Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 83 AS ESTRUTURAS DE MERCADO, A INTEGRAÇÃO VERTICAL E AS NOVAS TECNOLOGIAS APLICADAS NA PECUÁRIA DE CORTE. Humberto Sousa Rodovalho1 Resumo: O objetivo principal do trabalho é analisar os seguintes pontos: as estruturas e concentrações de mercado no segmento de carne bovina - a formação dos preços da carne bovina os custos de produção e outros. Além da integração vertical dos frigoríficos e produtores como fatores importantes para a concorrência mundial no que tange a minimização dos custos dos fatores de produção e as novas tecnologias aplicadas no setor para aprimorar a criação e distribuição do produto com maior qualidade, quantidade e lucratividade. Palavras-Chave: Estratégias, Produção e Mercado. Introdução O capitalismo traz em sua concepção a geração do acúmulo de riquezas através do lucro, buscando a maximização não só da lucratividade das empresas, mas dos recursos produtivos, atingindo seus níveis de pleno emprego. A economia é vista como a ciência da escassez, tendo em seu contexto a aplicação das escolhas dos seus recursos produtivos escassos dentro de um sistema. Dentro dessa ótica, buscam-se no teor desse trabalho reduzir os gargalos impostos pelas falhas de mercado, as barganhas dos fatores produtivos e os mercados consumidores nos âmbitos internos e externos. A necessidade dos investimentos em infra-estruturas de um país minimiza os custos de produção, no que tange os escoamentos da produção, não menos importante para a redução também dos custos para agregação de valores dos 1 Graduado em Ciências Econômica e Especialista em Finanças Empresariais – MBA. Especializando em Educação para Diversidade e Cidadania - UFG Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 84 produtos do setor primário para o setor secundário através da indústria de transformação. As estruturas de mercado buscam retratar a ótica das concentrações mercadológicas no segmento de Pecuária de Corte, mostrado os comportamentos dos agentes econômicos em busca da sobrevivência de um mercado. De um lado os produtores que se deparam com os Monopsônios e os Oligopsônios, achatando os preços de compra pelos frigoríficos em busca do menor preço do insumo, onde as barreiras de novas indústrias frigoríficas estão cada vez mais presentes nessa concentração. Por outro lado, estão os consumidores que enfrentam o poder dos monopolistas e oligopolistas, que buscam a maximização de seus lucros a todo o momento. As boutiques, açougues e pequenos revendedores da carne bovina estão inseridos dentro da concorrência perfeita, obtendo apenas o chamado lucros normais, onde as fatias em busca do maior preço já foram “engolidos” pelos concentradores do mercado. As estratégias competitivas dos frigoríficos com a finalidade de controlar através da lei da oferta e demanda do boi gordo o preço do produto no momento da compra, como base teórica observa-se Porter (1989), os elos existem não só dentro da cadeia de valores de uma empresa, mas também entre a cadeia de uma empresa e as cadeias de valores dos fornecedores e dos canais. Estes elos, que denominam elos verticais, é similar aos elos dentro da cadeia de valores – o modo como as atividades do fornecedor ou do canal são executadas, afetam o custo ou o desempenho das atividades de uma empresa (e vice-versa). O Brasil por se tratar de um país que detêm as quatro estações climáticas, provoca nesse mercado o que chamamos de safra e entressafra do boi gordo, o que leva a grandes oscilações dos preços no mercado. A teoria de Porter (1989) revela essa estratégia por parte dos Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 85 frigoríficos, como monopsônistas, verticalizando em seus confinamentos o gado magro utilizado como regulador de preço no mercado nos períodos de entressafra, quando há tendência de aumento no preço. O mercado de pecuária de corte no Brasil, não revela grandes inovações tecnológicas por se tratar de um produto primário, gerando uma grande concentração de renda e pequenos valores agregados ao produto final. O desencadeamento dos benefícios gerados pelo setor de pecuária de corte não revela riquezas nas distribuições de renda do país. O avanço tecnológico se destaca nos tratamentos para os fatores de produção, tais como: Melhoramento genético, terra, fertilizantes e suprimentos na alimentação das crias bovinas. 1 - ESTRUTURAS DE MERCADO 1.1 - Distribuição da Comercialização Segundo o Jornal Gazeta Mercantil (1998), estima-se que a distribuição do produto para o consumidor final, segundo os canais de comercialização pode ser configurada da seguinte forma: - supermercado/hipermercados/restaurantes/hotéis/refeições industriais 65%; - açougues 30%; - boutiques de carne 5% (cortes especiais). Quanto aos supermercados, esses constituem 35 mil estabelecimentos em território brasileiro que vendem carne in natura que responde por cerca de 45% da distribuição de carnes no Brasil. Os açougues, dentro dos supermercados, respondem em média por 18% das vendas dos supermercados (CARDOSO, 1999). Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 86 Comparando-se com os dados da Gazeta Mercantil, observa-se que o setor de food service, responde por uma parte importante do consumo de carne bovina. Segundo Peetz (1996), os açougues e as boutiques de carne a carne bovina representam cerca de 80% das vendas e, por último, nos serviços de refeições de hotéis, indústrias e restaurantes de carne bovina representam 60% do total de produtos cárneos consumidos. Observa-se por meio desses dados, portanto, que os açougues são estabelecimentos centrados quase que exclusivamente no comércio de carnes bovinas, prestando pouca atenção a outros produtos substitutos ou mesmo a produtos complementares. Existem cerca de 55 mil açougues no Brasil (30% no Estado de São Paulo) que faturam cerca de R$ 1,6 bilhão anualmente. Em 1997, os açougues sofreram uma redução em suas vendas em 2%, devido a fatores como aumento da concorrência com os supermercados e queda no poder de compra de classes de menor renda que eram seus principais clientes. Apenas na cidade de São Paulo, em 1997, 394 estabelecimentos fecharam (10,2% do total de açougues) e no interior, 850 estabelecimentos fecharam suas portas (6,8% do total de açougues do interior). (IEL, CNA, SEBRAE, 2000). Já o mercado institucional (ou food service) é um segmento constituído por empresas que compram a carne bovina, as transformam, agregando valor ao seu produto ou serviços oferecidos. São integrantes desse segmento os restaurantes fast food, as cozinhas para alimentação coletiva em hospitais, escolas, empresas (tanto para o setor público quanto privado) e forças armadas. Esse segmento tem sofrido uma grande expansão, crescendo em níveis superiores ao do varejo tradicional. Nos últimos quatro anos, o mercado institucional cresceu 95% contra 53% do varejo. No ano de 1995, havia 400 mil restaurantes no País e, atualmente, Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 87 são 756 mil pontos. Em 1997, esse segmento teve um faturamento de US$ 6,5 bilhões e, em 1998, o faturamento foi de US$ 13 bilhões. Esses fatos são atribuídos ao crescimento, nos grandes centros, da alimentação fora do lar (CORREIA JR. E MOLDERO, 1999). Quanto à parte que cabe ao setor público no mercado institucional é importante colocar que, para grandes empresas tais como: Sadia, Perdigão, Frangosul e Chapecó o abastecimento de carne para o setor público representa menos de 0,5% das vendas anuais. Para essas empresas é mais viável concentrar as vendas no setor privado e para exportações, pois com o setor público, geralmente, ocorrem problemas de inadimplência (GAZETA MERCANTIL, 1998). Para o mercado institucional destacam-se as empresas do ramo de restaurantes industriais GR do Brasil e Sodexo. A GR do Brasil representa uma joint venture entre a ACCOR e o Grupo inglês Compass, líder mundial em serviços de alimentação coletiva. Essa joint venture consome cerca de 800 toneladas de carne bovina por mês, ou seja, 9.600 toneladas/ano. Cerca de 60% da carne é adquirido no Estado de São Paulo, dos chamados fornecedores intermediário, que são aquelas empresas que desossam, embalam carne de novilhos abatidos de outros Estados. Segundo esta empresa, como a cadeia produtiva de carne bovina está desorganizada não apresentando a eficiência necessária, acaba havendo um aumento de custos na tentativa de garantir um produto de qualidade (CARDOSO, 1999). O varejo de alimentos no Brasil tem acompanhado, com certa defasagem de tempo, as mudanças pelas quais estão passando os mesmos setores em outros Países, com os Estados Unidos, Inglaterra, França, entre outros. Como grandes mercados consumidores de outrora, caso da França, por exemplo, têm enfrentado Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 88 crises econômicas que acabam por gerar diminuição do poder aquisitivo da população de modo geral. Uma das mudanças significativas tem sido a procura, por parte das grandes redes do setor, de novos mercados e onde instalar seus pontos de venda. Não só situações de crise têm alavancado esse processo, também a abertura de mercados, antes fechados ou inseguros ao capital internacional aliados à busca por expansão de crescimento de fatia de mercado foram fatores determinantes para a expansão de redes multinacionais nesse setor. O caso da rede francesa Carrefour é um clássico no Brasil, onde está presente desde a década de 1970. Mais recentemente entraram no Brasil redes de origem norte-americana (WalMart), portuguesa (Sonae, Grupo Jerônimo Martins/Sé) e holandesa (Ahold). (IEL, CNA, SEBRAE, 2000). Outra tendência a ser registrada é uma mudança lenta e gradativa no foco de poder dentro do canal de distribuição. Até algum tempo atrás, dado o baixo grau de concentração e internacionalização das redes de varejo, os canais de distribuição eram considerados um elemento do marketing-mix das indústrias. De acordo com ENGEL et alii (1995), “poder é a habilidade que um membro do canal tem de influir sobre os outros membros do canal”. Como esses e outros autores (ANDERSON et alii, 1997; KUMAR, 1997) sugerem, nos dias atuais, com a emergência dos mercados de massa, os varejistas colocam-se na posição de condutores. Uma das razões para que isso ocorra é o fato de os varejistas terem posto a funcionar o esquema de compras centralizadas, promoções de caráter nacional e sistemas sofisticados de banco de dados e logísticos, o que força as indústrias a entrarem no sistema de forma a baixar custos e serem capazes de dar respostas rápidas. A segunda razão, de acordo com os mesmo autores é que os varejistas acabam recrutando os melhores alunos nos campi universitários e oferecem a estes Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 89 melhores oportunidades de carreira que as indústrias. No Brasil, essa situação é diferente. Até alguns anos atrás, as indústrias e o setor financeiro eram as áreas que recrutavam os melhores alunos. Pouco a pouco o setor de serviços (principalmente informática) tem ocupado posição de destaque, mas o varejo de alimentos não tem tido destaque nesse sentindo. (ENGEL et alii, 1995) Kumar (1997) enfatiza que tanto o aparecimento dos mega formatos como as superlojas, como também as fusões e aquisições e as alianças horizontais de compras fizeram o varejo ficar mais concentrado e poderoso. Como exemplo, ele afirma que as vendas dos seis principais varejistas americanos excedem as vendas de todas as indústrias européias de alimentos juntas, com exceção dos grupos Nestlé e Unilever. Outra mudança significativa que vem ocorrendo nos canais de distribuição é a formação e parcerias e alianças estratégicas entre indústria e atacadistas, por exemplo. Segundo Alcântara (1997), isso ocorre devido a vários fatores: - aumento da competição global; - difusão tecnológica, principalmente no caso da automação, vinculada à tecnologia de informação já citada; - aumento da importância dos custos fixos; - aumento da complexidade dos produtos, do seu design, da sua produção e entrega; - consolidação da indústria; - o surgimento de novas formas de distribuição e varejo, o aumento da demanda e o deslocamento do poder dos fabricantes para os varejistas. Essas mudanças acabam impactando as barreiras de entrada ao setor. A concentração e o crescimento dos super/hipermercados levam essas empresas a Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 90 obterem economias de escala na aquisição de carne bovina, levando os frigoríficos a darem preferência no fornecimento. Alguns frigoríficos, porém, vêm percebendo que se tornam vulneráveis, uma vez que passam a comercializar parte importante (quando não total) de sua produção para apenas uma grande rede de varejo. Outra fonte importante de barreira de entrada à atividade de distribuição de carne bovina é a diferenciação. Já se faz presente em super/hipermercados (pela própria definição desse tipo de negócio) e em boutiques de carnes a comercialização de produtos de compra complementar a carne, como temperos, carvão, farinha/farofa, sal, espetos e outros utensílios para preparação e consumo de carne. Em açougues, já se começa a verificar essa tendência. Além da disponibilização destes produtos, pode-se verificar como instrumentos de diferenciação entre pontos de vendas questões relacionados à atmosfera/ambiente do ponto de venda e higiene. Alguns pontos de venda diferenciam-se pelo oferecimento de produtos com marcas fortes (muito comum nas boutiques de carnes) e/ou colocando pessoas no ponto de venda que fornecem informações ao consumidor sobre os produtos e o modo correto de prepará-los, algumas vezes oferecendo folders com informações e receitas. Vale ressaltar também, que em termos de diferenciação de produto em termos de tributos tangíveis, segundo Siffert Filho e Favaret (1998), é limitada e fica quase que restrita ao varejista, por meio da manipulação de cortes diferenciados. Para eles, alguns grandes varejistas têm buscado fazer testes com novas embalagens, utilizando inclusive atmosfera modificada (AM). Sob a ótica do cliente, os custos de mudança entre escolher um ponto de venda ao invés de outro, são relevantes quando esse exige informações acerca da ori- Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 91 gem e sexo do animal, marca forte ou, se os serviços oferecidos por um ponto são disponíveis e/ou melhores que os oferecidos por outro ponto de venda. Os custos de mudança são relevantes também no caso de o consumidor estar buscando comprar não apenas carne bovina, mas produtos complementares e outros produtos. Nesse sentido, os super/hipermercados acabam tornando-se a única opção, dados a variedade e conveniência que oferecem. No caso dos pontos de vendas que funcionam 24 horas, essa conveniência torna-se um diferencial imbatível por açougues e mesmo boutiques de carnes. (SIFFERT FILHO E FAVARET, 1998) O acesso privilegiado aos melhores canais de suprimento tem-se mostrado uma barreira importante à entrada na atividade e um fator que influi na rivalidade entre os competidores atuais. Os super/hipermercados e boutiques de carnes têmse diferenciado na venda de carne de qualidade em relação aos açougues devido à prioridade que é dada aos mesmos pelos frigoríficos. O fato de os super/hipermercados, assim como as casas de carnes terem maior facilidade de aquisição de carne de frigoríficos mais capitalizados, que por sua vez têm possibilidade de fornecer carne dentro dos pré-requisitos das Portarias 304 e 145, esses pontos de venda acabam tendo maior facilidade de se adaptar às restrições legais. Por outro lado, segundo Siffert Filho e Favaret (1998), como os super/hipermercados têm-se modernizado rapidamente, com vistas a satisfazer novas exigências e formando novos hábitos de consumo, as relações entre frigoríficos e super/hipermercados devem seguir o padrão da indústria de alimentos em termos de formas de apresentação, qualificação e garantia da carne ofertada. Em termos de localização dos pontos de venda, os açougues e os pequenos supermercados têm vantagens de serem lojas de vizinhança e muitas vezes a reputação da carne está centrada não em uma marca forte, nem na sua origem, mas na Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 92 higiene do estabelecimento e na confiança que os clientes depositam na figura do açougueiro/dono do açougue. (SIFFERT FILHO E FAVARET, 1998) Em termos de barreiras de saída, os açougues são os que mais sofrem, uma vez que são caracterizados como empresas familiares, em que o empreendedor tem um vínculo emocional forte com a atividade e dificilmente passa a atividade para os descendentes, que ou não se interessam ou não a enxergam como uma atividade de futuro ou de carreira. (SIFFERT FILHO E FAVARET, 1998) O comércio de carne bovina sofre com a presença de produtos substitutos, principalmente quando se fala de frango, em questões de saúde e conveniência de produtos pré-elaborados. Uma vez se considerando a competição entre cadeias produtivas, observa-se uma coordenação muito mais eficaz e desenvolvida no caso do frango. Contribuem para isso, segundo Siffert Filho e Favaret (1998), fatores como a baixa estabilidade nas relações entre pecuaristas, atacadistas e varejistas, a diversidade de rotas tecnológicas e inexistência de contratos de longo prazo. Quando se fala de estrutura de mercado, há de se ressaltar que em termos de Brasil, existem regiões com mercados com particularidades distintas. Enquanto no Norte e Nordeste do País existe a crença de que carne de qualidade é a carne fresca ou quente, vendida em feiras e que a maior tarefa das grandes redes de super/hipermercados torna-se conscientizar o consumidor das vantagens da cadeia do frio. No Sul do Brasil, onde o consumidor é exigente e cada vez mais solicita produtos e serviços diferenciados, observa-se que 67% da comercialização de carne bovina são feitas por grandes redes de super/hipermercados. Fica claro que nesses dois mercados, os parâmetros de diferenciação nos pontos de vendas e a dinâmica concorrencial entre os mesmos serão completamente diversos. Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 93 - A Tendência de Concentração de Mercado 1.2 1.2.1 O - Poder de Oligopólio baixo número de frigoríficos no mercado brasileiro traz em conseqüência a formação de oligopólios deste setor, onde o controle de preços para os produtores estão concentrados nas mãos de poucos frigoríficos. Estes detêm grande parte do mercado brasileiro com várias filiais espalhadas nos Estados. Segundo Kon (1999), a questão dos setores que engloba a comercialização de carne bovina no Brasil é o fato da formação dos Oligopólios por parte dos frigoríficos, portanto a característica básica do oligopólio é a presença de poucas firmas que compõem uma indústria específica, que apresentam uma interdependência de ações, no sentido de que a sobrevivência de uma firma está condicionada ás suas reações aos movimentos das demais e à sua capacidade de prever tais procedimentos das rivais. Neste caso, poucos frigoríficos concentram e determinam preços de venda para os comerciantes revendedores da carne bovina, como os supermercados, hipermercados, restaurantes, hotéis, refeições industriais, boutiques e açougues. A conceituação do setor como um todo se torna difícil desde que as empresas estabelecem preços diferenciados para seus produtos, e a substituição de produtos depende de fatores como hábitos, preferências e capacidade de gastos dos consumidores. A interpretação da Teoria Microeconômica fundamenta-se que a formação desses oligopólios se dá a maximização de lucros por parte dos frigoríficos, que detêm o controle e a ditadura dos preços da carne bovina, não somente no mercado interno, como também no mercado internacional. Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 94 Adam Smith apud Kupfer (2002, p.218) sustenta a colocação de Kon, (1999), em sua obra A riqueza das Nações, (1982, p.139) ao afirmar que pessoas da mesma profissão (do mesmo setor de negócios) raramente se encontram, mesmo que seja para momentos alegres e divertidos, mas as conversações sempre terminam em conspiração contra o público ou em algum incitamento para aumento dos preços, onde a busca pela maximização torna clara a formação de oligopólios por parte dos frigoríficos no que tange o mercado de carne bovina. Portanto, a oportunidade que os agentes oligopolísticos encontram para demandar preços, é aproveitada a cada momento, com a finalidade de obtenção de lucros cada vez maiores, essa conspiração que cita Smith (2002), mostra a força do monopólio e a fraqueza do consumidor. Pindyck (2002) sublinha que o oligopólio é o tipo de estrutura de mercado que prevalece com força de controlar o mercado em se tratando de preços. Exemplos de setores industriais oligopolistas incluem os de automóveis, aço, alumínio, petroquímica, equipamentos elétricos e computadores. Além disso, a administração de uma empresa oligopolista é complexa porque as decisões relativas a preço, o nível de produção, a propaganda e os investimentos envolvem importantes considerações estratégicas, devendo ser analisada pelos gestores com cautela. Nesse mercado, portanto, existem poucas empresas concorrendo, cada uma deve considerar como suas ações afetarão empresas rivais, pois mesmo as empresas oligopolisticas tendo essa facilidade de controle de preços, ainda sim existem empresas rivais com os mesmos objetivos de lucratividade, bem como as possíveis reações que suas concorrentes terão. Ao aplicar essa mesma teoria para o enfoque no comércio de carne bovina, pode-se afirmar que existe poder de monopólio dos frigoríficos que se localizam em Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 95 regiões estratégicas, para evitar a especulação dos compradores, tais como os açougues, supermercados, hipermercados e outros revendedores da carne bovina, em busca do melhor preço ofertado pelos frigoríficos, onde a menor concorrência entre os próprios frigoríficos dificulta a ação desses comerciantes locais. 1.2.2 - Poder de Oligopsônio e de Monopsônio O poder de barganha dos frigoríficos brasileiros está cada vez mais forte no que tange o seu poder de compra dos produtores. Ou seja, a formação dos oligopsônios por parte dos frigoríficos, e em contra partida os oligopólios também fazem parte deste setor, quando se trata da venda da carne dos frigoríficos para seus clientes, tais como açougues, hiper/supermercados, boutiques, churrascarias e até mesmo no mercado internacional. A formação desses oligopsônios acaba reduzindo ainda mais a lucratividade dos pecuaristas, onde eles têm o poder de mercado por controlar o preço da arroba 2 que é o índice que mede o valor do preço do boi ou da vaca gorda. Segundo Pindyck (2002) no mercado competitivo, o preço e o valor marginal são iguais. No entanto, um comprador monopsonista pode adquirir a mercadoria por preço mais baixo do que seu valor marginal, independente do custo de produção do produtor pecuarista. Para conceituar a estrutura de mercado monopsônio, Pindyck (2002) (....) refere-se ao mercado que possui um único comprador e o Oligopsônio é um mercado com poucos compradores. Um ou apenas alguns compradores poderão ter poder de monopsônio: capacidade do comprador de influir no preço de uma mercadoria. O poder de monopsônio possibilita ao comprador adquirir a mercadoria por valor inferior ao preço que prevaleceria em um mercado competitivo. Bem mais comuns do que o monopsônio puro são os mercados com apenas algumas empresas 2 Unidade de medida equivalente a 15Kg. Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 96 competindo entre si e atuando como compradoras, de tal modo que cada uma delas passe a ter algum poder de monopsônio. Por exemplo, os principais fabricantes norte-americanos de automóveis competem entre si na compra de pneus. Pelo fato de cada uma dessas empresas serem responsável por uma grande fatia do mercado total de pneus, elas, individualmente, detêm algum poder de monopsônio nesse mercado. (PINDYCK, 2002, p.350) Portanto, o poder de monopsônio acaba prevalecendo no setor de pecuária de corte devido à localização geográfica estratégica dos frigoríficos, pois se instalam em regiões distantes, para dificultar e encarecer os custos de transportes dos produtores com a finalidade de buscar a produção da região para seu frigorífico, passando a ter o controle de negociação e ações oportunistas sobre os pecuaristas de gado de corte 1.3 - A Formação dos Preços O mercado da pecuária bovina de corte apresenta característica estrutural significativa. Ou seja, ao se analisar a evolução dos preços e da produção, ao longo de um ano, e ao longo de períodos de seis a sete anos, em média, nota-se que ambos apresentam flutuações sazonais e cíclicas acentuadas, caracterizando os fenômenos conhecidos como "ciclos do gado". Estudos feitos por vários autores para várias regiões do País mostram que existe uma variação estacional de preços ao analisarem-se as médias de preços mensais em vários períodos (de um ano cada), observado que alguns meses apresentam constantemente, preços mais elevados, outros médios e outros baixos. Couto (1997), em estudos sobre previsão de preços para pecuária de corte, determinou os componentes estacional, cíclico e de tendência nas flutuações de preços de boi gordo no Estado de São Paulo. Para ele, os preços do boi gordo Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 97 apresentam nitidamente um período de preços baixos que correspondem à safra do boi ou à maior oferta de animais gordos para abate. Esse período descendente de preços vai de novembro a maio. O período de preços altos, que corresponde à entressafra, ou à menor oferta de bois para abate, compreende os meses de maio a novembro. O pico de preço alto é o mês de outubro. O pico de preço baixo é maio. Esse comportamento se repete, com algumas variações, em todas as regiões do País. Kassouf & Hoffmann (1988), por exemplo, estudaram a previsão de preços do boi gordo no Estado de São Paulo e identificaram tanto as variações cíclicas, quanto as estacionais destes, no Estado. Em relação ao ciclo estacional, esperam que a adoção de novas técnicas, como a complementação alimentar no inverno e a engorda em confinamento, além da formação de estoques reguladores, contribuirão para diminuir a intensidade dessas oscilações observadas. Silva e Lemos (1996), fizeram uma análise comparativa dos preços recebidos pelos produtores de bovinos de corte nos Estados do Maranhão, Piauí e Ceará e identificaram o padrão sazonal das flutuações dos preços do boi gordo, transacionado naqueles mercados. Os resultados obtidos indicaram a existência de um padrão estacional definido dos preços de boi gordo nos respectivos Estados, e diferenças significativas entre os preços nos Estados, meses e anos. Caracterizaram-se ainda os meses de safra e entressafra nos três Estados, no período considerado. Os níveis de preços mais baixos ocorrem em torno do mês de julho e os mais altos nos meses de janeiro, fevereiro e março. Os autores sugeriram políticas de formação e distribuição de estoques reguladores, com vistas a beneficiar tanto a produtores, com estabilização de suas rendas, quanto a consumidores, com a estabilização de seus orçamentos familiares. Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 98 Garcia (1982) fez um estudo sobre análise harmônica aplicada às variações de preço do boi no Pantanal Mato-Grossense. Sobre o preço real do boi magro, durante o período de 1950/81, concluiu que: a) a trajetória de tendência permite identificar ciclos pecuários em torno de oito anos; b) os preços reais do boi magro seguem "pari passu" as mudanças dos preços reais do boi gordo que, segundo as estimativas dos coeficientes de elasticidade-preço, são de iguais intensidades e sentido; c) os ciclos sazonais do preço do boi magro (Campo Grande, MS) e do boi gordo (Araçatuba, SP) foram identificados, tendo-se verificado que a freqüência de maior intensidade (doze meses) era significativamente reduzida na sua amplitude, no caso do boi magro, pela sobreposição de outros harmônicos. O crescente desenvolvimento da criação de bovinos em confinamento, bem como a formação de estoques reguladores por parte do Governo Federal e dos frigoríficos privados, tendem a minimizar essas oscilações de preços decorrentes do período safra-entressafra. As intervenções do Governo nesse mercado, principalmente na década de 80, foi feita de forma desordenada e dramática (conforme ocorreu nos períodos de congelamento de preços), levando em última instância ao desestímulo à produção e à adoção de práticas especulativas por parte de alguns agentes. Mais conhecido como ciclo do gado, esse ciclo se deriva das próprias características da interação entre demanda e oferta de carne, nos mercados nacionais e internacionais. Dado que a capacidade de resposta dos produtores às sinalizações da demanda no mercado em questão é limitada pela grande defasagem de tempo que ocorre entre a decisão de aumentar sua produção e o efetivo aumento. Se a tendência do preço do boi gordo for declinante e o pecuarista projetála para o futuro, não haverá estímulo para a produção e retenção de matrizes. Os Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 99 produtores necessitando cobrir seus custos, e estando os preços baixos levará maior número de animais ao abate, incluindo suas matrizes, o que acentuará a tendência de baixas nos preços pelo excesso de oferta. Contudo, essa matança indiscriminada de animais acarretará, em algum tempo, escassez de boi gordo, o que fará reverter essa tendência, com altas de preços. Havendo uma expectativa de permanência dessa alta de preços, a produção será estimulada e matrizes e bezerros serão retidos, reduzindo ainda mais a oferta de animais para abate e acentuando a tendência altista dos preços. Entretanto, futuramente essa retenção de animais ocasionará novo excesso de oferta e o conseqüente declínio de preços, dando início à nova fase de queda de preços, e assim sucessivamente. (LAMOUNIER, 1996). Conforme observa Couto (1997), o componente plurianual mostra que há um período de seis anos nos quais os preços seguem um período ascendente de três anos e um descendente de três anos. Segundo Kassouf & Hoffmann (1988), ficou evidente, no seu trabalho, a existência de variações cíclicas nos preços da carne, ao longo da série histórica, com características repetitivas bem definidas que as torna previsíveis, citando Mueller (1987), que diz que as intervenções governamentais, no mercado de carne, têm sido imediatistas e intempestivas, não contribuindo para amortecer aquelas variações cíclicas. Declaram ser óbvia a importância de políticas anticíclicas, que evitassem o abate excessivo de matrizes, em períodos de preços baixos, causando o enorme crescimento do preço alguns anos depois. Estudos mais recentes da FNP Consultoria & Comércio (1997), tentam contestar a idéia do ciclo pecuário de seis anos. Para estes, desde 1986 a pecuária deixou de ter um ciclo previsível de seis a sete anos. Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 100 Os picos de alta e de baixa dos preços pecuários vêm se repetindo de quatro em quatro anos. Os últimos picos de alta ocorreram em 1986, 1990 e 1994, enquanto os picos de baixa ocorreram em 1984 – na transição do ciclo de seis para o de quatro anos, 1988, 1992, 1996 e 1998. Partindo do pressuposto de que a duração devia variar entre seis e sete anos, o ciclo tornara-se imprevisível: uma premissa incorreta, segundo os analistas da FNP. Segundo estes, talvez o ciclo da pecuária brasileira tenha se reduzido para quatro anos, porque a dinâmica da atividade mudou. A velocidade da transmissão de informações aumentou muito e também cresceu a participação de outras carnes no mercado, trazendo um novo equilíbrio de forças, afetando a oferta e a demanda de carnes. "O equilíbrio já é muito semelhante ao existente no restante do mundo. Talvez o período de duração do ciclo pecuário não esteja tão vinculado ao comprimento do ciclo de produção como se imaginava. O mercado pecuário brasileiro amadureceu muito nos últimos anos e por isso tornou-se parecido com o de outros Países. Até poucos anos atrás, produzia-se, no Brasil, para um mercado carente de alimentos, com consumidores dispostos a aceitar, sem maiores exigências, tudo o que lhes fosse oferecido. Hoje, com o mercado de alimentos no Brasil praticamente saturado, constata-se que o comportamento de consumidores e produtores está mudando rapidamente. No novo ambiente, é natural que o ciclo pecuário também mudasse, por mais que se tenha demorado a perceber". Conforme assinalado anteriormente, outros fatores afetam o comportamento dos preços da carne bovina no mercado. Segundo várias pesquisas, os preços da carne de frango são os mais importantes, pois a concorrência entre elas é mais forte. Por exemplo, (Bacchi, 1995) estudou a causalidade entre preços no mercado Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 101 de carnes do Estado de São Paulo. Segundo ele, os testes de causalidade indicaram que variações no preço de frango causam variações no preço de bovino e suíno. Afirma que esse resultado é compatível com a hipótese de que a tendência decrescente dos preços de bovino e suíno nos últimos anos, período em que o frango passa a ser representativo na alimentação do brasileiro, é decorrente da queda dos preços de frango, ocasionada pelo desenvolvimento tecnológico ocorrido no setor. Acrescenta ainda que: "De fato, a avicultura brasileira, caracterizada atualmente como uma atividade com elevado grau de integração vertical, tem acompanhado os avanços tecnológicos dos Países desenvolvidos, que são os grandes produtores mundiais de frango. Quanto mais transparente for esse mercado mais fácil fica a tomada de decisão do pecuarista e dos compradores de animais, permitindo, desse modo, um melhor desempenho de todos e uma maior competitividade da cadeia. 2 - A INTEGRAÇÃO VERTICAL DA CADEIA PRODUTIVA 2.1 - Conceito de Integração Vertical Outra estratégia importante para controlar os custos de produção de um determinado segmento é a Integração vertical da produção. Dessa forma, as empresas utilizam a verticalização da produção com vários intuitos para chegar à maximização de seus lucros. Isto é, trabalham com as intenções de garantir insumos para sua produção, o melhoramento da qualidade, redução de custos da produção e a vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes. Para Porter (1989) os elos existem não só dentro da cadeia de valores de uma empresa, mas também entre a cadeia de uma empresa e as cadeias de valores Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 102 dos fornecedores e dos canais. Estes elos, que denominam elos verticais, são similares aos elos dentro da cadeia de valores – o modo como as atividades do fornecedor ou do canal são executadas, afetam o custo ou o desempenho das atividades de uma empresa (e vice-versa). Os fornecedores produzem um produto ou um serviço que uma empresa emprega em sua cadeia de valores, e as cadeias de valores dos fornecedores também influenciam a empresa em outros pontos de contato. Pode-se afirmar, portanto, que tal estratégia tem sido observada para o setor da pecuária de corte. Os frigoríficos conseguem utilizam a verticalização da produção de gado, principalmente, pelo confinamento em períodos de elevação do preço da carne no mercado. Estes usam os estoques de gado confinado para influenciar e reduzir os preços. Assim, as estratégias em suma, serão reduzir seus custos na produção de engorda do gado de corte, melhorando a qualidade do rebanho, garantindo a produção e até mesmo podendo afetar o preço com a relação entre oferta e demanda do mercado. 2.2 - Verticalização da Produção dos Frigoríficos (Confinamento de Gado) Os frigoríficos adotam estas estratégias para também conseguir controlar os preços da arroba no mercado interno, ou seja, verticalizam sua produção comprando o boi magro e confinando em suas próprias fazendas, conseguindo interferir no mercando, principalmente durante o período da seca, onde a oferta de boi gordo diminui e o preço tende a subir. Segundo Porter, (1989) a integração vertical define a divisão de atividades entre uma empresa e seus fornecedores, canais e compradores. Uma empresa pode Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 103 comprar componente em vez de fabricá-los ela mesma, isso vai depender de onde se encontra o menor custo de aquisição do insumo, os frigoríficos por sua vez buscam o gado gordo no mercado produtor quando a oferta e relativamente alta e usa a estratégica da verticalização nos tempos críticos da seca, onde a oferta de gado gordo diminui. 2.3 - Verticalização de Insumos dos Produtores Rurais A Integração vertical feita nas fazendas produtoras dos gados de corte também utiliza deste processo de verticalização da produção para diminuir seus custos de tratamento do gado, fazendo plantios de sorgo, milho, cana e outros insumos que serve para a alimentação do rebanho, buscando garantir esse produto dentro da própria fazenda do produtor rural, podendo aumentar seus lucros na hora do abate. Segundo Porter (1989), a integração vertical tende a ser considerada em termos de produtos físicos e como uma substituta de todas as relações do fornecedor, onde as empresas buscam reduzir seus riscos de não conseguir insumos para sua produção, nesta teoria Porter (1989), considera que os frigoríficos precisam pensar estrategicamente para não correrem o risco de ficar sem o gado gordo nas épocas críticas da seca, onde o gado gordo é escasso. 3 - PRINCIPAIS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA PECUÁRIA DE CORTE 3.1 - A Tecnologia no Setor da Pecuária de Corte Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 104 No setor de pecuária de corte não temos grandes avanços quando tratamos de inovações tecnológicas, devido à carne ser uma commodity e um produto homogêneo, com poucos produtos substitutos, e formação de Oligopólios e Oligopsônios por parte dos frigoríficos. Os avanços estão ligados mais nos insumos para o tratamento do gado, tais como vacinas e suplementos minerais. Estes setores de insumos buscam o avanço em Pesquisas e Desenvolvimento para o desenvolvimento genético do animal e o melhoramento de raças. A questão do desenvolvimento tecnológico está sempre presente na análise da economia industrial, focalizando a atenção dos estudiosos sobre a definição de um padrão de política industrial que vise a conduzir as empresas à constante reestruturação da competitividade interna e internacional, através do progresso tecnológico. A questão da busca da modernização tecnológica pela sociedade de qualquer nação, no caminho do desenvolvimento auto-sustentado, passa pela conscientização dos aspectos qualitativos específicos dos recursos humanos e de suas possibilidades de ajustamento a novas técnicas, em um curto espaço de tempo. (KON, 1999, p.48) Portanto, os investimentos em tecnologia em todos os setores da economia são primordiais, levando em consideração os valores agregados aos produtos, onde os mesmos geraram maiores riquezas para o País, voltado para a produção de carne, os investimentos em tecnologia por parte da produção está ligada ao melhoramento genético do gado, tornando a raça do gado com a possibilidade de maior ganho de peso para o abate, onde tornará mais rentável o retorno dos investimentos. 3.2 - A Cadeia do Frio O músculo animal in vivo apesar de ser considerado estéril do ponto de vista sanitário, sofre durante o abate e desmontagem da carcaça um processo de Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 contaminação microbiológica passível de paralisação 105 somente com o acondicionamento do produto a baixas temperaturas e processos de mínima manipulação. A terminologia carne geralmente é utilizada após uma série de fenômenos físico-químicos, isentos da presença de microorganismos, que ocorrem no espaço de tempo entre as primeiras fases do abate (glicólise, rigor mortis e resolução do rigor mortis). (IEL, CNA e SEBRAE, 2000) De acordo com declarações de um especialista do Departamento de Tecnologia de Alimentos, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da UNICAMP, a indústria e o setor de distribuição nacional são ineficientes na operação com cadeias de frio, tornando-se maioria dos casos o fator responsável pela baixa qualidade do produto final (SIMPOCARNE, 1999). Existe uma série de fatores que interagem com a cadeia do frio no resultado final de uma carne de boa qualidade: rápido decréscimo do pH, cold shortening (encurtamento pelo frio), thaw rigor (contração de descongelamento), miopatia DFD (dark, firm, dry,), PSE (pale, soft, exudative) e DCB (dark cuttining beef). Apesar de não ser detalhado nesse capítulo, vale ressaltar que, independentes ou em interação, esses aspectos alteram as características organolépticas (cor, odor, sabor, infiltração adiposa, capacidade de embebição, suculência e maciez) e a higidez do produto cárneo final. As fontes de contaminação dos produtos cárneos podem ser o solo, a água, o ar, os animais, os próprios homens e as plantas (GALII, 1997, p.31-33). No que tange ao local de contaminação, podemos citar a contaminação no momento da produção, no abate, no processamento, na distribuição, no armazenamento e no seu uso final (APCC – controle microbiológico de alimentos). Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 106 No Brasil, os conhecimentos adquiridos sobre a questão de temperatura normalmente advêm de maneira empírica, pois existem poucos estudos aplicados a realidade nacional. Uma série de discussões, ainda sem conclusão, ocorre a respeito das técnicas de velocidade de resfriamento, adoção ou não da chamada desossa a quente e a estimulação elétrica, como aspectos de melhoria da qualidade final do produto, ligados direta ou indiretamente à cadeia do frio. No caso das embalagens a vácuo, as temperaturas quando mantidas de 0º o C a 3º o C, proporcionam uma durabilidade de 10 a 12 semanas do produto final (CETEA/ITAL, 1991:6). Nota-se no Brasil, que além dos problemas relacionados ao pouco conhecimento sobre as temperaturas ideais de resfriamento e congelamento, existe uma deficiência técnica dos equipamentos utilizados. Em geral, as câmaras frigoríficas, os caminhões transportadores, os balcões frigoríficos de supermercados e açougues não mantêm a temperatura prevista pelos técnicos responsáveis. Em entrevista conduzida a uma empresa multinacional produtora de balcões refrigerados para supermercados, o engenheiro responsável admitiu que em 60% dos casos a temperatura assinalada no visor do termostato do equipamento, não condiz com a temperatura real no seu interior. Normalmente os termostatos são instalados próximos às saídas do ar frio, que registra uma baixa temperatura, porém, não condizente com a realidade no interior do equipamento. Essa variação de temperatura prejudica as qualidades objetivas e subjetivas do produto, podendo até vir a causar problemas de intoxicações por ingestão de alimentos alterados microbiologicamente. Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 107 Todos os aspectos levantados sobre a cadeia do frio mostram a ineficiência do setor na sua manutenção e a falta de informações sobre procedimentos adequados para a realidade da indústria nacional da pecuária de corte. As perdas, ainda não-quantificadas, apontam para valores significativos, do ponto de vista econômico da cadeia e qualidade final do produto. Certamente esses aspectos prejudicam e comprometem a competitividade do setor como um todo. Observa-se, portanto, que apesar de terem sido tratados separadamente, embalagens e cadeia do frio são dois aspectos inter-relacionados, que dependem de esforços mútuos para a manutenção da qualidade final do produto. Eventuais problemas ou interferências em qualquer um dos fatores significam o comprometimento das características nutritivas e organolépticas desejáveis nos produtos cárneos. 3.3 - A Tecnologia de Informação A evolução da tecnologia está alterando a natureza da competição entre as empresas (TAPSCOTT, 1995). Ou seja, uma vez que uma empresa internaliza novas tecnologias, especialmente em termos de tecnologias de informação, essas passam a alterar sua estrutura de poder (disseminação de informações crescente) e sua habilidade em desenvolver novos produtos/serviços e atender novos mercados. (SCHUMPETER, 1942 apud SOUZA, 1999) Na distribuição de carne bovina, a utilização de tecnologia de informação resume-se ao uso ainda parcial do código de barras, normalmente a partir do próprio varejo, sem contar muitas vezes com as informações específicas do frigorífico e da produção no campo. Além do código de barras e associado a ele, encontram-se os PDVs ou check outs informatizados que permitem o controle de todas as Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 108 mercadorias vendidas, seja para se identificar preferências dos consumidores, seja para gerenciar melhor os estoques dentro do ponto de venda. O uso dessas tecnologias está restrito às redes varejistas de médio e grande porte e as boutiques de carnes em alguns casos. (IEL, CNA, SEBRAE, 2000). 3.4 - A Rastreabilidade A rastreabilidade na cadeia produtiva da carne bovina e na pecuária de corte é uma exigência recente, principalmente para animais abatidos com vistas ao mercado internacional, que começa a ser pensada e praticada ainda no País. Está bem relacionada com o nível de organização e coordenação existente na cadeia produtiva. Nas regiões mais tradicionalmente exportadoras, como a região Sul e CentroOeste, essa preocupação é mais visível e praticada em alguns casos, e onde é mais provável a possibilidade de sua realização mais intensamente no futuro. (IEL, CNA, SEBRAE, 2000). Na região Sudeste, os frigoríficos, de modo geral, não tem uma preocupação sistematizada com relação à rastreabilidade, exceto, alguns mais voltados para a exportação, por exigência dos importadores. Entretanto, há exceções visando o mercado interno. No entanto, de acordo com esta pesquisa, há entre os que fazem a desossa, crescente preocupação em passar a incluir nos rótulos as informações sobre a origem e condição de produção do produto. (IEL, CNA, SEBRAE, 2000). Em Goiás, por exemplo, a rastreabilidade do produto já faz parte da preocupação dos frigoríficos entrevistados, motivada pelo interesse dos clientes. Já há a decisão desses, de colocarem, em todas as embalagens, etiqueta contendo origem do lote, peso do animal, sexo e idade. Redes de supermercados estão estabelecen- Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 109 do parcerias com os bons frigoríficos, buscando qualidade e uniformidade do produto. Numa dessas associações, o Carrefour, por intermédio do frigorífico Goiáscarne, está selecionando pecuaristas e estabelecendo contratos de fornecimento de quantidades fixas de animais de abate. Pelo contrato, figurarão nas prateleiras, além do nome do Carrefour e do Goiáscarne, fotografias das fazendas fornecedoras do produto e todos os dados na embalagem. (IEL, CNA, SEBRAE, 2000). Também o supermercado Bretas abrirá duas lojas que só venderão, em Goiânia, novilhos precoces do Goiáscarne. Parcerias semelhantes são estabelecidas entre o frigorífico Friboi e empresas como os Supermercados Bom Preço, Pão de Açúcar etc. Alguns frigoríficos disseram que já estão se preparando para quando ela vier e se tornarem uma realidade concreta, e não vêm dificuldade em estabelecer controle de animais por origem, idade, sexo, peso, etc. Alguns, até já fazem isso automaticamente, por meio das fichas de controle que fazem com seus clientes tradicionais. (IEL, CNA, SEBRAE, 2000). Na região Sudeste, há também os frigoríficos exportadores que já possuem sistemas de rastreabilidade implantados, mas apenas por lote. A mesma situação acontece no mercado nacional nos grandes frigoríficos em especial, e nos pequenos abatedouros, que já atendem à Portaria 304, com a diferença de que, neste caso, contrariamente aos exportadores, não se consegue ainda estabelecer maiores detalhes de informação quanto à qualidade, sexo, etc., já que o mercado interno ainda não tem um grau elevado de exigência nesse tipo de conhecimento. (IEL, CNA, SEBRAE, 2000). 3.5 - Novilho Precoce Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 110 A reestruturação da cadeia de carne bovina no Brasil tem sido levada a cabo mediante inúmeras ações de instituições públicas e privadas, não raro atuando conjuntamente. Dentre os programas existentes, destacam-se aqueles voltados para a erradicação da febre aftosa e os programas estaduais de incentivo à produção de novilho precoce. Existem ainda as alianças mercadológicas, geralmente atreladas aos programas de novilho precoce. A Associação Brasileira de Novilho Precoce procurou, por muitos anos, sensibilizar criadores, autoridades governamentais e os segmentos industriais e comerciais a promoverem ações visando à melhoria da produção e produtividade do rebanho bovino, bem como a oferta aos consumidores de uma carne de melhor qualidade. O primeiro resultado de maior impacto dessa ação ocorreu em 1992 quando foi lançado pelo governo do Mato Grosso do Sul o primeiro Programa Estadual de Estímulo à Criação do Novilho Precoce, iniciativa seguida pelo Estado do Mato Grosso, em 1993, pelos Estados de Minas Gerais e Goiás, em 1994, e São Paulo, em 1995. Os Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Bahia também contam hoje com programas desta natureza. (IEL, CNA, SEBRAE, 2000). Por meio da redução do ICMS e/ou estabelecimento de linhas especiais de financiamento, como na Bahia, procura-se incentivar o abate de bovinos jovens. Em alguns estados, a redução do ICMS chega até 50% da taxa normal por ocasião do abate. Entretanto, esse estímulo tem sido comprometido pela sonegação fiscal e, em alguns estados, onde o ICMS já se encontra reduzido para a atividade, o ganho não é significativo. Na verdade, o verdadeiro estímulo para o pecuarista tende a ser o fato de que ele pode ganhar simplesmente por estar vendendo um animal muito mais jovem e de melhor qualidade. O sistema de produção de novilho precoce Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 111 apresenta maior produção por área, com melhor rentabilidade e maior lucro. Para os frigoríficos, a vantagem encontra-se na possibilidade de se obter um animal com maior rendimento de carcaça e de melhor qualidade. É comum os pecuaristas receberem um prêmio, que pode chegar a 2% sobre a cotação da arroba. (IEL, CNA, SEBRAE, 2000). As novilhas, geralmente desvalorizadas no sistema tradicional, são cotadas ao mesmo preço do novilho nesse novo sistema. 3.6 - Expansão das Pastagens Cultivadas Anualmente, são semeadas no Brasil cerca de 5.500.000 ha de pastagens perenes, incluindo formação, renovação e recuperação. As pastagens nativas ainda ocupam cerca de 50% das áreas, entretanto, a área de pastagens cultivadas aumentou de 30 milhões de hectares, em 1970, para 105 milhões de hectares em 1995 (Zimmer e Euclides, 1995). A taxa média e lotação elevaram-se de cerca de 0,5 animal/ha para 0,9 animal por ha, embora a taxa de renovação e recuperação de pastagens mantenha-se abaixo do ideal, resultando no acúmulo de pastagens degradadas. As regiões Centro-Oeste e Norte, que constituem as áreas de expansão mais recente da fronteira agrícola, detêm os mais elevados percentuais de pastagens cultivadas. Nas regiões de solo propício para a agricultura, têm sido crescente a integração da agricultura com a pecuária, fazendo-se a recuperação das pastagens com auxílio da agricultura. Essa recuperação tem sido feita de duas maneiras. A primeira consiste em se fazer o consórcio do pasto com culturas anuais, tais como o milho, arroz, sorgo, etc. Neste caso, é feito o plantio conjunto das sementes da Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 112 cultura anual e do pasto. Após a colheita da cultura anual, tem-se o pasto formado pastagem. Uma opção que tem sido usada é se fizer o plantio direto de soja, em pastagens que ainda têm boa cobertura de solo, embora mostrando sintomas de deficiência de nutrientes. O uso da agricultura possibilita amortização total ou parcial dos custos. Em pastagens localizadas em solos desfavoráveis à produção de grãos, faz-se sua recuperação direta. (IEL, CNA, SEBRAE, 2000). 3.7 - Uso de Alimentos Suplementares/Semiconfinamento/Confinamento Em inúmeras fazendas brasileiras, onde são adotadas estratégias de manejo de pastagem que garantam o suprimento irrestrito de forragem, ao longo do ano, animais que pesam a desmama 150 a 180 kg, aos sete meses de idade, têm sido abatidos dos 28 aos 32 meses de idade com peso de 450 a 480 kg, em regime exclusivo de pasto (Boin e Tedeschi, 1997). O fornecimento de suplementos alimentares, durante a seca, para bovinos de corte, em fase de recria, tem-se difundido nas áreas criatórias de maior importância. Destacam-se pela maior adoção, as misturas minerais proteinadas, contendo uréia, e os suplementos proteinados enriquecidos com fontes energéticas. Havendo disponibilidade de pasto seco (feno em pé) tais suplementos, fornecidos em quantidades controladas, agem corrigindo ou minimizando a deficiência de proteína do alimento, elevando o seu consumo e digestibilidade, o que resulta em ganho de peso moderado ou diminuição da perda de peso dos animais na seca, possibilitando a redução da idade de abate e de primeiro parto. Pode-se esperar o ganho adicional diário de peso de 180 g para as primeiras 450 g e concentrado rico em proteínas (30 a 40% de proteína) consumidas. Uma vez atendida a deficiência de proteína, pode- Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 113 se esperar ganho adicional de 40 g de peso para cada 450 g de suplemento energético ou protéico adicional (Gill e Lusby, 1998). As práticas de engorda em confinamento e semiconfinamento têm-se difundido principalmente nas regiões produtoras de grãos onde seu custo é mais baixo. Neste sistema, a engorda tem duração de 90 a 120 dias. Na engorda em semiconfinamento, e em confinamento o lucro depende da diferença dos níveis de preço verificados na safra (início da engorda) e entressafra (final da engorda). Existe, portanto, risco associado ao processo de engorda. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste capítulo podemos concluir segundo as fontes analisadas que a concentração de mercado por parte dos frigoríficos e as estratégias competitivas de verticalização podem causar impactos negativos para os criadores do gado em geral, onde os frigoríficos detêm as forças monopolísticas tais como o oligopólio, monopsônio e oligopsônio, trazendo reflexos para a economia no que tange a lucratividade do produtor e o preço final para os consumidores. Os criadores assim como os frigoríficos utilizam também das estratégias competitivas para redução dos custos no momento da produção. As barreiras a entrada de novos concorrentes no setor de indústria frigorifica deixa distante as esperanças de novos compradores para os pecuaristas, no que tange a elevação considerável nos preços dos seus rebanhos. A saída para o aumento no preço do boi gordo está no aumento das exportações do produto, necessitando de políticas Macroeconômicas do Governo Federal, no caso da política Ano 1 Vol. 2 setembro 2010 ISSN 2176-5588 114 cambial, o que leva em consideração a estabilização dos preços para o controle inflacionário. O uso das inovações tecnológicas trouxe melhorias na qualidade do rebanho, trazendo maior tranqüilidade aos consumidores da carne bovina no que diz respeito à sanidade dos animais, e reduzindo os custos dos produtores e frigoríficos, fortalecendo o Brasil no mercado internacional. 5 - REFERÊNCIAS ALCÂNTARA, R. L. C. A Gestão estratégica dos canais de distribuição: um exame da evolução do atual estágio do relacionamento entre atacado de entrega e a indústria. 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