA PRIMEIRA SÉRIE DO ENSINO MÉDIO ORIUNDOS DA EJAEF O capítulo em tela tem como objetivo verificar os fatores da evasão escolar dos alunos oriundos da EJAEF na Primeira Série do Ensino Médio que atualmente se configura como um dos maiores problemas da educação. Para chegar aos fatores e os índices de evasão fizemos uma pesquisa nos arquivos do Colégio Estadual “João XXIII”, em seguida aplicamos questionários a alunos, professores da EJAEF e do Ensino Médio que forneceram informações preciosas para a construção do nosso objeto de estudo e que apresentaremos as suas respostas a partir da análise qualitativa dos questionários. 2.1 – Caracterização da Região O município escolhido para desenvolver a nossa pesquisa foi o de Ribeirópolis-SE, integrante da microrregião de Carira (Figura 1), situado na Zona Oeste, transição do agreste com o sertão. Apresenta uma área de 263,0 km2, situado no paralelo 10º 32’26” de latitude Sul e 37º 26’05” longitude Oeste. Limita-se ao norte-nordeste com o município de São Miguel do Aleixo; ao leste-sudeste com Moita Bonita e Nossa Senhora das Dores; ao Sul com Itabaiana; ao Oeste com o município de Frei Paulo; e a Norte-noroeste com Nossa Senhora Aparecida. A sede municipal localiza-se no centro do território, ao norte da Serra do Saco, distando em linha reta 61km, e pela rodovia 75km da capital do Estado. De acordo com o censo demográfico de 2000, possuía uma população de 15.439 habitantes, dos quais 10.095 24 residiam na Zona Urbana e 5.344 na Zona Rural, apresentando um considerável desequilíbrio entre os totais das populações desses dois espaços. No tocante à economia, desde a sua formação o município destaca-se nas atividades agropecuárias4 com uma certa diversificação para cada região. Produz a mandioca, o milho, o feijão e as verduras em alguns povoados, sendo a mandioca com a ulterior produção da farinha o principal produto. No setor industrial existe em funcionamento desde 1995 a Itabaiana Têxtil, especializada na produção de fios de linha poliéster para fazer redes, tapetes, etc., e a Empresa de calçados Azaléia, que se instalou recentemente atrás de isenções de impostos, terras baratas, rodovias que facilitam o transporte da produção e principalmente força de trabalho qualificada e abundante, o que torna lucrativo a sua implantação no município. Desde o início da criação do povoado Saco do Ribeiro a feira foi a responsável pelo desenvolvimento de Ribeirópolis. Apesar da concorrência do comércio e da feira de Itabaiana que ocorre fuga de capitais, o comércio de Ribeirópolis de um modo geral se apresenta pouco variado, mas de grande importância regional e local. No segmento de serviços Ribeirópolis é procurado pelas cidades vizinhas no setor da educação pública municipal e estadual por oferecer escolas mais estruturadas e Ensino Médio. Ribeirópolis tem uma boa representação de alunos que concluíram o Ensino Médio nessas escolas, cursando nível superior tanto nas faculdades particulares quanto na Universidade Federal de Sergipe, contribuindo para o crescimento sócio-cultural do município. Destacam-se também a festa do padroeiro “Sagrado Coração de Jesus”, geralmente no último domingo do mês de outubro, e a festa de “Santos Reis”, no início de fevereiro, cujo o grande destaque gira em torno do grupo folclórico “Caretas”, o maior símbolo cultural do município. 4 Cf. Givaldo Santos de Jesus. Farinheiros do Agreste de Ribeirópolis-SE (1985-2002). 2002. p. 24 25 2.2 – Caracterização do Objeto de Estudo O Colégio Estadual “João XXIII”, situado à Avenida Carlos Firpo, nº 230, na cidade de Ribeirópolis-SE, iniciou suas atividades educacionais em 28/01/1999, no prédio do então extinto Colégio Cenecista “João XXIII”, oferecendo atualmente o Ensino fundamental, médio e EJAEM. A referida escola tem como entidade mantenedora o Estado de Sergipe, subordinada de forma administrativa à Secretaria de Estado da Educação e à Diretoria Regional da Educação DRE’03 (Figura 1), a qual se encarrega em oferecer as devidas condições para o funcionamento das unidades escolares nos catorze municípios. O Colégio Estadual “João XXIII” tem uma boa estrutura física, oito salas de aula, laboratório de ciências, de informática, biblioteca, quadra esportiva, cozinha e depósito, banheiros, professores formados e atuando nas suas respectivas áreas. Tem uma clientela bastante diversificada oriundo do município de Ribeirópolis e de seus povoados, como também, do município de Nossa Senhora Aparecida. A faixa etária dos alunos varia de 11 a 50 anos. No turno matutino funciona com turmas do ensino fundamental (5ª à 8ª séries) e uma turma do Ensino Médio (1ª série). No Turno Vespertino funciona com Turmas do Ensino Fundamental e Médio. Já o Turno Noturno funciona com Turmas do Ensino Médio e da EJAEM. (Tabela 1). Os aspectos que refletem no processo educativo estão relacionados principalmente com a falta de políticas públicas eficientes por parte do Estado, pela falta de acompanhamento dos pais, e do baixo nível financeiro que obriga a maioria de nossos educandos a trabalhar para garantir a sobrevivência e prejudicando o processo ensino-aprendizagem, quando não os obrigam a abandonarem os estudos provocando a evasão escolar. 26 FIGURA 1 MAPA DE SERGIPE 2005 Microrregião de Carira DRE-03 0 10 20 30 40 km FONTES: Censo Agropecuário, 1995/96. Secretaria de Estado da Educação, 2005. 27 TABELA 1 COLÉGIO ESTADUAL “JOÃO XXIII” NÚMERO DE TURMAS E DE ALUNOS 2005 NÍVEL FUND MÉD. X X X X X X X X X X X X X X X EJAEM TOTAL DE TURMAS E DE ALUNOS SÉRIE TURNO 5ª 6ª 7ª 8ª 1ª 5ª 6ª 7ª 8ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª De 1ª a 4ª etapa Matutino Matutino Matutino Matutino Matutino Vespertino Vespertino Vespertino Vespertino Vespertino Vespertino Vespertino Noturno Noturno Noturno Noturno NÚMERO TURMAS ALUNOS 01 36 01 29 01 32 01 29 01 30 02 55 01 32 01 26 01 45 01 51 01 47 01 26 01 49 01 36 01 50 04 172 20 743 28 2.3- Análise situacional do objeto de estudo: avaliação dos indicadores e instrumentos A LDB determina em seu art. 37 que cursos e exames são meios pelos quais o poder público deve viabilizar o acesso do jovem e adulto na escola de modo a permitir o prosseguimento de estudos em caráter regular tendo como referencia a base nacional comum dos componentes curriculares. Portanto a oferta desta modalidade é obrigatória pelos poderes públicos na medida em que os jovens e os adultos queiram fazer uso do seu direito publico subjetivo. A evasão nas primeiras séries do Ensino Médio se dá diante do quadro educacional empregado pelo sistema, no qual podemos constatar através da realização de uma pesquisa de campo que o curso de aceleração EJAEF foi instituído para sanar o problema dos alunos com distorção em idade e série que necessitam terminar o Ensino Fundamental e concluir o Ensino Médio, já que nós vivemos num país capitalista onde a qualificação é um dos pré-requisitos exigidos no campo sócio-econômico, tendo em vista que a competitividade afunila as oportunidades sobressaindo aqueles que melhor se prepararem para os desafios da tecnologia exigida atualmente pelo mercado de trabalho no mundo globalizado, sendo necessário o crescimento intelectual para atingir a realização profissional numa interminável busca pelo sucesso, isto é, a inclusão por meio de um concurso ou promoção no trabalho. Segundo Demo (2002: 103), A educação aparece como estratégia fundamental de mudança do sistema. Pode humanizar o sistema, à medida que fundamenta o estado de direito, restringindo fortemente, via instrumentação da cidadania, a voracidade do capital. Pode levar à superação do sistema, á medida que planta condições subjetivas de ultrapassar o capitalismo, como fase histórica. Todavia não cabe esperar da educação milagres, sobretudo o milagre impossível, mantendo o sistema capitalista, desfazer sua marca de objetivar o lucro acima de tudo. Queremos com isto mostrar que as oportunidades de crescimento intelectual estão enraizados em forte questões políticas, 29 que impedem o desenvolvimento de uma educação de qualidade para a grande massa desfavorecida e pobre. Esse índice de evasão aumenta a cada ano (Figura 2), porque o aluno do EJAEF faz a opção pelo Ensino Médio Regular, no entanto, não estão preparados para enfrentarem essa modalidade de ensino, tanto pelo afastamento da escola por muito tempo, como também, a base anterior vinda de um curso de aceleração, no qual o conhecimento é transmitido através de módulos que fragmenta o conhecimento necessário para prosseguir no Ensino Médio Regular. Quando o aluno não consegue acompanhar o Ensino Regular retorna no segundo semestre para uma turma de EJAEM, na tentativa de concluir o Ensino Médio que é o mínimo exigido pelo mercado de trabalho, gerando um alto índice na evasão já que, com eles, alunos do Ensino Regular migram para o EJAEM para concluir a Educação Básica num curto período de tempo e com aprovação acessível. Nesta pesquisa foram constatados vários fatores que contribuem para essa evasão contínua entre os educandos: a locomoção do povoado a escola na cidade desde que trabalham durante o dia, o casamento precoce, filhos, falta de interesse na adolescência. Etc. Esses fatores deveriam ser analisados de forma quantitativa e qualitativa pelos órgãos governamentais para efetivar políticas públicas sérias de inclusão a partir da elaboração de propostas para definir melhor os critérios de ingressos no Ensino supletivo, além disso, rever os cursos oferecidos como: ofertar cursos profissionalizantes ao invés de oferecer um curso de aceleração ineficiente, onde a solução seria reestruturar gradativamente esse curso e estabelecer regras quanto à distorção de idade proporcionando a inclusão desses alunos dentro da realidade em que eles estão inseridos. 30 GRÁFICO 2 COLÉGIO ESTADUAL JOÃO XXIII ÍNDICE DE APROVAÇÃO, REPROVAÇÃO E EVASÃO PRIMEIRA SÉRIE DO ENSINO MÉDIO 60 50 40 30 20 10 0 2002 Aprovação Fonte:Arquivos da Escola. 2003 Reprovação 2004 Evasão 31 O educador é, sem duvida, o elemento fundamental da comunidade educativa, pois desempenha diretamente a missão de formar e informar os educandos. O professor, além das qualidades pessoais inatas ou adquiridas em formação, é também um ser em permanente interação com o meio em que vive, pois é de suma importância que o educador conviva ativamente tanto no ambiente escolar, como na comunidade onde a escola está inserida. Do ponto de vista legal, os artigos 61 a 67 da Lei n°9394/96 disciplinam globalmente a formação do professor. Para atuar na educação básica, o docente formar-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades institutos superiores de educação. Os especialistas de educação serão formados, em curso de pedagogia, ou em nível de pós-graduação. Por isso, no relacionamento com o pessoal docente, deve: observar suas qualidades pessoais e inatas e, sempre que possível, sua formação profissional; propiciar aos docentes um ambiente que lhes transmita segurança e o máximo de estabilidade; empenhar-se para que cada professor permaneça o maior tempo possível na escola; e oferecer oportunidades de atualização aos docentes. Analisando o questionário dos professores que ensinam na EJAEF e na EJAEM, diante dos problemas encontrados nas escolas públicas, o professor tenta atingir no mínimo de cinquenta por cento das necessidades dos alunos incluídos na escola nesse curso de aceleração, tendo em vista que na sua maioria chega a escola trazendo consigo problemas familiares e principalmente sócio-econômico e cultural. Nesse processo, o professor que possui de dois a quatro anos de experiência na EJAEF chega a atingir uma meta de aprovação de aproximadamente cinqüenta por cento de aprendizagem. O sistema educacional legalmente oferece condições de ensino-aprendizagem, mas, na realidade há uma oferta escassa de material didático, deixando professores e alunos sem perspectiva de melhorias no processo ensino-aprendizagem desde que os livros produzidos 32 não atingem a realidade em que estão inseridos. Todavia, alguns alunos que são disciplinados e determinados mostram maior interesse na assimilação do conhecimento, facilitando dessa forma o trabalho do educador. No que se refere aos cursos de aperfeiçoamento nessa modalidade, os professores responderam que tiveram um treinamento de quarenta horas, o qual foi considerado insuficiente, não em conteúdo, mas no curto período que deveria ser ofertado no mínimo a cada semestre. Os alunos do EJAEF chegam à escola desprovidos de conteúdos, tanto pelo fato de estarem afastados da escola por um longo período quanto por estarem obrigados a concluir o Ensino Médio exigido pelo mercado de trabalho. Mas, para isso é preciso que consigam em pé de igualdade as mesmas condições de acesso e permanência na escola. Todavia, apenas alguns alunos conseguem acompanhar o Ensino Médio Regular com índice de aprovação satisfatório. O curso de aceleração EJAEF foi criado para supri as necessidades da escolaridade regular para adolescentes e adultos que tenham interrompido os estudos na idade adequada, nivelando com baixa qualificação, lançando ou aproveitando no mercado de trabalho de um mundo globalizado, no qual a tecnologia exige uma competitividade para a qual ele não está preparado, aumentando a possibilidade de exclusão, bem como, a desvalorização salarial. Diante do que foi constatado na pesquisa de campo pode-se afirmar que esse aluno vai concorrer no regime de desigualdade incomparável, embora ambos tenham concluído o Ensino Médio em escolas públicas, o aluno que freqüenta o Ensino Médio Regular possui um conhecimento mais elevado, tornando-se mais apto a conquistar o espaço no mercado de trabalho, obtendo com muito esforço o sucesso almejado, enquanto que o aluno oriundo do EJAEF sofre as desvantagens proporcionadas por uma formação em caráter emergencial, visando a inclusão no meio sócio-econômico e cultural, já que a EJA não atinge a meta desejada nem promove o conhecimento igualitário. 33 Um projeto educativo democrático é, portanto muito exigente em termos das capacidades pessoais dos docentes. Existe um núcleo básico de atitudes e valores sem os quais é muito difícil enfrentar as exigências da atividade profissional futura. A adesão a esses valores e o desenvolvimento dessas atitudes constituem um dos fatores de êxito das atividades socializadoras. Enquanto alguns aspectos da atividade docente exigirão níveis mais altos de profissionalismo e outros, por sua vez, dirão respeito mais a categoria do oficio, haverá, sem duvida alguma, um aumento significativo das exigências de compromisso pessoal do docente com os objetivos da tarefa educativa. Participar na elaboração e execução de um Plano e aderir a seus princípios já pressupõe uma primeira fase de aproximação da atividade profissional que transcende o mero saber técnico. Diante das respostas dos professores entrevistados do Ensino Médio, todos responderam que os alunos do ensino regular demonstram um conhecimento mais amplo em relação ao conteúdo, pois os mesmos possuem tempo suficiente para estudar e se encontram dentro da faixa etária, facilitando a aprendizagem. Estas vantagens auxiliam a obter mais conhecimento, mas o que se refere à seleção dos alunos oriundos do EJAEF e do ensino regular em turmas diferentes, setenta e cinco por cento dos professores responderam que não podem isolar estes alunos em turmas diferentes, pois, é importante o contato de alunos com visões diferentes para que haja uma boa troca de opiniões e diversos interesses que só ajudarão aos alunos do Ensino regular e do EJAEF, já que observando as diferenças entendese que é preciso ter vontade de aprender e com muito esforço o aluno do EJAEF será capaz de acompanhar o nível de desenvolvimento dos demais, de forma que as oportunidades são ofertadas em geral pela escola, competindo com sucesso àqueles que buscam aprendizagem. Embora a escola oferte modalidades diferentes, com objetivos diferentes, 75% dos professores acham que o EJAEF não prepara o aluno com uma visão de futuro voltada para o Ensino 34 regular. O EJAEF não prepara os alunos para enfrentar um concurso ou vestibular. Então, os alunos devem depois continuar os estudos e buscar em outras fontes, maiores informações, e procurar na maioria das vezes um contexto que valorize e proporcione condições suficientes para um bom desenvolvimento no estudo. Em entrevista, 50% dos professores do Ensino médio afirmam que a Educação de Jovens e Adultos precisa ser repensando na questão do ingresso do aluno, pois muitos deles não querem mais estudar no Ensino Regular, por ser mais fácil o curso da EJA. No entanto, 100% dos professores pensam que dependendo do interesse do aluno mesmo oriundo do EJAEF será incluído com sucesso na sociedade capitalista em que vivemos. Os benefícios desses cursos de aceleração para a sociedade, bem como para a instituição escolar, segundo 75% dos professores é o de dar oportunidade de estudar aos alunos que antes não tiveram condições, sendo assim, representa uma porta aberta para a aquisição de conhecimentos, ou seja, possibilitando ao aluno exercer de forma consciente funções no mercado de trabalho participando do progresso da nação. Aonde 100% dos professores entrevistados responderam que o sistema educacional criou esse curso com o objetivo de reintegrar o aluno à escola e à sociedade. No total de 100%, dos professores gostam de trabalhar com alunos que cursam o supletivo, pois, os mesmos se mostram mais interessados. Este curso, segundo 50% dos professores poderia ser melhorado no que diz respeito à qualificação dos professores, e 50% aos recursos. Contudo o curso de aceleração tem mostrado alguns resultados positivos, pois 75% dos professores responderam que conhece alguém que ingressou na faculdade vindo do EJA. Todavia, são casos isolados. Não é objetivo desta pesquisa apresentar um diagnóstico completo da situação educacional de jovens e adultos. O que se pretende é apenas trazer alguns indicadores estatísticos da situação da EJA, pois os mesmos não são fáceis de serem obtidos, dada a 35 complexidade do quadro em que se inserem e devido ao envolvimento de inúmeros atores sociais e instituições que se ocupam desta área. De acordo com as respostas obtidas através dos questionários dos alunos da EJAEF, 60% são residentes no setor urbano, diante desse quadro foi constatado que alguns valores como desestrutura familiar, casamento precoce, filhos, desinteresse na adolescência, condições sócio-econômicas e outros, interferem diretamente no retardamento do nível de escolaridade dos alunos inseridos nesse contexto; enquanto que os 40% dos alunos residentes na zona rural enfrentam outros obstáculos, além dos citados na zona urbana, situação precária, envolvendo locomoção, trabalho no campo, falta de incentivo familiar, falta de perspectiva de futuro na zona rural e na cidade no campo profissional. Na maioria dos casos a inclusão acontece numa distorção de idade avançada e ainda enfrentam a desigualdade, causando dificuldades na assimilação do conhecimento, inibindo as possibilidades de participação dos mais velhos em sala de aula. Isso também acarreta um bloqueio na aprendizagem, podendo levar a evasão. Além disso, esses alunos são frutos das camadas populares e do meio rural que devido ao fracasso na escola são forçados a interromper seus estudos, e no entanto, apesar de tanto sacrifício, todo esforço é inevitável ocorrendo assim o sofrimento da reprovação, procurando outras alternativas de trabalho, de forma que saem da escola convencidos do fracasso, proporcionando o destino a profissões com baixa remuneração e até mesmo ao desemprego que é um dos maiores problemas do nosso país no mundo globalizado. A inclusão desse aluno no curso de aceleração EJAEF se dá de forma que ele venha a fazer parte da grande família que é a escola e na qual não ocorre distinção. A escola como instituição acolhe cada individuo, construindo um espaço no qual possa forma cidadãos críticos conscientes, para que os mesmos sejam aceitos na sociedade diante da realidade social vigente. Para tanto, é importante que os alunos sejam educados qualitativamente de maneira 36 que os menos favorecidos devem ter acesso ao nível de escolaridade tanto quanto os outros de igual para todos aqueles que buscam na escola um futuro melhor. No que diz respeito ao futuro profissional a maioria almeja seguir a carreira de educador, outros enfermagem, medicina, militar, eletrônico e radialistas também encontramos indecisos. Porém, o curso de aceleração é compacto no desenvolver dos seus conteúdos, tornando assim um caminho tortuoso para se chegar à aprovação no vestibular. O aluno oriundo da EJAEF sente dificuldade na permanência do Ensino Médio Regular, por isso, volta para cursar a EJAEM. Então, continua com uma vida escolar condicionada ao resumo estudado no módulo do curso dificultando a aprendizagem, como também, a participação bem sucedida no vestibular. Diante das injustiças e desigualdades sociais vigentes na sociedade, a escola incentiva o individuo a se envolver de forma atuante na luta pelas mudanças dessas condições. No entanto, este aluno da EJAEF é mais uma vez podado da oportunidade de se integrar ao grupo, já que o curso não lhe dá condições de aprovação e ingresso na faculdade. Porém, à medida que a escola contribui para a inclusão ela também reduz o número de marginalizados e constrói uma sociedade mais justa e mais democrática. Portanto, a mudança social e inevitável, podendo ter uma visão social mais abrangente que promova a liberdade de escolha e participação. As limitações oferecidas pelo próprio sistema educacional, o qual instituiu o curso supletivo é claro no que se refere a suprir a escolaridade regular para os adolescentes e adultos que não tenham seguindo ou concluído na idade própria, ou seja, o ensino supletivo é o suprimento e aperfeiçoamento ou atualização. É por isso, que a substituição ou acrescentar gradativamente esta modalidade por outros cursos profissionalizantes seria a solução para proporcionar mais oportunidades para o sucesso pessoal, bem como, profissional dos alunos na sociedade atual inserido na realidade do mundo globalizado. 37 O corpo discente é a razão principal da existência da própria escola. Daí porque é importante que seus interesses e aspirações sejam respeitados na programação e na execução das atividades escolares. O aluno não deve ser o objeto mais o sujeito da vida escolar. Analisando o contexto dos alunos do Ensino Médio Regular, através dos questionários, foi constatado que 75% dos alunos residem na cidade e que aproximadamente 50% dos alunos já estão na escola a sete a oito anos, mas que já passaram por outras escolas, mostrando assim que o acompanhamento é razoável e que o restante já estão na escola de onze a treze anos, e também já estudaram em outras escolas, e por motivo de evasão ou repetência tiveram atraso no seu percurso escolar, mas todos os alunos que estão no Ensino Médio regular, estudaram também no Ensino Fundamental regular. Quando perguntamos a estes alunos porque eles escolheram o curso regular e não a EJA, 41,6% responderam que escolheram por ser mais detalhado, ofertando assim maiores condições de aprendizagem, pois, 66,6% responderam que para enfrentar os problemas com o estudo e continuar na escola é preciso almejar um futuro melhor, um crescimento intelectual e cultural. Como foi visto anteriormente 83,3% dos alunos já repetiram algumas séries e um dos motivos da evasão e da repetência é o trabalho. Para os que moram nos povoados 75% deles responderam que o fator predominante é a locomoção, desde que esta implica no cansaço físico já que o trabalho não pode ser deixado de lado e assim o chegar tarde e acordar cedo desanima alguns, levando a reprovação e a evasão. Apesar do incentivo que os alunos afirmarem receber dos pais para continuar os estudos, na maioria das famílias, a renda percapta é insuficiente, exigindo o trabalho de todos os membros para obterem um padrão de vida regular, sem contar que a distância entre o povoado e a cidade retarda a escolaridade. 38 A escola como instituição acolhe os alunos de forma igualitária, sendo que o próprio sistema é que faz o currículo a ser seguido tanto pelo Ensino Médio Regular quanto no Curso de Aceleração EJAEF, partido daí o estudo e expansão do conhecimento a ser aplicado pelo professor. Quanto a profissão, o aluno do Ensino Médio Regular, assim como o oriundo do EJAEF escolheram o de educador, até porque o campo de trabalho oferecido na cidade é mais amplo nesta área. Além disso, os alunos perceberam que o sucesso pessoal, bem como o profissional só é possível no mundo competitivo em que vivemos, quando obtemos um nível de formação, isto é, a educação é o veículo para a realização como ser humano e como profissional habilitado para o mercado de trabalho. No entanto, as maiores dificuldades encontradas pelos alunos do Ensino Regular se dá nas disciplinas da área de exatas, devido à má formação dos alunos nestas disciplinas nas series iniciais do Ensino Fundamental, perpetuando essa carência no decorrer de sua vida escolar, quanto profissional. O curso do Ensino Regular visa preparar o aluno para prosseguir seus estudos e enfrentar o vestibular na área desejada, proporcionando condições tanto no espaço físico escolar, como também na seleção dos docentes distribuídos nas suas respectivas áreas de atuação. Portanto, os alunos da rede pública sofrem dificuldades diferenciadas da rede particular de ensino, no que diz respeito a aquisição de livros, computadores , revistas e outros recursos, e com isso, dificulta o desempenho e a criatividade, impossibilitando-o a competir de forma igualitária com alunos da rede particular de ensino,pois, esses chegam mais preparados e conquistam as vagas nas universidades públicas. 39 CAPÍTULO III PLANO DE AÇÃO PARA MINIMIZAR OS PROBLEMAS ENFRENTADOS PELOS ALUNOS DA EJAEF NA 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO 40 CAPÍTULO III 3 - Plano de Ação para minimizar os problemas enfrentados pelos alunos oriundos da EJAEF na 1ª série do Ensino Médio APRESENTAÇÃO O Plano de Ação da escola pode ser inicialmente entendido como um processo de mudança e de antecipação do futuro que estabelece propostas de ação para melhor organizar e sistematizar as atividades desenvolvidas pela escola como um todo. Sua dimensão pedagógica pressupõe uma construção participativa que envolva ativamente os diversos segmentos escolares. Acreditamos que a escola muda quando os sujeitos que a constituem se inserem em um movimento de mudança, que se dá na tensão entre a preservação e atuação do sistema educacional, com as transformações da sociedade e dos indivíduos fortalecidos pelo diálogo, na colaboração e busca de novos afazeres. Na perspectiva de melhores condições de ensino e aprendizagem, a elaboração do Plano de ação deve começar pela reflexão sobre a prática para, em seguida, fundamentá-la. Portanto, a partir da necessidade propomos a elaboração e execução do Plano de Ação para ser desenvolvido nas escolas inseridas neste trabalho, que deseja minimizar as questões de evasão e reprovação nas 1ª séries do Ensino Médio, que resultará da interação e do entendimento construído entre equipe diretiva, professores, alunos e a comunidade local, valorizando e compartilhando experiências comuns. 41 JUSTIFICATIVA Como planejar a redução das questões de evasão e repetência é algo extremamente complexo diante das políticas educacionais existente no nosso país, a começar pelo reconhecimento inevitável de que cidadania propriamente não se planeja, mas se conquista. O caminho para a transformação é lento e necessita de uma avaliação constante. A experiência do dia-a-dia nos mostra a necessidade de caminharmos juntos, procurando rever praticas que muitas vezes camufla problemas que na maioria das vezes só serão percebidos no futuro, concordamos com o pensamento de Gadotti e Romão (2001: 80), “Pensar em planejar a educação é parte essencial da reflexão sobre como realizar e organizar o trabalho escolar, o que significa encarar os problemas dessa instituição e do sistema educacional como todo”. Acreditamos que a escola é um espaço cultural que tem como princípio o resgate da cidadania dos educandos em busca de uma sociedade mais justa e igualitária, dessa forma tentamos neste trabalho voltar para uma ação reflexiva que possibilite mudanças efetivas no cotidiano, estimulando, orientando e desenvolvendo as aptidões do indivíduo de acordo com a sociedade, garantindo assim, o sucesso escolar. Cientes dos problemas que afetam o ensino do EJAEF e da 1ª série do Ensino Médio, e preocupados em proporcionar aos educandos o conhecimento necessário para lhes possibilitar a sua integração no meio social. Para tanto, é indispensável desenvolver um Plano de Ação que se insira com a realidade dos alunos percebendo-se integrante e agente transformador da sociedade crítico, participativo e capaz de observar os fatos de reflexão, discriminação, julgamento e decisão. Dar condições para que isso ocorra é a função do governo, da comunidade escolar e local. O objetivo maior é construir uma escola democrática e comprometida com a sociedade. 42 Dessa forma, julgamos necessário traçar algumas ações que são primordiais para atender tais necessidades, tendo como mediadores a equipe diretiva e professores, onde o aluno é alvo em que se promoverá a justiça social. 43 OBJETIVO GERAL Desenvolver ações que contribuam para a qualidade do processo ensino – aprendizagem, trabalhando a capacidade dos alunos em assumir posturas críticas e participativa, possibilitando a construção do seu próprio saber diante das questões sociais, da comunidade em que está inserido, mediante o bom funcionamento do ensino, envolvendo de forma crítica e construtiva todos os seguimentos da escola, considerando as exigências impostas pela nova ordem do mundo globalizado e competitivo. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Estimular educadores e educandos a aperfeiçoar a prática de ensino e aprendizagem organizada; Assegurar aos educandos o acesso ás condições necessárias para sua aprendizagem e formação de uma cidadania atuante; Atribuir responsabilidade ao aluno, de modo a proporcionar-lhe oportunidades para um saudável amadurecimento profissional; Conduzir o educando a entender os seus direitos e suas responsabilidades, identificando problemas e debatendo possíveis soluções; Elaborar e executar atividades pedagógicas voltadas para a realidade do aluno, valorizando sua cultura. 44 METAS A SEREM ALCANÇADAS Reduzir para 10% o índice de evasão e repetência, na 1ª série do Ensino Regular; Alcançar em 80% o índice de participação dos alunos nas atividades desenvolvidas; Elevar em 80% a participação dos professores na elaboração e execução das atividades que envolvam os alunos do EJAEF e da 1ª série do Ensino Médio; Elevar o reconhecimento da sociedade diante da aprendizagem dos alunos; Transformar a sala de aula em um ambiente saudável e produtivo. Repensar e reestruturar o curso do EJAEF; Criar mecanismos e melhorar a metodologia objetivando a inclusão dos alunos do EJAEF no Ensino Médio. 45 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO O acompanhamento e avaliação visam ao aperfeiçoamento da qualidade do ensinoaprendizagem contidas nesta proposta de trabalho. A avaliação deve abranger não apenas as atividades, mas também a própria estratégia, sem com tudo perder de vista a meta a ser alcançada. Através da avaliação qualitativa podemos identificar os acertos a as insuficiências, as vantagens e dificuldades, que envolve o processo de reflexão sobre as razões ou as causas das situações positivas e negativas. A ação central de todo processo é a reconstrução na medida em que identificamos as realizações programadas, reconstruímos novas idéias. Partindo desses princípios a avaliação representa como um processo que dará oportunidade de refletir sobre a prática, possibilitando uma visão rica que é proporcionada pelo desenvolvimento das atividades, pelos respectivos responsáveis, pensando e repensando de forma que melhore o desempenho de todos. Portando, acreditamos que o acompanhamento e avaliação indicam aspectos que poderão ser melhorados e nos permitem reafirmar nosso compromisso em prol de uma escola qualitativa. 46 CONSIDERACOES GERAIS Devido ao nosso comprometimento em assegurar uma trajetória de sucesso, programamos ações que são acompanhadas e avaliadas para possíveis reformulações. Essas ações não feriram as normas regimentais das escolas selecionadas para o trabalho. Acreditamos que, para a escola cumprir sua função de facilitar o acesso ao conhecimento e promover o desenvolvimento de seus alunos é preciso um “repensar” em todas as ações programadas, para atacar possíveis entraves que venham prejudicar o sucesso. Devemos ressaltar que essas ações não se restringem apenas à realidade escolar, todavia, é nossa meta a formação de cidadãos conscientes de seu papel na sociedade e como um multiplicador de ações que vem a melhorar cada vez mais a sociedade em que vivemos. 47 PLANO DE AÇÃO ORDEM AÇÕES TAREFAS 01 - Elaborar uma proposta pedagógica voltada para a realidade dos alunos, avaliando periodicamente o desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem. - Desenvolver as atividades educacionais na unidade de ensino compatível com a realidade e disponibilidade da clientela. - Desenvolver atividades sócio culturais que possibilitem ao aluno o aprimoramento de seus conhecimentos e a interação com os alunos do ensino regular. - Subsidiar cursos de formação continuada para os professores da EJA e do Ensino Regular para que consigam melhorar e desenvolver meios que facilitem o desenvolvimento das atividades educativas, atendendo as necessidades dos educandos; - Reunião da equipe técnica pedagógica e professores para a elaboração da proposta da própria unidade de ensino de acordo com a sua realidade 02 03 04 Organizar o calendário e o horário de funcionamento compatível com as necessidades dos alunos do curso do EJAEF; - Pesquisa de campo, aulas práticas, excursões, confecções de textos, murais, maquetes, mostra de filmes, atividades esportivas, etc. PERÍODO DE REALIZAÇÃO - No período do planejamento do ano letivo PARTICIPANTES - Diretor - Coordenador - Professores - Especialista - Comitê Comunitário. - No término do - Diretoria Regional de Educação ano de 2005 para - Coordenador 2006 - Professor - Especialista - Comitê Comunitário - No Decorrer do - Clientela estudantil e corpo ano letivo docente -Proporcionar cursos e oficinas - Bimestralmente e periódicas para os professores da EJA e com avaliação a do ensino regular integrando os cada final de professores e as modalidades de ensino. processo -Secretaria de Estado da Educação - Diretoria Regional de Educação - A própria escola 48 05 - Durante o ano letivo em datas comemorativas, atividades de classe e extraclasse -Através da troca de experiências e - Durante as narrativas de fatos, interpretações de atividades letivas musicas, filmes e formas expressivas. em classe e extraclasse - Direção - Equipe Pedagógica - Professor - Aluno - Comunidade local. -Elaborar proposta pedagógica, avaliando os critérios de inclusão no curso; - Período de Planejamento - 08 - Realizar bimestralmente - Reunião com a equipe técnica, alunos reuniões com alunos e e professores para análise, discussão e professores para discutir o divulgação dos dados. desempenho dos mesmos com o objetivo de acompanhar e propor soluções. - No período do ano letivo - Secretaria de Estado da Educação - Diretoria Regional de Educação - Direção - Equipe Pedagógica - Professores e alunos. -.Diretor - Professor - Secretario - Equipe Pedagógica 09 Organizar oficinas - Semanas pedagógicas pedagógicas com temas atuais e interdisciplinares de acordo com o interesse e necessidade dos alunos. - Durante o ano letivo. 06 07 - Conscientizar o educando quanto a valorização do ensino na praticidade de suas vidas relacionando as transformações no meio em que vive; - Permitir ao aluno que descubra e formule conceitos valorizando suas experiências e aumentando a sua autoestima; - Reestruturar o curso de aceleração EJAEF e ofertar cursos profissionalizantes a nível médio. - Realizar palestras, seminários, mesas redondas, amostra de conhecimento, sarau, etc. - Professor - Aluno - Comunidade escolar e local. 49 10 11 12 - Elevar a Auto-Estima dos alunos, valorizando-o como elemento indispensável no processo educativo. - Realizar projetos, visando o desenvolvimento e fixação das informações e do conteúdo programático - Avaliar a participação dos alunos nas reuniões e verificar a aplicação das sugestões apresentadas por eles na sala de aula. Comemorações;Exposições e distribuições de mensagens; palestras; - No decorrer do -Comunidade local. ano letivo - Desenvolver projetos. - No decorrer do ano letivo - Comunidade Escolar. Reunião da equipe contendo resultados e sugestões coletadas junto aos alunos. - No período de cada bimestre -Diretor - Equipe pedagógica - Professor - Aluno 50 CONSIDERAÇÕES FINAIS Educação é um dos elementos mais importantes de uma nação. Buscamos através da discussão do processo de globalização contextualizar o mundo e o país que vivemos, mostrando as transformações advindas do processo de internacionalização do capital que através dos meios de comunicação e transporte diminuem a velocidade entre o tempo e o espaço. Porém, a globalização promove uma sociedade dividida em uma minoria rica e uma maioria pobre, que sofre com a baixa qualidade de vida, desemprego, fome corrupção, decadência do sistema educacional e da saúde. Nesse sentido: (...) O discurso ideológico da globalização procura disfarçar que ela vem robustecendo a riqueza de uns poucos e verticalizando a pobreza e a miséria de milhões. O sistema capitalista alcança no neoliberalismo globalizante o máximo de eficácia de sua malvadez entrínseca. (FREIRE, 1998:144) Na educação a desigualdade sócio-econômica e cultural afeta diretamente o desenvolvimento do país e das camadas sociais populares. Pois, o Estado não investe de forma séria em educação e as escolas públicas sofrem com a falta de recursos materiais e humanos, interferindo no processo ensino-aprendizagem. A evasão e a repetência são inevitáveis, apesar do Estado criar mecanismos que facilitem a aprovação porque interessa a ele a quantidade e não a qualidade. E atribui toda a culpa do fracasso escolar aos professores, alunos, pais e a comunidade. Na verdade, o Estado foge da responsabilidade porque ele prefere uma população menos esclarecida. A escola é um projeto de classe e só pode ser enfrentado por outro projeto antagônico que vise o pleno desenvolvimento das camadas populares. 51 Diante do sucateamento da educação pública e da dura realidade que o ensino passa, os professores são obrigados a lutar para modificar e transformar a educação que temos para a educação que queremos. Tanto o ensino da EJA quanto o Ensino Regular sofre com a falta de compromisso dos nossos governantes. Mas, os alunos da EJA sofrem mais, pois já foram excluídos do ensino na sua idade regular e não concordamos que a EJA possa resolver os problemas, pois, os alunos da EJAEF na sua maioria não conseguem ser incluídos no ensino regular. Então o governo cria o EJAEM que na nossa concepção está sendo uma válvula de escape para esses alunos que não conseguem acompanhar o ensino regular, como também para o aluno do ensino regular que acaba evadindo para a EJAEM, com o objetivo de ter facilidade para concluir o ensino médio. O que foi criado teoricamente para incluir o aluno está servindo como medida de exclusão. Pois, os alunos da EJA não conseguem competir nos concursos e vestibulares com os alunos do ensino regular. Atualmente, na educação é preciso repensar todo o sistema e principalmente a Educação de Jovens e Adultos. Cabe aos professores que são os agentes de transformação repensar também a sua prática para corrigir e adequar novos métodos e de forma coletiva atingir o desenvolvimento educacional, como também, deve existir a troca de experiências, que pode transformar práticas esquecidas em projetos interessantes, tirando todos da rotina e contribuindo para a aprendizagem dos educadores e dos educandos. O professor deve avaliar qualitativamente, observando o que está mais próximo do aluno, qual a realidade e o meio social em que o educando está inserido, valorizando o conteúdo trabalhado em sala de aula e as relações que poderão fazer a partir do dia-a-dia. Portanto, é partindo da idéia da necessidade de transformação que a luta por uma educação de qualidade continua no ambiente escolar porque o professor é um sujeito de transformação que trabalhando a consciência dos alunos nascerá o apelo em favor da mudança, da valorização profissional, das condições físicas da escola, etc,. O respeito ao ser 52 humano só será atingido no dia que conseguirmos enquanto profissionais da educação transformamos a sociedade em que vivemos, com um povo educado para respeitar os deveres e exigir os direitos, esta é a melhor saída para a educação e para a cidadania. 53 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARROYO, Miguel G. (org.) Da escola carente à escola possível. 4ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 1997. BRASIL, Diretrizes Curriculares nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, Ministério da Educação / Conselho Nacional de Educação. 2000. BRZEZINSKI, I. A formação e a carreira de profissionais na LDB 9.394/96: possibilidades e perplexidades. Goiânia: Editora UCG, 1997. BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96 de 20-12-96. BARRETO, Maria Lúcia. Evasão e repetência escolar em Língua Portuguesa na Escola Estadual “Josué Passos”, na educação de jovens e adultos. Aracaju: Centro de Estudos e Pesquisa Ênfase, 2004. (Monografia de conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato sensu). CUNHA, Maria Isabel da. O bom professor e sua prática. Campinas-SP: Papirus, 6ª reimpressão, 1997 (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico). CASASSUS, Juan. A escola e a desigualdade. Brasília: Plano Editora, 2002. CUNHA, Conceição Maria da. Discutindo Conceitos Básicos. IN: BRASIL. Salto para o futuro – Educação de jovens e adultos / Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 1999. DEMO, Pedro. Avaliação qualitativa. 7ª ed. Campinas-SP: Autores Associados, 2002 (Coleção Polêmicas de nosso Tempo; 25). _____________. Política social, educação e cidadania. 6ª ed. Campinas: Papirus, 2002. 54 FADEL, David Antônio Filho. Globalização para quem? GEOSUL, Florianópolis, V. 17, nº 33, jan-jul, 2002. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 7ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. ___________________ . Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura). GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de Monografia, dissertação e Tese: São Paulo: Avercamp, 2004. GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José Eustáquio (Org.) Autonomia da escola: princípios e propostas. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 200l (Coleção: guia da escola cidadã). JESUS, Givaldo Santos de. Farinheiros do Agreste de Ribeirópolis-SE (1985-2002). São Cristóvão: UFS/DHI, 2002 (Monografia do Curso de História). LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: Teoria e prática. 4ª ed. Goiânia: Editora Alternativa, 2001. PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. SUDBRACK, Edite Maria. Demitidos da escola: Um outro olhar sobre a exclusão. Rio de Janeiro: Frederico Westphalen, Ed. da URI, 1997. SILVA, Cosmeire Mendonça Oliveira, OLIVEIRA, Gicelma Mendonça, SANTOS, Josiêne. Atividades lúdicas de Matemática para a educação de jovens e adultos. Itabaiana: Faculdade Educacional de Araucária – FACEAR, 2005. (Trabalho de Conclusão do Curso de PósGraduação Lato sensu). VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Para onde vai o professor? Resgate do professor como sujeito de transformação. 8ª ed. São Paulo: Libertad, 2001 (Coleção subsídios pedagógicos do Libertad; V. 1) 55 ANEXOS 56 ANEXO 1 Questionário dos alunos do Ensino Médio Nome do aluno: ___________________________________________, Idade:_________ Nome da escola:___________________________________________, Cidade:_________ 1- Onde você mora? Na cidade ou povoado? 2- Com que idade você ingressou na escola? Por quê? 3- Você concluiu o curso de 1ª a 4ª série no Ensino Regular ou na EJAEF? Justifique sua resposta. 4- Por que você escolheu o curso o regular e não a EJA? 5- O que levou você a enfrentar os problemas com o estudo e continuar até o momento na escola? 6- Já repetiu alguma série? Quais? 7- O trabalho é um dos fatores de interferência nos seus estudos? Por quê? 8- Você acha que a locomoção para chegar a escola é algo que contribuiu para o atraso dos alunos na escola? 9- Seus pais incentivaram você a continuar os estudos? Como? 10- Quantos irmãos você tem? 11- Nesse curso você é acolhido pela escola? De que forma? 12- Qual é a sua renda familiar? 13- E a sua renda pessoal, você acha suficiente para se manter? 14- Você acha que na escola existe alguma diferença entre os alunos da EJA e do Ensino Médio? Justifique sua resposta. 15- Que profissão você gostaria de seguir? 16- Com o certificado, você pretende melhorar de vida? Por quê? 17- Há alguma dificuldade no aprendizado desse curso? Você está preparado para fazer o vestibular? 18- Esse curso atinge seus objetivos, ou seja, você vai adquirir o conhecimento desejado? Justifique sua resposta? 19- A escola atende suas necessidades como estrutura educacional? De que forma? 57 20- A EJAEF prepara o aluno para o ensino médio, sem que haja dificuldade de acompanhar o curso? 21- Você conhece algum aluno oriundo da EJAEF bem sucedido no Ensino Médio Regular? 22- O que mais esse curso poderia oferecer para você acompanhasse sem muita dificuldade? 23- Ao concluir o Ensino Médio, você vai adquirir conhecimento para enfrentar um concurso ou fazer faculdade? 24- Quais as maiores dificuldades encontradas pelos alunos de escolas públicas? 25-Quantas escolas você freqüentou? 26- Quais as matérias que você mais gosta, e a que menos gosta? 27- Você gosta da maneira dos Professores ensinar? Justifique sua resposta. 28- Como você emprega suas horas de estudo? E suas horas de lazer? 29- Você gosta de ler? E de praticar esportes? 30- Tem condições de comprar livros e revistas? 58 ANEXO 2 Questionário dos alunos do EJA Nome do aluno:_______________________________________________, Idade: _______ Nome da escola: ______________________________________________, Cidade:______ 1- Onde você mora? Na cidade ou povoado? 2- Com que idade você ingressou na escola? Por quê? 3- Você concluiu o curso de 1ª a 4ª série no Ensino Regular ou no EJAEF? Justifique sua resposta. 4- Por que você escolheu o curso de aceleração EJA e não o curso regular? 5- O que levou você a ingressar na escola com distorção de idade? 6- Já repetiu alguma série? Quais? 7- O trabalho é um dos fatores de interferência nos seus estudos? Por quê? 8- A locomoção para chegar a escola é algo que contribuiu para o seu atraso nos estudos? 9- Seus pais incentivaram você a continuar os estudos? Como? 10- Quantos irmãos você têm? 11- Nesse curso EJA você é acolhido pela escola? De que forma? 12- Qual é a sua renda familiar? 13- E a sua renda pessoal, é suficiente para se manter? 14- Você pretende ou está fazendo o Ensino Médio Regular? Por quê? 15- Que profissão você gostaria de seguir? 16- Com esse curso de aceleração EJA é possível passar no vestibular? 17- Há alguma dificuldade no aprendizado desse curso? 18- Esse curso de aceleração atinge seus objetivos, ou seja, você vai adquirir o conhecimento desejado? Justifique sua resposta? 19- A escola atende suas necessidades como estrutura educacional? De que forma? 20- A EJAEF prepara o aluno para o ensino médio, sem que haja dificuldade de acompanhar o curso? 21- Você conhece algum aluno oriundo da EJAEF bem sucedido no Ensino Médio Regular? 22- O que mais esse curso poderia oferecer para você acompanhasse sem muita dificuldade? 23- Ao concluir o curso EJAEM você vai adquirir conhecimento para enfrentar um concurso? 59 ANEXO 3 Questionário dos professores do EJAEF e EJAEM Nome:_______________________________________________, Idade: _____________ Escola: _______________________________________________, Cidade:____________ 1- Você como professor da EJA atinge as necessidades do aluno? 2- Há quanto tempo você trabalha com essa modalidade de ensino? 3- Qual a sua opinião sobre o sistema de ensino da EJA? 4- Em que poderia melhorar a forma de passar conhecimento para o aluno da EJA? 5- Na sua opinião, o aluno oriundo da EJA conseguiu acompanhar o Ensino Médio Regular? 6- Como você foi habilitado para ensinar a EJA? 7- Quanto durou esse treinamento? Foi proveitoso? 8- Os livros ou módulos utilizados nesse curso atendem as necessidades do aluno e do professor? Justifique sua resposta. 9- Os conteúdos são suficientes para que o aluno possa optar entre o EJAEM e o ENSINO MÉDIO REGULAR ou você tem que buscar em outros livros? 10- Qual a maior dificuldade encontrada em lidar com esses alunos? Justifique. 11- Na sua opinião, por que eles optaram por esse método de ensino? 12- Você conhece algum aluno bem sucedido no Ensino Médio Regular, oriundo da EJAEF? 13- Você acha que o sistema educacional criou esse curso de aceleração para qualificar o aluno? 14- Como o aluno oriundo da EJAEF pode competir com o aluno do Ensino regular em concurso e vestibulares com oportunidades iguais? Justifique. 15- Para você como professor também do Ensino Regular, o aluno oriundo da EJAEF adquire o conhecimento necessário para se manter no emprego e conquistar promoções? 16- Na sua opinião, esse curso é tão proveitoso quanto o Ensino Regular? 60 ANEXO 4 Questionário dos professores do Ensino Médio Nome: _______________________________________________, Idade:_______________ Escola: _______________________________________________, Cidade: ______________ 1- Há alguma diferença entre o aluno do Ensino Regular e o aluno oriundo da EJAEF? Quais? 2- Você selecionaria os alunos do Ensino Regular e do EJAEF em grupos de trabalhos diferentes? Por quê? 3- Qual a maior dificuldade encontrada nas salas mistas? 4- Esse aluno da EJAEF na sua opinião será bem sucedido no Ensino Médio Regular? 5- A EJAEF prepara o aluno com uma visão de futuro voltada para o Ensino Médio Regular? Justifique sua resposta. 6- O aluno oriundo da EJAEF adquire conhecimento suficiente para enfrentar um concurso ou vestibular? De que forma? 7- Esse aluno oriundo da EJAEF tem como objetivo a busca pela formação superior? Por quê? 8- O que você pensa a respeito desse curso de aceleração EJAEF? 9- Na sua opinião, o aluno oriundo da EJAEF será incluído com sucesso na sociedade capitalista em que vivemos? 10- Você acha que o aluno oriundo da EJAEF terá as mesmas oportunidades de trabalho iguais às dos alunos do Ensino Regular? Justifique sua resposta. 11- Como educador, formador de cidadãos crítico e conscientes, você tem algo a mais para falar sobre esse curso? 12- Quais os benefícios desse curso para a sociedade, bem como a instituição escolar? 13- O sistema educacional, na sua opinião criou esse curso de aceleração com que objetivo? 14- Você professor, gostaria de ensinar esse curso? Por quê? 15- Em que esse curso poderia ser melhorado? 16- Você conhece alguém que ingressou na faculdade vindo da EJA?