APRESENTAÇÃO
A segunda edição da revista Plural é dedicada integralmente a Jorge
Itaci de Oliveira, fundador da Casa de Iemanjá. Jorge Babalaô foi um dos mais
famosos pais de santo do Maranhão. O culto praticado em sua Casa é o Tambor de Mina, religião trazida pelos escravos africanos que aqui chegaram para
o trabalho nas lavouras de algodão e cana de açúcar, no final do século XVIII.
O documentário e os vídeos mostram um pouco da sua vida, os mistérios de suas festas, voduns, orixás, encantados nobres e caboclos, embalados pelos cânticos e rituais religiosos que fizeram do Maranhão o guardião do
Tambor de Mina do Brasil.
Meus agradecimentos a todos que colaboraram com este trabalho, filmado e fotografado no ano de 2003, especialmente a Vanda Torres e a todos os
profissionais do Studio V.
Jorge Murad
Presidente do Conselho Deliberativo
Editor: Jorge Murad; Edição: Faroldigital; Fotografia: Albani Ramos;
Webmaster: Helder Maia; Publicação Digital: Roberto Carvalho.
Plural é uma publicação bimensal editada pelo Instituto Geia, localizado na
Av. Cel.Colares Moreira, nº 1, Q. 121, sala 102, São Luís–MA CEP 65.075-440
Fonefax: +55 98 3227 6655 – [email protected]
As opiniões e conceitos emitidos pelos autores são de exclusiva responsabilidade dos
mesmos, não refletindo a opinião da revista nem do Instituto Geia. Sua publicação tem o
propósito de estimular o debate e refletir as diversas opiniões do pensamento atual.
É autorizada a reprodução total ou parcial do conteúdo
desta publicação, desde que citada a fonte.
plural
4
ÍNDICE
NÚMERO 2 - FEVEREIRO/MARÇO 2012
Jorge Babalaô
8
O Tambor de
Mina do
Maranhão
17
Calendário
de Festas
20 23 27
Calendário Anual
Ritualista do Ylê
Ashê Yemowá
Glossário
Filhas e Filhos-de-Santos
Tocadores, Cabaceiros e
Ferreiros
Documentário
28
Imbarabô
Mina no
Maranhão
JORGE BABALAÔ
Sebastião Cardoso Junior
Jorge Itaci de Oliveira nasceu em 28 de agosto de 1941, filho de João da
Cruz de Oliveira e Paula de Jesus Saraiva de Oliveira. Sua parteira foi Vitorina Tobias
dos Santos, a Mãe Dudu, da Casa de Nagô. Após complicações no parto, Mãe Dudu
conseguiu salvar o menino e o dedicou a Iemanjá e Dom Luís, Rei de França.
Seus primeiros anos foram iguais aos de qualquer criança. Com oito anos,
passou a ter manifestações mediúnicas, o que causou grande espanto aos que o
cercavam. Nessa ocasião, a primeira entidade que recebeu foi o Caboclo da Bandeira.
Após orientações de Mãe Dudu, tudo se acalmou. Na adolescência, voltou a entrar
em transe, recebendo outras entidades, sobretudo quando assistia aos rituais de
Tambor-de-Mina.
Sua iniciação se deu por intermédio de Dona Elízia Santana, sua vizinha,
do Terreiro do Egito, que o encaminhou a Mãe Piá, Ialorixá que realizou o seu
preparo.
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Nos terreiros de Mina mais tradicionais vigora o matriarcado: os filhos
homens, não podendo dançar, acabam fundando suas próprias Casas. Foi o que
aconteceu com Jorge Itaci, Manoel de Averequete e Euclides de Oxalá.
Nessa época, seu pai era contrario à iniciação do filho, e não aceitou que o
terreiro fosse implantado em sua residência, na Fé em Deus. Foi então que Jorge,
com ajuda de amigos, iniciou a sua Casa num sítio no bairro do calhau. O acesso até
lá era cheio de obstáculos, feito por canoa e uma longa caminhada.
Jorge também contou com a colaboração de antigas mineiras, oriundas
de outros terreiros famosos, como o de Cota do Barão e Vó Sereva. Dentre elas,
destacaram-se Firmina e Gabina, que assentaram os fundamentos da Casa e
entregaram-na aos cuidados do novo Pai-de-Santo. Com a morte do seu pai, Jorge
transferiu o terreiro para Fé em Deus, onde funciona até hoje. Mãe Dudu, filha de
Iemanjá e chefe da Casa de Nagô, e Mãe Amélia de Doçu, da Casa das Minas também
o introduziram no culto aos voduns e ambas continuaram a lhe dar orientações.
Nesse período inicial, os cultos religiosos africanos eram malvistos, e os
seus adeptos sofriam muita discriminação. A polícia proibia a realização de rituais
de Tambor-de-Mina. Muitas vezes, as festas eram interrompidas e os instrumentos
apreendidos. Para a realização dos toques, era exigida uma licença. Com o passar
o tempo, o preconceito foi diminuindo e houve inclusive, o reconhecimento da
importância dessa manifestação cultural de origem afro-religiosa. Pai Jorge da Fé em
Deus tornou-se bastante conhecido como líder religioso. O Pai-de-Santo e vereador
Cupertino de Araújo fez a ele o convite para coordenar a Federação de Umbanda do
Maranhão, onde desempenhou funções de Secretário-Geral e Presidente da entidade
por vários anos. Através de seus conhecimentos adivinhatórios pelo jogo de búzios,
tornou-se também conhecido como Jorge Babalaô, título dado aos adivinhos da
nação nagô iorubá.
Além das atividades religiosas, Jorge trabalhou como professor de Educação Física no colégio Henrique de La Roque, sendo posteriormente convidado pelo
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Governo do Estado para administrar a Cafua das Mercês, museu dedicado à cultura
afro-maranhense, onde contribuiu para o crescimento do acervo daquele espaço.
Com talento para a pintura, e inspirando-se nos orixás e voduns, Pai Jorge
realizou varias exposições individuais na Galeria Nagy Lajos, Na Cafua das Mercês
e no Centro de Cultura Popular. Com o apoio da então Secretária de Cultura do Estado do Maranhão, Drª. Laura Amélia Damous Duailibe, escreveu o livro Orixás e
Voduns, onde narra toda sua trajetória na Mina.
Conhecedor profundo das religiões africanas, foi convidado a proferir palestras na Sociedade Iorubana Teológica de Cultura Afro-brasileira, em 1976, no
Rio de Janeiro. Recebeu da Federação Paranaense de Umbanda e Cultos Afro-brasileiros o Título de Embaixador da Nação Mina e Cavaleiro da Ordem de Ogum
Shoroquê, como representante para assuntos religiosos do Estado do Maranhão.
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Outras condecorações importantes recebidas por Jorge Itaci foral a Medalha do Mérito Timbira, oferecida pela Governadora Roseana Sarney, em 1999, e a
Medalha Simão Estácio, da Câmara Municipal de São Luís, em 2002.
Participou de vários encontros internacionais, como o Alaindé Xiré, no Ilê
Axé Opó Afonjá, em Salvador, nos anos de 1999, 2000 e 2001, e a Conferencia Cultura e Desenvolvimento, Racismo e Equidade, promovida pela Fundação Palmares
e pelo Ministério da Cultura, em Porto Alegre e São Luís.
A Casa de Iemanjá recebe anualmente visitantes de todas as partes do
mundo, além de ser um centro de pesquisa para estudantes e estudiosos do tema,
que ali vão para assistir aos rituais de adquirir conhecimentos sobre o Tambor-de-Mina e a cultura popular maranhense.
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O Tambor-de-Mina
do Maranhão
Sebastião Cardoso Junior
O Maranhão é conhecido como um dos estados de maior população negra
do Brasil. A grande influência que os negros exercem sobre a cultura local está expressa na maioria das manifestações artísticas e religiosas dos maranhenses. Dentre elas, destaca-se o Tambor-de-Mina, religião praticada por afrodescendentes e
adeptos do culto.
O Tambor-de-Mina é um culto realizado com danças e cânticos, acompanhados por tambores, cabaças e ferro, ou agogô. O termo Mina tem origem no
Porto de São Jorge da Mina, edificado com forte em 1482 e considerado a primeira
construção europeia da África Tropical, depois transformado em calabouço, onde
os africanos escravizados aguardavam os navios que os transportariam para o Brasil. Assim, o termo Mina tornou-se genérico para todas as etnias que ali passaram.
No Maranhão, duas destacaram-se: o Mina-Jeje, de origem Fon, e o Mina-Nagô, de
origem Ioruba. Esses grupos são representados pelos dois dos mais antigos terreiros de Tambor-de-Mina do Maranhão: a Casa das Minas e a Casa de Nagô.
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Casa das Minas Jeje
A Casa das Minas teria sido fundada por Maria Jesuína, nome brasileiro
de Nan Agotime, mãe do Rei Guezo, do Daomé. Tendo sido escravizada, recebeu a
missão de implantar o culto aos voduns no Brasil. E assim o fez, dedicando-o aos
voduns da família real do Daomé, sobretudo ao vodum Zomadonu. Por isso a Casa
das Minas também é conhecida como Querebentã de Zomadonu, isto é, Palácio
de Zomadonu. Os voduns são entidades espirituais cultuadas no Tambor-de-Mina
através de oferendas e rituais, quando essas entidades incorporam nos fiéis através
de transe. São considerados antepassados divinizados, que devem ser reverenciados espiritualmente. Na Casa das Minas, eles são agrupados em famílias e, assim,
cultuados e festejados.
Casa de Nagô
A Casa de Nagô, contemporânea da Casa de Minas, foi fundada por duas
malungas, africanas legítimas, Joana e Josefa. Uma, de origem nagô-tapá, e a outra, cambinda. Dedicaram a Casa ao orixá Xangô, o deus ioruba do trovão, do fogo
e da justiça. Além dos orixás, são cultuados voduns e santos católicos. Ao longo dos
anos, através do contato com os nativos do Maranhão, entidades espirituais de origens diversas, encontradas na Cura ou Pajelança, foram incorporadas ao culto.
A Casa das Minas conservou de maneira mais austera suas origens, não
modificando ou adaptando seu culto original. Permitiu, apenas, o sincretismo com
o Catolicismo, reverenciando santos católicos nos rituais da Casa, através de missas
e ladainhas. Essa ausência de adaptações fez com que a Casa não desse origem a
outros terreiros. Já a Casa de Nagô tornou-se o grande centro difusor do Tambor-de-Mina, dando origem a vários terreiros, como o Terreiro do Justino; Terreiro de
Belém, de Vó Severa; de Nhá Maria Alice; de Rosa Guarda-Mor; de Rosa Bom Piter
e de Dona Santinha, em Belém do Prá. Outros terreiros importantes foram os de
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Manoel Teu Santo, que deu origem ao Terreiro de Cota do Barão e ao da Turquia,
de Mãe Anastácia; e o Terreiro do Egito, fundado a partir de um quilombo no bairro
do Itaqui, que deu origem a grandes Casas, como a de Mãe Denira, no Sacavém, hoje
continuada por Mãe Elzita; a Casa Fanti-Ashanti, no Cruzeiro do Anil, comandada
por Pai Euclides Menezes; e a Casa de Iemanjá, no bairro da Fé em Deus, dirigida
por Pai Jorge Itaci de Oliveira.
Modelo de Mina
O modelo seguido pela grande maioria das Casas de Tambor-de-Mina no
Maranhão é o da Casa de Nagô, com o culto simultâneo aos orixás, voduns e outras
entidades nobres, fidalgos e caboclos. O conjunto de instrumentos é formado por
abatas, por ferro, ou agogô e cabaças, ou águe. Os toques são realizados acompanhados de danças e cânticos em dialetos africanos ou em português.
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As Casas ou Terreiros de Tambor-de-Mina possuem salas onde se erguem
altares ou oratórios, com santos católicos que são sincretizados com as entidades
ali cultuadas; as fundadas por africanas possuem quartos dedicados â moradia das
dançantes iniciadas no culto; um espaço reservado onde se encontram os assentamentos ou pontos; objetos materiais que representam ou guardam a força ou axé
das entidades cultuadas em cada Casa, chamados de Come (na Casa das Minas),
Vandecó, (na Casa de Nagô), Peji ou Quarto de Segredo. Outro espaço importante é
o da dança, chamado de Barracão ou Guma, onde as filhas-de-santo recebem suas
entidades através do transe. As dançantes iniciadas são geralmente chamadas de
vodunsis ou noviches. Na Casa das Minas, e em alguns outros terreiros de São Luís,
após a primeira iniciação, são chamadas de vodunsi-hê, quando os filhos-de-santo
são dedicados às entidades que regem sua espiritualidade. O maior grau de iniciação e hierarquia é o de vodunsigonjaí, também chamado Ialorixá, ou Babalorixá.
Na Casa de Nagô e na maioria dos terreiros da capital maranhense, o ritual do Tambor-de-Mina é iniciado pelo canto do Imbarabô, onde é feito o pedido de
licença para o orixá Exu abrir os caminhos para os outros orixás. As vodunsis desenvolvem diversas coreografias, acompanhadas de cânticos próprios. Os cânticos
em série são dirigidos às entidades em uma sequência ritualística e, aos poucos, as
dançantes vão sendo incorporadas pelos orixás, voduns e outras entidades. No momento do transe, toalhas bordadas, chamadas de alas, são colocadas sobre as saias,
simbolizando a presença das entidades.
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Entidades Espirituais Cultuadas
São muitas as entidades cultuadas no Tambor-de-Mina, como os orixás
nagôs Xangô, o deus da justiça; Iemanjá, sua mãe, deusa das águas salgadas; Oxum,
deusa das águas doces e do ouro; Iansã, deusa do raio e do vento; Ogum, deus do
ferro e da guerra; Oxossi, deus das matas e da caça; Obaluaiê, deus da doença e da
saúde; Nana, deusa da lama e Exu, que não possui culto específico, mas é reverenciado. Os voduns são geralmente agrupados em famílias, como as de Badé Quevioçô, Davice e Dambirá.
Existem também entidades, nobres e caboclas, muitas delas oriundas da
cura ou pajelança. Os nobres são entidades com nomes europeus, relacionados com
voduns e orixás. Como exemplo, o Rei Sebastião, que reinou em Portugal. Após
a sua morte, em 1578, surgiu a lenda de que teria sido encantado durante a bataÍndice
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lha de Alcácer Quibir, em Marrocos. No Maranhão, talvez devido à influência de
sermões do Pe. Antônio Vieira, considerados sebastianistas, o Rei apareceu como
encantado, na Praia dos Lençóis, próximo ao Parcel de Manoel Luís, no município
de Cururupu. Ali, ele teria formado sua corte, sendo o Palácio de Queluz transferido para lá, com toda a sua riqueza e tesouros. O Rei teria se transformado em
um touro negro, que soltava fogo pelas narinas, e o seu encantamento só acabaria
se a estrela que possuía na testa fosse perfurada. Então, o Rei voltaria em sua glória e esplendor para a Corte de Queluz enquanto a ilha de São Luís afundaria. No
Maranhão, o Rei Sebastião é um nobre que é reverenciado como Xapanã, um dos
nomes do orixá Obaluaiê. Outros nobres importantes são: D. Luís Rei de França
(Dadaho); D. Pedro Angasso (Xangô Agaçu); D. José Floriano; D. João das Minas
(Xangô); D. Miguel da Gama (Xangô); Maria Bárbara Soeira (Yansã); Rainha Rosa
(Oxum); Rainha Madalena; Princesa Luzia; Princesa Linda e outras. Os fidalgos ou
gentilheiros são representados por famílias, como a Família da Turquia, Família
da Bandeira e Família de João de Lima, e não são reverenciados como orixás. Os
caboclos são entidades relacionadas com indígenas, pescadores, caçadores, vaqueiros, boiadeiros, agrupados também em famílias, como as de Bahia, de seu Baiano
Grande, e a Família de Codó, de Seu Légua Bogi Buá, que, para alguns, é um vodum
cambinda, um príncipe guerreiro ou um misto de Légua e Poliboji.
Santos e Orixás
As entidades são festejadas junto com os santos católicos a elas relacionadas. O calendário litúrgico inicia-se com a festa de Santa Barbara, no dia 4 de
dezembro. Esta santa é uma das mais antigas do catolicismo. De família nobre e
pagã, converteu-se ao cristianismo, sendo martirizada pelo próprio pai, a golpes de
espada. Foi socorrida miraculosamente por um raio, que caiu sobre a cabeça de seu
executor. Santa Bárbara foi sincretizada com o orixá nagô Iansã, a deusa guerreira
que traz consigo a espada, e é considerada a deusa dos raios e do vento. Nesse dia,
também é festejada Maria Bárbara Soeira, o vodum feminino Sogbô e D. Sevana.
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Iemanjá e Oxum são sincretizadas com Nossa Senhora da Conceição, do
Bom Parto e do Carmo. No Maranhão, existe o culto do Oxum, com o nome de Nave
Zuarina, que é sincretizada como Santa Luzia. Possuem características comuns,
como a maternidade, a fertilidade e a beleza, que é reverenciada por todos. Obaluaiê, ou Xapanã, orixá da doença, é sincretizado com São Sebastião, São Lázaro
e São Roque, santos que, em sua iconografia, possuem marcas de chagas e feridos
no corpo. Ogum, guerreiro, é representado como São Jorge, soldado romano que
foi convertido ao cristianismo. Oxalá, o orixá criador de tudo, é sincretizado como
Jesus Cristo, a segunda pessoa da Santíssima Trindade do Cristianismo, enquanto
Exu, o orixá mensageiro e brincalhão, é sincretizado em muitas Casas com o demônio, sendo seu culto visto de forma negativa, devido aos preconceitos criados por
essa relação.
Casa de Iemanjá
Este trabalho se refere mais especificamente à Casa de Iemanjá, terreiro
fundado por Jorge Itaci de Oliveira, no Bairro da Fé em Deus. Desde sua infância,
Pai Jorge foi possuído por manifestações sobrenaturais, com transe de entidades
relacionadas ao Tambor-de-Mina. Recebeu orientação inicial de Mãe Dudu, sua
parteira, que foi mãe-de-santo da Casa de Nagô por muitos anos, e que o guiou nos
primeiros passas na Mina, ambos filho de Iemanjá.
Foi iniciado no Terreiro do Egito, por Mãe Pia, de onde saiu e fundou sua
própria Casa. No início, o Terreiro de Iemanjá, localizado no Bairro do Calhau, foi
orientado por antigas mineiras (adeptas do Tambor-de-Mina), originarias da Casa
de Cota do Barão e do Terreiro de Vó Severa, que ajudaram a assentar os fundamentos da Casa, até a transferência para o Bairro da Fé em Deus. Após alguns anos,
ainda orientado por Mãe Dudu, da Casa de Nagô, teve importante contato com Mãe
Amélia, da Casa das Minas, que também o orientou no culto aos voduns.
Pai Jorge Itaci de Oliveira tornou-se, assim, um dos maiores expoentes
das tradições afro-maranhenses. Grande incentivador da difusão do Tambor-deÍndice
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-Mina em todo o Brasil, tem filhos iniciados em vários estados e diversas Casas
fundadas a partir da sua.
Entidades, Festas e Rituais
Suas entidades principais são Iemanjá, Xangô, D. Luís, Rei de França, Poliboji, Caboclo da Bandeira, Caboclo Guerreiro e Légua Boji Buá. As festas principais
de sua Casa são feitas para essas entidades. Iemanjá é festejada em 8 de dezembro
e 2 de fevereiro; Xangô e D. Luís são festejados com o Divino Espírito Santo, 25 de
agosto; Poliboji, na festa de Santo Antônio, dia 13 de junho; Caboclo da Bandeira,
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em 15 de fevereiro; Caboclo Guerreiro e os turcos, em 19 e 23 de abril, nas festas
de Santo Expedito e São Jorge; Seu Légua é homenageado com a festa do Boi: do
batizado, em junho, até a morte em outubro.
Alem, destas, são realizadas: A Festa de Santa Bárbara/Iansã/Maria BárbaraSoeira/Sogbô (4 de dezembro); Santos Reis/Zomadonu/Doçu/Toy Bendiga de
Sofon/Boçorofanji de Gorofi (6 de janeiro); São Sebastião/Xapanã/rei Sebastião/
Oxossi (19,20 e 21 de janeiro); São Lázaro/Obaluaiê/Acossi (11 de fevereiro); São
Benedito/ Verequete/ Pretos Velhos (13 de maio); São João/ D. João (24 de junho);
São Pedro/Xangô/Badé/D. Pedro Angasso (29 de junho); N. Sª do Carmo/Oxum
(16 de julho); Santana/Nana (26 de julho); São Raimundo/Rei de Nagô/Baiano
Grande (30 de agosto); São Miguel/ D. Miguel da Gama (29 de setembro); Santa
Helena/Caboclo Roxo/Borá (15 de novembro).
São realizados também. Outros rituais, como a Bancada e Meninas, onde
voduns femininos, chamados Tobóssis, distribuem comidas e frutas em tabuleiros,
após o carnaval (quarta-feira de cinzas); o Mocambo ou Pagamento, quando as entidades oferecem presentes e dinheiro aos tocadores e colaboradores da Casa. Há
também o Tambor-de-Choro e uma série de rituais fúnebres, quando da morte de
algum filho-de-santo.
O Maranhão tornou-se, assim, o guardião do Tambor-de-Mina no Brasil,
com suas festas, indumentárias, cânticos, danças, rituais e mistérios.
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CALENDÁRIO
DE FESTAS
TAMBOR-DE-VODUM
FESTA DE
SANTA BÁRBARA
(3 DE DEZEMBRO)
Também
chamado
de
Tambor-de-Branco, o toque é
todo dedicado aos voduns
e entidades nobres. Os
filhos-de-santo usam branco
e depois de incorporados,
são enrolados por toalhas
bordadas, chamadas de alas.
Símbolos dos voduns.
(3 E 4 DE DEZEMBRO)
Considerada a padroeira do
Tambor-de-Mina do Maranhão, Santa Bárbara viveu
nos primórdios do Cristianismo. Martirizada por seu
próprio pai, com um golpe de
espada, foi vingada por um
raio, que atingiu o seu executor. Os escravos africanos
identificaram-na com o orixá
Iansã, que usa a cor vermelha
e, por ser uma guerreira, carrega uma espada nas mãos.
Rege os raios e o vento.
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FESTA DE
IEMANJÁ
FESTA DO BOI
DE SEU LÉGUA
No Tambor-de-Mina, Iemanjá é festejada juntamente com
Nossa Senhora da Conceição e
com entidade infantis, denominadas Tobóssis. Está também
relacionada com o vodum Abe
e com entidades do mar, como
peixes e sereias.
Dentre as entidades caboclas que descem no Terreiro
de Iemanjá, uma das mais importantes é o Seu Légua Bogi
Buá, vodum de origem cambinda, que se encantou nas
matas do município de Codó-MA. Vaqueiro e líder de uma
grande família de caboclos, é
um emérito farrista e brincante de bumba-meu-boi.
(8 DE DEZEMBRO)
(9 DE DEZEMBRO)
FESTA DE SANTA LUZIA
(13 DE DEZEMBRO)
Padroeira da visão, por ter tido os
olhos arrancados durante seu martírio, é sincretizada com o orixá Nave
Zuarina, uma Oxum que tem origem
na Casa de Nagô e é considerada genuinamente maranhense. Seu culto
é exclusivo do Tambor-de-Mina.
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FESTA DE REIS
(6 DE JANEIRO)
No Tambor-de-Mina, em homenagem à visitação dos Reis
Magos ao Menino Jesus, é realizado toque em louvor aos voduns jejes e nagôs, dentre eles
Zomadonu, Doçu e Boçoroxanji
de Gorofi.
FESTA DE SÃO SEBASTIÃO
(20 DE JANEIRO)
Soldado romano que, após tornar-se
cristão, foi perseguido, amarrado a uma
laranjeira e transpassado de flechas, São
Sebastião é um dos santos mais populares dos maranhenses. É sincretizado
com Xapanã, que rege as doenças. Outra importante relação é com o encanto
nobre Rei Sebastião, que, segundo a lenda, encantou-se na Praia dos Lençóis,
no município de Cururupu-MA.
FESTA DE SÃO LÁZARO
(11 DE FEVEREIRO)
São Lázaro é cultuado como o santo protetor contra doenças de pele,
como a hanseníase. É representado
pelo orixá Obaluaiê ou Omulu, deus
das doenças. No Tambor-de-Mina, é
sincretizado com os voduns da família de Dambirá. Na sua festa, é oferecido um banquete aos cachorros.
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CALENDÁRIO ANUAL RITUALISTA
DO YLÊ ASHÊ YEMOWÁ
TERREIRO DE MINA YEMANJÁ
JANEIRO
6- 20h, Ladainha para Santos Reis
Tambor de Mina Toy Lissa Zomadonô, Averequete
-Toya Docú, Toy Bediga de Sofon,
Boço Rofangê, Goroxi, Dom Manoel.
20- 20h , Ladainha Para São
Sebastião
Tambor de Mina – Legô Shapanan,
Toy Azaka, Oshossi Aguê,
Sebastiaozinho, Dona Ôruana de
Gama.
FEVEREIRO
2- 20 horas, Ladainha para Nossa
senhora do Bom Parto, Nossa
Senhora dos Navegantes e das
Candeias (Queimação das Palhinhas)
Tambor de Mina para Iemanjá Abe,
Ôrubarana, Menina da ponta da areia
e princesas.
8- 20 horas, Ladainha São João da
Mata.
Tambor de Mina Família Bandeira,
Caboclo da bandeira.
11- 12 horas, Ladainha para São
Lazaro
Obrigação para família de toy acosse
– Tambor de Mina Toy Acosse e
Família
Quarta-Feira de Cinzas - Harrabãn
(Bancada das to bossas e Princesa).
MARÇO
19- 21 horas, Ladainha São José,
Tambor de Mina Bocó Shadatâ, Toy
Zezinho de Maramadã, Dom José
Floriano, José Tupinambá.
15- dias antes da sexta-feira santa.
Obrigação da cana verde plantação.
Quinta-Feira Santa, obrigação da ceia
Recolhimento da plantação.
Sexta-feira - dormida.
Sábado de aleluia, 21 horas
Tambor de Mina Arriada dos Orixás e
Voduns.
Domingo de Páscoa
Tambor Mina Mocambo ou
pagamento.
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ABRIL
23- Ladainha e Procissão de São
Jorge
Tambor de Mina Para Ogum e
Guerreiro de Alexandria.
30- Ladainha Santa Catarina
Tambor de Mina Família da Turquia,
Dona Catarina de Alexandrina.
MAIO
12- Ladainha São Benedito
Tambor de Mina para Averequete
Zurugama, Pedro Angassu , Pedro
Peleja, Pedro Caçador, Pedro Estrela,
Pedro da Guia.
JULHO
16- Ladainhas Nossa senhora do
Carmo
Tambor de Mina, Oxum, Apara ,
Éwua, Daniel Lodé.
26- Ladainha Nossa senhora Santana
Tambor de Mina Nana Bulukan, Vó
Missan.
13- Tambor de Mina para Pretos
Velhos (Tambor de Mina e Tambor de
Crioula)roupa estampada, pano de
cabeça, pano de listra no ombro
AGOSTO
31- Ladainha Santa Maria.
Tambor de Mina – Nochê Oba, Mãe
Maria, Cabocla Mariana, Caboclo
Mariano.
10- Ladainha São Lourenço, abertura
da tribuna do Festejo do Divino
Espírito Santo
Tambor de Mina para família de
Légua Bogi (roupa estampada)
JUNHO
FESTEJOS DE SÃO LUIS REI DE
FRANÇA
12- Levantamento do mastro
13- 20 horas , Ladainha Santo
Antonio
Tambor de Mina para – Toy Agõngõno,
Toy Polibogi, Bocó Geladã Antoni
geladã, Caboclo Ita, Marinheiros e
Jaguarema (roupa azul).
17- Visita do Império à Santa Croa
24- 14 horas, Ladainha para São João
e Batizado do Boi de seu Légua
Tambor de Mina Xangô Ayra, Boço
Voderege, Dom João, João de Arauna,
João do Leme, João Barabaia, João
Guerreiro, João Guará (roupa verde).
25- Missa, Cortejo, Procissão e
Ladainha a São Luís Rei de França e
o Divino Espírito Santo
29-14 horas, Ladainha São Pedro
Tambor de Mina – Xangô Badé,
30- Ladainha Santa Rosa
Rainha Rosa - Nanã Bulukan.
18- Tambor de abertura da Festa
24- Ladainha São Bartolomeu
Tambor de Mina Bessem, Bocó Co,
Oxum maré
26- Derrubamento do Mastro.
27- Tambor de Mina Dom Luís.
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31- Ladainha São Raimundo, Rei de
Nagô, Baiano Grande, Raimundinho.
DEZEMBRO
SETEMBRO
3- Tambor de Mina para Voduns.
27- Ladainha São Cosme e São
Damião
Tambor de Mina - Toy Tossá e Tosse.
29- Ladainha São Miguel Arcanjo
Tambor de Mina Xangô Alujaguior,
Dom Miguel de Gama e família de
Gama.
30- Ladainha São Jerônimo
Tambor de Mina – Xangô Afonja,
Aganju, Barú, Kaô
OUTUBRO
4- Ladainha São Francisco
28- Ladainha Santo Expedito
Tambor de Mina – Bocó Jará, Família
da Turquia, Tabajara, Balanço,
Caboclinho (roupa da Turquia – verde,
amarelo e vermelha)
Festas das Iabas
4- Ladainha Santa Bárbara.
Tambor de Mina – Noche Sogbo,
Ôya, Yansan, Barbara Soeira (roupa
vermelha).
8- Ladainha a Nossa Senhora da
Conceição,
Imbarabo, saída do presente para
Iemajá na praia.
Tambor de Mina Nochê Abe, Yemanjá,
Ôrubarana, Dona Conceição.
12- Tambor de Mina para Família de
Marinheiro, Aluízio e Baiano.
13- Ladainha Santa Luzia
Tambor de Mina Nave Zuarina,
Nochê, Dantan, Euwa (roupa rosa).
NOVEMBRO
15- Ladainha Santa Helena
Tambor de Mina - Oxossi, Caboclo
Roxo SHOSSI (roupa verde, vermelho
e branco)
Segundo domingo do mês – Tambor
de Mina e ritual da morte do Bumbameu-boi de Seu Légua(roupa
estampada).
Último sábado do mês Tambor de
Mina para Euwa.
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GLOSSÁRIO
A
ASSENTAMENTO – árvore ou pedra
que recebe a força do vodum ou orixá; representa a divindade; fundamento.
ABATÁ – tambor ritualístico usado nos
terreiros de mina Nagô, coberto com couro nas duas extremidades.
ABATÁZEIRO – tocador de abatas
ABÊ – vodum feminino da família de
Queviossô, corresponde ao orixá Iemanjá, dos Nagôs.
ACARAJÉ – bolo feito de feijão fradinho, camarão e pimenta, frito em dendê;
oferenda ao orixá Iansã.
ACOSSI ou Sapatá – É UM VODUM
MASCULINO, CHEFE DA FAMILIA DE
Dambirá. É velho e aleijado, sendo o responsável pela cura das doenças; corresponde aos orixás Obalauaiê, Omulu e Xapanã.
AGÊ – águe, agné ou shequerê – instrumento de percussão; cabaça envolvida
em rede com contas coloridas ou búzios;
afoxé.
AGOGÔ – ferro ou gã.
ARRANBAM ou Bancada – ritual de
fechamento do terreiro antes da Quaresma, período em que não são realizados
rituais de Tambor-de-Mina. Comidas e
bebidas são oferecidas, em grandes tabuleiros, pelas entidades incorporadas nos
filhos-de-santo. Anteriormente, na Casa
de Nagô, esse ritual era realizado somente pelas tobóssis ou meninas.
AXEXE – tambor-de-choro, ritual fúnebre realizado quando há morte de iniciados em rito do Tambor-de-Mina.
B
BRANCO – o mesmo que vodum.
BADÉ – vodum masculino da família de
Queviossô; corresponde a Xangô, dos Nagôs; É sincretizado com São Pedro.
BARCO – feitura ou feitoria, grupo de iniciados em um terreiro.
BENIN – Republica do Benim, nome atual
do ex-Daomé, origem dos negros mina jeje.
BETA – nome genérico para terreiros de
tambor-da-mata, que não possuem origem
jeje ou nagô.
AGOTIME – esposa do Rei Agonglo, de
Abomey, mãe do rei Guezo. Escravizada
e trazida ao Brasil, teria sido a fundadora
da Casa das Minas, com o nome português CABOCLOS – entidades espirituais culde Maria Jesuína.
tuadas no Tambor-de-Mina e Umbanda,
AMANSI – líquido preparado com água tendo, geralmente, origem na Cura ou Pajelança.
e diversas folhas.
C
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CAMARINHA – quarto do terreiro dedi- encantou; desaparecimento no mar ou no
cado à reclusão de filhos-de-santo durante mato, transformando-se em entidade.
a feitura ou iniciação.
ENCANTARIAS – lugar onde vivem os
CAIXEIRA – mulher que toca caixa, ins- encantados ou invisíveis.
trumento de percussão usado nos festejos
ENVILACAN – conta pequena, nas cores
do Divino Espírito Santo.
escura e amarela, usada em alguns rosários
CAMBINDA – região e povo africanos, lo- ou guias.
calizada próximo à foz do Rio Congo, também chamada, no Maranhão, de Caxias ou
Cacheu.
F
CASA – terreiro; templo dedicado ao culto
FANTI-ASHANTI – etnia africana localido Tambor-de-Mina.
zada na Costa do Ouro, atual Gana, conheCANJERÊ – reunião de negros com cân- cidas no Brasil como negros mina.
ticos e danças, também chamado tamborFERRO – o mesmo que gã, no jeje, e ago-de-índio ou Boré/Borá.
gô, no ioruba; da o ritmo aos tambores e é
CURA ou Pajelança – nome genérico
tocado por mulheres.
para o ritual afro-ameríndio cujo instrumento principal é o maracá, onde o pajé ou FEITURA OU BARCO – o mesmo que
curador tem uma série de transes de diver- iniciação ao culto do Tambor-de-Mina.
sas entidades caboclas e nobres.
FUNDAMENTO – tudo aquilo que con-
D
tém forças, informações e segredos sobre
divindades.
DESPACHO – oferenda que deve ser
colocada fora do terreiro, no mar, na mata
ou encruzilhada.
G
FURÁ – bebida ritual usada como obrigaDOUTRINA – cântico ou ponto; musica
ção no Tambor-de-Mina; preparada com
africana não dedicada a uma divindade.
arroz ou milho fermentado em água, gerDALSA – pulseira de búzio usada pelas gelim e outros ingredientes.
Tobóssis e pelas vodunsis iniciadas.
E
GONJEVA – pequenas contas, na cor
marrom, usadas no Rosário de Nação Jeje.
GUIAS – colar de contas e miçangas nas
cores das entidades; mãe pequena da casa;
EGITO – antigo terreiro de Mina no Itaqui, cuja mãe-de-santo mais conhecida foi segunda pessoa da hierarquia do tambor-de-Mina.
Mãe Maria Pia Lagos.
ENCANTADO – ou invisível – sinôni- GUMA – lugar onde se realizam as danças
mo de divindade, vodum ou caboclo que se no terreiro de Mina.
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I
Costa do Ouro, de negociantes de escravos.
Termo originado do Forte de São Jorge da
IMBARABÔ – primeira palavra de cânti- Mina, onde escravos aguardavam embarco dirigido ao orixá Exu, que inicia o ritual que para o Brasil. O termo passou a ser genérico, subdividindo-se entre o Mina-nagô,
do toque do Tambor-de-Mina nagô.
Mina-jeje, Mina-mahi, mina-fanti e MinaINVISÍVEL – o mesmo que encantado,
-popo.
divindade ou vodum.
MOCAMBO – nome de festa de pagamento dos tocadores de mina Nagô.
J
JEJE – termo que designa etnia que utiliza
língua Ewê-Fon, do grupo Kwa, que habitava o sul do Benin; provavelmente, palavra de origem Ioruba “ajéji”, que quer dizer
estrangeiro, nome que os nagôs do Daomé
davam aos daomeanos.
N
NAÇÃO – denominação de origem tribal
para especificar grupos étnicos trazidos da
África para o Brasil.
NAGÔ – nome que designa os escravos
sudaneses de origem ioruba, procedentes
da atual Nigéria, englobando etnias como
Oió, Ketu, Ijexá e Abeokutá. Na Casa de
LÉGBA – divindade, em jeje; corresponde Nagô, essa tradição é conhecida como de
a Exu.
origem Nagô-Tapá, de língua Nupé.
LÉGUA BOJI BUÁ – vodum cambinda, NOCHÊ – minha mãe, em Jeje; pronoencantado nas matas de Codó, é o líder de me de tratamento usado ritualisticamente
uma numerosa família de caboclos; no ter- antes do nome de um vodum feminino, de
reiro de Iemanjá, é o dono da Festa do Boi uma senhora.
de Encantado.
L
M
MÃE-DE-SANTO – dirigente de Casa de
Culto afro-brasileiro, é chamada de Iálorixá, em Nagô, é Vodunsi-Gonjaí, em Jeje.
MÉDIUM – nome de origem espírita, que
é utilizado nas religiões africanas para designar pessoas que tem o dom de incorporar espíritos, orixás, voduns e outras entidades espirituais e os fieis, também chamados popularmente de aparelhos ou cavalos.
MINA – etnia de origem de Gana, antiga
O
OBRIGAÇÃO – oferenda ou ritual dedicado às divindades, podendo ser preceito
ou dever, como agradecimento ou pedido
de uma graça.
ORI – correspondente à cabeça, em Nagô.
ORIXÁ – divindade de origem iorubana ou
Nagô, corresponde aos voduns, em Jeje,
também chamados de santos.
OTÁ – pedra de assentamento entre os nagôs, como a pedra de raio, dedicada a Xangô.
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P
SENHOR (A) – termo utilizado com o
significado de vodum, entidade protetora,
PAGAMENTO – o mesmo que mocam- dona ou senhora de uma pessoa.
bo, festa de obrigação, onde as entidades SINCRETISMO – identificação ou assipresenteiam os abatazeiros e os ajudantes milação de divindade africana com outras
da Casa, e oferecem moedas abençoadas à de origem diversa, como, por exemplo,
assistência.
santos católicos.
PEGÍ – o mesmo que Vandecó, em Nagô,
e Come, em Jeje; quarto de santo, quarto
privado do terreiro onde se realizam os rituais privados do Tambor-de-Mina e onde TAMBOR-DE-MINA – nome genériestão assentados os orixás e voduns da
co dado aos cultos de origem africana no
Casa, sendo ali oferecidas sua obrigações e
Maranhão; culto a voduns, orixás e cacomidas.
T
boclos.
POLIBOJI – vodum da Família de Dambirá, filho de Acóssi, é sincretizado com TOBÓSSI OU TOBOSSA – vodum feminino infantil recebido, na minha jeje,
Santo Antonio.
Q
por vodunsis-gonjaí; no ritual Nagô, o
mesmo que princesas ou meninas.
TURQUIA – antigo Terreiro de TamQUEREBENTÃ – termo que designa casa bor-de-Mina, fundado por Mãe Anastágrande, nome africano da Casa das Minas, cia dos Santos, em 1889, dedicado a uma
Querebentã de Zomadonu.
família de entidades chamada de Turcos.
QUEVIOÇÔ – família de voduns nagôs,
chefiadas por Badé Queviossô e Sobô.
V
QUILOMBO – local de concentração de escravos fugidos ou quilombolas.
VODUM – divindade, em jeje; espíritos
R
de antepassados que foram divinizados
e cultuados no antigo reino de Daomé;
correspondem aos orixás, em nagô.
ROSÁRIO ou Guia – colar ritual feito
VODUNSI-HÊ – primeira feitura e grau
com contas, miçangas, búzios e medalhas.
S
intermediário da hierarquia do Tamborde-Mina.
VODUNSI-GONJAÍ – maior grau da
SACRIFÍCIO – matança ritual de animais hierarquia do Tambor-de-Mina; após a
de duas ou quatro patas, oferecidos às di- feitura das Tobóssi, corresponde à Mãevindades como obrigação.
de-Santo ou Ialorixá.
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FILHAS E FILHOS-DE-SANTO
Mãe Zeca de Toy Jotim
Mãe Florência de Toy Agongô
Mãe Zeca de Bocó Voderigide
Mãe Dudu de Zomadono
Mãe Abília Verequetinho
Marlene de Xangõ
Wender de Xangô
Neto de Toy Azile
Eliane de Ogum
Marcos de Vangô
Joana Dar´c de Ogum
Heberte de Badé
Vicência de Lissá
Euzamar de Toy Odossú
Leci de Oxóssi
Dedé de Boçó Co
Leni de Toy Alogeb
Elissa de Vô Missan
Benedite Bocó Orofange de Gorôgi
Iracema de Oxóssi
Osvaldina de Xangô
Maria de Xangô Afongá
Magali de Xangô Dá
Aldilene de Toy Abrojur
Márcio de Toy Xapaná
Maria Caxias de Toy Acosse
Mirian de Boço Lauro das Mercês
Junior de Tou Runjur
Rosilene de Ogum Xoroque
Natanael de Ogum Xoroque
Merícia de Badezinho
Juraci de Toy Verequete
Auzeni de Ogum
Maria Raimunda de Ogum
Ana Maria de Xardatan
Iara de Oxossi
Odina de Ode
Rosa de Azaca
Lélia de Lepon
Farailde de Oxossi
Rosa Maria de Ogum
Antoninha de Boço Dá
Roberto de Zorogama
Mãe Cotinha de Rainha Rosa
Antonio de Toy Abidigá
Aírton de Ogum
Zezé Toy Xapanã
Maria França de Toy Acosse
Caçula de Boço Memea
Arizete de Badé
Margarida de Toy Jotim
Fernando de Verequete
Ângelo de Ogum
Maria da Glória de Oxumaré
Zequinha de Toy Setó
Francelino de Toy Xapanã
Brasil de Lissá
Rosângela de Abe
Tânia de Oxum
Serginho de Oxossi
Elvira de Ogum
Adilson de Dom Carlos
Miguel de Boço Voderegé
Emília de Lissá
Ivaneide de Xangô
Gilberto de Xangô
Carlinho de Xangô
Dilma Aranha de Oxum
Maria de Jesus de Ogum
Magno de Ogum
TOCADORES, CABACEIROS
E FERREIROS
Leandro de Iemanjá
Pedro
Josenilson de Oxossi
José Luís
Luís de França
Alderedo
Terezinha Jansen
Maria Teresa Fernandes (Chinoca)
Cacilda Natividade Ferreira
Marina da Glória Trindade (D. Mocinha)
Benedita Santos Nascimento
Djalma Gaioso (Deco)
Pedro Paulo Vieira e Souza (Pedrão)
Claudenice Conceição Campos
Dona Joana Rezadeira
Osvaldina Rodrigues
Maria da Graça
Maíra
Francisca
Copinho
Shirley
Chaiene
Lucas
Renata
Vinicius
Júnior
João Vitor
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IMBARABÔ
MINA DO MARANHÃO
JORGE DA FÉ EM DEUS
01 - Abertura do Tambor de Mina Kopokô misséu, misséu
Croanã misséu, misséu!
(Exu-Ogum)
1 – Imbarabô
Imbarabô mojubara
Eba coche!
Amadê boji coi abô abô mojubara
Leubaré Xulonã
Fara na brocrê!
Orio mana na brocrê, Abocrê
Orio mana na brocrê!
Falo lojotó
Orio mana oricel orio mana!
2 – Ogum Ochô
Ogum ochô, Ogum ochô
A cecéu Ogum ô!
O quê Otobiôdeo
A cecéu Ogum ô!
3 – Fará marequê
Fará marequê, Fará marequê
Ogum Abá, Ogum ô!
4 – Quê quê Ogum
Quê, quê, quê Ogum quê quê!
É di Ogum Abá que quê
É di Ogum Abá que quê
5 – Mina Lassaô
Oiá Mina lassaõ,
Oiá Mina lassaõ,
Oiá Mina lassaõ,
Oromixô, ô mina
Misséu, misséu!
lassadõ meméu
lassadõ ioiô! (2x)
lassadõ meméu
lassadô
6 – Mina Pelê pelê
A Mina Pelê pelê, amissaíla taió taió
Cecila malajokê, Boboromina saíla
vodum!
Ekô Abe, Eko aga
Ekô Amadeo, Eko Amadeo kirielé
amadeo (2x)
7 – É Manê Forotá
Ê Manê forotá, ê mane forotá
Ê kokoruana oh ê mane forotá
Jotim, Jotim, Panigec, Panigec,
Panigec
8 – Crê com Crê
Crê com Crê , Fré com Fré
Fré com Fré Araúna
Fré com Fré
9 – Chô Araúna
Chô Chô Chô é di Bojolê!
02 - Cânticos para Oxalá
10 – Erum Abatá Odá
Erum Abatá odá Odá Bilolóió!
11 – Lissá Ode
Erum Abatá Lissá Ode Oilalá!
03 - Cânticos para Shangó
12 – Shangô nin
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Shangô nin, oh nin, oh nin, oh nindé
13 – Kaô Ananairê
Kaô Ananairê Kaô, Agogon Gelé
Shangô Alodô, Agô Irô Misselé!
14 – Faraê
Faraê, Faraê Aê
Shangô é uma velê faraê, epá!
É pra mariolé, É pra mariolé oké
Orisá Ori Shangô!
É mio keché keché
Oiá Messan Orubajô Kaiê!
Kabiecile Kaô
Kabiecile Kaô
E di pá Epá
Epa Epa Ep Ep Ep!
04 - Cânticos para Badé
15 – Keviossô
Keviossô Badé Zoro
Aba Kossô Badé Zoro!
Verequete ô dá, ô dá! Amadolô mamãe!
21 – Verequetinho
Verequetinho, Verequetinho sualá
Ewá mando sualá!
22 – Verequete na croa di loro
Verequete na croa di loro
Pombo douro ê Pombo do ar!
06 - Cânticos para Nana Vó Missã
23 – Janda Maramadã
Janda Maramadã,
Aê Janda Maramadã
É Badé di Abakossu, V
ó Missa Oruarina
Uma Obatala du cessideo Avereço
Janda Maramadã êpá!
07 - Cânticos para Yemanjá Abê
24 – Samba Kolê
16 – Badé Zorogama, ô Gama êh!
Badé Zorogama, ô Gama êh
Samba Kolé, Missaê ori Yemanjá
Ô dilá Kolê Kolê,
Ô Missa ori Yemanjá!
17 – Badé Zoro di mapá
Badé Zoro di mapá,
Badé Zoro di mapá
Elé zoro zoro di mapá
25 – Manjá Obêcinauê
Manjá orixá, já manjá, manjá
Obêcinauê!
18 – Badé Oxum
Chama Badé Oxum,
Badé Oxum pra maré
05 - Cânticos para Toy
Averequete
19 – Verequete no maizá
Maizá, oizará, Verequete NE do Maizá
Oizá, Oizará Verequete é do maizá
20 – Amadolô mamaê
Amadolô mamãe, Amadolô mamaê
26 – E dilá é di manjá
E dilá é di manjá,
Abê Cecila Olodô!
27 – Aia Lodé
Aia Lodé di manja loci,
Aia lodé di manjá Onã!
28 – Abê, Sororó
Abê, Abê, Abê Sororó
Abe chegô, Abe Sororó
08 - Cânticos para Oxum
29 – Fará Oxum Zeguiô
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Fará Oxum Zeguiô shô!
Fará Oxum Zeguiô!
Kokorokô aiko,
fará Oxum Zeguiô!
30 – Kirielé Olodô
Kirielé Olodô,
Kirielé Olodô,
Kirielé Olodô,
Agacecila Massideô epô!
09 - Cânticos para Ewá
31 – Ewá Mina Boboca
Ewá, Ewá, Mina Boboca Ewá
Ewá, Ewá, Ewá Mina Boboca Ewá!
32 – Ewá ô quielé
Ewá ô quielé, Ewá ô quielé
Orixá ô quero guia Ewá ô quiieié!
Tambalá Jon di Araúna,
Tambalá Jarum vevéu
Baraúna Tombarauna,
Tombalá Jarum vevéu
Ewá ô quiieié, Ewá ô quiieié
Orixá ô quero guia Ewá ô quiieié
10 - Cânticos para Navê Zuarina
33 – Navê oh kao kao
Ô Navê ô kao kao, kao kao kao
Ô Navê ô kao kao, kao kao kao!
11 - Cânticos para Yansã - Oiá
36 – Obaíla ô
Obaíla oricô, alaá missé kereré!
A uma veô nanaicô ó missé um kereré
Ô mina zaca ô,
Ô missã um ké oreô arokô!
Ô mina zaca ô
Ô vodum ê mina beô!
37 – Sekereré
Sekerere Obaíla é maior
Sekerere Vodum é maior
13 - Cânticos para Voduns Gêges
38 – Kakagibê
Kakagibê, Kakagibê épa hotó
Vodum maió Danumé!
39 – Banha êh
Banha êh,
Banha êh vodum no kabê du manuê!
Atire a Nochê Sogbô! No Kabê du Manuê
Banha êh,
Banha êh vodum no kabê du manuê!
40 – Ala vodum nauê
Ala vodum nauê, Ala vodum nauê
Agongon chegô na taquera
Ala vodum nauê!
41 – Pina Pina
Pina, Pina, Pina na Bacila Matossange
Pina, Pina, Pina na Bacila Matossange
Boçocó Girijó érum Dam Daomé
Boçocó Girijó érum Dam Daomé!
Umcó, Boçocó érum Dam Daomé
Pina, Pina, Pina na Bacila Matossange!
34 – Oiá ta na deinha
Oiá ta na deinha, deixa lá cumo tá
Deinha minha deinha, deixa lá cumo
ta!
42 – Ariê uma ilô
Ariê, Ariê uma ilô
35 – Oiá dê akadeô
Doçu Epovessá
Oiá dê akadeô, akadeô di mokororó
Ariê, Ariê uma ilô
Doçu Epovessá!
12 - Cânticos para Todos os Ori-
xás
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14 - Cânticos para Toy Zezinho de 17 - Cânticos para fechamento do
Tambor de Mina
Maramadã
(Exu-Elegbara)
43 – Eleguma Elemailô
Eleguma Elemailô,
Celeguma Elemailô
Celeguma Elemailô,
Ora Toya Zezinho Elemailô!
49 – Ê Bara Vodum idô
É Bara vodum idô
Acundirê Jaladana
É Bara ê Bara Vodum idô
50 – Elegbara Vodum
44 – Toya Maramadã Toya Maramadã Dada Missô!
Elegbara Vodum Azequerequerê
Zezinho, Toya Maramadã
Elegbara Vodum Azequerequerê!
15 - Cânticos para Oxumaré Dam
45 – Dam aê
Ê Itam, Itam, Itam aê
Vodunso na mina di Tam aê
Oi Dam, oi Dam, oi Dam aê
Vodunso na mina di TAM aê
16 - Cânticos para Obaluaiê Xapanã-Acossi
46 – Aê Orocum ô
Aê Orocum ô é uma uma dilá inlai!!
47 – Aê Imbolojô
Aê Imbolojô, imbomum acoiqui
Fará imbolojô, imbolomum
Imbolojô, imbomum acoiqui
48 – Kipokipaká
Kipokipaká mailô, kipokipaká
Kipokipaká mailô, kipokipaká
Faralodeka, ora Faralodeka!
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AGRADECIMENTO
(In memoriam)
Mãe Maria Pia (Terreiro do Egito)
Mãe Elizia Santana de Amasor (Terreiro do Egito)
Mãe Dudu (Casa de Nagô)
Mãe Amélia (Casa de Jeje)
Mãe Celestina
Mãe Anica Pires de Zomadono (Terreiro de Vó Severa)
Mãe Maria Augusta de Olho D’Água (Terreiro do Lira)
Mãe Maria Lopes de Rainha Rosa (Terreiro da Trindade)
Mãe Rosa Correia de Toyasse (Terreiro de Iemanjá)
Mãe Dada de Dadaro (Terreiro de Iemanjá)
Paula de Jesus Oliveira (Rayosan)
João da Cruz Oliveira
Raimunda Oliveira
Ariádine Alcione Oliveira
Jorge Luis Oliveira
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REFERÊNCIAS
CARDOSO JUNIOR, Sebastião. Nagon
Abioton. Monografia (Curso de Ciências
Sociais) – UFMA, São Luís, 2001.
FERRETTI, Mundicarmo M. R. Desceu na
guma. São Luís: EDUFMA, 2000.
OLIVEIRA, Jorge Itaci de. Orixás e voduns
no Tambor-de-Mina do Maranhão. São Luís:
VCR, 1989.
SANTOS, Maria do Rosário C.; SANTOS
NETO, Manoel dos. Boboromina. São Luís:
SECMA/SIOGE, 1989.
Ficha Técnica - Documentário
Direção Geral: Jorge Murad
Direção: Cícero Silva
Direção de Fotografia: Albani Ramos
Direção Musical: Sérgio Habibe
Produção: Carlos Henrique
Edição: Cícero Silva, Jorge Murad
Assistente de Direção: Rita Miranda
Assistente de Edição: Márcio Furtado
Assistente de Produção: Ana Cristina
Assistente de Câmera: Flávio Furtado
Protools: Odinei de Jesus
Músico: Marcelo Rabelo
Computação Gráfica: Rogério Lima E Nonato
Pereira
Assistente De Computação: Roberta Azzolini
Pesquisa: Sebastião Cardoso, Biné Gomes e
Anízia Nascimento
Locução: Zelinda Lima, Claudette Ribeiro
Arquivista: Fernanda Ximendes
Revisão de Texto: Maria Da Paz Abreu
Madeira
Eletricista: João Capistrano
Motorista: Frank Arrais
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REFERÊNCIAS
FICHA TÉCNICA - CD
Direção Geral: Jorge Murad
CARDOSO JUNIOR, Sebastião. Nagon
Abioton. Monografia (Curso de Ciências
Sociais) – UFMA, São Luís, 2001.
Direção Musical: Sérgio Habibe
FERRETTI, Mundicarmo M. R. Desceu na
guma. São Luís: EDUFMA, 2000.
Tecnico de Estúdio de Mixagem: Max
Linder de Oliveira, Stúdio V - São Luis/Ma,
Novembro 2002
OLIVEIRA, Jorge Itaci de. Orixás e voduns
no Tambor-de-Mina do Maranhão. São Luís:
VCR, 1989.
Masterização: Proáudio Studio, Rua Eduardo
Bezerra, 1352, Dionísio Torres - Fortaleza-Ce
(85) 3257 4040
SANTOS, Maria do Rosário C.; SANTOS
NETO, Manoel dos. Boboromina. São Luís:
SECMA/SIOGE, 1989.
Pesquisa: Sebastião Cardoso, Biné Gomes de
Xangô
Fotografias e Projeto Gráfico: Albani Ramos e
Jorge Murad
Patrocínio: Fundação Cultural do Maranhão
Terreiro de Yemanjá: Travessa Fé em Deus, 45
– Monte Castelo (98) 3222 7034 / 9119 6459 /
9119 1305
Tambor: Leandro Yemanjá, Jocenilsom de
Oxossi
Ferro (Agogô): Wender de Shangô
Cabaças: Josenilsom de Oxossi
Voz Solo: Babalorixá Jorge de Yemanjá
Coro: Ana Maria de Xadatan, Euzamar de Oba,
Rosa de Ogum, Osvaldina, Toy Zezinho, Eliane
de Ogum, Audilene de Obaluaiê, Audilenede
Obaluaiê, Wender de Shangô, Leandro de
Yemanjá
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geia.org.br
EMPRESAS ASSOCIADAS
Alpha Máquinas e Veículos do Nordeste
ALUMAR
Atlântica Serviços Gerais
Agropecuária e Industrial Serra Grande
Bel Sul Administração e Participações
CEMAR - Companhia Energética do Maranhão
CIGLA - Cia. Ind. Galleatti de Laminados
Ducol Engenharia
Grupo Mateus
Lojas Gabryella
Mardisa Veículos
Moinhos Cruzeiro do Sul
Niágara Empreendimentos
Oi
Rápido London
SempreVerde
Televisão Mirante
UDI Hospital
VALE
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MINA - Plural