PERSPECTIVAS PARA O e-ARARAQUARA Piero Abner Ottone Di Almeida1 RESUMO: O presente artigo focaliza um tema importante para a gestão pública local, o uso e implantação de sistemas de informação, procurando contribuir para o entendimento da incorporação destas novas responsabilidades que os governos locais adquirem no processo de inclusão cidadã e gestão democrática no Brasil. O estudo esboçou a situação do município de Araraquara nessa nova dimensão da sociedade da informação e procurou apontar diretrizes capazes de convergir na cultura do direito à informação e do desenvolvimento local. Dando alguns indicativos de que ainda falta muito a ser feito pela gestão pública, porém algumas iniciativas já começaram a ser tomadas. PALAVRAS-CHAVE: e-governo, sociedade da informação, cidade digital, TICs. A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E A SITUAÇÃO BRASILEIRA Muito se discute sobre a eficiência e a efetividade das formas as quais o Estado contemporâneo organiza sua estrutura funcionamento. Suas ramificações diversas e seus processos burocráticos fazem parte dessa questão e são apontados constantemente como alvos de reformulação no que tange sua melhora e convergência de suas ações. O Estado e a administração pública contemporânea são, na realidade, compostos de grande diversidade de agências com objetivos altamente heterogêneos, o que dificulta estabelecer padrões comparáveis de desempenho. As reformas gerenciais ainda estão longe de ter introduzido um padrão coerente e aceitável de administração pública. Os estudos de caso disponíveis sobre as experiências nacionais e subnacionais revelaram que as reformas encontram dificuldades para transformar a burocracia e o seu modus operandi. (REZENDE, 2005, p. 35). Sendo assim, apontamos a utilização dos atuais recursos tecnológicos como o computador, o celular, o tablet, a internet etc componentes da necessidade diária de grande parte dos indivíduos do planeta e trazem consigo inúmeros benefícios sociais, econômicos e políticos quando bem utilizados. Por mais óbvio que pareça falar da importância desses recursos no contexto atual é preciso deixar clara a necessidade 1 Unesp, [email protected], graduando. que a política tem de reconhecer o impacto das telecomunicações e fazer uso destes, trazendo a si a nova dinâmica em que o mundo se transforma e demanda de qualquer organização ou instituição. É nesse contexto que surge a discussão em torno da sociedade da informação e posteriormente das cidades digitais, onde a gestão pública toma grande importância na promoção desses fenômenos. Percebemos assim que é conferida uma nova demanda ao Estado, de reinventar suas estruturas e instituições com o intuito de inserir-se dentro desses novos modelos de desenvolvimento econômico e social a fim de sanar com maior eficiência as novas dimensões dos problemas relativos à renda, distribuição, justiça social, educação, no mais, à eficiência governamental. Portanto, cabe ao poder público reconhecer a necessidade de redefinir e reorganizar seus padrões de gestão visando fortalecer a democratização das relações públicas junto ao contexto da nova ordem tecnológica global que se impõe. O clamor da necessidade por uma maior eficiência da administração pública seja em âmbito nacional, estadual ou local exaltada por administradores, políticos, gestores e estudiosos podem ser atendidas eficientemente pelas novas tecnologias da informação e comunicação (TICs). Não estamos afirmando que esses dispositivos representam por si só as soluções que acometem os problemas operacionais da política, mas que é através de um emprego consciente e planejado de suas potencialidades que as soluções para esses problemas devem ser equacionados em grande parte. Ou seja, a política deve acompanhar a dimensão social de seu tempo e reconhecer os dispositivos tecnológicos como meios de articulação do mesmo. [...] no bojo desse [...] processo de globalização político-econômica e sociocultural, desenvolvem-se tecnologias eletrônicas, informáticas e cibernéticas que agilizam, intensificam e generalizam as articulações, as integrações, as tensões, os antagonismos, as fragmentações e as mudanças socioculturais e político-econômicas pelos quatro cantos do mundo. (IANNI, 1999, p. 11). O que se espera da esfera pública é o compromisso da adequação e modernização do seu aparelho de Estado, juntamente ao uso das novas tecnologias de mediação. Com esse poder a esfera governamental é capaz de criar ambientes participativos mais abrangentes, aumentando o interesse e a demanda de seus usuários por informações, logo, colocando frente à sociedade uma maior transparência de suas ações e dando um enorme passo à participação, ao controle social e accountability2. 2 Termo que remete a prestação de contas por parte de alguma instância controladora de seus serviços e obrigações. A sociedade da informação é caracterizada pela acessibilidade e conectividade que através da rede mundial de computadores permite a produção, transmissão e difusão social de dados e informações tanto para uso público como para uso privado (GUERREIRO, 2006). E sob essa perspectiva o governo brasileiro tem, desde a década de 90, na sua pauta de discussão encaminhar respostas que possibilitem uma gestão de maior qualidade, progressivamente eficiente e que ao mesmo tempo estimule o desenvolvimento econômico, comercial, social, e educacional. Como fruto dessa discussão foi estabelecido no ano de 2000 uma meta pelo governo federal que propõe colocar ao alcance de todos os cidadãos os seus serviços, ampliando a transparência de suas ações e incrementando a participação cidadã. Logo em 1997 foi instituída a Lei Geral de Telecomunicações (BRASIL, 1997) que teve por foco a universalização do acesso ao serviço de telefonia. Logo, dois anos depois foi lançado o Programa Sociedade da Informação3, que visava formar um novo ciclo de infraestrutura de serviços de internet no país. No entanto, o Programa se enfraqueceu e acabou tornando-se instável e sem direção, mas deixando clara a preocupação do setor público para com a sociedade da informação e a inclusão do país na mesma. No mesmo período, em 1999, é promulgada a Lei do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust)4 que não ficou restrita a universalização dos serviços de telecomunicações e previa o investimento de seus recursos para a implementação da internet em hospitais, escolas e bibliotecas da rede pública, sendo que nas instituições escolares o custeio de equipamentos e parte dos gastos em telecomunicações também estava incluso. Já em setembro de 2000 foi lançado o Livro Verde por meio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), obra que discute especificamente as diretrizes a serem tomadas para tornar o Brasil um membro sólido na sociedade da informação, numa tentativa de coordenar ações que colocassem em pauta as dificuldades previstas e desenvolvessem da melhor maneira a utilização de TICs. 3 O Programa Sociedade da Informação resultou de ampla discussão promovida pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada no ano de 1996, da qual participaram intelectuais, técnicos e especialistas de diferentes formações, organizados em temas desdobrados nos seguintes grupos de trabalho (GT): administração pública; ações empresariais; conteúdo e identidade cultural; cooperação internacional; divulgação à sociedade; educação; infraestrutura de redes e backbones; integração e regionalização; pesquisa e desenvolvimento; planejamento; processamento de alto desempenho e trabalho (TAKAHASHI, 2000) 4 A Lei do Fust (Brasil, 2000), prevista na LGT (art. 81, inc. II), estabelece que o fundo arrecade 1% das contas telefônicas do país e parte do valor das outorgas de telecomunicações para investir em recursos que reduzissem a grande disparidade que separa os brasileiros incluídos na sociedade da informação daqueles completamente excluídos. A sociedade da informação não é um modismo. Representa uma profunda mudança na organização da sociedade e da economia, havendo quem a considere um novo paradigma técnico-econômico. É um fenômeno global, com elevado potencial transformador das atividades sociais e econômicas, uma vez que a estrutura e a dinâmica dessas atividades inevitavelmente serão, em alguma medida, afetadas pela infra-estrutura de informações disponível. (TAKAHASHI, 2000, p.5) Quadro 1 – Descrição dos principais programas de inclusão digital do governo federal Programa Órgão coordenador Proinfo Ministério Educação Descrição Resumida da Promove o uso das TICs como apoio pedagógico, nas escolas da educação básica Gesac Ministério das Oferece conexão à Comunicações internet para diversos públicosalvo, a maioria definida por outros ministérios (Educação, Defesa, Cultura e Desenvolvimento Social) Telecentro de Ministério do Telecentros que informação e Desenvolvimento, oferecem acesso à Negócios Indústria e internet a empresas Comércio de pequeno porte Ponto Cultura de Ministério Cultura da Cidadão Conectado, Computador para Todos Presidência República da Casa Brasil Ministério da Ciência e Tecnologia e Casa Civil (ITI) Provimento Ano de de acesso à início internet Gesac, 1997 estados, municípios e ONGs Gesac 2002 Instituições 2003 parceiras (prefeituras, ONGs, e entidades de classe) Espaço com acesso Gesac 2004 à internet que integra diversas iniciativas culturais Subsidia e dá Indefinido 2005 crédito para a compra de microcomputadores, com acesso facilitado à internet Telecentros para Gesac 2005 acesso das comunidades carentes à internet Fonte: BRASIL. Diário Oficial da União, 23/12/2005, Seção 3, n. 246, p. 222-223. No mais, o que pode se dizer foi que o governo brasileiro desde o final da década de 1990 se propôs a colocar o país numa posição favorável no processo de construção da sociedade da informação em que os países mais desenvolvidos se encontravam (FERREIRA, 2003). Isso proporcionou ao país o primeiro lugar no ranking da América Latina em infraestrutura de rede instalada de Tecnologia da Informação (TI)5 e o 32º lugar no ranking mundial. O que mostrou um bom resultado mediante uma sobreposição de programas que evidenciavam a falta de integração das diversas iniciativas federais, com a exclusão digital pela internet fortemente presente. A expansão das TICs também não se dão de maneira uniforme no meio social dada as disparidades econômicas de seus membros o que gera um movimento assimétrico ao acesso do mundo digital, aprofundando as desigualdades e tornando visível a territorialidade da exclusão. Em decorrência dessa exclusão digital temos a baixa alfabetização digital, tanto nos jovens quanto nas gerações anteriores ao advento da internet, que significa a falta de noções básicas em relação ao uso dos aparelhos de informática. Para maior detalhamento ver quadro 2, a seguir: Quadro 2: Pessoas de 10 anos ou mais de idade que não utilizaram a Internet, no período de referência dos últimos três meses. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2008. 5 Fonte: Fórum Econômico Mundial de 2003, sobre as tecnologias da informação no mundo <http://www.weforum.org>. Dentro da esfera digital as informações são distribuídas desigualmente e compreendem uma variação imensa distribuída através de diversos atores sociais, línguas, áreas do conhecimento, exigindo que os espaços de aprendizagem visando essa esfera sejam amplos e efetivos. O cenário físico de exclusão do conhecimento já é visivelmente grande – vide os 9,6% de analfabetos no país em 20106 - e se aplica também no âmbito digital que alarga ainda mais as distâncias de oportunidades e de acesso a uma melhor qualidade de vida. Nesse quesito, a atuação do Estado se faz fundamental a fim de promover a uma infraestrutura e políticas públicas de acesso universal. Nesses termos, “O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a centralidade de conhecimentos e informação, mas a aplicação desses conhecimentos e dessa informação para a geração de conhecimentos” (CASTELLS, 1999, p.69), ou seja, a verdadeira face da sociedade da informação é promover a propagação e a reprodução indiscriminada do conhecimento, sem que alguém promova o controle ou o cerceamento do conhecimento. E essa compreensão coloca a inclusão digital enquanto processo de construção da cidadania7 que deve ser cumprida de acordo com o direito do cidadão de acesso à informação, ao conhecimento e à comunicação. Nesses termos, a inclusão digital do cidadão tem forte apelo local, já que é nesse âmbito que a práxis de apropriação social das novas tecnologias se dão, portanto, a possibilidade de universalização do acesso ao conhecimento produzido e disseminado na sociedade da informação fica em maior parte a par da gestão pública local. [...] A Infoinclusão social se dá pela capacidade local de estabelecer a rede de serviços e ações concretas no campo do desenvolvimento humano integrado. Ou seja, enquanto o acesso aos meios de comunicação for uma condição permitida somente para um pequeno grupo de privilegiados, a infoinclusão será uma agenda diluída no debate da cidadania moderna, correndo o risco de ser determinada pela necessidade de inclusão social. (GUERREIRO, 2006, p. 157). O desafio da construção da inclusão digital começa pela definição do seu projeto que deve levar em consideração as implicações sociais, tecnológicas e econômicas, de modo que, a articulação deve ser baseada nesses três eixos. Fortes aliados nessa estratégia contra a exclusão digital, os telecentros constituem importantes pontos de acesso. Permitem que pequenas empresas façam desses locais verdadeiras redes físicas de trabalho e serviços, ministra cursos de 6 Fonte: IBGE, Censo de 2010. COELHO, Franklin D. Cidades Digitais: caminhos de um programa nacional de inclusão digital. In: KNIGHT, Peter T.; FERNANDES, Ciro C. C.; CUNHA, Maria A. (Org.). eDesenvolvimento no Brasil e no mundo: subsídios e Programa e-Brasil. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2007. 7 informática básica à comunidade carente e possibilitam o acesso à internet gratuitamente. Funcionando como verdadeiras agências do desenvolvimento local que acabam por possibilitar melhores caminhos para as ações de políticas públicas e ONGs. Apoiando projetos sociais em desenvolvimento ou já existentes, assim, prestando diversos tipos de serviços à comunidade. (COELHO, 2007, p. 464). Por outro lado, essa experiência se dá de forma isolada já que, [...] a abrangência e escala dos telecentros ficou limitada à capacidade de subsídios do governo e limitada à constituição de pontos de acesso. Os telecentros, ainda que sejam instrumentos extremamente eficazes de redução da brecha digital, acabam por se caracterizar como ações focadas em determinados pontos, áreas de abrangência e territórios definidos. (COELHO, 2007, p. 465). Dentro dessa nova cultura do direito, ao acesso da informação como bem público, os telecentros apesar de se restringirem ao loco de funcionamento são ferramentas de extrema importância para o poder público agir com precisão contra a exclusão digital. Vale ressaltar que o desafio não se restringe somente a inclusão digital do cidadão, já que os direitos básicos da vida devem conduzir as ações públicas nesse sentido também. Ou seja, a administração deve fazer uso das TICs a fim de garantir ao cidadão todos os seus direitos básicos da vida, como, educação, saúde, segurança, lazer, informação, cultura etc. (BIZELLI, 2008, p. 20). Por fim, colocamos a inclusão digital como um passo primordial a ser dado e para isso o cidadão deve ser munido de condições para acompanhar as ações e decisões de seus governos, por meio de acesso abrangente e transparente. Portanto, o uso apropriado dos recursos oferecidos pelas TICs permite que isso possa ser feito, ampliando cada vez mais os canais de interação entre o poder público e a sociedade. Em meio a essa oportunidade é possível considerar um fomento de mobilização para que os cidadãos, individualmente ou em grupo, atuem frente a seus direitos em prol da participação democrática. A CIDADE DIGITAL E O GOVERNO ELETRÔNICO A definição do conceito de cidade digital não é uma tarefa muito simples apesar de seu uso se fazer com boa constância, já que, se trata de um tema novo na realidade humana e que permeia uma discussão em torno de suas próprias definições e abrangências gerais. Propomo-nos aqui considerar o termo em seus aspectos fundamentais da complexidade envolvida. Por ser conseqüência de uma transformação em curso, a própria conceituação da cidade digital encerra complexidade e perspectivas distintas para definir sua essência e seus contornos. Compreender o alcance e as potencialidades do processo de digitalização dos serviços e formas relacionais das comunidades em rede, sem necessariamente associá-lo a uma transposição do mundo real para o virtual, não é algo simples e de fácil apreensão, sobretudo se considerarmos que o espaço virtual pode ser, ele mesmo, o objeto da experiência. Com efeito, é muito mais plausível relacionar essa transição a uma complementaridade entre os dois mundos: o virtual e o concreto. (SOUTO; DALL’ANTONIA; HOLANDA, 2006, p.62). Desta forma, a cidade digital não se restringe a esfera cibernética, ela também se dá a partir do espaço físico e é nele que ela tem por fim se realizar. O que nos leva a entendê-la como uma nova dimensão do urbano, uma interface das tecnologias digitais de informação e comunicação com o espaço urbano. Seu entendimento, mesmo enquanto conceito se faz primordial para seu desenvolvimento e consolidação. Sendo ainda necessário identificar seus níveis a fim de aumentar suas capacidades e potencialidades na busca de uma inclusão digital e social plena. A cidade digital, tendo como referência a cidade real, é uma nova forma de organização e integração do território, interligada por uma rede pública de transmissão de voz, dados e imagem. É o lugar onde o cidadão se torna o principal ator de produção, gestão e usufruto dos benefícios das novas tecnologias, garantindo o direito de acesso universal a informação, conhecimento e comunicação, e assumindo a visão estratégica de uma sociedade de informação local. (COELHO, 2007, p. 472) A forma como o desenvolvimento social e o progresso tecnológico passam a determinar a maneira que as “novas cidades” serão instruídas e formadas no espaço físico, exigem constantemente um planejamento de gestão que seja capaz de monitorar os problemas sociais, econômicos, tecnológicos, ambientais e seus múltiplos impactos na cidadania, tendo a ressalva que a cidadania é posta como centro da busca e dos acontecimentos da vida moderna. A cidade é o palco de manifestação dos desejos e das necessidades do cidadão, tanto individual como coletivamente, e, enquanto cenário de expressão de diversos interesses e objetivos em disputa, o melhor é a gestão pública ser a promotora da terceira solução e a mediadora do impacto social da dependência tecnológica, respeitando e valorizando a participação dos setores sociais no processo de tomada de decisão sobre os destinos da sociedade de informações local (GUERREIRO, 2006, p.219). Sob essa perspectiva o poder público local assume papel primordial enquanto precursor da implementação da cidade digital e para isso terá de se reestruturar em rede, dando inicio a unidades estratégicas de modernização da administração com autonomia de gestão e financeira capaz de empreender projetos setoriais de qualificação profissional do funcionalismo público, inovação da infraestrutura tecnológica das instituições, criação de sistema integrado de gestão, avaliação de resultados, desempenho profissional e organizacional. (GUERREIRO, 2006, p. 223). Desenhamos a cidade digital como um espaço cibernético onde se encontre informações gerais, serviços, organizações virtuais, representação política sobre um determinado perímetro municipal. Nele os serviços e bens públicos serão ampliados e acessíveis com maior rapidez pelo cidadão, constituindo uma rede via internet que ele terá em seu favor para interferir diretamente na qualidade das ações públicas e dos processos sociais existentes. Como já dito, o governo local é aquele que mais se aproxima do cidadão e é sob sua jurisdição que podemos ver o potencial do governo eletrônico, na maior agilidade de troca de informações com as outras esferas de governo, na implementação e no acompanhamento de políticas públicas, na melhor qualidade da prestação dos serviços e de sua universalização, bem como no combate às estruturas de poder não legítimas (CHAHIN, 2004, p.83). No geral, sua responsabilidade confere criar incentivos à iniciativa privada desenvolver parcerias com a sociedade e instituições governamentais com o objetivo de desenvolver o seu governo eletrônico, o e-commerce, e-business e a infoinclusão social. Sendo orientado a ofertar serviços e informações ao cidadão, promover o acesso da população à internet, implementar uma infraestrutura avançada de comunicação e serviços na administração pública, o governo eletrônico encontra problemas de magnitudes diversas a nível local, dada as diferenças econômicas, sócias, geográficas e políticas que cada município possui. Portanto a estratégia de cada governo local deve ser tomada como ação principal que determinará o sucesso de toda sua iniciativa. Essa preocupação é importante tendo em vista que mais de 80% dos serviços prestados pelos governos ao cidadão proveem do nível municipal. (SAMPAIO, 2004, p. 317), o que lhe confere maior responsabilidade e exige maior competência de gestão. De modo geral, a gestão municipal deve focar-se no cidadão e na sua proximidade, nas suas condições gerais de atendimento a fim de possibilitar acesso fácil e universal. Não esquecendo que o acesso implica na capacitação pessoal de cada indivíduo a ser apto em executar as técnicas básicas de interação comunicacional e na disponibilização de seus respectivos meios, dada às condições de pobreza que impede que todos possuam condições financeiras que possibilitem o financiamento dos aparelhos eletrônicos necessários e atualizados. Adiante podemos estabelecer como objetivos básicos dos governos eletrônicos: - a ampliação da gama de serviços prestados pelo governo aos diversos atores sociais e econômicos e a melhoria da qualidade com a qual são prestados; - a viabilização da criação de mecanismos que favoreçam a governança democrática; - o aumento da eficiência da máquina governamental; - o fomento à atividade econômica. A governança eletrônica está associada à capacidade de organização das instituições públicas em conferir à sociedade uma efetiva monitoração de suas atividades, garantindo uma gestão transparente e responsável pelos resultados (BARBOSA; FARIA; PINTO, 2007, p. 513). No entanto, os agentes locais devem estar aptos a fazerem o uso correto das TICs, sendo assim, o poder público deve custear e garantir a capacitação desses agentes. Caso não haja pessoas com as competências especificas de atender as demandas sociais o investimento e tempo gastos na implementação de toda a estrutura será em vão. É partindo desses apontamentos que a administração municipal deve pensar sua estratégia e ações de seu governo eletrônico, tendo em mente que deve haver um contínuo levantamento de dados de informações do município que sirvam de referência básica de planejamento. De preferência por meio da rede de informação municipal que também estará disponível a sociedade. Enfatizamos que a viabilização desse processo deve ter respaldo de lei que fortaleça o município em suas ações, logo, a operação dos serviços de acesso público a rede digital de informações seria feita com maior rapidez e eficiência a partir da descentralização na área de telecomunicações. CIDADES DIGITAIS NO BRASIL A iniciativa e apoio do governo federal e dos governos estaduais são de suma importância na construção desse caminho, que como já foi apontado será longo e trabalhoso. Dentro deste cenário o Brasil já constitui uma boa quantidade de iniciativas que vem alcançando relativo sucesso na construção de cidades digitais e iniciativas de inclusão digital. O relativo em questão diz respeito ao alcance variado que elas têm conquistado e a diferenciação de suas formas e objetivos de acordo com o que cada gestão almeja, assinalando uma falta de convergência dessas iniciativas que por vezes tem abrangência pontual e dissociada de iniciativas semelhantes que poderiam ser mutuamente ajudadas, no entanto, devemos reconhecer que o saldo positivo encontra-se na tomada desse compromisso com a inclusão digital e social. A seguir, tentamos traçar um panorama básico de como está se desenvolvendo a construção da inclusão digital brasileira a partir de suas cidades digitais. Segundo apontamentos da pesquisa de Françoso (2011), em 2011 o Brasil possuía ao todo 59 municípios com projetos de cidade digital. Figura 1: Municípios brasileiros com projetos de cidade digital-2011 Em outro levantamento do gênero feito pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), denominado Índice Brasil de Cidades Digitais (IBCD)8 criado no ano de 2010 e executado a partir de 2011, nos permite ter uma dimensão de como essas iniciativas vem evoluindo, já que a proposta do índice é ser realizada anualmente com enfoque na dimensão dos variados níveis de infraestrutura de redes e telecomunicações, de acesso às TICs e de oferta de serviços eletrônicos públicos e privados dos municípios. 8 As diretrizes do estudo podem ser vistas em: SOUTO, Átila A.; DALL’ANTONIA, Juliano C.; HOLANDA, Giovanni M. de (Orgs.). As cidades digitais no mapa do Brasil: uma rota para a inclusão digital. Brasília: Ministério das Comunicações, 2006. O estudo contou com uma classificação dos níveis de digitalização das cidades9, culminando numa escala sequencial de seis níveis, que acabaram por definir 10 um ranking das 100 cidades digitais brasileiras, são eles: Nível 1 – Acesso básico: Este é o patamar mínimo que uma cidade em vias de digitalização pode apresentar. São cidades que dispõem de infraestrutura e de serviços de telecomunicações, mas com limitação de pontos de acesso e de banda de transmissão. Em geral, não têm provedor local de acesso às redes digitais (ISP Internet Service Provider) e as conexões são por meio de ligações conurbadas ou de longa distância, com baixas taxas de transmissão, o que representa uma forte barreira à Sociedade da Informação. Ou seja, a banda larga é de baixa velocidade e qualidade deficiente. Nível 2 – Telecentros: Neste nível, no qual a população já conta com ISPs, há telecentros para acesso público à internet, mas com recursos mínimos de acessibilidade, como instalações físicas adequadas a cadeirantes. Todavia, o número de telecentros é limitado e há restrições de banda, tanto no acesso (em parte ainda é discado) como no backbone. Nível 3 – Serviços eletrônicos: Neste nível, em geral, as cidades tendem a oferecer cobertura total para acesso público, ou seja, há telecentros distribuídos em toda a sua extensão territorial; os recursos de acessibilidade e usabilidade são mais presentes e possibilitam que pessoas com baixo nível de letramento ou portadoras de deficiência possam ter as barreiras de acesso diminuídas. Neste nível, a população incluída já pode usufruir de alguns serviços públicos e privados em ambiente virtual, embora aqui, também, ainda existam limitações de banda em termos de acesso e de backbone. Nível 4 – Pré-integrado: Neste estágio, em geral, a cobertura é total e sem limitação de banda para o acesso público; os serviços públicos encontram-se integrados em um único ambiente virtual, compondo uma plataforma de governo eletrônico que integra todas as esferas e poderes. Os telecentros e serviços públicos dispõem de um conjunto razoável de recursos de acessibilidade, usabilidade e inteligibilidade. Esse conjunto de serviços impõe desafios ainda maiores aos administradores, como o desenvolvimento de tecnologias e aplicações que despertem o interesse de uma população heterogênea, com diferentes níveis de alfabetização e de domínio das TICs. Neste tipo de cidade, alguns serviços privados são providos em ambiente virtual. 9 Ver em: <http://www.wirelessmundi.inf.br/indice-edicao-n-9/903-capa>. Acesso em: 03/09/2012. 10 Ver em: < http://wirelessmundi.inf.br/component/content/article/51-edicoes/edicao-n-9/904ranking-cidades-digitais. Acesso em: 03/05/2013. Nível 5 – Integrado: É caracterizado por um alto grau de digitalização, com cobertura total tanto para o acesso público quanto para o individual. Ao invés de um portal para cada serviço ou aplicação, nestas cidades, os serviços são integrados, notadamente os públicos, e há significativas quantidade e diversidade de recursos de acessibilidade, usabilidade e inteligibilidade. Há uma ampla gama de serviços privados em ambiente virtual; as comunidades também são integradas e há ganhos em termos culturais e do exercício da cidadania Nível 6 – Pleno: Além de todos os avanços apontados nos níveis anteriores, neste estágio as cidades reúnem a plenitude dos recursos digitais permitidos pelos arranjos sociais, econômicos, políticos e tecnológicos. Neste patamar, os serviços públicos e privados, integrados, criam um espaço virtual que se justapõe à cidade real. As novas tecnologias de comunicação e informação passam a fazer parte das construções que passam a ser inteligentes e interligadas em rede. As pesquisas de Françoso e do CPqD não convergem em um número exato de municípios encaminhados no desenvolvimento de cidades digitais, por utilizarem metodologias e análises diferentes, porém com base na coerência de seus trabalhos nos oferecem um excelente panorama da situação atual, e nos mostram que seus resultados se assemelham de modo geral, apontando para um pequeno desenvolvimento de iniciativas ao longo do país. Com efeito, verificamos que dentro da amplitude dos municípios existentes no país, apontados em 5.565 pelo IBGE, o Brasil ainda está muito a quem de integrar toda sua extensão territorial na sociedade da informação através do desenvolvimento das cidades digitais. O e-ARARAQUARA A cidade de Araraquara está localizada na região central do Estado de São Paulo, possuindo uma população estimada em 211.247 habitantes11 em 2011. Possui destaque no cenário nacional e regional pelos seus altos índices de qualidade de vida apresentado nos últimos anos. A cargo da Prefeitura Municipal de Araraquara, a administração pública teve seu orçamento previsto para o ano de 2012 em R$ 518.403.000,00. Sua repartição governamental é distribuída por 19 secretarias, são elas: secretaria de agricultura, secretaria municipal da administração, secretaria municipal da cultura, secretaria municipal da educação, secretaria municipal da fazenda, secretaria municipal de assistência e desenvolvimento social, secretaria municipal de comunicação, secretaria municipal de desenvolvimento econômico, secretaria municipal de esportes e lazer, secretaria municipal de governo, secretaria 11 Ver em http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/perfil.php municipal de habitação, secretaria municipal de meio ambiente, secretaria municipal de obras públicas, secretaria municipal de saúde, secretaria municipal de segurança pública, secretaria municipal de serviços públicos, secretaria municipal de trânsito e transporte, secretaria municipal do desenvolvimento urbano e secretaria municipal dos negócios jurídicos. No ano de 2000, a Prefeitura Municipal de Araraquara colocou um marco sobre as questões latentes aos temas que dizem respeito ao desenvolvimento de uma cidade digital, anunciando os seus objetivos em três eixos principais do seu plano de gestão: cidade inclusiva, com foco nos processos de inclusão social; cidade moderna, que buscava convergir o desenvolvimento econômico e social com a modernização da gestão pública; e cidade democrática, que visava à criação de instrumentos de democratização e controle social. Nesse sentido, em 2002 foram criadas plenárias temáticas do Orçamento Participativo (OP)12, colocando para a população a decisão de apontar temas os quais seriam de interesse da maioria que o investimento público fosse beneficiar. O que culminou no apontamento da inclusão digital como de interesse da população, desta forma, a prefeitura criou oito portais do saber até 2004, esses portais se resumem às salas equipadas com computadores com acesso à internet, instalados em escolas municipais carentes. A estruturação da administração direta do município conta com computadores ligados em rede, munidos de acesso à internet através de conexão em banda larga. O portal da prefeitura na internet está ativo <http://www.araraquara.sp.gov.br>, sua interface pode ser classificada como interativa e disponibiliza os seguintes serviços ao cidadão: serviços informativos e notícias; acesso a documentos e formulários; licitações; ouvidoria; serviços atendimento; Diário Oficial, legislação municipal e finanças públicas; e concursos públicos. De acordo com do levantamento do “Mapa da Inclusão Digital” da Fundação Getúlio Vargas através de dados relacionados a partir do IBGE, 53,57% dos domicílios araraquarenses possuem acesso à internet, colocando o município na 17ª posição de maior acesso no Estado de São Paulo. Os números que são vinculados ao ano de 2010 mostram um bom nível de acessibilidade do município. No que tange à universalização do acesso à internet no município, a iniciativa pública possui um plano relativamente novo de inclusão digital. Com data de lançamento oficial em 20 de março de 2010 o Programa Internet Para Todos deu início à disponibilização de internet gratuita através de uma rede sem fio. Para isso foram 12 A implementação do programa de OP foi realizada no ano 2000. instaladas 16 antenas rádio base em locais estratégicos da cidade, que estão conectadas a uma central na prefeitura que viabiliza o acesso à rede mundial. Essas antenas garantiam uma cobertura de 80 % da área urbana da cidade, sendo a velocidade máxima de conexão de até 64 Kilobits por segundo (Kbps). No estágio atual, mais quatro antenas foram implantadas chegando a cobrir 95% do perímetro urbano e aumentando sua velocidade em até 128 Kbps. A previsão é de que ocorra a instalação de até 32 pontos e que a velocidade possa ser expandida em até 256 Kbps. A adesão ao programa consiste na pré-inscrição no portal da prefeitura e na apresentação dos termos de adesão e documentos necessários para liberação do serviço que será efetivado com a autenticação na rede pelo usuário e senha de acesso a serem enviados no e-mail. No entanto, a prefeitura não se responsabiliza pela qualidade do serviço e nem pela garantia do mesmo, o que demonstra a falta de um bom planejamento e um descomprometimento com a cidadania e inclusão social. No que diz respeito à acessibilidade via pontos de acesso no combate à exclusão digital, Araraquara possui, segundo o portal de telecentros do município13, 14 telecentros em atividade, onde cada um deles é constituído por 10 computadores com acesso à internet, um servidor de rede, impressora a laser, projetor multimídia datashow, câmera para monitoramento remoto, mesas, armários e cadeiras. Fruto da parceria com o Ministério das Comunicações a iniciativa tem por objetivo promover a inclusão digital e social das comunidades atendidas, com o oferecimento de cursos de informática básica e oficinas especiais. Lembrando que os telecentros adotam o uso de softwares livre em suas atividades. Nos municípios brasileiros, o conceito de cidade digital ainda é muito novo e certamente pouco explorado, como evidenciamos ao decorrer deste estudo. Os municípios buscam como primeira fase de inserir-se nesse novo conceito viabilizando o acesso gratuito de internet a sua população, porém agir somente na disponibilização desse serviço não basta frente à complexidade da exclusão digital no país. Ainda no que compete à viabilização do sinal de internet, não podemos apontar o saldo como positiva das ações governamentais, visto que o sinal não é garantido, sua qualidade é baixa e na grande maioria das vezes a capacidade de navegação de dados não é aceitável. Vide o caso do município de Araraquara que afirma atualmente disponibilizar 128 kbps para cada domicilio, porém não garante o acesso ao sinal. Caracteriza-se assim, a prestação de um serviço de baixa qualidade que ainda pode ocorrer ou não. A falta de comprometimento da gestão pública com o direito à informação, melhor 13 Ver: <http://telecentroararaquara.com.br/novosite/unidades-telecentro/> 09/09/2012. Acesso em qualidade de vida e cidadania nesse sentido é muito grande. Inaceitável frente à responsabilidade delegada ao poder público. Ainda se tratando do município de Araraquara, podemos afirmar que sua iniciativa de e-governo (governo eletrônico) ainda encontra-se em estágio inicial, pois a prefeitura disponibiliza por meio de seu portal apenas informações catalogadas a respeito de seus departamentos de níveis de governo, como endereço e meios de contato. Falta uma comunicação básica onde o contribuinte possa passar atualização de seus dados e operar mecanismos básicos como, por exemplo, enviar declaração do IR. E se formos pensar nas relações mais complexas como marcação de consultas, compra de materiais, pedidos específicos não é possível colocarmos o cidadão reconhecidamente como protagonista de uma cultura do direito à informação e com qualidade plena de serviços prestados pela gestão pública. Com a ressalva que o acesso via internet ainda é limitado mesmo com os recentes avanços conquistados pela cidade nos últimos anos. Fator que chama atenção no cenário brasileiro enquanto disponibilização de internet banda larga por parte do governo federal, defendida pelo Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) é que nem mesmo a velocidade do sinal, leia-se capacidade de transmissão de dados, de banda larga é definido. Sugerimos que para a existência de uma qualidade minimamente boa deve ser estabelecida uma velocidade de conexão de pelo menos 1 Gigabit por segundo (Gbps). As inovações tecnológicas atuais somadas a competência dos gestores públicos tem contribuído para a implantação das bases das cidades digitais no país. Muitos incentivos para a esfera pública federal como para a privada são feitos para os governos subnacionais que se propõem a fazerem parte desse novo ciclo da convergência tecnológica da vida social e política. Esses incentivos se dão nas mais variadas e necessárias formas de apoio como, fontes de financiamento, regulamentação legal, uso das tecnologias corretas, formas de implementação de gestão e suas aplicações. Uma boa fonte rica em instruções nesse sentido é o Portal Guia das Cidades Digitais: <http://www.guiadascidadesdigitais.com.br/site/>. Temos também até serviços de consultoria prestados, como pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações, o CPqD, <http://www.cpqd.com.br/>. Um bom exemplo de financiamento é dado pelo Programa de Modernização da Administração Tributária e de Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT) financia até 90% do projeto para municípios com mais de 150 mil habitantes. Sendo o seu limite de financiamento em R$ 60 milhões. Consideramos que convergência política dos níveis de governo (federal, estadual e municipal), o interesse público e a eficiência em estratégia de implementação devem convergir num apoio mútuo a fim de tornar realidade os benefícios que os avanços tecnológicos podem gerar para uma melhor qualidade de vida, desenvolvendo a economia, fortalecendo as relações democráticas no âmbito político e gestor culminando na sustentabilidade das ações humanas. A necessidade de se inovar não é utopismo, tentamos acompanhar o contexto que se muda posto que os novos desafios globais se liguem fundamentalmente ao debate da representatividade e se sua eficiência. As tecnologias participativas promovem a ampliação da gama de voz dos representados, fortalecendo o processo de participação e impulsionando a inclusão, no seu limite temos como as questões mais difíceis sua regulamentação e seu financiamento. Posto que, na medida em que esse processo avança a massa de excluídos vem diminuindo. 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