Medidas simples reduzem consumo Unidade em Minaçu da Sama conseguiu mais de R$ 600 mil em economia anual Fonte: Revista Minérios e Minerales, junho de 2013 A Sama Minerações Associadas, e que desde 1967 mantém operações em Minaçu (GO), a 510 km de Goiânia, realiza ações de redução de consumo de insumos em sua operação, como é o caso da água e da energia elétrica. Um dos trabalhos realizados foi o “Redução do consumo e otimização de recursos hídricos na mina”, de autoria de Vinícius Rossi Manduruca, analista de T.I. na empresa, sob a orientação do engenheiro Edson Cézar de Souza, gerente de Extração, Planejamento e Manutenção da mineradora, que focou na utilização eficiente da água nas instalações da mina Cana Brava. Dentre os processos durante a extração, a umidificação das pistas e das frentes de minério e estéril requer atenção especial em virtude de sua particularidade operacional (estabelecida que 0,1 fibra/cm³ é o limite para média anual de todos os postos de trabalho para concentração das fibras respiráveis). Para isso, a água deve estar disponível em toda mina e apresentar condições de uso com o propósito de impedir a emissão de particulados para atmosfera. Para isso, a mina conta com reservatórios localizados no fundo das duas cavas que fazem a captação da água de chuva que é transferida para os apanhadores para ser utilizada na umidificação das pistas e das frentes de lavra por caminhões pipa. Caso haja impedimento da umidificação em função das características mineralógicas da rocha ou impossibilidade técnica, a mina utiliza dispositivos de controle para evitar a dispersão da poeira no ambiente de trabalho. Além disso, é importante ressaltar que, caso os caminhões pipa estejam em manutenção e por algum motivo não possa haver a umidificação, todos os processos da mina deverão ser paralisados. Essa ação é denominada parada USC (Uso Seguro do Crisotila), acordo firmado entre os trabalhadores da mineração de crisotila e a Sama. Nessa premissa e com ênfase na conservação dos recursos hídricos, a Sama fez desse projeto uma de suas prioridades. Para isso, foram realizados vários estudos visando diminuir o consumo de água na mina, sendo percebido que em períodos mais secos como agosto e setembro, o consumo de água se elevava devido a demanda da utilização dos caminhões pipa. Nesse contexto, o trabalho teve como principal objetivo identificar as falhas no processo de umidificação. Levando em consideração que em 2010 a mina movimentou cerca de 18 milhões t e consumiu aproximadamente 595.000 m ³de água, enquanto que em 2011 a proporção foi de 19 milhões t para cerca de 605.000 m ³de água, os estudos estatísticos concluíram que a mineradora poderia melhorar esses dados em 2012, quando a movimentação chegaria em 22 milhões t, aumento corresponde a 15,5 %, mantendo o consumo de água em 605.000 m ,³ atingindo uma relação de 0,0271 m/³t. A fim de descobrir as causas do consumo de água, foram realizados trabalhos de campo que compreenderam visitas de reconhecimento para estudo e pesquisa. A partir daí, notou-se que os motoristas demoravam para manobrar e abastecer os caminhões pipa já com a bomba do apanhador ligada, fazendo com que a água vazasse escorrendo para o fundo do reservatório. Esse desperdício, mesmo que pouco, fazia diferença no custo final. Para reduzir esse tempo, uma das ações foi a de instalar cordas e estacas guias para facilitar as manobras dos caminhões. Outro ponto notado, foi que nas frentes de lavra, onde era realizada a umidificação com os canhões dos caminhões pipa, não havia uma padronização na atividade, nem ao mesmo controle, levando a um consumo desordenado de água. Em relação aos aspersores, não era feita inspeção quanto à vazão nos quatro bicos utilizados, com isso o consumo também era maior. Sendo assim, todos os caminhões pipa foram alterados para ter apenas três aspersores, reduzindo o consumo sem afetar a qualidade. Essa adequação reduziu o consumo, diminuiu o tempo de rodagem dos caminhões e impactou no custo com combustível e pneus. Devido ao trabalho realizado, a nova forma de umidificação das frentes de minério/estéril agora é executada de cima para baixo, não havendo excesso em nenhum momento. O trabalho auxiliou no aumento significativo na movimentação de minério e estéril em 2012, 21 % a mais que em 2011 e promoveu a redução em 15 % no consumo de água, ou seja, cerca de R$ 500 mil no ano. No caso da energia elétrica, houve a economia nas usinas 2, 3 e no circuito branco com um trabalho que se iniciou após estudos e análises que apresentaram dados que mostraram que essas instalações possuíam uma média alta de 121.939,00 kw/h/dia. Sendo assim, foi estipulada a meta para de consumo não superior a 120.697,00 kw/h/dia, uma redução de 1 %. Dentre as condições que estavam gerando o gasto desnecessário de energia elétrica, as principais eram em relação aos equipamentos estarem rodando vazios ou com pouca carga, além de iluminação ligada desnecessariamente. A ação implementada para sanar esses problemas foi o de alterar ou implementar sistemas automatizados nesses processos, evitando desperdícios ligados ao fator humano. Após o término das implantações, a empresa registrou redução de 2,6 % do consumo médio de energia elétrica, valor superior a meta, com um retorno financeiro no ano de 2012 de R$ 116.105,54, já descontando os investimentos feitos para melhorias no processo.