GUSTAVO RODRIGUEZ THAMIRES TELES LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO JOSIMAR ALMEIDA PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA GUSTAVO RODRIGUEZ THAMIRES TELES LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO JOSIMAR ALMEIDA PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA GUSTAVO RODRIGUEZ THAMIRES TELES LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO JOSIMAR ALMEIDA PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA PRIMEIRA EDIÇÃO REDE SIRIUS RIO DE JANEIRO 2014 PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA REITOR RICARDO VIEIRALVES DE CASTRO VICE-REITOR PAULO ROBERTO VOLPATO DIAS SUB-REITORA DE GRADUAÇÃO – SR1 LENÁ MEDEIROS DE MENEZES SUB-REITORA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA – SR2 MONICA DA COSTA PEREIRA LAVALLE HEILBRON SUB-REITORA DE EXTENSÃO E CULTURA – SR3 REGINA LÚCIA MONTEIRO HENRIQUES DIRETORA DA REDE SIRIUS DE BIBLIOTECAS DA UERJ ROSANGELA AGUIAR SALLES FINANCIAMENTO FAPERJ NORMAS E APOIO TÉCNICO ELIR FERRARI (REDE SIRIUS) EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO TAINÁ PELLEGRINO MARTINS (UERJ) 4 CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC-A P964 Produção mais limpa: estudo de caso Plataforma Offshore Piranema / Gustavo Rodriguez Araújo; Thamires Henrique Teles da Silva; Lidiane Silva Machado; Josimar Ribeiro de Almeida - 1. ed. - Rio de Janeiro: Rede Sirius; OUERJ, 2014. 61 p. : il. ISBN 978-85-88769-72-4 (E-Book) 1. Resíduos Industriais. 2. Gestão Ambiental. 3. Indústria Petrolífera. I. Título. CDU 504.06 Observatório Urbano Estado do Rio de Janeiro Rua São Francisco Xavier, 524, 3° andar, Bloco E, Sala 3.034 Maracanã - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil Telefone: (21) 2334-1034 PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA CONSELHO EDITORIAL DA BIBLIOTECA OUERJ JOSIMAR RIBEIRO DE ALMEIDA (UERJ) RACHID SAAB (UERJ) FERNANDO RODRIGUES ALTINO (UERJ) JÚLIO NICHIOKA (UERJ) OSCÁR ROCHA BARBOSA (UERJ) THEREZA CAMELLO (UERJ) CONSELHO EXECUTIVO CARLOS EDUARDO SILVA (ESS) JACKELINE BAHE (ETFCS) PIERRE MORLIN (PETROBRAS) MANOEL RODRIGUES (UNICAMP) NILO KOSCHEK (INPA) RICARDO FONTENELE (AMX) GUSTAVO AVEIRO LINS (CEDERJ) CONSELHO CONSULTIVO AFONSO AQUINO (USP) ANA SILVIA SANTOS (UFJF) CARLA MADUREIRA (UFRJ) CÉSAR HONORATO (UFF) CLÁUDIO IVANOFF (UERJ) ELCIO CASIMIRO (UFES) FLÁVIA SCHENATTO (CNEN) GUIDO FEROLLA (FGV) EDUARDO FELGA (UFPR) LAÍS ALENCAR DE AGUIAR (CNEN) LUIZ GONZAGA COSTA (UFRUPA) MESSIAS SILVA (USP) NEDDA MIZUGUCHI (UFRURJ) NIVAR GOBBI (UNESP) PAULO SÉRGIO SOARES (CETEM) PAULI GARCIA ALMADA (UFF) RICARDO FERMAM (INMETRO) ROBERTO CARVALHO (UNESP) ROBERTO DE XEREZ (UFRURJ) 6 GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 7 APRESENTAÇÃO A Biblioteca do Observatório Urbano Estado do Rio de Janeiro (OUERJ) é composta por diversos volumes em diferentes áreas temáticas. Representa o trabalho de Pesquisa, Magistério, Consultoria, Extensão e Auditoria de inúmeros profissionais de diversas instituições nacionais e extra-nacionais. O objetivo da biblioteca do OUERJ é ser útil como instrumentação e base epistemológica dos Graduandos, Pós-graduandos e profissionais das áreas pertinentes aos temas publicados. Por ser um material didático publico poderá ter uso público especialmente para treinamento, formação acadêmica e extensionista de alunos e profissionais. Evidentemente que cada caso da biblioteca do OUERJ deve ser encarado dentro de um contexto a que foi inicialmente proposto. Especialmente devem-se levar em conta as limitações vigentes do estado d’arte, das circunstancias e da finalidade inicial a que foi proposta. As derivações e extrapolações podem ser adotadas desde que não se deixe de vislumbrar sempre, estes limites de escopo inicial que norteou estes trabalhos. Nós do OUERJ agradecemos especialmente aos autores, a todos os profissionais que compõem os Conselhos Editoriais, Executivos e Consultivos do OUERJ. Agradecimento especial à Rede Sirius e à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UERJ que possibilita esta publicação. Diretoria do OUERJ PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 8 SUMÁRIO 1. PRODUÇÃO MAIS LIMPA 1.1. PMAISL X TÉCNICAS DE FIM DE TUBO 1.2. OBJETIVOS DA PMAISL 1.3. VANTAGENS E BENEFÍCIOS DA PMAISL 2. METODOLOGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA 2.1. PROGRAMA PMAISL - UNEP 2.2. PROGRAMA PMAISL - CEBDS 2.3. PROGRAMA DE PMAISL – CNTL 2.4. COMPARAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS DE PMAISL 3. ESTUDOS DE CASO DE REDUÇÃO NA GERAÇÃO DE RESÍDUOS NO MEIO INDUSTRIAL 3.1. REDUÇÃO NO CONSUMO DE TINTA PELA ALTERAÇÃO DA PRESSÃO DO AR DA PISTOLA 3.2. REDUÇÃO DO CONSUMO DE GÁS NA SOLDA NA INDÚSTRIA METAL-MECÂNICA 3.3. APLICAÇÃO DE PMAISL NA EMPRESACHINESA DE INDÚSTRIA QUÍMICA YANPING CHEMICAL COMPANY LIMITED 3.4. APLICAÇÃO DE PMAISL EM EMPRESA DE REVESTIMENTOS CERÂMICO DA FILIPINAS PUYAT VINYL PRODUCTS INC. 4. ESTUDO DE CASO: PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 4.1. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO PROCESSO E SELEÇÃO DO FOCO DA AVALIAÇÃO 4.2. QUANTIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DAS CAUSAS DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS E OPORTUNIDADES 4.3. AVALIAÇÃO TÉCNICA, ECONÔMICA E AMBIENTAL E SELEÇÃO DE OPORTUNIDADES VIÁVEIS 5.DIAGNÓSTICO 5.1. SENSIBILIZAÇÃO E FORMAÇÃO DO ECOTIME 5.2. QUANTIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DAS CAUSAS DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS E OPORTUNIDADES 5.3. AVALIAÇÃO TÉCNICA E AMBIENTAL E SELEÇÃO DE OPORTUNIDADES VIÁVEIS REFERÊNCIAS 9 18 19 20 25 26 27 28 35 36 37 37 38 39 40 43 44 44 45 46 47 49 52 CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 1 PRODUÇÃO MAIS LIMPA PRODUÇÃO MAIS LIMPA PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 10 A dificuldade em compatibilizar o crescimento econômico-social com a proteção ao meio ambiente vem despertando a atenção dos Brasileiros e se tornando motivo de preocupação internacional. A degradação da qualidade ambiental provocada pelo desenvolvimento econômico descontrolado resulta em um maior consumo de matérias-primas, as quais são extraídas do próprio planeta, favorecendo, assim, a escassez destes recursos. Este contexto deu ensejo ao termo “desenvolvimento sustentável”, cujo conceito prevê que os recursos naturais renováveis sejam utilizados de forma tal que não limitem sua disponibilidade para as futuras gerações. Portanto, o referido termo surgiu quando se percebeu que a degradação ambiental está intimamente relacionada com a queda na qualidade de vida. A indústria de petróleo é considerada uma das principais vilãs do aquecimento global e da devastação ambiental que se abateu sobre o planeta no último século, ocorre, entretanto, que existe uma grande dependência devido ao seu extraordinário e ímpar potencial energético e industrial. Como se sabe, o petróleo é, nos dias atuais, indispensável na sociedade de consumo, uma vez que há uma grande quantidade de produtos industrializados que contêm essa matéria-prima ou, ainda, que são produzidos diretamente por ela e seus derivados. Devido ao seu alto consumo, é cada vez mais intensa a preocupação da sociedade e dos órgãos ambientais com os impactos que a indústria do petróleo causa no meio ambiente e, consequentemente, na qualidade de vida dos seres humanos. Dessa forma, as empresas petrolíferas estão buscando executar GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 11 todo o processo, desde a extração até sua distribuição, de uma maneira mais sustentável, gerando, assim, menos impactos ao meio ambiente como também um menor custo de operação. Durante muitos anos, os resíduos industriais eram tratados somente ao fim do processo (as chamadas “Tecnologias de Fim de Tubo”), até que algumas empresas começaram a perceber que o custo para tratar seus resíduos aumentava na mesma proporção do crescimento da produção. A partir de tal constatação, surgiram as implantações de programas de “Prevenção à Poluição” (P2), onde se pode destacar a “Produção mais Limpa” (PmaisL), a qual apresenta oportunidades de tornar os processos produtivos das empresas mais eficientes e menos prejudiciais ao meio ambiente, além de propiciar a redução nos custos de produção. A avaliação dos processos e instalações industriais, utilizando os critérios da PmaisL, pode identificar perdas e ineficiências a serem corrigidas na fonte, de forma a evitar que se transformem em impactos ambientais. Isto significa corrigir o próprio processo de produção (PORTER E VAN DER LINDE 1995; KIPERSTOCK 1999). No Brasil, o segmento de Exploração e Produção de petróleo e Gás é representado pela Petróleo Brasileiro S.A – Petrobras, que possui unidades de operação por todo país. No estado de Sergipe sua unidade é a UO-SEAL, Unidade de Operação Sergipe Alagoas, a qual vem enfrentando novos desafios desde a descoberta de petróleo em terras sergipanas, no ano 1959, a Petrobras tem contribuído fortemente com a economia dos dois Estados. PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 12 No ano de 2002 foi descoberto na costa sergipana, o Campo Marítimo denominado Piranema, o qual entrou em produção em 2007, inaugurando a produção de petróleo em águas profundas no nordeste brasileiro. Nele foi instalada a primeira plataforma cilíndrica do mundo, a qual recebeu o mesmo nome do campo, com características semelhantes às de Floating Production Storage and Offloading - FPSO (embarcação que produz, processa, armazena e exporta o óleo). Esta unidade faz lembrar um navio, só que com geometria de cascalho cilíndrico, não-navegável que tem capacidade de produzir 30 mil barris/dia de óleo e 3,6 milhões m³/dia de gás. Por se tratar de uma atividade industrial em águas profundas, distante da costa, os custos envolvidos com o manejo dos resíduos sólidos até seu desembarque através de rebocadores são altíssimos, além de constituírem risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente, quer pelo volume de resíduos gerados, quer pela toxidade dos mesmos e pela própria especificidade da atividade que ocorre em alto-mar, onde qualquer falta de controle poderia provocar impactos catastróficos ao meio ambiente. Dentro deste contexto, técnicas da metodologia de PmaisL se apresenta como uma ferramenta interessante a ser implementada em processos produtivos da Plataforma Piranema, visando a racionalização do consumo de insumos e da geração de resíduos. O presente trabalho abordará, inicialmente, os objetivos gerais e específicos. Após, será apresentada uma ampla revisão literária, abordando temas relevantes acerca do assunto tratado. Em seguida, constará a metodologia e GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 13 posteriormente, serão abordados os resultados e discussões que contemplarão os fluxogramas do processo produtivo indicando os insumos e resíduos gerados e trazendo um cenário de oportunidades de melhorias dos processos utilizados, bem como a medida proposta. Por fim, serão apresentadas as conclusões finais e as referências bibliográficas empregadas. As tecnologias limpas ou mesmo as técnicas voltadas para Produção mais Limpa tiveram impulso a partir do conceito de desenvolvimento sustentável, após a realização da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – United Nations Conference on Environmentand Development – UNCED, (CONFERÊNCIA RIO 92). A agenda 21, documento lançado nesta conferência, introduziu os métodos de PmaisL e em 1994, a UNIDO – Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial – e a UNEP – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – criaram um programa voltado para a preservação ambiental. Este prevê a instalação de vários Centros de Produção mais Limpa em países em desenvolvimento, formando uma rede de informação de PmaisL. Para implementar o programa e promover sua aplicação nas empresas e países em desenvolvimento, existem cerca de 31 Programas Nacionais (NCPPs) e Centros Nacionais (NCPCs) de Produção Mais Limpa. Os Centros são assessorados, do ponto de vista técnico, pelas instituições contraparte: universidades, centros de pesquisa, fundações tecnológicas PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 14 internacionais. No Brasil é o Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI (CNTL). A partir desse novo paradigma, a poluição ambiental passa a ser sinônimo de desperdício nas empresas responsáveis, e seus processos passam por mudanças que buscam diminuir o consumo de água, energia e matérias-primas. UNEP (1996) define PmaisL como: “A contínua aplicação de uma estratégia ambiental preventiva integrada aos processos e produtos para reduzir riscos aos seres humanos e ao meio ambiente. Para os processos de produção, a Produção Mais Limpa inclui a conservação de matéria-prima e energia, eliminação de matérias-primas tóxicas, e redução na quantidade e toxicidade de todas as emissões e resíduos antes deles deixarem o processo. Para os produtos, a estratégia foca na redução de impactos ao longo de todo ciclo de vida do produto, da extração da matéria-prima à última disposição do produto.” (UNEP, 1996). Outro conceito de PmaisL, segundo Fernandes et al (2001) é: “A aplicação contínua de uma estratégia econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água e energia, através da não-geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados em um processo produtivo. Produção Mais Limpa também pode ser chamada de Prevenção da Poluição, já que as técnicas utilizadas são basicamente as mesmas”. (FERNANDES et. al., 2001) GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 15 De acordo com o Centro Nacional de Tecnologias Limpas – CNTL: “A Produção mais Limpa é a aplicação de uma estratégia técnica, econômica e ambiental integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água e energia, através da não geração, minimização ou reciclagem dos resíduos e emissões geradas, com benefícios ambientais, de saúde ocupacional e econômica.” (CNTL-SENAI, 2003, p. 10) Segundo Kind (2005) apud Henriques & Quelhas (2007), tecnologia de Produção Mais Limpa é um exemplo de como os recursos naturais podem ser utilizados em prol do desenvolvimento sustentável. Diminuir os desperdícios implica em maior eficiência no processo industrial e menores investimentos para soluções de problemas ambientais. Produção Mais Limpa é vista entre os especialistas como uma forma moderna de tratar as questões de meio ambiente nos processos industriais. Dentro desta metodologia pergunta-se “onde estão sendo gerados os resíduos?” e não mais somente “o que fazer com os resíduos gerados?”. Dessa forma, evita-se o desperdício, tornando o processo mais eficiente. Segundo Furtado (2001), a Produção mais Limpa baseia-se em quatro princípios básicos que buscam nortear os rumos para uma produção considerada “limpa”, são eles: PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 16 • Princípio da precaução: tem como objetivo evitar doenças irreversíveis para os trabalhadores e danos irreparáveis para o planeta. A abordagem precatória não ignora a ciência, mas estabelece que o processo, produto ou material seja usado, desde que haja indícios que não cause danos ao homem ou ao ambiente. O princípio da precaução, também, estabelece que outros elementos da decisão pública devem opinar e não apenas os cientistas, pelo fato da produção industrial ter impacto social; • Princípio da prevenção: consiste em substituir o controle de poluição pela prevenção da geração de resíduos na fonte, evitando a geração de emissões perigosas para o ambiente e o homem, ao invés de remediar os efeitos de tais emissões; • Princípio do controle democrático: pressupõe o acesso a informação sobre questões que dizem respeito à segurança e uso de processos e produtos, para todas as partes interessadas, inclusive as emissões e registros de poluentes, planos de redução de uso de produtos tóxicos e dados sobre componentes perigosos de produtos; • Princípio da integração: visão holística do sistema de produção de bens e serviços, com o uso de ferramentas como a Avaliação do Ciclo-de-Vida do produto (ACV). GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 17 Valle (1995) afirma que, com a adoção de tecnologias limpas, os processos produtivos utilizados na empresa devem passar por uma reavaliação e podem sofrer modificações que resultem em: 1.Eliminação do uso de matérias-primas e de insumos que contenham substâncias perigosas; 2.Otimização das reações químicas, tendo como resultado a minimização do uso de matérias-primas e redução, no possível, da geração de resíduos; 3.Segregação, na origem, dos resíduos perigosos e não perigosos; 4.Eliminação de vazamentos e perdas no processo; 5.Promoção e estimulo ao reaproveitamento e a reciclagem interna; 6.Integração do processo produtivo em um ciclo que também inclua as alternativas para a destruição dos resíduos e a maximização futura do reaproveitamento dos produtos. PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 18 PMAISL X TÉCNICAS DE FIM DE TUBO A diferença básica entre PmaisL e técnicas de fim de tubo é que o primeiro enfoca sempre no lado preventivo, ou seja, minimizar e/ou reutilizar insumos usados no processo, já o segundo enfoca na resolução de problemas já gerados no final do processo. TÉCNICAS DE FIM DE TUBO PRODUÇÃO MAIS LIMPA Pretende reação Pretende ação Os resíduos, os efluentes e as emisPrevenção da geração de resíduos, sões são controlados através de efluentes e emissões na fonte equipamentos de tratamento Proteção ambiental é um assunto para especialistas competentes A proteção ambiental atua depois do desenvolvimento dos processos e produtos Os problemas ambientais são resolvidos a partir de um ponto de vista tecnológico. Proteção ambiental é tarefa para todos A proteção ambiental atua como uma parte integrante do design do produto e da engenharia de processo Os problemas ambientais são resolvidos em todos os níveis e em todos os campos Não tem a preocupação com o uso Uso eficiente de matérias-primas, eficiente de matérias-primas, água água e energia e energia. Leva a custos adicionais Ajuda a reduzir custos Quadro 1. Comparações técnicas de fim de tubo x PmaisL GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 19 OBJETIVOS DA PMAISL De maneira geral, os objetivos da adoção da Produção mais Limpa visam aumentar a vantagem econômica e competitiva da empresa; racionalizar o uso de insumos; reduzir os desperdícios; minimizar a geração de resíduos, diminuindo os impactos ambientais; aumentar a competitividade, atualizando a empresa de acordo com as exigências do mercado; adequar os processos e produtos em conformidade com a legislação ambiental; melhoria na eficiência do processo e na qualidade do produto, assim contribuindo para a inovação industrial e a competitividade; documentar e manter os resultados obtidos; promover e manter a boa imagem da empresa, divulgando a eco eficiência da produção e a qualidade dos produtos oferecidos. PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 20 VANTAGENS E BENEFÍCIOS DA PMAISL De acordo com o SENAI (2003), o programa de Produção mais Limpa traz para as empresas vantagens ambientais, com a eliminação de resíduos, no controle da poluição, no uso racional de energia, na melhoria da saúde e segurança do trabalho, com produtos e embalagens ambientalmente adequadas, e vantagens econômicas, com a redução permanente de custos totais através do uso eficiente de matérias-primas, água e energia. Para a CNTL, o programa de PmaisL traz para as empresas benefícios ambientais e econômicos, os quais resultam na eficiência global do processo produtivo através da eliminação dos desperdícios; minimização ou eliminação de matérias-primas e outros insumos impactantes para o meio ambiente; redução dos resíduos e emissões; redução dos custos de gerenciamento dos resíduos; minimização dos passivos ambientais; incremento na saúde e segurança no trabalho. Além disso, também contribui para melhor imagem da empresa; aumento da produtividade; conscientização ambiental dos funcionários; redução de gastos com multas e outras penalidades. Segundo Almeida e Giannetti (2006), a eco eficiência “é uma filosofia pró-ativa, reconhecida pelos setores industriais e que pode trazer vantagens competitivas”. GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 21 A UNEP (2008) mostra diversos obstáculos para a implementação de PmaisL tais como os fatores culturais e regionais; a ausência de capacitação devido à resistência à mudanças; a falta de inclusão da PmaisL nos cursos de graduação; a dificuldade de estabelecer parcerias de empresas privadas em redes de PmaisL. Segundo Moura (2005), além de suas vantagens, vale ressaltar que existem algumas barreiras para a prática da Produção Mais Limpa. Os maiores obstáculos ocorrem em função da resistência à mudança; da concepção errônea (falta de informação sobre a técnica e a importância dada ao ambiente natural); a não existência de políticas nacionais que deem suporte às atividades de produção mais limpa; barreiras econômicas (alocação incorreta dos custos ambientais e investimentos) e barreiras técnicas (novas tecnologias) (MOURA ET AL, 2005). Rossi e Barata (2009) citam várias barreiras ou dificuldades para a implementação da PmaisL: “Barreiras relacionadas com política: carência de regulação ambiental, falta de incentivo econômico e inadequada auto-regulação industrial. Barreiras relacionadas com mercado: falta de demanda por eco eficiência, pequena pressão e conscientização pública. Barreiras financeiras e econômicas: elevado custo de capital inicial, dificuldade de acesso a financiamento, fraco desempenho financeiro, ausência de avaliações em P+L e oferta de financiamento. Barreiras de informação e técnicas: limitada capacitação e especialização, acesso a apoio técnico externo, informações em P+L, PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 22 infraestrutura adicional e treinamento técnico no local de trabalho. Barreiras gerenciais e organizacionais: prioridade no aumento de produção, preocupação com competitividade, resistência de gestores, falta consciência sobre benefícios e capacidade gerencial inadequada”.(Rossi e Barata 2009) De acordo com estudos, o seguinte quadro foi elaborado citando as principais barreiras à implementação da PmaisL de acordo com algumas classificações. GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 23 CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA SISTÊMICA ORGANIZACIONAL DESCRIÇÃO DAS BARREIRAS • Indisponibilidade de fundos e custos elevados desses; • Falta de política com relação aos preços dos recursos naturais; • Não-incorporação dos custos ambientais nas análises de investimento; • Planejamento inadequado dos investimentos; • Falta de incentivos fiscais relativos ao desempenho ambiental. • Carência ou falha na documentação ambiental; • Sistema de gerenciamento inadequado ou ineficiente; • Falta de treinamento dos funcionários. • Falta de envolvimento dos funcionários; • Excessiva ênfase na quantidade de produção em detrimento da minimização dos problemas ambientais; • Concentração das tomadas de decisão nas mãos de alta direção; • Alta rotatividade dos técnicos; • Ausência de motivação dos funcionários PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA TÉCNICA COMPORTAMENTAL GOVERNAMENTAL OUTRAS 24 • Falta de recursos necessários à coleta de dados; • Recursos humanos limitados ou indisponíveis; • Limitação ao acesso de informações técnicas • Limitação de tecnologia • Défict tecnológico • Limitação das próprias condições de manutenção. • Falta de cultura em “melhores práticas operacionais”; • Resistência a mudanças; • Falta de liderança; • Supervisão deficiente; • Trabalhos realizados com o propósito de manutenção do emprego; • Medo de errar.. • Política inadequada de estabelecimento de preço da água; • Concentração de esforços no Controle “Fim-de-tubo”; • Mudanças repentinas nas políticas industriais; • Falta de estímulo para atuar na minimização da poluição. • Falta de apoio institucional; • Falta de pressão da sociedade para a prevenção da poluição; • Limitação de espaço nas empresas para a implementação de medidas de minimização de resíduos; • Presença de variações sazonais. Quadro 2. Barreiras que podem dificultar a implementação do Programa PmaisL. Fonte: UNEP (2002) CAPÍTULO 2 METODOLOGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 26 PROGRAMA PMAISL - UNEP As metodologias, propostas pelo UNEP (1996), CNTL (2003) e Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, CEBDS (2004), instituições governamentais e não governamentais estabeleceram um modelo conceitual a ser realizado para avaliar um sistema de produção, com vistas à minimização de resíduos, e são apresentadas abaixo. A metodologia abordada pela UNEP (1996) é dada por três fases principais: •Pré-avaliação; • Balanço material; •Síntese. GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 27 PROGRAMA PMAISL - CEBDS Por outro lado, a metodologia do CEBDS (2004) apresenta os fundamentos utilizados pela UNEP e CNTL, porém em um nível de detalhamento maior, o que facilita a aplicação por empresas de pequeno e médio porte. São eles: • TAREFA 01: Comprometimento da direção da empresa • TAREFA 02: Sensibilização dos funcionários • TAREFA 03: Formação do ECOTIME • TAREFA 04: Apresentação da metodologia • TAREFA 05: Pré-avaliação • TAREFA 06: Elaboração dos fluxogramas • TAREFA 07: Tabelas quantitativas • TAREFA 08: Definição de indicadores • TAREFA 09: Avaliação dos dados coletados • TAREFA 10: Barreiras • TAREFA 11: Seleção do foco de avaliação e priorização • TAREFA 12: Balanços de massa e energia • TAREFA 13: Avaliação das causas de geração dos resíduos • TAREFA 14: Geração das opções de PML • TAREFA 15: Avaliação técnica, ambiental e econômica • TAREFA 16: Seleção da opção • TAREFA 17: Implementação • TAREFA 18: Plano de monitoramento e continuidade PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 28 PROGRAMA DE PMAISL – CNTL No Brasil, o Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI (CNTL) está localizado desde 1995 na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), junto ao Departamento Regional do Rio Grande do Sul do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-RS). Segundo o CNTL (2003), a metodologia de PmaisL pode ser aplicada da seguinte forma: • ETAPA 1: Planejamento e Organização; • ETAPA 2: Pré-avaliação e Diagnóstico (massa e energia); • ETAPA 3: Avaliação de PmaisL; • ETAPA 4: Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental; • ETAPA 5: Implementação de Opções e Plano de Continuidade. GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 29 Segundo o guia de PmaisL do CNTL (2003), o programa deverá seguir os seguintes passos: 1.ETAPA 1 O primeiro passo da metodologia de implementação de um Programa de Produção mais Limpa contempla as seguintes etapas: • Obtenção do comprometimento gerencial é fundamental sensibilizar a gerência para garantir o sucesso do Programa. A obtenção de resultados consistentes depende decisivamente do comprometimento da empresa com o Programa; • Identificação de barreiras à implementação e busca de soluções para que o Programa tenha um bom andamento é essencial que sejam identificadas as barreiras que serão encontradas durante o desenvolvimento do Programa e buscar soluções adequadas para superá-las; • Estabelecimento da amplitude do Programa de Produção mais Limpa na empresa - é necessário definir em conjunto com a empresa a abrangência do Programa: incluirá toda a empresa, iniciará em um setor crítico, etc.; • Formação do ecotime - grupo de trabalho formado por profissionais da empresa. PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 30 2. ETAPA 2 Esta etapa contempla o estudo do fluxograma do processo produtivo, realização do diagnóstico ambiental e de processo e a seleção do foco de avaliação, descritos a seguir: I. Estudo do fluxograma do processo A análise detalhada do fluxograma permite a visualização e a definição do fluxo qualitativo de matéria-prima, água e energia no processo produtivo, visualização da geração de resíduos durante o processo, agindo desta forma como uma ferramenta para obtenção de dados necessários para a formação de uma estratégia de minimização da geração de resíduos, efluentes e emissões. Após o levantamento do fluxograma do processo produtivo da empresa, será necessário levantar os dados quantitativos de produção e ambientes existentes, utilizando fontes disponíveis como, por exemplo, estimativas do setor de compras, etc. Nesta etapa se procede à quantificação de entradas (matérias-primas, água, energia e outros insumos) e saídas (resíduos sólidos, efluentes, emissões, subprodutos e produtos), verifica-se a situação ambiental da empresa e levantam-se os dados referentes à estocagem, armazenamento e acondicionamento. GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 31 II. Seleção do foco de avaliação De posse das informações do diagnóstico ambiental e da planilha dos principais aspectos ambientais é selecionado entre todas as atividades e operações da empresa o foco de trabalho. Estas informações são analisadas considerando os regulamentos legais, a quantidade de resíduos gerados, a toxicidade dos resíduos, e os custos envolvidos. 3. ETAPA 3 Nesta etapa são elaborados o balanço material e estabelecidos indicadores, são identificadas as causas da geração de resíduos e identificadas as opções de PmaisL. Cada fase desta etapa é detalhada a seguir. Análise quantitativa de entradas e saídas e estabelecimento de indicadores (Figura 6). Esta fase inicia com o levantamento dos dados quantitativos mais detalhados nas etapas do processo priorizadas durante a atividade de seleção do foco da avaliação. Os itens avaliados são os mesmos da atividade de realização do diagnóstico ambiental e de processo, o que possibilita a comparação qualitativa entre os dados existentes antes da implementação do Programa de PmaisL e aqueles levantados pelo programa: • Análises quantitativas de entradas e saídas; • Quantificação de entradas (matérias-primas, água, energia e outros insumos); PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 32 • Quantificação de saídas (resíduos, efluentes, emissões, subprodutos e produtos); • Dados da situação ambiental da empresa; • Dados referentes à estocagem, armazenamento e acondicionamento de entradas e saídas. A identificação dos indicadores é fundamental para avaliar a eficiência da metodologia empregada e acompanhar o desenvolvimento das medidas de PmaisL implantadas. Serão analisados os indicadores atuais da empresa e os indicadores estabelecidos durante a etapa de quantificação. Dessa forma, será possível comparar os mesmos com os indicadores determinados após a etapa de implementação das opções de PmaisL. Com os dados levantados no balanço material (quantificação) são avaliadas, pelo Ecotime as causas de geração dos resíduos na empresa. A principal meta é buscar medidas a fim de evitar a geração de resíduos na fonte, podendo haver modificações tanto no processo quanto no próprio produto. Sob o ponto de vista de resíduos, efluentes e emissões e, levando-se em consideração os níveis e as estratégias de aplicação, a abordagem de PmaisL pode se dar através da minimização ou da reutilização. mudando significativamente o processo existente; • Experiências de outras companhias com a opção que está sendo estudada; • Todos os funcionários e departamentos atingidos pela implementação das opções; • Necessidades de mudanças de pessoas, operações adicio GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 33 nais e pessoais de manutenção, além do treinamento adicional dos técnicos e de outros trabalhadores envolvidos. • Na avaliação ambiental é importante considerar: A produção mais limpa é caracterizada por ações que privilegiem o Nível 1 como prioritárias, seguidas do Nível 2 e Nível 3, nesta ordem. 4. ETAPA 4 Esta etapa constitui-se da avaliação técnica, econômica e ambiental e da seleção de oportunidades viáveis. A primeira atividade desta etapa é a avaliação técnica, ambiental e econômica das opções de PmaisL levantadas, sempre visando o aproveitamento eficiente das matérias-primas, água, energia e outros insumos através da não geração, minimização, reciclagem interna e externa. Na avaliação técnica é importante considerar: • Impacto da medida proposta sobre o processo, produtividade, segurança, etc.; • Testes de laboratório ou ensaios quando a opção estiver mudando significativamente o processo existente; • A quantidade de resíduos, efluentes e emissões que será reduzida; • A qualidade dos resíduos, efluentes e emissões que tenham sido eliminados – verificar se estes contêm menos substâncias tóxicas e componentes reutilizáveis; • A redução na utilização de recursos naturais. PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 34 Na avaliação econômica é importante considerar: • Os investimentos necessários; • Os custos operacionais e receitas do processo existente e os custos operacionais e receitas projetadas das ações a serem implantadas; • A economia da empresa com a redução/eliminação de multas. Os resultados encontrados durante as atividades de avaliação técnica, ambiental e econômica possibilitarão a seleção das medidas viáveis de acordo com os critérios estabelecidos pelo Ecotime, gerando os estudos de caso. 5. ETAPA 5 A 5ª e última etapa constitui-se do plano de implementação e monitoramento e plano de continuidade. GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 35 COMPARAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS DE PMAISL Abaixo segue um quadro comparativo das principais etapas entre as metodologias citadas: CNTL UNEP Estudo de abrangência do Programa Identificação das Barreiras Fluxograma de Processo Diagnóstico Ambiental Seleção do foco de avaliação Balanço material Indicadores Identificação das Causas de Geração de Resíduos Identificação das opções de PmaisL Avaliação Econômica e Ambiental CEBDS Divisão dos processos em Elaboração de unidades de operação Fluxograma de processo Construção de Diagrama Tabelas Quantitativas de Fluxo Elaboração Balanço Indicadores de Massa Refinar o Balanço de Avaliação dos Massa Dados coletados Identificação de Medidas Identificação das Obvias de Redução Barreiras Caracterizar os Seleção do foco e problemas de resíduos priorização Investigar possibilidade Balanço de Massa e de segregação Energia de Resíduos Identificar medidas de Avaliação das Causas redução em Longo Prazo Avaliação Econômica e Geração das opções de Ambiental PmaisL Avaliação Econômica e Avaliação Econômica e Ambiental Ambiental Quadro 3. Comparação das principais etapas entre as metodologias da PmaisL Fonte: Oliveira (2006) CAPÍTULO 3 ESTUDOS DE CASO DE REDUÇÃO NA GERAÇÃO DE RESÍDUOS NO MEIO INDUSTRIAL GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 37 REDUÇÃO NO CONSUMO DE TINTA PELA ALTERAÇÃO DA PRESSÃO DO AR DA PISTOLA Feita análise do processo, conseguiu obter uma redução do consumo de tinta apenas alterando a pressão do ar da pistola de 60 lb para 40 lb. Isto ocasionou em um benefício econômico de R$ 44.633,26/ano além de obter benefícios ambientais na redução da geração de tinta (SENAI). REDUÇÃO DO CONSUMO DE GÁS NA SOLDA NA INDÚSTRIA METAL-MECÂNICA Em uma indústria metal-mecânica utilizava-se espátulas para aplicação de cola, necessitando limpeza das sobras geradas. Após estudo, a empresa adquiriu pistolas para aplicação de adesivo nas peças, onde houve uma redução do consumo de matéria-prima e uma menor geração de resíduo. O Investimento foi de R$ 1.194,00, resultando em um benefício econômico de R$ 6.562,00/ano e um benefício ambienta na redução do resíduo de adesivo em 51%, (SENAI). PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 38 APLICAÇÃO DE PMAISL NA EMPRESA CHINESA DE INDÚSTRIA QUÍMICA YANPING CHEMICAL COMPANY LIMITED Instalação de uma turbina de vapor na caldeira existente com a finalidade de gerar eletricidade a partir de vapor superaquecido. Durante a avaliação, a equipe descobriu que um equipamento recém-instalado obteve um rendimento da caldeira de 35 ton/h de vapor superaquecido de 3,82 Mpa e 450 °C, sendo que o vapor só era usado com a finalidade de aquecimento do processo. Com isso, foi identificado que a caldeira tinha um grande potencial de cogeração – processo de produção e utilização combinada de calor e eletricidade, proporcionando o aproveitamento de mais de 70% da energia térmica proveniente dos combustíveis utilizados nesse processo. Para melhoria do processo, a empresa comprou uma turbina de segunda mão de 3MW de potencia. O investimento foi de US$ 1,43 milhões, passando a ter uma geração anual de energia de 20.196 MWh tendo uma economia anual de US$ 0,61 milhões com um payback de 2,3 anos. Além disso, calculou-se que cerca de 1.700 toneladas de carvão serão salvos por ano como também a redução de emissão de 4.260 toneladas por ano de CO2. GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 39 APLICAÇÃO DE PMAISL EM EMPRESA DE REVESTIMENTOS CERÂMICO DA FILIPINAS PUYAT VINYL PRODUCTS INC. Melhoria da eficiência da torre de resfriamento através da limpeza do fundo da torre e tratamento químico das águas de refrigeração. Após estudo nos processo da empresa de um dos fabricantes líderes de azulejos de vinil das Filipinas, observou-se que a eficiência da torre de arrefecimento era cerca de 40%, abaixo da eficácia concebida de 67%. Notou-se que esta condição estava relacionada com a presença de algas nas aletas formando incrustações na torre. Recomendou-se que as aletas fossem limpas com mais frequência como o tratamento de água de resfriamento com produtos químicos. Isto gerou em uma melhoria de 20% no desempenho da torre de arrefecimento, como também a redução de consumo de água no processo, redução no consumo de energia elétrica e minimização de perda de produção e interrupção de serviços devido à corrosão. Vale destacar que não houve nenhum custo de investimento. CAPÍTULO 4 ESTUDO DE CASO: PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 41 Piranema está localizada em águas profundas na bacia de Sergipe/Alagoas, a aproximadamente 28,5 Km da costa de Sergipe, em frente ao Povoado Abais, município de Estância. O FPSO (Floating Production Storage and Offloading) – Piranema é uma unidade flutuante de produção, armazenagem e transferência de óleo e gás, que apresenta uma área cilíndrica com cerca de 2.830 m² e foi instalada em agosto de 2007, possuindo uma produção mensal em torno de 30.000 m³ de óleo e 3.800 m³ de gás. Para manter toda a estrutura de funcionamento dos processos que envolvem produção e processamento primário de petróleo, Piranema necessita de aproximadamente 47 funcionários, dos quais 33 são próprios e 14 terceirizados num regime de funcionamento de 24h/dia, 30dia/mês e 12mês/ano. O petróleo produzido em Piranema é proveniente de 3 poços. Após a extração o óleo é processado e armazenado. Durante o processo é realizada a separação entre a fase líquida (óleo) e a fase gasosa (Gás natural). A Fase líquida é caracterizada pelo baixo BSW (teor de água) e alto grau API, ou seja, possui uma baixa densidade, de base parafínica, de excelente qualidade e alto valor comercial. O gás também é processado, sendo em parte utilizado como combustível nos geradores e compressores, outra parcela é re-injetada na formação como método de recuperação secundária, aumentando assim a produção proveniente do reservatório de óleo. PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 42 Após análise das metodologias utilizadas para a implementação da Produção mais Limpa, o presente trabalho baseou-se nas técnicas desenvolvida e apoiada pela CNTL, abordando as etapas 1, 2, 3 e 4 que são fundamentais para o sucesso da prática PmaisL. A proposta de implementar o programa de PmaisL na Plataforma Piranema através da metodologia desenvolvida pela CNTL é oferecer uma técnica confiável, altamente eficiente e consagrada em todo o país. Foi formada uma equipe composta por funcionários contratados e da própria Petrobras, com conhecimentos na área petrolífera e ambiental, para implementar o programa de Produção mais Limpa na Plataforma Piranema. A equipe elaborou com base no referencial teórico as apresentações para sensibilizar o público alvo (empresários e gerentes), fazendo a exposição de casos bem sucedidos e ressaltando os benefícios econômicos e ambientais do programa de PmaisL. As apresentações foram realizadas no Ativo de Produção da Petrobras (gerência de Águas Profundas) e na sede da empresa prestadora de serviços do ramo de hotelaria. Após as apresentações serem realizadas, os gestores tanto da Petrobras quanto da empresa contratada, indicaram representantes para a formação do ecotime. GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 43 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO PROCESSO E SELEÇÃO DO FOCO DA AVALIAÇÃO A Petrobras desenvolveu uma ferramenta de controle do gerenciamento de resíduos, denominado Sistema de Gerenciamento de Resíduos – SIGRE, cujo objetivo é registrar e armazenar as informações referentes à geração, armazenamento, tratamento e disposição final dos resíduos, possibilitando seu controle e a sua rastreabilidade. Dentro deste contexto, foi realizado consultas no SIGRE, possibilitando a identificação qualitativa dos resíduos sólidos gerados na Plataforma Piranema. Foi realizado um levantamento de dados junto às gerências envolvidas da Petrobras e da empresa contratada, como também, entrevistas com funcionários próprios e contratados da Piranema, a fim de especificar os insumos e matérias-primas que são utilizadas nos processos produtivos e identificar as atividades críticas. Diante das informações e dados levantados em visitas técnicas realizadas pelo ecotime, pode-se elaborar o fluxograma geral e intermediário do processo de produção e processamento primário de petróleo. A partir da análise do fluxograma intermediário apresentado pelo ecotime, decidiu-se concentrar o trabalho nos processos produtivos do restaurante e hotelaria, mapeando as entradas e saídas de matérias-primas, insumos, produtos e resíduos gerados em cada etapa. Dessa forma, possibilitou elaborar detalhadamente os PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 44 fluxogramas dos setores de restaurante e hotelaria da plataforma Piranema e identificar as atividades críticas. QUANTIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DAS CAUSAS DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS E OPORTUNIDADES A partir da identificação das atividades críticas dos setores de restaurante e hotelaria, realizou-se a quantificação detalhada dos insumos e dos resíduos sólidos gerados e foram identificadas as fontes e causas desta geração. O setor de compras da empresa contratada pelos serviços de restaurante e hotelaria forneceu a quantidade de insumos e matérias-primas utilizados nestes setores da plataforma Piranema. Já a quantificação dos resíduos gerados foi realizada através do SIGRE. Posteriormente, foram criados indicadores de oportunidades de melhorias para consumo de insumos e geração de resíduos, a fim de que o trabalho contemplasse as propostas de PmaisL. AVALIAÇÃO TÉCNICA, ECONÔMICA E AMBIENTAL E SELEÇÃO DE OPORTUNIDADES VIÁVEIS Através do conhecimento e experiência dos profissionais que compõe o ecotime, foi realizada uma avaliação técnica e ambiental das oportunidades identificadas. Avaliação econômica não será objeto de estudo neste momento. CAPÍTULO 5 DIAGNÓSTICO PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 46 SENSIBILIZAÇÃO E FORMAÇÃO DO ECOTIME A proposta de implantar o Programa de PmaisL na plataforma Piranema foi aprovada pelos gestores, os quais se comprometeram, a fim de garantir o sucesso do programa. O grupo de trabalho que conduziu o programa de PmaisL, denominado ecotime foi formado por: • 2 (dois) funcionários próprios da gerência de meio ambiente da Petrobras; • 2 (dois) funcionários próprios da gerência de Águas Profundas da Petrobras; • 2 (dois) funcionários contratados da gerência de meio ambiente da Petrobras; • 1 (um) funcionário próprio da Plataforma Piranema; • 1 (um) funcionário da Hotelaria. GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 47 QUANTIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DAS CAUSAS DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS E OPORTUNIDADES De acordo com o SIGRE a plataforma gera cerca de 21.350 Kg/ano de resíduos sólidos. No processo produtivo do restaurante, constatou-se a geração de aproximadamente 18.000 Kg/ano de resíduos orgânicos provenientes da limpeza e preparo de alimentos, tais como, frutas, legumes, verduras e carne e, principalmente, das sobras oriundas das refeições. Destaca-se que os resíduos orgânicos da Plataforma Piranema, atualmente são triturados e descartados no mar. Este procedimento adotado por Piranema atende a Regra 3 do Anexo V da Convenção MARPOL de 1973/1978, a qual dispõe acerca do Alijamento de lixo fora das áreas especiais . Nos setores de restaurante e hotelaria, há uma geração de aproximadamente 1.700 Kg/ano de resíduos de papel/ papelão e de 1.650 Kg/ano de plásticos não contaminados, provenientes do embarque de produtos empacotados, do processo de armazenamento de insumos, produtos químicos e de higiene, da limpeza em geral, além do consumo de refrigerantes e águas engarrafadas. Grande parcela do resíduo de papel/papelão é gerada em função da utilização de sabão em pó na lavanderia. Dentre as oportunidades de melhoria identificadas no setor de restaurante, destaca-se o quantitativo de resíduos sólidos gerados. PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 48 As medidas de PmaisL propostas para a minimização da geração de resíduos sólidos priorizaram a utilização da técnica de substituição de matéria-prima, considerada de Nível 1, sendo a primeira a substituição de embalagens menores por maiores de produtos como molho de tomate, creme de leite, leite, sorvete, sucos, óleo de soja, arroz e açúcar. Outra medida proposta foi a substituição de refrigerantes de 2 litros por máquinas. E para reduzir a geração de resíduos orgânicos, foi proposta a substituição de ovos por “ovo em pó” para fabricação de bolos e pães, além de eliminar os desperdícios. A medida de PmaisL proposta para a minimização da geração de embalagens de detergente e sabão em pó, priorizou a utilização da técnica de substituição de matéria-prima, sendo a primeira a substituição de 0,5 litros (L) por embalagens de 5 litros (L) e a segunda a substituição de 500 gramas (g) por embalagens de 5 quilograma (Kg) GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 49 AVALIAÇÃO TÉCNICA E AMBIENTAL E SELEÇÃO DE OPORTUNIDADES VIÁVEIS O uso atual de detergente de 0,5L é de 123 un/mês, totalizando 61,5 L/mês. Entretanto, utilizando a técnica de substituição de matéria-prima, na aquisição de galões de 5 L serão consumidos pouco mais de 12 un/mês, gerando uma redução de cerca de 90,25 % de resíduo plástico. O uso atual de sabão em pó de 500g é de 89 un/mês, totalizando 44,5 Kg/mês. Porém, utilizando embalagens de 5kgo consumo será de 9un/mês, acarretando uma redução em torno de 90% de resíduos de papelão. O consumo atual de sorvete de 2 L é de 66 un/mês, totalizando 132 L/mês. Contudo, utilizando embalagens de 10 L serão gastos pouco mais de 13 un/mês, o que acarreta uma redução de aproximadamente 80%de resíduo plástico. O consumo atual de suco de 0,2 L é de 980 un/mês, totalizando 196 L/mês. Todavia, utilizando embalagens de 1L serão gastos pouco mais de 196 un/mês, reduzindo em 80% a geração de resíduos de papelão. O consumo atual de açúcar de 1 kg é de 148 un/mês, totalizando 148 kg/mês. Contudo, utilizando embalagens de 5 kg serão gerados cerca de 30 un/mês, diminuindo em aproximadamente 80% a quantidade de resíduo plástico. O consumo atual de arroz de 1 kg é de 91 un/mês, totalizando 91 kg/mês. Entretanto, utilizando embalagens de 5 kg serão gerados aproximadamente 18 un/mês, reduzindo cerca de 80%a quantidade de resíduo plástico. PRODUÇÃO MAIS LIMPA: ESTUDO DE CASO PLATAFORMA OFFSHORE PIRANEMA 50 O consumo atual de óleo vegetal de 0,9 L é de 97 un/ mês, totalizando 87,3 L/mês. Porém, utilizando embalagens de 18L serão consumidos aproximadamente 5un/ mês, dispondo em redução de 95% de resíduos metálicos. A substituição de refrigerantes, em lata de 350 mL e em garrafas PET de 2 L, por uma máquina acarretará em uma redução de 100% dos resíduos sólidos gerados. Entretanto, deverá ser feito um programa de conscientização visto que a plataforma acolhe muitos estrangeiros, os quais, por motivo cultural, preferem consumir refrigerantes em lata e garrafa PET. É notória que o custo utilizado para tratar os resíduos gerados nas empresas aumenta na mesma proporção do crescimento da produção. Desta forma, a avaliação dos processos produtivos e instalações industriais, utilizando os critérios da PmaisL, pode identificar oportunidades de melhorias, de forma a evitar que se transformem em impactos ambientais, além de propiciar a redução nos custos de operação. Os funcionários da Plataforma Piranema motivados pela mentalidade ambiental provida pelo Programa, puderam aprender conceitos, técnicas e princípios da PmaisL que podem ser utilizados no seu dia-a-dia. Pela avaliação técnica e ambiental, embora a análise completa ainda esteja em andamento, verificou-se que, com a implementação do estudo proposto, seria possível minimizar a geração de resíduos sólidos provenientes do processo produtivo do restaurante e hotelaria da Plataforma Piranema. Com a utilização da técnica de substituição de matéria-prima, medida prioritária a ser seguida, na troca de GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 51 embalagens menores por maiores de produtos,possibilitará uma redução de 88,36% na geração de resíduos sólidos, tais como, papel/papelão e plástico. No tocante ao resíduo orgânico, não obstante utilização da mesma técnica de substituição de matéria-prima, a redução operou-se pela substituição de ovos por “ovo em pó” para a fabricação de pães e bolos. Assim, pode-se observar que, com a aplicação de técnicas de PmaisL, alcançam-se grandes resultados, que contribuem significativamente com a saúde e o meio ambiente, além de reduzir os custos com o manejo de resíduos sólidos. Recomenda-se, que a partir deste trabalho, seja realizado um estudo de viabilidade econômica antes da implementação efetiva das oportunidades identificadas nos setores de restaurante e hotelaria, bem como a elaboração concreta do balanço de massa. Sugere-se também, que sejam monitorados os resultados obtidos após a implantação do Programa de PmaisL em Piranema, a fim de garantir a eficiência das oportunidades, visando a sustentabilidade dos processos produtivos e a elaboração de um plano de continuidade para aplicação da metodologia em outros setores da Plataforma Piranema. REFERÊNCIAS GUSTAVO RODRIGUEZ • THAMIRES TELES • LIDIANE MACHADO TAINÁ PELLEGRINO • JOSIMAR ALMEIDA 53 ARGENTA, D. O. F. Alternativas de melhoria no processo produtivo do setor moveleiro de Santa Maria/RS: Impactos Ambientais. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2007. BROWN, J.M.; A novel program for processing Acid – stimulated well returns offshore Platforms; In: SPE mid – continent operations Symposium. Oklahoma City, Oklahoma 28-31; março 1999 SPE 52205 7 pg. 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