UNIVERSIDADE FEDERAL DOS ESPÍRITO SANTO – UFES CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS - CCHN DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA - DPGEO LABORATÓRIO DE GEOMÁTICA DA UFES - LGU Capítulo 3 PROF. ALEXANDRE ROSA DOS SANTOS Engenheiro Agrônomo - UFES Mestrado em Meteorologia Agrícola – UFV Doutorado em Engenharia Agrícola - UFV Definições Básicas EQUADOR LATITUDE PARALELO LONGITUDE de mesma latitude. É Linha uma linha eqüidistante dos pólos Constitui-se um método que descreve que forma um grande círculo, MERIDIANO Linha de igual longitude. Constitui-se um método que descreve as pontos nas posições situados a Este e a dividindo a Terra dois hemisférios posições de pontosem situados a Norte ou Oeste de um referencial (Meridiano de iguais, pelo seu centro, a Sulpassando do Equador. O método está ou Greenwich, na Inglaterra). Asexagesimal, partir deste Conjunto dos meridianos e baseado em um sistema seja, é um plano perpendicular à meridiano defini-se 180º para Leste (sinal o os assim o equador é considerado 0 paralelos que forma uma rede COORDENADAS linha dos pólos. positivo) e 180º para Oeste (sinal pólos são 90º. GEOGRÁFICAS deconsiderados linhas imaginárias ao redor negativo). do globo terrestre. No Equador o comprimento de 1º é de aproximadamente 111321 m. À medida que se afasta para o Norte ou para o Sul do Equador, o comprimento do arco c é dado em metros, pela seguinte equação: C = 111321 * cos (latitude) Existe uma relação de equivalência entre os valores dos comprimentos dos arcos de 1º de meridiano e 1º de Paralelo a diferentes latitudes Clique aqui para observar COMPRIMENTO DOS ARCOS DE 1O MERIDIANO E DE 1O PARALELO A DIFERENTES LATITUDES Grau (o) Comprimentos dos arcos de 1o de Meridiano (m) Paralelo (m) 0 * 111321 10 110602 109640 20 110696 104648 30 110843 96488 40 111025 85395 45 111122 78848 50 111220 71697 60 111405 55801 70 111557 38187 80 111659 19394 90 111697 0 Determinado ponto na superfície da Terra localizado a partir de latitude e longitude como sistemas de coordenadas DEFINIÇÕES IMPROTANTES Elipsóide Esferóide Geóide Datum Detalhes da aplicação É o modelo matemático esférico do É a superfície adotada como Geóide. Corresponde a umpara ponto ou um referência adotada cálculos É a superfície de nível usada para de posições e outros elementos Plano de referência para os Representar adaforma da Terra. Ele é geométricos Cartografia. É uma levantamentos verticais e Considerado como a superfície forma de representar a Terra de horizontais, os quais estabelecem Nível de altitude aigual zero e correspondendo uma aesfera as posições de feições sobre a Coincidenos com nível médio dos achatada pólos e intumescida Terra. O Datum utilizado no Brasil é nomares. Equador. o SAD-69 (South American Datum-69) EXEMPLO QUAIS SÃO AS FORMA QUE PODEMOS REPRESENTAR A TERRA? Triângulo Trapezóide Retângulo QUAIS SÃO AS DISTORÇÕES QUE PODEM OCORRER NA TENTATIVA DE DESENHAR A SUPERFÍCIE DA TERRA? O QUE É ESCALA (S)? Mecanismo de transformar distâncias reais na superfície da Terra (Ct) em distâncias compatíveis com os tamanhos de um determinado mapa (Cm) ; cm S ct ESCALA GRANDE: são aquelas em que grandes distâncias no terreno correspondem a grandes distâncias no mapa. Ex: 1:25.000 e 1:5.000; ESCALA PEQUENA: grandes distâncias no terreno Correspondem a pequenas distâncias nos mapas. Ex: 1:250.000; 1:500.000 e 1:5.000.000; SUBDIVISÃO DAS REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS CONFORME A ESCALA DEFINIÇÕES DE CARTAS CARTAS PLANIALTIMÉTRICAS: representações, em diferentes escalas, contidas em cartas topográficas, incluindo acidentes naturais, artificiais e possibilitando a determinação de altitudes; CARTAS PLANIMÉTRICAS: trazem os detalhes da carta topográfica, mas sem as curvas hipsométricas ou curvas de nível; CARTAS CADASTRAIS: representam rigorosamente os limites verdadeiros, os usos e o parcelamento das propriedades; DEFINIÇÕES DE CARTAS CARTAS AERONÁUTICAS: representam as características do terreno (relevo, hidrografia, culturas), além de informações específicas da navegação aérea; CARTAS NÁUTICAS: representam o relevo subaquático (batimetria), os detalhes da faixa continental costeira e outros elementos dos rios, canais e lagoas navegáveis; CARTAS COROGRÁFICAS: representam a descrição geográfica de um país, região, província ou município; CARTAS GEOGRÁFICAS: generalizam os detalhes planimétricos e altimétricos não oferecendo precisão; MAPAS ANTIGOS (ANALÓGICOS) Mapa mais antigo conhecido, representa a cidade de Ga-Sur, a 300 km ao Norte da Babilônia. MAPAS ANTIGOS (ANALÓGICOS) Mapa dos indígenas do Pacífico mostrando. por meio de hastes de coqueiros e conchas da praia, o movimento das ondas e o arquipélago. MAPAS ANTIGOS (ANALÓGICOS) Mapa de localidades desenhado por índios da região do rio Xingu. MAPAS DIGITAIS São representações binárias, ou seja, capazes de serem utilizados por computadores; Como a informação gráfica contida num mapa é impressa com larguras mínima e máximas de 0,15 mm e 0,8 mm, respectivamente, sugere-se que a resolução espacial relacionada com a escala seja definida de acordo com a largura mínima e máxima. Exemplo Para uma escala de 1:10.000, a faixa de resolução espacial mínima e máxima corresponderia a 1,5 m (10000 * 0,15) e 8 m (10000 * 0,8), respectivamente. ESCALAS DE MAPA VERSUS FAIXA DE RESOLUÇÃO ESPACIAL Escala do mapa Faixa de resolução espacial 0,8 a 3 m Resolução espacial ideal 1:5.000 1:10.000 1:20.000 1,5 a 6 m 3 a 12 m 1,3 m 2,5 m 4,2 m 1:30.000 1:50.000 1:75.000 1:100.000 4 a 18 m 7,5 a 30 m 11 a 45 m 15 a 80 m 7,3 m 12,7 m 17,3 m 25,4 m COMO SELECIONAR UM SISTEMA DE COORDENADAS EM QUE FIQUEM CARACTERIZADOS OS PONTOS DESCRITORES DA SUPERFÍCIE FÍSICA DA TERRA? Y x 0 r P x r sen e y r cos r x2 y2 e y q tg 1 X Relações geométricas e gráficas entre os sistemas cartesianos e polar y x Elipsóides de referência, semi-eixo maior (a) e semi-eixo menor (b), achatamento (f) e o inverso do achatamento (1/f) Nome do elipsóide Semi-eixo maior (a), (metros) Semi-eixo menor (b), (metros) Achatamento (a-b)/a (f) Inverso de f Airy 1830 Airy Modificado Australian Bessel 1841 Bessel 1841 (Namibia) Clarke 1866 Clarke 1980 Everest 1830 Everest 1948 Everest 1956 Everest 1969 Everest (Sabah & Sarawak) Fisher 1960 Fisher Modificado 1960 Fisher 1968 GRS 1980 Hayford Helmert 1906 Hough International Krassovsky SGS 85 South American 1969 WGS 84 6377563,40 6377340,19 6378160,00 6377397,16 6377483,87 6378206,40 6378249,15 6377276,35 6377304,06 6377301,24 6377295,66 6377298,56 6378166,00 6378155,00 6378150,00 6378137,00 6378388,00 6378200,00 6378270,00 6378388,00 6378245,00 6378136,00 6378160,00 6378137,00 6356256,91 6356034,45 6356774,72 6356078,96 6356165,38 6356583,80 6356514,87 6356075,41 6356103,04 6356100,23 6356094,67 6356097,55 6356784,28 6356773,32 6356768,34 6356732,31 6356911,90 6356818,17 6356794,34 6356911,95 6356863,02 6356751,30 6356774,72 6356752,31 0,00334085 0,00334085 0,00334277 0,00334277 0,00339006 0,00340756 0,00332445 0,00332445 0,00332445 0,00332445 0,00332445 0,00332445 0,00335233 0,00335233 0,00335233 0,00335595 0,00336701 0,00335233 0,003367 0,003367 0,00335233 0,00335281 0,00335289 0,00335281 299,324919 299,324498 298,250011 299,152703 299,152701 294,978698 293,464939 300,801585 300,801757 300,801766 300,801786 300,801639 298,29995 298,299993 298,300038 297,97848 296,99941 298,300005 296,999953 297,000054 298,300017 298,256978 298,250011 298,257164 Tipos de levantamentos geodésicos. *k: distância nivelada em km LEVANTAMENTOS GEODÉSICOS DE ALTA PRECISÃO CIENTÍFICO 1a ORDEM Dirigido a programas internacionais Desenvolvido segundo especificações internacionais Melhor que 1:500.000 Melhor que 1:100.000 Inferior a 2 mm* Melhor que 2 mm DESENVOLVIMENTO (Planimetria) Depende das limitações do Projeto Espaçamento 15 a 25 km DESENVOLVIMENTO (Altimetria) Depende das limitações do Projeto Até 400 km estações afastadas de no máximo 3 km EXEMPLOS Pesquisas sobre a deriva continental Apoio e controle de obras de engenharia FINALIDADE EXATIDÃO (Planimetria) EXATIDÃO (Altimetria) Tipos de levantamentos geodésicos. *k: distância nivelada em km LEVANTAMENTOS GEODÉSICOS DE ALTA PRECISÃO FINALIDADE EXATIDÃO (Planimetria) EXATIDÃO (Altimetria) 2a ORDEM 3a ORDEM LOCAL Dirigido ao atendimento de regiões populosas Dirigido ao conhec. de áreas remotas Desenv. de projetos topográficos Melhor que 1:50.000 Melhor que 1:20.000 Melhor que 1:5.000 Melhor que 3 mm* k Melhor que 4 mm* k Melhor que 6 mm* k DESENVOLVIMENTO (Planimetria) Espaçamento de 5 km áreas metropolitanas Espaçamento de 5 km áreas metropolitanas Espaç. de 2 a 5 km áreas metropolitanas DESENVOLVIMENTO (Altimetria) Até 200 km estações afastadas de no máx 3 km Até 100 km estações afastadas de no máx 3 km Variável em função dos objetivos Controle e locação de obras de engenharia Controle e locação de obras de engenharia Parcelamento de pequenas obras locais EXEMPLOS 6o 4o 3o ÍNDICE o SB.24 42 DE36NOMENCLATURA DAS FOLHAS o SB.24-X 42o SB.24-X-B 36o 4o V X A B C D 2o 4o Y Z 8o 6o 1:500.000 1:1000.000 37o30’ 4o II 36o30’ 4o 36o SB.24-X-B-III I 1:250.000 30’ 1o30’ III 15’ SB.24-X-B-III-2 1 2 30’ 1o 5o IV V VI o15’ 36 SB24 4o 36o 4o30’ 3 4 4o15’ 1:50.000 NE SO SE 1:25.000 7’30” 3’45” 36o7’30” SB.24-X-B-III-2-NE-B 36o 4o 4o7’30” NO 36o 15’ 1:100.000 7’30” SB.24-X-B-III-2-NE A B C D E F 1:10.000 36o3’45” 4o 2’30” 36o SB.24-X-D-III-2-NE-B 4o2’30” Resumo da nomenclatura das cartas topográficas e das medidas no terreno No de folha Escalas Formato folha terreno (lat-long) Medidas das folhas terreno (km) Nomenclatura 1 1:1000.000 4o x 6 o 444,48 x 666,72 SB.24 4 1:500.000 2o x 3 o 222,24 x 333,36 SB.24-X 4 1:250.000 1o x 1o30’ 111,12 x 166,68 SB.24-X-B 6 1:100.000 30’ x 30’ 55,56 x 55,56 SB.24-X-B-III 4 1:50.000 15’ x 15’ 27,78 x 27,78 SB.24-X-B-III-2 4 1:25.000 7’30” x 7’30” 13,89 x 13,89 SB.24-X-B-III-2-NE 6 1:10.000 3’45” x 2’30” 6,945 x 4,63 SB.24-X-B-III-2-NE-B PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS PROJEÇÕES EQUIDISTANTES: não apresentam deformações lineares em uma ou algumas direções; PROJEÇÕES EQUIVALENTES (OU DE IGUAL ÁREA): não deformam as áreas, dentro de certos limites de extensão. PROJEÇÕES CONFORMES (OU ORTOMÓRFICAS): não deformam ângulos e, portanto, mantêm a forma, também dentro de certos limites de extensão. PROJEÇÕES AFILÁTICAS: não conservam nenhuma propriedade, mas minimizam as deformações em conjunto (ângulos, áreas, distâncias). Tipos de superfícies de projeção linear (a), logarítima (b) e exponencial (c) Superfície de projeção linear com polar Superfície de projeção plana (a), cônica (b) e cilíndrica (c) Representação esquemática da Projeção Linear. Mapa-múndo centrado em 125º E Representação esquemática da Projeção Ortográfica Representação esquemática da Projeção Estereográfica Representação esquemática da Projeção Gnomônica Representação esquemática da Projeção Azimutal Eqüidistante Representação esquemática da Projeção de Igual Área de Lambert Representação esquemática da Projeção de Albers de Igual Área Representação esquemática da Projeção Conformal de Lambert Representação esquemática da Projeção Eqüidistante Representação esquemática da Projeção Policônica Representação esquemática da Projeção Bipolar Oblíqua COORDENADAS UTM NOS HEMISFÉRIOS E A LESTE DO MERIDIANO CENTRAL N = 10.000.000+N’ N = 10.000.000-N’ No hemisfério Norte No hemisfério Sul E = 500.000+E’ E = 500.000-E’ A Leste do meridiano central A Oeste do meridiano central Mapa esquemático do Brasil apresentando os fusos ou cilindros de Mercator Representação esquemática do Espaço Oblíquo de Mercator Representação esquemática da Projeção Sinusoidal de Igual Área Representação esquemática da Projeção Eckert VI Representação esquemática da Superfície de Projeção Esférica Quadro comparativo entre projeções cartográficas PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA APLICAÇÕES PROPRIEDADES Carta dos hemisférios; Cartas celestes Escala verdadeira sobre os círculos; horizontais do ponto central, áreas e formas são distorcidas pela perspectiva ESTEREOGRÁFICA Mapa das regiões polares Preserva ângulos e forma de pequenas áreas ALBERS Mapas gerais de grandes áreas que possuem grande extensão E-W Preserva áreas, garante precisão da escala LAMBERT POLICÔNICA UTM Mapas militares, aeronáuticos Preserva ângulos, grande precisão de escala, preserva forma de pequenas áreas Mapeamento temático em escalas pequenas Alerta área e ângulos, preserva distâncias Mapas em escalas médias a grandes; Cartas topográficas Preserva ângulos e as distorções em área não ultrapassam 0,5% SISTEMAS DE POSICIONAMENTO GLOBAL (GLOBAL POSITIONING SYSTEMS – GPS) Em 1973, teve início o desenvolvimento do Global Positioning System (GPS), que foi planejado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos para fornecer a posição instantânea, bem como a velocidade de um ponto sobre a superfície da Terra, ou bem próximo a ele, num referencial tridimensional. Em 1991, o GPS entrou em operação e, em 1993, a constelação de satélites foi concluída. Pode-se dizer que o GPS foi projetado de forma que em qualquer lugar do mundo e a qualquer momento existam pelo menos quatro satélites acima do plano do horizonte do observador. RESUMO DA HISTÓRIA DOS GPS ANO EVENTO 1957 Lançamento do Sputinik I 1958 Lançamento do satélite VANGUARD.Início do desenvolvimento do sistema NAVSAT que posteriormente foi renomeado TRANSIT 1964 O sistema TRANSIT entra em operação e inicia-se o desenvolvimento do sistema TIMATION 1967 O sistema TRANSIT é liberado para uso civil e o sistema TIMATION entra em operação 1973 Início do desenvolvimento do NAVSTAR GLOBAL POSITIONING SYSTEM 1991 O GPS entra operação 1993 A constelação de satélites é concluída Os satélites que compõem o GPS orbitam ao redor da Terra distribuídos em 6 órbitas distintas, possuem altitude de 10.900 milhas náuticas (20.200 km), em 6 planos orbitais com inclinação de 55º , com um período de revolução de 12 horas siderais, o que acarreta que a configuração dos satélites se repete 4 minutos mais cedo diariamente em um mesmo local. A constelação atual de satélites GPS Estações da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo do Sistema GPS (RBMC) Estação Código Lat. Long. Início da Operação Fortaleza (IGS*) FORT -03O53’ -38O26’ 13 maio 1993 Brasília (IGS) BRAZ -15O57’ -47O53’ 3 março 1995 Curitiba PARA -25O27’ -49O14’ 13 dezembro 1996 Presidente Prudente UEPP -22O07’ -51O25’ 18 dezembro 1996 Bom Jesus da Lapa BONJ -13O15’ -43O25’ 18 fevereiro 1997 Manaus MANA -03O07’ -60O03’ 28 abril 1997 Viçosa VICO -20O46’ -42O52’ 22 maio 1997 Cuiabá CUIB -15O33’ -56O04’ 18 junho 1997 Imperatriz IMPZ -05O30’ -47O30’ 16 fevereiro 1998 *IGS: International GPS Service Geodynamics