CANDIDATURA A REITOR DA UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR MANUEL JOSÉ DOS SANTOS SILVA Programa de Acção Março 2009 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva 1. INTRODUÇÃO 1.1 O PORQUÊ DE UMA CANDIDATURA NO ÂMBITO DE UM NOVO QUADRO JURÍDICO Foi em Setembro de 1975 que tomei como opção de vida participar no desafio que me foi lançado pelo Dr. Duarte Simões, de construir uma instituição de ensino superior no interior do país, de forma a contribuir para o seu desenvolvimento cultural, técnico-científico, social e económico. Ao longo das últimas décadas, a minha vida foi totalmente condicionada e dedicada à Instituição que hoje é a Universidade da Beira Interior (UBI). Tive o privilégio de acompanhar e participar com todos quantos se empenharam na criação e expansão da UBI, em particular os que exerceram cargos dirigentes. Uma memória cujos testemunhos significativos me impuseram o dever de prosseguir e ir mais longe, de modo a que desta forma lhes pudesse prestar a devida homenagem. Ao Dr. Duarte Simões e ao Prof. Cândido Passos Morgado aqui fica o meu bem-haja pelo que fizeram por mim e pela Instituição. Em Novembro de 1995, altura em que apresentei, pela primeira vez, a minha candidatura a Reitor, demonstrei a minha total disponibilidade para liderar e continuar a participar na construção de uma Instituição de qualidade, que constituísse o factor decisivo para a transformação e progresso da região em que está inserida, e que, simultaneamente, se afirmasse no panorama universitário. A todos os que têm contribuído para a edificação e realização da UBI, em particular para aqueles que me têm acompanhado mais de perto e à Instituição, o meu muito obrigado. Propunha-me então contribuir para aperfeiçoar um modelo de gestão descentralizado e participado, fomentar a qualidade de ensino e promover a formação de docentes, desenvolvendo programas de pós-graduação, incrementando a investigação através da afectação de meios humanos e materiais, dando formação e estabilidade na carreira ao corpo docente, desenvolver acções de forma a promover e melhorar a imagem da UBI, enfim, trabalhar para fazer da Universidade da Beira Interior um espaço privilegiado de encontro de culturas, uma comunidade aberta ao meio envolvente, procurando, com perseverança, parcerias nacionais e internacionais. Julgo que, com o conhecimento e experiência adquiridos, ao nível nacional e internacional, no âmbito do ensino superior, poderei estar em boas condições para continuar a liderar e a pugnar pelo desenvolvimento e afirmação da UBI, da região e do país. Estou consciente da situação de instabilidade que se atravessa ao nível nacional e internacional e dos constrangimentos financeiros existentes e impostos, em particular ao ensino superior e à nossa Instituição. Na realidade, os próximos anos serão anos difíceis, que nos impõem grandes e importantes desafios. Serão esses desafios que me movem para continuar a lutar, como sempre fiz, pelo desenvolvimento e afirmação da UBI e sua influência na área geográfica em que se insere. CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva 1.2 CONTEXTO E EVOLUÇÃO DA UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR A UBI tem na sua origem o Instituto Politécnico da Covilhã, criado no âmbito da Reforma Veiga Simão, em 1973 (Decreto-Lei nº 402/73, de 11 de Agosto), e cuja actividade se iniciou com a tomada de posse da sua Comissão Instaladora, a 10 de Outubro de 1974, tendo as actividades lectivas regulares sido iniciadas em 1975. Em 1979, o Instituto Politécnico da Covilhã transformou-se em Instituto Universitário da Beira Interior (Lei nº 44/79, de 11 de Setembro) e este em Universidade da Beira Interior, em 30 de Abril de 1986 (Decreto-Lei nº 76-B/1986). Para além dos aspectos legais e estatutários, a jovem Instituição tem-se transformado, ao longo dos últimos anos, numa Universidade orientada para a produção do saber, através da investigação, sem esquecer a sua difusão e transferência para a sociedade e a dinamização cultural. A introdução de novas metodologias de aprendizagem tem sido uma constante, promovendo a formação de professores, e incluindo, em simultâneo, novas tecnologias de informação e comunicação e a aprendizagem por via da experimentação, através da disponibilização de meios laboratoriais e informáticos. O grande desafio até ao momento foi o desenvolvimento de uma universidade no interior do País que oferecesse formação nas mais variadas áreas do saber. Para tal, foi necessário fixar um corpo docente, dar-lhe a oportunidade de se qualificar, e construir uma estrutura física de qualidade que permitisse o desenvolvimento da missão da Instituição. Dispondo já hoje destes dois elementos, em qualidade e em quantidade, e de um terceiro, talvez o mais importante, que é a criação do saber, que caracteriza a instituição universitária, há que desenvolver ainda mais este último e fazer com que a produção científica aumente. A UBI localiza-se numa vasta área do território nacional, denominado por interior, que representa cerca de 80% da sua totalidade, mas cuja população já não atinge os 20%. De Norte a Sul desta vasta região em franca desertificação, restam as cidades onde existe ensino superior. É esse o caso da Covilhã, embora a UBI estenda a sua zona de influência não só a esta cidade, mas a um eixo de desenvolvimento um pouco mais amplo, que vai da Guarda a Castelo Branco. Esta região, dita da Beira Interior, compreendida entre os rios Douro e Tejo, é uma região de fronteira, que cobre uma área de 7819 km2 e que representa cerca de 9% da superfície continental de Portugal. A baixa densidade populacional da região e o decréscimo da taxa de natalidade penalizam imenso a Instituição, nomeadamente na captação de alunos. Assim, cerca de 80% dos alunos da UBI são deslocados, provenientes de todo o território nacional, com uma certa prevalência do Norte litoral. Isto faz com que, sob o ponto de vista do recrutamento de alunos, a UBI seja a Universidade mais nacional do país. 2 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva Numa época em que tanto valor se dá à mobilidade dos alunos, o facto de aqui se encontrarem estudantes das mais variadas regiões do país e mesmo do mundo, constitui uma certa vantagem para a sua educação. Também os números relativos à mobilidade ERASMUS são significativos, assim como a internacionalização do corpo docente, que foi sempre uma característica da Instituição. Tivemos, ao longo dos últimos anos, a preocupação de nos afirmarmos pela qualidade e pela diferença. Nós somos diferentes e sabemo-lo. Os últimos Planos de Desenvolvimento a isso conduziram. Nós somos uma universidade aberta, com uma estratégia de desenvolvimento definida ao nível central, mas com uma gestão descentralizada, de forma a que, numa época de grande crescimento científico, o dinamismo cultural e a criação do saber não sofram restrições em virtude de prescrições emanadas da cúpula. Isto está a permitir identificar áreas de interesse e oportunidades que devem ser apoiadas. Os novos Estatutos, publicados em 1 de Setembro de 2008, reflectem a evolução e afirmação da UBI, mas abrem também um desafio, visando a excelência de todas as actividades a desenvolver. Os Planos de Desenvolvimento traçados foram, todos os anos, avaliados pelos relatórios de actividade e a avaliação e evolução tornada pública, através de vários meios, nomeadamente através do “UBI em Números” e da página web da Universidade (www.ubi.pt). As condições e a qualidade do ensino e da investigação têm feito com que haja, cada vez mais, um maior número de alunos a escolher a UBI como primeira e segunda opção. A Acção Social desempenha um papel fundamental no apoio aos alunos, nomeadamente aos mais carenciados, daí a importância que sempre lhe temos dado. O estudo realizado pelo CIPES sobre a “Satisfação dos Estudantes do Ensino Superior” e que, no caso concreto da UBI, pode ser consultado no sítio da Universidade, permite fazer uma avaliação da Instituição neste domínio. Aliás, foi sempre filosofia da UBI praticar uma política de avaliação e acreditação ao longo do tempo, tendo participado na avaliação CRUP/FUP, na do CNAVES, na acreditação da Ordem dos Engenheiros, etc.. A divulgação de todo o processo de avaliação/acreditação a que esta Instituição foi submetida e no qual participou encontra-se divulgada na página web da Instituição. Interrompido o processo de avaliação pelo CNAVES, solicitámos uma avaliação institucional à EUA – European University Association, cujo relatório final acaba de ser divulgado, e que será da maior importância para o desenvolvimento futuro da UBI. Aquando da criação da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) – Medicina, durante os anos relativos à implementação do curso, esta teve sempre uma comissão institucional de acompanhamento/avaliação que seguiu de perto o desenvolvimento do novo modelo pedagógico. Era produzido um relatório de auto-avaliação das actividades desenvolvidas semestralmente ou anualmente, que era enviado para a comissão em simultâneo com o plano de actividades a desenvolver no ano seguinte. A comissão visitava a Faculdade de Ciências da Saúde e produzia as suas recomendações. 3 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva 2. PROJECÇÃO NO FUTURO O RJIES e os novos Estatutos da UBI constituem um desafio para a implementação de novos conceitos de gestão. A organização interna, à luz da nova lei, vai agitar, no presente ano, a Academia, mas estou certo que, com os amplos debates que irão ter lugar, a Universidade sairá mais forte, mais competitiva, mais atractiva, e que irá atingir os objectivos e cumprir a missão definidos estatutariamente e contribuir de forma efectiva para a sociedade do conhecimento em que estamos integrados. Será, assim, possível construir, na nossa tradição de afirmação pela qualidade e pela diferença, uma Universidade inovadora, baseada na interdisciplinaridade e na sua organização matricial. Somos uma comunidade relativamente pequena, inserida numa região em franca desertificação e numa cidade em que a comunidade universitária representa um terço da sua população. Devemos converter as desvantagens da nossa localização geográfica num permanente desafio. Para continuarmos a nossa Afirmação pela Qualidade e pela Diferença, é indispensável dedicação e uma análise crítica dos problemas a cada momento, em que os valores éticos devem estar sempre presentes, devendo a nossa actuação pautar-se pelos seguintes parâmetros: Investigação Promover o incremento na produção científica através do Instituto Coordenador da Investigação, em substituição do Conselho Científico, conforme estabelecido nos novos Estatutos. A criação e a produção do saber deve fazer-se a todos os níveis e a formação deve ser conduzida em meio de investigação. Avaliação Reforçar a avaliação ao nível interno e analisar as suas consequências ao nível global. Atribuir a avaliação da globalidade das actividades da instituição a um gabinete ou serviço a criar, o Gabinete para Avaliação da Qualidade. Qualificação e Desenvolvimento Pessoal Fomentar a qualificação e desenvolvimento de todos os membros da comunidade universitária, para além do seu bem-estar. Qualidade Atingir os mais altos padrões de ética e qualidade, através da captação, a todos os níveis, de talentos que permitam, nas mais diferentes áreas, lançar desafios ao nível individual e colectivo. 4 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva Cooperação Estratégica Tirar proveito da nossa organização matricial e da interdisciplinaridade, da nossa ligação ao exterior, dos inúmeros convénios de parceria e da nossa capacidade de criação a todos os níveis; Promover a colaboração ao nível interno, entre os diferentes órgãos, agentes e serviços. Empreendedorismo Fomentar o empreendedorismo na cultura da Instituição, que deve estar sempre aberta a novas ideias, ponderá-las e aplicar com prudência os recursos na sua implementação. Estatutariamente, a UBI assume como compromissos e pressupostos definitivos do seu ser e princípios do seu agir, em primeiro lugar, “O ensino de qualidade associado à investigação de mérito internacionalmente reconhecido”, que conduzam ao cumprimento da sua missão de “promover a qualificação de alto nível, a produção, transmissão, crítica e difusão do saber, cultura, ciência, tecnologia, através do estudo, da docência e da investigação”. O Programa de Acção e Estratégia de Desenvolvimento para a UBI para os próximos anos terá que assentar nos princípios enunciados e respeitar a missão, objectivos e atribuições definidas pela Lei e pelos Estatutos para a Instituição, de forma a conduzir às seguintes metas: • REFORÇO DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA; • DESENVOLVIMENTO DAS ÁREAS ESTRATÉGICAS DE ENSINO; • APROFUNDAMENTO DO MODELO MATRICIAL DO ENSINO; • REFORÇO DOS PROCESSOS DE AVALIAÇÃO E ACREDITAÇÃO; • MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO. 3 – EIXOS DO PROGRAMA 3.1 INVESTIGAÇÃO O RJIES, ao introduzir elementos das unidades de investigação nos órgãos de governo, nomeadamente nos conselhos científicos das unidades orgânicas, dá um sinal claro do caminho a seguir pelas universidades. Na UBI, o reforço da investigação científica é a primeira prioridade deste programa de acção. Aliás, estatutariamente, ao criar-se um Medida: Reforçar a investigação científica. 5 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva Instituto Coordenador da Investigação com o objectivo de coordenar e promover a investigação, na dependência directa do Reitor, reforçase, igualmente, o que está preconizado na lei. Medida: Coordenar e promover a investigação, através do Instituto Coordenador da Investigação. Assim, devemos dar a maior importância e urgência à implementação desta nova unidade orgânica. Esta oportunidade tem de ser maximizada. Ao estarem representados no seu conselho científico todos os responsáveis pelos institutos e unidades de investigação, a responsabilidade deste Instituto é ainda maior, pois para além de propor a programação das actividades científicas, deve fazer a análise crítica e a avaliação da globalidade da investigação desenvolvida na UBI e definir a estratégia a levar a efeito, estabelecendo prioridades e Medida: Proceder à análise crítica e à avaliação da globalidade da investigação desenvolvida. Medida: Definir a estratégia através do Instituto Coordenador da Investigação. avaliando e monitorizando a produção científica realizada. Julgo poder afirmar que o compromisso com a ciência e a investigação tem sido uma constante da UBI. Como Universidade que é e enquadrando-se nas “research universities”, o ensino deve ser feito em meio de investigação. No entanto, não podemos esquecer a idade da Instituição e a prioridade que teve de ser dada à qualificação do seu corpo docente, através da realização de doutoramentos e da concepção, construção e equipamento das infra-estruturas. Se analisarmos a evolução do número de doutorados nos últimos anos e a percentagem que estes hoje representam no corpo docente, os números são bem elucidativos. As avaliações a que a UBI sempre se submeteu comprovam o esforço feito. A recente avaliação das unidades de investigação, tendo em consideração as características da Instituição e a diversidade de áreas ministradas, não nos deixa ficar mal no panorama nacional. Estamos cientes que a produção do saber é uma das atribuições mais nobres da instituição universitária e que o seu papel é cada vez mais importante para a sociedade do conhecimento em que estamos integrados. Medida: Promover a produção do saber como uma das atribuições mais nobres da instituição universitária. A Universidade deve assumir o desenvolvimento da ciência, promovendo a investigação fundamental, mas não pode esquecer que, através de projectos e programas, deve também contribuir para o crescimento da inovação e competitividade das empresas e Medida: Contribuir para o crescimento da inovação e competitividade das empresas e instituições. instituições que geram a riqueza e o bem-estar da sociedade. A investigação aplicada e em consórcio deve ser incentivada em algumas áreas do saber, sendo desejável que o investimento privado cresça significativamente. Tudo faremos para que a produção Medida: Incentivar crescimento investimento privado investigação. o do na 6 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva científica per capita ou por doutorado aumente nos próximos anos. Medida: Aumentar produção científica doutorado. a por Os investimentos feitos, quer na qualificação dos investigadores quer nas infra-estruturas e equipamentos, foram grandes. Mas Medida: Fomentar a elaboração, por parte dos temos de reconhecer que, passada esta fase, há que incentivar os investigadores doutorados, investigadores e os doutores a candidatarem-se a projectos e de candidaturas a projectos para obtenção de verbas. programas de financiamento. Há que organizar uma candidatura para o reequipamento científico global da UBI, a fim de fazer face à obsolescência de certos equipamentos e à aquisição de outros, mais dispendiosos. Os doutoramentos dos docentes, quer a nível interno quer externo, foram realizados, muitas vezes, de acordo com os interesses dos Medida: Organizar a investigação de forma a orientadores e daí a grande dispersão de temas. No futuro, e para aumentar a massa crítica em que possamos tornar-nos mais competitivos, deveremos organizar a torno de determinadas áreas. investigação de forma a reunir um maior número de investigadores em determinadas áreas, o que obriga a aumentar o recrutamento de Medida: Aumentar o recrutamento dos alunos de alunos do 3º ciclo e também a rever os critérios da sua orientação e 3º ciclo e rever os critérios da sua orientação. temas a desenvolver. Articular as unidades de investigação científica e estimular a participação na investigação de alunos do 2º ciclo pode contribuir para um incremento da próxima geração de investigadores. Há que Medida: Seleccionar áreas e definir áreas de investigação seleccionar áreas de investigação, limitar - sem conter - a pluridisciplinares, liberdade, as suas aspirações e ideais, a variedade dos temas e racionalizando-as racionalizar e viabilizar essas áreas, através da concentração de viabilizando-as. e meios materiais e humanos, de modo a formar verdadeiras equipas. É fundamental que a UBI aposte no recrutamento de investigadores Medida: Recrutar investigadores doutorados através de doutorados, através de concursos ao nível internacional e aumente o concursos internacionais. número de pós-docs já existentes nas unidades de investigação. Devemos aproveitar todas as medidas, programas e financiamentos Medida: que sejam disponibilizados pelas mais deferentes entidades Procurar financiamento através dos programas disponíveis. A ligação ao exterior, nomeadamente a empresas e ao Parkurbis, tem ajudado a definir áreas prioritárias à volta das quais se constituem equipas. Porém, não basta, na Universidade, dar atenção a este tipo de investigação mais ou menos dirigida. A investigação fundamental é importante, exige, igualmente, meios humanos. Tendo em consideração a dimensão e localização da UBI, a constituição de equipas interdisciplinares acabará por dar os seus resultados, permitindo rentabilizar os recursos e atingir a massa crítica indispensável. 7 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva A comunidade científica registou uma evolução muito positiva nos últimos anos em Portugal e na Europa, pelo que a competitividade é cada vez maior e mais difícil obter financiamento, o que obriga a ter equipas com qualidade e dimensão. A UBI, através do GAAPI (Gabinete de Apoio a Projectos e Investigação) e do Serviço de Planeamento, prestou sempre auxílio à divulgação de programas, à elaboração de candidaturas e à elaboração dos procedimentos administrativos e burocráticos para que os investigadores tivessem mais tempo livre para as tarefas que são da sua competência. Uma das primeiras prioridades do Instituto Coordenador deverá ser a feitura de uma análise das áreas e da produção científica realizada e elaborar um plano estratégico que seja aceitável para a investigação a desenvolver, estabelecendo prioridades e avaliando e monitorizando a produção científica realizada. Independentemente das avaliações externas às unidades de investigação e a projectos, o Instituto deve fazer a sua própria avaliação. Ao definir o seu plano estratégico, o Instituto deve ter em consideração as unidades já existentes e que, de alguma forma, contribuem para uma investigação sustentável, para o desenvolvimento científico e tecnológico nos mais diferentes domínios e também para a transferência do conhecimento para a sociedade, promoção da inovação e criação de riqueza, mas não se pode esquecer o investigador a nível individual. A investigação e produção de saber só pode ser feita em ambiente de liberdade e autonomia, mas, por outro lado, a produtividade pode ser aumentada com o devido enquadramento dos investigadores. 3.2 ENSINO E FORMAÇÃO AO LONGO DA VIDA A UBI adequou formalmente todos os seus cursos, no âmbito do processo de Bolonha, tendo assim, conforme preconizado a nível europeu e nacional, a formação regular organizada em três ciclos. Se a adequação formal e legal se efectuou com rapidez, cumprindo, com grande antecipação, os prazos legalmente impostos, graças ao empenho, não só dos responsáveis da instituição, mas, sobretudo, do corpo docente, o mesmo não se pode dizer na mudança de paradigma ensino/aprendizagem preconizado. Neste domínio, impõe-se que, nos próximos anos, se continue com a formação dos docentes através de Medida: Desenvolver a formação de docentes através de acções específicas. acções específicas, como foi, por exemplo, o programa “PENSA”. A aprendizagem centrada no aluno, mais exigente para os docentes, implica que definam correctamente os objectivos e estratégias de aprendizagem e a avaliação adequada, a fim de determinar os resultados obtidos. A quantificação do trabalho dos alunos através do sistema ECTS deve ser aperfeiçoado, de forma a que possa medir mais Medida: Promover a programação das actividades de ensino/aprendizagem, incluindo a definição de objectivos de aprendizagem e quantificação do volume de trabalho a realizar pelos alunos. 8 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva rigorosamente o trabalho dos alunos. No primeiro e segundo ciclos, os alunos devem ser preparados para diferentes saídas profissionais, com múltiplas orientações e perfis, de modo a acomodar a diversidade das vocações individuais e académicas e, simultaneamente, responder às necessidades do mercado de trabalho, exigindo-se uma sólida formação científica de base que possa ser complementada, se necessário, com a formação ao longo da vida, face às exigências e mudanças dos perfis exigidos. Para atingir este Medida: Orientar os alunos para as necessidades do mercado. Medida: Garantir uma formação sólida nas áreas científicas de base. objectivo, há que auscultar os diversos sectores da sociedade e acompanhar o percurso dos ex-alunos, através do Gabinete de Estágios e Observatório de Emprego (GEOE). À Universidade exige-se, nos próximos anos, uma avaliação permanente dos programas de formação e a sua actualização contínua face às exigências. A sequência e a harmonização dos conteúdos das diferentes unidades curriculares que constituem um curso devem merecer a melhor Medida: Promover uma avaliação interna dos programas de formação e a sua actualização contínua. atenção para a formação do aluno. A introdução que tem vindo a ser feita, e que tem de ser incrementada, de novos modelos e técnicas pedagógicas, como foi o caso da Medicina, está a ajudar à transformação de toda a Universidade. Bolonha aconteceu, na UBI, antes do Processo de Bolonha. O modelo pedagógico da licenciatura em Medicina (centrado no aluno, baseado na auto-aprendizagem, na integração de conteúdos, com a aprendizagem por objectivos, no regime tutorial e no contacto precoce dos alunos com as instituições de saúde, hospitais e centros de saúde), está ao nível dos mais evoluídos a nível mundial, assim como a sua estrutura de suporte para a aprendizagem, experimentação e investigação. Na realidade, a concepção do modelo pedagógico da Medicina, o seu desenvolvimento e implementação, a articulação com entidades externas e até mesmo a concepção e realização de um edifício devidamente adequado e dimensionado ao novo modelo, inteiramente da minha responsabilidade e com o empenho de todos os colaboradores e responsáveis da Faculdade de Ciências da Saúde, têm merecido a melhor atenção de avaliadores e observadores externos, Medida: Extrapolar, na medida do possível, o sendo apontados como exemplo a seguir (vide relatório de avaliação modelo pedagógico aplicado Medicina para as da EUA). O modelo da FCS deve ser adequado de forma a ser na restantes faculdades. implementado noutras faculdades. A avaliação da qualidade dos programas de formação, independentemente das competências atribuídas aos diferentes Medida: Criar o Gabinete de órgãos, conselhos científicos, pedagógicos, etc., deve ser levada a Avaliação e Qualidade. 9 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva efeito por uma estrutura independente, o “Gabinete de Avaliação e Qualidade”, para o qual já existe projecto. A instituição sempre deu e continuará a dar a maior atenção aos processos de avaliação e acreditação, aos inquéritos à população Medida: Reflectir sobre os processos de avaliação e estudantil e aos resultados fornecidos pelo Gabinete de Estágios e acreditação com base nos Observatório de Emprego, particularmente no respeitante às saídas inquéritos e nos resultados. profissionais. Na UBI criou-se uma cultura de auto-avaliação com a participação efectiva de docentes, alunos e funcionários, mas há que ir mais longe. Com a entrada em funcionamento da Agência de Avaliação e Acreditação irá surgir um novo ciclo, pelo que é da maior . importância o Gabinete de Avaliação e Qualidade que me proponho criar ainda antes do final do ano lectivo. A política de boa articulação criada com as Ordens deve ser Medida: Desenvolver a articulação e colaboração reforçada. Embora a acreditação, actualmente, seja da competência com os organismos profissionais. da Agência, devemos sempre procurar junto das Ordens o selo de qualidade indispensável para os nossos cursos e para a afirmação da Medida: Dirigir a política de qualidade à eficácia da UBI. Toda a política dirigida à qualidade tem como objectivo a formação e da promoção do eficácia da formação e da promoção do sucesso escolar. sucesso escolar Para combater o insucesso, deveremos continuar a desenvolver metodologias que nos permitam conhecer melhor os factores que estão na sua origem. A responsabilização dos conselhos pedagógicos, pelas competências que lhe são conferidas estatutariamente, das direcções dos cursos, a organização tutorial, a reorganização dos Medida: Desenvolver metodologias que permitam conhecer os factores de insucesso. serviços competentes e a acção e competência atribuídas ao Provedor do Estudante muito poderão contribuir para a melhoria do sucesso escolar. Mas é evidente que a Universidade é constituída pelos meios humanos que ela contém e, para se continuar na senda da melhoria da qualidade do ensino, há que contar acima de tudo com um corpo docente qualificado e empenhado, com um corpo de funcionários tecnicamente bem preparados e de infra-estruturas de qualidade, adequadas aos fins em vista e bem equipadas. Também o aluno tem de ser cada vez mais responsabilizado pelo seu processo de aprendizagem. Deve ser seguida uma pedagogia que consagre um espaço significativo à auto-aprendizagem tutelada, a iniciativas de pesquisa, de experimentação e de descoberta que permitam aos alunos adquirir conhecimentos, competências e atitudes e despertá-los para a inovação. Medida: Promover a responsabilização do aluno pelo seu processo de aprendizagem. Medida: Fomentar uma pedagogia assente na autoaprendizagem tutelada, na investigação e experimentação. Deve promover-se o acesso à informação e o uso das novas tecnologias 10 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva da informação e comunicação. A UBI tem um dos melhores índices de postos de trabalho informatizados por aluno a nível europeu, mas continuaremos a fazer um esforço de melhoria, no sentido da actualização dos equipamentos e, sobretudo, dos serviços prestados. Medida: Garantir o acesso à informação, a laboratórios ateliers e oficinas. A nova Biblioteca Central, que constitui um verdadeiro centro de informação, apesar da qualidade oferecida e do sucesso que tem atingido, nomeadamente no âmbito da implementação do Processo de Bolonha, continuará a merecer a nossa melhor atenção no sentido da sua actualização e do reforço de meios de acesso à informação. Estou certo que esta infra-estrutura muito contribuirá para a promoção da auto-aprendizagem e do sucesso escolar. Mas não podemos esquecer os mais variados laboratórios, centros e oficinas. Há também que continuar a proporcionar aos alunos um conjunto de oportunidades que lhes permita conhecer e sentir, o mais cedo possível, a sociedade que os rodeia e na qual se irão integrar no futuro, quer através de estágios (Gabinete de Estágios), quer de uma maior generalização de bolsas de intercâmbio, a nível nacional e Medida: Proporcionar aos alunos oportunidade para conhecerem a sociedade que os rodeia. internacional (ERASMUS e Bolsas de Intercâmbio Luso-Brasileiras Santander). No que diz respeito à criação de novos cursos há que ser extremamente cautelosos face ao decréscimo do número de candidatos ao ensino superior. Deveremos apostar prioritariamente na qualidade e na diferença dos novos programas formativos e apostar fortemente na reestruturação curricular, de acordo com o Processo de Bolonha. Há que interceder junto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no sentido da atribuição de vagas a licenciaturas já Medida: Promover a reestruturação curricular de acordo com parâmetros que articulem a consolidação das áreas científicas de base com as saídas profissionais. Medida: Interceder junto da tutela no sentido da atribuição de vagas a licenciaturas já criadas. criadas e registadas, sobretudo em áreas estratégicas e em que a UBI tem competências e meios humanos qualificados. Os conselhos científicos e pedagógicos, tal como é preconizado no Artº 66-A do Decreto-Lei nº 107/2008 de 25 de Junho, devem anualmente elaborar um relatório sobre a implementação do Processo de Bolonha, que deve ser analisado pelo Gabinete de Avaliação e Qualidade antes Medida: Nomear uma comissão interna para a elaboração de relatórios sobre a implementação do Processo de Bolonha. da sua publicação no site da UBI. A UBI deve também empenhar-se para que seja definida, a nível nacional, uma verdadeira rede de Ensino Superior que evite Medida: Participar na definição de uma rede nacional de ensino superior. concorrências desleais, a proliferação de cursos e designações, bem como o estabelecimento de correspondência de condições de acesso. Deveremos continuar a insistir junto do Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior para que a Faculdade de Ciências da Medida: Promover a 11 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva Saúde venha a ministrar outros cursos, como previsto na Resolução do Conselho de Ministros que a criou, promovendo-se uma rentabilização de recursos humanos e materiais e a formação integrada de vários profissionais na área da saúde, o que poderá vir a melhorar, em rentabilização de recursos humanos e materiais na FCS e a formação integrada de profissionais na área da saúde. muito, as suas condições de trabalho no futuro. Estamos conscientes que algumas áreas, nomeadamente a das Ciências e a das Letras, têm dificuldades na captação de alunos, mas tudo faremos para os acolher da melhor forma e encaminhá-los na via do sucesso. A superior/secundário articulação são de programas fundamentais nos e primeiros a ligação anos das Medida: Articular programas de ligação superior/secundário nas áreas de Ciências Exactas e Tecnologias. licenciaturas. Há que prosseguir e ser mais arrojado com as actividades de divulgação da UBI, de forma a atrair mais e melhores alunos. Só com o empenho de todos na melhoria das condições de ensino e aprendizagem e na construção e divulgação de uma boa imagem da Medida: Implementar estratégias que permitam atrair mais e melhores alunos através de actividades de divulgação da UBI. Universidade nas suas actividades de investigação e de ligação ao tecido empresarial poderemos fazer com que a nossa Instituição se afirme, de modo a que os alunos a escolham em primeira opção e se preencham todas as vagas que oferecemos. A UBI, estatutariamente e por tradição, organiza-se matricialmente, de forma a que as suas faculdades, departamentos e unidades de investigação partilhem recursos humanos e materiais, para assim não Medida: Aprofundar modelo matricial. o só se rentabilizarem em termos de eficiência e eficácia, mas também para promover a colaboração entre as diferentes áreas do saber e encorajar os alunos a despertar as suas vocações, perspectivas e ideais e aprenderem e valorizarem as ideias dos outros. A oferta de ciclos de estudo construídos de forma interdisciplinar, interdepartamental e intrafaculdades, permite desenvolver, de forma quase única, programas de formação ligando, por exemplo, ciência e artes, artes e humanidades, informática e artes, etc. Esta combinação permite aprofundar a aprendizagem e o conhecimento, alarga os horizontes, desperta o espírito crítico, a curiosidade e a criatividade, permite a formação integral dos jovens, preparando-os melhor para assumir as suas responsabilidades ao nível social e profissional. A EUA recomenda-nos um aprofundamento do nosso modelo matricial e é nosso objectivo fazê-lo. A constituição do Senado e do Gabinete de Avaliação e Qualidade são fundamentais para esse aprofundamento, uma vez que irão congregar elementos de todas as unidades orgânicas. O nosso compromisso com esta ideologia de aprendizagem facilita os investigadores a motivarem e recrutarem alunos nos diferentes ciclos para os seus projectos de investigação, fortalecendo o 12 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva espírito universitário da aprendizagem em meio de investigação e criação do conhecimento, levando à constituição de equipas multidisciplinares. Desta forma, incentivamos os alunos à experimentação, à inovação, à partilha do saber e à criação de uma estratégia para a descoberta de coisas novas. Queremos que o ambiente e a vida académica na Universidade contribuam para que os alunos se empenhem e exijam deles próprios uma maior actividade intelectual e artística, para que um dia possam realizar-se profissionalmente. É importante incentivar os alunos e Medida: Promover um ambiente académico. bom disponibilizar-lhes meios, de forma a que possam desenvolver actividades para além das previstas curricularmente. Continuaremos a apoiar os núcleos dos diferentes cursos e da Associação Académica na realização de acções que complementem a formação integral dos jovens. É importante que o talento dos alunos se manifeste para além da sala de aula e se projecte em actividades de carácter social e cultural. Ao nível dos primeiros ciclos, para além da avaliação e revisão curricular já mencionada, é importante estar atento às necessidades da sociedade e melhorar ou criar novos cursos, não deixando de ter Medida: Criar e adequar os cursos tendo em atenção a rede de ensino superior e as necessidades da sociedade. em atenção a racionalização da rede de ensino superior. Temos como objectivo que os alunos da UBI contribuam para a mudança cultural e social da região, esperando que sejam actores da transformação em curso. Devem-se incentivar os alunos para um complemento de formação a adquirir nos 2ºs Ciclos, mesmo que tal se dê após uma experiência profissional, que é sempre importante. A formação ao nível do primeiro ciclo universitário dificilmente permite uma saída adequada Medida: Incentivar os alunos a aprofundar a sua formação pela frequência de 2ºs ciclos. ao exercício de uma profissão, salvo raras excepções. É absolutamente necessário abolir barreiras à mobilidade e permitir aos alunos seguir com toda a segurança para um segundo ciclo que os prepare para o desenvolvimento da actividade de investigação ou Medida: Abolir barreiras mobilidade dos alunos. à para o exercício de uma profissão. Os segundos ciclos a criar ou a reestruturar devem ter por base as competências e as capacidades desenvolvidas pelos grupos de investigação existentes ou a desenvolver. Medida: Criar segundos ciclos tendo por base competências e capacidades desenvolvidas por grupos de investigação. A participação e o contacto dos alunos, em especial os do 2º Ciclo, com a investigação são fundamentais para a sua vida futura. Certas áreas exigem uma articulação correcta entre os programas do 13 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva 1º e 2º ciclos, pelo que é necessário uma análise aprofundada pelos conselhos científico e pedagógico e pelo Senado. Nos ciclos de estudo integrado que conduzem ao grau de mestre, a sequência programática traz menos problemas, mas, quer neste caso quer nos Medida: Possibilitar aos alunos a opção de unidades curriculares. anteriores, devem, na medida do possível, ser oferecidas aos alunos opções de unidades curriculares. A UBI sempre permitiu aos alunos, e mesmo a qualquer cidadão, a inscrição em unidades curriculares isoladas, hoje consignadas na lei, pelo que continuamos a incentivar tal prática, pois permite complementar a formação em determinadas áreas de maior interesse Medida: Promover a oferta de inscrições em unidades curriculares isoladas. para a vida futura, respeitar vocações ou mesmo promover a formação ao longo da vida. A UBI sempre deu e continuará a dar a maior relevância a este tipo de formação. Durante os últimos anos, se analisarmos os relatórios de actividades, resumidos, de certa forma, na publicação “UBI em Números”, poderemos constatar quão importante ela foi para a qualificação do corpo docente. Este tipo de formação, que engloba o mestrado e o doutoramento, ao nível de graus, assim como outras formações especializadas conferentes de diploma, está a sofrer algumas alterações com a implementação do Processo de Bolonha. O 2º Ciclo, o mestrado, serve, sobretudo, para aprofundar conhecimentos adquiridos no 1º Ciclo e granjear competências e capacidades relacionadas com áreas de emprego ou fazer uma iniciação à investigação, como foi referido. A pós-graduação deve ser encarada, cada vez mais, como um processo de aprendizagem ao longo da vida. Deve fazer-se um esforço interinstitucional, de forma a promover o desenvolvimento de programas integrados e a atribuição de graus, em conjunto entre diferentes instituições, sobretudo ao nível do Medida: Promover o desenvolvimento de programas inter-universitários e a atribuição de graus em conjunto com diferentes instituições nacionais e estrangeiras. 3º ciclo. A UBI continuará a empenhar-se na realização de pós-graduações e especializações em articulação com outras instituições de ensino superior e em articulação com sectores empresariais, contribuindo para a formação e reciclagem dos seus quadros, a promoção da criação de conhecimento e inovação. Os doutoramentos em meio Medida: Prosseguir com a política de articulação com o sector empresarial para a realização de pós-graduações. empresarial, os cursos de empreendedorismo de base tecnológica, de termalismo, etc., entre outros, têm sido um bom exemplo. Mas hoje deve dar-se um relevo muito importante ao doutoramento, 3º ciclo, que é, ao fim e ao cabo, o grau que é reservado por excelência ao ensino universitário. Só com a Medida: Dar relevância à oferta de 3ºs ciclos. 14 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva produção do saber e do conhecimento se pode melhorar a qualidade do ensino, a sua competitividade e o bem-estar das sociedades. É absolutamente necessário que os programas de doutoramento se façam numa base interdisciplinar e interinstitucional. A UBI possui um Gabinete de Pós-Graduação que deve evoluir para o que hoje é designado na Europa como a “escola doutoral”. É imprescindível que os doutorandos e jovens investigadores tenham acesso aos investigadores de maior reputação, permitindo-lhes trabalhar com os mais qualificados de diferentes instituições. A internacionalização, ao nível do 3º Ciclo, e a oferta deste grau em Medida: Promover a aproximação dos jovens investigadores aos investigadores seniores. cooperação é fundamental, daí que seja importante desenvolver os bons exemplos já existentes. O papel da investigação desenvolvimento é tecnológico, cada cultural vez e mais relevante socioeconómico no das sociedades. O Doutoramento deve ser o suporte e o estímulo de desenvolvimento e de excelência que se pretende atingir no ensino universitário. É fundamental incentivar os investigadores Medida: Promover a participação dos investigadores em actividades de ensino. a participarem em actividades de ensino, fomentando as ligações matriciais. A UBI sempre se preocupou com este tema, de forma a permitir que as populações da região, e não só, pudessem evoluir, qualificar-se ou requalificar-se. Como já foi referido, a colaboração com a ESTEBI - Escola Superior Tecnológica da Beira Interior, através da criação de CETs, a ligação a empresas e suas associações, como o CITEVE, o desenvolvimento do CIEBI – Centro de Inovação Empresarial da Beira Interior e do CFIUTE - Centro de Formação e Interligação Universidade/Tecido Empresarial no seio da UBI, a possibilidade de qualquer cidadão se inscrever em unidades curriculares isoladas, como cursos de extensão, demonstra bem a preocupação com esta matéria, para além da abertura ao acesso a maiores de 23 anos. No futuro, devemos estar ainda mais abertos a captar novos públicos, quer através da formação presencial, quer através das novas tecnologias da informação e comunicação, que, para além de Medida: Captar novos públicos para formação presencial e não presencial. permitirem a introdução de novas metodologias pedagógicas, facilitam a aprendizagem à distância. 3.3 A UNIVERSIDADE, A SOCIEDADE E A REGIÃO Ao nível europeu e internacional, é hoje reconhecido que, vivendo-se na sociedade do conhecimento, o crescimento desta depende da produção de novos saberes, da sua transmissão e 15 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva divulgação e que, no centro desta produção, está a Universidade. A UBI, pela sua localização, tem responsabilidades a nível nacional e internacional, mas também para com a região em que se insere. Julgo que a Comunidade envolvente muito tem ganho com a presença da Universidade. Que seria da Covilhã e da Beira Interior sem Ensino Superior? Nos últimos trinta anos, as novas instituições de Ensino Superior localizadas no interior do País foram as principais responsáveis não só pelo seu desenvolvimento, travando o despovoamento, mas também fazendo inverter o fluxo migratório de jovens que, pelo facto de permanecerem alguns anos no interior, acabam por nele se fixar no final dos seus cursos. A UBI continuará a dar o maior relevo à ligação ao meio, abrindo-se cada vez mais, disponibilizando as capacidades instaladas e Medida: Prosseguir com a filosofia de abertura ao meio envolvente. colocando-as ao serviço da sociedade. Nesse sentido, criou e participou activamente em estruturas de promoção da ligação à comunidade, tais como o Museu de Lanifícios e Arquivo Histórico, a Biblioteca Central, o Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional, o Centro de Recursos de Ensino e Aprendizagem, o CFIUTE, o Centro de Inovação Empresarial, o Cybercentro, a Escola Superior Tecnológica da Beira Interior, o Parkurbis, etc., sem mencionar os numerosos projectos desenvolvidos em parceria com entidades regionais, nacionais e internacionais. O relacionamento com as autarquias da região tem sido produtivo, devendo ser incrementado. As Universidades não podem estar isoladas do mundo que as rodeia, têm de estar conscientes da sua inserção na sociedade, atentas ao que nela se passa, reflectindo e promovendo a sua evolução. A Universidade deve ser uma comunidade aberta, em que se cria conhecimento, se aprende, se promove o enriquecimento humano, devendo ser, igualmente, um espaço aprazível para se viver e conviver, não esquecendo uma das suas missões mais nobres, que é a de preparar os jovens para enfrentarem o futuro de uma forma responsável. No que diz respeito à região em que se insere, mais particularmente à Beira Interior, para além da promoção da educação no seio da investigação, iremos incrementar as nossas relações de vizinhança e corresponder ao desafio do combate à desertificação, da melhoria das condições económicas e sociais e da qualidade de vida, realçando os laços com as instituições e empresas da região no sentido de dinamizar a economia e a melhoria das condições de vida. A nossa estratégia será a de continuar a contribuir para a melhoria das condições de saúde da região e para a diversificação da indústria existente, encorajando e contribuindo para a fixação de empresas baseadas no conhecimento e em novas tecnologias; a promoção de start-ups de base tecnológica por elementos ligados à UBI; o estreitamento de relações com o Parque de Ciência e Tecnologia; o Medida: Contribuir para a melhoria das condições de vida da região através do conhecimento tecnológico. desenvolvimento de actividades que permitam à região afirmar-se pela inovação, etc.. 16 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva Estaremos sempre disponíveis para abraçar os desafios que a região e a cidade em que estamos inseridos nos fizerem, desde que possamos contribuir para a melhoria da qualidade de vida, para a regulação dos problemas ambientais e para a iniciativa e políticas públicas que visam o bem comum. 3.4 INTERNACIONALIZAÇÃO A UBI sempre dedicou uma especial atenção às ligações com o exterior. No início da instituição, ainda como Instituto Politécnico, não havendo em Portugal docentes doutorados em áreas que, pela primeira vez, se ministravam no nosso País, estabeleceu protocolos com as mais reputadas escolas para qualificação do corpo docente, e recorreu a docentes estrangeiros para ministrar áreas disciplinares para as quais não era possível encontrar docentes em Portugal. Mais tarde, no início dos anos 90, continuando a dificuldade de recrutar e fixar doutorados numa região do interior, e também pela escassez que, na altura, havia em Portugal, contactámos, por esse mundo fora, um conjunto de professores de alto prestígio, que muito dinamizaram a investigação e a qualificação do nosso corpo docente, pela via da promoção de doutoramentos. Ainda hoje somos a Universidade portuguesa que conta com maior percentagem de professores estrangeiros no seu corpo docente. No início deste século XXI, caracterizado por uma globalização, continuaremos a dar a maior importância à internacionalização, pois reconhecemos que o nosso futuro será, inevitavelmente, caracterizado pelo aumento da globalização e integração de indivíduos, culturas e sociedade. Uma particular atenção deverá ser dada à União Europeia, em que Medida: Promover a partilha do conhecimento ao nível global. estamos integrados, e aos países da CPLP, mas o nosso compromisso será o de aprender a partilhar o nosso conhecimento a nível global. A internacionalização ao nível da União Europeia, no que respeita à circulação de alunos através do programa ERASMUS, é significativa, assim como de docentes. Com o Brasil, as bolsas Santander têm tido o maior sucesso na mobilidade de alunos nos dois sentidos. Também o número de alunos provenientes dos países da CPLP tem algum significado, em particular Cabo Verde, mas devemos incrementar Medida: Incrementar a internacionalização ao nível da União Europeia e dos países da CPLP. significativamente o seu número. Os nossos docentes asseguram já formações regulares ao nível de mestrado em Cabo Verde e fazemos a formação de doutores para os PALOP, lançando as bases para parcerias ao nível da investigação que devem ser desenvolvidas nos próximos tempos. 17 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva A colaboração e fusão do Gabinete de Estágios e Observatório de Emprego com o Gabinete de Programas e Relações Internacionais irão criar sinergias e fomentar a internacionalização a todos os níveis. Medida: Criar sinergias e fomentar a internacionalização, através da fusão do Gabinete de Estágios e Observatório de Emprego e o Gabinete de Programas e Relações Internacionais Vários são os projectos e programas desenvolvidos com países da CPLP e da União Europeia, em particular com a vizinha Espanha, em que a cooperação transfronteiriça, incentivada por programas comunitários como o INTERREG e outros, deve continuar a ser desenvolvida. As candidaturas a projectos europeus em parceria com elementos de outros países devem ser incrementadas. A captação de alunos de outros países exige que, por parte do Governo, seja publicado o estatuto do estudante internacional. 3.5 ACÇÃO SOCIAL Numa Instituição que trabalha, em média, com cerca de 80% de alunos deslocados, o bem-estar de toda a comunidade universitária deve estar no centro das suas preocupações. Na realidade, as condições de vida proporcionadas aos alunos influenciam significativamente o seu sucesso escolar. Se, por um lado, são positivos para os alunos a sua mobilidade e afastamento da região de origem, permitindo-lhes, não só, a sua autonomização e preparação para a vida, mas também o seu enriquecimento pessoal e cultural, através do contacto com colegas de proveniências muito diferentes, a nível nacional e internacional, por outro, há que proporcionar-lhes o melhor ambiente possível para a realização de todos os trabalhos e para que, ao mesmo tempo, não se sintam deslocados e não integrados. A acção social sempre me mereceu e continuará a merecer a melhor atenção. Para além de sermos a instituição com maior percentagem de alunos deslocados, também somos aquela que apresenta maior percentagem de alunos bolseiros, 37%, e destes um número significativo (47%) é da região interior de Portugal, o que demonstra bem a pobreza de todo o interior, para além da sua desertificação. Os Serviços de Acção Social disponibilizam 830 camas, o que faz com que a UBI apresente a melhor percentagem, a nível nacional, de camas por aluno, e uma das melhores do conjunto da Europa dos 15, em termos de qualidade e conforto no alojamento. Apesar do número significativo de camas, julgo que deveremos aumentá-lo, tendo em consideração a percentagem de alunos deslocados e, sobretudo, pelo facto de a Faculdade de Ciências da Saúde estar relativamente distante das residências existentes. Prevendo-se que a Faculdade seja frequentada por cerca de 1000 Medida: Aumentar o número de camas através da construção de uma nova residência junto à Faculdade de Ciências da Saúde. 18 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva alunos, fará todo o sentido cobrir 20% dessa população, pelo que já se dispõe do terreno e anteprojecto para uma residência. Caso não se obtenha financiamento através dos programas a que esta está candidatada, deve tentar-se uma parceria público/privada para a sua construção e exploração. Para além das condições de alojamento, uma alimentação de qualidade e equilibrada é indispensável à promoção do sucesso escolar. As cantinas e os snack-bares têm merecido a nossa melhor atenção, tentando aproximá-los dos locais de trabalho e de residência. O controlo da alimentação continuará a merecer a nossa melhor atenção. Para além disso, seria desejável a centralização das cozinhas, com a implementação de um sistema de catering. Ao centralizarmos a confecção poderemos melhorar o controlo, a qualidade, a diversidade da oferta e, sobretudo, obtermos uma Medida: Reforçar o sector de alimentação, implementando um sistema de catering. melhor racionalização na gestão, controlo de custos, enfim, aumentar a eficiência do sistema. Já tentámos obter financiamento, continuaremos a empenharmo-nos para tal. O desporto e a cultura são elementos fundamentais na formação integral de um jovem universitário, pelo que iremos tentar incrementar as já razoáveis condições existentes, disponibilizando Medida: Incrementar as condições para a realização de actividades desportivas e culturais. espaços e meios para a sua prática. As condições de saúde da comunidade, a todos os níveis, continuarão a merecer a nossa melhor atenção. O apoio médico e de enfermagem, através do gabinete de apoio médico e desportivo, Medida: Estabelecer parcerias com entidades de saúde, para melhorar condições de saúde da comunidade. continuará a merecer a nossa melhor atenção, assim como o estabelecimento de parcerias com a ARS e Centros de Saúde. É igualmente importante o desenvolvimento do acompanhamento sob o ponto de vista psicológico. O desenvolvimento de um gabinete de acompanhamento psico-pedagógico irá merecer a nossa melhor atenção, até porque é um elemento importante para as melhores Medida: Implementar o Gabinete de Acompanhamento Psico-Pedagógico. condições de vida da comunidade universitária e para a orientação e melhoria do sucesso pedagógico. Sendo os estudantes a principal razão do ser da Universidade, a acção social continuará a merecer a nossa melhor atenção, em Medida: Reivindicar orçamentos adequados para bolsas. particular a reivindicação do orçamento conveniente para a 19 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva atribuição de bolsas, de forma a corrigir a situação dos mais carenciados e que não sejam razões de ordem financeira a impedi-los de frequentar, nas melhores condições possíveis, o ensino superior. Que ninguém fique de fora do sistema por razões dessa ordem e que não haja descriminação a esse nível. 3.6 INSTALAÇÕES/ INFRA ESTRUTURAS A qualidade das instalações de uma instituição é fundamental para a educação que nela se promove. Julgo que, sob este ponto de vista, a UBI pode considerar-se um caso de sucesso a nível nacional. Encontrando-se cerca de 80% da sua área construída instalada em edifícios recuperados, na sua maioria antigas fábricas, residências com elas relacionadas e mesmo um Convento, deu-se um exemplo de recuperação e preservação do património urbano, devolvendo dignidade à cidade. Dispondo hoje de uma área construída de 163.364,85 m2, e de uma área de terrenos de 173.253, 05 m2, a UBI tem um verdadeiro património registado em seu nome. Nos últimos anos, para além da qualificação do corpo docente, da oferta pedagógica nas diferentes áreas do saber e da promoção da investigação, a construção de um espaço físico de qualidade, devidamente adequado aos modelos pedagógicos praticados (curso de Medicina, por exemplo), e convenientemente equipado, mereceu a nossa melhor atenção. Desenvolvemos um autêntico campus universitário integrado na cidade, com todas as suas vantagens, e fizemos, simultaneamente, da Covilhã, um campus universitário no interior do país. Podendo dizer-se que a meta da expansão física se encontra em fase adiantada, há que dar uma especial atenção à sua manutenção para manter e melhorar a sua qualidade. É extremamente importante traçar um plano de intervenção anual para se fazer a manutenção de Medida: Traçar um plano de intervenção anual para proceder à manutenção do edificado da Universidade. fundo indispensável que evite a degradação patrimonial da instituição. Há, no entanto, que recuperar a parte restante do edifício II da antiga fábrica Ernesto Cruz para as Ciências Sociais e Humanas, no Medida: Recuperar o Edifício II da antiga Fábrica Ernesto Cruz. Pólo IV. No Pólo I, seria desejável, caso haja possibilidade de um financiamento externo adequado, adquirir e recuperar a antiga Fábrica Francisco Mendes Alçada para a Arquitectura, e fechar-se assim o ciclo de recuperação neste Pólo. Medida: Adquirir e recuperar a antiga fábrica Francisco Mendes Alçada para o curso de Arquitectura. Para além da recuperação destes edifícios, haverá que fazer obras de 20 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva adaptação, por uma questão de melhor adequação ao processo pedagógico dos cursos ministrados. Mas não basta construir, recuperar e adequar espaços físicos, há que equipá-los convenientemente para o desenvolvimento das actividades de ensino e investigação. A Medicina tem já um projecto Medida: Adequar espaços físicos às necessidades dos modelos pedagógicos. Medida: Equipar os espaços físicos para o desenvolvimento de actividades de ensino e investigação. aprovado no âmbito do QREN para continuar a equipar o seu Centro de Investigação em Ciências da Saúde. 4. GESTÃO E GOVERNO DA UNIVERSIDADE 4.1. INTRODUÇÃO As Universidades, em particular na Europa e em Portugal, estão a atravessar um período complexo de mudanças e enquadramento legislativo. O novo regime jurídico, o ECDU, o financiamento, a avaliação, a implementação do processo de Bolonha, enfim, tem havido uma grande agitação nos últimos anos. A Europa, através da Estratégia de Lisboa, lança um novo desafio de dinamismo às suas universidades. A educação e a investigação constituem os elementos fundamentais para a construção de uma nova sociedade baseada no conhecimento e na inovação. O desenvolvimento da Europa das regiões depende da exploração do potencial existente nos domínios da ciência, da investigação e da inovação, pelo que há que encorajar as suas universidades a atingir níveis de excelência. As universidades não asseguram apenas o ensino como meio essencial para o mercado do emprego, mas são portadoras de valores científicos, culturais e sociais, difíceis de medir economicamente, mas que constituem os fundamentos da prosperidade e bem-estar da sociedade, para além de assegurarem a educação humanística e o desenvolvimento do espírito crítico indispensável ao progresso de qualquer democracia. A modernização do ensino superior europeu é considerada como o meio indispensável para o sucesso económico da sociedade do conhecimento. À Universidade exige-se uma transformação rápida, mas, em Portugal, esta mudança é feita num clima de redução drástica do financiamento por parte do Estado. A autonomia é a garantia da qualidade do ensino superior. O RJIES surgiu como uma oportunidade de mudança e do reforço da autonomia que, entretanto, é cerceada por legislação avulsa, que é publicada a todo o momento, para além das restrições ao financiamento. 21 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva Mas, neste clima bastante complexo de incertezas a todos os níveis, torna-se ainda mais importante e exigente, para a sobrevivência das instituições, que elas disponham de uma governação forte e de bons instrumentos de gestão. 4.2. IMPLEMENTAÇÃO DO RJIES E DOS NOVOS ESTATUTOS Num clima social e económico extremamente complexo, compete ao Reitor, nos tempos mais próximos, se possível até ao final do ano escolar, desencadear e conduzir todos os processos que levam à implementação do novo modelo de gestão, promovendo a realização Medida: Desencadear e conduzir a implementação do novo modelo de gestão. de eleições para os diferentes órgãos, unidades e subunidades orgânicas e a publicação dos respectivos regulamentos e regimentos. Os próximos tempos levarão a alguma agitação interna, tendo que garantir, em simultâneo, que o ensino, a investigação e todas as actividades da instituição sejam assegurados com a melhor qualidade Medida: Garantir a realização de todas as actividades da instituição, assegurando a sua qualidade. possível. A articulação entre os diferentes órgãos, unidades orgânicas e serviços é fundamental, em especial entre o Conselho Geral e o Reitor. Medida: Garantir a articulação dos diferentes órgãos. As unidades orgânicas, com os novos Estatutos, ganharam competências e uma maior autonomia, prosseguindo-se com a descentralização da gestão anteriormente praticada. O facto de não haver Conselho Científico e Pedagógico ao nível da Universidade, mas sim, e apenas, ao nível das Faculdades, com competências reforçadas, pode dificultar a tarefa de coordenação e de manutenção da coesão institucional, na sua globalidade. O sistema matricial em que assenta a organização pedagógica e científica exige uma liderança forte por parte da Reitoria. Há um órgão estatutário de que o Reitor dispõe para gerir e manter a coesão. Trata-se do Senado, onde, para além de outros elementos, têm assento todos os presidentes das unidades orgânicas e que, como órgão de apoio ao Reitor, poderá contribuir significativamente para a Medida: Dar relevância ao Senado, como garante da manutenção da coesão interna. coordenação e manutenção da coesão institucional. O Reitor, no respeitante às competências próprias das unidades orgânicas, irá apoiar-se no Senado e dar-lhe a relevância que ele merece para a manutenção da coesão interna, nomeadamente no que diz respeito às linhas gerais de orientação no plano científico e pedagógico. No que diz respeito à coordenação e fomento da investigação, a UBI irá dispor do Instituto Coordenador da Investigação, na dependência Medida: Monitorizar e acompanhar a produção científica, através do Instituto 22 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva directa do Reitor, que contribuirá para a elaboração dos planos para a investigação, estabelecendo prioridades e que, simultaneamente, fará a monitorização do acompanhamento da produção científica. O financiamento do ensino e da investigação por entidades diferentes exige uma coordenação mais eficaz. O Reitor porá todo o seu empenho nesses aspectos. Coordenador da Investigação, que contribuirá para a elaboração de planos para a investigação. Medida: Coordenar eficazmente o financiamento do ensino e investigação. 4.3 GESTÃO E CONTROLO FINANCEIRO Para além das regras, auditorias, inspecções a que, por lei, estamos sujeitos, e que, como é evidente, temos de cumprir, embora por vezes o seu número seja exagerado, temos vindo a defender um sistema de controlo interno, através do desenvolvimento de ferramentas informáticas e, sobretudo, da formação adequada de quadros. Propomo-nos reforçar esta área, contando vir a recrutar um Administrador altamente qualificado. A escolha de um Medida: Recrutar um Administrador altamente qualificado. Administrador, com experiência e competência na área de gestão e coordenação é fundamental. O Conselho de Gestão deve ser concebido como uma verdadeira direcção administrativa e financeira da UBI, mas o Administrador deverá ter um papel importante na gestão e coordenação dos serviços, assim como na coordenação com os secretários das Medida: Promover a coordenação entre o Conselho de Gestão, o Administrador e as Unidades Orgânicas. unidades orgânicas. A UBI tem em avançado estado de implementação um sistema de controlo de custos totais (full-cost accounting) que iremos ter em funcionamento pleno no próximo ano. Este sistema é uma ferramenta de gestão indispensável que irá permitir um melhor Medida: Concluir a implementação do sistema de controlo de custos total. controlo de custos a todos os níveis, ensino, investigação, etc., e permitirá reduzir despesas e rentabilizar os meios disponíveis. Já temos o controlo dos custos de energia por edifício e por área, os custos de manutenção das infra-estruturas, etc. O nosso sistema matricial, ao nível do ensino, obriga-nos a determinar os tempos efectivos dos docentes, e ajustá-los às diferentes actividades Medida: Imputar os custos por área. pedagógicas, em diferentes cursos e em diferentes faculdades, de modo a fazer uma correcta imputação de custos. O Conselho de Gestão, com as competências que lhe são atribuídas pela lei e pelos Estatutos, terá de conduzir a gestão, em particular no que diz respeito à parte financeira e dos recursos humanos, com o maior rigor possível, evitando desperdícios e rentabilizando os meios disponíveis. 23 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva 4.4 FINANCIAMENTO A Reitoria da UBI terá de dedicar um esforço cada vez maior no sentido de obter os meios financeiros indispensáveis para assegurar a realização da sua missão. É de todos bem conhecido o clima económico, financeiro e social que se vive em Portugal e no mundo. No que diz respeito ao financiamento dito de funcionamento ou Orçamento de Estado transferido para as instituições de ensino superior, tem vindo a decrescer de forma drástica nos últimos anos. Este decréscimo é acompanhado, em simultâneo, com a exigência imposta às instituições de assumirem novas despesas com a Caixa Geral de Aposentações, aumentos salariais, qualificação de pessoal e evolução nas respectivas carreiras, etc. No que diz respeito à UBI, esta evolução está traduzida na publicação que, anualmente, se realiza, “UBI em Números”. O financiamento tem a ver com sustentabilidade e sobrevivência da instituição. È absolutamente necessário que o Governo defina regras e uma fórmula de financiamento adequada e que, de uma vez por todas, se elimine o clima de incerteza e instabilidade que se tem Medida: Exigir ao Governo a definição de regras e uma fórmula de financiamento. vivido nos últimos anos. Todos sabemos o contexto difícil em que vivemos, mas, por isso mesmo, devem definir-se metas exigentes e criar as condições para que se possam atingir. A celebração de um contrato-programa para assegurar um financiamento plurianual, há muito que é reivindicado Medida: Exigir ao Governo a celebração de um contratoprograma de financiamento plurianual. pela UBI e pelo CRUP e deve ter lugar, independentemente do Regime Jurídico das Instituições. O problema da desresponsabilização por parte do Estado no financiamento da UBI agravou-se ainda mais pelo facto de, nos últimos três anos, a UBI ter crescido cerca de 1000 alunos, em áreas estratégicas e custosas sob o ponto de vista da formação, como são as áreas da saúde, tendo, em simultâneo, o financiamento por aluno decrescido em cerca de 1000 euros. Ao Reitor irá competir-lhe empenhar-se ainda mais, junto da tutela, para que haja uma correcção do financiamento do Estado, e atenuar as diferenças que existem neste momento entre o financiamento por aluno em diferentes universidades. Porei todo o empenho e saber na defesa de um financiamento justo e, se possível, em alcançar uma descriminação positiva devido à Medida: Defender um financiamento adequado e justo perante a tutela. nossa localização geográfica, aliás, como é defendido no relatório da OCDE. 24 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva O financiamento da Instituição tem várias proveniências, para além do Orçamento do Estado e das famílias que suportam as propinas. Na realidade, as fontes de financiamento são diversificadas e, desde logo, o financiamento da investigação é diverso da componente ensino, se bem que seja este, na grande maioria dos casos, a assegurar a totalidade dos salários que também constituem a maior componente do financiamento da investigação. A implementação, em curso, de um sistema de contabilidade analítica vai ajudar-nos a clarificar estes componentes e a reivindicar Medida: Reivindicar orçamentos mais justos, quer para o ensino quer para a investigação. um orçamento mais justo, quer para o ensino quer para a investigação. Mas esta Universidade sempre se caracterizou, e essa continuará a ser a nossa aposta, por conseguir financiamentos alternativos e complementares provenientes de vários programas comunitários, nacionais e mesmo de entidades privadas. Grande parte do património que a UBI possui foi granjeado através de receitas próprias geradas das mais diferentes formas e provenientes do apoio dos mais variados programas. Nos tempos que vivemos é absolutamente necessário incrementar o relacionamento com as empresas e instituições, não só para pôr o saber gerado ao serviço da sociedade para a produção de riqueza, mas também para que a Universidade possa ter um retorno financeiro por essa via que lhe permita desenvolver as suas Medida: Incrementar o relacionamento com as empresas e instituições na procura de um retorno financeiro que permita desenvolver as actividades. actividades. Há, neste momento, faculdades, departamentos e serviços que geram receitas significativas. Importa incentivar tal procedimento, sem que se gere uma concorrência desleal para com as empresas, mas se estabeleça uma parceria com elas. A promoção e acompanhamento dos processos de candidatura a projectos de investigação e o acompanhamento dos processos administrativos e financeiros já se fazem através do GAAPI e da Divisão de Organização e Planeamento, na dependência do Reitor. O GAAPI e a OTIC têm desempenhado um bom papel na procura de financiamentos alternativos, no registo de patentes e na transferência de conhecimento para as empresas, que há que Medida: Valorizar o registo de patentes e obter financiamentos pela transferência de conhecimento. incentivar. O Instituto Coordenador para a Investigação, com a articulação dos gabinetes referidos, virá a ser um elemento dinamizador na geração de receitas principalmente as destinadas à Medida: Gerar receitas destinadas à investigação e seu suporte logístico. investigação e seu suporte logístico. No que diz respeito ao orçamento dito de funcionamento, as despesas de pessoal não deverão ser superiores a 80%, pois corre-se o risco de pôr em causa a qualidade do ensino e a missão da Medida: Implementar um controlo rigoroso do orçamento no que respeita a contratações. As despesas de pessoal não devem ultrapassar 80% do orçamento. 25 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva Universidade. Assim, o Orçamento do Estado transferido deve ser aumentado de forma a poder cumprir essa meta. Considerando o orçamento global, dever-se-á, naturalmente, caminhar no sentido de que o orçamento de Estado transferido seja de 50% (condição imposta para a passagem a fundação), devendo os restantes 50% ser captados a partir de fontes diversas, como já foi referido: propinas, contratos de investigação, prestação de serviços, etc. A diversificação das fontes de financiamento constitui um elemento indispensável para o equilíbrio orçamental. A nível interno deverá Medida: Diversificar as fontes de financiamento com vista ao equilíbrio orçamental. aperfeiçoar-se o modelo de distribuição do orçamento pelas faculdades. O número de alunos não pode ser o único parâmetro a considerar. Há áreas que captam receitas com maior facilidade, devendo haver solidariedade na sua distribuição interna e de acordo com os custos e benefícios. O modelo matricial da UBI, embora torne mais difícil a distribuição, com a definição dos parâmetros e do serviço que cada docente presta a uma determinada faculdade, mesmo sem a ela pertencer, é Medida: Aperfeiçoar o modelo de distribuição do orçamento pelas faculdades. possível definir valores aproximados. Há parâmetros internacionais que ajudam a tal distribuição. A responsabilização do cumprimento do orçamento atribuído a cada faculdade, centro e serviço é indispensável para uma boa gestão. A UBI deve manter a centralização dos custos gerais na administração, se bem que, através da contabilidade analítica e do sistema de full- Medida: Responsabilizar os diversos sectores pelo cumprimento do orçamento atribuído. costs, em implementação, seja possível determinar os custos reais de cada área. Esta centralização traz economia de escala e facilita a gestão. 4.5 PESSOAL DOCENTE A Universidade é fundamentalmente constituída pelos meios humanos que nela geram saber, o difundem e transferem, e por aqueles que o adquirem e se preparam para melhor exercer uma cidadania activa. A principal preocupação nos meus mandatos como Reitor foi, e continuará a ser, se for escolhido, para com os meios humanos. A primeira prioridade foi fixar um corpo docente próprio numa região inóspita do interior e qualificá-lo. O esforço efectuado pode ser observado pela evolução do número e percentagem de Doutores que constituem o corpo docente (v. “UBI em Números”). 26 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva Se bem que, em alguns departamentos, a percentagem seja superior a 90%, na generalidade é cerca de 72%, pelo que há que continuar a Medida: Aumentar a percentagem de docentes doutorados em algumas áreas. fazer esforço em algumas áreas. A avaliação da European University Association considera que a UBI tem uma situação aceitável no domínio do corpo docente (vide Relatório). De qualquer forma, temos de reconhecer e agradecer a disponibilidade e empenho do corpo docente para atingir os níveis de qualidade que foram alcançados, exigindo-lhes, por vezes, uma carga pesada: a realização de investigação e respectivas teses de doutoramento, a montagem de laboratórios, etc. Em termos de ETI, há que reivindicar a publicação de um despacho devidamente actualizado, para além de um orçamento adequado à Medida: Solicitar à tutela a publicação de um novo despacho sobre ETIs. realidade actual da UBI. A situação é distinta de faculdade para faculdade. Algumas ganharam alunos, outras perderam. É importante que haja uma flexibilização da contratação de pessoal. Em certos departamentos, os ratios estão desajustados da realidade, como na generalidade da UBI, como acabei de referir, mas o Governo tem ignorado a correcção que se impõe. Internamente, e graças ao modelo matricial da UBI e à boa vontade dos docentes, temos tentado corrigir algumas carências nas áreas emergentes, com a deslocação interna de docentes. Com o desenvolvimento das unidades de investigação, a UBI tem vindo a recrutar alguns bolseiros de doutoramento e pós- doutoramento, que, na medida do possível, devem colaborar na Medida: Recrutar bolseiros de doutoramento e pósdoutoramento que devem colaborar na docência. docência. Espera-se, para breve, a publicação de um novo ECDU. De qualquer forma, devemos prosseguir com a política de contratação de docentes doutorados, através de concurso público. Medida: Contratar exclusivamente docentes com o doutoramento concluído, através de concurso público. É igualmente desejável, em certas áreas para além da Medicina, que se contratem docentes convidados, sempre a tempo parcial, com grande experiência profissional e que permitam estabelecer laços com a sociedade e os meios profissionais. Devemos fazer um esforço no sentido de atrair bolseiros de doutoramento e pós-doutoramento para promover a investigação e enquadrá-los no ambiente universitário, de forma a que os melhores Medida: Atrair doutoramento doutoramento. bolseiros de e pós- possam, um dia, integrar a universidade. A UBI tem um corpo docente jovem, devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para lhes proporcionar uma evolução nas carreiras. Assim, devemos prosseguir com a política de abertura de Medida: Proporcionar evolução na carreira aos docentes. vagas para professores associados e catedráticos e reivindicar mapas 27 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva de pessoal adequados a este nível. A avaliação dos docentes investigadores deve ser incrementada e urge que seja publicada legislação adequada, de forma a garantir a qualidade desejada para toda a Universidade e a premiar o mérito e Medida: Incrementar a avaliação dos professores nas actividades de ensino e investigação. a dedicação à Instituição. É importante que os docentes sejam mobilizados e compreendam que, para além do serviço docente, há um conjunto de actividades e responsabilidades que devem cumprir, pelos quais deverão igualmente ser avaliados, como a investigação, sempre que possível desenvolvida no âmbito de unidades de investigação avaliadas Medida: Mobilizar os docentes no sentido do cumprimento das diversas responsabilidades. positivamente e a prestação de serviços, através de diferentes contratos com o exterior e também pela transferência de conhecimento. Os docentes devem ser responsabilizados por, atempadamente, fornecerem informações e resultados dos alunos aos Serviços Académicos. A UBI deve ter meios e institucionalizar formas de premiar e reconhecer o mérito de pessoas que lhe dedicaram a sua vida. Medida: Reconhecer e premiar o mérito. 4.6 PESSOAL NÃO DOCENTE No que respeita ao pessoal não docente, devemos prosseguir com a formação adequada às funções que desempenham, de modo a Medida: Prosseguir com as acções de formação do pessoal não docente. aumentar a sua produtividade e a qualidade da prestação do serviço. Também neste domínio a UBI terá de encontrar formas e receitas, bem como estabelecer protocolos para assegurar as unidades indispensáveis para o desempenho cabal das suas funções. Medida: Assegurar as unidades indispensáveis para o desempenho cabal das suas funções. 4.7 REESTRUTURAÇÃO DOS CENTROS E SERVIÇOS Torna-se indispensável rever e reestruturar os centros e serviços existentes e adequá-los às funções que hoje lhes são exigidas. Medida: Rever e reestruturar os centros e serviços. Nos últimos anos fizemos um esforço de dotar os serviços de uma estrutura física adequada às suas funções e que proporcionasse o melhor ambiente de trabalho possível a todos aqueles que nela 28 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva trabalham. Podemos citar o exemplo dos Serviços Administrativos, Académicos, Centro de Informática, etc. Os Serviços Administrativos estão hoje centralizados num só edifício, onde está localizado o Gabinete do Administrador, o que permite uma racionalização dos meios e uma melhor gestão. Os Serviços Académicos foram, igualmente, dotados de um espaço físico devidamente cuidado e adequado, para onde irão ser transferidos todos os seus sectores, assim como os gabinetes que têm contacto com os alunos, de modo que estes, para tratarem de qualquer assunto administrativo, se dirijam apenas a um único local. Mas, neste caso particular, não basta o espaço físico e os meios informáticos. A gestão dos Serviços Académicos terá de ser alterada e melhorada significativamente e o seu pessoal ter um melhor desempenho e atendimento para com os utentes. Medida: Promover acções de formação para o pessoal dos Serviços Académicos, no sentido da melhoria do atendimento e do desempenho. A Reitoria irá seguir com maior proximidade a qualidade dos serviços prestados. Entre outras medidas a tomar, o Vice-Reitor encarregado dos assuntos académicos passará a dispor de um gabinete dentro do espaço alocado a estes Serviços. A centralização de todos os sectores Medida: Melhorar a gestão dos Serviços Académicos, centralizando os sectores. e a permanência da Reitoria dentro dos Serviços Académicos torna-se ainda mais importante, dado que, com os novos Estatutos, deixa de haver um Conselho Científico e passará a haver um por cada Faculdade, o que exige uma coordenação mais eficaz por parte da reitoria. A melhoria da articulação entre Faculdades, departamentos e docentes é indispensável para que as informações e resultados obtidos pelos alunos possam ser processados e Medida: Promover uma coordenação mais eficaz por parte da Reitoria. divulgados atempadamente. O Centro de Informática é hoje um elemento indispensável ao bom funcionamento da instituição, pelo que há que garantir uma boa Medida: Garantir uma gestão do Centro Informática. boa de gestão enquadrada por um conselho técnico. A UBI tem um dos melhores índices de computador/aluno a nível nacional e europeu, mas com o acesso mais fácil a computadores pessoais, é cada vez mais importante que o Centro de Informática centre as suas atenções nos serviços e na qualidade dos mesmos a prestar à comunidade universitária e à instituição. Medida: Centrar as atenções do Centro de Informática nos serviços prestados à comunidade e na qualidade dos mesmos. 29 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva Os Serviços de Documentação/Biblioteca deverão continuar a merecer a nossa melhor atenção. Apesar da informação que nos chega através das tecnologias de informação e comunicação, continua a ser indispensável dispor da informação em suporte papel, pelo que continuaremos com a política de aquisição de livros e Medida: Alocar meios para a aquisição de bibliografia. revistas, tendo de alocar meios para tal. As bibliotecas de hoje devem ser verdadeiros centros de informação em que esta esteja disponível sob as diferentes formas. Os Serviços Técnicos, terminada a fase da grande expansão física da UBI, têm vindo a ser preparados para assegurar as tarefas de manutenção dos edifícios. Sempre nos pautamos por ter instalações de qualidade Medida: Traçar um plano de intervenção anual para tarefas de manutenção das instalações. e devidamente cuidadas e iremos prosseguir com essa politica, apesar das restrições financeiras. Temos vindo a reivindicar junto da Tutela que seria importante que as instituições de ensino superior dispusessem de um PIDDAC anual destinado à manutenção do Medida: Reivindicar a atribuição de um PIDDAC destinado à manutenção do património. património. Nos próximos tempos continuaremos a realizar estudos e a implementar medidas para a redução de custos de exploração. Medida: Reduzir custos com os consumos de água e energia. A UBI, graças ao aproveitamento de fontes de água no seu campus e à instalação de estações de tratamento e controlo de qualidade, é hoje praticamente independente no abastecimento de água. A instalação de equipamentos de iluminação de baixo consumo irá continuar. Estamos localizados numa região com um clima com grandes amplitudes térmicas, pelo que é fundamental continuar a investir e a Medida: Investir em energias alternativas e no isolamento térmico de edifícios. encontrar programas que nos ajudem a reduzir os custos de climatização. A instalação de painéis solares para aquecimento de água prevê-se para breve. No que respeita ao Gabinete de Relações Públicas e Imagem, a divulgação da instituição é cada vez mais importante para a captação de alunos, pessoal qualificado, meios financeiros, etc.. A qualidade da instituição deve ser a nossa bandeira. Os nossos alunos e ex-alunos são os melhores veículos para a divulgação da instituição. De qualquer forma, sabemos hoje que mais de 70% dos nossos alunos tomam conhecimento da nossa universidade através dos meios informáticos e da nossa página web. Assim, devemos continuar a cuidar cada vez melhor da informação transmitida por essa via. A actual ligação, conteúdos e imagem da nossa página são da maior importância. Estamos numa fase de 30 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva reestruturação dos meios humanos que lhes são afectos e que iremos prosseguir. O Gabinete de Relações Públicas, que tem a responsabilidade deste serviço, terá de lhe dedicar toda a atenção, para além de prosseguir com as mais variadas acções de divulgação Medida: Prosseguir com o desenvolvimento da página Web e outras actividades de divulgação. junto das escolas secundárias, organização dos dias abertos, etc. Uma instituição que trabalha com 80% de alunos deslocados tem que dedicar a máxima atenção à sua divulgação e da captação de novos alunos. O Gabinete de Programas e Relações Internacionais (GPRI) irá ser reforçado e no que concerne aos aspectos relacionados com a mobilidade dos alunos irá funcionar em conjunto com o Gabinete de Medida: Promover a celebração de protocolos de cooperação com instituições estrangeiras. Estágios e Observatório de Emprego. O GPRI deve promover o relacionamento e a celebração de protocolos de cooperação entre instituições estrangeiras. A UBI, dentro da sua politica de preservação do património urbanístico e da sua devolução a cidade, deu a maior importância à preservação da cultura e da memória da cidade em que está inserida. Como já referi, não há futuro sem passado. A UBI chamou a si a responsabilidade e tarefa da preservação da actividade e cultura milenar da Covilhã, o trabalho e a transformação da lã. O Museu de Lanifícios da UBI é, actualmente, um exemplar único que preserva não só a memória dos lanifícios, mas constitui um património extremamente importante, a começar pelas pessoas que a ele têm dedicado as suas vidas. O museu polinucleado que hoje possuímos e as realizações culturais e artísticas que leva a efeito de uma forma permanente são um dos melhores veículos para a divulgação da UBI. O número de visitantes tem vindo a aumentar, em especial o de estrangeiros, levando bem Medida: Divulgar o património, a cultura e a UBI através do Museu de Lanifícios. longe a imagem da UBI. Ao entrar em qualquer site relativo a museus em qualquer parte do mundo é possível navegar até ao Museu de lanifícios e à UBI. Por outro lado, constitui um elemento fundamental para a promoção cultural e artística dos nossos estudantes. 5. A CULTURA E A VIDA ESTUDANTIL Como já referimos, numa comunidade estudantil com 80% de alunos deslocados, 37% de alunos bolseiros, a acção social tem, necessariamente, de merecer a melhor atenção para a qualidade de vida dos jovens. Assim, o apoio ao desenvolvimento de actividades desportivas e culturais é fundamental para a formação integral de um jovem. A educação universitária, como tenho afirmado inúmeras vezes, não é constituída apenas pelo trabalho pedagógico e científico. As 31 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva actividades de carácter cultural, desportivo e de complementaridade pedagógica levadas a efeito pela Associação e seus núcleos são da maior importância para a integração dos jovens provenientes das mais diferentes regiões. A troca de experiências, o convívio e a Medida: Incentivar e apoiar a realização de actividades culturais e desportivas pela AAUBI e núcleos de estudantes. realização em comum de actividades por alunos de diferentes áreas pedagógicas é extremamente enriquecedora. Por outro lado, essas actividades abertas à sociedade promovem a divulgação da cidade da Covilhã e a integração dos estudantes na comunidade. Podemos já hoje dizer que a UBI e os seus estudantes têm vindo a transformar a Covilhã e a região em que se insere pela dinâmica das suas actividades artísticas, culturais e desportivas. A qualidade da vida académica é um dos factores que distingue as universidades mais prestigiadas em todo o mundo. A autarquia deveria dar a melhor atenção a este actividade estudantil, pois só contribui para o prestígio da cidade. Medida: Procurar o apoio da autarquia para o desenvolvimento de actividades culturais e desportivas. A “Cidade da lã e da neve”, da mono-indústria dos lanifícios é hoje uma cidade de serviços, uma cidade universitária, um oásis no imenso interior em plena desertificação. Assim, continuaremos a apoiar toda esta actividade, continuando a disponibilizar, na medida do possível, meios e espaços de estudo, para o desenvolvimento de actividades próprias dos diferentes núcleos. Dentro do possível, alargaremos horários de funcionamento de bibliotecas e acesso a meios informáticos e, em casos justificáveis, continuaremos com a política de abertura de “espaços Medida: Disponibilizar meios e espaços de estudo para o desenvolvimento das actividades dos núcleos estudantis e apoio a estudantes com necessidades especiais. 24h”. Não esqueceremos o apoio a estudantes com necessidades especiais, promovendo o acesso às instalações e a disponibilização dos apoios indispensáveis. A articulação com a Associação dos Antigos Alunos é da maior importância para o seguimento do seu percurso profissional e para que haja uma interacção com a UBI, através da transmissão da sua experiência, de forma a podermos melhorar todos os nossos Medida: Fomentar, através do GEOE, a actualização de um banco de dados que acompanhe a evolução profissional dos antigos alunos. programas. 6. PROVEDOR DO ESTUDANTE O RJIES e os novos Estatutos, no seu Artº 54, introduzem uma nova figura na vida académica, a do Provedor do Estudante. Várias vezes 32 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva me tenho pronunciado sobre a oportunidade de criação desta nova figura que, para além das competências que lhe estão atribuídas, pode contribuir imenso para a melhoria do sucesso pedagógico dos Medida: Contribuir para a melhoria do sucesso pedagógico dos alunos através do Provedor do Estudante. alunos e dos procedimentos administrativos com eles relacionados. Como já referi noutro capítulo, há que melhorar e responsabilizar os docentes e Serviços Académicos para uma melhor articulação e cumprimento dos prazos. O Provedor do Estudante pode desempenhar aqui um papel extremamente importante. Embora, Medida; Colaborar com o Provedor do Estudante na melhoria da vida estudantil e dos seus interesses. estatutariamente, o Provedor se deva articular preferencialmente com os conselhos pedagógicos, Associação Académica e Serviços de Acção Social, a minha disponibilidade será total para colaborarmos na melhoria da vida estudantil e dos seus interesses. 7. CONSOLIDAÇÃO E AFIRMAÇÃO DA UBI Após um período importante da sua existência, que teve como principais prioridades a fixação e a qualificação do corpo docente, a Medida: Entrar numa nova fase. criação de cursos nas diferentes áreas do saber, o empenho na Medida: Fomentar a introdução de novas “boas práticas”ao nível dos vários órgãos e serviços e dos seus membros. produção científica e a aprendizagem de qualidade, com a implementação de novas metodologias pedagógicas, em particular a aprendizagem centrada no aluno e por objectivos, não esquecendo a construção de infra-estruturas de qualidade para o desempenho da missão universitária, a UBI entra numa nova fase. O facto de sermos uma universidade jovem obriga-nos a ser criativos, exigentes, abertos. Julgo que, após a reflexão e o debate nos diferentes órgãos das estratégias propostas pelo Reitor e depois de escolhermos um rumo em que acreditamos, saberemos promover, com sucesso, a Instituição. Perante os factores adversos, impostos pela localização geográfica, pela conjuntura nacional e internacional, a UBI só poderá afirmar-se através de um projecto próprio, com qualidade e marcadamente Medida: Afirmar-se através de um projecto próprio que preserve o passado e se projecte no futuro. diferente, de forma a tornar-se mais atractiva. Teremos de continuar esta senda de afirmação com uma estratégia que conduza a: - Reforço da investigação científica; - Reforço dos processos de avaliação e acreditação a todos os níveis como factores indispensáveis à promoção da Qualidade, criando nomeadamente o Gabinete de Avaliação da Qualidade. A avaliação permanente dos cursos de 1º ciclo, sob o ponto de vista da frequência, do sucesso, do abandono e da qualidade do ensino, através do Gabinete de 33 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva Avaliação de Qualidade e do Gabinete de Estágios e Observatório de Emprego, deve permitir decidir sobre a manutenção ou encerramento dos cursos; - Desenvolvimento de áreas estratégicas de ensino dentro da rede nacional de ensino superior; - Consolidação do ensino no seio da investigação, dando especial importância à pósgraduação, reforçando o conceito de escolas de doutoramento e a oferta deste tipo de formação, em consórcio com outras instituições a nível nacional e internacional, visando a excelência da formação; - Aprofundamento do nosso sistema de funcionamento matricial com uma melhor articulação entre as unidades e subunidades orgânicas e abolição de quaisquer barreiras à mobilidade interna; - Modernização da gestão. Nesta sociedade em que vivemos, de mudanças extremamente rápidas e de uma grande instabilidade a todos os níveis, a UBI terá de demonstrar que é possível encontrar nela um espaço onde se cria saber, se difunde e se transfere e onde, sobretudo, se vive e criam Medida: Promover a coesão interna e o orgulho de pertencer à UBI. laços que, estou certo, todos marcarão, sobretudo os alunos que nela se formam. Que estes se sintam orgulhosos em estudar ou ter estudado na UBI, e que isso seja uma imagem de marca que os acompanhe pela vida fora. Estou consciente dos tempos difíceis que vivemos e dos que virão a seguir e que serão de enorme exigência. É imprescindível que se crie, na Universidade da Beira Interior, um bom ambiente de cooperação a todos os níveis, entre docentes, funcionários e alunos, mas, sobretudo, entre órgãos e unidades orgânicas. O apoio e a colaboração do Conselho Geral é indispensável para que o Reitor possa cumprir o seu programa e se ultrapasse a crise em que vivemos a todos os níveis, em particular a financeira. Medida: Obter o apoio e colaboração do Conselho Geral como garante do cumprimento do programa do Reitor. Agradeço a confiança e a amizade de todos aqueles que continuam a acreditar que ainda tenho muito a dar à Instituição e me motivaram a apresentar esta candidatura. Pela minha parte, a disponibilidade é total, como sempre foi ao longo de mais de três décadas, para continuar a lutar pela UBI. O sucesso desta candidatura, caso venha a ser escolhido pelo Conselho Geral, só poderá ser conseguido se todos os Ubianos, sem excepção, se empenharem neste projecto que é de todos, de forma a que possamos contribuir para a afirmação da nossa Universidade, a nível nacional e internacional. Covilhã e UBI, em 2 de Março de 2009 34 CANDIDATURA A REITOR Manuel José dos Santos Silva INDICE 1. Introdução 1 1.1 O porquê de uma candidatura no âmbito de um novo quadro jurídico 1 1.2 Contexto e evolução da Universidade da Beira Interior 2 2. Projecção no Futuro 4 3. Eixos do programa 5 3.1 Investigação 5 3.2 Ensino e formação ao longo da vida 8 3.3 A Universidade, a sociedade e a região 15 3.4 Internacionalização 17 3.5 Acção Social 18 3.6 Instalações/ Infra-Estruturas 20 4. Gestão e governo da Universidade 21 4.1. Introdução 21 4.2. Implementação do RJIES e dos novos Estatutos 22 4.3 Gestão e controlo financeiro 23 4.4 Financiamento 24 4.5 Pessoal Docente 26 4.6 Pessoal Não Docente 28 4.7 Reestruturação dos centros e serviços 28 5. A cultura e a vida estudantil 31 6. Provedor do Estudante 32 7. Consolidação e afirmação da UBI 33 35 CANDIDATURA A REITOR DA UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR MANUEL JOSÉ DOS SANTOS SILVA Curriculum Vitae Março 2009 Curriculum Vitae MANUEL JOSÉ DOS SANTOS SILVA Dados Pessoais Manuel José dos Santos Silva nasceu a 28 de Maio de 1951, na freguesia de Valhelhas, no distrito da Guarda, filho de José Lopes Silva e Maria Beatriz dos Santos Silva. É casado com Maria Teresa Oliveira dos Santos Silva e tem uma filha. Formação Académica Manuel José dos Santos Silva concluiu o Curso Geral dos Liceus, no Liceu Nacional da Guarda, em 1969, com a classificação final de dezassete valores (Diploma de Distinção). Licenciou-se em Engenharia Mecânica, pelo Instituto Superior Técnico, Lisboa, em 1975, com média de quinze valores. Fez estudos de Pós-Graduação em Engenharia Têxtil, na Escola Nacional Superior das Indústrias Têxteis de Mulhouse, Universidade de Alta Alsácia, França, de 1976 a 1978. Obteve o grau de Doutor em Engenharia Têxtil, no Instituto Universitário da Beira Interior (IUBI), em 1984, com a classificação de Aprovado com Distinção e Louvor. Prestou Provas de Agregação em Ciências da Engenharia - Engenharia Têxtil, na Universidade da Beira Interior (UBI), em 1994, tendo sido aprovado por unanimidade. Carreira Profissional Manuel José dos Santos Silva foi professor de Física e Química, no Liceu Nacional de Camões, em 1974/75. Iniciou a carreira docente, ao nível do ensino superior, em 1975, como Assistente eventual no Instituto Politécnico da Covilhã (IPC) - D.R. nº 277 de 29/11/1975. Foi Assistente no Departamento de Ciências e Tecnologia Têxteis no IPC - D.R. nº 172, a partir de 28/07/1978. Foi Professor Auxiliar do IUBI - D.R. nº 253 de 31/10/1984. Foi Professor Visitante na Clemson University, Estados Unidos da América, em 1984. 1 Em 1985, por decisão do Conselho Científico da UBI, ao abrigo do Artigo 75º do Decreto-Lei nº 448/79, foi considerado que exercia as funções equivalentes às de Professor Associado. Foi Professor Auxiliar de nomeação definitiva da UBI - D.R. nº 179, de 05/08/1989. Foi Professor Associado da UBI - D.R. nº 259 de 09/11/1990. É Professor Catedrático de nomeação definitiva da UBI, desde 1995 - D.R. nº 156, de 08/07/1995. Cargos No âmbito do IPC/IUBI/UBI Responsável pelo Departamento de Ciências e Tecnologia Têxteis do IPC e IUBI, entre 1978 e 1982. Coordenador e, posteriormente, Presidente do Departamento de Ciência e Tecnologia do Papel da UBI, entre 1983 e 1996. Representante do IUBI na Comissão Regional da Região Centro, para o lançamento de acções de Desenvolvimento da Beira Interior, em 1984. Primeiro Presidente do Conselho Pedagógico da UBI, em 1986/1987. Presidente da Comissão Organizadora do IX Encontro Nacional da Tecnicelpa, realizado na UBI em 1988. Presidente do Conselho Directivo da Unidade Científico Pedagógica de Ciências da Engenharia da UBI, de 1990 a 1996. Membro da Assembleia, do Senado e do Conselho Administrativo da UBI. Responsável pela elaboração do dossier de candidatura, implementação e execução da “ACÇÃO ORIENTADA PARA O DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO GLOBAL DA UBI”, no âmbito do Programa CIÊNCIA, que permitiu dar um salto qualitativo à UBI no domínio das infra-estruturas para a investigação, em 1990. Representante da UBI, por nomeação reitoral, no Grupo de Trabalho para a “IDENTIFICAÇÃO DE ÍNDICES E NORMAS DE ELABORAÇÃO DOS PROCESSOS EM EMPREENDIMENTOS NO ÂMBITO DO ENSINO SUPERIOR”. Coordenador dos Programas Comunitários CIÊNCIA e PEDIP, em 1990. Vice-Reitor da UBI - D.R. nº 4 de 05/01/1991 – de 1991 a 1996. Responsável pela criação, em 1991, da Unidade de Investigação e Desenvolvimento de Materiais Têxteis e Papeleiros da UBI, da qual é coordenador. 2 Representante da UBI no projecto “ESTUDO DE VIABILIDADE DA REDE DE PÓLOS DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DAS BEIRAS”, no âmbito do Programa SPRINT, em 1995. Reitor da UBI - D.R. nº 16, de 19/01/1996 -, tendo tomado posse na mesma data. Presidente do Conselho Científico da UBI, de 1996 a 2006. Coordenador e responsável pela criação de vários cursos na UBI, na área das Engenharias. Mais recentemente, em 1997/1998, organizou e propôs a criação da Licenciatura em Medicina, baseada num novo modelo pedagógico. Reeleito Reitor da UBI - D.R. nº 15, de 19/01/2000 -, tendo tomado posse em 04/02/2000. Reeleito Reitor da UBI - D.R. nº 22, de 27/01/2004 -, tendo tomado posse a 20/02/2006, cargo que ocupa actualmente. É Presidente da Fundação Nova Europa da UBI. No âmbito do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) Integrou o Grupo de Trabalho para a “Avaliação das Universidades”, tendo participado na elaboração do 1º Guião (1994). Foi Vice-Presidente do CRUP, de 2005 a 2007. É membro da Comissão Permanente do CRUP. É Conselheiro do Conselho Nacional de Educação (CNE), desde 1998, e representante do CRUP no Conselho Nacional de Acção Social do Ensino Superior (CNASES). É Presidente das Acções Integradas Luso-Espanholas. Outros Cargos Membro do Conselho de Ciência e Tecnologia da Defesa. Vogal da Comissão Técnica da Normalização Têxtil (CT4), desde 1977. Membro da equipa de coordenação geral do protocolo de cooperação entre o Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (LNETI), a UBI, a EFACEC e a Empresa de Investigação e Desenvolvimento de Electrónica, S.A.R.L. (EID), de 1984. Membro da Comissão Instaladora do Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário (CITEVE), em 1984. Presidente da Assembleia Geral da LUCAS, Empresa Fabril de Máquinas Têxteis, S.A., em 1984. 3 Presidente da Comissão Instaladora do Centro de Desenvolvimento Industrial do Interior – Guarda, em 1984/85, D.R. nº 151, de 04/07/1985. Membro do Conselho Consultivo do CITEVE. Presidente da Assembleia Geral da Adega Cooperativa da Covilhã, entre 1987 e 1996. Principal impulsionador para a Criação do Centro de Inovação Empresarial da Beira Interior (CIEBI), tendo sido nomeado pela Comissão das Comunidades Europeias como responsável pela sua instalação, em 1989. Vogal da Comissão Coordenadora de Investigação – DEFESA, da Junta nacional de Investigação Científica e Tecnológica (JNICT), D.R. nº 104, de 06/05/1992. Membro da Comissão Regional do Programa CIÊNCIA, tendo pertencido ao Grupo de Peritos do mesmo, em 1992. Coordenador do Grupo de Trabalho e responsável pela elaboração do Programa de Investigação sobre “CIÊNCIA E TECNOLOGIAS DO PAPEL E DE NOVOS MATERIAIS DE EMBALAGEM”, no âmbito do Programa PRAXIS XXI, Despacho nº 3/SECT/94. Presidente da Assembleia Geral da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Região do Fundão e Sabugal, desde 2003. Distinções Troféu “Gazeta 98” na área da Educação; Nomeado, por decreto do Primeiro-Ministro da República Francesa, em 1999, “Officier dans l’Ordre des Palmes Académiques”, pelos serviços prestados à Cultura Francesa; A “Ordem Internacional da Fraternidade Brasil Portugal” concedeu-lhe o Grau de Grã-Cruz da “Ordem do Mérito do Descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral”, em Abril de 2005. Sociedades científicas e profissionais de que é membro The Textile Institute (nº 468040). Ordem dos Engenheiros (nº 17741): Título de Engenheiro Especialista em Engenharia Têxtil, desde 1999; Membro Sénior, desde 2004; Membro Conselheiro, desde 2007. 4 Associação Portuguesa dos Engenheiros e Técnicos Têxteis. Sociedade Portuguesa de Física. Associação de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento. Tecnicelpa (nº 1- 484/E). Sociedade Portuguesa de Geografia. Prémios Científicos Prémio da Ciência e Tecnologia da Fundação Calouste Gulbenkian - 1981. Prémio da BOA ESPERANÇA - 1989. Patentes Nacionais Nº 75790: “Método e dispositivo para medir o paralelismo de fibras têxteis” Patente definitiva por despacho de 25/10/1985. Nº 75791: “Método e dispositivo para medição da pilosidade de fios têxteis” Patente definitiva por despacho de 25/10/1985. Nº 89437: “Método de medição de entropia de produtos têxteis” Publicado no Boletim Industrial de 07/11/1990. Orientação de Teses, Provas e Concursos Manuel José dos Santos Silva orientou mais de uma dezena de teses de doutoramento e mestrado, já concluídas, sobretudo na UBI. Desde 1986, fez parte de júris de provas académicas (mestrado, doutoramento e agregação) não só na UBI, mas também noutras universidades portuguesas (Universidade do Minho, Trás-os-Montes, etc.) e noutras instituições. Participou em dezenas de júris de concursos para Professor Associado ou Catedrático, tanto na UBI, como noutras Universidades portuguesas. Foi relator de vários júris para a contratação de professores estrangeiros, visitantes e convidados, no âmbito das licenciaturas em Engenharia. Actividade Científica 5 Desde o início da sua formação de pós-graduação que deu uma grande importância à investigação, com particular incidência na área dos têxteis. Coordenou e foi responsável por vários projectos, muitos deles pioneiros pela aplicação de lasers ao controlo de produtos têxteis e papeleiros, avaliados e financiados por várias agências nacionais e mesmo com participação internacional. O trabalho de investigação, para além da realização de vários protótipos e registo de patentes (vide supra), conduziu a várias publicações científicas a nível nacional e internacional em revistas com referees (vide infra). A participação, com comunicações científicas, em congressos a nível nacional e internacional é também bastante vasta (vide infra). Actividade Técnico-científica Colaboração na criação de Normas Nacionais, desde 1977, no âmbito da Comissão Técnica da Normalização Têxtil (CT4). Concepção e construção de um aparelho para medida do paralelismo de fibras – “PARALELITEX”. Concepção e construção de um aparelho para medida da pilosidade de fios – “PILOSITEX”. Colaboração nos projectos de investigação que fazem parte do contrato celebrado entre o IUBI, a Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios, o Instituto dos Têxteis e o LNETI: “Aplicação de Lasers no controlo de qualidade de parâmetros têxteis” e “Medida de consumos energéticos na Indústria Têxtil”. Concepção e desenvolvimento de sistemas informáticos para a gestão da tecelagem –“TEXDATA”, fiação –“FILDATA” e confecções, em colaboração com a EID. Colaboração na concepção e desenvolvimento de um sistema para medição do volume de madeiras à entrada das celuloses, através de técnicas de processamento de imagem. Projecto “TOROS” (LNETI/PORTUCEL/UBI). Montagem das Oficinas e Laboratórios Têxteis do IUBI, relacionados com as tecnologias de Fiação, Tecelagem, Malhas e Controlo de Qualidade. Montagem das Oficinas Gerais de Mecânica do IUBI. Montagem das Oficinas e Laboratórios de Engenharia do Papel da UBI. Desenvolvimento de um ROBOT DE CORTE DE TECIDOS POR LASER (iniciativa EUREKA), no âmbito do protocolo de cooperação entre o LNETI, a UBI, a EFACEC e a EID - Despacho Reitoral nº 11, de 09/06/1984. 6 Participação no desenvolvimento de um sistema informático de GERAÇÃO DE PADRÕES DE TECIDOS, em colaboração com a EID. Participação no desenvolvimento do TEAR LUCAS, (Contrato de Desenvolvimento Industrial LNETI / LUCAS). Consultadoria técnica a empresas, essencialmente na área têxtil. Elaboração de projectos de reestruturação de empresas com especial incidência na área têxtil. Concepção e desenvolvimento de um sistema de processamento de análise de imagem para controlo de qualidade de materiais têxteis e papeleiros. Concepção e desenvolvimento de um sistema de medida do factor de formação do papel pela entropia da informação. Actividade Pedagógica Para além de ter sido Professor de Física e Química, no Liceu Nacional de Camões, a sua actividade pedagógica, ao nível do ensino Superior, iniciou-se no IPC, em 1975, e prosseguiu nas instituições a que deu origem, IUBI e UBI, em que regeu os cursos de: Desenho Técnico, Tecnologias de Fiação I, II, III, Tecelagem I e II e Malhas. Orientou e foi responsável por estágios e projectos nas áreas do Têxtil e do Papel. Publicações As publicações de Manuel José dos Santos Silva são constituídas, na sua maior parte, por artigos de investigação e desenvolvimento em áreas científicas, dos têxteis ao papel, destacando-se as seguintes, publicadas em revistas internacionais com referee: M. Santos Silva, F. Carvalho Rodrigues A. M. Martins, R. A. Schutz, C. M. Passos Morgado, “Méthode de Mesure et Analyse de l’Évolution du Parallélisme de Fibres dans les Rubans de Peigné”,. Bulletin Scientifique de l'Institut Textile de France, Vol. 10, nº 38, Maio de 1981. M. Santos Silva, F. Carvalho Rodrigues, R. A. Schutz, M. Barros, “Novos métodos de Controlo de Qualidade em Têxteis”, Prémio de Ciência e Tecnologia da Fundação Calouste Gulbenkian, 1982. F. Carvalho Rodrigues, M. Santos Silva, C. M. Passos Morgado, “The Configuration of the Textile Yarn in the Frequency Space. A Method of Measurement of Hairiness”, Journal of the Textile Institute, Vol.74, nº 4 Jul/Ago, 1983. 7 M. Santos Silva, F. Carvalho Rodrigues, “Application of Laser for Measuring Fiber Orientation”, New Technologies and Developments in I. Textiles, The Proceedings of the Textile Institute 1988 Annual World Conference, 10 a 13 de Julho de 1988, Sydney - Austrália. M. Santos Silva, Fernando D. Carvalho, F. Carvalho Rodrigues, Ana M. R. Gonçalves, “Measuring Timber Truck Loads with Image Processing in Paper Mills”, Proceedings of SPIE / SPSE Symposium on Electronic Imaging, 15 a 20 de Janeiro 1989, Los Angeles, USA. F. Carvalho Rodrigues, F. Carvalho, J. Pinto Peixoto, M. Santos Silva, “Judging the Effectiveness of Wool Combing by the Entropy of the Images of Wool Slivers”, Optics, Electro-Optics and Laser Applications in Science and Engineering, 15 a 20 de Janeiro 1989, Los Angeles - USA . F. Carvalho Rodrigues, Fernando D. Carvalho, M. Santos Silva, “The Hidden Parameter in the Textile Processes: Informational Entropy”, J. Textile Institute - vol.80, nº4, 1989. Pinto Peixoto, F. Carvalho Rodrigues, Fernando D. Carvalho, M. Santos Silva, “Entropia da Informação dos Sistemas – Uma Nova Ciência e Uma Nova Tecnologia”, J, PRÉMIO DA BOA ESPERANÇA, 1989. Fernando D. Carvalho, F. Carvalho Rodrigues, J. Pinto Peixoto, M. Santos Silva, “Zero Entropy Reference Images”, Optical Engineering, 1989. F. Carvalho Rodrigues, Fernando D. Carvalho, J. Pinto Peixoto, M. Santos Silva, J. Silvestre “Application of Information Entropy to Defect Characterization in Leather”, Journal of the Society of Leather Technologists and Chemist, vol.75 (10), 1989. F. Carvalho Rodrigues, Fernando D. Carvalho, M. Santos Silva, J. Pinto Peixoto, “Measurement of Randomness in Fiber Distribution in Paper Using Computer Vision”, TAPPI Journal - vol.73, (12) Dezembro, 1990. Gaiolas, C.; Costa, A. P.; Silva, M. S.; Belgacem, M. N., “Adsorption of cationic starch on typical furnishes used in Portuguese papermaking industry”, Appita Journal, 52(2), 112-115, 2004. Gaiolas, C.; Mendes, P.; Silva, M. S.; Costa, A. P.; Belgacem, M. N., “The Role of Cationic Starch in Carbonate-Filled Papers”, Appita Journal, 58(4), 282-287, 2005. Gaiolas, C.; Costa, A.P.; Nunes, M.; Silva, M.J.S.; Belgacem, M. N., “Influence of Combined Use of Cationic Starch and Cationic Polyacrylamide on the Quality of Printing Paper”, Tappi Journal 5(6), 3-8, 2006. Gaiolas C.; Costa A. P.; Santos Silva M.; Belgacem M. N., “Influence of cationic starch addition on printing grade paper formation, Cellulose Chem. Technol., 40 (9-10), 783-790, 2006. Miguel, Rui; Lucas, José; Carvalho, Lurdes; Silva, Manuel Santos; Manich, Albert; “Garment Abrasion Strength Evaluation: A Comparative Methods Study”, International Journal of Clothing Science and Technology , Vol. 19 Nº ¾, pp. 194-203, Emerald Group Publishing Limited, 2007; 8 Gaiolas, C.; Costa, A.P.; Nunes, M.; Silva, M.J.S.; Belgacem, M. N. “Cold-plasma assisted grafting of paper”, Proceedings of IVth International Conference on Times of Polymers (TOP) and Composites, volume 1042 p. 315-317, Ischia, Itália, Setembro 2008. Gaiolas, C., Costa, A.P., Nunes, M.; Silva, M.J.S., Belgacem, M. N., “Grafting of paper by silane coupling agents using cold-plasma discharges”, Plasma Processes and Polymers, 5, 444-452, 2008. Silva, M.J.S., “The University of Beira Interior and the preservation of industrial heritage in Covilhã / L’Université de Beira Interior et la préservation du patrimoine industriel de Covilhã”, Patrimoine de l’industrie: resources, pratiques, cultures / Industrial Patrimony: resources, practices, cultures, no. 20, T.I.C.C.I.H. The International Committee for the Conservation of Industrial Heritage, Koinetwork e.g.e.i. Agency for the internationalization of cultures and enterprises in partnership with I.C.O.M.O.S. International Council for Monuments and Sites, 2008/2. Gaiolas, C., Belgacem, M. N., Silva, L.; Thielemans, W.; Costa, A.P.; Nunes, M., Silva, M.J.S., “Green chemicals and process to graft cellulose fibers”, Journal of Colloid and Interface Science, 330, 298302, 2009. Participação em Conferências e Seminários Foi orador em várias dezenas de conferências nacionais e internacionais, em ciência e tecnologia. Com especial incidência a partir de 1996, as suas intervenções focam temas de gestão universitária e educação, tais como: Santos Silva M., “A cultura de Avaliação e os novos Modelos de Ensino”, Congresso 2002, Ordem dos Engenheiros, Coimbra, Junho de 2002. Santos Silva M., “O Ensino da Medicina – de Hipócrates à Actualidade”, Oração de Sapiência, Boletim Informativo, Ordem dos Médicos – Juramento de Hipócrates, Coimbra, Março/Abril de 2008. Livros e Teses “MEDIDA DO PARALELISMO DE FIBRAS - INDICE DE EFICIÊNCIA DE UMA MÁQUINA”, Dissertação apresentada no IUBI em 31/03/1984, para obtenção do grau de Doutor. “A PILOSIDADE” Prova complementar das provas de Doutoramento, IUBI, 31/03/1984. “MANUAL DE FIAÇÃO - A FIAÇÃO DA LÃ, FIBRAS LONGAS E OPERAÇÕES COMPLEMENTARES DE FIAÇÃO”. M. Santos Silva, Covilhã e UBI, 1990. Silva, M. J. Santos; Duarte, Ana Paula; Simões, Rogério; Belgacem, Naceur; Silvy, Jacques; “MATERIAIS DOIS MIL” – “O Papel”, capítulo 8, Materiais Porosos e Celulares, (451/461), editora IST Press, 2002. 9 Projectos de Investigação Enumeram-se, a seguir, alguns dos muitos projectos de investigação coordenados por Manuel José dos Santos Silva: PRAXIS XXI – 3/3.2/ Papel/ 2312/95 – O Factor de Formação da Folha e da Qualidade do Papel (25 Julho 1997-24 Julho 2000). PRAXIS XXI – 1/1.1/ Papel/ 1678/95 – Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia do Papel (18 Abril 1997-17 Abril 2000). PRAXIS XXI – 3/3.2/ Papel/ 2325/95 – Produção de Pasta para Aplicações Especiais a partir de Pinho Nacional (22 Abril 1997- 30 Junho 2000). Participação em Feiras Industriais Os modelos e protótipos desenvolvidos e patenteados no âmbito da actividade científica desenvolvida por Manuel José dos Santos Silva foram apresentados em inúmeras feiras tecnológicas, em Portugal e no estrangeiro, entre 1979 e 1991. 10