RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA
Tia Dag
Hoje em dia, muito se fala em sustentabilidade, de países, cidades, comunidades. Preocupação
com o meio ambiente, salvar o planeta, atitudes ecologicamente corretas.
Tudo isso é muito importante sim. Entretanto, muitos se esquecem do principal no meio de
todas essas questões e atitudes. Se não houver uma preocupação com a educação, para que as
pessoas entendam o que está errado e como podem contribuir para que toda essa situação
possa ser revertida, nada vai acontecer.
Precisamos investir em educação, entendendo que conhecimento é a compreensão da realidade
e surge de um esforço de investigação para descobrir o que não está compreendido ainda.
Entendendo que conhecimento não é compreender a realidade retendo informações, mas
compartilhando-as para descobrir o novo e avançar rumo a um mundo melhor, porque quanto
mais competente for o entendimento do mundo, melhores serão as ações para transformá-lo.
Quando temos paixão pela vida e por aquilo que fazemos, conseguimos ter competência, ser
referência para outras pessoas e ter força para formar multiplicadores, e só assim garantir a
sustentabilidade de um projeto, de uma comunidade, de uma ação, enfim do nosso planeta,
que é a nossa casa. Quando somos maiores que aquilo que fazemos, nada pode nos
desequilibrar.
A educação tem sentido quando caminha para o desenvolvimento humano, contribui para a
formação da consciência do ser humano, dos jovens, das crianças. Consciência da nossa
identidade sistêmica (biológica, psíquica, cultural, social, histórica), comum a todos os seres
humanos. A consciência de que moramos todos na mesma casa (o planeta Terra), e de que
temos que arrumar nossa casa. Somos a única espécie que não faz falta para o planeta, para a
teia da vida. Não podemos mais pensar em raças (as raças são para animais). Precisamos
identificar a complexidade da natureza humana, que atualmente está totalmente desintegrada
na educação. E situar nossa natureza no universo, e não separá-la dele. Também é essencial
trabalhar a educação para a compreensão, em todos os sentidos: entre seres humanos, entre
países, compreensão do universo, dos fenômenos naturais, e da própria educação como meio
de transformar toda a situação do planeta.
Precisamos trabalhar a alfabetização ecológica, para poder trabalhar o meio ambiente e a
sustentabilidade. Um país que não investe nos jovens, e para quem os jovens são problema e
não solução, está, ele sim, com graves problemas. A escola de hoje é primitiva. E com essa
escola, qualquer projeto de sustentabilidade não vai caminhar. É preciso investir mais na
EDUCAÇÃO, na multiplicação do conhecimento (que é diferente da informação). A informação é
passageira. Não podemos esquecer do ser humano para conseguir conquistar a
sustentabilidade. Promover a inteligência geral das pessoas, utilizar os conhecimentos
existentes, identificando os erros para poder corrigi-los, formando os jovens como
multiplicadores de sustentabilidade: prover o melhor para as pessoas e para o mundo, tanto
agora como para o futuro.
Quem age assim cria uma onda que se propaga ao seu redor e provoca novas mudanças em
outras pessoas que, por sua vez, geram ondas em torno de si em uma pirâmide do bem que se
espalhará por toda a sociedade.
Sem Amor nada tem sentido, sem Amor estamos perdidos, sem Amor corremos de novo o risco
de estar caminhando de costas para a luz.
Amo a minha loucura que me vacina contra a estupidez, o amor que me imuniza contra a
infelicidade que prolifera, infectando almas e atrofiando corações.
A vida é um cântico à beleza, uma chamada à transparência, à solidariedade e à gratidão. O
silêncio de uma folha que cai, pássaros cantando nas árvores, não deveriam ficar sem ser
ouvidos. As flores, as estrelas, deveriam ter conexão com o coração. Rio correndo, água
nascendo da terra, vento nas folhas. Barulho do sol esquentando, brilho do sol iluminando, lua,
estrelas. A riqueza do saber ouvir, sentir, escutar, falar. O respeito pelo saber do outro.
Educar é antes de tudo, um ato de amor. É deixar derramar o coração. É facilitar a descoberta
das múltiplas e infinitas relações, o que é, em última análise, descobrir o amor, a
interdependência de todos e de todas as coisas. Ao amor não damos ordens, não podemos
comandá-lo. Quanto mais colocamos amor no ato de educar menos ele se torna uma obrigação.
O amor é quieto, não faz barulho, desperta valores como o belo, a verdade, a harmonia, o
respeito ao universo e sua organização. Esta é uma conquista de dentro para fora e não algo
imposto. Os valores brotarão como algo interiorizado, inerente à pessoa, uma vez que serão
despertados pela consciência do que somos e da nossa relação com o universo.
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