1 IV COLÓQUIO INTERNACIONAL SABERES, PRÁTICAS (CISP) I CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE AFRICANIDADES UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA UNIVERSIDADE DO ESTAEDO DA BAHIA - UNEB I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE MULTIRREFERENCIALIDADE E ETNICIDADE INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA - IFBA TEMA: TECNOLOGIAS E PROCESSOS DE DIFUSÃO DO CONHECIMENTO 25 a 28 de outubro Local: UFBA / UNEB / IFBA Salvador / 2010 2 IV COLÓQUIO INTERNACIONAL SABERES, PRÁTICAS (CISP) I CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE AFRICANIDADES I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE MULTIRREFERENCIALIDADE E ETNICIDADE TEMA: TECNOLOGIAS E PROCESSOS DE DIFUSÃO DO CONHECIMENTO Resumos Editores: José Luis Michinel Mary Valda Souza Sales Universidade Federal da Bahia - UFBA Universidade Do Estado Da Bahia - UNEB Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia - IFBA Bahia-Brasil/outubro 2010 3 Prefácio Tecnologias e Processos de Difusão do Conhecimento Editores: José Luis Michinel Mary Valda Souza Sales Ilustração da capa: Sávio Marques Todos os trechos reservados. Proibida sua reprodução total e/ou parcial por qualquer mio, salvo para fins acadêmicos, sem prévia autorização do editor. 2010 Em oportunidades anteriores (dezembro de 2002, outubro de 2005 e de 2009) se realizaram os três primeiros Colóquios Internacionais Saberes, Práticas que abordaram as temáticas: construção de saberes e de práticas de (in)formação profissional na sociedade do conhecimento no I Colóquio; difusão do conhecimento científico e tecnológico na sociedade da aprendizagem no II Colóquio e tecnologias e processos de difusão do conhecimento no III Colóquio. Neste novo encontro consideramos pertinente dedicar espaços específicos à gestão do conhecimento em relação com tecnologias e processos de difusão, à africanidade e à relação entre a perspectiva multirreferencial e a etnicidade. Este triplo evento permitirá o intercâmbio entre especialistas de diferentes continentes e a difusão da informação atual desenvolvida nos diferentes campos de conhecimentos, saberes e práticas. Comitê Organizador 4 Comitê Organizador Eduardo Oliveira - UFBA (Coordenador Geral) Arlindo Pitombo - UNEB Eliane Santos Souza - UFBA Jaqueline Meire - EPESS José Luis Michinel - UCV Leliana Souza - UNEB Marcus Túlio de Freitas – UNEB/UFBA Maria Nóvoa - UFBA Marise Sanches – UFBA Mary Valda Souza Sales – UNEB/UFBA Reginaldo Pereira Junior - UFBA Ronaldo Pedreira - IFBA Rosangela Janja Araújo - UFBA Teresinha Fróes Burham – UFBA Comissão Cientifica José Luis Michinel - UCV (Coordenador) Ana Lúcia Lago - UFBA Gabriela Rezende - UEFS José Carlos Oliveira - UFBA Marise Sanches - UFBA Comitê Assessor Ana Meneses - UNEB Biagio Avena - IFBA Dante Augusto Gallefi - UFBA Eduardo Oliveira - UFBA Eliane Souza - UFBA Julio Pereira - UFBA Leliana Sousa - UNEB Maria Nóvoa - UFBA Rosangela Janja Araújo - UFBA Pessoal de Apoio Adilbênia Machado - UFBA Cristina Santos - UFBA Esiel Santos - UFBA Fernanda Anjos - EPESS Jocelma Rios - UFBA L Carlos F Santos - UFBA Lara Sena - UNEB Marcia Simoes - UFBA Marcilio Rocha - UFBA Marisa Aguiar - UFBA Rosangela Caires - UFBA Yeda Barbosa – UFBA 5 Objetivos reunir pesquisadores nacionais e internacionais que trabalham com questões relacionadas à (in)formação profissional no cenário da sociedade do conhecimento, diante dos grandes avanços das tecnologias de informação e comunicação, mediante o intercâmbio de estudos e pesquisas realizados sobre o tema, visando à construção de processos de difusão do conhecimento. compreender os desenvolvimentos desses processos em relação aos cenários produtivos de desenvolvimento tecnológico e os diversos contextos sócioculturais. Convidamos todos os interessados a apresentar seus trabalhos de pesquisa e a debater conosco os temas geradores e os eixos temáticos que constituem o tri-evento. Eixos Temáticos História e cultura africana e afro-brasileira; Educação para as relações étnico-raciais; Difusão social do conhecimento africano; (in)formação, multirreferencialidade e aprendizagem solidária; Gestão pública e (in)formação cidadã; Gestão social do conhecimento; Estratégias de colaboração solidária; Conhecimento e corpo; etnia e raça; Saberes e sabores; Redes de colaboração solidária e etnicidade; Tecnologias e processos em difusão social do conhecimento; Canais preferenciais e grupos sociais específicos na difusão do conhecimento; Disseminação e difusão de saberes em cadeias produtivas e redes sociais de colaboração solidária. Estes temas serão trabalhados em atividades como: conferências, mesas-redondas, oficinas, apresentações orais ou painéis em grupos de trabalhos e outras atividades culturais. Agradecimentos Aos Patrocinadores A realização do Triptico: Evento IV Colóquio Internacional Saberes, Práticas (Cisp); I Conferência Internacional de Africanidades; I Simpósio Internacional de Multirreferencialidade e Etnicidade contou com o apoio definitivo de diferentes instituições. O Comitê Organizador quer agradecer as seguintes instituições pelo valorozo apoio para que os mesmos pudessem ser realizados: Governo do Estado da Bahia/Secretaria da Educação, Defensoria Pública da Bahia, Escola Superior da Defensoria Pública do Estado da Bahia, Doutorado Multi-institucional Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento. Ao pessoal de apoio e serviços Assim queremos manifestar nosso grande agradecimento as pessoas, que nos brindaram com seu maior esforço, mais particularmente aos bolsistas e funcionários da Universidade Federal da Bahia, Universidade do Estado da Bahia e do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Aos participantes Estudantes, professores, sociedade civil e membros de organizações sociais, que acreditaram no valor social, político e acadêmico do evento, no sentido de construir e difundir conhecimentos numa sociedade que queremos que se consolide como multirreferencial. Com todos vocês, apesar das dificuldades, foi possível. Muito obrigado! Comitê Organizador 6 PROGRAMAÇÃO CREDENCIAMENTO: 25, 26, 27 E 28 DE OUTUBRO DE 2010 25 DE OUTUBRO DE 2010 (SEGUNDA-FEIRA) ABERTURA GERAL DO EVENTO LOCAL: SALÃO NOBRE DA REITORIA DA UFBA Profa. Dra. Jurema Werneck Prof. Dr. Eduardo Oliveira Mesa-Redonda 2 – Auditório II / FACED Educação para as relações étnico-raciais Profa. Dra. Jenifer Crawford Profa. Dra. Eliane Cavalleiro Profa. Dra. Paula Barreto Profa. Dra. Rosangela Janja Araújo 8h às 8h30 - Credenciamentos e Abertura Cultural Orquestra Nzinga de Berimbaus 15h20 às 16h - Debate 8h30 às 9h45 - Mesa de Abertura dos eventos: 16h às 16h15 - Café Profa. Dra. Dora Lel Rosa, Reitora da UFBA Prof. Dr. Lourisvaldo Valentim da Silva, Reitor da UNEB Profa. Dra. Aurina Oliveira Santana, Reitora do IFBA Profa. Dra. Teresinha Fróes Burnham, Presidente de honra do IV CISP Prof. Dr. Dante Galeffi, Coordenador do DMMDC Profa. Dr. Eduardo Oliveira, Coordenador Geral do Evento Representantes das Secretarias de Estado da Bahia Diretora da Escola da Defensoria Pública do Estado da Bahia 9h45 às 10h - Café I CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE AFRICANIDADES 10h às 11h20 - Conferência de Abertura Prof. Dr. Foe Nkolo Coord. Prof. Dr. Dante Galeffi 11h:20 às 12h - Debate 12h às 14h - Intervalo para almoço 14h às 15h20 – Mesas Redondas Mesa-Redonda 1 – Auditório I / FACED Historia e Cultura Africana e Afro-Brasileira Prof. Dr. Bill Calhoun Prof. Dr. Henrique Cunha Jr. 16h15 às 18h - Conferência de Encerramento Oba Kayode Faniyi Coord.Eduardo Oliveira 18h15 às 19h15 - Atividade Cultural de Encerramento 19h30 - Lançamento de livro Coquetel 26 DE OUTUBRO DE 2010 (TERÇA-FEIRA) - UNEB I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE MULTIRREFERENCIALIDADE E ETNICIDADE: REDES DE COLABORAÇÃO SOLIDÁRIA 8h às 8h30 - Credenciamento CAFÉ CULTURAL e FEIRA SOLIDÁRIA 8h30 às 9h30 - Mosaico Multirreferencial com Teresinha Fróes Burnham 9h30 às 10h30 – Conferência: Redes de Colaboração Solidária e Multirreferencialidade Euclides André Mance 10h30 às 10h45 - Café 7 Giovanna Lombardi - UCV (coordenação) Marise Oliveira Sanches - UFBA Ana Lucia Lage - UFBA Mary Sales - UNEB/UFBA Gustavo Bittencourt Machado - UFBA 10h45 às 12h - Oficinas (simultâneas) 1. 2. 3. (In)formação, Multirreferencialidade e Aprendizagem Solidária Abordagens multirreferenciais da formação contemporânea na perspectiva da educação permanente nas suas três dimensões: temporal; espacial e curricular. Articulação com a produção, aplicação e acompanhamento de implementação de tecnologias sociais. A aprendizagem solidária como processo associado. Eliane S Souza – UFBA (coordenação) Júlio César Leal - UFBA Reginaldo Pereira - UFBA Biagio M. Avena - IFBA Maria Novoa - UFBA Gestão Pública e a (In)formação Cidadã A Gestão Pública e a (in)formação cidadã:Representação de experiências e histórias de vida envolvendo situações de inovação e criatividade na esfera pública, que emergem no momento da adversidade, contemplando as temáticas: categorias de instituições públicas. O Estado, o servidor público e a informação cidadã. Os princípios norteadores da Gestão Pública para a (in)formação cidadã. Poderes e Deveres do Gestor Público. O Público, a emergência do terceiro setor e a (in)formação cidadã. Observação do olhar transdisciplinar e multirreferencial na perspectiva de pistas para transformar na prática. Leliana Sousa – UNEB (coordenação) Carla Liane Nascimento Santos - UNEB Arlindo de Araújo Pitombo - UNEB Manuela Barreto – UNEB Paulo José Souza – UNEB Cícero da Cruz – UNEB Andreliano Souza – Lymbo Ana Maria Meneses - UNEB Gestão Social do Conhecimento Alfabetizado na área científico-tecnológica. Tomada de decisões sobre políticas públicas em nível local, municipal, estadual, nacional ou mundial. Tomada de decisões que definem políticas públicas em uma sociedade que cada vez está mais dominada pelo conhecimento como orientador de mudanças e transformações, também no social.A universidade e seu papel muito importante no processo de alcance de uma generalização desta alfabetização promotora do exercício de cidadania. Responsabilidade Social Universitária, Aprendizagem Serviço, formação em valores, Investigação-ação, Gestão Social do Conhecimento, Teorias de Aprendizagem experencial (Freire por exp.) 4. Estratégia de Colaboração Solidária A organização em rede configura-se como estratégia colaborativa de superação das contradições geradas pelo capitalismo. Os movimentos associativista/ cooperativista apontam para este caminho, na perspectiva de busca pela sustentabilidade dos empreendimentos econômicos solidários e de outras instâncias da sociedade civil, por conseqüência na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos na busca pela reversão da velha sociedade da competição na construção de parâmetros por uma sociedade colaborativa. Jaqueline Meire – EPESS (coordenação) Euclides Mance - IFIL Vicente Aguiar - ECOSOL Lara Sena – UNEB 5. Corpo O corpo como texto. A cultura como texto em movimento. O corpo como movimento da cultura. Expressão e Corpo. Corpo e etnia. Autopoiésis do corpo negro. Conceito de corpo. Conceito corporal de corpo. Performance. Ludicidade. Corporalidade. Eduardo Oliveira – UFBA (coordenação) Maria Falcão - UFBA John Days - EPESS Luiz Carlos Santos - UFBA Esiel Pereira Santos - UFBA Cristina S. Dos Santos - UFBA Marisa Aguiar - UFBA Adilbênia Machado – UFBA 6. Etnia e Raça Etnia e Raça na compreensão das atualizações do racismo, das relações e atitudes raciais. Os desafios da Educação no enfrentamento aos racismos e as novas pavimentações do corpo negro no contexto destas atualizações. Formação docente versus racismo institucional. Rosangela Janja Araújo – UFBA (coordenação) 8 7. 8. Aline de Oliveira Costa Santos - UFBA Rosangela Caíres Viana – UFBA Francisco Guimarães – UNEB Valuza Maria Saraiva – UNEB Jaqueline Barreto - UNEB Saberes e sabores O enfoque multirreferencial no estudo da relação entre cultura e alimentação nas sociedades complexas de hoje Ocarina Castillo – UCV (coordenação) José Luis Michinel – UCV Ademir Amparo – UNEB Cícero da Cruz – WAKAY Daiane Santos – UNEB Irani Santos Soares – UNEB Carla Renata – UNEB Patrícia Lessa - UNEB Cinema , Educação e Cinemação Marcelo Matos – UFBA (coordenação) Gisela Tapioca - UFBA Daiane Silva – UFBA Marcílio Rocha – UFBA Aline Adorno – FESF - SUS 12h às 14h - Intervalo para almoço 14h às 16h - Continuação das Oficinas (simultâneas) 16h às 16h15 – Café 16h15 às 18h – Sistematização das Oficinas 18h às 19h – Roda de Capoeira Angola 27 DE OUTUBRO DE 2010 (QUARTA-FEIRA) - UNEB I V COLÓQUIO INTERNACIONAL SABERES, PRÁTICAS: TECNOLOGIAS E PROCESSOS DE DIFUSÃO DO CONHECIMENTO 8h às 8h30 – Credenciamento 8h30 às 9h45 - Conferência de Abertura Tecnologias e Processos em Difusão Social do Conhecimento Prof. Dr. Luiz Bevilacqua – Brasil Prof. Dr. José Luis Michinel – Venezuela (Coordenador) 9h45 às 10h – Debate 10h às 10h15 – Café 10h15 às 11h35 – Mesa Redonda Difusão Social do Conhecimento Africano Painel das oficinas: Corpo e Raça-Etnia Oba Kayodê Faniui – Nigéria Dr. Foe Nkolo – Camarões Dra. Jenifer Crawford – EUA Dr. Eduardo Oliveira – Brasil 11h35 às 12h – Debate 12h às 14h – Intervalo para almoço 14h ÀS 17h – Mesa Redonda Canais preferenciais de difusão do conhecimento: uma visão multirreferencial Dra. Giovanna Lombardi – Venezuela Dr. Dimas Gutierrez – Cuba Dr. Hernane Pereira – Brasil Dra. Leliana Sousa – Brasil 17h às 18h – Debate 9 18h às 19h – Atividade Cultural: WAKAY 19h às 20h - Coquetel 28 DE OUTUBRO DE 2010 (QUINTA-FEIRA) – UFBA 8h às 9h20 – Conferência Internacional Grupos Sociais Específicos na Difusão do Conhecimento: Uma visão multirreferencial Prof. Dra. Núbia Moura Ribeiro – Brasil Prof. Dr. Biagio Avena – Brasil (coordenador) 9h20 às 9h45 – Debate 9h45 às 10h – Café 10h às 12h – Grupos de Trabalho – GT 1 - DCA - Difusão do Conhecimento Africano Profa.Dra. Rosangela Janja Araújo (Coordenadora) 1 O impacto dos penteados afro: a estética dos cabelos dos jovens negros, no mercado de trabalho na cidade de salvador 2 Impressões afrobrasileiras 3 Narrativas de mulheres negras em salões de beleza étnicos: sentimentos e memórias 4 Saberes e fazeres da capoeira angola: a autonomia no jogo de muleekes 5 Guiné portuguesa versus Guiné-Bissau: a luta da libertação nacional e o projeto de construção de uma nação guineense 6 “Axé na sala de aula”- as religiões afro-brasileiras e os desafios da aplicação da lei 10639//03 2 - DSCC - Difusão Social do Conhecimento Científico Prof. Dr. José Luis Michinel (coordenador) 20 Formação de professores para cursos online: a perspectiva de uma educação desterritorializada 21 Saberes do recôncavo 23 Educação literária e a formação da consciência negra entre alunos do ensino fundamental 24 O sistema penitenciário na ótica negra - a questão étnico/racial e a formação do agente penitenciário 25 Na aporia da história: a lei 10.639/2003 entre o reconhecimento, racialização, etnicidade, identidade e a educação das relações etnicorraciais 26 Dispositivo da árvore do conhecimento 3 - DSCP - Difusão de Saberes em Cadeias Produtivas: Redes Sociais de Colaboração Solidária Jacqueline Meire (coordenadora) 36 Modelo evolutivo de difusão do conhecimento em arranjos produtivos locais, baseado em afinidade 37 A atuação das redes solidárias no carnaval de salvador 38 Fenomenologia da convergência tecnológica 39 Entre o chrónos e o kairós: impactos da temporalidade na formação docente online em Barrocas/ba 4 - CP - Canais Preferenciais e Grupos Sociais Específicos na Difusão do Conhecimento Profa Dra. Leliana Sousa (coordenadora) 19 Iconografia, colagens e descolonização: uma abordagem performática no ensino de história indígena 22 Para além das cotas: a permanência de estudantes negros no ensino superior como política de ação afirmativa 41 A mulher terena no movimento social: dos modos tradicionais à arena política da aldeia Água Branca 42 A gestão do conhecimento como inovação na escola pública: uma reflexão sobre saberes e práticas construídos 43 Estudos coreográficos digitalizados com o software lifeforms 44 Em busca da (in)formação sobre a diversidade étnico-racial na educação de jovens e adultos 45 Gestão e difusão do conhecimento utilizando ambiente virtual - projeto interdepartamental desenvolvido na Universidade do Estado da Bahia 46 Mosaico de uma expansão: malambas de capoeira 47 A formação do grupo prático pesquisador como modalidade de grupo de estudo no processo de gestão do conhecimento na escola 12h às 14h – Intervalo para almoço 14h às 16h30 – Grupos de Trabalho – GT 1 - DCA - Difusão do Conhecimento Africano Profa.Dra. Rosangela Janja Araújo (Coordenadora) 7 Relações étnico-raciais e currículo: relato de uma experiência na formação continuada de professores em exercício 8 A importância dos griots para a história da áfrica 10 9 educação para a promoção de saúde da mulher: um relato de vivências na usf nova constituinte – periperi 10 Filosofia africana e ancestralidade 11 A filosofia africana na poesia afrobrasileira 12 Movimento negro e a educação da primeira infância afrodescendente 13 Um encontro com a áfrica: aprendizagens geográficas no contexto de uma associação de capoeira 53 Gestão do conhecimento e desenvolvimento local sustentável: uma análise do bairro Engomadeira- Salvador-BA 54 A construção do conhecimento no processo de formação para a docência on line: uma experiência na Escola de Gestores 2 - DSCC - Difusão Social do Conhecimento Científico Prof. Dr. José Luis Michinel (coordenador) 27 Discursos discentes sobre o uso de imagens como modelos metafóricos para a difusão de conhecimento em biofísica, acústica e psicoacústica 28 Abordagens epistemológicas da cognição: a análise cognitiva na investigação da construção de conhecimento 29 Uma configuração de campo para o conhecimento 31 A imagem-metafórica como canal de difusão do conhecimento entre comunidades científicas e ampliadas: a imagem-metáfora um transdutor/interfase entre ciência e educação 32 Estudo da difusão do conhecimento de comunidades científicas por meio de redes complexas e análise de redes sociais 33 Desenvolvimento de conceitos impulsionado pela atividade de pesquisa por estudantes do ensino médio do setor público: uma análise a partir da teoria de Vygotsky 34 EDSI: uma tecnologia social na promoção da saúde bucal infantil 18h às 19h – Mesa Redonda Disseminação e difusão de saberes em cadeias produtivas: as redes sociais de colaboração solidária Painel das Oficinas: Estratégia de Redes Solidária e Gestão Social do Conhecimento Prof. Dr. Genalto Carvalho de França Filho Prof. Euclides André Mance Prof. Dr. Dimas Nesto Hernandez Gutierrez Jacqueline Meire (Coordenadora) 3 - DSCP - Difusão de Saberes em Cadeias Produtivas: Redes Sociais de Colaboração Solidária Jacqueline Meire (coordenadora) Não há trabalhos para essa sala a tarde 4 - CP - Canais Preferenciais e Grupos Sociais Específicos na Difusão do Conhecimento Profa Dra. Leliana Sousa 48 Os caminhos da gestão do conhecimento em colégio da rede pública estadual de educação básica em Salvador: um relato de experiência 49 Oralidade e identidade cultural nas cantigas de capoeira 50 Núcleo local do território etnoeducacional yby yara (dono da terra): um espaço de diálogo na pesquisa em educação intercultural indígena 51 Possibilidades do trabalho multiprofissional com adolescentes- relato de experiência no pet saúde 52 Ágora filosófica virtual: o fim da philosophía? ou um novo começo? 16h45 às 18h – Café e Apresentação Cultural Wakay 19h às 20h – Debate Plenária de Encerramento 11 Resumos 12 1 - DCA - Difusão do Conhecimento Africano 1 O IMPACTO DOS PENTEADOS AFRO: A ESTÉTICA DOS CABELOS DOS JOVENS NEGROS, NO MERCADO DE TRABALHO NA CIDADE DE SALVADOR Maria França [email protected] O presente artigo relata a ausência de jovens negros utilizando penteados afro em cargos hierárquicos no mercado de trabalho e identificar os impactos, sócioeconômicos desses penteados na cidade de Salvador. Sabe-se que esses penteados resgatam valores culturais e influências advindas dos povos que vieram da sociedade yorubá da Nigéria, através do seu tempo sua história.O objetivo será identificar os impactos sócio econômicos desses penteados, consequentemente no mercado se trabalho nesta capital. Palavras-Chave: afro-penteados, jovens negros, mercado de trabalho. 2 IMPRESSÕES AFROBRASILEIRAS Rita de Cássia Rodrigues do Nascimento. EBA/UFBA [email protected] Este trabalho trata expressivamente da trajetória da pesquisa prático - teórica feita pela autora, na busca por elementos representativos da Cultura Afrobrasileira, através de signos e símbolos que permeiam o universo da Arte Negra. Os orixás, os búzios, os grafismos, tema de seus trabalhos dialoga com as diversas linguagens plásticas sistematizando seus conceitos e preceitos como elementos difusores de suas ideologias, traçando assim uma trajetória desta arte desde os tempos imemoriais, passando pelo cubismo até os dias atuai e elencando aspectos da cultura africana influentes na arte afro – brasileira, objetivando caracterizar o encontro de culturas que formaram a Arte Afrobrasileira. Através de pesquisas bibliográficas e visitas aos museus de Salvador, a autora pode dialogar com as matrizes negras formadoras da Arte Afrobrasileira e transferir para seus estudos signos, símbolos e ressignificâncias negras. Palavras-chave: herança, afrobrasilidade, arte. 3 NARRATIVAS DE MULHERES NEGRAS EM SALÕES DE BELEZA ÉTNICOS: SENTIMENTOS E MEMÓRIAS Alana dos Santos Santana [email protected] Em Salvador, havia na segunda metade do século XX, a tradição de filhas, mães e amigas se reunirem em algum espaço da casa para cuidarem dos cabelos, escolherem os vestidos e adereços. O “alisar” o cabelo das mulheres negras, um dos métodos de “tratamento”, reproduzia, de certo modo, estigmatismos. Por outro lado, em meio a esse contexto, as mulheres negras trocavam opiniões, notícias e narrativas sobre si mesmas, suas identidades raciais e sociais. Hoje a tradição se mantém, mas se estendeu a salões de beleza étnicos (afros) ou a locais em que pessoas especializadas em trançados oferecem seus serviços. Ao tempo em que há uma espécie de negociação desse saber, narrativas sobre o corpo, enquanto dimensão da memória, transpassam os encontros. O avanço da indústria estética parece reconfigurar o papel do corpo negro na sociedade de hoje. Será que as narrativas elaboradas sobre seus corpos pelas próprias mulheres negras acionam a memória étnica e cultural e questionam as hierarquias de raça e gênero? Procuro neste trabalho investigar nas narrativas de mulheres negras, colhidas em salões de beleza afros soteropolitanos, a memória sobre seus corpos e vida. Esta investigação objetiva reconhecer nesses discursos práticas e identificações da cultura negra e da resistência desta cultura por meio da manipulação de seus corpos num ideário estético que transpasse a barreira da imagem, com isto quero inquirir em possíveis renovações de práticas e imagens de resistência, considerando as narrativas destas mulheres. Foram efetuadas pesquisas de campo com observação participante, análise e descrições objetivas em salões de beleza de Salvador e de suas freqüentadoras para compreender os diferentes aspectos da realidade da mulher negra nesses ambientes. Palavras-Chave: corpo, cabelo. 4 SABERES E FAZERES DA CAPOEIRA ANGOLA: A AUTONOMIA NO JOGO DE MULEEKES Sara Abreu da Mata Machado. UFBA [email protected] O presente trabalho tem como tema central a Práxis Pedagógica Capoeira Angola, compreendida como uma manifestação da Cultura Popular, com fortes raízes africanas. Nossa proposta é buscar investigar e compreender: como se manifestam, nas práticas pedagógicas cotidianas da Capoeira Angola, as formas de compartilhar os saberes da cultura popular, entre crianças e adolescentes, em comunidades de baixa renda de Salvador e quais os seus potenciais e limites para a construção da autonomia e emancipação dos sujeitos nesses contextos? O trabalho se insere nas áreas do conhecimento da Educação articulada com as Ciências Sociais e Estudos Culturais. Os principais referenciais teóricos encontram-se nas discussões sobre Cultura e Identidade, os processos educacionais não-formais na contemporaneidade, as Teorias da Pedagogia da Libertação e sobre Capoeira 13 e Educação, bem como no resgate das ideias de Mestre Pastinha como educador. Trabalhamos com algumas categorias levantadas por Pedro Abib (2005) e Rosângela Costa Araújo (2004) em seus trabalhos de doutorado sobre Capoeira Angola e Educação, quais sejam: comunidade, oralidade, memória/ancestralidade e ritualidade, como subsídios para analisar e fazer uma reflexão crítica sobre as formas de ensinar e aprender a capoeira com crianças e adolescentes, considerando-se as suas singularidades, dentro da proposta da escola de Mestre Pastinha, como uma práxis educativa com fortes origens na cultura Africana e a sua lógica diferenciada em relação à racionalidade ocidental dominante. Como procedimento metodológico estamos realizando um estudo de caso etnográfico no projeto Ginga Muleeke, parte do Grupo Nzinga de Capoeira Angola, com as crianças e jovens da comunidade Alto da Sereia, em Salvador. Para tanto, nos valemos de técnicas como a “participação observadora”, com envolvimento ativo nas atividades educativas do grupo escolhido, onde seus significados são construídos e negociados; entrevistas e revisão de literatura. Como resultados deste trabalho buscamos contribuir com o levantamento de questionamentos sobre a prática pedagógica da Capoeira Angola nos espaços prédefinidos para a nossa pesquisa de mestrado, em andamento, conformando-se questões que servirão como subsídios para orientar o trabalho de campo e fundamentando teoricamente a pesquisa. Palavra-Chave: capoeira Angola, autonomia, práxis pedagógica 5 GUINÉ PORTUGUESA VERSUS GUINÉ-BISSAU: A LUTA DA LIBERTAÇÃO NACIONAL E O PROJETO DE CONSTRUÇÃO DE UMA NAÇÃO GUINEENSE Artemisa Odila Candé Monteiro [email protected] Este trabalho é a parte da minha tese de doutorado em desenvolvimento, onde discuto o processo de construção da identidade nacional na Guiné-Bissau, observando a mediação das diversidades étnicas existentes no país. O processo que hoje denominado de nação ou identidade nacional em vários países africanos, teve seu inicio com a ocupação européia. A resposta dada a essa invasão em diversos países africanos foi o desencadeamento de resistência cultural e política contra essa ocupação. No caso específico de Guiné-Bissau, foi o movimento de libertação nacional conduzido pelo Amílcar Cabral que engendrou a unificação de todas as etnias, sem distinção cultural num programa de consciência nacional para a liquidação do colonialismo, criando assim uma contra-sociedade a sociedade colonial. Esta seria a concepção dada à nação num país cuja diversidade cultural teria identidade unificada sob interesses políticos nacionais. Com esse propósito, pretendo analisar o modo como o discurso da unidade nacional de Amílcar Cabral, foi acoplado no contexto das diversidades étnicas na Guiné-Bissau. 6 “AXÉ NA SALA DE AULA”- AS RELIGIÕES AFROBRASILEIRAS E OS DESAFIOS DA APLICAÇÃO DA LEI 10639//03 Janaina Couvo Teixeira Maia de Aguiar [email protected] A Lei 10639/03 que institui a obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana é tema de diversos estudos. São experiências, dificuldades, possibilidades que são apresentadas aos estudiosos, contribuindo para expor diversos olhares sobre a aplicabilidade desta lei, que chega para contribuir significativamente para inserir, mesmo que enquanto uma obrigação, uma temática tão complexa em sala de aula. Entretanto, dentro desta temática, a abordagem sobre as religiões afrobrasileiras ainda é difícil de trabalhar em sala de aula. Sendo assim, este trabalho pretende analisar uma experiência didática com este tema, visando expor os desafios e as possibilidades no trabalho com estas religiões. Palavras-Chave: educação, religiões afrobrasileiras, diversidade. 7 RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E CURRÍCULO: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM EXERCÍCIO Joselita F. Boaventura. UFBA [email protected] O presente texto relata uma experiência de formação continuada de professores em exercício, das séries iniciais do Ensino Fundamental de uma escola particular sem fins lucrativos, vinculada a Associação Grupo de Mães e Amigos de Canabrava, localizada na região metropolitana de Salvador-BA – na periferia. Coletivamente foi organizada uma ação que envolveu reflexões sobre a atualização da formação docente num diálogo com a atualização curricular através da inserção da matriz cultural africana no campo da arte. O objetivo principal da pesquisa foi atender as demandas oriundas da Lei Nº. 10.639/03 no que toca a inserção de conteúdos que contemplem elementos das culturas africanas e afro-brasileiras, subsidiando os docentes para atuar pedagogicamente frente à demanda escolar no trato com a diversidade, que neste caso específico refere-se às relações étnicoraciais. O estudo foi desenvolvido sob a metodologia de pesquisa-ação e concretizou-se em três etapas: 1-fase exploratória, que consistiu na sensibilização de professores e estudantes para trabalhar a temática; 2-fase intermediária, que consistiu no desenvolvimento da pesquisa em si, e 3comunicação dos resultados. Após a fase exploratória, as demais aconteceram simultaneamente, embora aqui separadas por questões didáticas. O trabalho realizado, mesmo de forma incipiente apontou perspectivas de como a formação continuada de professores em exercício, 14 garantida pela escola através do planejamento coletivo nos espaços de atividade de coordenação, pode contribuir fortemente para a formação docente contemplando a diversidade que adentra a escola na contemporaneidade. Palavras-Chave: relações étnico-raciais, formação de professores, atualização curricular. 8 A IMPORTÂNCIA DOS GRIOTS PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA Keilane Souza. UEFS [email protected] Este ensaio tem como objetivo analisar aspectos relevantes no Romance africano “O Sudijata ou a epopéia Mandiga”, do historiador Djibril Tamsir Niane, numa perspectiva historiográfica. Discute escrita e oralidade, enfatizando a relação que as sociedades africanas têm com a palavra e as sociedades européias com a escrita. Analisa a influência da cultura ocidental na construção da História da África e a importância da tradição oral para a construção de uma História da África peculiar. Para tanto, utiliza-se como corpus teórico: Hapaté-Bã (1982), Vansina (1982), KiZerbo (1982) e outros. Através da pesquisa bibliográfica, constou-se que é possível perceber através da epopéia, mitologicamente transmitida por meio da oralidade, preceitos morais, sociais e visões de mundo referente às sociedades africanas antigas e atuais. Palavras chaves: África, oralidade, escrita, escrita. 9 EDUCAÇÃO PARA A PROMOÇÃO DE SAÚDE DA MULHER: UM RELATO DE VIVÊNCIAS NA USF NOVA CONSTITUINTE – PERIPERI Ebequiarine Souza* [email protected] Paula Horrara* Jéssica Lisboa* Maira Santana* Andréia Figueiredo - UFBA Departamento de Odontologia Social *UFBA Este trabalho tem como objetivo relatar as atividades de educação em saúde realizadas com o grupo de mulheres na USF de Nova Constituinte – Periperi, sob o ponto de vista das estudantes do PET-Saúde da Família. Trata-se do relato de duas atividades educativas conduzidas por um grupo de estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), - graduandos nos cursos de fonoaudiologia, odontologia e participantes do Programa de Educação para o Trabalho na Saúde da Família (PETSaúde da Família) – na Unidade de Saúde da Família Nova Constituinte – Periperi, situada no município de Salvador (BA), realizada em 2010. Foi escolhido para o trabalho mulheres com faixa etária entre 15 e 25 anos, onde se organizou exposições dialogadas com as problemáticas sociais DST e Drogas. Ao final de cada abordagem criavam-se espaços de diálogo com está população para elas exporem sua opinião e suas vivências.Houve grande participação do grupo nas atividades, desde o planejamento até a execução das atividades. A estratégia adotada permitiu que as mulheres relatassem experiências e dificuldades de modo que aos poucos se firmou a importância do diálogo no processo de prevenção das problemáticas sociais em discussão. Palavras-Chave: educação em saúde, saúde da mulher, prevenção. 10 FILOSOFIA AFRICANA E ANCESTRALIDADE Adilbênia Freire Machado. Achei - UFBA [email protected] Luís Carlos Ferreira dos Santos. Achei-UFBA Essa comunicação tem o objetivo de uma breve apresentação da filosofia africana permeada pela ancestralidade, pois que o eurocentrismo presunçosamente concebe que diante do velho mundo, os demais, leia-se África e América Latina, deve recolher-se a sua insignificância, concebendo-se centro do mundo, detentor de todo conhecimento. A filosofia africana surgirá não com intenção de criar um novo centrismo, um antieurocentrismo, mas responder filosoficamente a estas concepções errôneas e preconceituosas, produzindo no contexto de seu espaço e do seu tempo, produzindo uma filosofia local que na medida em que é local é universal, sendo uma filosofia desde um lugar. A inquietude motivada pela curiosidade em entender e questionar os valores e as interpretações acolhidas sobre a realidade dada, pelo senso comum e a tradição é o primeiro passo do surgimento da filosofia na África, apresentando-se com a tarefa fundamental de desalienação da consciência. A análise de dados de toda a criação africana das ciências humanas, assim como a literatura, a antropologia, alimentam a filosofia africana. Os mitos geram conhecimento, proporcionando pensamentos filosóficos fundamentais, a análise da literatura oral traz um abundante conhecimento ancestral, assim, faz-se necessário olhar à essência da cultura africana, a profundidade dos seus mitos. A ancestralidade é o guia da identidade histórica africana, sem ela os africanos e afrodescendentes não se reconhecem, no sentido de não saberem quem são e o que querem ser, pois na cosmovisão africana, a vida é sacralizada e ritualizada continuamente no cotidiano, não se separando mitos e ritos. A filosofia africana irá definir-se não por meio da sua geografia ou da identidade dos seus praticantes, dos seus conceitos, seus protestos, suas histórias, mas, sim por seus questionamentos e suas contestações ao centrismo, onde não se pode considerar qualquer coisa como Filosofia Africana, assim como não se pode reduzi-la a sua religiosidade, ou tradição 15 cultural e menos ainda a uma filosofia que se inspira nas formas da metodologia filosófica Européia. É uma filosofia que se pauta desde suas estruturas sociais, desde seu território político, econômico e social, que surge de uma estrutura social permeada pelo sagrado, pela Força Vital que emana dos ancestrais. Filosofia que nasce do encantamento, que se pensa como humana e não ocidental ou oriental, filosofia com o princípio de ancestralidade como fonte de onde emergem os elementos fundamentais da tradição africana, sendo estruturado em força vital, universo, palavra, tempo, pessoa, socialização, ritos funerários, família, produção e poder. Palavras-Chave: filosofia, ancestralidade, tradição. 11 A FILOSOFIA AFRICANA NA POESIA AFROBRASILEIRA Luís Carlos Santos. [email protected] Adilbênia Freire Machado Pretende-se com este trabalho apresentar a cosmovisão africana e seus elementos na filosofia de matrizes africanas e a partir disso verificar seus princípios – ancestralidade, diversidade e integração – e como ocorrem suas manifestações na poesia afrobrasileira. As poesias Linhagem e Batuque de Carlos de Assumpção e Canto dos Orixás de Kaiámiteobó são trazidas para o entendimento sobre a ancestralidade, a diversidade e a integração nas manifestações poéticas afrobrasileiras, exemplificando o conhecimento e o sentir africano. A poesia Linhagem será trabalhada com o objetivo de apresentar o poder ancestral na valorização da cultura, da afirmação política e, conseqüentemente, da produção do conhecimento africano e afrodescendente. Já as outras duas poesias – Batuque e Canto dos Orixás – serão trabalhadas concomitantemente para evidenciar os elementos da diversidade e da integração. Esta comunicação tenta estabelecer um diálogo constante entre a filosofia e a poesia. A filosofia discutida neste trabalho é a de matriz cultural africana e a poesia é a construída pelos poetas afrobrasileiros. Poetas estes que tem em suas produções artísticas e literárias, a estética e a política unidas num único objetivo. Com isso, a ética é a categoria trazida pela perspectiva da filosofia africana, pois a ancestralidade,a integração e a diversidade são entendidas como uma harmonia no universo, por isso é necessário cultuar a diversidade no todo, porque desejar a diferença é desejar a vida. A diversidade, é recorrente no pensamento africano. Assim se verifica no candomblé onde, “[...] são tantos os encantados”. Entretanto, mesmo com vários deuses, tudo está integrado e, com este pensamento, se sustenta a manutenção da sua vida e a do outro, se faz o canto: “Tambor que bate / O toque de reunir / Todos os irmãos / De todas as cores/ Sem distinção”. A Cosmovisão africana e, conseqüentemente, a filosofia de matriz africana é um pensamento que não segrega, mas re-uni. Por essa re-união, o pensamento africano se aproxima do outro, se reconhece naquele que é dessemelhante a si e estabelece a comunicação. 12 MOVIMENTO NEGRO E A EDUCAÇÃO DA PRIMEIRA INFÂNCIA AFRODESCENDENTE Damião, Flávia de Jesus [email protected] Os movimentos negros brasileiros, enquanto relevante ator social na construção dos direitos e da cidadania brasileira, vem desde o período colonial criando múltiplas iniciativas na área educacional e cultural com vista a atender a população afrodescendente. No século XX, há uma intensificação dessas iniciativas. Dentre essas ações, encontram-se o trabalho com meninas e meninos de 0 a 6 anos. Apesar dessa ação estar sendo realizado há alguns anos em diferentes regiões do país, ainda hoje, carecemos tanto de estudos acadêmicos, quanto de registro escrito pelo próprio movimento sobre a referida temática. O objetivo deste trabalho é trazer para o centro do debate dos movimentos sociais a experiência dos movimentos negros com crianças afrodescendentes de 2 a 6 anos na área da cultura e da educação, destacando duas intervenções que ocorrem na região Nordeste. Uma em Salvador, outra em Recife. Após entrevistas com as lideranças dessas intervenções evidenciamos dois aspectos. Primeiro que a despeito da carência de estudo e registro escrito, tanto no meio acadêmico, quanto no interior do próprio movimento negro, as ações com crianças pequenas são iniciativas que o referido movimento tem realizado. E, segundo, que ao atuar com crianças pequenas afrodescendentes, o movimento traz para a agenda nacional a necessidade de que o Estado brasileiro insira de modo efetivo as questões e especificidades que envolvem as crianças afrodescendentes. Finalizando o trabalho, apontamos que a configuração de uma sociedade brasileira, na qual o exercício cotidiano da vida cidadã e uma prática democrática participativa passam necessariamente pela consideração diversos sujeitos sociais, dentre eles, o movimento negro com suas experiências educativas para primeira infância afrodescendente. 13 UM ENCONTRO COM A ÁFRICA: APRENDIZAGENS GEOGRÁFICAS NO CONTEXTO DE UMA ASSOCIAÇÃO DE CAPOEIRA Lindinalva de Queiroz Santos* [email protected] Eliane Silva de Queiroz* Mariluze de Carvalho Campus* Jackeline Santiago de Souza* * UNEB. Campus XI. Serrinha 16 A necessidade de desmistificar os conhecimentos atribuídos à África como um continente sem história geralmente parte da compreensão que identifica os africanos com designações que convergem para a construção de uma imagem de inferioridade e primitivismo. Tendo em vista esses estereótipos que criam e divulgam imagens negativas a respeito do continente africano e de seus povos, o estágio supervisionado em espaços não-formais do curso de licenciatura em Geografia buscou desmistificar a imagem normalmente veiculada desse continente, utilizando-se, para isso, dos conceitos de espaço geográfico e de paisagem, bem como recursos cartográficos, imagens, vídeos, textos que subsidiaram uma análise mais profícua e acurada do continente africano. Objetivando proporcionar o conhecimento de algumas características marcantes da África aos integrantes de uma associação de capoeira local, possibilitando-os relacionar os conteúdos trabalhados com as práticas cotidianas do grupo, identificando as manifestações africanas nas mesmas, compreendendo as raízes da atividade que praticam, além de permitir o fortalecimento da identidade enquanto capoeiristas e afro-descendentes, a atuação pedagógica se deu a partir de oficinas temáticas, envolvendo as diversas situações de aprendizagem geradas pelo trabalho com os temas relacionados à África. O impulso para a delimitação da África como tema para o estágio se deu após a realização de observações in loco, nas quais pôde-se perceber a disponibilidade e o interesse dos capoeiristas em participar do estágio. A efetivação do processo permitiu uma reflexão a respeito do planejamento feito, bem como das atividades realizadas, erros e acertos ocorridos. Dessa forma, o estágio em espaços não-formais de educação realizado em uma associação de capoeira proporcionou ao grupo de licenciandas em Geografia uma vivência única, um momento de aprendizagem profícua, onde a troca de experiências foi o ponto chave para que o desenvolvimento do trabalho se configurasse de maneira proveitosa para ambas as partes: cursistas e estagiárias. Além disso, se configurou numa oportunidade de trazer a realidade africana para um grupo de capoeiristas, fazendo-os entender um pouco mais a respeito da história, cultura, hábitos dos africanos e as influências da cultura afro no Brasil, sua população, economia, entre outros, sob um viés geográfico, de modo a ressignificar as práticas e vivências que constroem a respeito da capoeira. 2 - DSCC - Difusão Social do Conhecimento Científico 20 FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA CURSOS ONLINE: A PERSPECTIVA DE UMA EDUCAÇÃO DESTERRITORIALIZADA Elmara Pereira de Souza. UFBA [email protected] Eduardo David de Oliveira - UFBA A formação de professores-formadores para a educação online tem se configurado como um dos grandes desafios para as instituições de ensino superior (IES) no Brasil. Esse trabalho trata da formação de professores na perspectiva de uma educação desterritorializada a partir das possibilidades da construção e difusão do conhecimento em ambiente virtual de aprendizagem. A pesquisa foi desenvolvida no ambiente Moodle com professores de curso a distância e buscou compreender os fluxos dialógicos (e seus itinerários) produzidos no ambiente virtual de aprendizagem implementado para criar condições de possibilidade de formação de professores para atuarem em curso online. A proposta de trabalho realizada com os professores-formadores tinha o objetivo de fazê-los se comunicarem através do ambiente virtual, além de proporcionar uma vivência coletiva em ambiente telemático, dialógico e colaborativo, onde os afetos, perceptos e sentidos puderam ser produzidos, como estratégia para compartilhar dúvidas, incertezas, produções, conquistas, vivências. Foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa com enfoco na in(ter)venção. A pesquisa in(ter)venção, a partir dos agenciamentos produzidos na experimentação, pode possibilitar a criação de formas de subjetivação em ruptura com os processos hegemônicos de formação de professores para atuar em cursos online. Utilizou-se como base teórica-epistemológica os escritos de Deleuze e Guattari (2003, 2007, 2009) com foco nos conceitos de agenciamento, desterritorialização, linhas de fuga e rizoma. Os resultados, ainda parciais e preliminares, indicam que a formação de professores na perspectiva de uma educação desterritorializada deve ser pensada como um processo próprio da cibercultura e, portanto, a interatividade, a polifonia, a multivocalidade devem ser inseridos nos processo formativos. Palavras-Chave: educação online, formação de professores, ambiente virtual de aprendizagem. 21 SABERES DO RECÔNCAVO José Raimundo J. Santos. CFP- UFRB [email protected] A razão humana sempre foi objeto de análise, o principal estava em compreender os elementos estruturantes que delineiam e demarcam este campo no interior da sociedade. Dentre as teorias que buscam esta apreensão tem-se em Marx o surgimento de um modelo cuja análise intercepta a sociedade e o modo de produção vigente, ou seja, o modelo capitalista determina uma racionalidade que instrumentaliza as ações individuais e demarcam o lugar do homem na relação dicotômica estabelecida. A 17 universidade, enquaqnto ethos cientificamente produtivo, incorpora e cria os mecanismos de homogeneização e de compartilhar das idéias e, neste sentido, normatiza as reflexões sobre os objetos de estudo, criando grupos institucionalmente reconhecidos e rituais de acesso e permanência. Constitui um modelo ideal de racionalidade e, do sujeito para o fazer científico, logo, estabelece mecanismos excludentes dos sujeitos e dos saberes que por eles não forem legitimados. Este estudo, de caráter sócio-filosófico, objetiva compreender as formas sociais da racionalidade como geradora de conhecimento científico, construído e localizado num espaço social reconhecido como produtor e reprodutor de conhecimentos e tecnologias que é a Universidade. Portanto, busca-se verificar como os estudantes de origem popular, socialmente desrespeitados pelo sucateamento das escolas públicas e distribuição desigual dos direitos e deveres, vinculados ao Programa Conexões de Saberes, atuam racionalmente para acessar e permanecer no ensino superior, como também para produzirem saberes que lhes possibilitem o reconhecimento na universidade e para além dela. Em tempo, observou-se a partir das autobiografias publicadas na Coleção Caminhadas de Universitários de Origem Popular (2009) da UFRB e, do acompanhamento e fazer das rodas de formação com a comunidade do entorno da instituição, a relação que estabelecem entre os saberes sensíveis e apreendidos ao longo da vida e aqueles legitimados cientificamente, possibilitandolhes ou não, o reconhecimento na relação entre o estudante de origem popular com sua comunidade de origem e/ou com a comunidade científica, na qual busca filiar-se. Assim, as rodas de formação como tecnologia sócio-pedagógica de prover e dar voz aos atores-autores tornou-se o veículo metodológico de reflexão sobre as formas sociais da racionalidade, usos e desusos. Palavras-Chave: racionalidade, saberes, difusão do conhecimento. 23 EDUCAÇÃO LITERÁRIA E A FORMAÇÃO DA CONSCIENCIA NEGRA ENTRE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Maria Aparecida de Matos IFBA/UFBA [email protected] Pretendo apresentar os resultados da pesquisa, " Educação Literária e a formação da consciencia negra entre alunos da escola fundamental. A pesquisa foi elaborada com a finalidade de intervir e refletir sobre a receptividade de alunos de 4° e 8°ano frente às personagens em narrativas africanas e afrobrasileiras. Foram escolhidas duas escolas públicas , situadas em bairros periféricos de Cuiabá (MT). As técnicas metodológicas foram baseadas na pesquisa-ação que prescreve a intervenção como caminho possível para auxiliar a comunidade em temas que ela tem dificuldades. A disciplina deLíngua portuguesa mostou-se como cenário favorável á introdução de 120 obras com temáticas de cultura afro-brasileira e africana. Fiz diagnóstico antes de inicair as oficinas com objetivo de observar como esses\as alunos\as se sentiam com afrobrasileira como se audenominava, a maioria não gostava de ser negro e se auotdenominavam moreno\a, pardo\a. Após as oficcinas durante 6 meses, houve uma grande mundança, as meninas aderiram aos modelos de cabelos onde a trança é indispensável, alguns já assumiam ter pais negros portanto eram negros. Palavras-Chave: educação literária, literatura infanto-juvenil, cultura negra. 24 O SISTEMA PENITENCIÁRIO NA ÓTICA NEGRA - A QUESTÃO ÉTNICO/RACIAL E A FORMAÇÃO DO AGENTE PENITENCIÁRIO Everaldo Carvalho [email protected] O estudo O Sistema Penitenciário na Ótica Negra, se propõe a estabelecer relação entre racismo, descriminação e os diversos modelos de execução penal ao longo dos tempos e, especificamente, suas implicações para a evolução do sistema penitenciário brasileiro. Enquanto, na Europa, o iluminismo do século XVIII humaniza o sistema punitivo medieval, ao adotar a pena de privação de liberdade, o Brasil, no entanto, tem no escravismo, que perdurou do século XVI ao século XIX, um contraponto ao processo evolutivo da pena. Ou seja, embora o modelo de punição baseado no suplício do corpo tenha desaparecido do solo europeu, no Brasil, o pelourinho, o feitor e a mutilação física ainda eram instrumentos utilizados indiscriminadamente contra o negro africano. O estudo pretende, portanto, identificar como o racismo e a escravidão fundaram o modelo penal brasileiro. Compreender em que medida as teorias discriminatórias da antropologia criminal de Lombroso e Nina Rodrigues, a intolerância religiosa e demais formas sutis de discriminação se mantém incrustadas no inconsciente do Agente Penitenciário. Enfim, pretendemos demonstrar que políticas de ações afirmativas, especificamente as de cunho educacional, como preconiza a Lei Federal 10.639, são fundamentais para tornar os AP sujeitos pró-ativos no combate ao racismo no ambiente penitenciário. O presente trabalho tem como tema central a Práxis Pedagógica Capoeira Angola, compreendida como uma manifestação da Cultura Popular, com fortes raízes africanas. Nossa proposta é buscar investigar e compreender: como se manifestam, nas práticas pedagógicas cotidianas da Capoeira Angola, as formas de compartilhar os saberes da cultura popular, entre crianças e adolescentes, em comunidades de baixa renda de Salvador e quais os seus potenciais e limites para a construção da autonomia e emancipação dos sujeitos nesses contextos? O trabalho se insere nas áreas do conhecimento da Educação articulada com as Ciências Sociais e Estudos Culturais. Os principais referenciais teóricos encontram-se nas discussões sobre Cultura e Identidade, os processos educacionais não-formais na 18 contemporaneidade, as Teorias da Pedagogia da Libertação e sobre Capoeira e Educação, bem como no resgate das ideias de Mestre Pastinha como educador. Trabalhamos com algumas categorias levantadas por Pedro Abib (2005) e Rosângela Costa Araújo (2004) em seus trabalhos de doutorado sobre Capoeira Angola e Educação, quais sejam: comunidade, oralidade, memória/ancestralidade e ritualidade, como subsídios para analisar e fazer uma reflexão crítica sobre as formas de ensinar e aprender a capoeira com crianças e adolescentes, considerando-se as suas singularidades, dentro da proposta da escola de Mestre Pastinha, como uma práxis educativa com fortes origens na cultura Africana e a sua lógica diferenciada em relação à racionalidade ocidental dominante. Como procedimento metodológico estamos realizando um estudo de caso etnográfico no projeto Ginga Muleeke, parte do Grupo Nzinga de Capoeira Angola, com as crianças e jovens da comunidade Alto da Sereia, em Salvador. Para tanto, nos valemos de técnicas como a “participação observadora”, com envolvimento ativo nas atividades educativas do grupo escolhido, onde seus significados são construídos e negociados; entrevistas e revisão de literatura. Como resultados deste trabalho buscamos contribuir com o levantamento de questionamentos sobre a prática pedagógica da Capoeira Angola nos espaços prédefinidos para a nossa pesquisa de mestrado, em andamento, conformando-se questões que servirão como subsídios para orientar o trabalho de campo e fundamentando teoricamente a pesquisa. Palavras-Chave: excção penal, raça, etnia, racismo. 25 NA APORIA DA HISTÓRIA: A LEI 10.639/2003 ENTRE O RECONHECIMENTO, RACIALIZAÇÃO, ETNICIDADE, IDENTIDADE E A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ETNICORRACIAIS Fernando José Ferreira Aguiar [email protected] Pretende-se com este artigo discutir e analisar as implicações e entraves para a implementação da Lei Federal nº 10.639/2003 tomando por base as reivindicações históricas dos Movimentos Negros, desde o Movimento Negritude, o Renascimento Cultural Africano, a persistência e fascínio do conceito de raça, os usos do conceito de etnicidade, a „proliferação subalterna da diferença‟‟ frente aos discursos igualitaristas e as convenções e legislações internacionais e nacionais pertinentes ao tema. Desse modo, buscaremos situar o lugar da História da África nas práticas educativas escolares, enfatizando os seus usos a serviço da educação para as relações etnicorraciais e a problemática de sua operacionalidade/efetividade no cotidiano docente e discente da experiência brasileira, a partir dos conceitos de identidade e mediações culturais. Palavras-Chave: história da África, Lei Federal n° 10.639/2003, mediações culturais. 26 DISPOSITIVO DA ÁRVORE DO CONHECIMENTO Rosa Nelma Souza Seixas. Rede Pública Estadual, do Ensino Básico e de Rede Particular, do Ensino Superior. [email protected] Leliana Santos de Sousa. PGDR/UNEB Ana Claudia de Sousa Fernandes. Rede Estadual e Municipal de SalvadorBA Ana Maria Santos de Menezes. Rede Pública Estadual do Ensino Básico/UNEB Kátia Maria Menezes Santos. Redes Estadual e Municipal, do Ensino Básico. Vera Lúcia Souza dos Santos. Redes Estadual e Municipal, do Ensino Básico. O projeto, cujo objetivo consistiu em analisar criticamente as práticas da gestão do conhecimento nas escolas públicas estaduais da cidade de Salvador, BA, evidenciando a importância da sua implementação como fator de inovação institucional para gestão administrativa e pedagógica, foi uma inovação na organização pública escolar, devido a sua natureza, de estabelecer relação entre a escola pública e a universidade, promovendo uma experiência metodológica inovadora. Percebeu-se que fazer pesquisa em um contexto tão abrangente e complexo como o da escola pública torna-se um pouco difícil, devido à grande diversidade de micros contextos que envolvem essa comunidade e, principalmente, da não aderência de muitos profissionais ao projeto. No entanto, apesar de um grupo pequeno, o projeto foi desenvolvido de forma linear, com encontros mensais presenciais, sempre tendo como suporte os ambientes virtuais moodle, yahoo e o correio eletrônico, instrumentos de muita utilidade nas comunicações do grupo. No período de desenvolvimento do projeto foram oferecidas atividades que visavam o aprendizado e a construção de novos conhecimentos, tendo sempre como apoio os diversos e respeitados teóricos da gestão do conhecimento, cuja relação constará nas referências bibliográficas. Evidenciou-se que o dispositivo da árvore do conhecimento (Pierre Lévy e Michel Authier, 2000), como metodologia, consistiu em buscar os saberes dos sujeitos envolvidos e dos sujeitos convidados a se envolver no projeto, a fim de lhes proporcionar o conhecimento de seus próprios talentos e experiências, constatando que todos possuem saberes, o que falta na maioria das vezes é a circulação desses saberes nos ambientes de convívio. Para completar o projeto foram realizados dois seminários. No primeiro foram discutidos temas relacionados à gestão do conhecimento e inovação escolar, no segundo discutiram-se temas relacionados ao ensino superior e educação 19 básica e reflexões sobre práticas, métodos, gestão do conhecimento e etnicidade. Palavras-chave: Escola pública. Inovação escolar. Gestão do conhecimento. 27 DISCURSOS DISCENTES SOBRE O USO DE IMAGENS COMO MODELOS METAFÓRICOS PARA A DIFUSÃO DE CONHECIMENTO EM BIOFÍSICA, ACÚSTICA E PSICOACÚSTICA Marcos Viana Bomfim. UNEB [email protected] Diante dos fatos evidenciados pela crescente utilização de imagens em atividades acadêmicas disciplinares dos inúmeros cursos das diversas áreas do conhecimento, incluindo-se a Biofísica e a Acústica Aplicada, pode-se observar empiricamente um aumento na participação acadêmica no que se refere a intencionalidade, bem como na ampliação satisfatória do processo de comunicação, construção de conceitos, compreensão de fenômenos, e ganhos na interação e interesse individual, indicadores prováveis de um desenvolvimento e aprendizagem mais amplos que contemplam a construção e desenvolvimento de conceitos e fenômenos trabalhados pelas disciplinas em voga. Destarte, o que eram apenas pressupostos incipientes acerca do uso de imagens, começou a se apresentar como novas possibilidades metafóricas de interação e expressão perceptiva nos estudantes de Biofísica, estimulando assim nos discentes a intencionalidade e prática de leitura complementar textual. Nas atividades pedagógicas em que predominam a utilização preponderante da linguagem escrita ou mesmo verbal, pode-se constatar a presença de maior silêncio dos discentes ou mesmo uma menor produção de contra-argumentação e expressão de percepções múltiplas pelos acadêmicos. Essencialmente, poderia ser implementada potencialmente, como estratégia oportuna, a utilização de modelos de imagens carregados de “intenções evocadoras” de sensações e percepções, além daquelas estratégias de linguagem abordadas tradicionalmente pelo uso preponderante do texto. Vigotski (2008) destaca que a experiência prática mostra que o ensino direto de conceitos é impossível e infrutífero, obtendo como resultado pelo educando um verbalismo vazio, que simula um conhecimento dos conceitos correspondentes, mas que na realidade oculta um vazio. Para Vigotski, há uma aproximação entre signo e instrumento, destacando-se assim como característico da linguagem e necessidade de desenvolvimento de uma atividade educacional mediada, onde o signo figura como instrumento da atividade psicológica, operando de maneira análoga ao papel de um instrumento no trabalho. O presente trabalho teve como objetivo analisar discursos de quatro discentes acerca da pertinência do uso de figuras (imagens) como possibilidade ou mesmo alternativa para otimização do processo de ensino-aprendizagem. Nesta pesquisa qualitativa e descritiva, foram analisados quatro recortes de textos transcritos oriundos de entrevistas realizadas com discentes. Os discursos discentes foram analisados à luz da Análise do discurso, versão francesa, norteados pelos conceitos, condições e processos de produção de sentidos (Pêcheux ; Orlandi) e linguagem em referência às noções de tensão/polissemia/paráfrase (ORLANDI, 2009). Os relatos das percepções discentes acerca do uso de imagens como estratégia metafórica em atividades disciplinares podem ser testadas, investigadas e implementadas como possibilidade potencial em espaços educativos formais ou mesmo não-formais visando a difusão do conhecimento. Palavras-chave: Imagem; metáfora; biofísica; difusão do conhecimento; discurso. 28 ABORDAGENS EPISTEMOLÓGICAS DA COGNIÇÃO: A ANÁLISE COGNITIVA NA INVESTIGAÇÃO DA CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO Ana Lucia Lage. UFBA [email protected] Teresinha Froes Burnham. UFBA José Luis Michinel. UCV/ UFBA. Este texto discute as possíveis abordagens epistemológicas da cognição. Esta reflexão nos leva de volta às origens das Ciências Cognitivas, à sua proposta original de campo interdisciplinar, tecendo relações entre a filosofia, a psicologia cognitiva, a inteligência artificial, a linguística, a neurociência e a antropologia, e às suas abordagens epistemológicas – cognitivismo, conexionismo e enaccionismo. Em seguida, amplia a discussão para incluir novas disciplinas - a biologia do conhecimento, a sociologia do conhecimento, a antropologia cognitiva e as ciências da computação e da informação - áreas de significação que atualmente compõe o campo ampliado das Ciências Cognitivas, onde se insere a Análise Cognitiva.Esta discussão será feita assumindo a Análise Cognitiva e a Multirreferencialidade como referenciais teórico-epistemológicos permitindo uma re-significação das áreas que configuram as Ciências Cognitivas.A Análise Cognitiva, este duplo campo cognitivo/epistemológico, enfoca a estudo do conhecimento a partir dos seus processos de construção, tradução e difusão, visando o entendimento de linguagens, estruturas e processos específicos de diferentes disciplinas, com o objetivo de tornar essas especificidades em bases para a construção de lastros de compreensão inter/transdisciplinar e multirreferencial. Assim, este campo se institui com o compromisso da produção e socialização de conhecimentos numa perspectiva aberta ao diálogo e interação entre essas diferentes disciplinas e a sua tradução em conhecimento público (Fróes Burnham, 2010). A Multirreferencialidade, proposta por Ardoino, introduz a noção de um olhar plural sobre objetos e fenômenos - que são em si plurais e o uso de múltiplas linguagens para apreendê-los na sua pluralidade constitutiva. A sua investigação se dá por meio da análise do processo 20 cognitivo de construção do conhecimento, que não se detém no objeto de conhecimento, mas no próprio processo a ser apreendido mais globalmente através da familiarização, buscando explicitá-lo, elucidá-lo “sem (...) interromper o seu movimento, mas realizar esta produção ao mesmo tempo em que o processo se renova, se recria, na dinâmica intersubjetiva da penetração na sua intimidade, na multiplicidade de significados, na possibilidade de negação a si mesmo, que caracteriza o sujeito das relações sociais” (Ardoino apud Fróes Burnham, 1998). A Multirreferencialidade propõe que a análise se dê a partir de múltiplos sistemas de referência – poesia, arte, política, ética, religião, ciência – igualmente significativos, todos irredutíveis uns aos outros e sem pretensão de síntese, de conhecimento acabado – antes uma bricolagem de visões que leva a uma compreensão (Fróes Burnham e Fagundes, 2001). Palavras-Chave: análise cognitiva, construção do conhecimento, multirreferencialidade. 29 UMA CONFIGURAÇÃO DE CAMPO PARA O CONHECIMENTO Marcus Túlio de Freitas Pinheiro [email protected] Teresinha Fróes Burnham A noção hegemônica de uma perspectiva formadora remete a um constructo, a um arquétipo capaz de fazer emergir uma modelagem para o conhecimento, fazendo dessa categoria algo que possibilita a troca, a conversão, a difusão, algo que converge para estruturantes da ciência econômica e que tem um aporte teórico reforçado por uma compreensão de mercado. Esta concepção é hoje largamente utilizada em organizações capitalistas para a “produção do conhecimento” formalizando experiências de vida, transformando o que é denominado conhecimento tácito em conhecimento explícito. Este incômodo lugar contemporâneo para o conhecimento fez emergir a percepção do conhecimento do presente trabalho, que propõe um lugar anterior para esta categoria, afastando-a do contexto mercadológico, de uma lógica de consumo, de apropriação, de distribuição para uma perspectiva de geração, de interferência, de potencialização, de algo que não está posto e sempre se apresenta em um estado de vir a ser. Nessa proposição o conhecimento se afasta de uma lógica preestabelecida por outras categorias e surge como fundante, como plasma, amorfo, potencializador, capaz de modificar configurações, tirar do equilíbrio concepções enraizadas, capaz de aumentar e diminuir dinâmicas sistêmicas, de fazer emergir tensões, lutas, divergências, convergências. A presente proposição de percepção do conhecimento pode aportar nela sistemas dicotômicos, lineares, previsíveis como o da lógica econômica, mas dá conta de aportar teorias de aprendizagem, teorias de currículo, teorias sobre o papel da educação e para além da educação formal, ou seja, o conhecimento é visto como campo no sentido epistemológico da palavra. A perspectiva a priori nesse caso não é a da formação, e sim a do Ser cognitivo, afetivo, estético. O Currículo se apresenta nesse contexto, como um estado, é algo que motiva e remete para outros estados. A partir da proposta de perceber o conhecimento como campo, alguns desdobramentos serão abordados como referenciais para uma configuração contemporânea da educação. A formalização dessa proposta trará a possibilidade de vivenciarmos processos que tendem a uma estática e processos que tendem a uma dinâmica na educação e na concepção do conceito de currículo, trazendo uma visão holográfica do campo conhecimento que dá conta de explicar constructos lineares de alta rigidez e constructos maleáveis, relacionais, fluidos que possibilitam um olhar além da educação formal. O que será exposto é o sentido relativo da educação que coloca como fatores relevantes a autonomia, a consistência e a formalização de conceitos locais e não locais para a emergência de currículos dinâmicos e contextualizados." Palavras-Chave: conhecimento, campo, complexidade. 31 A IMAGEM-METAFÓRICA COMO CANAL DE DIFUSÃO DO CONHECIMENTO ENTRE COMUNIDADES CIENTÍFICAS E AMPLIADAS: A IMAGEM-METÁFORA UM TRANSDUTOR/INTERFASE ENTRE CIÊNCIA E EDUCAÇÃO José Luis Michinel.UCV/UFBA. [email protected] José Carlos Oliveira. UEFS/UFBA Patrícia Pugliese Schiper. UFBA . CEPRED Marcos Viana. UNEB A construção do conhecimento nos períodos de emergência dos paradigmas nas ciências nos mostra o nascimento de construções imagéticas, com um sentido metafórico, acompanhando ao paradigma. Ressaltamos alguns casos no campo da Física e de outras ciências a modo exemplo: o caso da Torre de Pisa, relacionada a Galileu, a seus experimentos imaginários e ao paradigma Experimentalista; o relógio, a máquina e o autômato conexo ao paradigma da Física Clássica; a borboleta, o “bifurcador” e o “atractor” na complexidade; a Corda ou Super Corda na proposta da Doutrina de Campo Unificado. Y noutros campos científicos também se destacam exemplo: a dupla hélice na estrutura do DNA que representou uma revolução científica, marcando o verdadeiro nascimento da biologia molecular. Ainda que a ciência se esforce pela formalização dos fenômenos ela não joga fora a força para o entendimento que uma boa metáfora possa lhe dar.Também, na difusão do conhecimento científico, mais especificamente numa visão de socialização do conhecimento que tem sido produzido pela comunidade da ciência e que se busca comunicar à “comunidade ampliada” se faz 21 necessário assumir a Função Imagem-metáfora como um canal preferencial do processo cognitivo.Este trabalho trata da produção de imagens metafóricas na interfase Ciência-Educação na ciência com o intuito de gerar canais de difusão do conhecimento entre comunidades científicas e “ampliadas”. Trata-se então de assumir as imagens metafóricas como canais de difusão e como transdutor da linguagem ou interfase entre essas comunidades. Neste caso localizamos a construção desses canais na educação não-formal e formal: no aconselhamento de familiares e pacientes com patologias genéticas e no ensino de temas de biofísica e de física em cursos universitários. Abordamos este problema desde una perspectiva múltipla que integra as áreas de conhecimento da: educação das ciências em relação com os conceitos de Transdução do conhecimento científico em conhecimento público (Fróes-Burnham, 2002), Interface conhecimento científico-conhecimento escolar (Almeida, 2004) e Desdobramento do ato educativo (Michinel, 2001); Análise do discurso, versão francesa, com os conceitos de condições e processos de produção de sentidos (Pêcheux, 1995, 1997 e Orlandi, 1999 ) e linguagem em referencia às noções de: Tensão polissemia/paráfrase (Orlandi, 1996, 1999) e Metáfora (Lakoff, 2000).Constroem-se imagens-metáfora para ser testadas em espaços educativos formais ou não-formais, semelhantes aos que aqui são estudados. Essas imagensmetáforas são uma espécie Jano bifronte que observam dos frentes: a Ciência e a Educação na Ciência; comunidades científicas e comunidades ampliadas; conhecimento científico e conhecimento público. 32 ESTUDO DA DIFUSÃO DO CONHECIMENTO DE COMUNIDADES CIENTÍFICAS POR MEIO DE REDES COMPLEXAS E ANÁLISE DE REDES SOCIAIS Maria Teresinha Tamanini Andrade [email protected] A difusão, o compartilhamento e o acesso ao conhecimento fornecem os elementos para uma compreensão sobre a ciência universitária dinamizada pela relação recíproca e dialética entre a produção do saber e sua socialização comunicativa. A sociedade é desafiada a compreender como se relacionam esses processos com a complexidade de fatores que envolvem seu compartilhamento entre grupos de pesquisa e pesquisadores no interior das instituições de ensino. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa é fazer um estudo da interação dos fatores de ordem cultural que atuam na dimensão grupal e individual das dinâmicas comunicativas dos pesquisadores e grupos de pesquisa de uma comunidade científica, enquanto parâmetro para compreender como se engendram os processos de difusão e compartilhamento do conhecimento no contexto acadêmico. O processo de objetivação, reflexão e produção do conhecimento está imbricado na produção de evidências que podem ser construídas por métodos de abordagem quantitativa ou qualitativa. A junção de várias abordagens, nos ajudam a conectar interpretações explicativas, analíticas e compreensivas em direção ao nosso problema de pesquisa. Como resultados iniciais, através da Teoria de Redes Complexas e Análise de Redes Sociais, observaram-se a cooperação/colaboração entre pesquisadores de uma comunidade científica. Estes resultados permitiram constatar uma forte interlocução e agilidade para acesso e contato entre os pesquisadores, significando uma maior eficiência nos processos de difusão e compartilhamento do conhecimento. 33 DESENVOLVIMENTO DE CONCEITOS IMPULSIONADO PELA ATIVIDADE DE PESQUISA POR ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DO SETOR PÚBLICO: UMA ANÁLISE A PARTIR DA TEORIA DE VYGOTSKY Esiel Pereira Santos. UNEB/UCV [email protected] O “Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica Ciência, Arte & Magia” da Universidade Federal da Bahia, Instituto de Biologia, Departamento de Zoologia, Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia, no presente ano (2010), em parceria com a SEC/IAT E FAPESB através do EDITAL 008/2009 de propostas para Pesquisa com foco em Inovações Educacionais a partir de parcerias entre escolas públicas e instituições de ensino superior e pesquisa na Bahia, desenvolve um projeto de orientação de estudantes de Colégios do setor público parceiros ao programa na produção de jogos educativos eletrônicos sobre ciências. Desta forma torna-se possível analisar, a partir da ótica de Vygotsky (1896-1934), o desenvolvimento dos conceitos científicos dos estudantes envolvidos na produção dos jogos eletrônicos. Tal análise é importante para a compreensão dos processos cognitivos do desenvolvimento dos conceitos científicos através desta produção, bem como o quanto esta atividade pode impulsionar tal desenvolvimento (conceitos científicos). Desta forma pretende-se acompanhar do desenvolvimento de conceitos científicos de jovens estudantes do ensino médio que fazem parte do “Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica Ciência, Arte & Magia” dos Centros Avançados de Ciências dos colégios do setor público parceiros ao programa (Colégio da Polícia Militar e Colégio Estadual Evaristo da Veiga especificamente) através da elaboração de jogos eletrônicos e trabalho de pesquisa. 34 EDSI: UMA TECNOLOGIA SOCIAL NA PROMOÇÃO DA SAÚDE BUCAL INFANTIL Eliane S Souza [email protected] Andréia Cristina Leal Figueiredo; 22 Rita de Cássia Natividade Com a redução da prevalência da cárie dental associada a uma oferta massiva de produtos fluorados, a persistente susceptibilidade de crianças menores de seis anos à doença não tem passado despercebida. A cárie precoce e a cárie precoce severa, as que acometem respectivamente menores de seis anos e menores de três anos de idade (BRANDÃO et al, 2006) têm sido objeto de estudos epidemiológicos amplos como o de Cabral (2005) que aborda o fenômeno na população infantil de Salvador, BA. A identificação da doença pela população de um bairro desta Cidade, em 2005, como um problema de saúde de significativo impacto na qualidade de vida da sua população infantil, mobilizou as equipes de uma universidade pública, de uma unidade básica de saúde e de um centro municipal de educação infantil no sentido da concretização de uma intervenção que lograsse controlar a doença em escolares de 4 a 6 anos de idade.Este artigo apresenta e discute os resultados do projeto de avaliação do Programa desenvolvido neste CMEI, desde 2006, com o propósito de reduzir a incidência de cáries na dentição decídua e prevenir a ocorrência da doença na dentição permanente. São descritos os processos avaliativos caracterizados como 1) ensaio clínico comunitário e 2) avaliação participativa, assim como seus principais resultados. Entre eles ressalta-se a escovação dentária supervisionada indireta (EDSI), de eficácia e efetividade amplamente comprovadas e registradas na literatura odontológica que, contudo, no entender das autoras, só terá o impacto na saúde das populações que ainda convivem com a doença, quando for implementada como uma tecnologia social, no sentido apresentado por Rodrigues e Barbiere (2008), isto é, como uma “manifestação do conhecimento” reelaborada na interação com a comunidade interessada com o sentido prioritário da emancipação dos seus usuários que, neste processo de apropriação, constroem coletivamente, na perspectiva da sustentabilidade, as soluções que os irão beneficiar. 3 - DSCP - Difusão de Saberes em Cadeias Produtivas: Redes Sociais de Colaboração Solidária 36 MODELO EVOLUTIVO DE DIFUSÃO DO CONHECIMENTO EM ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS, BASEADO EM AFINIDADE Roberto Luiz Souza Monteiro [email protected] Hernane Borges Pereira Marcelo A. Moret Tereza Kelly Gomes Carneiro Este trabalho apresenta um modelo computacional, capaz de simular a difusão do conhecimento em Arranjos Produtivos Locais (APL), utilizando uma abordagem evolutiva. Tal abordagem, parte do pressuposto que redes de caráter social, tais como aquelas constituídas pelos processos de colaboração e cooperação em APLs, evoluem à semelhança dos organismos vivos, tal como descrito pelo naturalista Charles Darvin em A Origem das Espécies. Percebeu-se em estudos realizados com APLs de turismo que é possível estabelecer um modelo evolutivo de difusão do conhecimento, onde os atores (empresas) participam, como propagadores e/ou assimiladores de conhecimento, dependendo dos atributos que cada ator apresenta. Atributos estes que definem características que o levam a ter ou não interação com outro ator. Para este modelo foram considerados atributos: o saber (expertise, knowhow ou qualquer conhecimento que possa ser repassado para outrem); a disponibilidade em compartilhar seu conhecimento; o desejo em adquirir um novo conhecimento, e; a resistência em socializar um dado conhecimento seu. Esses atributos são valorados em uma escala de 0 a 5 e juntos, os atributos de um ator constituem um cromossomo. Este cromossomo, à semelhança da teoria da evolução de Darvin, pode sofre crossover (troca de características de um ator com outro ator) e mutação (mudança de uma característica de forma aleatória, de acordo com uma taxa de mutação). Estes processos de crossover e/ou mutação são realizados entre os atores por diversas gerações, até que se atinja um número máximo de gerações, ou até que a rede mude sua topologia. Enfim, através deste algoritmo é possível formalizar uma dinâmica de cooperação em rede tendo como parâmetro atributos dos atores, ao mesmo tempo, que permitirá também modelar os processos de difusão do conhecimento em função destes atributos. Destacase ainda, que o algoritmo desenvolvido permitirá a qualquer pesquisador estabelecer suas próprias escalas para cada um dos atributos dos atores analisados, sendo possível assim ampla aplicação em diferentes estudos de redes sociais. Palavras-chaves: redes sociais, arranjos produtivos locais, redes de colaboração, algorítimos evolutivos, difusão do conhecimento." 37 A ATUAÇÃO DAS REDES SOLIDÁRIAS NO CARNAVAL DE SALVADOR Rogério Luiz Ferreira da Silva,*. [email protected] Tatiana Santos Borba* * Centro Público de Economia Solidária - Cesol e Instituto Ecomundus O presente artigo pretende avançar na concepção de redes a partir da ação dos catadores de resíduos sólidos no carnaval de Salvador – Bahia 2010, 23 através do projeto proposto pelo movimento social de reciclagem, a parceiros públicos e privados, tendo como base principal a aprendizagem em redes associativas, alicerçadas pela política pública de crédito associativo e solidário - CREDISOL. O Complexo Cooperativo de Reciclagem de Salvador teve início no ano de 2003 e foi organizado como fruto de uma parceria informal entre cinco empreendimentos e a Agência de Desenvolvimento Solidário da Central Única dos Trabalhadores (ADS/CUT-BA). A proposta deste consiste na estruturação de ações comuns como comercialização conjunta da produção dos grupos, bem como otimização dos gastos com logística, educação ambiental, promoção da coleta seletiva, qualificação profissional solidária, entre outros; que a partir de uma união associativa e autogestionária passam a desenvolver ações socioambientais que são de responsabilidade dos poderes públicos, mas, ainda não são percebidos como agentes ambientais diante do processo logístico do evento. A melhoria das condições de trabalho e consequentemente o aumento, temporário, da renda desses agentes ambientais é o grande propósito desta ação e para tanto, além de contar com diversos parceiros esta ação conta com o aporte de recursos do programa CREDISOL e seu método de grupo solidário. Dentro dessa proposta abordaremos o histórico e a formação do complexo cooperativo de catadores de Salvador, a relação com o crédito e sua alta relevância para a maior festa de rua do mundo, assim como as suas perspectivas como rede solidária. De imediato, percebe-se a modificação de atuação dos conhecidos “catadores ou badameiros” avulsos, ou seja, os que não fazem parte do Complexo. A melhoria de transformação das condições de trabalho é imediata, uma vez que estarão em pontos de coleta estratégicos, seguro e no mínimo higiênico, desta forma transferindo-os dos circuitos do carnaval para locais adequadamente organizados e estruturados para estes serviços. Na organização dos empreendimentos, também é notório a boa auto-estima de cada indivíduo, tanto pelas reuniões em torno da montagem da estrutura e dos equipamentos, quanto pelos cursos ministrados pelos parceiros. Com este trabalho também se espera sensibilizar a população em geral para a causa do trabalho do “catador / badameiro”, promovendo e exibindo seu papel de agente ambiental na sociedade buscando apoio de todos nesta causa." Palavras-Chave: economia solidária, reciclagem, crédito. 38 FENOMENOLOGIA DA CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA David Moises Barreto dos Santos. UFBA [email protected] Adolfo Almeida Duran. UFBA Teresinha Fróes Burnham. UFBA Se ao longo da história da humanidade a tecnologia sempre foi instrumento de intervenção no nosso cotidiano, agora esse processo se dá com maior intensidade e tende a aumentar cada vez mais com a convergência tecnológica. Muitas e diferentes tecnologias de informação e comunicação móveis, isto é, que podem ser usadas em movimento, têm surgido principalmente na última década, as quais podem estar conectadas entre si através da Internet, permitindo a colaboração e/ou cooperação desde alguns até milhares de indivíduos. Entretanto, esse fenômeno ainda é incipiente e pouco explorado, nos levando a questionarmos: o que é afinal o fenômeno da convergência? Qual sua essência? Neste sentido, a partir de uma perspectiva fenomenológica (Edmund Husserl), nosso objetivo é examinar como a convergência tecnológica se manifesta à consciência, buscando compreender sua essência na experiência vivida do cotidiano. É importante ressaltar que procuramos evitar tanto reducionismos, enfocando determinados aspectos em detrimento de outros, sobretudo vieses estritamente técnicos, quanto fenomenismos, excesso de informações desnecessárias a respeito de um objeto, que nada oferecem frente à meta que se pretende alcançar. É discutida a definição de convergência tecnológica e seu caráter polissêmico – é comum encontrar diversas apropriações do termo. Neste ínterim, abordamos o conceito de ubiqüidade e os efeitos em nosso dia-a-dia. Henry Jenkins, André Lemos, Gracie Lawson-Borders, entre outros autores, enriquecem essa temática. Este fenômeno não é isolado e está situado em um contexto, sendo assim, dialogando com Zygmunt Bauman, Manuel Castells e Vincent Mosco, buscamos relacioná-lo com acontecimentos sociais, econômicos e políticos. Além disso, destacamos a importância da tecnologia como mediadora das relações do sujeito com o mundo e suas implicações na aprendizagem (Lev Vigostki, Pierre Levy, Humberto Maturana, Francisco Varela). Por outro lado, finalmente, analisamos o fenômeno na contemporaneidade, da modernidade líquida, na qual a fluidez é o que conta, o poder de não se prender a nada, de não estar confinado entre limites físicos (Zygmunt Bauman e Martin Heidegger). Palavras-Chave: convergência tecnológica, fenomenologia, cotidiano. 39 ENTRE O CHRÓNOS E O KAIRÓS: IMPACTOS DA TEMPORALIDADE NA FORMAÇÃO DOCENTE ONLINE EM BARROCAS/BA Larissa de Queiroz Santos Secretaria Municipal de Educação de Barrocas/BA. [email protected] O tempo é marca indelével da existência humana. Logo, gerenciá-lo de modo conveniente representa um exercício de poder e autonomia. Com o advento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), novas relações com a temporalidade foram plasmadas e a Educação a Distância 24 (EaD) recebeu fortes influências, originando novas necessidades para os aprendizes, principalmente no que concerne à colaboração. Nesse sentido, faz-se imprescindível questionar como se articulam as temporalidades imanentes aos cursos de formação docente online e quais os impactos da gestão do tempo nos processos de colaboração e aprendizagem. É nessa perspectiva que nasceu o desafio de investigar sobre a temática “Entre o chrónos e o kairós: impactos da temporalidade na formação docente online em Barrocas/BA”, que se efetivou com os docentes graduandos em Letras via EaD e suas respectivas tutoras. Teve como objetivo principal investigar os impactos da temporalidade (dimensão cronológica e kairológica) na formação docente online em Barrocas/BA, enfocando as relações existentes entre planejamento, currículo, avaliação e o equacionamento do tempo para estudo e aprofundamento, além de compreender o papel da mediação pedagógica e tutoria na construção da autonomia discente, buscando delinear as influências da gestão do tempo na qualidade da colaboração e aprendizagem online. Para contemplar os anseios e interesses da investigação, o tipo de pesquisa foi o estudo de caso, fundamentado na abordagem qualitativa, tendo a fenomenologia como abordagem epistemológica. A técnica de coleta de dados foi a aplicação de questionários específicos aos graduandos e às tutoras. O aporte teórico-conceitual foi construído à luz dos estudos de Vygotsky, Freire, Ausubel, Bosi, Preti, Almeida, Pesce, Okada, Ramal, dentre outros, que trazem profundas reflexões sobre a temática em questão. Nos resultados, constatam-se os desafios e limitações da formação docente online quanto ao gerenciamento temporal e a necessidade de buscar alternativas de investimento no encorajamento da autonomia estudantil rumo à colaboração e aprendizagem significativa. Desse modo, o presente trabalho contribui para o ato de repensar o planejamento, a mediação pedagógica e a avaliação dos cursos de educação a distância, em busca de alternativas que viabilizem a sua qualidade e promovam a efetiva difusão dos saberes em redes colaborativas. 4 - CP - Canais Preferenciais e Grupos Sociais Específicos na Difusão do Conhecimento 19 ICONOGRAFIA, COLAGENS E DESCOLONIZAÇÃO: UMA ABORDAGEM PERFORMÁTICA NO ENSINO DE HISTÓRIA INDÍGENA Francisco Alfredo Morais Guimarães-UNEB [email protected] América Lúcia César- Pós-Afro-UFBAAnari Braz Bomfim-Mestranda– Pós-Afro-UFBA; Arissana Braz Bomfim- Mestranda– Pós-Afro- UFBA; Carlos Rafael Silva– Graduando– Antroplolga- FFCH-UFBA Este trabalho apresenta uma experiência pedagógica sobre Epistemologia e História Indígena, onde nos baseamos em princípios estéticos da performance ritual para articular um diálogo entre referenciais historiográficos e a cosmovisão de povos indígenas. A experiência apresentada foi concebida a partir de estudos bibliográficos e trabalhos de campo junto a sociedades indígenas. Nela, o ritual tomado enquanto dispositivo pedagógico, é visto como uma atuação marcada por relações entre participantes, sustentada por eventos intencionais, abertos a experiências evocativas, integrativas e inusitadas, em que privilegiamos o usos de colagens iconográficas, o recital de músicas e poemas temáticos e a interação com diversos elementos cênicos que compõem uma instalação. Palavras-Chave: ensino de história indígena, epistemologias indígenas, etnicidade, multirreferencialidade. 22 PARA ALÉM DAS COTAS: A PERMANÊNCIA DE ESTUDANTES NEGROS NO ENSINO SUPERIOR COMO POLÍTICA DE AÇÃO AFIRMATIVA Dyane Brito Reis Centro de Formação de Professores - UFRB [email protected] * Esta Pesquisa de Doutoramento objetivou analisar como as Políticas Institucionais de Permanência têm sido elaboradas e/ou incorporadas pela Universidade Federal da Bahia e qual o significado material e simbólico desta permanência. As políticas de acesso ao ensino superior trouxeram a presença maciça de estudantes pretos e pobres a cursos que historicamente não se observava esta “nova presença”. Os estudantes ingressos pelo sistema de reserva de vagas também encontraram inúmeras e agudas dificuldades para permanecer no curso superior, tanto a nível material (recursos financeiros) quanto ao nível simbólico, aqui entendido como as possibilidades de identificar-se com o grupo dos demais universitários, ser reconhecido e pertencer a ele. A partir das categorias analíticas de Kant e Lewis, definimos o conceito de permanência como o ato de durar no tempo que deve possibilitar não só a constância do indivíduo, como também a possibilidade de transformação e existência. A permanência deve ter o caráter de existir em constante fazer e, portanto, ser sempre transformação. Para atender aos objetivos da pesquisa e buscar possíveis respostas ao problema, foi realizada uma abordagem qualitativa com estudos quantitativos, na qual buscamos aplicar um instrumento com 100 estudantes autodeclarados negros, pretos ou pardos e em sua maioria ingressos pelo sistema de reserva de vagas. A pesquisa em profundidade foi realizada com nove estudantes de diversos cursos da UFBA, bem como técnicos e gestores 25 dos programas institucionais de permanência. Os resultados encontrados na pesquisa empírica sustentam a nossa tese de que a permanência (material e simbólica) como política de ação afirmativa na UFBA é um processo em construção e pode ser descrita como alguns poucos projetos institucionais de permanência e uma gama de estratégias informais criadas pelos estudantes a fim de se manter na universidade. A identificação e compreensão destes projetos e destas práticas podem fornecer subsídios para a formulação de políticas que contribuam para uma permanência qualificada por um lado e por outro amplie as possibilidades de inserção destes estudantes nos demais campos sociais a fim de possibilitar oportunidades de mobilidade social. Palavras-Chave: ações afirmativas, permanência material, permanência simbólica. 41 A MULHER TERENA NO MOVIMENTO SOCIAL: DOS MODOS TRADICIONAIS À ARENA POLÍTICA DA ALDEIA ÁGUA BRANCA Lindomar Lili Sebastião [email protected] O presente trabalho de dissertação tem como objetivo compreender as mudanças culturais nas trajetórias das mulheres Terena, habitantes da Aldeia Água Branca, no município de Aquidauana, Mato Grosso do Sul, onde atualmente moram aproximadamente 891 pessoas, distribuídas em torno de 150 famílias. Os Terena são integrantes da família lingüística Guaná, filiadas ao tronco Aruak. O projeto busca pesquisar a mudança cultural da mulher Terena. Procura detectar e analisar suas novas ocupações e funções dentro da comunidade indígena, marcadas por várias transformações que vem ocorrendo no tocante às suas ocupações tradicionais, nas quais se destacam sua participação num campo antes reservado apenas aos homens, o da atuação política. Hoje as mulheres Terena também passam a participar em reuniões e assumir funções de liderança comunitária, como: membro do conselho tribal, presidentes de Associações, mulheres exercendo função de diretora na Educação, na Saúde atuam nos cargos profissionais como enfermeiras e auxiliares, agentes de saúde. Frente a esse cenário, emerge com força a questão territorial em seu aspecto de reconstrução cultural, ou enquanto espaço de afirmação de identidade e autonomia. O aporte teórico a dar suporte a pesquisa centra-se em pesquisadores do povo Terena, como também autores da Antropologia que trabalham a questão do gênero nas sociedades indígenas e manifestações da identidade étnica em conexão com a dinâmica cultural e movimento indígena. A metodologia a ser adotada irá privilegiar a abordagem qualitativa, com características descritivas e delineamento de estudos de caso. A técnica a ser utilizada para a coleta de dados será tanto a historia oral – por via da realização de entrevistas, levantando assim testemunhos sobre acontecimentos, conjunturas, visões de mundo - como também a etnografia das relações entre as mulheres e demais pessoas dentro da aldeia, através da observação participante criteriosa.Destaco que a observação participante, como instrumento de coleta de dados, permitirá uma visão bastante profunda das questões em foco, principalmente pelo fato de eu mesma pertencer à comunidade que irei estudar, tendo, nesse sentido, acesso facilitado em praticamente todos os setores da sociedade Terena. As hipóteses se confirmam na percepção dos valores da cultura nãoindígena se agregarem aos costumes indígenas através do contato e convivência com a sociedade brasileira, trazendo novos comportamentos e agregando-os aos costumes Terena. O absorver dos novos costumes entre os Terena, possivelmente gerados pelo contato intenso com a sociedade brasileira, contribui para a mudança cultural. PALAVRAS-CHAVES: Mulher Terena – Atuação política – Liderança. 42 A GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO INOVAÇÃO NA ESCOLA PÚBLICA: UMA REFLEXÃO SOBRE SABERES E PRÁTICAS CONSTRUÍDOS Ana Claudia de Souza Fernandes. Rede Estadual e Municipal de Salvador [email protected] Leliana Santos de Sousa - PGDR/UNEB Ana Celeste Cruz David. UNEB Eurivaldina do Carmo D. dos Santos . UNEB Este artigo objetiva refletir acerca dos saberes e práticas construídas a partir do desenvolvimento de um projeto de pesquisa em escolas públicas estaduais de Salvador e evidenciar a caminhada de ações inovadoras que foram implementadas pelo grupo pesquisador. As ações desenvolvidas no projeto efetivou-se nas modalidades presencial e a distância em uma conexão Educação básica e Ensino Superior com utilização do ambiente virtual de aprendizagem Moodle, fóruns e listas de discussão. A pesquisa foi aplicada mediante a combinação da metodologia do estudo de caso comparativo e a concepção do prático pesquisador (KOHN, Ruth Canter 1998), que se fundamenta na condição de implicação do próprio educador como pesquisador em seu ambiente escolar e o dispositivo da árvore do conhecimento (LEVY, Pierre 2000), com vias a uma produção de aprendizagens significativas e colaborativas entre os participantes. A pesquisa teve como lócus duas escolas públicas estaduais de Salvador- BA de grande porte que atende a uma clientela de Ensino Fundamental e Médio regular e técnico e na modalidade Educação de Jovens e Adultos – EJA, onde se formou o grupo prático pesquisador contando com profissionais da educação das duas escolas, técnicos da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, professores da Universidade dentre eles especialistas, mestres, e doutores. Nesta pesquisa que teve como objetivo principal a análise e construção de estratégias de gestão do conhecimento produzido e disseminado na escola. Investigaram-se aspectos da gestão do 26 conhecimento, inovação e aprendizagem organizacional, através de atividades presenciais de estudo para aprofundamentos dos conceitos, o dispositivo da árvore do conhecimento, e ferramentas tecnológicas, aplicação e análise de instrumentos de pesquisa com o grupo prático pesquisador (GPP) e com o grupo escolar, bem como a organização de seminários para disseminação dos saberes construídos durante o processo. Palavras-Chave: gestão do conhecimento, inovação, tecnologia. 43 ESTUDOS COREOGRÁFICOS DIGITALIZADOS COM O SOFTWARE LIFEFORMS Andréia Oliveira [email protected] Esta pesquisa de iniciação cientifica trata de investigar a utilização do software Lifeforms, criado por Thecla Schphorst da Simon Fraser University (Canadá), como ferramenta de criação coreográfica contemporânea. Foram realizados seis experimentos coreográficos criados e animados pelo Lifeforms, sendo que um deles é um tutorial em português do software, inexistente previamente a nossa investigação e os outros cinco tem caráter experimental e coreográfico, que em ultima análise resultaram em criações artísticas de videodança. Além da ampla divulgação dos trabalhos pela Internet, também já participamos com esses trabalhos de diversos festivais de videodança e congressos internacionais." Palavrfas-Chave: dança, tecnologia, coreografia. 44 EM BUSCA DA (IN)FORMAÇÃO SOBRE A DIVERSIDADE ÉTNICORACIAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Magdalânia Cauby França [email protected] O presente trabalho visa investigar a formação de alfabetizadores de jovens e adultos na Bahia pela perspectiva da diversidade, com ênfase no aspecto étnico-racial, fazendo análise das suas implicações para a orientação das pesquisas e das práticas pedagógicas, para a superação das determinações históricas de exclusão. Para realizar a investigação utilizou-se como metodologia a pesquisa participante durante a formação inicial e continuada 2008/2009 dos alfabetizadores do Programa Brasil Alfabetizado na Bahia. A formação na Educação de Jovens e Adultos configura-se numa complexidade que enfrenta vários desafios nas dimensões epistemológica, político - pedagógica, sociológica, antropológica, psicológica. Os resultados evidenciam a necessidade de superação da política de negação das diferenças por meio de uma formação que possibilite uma prática educativa reflexiva que potencialize a diversidade como ressignificação da humanidade. Enfim, sugere que a formação parta do contexto social na qual os sujeitos estão inseridos assumindo uma dinâmica de reconhecimento da situação, ampliação da visão de mundo e gestão da informação como construção coletiva de perspectivas de luta por uma vida digna e por uma sociedade justa e igualitária. Palavras-Chave: educação de jovens e adultos, formação para diversidade, relações étnico-raciais. 45 GESTÃO E DIFUSÃO DO CONHECIMENTO UTILIZANDO AMBIENTE VIRTUAL - PROJETO INTERDEPARTAMENTAL DESENVOLVIDO NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Kathia Marise Borges Sales. UNEB [email protected] Jader Cristiano Magalhães de Albuquerque. UNEB Analisa a utilização do espaço virtual para a gestão da comunicação e informação, a construção e a difusão do conhecimento na execução simultânea de ações acadêmicas envolvendo grupos e espaços institucionais fisicamente distanciados. Apresenta experiência de um Programa de Pesquisa e Extensão desenvolvido na Universidade do Estado da Bahia – UNEB, durante a execução das suas metas em cinco Departamentos/Campus da Universidade. Distribuído em distantes regiões do estado foram identificados na execução deste Programa, dois desafios básicos: Manter a unidade da concepção e implementação do projeto e viabilizar a inovação e o aperfeiçoamento ao longo da execução de forma coordenada, sem perder a unidade. Este trabalho analisa a estratégia comunicacional adotada para superar estes desafios e garantir o cumprimento dos objetivos previstos, apoiada nos pilares da Difusão, Gestão do conhecimento e TIC´s. Valendose dos registros da interação e construção colaborativa no ambiente virtual, analisa as formas e a importância dessas trocas no desenvolvimento das ações do Programa em foco, descrevendo os processos de construção e ilustrando a análise com trechos extraídos desta autoria coletiva. Apresenta a diversidade de ferramentas e recursos com distintos graus de interatividade, utilizadas para o compartilhamento das experiências, proposições de inovações e difusão das decisões compartilhadas. Na análise dessas ferramentas identifica os objetivos, conteúdo e potencial de conversão do conhecimento de cada uma. Desenvolve elaborações teóricas sobre a área da Gestão e Difusão do Conhecimento, focando no uso das TCI‟s. A presença do diverso e as implicações desta presença são óbvias neste contexto, atuando como um catalisador para o desenvolvimento de um modelo de gestão e difusão do conhecimento operando em um desenho comunicacional dialógico e bidirecional (todos para todos), assim viabilizando um processo de construção coletiva em rede, no qual todos eram ao mesmo tempo coautores da produção. Conclui pela relevância da experiência, comprovando o potencial da mediação tecnológica no desenvolvimento de atividades em 27 uma universidade multicampi, suplantando as barreiras geográficas, temporais e de escassez de recursos, ao tempo em que experimenta novas formas de gestão e difusão do conhecimento. Palavfras-Chave: gestão do conhecimento, difusão do conhecimento, ambientes virtuais. 46 MOSAICO DE UMA EXPANSÃO:MALAMBAS DE CAPOEIRA Maria Luisa Bastos Pimenta Neves [email protected] A partir de entrevistas com profissionais atuantes na capoeira, de depoimentos espontâneos ou em documentários sobre o tema e do pensamento de autores como Milton Santos, Inaycira Falcão dos Santos e Rafael Sanzio dos Anjos, que em seus trabalhos sempre agiram em coerência e consonância com aqueles que têm a terra espaço em que vivem-e as possibilidades do corpo como maneira de se pensar e expressar a vida, este trabalho, um estudo inicial, discute alguns aspectos referentes à expansão desta arte. Um grande movimento existente hoje em dia, tem tornado a capoeira não mais restrita à população brasileira. O mundo pratica a capoeira e com isso várias questões se apresentam para reflexão de todos que participam direta ou indiretamente deste acontecimento. Questões como a preservação de seus fundamentos por um lado e a modificação de algumas de suas facetas por outro, trazem à tona uma discussão concernente a maneira como seus praticantes estão realizando tal expansão e a maneira como esse tema vem sendo tratado pelas instâncias públicas do Brasil. Para iniciar um entendimento sobre que questões envolvem esse momento da capoeira, este trabalho procurou principalmente ouvir e expressar a opinião daqueles que vivem a capoeira no dia a dia, formando, então, um mosaico de opiniões e de depoimentos relacionados a esta temática, buscando valorizar este saber popular e seus guardiões e aprendizes que, em sua maioria, não são convidados a se expressar e contribuir diretamente para a elaboração e execução de projetos como a salvaguarda da capoeira e outras políticas fomentadas pelos poderes públicos, relacionadas ao tempo histórico em que vivem e participam diretamente. As indicações para as quais esse estudo aponta, demonstram, por parte dos entrevistados, a grande percepção e capacidade de análise do momento em questão e chamam atenção por seu rigor e complexidade, fortalecendo a pesquisa e a compreensão dos saberes populares pelos saberes acadêmicos, auxiliando em muito a universidade e sua já vasta produção de conhecimento nessa área em sua função social de extensão dos seus resultados a suas questões geradoras. Palavras-Chave: capoeira, saberes, história oral. 47 A FORMAÇÃO DO GRUPO PRÁTICO PESQUISADOR COMO MODALIDADE DE GRUPO DE ESTUDO NO PROCESSO DE GESTÃO DO CONHECIMENTO NA ESCOLA Ana Celeste da Cruz David [email protected] Este artigo constitui-se uma discussão acerca do processo de formação e características apresentadas pelo Grupo Prático Pesquisador - GPP como modalidade de grupo de estudo, desenvolvido por profissionais de duas escolas públicas de educação básica do Estado da Bahia e professores de universidade pública. Este traz como objetivo o estudo e análise de temas referentes à gestão do conhecimento, inovação e tecnologias produzidos e disseminados na escola, trazendo em um processo de investigação uma relação intrínseca entre teoria e prática nas atividades de gerenciamento do conhecimento. As ações desenvolvem-se em encontros presenciais e ambiente virtual, com utilização de listas de discussão e fórum. O caminho metodológico é constituído pelo estudo de caso, com apoio da concepção do prático pesquisador e o dispositivo da árvore do conhecimento que permitiu conduzir neste grupo de estudo a analise de situações reais da prática escolar e o desenvolvimento de atividades em busca dos saberes circundantes no ambiente escolar e as estratégias de gestão do conhecimento existentes e possíveis de serem estruturadas nas escolas públicas estaduais de Salvador. 8 OS CAMINHOS DA GESTÃO DO CONHECIMENTO EM COLÉGIO DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA EM SALVADOR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Isabel Cristina de Sousa Fernandes* [email protected] Leliana Santos de Sousa * Ana Claudia de Sousa Fernandes* Luciana Soeres Ceuta* Zilda Reis Rodrigues* Jairo da Rocha Lima* Janete Santos Carvalho de Assis* * UNEB Este relato tem como objetivo apresentar as experiências acerca da implicação de uma escola pública com a gestão do conhecimento. No contexto da escola pública, a Gestão do Conhecimento se constitui uma ferramenta nova, um instrumento de gerenciamento, o que torna mais visível os saberes das pessoas que fazem parte de determinado grupo, permitindo a sua identificação, validação e utilização na melhoria das ações escolares. Gerir conhecimentos, demanda observar e constatar nas ações dos indivíduos aquilo que ele sabe fazer e faz com competência e compromisso. 28 Em nossa unidade escolar se pode verificar esta experiência através da participação em um projeto de pesquisa que contou com o envolvimento de representantes de toda a comunidade escolar e universidade, quando utilizando uma metodologia de estudo de caso associada a uma concepção que permitiu dar ênfase ao papel do profissional como pesquisador. Muitas vezes as pessoas não dizem o que sabem executar, então o exercício da observação ajuda a identificar saberes dos demais grupos no local de trabalho, se constituindo então, em outro importante instrumento para gerir conhecimentos. Cada ser precisa gerenciar seus saberes, acadêmicos ou não. Buscar na sua prática adquirir conhecimentos que venham a agregar novas habilidades para tornar suas atividades cada vez mais eficientes. As inovações no mundo contemporâneo são constantes, e a escola precisa estar inserida neste processo, para tanto é fundamental identificar os saberes que circulam neste espaço de construção e de aquisição de conhecimentos. Palavras- chave: Escola - Gestão do Conhecimento- Implicação 49 ORALIDADE E IDENTIDADE CULTURAL NAS CANTIGAS DE CAPOEIRA Marcela Guedes Cabral UNEB [email protected] A presente comunicação tem por objetivo apresentar os resultados obtidos, até o momento, da pesquisa realizada no Mestrado em Crítica Cultural, cujo tema versa sobre a formação da identidade cultural afro-brasileira. A pesquisa tem por base o estudo da atuação da oralidade nas cantigas de capoeira, uma vez que a oralidade é uma característica marcante das culturas africanas, além de investigar como esta atuou na construção da identidade cultural afro-brasileira e como esta identidade e seus valores podem ser percebidos dentro da roda de capoeira. Através da análise das relações sociais que atuam na construção destas identidades e suas relações, muitas vezes tensas e desequilibradas, a pesquisa visa compreender a oralidade como um meio de resistir à dominação cultural imposta pelo colonizador, o que permitiu a construção de uma nova cultura e uma nova identidade, uma vez que, esses africanos ao serem brutalmente retirados do seu meio de origem trouxeram consigo apenas sua riqueza que permeia o universo da imaterialidade. Em paralelo, para melhor localização o estudo, foi feito um breve estudo etnográfico sobre a roda de capoeira, percebida como uma manifestação da cultura afro-brasileira, inicialmente usada tanto ludicamente quanto com finalidade de arte marcial, desenvolvida neste contexto de relações tensas na qual se tornou uma das manifestações culturais que mais representa a resistência e a afrobrasilidade, por encontrar-se impregnada de valores culturais que são passados através da oralidade, como muitos dos conhecimentos ancestrais que atravessaram o Atlântico, não em navios negreiros, mas na memória de pessoas que jamais foram escravas. Palavras-Chave: identidade cultural afro-brasileira, oralidade, capoeira. 50 NÚCLEO LOCAL DO TERRITÓRIO ETNOEDUCACIONAL YBY YARA (DONO DA TERRA): UM ESPAÇO DE DIÁLOGO NA PESQUISA EM EDUCAÇÃO INTERCULTURAL INDÍGENA Francuisco Alfredo Morais Guimarães [email protected] América Lúcia Cezar Anari Braz Bomfim Arissana Braz Bomfim Carlos Rafael da Silva Nesta comunicação, a partir da reflexão sobre as pesquisas desenvolvidas pelo Núcleo 1 do Observatório da Educação Escolar Indígena, abordaremos algumas questões referentes à educação intercultural, relações interétnicas e interinstitucionais, principalmente as que se referem à elaboração de diagnóstico etnoeducacional ora em andamento. O Projeto Observatóro da Educação Escolar Indígena/ Núcleo Local do Território Etnoeducacional Nordeste1 (2009-2011), como parte do Observatório da Educação Escolar Indígena, propõe um conjunto de ações voltado para a formação de professores e pesquisadores indígenas, produção de conhecimento intercultural e articulação política e acadêmica. Atende à convocação conjunta da Capes, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) do Ministério da Educação (MEC), no sentido de estimular e subsidiar iniciativas educacionais e de pesquisa nos recém-criados Territórios Etnoeducacionais. O Núcleo local do Território Etnoeducacional Nordeste 1, do Observatório da Educação Escolar Indígenas, vinculado ao Programa Pós-Afro, da UFBA, em cooperação com a Licenciatura Intercultural da Educação Escolar Indígena, da UNEB, visa à inserção dos professores indígenas nos projetos de pesquisa em educação e produção conjunta de material didático, tendo, como um dos seus instrumentos, a base de dados do INEP, direcionada para o campo específico da educação escolar indígena. Numa de suas metas, propõe a construção de uma cartografia da educação indígena na Bahia, tendo como base inicial as fontes de dados do INEP e a pesquisa de campo desenvolvida por professores indígenas, bolsistas do Observatório, para a elaboração do diagnóstico etnoeducacional no Território Etnoeducacional Yby Yara (Dono da Terra). Os limites socioculturais e políticos do TEE coincidem com os do Estado da Bahia, embora alguns povos indígenas tenham laços de pertencimento étnico que se estendem para além dos limites geopolíticos do estado, como é o caso dos Pataxó do Extremo-Sul, que têm parentes que 29 habitam terras indígenas em Minas Gerais . Assim, pretendemos discutir algumas questões teórico-metodológicas referentes ao processo de formação de professores indígenas, ao qual se associam algumas ações de pesquisa do Observatório, tais como a construção do diagnóstico das escolas indígenas de 10 etnias espalhadas no referido território. A expectativa é que essa discussão contribua na elaboração de políticas públicas, principalmente na área da formação de professores indígenas e materiais didáticos. Palavras-Chave: observatório da educação indígena, território etnoeducacional, educação escolar indígena. 51 POSSIBILIDADES DO TRABALHO MULTIPROFISSIONAL COM ADOLESCENTES- RELATO DE EXPERIÊNCIA NO PET SAÚDE Luciana Primavera [email protected] O presente trabalho visa demonstrar as práticas realizadas pelas estudantes do PETSAÚDE – UFBA em parceria com os residentes do ISC-UFBA na Unidade de Saúde da Família de Nova Constituinte com os jovens da comunidade e com os membros do PRÓ- JOVEM da Escola Castelo Branco, situada no bairro de Periperi.Utilizamos como artifícios lúdicos na apresentação dos temas propostos pelos adolescentes as oficinas de educação em saúde que permitem implicar os jovens, enquanto sujeitos ativos e participantes, na promoção e prevenção da saúde e contribui para que de fato isso aconteça. Entre os meses de agosto e setembro de 2010 foram realizadas 4 oficinas com temas propostos pelos adolescentes do grupo, a saber: ""O que é adolescência?"" , ""Gravidez na adolescência e planejamento familiar"", ""DST e Aids"" e ""Drogas - redução de danos"" . Participaram destas oficinas cerca de 30 adolescentes, moradores de Nova Constituinte e também membros do PRÓ-JOVEM de Periperi. Neste espaço, eles discutem, trazem dúvidas, relatos de experiências e dessa forma, se tornam agentes multiplicadores da promoção da saúde. Nossa proposta é formar um grupo próprio nesta USF que atue independentemente das estudantes e/ou residentes e que esta idéia propagada se perpetue, de modo que estes jovens possam conduzir e dar prosseguimento ao grupo. Para a realização deste projeto, as estudantes do PET SAÚDE sob a orientação da profª Andreia Figueiredo, contam com a participação da enfermeira da USF de Nova Constituinte, Luciana Petrusca e dos residentes do ISC. 52 ÁGORA FILOSÓFICA VIRTUAL: O FIM DA PHILOSOPHÍA? OU UM NOVO COMEÇO? Alexandra Quadro Siqueira- FFCH / Faced / UFBA [email protected] [email protected] Lisiane Weber de Oliveira - Faced / UFBA Dante Augusto Galeffi - Faced / UFBA No mundo da ciência, do efêmero, tudo acontece no agora, os encontros, casuais, os diálogos, quase raros, salvo no virtual... A propagação de grupos virtuais amplia-se; a comunicação presencial cede lugar às redes sociais. A corrida contra o tempo, o tempo dita o tempo, questões tão banais e também complexas... Quanto tempo tem o tempo? O que é o tempo? Por que, algumas vezes, o tempo nos parece tão fugidio ou durar uma eternidade? O que de fato confere valor: o tempo objetivo ou o tempo subjetivo? Como otimizar o próprio tempo? E o tempo virtual? Um tempo em que o ontem, o hoje e o amanhã se confabulam entre si! Perdemos a noção de tempo quando estamos diante de um tempo que ainda não compreendemos, um tempo numa relação síncrona e assíncrona, na qual a noção do passado, presente e futuro se confunde ao nos depararmos, em diversos tempos, ao mesmo tempo. Vivemos num tempo cientifizado, utilitário, em que tudo parece accessível, de fácil alcance, até o conhecimento! Nada mais nos causa entusiasmo! E a Philosophía? O que vai acontecer? O que lhe cabe e lhe resta ainda? Qual o seu futuro? Ou o seu fim? Qual o seu tempo? Passado, esquecido, perdido? Ou lembrado, vivo, intenso, fervoroso? Quanto tempo ainda tem o conhecimento filosófico na, assumida por alguns de, era virtual? Eis uma questão que merece uma atenção re-dobrada. A filosofia é tudo e pode ser quase nada, ela está em toda parte e/ou em parte alguma. Neste ensaio, nosso objeto é a filosofia na chamada era virtual. Propomos discutir, preliminarmente, possibilidades quanto ao tempo e ao espaço, que temos para filosofar “virtualmente”, mesmo em um tempo, ainda que in-definido, e um espaço tão próximo e tão longínquo... Seguiremos um caminho metodológico de revisão de literatura, tendo como convidados: Santo Agostinho, Kant, Merleau-Ponty, Deleuze e Guattari, Heidegger, Lévy e Galeffi. Assim, refletiremos, na força dinâmica da difusão do conhecimento na web, para o conhecimento filosófico, pela disponibilização e meio de discussão, como nas ágoras gregas, e com uma organização rizomática, em que a filosofia aparece como um saber que pode ser acessado por qualquer um, desde que, este que acesse o conhecimento o transduza em forma de saber-ser e saber-fazer. 53 GESTÃO DO CONHECIMENTO E DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL: UMA ANÁLISE DO BAIRRO ENGOMADEIRA- SALVADOR-BA Maria de Fátima Hanaque Campos [email protected] A efetivação deste trabalho de pesquisa parte das considerações acerca do valor estratégico do conhecimento na articulação de indivíduos e 30 organizações em prol do desenvolvimento local. Especialmente em contextos onde a dinâmica de esvaziamento econômico agrava sobremaneira quadro social, percebe-se a relevância da gestão do conhecimento enquanto instrumental na produção de capital social e transformação de realidade estrutural. O objetivo geral do trabalho concentrou-se, a partir do olhar sobre capital social e desenvolvimento sustentável investigar os significados imbricados na produção de tecnologias sociais de modo que o território em questão tenha atendidas as suas demandas básicas em termos de inclusão social e a aquisição de bens e serviços. A intervenção situa-se no bairro Engomadeira, uma comunidade periférica distante 14 quilômetros do centro de Salvador. Utilizando a metodologia de pesquisa-ação, a partir de uma abordagem combinada qualitativa- quantitativa, e instrumentos metodológicos a pesquisa bibliográfica, entrevistas, diário de campo, e observação participante. Após realização de avaliação diagnóstica, detectaram-se demandas de serviços e formação profissional voltados para a utilização das tecnologias de informação e comunicação; valorização dos espaços de sociabilização da comunidade; planejamento de ações de educação ambiental. Essas demandas deverão ser planejadas e executadas de forma articulada com grupos de interesse para 2011. 54 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO PARA A DOCÊNCIA ON LINE: UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA DE GESTORES Jocelma Rios [email protected] Jocelma Almeida Rios / DMMDC/FACED/UFBA Emanuel do Rosário Santos Nonato / DMMDC/FACED/UFBA Mary Valda Souza Sales / PPGE/FACED/UFBA Lanara Guimarães Souza / PPGE/FACED/UFBA Gilson Alves Lima / PPGE/FACED/UFBA Márcia de Freitas Cordeiro / UNEB José Wellington Marinho de Aragão / DMMDC/PPGE/FACED/UFBA Este trabalho apresenta o resultado de uma experiência de formação para a docência on line, da equipe que compõe a organização e o desenvolvimento do curso de Especialização em Gestão Escolar do Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica, executado pela Faced/Ufba. Esta experiência teve como objetivos apresentar a organização do projeto do curso em questão, promovendo a colaboração em sua (re)construção; articular os sujeitos e suas respectivas funções no desenvolvimento do curso: Coordenação Geral, Coordenação de Polos, Professores, Assistentes de turmas, equipe de apoio ténico, administrativo e pedagógico; apresentar as funcionalidades e possibilidades dos recursos existentes no Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle; apresentar as principais funções da docência on line, assim como a importância da inserção das tecnologias da informação e comunicação na educação; e, conjuntamente, elaborar, discutir e validar os instrumentos preliminares de acompanhamento e avaliação para o curso. A formação foi desenvolvida no Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle, da UFBA. A proposta de desenho didático deste curso buscou articular três dimensões: a) redimensionar o conteúdo programático discutido em cada sala ambiente (componente curricular), buscando atender especificidades da realidade da gestão educacional baiana, que atendam tanto o sistema estadual de educação, quanto aos sitemas ou redes municipais; b) ambientalizar todos os sujeitos responsáveis pela oferta do curso, envolvendo desde a equipe de planejamento aos responsáveis pelo atendimento presencila do decorrer do curso nos rspectivos municípios pólos; c) promover a integração entre os profissionais de cada polo organizados em sub-grupos para discussão da concepção de educação on line. Como resultados, podemos perceber uma maior integração da equipe de trabalho, socialização de experiências a partir dos egressos do curso na 1a edição do curso de Especialização em Gestão Escolar, definição de uma concepção de educação on line mais homogênea em todo o grupo e a parametrização de propostas de acompanhamento e avaliação. Nesta proposta de formação, foi possível refletir sobre os processos de acompanhamento nos cursos on line, com interatividades, e as diversas possibilidades de atendimento aos estudantes, promovendo a inclusão nos ambientes virtuais de aprendizagem, nos quais os eles sejam capazes de compreender os objetivos do curso, seus conteúdos e suas atividades de forma coletiva e individual, interativa e reflexiva.