IPTV - INTERNET PROTOCOL TELEVISION
António Paulo Cardoso Junior nº 57699
Paulo Jorge Pontes Martins nº 65929
Instituto Superior Técnico
Av. Prof. Doutor Aníbal Cavaco Silva, 2744-016 Porto Salvo
E-mail: {antonio.junior, paulo.pontes.m}@ist.utl.pt
RESUMO
O IPTV (Internet Protocol Television) é um método de
transmissão de sinais televisivos, que utiliza o protocolo IP
(Internet Protocol) como meio de transporte do conteúdo.
Para que este transporte seja possível é necessário aplicar
normas de compressão e codificação aos conteúdos a
transmitir.
Index Terms— IPTV, WebTV, IP, UDP, TCP, broadcast,
RTP, MPEG, Codificação, Compressão, Codecs, Video,
Audio
A IPTV é um sistema através do qual os serviços de
televisão são entregues usando um conjunto de protocolos
Internet através de uma rede de comutação de pacotes em
vez de ser entregue através de um sinal terrestre tradicional,
via satélite ou formatos de televisão por cabo
convencionais.
Os serviços IPTV podem ser classificados em três grupos
principais:
1.
Televisão em tempo real, com ou sem
interatividade relacionada com o programa atual;
2.
Ver programas que já foram emitidos, por exemplo
catch-up TV ou start-over TV
3.
Com o avanço da tecnologia IP, surgiu a IPTV (Internet
Protocol Television), que oferece televisão com boa
qualidade através de circuitos, por exemplo ADSL [1].,
sobre IP (Internet Protocol).
Video on Demand (VOD), ou seja, disponibilizar
um conjunto de vídeos, por exemplo filmes, que
permitam a sua visualização durante um intervalo
de tempo mediante o pagamento de uma taxa.
Existe outra tecnologia, que muitas vezes é confundida com
IPTV, a WEB TV (World Wide Web Television), ambas são
expressões do conceito de convergência multimédia: voz,
vídeo e dados.
Os serviços de IPTV começam a surgir, em 2006, um pouco
por todo o mundo, incluindo Portugal. [2]
Com o aparecimento da IPTV, as empresas de
telecomunicações tentam cada vez mais oferecer serviços
direcionados para os clientes.
Embora ambos os serviços se baseiam na mesma tecnologia,
para transmitir vídeo, estes usam plataformas diferentes. O
IPTV usa uma rede privada, dedicada, gerida e operada por
fornecedores de serviços IPTV, com garantia de qualidade
para transmitir e entregar conteúdos aos consumidores. Por
outro lado, WEB TV usa a internet pública para entregar
conteúdos de vídeo ao utilizador final, não sendo assim
possível garantir o débito necessário para obter a qualidade
esperada pelo utilizador.
Neste trabalho vamos abordar quais os passos necessários
para que seja possível enviar os conteúdos de TV através de
uma rede IP, a arquitetura necessária para uma rede IPTV,
as diversas tecnologias para entregar o serviço ao cliente
final e por fim os deveres e obrigações de um operador de
IPTV.
1. INTRODUÇÃO
Durante muitos anos a transmissão de Televisão era
efetuada através de sinal analógico. Não sendo possível
oferecer serviços personalizados para cada cliente, uma vez
que o sinal enviado era igual para todos.
2. IPTV EM PORTUGAL
Em 2006, surgiu a primeira oferta comercial de IPTV, a
Clix, operadora de telecomunicações do grupo SonaeCom,
lançou a primeira oferta comercial, em Portugal. Esta oferta
1
para além de incluir o serviço de IPTV tinha também
agregado no mesmo pacote o serviço de Internet Banda
Larga ADSL e o Telefone Fixo.
Em Junho de 2007, surge a oferta da PT Comunicações,
denominada MEO. Esta oferta também inclui os serviços
Internet Banda Larga ADSL e Telefone fixo, associado ao
serviço de IPTV.
Em Portugal, são utilizados os 3 principais meios de
transporte de IPTV, ADSL, fibra ótica e cabo coaxial.
No que respeita ao ADSL, as linhas são partilhadas por
todos os operadores. Recentemente tem havido um
crescimento cada vez maior da tecnologia de Fibra Ótica,
existindo duas grandes redes, a da PT Comunicações e uma
rede partilhada pela Vodafone e SonaeCom. Em relação ao
cabo coaxial existem 2 redes, a da ZON e a da Cabovisão.
Neste momento em Portugal existem vários operadores de
IPTV ADSL e Fibra tais como Vodafone, PT Comunicações
e SonaeCom e por cabo coaxial, a ZON e a Cabovisão.
3. ARQUITETURA
3.1. Rede
Independentemente da tecnologia utilizada, a arquitetura de
uma rede IPTV divide-se essencialmente em 3 partes.
O headend possui vários componentes que podem variar de
rede para rede, incluindo:
 Prestadores de conteúdos – entidades responsáveis
pela criação original dos conteúdos. Como por
exemplo emissores de TV.
 Distribuidores de conteúdos – Em vez das
operadoras lidarem diretamente com os
distribuidores de conteúdos, de modo a pouparem
tempo, muitas operadoras de IPTV estão a recorrer
a este tipo de distribuidores. Estes são responsáveis
por agregar e a preparar o conteúdo de modo a
poder ser transmitido em redes IPTV,
simplificando todo o processo de licenciamento.
 Prestadores de serviços – entidade que fornece os
serviços de IPTV aos clientes.
É também no headend que se procede à compressão e
codificação de conteúdos, e ao encapsulamento destes de
modo a poderem ser enviados através da rede de transporte.
No headend, o vídeo é codificado (MPEG-1, MPEG-2,
MPEG-4) e processado com qualidade, sendo depois
entregue ao backbone IP, no qual todo sinal é encapsulado
por meio do protocolo IP e distribuído aos utilizadores.
A localização do headend é uma opção de implementação
da arquitetura, podendo ser centralizado ou distribuído.
Serviços interativos como IPTV e o VoD são
disponibilizados a partir de servidores de conteúdo em
formato MPEG e enviam uma cópia ao utilizador, quando
requisitado.
O servidor de vídeo precisa estar dimensionado tanto para o
conteúdo total, que deve armazenar, como também para o
número de utilizadores ativos.
O headend é então constituído pelos servidores de
multimédia (media server) onde são recebidos, armazenados
e codificados os conteúdos provenientes dos prestadores de
conteúdos. Após receber um pedido válido, o conteúdo é
enviado para a rede de agregação através do protocolo
MPLS.
Figura 1: Arquitetura da Rede
Antes da análise da arquitetura IPTV (figura 1), deve-se
definir os respetivos componentes, para responder às
exigências do utilizador.
3.1.1 Headend
Os vários serviços disponibilizados num serviço de IPTV
são encaminhados de diferentes formas, dependo do tipo de
utilização a dar. Por exemplo na TV em tempo real utilizase Multicast, (figura 2) contrariamente á Televisão
analógica e digital que enviava os dados em Broadcast
(figura 3). Num serviço de video-on-demand utiliza-se
Unicast (figura 4) pois é enviado só para o cliente que
efetuou o pedido.
Representa a extremidade principal de vídeo, ou seja, ponto
no qual se encontra o conteúdo total de vídeo (filmes,
programas etc.), com ligações às operadoras de TV
convencionais, para transmissão de programas em tempo
real.
2
(operadora de Telecomunicações) e a casa do utilizador.
Atualmente a ligação aos utilizadores pode ser realizada por
três tipos de tecnologias de rede de acesso: ADSL, Fibra
Ótica e Cabo Coaxial.
Estas diferentes tecnologias permitem ao utilizador contratar
diferentes débitos binários, dependendo do tipo de acesso
pretendido.
Figura 2: Encaminhamento broadcast
3.1.4 Protocolos de Transmissão
Nesta secção identificamos os protocolos de transmissão
usados no IPTV.
Como já referido anteriormente, o protocolo de rede
utilizado é Protocolo IP (Internet Protocol)[5], este é
protocolo que estabelece a internet, baseada em pacotes.
Liga o emissor ao destinatário apenas através de endereços,
com a informação encapsulada nos pacotes.
Figura 3: Encaminhamento multicast
O protocolo utilizado no transporte dos fluxos de TV e de
VoD é o Protocolo UDP (User Datagram Protocol)[6], a
principal razão da sua utilização deve-se à sua simplicidade
garantindo uma maior rapidez, no entanto pode reduzir a
qualidade de serviço, pois não há controlo de erros.
O Protocolo MPLS (Multiprotocol Label Switching)[7], é
protocolo utilizado na rede de núcleo e de distribuição, no
transporte de dados. Permite uma melhor gestão ao nível da
engenharia de tráfego;
Figura 4: Encaminhamento unicast
3.1.2 Núcleo da rede
O núcleo da rede suporta a transmissão de dados entre o
Headend e a Rede de Acesso garantindo Quality of Service
(QoS)[3] que reflete Quality of Experience (QoE)[4]
aceitável pelo utilizador, sendo ainda a zona onde se regista
maior quantidade de tráfego, pois toda a interação entre os
utilizadores e o Headend passa por esta zona.
São utilizados protocolos complementares ao UDP, o
Protocolo RTP (Real-time Transport Protocol) e o RTCP
(RTP Control Protocol)[8], pois adicionam aos pacotes
UDP um número de sequência que permite ao recetor
perceber se houve alguma perda ou atraso de pacotes;
Por fim o Protocolo IGMP (Internet Group Management
Protocol)[9], é utilizado na distribuição dos canais de
televisão. Liga utilizadores a um fluxo multicast e é
responsável pela mudança entre fluxos de outros canais de
televisão.
3.2. Codificação
O núcleo da rede agrupa os dados codificados
transportando-os sobre a rede IP do provedor de serviço
(backbone IP da operadora). Dotado de implementações de
QoS, que possam garantir jitter, atraso e, principalmente, a
perda de pacotes em limites aceitáveis, resultando em uma
qualidade de serviço e experiência aceitável para o cliente
final.
Uma vez que o sinal é inteiramente digital ao longo de todo
o encaminhamento, é então necessário perceber como é feita
a conversão do sinal analógico para o sinal digital.
Antes de mais é necessário entender que uma imagem é
representada por milhares/milhões de pixéis (figura 5),
quantos mais, melhor será o contorno da imagem, no
entanto não terá necessariamente melhor qualidade.
3.1.3 Rede de Acesso
A rede de acesso faz parte da arquitetura de uma rede IPTV,
representando a ligação entre o fornecedor de serviço
3




Uma resolução standard de TV (576 x 720);
Utilizando a sub-amostragem 4:2:2;
Uma resolução temporal de 25 imagens/s;
8 bits por amostra.
Ficamos com:
(576 x 720 + 2 x 576 x 360) x 25 = 20736000 amostras/s
Db = 20736000 x 8 = 166 Mbit/s
Figura 5: Exemplo Pixel
Após capturada uma imagem é dividida em blocos de 8 por
8, sendo que cada um desses blocos é uma amostra,
representada por 3 matrizes (Y,Cb,Cr). Cada um dos
elementos desta matriz representa um pixel.
Cada imagem é representada por uma grelha de pontos, cada
ponto está associado a um valor de luminância e dois de
crominância. Devemos ter atenção que o sistema visual
humano não é tão sensível às crominâncias como à
luminância. Logo, não é extramente necessário que se faça
amostragem destas duas componentes com a mesma
resolução. Existem formatos padrão de subamostragem da
cor:
 4:4:4 – É amostrado o mesmo número de pontos de
luminância e de crominância;
 4:2:2 – São amostrados na horizontal para a
crominância metade dos pontos amostrados para a
luminância;
 4:2:0 – Tanto na vertical como na horizontal o
número de pontos amostrados para a crominância é
metade do número de amostras de luminância.
Na figura 6 podemos ver um exemplo de uma matriz de
luminância.
Podemos verificar que este valor é incomportável para as
redes de acesso atuais, por este facto é necessário proceder à
compressão dos vídeos.
3.2.1 Técnicas de Compressão
Para colmatar este “problema”, recorrem-se a tecnologias de
compressão de vídeo, que servem para reduzir e eliminar
dados redundantes de vídeo para que um arquivo de vídeo
digital possa ser enviado de maneira eficaz através de uma
rede. Com técnicas eficientes de compressão, é possível
conseguir uma redução considerável no tamanho dos
ficheiros, com pouco ou nenhum efeito negativo sobre a
qualidade visual.
A maioria dos fornecedores de vídeo em rede utiliza
técnicas normalizadas de compressão. Estas normas são
importantes para garantir a compatibilidade e a
interoperabilidade.
O processo de compressão envolve a aplicação de um
algoritmo ao vídeo de origem para criar um arquivo
compactado pronto para ser transmitido. Para reproduzir o
arquivo compactado, um algoritmo inverso é aplicado para
produzir um vídeo que apresenta praticamente o mesmo
conteúdo do vídeo original. O tempo necessário para
compactar, enviar, descompactar e exibir um arquivo é
denominado latência. Quanto mais avançado o algoritmo de
compressão, maior será a latência.
Para isso existem técnicas de compressão, que passam
essencialmente pela manipulação dos seguintes aspetos:
Figura 6: Matriz de um bloco de uma imagem
1. Redundância
Está relacionada com as semelhanças e correlações de um
sinal, que permitem que diferentes formas de o representar
necessitem de fazer uso de um menor número de bits.
A redundância pode ser explorada em dois campos, a
redundância espacial e a redundância temporal.
Tendo em conta estes dados, podemos demonstrar o débito
binário necessário para enviar um vídeo, considerando os
seguintes fatores:
a. Redundância espacial
Na redundância espacial o sinal é representado segundo a
matriz DCT (Discrete Cosine Transform). Neste método, as
4
imagens são todas representadas em função de uma matriz
8x8 que contém variações sinusoidais de luminosidade,
como se representa na figura 2.
ser humano, encontram-se no canto superior esquerdo,
como tal, esta matriz é recolhida em zig-zag (figura 9).
Figura 7: Exemplo DCT
Figura 9: Matriz DCT recolha em ZigZag
b. Redundância temporal
Na redundância temporal são considerados os 2 aspetos, a
semelhança entre imagens sucessivas e a representação de
uma imagem com base numa imagem de um instante
anterior (correlação).
Isto pode ser feito através da diferença dos blocos existentes
numa imagem ou através da previsão de movimento de uma
imagem anterior, os chamados vetores de movimento, como
representado na figura 8.
No processamento desta matriz são aplicados modelos de
redundância estatística que têm a intenção de guardar
apenas os coeficientes mais importantes para a imagem,
colocando a zero (0) os restantes coeficientes, os menos
importantes.
3.2.2 Codecs
Como já referido esta compressão é efetuada através de
normas, que são denominadas por CoDecs (Codificador /
Descodificador) são utilizadas para comprimir o conteúdo,
e desta forma é possível diminuir o débito necessário para
enviar o mesmo conteúdo, permitindo assim um transporte
através das redes IP mais “barato”.
A entidade responsável pela normalização deste tipo de
ferramenta é a MPEG, que resulta da cooperação entre a
ITU-T e ISO/IEC. Esta entidade determina as normas para
compressão áudio e vídeo, assim como a sua codificação e
transmissão. Em 1993, apareceu o primeiro codec audiovídeo, sendo denominado por MPEG-1, sendo ainda um
codec muito limitado era utilizado para as transmissões de
televisão por cabo e por satélite [9].
Figura 8: Vetores de Movimento Video
2. Irrelevância
A irrelevância está relacionada com as partes da informação
do sinal, que são menos percetíveis pelos sentidos do ser
humano, e que podem ser eliminadas sem que haja
degradação da sua perceção do conteúdo.
Ao aplicar o DCT a uma imagem, os coeficientes que a
representam são os alocados na matriz DCT. Nessa matriz,
os elementos de maior energia, os mais percetíveis para o
Em 1995 surgiu o MPEG-2 foi o primeiro codec com
enorme polivalência de conteúdos, foi utilizado por
praticamente todas as entidades reguladoras das
transmissões televisivas, tanto satélite como cabo, assim
como DVD e Blu-ray. Seguidamente, surgiu o MPEG-3,
mas rapidamente se concluiu que este era redundante e
acabou por ser anexado ao MPEG-2. MPEG-2 foi o codec
com maior sucesso, e que se manteve mais tempo em uso.
Com o avançar das exigências dos utilizadores, a cada ano
que passa é necessário enviar mais conteúdo pela rede, para
obter maior qualidade de imagem. Desta forma era
necessário criar um novo Codec para enviar mais
5
informação com os mesmos débitos ou mesmo diminui-los.
Então em 1998, foi introduzido o MPEG-4, um novo codec
com uma enorme margem de expansão, pois é ideal tanto
para vídeo como para imagens sintetizadas por computador,
prática recorrente nos dias de hoje em todas as transmissões
televisivas. O MPEG-4, não passa de uma evolução do
MPEG-2, introduzindo melhores níveis de compressão com
melhor codificação de vídeo. Um outro fator de sucesso
deste codec é o facto de suportar IPMP [10], ou seja,
permite ao autor proteger e gerir os seus direitos de autor.
O MPEG-4 é o codec mais utilizado pelas atuais empresas
de fornecimento de IPTV, pois permite, gravação,
compressão e distribuição de imagem de alta definição. Esta
norma tem sido melhorada ao longo dos anos, atualmente
encontra-se na camada 10 de desenvolvimento,
H.264/MPEG-4 ou AVC [11], tendo esta sido introduzida
em 2003, desde então têm sido feitas melhorias baseadas
nesta camada de desenvolvimento.
Em relação ao áudio, o MPEG-4 utiliza um formato de
compressão, conhecido como AAC (Advanced Audio
Codec)[12], que é definida na parte 7 do MPEG-2 e na parte
3 do MPEG-4. Esta norma consegue uma melhor qualidade
sonora comparada com o MP3 com o mesmo ritmo binário.
O AAC suporta múltiplos canais (por exemplo canais 5.1 ou
7.1), e até 48 canais de áudio, tem uma baixa complexidade
computacional e cobre uma vasta gama de aplicações.
Independentemente da rede de acesso à rede, existe uma settop box[15] (figura 10) que é o elemento terminal do
utilizador que descodifica os dados recebidos da rede e os
converte em stream para a saída de vídeo, de acordo com o
padrão do aparelho de TV.
4. MODELO DE NEGÓCIO
De acordo com o relatório da pesquisa de TV Digital [16], o
número de casas que pagam para usufruir de IPTV chegará
a 165 milhões até o final de 2017, um aumento considerável
face aos 51 milhões de subscritores no final de 2011 e aos
7.5 milhões no final de 2007. O relatório estima que a China
vai fornecer 77 milhões (47%) do total de 2017, acima dos
14 milhões (28%) em 2011. Para os Estados Unidos está
previsto um segundo lugar em 2017, com 14,4 milhões de
subscrições IPTV. Através da análise do gráfico 1, podemos
analisar melhor estes valores
Dos 114 milhões de assinantes a serem adicionados entre
2011 e 2017, 86 milhões deverão ser da região da ÁsiaPacífico. Índia deverá fornecer mais de 7,2 milhões de
assinantes de IPTV.
A penetração global de IPTV atingiu 3,7% dos lares com
televisão no final de 2011. Até o final de 2017, a penetração
da IPTV deve crescer para 10,8%.
3.2.3 Equipamentos
Já falado anteriormente, a ligação na rede de Rede de acesso
pode ser efetuada através de diferentes tecnologias.
Se acesso a rede for através de uma ligação
ADSL/ADSL2+, o sinal transmitido através da rede de
telefone convencional e é recebido no local de consumo
pelo modem ADSL2/ADSL2+
No caso do acesso à rede ser efetuado através de uma
ligação de fibra ótica, o sinal será recebido no ONT
(Optical Network Terminal).[13]
Por último, se a rede de acesso à rede, for efetuada através
de cabo coaxial, o equipamento que recebe o sinal é o
modem coaxial.[14]
Gráfico 1: Número de subscritores IPTV
Este aumento de número de subscritores deve-se a uma
mudança de paradigma, no contexto de uma sociedade que
procura cada vez maior intersecção com os conteúdos
televisivos, associados a uma melhor QoE.
Figura 10: Set-up-Box IPTV
Para ir de encontro as necessidades dos clientes, os
operadores tem vindo a implementar novos serviços tais
como:
6





TV com alta definição;
Video Clube;
Pausa TV;
Restart TV;
Gravação
As várias operadoras tentam captar novos clientes através
da diversidade de serviços disponibilizados.
Com a entrada no mercado do serviço de IPTV, grande
parte dos operadores apostou em pacotes de serviços, tais
como:
 NET+VOZ;
 TV+NET+VOZ.
Recentemente, surgiu uma oferta baseada na associação dos
seguintes serviços:
 TV+NET+VOZ FIXA+VOZ/DADOS MÓVEL.
As constantes alterações de consumo dos clientes levam as
operadoras a lançarem novos serviços, apostando nas
diferenciações entre ofertas como forma de angariação de
novos clientes.
5. IMPACTO SOCIAL
A IPTV enfrenta questões jurídicas e regulamentares
comuns. Esta secção aborda questões legais relacionadas
com a aquisição de conteúdo, normas, questões de
qualidade de serviço e as questões de propriedade [17].
que pode exigir novo hardware e novas interfaces de
utilizador. O desafio para a indústria e reguladores é criar
normas abertas de forma a facilitar a interoperabilidade, isto
pode-se conseguir através do desenvolvimento de set-top
boxes multiplataforma. Portanto a indústria pode ajudar a
criar mais opções e a melhorar a utilização dos recursos.
5.3. Qualidade de Serviço
A Qualidade de serviço (QoS) é um dos principais critérios
que os reguladores devem considerar. No IPTV o
fornecedor pode controlar QoS, pois utiliza uma rede de
gestão privada. Outro aspeto é que dada a importância de
uma melhor qualidade de serviço, os utilizadores podem
escolher uma ou outra operadora, logo é do interesse da
operadora oferecer um serviço de alta qualidade.
Por outro lado, os reguladores dos diversos países devem
estar preparados para responder a novos paradigmas, com
base nas tendências tecnológicas.
7. FUTURO
Uma das possíveis evoluções no IPTV, passa por novas
normas de codificação do sinal mais eficientes. Encontra-se
em estudo uma nova norma que é uma evolução do MPEG4 AVC/H.264, e é esperado que se obtenham ganhos de
eficiência de 30-50% em relação à norma anterior, embora
seja necessário até dez vezes mais poder de processamento
para codificação em comparação com H.264 [18].
5.1. Questões jurídicas
Os fornecedores IPTV precisam oferecer conteúdo
apetecível e inovador, para atrair clientes. Esta é uma tarefa
difícil, pois necessitam de contactar com fornecedores de
conteúdo, garantindo assim os direitos necessários para
distribuir o conteúdo pelos seus clientes e estes
fornecedores geralmente exigem as maiores audiências
possíveis, para obterem uma exposição máxima.
Os produtores de conteúdo também procuram garantias de
uma cadeia de distribuição segura, que vai salvaguardar os
seus direitos de propriedade intelectual, bem como garantir
a transmissão de alta qualidade.
5.2. Normas
Os governos devem considerar que as normas de IPTV
necessitam de autorização para operar num determinado
país.
Sendo que existem diversas normas (Microsoft ou baseados
em padrões DVB) e não são interoperáveis, isto cria
dificuldades para os consumidores que podem querer mudar
de operador de serviços. Essa mudança implica um processo
Na nossa opinião as operadoras deveriam ter em conta, uma
maior integração dos serviços disponibilizados na IPTV, em
em novas plataformas, tais como smartphones e tablets.
Outro dos aspetos, que irá aumentar a experiência de
utilização do utilizador, a transmissão das emissões de
televisão em 3D [19].
8. CONCLUSÕES
Com a realização deste trabalho foi possível adquirir
conhecimento nas áreas de codificação de sinais analógicos
para digitais, de compressão dos sinais para ser possível o
envio nas redes de telecomunicações atuais, e também tomar
conhecimento das arquiteturas de rede atuais e os respetivos
protocolos de comunicação.
Tivemos contacto com os dados de utilização mundiais do
serviço de IPTV, o número de utilizares atuais e os
esperados nos próximos anos. Podendo assim concluir que
este é um negócio em expansão e que as operadoras devem
apostar na diferenciação de serviços como oportunidade
para angariar novos clientes.
7
Em conclusão, os produtores de conteúdo deve apostar em
novas normas de codificação, para assim ser possível fazer
chegar o conteúdo ao cliente com a melhor qualidade e
menor débito possível.
9. REFERÊNCIAS
[1] Asymmetric digital subscriber line, acessivel em :
http://en.wikipedia.org/wiki/Asymmetric_digital_subscriber_l
ine
[2] “Comunicações Audiovisuais: Tecnologias, Normas e
Aplicações”, F. Pereira, IST Press, 2009
[3] Quality of servisse, acessível em:
http://en.wikipedia.org/wiki/Quality_of_service
[4] Quality of experience, acessível em:
http://en.wikipedia.org/wiki/Quality_of_experience
[5] Internet Protocol, acessível em:
António Cardoso Junior, nascido em New
Bedford, MA USA. Frequenta o Instituo
Superior Técnico desde 2005, onde atualmente
está inscrito no Mestrado de Redes de
Comunicação no ramo de Gestão das Redes, da
Informação e dos Serviços, no Instituto
Superior Técnico, campus TagusPark, em
Lisboa, Portugal.
http://en.wikipedia.org/wiki/Internet_Protocol
[6] User Datagram Protocol, acessível em:
http://en.wikipedia.org/wiki/User_Datagram_Protocol
[7] Multiprotocol Label Switching, acessível em:
http://en.wikipedia.org/wiki/Multiprotocol_Label_Switching
[8] Real-time Transport Protocol, acessível em:
http://en.wikipedia.org/wiki/Real-time_Transport_Protocol
[9] Moving Picture Experts Group (MPEG), acessível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/MPEG
[10] IPMP Extensions, acessível em:
http://mpeg.chiariglione.org/standards/mpeg-4/ipmpextensions
[11] H.264/MPEG-4 Part 10 or AVC, acessível em:
http://en.wikipedia.org/wiki/H.264/MPEG-4_AVC
[12] H.264: The New MPEG Standard, acessível em:
http://www.ece.iisc.ernet.in/network_labs/iod/downloa
d/seminar-slides/H.264.pdf
[13] ONT - Optical Network Terminal, acessível em:
http://cliente.clix.pt/apoiotecnico/fibra/ligacoes/ont---opticalnetwork-terminal/ont---optical-network-terminal.html
[14] Cable modem, acessível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cable_modem
[15] Set-top box, acessível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Settop_box
[16] Global IPTV Numbers to Triple in 5 Years, acessível em:
http://btreport.net/2012/07/global-iptv-numbers-to-triple-in-5years/
[17] Legal and regulatory issues impacting IPTV, acessível em:
http://www.ictregulationtoolkit.org/en/Section.3432.html
[18] Elemental Technologies adds support for H.265 codec,
acessível em: http://www.iptv-news.com/2013/02/elementaltechnologies-adds-support-for-h-265-codec/
[19] Televisão 3D, acessível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Televis%C3%A3o_3D
Paulo Martins, nascido em Bragança em 1990.
Frequenta o IST desde 2008 onde se encontra
atualmente a completar o Mestrado Bolonha em
Engenharia de Redes de Comunicações no
Instituto Superior Técnico, pólo do Taguspark.
Licenciou-se em Engenharia de Redes de
Comunicações, pela mesma instituição, em
2013.
8
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