INGI PETITEMBERTE KLAIN
MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto
de academia e personal training.
TESE DE DOUTORAMENTO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO
Orientadores:
Prof. Doutor José Carlos Gomes de Carvalho Leitão
Prof. Doutor João Miguel Moutão
VILA REAL, 2013
INGI PETITEMBERTE KLAIN
MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto
de academia e personal training.
Orientadores:
Prof. Doutor José Carlos Gomes de Carvalho Leitão
Prof. Doutor João Miguel Raimundo Peres Moutão
UTAD
Vila Real – 2013
II
FICHA CATALOGRÁFICA
Klain, Ingi Petitemberte.
Motivação para a prática de exercício físico –
Observação de modelos motivacionais de adesão em
contexto de academia e personal training. Vila real: [s.n],
2013.
Orientadores: Prof. Doutor José Carlos Gomes de Carvalho Leitão
Prof. Doutor João Miguel Raimundo Peres Moutão
Dissertação (Doutoramento) Universidade de Trás-os-Montes e
Alto Douro.
III
Dissertação
foi
expressamente
elaborada com vista à obtenção do grau
de Doutor em Ciências do Desporto de
acordo com o disposto no Decreto-Lei
107/2008, de 25 de Junho.
IV
Ao meu filho Arthur, com amor.
Luz da minha vida.
V
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, pelo incentivo, apoio e acima de tudo por acreditarem
em mim. Mãe, eu sou grata por cada palavra, por cada minuto de tua vida
dedicado para que eu me tornasse uma pessoa melhor e Pai, obrigada por ter
tido a honra e o prazer de ser tua filha em tua breve passagem pela terra;
A minha querida família que sempre me apoiou e compreendeu, nas
ausências e bons e maus momentos da vida;
Ao caro Professor Doutor João Moutão a quem posso chamar de amigo,
e por quem tenho profunda admiração e respeito, por sua disposição,
dedicação e paciência;
Ao Professor Doutor José Carlos Leitão, por sua disponibilidade e pela
pertinência das sugestões metodológicas;
Ao Professor Doutor Luís Cid Serra, por sua importante colaboração;
Aos meus queridos alunos, pela inspiração, pelo carinho e pela
compreensão quando precisei ficar ausente;
A todos os colegas que acrescentaram de alguma forma conhecimento a
este estudo, os quais eu pude discutir e trocar ideias;
Ao Rony por sua ajuda, apoio e incentivo imprescindíveis;
Ao meu maravilhoso filho, por sua relativa compreensão nos momentos
em que eu estive distante, e que não pude estar ao seu lado como gostaria.
Ocasiões em que precisei trocar a maior realização que uma mãe pode ter que
é estar ao lado do seu filho partilhando alegria, amor e carinho, para estar à
frente de um computador. Não sei se poderei algum dia compensar os
momentos perdidos, eu peço à Deus que sim;
A todos, o meu mais sincero agradecimento pela oportunidade de poder
dividir essa alegre conquista com vocês.
Valeu cada segundo!
VI
ÍNDICE GERAL
FICHA CATALOGRÁFICA.................................................................................. III
AGRADECIMENTOS......................................................................................... VI
ÍNDICE GERAL ................................................................................................ VII
ÍNDICE DE TABELAS ........................................................................................ X
ÍNDICE DE FIGURAS....................................................................................... XII
ÍNDICE DE ANEXOS....................................................................................... XIII
LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................ XIV
RESUMO .......................................................................................................... XV
ABSTRACT..................................................................................................... XVII
1. INTRODUÇÃO................................................................................................. 1
1.1.1. ENQUADRAMENTO E PERTINÊNCIA DO ESTUDO ........................ 2
1.1.2. CONTEXTO DE APLICAÇÃO ............................................................. 6
1.2. ESTRUTURAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO ...................................................... 6
1.3. OBJETIVOS DA INVESTIGAÇÃO................................................................ 7
1.3.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................. 7
1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................... 7
1.4. HIPÓTESES ................................................................................................. 8
2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................... 9
2.1. A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO NO MUNDO, NO BRASIL E NA
CIDADE DE PELOTAS/RS................................................................................ 10
2.2. DEFINIÇÃO DE ACADEMIA E DE PERSONAL TRAINING ...................... 11
2.3. TEORIA DA AUTODETERMINAÇÃO (TAD) E TEORIA DOS OBJETIVOS
DE REALIZAÇÃO (TOR): FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA EM QUE SE BASEIA
ESTE ESTUDO ................................................................................................. 14
VII
2.4. TEORIA DA AUTODETERMINAÇÃO (TAD) .............................................. 14
2.4.1. TEORIA DAS NECESSIDADES BÁSICAS ....................................... 17
2.4.2. TEORIA DA AVALIAÇÃO COGNITIVA ............................................. 18
2.4.3. TEORIA DA INTEGRAÇÃO ORGANÍSMICA.................................... 19
2.4.4. TEORIA DA ORIENTAÇÃO DE CAUSALIDADE .............................. 22
2.4.5. TEORIA DAS METAS MOTIVACIONAIS.......................................... 23
2.5. TEORIA DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO (TOR)................................ 23
2.5.1. CLIMA MOTIVACIONAL ................................................................... 26
2.6. A INTEGRAÇÃO DA TOR (AGT) E DA TAD (SDT) PARA EXPLICAR A
ADESÃO À PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO ................................................ 27
3. METODOLOGIA ............................................................................................ 33
3.1. DESENHO DA INVESTIGAÇÃO ................................................................ 34
3.2. METODOLOGIA DE VALIDAÇÃO DOS MODELOS TESTADOS ............. 35
3.3. TÉCNICAS E ESTATÍSTICAS DE ANÁLISE DE DADOS.......................... 37
3.4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS GERAIS .................................... 38
4. ESTUDOS EMPÍRICOS ................................................................................ 41
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM
ACADEMIA E PERSONAL TRAINING ..................................................... 42
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE
REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL
TRAINING ................................................................................................. 57
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE
ATIVIDADE FÍSICA EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING .............. 75
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES ............................................. 92
5.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 93
5.2. CONCLUSÕES........................................................................................... 95
6. PRESSUPOSTOS, LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÕES
FUTURAS ................................................................................................. 99
VIII
6.1. PRESSUPOSTOS E LIMITAÇÕES .......................................................... 100
6.2. PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS ................................ 101
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 103
8. ANEXOS ...................................................................................................... 125
IX
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Consistência interna, pesos fatoriais e medidas de ajustamento do
modelo de medida de cada um dos 14 fatores que compõem o EMI-2p .......... 50
Tabela 2 - Estatística descritiva e análise comparativa dos motivos para a
prática de atividade física entre praticantes de academia e personal training .. 51
Tabela 3 - Estatística descritiva e análise comparativa dos motivos para a
prática de exercício entre praticantes de academia e personal training............ 52
Tabela 4 - Estatística descritiva e análise comparativa dos motivos para a
prática de exercício entre os praticantes dos géneros masculino e feminino ... 53
Tabela 5 - Análise fatorial confirmatória e seus respectivos índices de
ajustamento obtidos para cada um dos questionários utilizados ...................... 66
Tabela 6 - Parâmetros estandardizados dos itens da PMCEQp e GOEMp...... 67
Tabela 7 - Estatística descritiva, correlações e fidedignidade interna (na
diagonal) das variáveis latentes presentes nos modelos de equações
estruturais analisados ........................................................................................ 67
Tabela 8 - Estatística descritiva e análise comparativa das regulações
motivacionais para prática de atividade física entre praticantes de academia e
personal training ................................................................................................ 69
Tabela 9 - Análise comparativa das regulações motivacionais para prática de
atividade física entre os gêneros de praticantes de academia e de personal
training ............................................................................................................... 69
Tabela 10 - Análise fatorial confirmatória e respetivos índices de ajustamento
obtidos para cada um dos questionários utilizados ........................................... 83
Tabela 11 - Estatística descritiva das variáveis latentes presentes nos modelos
de equações estruturais analisados .................................................................. 84
X
Tabela 12 - Análise correlacional e consistência interna (na diagonal) das
variáveis latentes presentes nos modelos de equações estruturais analisados
........................................................................................................................... 84
Tabela 13 - Estatística descritiva e análise comparativa das regulações
motivacionais para prática de exercício físico entre praticantes de academia e
personal training ................................................................................................ 86
Tabela 14 - Análise comparativa das regulações motivacionais para prática de
exercício físico entre os gêneros de praticantes de academia e de personal
training ............................................................................................................... 87
XI
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema geral da Teoria da Autodeterminação (adaptado de
Barbosa, 2011) .................................................................................................. 16
Figura 2 - Continuum de autodeterminação (adaptado de Deci & Ryan, 2008)
........................................................................................................................... 22
Figura 3 - Teoria dos Objetivos de Realização – Percepção de Competência e
Sucesso (Cid & Louro, 2010)............................................................................. 61
Figura 4 - Modelo de equações estruturais em que se analisa o efeito das
variáveis da TOR sobre a adesão ao exercício ................................................. 68
Figura 5 - Modelo de equações estruturais em que se analisa as relações
causais entre as variáveis da TAD e seu efeito sobre a adesão ao exercício .. 85
XII
ÍNDICE DE ANEXOS
ANEXO
I
–
INSTRUÇÕES
GERAIS
DE
PREENCHIMENTO
DOS
QUESTIONÁRIOS ........................................................................................... 126
ANEXO II – QUESTIONÁRIO UTILIZADO NO ESTUDO 1 ............................ 127
ANEXO III – QUESTIONÁRIOS UTILIZADOS NO ESTUDO 2....................... 130
ANEXO IV – QUESTIONÁRIOS UTILIZADOS NO ESTUDO 3 ...................... 131
ANEXO V – CARTA DE APRESENTAÇÃO .................................................... 133
ANEXO VI – CARTA DE APROVAÇÃO DO PROJETO ................................. 134
ANEXO VII – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO...... 135
ANEXO VIII – CD-ROM COM OUTPUTS ESTATÍSTICOS ............................ 136
XIII
LISTA DE ABREVIATURAS
χ2 = Qui-quadrado
AFC = Análise Fatorial Confirmatória
AFE = Análise Fatorial Exploratória
BPNES = Basic Psychological Needs in Exercise Scale
BREQ = Behavioural regulation in exercise questionnaire
PASECQ = Perceived Autonomy Support Exercise Climate Questionnaire
EMI-2 = Exercise Motivation Inventory
GOEM = Goal Orientation in Exercise Measure
PMCEQ = Perceived Motivational Climate in Exercise Questionnaire
TAD = Teoria da Autodeterminação
SDT = Self-determination Theory
TOR = Teoria dos Objetivos de Realização
AGT = Achievement Goal Theory
NPB = Necessidades Psicológicas Básicas
DP = Desvio Padrão
M = Média
Máx. = Valor máximo
Mín. = Valor mínino
n = Número de sujeitos
XIV
RESUMO
Esta investigação tratou da motivação para prática de atividade física em praticantes
de academia e personal training e para tal, foi dividida em três estudos. A amostra foi
composta por 405 praticantes de academia (240 femininos, 165 masculinos) com
idades entre 18 e 81 anos (M = 35; DP = 17) e 183 praticantes de personal training
(142 femininos, 41 masculinos) com idades entre 18 e 88 anos (M = 43; DP = 16), de
Pelotas-RS, Brasil.
Estudo 1
Teve como propósito analisar os motivos para prática de atividades físicas e comparar
o perfil motivacional dos praticantes tendo em conta o gênero, para tal, recorreu-se a
versão Portuguesa do questionário Exercise Motivation Inventory. Os principais
resultados revelaram diferenças significativas entre os motivos mais prevalentes para
a prática de atividade física, quanto ao tipo de atividade (os praticantes de academia
indicam motivos mais relacionados com o prazer, o desafio, a socialização, e os
praticantes de personal training mais relacionados com a prevenção de doenças), e
quanto ao gênero (os praticantes femininos apresentam motivos mais relacionados
com as questões de saúde (física e mental) e os masculinos com questões de
condição física (competição e reconhecimento social).
Palavras-Chave: Motivos; Atividade física; Academia; Personal training; Motivação.
Estudo 2
Teve como finalidade verificar a validade das relações hipotetizadas pela Teoria dos
Objetivos de Realização na predição da adesão a atividade física. Para avaliação do
clima motivacional e dos objetivos de realização, recorreu-se às versões Portuguesas
do Goal Orientation in Exercise Measure e Perceived Motivational Climate in Exercise
Questionnaire. Os primordiais resultados revelaram que a orientação para Tarefa é
mais elevada em ambos os gêneros e grupos de praticantes. Por outro lado, todas as
variáveis subjacentes à teoria dos objetivos de realização correlacionam-se
positivamente de forma significativa, em especial, entre o clima para a mestria e a
orientação para a tarefa e entre o clima para a performance e a orientação para o ego.
Por último o modelo de equações estruturais hipotetizado demonstra que o clima para
a mestria e para a performance tem um impacto direto sobre a orientação para a tarefa
e para o ego, respectivamente, e estes por suas vez têm um efeito significativo sobre a
adesão à atividade física.
Palavras-Chave: Objetivos de realização; Clima motivacional; Motivação; Adesão.
XV
Estudo 3
Teve como objetivo averiguar a validade das relações hipotetizadas pela Teoria da
autodeterminação na predição da adesão à atividade física. Para avaliação do suporte
da autonomia, a satisfação das necessidades básicas e o tipo de regulação
motivacional, recorreu-se às versões Portuguesas dos questionários Perceived
Autonomy Support Exercise Climate Questionnaire, Basic Psychological Needs in
Exercise Scale e Behavioural regulation in exercise questionnaire 2. Os principais
resultados revelaram que os praticantes de personal training apresentam formas de
regulação mais autodeterminadas e mais adesão à atividade física. Foi testado um
modelo de equações estruturais que demonstra que o suporte de autonomia
promovido pelo educador físico promoverá a satisfação das necessidades psicológicas
básicas, que terá um efeito positivo sobre a regulação autônoma, a qual terá por fim
um impacto positivo na adesão à atividade física.
Palavras-Chave: Regulação motivacional; Suporte da autonomia; Necessidades
psicológicas básicas; Adesão; Academia; Personal training.
XVI
ABSTRACT
This research addressed the motivation for physical activity in practitioners of academy
and personal training and such, was divided into three studies. The sample was
composed of 405 practitioners from academia (240 female, 165 male) aged between
18 and 81 years (M = 35, SD = 17) and 183 practitioners of personal training (142
female, 41 male) aged between 18 and 88 years (M = 43, SD = 16), Pelotas-RS, Brazil.
Study 1
Aimed to analyze the reasons for physical activity and compare the motivational profile
of practitioners taking into account gender, for this, we used the Portuguese version of
the questionnaire Exercise Motivation Inventory. The main results revealed significant
differences between the most prevalent reasons for physical activity, the type of activity
(practitioners academy indicate reasons more related to pleasure, challenge,
socialization, and practicing personal training more related with disease prevention)
and by gender (female practitioners have more reasons related to health issues
(physical and mental), and male fitness issues (competition and social recognition).
Keywords: Reasons; Physical activity; Academy, Personal training; Motivation.
Study 2
Aimed to verify the validity of the relationships hypothesized by the Theory of Goal
Achievement in predicting adherence to physical activity. For evaluation of the
motivational climate and achievement goals, appealed to the Portuguese versions of
Goal Orientation in Exercise Measure and Perceived Motivational Climate in Exercise
Questionnaire. The primary findings revealed that task orientation is higher in both
genders and groups of practitioners. Moreover, all the variables underlying the theory
of achievement goals positively correlate significantly, especially among the climate for
mastery and task orientation and climate between performance and ego orientation.
Finally, the hypothesized structural equation model shows that the climate for mastery
and performance has a direct impact on task orientation and ego respectively, and
these in their turn have a significant effect on the adhesion activity physics.
Keywords: Goal achievement; Motivational climate; Motivation; Adherence.
Study 3
Aimed to ascertain the validity of the relationships hypothesized by the Theory of selfdetermination in predicting adherence to physical activity. To the assessment support
of autonomy, satisfaction of basic needs and the type of motivational regulation,
appealed to the Portuguese versions of the questionnaires Perceived Autonomy
Support Climate Exercise Questionnaire, Basic Psychological Needs in Exercise Scale
and Behavioural regulation in exercise questionnaire 2. The main earnings revealed
that the practitioners of personal training have more self-determined forms of regulation
and more adherence to physical activity. It was tested a structural equation model
XVII
which demonstrates that the support of autonomy promoted by the physical educator
will promote the satisfaction of basic psychological needs, which will have a positive
impact on the regulation of autonomy, which will ultimately have a positive impact on
adherence to physical activity.
Keywords: Motivational regulation; Support of autonomy; Basic psychological needs;
Adherence; Academy, Personal training.
XVIII
1. INTRODUÇÃO
1
Introdução
MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto
de academia e personal training.
1
INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
1.1.1. ENQUADRAMENTO E PERTINÊNCIA DO ESTUDO
Embora se tenha um conhecimento geral sobre os benefícios da
atividade física, percebe-se que cerca de 30% da população mundial, mantémse inativa nos países industrializados e em desenvolvimento. No Brasil
especificamente, este valor é ainda maior, aproximadamente 49%. (Hallal et al.,
2012).
Nota-se que estas elevadas taxas de sedentarismo são também
sintomas de certa ineficácia das abordagens “tradicionais” para a promoção da
atividade física, centradas na persuasão/pressão para a mudança através da
divulgação dos benefícios da alteração do comportamento, causando
sedentarismo na maioria da população, mesmo esta sendo conhecedora dos
benefícios de um estilo de vida ativo (Moutão, 2010). Visto que a promoção da
saúde através da prática de exercícios físicos passa pelo conhecimento de
suas determinantes, torna-se necessário o uso da motivação para prática da
atividade física, já que segundo Klain (2010), a “falta de tempo” foi apontada
em seu estudo como a principal razão para os sujeitos não se exercitarem, o
que reforça ainda mais essa necessidade, sendo que a “falta de tempo” reflete
muitas vezes uma real “falta de vontade”, o que se traduz como “falta de
motivação”.
De acordo com Weinberg e Gould (2010), a motivação é considerada
uma variável fundamental tanto para adesão à prática, quanto para a
aprendizagem e desempenho em contextos esportivos e de exercício físico.
A motivação também está relacionada com a possibilidade de se obter,
ou não, o sucesso pretendido dentro das sessões de exercício físico. Um
programa bem elaborado, associado à motivação dos sujeitos, contribui para
um incremento nos índices de adesão. Um dos fatores de auxílio reside
também, nas experiências passadas, que projetam certa expectativa na
formulação dos resultados, ou seja, as ações passadas e presentes são fatores
realmente determinantes na concepção de motivação e adesão à atividade
física (ACSM, 2013). Desta forma, o sucesso de qualquer programa de
2
INTRODUÇÃO
exercícios físicos relaciona-se à motivação de seus participantes e esta, sendo
caracterizada como um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta
(Samulski, 2009) é considerada uma variável fundamental para a adesão
(Moreno, Dezan, Duarte, & Schwartz, 2006; Weinberg & Gould, 2010).
Além disso, a principal razão do envolvimento com exercícios físicos
regulares é a possibilidade de transformar, ou de ser um agente transformador.
Os comportamentos adotados devem ser vislumbrados como formas
desejadas, ou elementos positivos de comportamentos estáveis. A motivação
passa a ser então, um aspecto muito importante no desenvolvimento do
homem, seja ela utilizada na relação ensino-aprendizagem ou no processo de
desenvolvimento psicológico (Samulski, 2009; Weinberg & Gould, 2010).
Infelizmente, a adesão ocorre em apenas 5% dos adultos fisicamente
ativos que iniciam um programa estruturado de exercício físico em academias
(ACSM, 2013; IHRSA, 2013). A falta de tempo, de vontade e o elevado custo
da mensalidade, são alguns dos motivos que impedem a continuidade da
prática regular de exercícios físicos em academias (Liz, Crocetta, Brandt, &
Andrade, 2010). Desta forma, pode-se afirmar que um dos grandes desafios da
saúde pública tem sido o de manter os indivíduos ativos fisicamente, de
maneira regular (WHO, 2002).
Nota-se ainda que logo após o vencimento da inércia e a consequente
adoção de um estilo de vida mais ativo, diga-se a prática de exercício físico, o
principal desafio da adoção de um estilo de vida ativo é a manutenção (Berger,
Pargman, & Weinberg, 2002; Buckworth & Dishman, 2002).
Os estudos sobre a adesão ao exercício físico são importantes porque
podem contribuir para o conhecimento dos processos subjacentes ao
abandono e/ou persistência dos sujeitos neste contexto que, pode ser útil para
conduzir as intervenções, maximizar a persistência da atividade e minimizar o
abandono (Pelletier, Fortier, Vallerand, & Brière, 2001; Sarrazin, Boiché, &
Pelletier, 2007). Por esta razão, não se pode deixar de concordar com
Frederick (2002), quando diz que “talvez uma das mais importantes e
apaixonantes razões para estudar a motivação no domínio do desporto e do
exercício seja o desejo de associar a motivação à adesão”, pois se esta relação
entre a motivação e a adesão se confirma podemos estar diante da chave da
3
INTRODUÇÃO
promoção da prática da atividade física e, consequentemente, da saúde e do
bem-estar geral das pessoas.
Todavia, existem muitas pesquisas relacionadas aos motivos que levam
à adesão (Balbinotti, Barbosa, Balbinotti, & Saldanha, 2011; Liz et al., 2010;
Teixeira, Carraça, Markland, Silva, & Ryan, 2012), porém, de maneira geral
relacionadas ao âmbito da academia e seus programas de treinamento
convencionais. Neste sentido, nota-se a falta de investigações especificamente
referidas ao personal training e também estudos comparativos entre essas
duas modalidades de treinamento.
Apesar da necessidade de informações sobre os fatores motivacionais
que levam a adesão de um programa de exercícios físicos, há um número
pequeno de pesquisas realizadas no ambiente da academia de ginástica
(Monteiro, 2002), e uma quantidade ainda menor em relação ao personal
training que de certa forma é uma atividade nova, de custo elevado, onde seu
número de praticantes é ainda menor (Bossle & Fraga, 2011, Monteiro, 2002).
Essa carência se torna ainda mais evidente quando são procuradas pesquisas
realizadas no Brasil, onde esse tema ainda é bastante recente.
Tendo em vista a necessidade de ampliar o conhecimento sobre este
tema, além das perspectivas citadas acima, serão descritos outros aspectos
relevantes, a fim de justificar a pertinência desse estudo:
As academias são cada vez mais populares nas sociedades
industrializadas (IHRSA, 2013) e o estudo destes indivíduos ativos poderá
trazer novas pistas sobre estratégias para promover a sua adesão e
manutenção na atividade física (Buckworth & Dishman, 2002).
Relacionando motivação a adesão, Balbinotti e Capazzoli (2008)
sugerem que novas investigações devem ser realizadas, a fim de verificar a
existência de diferenças estatísticas nos níveis de motivação à prática de
atividade física, controlando as modalidades praticadas nos ambientes de
academias e Klain (2010), propõem a realização de novos estudos a fim de
verificar a existência de diferenças estatísticas nos níveis de motivação à
prática de atividades físicas, controlando outras variáveis como, por exemplo, o
tipo de modalidade tais como: programa de treinamento personalizado e
4
INTRODUÇÃO
programa de treinamento em academia convencional, pois pouco é conhecido
acerca dos tipos específicos de programas que podem ter sucesso na
promoção de mudanças de comportamento significativas a longo prazo
(McClaran, 2003). Assim, busca-se poder melhor explicar os fenômenos
relativos ao desenvolvimento humano.
Outro aspecto extremamente relevante é haver notável carência de
instrumentos válidos e fidedignos que avaliem a motivação em seus diferentes
âmbitos, para a população brasileira praticante de exercício físico.
Além disso, podemos acrescentar ainda, que as teorias motivacionais
podem ser utilizadas para tornar inteligíveis os motivos pelos quais as pessoas
se motivam ou desmotivam na adesão à prática de exercício físico, pois,
tentam explicar a razão pela qual determinado comportamento é adotado
(Koivula, 1999). Por esta razão, as abordagens mais recentes começaram a
integrar diferentes teorias a fim de compreender melhor o comportamento
humano (Wang & Biddle, 2007), como no caso deste estudo.
Existem estudos que procuram (Ntoumanis, 2001; Georgiadis, et al.,
2001) explicar à adesão a prática de atividade física através da integração das
teorias TAD e TOR, no entanto, o conhecimento sobre o impacto da interação
entre estas teorias sobre o comportamento de adesão ao exercício físico,
praticado no contexto das academias é praticamente nulo. Talvez seja por essa
razão que Ntoumanis (2001) tenha alertado para o fato de que o caminho a
percorrer ainda era longo, sugerindo que a investigação futura deveria
examinar as ligações empíricas entre estas duas teorias da motivação
utilizando participantes de outros contextos de atividade física, dando como
exemplo os praticantes de atividades de academia.
A integração de modelos teóricos tem como objetivo geral, suprimir
lacunas entre as teorias e procurar complementaridade que permita uma
explicação mais alargada do comportamento (Hagger & Chatzisarantis, 2009),
possibilitando verificar se as teorias podem ser combinadas num modelo
integrado que favoreça a compreensão do mesmo (Wang & Biddle, 2007).
A análise do ajustamento dos pressupostos da TAD e da TOR a
realidade brasileira em contexto de academia e de personal training, conduz5
INTRODUÇÃO
nos às seguintes questões: i) Quais os motivos mais prevalentes para prática
de exercício físico? ii) Qual o papel do clima motivacional e da orientação dos
objetivos de realização para prática de exercício físico? iii) Qual o resultado da
mediação das necessidades psicológicas básicas, sobre a regulação autônoma
e seu efeito na adesão ao exercício físico?
Ao longo desta investigação procuramos abordar estas e outras
questões similares, uma vez que constituem um desafio em aberto para
estudiosos e profissionais que procuram incessantemente uma prática
profissional ancorada em racionais teóricos sólidos e atuais.
Sendo assim, com o intuito de proporcionar uma explicação diferenciada
e talvez mais completa para o comportamento fisicamente ativo, esta
investigação teve como foco o estudo dos motivos para a prática de atividade
física em contexto de academia e personal training, objetivando desenvolver
modelos que suportem de forma positiva a adesão à prática.
1.1.2. CONTEXTO DE APLICAÇÃO
Esta pesquisa estudou os fatores motivacionais que levam a adesão à
programas de treinamento em academia e personal training da cidade de
Pelotas/RS/Brasil, com o acompanhamento de uma amostra da população
frequentadora regular das aulas (i.e. no mínimo duas sessões de treino por
semana) de tais programas.
A cidade de Pelotas está localizada no extremo sul do Rio Grande do
Sul, Brasil e possui cerca de 340.000 habitantes. A população desta
investigação foi composta por indivíduos adultos (acima de 18 anos), de ambos
os gêneros, inscritos em programa de exercícios físicos em academia e
personal training, nos locais participantes deste estudo.
1.2. ESTRUTURAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO
Esta dissertação está organizada em oito partes, sendo a primeira
dedicada a introdução e a segunda a realização de uma breve revisão da
literatura, sobre os aspectos conceituais inerentes a TAD e a TOR e a revisão
de estudos que tenham sido realizados sobre esta mesma temática.
6
INTRODUÇÃO
A terceira parte está orientada para a descrição dos aspectos
metodológicos gerais inerentes a componente experimental.
A quarta parte foi elaborada de acordo com os objetivos prédeterminados para a presente investigação e a componente empírica foi
dividida em três estudos, todos estruturados de forma independente, levando
em consideração os procedimentos adequados para realização de um trabalho
científico.
Na quinta, sexta, sétima e oitava partes, respectivamente, constam as
considerações finais e conclusões possíveis, confrontando os nossos
resultados com as hipóteses de investigação e reorganizando os contornos das
questões apresentadas sendo especuladas algumas implicações para a prática
profissional, pressupostos e limitações e realizadas algumas recomendações
para estudos futuros.
1.3. OBJETIVOS DA INVESTIGAÇÃO
1.3.1. OBJETIVO GERAL
Considerando os aspectos acima mencionados, o objetivo geral do
presente estudo foi investigar a motivação para à prática de exercício físico em
contexto de academia e de personal training.
1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Desta forma, na realização desta investigação, teve-se a intenção de
alcançar os seguintes objetivos específicos:
•
Identificar os motivos para à prática de exercício físico em
contexto de
academia e personal training e comparar o perfil
motivacional destes praticantes tendo em conta o gênero;
•
Analisar a validade das relações hipotetizadas pela Teoria dos
Objetivos de Realização (TOR) na predição da adesão ao
exercício físico em praticantes de academia e personal training;
7
INTRODUÇÃO
•
Verificar a validade das relações hipotetizadas pela Teoria da
autodeterminação (TAD) na predição da adesão ao exercício
físico em praticantes de academia e personal training;
•
Realizar nos estudos desenvolvidos nesta pesquisa uma análise
prévia da validade e fidedignidade dos instrumentos utilizados.
1.4. HIPÓTESES
A formulação dos objetivos específicos deram origem às seguintes
hipóteses:
•
H1. A percepção dos motivos para a prática de exercício físico
difere significativamente para os praticantes de academia e de
personal training;
•
H2. Os praticantes de academia e de personal training diferem
significativamente quanto ao seu perfil motivacional;
•
H3. A influência do clima motivacional associado a orientação dos
objetivos de realização na adesão ao exercício físico é
percepcionado de forma idêntica por ambos os grupos;
•
H4.
O clima para a mestria e para a performance influencia a
orientação para a tarefa e para o ego em ambos os grupos;
•
H5. O suporte da autonomia, associado à satisfação das
necessidades psicológicas básicas e a regulação autônoma
influencia na adesão à prática do exercício físico;
•
H6.
Níveis mais elevados do suporte da autonomia estão
associados a uma percepção mais elevada da satisfação das
necessidades psicológicas básicas.
8
2. REVISÃO DA LITERATURA
2
Revisão da Literatura
MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto
de academia e personal training.
9
REVISÃO DA LITERATURA
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO NO MUNDO, NO BRASIL E NA
CIDADE DE PELOTAS/RS
Entre os diversos comportamentos de saúde, o da prática de atividade
física representa atualmente um dos maiores desafios em termos de saúde
pública na maioria dos países industrializados. De acordo com a Organização
Mundial de Saúde, todos os anos morrem cerca de 1,2 milhões de pessoas por
causas diretamente relacionadas com o sedentarismo e aproximadamente 19
milhões ficam incapacitadas (WHO, 2004).
Ainda neste contexto, apenas 25% da população mundial adulta é
regularmente ativa e somente 10% faz exercícios físicos de forma
suficientemente vigorosa para que obtenham benefícios relacionados à saúde
(Dishman, 2001). No caso específico do Brasil, a prevalência de praticantes de
atividade física atualmente é cerca de 7 milhões, os quais, realizam suas
práticas em mais de 23.000 academias distribuídas pelo país (IHRSA, 2013)
porém, cerca de 20% dos adultos da população brasileira são pouco ativos, isto
é, realizam exercícios físicos apenas uma vez por semana, e somente 8%
praticam regularmente, de três a cinco vezes por semana (Spinato, Monteiro e
Santos, 2010).
Em um importante estudo conduzido por Hallal, et al., (2012) em 122
países (i.e. 88,9% da população do mundo), os pesquisadores constataram
que a inatividade aumenta com a idade, é maior em mulheres do que em
homens e é mais elevada em países de alta renda, no mundo 31% dos adultos
são fisicamente inativos e no Brasil este valor sobe para 49 %.
Silva, Rombaldi, Azevedo e Hallal (2008), com o objetivo de avaliar a
participação atual e passada de adultos em academias de ginástica da cidade
de Pelotas/RS, realizaram um estudo de base populacional, incluindo 972
indivíduos de 20 a 69 anos de idade e relataram que a prevalência de prática
atual e passada de atividades físicas em academias foi de 7,8%, e mencionam
10
REVISÃO DA LITERATURA
ainda, que a maioria dos freqüentadores de academia o faz há mais de seis
meses e realiza três sessões semanais de treino. Os motivos mais prevalentes
para a procura das academias foram emagrecimento, prazer pelo exercício e
preparação física. O nível econômico associou-se positivamente à participação
atual e passada em academias, a idade esteve associada inversamente à
prática passada e o tabagismo à prática atual.
Estes dados são preocupantes e questionam o porquê de tão poucas
pessoas aderirem a programas de exercícios físicos.
2.2. DEFINIÇÃO DE ACADEMIA E DE PERSONAL TRAINING
As academias são compreendidas como centros de condicionamento
físico que oportunizam o ambiente e a orientação para à prática de programas
de exercícios físicos (Rojas, 2003).
Na década de 80, aconteceu no Brasil uma verdadeira proliferação dos
ambientes denominados de academias de ginástica, que se apoiavam nas
informações e nos objetivos dos livros de Cooper e nos “health clubs”
americanos. Isso ocorreu, principalmente, devido à chegada de uma proposta
de exercícios denominada de ginástica aeróbica ou, simplesmente, aeróbica
(Rufino, Soares, & Santos, 2000).
Desde o seu surgimento, as academias têm absorvido um número cada
vez maior de adeptos, com faixas etárias e motivos de procura diferenciados
(Marcellino, 2003), exigindo dos educadores físicos conhecimentos que vão
além dos aspectos físicos e biológicos do movimento humano.
Atualmente, no Brasil, o número de academias já atinge a marca de
mais de 23.000 estabelecimentos, porém, os estudos aplicados na população
brasileira
sobre
adesão,
têm
verificado
um
índice
de
evasão
de
aproximadamente 70% entre os praticantes de academias (Albuquerque &
Alves, 2007). Apesar do crescente número destes locais de prática e das
informações sobre a importância da atividade física, é elevado o número de
pessoas que iniciam sua rotina de treino neste meio e desistem dentro de um
11
REVISÃO DA LITERATURA
curto período. Essa desistência é mais acentuada ao final do primeiro e do
terceiro mês de participação nos programas (Dishman, 2001).
Marcellino (2003), em um estudo que envolveu a observação de aulas e
entrevistas com professores, realizado em Campina/SP, procurou analisar as
academias de ginástica como opção de lazer e concluiu que esses espaços
podem ser considerados equipamentos específicos para tal, quer do ponto de
vista da sua organização e funcionamento, quer na representação dos seus
frequentadores. Configuram-se assim, não só como locais da prática dos
interesses físico-esportivos, mas também de outros conteúdos, como os
sociais.
A proliferação das academias de ginástica é uma realidade em todo o
mundo e a rotatividade de alunos é um fenômeno que estimula os profissionais
e pesquisadores da área a investigar os motivos atribuídos à permanência nos
programas estruturados de exercícios físicos oferecidos nestes espaços
(Marcellino, 2003).
O “Personal Training” é uma nova proposta de exercício supervisionado
que chegou ao Brasil no início dos anos 90, cujo processo de evolução sofreu
influência das aulas particulares de ginástica, da musculação e da grande
quantidade de estudos científicos relacionados à atividade física, à aptidão
física e à saúde (Monteiro, 2002).
De acordo com Garay, Silva, & Beresford (2008) o personal training é
um processo de aplicação e execução de testes e tarefas realizadas de
maneira sistemática e individualizadas.
Sanches (2006), define o personal trainer como um “profissional
formado/graduado em educação física que ministra aulas personalizadas,
formulando e executando programas de treinamento específicos para cada
aluno”. Este profissional emergiu como um treinador físico individualizado,
pautado pelo discurso da atividade física para à saúde.
Segundo Brooks (2008), nos Estados Unidos da América (EUA) a
cobertura dada pela mídia ao treinamento personalizado parece ter atingido
12
REVISÃO DA LITERATURA
seu ápice no início da década de 1980 e os centros de exercícios físicos em
Los Angeles e New York foram apontados em muitos artigos como os locais de
proveniência dessa modalidade.
Barbosa (2008), relata a chegada do personal training no Brasil em
meados dos anos 1980 e que o seu “boom”, grifo do autor, ocorreu na década
de 1990, em razão dos progressos científicos sobre os benefícios do exercício
sistematizado e a divulgação da mídia sobre a importância da atividade física
orientada por profissionais. O personal training emergiu como um “novo
modismo” (Rodrigues, 1998), desde então, o treinamento personalizado vem
ganhando espaço e aumentando a sua participação no mercado da atividade
física.
Um estudo de revisão denominado “O treinamento personalizado: um
enfoque paradigmático da performance para o bem estar” (Garay et al., 2008),
descreve o personal training como uma modalidade utilizada por um grupo de
pessoas que por diferentes objetivos e interesses buscam melhorias na saúde,
performance dentre outros aspectos. Porém, o atendimento prestado pelo
personal trainer, através de um programa personalizado de atividade física,
pode apresentar limitações na sua execução quando não considera outras
dimensões do homem, além do aspecto biofísico. Fatores importantes devem
ser considerados para a adesão e manutenção em um programa de personal
training. Para isso, o texto tem a preocupação em abordar concepções básicas
referentes à prescrição de um programa de treinamento personalizado e à
natureza do homem, tornando-se então possível apresentar uma filosofia de
trabalho, que possa contribuir não só com a dimensão física como também a
dimensão psicológica, moral e social que envolve a vida dos clientes que
utilizam um programa de personal training.
A tradução mais apropriada de personal trainer para a Língua
Portuguesa é treinador pessoal. No entanto, a bibliografia especializada
consagrou a expressão “treinador personalizado” para a tradução de personal
trainer e “treinamento personalizado” para a de personal training (Barbosa,
13
REVISÃO DA LITERATURA
2008; Bossle & Fraga, 2011; Brooks, 2004, 2008; Domingues Filho, 2006;
Guiselini, 2007; Monteiro, 2002).
O perfil da pessoa que frequenta a academia para a prática de
atividades físicas coletivas, geralmente, é de uma pessoa que se preocupa
com a imagem corporal, que quer fazer amizades ou que se sente mais
motivada exercitando-se em grupo. Ao passo que o aluno personalizado, tem
algumas expectativas a serem supridas com o personal trainer. Essas pessoas
buscam melhores hábitos e resultados físicos, melhorias na postura, primam
pela qualidade, visam disponibilidade de horários e sentem-se mais motivadas
com a exclusiva atenção do personal trainer (Melher, 2000; Monteiro, 2002).
2.3. TEORIA DA AUTODETERMINAÇÃO (TAD) E TEORIA DOS OBJETIVOS
DE REALIZAÇÃO (TOR): FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA EM QUE SE
BASEIA ESTE ESTUDO
Segundo Roberts (2001), há pelos menos trinta e duas teorias distintas
sobre a motivação, no entanto, existem duas, que muitos autores consideraram
entre as mais populares e contemporâneas abordagens teóricas, que têm sido
utilizadas para examinar os processos motivacionais nos últimos anos no
domínio da Psicologia do Desporto e do Exercício (Kingston, Harwood, &
Spray, 2006): Teoria da Autodeterminação (TAD) (Deci & Ryan, 1985) e a
Teoria dos Objetivos de Realização (TOR) (Nicholls, 1984, 1989).
2.4. TEORIA DA AUTODETERMINAÇÃO (TAD)
Entre as teorias que fundamentam o estudo da motivação, atualmente,
destaca-se
a
Teoria
da
Autodeterminação
(Self-determination
Theory)
elaborada por Edward Deci e Richard Ryan na década de 1970 (Deci & Ryan,
1985) que distingue entre comportamentos que o indivíduo executa livremente
e os que são realizados por algum tipo de influência e propondo que o ser
humano, desde o nascimento, possui propensão inata para aprender e ser
estimulado.
14
REVISÃO DA LITERATURA
A presença da motivação é fato marcante no que diz respeito ao
exercício físico, pois requer para sua realização esforço, fadiga física e
psicológica, tempo, etc, ainda assim, muitas pessoas se exercitam sem
aparente estímulo externo ou pressão. O reconhecimento deste tipo de
atividades espontâneas pode ser uma das razões para o crescente interesse
na aplicação da teoria da autodeterminação (Deci & Ryan, 1985) ao contexto
do exercício e saúde (Hagger & Chatzissaratis, 2007).
De acordo com a teoria, o desenvolvimento da personalidade, objetivos
de vida, aspirações, energia e vitalidade são importantes para as pessoas se
sentirem ativas, auto motivadas, curiosas e interessadas (Deci & Ryan, 2008).
A proposta apresentada, entretanto, reconhece que nem sempre as pessoas
agem de maneira autodeterminada, podendo atuar de diferentes formas
perante uma situação, de acordo com seu envolvimento com o ambiente.
A teoria da autodeterminação propõe que os ambientes estão
continuamente em mudança e transformação, porém, seus estudos não
buscam observar as diferenças de ambiente, mas sim, investigar como o
contexto sociocultural pode contribuir para proporcionar e satisfazer as
necessidades psicológicas básicas em um indivíduo (Deci & Ryan, 2008). O
foco da teoria concentra-se em estudar como as pessoas iniciam suas
interações com o ambiente e como elas adaptam-se, modificam-se e crescem
em função das transações ambientais.
A teoria analisa por que uma pessoa age (i.e. o grau em que sua
motivação é mais ou menos autodeterminada), como os diversos tipos de
motivação levam a diferentes comportamentos, e como as condições sociais
apóiam ou prejudicam o bem-estar humano por meio de suas necessidades
psicológicas básicas (Vierling, Standage, & Treasure, 2007).
A teoria da autodeterminação indica que o comportamento humano está
mediado por três necessidades psicológicas primárias e universais: autonomia,
competência e relação social, que parecem ser essenciais para facilitar o ótimo
funcionamento das tendências naturais para o crescimento e a integração,
15
REVISÃO DA LITERATURA
assim como também para o desenvolvimento social e o bem-estar pessoal
(Deci & Ryan, 2000).
Contextos sociais que satisfaçam essas necessidades tendem a
apresentar regulações mais autodeterminadas, portanto, mais motivadas
intrinsecamente, sustentando maior persistência e bem-estar psicológico (Ryan
& Deci, 2000c).
Ao longo dos anos a teoria da autodeterminação foi expandida e
refinada sendo atualmente considerada uma teoria macro da motivação com o
intuito de investigar e conhecer a motivação das pessoas nos domínios mais
diversos (Deci & Ryan, 2008; Reeve, Deci, & Ryan, 2004). Deci e Ryan (2000),
elaboraram um conjunto de subteorias que, de modo coordenado, interagem,
complementam-se e relacionam-se entre si.
Figura 1 - Esquema geral da Teoria da Autodeterminação (adaptado de Barbosa, 2011)
16
REVISÃO DA LITERATURA
2.4.1. TEORIA DAS NECESSIDADES BÁSICAS
Deci e Ryan (2008), consideram a teoria das necessidades básicas
(basic psychological needs theory) como uma subteoria da teoria da
autodeterminação, a qual explica que as pessoas possuem uma série de
necessidades que, quando satisfeitas, são percebidas como uma condição
necessária a sua vida ou essencial ao seu bem estar (Reeve, 2006).
Os autores proponentes da teoria da autodeterminação argumentam que
as necessidades psicológicas (autonomia, competência e relação) existem na
natureza humana e, portanto, são inerentes a todas as pessoas e por serem
inatas, são consideradas pela teoria da autodeterminação como essenciais
para verificar a motivação em um comportamento.
A autonomia reflete o desejo de participar de atividades onde a
possibilidade de escolha na realização do comportamento esteja presente
(Deci & Ryan, 1985), sendo pouco motivadora a atividade realizada por uma
demanda externa, seja ela uma punição ou recompensa. É necessário que o
indivíduo perceba que a atividade está sob seu controle. A necessidade de
autonomia é fundamental para que se compreenda a qualidade de um
comportamento (Ryan & Deci, 2006).
A necessidade de competência está ligada a sentir-se capacitado e
confiante para realizar um comportamento definido com determinada aptidão. A
proposta da necessidade de competência como fator determinante da
motivação intrínseca é embasada nos trabalhos de White, que utilizou o termo
para definir a capacidade do organismo de interagir satisfatoriamente com o
seu meio (Guimarães & Boruchovitch, 2004).
Complementando
as
necessidades
básicas
de
autonomia
e
competência, os autores da teoria da autodeterminação propõem uma terceira
necessidade psicológica básica como essencial ao indivíduo, a necessidade de
pertencer, também traduzida por “estabelecer vínculo”, “necessidade de
relacionamento” ou, ainda, “necessidade de preenchimento”. A necessidade de
relação refere-se ao desejo de se sentir valorizado e ligado a um determinado
grupo, bem como, perceber que o comportamento é reconhecido positivamente
17
REVISÃO DA LITERATURA
por outras pessoas, ou que a prática deste facilita a socialização (Deci & Ryan,
2000). Os autores sugerem que dentre as três necessidades, a de relação seria
a menos influente sobre a motivação autônoma (Standage & Gillison, 2007).
Apesar de proporem que as três necessidades são universais, os
criadores da teoria, indicam que isso não implica que suas relações sejam
inalteráveis por toda a vida ou que se manifestam da mesma maneira em
diferentes culturas (Ryan & Deci, 2000c), isso ocorre porque o modo e o grau
das necessidades psicológicas são influenciados não apenas pelo próprio
indivíduo, mas principalmente pelo contexto sociocultural. Por outro lado, em
qualquer caso, a satisfação é essencial para o bem-estar e desenvolvimento
saudável dos indivíduos, considerando cultura, gênero ou período do
desenvolvimento (Deci & Ryan, 2000).
De acordo com a teoria da autodeterminação, a proposição das três
necessidades psicológicas básicas (autonomia, competência e relação) revelase extremamente útil para que se compreenda como os diversos agentes
sociais e ambientais interpessoais influenciam a motivação do indivíduo. Deci &
Ryan (2008), consideram que, com o conhecimento dessas necessidades, as
pessoas serão capazes de prever os efeitos dos comportamentos sobre a sua
motivação.
2.4.2. TEORIA DA AVALIAÇÃO COGNITIVA
Segundo Deci e Ryan (2000), a teoria da avaliação cognitiva (cognitive
evaluation theory), tem como foco de estudo a motivação intrínseca, analisando
como eventos externos podem incidir sobre esta motivação e exercer influência
direta sobre suas necessidades psicológicas básicas. De acordo com essa
teoria, todos os eventos externos têm tanto um aspecto controlador quanto um
aspecto informativo, como um feedback que auxilia a satisfação da
necessidade psicológica básica de competência (Deci & Ryan, 1985).
Segundo Ryan e Deci (2000a), alguns fenômenos externos podem servir
de apoio para as pessoas sentirem-se competentes durante uma ação e, dessa
forma, promover motivação intrínseca, uma vez que esta auxilia na satisfação
18
REVISÃO DA LITERATURA
da necessidade psicológica básica de competência. Os autores explicam que
alguns eventos, se forem de cunho informativo como promover desafios,
proporcionar liberdade na ação e fornecer um feedback positivo, podem auxiliar
a promover a motivação intrínseca de uma pessoa. Os sentimentos de
competência percebida, entretanto, não irão satisfazer a motivação intrínseca
de uma pessoa se não forem acompanhados por uma sensação de autonomia,
ou lócus de causalidade interno (Ryan & Deci, 2000a).
Deci, Koestner e Ryan (1999), analisaram uma série de estudos que
foram fundamentados na teoria da autodeterminação confirmando a hipótese
de que em determinadas condições os eventos externos minavam a motivação
intrínseca das pessoas, e em outros casos, poderiam auxiliar na satisfação de
autonomia e de competência. Quando um evento externo, como uma
gratificação, é utilizado como incentivo para que as pessoas se engajem numa
tarefa, ele não promove a motivação intrínseca. Entretanto, um benefício
inesperado, mesmo sendo uma recompensa, não prejudicaria a motivação
intrínseca, uma vez que ele não foi o fato gerador da ação (Deci et al., 1999).
De acordo com esses estudiosos, é possível utilizar em alguns momentos
recompensas externas (de forma cautelosa) sem que estas tenham efeitos
prejudiciais na motivação dos indivíduos.
2.4.3. TEORIA DA INTEGRAÇÃO ORGANÍSMICA
Com a teoria da autodeterminação, Deci e Ryan (1985) introduzem uma
subteoria denominada - teoria da Integração organísmica (Organismic
integrationa theory), que estabelece que a motivação está presente em
diferentes níveis de autodeterminação. Os autores consideram a dicotomia
intrínseca-extrínseca simplista e redutora para a compreensão da motivação,
afirmando que ela pode ser categorizada de uma forma mais global,
considerando um continuum da forma mais autodeterminada para a menos
autodeterminada (Fernandes & Vasconcelos-Raposo, 2005). Assim, a TAD
assume a existência de quatro níveis de motivação extrínseca, que está
presente quando o comportamento não acontece exclusivamente para
satisfação pessoal, mas visto como um meio para atingir um determinado fim
19
REVISÃO DA LITERATURA
(Boiché & Sarrazin, 2007). Desta forma, a motivação extrínseca mostra-se
como um construto multidimensional, variando de acordo com o nível de
autonomia do indivíduo em relação aos níveis de regulação (Brickell &
Chatzisarantis, 2007).
É necessário o esclarecimento do continuum da autodeterminação,
citando exemplos ligados ao nosso contexto de investigação. Ao extremo mais
à esquerda do continuum está a amotivação, que é um estado em que a
pessoa não tem ainda a intenção de realizar o comportamento, não havendo
nenhum tipo de regulação, seja externa ou interna (Ryan & Deci, 2000c).
Nesse caso, o indivíduo não percebe motivos para adesão ou continuação em
uma prática de exercícios ou esportes.
Em seguida, no quadro à direita da amotivação, está a mais externa dos
tipos de motivação extrínseca, a regulação externa. Tal comportamento é
realizado para suprir uma demanda externa ou receber algum tipo de
recompensa (Fernandes & Vasconcelos-Raposo, 2005). Este termo representa
a motivação extrínseca da forma com que é tradicionalmente denominada,
quando de seu entendimento como conceito unidimensional (Standage, Duda,
& Ntoumanis, 2003). Como exemplo no esporte, podemos considerar as
crianças que praticam algum esporte por pressão dos pais, ou os atletas que
competem unicamente em função de ganhos financeiros.
Na seqüência, com regulações menos externas que a anterior, está a
regulação introjetada, que diferencia-se das externas, por tratar-se de
recompensas e punições internas, havendo sentimento de obrigação,
ansiedade, ou orgulho (Ryan & Deci, 2000c), sendo o caso de quem pratica
alguma atividade física para não se sentir culpado.
Mais autônoma, na regulação identificada, o comportamento é regulado
mais internamente, pois o indivíduo considera-o importante e aprecia os
resultados e benefícios da participação em tal atividade. Percebemos essa
situação quando uma pessoa pratica um esporte por saber dos benefícios para
sua saúde, ainda que o comportamento em si não seja agradável (Wilson,
Rodgers, Blancharad, & Gessel, 2003).
20
REVISÃO DA LITERATURA
Mais à direita do continuum está à regulação integrada, forma mais
autodeterminada ou autônoma da regulação externa. Ações caracterizadas
pela regulação integrada têm muitas qualidades da motivação intrínseca,
embora seja considerada extrínseca por visar algum tipo de resultado além do
prazer da prática (Ryan & Deci, 2000c). Nessas atividades, diferente da
regulação identificada, a possibilidade de escolha e o prazer são mais
evidentes. Exemplificando, é o caso de quem se exercita por saber que este
tem influência sobre a sua qualidade de vida, mas sem um fim específico.
No extremo direito encontra-se a motivação intrínseca, que é um
processo caracterizado pela escolha pessoal, satisfação e prazer (Brickell &
Chatzisarantis, 2007), assim, as regulações para esse tipo de tarefa são
unicamente internas. Numa partida de futebol, como exemplo, estaria motivado
intrinsecamente aquele jogador que participa por gostar de jogar futebol, a
atividade tem um fim em si mesmo, não se espera mais nada dela.
Semelhanças entre os tipos de regulações têm feito com que alguns
estudiosos optem por agrupar algumas delas. Segundo Ryan e Deci (2000c),
em alguns estudos as regulações identificada e integrada e a motivação
intrínseca são combinadas, formando a motivação autônoma. Existem outros
que optam por tratar a regulação externa e a introjetada como um construto
uno dentro da motivação extrínseca (Williams, Grow, Freedman, Ryan, & Deci,
1996), o mesmo tem acontecido com a regulação identificada e integrada, que
por suas semelhanças são algumas vezes tratadas como um único construto
(Fernandes & Vasconcelos-Raposo, 2005).
É interessante ainda, o entendimento do conceito de internalização,
caracterizado
como
o
meio
pelo
qual
os
indivíduos
reconstroem
comportamentos que anteriormente eram controlados externamente, de modo
que se tornem mais autodeterminados (Deci & Ryan, 2000). Desta forma, uma
atividade que se inicia com total controle externo, pode, com o passar do
tempo assumir outros tipos de regulações mais internas (Wilson et al., 2003),
quando o praticante percebe ser mais autônomo em sua realização (Ryan &
Deci, 2000c).
21
REVISÃO DA LITERATURA
A figura 2 abaixo pretende sucintamente definir as formas motivacionais
que constituem o continuum de autodeterminação proposto por Deci & Ryan,
2008.
Figura 2 - Continuum de autodeterminação (adaptado de Deci & Ryan, 2008)
2.4.4. TEORIA DA ORIENTAÇÃO DE CAUSALIDADE
De acordo com Deci e Ryan (2000d), a teoria da orientação de
causalidade (causality orientations theory), tem como objetivo analisar como as
diferenças individuais dos sujeitos podem orientar seus comportamentos de
forma autônoma ou controlada.
A teoria da autodeterminação também atenta que a motivação autônoma
e a controlada não são opostas, mas elas se relacionam entre si. De acordo
com a teoria da orientação de causalidade, qualquer pessoa pode
potencialmente apresentar atitudes tanto autônomas como controladas em um
determinado assunto. No entanto, as pessoas que relatam maior grau de
motivação autônoma em relação à motivação controlada apresentam de um
modo geral maior adaptação ao ambiente ao qual estão inseridas (Ratelle,
Guay, Vallerand, Larose, & Senécal, 2007).
Segundo a teoria da autodeterminação, os professores não são capazes
de fornecer aos alunos a experiência da autonomia, eles podem apenas
encorajá-los, fornecendo suporte para a percepção de autonomia, de
22
REVISÃO DA LITERATURA
competência e de relação, desse modo, o professor oferece oportunidade para
que
os
alunos
internalizem
seus
comportamentos
e
se
envolvam
satisfatoriamente numa tarefa (Reeve et al., 2004).
2.4.5. TEORIA DAS METAS MOTIVACIONAIS
A teoria das metas motivacionais (goal contents theory) começou a ser
investigada recentemente, emergindo a partir da distinção entre as metas
intrínsecas, extrínsecas e seu efeito sobre a motivação e o bem estar pessoal.
De acordo com Deci e Ryan (2008), as metas são vistas como um diferencial
capaz de proporcionar satisfação das necessidades básicas, e, assim, estão
associadas ao bem estar psicológico.
Baseados na teoria da autodeterminação Vansteenkiste (2007),
argumenta que o uso de metas intrínsecas pelo professor está associado a
instigar os alunos a realizar uma tarefa, enquanto as metas extrínsecas são
geralmente utilizadas para satisfação do ego. Dessa forma, a teoria de metas
motivacionais complementa a teoria da avaliação cognitiva e a teoria da
integração organísmica, ao analisar como os eventos externos e internos
podem comprometer os objetivos de uma pessoa de se engajar numa tarefa.
2.5. TEORIA DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO (TOR)
A teoria dos objetivos de realização (TOR) (AGT: Achievement Goal
Theory) (Nicholls, 1984, 1989), sustenta o fato de que em contextos de
realização, os sujeitos comportam-se com o objetivo principal de desenvolver
ou demonstrar competência (evitando demonstrar incompetência), pelo que “a
concepção de competência, que desempenha um papel central nesta teoria,
também assume um papel fundamental no desenvolvimento da motivação para
a realização” (Nicholls, 1984). De acordo com vários autores (Biddle, 2001;
Duda, 2001; Kilpatrick, Bartholomew, & Riemer, 2003; Petherick & Markland,
2008; Treasure, 2001), os quais têm aplicado este modelo em contextos
diversos da atividade física (i.e. desporto, exercício físico e educação física), os
sujeitos podem orientar a sua motivação de duas formas, refletindo critérios
diferenciados pelos quais avaliam a sua competência e definem o sucesso (e o
23
REVISÃO DA LITERATURA
fracasso) da sua participação numa determinada atividade e que tem
repercussões comportamentais distintas: 1) Orientação para a Tarefa. Uma
pessoa orientada para a tarefa tende a definir o sucesso ou a julgar a sua
competência de uma forma auto-referenciada, baseando-se na melhoria das
suas próprias habilidades/capacidades ou no esforço investido, para conseguir
a mestria na tarefa. Os indivíduos orientados para a tarefa, independentemente
dos níveis de competência percebida, tendem a exibir padrões positivos ou
adaptativos de comportamento (e.g. esforçam-se mais, escolhem tarefas
desafiadoras, são mais persistentes na busca dos seus objetivos); 2)
Orientação para o Ego. Uma pessoa orientada para o ego tende a definir o
sucesso de uma forma normativa, pois o seu objetivo é fazer melhor do que os
outros ou alcançar os resultados pretendidos com menos esforço que os
outros. Os indivíduos que se orientam para o ego e que tenham uma
percepção alta de competência (derivada de critérios normativos), também
tendem a exibir padrões comportamentais adaptativos, no entanto, quando
percebem
a
sua
competência
como
baixa,
tendem
a
ficar
frágeis
motivacionalmente e a exibir respostas comportamentais negativas ou
desajustadas (e.g. menos empenho e persistência na realização, menor
compromisso com a atividade, maior ansiedade na realização).
Outro dos construtos centrais da TOR é a percepção do clima
motivacional. Segundo Nicholls (1984, 1989), existe diferenças individuais que
predispõem os sujeitos para uma orientação para a tarefa ou para o ego,
porém, a percepção que estes têm do clima motivacional pode afetar os
objetivos que cada um adota numa determinada situação, ou seja, as
interpretações que fazemos do contexto social têm um efeito importante sobre
a motivação e o comportamento do sujeito (Hagger & Chatzisarantis, 2008).
De fato, desde os primeiros trabalhos realizados com o objetivo de
compreender a estrutura dos objetivos subjacentes à TOR (Ames, 1984, 1992),
foram identificadas duas dimensões sobre a forma como se percebe o clima
motivacional do contexto onde os sujeitos atuam que se distinguem pelas
diferenças avaliativas da realização, pela presença e extensão da utilização da
comparação social, pela distribuição de “castigos” ou “recompensas” e pela
24
REVISÃO DA LITERATURA
qualidade das relações interpessoais (Newton, Duda, & Yin, 2000). Quando os
sujeitos percebem um contexto em que se coloca a ênfase no empenho,
esforço, cooperação e desenvolvimento pessoal, estamos perante um clima
motivacional orientado para a mestria. Por outro lado, quando os sujeitos
percebem um contexto que tende a promover a comparação social e a
competição interpessoal, onde se coloca a ênfase no resultado, atribuindo
recompensas para o sucesso e castigos para o fracasso, estamos perante um
clima motivacional orientado para a performance (Duda, 2001; Duda &
Balaguer, 2007; Newton, Duda, & Yin, 2000). Por esse motivo, os climas
motivacionais
orientados
para
a
tarefa
são
promotores
de
padrões
motivacionais adaptativos e estão associados ao aumento do bem estar
psicológico e a persistência no comportamento do indivíduo (Hagger &
Chatzisarantis, 2008; Ntoumanis & Biddle, 1999).
Em suma, de acordo com a TOR (Nicholls, 1984, 1989) existem duas
formas de conceber e julgar a competência que são os elementos chave desta
teoria. Na sua essência diferenciam-se pela forma como o sujeito define o seu
sucesso: quando o sujeito orienta os seus objetivos para a tarefa rege-se por
critérios auto-referenciados, e quando os orienta para o ego rege-se por
critérios normativos, tais objetivos afetam não só a “quantidade”, mas,
sobretudo, a “qualidade” da sua motivação (Ntoumanis & Biddle, 1999), uma
vez que a forma como o sujeito orienta os seus objetivos vai ter um impacto
significativo na direção, intensidade e persistência do comportamento (Biddle &
Mutrie, 2001; Dosil, 2008; Weinberg & Gould, 2010). Por outro lado, a TOR
também sugere que o envolvimento do sujeito numa determinada atividade não
é apenas uma função da tendência disposicional (pessoal: objetivos de
realização), mas também é uma função das características do contexto social
onde a atividade ocorre (situacional: clima motivacional), ou seja, da forma
como o sujeito percepciona o clima motivacional (ambiente social e psicológico
do contexto) induzido pelos outros significativos (e.g. educadores físicos,
praticantes, familiares, amigos), que tem um efeito importante sobre a
motivação e o comportamento (Duda, 2001; Duda & Balaguer, 2007; Hagger &
Chatzisarantis, 2008; Newton et al., 2000; Ntoumanis & Biddle, 1999).
25
REVISÃO DA LITERATURA
As diferentes orientações para objetivos podem ocorrer ao mesmo
tempo no individuo: um alto nível de orientação para tarefa e para o ego, baixa
em ambas, ou alta em uma das orientações e baixa na outra (Nicholls, 1989a,
1992). Este autor também sugere que as diferenças individuais na orientação
para objetivos estão na disposição de experiências sociais dentro de um
contexto. As interações sociais têm significativa participação na escolha da
orientação para objetivos, onde outros fatores influenciam no clima
motivacional e baseado nestas relações, o individuo terá uma tendência para
escolher a orientação para o ego ou para a tarefa.
2.5.1. CLIMA MOTIVACIONAL
Nicholls (1989) está subjacente à teoria dos objetivos de realização, que
a adoção de um envolvimento para a tarefa ou para o ego, numa determinada
atividade e num dado momento, não é só uma função da tendência
disposicional (pessoal), mas também das características do contexto de
realização (situacional). Na opinião de alguns autores (Duda, 2001; Duda &
Balaguer, 2007), isto quer dizer, que existem dois grandes construtos
incorporados no modelo: 1) percepção dos objetivos situacionais (i.e.
percepção do clima motivacional: que é a forma como o sujeito percebe o
ambiente social e psicológico do contexto que é induzido pelos outros
significativos – instrutores, praticantes, família, amigos, etc.; 2) orientação dos
objetivos disposicionais (i.e. orientação motivacional: que é a tendência
individual para orientar os objetivos em função dos critérios de sucesso). Por
outras palavras, “as perspectivas disposicionais sobre a realização, associadas
às influências dos agentes sociais, determinam o significado pessoal da
realização, e o padrão cognitivo, afetivo e comportamental que o sujeito exibe
num determinado momento” (Ntoumanis & Biddle, 1999).
A premissa básica da perspectiva das pesquisas situacionais parte do
pressuposto que a natureza das experiências individuais e a forma como o
indivíduo as interpreta influenciam no grau de sua escolha: o ego e a tarefa que
são salientadas e percebidas por ele dentro de um determinado contexto, seja
na escola, na atividade física ou no esporte. Isto, portanto, influencia
26
REVISÃO DA LITERATURA
diretamente na percepção que o indivíduo tem e como ele vê o contexto social,
o que contribui para que ele atinja o sucesso (Roberts, 2001).
Para Nicholls (1989), as orientações e as diferenças individuais estão na
disposição das experiências sociais dentro de um determinado contexto e estas
interações têm significativa participação na escolha das orientações às metas,
quando outros como colegas, técnico e família influenciam no clima
motivacional. Baseado nestas relações, o indivíduo tem uma tendência para
escolha de clima orientação para o ego ou para a tarefa.
No campo da atividade física, a percepção de um clima motivacional
para a tarefa tem sido associada a padrões motivacionais adaptativos, tais
como: estratégias efetivas de aprendizagem, atitude positiva perante a
atividade e aumento do esforço. A percepção de um clima motivacional para a
o
ego
tem
sido
associada
a
padrões
motivacionais
desajustados,
principalmente: falta de competência, falta de motivação, diminuição do esforço
e baixa persistência na tarefa (Ntoumanis & Biddle, 1999).
O papel central desta abordagem está na forma como as pessoas
interpretam a realização e a forma como os sujeitos percepcionam o contexto
social no qual operam. Nicholls (1989) sugere que o envolvimento do sujeito
numa situação particular, é determinado por fatores de dois tipos: pessoais e
ambientais, ou seja, a orientação dos objetivos de realização e a percepção do
clima motivacional no contexto de realização são duas dimensões da
motivação que interagem entre si e que influenciam o comportamento do
sujeito.
2.6. A INTEGRAÇÃO DA TOR (AGT) E DA TAD (SDT) PARA EXPLICAR A
ADESÃO À PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
Conforme explanado ao longo do texto, a motivação é um processo
psicológico dinâmico e complexo que é influenciado por fatores sociais e
cognitivos, existindo muitas teorias que tentam explicar este construto (Roberts,
2001), por essa razão, as abordagens mais recentes começaram a integrar
diferentes teorias para tentar compreender melhor o comportamento humano
27
REVISÃO DA LITERATURA
(Wang & Biddle, 2007). A integração de modelos teóricos é uma tentativa de
analisar a congruência entre as teorias, tomando em consideração a
convergência conceitual e a sobreposição entre os seus construtos para
eliminar a redundância e aumentar a parcimônia (Hagger & Chatzisarantis,
2008; Hagger & Chatzisarantis, 2009), ou seja, os investigadores integram
teorias com o objetivo geral de suprimir lacunas entre elas e procurar
complementaridade
que
permita
uma
explicação
mais
alargada
do
comportamento (Hagger & Chatzisarantis, 2009). Só assim é possível verificar
se as teorias podem ser combinadas num modelo integrado que possibilite a
compreensão do comportamento, para que se possa ajudar as pessoas a
manter a motivação e o compromisso com a atividade física por longos
períodos de tempo (Wang & Biddle, 2007).
Os dois modelos teóricos interagem entre si e as similaridades e as
diferenças são encontradas na base de sustentação das duas teorias em
questão, uma vez que logo na fase inicial de desenvolvimento da TAD os
investigadores reconheceram paralelos com a TOR (Hagger & Chatzisarantis,
2008). De fato, segundo Nicholls (1984, 1989) a orientação para a tarefa
envolve a motivação intrínseca para a realização da atividade porque quando
as pessoas assumem um compromisso com uma atividade e a vivenciam como
um fim em si mesmo, a ênfase é colocada no desenvolvimento da
competência, que conduzirá a processos adaptativos que aumentam a
motivação intrínseca.
Ao contrário, a orientação para o ego tem uma relação negativa com a
motivação intrínseca porque o compromisso com a atividade é assumido como
um meio para atingir um fim (instrumentalização da ação) e é dada ênfase na
demonstração de competência, que conduz a processos desajustados, os
quais são corroborados por Deci e Ryan (1985), já que para estes autores o
conceito de orientação para o ego representa um estado controlador interno, no
qual a auto-estima do sujeito está dependente de determinados resultados,
pelo que este estado pode ser muito motivador (extrinsecamente), mas é
provável que enfraqueça a motivação intrínseca, pois ao invés de se
envolverem na atividade com uma orientação para a tarefa, as pessoas tendem
28
REVISÃO DA LITERATURA
a fazer depender a sua auto-estima do resultado da realização (orientação para
o ego).
Segundo Deci e Ryan (2000), o envolvimento para a tarefa tem uma
relação considerável com a motivação intrínseca num contexto de realização,
assim como, o envolvimento para o ego a enfraquece. No entanto, segundo
estes autores, apesar do conceito de orientação para a tarefa estar
aparentemente bem alinhado com o conceito de motivação intrínseca, o
mesmo já não se passa com o conceito de orientação para o ego e o conceito
de motivação extrínseca subjacente à TAD, uma vez que existem vários tipos
de motivação extrínseca, com graus diferentes de autodeterminação e que têm
consequências distintas. De acordo com a TAD, o envolvimento para o ego é
apenas um dos tipos de motivação extrínseca (regulação introjetada) (Deci &
Ryan, 2000), pois esta é baseada nas contingências relacionadas com a autoestima e o comportamento é realizado para poder aumentar o ego (e.g. através
de sentimentos tais como o orgulho), ou seja, representa uma forma
controladora de motivação na qual o self é regulado por pressões internas
(Ryan & Deci, 2007b). Mas seja como for, os objetivos de comparação social
(que estão inerentes ao envolvimento para o ego), também podem ser
associados ao propósito de obter recompensas externas (regulação externa)
ou serem regidos por um desejo de desenvolvimento do comportamento
(regulação identificada), pelo qual a orientação para o ego pode variar
consideravelmente no nível de autodeterminação (Deci & Ryan, 2000), ou seja,
pode estar associado quer às formas mais controladoras de regulação da
motivação extrínseca (menos autodeterminadas), assim como às formas mais
autônomas (mais autodeterminadas). De qualquer forma, segundo Wang e
Biddle (2007) a TAD adiciona uma dimensão extra à análise da motivação,
além daquela que é proporcionada pela TOR. Por outro lado, se tomarmos em
consideração que o contexto social afeta os níveis de autodeterminação do
sujeito por facilitar/inibir a satisfação das necessidades psicológicas básicas
(Deci & Ryan, 2000, 2008; Ryan & Deci, 2000b, 2002, 2007a), então o clima
motivacional percepcionado pode ter um efeito importante na motivação
autodeterminada dos praticantes de atividade física (Sarrazin et al., 2007). De
29
REVISÃO DA LITERATURA
fato, o ambiente social pode fornecer, ou não, as condições necessárias para a
motivação autônoma, pois os climas controladores normalmente estão
associados à regulações externa e introjetada e os climas que dão suporte à
autonomia estão agregados à regulações identificadas, integradas e intrínsecas
(Ryan & Deci, 2007a). Em outras palavras, os contextos onde a prática ocorre
podem conduzir a uma motivação mais controladora, se for dado mais
importância às recompensas, aos castigos e à realização referenciada, ou
conduzir a uma motivação mais autônoma se promoverem o suporte/apoio
para o desenvolvimento do comportamento autodeterminado.
Após fazerem uma breve reflexão sobre as ligações entre a TAD e a
TOR, Deci e Ryan (2000) consideraram que existe uma convergência geral
entre os dois modelos, uma vez que ao nível das condições ambientais ambas
as teorias sugerem que os ambientes menos avaliativos dão mais apoio ao
desejo intrínseco de aprender e promovem a base para aumentar a realização
e o bem-estar. Os climas motivacionais orientados para a mestria (tarefa) são
promotores de padrões motivacionais adaptativos e estão associados ao
aumento do bem-estar psicológico e à persistência no comportamento (Duda,
2001; Duda & Balaguer, 2007; Hagger & Chatzisarantis, 2008; Ntoumanis &
Biddle, 1999).
Segundo Ntoumanis e Biddle (1999) e Hagger e Chatzisarantis (2008)
um clima motivacional orientado para a mestria é compatível com a motivação
autônoma porque contextos desta natureza promovem critérios de sucesso
mais intrínsecos e estão associados ao aumento da motivação intrínseca. Em
contraste, um clima orientado para o desempenho, que opera numa base onde
o critério de sucesso é mais normativo, pode diminuir a motivação intrínseca
porque coloca a ênfase nas contingências externas.
De acordo com Kingston et al. (2006) e Wang e Biddle (2007), quando
falamos de diferenças individuais na orientação dos objetivos de realização,
podemos dizer que a orientação para a tarefa parece estar mais associada a
maiores níveis de autonomia (mais autodeterminação) e consequentemente a
padrões comportamentais mais adaptativos (e.g. mais divertimento, menos
30
REVISÃO DA LITERATURA
aborrecimento, mais persistência) e a orientação para o ego aparentemente
está mais ligada a menores níveis de autonomia (menos autodeterminação) e
consequentemente a padrões mal adaptativos (e.g. menos divertimento, mais
aborrecimento, menos persistência). Alguns estudos realizados nos mais
diversos contextos da atividade física têm demonstrado empiricamente a
ligação entre as duas teorias nesse sentido, principalmente no contexto do
desporto (Ntoumanis, 2001; Petherick & Weigand, 2002; Spray, Wang, Biddle,
& Chatzisarantis, 2006), educação física (Hein & Hagger, 2007; Murcia, Coll, &
Garzón, 2009; Murcia, Hellín, Hellín, Cervelló, & Sicilia, 2008; Wang,
Chatzisarantis, Spray, & Biddle, 2002) e exercício físico (Georgiadis, Biddle, &
Chatzisarantis, 2001; Murcia, Blanco, Galindo, Villodre, & Coll, 2007; Murcia &
Coll, 2006; Petherick & Markland, 2008).
Por outro lado, quando se focaliza a atenção nos objetivos de realização
em termos situacionais (clima motivacional), os estudos no contexto da
educação física (Cox & Williams, 2008; Fernandes, Vasconcelos-Raposo,
Lázaro, & Dosil, 2004; Ntoumanis, 2001, 2005), do desporto (Ntoumanis &
Standage, 2009; Pelletier et al., 2001; Sarrazin, Vallerand, Guillet, Pelletier, &
Cury, 2002) e do exercício (Murcia, Roman, Galindo, Alonso, & GonzalezCutre, 2008), têm demonstrado empiricamente as relações positivas entre o
clima motivacional orientado para a mestria (ou os contextos que dão suporte à
autonomia) e as necessidades psicológicas básicas, o que pode sustentar as
ligações entre a TOR e a TAD também ao nível situacional, pois o clima
motivacional orientado para a mestria é o melhor preditor das necessidades
psicológicas básicas, que por sua vez predizem positivamente as formas mais
autodeterminadas da motivação.
Em suma, na última década em especial, diversos estudos aplicados aos
mais variados contextos da atividade física, têm vindo a demonstrar que as
variações dos objetivos de realização (tanto a nível disposicional como
situacional) estão associadas a diferentes graus de autodeterminação.
Segundo Chatzisarantis e Hagger (2007), parece evidente de que existe uma
relação (teórica e empírica) entre os construtos subjacentes à TOR (clima e
orientação motivacional) e à TAD (necessidades psicológicas básicas e
31
REVISÃO DA LITERATURA
regulação comportamental), cujo efeito sobre as mais diversas variáveis é
inegável: abandono da atividade (Sarrazin et al., 2002), persistência na
atividade (Pelletier et al., 2001), intensidade de prática (Gillison, Standage, &
Skevington, 2006), frequência da Atividade Física (Murcia & Coll, 2006; Wang
et al., 2002), intenções de prática de Atividade Física (Biddle, Soos, &
Chatzisarantis, 1999; Fernandes et al., 2004; Ntoumanis, 2005; Sarrazin et al.,
2002), auto-estima (Georgiadis et al., 2001; Hein & Hagger, 2007), percepção
de competência (Murcia et al., 2008; Wang et al., 2002), qualidade de vida
(Gillison et al., 2006).
As perspectivas objetivadas neste estudo ficam evidenciadas de forma
individualizada nas pesquisas citadas acima. Através da junção das variáveis
amplamente discutidas neste capítulo (motivação e motivos para prática de
exercício físico, necessidades psicológicas básicas, suporte da autonomia,
clima motivacional, orientação motivacional e adesão à academia e ao personal
training), procuramos desenvolver esse tema de maneira a buscar soluções
para proporcionar a adesão e a motivação para à prática de exercício físico,
seja em razão da organização de programas mais adequados e/ou
aprimoramento dos profissionais e do ambiente, para suprir as expectativas e
as exigências dos sujeitos avaliados neste estudo.
32
3. METODOLOGIA
3
Metodologia
MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto
de academia e personal training.
33
METODOLOGIA
3. METODOLOGIA
3.1. DESENHO DA INVESTIGAÇÃO
Este estudo foi dividido em três fases. Assim, no primeiro momento
procuramos validar os instrumentos utilizados nesta pesquisa (EMI-2, BREQp2, GOEMp, BPNESp, PASECQp, PMCEQp), necessários para avaliação das
teorias TAD e TOR. Em sequência, delineamos modelos de equações
estruturais e testamos seus ajustamentos à matriz dos dados obtidos numa
amostra de praticantes de academia e personal training. Na terceira fase
quisemos compreender quais os motivos que levam os praticantes de
academia e personal training a aderirem à prática de exercício físico e qual o
perfil motivacional destes sujeitos, levando em conta o gênero, a modalidade
praticada e o tempo de prática.
Tendo em conta os objetivos definidos para cada uma das três fases em
que se divide este trabalho, foram considerados diferentes desenhos
investigacionais.
No primeiro instante, a investigação é essencialmente um estudo
metodológico uma vez que pretende validar instrumentos, assumindo assim
uma natureza descritiva e correlacional, pois está essencialmente voltada para
a compreensão e a predição dos fenômenos através da formulação de
hipóteses sobre as relações entre variáveis.
No segundo momento, o estudo também assumiu um aspecto
metodológico de natureza descritiva e correlacional, uma vez que foram
descritos e analisados os tipos de relações reais existentes entre as variáveis
nos modelos que pretendiamos testar.
Por último, na terceira fase a pesquisa assumiu um caráter
essencialmente descritivo e comparativo, devido ao propósito de encontrarmos
diferenças entre os grupos distintos de praticantes, relativamente às variáveis
psicológicas em estudo.
Esta investigação de corte transversal é majoritariamente do tipo
quantitativa, uma vez que as variáveis foram medidas desta forma e
34
METODOLOGIA
caracteriza-se como uma investigação de campo, pois foi realizada no local
onde ocorreram os fenômenos estudados.
3.2. METODOLOGIA DE VALIDAÇÃO DOS MODELOS TESTADOS
Para analisar a validade dos instrumentos e para investigar a
legitimidade preditiva da TAD e da TOR no contexto da prática de exercício
físico em academia e personal training foram realizadas, respectivamente,
análises fatoriais confirmatórias e a observação de modelos de equações
estruturais, englobados através da metodologia de análise de estruturas de
covariância.
A análise fatorial confirmatória (AFC) é uma técnica estatística
relativamente recente e que vem substituindo a técnica mais tradicional da
análise fatorial exploratória (AFE) (Fernandes & Vasconcelos-Raposo, 2009).
Este tipo de apreciação visa testar hipóteses de uma determinada relação entre
fatores, cujo número e interpretação é dada a priori. Por este motivo, é
necessário especificar previamente as variáveis que saturam em cada fator,
obrigando o investigador a desenhar uma hipótese prévia para a estrutura
subjacente aos dados, permitindo testar uma estrutura fatorial tal como
prescrito pela teoria (Hair, Black, Babin, & Anderson, 2009).
Por sua vez, os modelos de equações estruturais podem ser entendidos
como uma combinação entre a análise fatorial confirmatória (i.e. medição do
modelo) e a regressão múltipla (i.e. modelo estrutural), no qual variáveis
latentes podem relacionar-se direta ou indiretamente com outras variáveis
latentes num processo eventual. A inferência causal, que pode ser concluída
da análise de equações estruturais, não pode ser entendida como sinônimo de
causalidade, uma vez que nenhum tipo de análise pode estabelecer qual
variável origina efeito (Kline, 2005).
Neste contexto, as variáveis exógenas, similares às independentes,
exercem influência noutras variáveis em estudo e não são influenciadas por
outros fatores no modelo. As variáveis endógenas, similares as dependentes,
são afetadas pelas exógenas e outras endógenas do modelo. Ambas podem
ser observáveis ou latentes, dependendo da configuração do modelo a testar
(Hu & Bentler, 1995).
35
METODOLOGIA
Quanto à análise propriamente dita dos modelos, o processo de
estimação utilizado foi o da máxima verossimilhança, o método mais
aconselhado na literatura ( Cid, Rosado, Leitão, & Alves, 2012; Hair et al.,
2009).
A avaliação para saber se o modelo hipotetizado oferece uma explicação
plausível das relações existentes na matriz de dados empíricos foi realizada em
dois níveis; primeiramente sobre o nível de ajustamento local e seguidamente
quanto ao ajustamento global.
O primeiro nível de análise visa identificar a qualidade do ajustamento
local do modelo, que consiste na avaliação da listagem de eventuais
inconsistências nas estimativas dos diferentes parâmetros (Byrne, 2009). Para
tal foi realizada a estatística descritiva das variáveis observáveis incluídas nos
modelos de estrutura de covariância (i.e. media, desvio-padrão, assimetria,
curtose),
analisados
os
pesos
fatoriais
ou
os
valores
estimados
(estandardizados e não estandardizados), as correlações bilaterais produto
momento de Pearson, entre os itens e os respectivos fatores a que pertencem.
Relativamente ao segundo nível de análise, que visa à avaliação sobre o
grau de ajustamento global do modelo, foi construído o diagrama de ligações
do modelo inicial, e analisado o ajustamento do modelo através do método de
máxima verossimilhança (Pimlott) e de alguns dos índices de ajustamento que
permitem esta tomada de decisão, principalmente: χ2; χ2/gl; CFI; NNFI;
RMSEA.
•
O Qui-quadrado (χ2) é uma estatística que deve refletir ausência
de significado estatístico, o valor p deve exibir valores próximos
de 1, para que as duas matrizes, a dos dados e a ajustada, não
sejam significativamente diferenciadas (Hair et al., 2009). Pelo
contrário, a significância estatística, deveria implicar a rejeição da
hipótese nula e, simultaneamente, do modelo hipotetizado. No
entanto, a este propósito, salienta-se que é possível haver
contradições entre diferentes indicadores estatísticos: por vezes,
observam-se valores de χ2 significativos (indicando um mau
ajustamento do modelo estudado), a par de outros indicadores
36
METODOLOGIA
que revelam um ajustamento aceitável do mesmo modelo, o que
pode ser explicado pelo fato da estatística de χ2 ser sensível a
dimensão
da amostra e distribuição das variáveis (Boomsma,
2000).
•
O valor da razão do χ2 do modelo postulado pelos seus graus de
liberdade (χ2/gl) e um indicador alternativo que ajusta a
sensibilidade do teste de χ2 ao tamanho da amostra. O valor
esperado para este índice é de 1. Contudo, não existe acordo na
literatura quanto ao valor à partir do qual se considera um bom
ajustamento. Consideraremos que valores superiores a 3 são
indicadores de desajuste do modelo (Byrne, 2009).
•
O índice Comparative Fit Index (CFI) é calculado à partir da
diferença entre a unidade e o quociente entre a não-centralidade
dos parâmetros estimados no modelo a avaliar e no modelo de
base. Os valores de CFI iguais ou superiores a (.90) são
habitualmente considerado indicadores de ajustamento do modelo
(Kline, 2005; Worthington & Whittaker, 2006).
•
O valor de Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA),
ou seja, a raiz quadrada média do erro de aproximação, é um
indicador que reflete o erro de aproximação à população. Esta
discrepância é expressa em graus de liberdade, o que torna este
índice sensível ao número de parâmetros estimados (i.e. a
complexidade
do
modelo).
Os
valores
de
RMSEA
que
ultrapassam (.10) revelam um ajuste pobre, quando variam entre
(.08 e .10) refletem um ajuste medíocre, entre (.08 e .06) um
ajuste razoável e abaixo de (.06) um bom ajuste (Kline, 2005;
Worthington & Whittaker, 2006).
3.3. TÉCNICAS E ESTATÍSTICAS DE ANÁLISE DE DADOS
Procedimentos adotados na pré-análise dos dados
No pré-tratamento dos dados analisados optamos por eliminar as não
respostas, uma vez que eram numa percentagem muito reduzida em todas as
37
METODOLOGIA
amostras utilizadas, bem abaixo dos 20% sugeridos por Pestana e Gageiro
(2005), e manter os outliers, uma vez que a estatística descritiva (desviopadrão, curtose e assimetria) de cada uma das amostras se mostrou, mesmo
assim, adequada.
Técnicas estatísticas aplicadas na análise dos dados
Em todos os estudos foram realizados cálculos de estatística descritiva
(média,
desvio-padrão,
assimetria,
curtose)
relativamente
as
variáveis
psicológicas estudadas.
Para a análise da validade dos instrumentos e para se investigar a
legitimidade preditiva da TAD e da TOR, foram realizadas, respectivamente,
análises fatoriais confirmatórias e análises de modelos de equações
estruturais, conforme descrito anteriormente.
A análise correlacional foi realizada com base no teste estatístico
produto momento de Pearson (r de Pearson), sendo que para as análises
comparativas foi utilizado o teste estatístico t-student, que permitiu analisar as
diferenças entre os grupos de sujeitos de acordo com as variáveis
independentes definidas (i.e. academia vs personal training). Para a realização
destas análises foi utilizado o programa estatístico SPSS-20, tendo-se
assumido um nível de significância de p ≤ .05.
3.4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS GERAIS
Procedimentos utilizados em comum nos três estudos desenvolvidos
nesta investigação.
Características da amostra
Participaram deste estudo 405 praticantes de academia (240 femininos
(59 %); 165 masculinos (41 %), com idades entre 18 e 81 anos (M = 35; DP =
17) e 183 praticantes de personal training (142 femininos (78 %); 41
masculinos (22 %), com idades entre 18 e 88 anos (M = 43; DP = 16), da
cidade de Pelotas/RS/Brasil que cumpriram os seguintes critérios de inclusão:
estarem frequentando regularmente as aulas (i.e. no mínimo duas sessões de
38
METODOLOGIA
treino por semana) dos programas de academia ou personal training e
concordarem em assinar o termo de consentimento.
Os praticantes de academia auto-relataram uma experiência de prática,
no ambiente onde treinam atualmente, entre 1 a 180 meses (M = 19; DP = 24),
uma frequência de prática entre 2 a 8 sessões por semana (M = 4; DP = 1) e
uma duração de prática semanal entre 1 a 7 horas (M = 3; DP = 1), os
praticantes de personal training auto relataram uma experiência de prática, no
ambiente onde treinam atualmente, entre 1 a 180 meses (M = 26; DP = 30),
uma frequência de prática entre 1 a 7 sessões por semana (M = 3; DP = 1),
uma duração de prática semanal entre 1 a 16 horas (M = 3; DP = 2).
Como informação adicional, podemos acrescentar ainda que 154
praticantes de academia (38%) relataram frequentar o local atual de prática de
exercícios físicos a menos de seis meses, destes, 98 sujeitos (24, 2%)
introduziram a prática de exercícios físicos em sua rotina tão somente a menos
de 6 meses, nunca haviam praticado antes e 251 praticantes (62%) a mais de
6 meses no local atual de prática, onde 307 sujeitos (75, 8%) já haviam
praticado antes, em outro local.
Referente aos praticantes de personal training, 54 sujeitos (29, 5%)
relataram frequentar o local atual de prática de exercícios físicos a menos de 6
meses, destes, 21 (11, 5%) introduziram a prática de exercícios físicos em
sua rotina tão somente a menos de 6 meses, nunca haviam praticado antes e
129 praticantes (70, 5%) a mais de 6 meses no local atual de prática, onde 162
sujeitos (88, 5%) já haviam praticado antes, em outro local.
A escolha das academias foi por conveniência. Os questionários não
foram aplicados a todos os praticantes de cada local de intervenção, pois a
participação na pesquisa foi voluntária e não obrigatória.
Procedimentos e recolha de dados
Primeiramente foram contatados os proprietários e/ou administradores
das academias e/ou centros de treinamento personalizado, realizado convite
formal e apresentação do pré-projeto da pesquisa, buscando aprovação para
realização da investigação nos locais. Após definição das instituições
interessadas, foi realizado um contato inicial com os alunos praticantes, onde a
39
METODOLOGIA
pesquisadora se identificou e explicou o tema do estudo buscando recrutar os
sujeitos interessados em participar da coleta de dados.
Como procedimento seguinte, a investigadora aplicou os questionários e
ficou à disposição para orientar e esclarecer possíveis dúvidas a respeito do
preenchimento dos mesmos.
Todos os procedimentos metodológicos aplicados foram aprovados pelo
Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Escola Superior de
Educação Física da Universidade Federal de Pelotas, sob o número 016/2012
e os dados foram recolhidos após os participantes terem assinado o termo de
consentimento livre e esclarecido, autorizando sua participação na metodologia
e concordando com a divulgação dos resultados, sendo guardadas as
identidades pessoais.
As condutas adotadas seguiram as normas de ética em pesquisas com
seres humanos conforme a resolução nº 251, de 07/08/1997 do Conselho
Nacional de Saúde e da resolução nº. 196, de 10/10/1996 que dispões sobre
as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres
humanos, em concordância com os princípios éticos contidos na Declaração de
Helsinki, da “World Medical Association” (WMA, 2008) .
A coleta dos dados foi realizada através de questionários, os quais foram
respondidos por cada participante da amostra com orientação da pesquisadora
e entregue ao final do preenchimento no mesmo dia.
40
4. ESTUDOS EMPÍRICOS
4
Estudos Empíricos
MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto
de academia e personal training.
41
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM
ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto
de academia e personal training.
42
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E
PERSONAL TRAINING
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Resumo
Este estudo teve como objetivo analisar os motivos para à prática de
exercício físico em academia e personal training e comparar o perfil
motivacional destes praticantes tendo em conta o gênero. Participaram nesta
investigação 405 praticantes de academia (240 femininos, 165 masculinos)
com idades entre 18 e 81 anos (M = 35; DP = 17) e 183 praticantes de personal
training (142 femininos, 41 masculinos) com idades entre 18 e 88 anos (M = 43;
DP = 16), de Pelotas-RS, Brasil. Para avaliação dos motivos para a prática de
atividade física recorreu-se a versão Portuguesa do questionário Exercise
Motivation Inventory-2, tendo-se verificado a sua validade de construto através
de análises fatoriais confirmatórias a cada um dos quatorze fatores. Os
principais resultados revelaram diferenças significativas entre os motivos mais
prevalentes para a prática de atividade física, quanto ao tipo de atividade (os
praticantes de academia indicam motivos mais relacionados com o prazer, o
desafio, a socialização, e os praticantes de personal training mais relacionados
com a prevenção de doenças), e quanto ao gênero (os praticantes femininos
apresentam motivos mais relacionados com as questões de saúde (física e
mental) e os masculinos com questões de condição física (competição e
reconhecimento social).
Palavras-Chave: Motivos; Atividade física; Academia; Personal training;
Motivação.
43
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E
PERSONAL TRAINING
Abstract
This study aimed to analyze the reasons for the practice of physical
exercise in academy and personal training and compare the motivational profile
of these practitioners with regard to gender. The sample consisted of 405
practitioners of academy (240 female, 165 male) aged between 18 and 81
years (M = 35, SD = 17) and 183 practitioners of personal training (142 female,
41 male) aged between 18 and 88 years (M = 43, SD = 16) from Pelotas, Brazil.
To evaluate the reasons for the physical activity we used the Portuguese
version of the Exercise Motivation Inventory-2, and has examined its construct
validity through confirmatory factor analyzes for each of the fourteen factors.
The main results revealed significant differences among the most prevalent
reasons for physical activity: the type of activity (the practitioners of academy
indicate reasons more related to pleasure, challenge, socialization, and the
practitioners of personal training more related to disease prevention), and
regarding gender (the practitioners female have more reasons related health
issues (physical and mental) and male of physical condition with issues
(competition and social recognition).
Keywords: Reasons; Physical activity; Academy; Personal training;
Motivation.
44
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E
PERSONAL TRAINING
Introdução
Apesar do conhecimento generalizado sobre os efeitos positivos na
saúde que a prática regular de atividade física pode potencializar (ACSM, 2013;
Lee et al., 2012), percebe-se que parte da população nas sociedades
industrializadas ainda é inativa, ou abandona a prática nos primeiros seis
meses (Dishman, 1994; Weinberg & Gould, 2010), dando a entender que esses
benefícios não são razões suficientes para que realizem tais atividades. Em um
estudo conduzido por Hallal, et al., (2012) em 122 países (i.e. 88,9% da
população do mundo), foi constatado que 31% dos adultos são fisicamente
inativos e no Brasil 49 %. Na cidade de Pelotas/RS, 41% dos adultos são
inativos fisicamente (Hallal, Victora, Wells, & Lima, 2003).
Na área da psicologia aplicada ao contexto da atividade física, a
motivação é um dos temas que mais investigação tem produzido e um dos
tópicos que mais tempo e energia têm sido dedicado (Biddle & Mutrie, 2001). A
razão para isso se deve ao fato de que a motivação, que dá energia e direção
ao comportamento, atua como um autêntico motor da realização (Dosil, 2008;
Samulski, 2002; Weinberg & Gould, 2007). Por esse motivo, podemos defini-la
como uma “variável psicológica que move o indivíduo face à realização,
orientação, manutenção ou abandono de uma atividade física ou desporto”
(Dosil, 2008, p. 129), podendo ser determinada por uma associação cognitiva
que o sujeito faz das diferentes situações, em função de uma série de fatores
individuais e sociais, sendo da interação entre eles que normalmente resulta a
motivação para a realização de uma atividade (Roberts, 2001; Samulski, 2002).
Tendo as pessoas motivos tão diversos para a prática de atividade
física, faz-se imprescindível que os educadores físicos estejam cientes dos
mesmos para poderem adequar as atividades e assim, irem de encontro às
expectativas dos praticantes, garantindo a sua adesão à prática de atividade
física.
Nesse sentido, é fundamental identificar, estudar e discriminar as
variáveis (i.e. os motivos) que estão sujeitas a modificação e que tem sido
consistentemente associada com a prática habitual da atividade física (Reis &
Sallis, 2005).
Existem alguns estudos desenvolvidos no Brasil que procuram identificar
os motivos para a prática de atividade física, (Balbinotti, Barbosa, Balbinotti, &
45
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E
PERSONAL TRAINING
Saldanha, 2011; Balbinotti & Capozzoli, 2008; Liz, Crocetta, Brandt, & Andrade,
2010). Porém de maneira geral relacionados a atividades em academias, e não
na população específica de praticantes de personal training.
Numa recente revisão de literatura sobre os principais motivos de
adesão e desistência de brasileiros praticantes de atividade física em
academias, realizada por Liz, Crocetta, Brandt e Andrade (2010), após a
análise de 13 estudos, foi possível verificar que os motivos saúde, estética,
socialização, melhoria da condição física e bem estar foram mencionados para
adesão a prática de atividade física. Todavia, neste estudo destaca-se a pouca
atenção que foi dada aos instrumentos utilizados para avaliação dos motivos
nos estudos revistos, quer pela diversidade de questionários utilizados, o que
dificulta a comparação dos resultados encontrados, tanto a nível nacional,
como internacional, quer pela ausência, na maioria dos casos, de indicadores
sobre a validade desses questionários, o que pode colocar algumas reservas
sobre os resultados obtidos, pois o único instrumento para análise dos motivos
para prática de atividade física validado no Brasil, do qual temos conhecimento,
trata-se do Inventário de Motivação para Prática Regular de Atividade Física
(IMPRAF-126), que foi validado por Balbinotti e Barbosa (2008), não foi
mencionado em nenhum dos estudos revisados.
No entanto, o IMPRAF-126 é um instrumento que foi desenvolvido e
validado em uma amostra muito heterogênia de praticantes de atividade física
(i.e. clubes, academias, escolas), e inclui não só adultos, mas também
adolescentes (a partir dos 13 anos de idade). Além disso, o modelo de medida
subjacente a este instrumento é demasiado complexo, pois apresenta uma
estrutura de 6 fatores e 120 itens (20 itens por fator), que não apresentou
valores satisfatórios de ajustamento (χ2=48270.05; gj=7005; p=.000; GFI=.859;
AGFI=.0854; RMS=.065). Outro senão, é o fato de ser um instrumento que foi
desenvolvido especificamente para um contexto nacional, o que dificulta a sua
utilização a nível internacional, e consequentemente a comparação dos
resultados com outras culturas.
Sendo assim, o principal objetivo do presente estudo foi analisar os
motivos para à prática de exercícios físicos em praticantes de academia e de
personal training, comparando as diferenças quanto ao tipo de atividade e
46
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E
PERSONAL TRAINING
quanto ao gênero dos praticantes, bem como, validar a versão brasileira do
Exercise Motivations Inventory (EMI-2), desenvolvido por Markland e Ingledew
(1997), que foi traduzida e validada preliminarmente para português (em
Portugal) por Alves e Lourenço (2003).
Tendo em atenção o objetivo deste estudo as seguintes hipóteses foram
formuladas:
a) A percepção dos motivos para a prática de exercício físico difere
significativamente para os praticantes de academia e de personal training;
b) Os praticantes de academia e de personal training diferem
significativamente quanto ao seu perfil motivacional.
Metodologia
Amostra
Participaram deste estudo 405 praticantes de academia (240 femininos;
165 masculinos e 183 praticantes de personal training (142 femininos; 41
masculinos), da cidade de Pelotas/RS/Brasil.
Instrumento de avaliação
Exercise
Motivation
Inventory-2
(EMI-2):
este
questionário
foi
desenvolvido por Markland e Ingledew (1997). Optou-se por sua utilização
porque além de ser mais reduzido (51 itens) ele avalia 14 motivos de prática de
atividade física (estresse, revitalização, prazer, desafio, reconhecimento social,
socialização,
competição,
saúde,
doença,
manter-se
saudável,
peso,
aparência, força e resistência e agilidade). As respostas são dadas em uma
escala do tipo Likert de 6 pontos, em que “0” “significa nada pra mim” e “5” é
“completamente verdadeiro pra mim”. A importância de cada motivo para a
prática de atividade física foi obtida através da soma das respostas obtidas nos
respectivos itens, sendo o valor do motivo determinado pelo maior ou menor
escore. Destacamos ainda o fato de se tratar de um instrumento internacional,
cuja fidedignidade e validade têm sido demonstradas em diferentes culturas
como a inglesa (Markland & Ingledew, 1997) a portuguesa (Alves & Lourenço,
2003) e a espanhola (Capdevila, Niñerola, & Pintanel, 2004) permitindo a
comparação dos resultados obtidos com os de outros países.
47
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E
PERSONAL TRAINING
A avaliação das respostas foram obtidas através do cálculo da média
dos itens correspondentes a cada fator motivacional. Assim, cabe destacar
aqueles fatores com pontuações mais e menos elevadas, que representam
respectivamente os motivos mais e menos importantes para à prática de
exercício físico.
Este instrumento foi traduzido e validado para a língua portuguesa por
Alves e Lourenço (2003), tendo-se obtido valores de consistência interna
considerados recomendáveis (α ≥ ,70) (Taylor, Bagby, & Parker, 2003) em
todos os seus 14 fatores. Ainda assim, para um questionário ser considerado
válido se faz necessária a comprovação da sua validade de construto, ou seja,
do quanto os construtos representados por cada um dos fatores do
questionário se mantêm e verificam após a sua tradução. Dada a importância
deste tipo de validade e a sua ausência nos estudos realizados previamente no
Brasil, foi testado a validade de construto do EMI-2p através da realização de
análises fatoriais confirmatórias (AFC) a cada um dos 14 fatores que fazem
parte deste questionário, seguindo os mesmos procedimentos adotados por
Markland e Ingledew (1997) para o desenvolvimento da versão original do EMI2.
Tratamento e análise estatística dos dados
A validade de construto do EMI-2p foi testada através da realização de
análises fatoriais confirmatórias (AFC) a cada um dos 14 fatores que fazem
parte deste questionário, seguindo os mesmos procedimentos adotados por
Markland e Ingledew (1997) para o desenvolvimento da versão original, que
foram realizados de acordo com os seguintes pressupostos: (i) as respostas
dos sujeitos são explicadas por 14 fatores, (ii) a carga fatorial exibida por cada
um dos itens está associada ao fator que é suposto medir (denominada carga
fatorial alvo) e (iii) não há correlação entre os erros de estimativa associados a
cada um dos itens.
Assim, para a realização da AFC foi utilizado o método de estimação da
máxima verossimilhança (ML: Maximum Likeliood) que avalia o modelo através
do teste estatístico do qui-quadrado (χ2 Chi-Square) e do seu nível de
significância (p), bem como, os índices alternativos de ajustamento mais
48
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E
PERSONAL TRAINING
consensuais (Cid, Rosado, Leitão, & Alves, 2012; Hair, Black, Babin, &
Anderson, 2009; Kahn, 2006a), designadamente: Standardized Root Mean
Square Residual (SRMR), Comparative Fit Index (CFI), Non-normed Fit Index
(NNFI) e o Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA) e respectivo
intervalo de confiança (IC) a 90%. No presente estudo, para os índices
referidos, foram adotados os valores de corte sugeridos por Hu e Bentler
(1999): SRMR ≤ .080, CFI e NNFI ≥ .950 e RMSEA ≤ .060. Todas as análises
multivariadas foram realizadas com o recurso ao software AMOS 7.0 (Arbuckle,
2006).
No que se refere às análises estatísticas univariadas subsequentes,
foram realizadas com recurso a técnicas de estatística descritiva (Média;
Desvio-padrão) e inferencial (t-student) para comparação de médias de dois
grupos, nas quais foi adotado o nível de significância de p ≤ .05. Este tipo de
análises foram realizadas com recurso ao SPSS 20.
Resultados
Consistência interna e validade de construto do EMI-2p
Previamente foram realizadas a fidedignidade interna e a validade de
construto do questionário EMI-2p (Tabela 1), referente a cada um dos fatores.
Convém relembrar, no que diz respeito a este tipo de análise, a teoria
subjacente ao método de estimação (ML) assume que os dados tenham uma
distribuição normal multivariada (Kahn, 2006b; Kline, 2005). De acordo com
Byrne (2006), se o coeficiente de Mardia normalizado (kurtosis multivariada) for
superior a 5.0 é indicativo que os dados não tenham uma distribuição normal
multivariada, o que acontece no caso do presente estudo. Como tal, devem ser
equacionadas medidas corretivas, utilizando-se normalmente o qui-quadrado
corrigido (Santorra-Bentler χ2: S-B χ2), que corrigem ligeiramente os valores do
teste do qui-quadrado e também dos índices de ajustamento. No entanto, esta
correção não está disponível no software utilizado no presente estudo (AMOS).
Seja como for, segundo Maroco (2010), o método ML é relativamente robusto à
violação do pressuposto da não normalidade da distribuição dos dados. Além
disso, segundo Hair, Black, Babin, Anderson e Tatham (2006), para minimizar o
problema da distribuição não normal dos dados, aconselham-se um rácio de
49
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E
PERSONAL TRAINING
15:1 (sujeitos por parâmetro livre) ou amostras grandes (n > 400), o que
acontece no nosso caso.
Tabela 1 - Consistência interna, pesos fatoriais e medidas de ajustamento do modelo de
medida de cada um dos 14 fatores que compõem o EMI-2p
Fatores EMI-2
Estresse (4itens)
Revitalização* (3itens)
Prazer (4 itens)
Desafio (4 itens)
Rec. Social (4 itens)
Socialização (4 itens)
Competição (4 itens)
Saúde*(3 itens)
Doença* (3 itens)
Manter-se Saudável* (3 itens)
Peso*/** (3 itens)
Aparência (4 itens)
Força e Resistência (4 itens)
Agilidade* (3 itens)
α
.81
.60
.76
.71
.79
.75
.82
.63
.70
.64
.88
.77
.72
.77
fl
.50-.84
.52-.69
.51-.77
.59-.65
.69-.70
.40-.77
.62-.82
.55-.66
.57-.83
.37-.77
.80-.87
.46-.78
.33-.76
.51-.85
χ2
2.062
0.540
1.284
3.836
10.654
2.961
5.918
0.381
5.381
0.043
0.841
4.818
0.124
0.823
p
.357
.462
.526
.147
.005
.227
.052
.537
.020
.836
.359
.090
.940
.364
df
2
1
2
2
2
2
2
1
1
1
1
2
2
1
SRMR
.009
.008
.009
.016
.022
.013
.014
.006
.018
.002
.005
.016
.003
.007
NNFI
1.000
1.000
1.000
0.986
0.960
0.995
0.986
1.000
0.964
1.000
1.000
0.987
1.000
1.000
CFI
1.000
1.000
1.000
0.995
0.987
0.998
0.995
1.000
0.988
1.000
1.000
0.996
1.000
1.000
RMSEA
.007
.000
.000
.040
.080
.029
.058
.000
.086
.000
.000
.049
.000
.000
90% CI
.000 - .082
.000 - .098
.000 - .072
.000 - .099
.040 - .114
.000 - .092
.000 - .111
.000 - .093
.027 - .164
.000 - .064
.000 - .106
.000 - .107
.000 - .018
.000 - .105
2
Legenda: α = alfa de cronbach; fl = factor loading (peso factorial); χ – Qui-Quadrado; p = grau de
significância do teste de Qui-Quadrado; NNFI – Bentler-Bonnett Nonnormed Fit Index; CFI – Comparative
Fit Index; SRMS - Standardized Root Mean Square; RMSEA – Root Mean-Squared Error of
Approximation; 90% IC – intervalo de confiança a 90% para RMSEA.
Nota. *por questões de identificação do modelo foi colocado um constrangimento igual nos parâmetros
com estimativas aproximadas (na variância de dois os erros de medida); ** eliminação do item 1 por
apresentar um peso fatorial inaceitável (.25), cuja eliminação também aumentou a consistência interna do
fator (passou de .78 para .88).
Os resultados comprovam a fidedignidade e validade de construto da
versão Portuguesa do EMI-2p neste grupo de participantes em particular,
garantindo a qualidade dos dados obtidos e permitindo, por essa razão, a sua
utilização nas análises estatísticas que se seguem.
Motivos para a prática de atividade física
A observação da tabela 2 permite perceber, que praticantes de
academia e personal training não apresentam um único motivo ou fator
motivacional para aderirem à atividade física. É possível verificar ainda os
motivos mais e menos importantes para prática de atividade física tendo em
conta a atividade praticada (i.e. academia e personal training).
Nota-se também que praticantes de academia e de personal training
consideram como mais importante para prática de atividade física o motivo
manter-se saudável e como menos importante o motivo reconhecimento social.
Os praticantes de
academia referem os motivos prazer, força/
resistência, desafio, socialização, competição e reconhecimento social como
50
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E
PERSONAL TRAINING
significativamente mais importantes, enquanto para os praticantes de personal
training os motivos mais significativos para prática de atividade física foram
agilidade e prevenção de doenças.
Tabela 2 - Estatística descritiva e análise comparativa dos motivos para a prática de atividade
física entre praticantes de academia e personal training
Academia
Personal training
Média
DP
Min.
Max.
Média
DP
Min.
Manter-se saudável
4.59
0.70 0.33
5.00
4.64
0.60
1.00
Revitalização
4.11
0.97 0.00
5.00
4.24
0.90
1.00
Prazer
4.07
0.99 0.00
5.00
3.79
1.19
0.00
Agilidade
3.83
1.24 0.00
5.00
4.03
1.06
0.00
Prevenção de doenças
3.80
1.31 0.00
5.00
4.07
1.07
0.00
Força e resistência
3.79
1.14 0.00
5.00
3.56
1.17
0.00
Peso
3.41
1.41 0.00
5.00
3.50
1.44
0.00
Estresse
3.27
1.42 0.00
5.00
3.37
1.41
0.00
Aparência
3.22
1.27 0.00
5.00
3.02
1.39
0.00
Desafio
3.01
1.30 0.00
5.00
2.60
1.35
0.00
Socialização
2.14
1.38 0.00
5.00
1.77
1.29
0.00
Problemas de saúde
1.94
1.62 0.00
5.00
2.08
1.53
0.00
Competição
1.41
1.49 0.00
5.00
0.85
1.15
0.00
Reconhecimento social
1.04
1.26 0.00
5.00
0.63
0.98
0.00
Legenda: DP = desvio-padrão; Mín. = valor mínimo; Máx. = valor máximo; *p ≤.05
Motivos
Max.
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
4.50
p
.393
.133
.003*
.054
.014*
.026*
.477
.429
.086
.001*
.002*
.321
.000*
.000*
A tabela 3 mostra os motivos mais e menos importantes para prática de
atividade física tendo em conta a atividade praticada (i.e. academia e personal
training). A análise foi efetuada considerando separadamente os praticantes do
gênero masculino e feminino.
Os praticantes de personal training e de academia de ambos os
gêneros, consideram como mais importante para prática de atividade física o
motivo manter-se saudável e como menos importante o motivo reconhecimento
social.
No caso do gênero masculino verifica-se que os praticantes de personal
training referem o motivo prevenção de doenças como significativamente mais
importante do que para os praticantes de academia. Quanto ao gênero
feminino as praticantes de academia referiram os motivos prazer, desafio,
socialização, competição e reconhecimento social como significativamente
mais importantes para prática de atividade física do que as praticantes de
personal training.
51
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E
PERSONAL TRAINING
Tabela 3 - Estatística descritiva e análise comparativa dos motivos para a prática de exercício
entre praticantes de academia e personal training
Motivos
Manter-se saudável
Prazer
Força/ resistência
Revitalização
Agilidade
Prev. de doenças
Aparência
Desafio
Estresse
Peso
Socialização
Competição
Problema de saúde
Reconhec. Social
Masculino
Academia
Personal
Média
DP
Média
DP
446
0.82
4.59
0.58
4.02
1.01
3.68
1.31
4.01
1.04
3.74
1.26
3.93
1.02
4.02
0.89
3.50
1.34
3.92
0.93
3.46
1.49
3.96
1.10
3.24
1.32
2.98
1.54
3.08
1.32
3.07
1.45
3.01
1.42
2.76
1.62
2.98
1.44
3.12
1.51
2.22
1.43
2.11
1.22
1.81
1.60
1.70
1.50
1.68
1.47
2.04
1.44
1.34
1.38
1.01
1.24
p
.335
.066
.166
.568
.060
.046
.287
.981
.315
.597
.643
.704
.156
.160
Feminino
Academia
Personal
Média
DP
Média
DP
4.68
0.59
4.65
0.61
4.09
0.98
3.82
1.15
3.64
1.18
3.51
1.14
4.24
0.91
4.30
0.89
4.06
1.12
4.07
1.10
4.03
1.12
4.11
1.06
3.21
1.23
3.03
1.34
2.97
1.29
2.47
1.29
3.45
1.40
3.55
1.30
3.71
1.32
3.62
1.40
2.09
1.34
1.68
1.29
1.14
1.35
0.61
0.89
2.11
1.69
2.09
1.56
0.84
1.13
0.53
0.87
p
.719
.014*
.288
.529
.937
.527
.188
.000*
.486
.505
.004*
.000*
.876
.005*
Legenda: DP = desvio-padrão; *p ≤.05.
A tabela 4 mostra os motivos mais e menos importantes tendo em conta
o gênero dos praticantes (i.e. feminino e masculino). A análise foi efetuada
considerando separadamente as atividades de personal training e de
academia.
Os praticantes de ambos os gêneros tanto de personal training como de
academia, consideram como mais importante para prática de atividade física o
motivo manter-se saudável e como menos importante o motivo reconhecimento
social.
Assim, para a atividade de personal training, verifica-se que os
praticantes do gênero masculino identificam os motivos desafio, socialização,
competição e reconhecimento social como sendo significativamente mais
importantes que os praticantes do gênero feminino, os quais consideraram o
motivo estresse como significativamente mais importantes. No caso das
atividades de academia verifica-se que praticantes do gênero masculino
identificam os motivos de força/ resistência, competição e reconhecimento
social como sendo significativamente mais importantes do que os praticantes
do gênero feminino os quais deram significativamente mais importância aos
motivos manter-se saudável, revitalização, prevenção de doenças, agilidade,
peso, estresse e problemas de saúde.
52
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E
PERSONAL TRAINING
Tabela 4 - Estatística descritiva e análise comparativa dos motivos para a prática de exercício
entre os praticantes dos géneros masculino e feminino
Motivos
Manter-se saudável
Revitalização
Prevenir doenças
Agilidade
Prazer
Peso
Estresse
Força/ resistência
Aparência
Desafio
Problema de saúde
Afiliação
Competição
Reconhec.social
Academia
Feminino
Masculino
Média
DP
Média
DP
4.68
0.59
4.46
0.82
4.24
0.91
3.93
1.02
4.03
1.12
3.46
1.49
4.06
1.12
3.50
1.34
4.09
0.98
4.02
1.01
3.71
1.32
2.98
1.44
3.45
1.40
3.01
1.42
3.64
1.18
4.01
1.04
3.21
1.23
3.24
1.32
2.97
1.29
3.08
1.32
2.11
1.69
1.68
1.47
2.09
1.34
2.22
1.43
1.14
1.35
1.81
1.60
0.84
1.13
1.34
1.38
p
.004
.002
.000
.000
.474
.000
.002
.001
.848
.415
.006
.347
.000
.000
Personal training
Feminino
Masculino
Média
DP
Média
DP
4.65
0.61
4.59
0.58
4.30
0.89
4.02
0.89
4.11
1.06
3.96
1.10
4.07
1.10
3.92
0.93
3.82
1.15
3.68
1.31
3.62
1.40
3.12
1.51
3.55
1.30
2.76
1.62
3.51
1.14
3.74
1.26
3.03
1.34
2.98
1.54
2.47
1.29
3.07
1.45
2.09
1.56
2.04
1.44
1.68
1.29
2.11
1.22
0.61
0.89
1.70
1.50
0.53
087
1.01
1.24
p
.559
.086
.453
.380
.529
.063
.006*
.295
.846
.019*
.860
.053
.000*
.025*
Legenda: DP = desvio-padrão; *p≤.05
Discussão
Este estudo versou sobre os motivos para a prática de atividade física,
com o acompanhamento de uma amostra da população de praticantes de
academias e de personal training na cidade de Pelotas/RS/Brasil, com recurso
ao questionário internacional EMI-2p, que possibilita comparação dos
resultados obtidos noutras culturas, por se apresentarem fidedignos e válidos
nas mesmas e por avaliar 14 motivos associados à prática de atividade física,
sendo mais que o dobro das dimensões avaliadas pelo inventário de
abrangência nacional IMPRAF-126, o único instrumento ao qual temos
conhecimento, ser validado no Brasil.
Dada a inexistência de valores de fidedignidade e validade de construto
do EMI-2p em praticantes de atividade física no Brasil, estes aspectos foram
analisados previamente. Os resultados obtidos na amostra recolhida
comprovam a fidedignidade e validade de construto da versão Portuguesa do
EMI-2p neste grupo de participantes em particular.
Os resultados revelaram que praticantes de academia e de personal
training apresentam vários motivos para aderirem à atividade física, conforme
elucidado por Weinberg e Gould (2010) e verificado na recente revisão da
literatura sobre adesão à prática de exercícios físicos em academias de
ginástica (Liz et al., 2010), onde os motivos mais citados para a adesão foram
53
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E
PERSONAL TRAINING
saúde, estética, resistência, condicionamento/ aptidão física, bem-estar, prazer
e socialização.
Da análise realizada, o motivo “manter-se saudável” foi considerado
como mais importante para à prática de atividade física tanto para os
praticantes de personal training como para os de academia e também para
ambos os gêneros. Os motivos reconhecimento social, competição, desafio,
socialização, prazer e ainda prevenção de doenças, foram considerados como
menos importante indo ao encontro dos resultados encontrados em pesquisas
prévias, em populações diversificadas, (Cid, Silva, & Alves, 2007; Ingledew &
Markland, 2008; Jacinto, 2010; Legnani, 2009; Lourenço, 2002).
Estes resultados levam a especular sobre a existência de uma base
comum de motivação associada à prática das modalidades escolhidas (i.e.
personal training ou academia), que se justifica pelo simples fato de ambas as
modalidades terem o mesmo propósito de melhorar a saúde. Apesar dessa
base
comum,
neste
estudo
verifica-se
a
existência
de
diferenças
estatisticamente significativas ao nível da importância que alguns dos 14
motivos assumem considerando o gênero e a modalidade praticada. Estes
resultados confirmam a primeira hipótese levantada nesta pesquisa.
Os motivos significativamente mais importantes para prática de atividade
física para os praticantes de personal training foram agilidade e prevenção de
doenças, estando de acordo com um estudo desenvolvido por Lourenço (2002)
com o objetivo de conhecer os principais fatores motivacionais que conduzem
os hipertensos da cidade do Porto/Portugal a praticar atividade física regular. A
idade média mais elevada dos praticantes de personal training, talvez justifique
os motivos prevenção de doenças e agilidade aparecerem como mais
importantes para este grupo, pois pessoas mais velhas apresentam uma maior
incidência de doenças e uma menor agilidade (Ribeiro, Alves, & Meira, 2009).
Por outro lado, para os praticantes de academia os motivos
significativamente mais importantes foram prazer, força/ resistência, desafio,
socialização, competição e reconhecimento social. Em virtude destes
resultados pode-se dizer que praticantes de academia buscam esta atividade
por sentirem prazer através da prática e da socialização que a mesma oferece,
eles intencionam mostrar seu valor as outras pessoas, atingir metas, competir e
54
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E
PERSONAL TRAINING
comparar suas capacidades físicas com as de outros. Uma possível justificativa
para estes resultados poderá ser o fato de que a média de idade deste grupo é
menor (i.e. são mais jovens), o que corrobora com os resultados obtidos no
estudo de Jacinto (2010), onde os motivos desafio, força/ resistência,
competição e reconhecimento social foram considerados como menos
importantes para prática de atividade física em pessoas idosas. Yan e
Mccullagh (2004), confirmam esta teoria, ao afirmarem que os mais jovens têm
uma pré-disposição típica em enfrentar desafios e colocar a prova sua
competência pessoal.
Os
resultados
significativos
citados
como
importantes
para
os
praticantes de personal training e academia (i.e. prazer, força/ resistência,
desafio,
socialização,
competição,
reconhecimento
social,
agilidade
e
prevenção de doenças) são similares aos achados de Cid, Silva e Alves (2007)
em um estudo que teve entre os objetivos estabelecer um perfil psicológico dos
sujeitos aderentes aos programas de exercício e saúde, com uma amostra de
70 sujeitos na cidade de Rio Maior/Portugal e concluíram que para aquela
população, os motivos mais importantes para prática de atividade física foram
manter-se saudável e revitalização. Os resultados obtidos e exibidos acima,
permitem confirmar a segunda hipótese elaborada neste estudo.
Considerando a atividade praticada percebe-se que os praticantes de
personal training do gênero masculino dão significativamente mais importância
ao motivo prevenção de doenças, comparando com os praticantes do gênero
masculino de academia. No caso do gênero feminino, as praticantes de
academia dão significativamente mais importância aos motivos prazer, desafio,
socialização, competição e reconhecimento social.
Na análise comparativa entre gêneros, e considerando a atividade de
personal training, verifica-se que os praticantes do gênero masculino dão
significativamente mais importância aos motivos desafio, socialização,
competição e reconhecimento social comparativamente aos praticantes do
gênero feminino, os quais deram comparativamente mais importância apenas
ao motivo estresse.
No caso da modalidade de academia, os homens mencionam os motivos
força/ resistência, competição e reconhecimento social como significativamente
55
ESTUDO 1. MOTIVOS PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E
PERSONAL TRAINING
mais importantes, comparativamente às mulheres que se destacaram
significativamente nos motivos manter-se saudável, revitalização, prevenção de
doenças, agilidade, peso, estresse e problemas de saúde.
Estes resultados apontam a existência de diferenças significativas nos
motivos para a prática de atividade física entre praticantes do gênero masculino
e feminino, contrariando os resultados encontrados por Balbinotti et al. (2011)
numa amostra de 635 praticantes regulares de atividade física, bem como
noutros estudos (Balbinotti & Capozzoli, 2008; Castro, Silva, Monteiro, Palma,
& Resende, 2010) onde não foram encontradas diferenças significativas nas
respostas dos praticantes de diferentes gêneros.
Levando em conta os dados obtidos, os educadores físicos responsáveis
pelas modalidades em academia e personal training, devem estar alerta para
os motivos supracitados como mais importantes para prática de atividade física
e buscar qualificação, formação e entendimento deste processo educativo de
modo a tentar evitar a desistência e aumentar a adesão nestes tipos de
atividades.
O presente estudo apresenta alguns aspectos positivos que devem ser
mencionados. Segundo o conhecimento dos autores, esse é o primeiro estudo
brasileiro comparativo que investiga os motivos para prática de atividade física
em adultos freqüentadores de academia e personal training. Outros estudos
consideraram os programas de exercício físico somente em academias de
ginástica, sem diferenciar ou comparar ao personal training (Balbinotti &
Capozzoli, 2008; Liz et al., 2010; Silva, Rombaldi, Azevedo, & Hallal, 2008) por
esse motivo a discussão deste estudo limita-se a praticantes de academia.
Além disso, foram testados os modelos de medidas do instrumento
utilizado, através de AFC que verificaram a validade de construto do
questionário EMI-2p para população brasileira. Por outro lado, limitações
podem ter afetado os resultados deste estudo, sendo a principal, a
conveniência na seleção da amostra. As conclusões, portanto, pode não se
aplicar a toda população de adultos.
56
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE
REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL
TRAINING
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS
OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM
ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto
de academia e personal training.
57
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
ESTUDO
2.
CLIMA
MOTIVACIONAL,
ORIENTAÇÃO
DOS
OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO EM
ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Resumo
Este estudo teve como objetivo analisar as relações hipotetizadas pela
Teoria dos Objetivos de Realização na predição da adesão ao exercício físico
em praticantes de academia e personal training. Participaram neste estudo 405
praticantes de academia (240 femininos, 165 masculinos), com idades entre 18 e
81 anos (M = 35; DP = 17) e 183 praticantes de personal training (142 femininos,
41 masculinos), com idades entre 18 e 88 anos (M = 43; DP = 16), de PelotasRS, Brasil. Para avaliação do clima motivacional e dos objetivos de realização,
recorreu-se às versões Portuguesas do Goal Orientation in Exercise Measure e
Perceived Motivational Climate in Exercise Questionnaire, cuja validade e
fidedignidade para população Brasileira também foi analisada através de
análises fatoriais confirmatórias dos modelos de medidas. Os principais
resultados revelaram que a orientação para Tarefa é mais elevada em ambos os
gêneros e em ambos os grupos de praticantes. Por outro lado,
todas as
variáveis subjacentes à teoria dos objetivos de realização correlacionam-se
positivamente de forma significativa, em especial, entre o clima para a mestria e
a orientação para a tarefa e entre o clima para a performance e a orientação
para o ego. Por último o modelo de equações estruturais hipotetizado demonstra
que o clima para a mestria e para a performance tem um impacto direto sobre a
orientação para a tarefa e para o ego, respectivamente, e estes por suas vez
têm um efeito significativo sobre a adesão ao exercício físico.
Palavras-Chave:
Objetivos
de
Motivação; Adesão ao exercício físico.
58
realização;
Clima
motivacional;
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Abstract
This study aimed to analyze the relationships hypothesized by the
Achievement Goal Theory in predicting adherence to exercise in practicing
academy and personal training. The sample consisted of 405 practitioners
academy (240 female, 165 male) aged between 18 and 81 years (M = 35, SD =
17) and 183 practitioners of personal training (142 female, 41 male), aged
between 18 and 88 years (M = 43, SD = 16), from Pelotas, Brazil. To evaluate
the motivational climate and achievement goals, we used the Portuguese
versions of Goal Orientation in Exercise Measure and Perceived Motivational
Climate in Exercise Questionnaire, whose validity and reliability for the Brazilian
population was also analyzed using confirmatory factor analyzes of models
measures. The main results revealed that task orientation is higher in both
genders and in both groups of practitioners. Moreover, all variables underlying
the theory of achievement goals positively correlate significantly, especially
between climate for mastery and task orientation and between climate for
performance and ego orientation. Finally the hypothesized structural equation
model shows that the climate for mastery and performance has a direct impact
on task orientation and ego respectively, and these in their turn have a
significant effect on adherence to physical exercise.
Keywords: Achievement Goal; Motivational Orientation; Motivational
Climate; Motivation; Adherence to physical exercise.
59
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Introdução
A teoria dos objetivos de realização (TOR) (Nicholls, 1984, 1989)
preconiza que os sujeitos podem orientar a sua motivação de duas formas: Ego
e Tarefa ou, utilizando outra terminologia, Mestria e Performance (Ames, 1984,
1992), que refletem critérios diferenciados pelos quais os sujeitos avaliam a
sua competência e definem o sucesso da sua participação em uma
determinada atividade (i.e. em um contexto de realização).
Os sujeitos que se orientam para o ego focalizam a sua atuação no
resultado que provém do seu envolvimento na atividade, sendo a sua
percepção de competência resultante da comparação com os outros (Nicholls,
1984, 1989). Normalmente, esta forma de orientação dos objetivos de
realização, conduz a comportamentos desajustados, tais como, a escolha de
tarefas com dificuldades e desafios extremos e de metas abaixo dos
rendimentos alcançados anteriormente, comparação de sua capacidade,
atribuição aos seus resultados a dificuldades da tarefa ou ao acaso,
impersistência, demonstração de superioridade, ansiedade e insegurança no
comportamento, baixa percepção da competência, orientação às normas
sociais, motivados extrinsecamente e/ou pelo reconhecimento social, falta de
autodeterminação e abandono da atividade em caso de derrota ou fracasso
(Winterstein, 2002).
Os que se orientam para a tarefa focalizam a sua atuação na melhoria
das suas competências pessoais e a sua percepção de competência é regida
por critérios auto-referenciados. Normalmente, os sujeitos que se orientam
mais para a tarefa, tendem a adotar estratégias adaptativas do comportamento.
De acordo com Winterstein, (2002) estes indivíduos trabalham mais, acreditam
no seu esforço, preocupam-se com a aprendizagem, são mais competitivos e
persistentes, assumem responsabilidades pelos atos, possuem uma percepção
adequada da sua habilidade e capacidade, favorecem a capacidade para
cooperar e o esforço para o domínio pessoal, são independentes, mais
criativos e inovadores, julgam seu êxito pela qualidade do seu trabalho,
possuem mais autocontrole, aprendem mais depressa e demonstram
segurança no comportamento.
60
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Desta forma, a teoria dos objetivos de realização (figura 3) assume que
os indivíduos são orientados por objetivos, os quais influenciam a tomada de
decisão e o comportamento, determinando assim em grande parte os seus
índices motivacionais (Biddle & Mutrie, 2001; Duda & Hall, 2001; Roberts,
2001; Treasure, 2001).
Objetivos de Realização
Orientação das metas a alcançar
com o envolvimento na atividade Orientação Motivacional
TAREFA
(Realização) EGO
(Resultado) Percepção de Competência
e
Definição de Sucesso
Orientado pela avaliação do seu
desempenho baseado na realização
e
no
julgamento
das
suas
capacidades
através
de
um
processo de comparação com os
outros.
Orientado pela avaliação do seu
desempenho baseado na realização
e
no
julgamento
das
suas
capacidades
através
de
um
processo de comparação com ele
próprio.
Figura 3 - Teoria dos Objetivos de Realização – Percepção de Competência e Sucesso (Cid &
Louro, 2010) No contexto desportivo, a pertinência da TOR tem sido demonstrada em
vários estudos desenvolvidos a nível internacional (Cid & Louro, 2010;
Georgiadis, Biddle, & Chatzisarantis, 2001; Smith, Balaguer, & Duda, 2006) os
quais verificaram que a promoção de uma orientação dos objetivos de
61
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
realização para a tarefa auxilia os atletas a julgarem a sua competência através
de
um
processo
de
comparação
consigo
mesmo,
conduzindo
a
comportamentos mais adaptativos. No caso do Brasil foram desenvolvidos
igualmente alguns estudos que procuram identificar a orientação motivacional
de praticantes desportivos (Hirota, Hayashi, De Marco, & Verardi, 2011; Hirota,
Schindler, & Villar, 2006; Hirota, Verardi, & De Marco, 2012), com recurso ao
Task and Ego Orientation in Sport Questionnaire (TEOSQ) (Duda, 1992).
Nestes estudos foi possível verificar que os atletas mais orientados para a
tarefa, mostram-se mais autodeterminados, autoconfiantes, mais criativos e
julgam seu êxito pela qualidade do trabalho realizado.
Apesar da sua pertinência no contexto desportivo, a aplicabilidade da
teoria dos objetivos de realização (TOR) (Nicholls, 1984, 1989) ao domínio do
exercício físico é ainda muito escassa, e só recentemente recebeu uma
atenção especial na literatura internacional (Kilpatrick, Bartholomew, & Riemer,
2003; Petherick & Markland, 2008), bem como nos países de língua portuguesa
(Cid, Leitão, & Alves, 2012a; Cid, Moutão, Leitão, & Alves, 2012b).
Sendo assim, considerando a pertinência da TOR demonstrada no
contexto desportivo, o principal objetivo deste estudo foi analisar a validade das
relações hipotetizadas pelo modelo teórico, na predição da adesão ao exercício
em praticantes de academia e personal training na cidade de Pelotas/RS/Brasil.
Além disso, este estudo também objetivou apresentar os resultados da
validação dos instrumentos de medida dos objetivos de realização e da
percepção do clima motivacional no contexto do exercício físico para a
população Brasileira.
Tendo em atenção o objetivo deste estudo as seguintes hipóteses foram
estruturadas:
a) A influência do clima motivacional associado a orientação dos
objetivos de realização na adesão ao exercício físico é percepcionado de forma
idêntica por ambos os grupos;
b) O clima para a mestria e para a performance influencia a orientação
para a tarefa e para o ego em ambos os grupos.
62
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Metodologia
Amostra
Participaram deste estudo 405 praticantes de academia (240 femininos;
165 masculinos e 183 praticantes de personal training (142 femininos; 41
masculinos), da cidade de Pelotas/RS/Brasil.
Instrumentos de avaliação
Perceived Motivational Climate in Exercise Questionnaire - versão
Portuguesa (PMCEQp). Este questionário foi desenvolvido por Thomas e
Barron (2006) e consiste numa adaptação para o exercício do Perceived
Motivational Climate in Sport Questionnaire (Seifriz, Duda, & Chi, 1992;
Walling, Duda, & Chi, 1993), sendo constituído por 10 itens, aos quais se
responde numa escala tipo Likert com 5 alternativas de resposta, que variam
entre
o
“Discordo
Totalmente”
(1)
e
o
“Concordo
Totalmente”
(5).
Posteriormente os itens são agrupados em 2 fatores (Mestria e Performance)
que representam as formas distintas de percepção dos sujeitos sobre o clima
motivacional no contexto de exercício, de acordo com a TOR (Nicholls, 1984,
1989) ao nível situacional. Este questionário foi traduzido e validado para
língua portuguesa por Cid, Moutão, Leitão e Alves (2012c), tendo-se verificado
valores de fidedignidade interna aceitáveis para ambos os fatores (α Mestria =
.740; α Performance = .750), e de validade de construto (S-Bχ2 = 40.6; df=34; p
= .20; S-Bχ2/df = 1.19; SRMR = .03; NNFI = .98; CFI = .99; RMSEA = .02; 90%
IC RMSEA = .00 - .05), com os pesos fatoriais dos itens a variar entre .50 e .79.
Os valores dos resultados obtidos foram conseguidos através da média
da distribuição de cada item.
Goal Orientation in Exercise Measure - versão Portuguesa (GOEMp).
Este questionário foi desenvolvido por Petherick e Markland (2008), sendo
constituído por 10 itens, aos quais se responde numa escala tipo Likert com 5
alternativas de resposta, que variam entre o “Discordo Totalmente” (1) e o
“Concordo Totalmente” (5). Posteriormente os itens são agrupados em 2
fatores (Tarefa e Ego), que representam as formas distintas de orientação dos
objetivos de realização do sujeito no contexto do exercício, de acordo com a
TOR (Nicholls, 1984, 1989) ao nível disposicional. Este questionário foi
63
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
traduzido e validado para língua portuguesa por Cid, Moutão, Leitão, Alves e
Petherick (2009), tendo-se verificado valores de fidedignidade interna
aceitáveis para ambos os fatores (α Ego = .887; α Tarefa = .771), e de validade
de construto (S-Bχ2= 65.867, df = 34, p = .000; S-Bχ2/df SRMR = .051; CFI =
.971; RMSEA = .054; RMSEA 90% CI = .034 - .074), com os pesos fatoriais
dos itens tendo variado entre .66 a .86 (Ego) e .45 a .77 (Tarefa).
Os valores dos resultados encontrados foram obtidos através da média
da distribuição de cada item.
A adesão ao exercício foi avaliada considerando o tempo de prática,
avaliada através de inquérito que indagava há quanto tempo o indivíduo é
praticante de exercício físico no ambiente que freqüenta atualmente.
Análise dos dados: Análise Fatorial Confirmatória e Análise de
Equações Estruturais.
Sendo a primeira vez que estes questionários foram aplicados no Brasil,
serão previamente apresentados os valores de fidedignidades e de validade de
construto de cada um através de uma análise fatorial confirmatória (AFC).
Posteriormente, foi analisado o ajustamento do modelo hipotetizado, que
analisa os efeitos do modelo teórico na predição da adesão ao exercício em
praticantes brasileiros de personal training e de academias, através de uma
análise
de
equações
estruturais
(SEM),
a
qual
permite
examinar
simultaneamente as relações causais existentes entre os construtos latentes de
um determinado modelo (Hair, Black, Babin, & Anderson, 2009). Em ambos os
casos foi utilizado o método de estimação da máxima verossimilhança (ML:
Maximum Likeliood) que avalia o modelo através do teste estatístico do quiquadrado (χ2 Chi-Square) e do seu nível de significância (p). Considerando a
sensibilidade do valor do χ2 à dimensão da amostra, que tornam este critério
demasiado exigente em estudos nas ciências sociais onde há muitas fontes de
variabilidade (Byrne, 2006), serão igualmente analisados os valores obtidos
nos índices alternativos de ajustamento mais consensuais (Cid, Rosado,
Leitão, & Alves, 2012; Hair et al., 2009; Kahn, 2006), designadamente:
Comparative Fit Index (CFI), Non-normed Fit Index (NNFI) e o Root Mean
Square Error of Approximation (RMSEA) e respectivo intervalo de confiança
64
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
(IC) a 90%. No presente estudo, para os índices referidos, foram adotados os
valores de corte sugeridos por Hu e Bentler (1999): SRMR ≤ .080, CFI e NNFI
≥ .950 e RMSEA ≤ .060 utilizado o software de análise de equações estruturais
AMOS 20.
Por último, também foram calculadas as medidas de tendência central
(média) e de dispersão (desvio padrão), de correlação entre variáveis (r de
Pearson) e análise das diferenças entre grupos (t de student). Foi adotado o
nível de significância de p ≤ .05.
Resultados
Ajustamento dos modelos de medida
Os modelos de medida foram examinados através de AFC e avaliaram o
ajustamento da estrutura de dois fatores correlacionados de ambos os
questionários PMCEQp e GOEMp (Tabela 5).
Convém relembrar, no que diz respeito a este tipo de análise, a teoria
subjacente ao método de estimação (ML) assume que os dados tenham uma
distribuição normal multivariada (Kahn, 2006b; Kline, 2005). De acordo com
Byrne (2006), se o coeficiente de Mardia normalizado (kurtosis multivariada) for
superior a 5.0 é indicativo que os dados não tenham uma distribuição normal
multivariada, o que acontece no caso do presente estudo. Como tal, devem ser
equacionadas medidas corretivas, utilizando-se normalmente o qui-quadrado
corrigido (Santorra-Bentler χ2: S-B χ2), que corrigem ligeiramente os valores do
teste do qui-quadrado e também dos índices de ajustamento. No entanto, esta
correção não está disponível no software utilizado no presente estudo (AMOS).
Seja como for, segundo Maroco (2010), o método ML é relativamente robusto à
violação do pressuposto da não normalidade da distribuição dos dados. Além
disso, segundo Hair, Black, Babin, Anderson e Tatham (2006), para minimizar o
problema da distribuição não normal dos dados, aconselham-se um rácio de
15:1 (sujeitos por parâmetro livre) ou amostras grandes (n > 400), o que
acontece no nosso caso.
65
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Tabela 5 - Análise fatorial confirmatória e seus respectivos índices de ajustamento obtidos para
cada um dos questionários utilizados
Modelos
χ
2
p
df
2
χ /df
SRMS
NNFI
CFI
RMSEA
90% IC
PMCEQp
40.6*
.202
34
1.19
.03
.98
.99
.02
.00 - .05
Versão
POR
GOEMp
65.9*
.001** 34
1.94
.05
.96
.97
.05
.03 - .07
Versão
POR
PMCEQp
121.213
.000** 34
3.56
.054
.917
.937
.066
.054 - .079
Versão
BRA
GOEMp
113.712
.000** 34
3.34
.042
.945
.959
.063
.051 - .076
Versão
BRA
2
Legenda: χ – Qui-Quadrado; **p = grau de significância do teste de Qui-Quadrado; NNFI – BentlerBonnett Nonnormed Fit Index; CFI – Comparative Fit Index; SRMS - Standardized Root Mean Square;
RMSEA – Root Mean-Squared Error of Approximation; 90% IC – intervalo de confiança a 90% para
2
RMSEA. POR – Portuguesa; BRA – Brasileira; *Valores do Qui-Quadrado corrigido (S-Bχ ).
Pode-se observar os resultados da AFC demonstram que ambos os
modelos de medida utilizados possuem índices de ajustamento aceitáveis,
evidenciando boas qualidades psicométricas. Além disso, como podemos
observar na tabela 6, os pesos fatoriais estandardizados dos itens (todos
estatisticamente significativos para um p<.001), variam, no caso da PMCEQ,
entre .36 e .67 (Mestria) e entre .50 e .78 (Performance), e no caso da GOEM,
entre .41 e .66 (Tarefa) e entre .61 e .86 (Ego). Embora existam pesos fatoriais
abaixo
do
recomendável
(.50),
se
tomarmos
em
consideração
as
recomendações de Tabachinick e Fidel (1989), que consideram como justo um
peso fatorial acima de 0.45, ou as considerações de Hair et al. (2006b), que
para amostras superiores a 250 sujeitos indicam valores acima de .35, então
podemos aceitar os pesos fatoriais como adequados. Por último, verificou-se
uma correlação não significativa (r=.05) entre os fatores Ego e Tarefa (r=.05),
bem como, entre os fatores Mestria e Performance (r=.09), que comprova a
ortogonalidade deste modelo teórico, tendo os pesos fatoriais do PMCEQp
variado entre .36 e .78 e do GOEMp variado entre 41 e .86.
66
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Tabela 6 - Parâmetros estandardizados dos itens da PMCEQp e GOEMp
PMCEQp
M±SD
FL
GOEMp
M±SD
FL
Item1 (P)
2.86±1.15
Item2 (M)
4.17±0.86
.51
Item1 (T)
4.41±0.66
.41
.52
Item2 (E)
2.23±1.06
Item3 (P)
2.46±1.15
.61
.78
Item3 (T)
4.26±0.67
Item4 (M)
3.94±0.99
.66
.36
Item4 (T)
4.13±0.71
.63
Item5 (P)
Item6 (M)
2.61±1.21
.71
Item5 (E)
1.94±1.08
.74
4.00±0.88
.67
Item6 (T)
4.37±0.82
.48
Item7 (P)
2.20±1.10
.78
Item7 (E)
2.08±1.14
.77
Item8 (M)
3.85±0.96
.67
Item8 (E)
2.06±1.09
.84
Item9 (P)
2.16±1.12
.50
Item9 (T)
4.20±0.73
.53
Item10 (E)
1.97±1.03
3.96±1.02
Item10 (M)
.63
.86
M (Mestria); P (Performance); E (Ego); T (Tarefa); M (Palmeira); SD (desvio-padrão); FL (fator loading –
peso fatorial)
Análise descritiva, correlacional e de consistência interna
É possível verificar na Tabela 7 que para todas as variáveis latentes o
coeficiente de fidedignidade interna foi acima do valor de corte .70, sendo
considerado ajustados (Taylor, Bagby, & Parker, 2003). A matriz de correlação
demonstra uma correlação positiva significativa entre o clima para a mestria e a
orientação para a tarefa (r = .34) e entre o clima para a performance e a
orientação para o ego (r = .50).
Tabela 7 - Estatística descritiva, correlações e fidedignidade interna (na diagonal) das variáveis
latentes presentes nos modelos de equações estruturais analisados
Variáveis latentes
Mín - Máx
M
DP
1.
2.
3.
1. Clima Mestria
1.20 – 5.00
3.98
0.64
α=.70
2. Clima Performance
1.00 - 5.00
2.46
0.85
.09
α=.79
3. Orientação Tarefa
1.20 - 5.00
4.27
0.47
.34**
-.02
α=.67
4. Orientação Ego
1.00 - 5.00
2.06
0.88
.03
.50**
.05
4.
α=.88
Legenda: M = Média; DP = desvio-padrão; Mín. = valor mínimo; Máx. = valor máximo.
** correlação significativa para p ≤.01
Efeito preditivo da TOR sobre a adesão ao exercício físico
Foi testado um modelo de equações estruturais para analisar o efeito
que a percepção do clima motivacional tem sobre a orientação dos objetivos de
realização, bem como, o seu efeito sobre a adesão ao exercício (i.e. tempo de
67
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
prática), os resultados do modelo hipotetizado revelaram um bom ajustamento
aos dados da amostra (χ2 = 429.353; p = .000; df = 185; χ2/df = 2.321; SRMS =
.048; NNFI = .923;CFI = .923; RMSEA = .047; RMSEA 90% CI = .042 - .053).
Figura 4 - Modelo de equações estruturais em que se analisa o efeito das variáveis da TOR
sobre a adesão ao exercício
Nota: todos os parâmetros são apresentados de forma estandardizada e representam efeitos
significativos (p ≤ .01)
As regressões múltiplas quadradas indicam que a variável clima para a
mestria explica 21% da variável orientação para a tarefa e que a variável clima
para a performance explica 32% da variável orientação para o ego. Estes dois
tipos de orientação explicam 3% da variação na adesão ao exercício, ou seja,
do tempo em que o indivíduo é praticante de exercício físico no ambiente que
freqüenta atualmente.
Análise comparativa
A análise da tabela 8 permite concluir que os praticantes de academia e
personal training apresentam uma motivação orientada majoritariamente para a
tarefa. Contudo, os praticantes de academia percebem o clima motivacional
significativamente mais centrado na performance ao passo que os praticantes
de personal training percebem o clima como sendo significativamente mais
centrado na mestria. Ao nível da orientação motivacional os praticantes de
academia apresentam uma orientação para o ego significativamente mais
elevada comparando com os praticantes de personal training, sendo que ao
nível da orientação para a tarefa não existem diferenças.
68
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Tabela 8 - Estatística descritiva e análise comparativa das regulações motivacionais para
prática de atividade física entre praticantes de academia e personal training
Total
Academia
Personal Training
p
Média
DP
Média
DP
Média
DP
Clima Mestria
3.98
0.64
3.92
0.67
4.13
0.54
.000*
Clima Performance
2.46
0.85
2.52
0.83
2.31
0.86
.005*
Orientação Tarefa
4.27
0.47
4.26
0.49
4.30
0.44
.326
Orientação Ego
2.06
0.88
2.11
0.90
1.95
0.84
.042*
Legenda: DP = desvio-padrão; *p ≤.05
A tabela 9 identifica as diferenças entre os gêneros ao nível das
variáveis da TOR, tendo em conta os dois contextos de prática (i.e. academia e
personal trainning). É possível verificar que ambos os gêneros apresentam
majoritariamente uma orientação motivacional para a tarefa em ambos os
contextos de prática. Contudo o gênero feminino apresenta médias mais
elevadas de percepção do clima para a mestria, sendo que no caso da
academia essa diferença é significativa. Já o gênero masculino apresenta
médias mais elevadas de percepção do clima para a performance, sendo que
essa diferença é significativa nos praticantes de personal tranning. Esta
percepção de clima diferenciado reflete-se ao nível da orientação motivacional
dos praticantes, já que os praticantes do gênero masculino de ambos os
contextos apresentam uma orientação para o ego significativamente mais
elevada, apesar de ao nível da orientação para a tarefa não existirem
diferenças entre ambos os gêneros.
Tabela 9 - Análise comparativa das regulações motivacionais para prática de atividade física
entre os gêneros de praticantes de academia e de personal training
Academia
Feminino
Média
DP
Personal Training
Masculino
Média
DP
p
Masculino
Média
DP
p
Clima Mestria
4.00
0.61
3.80
0.73
.003
4.14
0.55
4.08
0.49
.540
Clima Performance
2.50
0.80
2.56
0.87
.546
2.23
0.82
2.62
0.92
.009*
Orientação Tarefa
4.27
0.42
4.24
0.57
.503
4.33
0.41
4.21
0.54
.156
Orientação Ego
2.01
0.86
2.25
0.93
.007
1.87
0.83
2.21
0.86
.021*
Legenda: DP = desvio-padrão; *p ≤.05
69
Feminino
Média
DP
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Discussão
Este estudo teve como objetivo principal estudar a influência que a
percepção do clima motivacional induzido pelo educador físico tem sobre a
orientação dos objetivos de realização dos praticantes de academia e personal
training na cidade de Pelotas/RS/Brasil, bem como, o seu efeito na adesão ao
exercício físico. Dada a inexistência de instrumentos de medida adequados
validados em praticantes de exercício físico no Brasil, procedeu-se também à
validação da versão Brasileira do PMCEq e GOEMp, a partir da versão
Portuguesa. Os resultados encontrados comprovam a fidedignidade e validade
de construto destes questionários na amostra recolhida, garantindo a qualidade
dos dados obtidos. De fato, os valores de ajustamento dos modelos de medida
e os valores dos parâmetros individuais, são muito semelhantes aos das
versões portuguesas que estiveram na base do presente estudo (Cid, Moutão,
Leitão, Alves, & Petherick, (2009); Cid, Moutão, Leitão, & Alves (2012c).
Posteriormente foi analisado o ajustamento de um modelo de equações
estruturais baseado nas relações hipotetizadas pela teoria dos objetivos de
realização, bem como o seu valor preditivo sobre a adesão dos sujeitos à
prática de exercício físico. Os resultados encontrados confirmaram que o clima
motivacional orientado para a mestria ou performance induzido pelo educador
físico promove, respectivamente, a orientação dos objetivos de realização para
a tarefa e para o ego, e que estas por sua vez tem um efeito positivo ou
negativo, respectivamente, sobre a adesão ao exercício. Estes resultados
estão em conformidade com os pressupostos da teoria e o modelo hipotetizado
testado revelou índices de ajustamento que permitem assumir a sua validade.
Os resultados exibidos acima e os dispostos logo abaixo permitem confirmar a
segunda hipótese elaborada nesta investigação.
Assim, os resultados obtidos colocam em evidência o efeito positivo
significativo entre as variáveis da teoria dos objetivos de realização, em
especial, entre o clima para a mestria e a orientação para a tarefa e entre o
clima para a performance e a orientação para o ego, o que demonstra
concordância com os pressupostos teóricos do modelo (Nicholls, 1984, 1989),
inclusivamente quando aplicado no contexto do desporto (Duda, 1992) ou no
contexto do exercício (Georgiadis et al., 2001; Kilpatrick et al., 2003; Petherick
70
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
& Markland, 2008). Ou seja, quando os sujeitos (e.g. praticantes de exercício)
estão orientados para a tarefa (e.g. aumentar o seu volume de carga no
exercício de supino em função daquilo que consegue levantar) as exigências
da tarefa, o esforço empregue, e a melhoria do seu nível técnico origina
sentimentos de sucesso (i.e. a sua percepção de competência é julgada por
critérios auto-referenciados). Mas por outro lado, quando os sujeitos estão
orientados para o ego (e.g. levantar mais volume de carga no exercício de
supino do que outro praticante) os sujeitos sentem-se altamente competentes e
bem-sucedidos apenas quando mostram que são melhores que os outros (i.e.
a sua percepção de competência é julgada por critérios normativos). Neste
caso, a experiência da melhoria pessoal (e.g. aumento do volume de carga) e o
esforço empregado no exercício pode não resultar numa percepção de
competência se o sujeito não fizer melhor que os outros, ou, se tiver que
desempenhar um esforço maior para conseguir os mesmos resultados (i.e.
normalmente a sensação de competência também surge se o individuo
consegue fazer melhor que os outros e não for preciso muito esforço para
consegui-lo).
Segundo (Nicholls, 1989), a adoção de uma orientação para a tarefa ou
para ego, numa determinada atividade e num dado momento, não é só uma
função da tendência disposicional (pessoal), mas também das características
do contexto de realização (situacional).
De acordo com (Duda, 1992), o clima vai afetar as orientações para
metas (i.e. para o ego ou para a tarefa) dos atletas o que pode ser confirmado
também na amostra de praticantes de academia e personal training brasileiros,
do presente estudo.
No campo do exercício físico, a percepção de um clima motivacional
para a Tarefa tem sido associada a padrões motivacionais adaptativos, tais
como: estratégias efetivas de aprendizagem, atitude positiva perante a
atividade, aumento do esforço. A percepção de um clima motivacional para o
Ego tem sido associada a padrões motivacionais desajustados, principalmente:
falta de competência, falta de motivação, diminuição do esforço e baixa
persistência na tarefa (Ntoumanis & Biddle, 1999).
71
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Praticantes de academia e de personal training de ambos os gêneros,
apresentam uma orientação motivacional mais elevada para tarefa do que para
o ego, o que indica que os sujeitos desta amostra avaliam o seu sucesso em
função de critérios auto-referenciados (Cid et al., 2012b; Cid et al., 2009; Duda
& Hall, 2001; Kilpatrick et al., 2003; Petherick & Markland, 2008; Roberts,
2001). Os resultados explanados acima estão de acordo com a primeira
hipótese levantada neste estudo.
É importante que o indivíduo seja mais orientado para a tarefa, uma vez
que produz consequências positivas, em especial um ótimo nível de motivação
(Roberts, 2001). Por outro lado, é importante salientar que os indivíduos com
orientação para tarefa são aqueles que acreditam no seu esforço, são mais
persistentes e cooperativos, julgam o êxito pela qualidade de seu trabalho, são
otimistas e buscam a satisfação pessoal (Winterstein, 2002).
Ames (1992), salienta a importância de promover um clima motivacional
orientado para a mestria e para a tarefa em contextos desportivos. Tal clima
não só promove o prazer e divertimento, como também desenvolve e melhora
as percepções de competência pessoal e a motivação intrínseca dos
indivíduos.
No campo do exercício físico, a percepção de um clima motivacional
para a Tarefa tem sido associada a padrões motivacionais adaptativos, tais
como: estratégias efetivas de aprendizagem, atitude positiva perante a
atividade, aumento do esforço. E a percepção de um clima motivacional para a
o
Ego
tem
sido
associada
a
padrões
motivacionais
desajustados,
principalmente: falta de competência, falta de motivação, diminuição do esforço
e baixa persistência na tarefa (Ntoumanis & Biddle, 1999).
Neste estudo, os praticantes de academia percebem o clima
motivacional significativamente mais centrado na performance, o que
supostamente poderia levar a concluir que estes sujeitos atribuem muita
importância ao resultado e a percepção de sucesso guiada por critérios
normativos (i.e. comparação com os outros), (Duda & Hall, 2001) ao passo que
os praticantes de personal training percebem o clima como sendo
significativamente mais centrado na mestria, o que teoricamente poderia levar
a deduzir que para estes sujeitos o importante é a aprendizagem e não a
72
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
performance e a sua percepção de sucesso é guiada por critérios autoreferenciados (i.e. comparação com seus próprios resultados) (Duda & Hall,
2001). Os resultados explanados acima permitem negar a primeira hipótese
levantada neste estudo, pois ambos os grupos de praticantes diferem
significativamente na percepção do clima motivacional.
As diferenças encontradas podem ser justificadas pelo fato de os
praticantes de academia valorizarem mais a comparação com os outros por
estarem envolvidos num ambiente de prática de exercício em conjunto, o que
não se verifica no grupo de praticantes de personal training.
Quanto ao nível da orientação motivacional os praticantes de academia
apresentam uma orientação para o ego significativamente mais elevada
comparando com os praticantes de personal training, sendo que ao nível da
orientação para a tarefa não existem diferenças. No entanto, apesar das
implicações menos positivas que a orientação para o ego possa existir
relativamente ao comportamento perante na modalidade de academia, este
fato não chega a ser problemático, pois segundo um estudo realizado por
Smith, et al. (2006), uma orientação moderada-alta para o ego, quando
complementada com uma orientação elevada para a tarefa, não conduz
necessariamente a estratégias mal adaptativas do comportamento, uma vez
que também produz sentimentos de divertimento e satisfação com a prática da
modalidade.
Estes resultados também são explicados por Nicholls, (1989) que relata
que diferentes orientações para objetivos podem ocorrer ao mesmo tempo no
individuo: um alto nível de orientação para tarefa e para o ego, baixa em ambos
ou alta em uma das orientações e baixa na outra. Por esse motivo, educadores
físicos devem oferecer, no caso dos resultados obtidos com praticantes de
academia, uma orientação ambivalente, priorizando a orientação para tarefa,
porém, não deixando de lado a orientação para o ego, visando uma maior
adesão, pois cabe especular que tais indivíduos sentem necessidade de
experimentar ambas as orientações (i.e., tarefa e ego) para sentirem-se
motivados.
Os educadores físicos devem saber quando, quanto e como estimular o
envolvimento com a Tarefa e com o Ego. Por exemplo, pessoas com uma alta
73
ESTUDO 2. CLIMA MOTIVACIONAL, ORIENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE REALIZAÇÃO E
EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
percepção da habilidade poderiam adotar o critério de envolvimento com o ego
durante a execução de suas tarefas, para estas pessoas o critério de
comparação social é positivo para um bom desempenho. Sendo assim, podese supor que o fato de estarem altamente orientados à tarefa e ao ego traz
resultados positivos em relação à motivação dos sujeitos (Duda, Cumming, &
Balaguer, 2005).
O gênero feminino apresenta uma percepção mais elevada do clima
para a mestria, sendo que no caso da academia essa diferença é significativa
estando de acordo com os resultados encontrados por Hirota, Schindler e Villar
(2006). Em contrapartida, o gênero masculino apresenta uma percepção mais
elevada do clima para a performance, sendo que essa diferença é significativa
nos praticantes de personal traning, tais resultados vão de encontro aos
estudos conduzidos por Hirota, et al. (2011) e Hirota, et al. (2012) Esta
percepção de clima diferenciado reflete-se ao nível da orientação motivacional
dos praticantes, já que os praticantes do gênero masculino de ambos os
contextos apresentam uma orientação para o ego significativamente mais
elevada, apesar de ao nível da orientação para a tarefa não existirem
diferenças entre ambos os gêneros.
Em suma, tendo em consideração os resultados obtidos, pode-se
concluir que os educadores físicos devem estar alerta para o tipo de orientação
motivacional que devem promover junto de cada praticante e buscar
qualificação, formação e entendimento deste processo educativo de modo a
tentar evitar a desistência e aumentar a adesão nestes tipos de atividades.
74
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE
ATIVIDADE FÍSICA EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO
PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA
E PERSONAL TRAINING.
MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto
de academia e personal training.
75
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA
PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL
TRAINING
Resumo
Este estudo teve como objetivo analisar a validade das relações
hipotetizadas pela Teoria da autodeterminação (TAD) na predição da adesão
ao exercício físico em praticantes de academia e personal training.
Participaram neste estudo 405 praticantes de academia (240 femininos, 165
masculinos) com idades entre 18 e 81 anos (M = 35; DP = 17) e 183
praticantes de personal training (142 femininos, 41 masculinos) com idades
entre 18 e 88 anos (M = 43; DP = 16), de Pelotas-RS, Brasil. Para avaliação do
suporte da autonomia, a satisfação das necessidades psicológicas básicas e o
tipo de regulação motivacional, utilizou-se as versões Portuguesas dos
questionários Perceived Autonomy Support Exercise Climate Questionnaire,
Basic Psychological Needs in Exercise Scale e Behavioural Regulation in
Exercise Questionnaire-2,
tendo-se verificado as validades de construto
através de análises fatoriais confirmatórias. Os principais resultados revelaram
que os praticantes de personal training apresentam formas de regulação mais
autodeterminadas e uma maior adesão ao exercício físico. O modelo de
equações estruturais hipotetizado, demonstrou que o suporte de autonomia
desenvolvido pelo educador físico promove a satisfação das necessidades
psicológicas básicas, que por sua vez, têm um efeito positivo sobre a regulação
autônoma, que prediz positivamente a adesão dos praticantes ao exercício
físico.
Palavras-Chave: Regulação motivacional; Suporte da autonomia;
Necessidades psicológicas básicas; Adesão ao exercício; Academia; Personal
training.
76
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Abstract
This study aimed to analyze the validity of the relationships hypothesized
by self-determination theory (TAD) to predict adherence to exercise in practicing
academy and personal training. The sample consisted of 405 practitioners of
academy (240 female, 165 male) aged between 18 to 81 years old (M = 35, SD
= 17) and 183 practitioners of personal training (142 female, 41 male) aged
between 18 and 88 years old (M = 43, SD = 16), from Pelotas, Brazil. To
assessment of autonomy support, satisfaction of basic psychological needs and
the type of motivational regulation, was used the Portuguese versions of the
questionnaires Perceived Autonomy Support Exercise Climate Questionnaire,
Basic Psychological Needs in Exercise Scale and Behavioural Regulation in
Exercise Questionnaire-2, and has verified the construct validity through
confirmatory factor analyzes. The main results showed that the practitioners of
personal training have more self-determined forms of regulation and high levels
of
exercise
adherence.
The
hypothesized
structural
equation
model
demonstrates that the autonomy support promoted by the physical educator
promotes the satisfaction of basic psychological needs, which in turn have a
positive impact on the autonomic regulation, which predicts a positive
adherence of practitioners to physical exercise.
Keywords: Motivational regulation; Support of autonomy; Basic
psychological needs; Adherence to exercise; Academy; Personal training.
77
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Introdução
Muitos são os fatores que podem interferir, tanto favorável como
negativamente na prática dos exercícios físicos regulares, mas, para relacionar
esses fatores, deve-se iniciar abordando a motivação, por ser um assunto que
tende a ser um catalisador das ações daqueles que resolvem optar por aderir a
um programa regular de exercícios físicos (Dishman, 1981; Samulski, 2009).
Segundo os autores da Teoria da Autodeterminação (TAD) (SDT: SelfDetermination Theory), (Deci & Ryan, 1985) a motivação do sujeito não está
diretamente relacionada com os fatores do envolvimento social, uma vez que a
influência destes fatores (e.g. clima das atividades, comportamento dos
instrutores) é mediada pela satisfação de três “nutrientes fundamentais” (Ryan
& Deci, 2007), ou seja, as necessidades psicológicas básicas inatas de
autonomia (i.e. capacidade de regular as suas próprias ações), competência
(i.e. capacidade de eficácia na interação com o envolvimento) e relação (i.e.
capacidade de procurar e desenvolver ligações e relações interpessoais). Estas
necessidades
psicológicas
comportamento
do
sujeito,
básicas
e
vão
oscilam
determinar
entre
formas
a
regulação
menos
e
do
mais
autodeterminadas (i.e. controladas versus autônomas).
A teoria da autodeterminação é um modelo que consolida seus
pressupostos na análise da adesão ao exercício regular e prevê que a
qualidade da motivação é essencial, por esse motivo, Ryan & Deci, (2000a)
salientam a utilidade de diferenciar a motivação intrínseca da motivação
extrínseca, através de um continuum de autodeterminação que descreve o
conceito de internalização do comportamento, que pode variar desde
amotivação (i.e. ausência de motivação ou intenção para agir - pólo menos
autodeterminado
do
continuum),
passando
pela
motivação
extrínseca
(regulação externa, introjetada, identificada e integrada) até a motivação
intrínseca (i.e. realização do comportamento pelo prazer e divertimento que
proporciona - pólo mais autodeterminado do continuum) (Deci & Ryan, 2008).
De acordo com Deci e Ryan, (2008) a diferenciação central da TAD está
entre a motivação autônoma (que incorpora a motivação intrínseca e a
motivação extrínseca integrada e identificada) e a motivação controlada (que
incorpora a motivação extrínseca introjetada e externa). No primeiro caso,
78
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
quando as pessoas são autonomamente motivadas, elas vivenciam vontade
(i.e. regem os seus comportamentos por decisão e vontade própria) ou
sentimentos de auto-aprovação das suas ações. No segundo caso, quando as
pessoas são motivadas de forma controlada, elas vivenciam situações de
pressão para pensarem, sentirem ou comportarem-se de uma forma particular
(i.e. regem os seus comportamentos por determinações externas ou pressões
internas). Quer a motivação autônoma, quer a controlada, direcionam e
influenciam o comportamento do sujeito, ao contrário do que sucede com a
amotivação, que revela uma ausência de processo regulatório.
Aplicando a TAD ao contexto do exercício físico, podemos referir que o
suporte da autonomia dado pelos professores influi positivamente na satisfação
das necessidades psicológicas básicas dos praticantes (i.e. autonomia,
competência e relação), pois terá um impacto positivo sobre a regulação
comportamental autônoma, que influenciará positivamente o bem-estar e o
comportamento dos sujeitos (Deci & Ryan, 1985, 2002b), como por exemplo, a
vitalidade percebida e a adesão ao exercício (Couto, Moutão, & Cid, 2012;
Moutão, Alves, & Cid, 2012a; Vlachopoulos & Karavani, 2009).
A pertinência deste modelo tem sido demonstrada em vários estudos a
nível internacional (Markland & Ingledew, 2007; Murcia, Blanco, Galindo,
Villodre, & Coll, 2007; Teixeira, Carraça, Markland, Silva, & Ryan, 2012) e
nacional (Silva, Matias, Viana, & Andrade, 2012; Viana, Andrade, & Matias,
2010), no contexto escolar, desportivo e do exercício físico.
Contudo, nenhum destes estudos aplicou este modelo teórico em uma
amostra de praticantes de academia e personal training, isto apesar de se
entender que a TAD pode auxiliar na melhor compreensão daquilo que
determina a adesão destes praticantes à atividade física, permitindo assim uma
intervenção profissional mais efetiva. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi
analisar a validade das relações hipotetizadas pela TAD na predição da adesão
ao exercício físico em praticantes de academia e personal training na cidade de
Pelotas/RS/Brasil.
Considerando que a versão portuguesa do BREQ-2p (Palmeira, Teixeira,
Silva, & Markland, 2007) foi validada com recurso a uma amostra de
praticantes de exercício portugueses (Cid, Moutão, Leitão, & Alves, 2012a) e
79
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
que os estudos consultados no Brasil (Silva et al., 2012; Viana et al., 2010),
apenas reportam os dados de fidedignidade interna (i.e. Alpha de Cronbach),
foi adicionalmente objetivada a análise da validade de construto do BREQ-2p
em praticantes brasileiros de academia e personal training, através da
realização de uma análise fatorial confirmatória (AFC).
Tendo em atenção o objetivo deste estudo as seguintes hipóteses foram
formuladas:
a) O suporte da autonomia, associado à satisfação das necessidades
psicológicas básicas e a regulação autônoma influencia na adesão a prática do
exercício físico;
b) Níveis mais elevados do suporte da autonomia estão associados a
uma percepção mais elevada da satisfação das necessidades psicológicas
básicas.
Metodologia
Amostra
Participaram deste estudo 405 praticantes de academia (240 femininos;
165 masculinos e 183 praticantes de personal training (142 femininos; 41
masculinos), da cidade de Pelotas/RS/Brasil.
Instrumentos de avaliação
Perceived Autonomy Support Exercise Climate Questionnaire - versão
Portuguesa (PASECQp): consiste num instrumento de auto-relato adaptado ao
contexto do exercício físico por Edmunds et al. (2006) a partir da versão
original do Perceived Autonomy Support: Health Care Climate Questionnaire
(Williams, Grow, Freedman, Ryan, & Deci, 1996) tendo sido posteriormente
traduzido e validado para a língua Portuguesa (Moutão, Cid, Leitão, & Alves,
2012c). Este questionário é constituído por 6 itens, que concorrem para um
único fator que avalia a perceção do suporte de autonomia dado pelo educador
físico (e.g. demostra confiança na minha capacidade de realizar os exercícios).
A resposta é dada numa escala ordinal de 1-7, correspondendo a opção
“Discordo Totalmente” ao valor 1 e o “Concordo Totalmente” ao valor 7.
80
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
O valor do clima motivacional foi obtido através do cálculo da média dos
6 itens do questionário.
Basic Psychological Needs in Exercise Scale - versão Portuguesa
(BPNESp):
consiste
num
instrumento
de
auto-relato
desenvolvido
especificamente para o contexto de exercício físico por Vlachopoulos e
Michailidou (2006) e posteriormente traduzida e validada para a língua
Portuguesa (Moutão, Cid, Leitão, Alves, & Vlachopoulos, 2012d) com o intuito
de avaliar a percepção que os praticantes têm da satisfação das suas NPB.
Este questionário é constituído por 12 itens, distribuídos pelos fatores de
autonomia (e.g. faço exercício de acordo com aquilo que pretendo fazer),
competência (e.g. sinto que o exercício é uma actividade que faço muito bem)
e relação (e.g. tenho uma relação próxima com as pessoas com quem faço
exercício).
As
respostas
são
dadas
numa
escala
ordinal
de
1-5,
correspondendo a opção “Discordo Totalmente” ao valor 1 e o “Concordo
Totalmente” ao valor 5.
Os valores foram obtidos através das médias realizadas com os 12 itens,
dsitribuídos pelos fatores de autonomia, competência e relação.
Behavioural regulation in exercise questionnaire 2 - versão Portuguesa
(BREQp-2): consiste num instrumento de auto-relato desenvolvido por
Markland e Tobin (2004) traduzido e validado para a língua Portuguesa
(Palmeira, Teixeira, Silva, & Markland, 2007) e posteriormente validado para o
contexto do exercício em academias (Cid et al., 2012a). Este questionário é
constituído por 19 itens que permitem avaliar o tipo de regulação motivacional
relacionada à prática de exercícios físicos, e avaliam a amotivação e as
regulações comportamentais extrínseca, introjetada, identificada e intrínseca
(e.g. Gosto das minhas sessões de exercício; Faço exercício porque é
divertido). As respostas são dadas numa escala ordinal de cinco dimensões,
correspondendo a opção “Discordo Totalmente” ao valor 0 e outro extremo
“Concordo Totalmente” ao valor 4.
Os valores dos resultados encontrados foram obtidos através da média
da distribuição de cada item.
81
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
A adesão ao exercício foi avaliada por auto-relato, considerando o tempo
de prática. Tal classificação foi definida através de inquérito que indagava há
quanto tempo o indivíduo é praticante de exercício físico no ambiente que
freqüenta atualmente.
Tratamento e análise estatística dos dados
Para a realização da AFC foi utilizado o método de estimação da
máxima verossimilhança (ML: Maximum Likeliood) que avalia o modelo através
do teste estatístico do qui-quadrado (χ2 Chi-Square) e do seu nível de
significância (p). Considerando a sensibilidade do valor do χ2 à dimensão da
amostra, que tornam este critério demasiado exigente em estudos nas ciências
sociais onde há muitas fontes de variabilidade (Byrne, 2006), serão igualmente
analisados os valores obtidos nos índices alternativos de ajustamento mais
consensuais (Cid, Rosado, Leitão, & Alves, 2012b; Hair, Black, Babin, &
Anderson, 2009; Kahn, 2006), designadamente: Comparative Fit Index (CFI),
Non-normed Fit Index (NNFI) e o Root Mean Square Error of Approximation
(RMSEA) e respectivo intervalo de confiança (IC) a 90%. No presente estudo,
para os índices referidos, foram adotados os valores de corte sugeridos por Hu
e Bentler (1999): SRMR ≤ .080, CFI e NNFI ≥ .950 e RMSEA ≤ .060.
Foram também utilizadas medidas de tendência central (média) e de
dispersão (desvio padrão), distribuição de frequências, bem como, de
correlação entre variáveis (r de Pearson) e de análise de diferenças entre
grupos (Teste t de student). Foi adotado o nível de significância de p ≤ .05.
Resultados
Ajustamento dos modelos de medida
Os modelos de medida utilizados foram examinados através de AFC que
avaliaram o ajustamento do modelo de um fator e 6 itens do PASECQp, de três
fatores e 12 itens do BPNESp e de cinco fatores e 18 itens do BREQ-2p
(Tabela 10).
82
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Tabela 10 - Análise fatorial confirmatória e respetivos índices de ajustamento obtidos para
cada um dos questionários utilizados
Modelos
χ
2
2
p
df
χ /df
SRMS
NNFI
CFI
RMSEA
90% IC
PASECQp
63.969
.000
9
7.108
.034
.945
.967
.102
.079 - .126
BPNESp
212.956
.000
51
4.176
.068
.907
.928
.074
.063 - .084
BREQ-2p*
281.588
.000
125
2.583
.051
.896
.916
.052
.045 - .059
2
Legenda: χ – Qui-Quadrado; p ≤.05 = grau de significância do teste de Qui-Quadrado; NNFI – Bentler-Bonnett
Nonnormed Fit Index; CFI – Comparative Fit Index; SRMS - Standardized Root Mean Square; RMSEA – Root MeanSquared Error of Approximation; 90% IC – intervalo de confiança a 90% para RMSEA.
*sem item 4 (intrínseca) e 17 (identificada).
Os resultados da AFC demonstram que os modelos de medida utilizados
possuem índices de ajustamento aceitáveis. Todavia, no caso do questionário
BREQ-2p o modelo de medida apenas se ajustou após a eliminação do item
17, o que já era esperado, pois segundo Cid et al. (2012a), o BREQ-2 deve ser
utilizado no contexto do exercício em academias sem o item 17. No entanto,
devido ao peso fatorial baixo (.25) do item 4 (regulação intrínseca), optou-se
por retirá-lo do modelo. Os pesos fatoriais do PASECQp variado entre .68 e
.78, os pesos fatoriais do BPNESp variado entre 38 e .80 e os pesos fatoriais
do BREQ-2p variado entre .37 e .69 (apenas o item 14 – regulação identificada,
teve um peso abaixo de .50). Estes resultados, bem como, os valores da
fidedignidade interna apresentados na tabela 2, comprovam a validade de
construto das versões Portuguesas do PASECQp, BPNESp e BREQp-2 neste
grupo de participantes em particular, garantindo a qualidade dos dados obtidos
e permitindo, por essa razão, a sua utilização nas análises estatísticas que se
seguem.
Análise descritiva, correlacional e de consistência interna
Como podemos observar a matriz de correlação demonstra uma relação
entre as variáveis que é coerente com a TAD. Assim, o suporte de autonomia
relaciona-se de forma positiva com a satisfação das três NPB, as quais por sua
vez têm uma relação negativa com a amotivação e com as formas mais
controladoras de regulação do comportamento (i.e. externa e introjetada) e
positiva com as formas mais autônomas de regulação (i.e. identificada e
intrínseca). Verifica-se igualmente que há relação negativa entre as formas
motivacionais nos pólos opostos do continuum de autodeterminação (i.e.
83
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
motivação externa e motivação intrínseca) e mais fortes entre as formas de
regulação mais próximas. Por último, no que diz respeito à adesão ao
exercício, as formas menos autodeterminadas relacionam-se negativamente
com o tempo de prática e as regulações mais autodeterminadas relacionam-se
positivamente com o tempo de prática.
Tabela 11 - Estatística descritiva das variáveis latentes presentes nos modelos de equações
estruturais analisados
Varáveis Latentes
Suporte da Autonomia
NPB Autonomia
NPB Competência
NPB Relação
Amotivação
Regulação Externa
Regulação Introjetada
Regulação Identificada
Regulação Intrínseca
Tempo de Prática
Min - Máx
1.00 – 7.00
1.75 – 5.00
2.00 – 5.00
1.00 – 5.00
0.00 - 4.00
0.00 - 4.00
0.00 - 4.00
0.00 - 4.00
0.00 - 4.00
1 - 180
M
5.50
3.83
4.12
4.15
0.27
0.40
1.66
3.16
3.05
21.01
DP
1.07
0.71
0.59
0.67
0.59
0.72
1.14
0.70
0.75
26.134
Legenda: M = Média; DP = desvio-padrão; Mín. = valor mínimo; Máx. = valor máximo.
Tabela 12 - Análise correlacional e consistência interna (na diagonal) das variáveis latentes
presentes nos modelos de equações estruturais analisados
Varáveis Latentes
1
2
3
4
1.Sup. Autonomia
α = .88
2.NPB Autonomia
.400**
α = .67
3.NPB Competência
.405**
.406**
α = .76
4.NPB Relação
.431**
.322**
.542**
α = .82
5.Amotivação
-.086*
.024
-.124**
-.074
6.Reg. Extrínseca
-.080
-.012
-.104*
-.032
7.Reg. Intrínseca
.111**
.089*
.163*
.185**
8.Reg. Identificada
.177**
.116**
.339**
.231**
9.Reg. Introjetada
.213**
.196**
.292**
.270**
10.Tempo de Prática
.031
.103*
.084*
.078
Legenda: NPB = necessidade psicológica básica. ** p ≤ .01; * p ≤.05
5
6
7
8
9
10
α = .65
.504**
.093*
-.094*
-.121**
-.116**
α = .74
.197**
.012
-.120**
-.124**
α = .66
.416**
.147**
.021
α = .52
.402**
.174**
α = .67
.130**
-
Efeito preditivo da TAD sobre a adesão ao exercício físico
Foram analisadas as relações causais propostas pela TAD e seu efeito
na adesão ao exercício, com recurso a um modelo de equações estruturais.
Por questões de simplificação do modelo, foi utilizado um índice global de
satisfação das necessidades psicológicas básicas, constituído pelas três
necessidades psicológicas, que foi validado num modelo de medida como fator
de 2ª ordem (Moutão et al., 2012d). A utilização de um índice desta natureza
84
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
não é inédita e encontra suporte empírico em diversos estudos (Deci et al.,
2001; Gagné, 2003; Ntoumanis, 2005; Vlachopoulos, 2007). Pela mesma razão
foi utilizada uma medida de regulação autônoma que consiste na média
aritmética entre as duas escalas de regulação mais autodeterminada (i.e.
regulação identificada e regulação intrínseca). Esta medida de regulação
autônoma está em conformidade com os pressupostos teóricos da TAD (Deci &
Ryan, 1985, 2002a) e foi recentemente validada psicometricamente em
praticantes de exercício portugueses (Cid et al., 2012a). No presente estudo
estes
índices
obtiveram
níveis
aceitáveis
de
consistência
interna,
principalmente, .68 (motivação autônoma), .67 (motivação controlada) e .83
(necessidades psicológicas básicas).
Os resultados revelaram que o modelo apresenta um bom ajustamento
aos dados da amostra (χ2 = 234.703; p = .000; df = 52; χ2 /df = 4.514; SRMS =
.049; NNFI = .906;CFI = .926; RMSEA = .077; RMSEA 90% CI = .067 - .088).
As correlações múltiplas quadradas indicam que o suporte da autonomia
explica 40 % da satisfação das NPB, a qual explica 32 % da regulação
autônoma, que por sua vez explica 6 % da variação na adesão ao exercício, ou
seja, do tempo o indivíduo é praticante de exercício físico no ambiente que
freqüenta atualmente.
Figura 5 - Modelo de equações estruturais em que se analisa as relações causais entre as
variáveis da TAD e seu efeito sobre a adesão ao exercício
Nota: todos os parâmetros são apresentados de forma estandardizada e representam efeitos
significativos (p ≤ .01)
Análise comparativa
A análise da Tabela 13 permite verificar que os praticantes de personal
training sentem um suporte da autonomia dada pelo educador físico
significativamente maior, que parece refletir uma percepção significativamente
85
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
mais elevada que têm da satisfação da necessidade psicológica de relação,
quando comparado aos praticantes de academia. Em coerência com esses
resultados,
os
praticantes
de
personal
training
apresentam
valores
significativamente mais elevados de regulação identificada, ao passo que os
praticantes de academia se diferenciam por terem valores significativamente
mais elevados de amotivação e regulação externa. Consequentemente a
adesão para o exercício físico foi significativamente superior nos praticantes de
personal training.
Tabela 13 - Estatística descritiva e análise comparativa das regulações motivacionais para
prática de exercício físico entre praticantes de academia e personal training
Total
Média
Sup. Autonomia
5.50
NPB Autonomia
3.83
NPB Competência
4.12
NPB Relação
4.15
Amotivação
0.27
Reg. Externa
0.40
Reg. Introjetada
1.66
Reg. Identificada
3.38
Reg. Intrínseca
0.27
Adesão (meses)
21.01
Legenda: DP = desvio-padrão; *p ≤.05
DP
1.07
0.71
0.59
0.67
0.59
0.72
1.14
0.70
0.59
26.13
Academia
Média
DP
5.44
1.07
3.84
0.72
4.13
0.60
4.09
0.69
0.32
0.64
0.45
0.78
1.63
1.17
3.13
0.74
3.00
0.77
18.63
23.92
Personal Training
Média
DP
5.63
1.07
3.83
0.68
4.10
0.56
4.29
0.61
0.18
0.46
0.30
0.53
1.71
1.07
3.61
0.59
3.08
0.71
26.28
29.87
p
.046*
.902
.644
.001*
.005*
.015*
.394
.000*
.470
.001*
A Tabela 14 mostra que tanto ao nível dos praticantes de academia
como de personal training os gêneros tendem a não se diferenciar entre si. A
exceção prende-se com os praticantes de academia do gênero feminino que
apresentam uma regulação identificada significativamente mais elevada do que
os do gênero masculino, assim como os praticantes do gênero feminino de
personal training que apresentam uma regulação externa significativamente
menor e uma regulação introjetada significativamente maior do que o gênero
masculino.
86
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Tabela 14 - Análise comparativa das regulações motivacionais para prática de exercício físico
entre os gêneros de praticantes de academia e de personal training
Academia
Feminino
Personal Training
Masculino
Feminino
Masculino
Média
DP
Média
DP
p
Média
DP
Média
DP
p
Sup. Autonomia
5.49
1.07
5.38
1.07
.306
5.63
1.06
5.65
1.11
.928
NPB Autonomia
3.80
0.70
3.89
0.75
.223
3.84
0.69
3.80
0.65
.790
NPB Competência
4.14
0.55
4.10
0.66
.482
4.10
0.54
4.10
0.63
.976
NPB Relação
4.13
0.63
4.04
0.76
.202
4.32
0.58
4.16
0.70
.145
Amotivação
0.33
0.68
0.29
0.58
.525
0.19
0.49
0.16
0.32
.755
Reg. Externa
0.47
0.82
0.42
0.73
.541
0.25
0.48
0.44
0.67
.048*
Reg. Introjetada
1.70
1.14
1.52
1.22
.127
1.84
1.07
1.28
0.93
.003*
Reg. Identificada
3.46
0.69
3.27
0.82
.029
3.59
0.57
3.66
0.44
.814
Reg. Intrínseca
3.08
0.71
2.97
0.84
.171
3.08
0.72
3.07
0.66
.890
Adesão (meses)
19.05
25.33
18.02
21.74
060
24.27
27.01
33.24
37.54
.090
Legenda: DP = desvio-padrão; *p ≤.05
Discussão
O presente estudo teve como objetivo estudar a influência do suporte de
autonomia induzido pelo educador físico, sobre a satisfação das NPB e a
regulação motivacional nos praticantes de exercício de academia e personal
training na cidade de Pelotas/RS/Brasil, bem como, o efeito na adesão ao
exercício físico. Dada a inexistência de valores de fidedignidade e validade de
construto dos questionários PASECQp, BPNESp e BREQp-2 em praticantes de
exercício físico no Brasil, estes aspectos foram analisados previamente. Os
resultados obtidos na amostra recolhida comprovam a fidedignidade e validade
de construto destes questionários na amostra recolhida, garantindo a qualidade
dos dados obtidos. Todavia, no caso do BREQp-2, o modelo de medida apenas
se ajustou aos dados recolhidos após a eliminação do item 17. Os problemas
com este item já se tinham verificado, tanto na versão original (Markland &
Tobin, 2004), como no estudo realizado em praticantes de exercício
Portugueses (Cid et al., 2012a). Além disso, também houve a necessidade de
eliminar o item 4, devido a fraca associação ao fator no qual se deveria
associar (i.e. regulação intrínseca), o que reforça a necessidade de alguma
revisão semântica no futuro. Seja como for, a eliminação destes itens no
cálculo da regulação intrínseca e identificada contribuiu para a obtenção de um
valor mais realista na avaliação dos construtos desta escala, reforçando a
87
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
importância de se testar previamente os modelos de medida dos questionários
utilizados, o que se torna ainda mais pertinente no caso de não existir ainda
nenhuma informação prévia a esse respeito.
A análise correlacional realizada entre as variáveis revelou um padrão
de relações coerente com os pressupostos teóricos da TAD (Deci & Ryan,
1985), já que os tipos de regulação motivacional se correlacionaram
positivamente com os construtos mais próximos, e negativamente com os mais
distantes, da mesma forma, no que diz respeito à adesão ao exercício, as
formas menos autodeterminadas correlacionam-se negativamente com o
tempo de prática e as regulações mais autodeterminadas correlacionam-se
positivamente com o tempo de prática, o que de certa forma vai ao encontro de
alguns estudos recentes realizados neste contexto específico (Couto et al.,
2012; Moutão et al., 2012).
Em relação ao ajustamento de um modelo de equações estruturais
baseado nas relações hipotetizadas pela TAD, os resultados encontrados
confirmaram que o suporte de autonomia promovido pelo educador físico,
percepcionado pelo praticante, irá promover a satisfação das suas NPB, que
por sua vez,
irá ter um impacto positivo sobre a regulação do seu
comportamento para formas mais autônomas, a qual irá por fim ter um efeito
positivo na adesão ao exercício. Estes resultados confirmam a primeira
hipótese levantada neste estudo.
Os pressupostos da TAD analisam a razão pela qual uma pessoa atua
(i.e. grau em que sua motivação é mais ou menos autodeterminada), como os
diversos tipos de motivação levam a diferentes comportamentos, e como as
condições sociais apóiam ou prejudicam o bem-estar humano por meio de suas
necessidades psicológicas básicas (Vierling, Standage, & Treasure, 2007). De
acordo com os resultados do presente estudo, o suporte de autonomia dado
pelo educador físico (i.e. oferece escolhas, minimiza a pressão e o controle,
etc.), favoreceu a satisfação das necessidades psicológicas básicas e está na
base do comportamento autodeterminado para prática de exercício físico.
Aparentemente, o efeito do clima motivacional induzido pelos educadores
físicos sobre a motivação dos praticantes foi mediado pela satisfação ou não
88
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
satisfação
das
necessidades
psicológicas
básicas,
conforme
sugerido
teoricamente por Ryan e Deci (2007) e empiricamente por Moutão et al. (2012).
No que diz respeito à análise comparativa entre gêneros, foi possível
verificar que os praticantes de personal training sentem um maior suporte da
autonomia dada pelo educador físico, que se reflete numa percepção
significativamente mais elevada de satisfação da necessidade psicológica de
relação, este fato talvez se dê pelo acompanhamento mais próximo por parte
do educador físico. De acordo com a TAD os seres humanos estão
inerentemente motivados para se sentirem filiados a outros dentro da sua
realidade social (i.e. relação). O esperado era que tais praticantes com um
maior suporte da autonomia, percepcionassem de forma mais elevada à
satisfação de todas as necessidades psicológicas básicas (i.e. relação,
competência e autonomia), por esse motivo negamos em parte a segunda
hipótese desta pesquisa.
Em coerência com esses resultados, os praticantes de personal training
apresentam valores significativamente mais elevados de regulação identificada,
tal resultado talvez seja justificado pelo fato de que embora seja considerada
uma forma motivacional extrínseca, a identificação consiste na aceitação de um
comportamento por parte do sujeito como pessoalmente importante, permitindo
sentir algum controle e possibilidade de escolha da atividade, mesmo que por
razões extrínsecas (Deci & Ryan, 1985). Como tal, inicia-se um processo de
assimilação dos benefícios do presente envolvimento, procedendo-se a
percepção de autonomia e possibilidade de escolha de algumas das atividades
a desenvolver (Coakley & White, 1992). Nota-se ainda que, de acordo com um
estudo recente de revisão realizado por (Teixeira et al., 2012), a partir de 66
estudos empíricos, existe uma certa consistência para que a regulação
identificada assuma uma maior preponderância na predição da adesão a longo
prazo ao exercício, comparando com a motivação intrínseca. Também no
estudo realizado por Cid et al (2012a), os sujeitos da amostra (550 praticantes
de exercício), pela análise dos valores médios da regulação da sua motivação,
evidenciaram que estavam envolvidos na prática por questões de valorização
do exercício, já que os valores médios da regulação identificada foram os mais
altos.
89
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
Por outro lado, os praticantes de academia se diferenciam por terem
valores significativamente mais elevados de amotivação e regulação externa. A
amotivação, apesar de teoricamente refletir o fato do sujeito não realizar o
comportamento, nem ter a intenção de fazê-lo, pode também estar presente
em indivíduos já envolvidos numa atividade, ocorrendo, segundo Ryan e Deci
(2007), quando o sujeito não valoriza (ou deixar de valorizar) a atividade, de
não se sentir (ou deixar de se sentir) competente na sua realização, e nem
acredita (ou deixa de acreditar) nos seus resultados. No caso na regulação
externa, o sujeito realiza o comportamento para obter recompensas ou evitar
punições. A regulação externa corresponde ao tipo de motivação extrínseca
menos autodeterminada e é a forma mais básica e menos autônoma da
motivação extrínseca, na qual os comportamentos regulados externamente são
realizados de modo que o indivíduo obtém uma recompensa ou satisfaz a uma
demanda externa (Reeve, Deci, & Ryan, 2004).
Tanto os praticantes de academia, como os de personal training de
ambos os gêneros tendem a não se diferenciar entre si no que se refere a
regulação da motivação. De fato, os resultados alcançados parecem ir ao
encontro de outros estudos realizados no mesmo contexto (Moutão, Alves,
Couto, & Cid, 2012), que evidenciam a tendência para que não haja diferenças
entre gêneros no que respeita a forma como os praticantes regulam a sua
motivação, principalmente nas suas formas mais autodeterminadas. No
entanto, no presente estudo, verificamos algumas exceções entre os
praticantes de academia do gênero feminino que apresentam uma regulação
identificada significativamente mais elevada do que os do gênero masculino, o
que poderá estar relacionado com uma maior identificação com as razões
pelas quais realizam o comportamento. Na regulação identificada, as pessoas
se comportam de forma previsível, como se fosse sua própria maneira de
pensar (Ryan & Deci, 2000b).
Os praticantes do gênero feminino de personal training apresentam uma
regulação externa significativamente menor e uma regulação introjetada
significativamente maior do os praticantes de personal training masculino, que
reflete certo grau de autonomia, porque nesse caso a pessoa age como se
estivesse passando para dentro de si as regras e os comandos de outros,
90
ESTUDO 3. MOTIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO EM ACADEMIA E PERSONAL TRAINING
fazendo com que uma “voz” introjetada gere recompensas e punições
autoadministradas (Ryan & Deci, 2000b).
Os resultados demonstram que os praticantes de personal training
apresentam formas de regulação mais autodeterminadas e mais adesão ao
exercício. Esses achados estão em conformidade com os pressupostos da
TAD, que sugerem que as pessoas mais autodeterminadas estão mais
propensas a se engajarem em determinados comportamentos do que aquelas
com baixa autodeterminação (Deci & Ryan, 2000). As pesquisas têm verificado
que pessoas mais autodeterminadas para a prática de exercícios físicos e
esportes apresentam maior adesão a essas atividades (Edmunds et al., 2006;
Ntoumanis, 2005; Wilson & Rodgers, 2004).
Entende-se que a TAD pode auxiliar na melhor compreensão da
qualidade da motivação que leva os praticantes de academia e personal
training a aderirem ou não à prática de exercício físico, o que poderá ser um
facilitador para uma intervenção profissional mais eficaz.
91
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES
5
Considerações Finais e
Conclusões
MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto
de academia e personal training.
92
CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES
5.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No princípio deste trabalho dissertativo foi levantado um conjunto de
questões às quais pretendíamos reponder com base nos resultados
encontrados em cada estudo desenvolvido nesta investigação. Assim,
tentaremos dar resposta a seguir aos pontos pré-definidos e propostos
inicialmente.
1)
Quais os motivos prevalentes para prática de exercício físico?
Os resultados revelaram que praticantes de academia e de personal
training não apresentam apenas um único motivo ou fator determinante para
aderirem à prática de exercício físico, conforme elucidado por Weinberg e
Gould (2010) e verificado na recente revisão da literatura sobre adesão a
prática de exercícios físicos em academias de ginástica (Liz et al., 2010), onde
os motivos mais citados para a adesão foram saúde, estética, resistência,
condicionamento/ aptidão física, bem-estar, prazer e socialização. Por outro
lado, os resultados obtidos parecem apresentar a existência de uma base
comum de motivação associada à prática das modalidades de academia e de
personal training, que se justifica pelo simples fato de ambas as modalidades
terem o mesmo propósito de melhorar a saúde. Apesar dessa base comum,
neste
estudo
verifica-se
a
existência
de
diferenças
estatisticamente
significativas ao nível da importância que alguns dos quatorze
motivos
assumem tendo em conta o gênero e a modalidade praticada.
Verificou-se que os motivos significativamente mais importantes para
prática de atividade física para os praticantes de personal training foram a
agilidade e a prevenção de doenças e para os praticantes de academia foram
prazer, força/ resistência, desafio, socialização, competição e reconhecimento
social.
93
CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES
2)
Qual o papel do clima motivacional e da orientação dos objetivos
de realização para prática de exercício físico?
Os resultados parecem evidenciar um efeito positivo significativo entre
as variáveis da teoria dos objetivos de realização, em especial, entre o clima
para a mestria e a orientação para a tarefa e entre o clima para a performance
e a orientação para o ego, o que demonstra concordância com os pressupostos
teóricos do modelo (Nicholls, 1984, 1989), inclusivamente quando aplicado no
contexto do desporto (Duda, 1992) ou no contexto do exercício (Georgiadis et
al., 2001; Kilpatrick et al., 2003; Petherick & Markland, 2008).
O clima motivacional do contexto onde o exercício se desenrola e a
orientação dos objetivos de realização tem um efeito significativo na satisfação
das necessidades psicológicas básicas dos praticantes. A percepção de um
clima motivacional orientado para a mestria (um contexto que coloca ênfase no
empenho, esforço, cooperação e desenvolvimento pessoal) é um preditor
positivo da autonomia (sendo que os praticantes se sentem mais capazes em
regular as suas próprias ações), de competência (sendo que os praticantes se
sentem mais eficazes no cumprimento do seu programa de exercício) e de
relação (sendo que os praticantes se sentem mais interligados uns com os
outros).
3)
Qual o resultado da mediação das necessidades psicológicas
básicas, sobre a regulação autônoma e seu efeito na adesão ao exercício
físico?
A satisfação das necessidades psicológicas básicas tem um resultado
significativo na forma como os praticantes regulam o seu comportamento. O
cumprimento
das
três
necessidades
psicológicas
básicas
(autonomia,
competência e relação) são um preditor positivo da motivação autônoma dos
praticantes (regulação identificada e intrínseca).
94
CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES
Os praticantes de personal training apresentam formas de regulação
mais autodeterminadas e uma maior adesão ao exercício físico quando
comparados aos praticantes de academia.
O modelo de equações estruturais hipotetizado, demonstrou que o
suporte de autonomia promovido pelo educador físico promove a satisfação
das necessidades psicológicas básicas, que por sua vez, têm um efeito positivo
sobre a regulação autônoma, que prediz positivamente a adesão dos
praticantes ao exercício físico.
Entende-se que a TAD e a TOR podem auxiliar na melhor compreensão
da qualidade da motivação que leva os praticantes de academia e personal
training a aderirem ou não à prática de exercício físico, o que poderá ser um
facilitador para uma intervenção profissional mais eficaz.
Faz-se
importante
realçar
que
ambos
os
modelos
analisados
(hipotetizados pela TAD e pela TOR) explicaram apenas uma pequena
quantidade da variância da adesão ao exercício físico, o que é muito comum na
área das ciências sociais e humanas. De fato, o poder preditivo das teorias
explicativas do comportamento é ainda de nível moderado no domínio da
investigação em atividade física (Biddle & Fuchs, 2009).
Sendo assim, apesar de acreditarmos que os resultados obtidos
acrescentam conhecimento para que se possa compreender melhor o
comportamento de adesão ao exercício físico, num contexto tão particular
como são as academias e principalmente o personal training, não podemos
deixar de sentir alguma insatisfação em face ao que conseguimos atingir. Por
esse motivo, provavelmente, este sentimento será um forte impulsionador da
nossa vontade de no futuro querer ir além.
5.2. CONCLUSÕES
Considera-se que todas as conclusões de uma investigação pressupõem
dois aspectos: por um lado, um balanço sobre as principais contribuções do
trabalho desenvolvido; por outro, um esforço de reflexão sobre as limitações
decorrentes das diferentes opções consideradas, da qual deriva a explanação
de algumas questões levantadas pelos dados obtidos.
95
CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES
Esta conclusão não pretende ser um ponto final do trabalho, mas sim um
patamar que permita perspectivar a realidade investigada de uma forma mais
alargada, permitindo a reorganização das questões, e sugerindo novas pistas
para a investigação. Os resultados juntamente com o referencial teórico deste
estudo nos trouxeram algumas conclusões e perspectivas futuras.
O presente estudo apresenta alguns aspectos positivos que devem ser
mencionados. Primeiramente o caráter inovador desta investigação, centrada
no contexto da motivação para prática de exercício físico em praticantes de
academia e personal training no Brasil, fato que explica a escassez de
referências brasileiras com este tipo de amostra. Dada a inexistência de
instrumentos de medida adequados validados em praticantes de exercício
físico no Brasil, procedemos também à validação da versão Brasileira dos
inventários PMCEq, GOEMp, BREQp-2, PASECQp, EMI-2 e BPNESp a partir
das versões Portuguesas. Além disso, na literatura pesquisada, observa-se que
outros estudos consideraram os programas de exercícios físicos somente em
academias de ginástica sem diferenciar do personal training (Liz et al., 2010;
Rojas, 2003; Silva et al., 2008), como no caso desta investigação. Por estes
motivos, a recolha bibliográfica e a reflexão produzida, poderão constituir
importantes ferramentas de apoio a investigações futuras nesta área.
A validação prévia dos seis questionários aplicados na amostra da
presente invetigação (i.e. praticantes brasileiros de academia e personal
training): Basic Psychological Needs in Exercise Scale (BPNES), Perceived
Autonomy
Support:
Exercise
Climate
Questionnaire
(PASECQ),
Goal
Orientation in Exercise Measure (GOEM), Behavioural regulation in exercise
questionnaire (BREQ), Exercise Motivation Inventory (EMI-2) e Perceived
Motivational Climate in Exercise Questionnaire (PMCEQ) confirmou que todos
os instrumentos ajustam-se a tal amostra. As informações obtidas com estes
questionários podem constituir em importantes materiais que poderão causar
influencia profissional, permitindo aos educadores físicos e pesquisadores
avaliarem a qualidade da sua intervenção e fazer eventuais ajustamentos de
melhoria.
Estes pressupostos assumem um relevo particular em face dos
resultados obtidos em cada modelo de equações estruturais onde, no primeiro
96
CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES
modelo apresentado neste estudo, o clima para a mestria e para a performance
estão definidos como tendo um efeito direto sobre a orientação para a tarefa e
para o ego, respectivamente, sendo que ambas as orientações irão ter um
resultado positivo na adesão ao exercício físico e no segundo modelo
apresentado, onde o suporte de autonomia promovido mediado pela satisfação
das necessidades psicológicas básicas, irá ter um efeito positivo sobre a
regulação autônoma, a qual por sua vez irá por fim ter uma impressão positiva
na adesão ao exercício físico. Estes efeitos estão em conformidade com os
pressupostos da TOR e da TAD, uma vez que os modelos testados revelaram
índices de ajustamento que permitem assumir as suas respectivas validades.
A partir dos cuidados éticos, metodológicos e estatísticos, os resultados
indicam que os motivos mais prevalentes para a prática de exercício físico são:
quanto ao tipo de atividade (os praticantes de academia indicam motivos mais
relacionados com o prazer, o desafio, a socialização, e os praticantes de
personal training mais relacionados com a prevenção de doenças), e quanto ao
gênero (os praticantes femininos apresentam motivos mais relacionados com
as questões de saúde (física e mental) e os masculinos com questões de
condição física (competição e reconhecimento social), levando em conta estas
conclusões, se aceita a primeira hipótese deste estudo.
Quanto ao perfil motivacional dos praticantes de academia e de personal
training, neste estudo verifica-se a existência de diferenças estatisticamente
significativas ao nível da importância que alguns dos motivos avaliados para
prática de exercício físico assumem, tendo em conta o gênero e a modalidade
praticada. Esta afirmação está de acordo com a segunda hipótese deste
trabalho.
Em relação a orientação dos objetivos de realização e o clima
motivacional os principais resultados revelaram que a orientação para Tarefa é
mais elevada em ambos os gêneros e nos dois grupos de praticantes
estudados e todas as variáveis se correlacionam positivamente de forma
significativa, em especial, entre o clima para a mestria e a orientação para a
tarefa e entre o clima para a performance e a orientação para o ego, porém, os
praticantes de personal training e academia diferem significativamente na
97
CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES
percepção do clima motivacional, resultado este, que nos permite negar a
terceira hipótese desta investigação.
O modelo de equações estruturais hipotetizado pela TOR, parece
evidenciar que o clima para a mestria e para a performance tem um efeito
direto sobre a orientação para a tarefa e para o ego em ambos os grupos
estudados, desta forma aceita-se a quarta hipótese desta pesquisa.
Quanto ao suporte da autonomia, a satisfação das necessidades básicas
e o tipo de regulação motivacional, os resultados parecem revelar que os
praticantes de personal training apresentam formas de regulação mais
autodeterminadas e mais adesão ao exercício físico, em virtude destas
conclusões, rejeita-se em parte a quinta hipótese deste estudo, pois se
pensava que tanto praticantes de academia como de personal training
apresentariam um comportamento mais autodeterminado e consequentemente,
teriam maior adesão ao exercício físico.
Através das evidências encontradas neste estudo, podemos concluir que
os praticantes de personal training sentem um maior suporte da autonomia
dada pelo educador físico, que se reflete numa perceção significativamente
mais elevada somente na satisfação da necessidade psicológica de relação,
quando o esperado era que tais praticantes com um maior suporte da
autonomia, percepcionassem de forma mais elevada à satisfação de todas as
necessidades psicológicas básicas (i.e. relação, competência e autonomia), por
esse motivo negamos em parte a sexta hipótese desta pesquisa.
Após analisar estas conclusões, percebe-se o quanto se faz importante
que os educadores físicos estejam preparados e alertas quanto ao tipo de
orientação e de clima motivacional e quanto ao modelo de regulação da
motivação que devem oferecer a cada praticante, juntamente com a promoção
do suporte da autonomia e satisfação das necessidades psicológicas básicas,
através de qualificação, formação e entendimento deste processo educativo de
modo a tentar evitar a desistência e aumentar a adesão nestas modalidades de
exercício físico.
98
6. PRESSUPOSTOS, LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÕES
FUTURAS
6
Pressupostos, Limitações
e Perspectivas de
Investigações Futuras
MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto
de academia e personal training.
99
PRESSUPOSTOS, LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS
6.
PRESSUPOSTOS,
LIMITAÇÕES
E
PERSPECTIVAS
DE
INVESTIGAÇÕES FUTURAS
6.1. PRESSUPOSTOS E LIMITAÇÕES
O presente estudo observou, analisou, comparou e discutiu informações
referentes a adultos (acima de 18 anos), de ambos os gêneros, inscritos em
programas de treinamento em academia e personal training.
O tema desenvolvido tem componentes pessoais, psicossociais e
ambientais que podem ser percebidos subjetivamente ou estarem relacionados
com características culturais de grupos populacionais. Destaca-se
resultados
que
foram
discutidos
nesta
investigação
que os
consideraram
as
características ambientais e culturais dos grupos estudados.
Diferentes abordagens têm sido utilizadas no processo de avaliação da
motivação, e mais precisamente, na avaliação da motivação à prática regular
de atividade física e alguns autores (Anastasi & Urbina, 2000; Balbinotti, 1994,
2001; Cunha, 2000) evidenciam que a forma mais objetiva e sistemática de
acessar este tipo de informação é com o uso de questionários, inventários e/ou
escalas métricas de construtos pessoais, pois tem-se verificado que estes
materiais quando bem elaborados e avaliados com critérios específicos
demonstram serem instrumentos valiosos para a obtenção de informações e
ainda constituem-se por ser um modo relativamente barato e de fácil aplicação.
Todavia, a administração de questionários é um método de coleta de dados
que apresenta algumas limitações devido à influência de diversos fatores,
como método de aplicação e a fidedignidade das respostas (Montoye, Kemper,
Saris, & Washburn, 1996).
Além disso, a maioria dos estudos que avalia a adesão focaliza-se em
medidas auto-reportadas (Gillison, Standage, & Skevington, 2006; Murcia,
Blanco, Galindo, Villodre, & Coll, 2007), que apesar de ser ainda o método
mais eleito em pesquisas que exploram as relações entre a atividade física e
outras variáveis associadas aos indicadores de saúde (Jorgensen et al., 2009),
medir a atividade física através de medidas auto-relatadas é um processo com
algumas limitações e dificuldades (Sallis & Saelens, 2000).
100
PRESSUPOSTOS, LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS
A participação dos sujeitos foi voluntária no processo e a seleção da
amostra foi por conveniência. Devido a essas características, a discussão dos
resultados e as conclusões deste estudo limitaram-se às características dessa
amostra.
6.2. PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS
Tendo em vista as considerações acima expostas, novos estudos
poderiam ser conduzidos de maneira a explorar profundamente os aspectos
inerentes a adesão, pois nesta investigação avaliamos a mesma através do
tempo de prática no local atual de treino, uma sugestão interessante e mais
abrangente seria considerar também o número de vezes por semana que o
indivíduo treina (i.e. freqüência), o tempo em que permanece treinando (i.e.
duração do treino) e o número de aulas que é realizado em cada dia de treino,
estando de acordo com alguns autores que recomendam como indicadores
fundamentais o tipo, a duração, a frequência e a intensidade da prática dos
sujeitos (Buckworth & Dishman, 2002).
O instrumento de avaliação da regulação do comportamento (BREQ),
apesar de ter revelado qualidades psicométricas aceitáveis, também revelou
algumas fragilidades quando aplicado ao contexto específico do exercício físico
em praticantes de academia e personal training, o modelo de medida apenas
se ajustou aos dados recolhidos após a eliminação dos itens 4 e 17. Os
problemas com estes itens já se tinham verificado igualmente noutro estudo
realizado em praticantes de exercício Portugueses (Cid, Moutão, Leitão, &
Alves, 2012). Tal acontecimento sugere a realização de novos estudos a fim de
proporcionar uma revisão deste instrumento, de forma a adequá-lo a
populações em geral de praticantes de exercício físico, o que reforça uma vez
mais a necessidade da sua futura retificação. Além disso, tal como
recomendam Hagger e Chatzisarantis (2008), tais esforços devem ser
proporcionados no sentido de preencher a lacuna existente neste instrumento.
Outra sugestão seria adotar uma abordagem qualitativa (i.e. aplicação
de entrevistas e filmagem), de forma a dar uma nova leitura dos dados e de
tentar suprir a deficiência na utilização de instrumentos, pois a administração
de questionários é um método de recolha de dados que apresenta limitações
101
PRESSUPOSTOS, LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS
devido à influência de diversos fatores, como método de aplicação e a
fidedignidade das respostas (Montoye et al., 1996).
Embora acredite-se que os resultados obtidos com esta investigação
acrescentem conhecimento para que se possa compreender melhor o
comportamento de adesão ao exercício físico, num contexto específico de
academia e personal training, observa-se o quanto ainda há que se investigar
para que tais indivíduos mudem seu comportamento inativo. Tal fato causa
consumição e nos impulsiona a continuar realizando novos estudos a fim de
descobrir os aspectos inerentes a adesão e poder melhor explicar os
fenômenos relativos ao desenvolvimento humano.
102
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
7
Referências
Bibliográficas
MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto
de academia e personal training.
103
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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124
8. ANEXOS
8
Anexos
MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO
Observação de modelos motivacionais de adesão em contexto
de academia e personal training.
125
ANEXO
I
–
INSTRUÇÕES
GERAIS
DE
PREENCHIMENTO
DOS
QUESTIONÁRIOS
1) Expresse a sua opinião com a máxima sinceridade e indique aquilo que realmente
pensa e sente;
2) Não existem respostas certas ou erradas. A sua opinião é que é a verdadeira;
3) Tenha sempre em consideração a escala de resposta indicada;
4) Em caso de duvidas, responda de acordo com a primeira impressão que teve ao ler
a afirmação;
5) Coloque um circulo em redor do número que melhor reflita o seu grau de
concordância;
CARACTERIZAÇÃO PESSOAL
1.
Sexo:
Masculino□
Feminino□
2.
_______
Idade: 3. Estatura: ________
cm
4. Peso: ________Kg
5. Há quanto tempo é praticante de exercícios (anos e/ou meses)? ____anos____meses
6. Há quanto tempo é praticante de exercício neste ambiente (anos e/ou meses)? ____anos
____meses
7. Qual e a freqüência da sua prática (nº sessões por semana)? _____ Quantas horas totais por
semana? _____
8. Como se considera enquanto praticante de exercício neste ambiente (escolha apenas uma opção)?
Praticante de Personal Training □ Praticante de modalidades em academia □
9. Além da atividade que realiza habitualmente no seu ambiente de treino, existe outra atividade que
pratique regularmente fora do seu ambiente de treino? Qual?_________________
(nº sessões por semana)? ____
Quantas horas totais por semana?____
ANEXO II – QUESTIONÁRIO UTILIZADO NO ESTUDO 1
QUESTIONÁRIO DE MOTIVAÇÃO PARA O EXERCÍCIO (EMI - 2)
The Exercise Motivations Inventory
Se considerar que uma afirmação não é, de maneira nenhuma, verdadeira para si, deverá assinalar "0".
Se entender que a afirmação é completamente verdadeira para si, assinale "5".
Se entender que uma afirmação é parcialmente verdadeira para si, assinale "1", "2", "3" ou "4", de acordo
com a intensidade com que essa mesma afirmação reflete o porquê de você praticar exercício físico.
Nada
verdadeiro para mim
Completamente
verdadeiro para mim
Pessoalmente, faço exercício físico (ou poderei vir a fazer)
1
Para me manter elegante
0
1
2
3
4
5
2
Para evitar ficar doente
0
1
2
3
4
5
3
Porque me faz sentir bem
0
1
2
3
4
5
4
Para me ajudar a parecer mais novo
0
1
2
3
4
5
5
Para mostrar o meu mérito/valor perante os outros
0
1
2
3
4
5
6
Para ter tempo para pensar
0
1
2
3
4
5
7
Para ter um corpo saudável
0
1
2
3
4
5
8
Para me fortalecer/tornar mais robusto
0
1
2
3
4
5
9
Porque gosto da sensação de me exercitar
0
1
2
3
4
5
10
Para passar tempo com os amigos
0
1
2
3
4
5
11
Porque o meu médico me aconselhou
0
1
2
3
4
5
12
Porque gosto de tentar ganhar/vencer quando faço atividade
física
0
1
2
3
4
5
13
Para me manter/tornar mais ágil
0
1
2
3
4
5
14
Para ter objetivos que orientem o meu esforço
0
1
2
3
4
5
15
Para perder peso
0
1
2
3
4
5
16
Para prevenir problemas de saúde
0
1
2
3
4
5
17
Porque o exercício físico é revigorante
0
1
2
3
4
5
18
Para ter um corpo bonito
0
1
2
3
4
5
19
Para comparar as minhas capacidades com as dos outros
0
1
2
3
4
5
20
Porque ajuda a reduzir a tensão
0
1
2
3
4
5
21
Porque pretendo manter uma boa saúde
0
1
2
3
4
5
22
Para aumentar/melhorar a minha resistência
0
1
2
3
4
5
23
Porque o exercício físico me satisfaz tanto no momento da
prática como fora dela
0
1
2
3
4
5
24
Para tirar partido/desfrutar dos aspectos sociais inerentes à
prática do exercício físico
0
1
2
3
4
5
25
Para ajudar a prevenir uma doença familiar/hereditária
0
1
2
3
4
5
26
Porque gosto de competir
0
1
2
3
4
5
27
Para manter a flexibilidade
0
1
2
3
4
5
28
Porque me proporciona situações desafiantes
0
1
2
3
4
5
29
Para me ajudar a controlar o peso
0
1
2
3
4
5
30
Para evitar doenças do coração
0
1
2
3
4
5
31
Para recarregar energias
0
1
2
3
4
5
32
Para melhorar a minha aparência
0
1
2
3
4
5
33
Para ser reconhecido pelas minhas prestações/realizações
0
1
2
3
4
5
34
Para ajudar a gerir/controlar o stress
0
1
2
3
4
5
35
Para me sentir mais saudável
0
1
2
3
4
5
36
Para me tornar mais forte
0
1
2
3
4
5
37
Por gostar da experiência de praticar exercício físico
0
1
2
3
4
5
38
Para me divertir estando ativo com outras pessoas
0
1
2
3
4
5
39
Para me ajudar a recuperar de uma doença/lesão
0
1
2
3
4
5
40
Porque gosto da competição física
0
1
2
3
4
5
41
Para me manter/tornar flexível
0
1
2
3
4
5
42
Para desenvolver habilidades/capacidades pessoais
0
1
2
3
4
5
43
Porque o exercício físico ajuda-me a queimar calorias
0
1
2
3
4
5
44
Para ter um aspecto mais atrativo
0
1
2
3
4
5
45
Para alcançar coisas que os outros não conseguem
0
1
2
3
4
5
46
Para libertar a tensão
0
1
2
3
4
5
47
Para desenvolver os músculos
0
1
2
3
4
5
48
Porque me sinto na minha melhor forma quando faço exercício
físico
0
1
2
3
4
5
49
Para fazer novos amigos
0
1
2
3
4
5
50
Porque acho o exercício físico divertido, especialmente quando
envolve competição
0
1
2
3
4
5
51
Para me avaliar em função de critérios pessoais
0
1
2
3
4
5
ANEXO III – QUESTIONÁRIOS UTILIZADOS NO ESTUDO 2
6) ...sinto que melhorei.
7) ...provo a mim próprio(a) que sou o(a) único(a) que consegue fazer um determinado
exercício.
8) ...sei que sou mais capaz do que os outros praticantes.
9) ...faço exercício a um nível que reflete uma melhoria pessoal.
10) ...consigo provar aos outros praticantes que sou o(a) melhor.
Concordo
totalmente
5) ...consigo mostrar aos outros praticantes que sou melhor do que qualquer um deles.
2
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
4
4
4
4
4
4
5
5
5
5
5
5
1
2
3
4
5
1
1
1
2
2
2
3
3
3
4
4
4
5
5
5
Concordo Totalmente
4) ...atinjo o(s) objetivo(s) a que me propus.
Concordo
3) ...faço progressos.
1
1
1
1
1
1
Concordo
2) ...os outros praticantes não fazem os exercícios tão bem quanto eu.
Não Concordo
1) ...dou o meu melhor durante os exercícios.
Não concordo, Nem
discordo
A sua opinião acerca do significado do sucesso na prática de atividade
física/exercício...
Discordo
DE
Discordo
OBJETIVOS
Discordo
Totalmente
DOS
Discordo Totalmente
QUESTIONÁRIO
DE
ORIENTAÇÃO
REALIZAÇÃO NO EXERCÍCIO (GOEMp)
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
ATMOSFERA TÍPICA (PMCEQp)
Neste questionário, pedimos que você indicasse a forma como vê e sente o
ambiente (“atmosfera típica”) da atividade/exercício que mais pratica
atualmente na sua academia. Lembre-se que não existem respostas certas ou
erradas. O que realmente importa é que nos indique o que pensa, com a
máxima sinceridade.
Nesta atividade...
1) …os praticantes sentem-se bem quando fazem os exercícios melhor do que os outros.
2) …o(a) instrutor(a) centra-se na melhoria da execução dos praticantes.
3) …superar o que os outros fazem é importante.
4) …a progressão de cada um dos praticantes é importante.
5) …os praticantes são encorajados a superar o que os outros fazem.
6) …o(a) instrutor(a) quer que os praticantes tentem fazer novos exercícios.
7) …fazer melhor que os outros é importante.
8) …os praticantes são incentivados a trabalhar os seus pontos fracos.
9) …só os melhores praticantes é que “dão nas vistas”.
10)…os praticantes são encorajados a superarem-se a si próprios durante o exercício.
ANEXO IV – QUESTIONÁRIOS UTILIZADOS NO ESTUDO 3
3) …faço exercício de acordo com os meus interesses.
4) …realizo com sucesso as atividades do meu programa de exercício.
5) …tenho uma relação muito amigável com as pessoas com quem faço exercício.
6) …faço exercício de acordo com aquilo que pretendo fazer.
7) …o exercício e uma atividade que faço muito bem.
8) …tenho uma excelente comunicação com as pessoas com quem faço exercício.
9) …faço exercício de acordo com aquilo que verdadeiramente sou.
10) …sou capaz de cumprir com as exigências do meu programa de exercício.
11) …tenho uma relação próxima com as pessoas com quem faço exercício.
12) …tenho a oportunidade de fazer escolhas em relação aos exercícios.
Concordo
Totalmente
2) …estou bem com as pessoas com quem faço exercício.
Concordo
1) …faço grandes progressos em relação ao(s) objetivo(s) que pretendo atingir.
Não Concordo,
Nem Discordo
Geralmente, ao praticar exercício físico sinto que...
Discordo
Gostaríamos de saber qual o seu grau de autonomia, competência e
de relação social durante as suas sessões de exercício (tenha em linha de
conta aquilo que respondeu na questão 8).
Discordo
Totalmente
SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES PSICOLÓGICAS (BPNESp)
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
pratica
atualmente
na
sua
academia (leve em consideração aquilo que respondeu na
questão 8).
Ao praticar atividade física, geralmente, sinto que o
meu instrutor…
1. …apresenta-me opções de escolha.
2. …compreende-me.
3. …considera a forma como eu gosto de realizar os exercícios.
4. …deixa-me “à vontade” para colocar questões.
5. …demonstra confiança na minha capacidade de realizar os exercícios.
6. …tenta compreender o meu ponto de vista antes de sugerir algo novo.
1
1
1
1
1
1
2
2
2
2
2
2
Concordo
mais
Não Concordo,
Nem Discordo
que
Discordo
atividade/exercício
Discordo
Totalmente
Discordo
Bastante
Gostaríamos de saber como se sente em relação ao instrutor da
3
3
3
3
3
3
4
4
4
4
4
4
5
5
5
5
5
5
Concordo
Bastante
Concordo
Totalmente
PERCEPCÃO DE AUTONOMIA (PASECQp)
6
6
6
6
6
6
7
7
7
7
7
7
Porque é que faz exercício?
1) Faço exercício porque outras pessoas dizem que devo fazer.
2) Sinto-me culpado(a) quando não faço exercício.
3) Dou valor aos benefícios/vantagens do exercício.
4) Faço exercício porque e divertido.
5) Não vejo porque e que tenho de fazer exercício.
6) Participo no exercício porque os meus amigos/família dizem que devo fazer.
7) Sinto-me envergonhado(a) quando falto a uma sessão de exercício.
8) E importante para mim fazer exercício regularmente.
9) Não percebo porque e que tenho de fazer exercício.
10) Gosto das minhas sessões de exercício.
11) Faço exercício porque os outros vão ficar insatisfeitos comigo se não fizer.
12) Não percebo o objetivo de fazer exercício.
13) Sinto-me fracassado(a) quando não faço exercício durante algum tempo.
14) Penso que e importante fazer um esforço por fazer exercício regularmente.
15) Acho o exercício uma atividade agradável.
16) Sinto-me pressionado(a) pela minha família e amigos para fazer exercício.
17) Sinto-me ansioso(a) se não fizer exercício regularmente.
18) Fico bem disposto(a) e satisfeito(a) por praticar exercício.
19) Penso que o exercício e uma perda de tempo.
Algumas
vezes
é
verdade para mim
Gostaríamos de saber as razões fundamentais que o (a) levaram a praticar
exercício físico.
Não é verdade para
mim
MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIO (BREQp-2)
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
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ANEXO V – CARTA DE APRESENTAÇÃO
Universidade Federal de Pelotas
Escola Superior de Educação Física
Programa de Pós-graduação em Educação Física
Pelotas, 6 de setembro de 2011.
Sr(a)s. Proprietários(as) de
Academias
Pelotas, RS.
Prezado(a) Colega(a),
Tenho satisfação de me dirigir a cada um de vocês com o objetivo de apresentar a
Profa. Ingi Petitemberte Klain, aluna regular do Curso de Doutorado em Ciências do
Desporto da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em Portugal.
A Profa. Ingi busca desenvolver aqui nas academias de Pelotas, a coleta de dados de
sua Tese intitulada “Motivação para a prática de exercício físico: Aplicação de modelos
motivacionais ao estudo da prevalência de praticantes de academia e personal
training, cujo anteprojeto se encontra em anexo, que objetiva estudar os fatores que
determinam o ingresso, a continuidade e o abandono das pessoas nos programas de
academia e Personal Training.
O tema da tese, creio, poderá ser de seu interesse na medida em que irá proporcionar
conhecimentos que irão permitir melhor compreensão dos muitos fatores que
interferem na decisão de buscar e se manter um programa de treinamento
personalizado.
Sendo o que se apresenta, reitero votos de apreço e consideração
Cordialmente
Prof. Airton José Rombaldi
Coordenador PPGEF/UFPel
ANEXO VI – CARTA DE APROVAÇÃO DO PROJETO
ANEXO VII – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pesquisador responsável: Ingi Petitemberte Klain
Instituição: UFPel
Endereço: Rua Luiz de Camões, 625
Telefone: 91328292
____________________________________________________________________________________
Concordo em participar do estudo “Motivação para prática de exercício físico: Aplicação de modelos
motivacionais em praticantes e desistentes de academia se Personal Training”. Estou ciente de que estou
sendo convidado a participar voluntariamente do mesmo.
PROCEDIMENTOS: Fui informado de que o objetivo geral será “Avaliar a motivação e o ambiente
motivacional em praticantes de academia de Personal Training e os motivos para o abandono destas
práticas”, cujos resultados serão mantidos em sigilo e somente serão usadas para fins de pesquisa.
RISCOS E POSSÍVEIS REAÇÕES: Fui informado de que não existem riscos no estudo.
BENEFÍCIOS: O benefício de participar na pesquisa relaciona-se ao fato que os resultados serão
incorporados ao conhecimento científico.
PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA: Como já me foi dito, minha participação neste estudo será voluntária e
poderei interrompê-la a qualquer momento.
DESPESAS: Eu não terei que pagar por nenhum dos procedimentos, nem receberei compensações
financeiras.
CONFIDENCIALIDADE: Estou ciente que a minha identidade permanecerá confidencial durante todas as
etapas do estudo.
CONSENTIMENTO: Recebi claras explicações sobre o estudo, todas registradas neste formulário de
consentimento. Os investigadores do estudo responderam e responderão, em qualquer etapa do estudo,
a todas as minhas perguntas, até a minha completa satisfação. Portanto, estou de acordo em participar
do estudo. Este Formulário de Consentimento Pré-Informado será assinado por mim e arquivado na
instituição responsável pela pesquisa.
Nome do participante/representante legal:__________________________Identidade:________________
ASSINATURA:________________________________
DATA: ____ / ____ / ______
DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE DO INVESTIGADOR: Expliquei a natureza, objetivos, riscos e
benefícios deste estudo. Coloquei-me à disposição para perguntas e as respondi em sua totalidade. O
participante compreendeu minha explicação e aceitou, sem imposições, assinar este consentimento.
Tenho como compromisso utilizar os dados e o material coletado para a publicação de relatórios e artigos
científicos referentes a essa pesquisa. Se o participante tiver alguma consideração ou dúvida sobre a
ética da pesquisa, pode entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da ESEF/UFPel – Rua
Luís de Camões, 625 – CEP: 96055-630 - Pelotas/RS; Telefone:(53)3273-2752.
ASSINATURA DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL _________________________________________
ANEXO VIII – CD-ROM COM OUTPUTS ESTATÍSTICOS
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motivação para a prática de exercício físico