FELCO
2011
P A S S I O N
REPORTAGEM
Viagem por um jardim inglês
RETRATO
Laurent Perrin, de
Vancouver...para Vancouver
NOTÍCIAS
O kiwi, da China de outrora para a Itália
do presente
SUMÁRIO
Revista FELCO - 2011
ENTREVISTA
p. 03
NOTÍCIAS
p. 05
RETRATO
p. 08
REPORTAGEM
p. 10
REPORTAGEM
p. 13
FELCO - RESPONSABILIDADE
p. 16
DIRECTAMENTE DA UNIDADE
p. 18
INICIATIVAS
p. 20
COLABORAÇÃO
p. 22
UM OLHAR
p. 23
- Christophe Nicolet:"FELCO: uma produção muito localizada, direccionada
para clientes internacionais"
- O kiwi, da China de outrora para a Itália do presente
- Laurent Perrin, de Vancouver...para Vancouver
- A Polónia, o pomar da Europa
- Viagem por um jardim inglês
- FELCO e a integração de pessoas com deficiências
- Prétat, especialista em matrizagem
- MediaBin: um plano publicitário com apenas alguns cliques
- Rétropomme defende as frutas da Suíça romanda
- O marinheiro e a ferramenta que ele jurou nunca usar
Revista FELCO - 2011
2
Redatora chefe: Patricia Borloz - FELCO SA
Editor chefe: Michèle Charpié Dewarrat - FELCO SA
Artigos escritos por Stéphane Hérès - TBSCG
Desenho gráfico: Martin Masmontet - TBSCG
ENTREVISTA
Christophe Nicolet:"FELCO: uma produção muito localizada,
direccionada para clientes internacionais"
CHRISTOPHE NICOLET. RETRATO
EXPRESSO
Quando não trabalha, Christophe Nicolet
pratica bastante desporto, principalmente
basquete e futebol.
Christophe, é o director geral da FELCO desde
1 de Julho de 2011. Para começar, pode
dizer-nos quem é e como entrou para a
FELCO?
O meu percurso é relativamente atípico. Após
formação inicial como mecânico electricista, segui
o curso de engenheiro mecânico. Durante os
primeiros dez anos da minha carreira profissional,
trabalhei principalmente na área da engenharia e
vivi a minha primeira experiência de expatriação,
com dois anos nos Estados Unidos, na região de
Detroit.
Depois, com a minha esposa, considerámos a
hipótese de partir para o Sudeste da Ásia. Esta
oportunidade surgiu quando o grupo Swatch
procurava alguém para montar um local de
produção
na
Malásia.
As
minhas
responsabilidades
evoluíram:
passei
de
engenheiro a director.
Em 2007, regressei à Suíça e assumi o cargo de
directo geral durante três anos no grupo Swatch.
Mas a indústria relojoeira está demasiado
concentrada na Watch Valley e sentia falta do
Na sua mesinha de cabeceira encontramos
actualmente the Black Swan de Nassim
Taleb. As suas leituras mais recentes:"le
dernier musée", dedicado à câmara de
âmbar.
Para além dos grandes clássicos da música
rock, também ouve Yael Naim ou Muse. E
cada vez mais, deixa-se influenciar pelos
gostos musicais dos seus filhos e confessa
que não desgosta de Mika!
ENTREVISTA
Após uma transição sem problemas, durante
os seis primeiros meses de 2011, Christophe
Nicolet assumiu o cargo de director geral da
FELCO. Encontro com o primeiro dirigente da
sociedade que não pertence à família.
No entanto, grande parte do seu tempo é
dedicado a fins-de-semana em família,"que
são muito importantes para manter o
equilíbrio."Não é incomum ver Christophe,
com a sua mulher e os seus dois filhos, em
longas caminhadas de Domingo.
3
elemento internacional. Assim, comecei a sentir
necessidade de expandir os meus horizontes...
Soube, pela imprensa, que a FELCO procurava o
seu novo director geral e isso atraiu-me
imediatamente. Eu conhecia a empresa. Nas
minhas anteriores funções, empregávamos
bastantes mulheres cujos maridos trabalhavam na
FELCO. Ouvir dizer que a sociedade era uma
empresa familiar, no bom sentido da palavra. Ou
seja, uma empresa empenhada no bem-estar dos
seus trabalhados, da sua evolução pessoal e
respeitadora de uma certa ética.
Acabou por assumir o cargo de director geral...
Que projectos vê diante de si?
Temos um grande projecto, iniciado há vários
meses, que é a introdução de um RP, ou seja, de
uma ferramenta de controlo e de gestão de
empresas.
Estamos também a repensar o plano director de
produção.
As
nossas
vendas
são
significativamente influenciadas por períodos
sazonais: 70% das vendas são feitas 5 ou 6
meses, durante o resto do ano produzimos e
reabastecemos o stock. A nossa ferramenta de
produção foi concebida para produzir grandes
séries.
ENTREVISTA
Mas actualmente, em função das alterações das
exigências dos mercados e das exigências
climatéricas - nomeadamente do atraso das
estações - devemos ser mais flexíveis. É neste
sentido que vamos reorientar algumas unidades.
4
O objectivo é ter uma ferramenta de produção
capaz de reagir rapidamente, de poder gerir várias
pequenas séries, ou de efectuar rapidamente
alterações em uma série.
Isto é fundamental na medida em que estamos
representados em mais de 100 países...
Esta edição da FELCO Passion tem justamente
como fio condutor esse elemento internacional.
Em que medida isso é importante?
Uma vez que exportamos para mais 100 países, o
elemento internacional tem grande força. A nossa
produção é muito localizada, mas direccionada
para clientes internacionais. O perfil de vários
colaboradores é internacional e prestamos
especial atenção à comunicação que é feita em
vários idiomas: 13 idiomas para os avisos nas
embalagens e no nosso website, por exemplo.
Comentários recolhidos por Stéphane Hérès
O KIWI, DA CHINA DE OUTRORA PARA
A ITÁLIA DO PRESENTE
Vinhas, peixes, ameixas... a província de Latina,
no Sul de Roma, tem várias fruticulturas. Mas o
maior orgulho local, é incontestavelmente o
kiwi:"actualmente, temos cerca de 8.000 hectares
de plantações", prevê Diego Snidaro, agrónomo e
proprietário de uma revista sobre material agrícola.
A vila de Latina (119,000 habitantes) foi construída
a alguns quilómetros do oceano, em 1932. É uma
das comunidades mais recentes de Itália. Como as
restantes, sofreu com a crise económica, mas os
agricultores conseguem transformar o famoso fruto
ácido"em um recurso económico importante."Os
habitantes da província começaram a cultivar o
kiwi no campo em grande escala desde final dos
anos 70. Originário da China antiga, a planta actinídia - adapta-se bastante bem ao clima suave
desta região da Itália, no Lácio.
A FELCO 230 e 231, na altura dos primeiros
rebentos
Neste mês de Março, o tempo ainda está um
pouco nublado. Em Latina, as chuvas seguiram-se
às neves de Inverno - a primeira vez desde 1995,
um evento raríssimo. As plantações de kiwi
sofreram grandes prejuízos: o frio e o gelo
quebraram os ramos, propiciando o ataque de
uma bactéria existente desde há alguns anos. Mas
o bom humor e hospitalidade dos Italianos são
inabaláveis. Com um sorriso nos lábios, os
exploradores apressam-se agora a instalar
os"tendoni", redes sobre as quais crescerá a
planta trepadeira. A seiva já sobe e os primeiros
rebentos fazem a sua aparição.
A poda, uma operação essencial para o
desenvolvimento, terminou após algumas
semanas. A operação decorre todos os anos,
entre Dezembro e o fim de Fevereiro. Se os
agricultores utilizam, por vezes, pequenas
tesouras de podar, as ferramentas de duas mãos
dão-lhes"mais força e os cabos compridos
NOTÍCIAS
Na província Italiana de Latina, cultiva-se unicamente o kiwi
desde há quarenta anos, mas a região é bastante produtiva.
Recentemente, os agricultores começaram a usar a FELCO 230 e a
FELCO 231 para podar as suas plantações.
5
NOTÍCIAS
permitem-lhes fazer menos movimentos para o
trabalho em altura,"garante o produtor Vittorino
Soavo. Os exploradores de Latina conhecem bem
a FELCO. Há três anos, Giorgio Rusconi
propôs-lhes testar as novas tesouras de podar de
duas mãos, os protótipos da 230 e da 231. Os
exploradores fizeram as suas sugestões,
nomeadamente em termos de peso (elemento
importante para a estabilidade), e estão
actualmente particularmente satisfeitos com o
resultado final. As suas sugestões foram aceites.
6
Diego Snidaro, coordenou estes testes no local. O
seu pai abriu a loja da família, em 1967, e, desde
então, têm colaborado com a FELCO. A 230 e a
231 vende-se bastante bem, depois dos
testes."São muito mais estáveis, mais precisas,
desgastam-se menos e a sua qualidade é
excelente", confirmam Vittorino Soavo e os seus
colegas, nos arredores de uma plantação.
Também atribuem grande importância ao
comprimento dos cabos e ao peso. A 231"de
lâmina torcida"permite-lhes, nomeadamente, cortar
os ramos mais grossos, sem escorregar, enquanto
que com a 230"de lâmina afiada", conseguem
cortar facilmente os ramos mais pequenos.
O principal produtor de kiwi do mundo.
Os agricultores não descansam: cultivam vários
frutos e os seus dias são longos. Alguns têm as
suas próprias empresas, mas trabalham com os
restantes quando terminam os seus trabalhos nos
campos. No Outono, trabalham até 14 horas por
dia, seis dias por semana.
Os kiwis são colhidos em Novembro. Cada hectar
produz aproximadamente 45 toneladas de frutas e
60% a 70% deste volume será exportado para o
estrangeiro. Os kiwis podem ser conservados
durante períodos relativamente longos, em
câmaras frigorificas que permitem controlar a
temperatura, composição do ar e a humidade. No
entanto, são necessários tratamentos químicos
para os frutos vendidos colhidos há mais de três
meses - com efeito, os kiwis Italianos são
comercializados entre Dezembro e Maio, mesmo
antes dos frutos do hemisfério sul terem chegado
aos mercados.
Os homens de Latina cultivam sobretudo o kiwi de
polpa verde da variedade Hayward, a mais
vendida, mas a região também produz frutos de
polpa amarela e quase todos os tipos de actinídias
estão representados. "A província de Latina é a
que produz a maior quantidade de kiwis do
mundo", afirma Diego Snidaro. A Itália é, assim, o
principal produtor, seguido da Nova Zelândia e do
Chile. No início, conhecido como "groselha da
China", e depois chamado "kiwi", o mesmo nome
do pássaro da Nova Zelândia (foi neste país que
se iniciou a sua comercialização), o pequeno fruto
repleto de vitamina C popularizou-se nos
mercados mundiais.
Clémentine Delignières
De facto, as gamas de ferramentas de
duas mãos da FELCO permitem cortar,
com um esforço razoável, diâmetros que
podem ir até 40mm.
FELCO 200 e 210. Estes dois modelos
estão equipados com uma cabeça de corte
bypass. A FELCO 200 permite cortar com
precisão, para diâmetros até 25 mm. A
FELCO 210, com a sua cabeça mais
tirante, pode cortar diâmetros até 30 mm.
As duas são utilizadas principalmente em
viticulturas e arboriculturas. Leves e
compactas, incluem um saco à tiracolo e
estão disponíveis em três comprimentos
(40, 50 e 60 cm).
FELCO 230 e 231. Estes tesourões
poderosos de bigorna têm um
comprimento de 80 cm. Graças ao sistema
de acção assistida por came, permitem
cortar as secções mais importantes.
Graças à sua bigorna curva, a FELCO 231
exige menos esforço que a FELCO 230
com um diâmetro igual, mas requer um
pouco mais de movimento. Por outro lado,
a
FELCO
230
de
bigorna
direita"mexe-se"melhor entre os ramos,
mas exige um pouco mais de esforço.
Uma nova ferramenta em preparação.
Anunciada para 2012, a FELCO 220, que
está actualmente em fase de testes, é
semelhante à 230/231, mas com uma
cabeça bypass. A agenda de trabalho
deste novo modelo é criar uma ferramenta
bastante eficiente e leve, mas também
resistente.
NOTÍCIAS
FERRAMENTAS DE DUAS MÃOS:
MODELOS ADAPTADOS AOS
DIFERENTES TRABALHOS.
Para quê usar uma ferramenta de duas
mãos para trabalhos de poda
intensivos?"Quando os ramos que têm
que ser cortados têm um diâmetro
superior a 20mm, torna-se difícil
cortá-los com uma tesoura de podar de
uma mão. O esforço é importante e se
formos obrigados a cortar várias vezes
durante o dia, o risco de tendinite ou de
qualquer outra doença a médio prazo
torna-se importante", explica Denis
Tièche, director técnico da FELCO.
7
LAURENT PERRIN,
DE
VANCOUVER...PARA
VANCOUVER
RETRATO
Agora de malas prontas para
partir para o Canadá, Laurent
Perrin recebeu-nos para recordar
a sua carreira, passada e futura.
Encontro com o neto do fundador
da FELCO.
8
Após onze anos a liderar a FELCO, nove dos
quais como director geral, Laurent Perrin
instalou-se em Vancouver, onde justamente iniciou
a sua carreira na FELCO. Esta partida obedece a
uma lógica."Até há pouco tempo, fui director da
FELCO, administrador de outras sociedades do
grupo, director da"holding"e um dos accionistas:
isso são muitas funções em simultâneo, o que
dificulta saber em nome de quem ou do quê
falamos".
O lançamento na América do Norte
Após a conclusão dos estudos de engenharia em
1992, Laurent Perrin inscreveu-se numa pós
graduação em gestão, num curso pós-laboral em
Lausanne. Simultaneamente, trabalha em
part-time como engenheiro de desenvolvimento
na... FELCO. Dois anos depois, instala-se na
região de Génova, onde começa a trabalhar como
responsável de métodos de uma empresa
subcontratante de aeronáutica. Aí, ficaria até 1999.
Ele e a sua mulher depressa começam a ter
vontade de"viajar ao sabor do vento". Vão para o
Canadá, como imigrantes à procura de aventura.
Algumas semanas antes de partir, Laurent sabe,
através do pai, que o importador Norte-Americano
procura trabalhadores. A oportunidade caiu-lhe em
cima... Laurent entra em contacto com o
importador, sediado em Seattle, e passa um ano a
fazer um estudo completo do mercado
Norte-Americano.
Primavera de 2000. Conjunção de elementos
familiares e profissionais. Nasce o primeiro filho do
casal. A vontade de regressar à Europa cresce. Na
mesma ocasião, o pai de Laurent Perrin anuncia
que se vai reformar. Após a bem-sucedida
experiência do filho na América, sugere-lhe que vá
trabalhar para a sede da FELCO e que continue o
seu trabalho ao fim de dois anos.
Regressa assim à Europa no Outono de 2000, um
período de transição para a empresa. Félix Flisch,
o avô emblemático, falece algum tempo depois.
Laurent torna-se assistente de seu pai."A minha
entrada não foi das melhores", diz ele."Algumas
das pessoas já lá trabalhavam há algum tempo e
houve alguns que não me viam com bons olhos".
A importância do trabalho em equipa
quaisquer receios quanto ao futuro:"estou convicto
de que o meu sucessor, Christophe Nicolet,
conseguirá ter uma visão muito mais ampla do que
a minha nos anos vindouros". Tem alguns
arrependimentos? O de não assistir à
concretização final do projecto FELCO Motion, que
demonstrará a perícia tecnológica e industrial da
empresa."Não tenho medo de dizer “que isso é o
meu bebé”".
Uma nova vida?
O afastamento - físico - da FELCO permitir-lhe-á
mudar as suas prioridades e de dedicar mais
tempo à família."Não acompanhei o crescimento
dos meus filhos".
Mas não se pense, por um só momento, que
Laurent Perrin, entrou na pré-reforma. A criação
de uma subsidiária da FELCO no continente
Norte-Americano permitirá conquistar parte do
mercado."Isso é um desafio muito grande!"
Poderá ele também dedicar-se à sua"paixão"pelo
ensino?"Tenho uma grande vontade de transmitir
o conhecimento que adquiri durante todos estes
anos."
Instala-se e dá início a alguns processos, obtém o
certificado ISO 9000 e 14000 em 2002. Início de
2003, assume a liderança da FELCO. A sua
primeira tarefa? Criar uma equipa de direcção.
Balthasar Kirchner, responsável pelas finanças,
integra a equipa. FELCO, não tem apenas um
passado de famílias ou de negócios, mas também
um passado de homens, de reencontros... Como o
reencontro com Stéphane Poggi que entra na
FELCO, como Directora de Vendas e de
Marketing, a 1 de Setembro de 2003.
Poderíamos facilmente imaginar o neto do
fundador de um negócio de família como alguém
solitário e patriarcal. Não é nada disso."É uma
utopia pensar que se pode ser o único capitão a
bordo. A direcção não é apenas um único homem,
mas uma equipa."Equipa que cresceria ao longo
dos anos.
Actualmente, Laurent traça um quadro bastante
positivo dos últimos onze anos em
Geneveys-sur-Coffrane."A nossa empresa é
robusta, com boas práticas empresariais". Perante
a iminência desta nova expatriação, não temos
RETRATO
SH
9
A POLÓNIA, O POMAR DA EUROPA
REPORTAGEM
A Polónia é o maior produtor de maçãs da União Europeia. Crónica de
viagem.
10
A primeira etapa da nossa viagem ao reino da
maçã polaca, Skierniewice, em pleno coração do
país. A reputação desta pequena vila de 50.000
habitantes deve-se, parcialmente, ao instituto de
pesquisa de pomologia, fundada em 1951 e
dependente do ministério da Agricultura e do
Desenvolvimento rural. A sua missão é
implementar na prática os trabalhos científicos
efectuados, nomeadamente, pelo departamento de
pomologia.
Uma cultura não estratégica para o regime
comunista
O professor Augustyn Mika, especialista em
maçãs, falou connosco. Desde logo, é bastante
directo:"a produção de maçãs na Polónia é a mais
importante da Europa", mesmo à frente da Itália e
da França. Revela-nos alguns valores: 2,5 milhões
de toneladas por ano, ou seja, mais de 80% da
produção frutícola do país, 170.000 hectares
dedicados à cultura da maçã... os números são
impressionantes. Para os compreender, devemos
considerar a história recente da Polónia.
Durante o regime comunista, várias culturas foram
consideradas estratégicas, como o trigo, os
cereais e mesmo as batatas. O Estado fixava os
preços, a um nível muito baixo. Para outros tipos
de produção, considerados pouco importantes
pelo regime, os preços eram livres. Foi o caso da
maçã e isso explica porque é que muitos
agricultores preferiram arriscar neste sector
esquecido pelo Estado.
Entretanto, as autoridades tinham uma grande
necessidade de fazer entrar divisas."Nunca
exportámos maçãs em grande volume para o
Ocidente. Por outro lado, muito de sumo
concentrado de maçã foi exportado para a
Alemanha,"indica o professor Mika.
Antes de passarmos à próxima etapa da nossa
viagem pela Polónia, o professor Mika revela-nos
mais conselhos práticos para desenvolver o nosso
próprios pomares. Primeiro ponto: a localização,
se possível num ponto alto para apanhar muito sol
e para evitar o gelo de Inverno.
De seguir, é necessário obter canivetes de
enxertia, disponíveis nos viveiristas. Augustyn
Mika recomenda que se obtenham com um ano de
antecedência, para garantir a colheira da
variedade de maçãs pretendida. O papel dos
viveiristas não é apenas vender canivetes de
enxertia, mas também desenvolver novas
variedades que possam ser aceites pelos
consumidores. Assim, os gostos, as cores e a
resistência ao clima são testados...
Enfim, o professor recorda-nos que a Polónia é um
país muito seco, com um volume anual de
precipitação na ordem dos 500 milímetros, quando
o volume em França ultrapassa os 800. Daí, a
importância de um sistema de irrigação eficiente.
Uma indústria de alta tecnologia
De carro, viajando para o ocidente, para a aldeia
de Kalisz onde nos encontraremos com os
dirigentes da EKO-WITAMINA, um dos maiores
grupos de produtores de maçãs da região. 90% da
sua produção é vendida sob a sua própria marca,
maioritariamente na Polónia, com alguns clientes a
Leste. À frente do grupo estão dois irmãos que
transformaram os pomares existentes numa
indústria. Indústria de alta tecnologia, teremos
vontade de nos juntar
Implementada em Maio de 2010, a linha de
selecção é a mais moderna do país e pode gerir
até 8 toneladas por hora. Conduzidas através de
um engenhoso canais, as maçãs são pesadas,
medidas e fotografadas de todos os ângulos (são
tiradas 8 fotos de cada fruta). O responsável pela
qualidade da EKO-WITAMINA explica que, graças
a este sistema completamente automatizado,"o
operador pode seleccionar as maçãs por peso, por
tamanho e até pela cor". Com um clique, todas as
maçãs vermelhas, e apenas as vermelhas, são
conduzidas e embaladas.
As maçãs que não são imediatamente
seleccionadas, são armazenadas em câmaras
frigorificas (1,5 graus), com uma atmosfera
permanentemente controlada (1% de oxigénio, 2%
de monóxido de carbono). Aqui, em Kalisz, os
armazéns contêm 4.000 toneladas de maçãs, às
quais se juntam 6.000 toneladas conservadas um
pouco por todo o país.
Tudo é controlado e o único risco são"os
imprevistos climatéricos."São prova disso as
cheias que a Polónia sofreu em 2010 e que
prejudicaram significativamente a produção.
FELCO, um parceiro de selecção
REPORTAGEM
Conselhos práticos
11
Aqui, só utilizamos tesouras de podar FELCO,
desde há 20 anos a esta parte."São ferramentas
profissionais. Utilizamos a maioria dos modelos,
desde os mais pequenos aos mais grandes,
principalmente os modelos de uma mão",
salientam os dirigentes. Isto confirma as propostas
de M. Otwiaska, que dirige a Euroflora, a
sociedade que importa a FELCO para a Polónia:"A
FELCO domina 90% do mercado polaco das
tesouras de podar de uma mão". No dia anterior,
Augustyn Mika tinha confidenciado que gostava
REPORTAGEM
Augustyn Mika
12 bastante dessas tesouras suíças"que são de muito
boa qualidade e que duram muito tempo".
SH
Andrzej Otwiaska
VIAGEM POR UM JARDIM INGLÊS
A cerca de vinte minutos do caminho em redor da
Piccadilly Line, à medida que as casas idênticas
dos subúrbios dão lugar progressivamente às
belas moradias rodeadas de jardins, Capel Manor
esconde-se por detrás de um longo muro de
tijolos. Martin Day, um dos três jardineiros
responsáveis pelo jardim, conduz-nos à
descoberta dos 12 hectares e dos 60 jardins
históricos e temáticos desta magnífica manta de
retalhos de jardins ingleses.
Garden” em Junho de 2010. A ideia seria recriar
as ruínas de uma mansão gótica que se
encontrava aqui há já 8 séculos e reconstruir um
jardim da época,"explica Martin, mostrando um
jardim de rosmaninho."Não existem planos, nem
gravuras da época, por isso foi difícil saber que
plantas e que flores estariam de acordo com a
mansão", continua. As rosas serão, certamente,
utilizadas. A história da paixão dos Ingleses pelas
rosas é bem conhecida.
No início da história, um jardim do Século XIII
A alguma distância do que resta da torre da
mansão, uma pequena piscina está repleta de
plantas aquáticas."Capel Manor é também uma
escola de horticultura. Aproveitamos todo o
Martin faz-nos recuar até ao século XIII."A Rainha
Isabel II acabou de inaugurar a “Old Manor House
REPORTAGEM
"O meu corpo é o nosso jardim, a minha vontade um jardineiro",
escreveu William Shakespeare em Othello. É bem sabido que os
Ingleses nunca deixaram de amar os seus jardins. A área de Capel
Manor, no Norte de Londres, é o lugar ideal para descobrir esta
riqueza e diversidade.
13
espaço para plantar espécies de plantas que os
alunos e o público poderão descobrir", adianta
Martin.
Viagem por jardins temáticos
Um pouco mais adiante, o nosso olhar é atraído
por uma sebe formada por uma sucessão de
panelas de escapa pintadas de cores diferentes. O
contraste com a"loucura gótica"da mansão é
notório."Sim, é surpreendente, afirma Martin
sorrindo, quem criou este espaço foi Kim Wilde,
sabem, a cantora que se converteu à jardinagem".
E sim, a heroína de Laurent Voulzy é actualmente
uma jardineira paisagística de renome...
Não é a única celebridade que se tornou perita em
jardinagem. O Príncipe Carlos tem a reputação de
saber mais sobre horticultura que um professora
entendido na matéria. Deve ser de família, porque
no corredor dos jardins em miniatura, Martin faz
uma paragem junto ao da Rainha Mãe."Adorava
rosas e as cores malva, violeta e púrpura.
Recriámos esta zona à sua imagem", diz Martin.
Imaginamos imediatamente a Rainha Mãe a
saborear o seu gin tónico diário, rodeada pelas
suas rosas.
REPORTAGEM
Do outro lado do corredor, um jardim típico das
pequenas casas vitorianas da aldeia revela o
aspecto
formal
dos
jardins
dianteiros
ingleses."Aqui encontramos plantas herbáceas
coloridas. São plantadas o ano inteiro em
canteiros de sebes cortadas com uma altura baixa.
14
A isto chamamos box gardening". O contraste é
ainda mais notório com a peça seguinte onde reina
uma bonita amálgama de rosas trepadeiras, de
glicínias e de vides-brancas. Uma sábia mistura
que faz lembrar o magnífico jardim da casa de
Anne Hathaway, a esposa de Shakespeare...
Do século XVII à resplandecência vitoriana
De seguida, Martin sugere uma viagem no tempo,
à descoberta da resplandecência vitoriana e da
opulência da época da Rainha Vitória. No caminho
para as estufas, onde a sua colega Sharon se
ocupa com paixão da propagação das herbáceas,
Martin mostra-nos jardins perfeitamente simétricos
do século XVII, com sebes volumosas, mas
cortadas ao milímetro. De súbito, pára em
contemplação diante de um jardim de sebes de
flores de thalia:"Olhem como são bonitas. Nunca
sabemos como vão resistir ao Inverno e florescer,
de um ano para o outro".
Enterrada nos seus livros, nos seus planos, nas
suas ferramentas e mesmo nas suas sementes,
Sharon não tem momentos mortos."De momento,
há muito para fazer, explica-nos em relação à sua
paixão pelas plantas, estou a preparar um novo
tapete de flores e faço tudo de A a Z. É
apaixonante". Diz-nos ter identificado a sua
tesoura FELCO para não ser levada por um aluno
do liceu ou colega! Crença partilhada por
Martin:"as ferramentas FELCO são muito leves e
fiáveis. Fazem a inveja de todos, especialmente
Martin Day
entre os estudantes, que nos obrigam a
escondê-las..."
A visita à Capel Manor chega ao fim e já sentimos
a vontade de regressar e de descobrir outros
jardins. Nada de mais fácil: o país de
Shakespeare, do Príncipe Carlos, da sua avó e de
Kim Wilde tem os jardins mais fascinantes do
mundo.
Élisabeth Blanchet
REPORTAGEM
Para dar vida às suas criações, Sharon inspira-se
nos jardins vitorianos."É a riqueza da época que
me fascina e também a combinação de espécies,
de cores. Os Vitorianos não hesitavam em
entregar-se ao excesso e à extravagância.
Chegavam mesmo a mudar os canteiros de flores
das suas casas durante a noite para impressionar
os convidados logo de manhã"...
15
FELCO E A INTEGRAÇÃO DE PESSOAS
COM DEFICIÊNCIAS
No seio da empresa suíça, as pessoas com deficiências sempre
foram bem recebidas. Exemplos cruzados com Aurélie e Patrick.
FELCO - RESPONSABILIDADE
Hiperactiva, Aurélie termina a sua"formação
como técnica de embalamento e logística", na
FELCO.
16 Parece que Aurélie era bastante tímida quando
começou a trabalhar na FELCO. Temos
dificuldade em acreditar nisso, porque a jovem
recebe-nos com bastante à vontade."Hoje sou
menos tímida, explica-nos, e tenho confiança em
mim própria". Hiperactiva, Aurélie integrou
inicialmente a unidade protegida Alfaset
implementada nos locais da FELCO. Antes de ser
contratada, ao fim de 4 meses, pela empresa.
A integração de Aurélie decorre de tal maneira que
temos dificuldade em encontrar que problemas
possam ter ocorrido por causa da sua deficiência.
Deficiência? Não mencionem essa palavra perante
Josiane Jacot, responsável pelos Recursos
Humanos da FELCO."Não gosto dessa palavra.
Prefiro falar de pessoas com dificuldades de
integração".
No dia-a-dia, a sua hiperactividade obriga a jovem
a um tratamento diário."Se não tomo a medicação,
trabalho lentamente, e estou desconcentrada a
maioria do tempo". À parte isso, Aurélie tem o
mesmo horário de trabalho e as mesmas
exigências que os seus colegas em termos de
produtividade. Com dia e meio de formação por
semana, Aurélie passa grande parte da semana
na unidade, onde se ocupa das embalagens, da
logística e do controlo.
Para Josiane, a integração de Aurélie é um
verdadeiro caso de sucesso."É muito raro
conseguir retirar uma pessoa de uma meio
protegido e integrá-la no meio profissional". E
devemos sublinhar que isso deve-se tanto á
vontade da pessoa como da empresa.
Conclusão de Josiane Jacot:"actualmente, vejo
Aurélie como uma aprendiza, e não como uma
pessoa com necessidades especiais". E é como tal
que Aurélie gosta de ser vista: como uma
aprendiza. Nem mais, nem menos.
equipada com todos os dispositivos de segurança
obrigatórios. Mas para além disso?"Nada de
especial, basta simplesmente que coloquem nas
minhas mãos todas as ferramentas de que preciso
para trabalhar".
As relações com os colegas
"O meu chefe e os meus colegas ajudam-me,
preparando-me o trabalho", explica Patrick."A
partir daí, sou totalmente autónomo". Já
memorizou"a disposição da usina"e consegue
orientar-se sem ajuda."Nunca tenho a ajuda de
ninguém".
"Claro que foi preciso criar um distribuidor de óleo
para mim", explica Patrick Vuillème, cego à
nascença."É como se metessem pasta de dentes
na escova e tentassem escovar os dentes com os
olhos fechados: a pasta espalha-se por todo o
lado!", diz-nos com uma grande gargalhada.
Patrick começou a sua edução na escola para
cegos de Lausanne, e depois no liceu secundário
clássico em Cernier."Quis transitar entre as duas
escolas, porque uma pessoa integra-se melhor na
sociedade se estudar com os outros". Participou
num curso de formação como mecânico no centro
de especialização de Morges, que forma pessoas
com deficiências físicas.
O reencontro com a FELCO
Em 1985, o seu antigo professor de formação
ajudou-o a encontrar trabalho, após um breve
período de desemprego técnico."Contactámos a
FELCO por telefone. Apresentei-me com ele e,
dez dias depois, fui contratado".
Há alguns anos, após uma restruturação da
unidade, as funções de Patrick mudaram."Mudei
de unidade e agora faço cinco ou seis trabalhos
diferentes". Instalação de rebites, montagem das
lâminas nas tesouras, martelagem..."Quase todos
os dias recebo tarefas diferentes. É muito
interessante".
Isto requer algumas adaptações, como o
distribuidor de óleo. Ou ainda esta prensa
A excelente relação entre Patrick e os colegas não
termina quando sai da unidade. Testemunho de
Alic, que trabalha com Patrick há 6 anos,"quando
organizamos um serão ou um jantar após o
trabalho, vamos buscá-lo a casa".
Com uma nova gargalhada, Patrick conclui o
encontro:"já fui ao bowling com amigos, mas...
nunca acerto nos pinos!
SH
FELCO - RESPONSABILIDADE
Após 25 anos, Patrick Vuillème trabalha nas
unidades da FELCO. Cego, ele é a prova de que
uma pessoa com deficiência consegue
integrar-se na empresa.
Por vezes, tem que explicar aos colegas como o
podem ajudar."Não conduzimos um cego, porque
isso não lhe dá confiança. Seguramo-lo pelo braço
e falamos com ele". Mas"nunca recuso uma ajuda,
por uma questão de princípio".
17
DIRECTAMENTE DA UNIDADE
PRÉTAT, ESPECIALISTA EM
MATRIZAGEM
18
Parte integrante do grupo FELCO desde há vinte anos, a
sociedade Prétat é especialista em matrizagem a quente de
precisão de alumínio e de metais não ferrosos. É nos locais da
Cornol, na Jura suíça, que são matrizados as tesouras FELCO.
A matrizagem é uma"técnica de deformação
plástica usada para a criação de uma peça em
bruto a uma temperatura adequada". Mas a Prétat
vai
mais
longe
que
a
simples
matrizagem."Estamos completamente integrados:
para além das características especificas de
matrizagem, efectuamos outros trabalhos em
peças, como maquinação,o tratamento ou
polimento", precisa Alain Flury, director geral.
Estas são aquecidas num forno, depois colocadas
na matriz (parte baixa das ferramentas). É
aplicado um lubrificante, que vai facilitar a
deformação. A sua função é dupla: sem ele, a
peça em bruto ficaria colada às ferramentas. Ao
mesmo tempo,"ajuda a matéria a entrar em locais
de difícil acesso". Este fluxo de matéria é operado
pela percussão: o furador (parte superior da
ferramenta) entra em contacto com a peça
Um processo de várias etapas
É importante salientar que as duas partes da
ferramenta (matriz e furador) nunca tocam uma na
outra", insiste Alain Flury. A peça serve de
amortecedor de pancadas. Existe forçosamente
um
excesso
de
matéria
a
que
chamamos"rebarbas".
Primeira operação, serragem. A matéria prima
(principalmente o alumínio mas também o latão, o
cobre, entre outros) chega em forma de barras que
derretidas em peças em bruto.
Quarta fase, o corte Prensas a frio (mais pequenas
que as utilizadas para matrizagem) descem muito
lentamente por intermédio de um sistema
hidráulico e cortam a peça Esta é depois soprada
com ar comprimido para remover as limalhas e, se
aplicável, dar conformidade
A peça fica, assim, com uma forma perfeita... mas
foi escurecida peça oxidação causada pela
aquecimento. Um tratamento químico (para o
alumínio), ou com ultra-sons ou rolos (para o latão
ou o cobre), permite repor a cor original.
Para alguns clientes, a operação fica por aí. Isto é,
nomeadamente, o caso da FELCO. Após um
último controlo, as peças são embaladas e
enviadas de Cornol para Geneveys-sur-Coffrane.
Mas, cada vez mais, os clientes de Prétat querem
peças criadas em fábrica. Uma unidade de
maquinação vai assim efectuar recuperações
(abertura de roscas, fresagem, perfuração...).
Uma simulação informática
As ferramentas são concebidas pelo departamento
técnico. Com a ajuda de um software de simulação
bastante avançado, os engenheiros conseguem
testar as ferramentas mesmo antes da criação do
protótipo. Isto minimiza qualquer atraso da
implementação da matriz e do perfurador e, por
conseguinte, o reduz o custo para o cliente. Isto
permite também afinar a oferta comercial: o
software determina a força da prensa necessária.
FELCO, um cliente importante, mas não único
Fundada em 1947 por Arthur Prétat e os seus dois
filhos, a empresa foi convertida em sociedade
anónima em 1985. Alguns anos depois, em 1992,
a FELCO SA tem uma participação no capital da
Prétat SA. Em 1997, a empresa adquire todas as
acções.
Actualmente, a FELCO representa um bom terço
da actividade da Prétat. Mas os 85 empregados
trabalham também para a Vuitton, as máquinas de
café ThermoPlan, Bosch, e para o grupo Alstom...
De salientar que o volume de negócios com a
FELCO tem sido reduzido desde há alguns anos.
Terá a FELCO encontrado um outro fornecedor?
Não, a actividade da Prétat continua a evoluir...
SH
DIRECTAMENTE DA UNIDADE
Se o latão ou o cobre não recebem tratamento
térmico, o mesmo não acontece com o alumínio.
Nesta fase, este material perdeu, com efeito, todas
as suas características mecânicas. Um choque
térmica irá repor essas propriedades. Aquecidos
até 450 graus durante duas a três horas, as peças
são mergulhadas brutalmente num recipiente de
água fria.
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MEDIABIN: UM PLANO PUBLICITÁRIO
COM APENAS ALGUNS CLIQUES
INICIATIVAS
A partir de 2011, a FELCO implementou ferramentas de criação
de anúncios publicitários e de documentos comerciais Objectivo:
facilitar a gestão de planos de anúncios pelos importadores
locais. Explicações.
20
A FELCO lançou, em Março de 2011, duas novas
ferramentas para facilitar a vida da sua rede de
distribuição. Integradas na MediaBin (galeria de
imagens disponível em qualquer ponto), estas
duas aplicações são de acesso livre.
Anúncios FELCO personalizados
Primeira ferramenta: a criação e personalização de
anúncios FELCO. Até estes últimos meses, os
importadores ou revendedores tinham que recorrer
aos serviços de gráficas para criar os seus
anúncios publicitários"Até ao presente, não faziam
ou faziam muito poucas campanhas publicitárias,
porque era muito complicado fazê-lo", explica
Catherine Schmid, Directora de Recursos de
Marketing da FELCO."Com este sistema, vamos
simplificar o sistema. Só é preciso conhecer os
dados técnicos dos jornais e escolher um formato
semelhante aos que propomos".
Uma vez ligado à MediaBin, o importador
selecciona o formato do anúncio pretendido,
especificando os tamanhos exactos e
seleccionando o tipo de anúncios daqueles que
são propostos (Green, Power assisted,
Industrial...). Depois, introduz o seu texto (3 linhas
por anúncio propriamente dito, 2 linhas para a
morada e 1 linha para indicar a associação com a
FELCO) e...já está. Em poucos minutos, um
ficheiro de alta qualidade é criado, directamente
utilizável pelo jornal de suporte da publicidade.
Regula Brast, Assistente de vendas do mercado
suíço, não é parco de elogios em relação ao
sistema."É genial!", confia-nos."Preparo os meus
planos publicitários para o ano e depois
organizo-me". Regula pode criar, ao seu próprio
ritmo, um anúncio especificamente adaptado ao
alvo (amadores, profissionais...) ou à estação
(Natal...)."Crio o meu próprio anúncio em dois
minutos. Além disso, graças a este sistema, posso
reagir em caso de emergência. O que antes não
era possível".
Para Regula, este novo sistema torna-a"totalmente
autónoma e muito mais eficiente".
Documentos comerciais uniformizados
Lançada em simultâneo com a primeira
ferramenta, uma outra aplicação integrada com a
MediaBin permite aos importadores criarem, com
alguns cliques, os seus documentos comerciais:
folhas com cabeçalhos, envelopes, cartões de
visita. Tudo é acessível fácil, rápida e
gratuitamente. E respeita a carta gráfica
implementada em 2010.
O acesso a este sistema está reservado a
importadores. No entanto, os responsáveis pelo
mercado suíço propõem às revistas que vendem
as ferramentas FELCO imprimirem os seus
cartões de visita. O verso contém a carta do
retalhista, e a frente tem as cores da FELCO.
Catherine Schmid explica que se trata"de um
serviço prestado às revistas".
MediaBin, a galeria de imagens da FELCO
Disponível através do website www.felco.com,
MediaBin contém as imagens úteis à rede de
distribuição, sejam fotos de produtos, da
sociedade ou mesmo símbolos. É uma"espécie de
self-service onde todos os interessados podem
procurar a ilustração de que precisam", afirma
Catherine Schmid.
E Catherine prevê que não se vai ficar por aí. Nos
próximos meses, o sistema permitirá, com uma
velocidade maior, gerir vídeos.
SH
INICIATIVAS
Com mais de 18.000 downloads efectuados em
2010, a ferramenta mostra ser popular. Cada
ligação à MediaBin implica, em média, um
download de 10 imagens.
21
RÉTROPOMME DEFENDE AS FRUTAS
DA SUÍÇA ROMANDA
Os amantes suíços de frutas e
de história lutam pela
diversidade do património
frutícola. Encontro com a
Rétropomme, de quem a
FELCO é parceiro fiel.
Criada em 1987, Rétropomme tem um objectivo
simples, mas ambicioso:"preservar o património
frutícola da Suíça romanda", explica Boris
Bachofen, responsável pela associação. Após 20
anos, a associação dedica-se a criar uma colecção
de variedades de frutos típicas da Suíça romanda.
A pergunta é se é essencialmente a acção do
homem que é responsável pela extinção das
espécies. Em causa, a expansão das vilas e das
vias que implicam, sem dúvida, o desaparecimento
dos pomares tradicionais e obrigam à protecção
de determinados frutos
A RECEITA DE SUMO DE
MAÇÃ QUENTE DE BORIS
Por cada 5 litros de sumo de maçã,
adicionam-se 2 gotas de baunilha, 2
paus de canela, 2 estrelas de anis
estrelado e 4 cravinhos.
Aqueça parte do sumo de maçã com
a canela. Deixe infusar. Depois,
adicione o resto do sumo de maçã e
sirva quente!
UM OLHAR
Os"pomares de conservação"
22
Até à data, foram identificadas 500 variedades de
frutas e 250 outras estão a ser estudadas. Maças,
é certo, mas também pêras, ameixas e cerejas e,
menos significativamente, pêssegos de vinha,
castanhas e nozes.
A colecção oferece actualmente uma enorme
diversidade de sabores, de cores, de formas e de
tamanhos. De um lado, a pêra livre (meio quilo!).
Do outro lado, uma pequena pêra de 3 a 4
gramas,"sete na boca"(porque conseguimos meter
sete na boca ao mesmo tempo).
Os frutos são cultivados nos"pomares de
conservação", que são 5 ao todo (Neuchâtel,
Vaud, Valais, Fribourg e Jura). Com uma
superfície total de 10 hectares, estes pomares
são"uma espécie de museu", indica Boris.
FELCO, um parceiro fiel
Desde há 15 anos a esta parte, a FELCO
patrocina a Rétropomme, com um donativo
anual."A FELCO teve a generosidade de dizer:
farão com este dinheiro o que bem entenderem",
explica
Boris.
A
empresa
de
Geneveys-sur-Coffrane é, assim, o mais
importante parceiro privado da associação.
Para estruturar o crescimento da Rétropomme que
conta actualmente com mais de 450 membros,
optou-se pela criação de uma fundação. Objectivo:
assegurar à Rétropomme"um suporte estável e
profissionalizado para todas as tarefas
administrativas". Laurent Perrin irá exercer as
funções de presidente do concelho da fundação
durante o período de transição.
Também consta do programa para 2011 o
lançamento de uma pomologia por Bernard
Vauthier, uma das figuras-chave da Rétropomme.
O livre descreverá a história da fruta na Suíça
romanda desde o fim da Idade Média.
Para Boris,"actualmente, agora que os gostos de
estandardizam, valerá a pena conservar esta
diversidade".
Laurent
Perrin
concorda
completamente:"Existe
um
trabalho
de
vulgarização a fazer para sensibilizar o público
para o facto de que mação não significa golden, e
que existem outras variedades que são
superiores".
SH
O MARINHEIRO E A FERRAMENTA QUE
ELE JUROU NUNCA USAR
Agora que o veleiro está pronto, vem a questão
do equipamento."Em caso de desmastreio,
precisam de um cortador e só uma marca vale a
pena FELCO", anuncia o profissional de La
Rochelle. Andréas sorri, ele que entregou a
primeira edição do prémio da empresa da suíça
romanda, em 2005, a Laurent Perrin. Deixa-se
convencer facilmente. De qualquer maneira, um
desmastreio nunca acontecerá e muito menos
numa embarcação nova...
Meados de Julho de 2010,"Cadences"parte do
estaleiro. Andréas, a sua mulher e os seus três
filhos embarcam para testar o veleiro. Direcção: La
Corogne. Nono dia de viagem, bom tempo, 10 a
12 nós de vento, vagas normais. Viragem de
bordo. Ping. O mastro parte-se.
Dois marinheiros bretões vêm em seu socorro. Os
três homens passarão três horas a tentar salvar o
mastro. Antes de decidirem deixá-lo afundar-se
nas profundezas. Andréas agarrou no seu cortador
FELCO e cortou estais e escoras.
"E se não tivéssemos conseguido cortar os cabos?
Não sei como teríamos regressado..."
SH
COLABORAÇÃO
Banqueiro suíço de profissão, Andréas Giesbrecht
é um marinheiro experiente. Foi no distrito de La
Rochelle que decidiu construir o seu novo barco.
Objectivo: navegar no mar do norte
23
99032.07-V08/11-PT
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P A S S I O N