1
IV COLÓQUIO INTERNACIONAL SABERES, PRÁTICAS (CISP)
I CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE AFRICANIDADES
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA
UNIVERSIDADE DO ESTAEDO DA BAHIA - UNEB
I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE MULTIRREFERENCIALIDADE
E ETNICIDADE
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E
TECNOLOGIA - IFBA
TEMA: TECNOLOGIAS E PROCESSOS DE DIFUSÃO DO
CONHECIMENTO
25 a 28 de outubro
Local: UFBA / UNEB / IFBA
Salvador / 2010
2
IV COLÓQUIO INTERNACIONAL SABERES, PRÁTICAS (CISP)
I CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE AFRICANIDADES
I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE MULTIRREFERENCIALIDADE E
ETNICIDADE
TEMA: TECNOLOGIAS E PROCESSOS DE DIFUSÃO DO
CONHECIMENTO
Resumos
Editores: José Luis Michinel
Mary Valda Souza Sales
Universidade Federal da Bahia - UFBA
Universidade Do Estado Da Bahia - UNEB
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia - IFBA
Bahia-Brasil/outubro 2010
3
Prefácio
Tecnologias e Processos de Difusão do Conhecimento
Editores: José Luis Michinel
Mary Valda Souza Sales
Ilustração da capa:
Sávio Marques
Todos os trechos reservados. Proibida sua reprodução total e/ou parcial por
qualquer mio, salvo para fins acadêmicos, sem prévia autorização do editor.
2010
Em oportunidades anteriores (dezembro de 2002, outubro de 2005 e de
2009) se realizaram os três primeiros Colóquios Internacionais Saberes,
Práticas que abordaram as temáticas: construção de saberes e de práticas de
(in)formação profissional na sociedade do conhecimento no I Colóquio;
difusão do conhecimento científico e tecnológico na sociedade da
aprendizagem no II Colóquio e tecnologias e processos de difusão do
conhecimento no III Colóquio. Neste novo encontro consideramos
pertinente dedicar espaços específicos à gestão do conhecimento em relação
com tecnologias e processos de difusão, à africanidade e à relação entre a
perspectiva multirreferencial e a etnicidade. Este triplo evento permitirá o
intercâmbio entre especialistas de diferentes continentes e a difusão da
informação atual desenvolvida nos diferentes campos de conhecimentos,
saberes e práticas.
Comitê Organizador
4
Comitê Organizador
Eduardo Oliveira - UFBA (Coordenador Geral)
Arlindo Pitombo - UNEB
Eliane Santos Souza - UFBA
Jaqueline Meire - EPESS
José Luis Michinel - UCV
Leliana Souza - UNEB
Marcus Túlio de Freitas – UNEB/UFBA
Maria Nóvoa - UFBA
Marise Sanches – UFBA
Mary Valda Souza Sales – UNEB/UFBA
Reginaldo Pereira Junior - UFBA
Ronaldo Pedreira - IFBA
Rosangela Janja Araújo - UFBA
Teresinha Fróes Burham – UFBA
Comissão Cientifica
José Luis Michinel - UCV (Coordenador)
Ana Lúcia Lago - UFBA
Gabriela Rezende - UEFS
José Carlos Oliveira - UFBA
Marise Sanches - UFBA
Comitê Assessor
Ana Meneses - UNEB
Biagio Avena - IFBA
Dante Augusto Gallefi - UFBA
Eduardo Oliveira - UFBA
Eliane Souza - UFBA
Julio Pereira - UFBA
Leliana Sousa - UNEB
Maria Nóvoa - UFBA
Rosangela Janja Araújo - UFBA
Pessoal de Apoio
Adilbênia Machado - UFBA
Cristina Santos - UFBA
Esiel Santos - UFBA
Fernanda Anjos - EPESS
Jocelma Rios - UFBA
L Carlos F Santos - UFBA
Lara Sena - UNEB
Marcia Simoes - UFBA
Marcilio Rocha - UFBA
Marisa Aguiar - UFBA
Rosangela Caires - UFBA
Yeda Barbosa – UFBA
5
Objetivos
reunir pesquisadores nacionais e internacionais que trabalham com questões
relacionadas à (in)formação profissional no cenário da sociedade do
conhecimento, diante dos grandes avanços das tecnologias de informação e
comunicação, mediante o intercâmbio de estudos e pesquisas realizados
sobre o tema, visando à construção de processos de difusão do
conhecimento.
compreender os desenvolvimentos desses processos em relação aos cenários
produtivos de desenvolvimento tecnológico e os diversos contextos sócioculturais.
Convidamos todos os interessados a apresentar seus trabalhos de pesquisa e a debater
conosco os temas geradores e os eixos temáticos que constituem o tri-evento.
Eixos Temáticos
História e cultura africana e afro-brasileira;
Educação para as relações étnico-raciais;
Difusão social do conhecimento africano;
(in)formação, multirreferencialidade e aprendizagem solidária;
Gestão pública e (in)formação cidadã;
Gestão social do conhecimento;
Estratégias de colaboração solidária;
Conhecimento e corpo; etnia e raça;
Saberes e sabores;
Redes de colaboração solidária e etnicidade;
Tecnologias e processos em difusão social do conhecimento;
Canais preferenciais e grupos sociais específicos na difusão do
conhecimento;
Disseminação e difusão de saberes em cadeias produtivas e redes sociais de
colaboração solidária.
Estes temas serão trabalhados em atividades como: conferências, mesas-redondas,
oficinas, apresentações orais ou painéis em grupos de trabalhos e outras atividades
culturais.
Agradecimentos
Aos Patrocinadores
A realização do Triptico: Evento IV Colóquio Internacional Saberes,
Práticas (Cisp); I Conferência Internacional de Africanidades; I Simpósio
Internacional de Multirreferencialidade e Etnicidade contou com o apoio
definitivo de diferentes instituições. O Comitê Organizador quer agradecer
as seguintes instituições pelo valorozo apoio para que os mesmos pudessem
ser realizados: Governo do Estado da Bahia/Secretaria da Educação,
Defensoria Pública da Bahia, Escola Superior da Defensoria Pública do
Estado da Bahia, Doutorado Multi-institucional Multidisciplinar em Difusão
do Conhecimento.
Ao pessoal de apoio e serviços
Assim queremos manifestar nosso grande agradecimento as pessoas, que nos
brindaram com seu maior esforço, mais particularmente aos bolsistas e
funcionários da Universidade Federal da Bahia, Universidade do Estado da
Bahia e do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia
Aos participantes
Estudantes, professores, sociedade civil e membros de organizações sociais,
que acreditaram no valor social, político e acadêmico do evento, no sentido
de construir e difundir conhecimentos numa sociedade que queremos que se
consolide como multirreferencial.
Com todos vocês, apesar das dificuldades, foi possível. Muito obrigado!
Comitê Organizador
6
PROGRAMAÇÃO
CREDENCIAMENTO: 25, 26, 27 E 28 DE OUTUBRO DE 2010
25 DE OUTUBRO DE 2010 (SEGUNDA-FEIRA)
ABERTURA GERAL DO EVENTO
LOCAL: SALÃO NOBRE DA REITORIA DA UFBA
Profa. Dra. Jurema Werneck
Prof. Dr. Eduardo Oliveira
Mesa-Redonda 2 – Auditório II / FACED
Educação para as relações étnico-raciais
Profa. Dra. Jenifer Crawford
Profa. Dra. Eliane Cavalleiro
Profa. Dra. Paula Barreto
Profa. Dra. Rosangela Janja Araújo
8h às 8h30 - Credenciamentos e Abertura Cultural
Orquestra Nzinga de Berimbaus
15h20 às 16h - Debate
8h30 às 9h45 - Mesa de Abertura dos eventos:
16h às 16h15 - Café
Profa. Dra. Dora Lel Rosa, Reitora da UFBA
Prof. Dr. Lourisvaldo Valentim da Silva, Reitor da UNEB
Profa. Dra. Aurina Oliveira Santana, Reitora do IFBA
Profa. Dra. Teresinha Fróes Burnham, Presidente de honra do IV CISP
Prof. Dr. Dante Galeffi, Coordenador do DMMDC
Profa. Dr. Eduardo Oliveira, Coordenador Geral do Evento
Representantes das Secretarias de Estado da Bahia
Diretora da Escola da Defensoria Pública do Estado da Bahia
9h45 às 10h - Café
I CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE AFRICANIDADES
10h às 11h20 - Conferência de Abertura
Prof. Dr. Foe Nkolo
Coord. Prof. Dr. Dante Galeffi
11h:20 às 12h - Debate
12h às 14h - Intervalo para almoço
14h às 15h20 – Mesas Redondas
Mesa-Redonda 1 – Auditório I / FACED
Historia e Cultura Africana e Afro-Brasileira
Prof. Dr. Bill Calhoun
Prof. Dr. Henrique Cunha Jr.
16h15 às 18h - Conferência de Encerramento
Oba Kayode Faniyi
Coord.Eduardo Oliveira
18h15 às 19h15 - Atividade Cultural de Encerramento
19h30 - Lançamento de livro
Coquetel
26 DE OUTUBRO DE 2010 (TERÇA-FEIRA) - UNEB
I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE MULTIRREFERENCIALIDADE E
ETNICIDADE: REDES DE COLABORAÇÃO SOLIDÁRIA
8h às 8h30 - Credenciamento
CAFÉ CULTURAL e FEIRA SOLIDÁRIA
8h30 às 9h30 - Mosaico Multirreferencial com
Teresinha Fróes Burnham
9h30 às 10h30 – Conferência: Redes de Colaboração Solidária e
Multirreferencialidade
Euclides André Mance
10h30 às 10h45 - Café
7
 Giovanna Lombardi - UCV (coordenação)
 Marise Oliveira Sanches - UFBA
 Ana Lucia Lage - UFBA
 Mary Sales - UNEB/UFBA
 Gustavo Bittencourt Machado - UFBA
10h45 às 12h - Oficinas (simultâneas)
1.
2.
3.
(In)formação, Multirreferencialidade e Aprendizagem Solidária
Abordagens multirreferenciais da formação contemporânea na perspectiva da
educação permanente nas suas três dimensões: temporal; espacial e curricular.
Articulação com a produção, aplicação e acompanhamento de implementação de
tecnologias sociais. A aprendizagem solidária como processo associado.
 Eliane S Souza – UFBA (coordenação)
 Júlio César Leal - UFBA
 Reginaldo Pereira - UFBA
 Biagio M. Avena - IFBA
 Maria Novoa - UFBA
Gestão Pública e a (In)formação Cidadã
A Gestão Pública e a (in)formação cidadã:Representação de experiências e
histórias de vida envolvendo situações de inovação e criatividade na esfera
pública, que emergem no momento da adversidade, contemplando as temáticas:
categorias de instituições públicas. O Estado, o servidor público e a informação
cidadã. Os princípios norteadores da Gestão Pública para a (in)formação cidadã.
Poderes e Deveres do Gestor Público. O Público, a emergência do terceiro setor e
a (in)formação cidadã. Observação do olhar transdisciplinar e multirreferencial na
perspectiva de pistas para transformar na prática.
 Leliana Sousa – UNEB (coordenação)
 Carla Liane Nascimento Santos - UNEB
 Arlindo de Araújo Pitombo - UNEB
 Manuela Barreto – UNEB
 Paulo José Souza – UNEB
 Cícero da Cruz – UNEB
 Andreliano Souza – Lymbo
 Ana Maria Meneses - UNEB
Gestão Social do Conhecimento
Alfabetizado na área científico-tecnológica. Tomada de decisões sobre políticas
públicas em nível local, municipal, estadual, nacional ou mundial. Tomada de
decisões que definem políticas públicas em uma sociedade que cada vez está mais
dominada pelo conhecimento como orientador de mudanças e transformações,
também no social.A universidade e seu papel muito importante no processo de
alcance de uma generalização desta alfabetização promotora do exercício de
cidadania. Responsabilidade Social Universitária, Aprendizagem Serviço,
formação em valores, Investigação-ação, Gestão Social do
Conhecimento, Teorias de Aprendizagem experencial (Freire por exp.)
4.
Estratégia de Colaboração Solidária
A organização em rede configura-se como estratégia colaborativa de
superação das contradições geradas pelo capitalismo. Os movimentos
associativista/ cooperativista apontam para este caminho, na perspectiva
de busca pela sustentabilidade dos empreendimentos econômicos
solidários e de outras instâncias da sociedade civil, por conseqüência na
melhoria da qualidade de vida dos indivíduos na busca pela reversão da
velha sociedade da competição na construção de parâmetros por uma
sociedade colaborativa.
 Jaqueline Meire – EPESS (coordenação)
 Euclides Mance - IFIL
 Vicente Aguiar - ECOSOL
 Lara Sena – UNEB
5.
Corpo
O corpo como texto. A cultura como texto em movimento. O corpo
como movimento da cultura. Expressão e Corpo. Corpo e etnia.
Autopoiésis do corpo negro. Conceito de corpo. Conceito corporal de
corpo. Performance. Ludicidade. Corporalidade.
 Eduardo Oliveira – UFBA (coordenação)
 Maria Falcão - UFBA
 John Days - EPESS
 Luiz Carlos Santos - UFBA
 Esiel Pereira Santos - UFBA
 Cristina S. Dos Santos - UFBA
 Marisa Aguiar - UFBA
 Adilbênia Machado – UFBA
6.
Etnia e Raça
Etnia e Raça na compreensão das atualizações do racismo, das relações
e atitudes raciais. Os desafios da Educação no enfrentamento aos
racismos e as novas pavimentações do corpo negro no contexto destas
atualizações. Formação docente versus racismo institucional.
 Rosangela Janja Araújo – UFBA (coordenação)
8





7.
8.
Aline de Oliveira Costa Santos - UFBA
Rosangela Caíres Viana – UFBA
Francisco Guimarães – UNEB
Valuza Maria Saraiva – UNEB
Jaqueline Barreto - UNEB
Saberes e sabores
O enfoque multirreferencial no estudo da relação entre cultura e
alimentação nas sociedades complexas de hoje
 Ocarina Castillo – UCV (coordenação)
 José Luis Michinel – UCV
 Ademir Amparo – UNEB
 Cícero da Cruz – WAKAY
 Daiane Santos – UNEB
 Irani Santos Soares – UNEB
 Carla Renata – UNEB
 Patrícia Lessa - UNEB
Cinema , Educação e Cinemação





Marcelo Matos – UFBA (coordenação)
Gisela Tapioca - UFBA
Daiane Silva – UFBA
Marcílio Rocha – UFBA
Aline Adorno – FESF - SUS
12h às 14h - Intervalo para almoço
14h às 16h - Continuação das Oficinas (simultâneas)
16h às 16h15 – Café
16h15 às 18h – Sistematização das Oficinas
18h às 19h – Roda de Capoeira Angola
27 DE OUTUBRO DE 2010 (QUARTA-FEIRA) - UNEB
I V COLÓQUIO INTERNACIONAL SABERES, PRÁTICAS:
TECNOLOGIAS E PROCESSOS DE DIFUSÃO DO
CONHECIMENTO
8h às 8h30 – Credenciamento
8h30 às 9h45 - Conferência de Abertura
Tecnologias e Processos em Difusão Social do Conhecimento
Prof. Dr. Luiz Bevilacqua – Brasil
Prof. Dr. José Luis Michinel – Venezuela (Coordenador)
9h45 às 10h – Debate
10h às 10h15 – Café
10h15 às 11h35 – Mesa Redonda
Difusão Social do Conhecimento Africano
Painel das oficinas: Corpo e Raça-Etnia
Oba Kayodê Faniui – Nigéria
Dr. Foe Nkolo – Camarões
Dra. Jenifer Crawford – EUA
Dr. Eduardo Oliveira – Brasil
11h35 às 12h – Debate
12h às 14h – Intervalo para almoço
14h ÀS 17h – Mesa Redonda
Canais preferenciais de difusão do conhecimento: uma visão
multirreferencial
Dra. Giovanna Lombardi – Venezuela
Dr. Dimas Gutierrez – Cuba
Dr. Hernane Pereira – Brasil
Dra. Leliana Sousa – Brasil
17h às 18h – Debate
9
18h às 19h – Atividade Cultural: WAKAY
19h às 20h - Coquetel
28 DE OUTUBRO DE 2010 (QUINTA-FEIRA) – UFBA
8h às 9h20 – Conferência Internacional Grupos Sociais Específicos na Difusão do
Conhecimento: Uma visão multirreferencial
Prof. Dra. Núbia Moura Ribeiro – Brasil
Prof. Dr. Biagio Avena – Brasil (coordenador)
9h20 às 9h45 – Debate
9h45 às 10h – Café
10h às 12h – Grupos de Trabalho – GT
1 - DCA - Difusão do Conhecimento Africano
Profa.Dra. Rosangela Janja Araújo (Coordenadora)
1 O impacto dos penteados afro: a estética dos cabelos dos jovens negros, no mercado
de trabalho na cidade de salvador
2 Impressões afrobrasileiras
3 Narrativas de mulheres negras em salões de beleza étnicos: sentimentos e memórias
4 Saberes e fazeres da capoeira angola: a autonomia no jogo de muleekes
5 Guiné portuguesa versus Guiné-Bissau: a luta da libertação nacional e o projeto de
construção de uma nação guineense
6 “Axé na sala de aula”- as religiões afro-brasileiras e os desafios da aplicação da
lei 10639//03
2 - DSCC - Difusão Social do Conhecimento Científico
Prof. Dr. José Luis Michinel (coordenador)
20 Formação de professores para cursos online: a perspectiva de uma educação
desterritorializada
21 Saberes do recôncavo
23 Educação literária e a formação da consciência negra entre alunos do ensino
fundamental
24 O sistema penitenciário na ótica negra - a questão étnico/racial e a formação do
agente penitenciário
25 Na aporia da história: a lei 10.639/2003 entre o reconhecimento, racialização,
etnicidade, identidade e a educação das relações etnicorraciais
26 Dispositivo da árvore do conhecimento
3 - DSCP - Difusão de Saberes em Cadeias Produtivas: Redes Sociais de
Colaboração Solidária
Jacqueline Meire (coordenadora)
36 Modelo evolutivo de difusão do conhecimento em arranjos produtivos
locais, baseado em afinidade
37 A atuação das redes solidárias no carnaval de salvador
38 Fenomenologia da convergência tecnológica
39 Entre o chrónos e o kairós: impactos da temporalidade na formação
docente online em Barrocas/ba
4 - CP - Canais Preferenciais e Grupos Sociais Específicos na Difusão do
Conhecimento
Profa Dra. Leliana Sousa (coordenadora)
19 Iconografia, colagens e descolonização: uma abordagem performática no
ensino de história indígena
22 Para além das cotas: a permanência de estudantes negros no ensino
superior como política de ação afirmativa
41 A mulher terena no movimento social: dos modos tradicionais à arena
política da aldeia Água Branca
42 A gestão do conhecimento como inovação na escola pública: uma
reflexão sobre saberes e práticas construídos
43 Estudos coreográficos digitalizados com o software lifeforms
44 Em busca da (in)formação sobre a diversidade étnico-racial na educação
de jovens e adultos
45 Gestão e difusão do conhecimento utilizando ambiente virtual - projeto
interdepartamental desenvolvido na Universidade do Estado da Bahia
46 Mosaico de uma expansão: malambas de capoeira
47 A formação do grupo prático pesquisador como modalidade de grupo de
estudo no processo de gestão do conhecimento na escola
12h às 14h – Intervalo para almoço
14h às 16h30 – Grupos de Trabalho – GT
1 - DCA - Difusão do Conhecimento Africano
Profa.Dra. Rosangela Janja Araújo (Coordenadora)
7 Relações étnico-raciais e currículo: relato de uma experiência na
formação continuada de professores em exercício
8 A importância dos griots para a história da áfrica
10
9 educação para a promoção de saúde da mulher: um relato de vivências na usf nova
constituinte – periperi
10 Filosofia africana e ancestralidade
11 A filosofia africana na poesia afrobrasileira
12 Movimento negro e a educação da primeira infância afrodescendente
13 Um encontro com a áfrica: aprendizagens geográficas no contexto de uma
associação de capoeira
53 Gestão do conhecimento e desenvolvimento local sustentável: uma
análise do bairro Engomadeira- Salvador-BA
54 A construção do conhecimento no processo de formação para a docência
on line: uma experiência na Escola de Gestores
2 - DSCC - Difusão Social do Conhecimento Científico
Prof. Dr. José Luis Michinel (coordenador)
27 Discursos discentes sobre o uso de imagens como modelos metafóricos para a
difusão de conhecimento em biofísica, acústica e psicoacústica
28 Abordagens epistemológicas da cognição: a análise cognitiva na investigação da
construção de conhecimento
29 Uma configuração de campo para o conhecimento
31 A imagem-metafórica como canal de difusão do conhecimento entre comunidades
científicas e ampliadas: a imagem-metáfora um transdutor/interfase entre ciência e
educação
32 Estudo da difusão do conhecimento de comunidades científicas por meio de redes
complexas e análise de redes sociais
33 Desenvolvimento de conceitos impulsionado pela atividade de pesquisa por
estudantes do ensino médio do setor público: uma análise a partir da teoria de
Vygotsky
34 EDSI: uma tecnologia social na promoção da saúde bucal infantil
18h às 19h – Mesa Redonda
Disseminação e difusão de saberes em cadeias produtivas: as redes
sociais de colaboração solidária
Painel das Oficinas: Estratégia de Redes Solidária e Gestão Social do
Conhecimento
Prof. Dr. Genalto Carvalho de França Filho
Prof. Euclides André Mance
Prof. Dr. Dimas Nesto
Hernandez Gutierrez
Jacqueline Meire (Coordenadora)
3 - DSCP - Difusão de Saberes em Cadeias Produtivas: Redes Sociais de
Colaboração Solidária
Jacqueline Meire (coordenadora)
Não há trabalhos para essa sala a tarde
4 - CP - Canais Preferenciais e Grupos Sociais Específicos na Difusão do
Conhecimento
Profa Dra. Leliana Sousa
48 Os caminhos da gestão do conhecimento em colégio da rede pública estadual de
educação básica em Salvador: um relato de experiência
49 Oralidade e identidade cultural nas cantigas de capoeira
50 Núcleo local do território etnoeducacional yby yara (dono da terra): um espaço de
diálogo na pesquisa em educação intercultural indígena
51 Possibilidades do trabalho multiprofissional com adolescentes- relato de
experiência no pet saúde
52 Ágora filosófica virtual: o fim da philosophía? ou um novo começo?
16h45 às 18h – Café e Apresentação Cultural
Wakay
19h às 20h – Debate
Plenária de Encerramento
11
Resumos
12
1 - DCA - Difusão do Conhecimento Africano
1 O IMPACTO DOS PENTEADOS AFRO: A ESTÉTICA DOS CABELOS
DOS JOVENS NEGROS, NO MERCADO DE TRABALHO NA CIDADE DE
SALVADOR
Maria França
[email protected]
O presente artigo relata a ausência de jovens negros utilizando penteados afro em
cargos hierárquicos no mercado de trabalho e identificar os impactos, sócioeconômicos desses penteados na cidade de Salvador. Sabe-se que esses penteados
resgatam valores culturais e influências advindas dos povos que vieram da sociedade
yorubá da Nigéria, através do seu tempo sua história.O objetivo será identificar os
impactos sócio econômicos desses penteados, consequentemente no mercado se
trabalho nesta capital.
Palavras-Chave: afro-penteados, jovens negros, mercado de trabalho.
2 IMPRESSÕES AFROBRASILEIRAS
Rita de Cássia Rodrigues do Nascimento. EBA/UFBA
[email protected]
Este trabalho trata expressivamente da trajetória da pesquisa prático - teórica feita pela
autora, na busca por elementos representativos da Cultura Afrobrasileira, através de
signos e símbolos que permeiam o universo da Arte Negra. Os orixás, os búzios, os
grafismos, tema de seus trabalhos dialoga com as diversas linguagens plásticas
sistematizando seus conceitos e preceitos como elementos difusores de suas
ideologias, traçando assim uma trajetória desta arte desde os tempos imemoriais,
passando pelo cubismo até os dias atuai e elencando aspectos da cultura africana
influentes na arte afro – brasileira, objetivando caracterizar o encontro de culturas que
formaram a Arte Afrobrasileira. Através de pesquisas bibliográficas e visitas aos
museus de Salvador, a autora pode dialogar com as matrizes negras formadoras da
Arte Afrobrasileira e transferir para seus estudos signos, símbolos e ressignificâncias
negras.
Palavras-chave: herança, afrobrasilidade, arte.
3 NARRATIVAS DE MULHERES NEGRAS EM SALÕES DE BELEZA
ÉTNICOS: SENTIMENTOS E MEMÓRIAS
Alana dos Santos Santana
[email protected]
Em Salvador, havia na segunda metade do século XX, a tradição de filhas, mães e
amigas se reunirem em algum espaço da casa para cuidarem dos cabelos, escolherem
os vestidos e adereços. O “alisar” o cabelo das mulheres negras, um dos métodos de
“tratamento”, reproduzia, de certo modo, estigmatismos. Por outro lado, em
meio a esse contexto, as mulheres negras trocavam opiniões, notícias e
narrativas sobre si mesmas, suas identidades raciais e sociais. Hoje a
tradição se mantém, mas se estendeu a salões de beleza étnicos (afros) ou a
locais em que pessoas especializadas em trançados oferecem seus serviços.
Ao tempo em que há uma espécie de negociação desse saber, narrativas
sobre o corpo, enquanto dimensão da memória, transpassam os encontros. O
avanço da indústria estética parece reconfigurar o papel do corpo negro na
sociedade de hoje. Será que as narrativas elaboradas sobre seus corpos pelas
próprias mulheres negras acionam a memória étnica e cultural e questionam
as hierarquias de raça e gênero?
Procuro neste trabalho investigar nas narrativas de mulheres negras, colhidas
em salões de beleza afros soteropolitanos, a memória sobre seus corpos e
vida. Esta investigação objetiva reconhecer nesses discursos práticas e
identificações da cultura negra e da resistência desta cultura por meio da
manipulação de seus corpos num ideário estético que transpasse a barreira
da imagem, com isto quero inquirir em possíveis renovações de práticas e
imagens de resistência, considerando as narrativas destas mulheres. Foram
efetuadas pesquisas de campo com observação participante, análise e
descrições objetivas em salões de beleza de Salvador e de suas
freqüentadoras para compreender os diferentes aspectos da realidade da
mulher negra nesses ambientes.
Palavras-Chave: corpo, cabelo.
4 SABERES E FAZERES DA CAPOEIRA ANGOLA: A
AUTONOMIA NO JOGO DE MULEEKES
Sara Abreu da Mata Machado. UFBA
[email protected]
O presente trabalho tem como tema central a Práxis Pedagógica Capoeira
Angola, compreendida como uma manifestação da Cultura Popular, com
fortes raízes africanas. Nossa proposta é buscar investigar e compreender:
como se manifestam, nas práticas pedagógicas cotidianas da Capoeira
Angola, as formas de compartilhar os saberes da cultura popular, entre
crianças e adolescentes, em comunidades de baixa renda de Salvador e quais
os seus potenciais e limites para a construção da autonomia e emancipação
dos sujeitos nesses contextos? O trabalho se insere nas áreas do
conhecimento da Educação articulada com as Ciências Sociais e Estudos
Culturais. Os principais referenciais teóricos encontram-se nas discussões
sobre Cultura e Identidade, os processos educacionais não-formais na
contemporaneidade, as Teorias da Pedagogia da Libertação e sobre Capoeira
13
e Educação, bem como no resgate das ideias de Mestre Pastinha como educador.
Trabalhamos com algumas categorias levantadas por Pedro Abib (2005) e Rosângela
Costa Araújo (2004) em seus trabalhos de doutorado sobre Capoeira Angola e
Educação, quais sejam: comunidade, oralidade, memória/ancestralidade e ritualidade,
como subsídios para analisar e fazer uma reflexão crítica sobre as formas de ensinar e
aprender a capoeira com crianças e adolescentes, considerando-se as suas
singularidades, dentro da proposta da escola de Mestre Pastinha, como uma práxis
educativa com fortes origens na cultura Africana e a sua lógica diferenciada em
relação à racionalidade ocidental dominante. Como procedimento metodológico
estamos realizando um estudo de caso etnográfico no projeto Ginga Muleeke, parte do
Grupo Nzinga de Capoeira Angola, com as crianças e jovens da comunidade Alto da
Sereia, em Salvador. Para tanto, nos valemos de técnicas como a “participação
observadora”, com envolvimento ativo nas atividades educativas do grupo escolhido,
onde seus significados são construídos e negociados; entrevistas e revisão de
literatura. Como resultados deste trabalho buscamos contribuir com o levantamento de
questionamentos sobre a prática pedagógica da Capoeira Angola nos espaços prédefinidos para a nossa pesquisa de mestrado, em andamento, conformando-se
questões que servirão como subsídios para orientar o trabalho de campo e
fundamentando teoricamente a pesquisa.
Palavra-Chave: capoeira Angola, autonomia, práxis pedagógica
5 GUINÉ PORTUGUESA VERSUS GUINÉ-BISSAU: A LUTA DA
LIBERTAÇÃO NACIONAL E O PROJETO DE CONSTRUÇÃO DE UMA
NAÇÃO GUINEENSE
Artemisa Odila Candé Monteiro
[email protected]
Este trabalho é a parte da minha tese de doutorado em desenvolvimento, onde discuto
o processo de construção da identidade nacional na Guiné-Bissau, observando a
mediação das diversidades étnicas existentes no país. O processo que hoje
denominado de nação ou identidade nacional em vários países africanos, teve seu
inicio com a ocupação européia. A resposta dada a essa invasão em diversos países
africanos foi o desencadeamento de resistência cultural e política contra essa
ocupação. No caso específico de Guiné-Bissau, foi o movimento de libertação
nacional conduzido pelo Amílcar Cabral que engendrou a unificação de todas as
etnias, sem distinção cultural num programa de consciência nacional para a liquidação
do colonialismo, criando assim uma contra-sociedade a sociedade colonial. Esta seria
a concepção dada à nação num país cuja diversidade cultural teria identidade
unificada sob interesses políticos nacionais. Com esse propósito, pretendo analisar o
modo como o discurso da unidade nacional de Amílcar Cabral, foi acoplado no
contexto das diversidades étnicas na Guiné-Bissau.
6 “AXÉ NA SALA DE AULA”- AS RELIGIÕES AFROBRASILEIRAS E OS DESAFIOS DA APLICAÇÃO DA LEI 10639//03
Janaina Couvo Teixeira Maia de Aguiar
[email protected]
A Lei 10639/03 que institui a obrigatoriedade do Ensino de História e
Cultura Afro-Brasileira e Africana é tema de diversos estudos. São
experiências, dificuldades, possibilidades que são apresentadas aos
estudiosos, contribuindo para expor diversos olhares sobre a aplicabilidade
desta lei, que chega para contribuir significativamente para inserir, mesmo
que enquanto uma obrigação, uma temática tão complexa em sala de aula.
Entretanto, dentro desta temática, a abordagem sobre as religiões afrobrasileiras ainda é difícil de trabalhar em sala de aula. Sendo assim, este
trabalho pretende analisar uma experiência didática com este tema, visando
expor os desafios e as possibilidades no trabalho com estas religiões.
Palavras-Chave: educação, religiões afrobrasileiras, diversidade.
7 RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E CURRÍCULO: RELATO DE
UMA EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE
PROFESSORES EM EXERCÍCIO
Joselita F. Boaventura. UFBA
[email protected]
O presente texto relata uma experiência de formação continuada de
professores em exercício, das séries iniciais do Ensino Fundamental de uma
escola particular sem fins lucrativos, vinculada a Associação Grupo de Mães
e Amigos de Canabrava, localizada na região metropolitana de Salvador-BA
– na periferia. Coletivamente foi organizada uma ação que envolveu
reflexões sobre a atualização da formação docente num diálogo com a
atualização curricular através da inserção da matriz cultural africana no
campo da arte. O objetivo principal da pesquisa foi atender as demandas
oriundas da Lei Nº. 10.639/03 no que toca a inserção de conteúdos que
contemplem elementos das culturas africanas e afro-brasileiras, subsidiando
os docentes para atuar pedagogicamente frente à demanda escolar no trato
com a diversidade, que neste caso específico refere-se às relações étnicoraciais. O estudo foi desenvolvido sob a metodologia de pesquisa-ação e
concretizou-se em três etapas: 1-fase exploratória, que consistiu na
sensibilização de professores e estudantes para trabalhar a temática; 2-fase
intermediária, que consistiu no desenvolvimento da pesquisa em si, e 3comunicação dos resultados. Após a fase exploratória, as demais
aconteceram simultaneamente, embora aqui separadas por questões
didáticas. O trabalho realizado, mesmo de forma incipiente apontou
perspectivas de como a formação continuada de professores em exercício,
14
garantida pela escola através do planejamento coletivo nos espaços de atividade de
coordenação, pode contribuir fortemente para a formação docente contemplando a
diversidade que adentra a escola na contemporaneidade.
Palavras-Chave: relações étnico-raciais, formação de professores, atualização
curricular.
8 A IMPORTÂNCIA DOS GRIOTS PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA
Keilane Souza. UEFS
[email protected]
Este ensaio tem como objetivo analisar aspectos relevantes no Romance africano “O
Sudijata ou a epopéia Mandiga”, do historiador Djibril Tamsir Niane, numa
perspectiva historiográfica. Discute escrita e oralidade, enfatizando a relação que as
sociedades africanas têm com a palavra e as sociedades européias com a escrita.
Analisa a influência da cultura ocidental na construção da História da África e a
importância da tradição oral para a construção de uma História da África peculiar.
Para tanto, utiliza-se como corpus teórico: Hapaté-Bã (1982), Vansina (1982), KiZerbo (1982) e outros. Através da pesquisa bibliográfica, constou-se que é possível
perceber através da epopéia, mitologicamente transmitida por meio da oralidade,
preceitos morais, sociais e visões de mundo referente às sociedades africanas antigas e
atuais.
Palavras chaves: África, oralidade, escrita, escrita.
9 EDUCAÇÃO PARA A PROMOÇÃO DE SAÚDE DA MULHER: UM
RELATO DE VIVÊNCIAS NA USF NOVA CONSTITUINTE – PERIPERI
Ebequiarine Souza*
[email protected]
Paula Horrara*
Jéssica Lisboa*
Maira Santana*
Andréia Figueiredo - UFBA Departamento de Odontologia Social
*UFBA
Este trabalho tem como objetivo relatar as atividades de educação em saúde
realizadas com o grupo de mulheres na USF de Nova Constituinte – Periperi, sob o
ponto de vista das estudantes do PET-Saúde da Família. Trata-se do relato de duas
atividades educativas conduzidas por um grupo de estudantes da Universidade Federal
da Bahia (UFBA), - graduandos nos cursos de fonoaudiologia, odontologia e
participantes do Programa de Educação para o Trabalho na Saúde da Família (PETSaúde da Família) – na Unidade de Saúde da Família Nova Constituinte – Periperi,
situada no município de Salvador (BA), realizada em 2010. Foi escolhido para o
trabalho mulheres com faixa etária entre 15 e 25 anos, onde se organizou exposições
dialogadas com as problemáticas sociais DST e Drogas. Ao final de cada
abordagem criavam-se espaços de diálogo com está população para elas
exporem sua opinião e suas vivências.Houve grande participação do grupo
nas atividades, desde o planejamento até a execução das atividades. A
estratégia adotada permitiu que as mulheres relatassem experiências e
dificuldades de modo que aos poucos se firmou a importância do diálogo no
processo de prevenção das problemáticas sociais em discussão.
Palavras-Chave: educação em saúde, saúde da mulher, prevenção.
10 FILOSOFIA AFRICANA E ANCESTRALIDADE
Adilbênia Freire Machado. Achei - UFBA
[email protected]
Luís Carlos Ferreira dos Santos. Achei-UFBA
Essa comunicação tem o objetivo de uma breve apresentação da filosofia
africana permeada pela ancestralidade, pois que o eurocentrismo
presunçosamente concebe que diante do velho mundo, os demais, leia-se
África e América Latina, deve recolher-se a sua insignificância,
concebendo-se centro do mundo, detentor de todo conhecimento. A filosofia
africana surgirá não com intenção de criar um novo centrismo, um antieurocentrismo, mas responder filosoficamente a estas concepções errôneas e
preconceituosas, produzindo no contexto de seu espaço e do seu tempo,
produzindo uma filosofia local que na medida em que é local é universal,
sendo uma filosofia desde um lugar. A inquietude motivada pela curiosidade
em entender e questionar os valores e as interpretações acolhidas sobre a
realidade dada, pelo senso comum e a tradição é o primeiro passo do
surgimento da filosofia na África, apresentando-se com a tarefa fundamental
de desalienação da consciência. A análise de dados de toda a criação
africana das ciências humanas, assim como a literatura, a antropologia,
alimentam a filosofia africana. Os mitos geram conhecimento,
proporcionando pensamentos filosóficos fundamentais, a análise da
literatura oral traz um abundante conhecimento ancestral, assim, faz-se
necessário olhar à essência da cultura africana, a profundidade dos seus
mitos. A ancestralidade é o guia da identidade histórica africana, sem ela os
africanos e afrodescendentes não se reconhecem, no sentido de não saberem
quem são e o que querem ser, pois na cosmovisão africana, a vida é
sacralizada e ritualizada continuamente no cotidiano, não se separando mitos
e ritos. A filosofia africana irá definir-se não por meio da sua geografia ou
da identidade dos seus praticantes, dos seus conceitos, seus protestos, suas
histórias, mas, sim por seus questionamentos e suas contestações ao
centrismo, onde não se pode considerar qualquer coisa como Filosofia
Africana, assim como não se pode reduzi-la a sua religiosidade, ou tradição
15
cultural e menos ainda a uma filosofia que se inspira nas formas da metodologia
filosófica Européia. É uma filosofia que se pauta desde suas estruturas sociais, desde
seu território político, econômico e social, que surge de uma estrutura social permeada
pelo sagrado, pela Força Vital que emana dos ancestrais. Filosofia que nasce do
encantamento, que se pensa como humana e não ocidental ou oriental, filosofia com o
princípio de ancestralidade como fonte de onde emergem os elementos fundamentais
da tradição africana, sendo estruturado em força vital, universo, palavra, tempo,
pessoa, socialização, ritos funerários, família, produção e poder.
Palavras-Chave: filosofia, ancestralidade, tradição.
11 A FILOSOFIA AFRICANA NA POESIA AFROBRASILEIRA
Luís Carlos Santos.
[email protected]
Adilbênia Freire Machado
Pretende-se com este trabalho apresentar a cosmovisão africana e seus elementos na
filosofia de matrizes africanas e a partir disso verificar seus princípios –
ancestralidade, diversidade e integração – e como ocorrem suas manifestações na
poesia afrobrasileira. As poesias Linhagem e Batuque de Carlos de Assumpção e
Canto dos Orixás de Kaiámiteobó são trazidas para o entendimento sobre a
ancestralidade, a diversidade e a integração nas manifestações poéticas afrobrasileiras, exemplificando o conhecimento e o sentir africano. A poesia Linhagem
será trabalhada com o objetivo de apresentar o poder ancestral na valorização da
cultura, da afirmação política e, conseqüentemente, da produção do conhecimento
africano e afrodescendente. Já as outras duas poesias – Batuque e Canto dos Orixás –
serão trabalhadas concomitantemente para evidenciar os elementos da diversidade e
da integração. Esta comunicação tenta estabelecer um diálogo constante entre a
filosofia e a poesia. A filosofia discutida neste trabalho é a de matriz cultural africana
e a poesia é a construída pelos poetas afrobrasileiros. Poetas estes que tem em suas
produções artísticas e literárias, a estética e a política unidas num único objetivo. Com
isso, a ética é a categoria trazida pela perspectiva da filosofia africana, pois a
ancestralidade,a integração e a diversidade são entendidas como uma harmonia no
universo, por isso é necessário cultuar a diversidade no todo, porque desejar a
diferença é desejar a vida. A diversidade, é recorrente no pensamento africano. Assim
se verifica no candomblé onde, “[...] são tantos os encantados”. Entretanto, mesmo
com vários deuses, tudo está integrado e, com este pensamento, se sustenta a
manutenção da sua vida e a do outro, se faz o canto: “Tambor que bate / O toque de
reunir / Todos os irmãos / De todas as cores/ Sem distinção”. A Cosmovisão africana
e, conseqüentemente, a filosofia de matriz africana é um pensamento que não segrega,
mas re-uni. Por essa re-união, o pensamento africano se aproxima do outro, se
reconhece naquele que é dessemelhante a si e estabelece a comunicação.
12 MOVIMENTO NEGRO E A EDUCAÇÃO DA PRIMEIRA
INFÂNCIA AFRODESCENDENTE
Damião, Flávia de Jesus
[email protected]
Os movimentos negros brasileiros, enquanto relevante ator social na
construção dos direitos e da cidadania brasileira, vem desde o período
colonial criando múltiplas iniciativas na área educacional e cultural com
vista a atender a população afrodescendente. No século XX, há uma
intensificação dessas iniciativas. Dentre essas ações, encontram-se o
trabalho com meninas e meninos de 0 a 6 anos. Apesar dessa ação estar
sendo realizado há alguns anos em diferentes regiões do país, ainda hoje,
carecemos tanto de estudos acadêmicos, quanto de registro escrito pelo
próprio movimento sobre a referida temática. O objetivo deste trabalho é
trazer para o centro do debate dos movimentos sociais a experiência dos
movimentos negros com crianças afrodescendentes de 2 a 6 anos na área da
cultura e da educação, destacando duas intervenções que ocorrem na região
Nordeste. Uma em Salvador, outra em Recife. Após entrevistas com as
lideranças dessas intervenções evidenciamos dois aspectos. Primeiro que a
despeito da carência de estudo e registro escrito, tanto no meio acadêmico,
quanto no interior do próprio movimento negro, as ações com crianças
pequenas são iniciativas que o referido movimento tem realizado. E,
segundo, que ao atuar com crianças pequenas afrodescendentes, o
movimento traz para a agenda nacional a necessidade de que o Estado
brasileiro insira de modo efetivo as questões e especificidades que envolvem
as crianças afrodescendentes. Finalizando o trabalho, apontamos que a
configuração de uma sociedade brasileira, na qual o exercício cotidiano da
vida cidadã e uma prática democrática participativa passam necessariamente
pela consideração diversos sujeitos sociais, dentre eles, o movimento negro
com suas experiências educativas para primeira infância afrodescendente.
13 UM ENCONTRO COM A ÁFRICA: APRENDIZAGENS
GEOGRÁFICAS NO CONTEXTO DE UMA ASSOCIAÇÃO DE
CAPOEIRA
Lindinalva de Queiroz Santos*
[email protected]
Eliane Silva de Queiroz*
Mariluze de Carvalho Campus*
Jackeline Santiago de Souza*
* UNEB. Campus XI. Serrinha
16
A necessidade de desmistificar os conhecimentos atribuídos à África como um
continente sem história geralmente parte da compreensão que identifica os africanos
com designações que convergem para a construção de uma imagem de inferioridade e
primitivismo. Tendo em vista esses estereótipos que criam e divulgam imagens
negativas a respeito do continente africano e de seus povos, o estágio supervisionado
em espaços não-formais do curso de licenciatura em Geografia buscou desmistificar a
imagem normalmente veiculada desse continente, utilizando-se, para isso, dos
conceitos de espaço geográfico e de paisagem, bem como recursos cartográficos,
imagens, vídeos, textos que subsidiaram uma análise mais profícua e acurada do
continente africano. Objetivando proporcionar o conhecimento de algumas
características marcantes da África aos integrantes de uma associação de capoeira
local, possibilitando-os relacionar os conteúdos trabalhados com as práticas cotidianas
do grupo, identificando as manifestações africanas nas mesmas, compreendendo as
raízes da atividade que praticam, além de permitir o fortalecimento da identidade
enquanto capoeiristas e afro-descendentes, a atuação pedagógica se deu a partir de
oficinas temáticas, envolvendo as diversas situações de aprendizagem geradas pelo
trabalho com os temas relacionados à África. O impulso para a delimitação da África
como tema para o estágio se deu após a realização de observações in loco, nas quais
pôde-se perceber a disponibilidade e o interesse dos capoeiristas em participar do
estágio. A efetivação do processo permitiu uma reflexão a respeito do planejamento
feito, bem como das atividades realizadas, erros e acertos ocorridos. Dessa forma, o
estágio em espaços não-formais de educação realizado em uma associação de capoeira
proporcionou ao grupo de licenciandas em Geografia uma vivência única, um
momento de aprendizagem profícua, onde a troca de experiências foi o ponto chave
para que o desenvolvimento do trabalho se configurasse de maneira proveitosa para
ambas as partes: cursistas e estagiárias. Além disso, se configurou numa oportunidade
de trazer a realidade africana para um grupo de capoeiristas, fazendo-os entender um
pouco mais a respeito da história, cultura, hábitos dos africanos e as influências da
cultura afro no Brasil, sua população, economia, entre outros, sob um viés geográfico,
de modo a ressignificar as práticas e vivências que constroem a respeito da capoeira.
2 - DSCC - Difusão Social do Conhecimento Científico
20 FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA CURSOS ONLINE: A
PERSPECTIVA DE UMA EDUCAÇÃO DESTERRITORIALIZADA
Elmara Pereira de Souza. UFBA
[email protected]
Eduardo David de Oliveira - UFBA
A formação de professores-formadores para a educação online tem se
configurado como um dos grandes desafios para as instituições de ensino
superior (IES) no Brasil. Esse trabalho trata da formação de professores na
perspectiva de uma educação desterritorializada a partir das possibilidades
da construção e difusão do conhecimento em ambiente virtual de
aprendizagem. A pesquisa foi desenvolvida no ambiente Moodle com
professores de curso a distância e buscou compreender os fluxos dialógicos
(e seus itinerários) produzidos no ambiente virtual de aprendizagem
implementado para criar condições de possibilidade de formação de
professores para atuarem em curso online. A proposta de trabalho realizada
com os professores-formadores tinha o objetivo de fazê-los se comunicarem
através do ambiente virtual, além de proporcionar uma vivência coletiva em
ambiente telemático, dialógico e colaborativo, onde os afetos, perceptos e
sentidos puderam ser produzidos, como estratégia para compartilhar
dúvidas, incertezas, produções, conquistas, vivências. Foi desenvolvida uma
pesquisa qualitativa com enfoco na in(ter)venção. A pesquisa in(ter)venção,
a partir dos agenciamentos produzidos na experimentação, pode possibilitar
a criação de formas de subjetivação em ruptura com os processos
hegemônicos de formação de professores para atuar em cursos online.
Utilizou-se como base teórica-epistemológica os escritos de Deleuze e
Guattari (2003, 2007, 2009) com foco nos conceitos de agenciamento,
desterritorialização, linhas de fuga e rizoma. Os resultados, ainda parciais e
preliminares, indicam que a formação de professores na perspectiva de uma
educação desterritorializada deve ser pensada como um processo próprio da
cibercultura e, portanto, a interatividade, a polifonia, a multivocalidade
devem ser inseridos nos processo formativos.
Palavras-Chave: educação online, formação de professores, ambiente virtual
de aprendizagem.
21 SABERES DO RECÔNCAVO
José Raimundo J. Santos. CFP- UFRB
[email protected]
A razão humana sempre foi objeto de análise, o principal estava em
compreender os elementos estruturantes que delineiam e demarcam este
campo no interior da sociedade. Dentre as teorias que buscam esta apreensão
tem-se em Marx o surgimento de um modelo cuja análise intercepta a
sociedade e o modo de produção vigente, ou seja, o modelo capitalista
determina uma racionalidade que instrumentaliza as ações individuais e
demarcam o lugar do homem na relação dicotômica estabelecida. A
17
universidade, enquaqnto ethos cientificamente produtivo, incorpora e cria os
mecanismos de homogeneização e de compartilhar das idéias e, neste sentido,
normatiza as reflexões sobre os objetos de estudo, criando grupos institucionalmente
reconhecidos e rituais de acesso e permanência. Constitui um modelo ideal de
racionalidade e, do sujeito para o fazer científico, logo, estabelece mecanismos
excludentes dos sujeitos e dos saberes que por eles não forem legitimados. Este
estudo, de caráter sócio-filosófico, objetiva compreender as formas sociais da
racionalidade como geradora de conhecimento científico, construído e localizado num
espaço social reconhecido como produtor e reprodutor de conhecimentos e
tecnologias que é a Universidade. Portanto, busca-se verificar como os estudantes de
origem popular, socialmente desrespeitados pelo sucateamento das escolas públicas e
distribuição desigual dos direitos e deveres, vinculados ao Programa Conexões de
Saberes, atuam racionalmente para acessar e permanecer no ensino superior, como
também para produzirem saberes que lhes possibilitem o reconhecimento na
universidade e para além dela. Em tempo, observou-se a partir das autobiografias
publicadas na Coleção Caminhadas de Universitários de Origem Popular (2009) da
UFRB e, do acompanhamento e fazer das rodas de formação com a comunidade do
entorno da instituição, a relação que estabelecem entre os saberes sensíveis e
apreendidos ao longo da vida e aqueles legitimados cientificamente, possibilitandolhes ou não, o reconhecimento na relação entre o estudante de origem popular com
sua comunidade de origem e/ou com a comunidade científica, na qual busca filiar-se.
Assim, as rodas de formação como tecnologia sócio-pedagógica de prover e dar voz
aos atores-autores tornou-se o veículo metodológico de reflexão sobre as formas
sociais da racionalidade, usos e desusos.
Palavras-Chave: racionalidade, saberes, difusão do conhecimento.
23 EDUCAÇÃO LITERÁRIA E A FORMAÇÃO DA CONSCIENCIA NEGRA
ENTRE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Maria Aparecida de Matos IFBA/UFBA
[email protected]
Pretendo apresentar os resultados da pesquisa, " Educação Literária e a formação da
consciencia negra entre alunos da escola fundamental. A pesquisa foi elaborada com
a finalidade de intervir e refletir sobre a receptividade de alunos de 4° e 8°ano frente
às personagens em narrativas africanas e afrobrasileiras. Foram escolhidas duas
escolas públicas , situadas em bairros periféricos de Cuiabá (MT). As técnicas
metodológicas foram baseadas na pesquisa-ação que prescreve a intervenção como
caminho possível para auxiliar a comunidade em temas que ela tem dificuldades. A
disciplina deLíngua portuguesa mostou-se como cenário favorável á introdução de
120 obras com temáticas de cultura afro-brasileira e africana. Fiz diagnóstico antes de
inicair as oficinas com objetivo de observar como esses\as alunos\as se sentiam com
afrobrasileira como se audenominava, a maioria não gostava de ser negro e se
auotdenominavam moreno\a, pardo\a. Após as oficcinas durante 6 meses,
houve uma grande mundança, as meninas aderiram aos modelos de cabelos
onde a trança é indispensável, alguns já assumiam ter pais negros portanto
eram negros.
Palavras-Chave: educação literária, literatura infanto-juvenil, cultura negra.
24 O SISTEMA PENITENCIÁRIO NA ÓTICA NEGRA - A
QUESTÃO ÉTNICO/RACIAL E A FORMAÇÃO DO AGENTE
PENITENCIÁRIO
Everaldo Carvalho
[email protected]
O estudo O Sistema Penitenciário na Ótica Negra, se propõe a estabelecer
relação entre racismo, descriminação e os diversos modelos de execução
penal ao longo dos tempos e, especificamente, suas implicações para a
evolução do sistema penitenciário brasileiro. Enquanto, na Europa, o
iluminismo do século XVIII humaniza o sistema punitivo medieval, ao
adotar a pena de privação de liberdade, o Brasil, no entanto, tem no
escravismo, que perdurou do século XVI ao século XIX, um contraponto ao
processo evolutivo da pena. Ou seja, embora o modelo de punição baseado
no suplício do corpo tenha desaparecido do solo europeu, no Brasil, o
pelourinho, o feitor e a mutilação física ainda eram instrumentos utilizados
indiscriminadamente contra o negro africano. O estudo pretende, portanto,
identificar como o racismo e a escravidão fundaram o modelo penal
brasileiro. Compreender em que medida as teorias discriminatórias da
antropologia criminal de Lombroso e Nina Rodrigues, a intolerância
religiosa e demais formas sutis de discriminação se mantém incrustadas no
inconsciente do Agente Penitenciário. Enfim, pretendemos demonstrar que
políticas de ações afirmativas, especificamente as de cunho educacional,
como preconiza a Lei Federal 10.639, são fundamentais para tornar os AP
sujeitos pró-ativos no combate ao racismo no ambiente penitenciário. O
presente trabalho tem como tema central a Práxis Pedagógica Capoeira
Angola, compreendida como uma manifestação da Cultura Popular, com
fortes raízes africanas. Nossa proposta é buscar investigar e compreender:
como se manifestam, nas práticas pedagógicas cotidianas da Capoeira
Angola, as formas de compartilhar os saberes da cultura popular, entre
crianças e adolescentes, em comunidades de baixa renda de Salvador e quais
os seus potenciais e limites para a construção da autonomia e emancipação
dos sujeitos nesses contextos? O trabalho se insere nas áreas do
conhecimento da Educação articulada com as Ciências Sociais e Estudos
Culturais. Os principais referenciais teóricos encontram-se nas discussões
sobre Cultura e Identidade, os processos educacionais não-formais na
18
contemporaneidade, as Teorias da Pedagogia da Libertação e sobre Capoeira e
Educação, bem como no resgate das ideias de Mestre Pastinha como educador.
Trabalhamos com algumas categorias levantadas por Pedro Abib (2005) e Rosângela
Costa Araújo (2004) em seus trabalhos de doutorado sobre Capoeira Angola e
Educação, quais sejam: comunidade, oralidade, memória/ancestralidade e ritualidade,
como subsídios para analisar e fazer uma reflexão crítica sobre as formas de ensinar e
aprender a capoeira com crianças e adolescentes, considerando-se as suas
singularidades, dentro da proposta da escola de Mestre Pastinha, como uma práxis
educativa com fortes origens na cultura Africana e a sua lógica diferenciada em
relação à racionalidade ocidental dominante. Como procedimento metodológico
estamos realizando um estudo de caso etnográfico no projeto Ginga Muleeke, parte do
Grupo Nzinga de Capoeira Angola, com as crianças e jovens da comunidade Alto da
Sereia, em Salvador. Para tanto, nos valemos de técnicas como a “participação
observadora”, com envolvimento ativo nas atividades educativas do grupo escolhido,
onde seus significados são construídos e negociados; entrevistas e revisão de
literatura. Como resultados deste trabalho buscamos contribuir com o levantamento de
questionamentos sobre a prática pedagógica da Capoeira Angola nos espaços prédefinidos para a nossa pesquisa de mestrado, em andamento, conformando-se
questões que servirão como subsídios para orientar o trabalho de campo e
fundamentando teoricamente a pesquisa.
Palavras-Chave: excção penal, raça, etnia, racismo.
25 NA APORIA DA HISTÓRIA: A LEI 10.639/2003 ENTRE O
RECONHECIMENTO, RACIALIZAÇÃO, ETNICIDADE, IDENTIDADE E A
EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ETNICORRACIAIS
Fernando José Ferreira Aguiar
[email protected]
Pretende-se com este artigo discutir e analisar as implicações e entraves para a
implementação da Lei Federal nº 10.639/2003 tomando por base as reivindicações
históricas dos Movimentos Negros, desde o Movimento Negritude, o Renascimento
Cultural Africano, a persistência e fascínio do conceito de raça, os usos do conceito de
etnicidade, a „proliferação subalterna da diferença‟‟ frente aos discursos igualitaristas
e as convenções e legislações internacionais e nacionais pertinentes ao tema. Desse
modo, buscaremos situar o lugar da História da África nas práticas educativas
escolares, enfatizando os seus usos a serviço da educação para as relações
etnicorraciais e a problemática de sua operacionalidade/efetividade no cotidiano
docente e discente da experiência brasileira, a partir dos conceitos de identidade e
mediações culturais.
Palavras-Chave: história da África, Lei Federal n° 10.639/2003, mediações culturais.
26 DISPOSITIVO DA ÁRVORE DO CONHECIMENTO
Rosa Nelma Souza Seixas. Rede Pública Estadual, do Ensino Básico e de
Rede Particular, do Ensino Superior.
[email protected]
Leliana Santos de Sousa. PGDR/UNEB
Ana Claudia de Sousa Fernandes. Rede Estadual e Municipal de SalvadorBA
Ana Maria Santos de Menezes. Rede Pública Estadual do Ensino
Básico/UNEB
Kátia Maria Menezes Santos. Redes Estadual e Municipal, do Ensino
Básico.
Vera Lúcia Souza dos Santos. Redes Estadual e Municipal, do Ensino
Básico.
O projeto, cujo objetivo consistiu em analisar criticamente as práticas da
gestão do conhecimento nas escolas públicas estaduais da cidade de
Salvador, BA, evidenciando a importância da sua implementação como fator
de inovação institucional para gestão administrativa e pedagógica, foi uma
inovação na organização pública escolar, devido a sua natureza, de
estabelecer relação entre a escola pública e a universidade, promovendo uma
experiência metodológica inovadora. Percebeu-se que fazer pesquisa em um
contexto tão abrangente e complexo como o da escola pública torna-se um
pouco difícil, devido à grande diversidade de micros contextos que
envolvem essa comunidade e, principalmente, da não aderência de muitos
profissionais ao projeto. No entanto, apesar de um grupo pequeno, o projeto
foi desenvolvido de forma linear, com encontros mensais presenciais,
sempre tendo como suporte os ambientes virtuais moodle, yahoo e o correio
eletrônico, instrumentos de muita utilidade nas comunicações do grupo. No
período de desenvolvimento do projeto foram oferecidas atividades que
visavam o aprendizado e a construção de novos conhecimentos, tendo
sempre como apoio os diversos e respeitados teóricos da gestão do
conhecimento, cuja relação constará nas referências bibliográficas.
Evidenciou-se que o dispositivo da árvore do conhecimento (Pierre Lévy e
Michel Authier, 2000), como metodologia, consistiu em buscar os saberes
dos sujeitos envolvidos e dos sujeitos convidados a se envolver no projeto, a
fim de lhes proporcionar o conhecimento de seus próprios talentos e
experiências, constatando que todos possuem saberes, o que falta na maioria
das vezes é a circulação desses saberes nos ambientes de convívio. Para
completar o projeto foram realizados dois seminários. No primeiro foram
discutidos temas relacionados à gestão do conhecimento e inovação escolar,
no segundo discutiram-se temas relacionados ao ensino superior e educação
19
básica e reflexões sobre práticas, métodos, gestão do conhecimento e etnicidade.
Palavras-chave: Escola pública. Inovação escolar. Gestão do conhecimento.
27 DISCURSOS DISCENTES SOBRE O USO DE IMAGENS COMO
MODELOS METAFÓRICOS PARA A DIFUSÃO DE CONHECIMENTO EM
BIOFÍSICA, ACÚSTICA E PSICOACÚSTICA
Marcos Viana Bomfim. UNEB
[email protected]
Diante dos fatos evidenciados pela crescente utilização de imagens em atividades
acadêmicas disciplinares dos inúmeros cursos das diversas áreas do conhecimento,
incluindo-se a Biofísica e a Acústica Aplicada, pode-se observar empiricamente um
aumento na participação acadêmica no que se refere a intencionalidade, bem como na
ampliação satisfatória do processo de comunicação, construção de conceitos,
compreensão de fenômenos, e ganhos na interação e interesse individual, indicadores
prováveis de um desenvolvimento e aprendizagem mais amplos que contemplam a
construção e desenvolvimento de conceitos e fenômenos trabalhados pelas disciplinas
em voga. Destarte, o que eram apenas pressupostos incipientes acerca do uso de
imagens, começou a se apresentar como novas possibilidades metafóricas de interação
e expressão perceptiva nos estudantes de Biofísica, estimulando assim nos discentes a
intencionalidade e prática de leitura complementar textual. Nas atividades
pedagógicas em que predominam a utilização preponderante da linguagem escrita ou
mesmo verbal, pode-se constatar a presença de maior silêncio dos discentes ou mesmo
uma menor produção de contra-argumentação e expressão de percepções múltiplas
pelos acadêmicos. Essencialmente, poderia ser implementada potencialmente, como
estratégia oportuna, a utilização de modelos de imagens carregados de “intenções
evocadoras” de sensações e percepções, além daquelas estratégias de linguagem
abordadas tradicionalmente pelo uso preponderante do texto. Vigotski (2008) destaca
que a experiência prática mostra que o ensino direto de conceitos é impossível e
infrutífero, obtendo como resultado pelo educando um verbalismo vazio, que simula
um conhecimento dos conceitos correspondentes, mas que na realidade oculta um
vazio. Para Vigotski, há uma aproximação entre signo e instrumento, destacando-se
assim como característico da linguagem e necessidade de desenvolvimento de uma
atividade educacional mediada, onde o signo figura como instrumento da atividade
psicológica, operando de maneira análoga ao papel de um instrumento no trabalho. O
presente trabalho teve como objetivo analisar discursos de quatro discentes acerca da
pertinência do uso de figuras (imagens) como possibilidade ou mesmo alternativa para
otimização do processo de ensino-aprendizagem. Nesta pesquisa qualitativa e
descritiva, foram analisados quatro recortes de textos transcritos oriundos de
entrevistas realizadas com discentes. Os discursos discentes foram analisados à luz da
Análise do discurso, versão francesa, norteados pelos conceitos, condições e
processos de produção de sentidos (Pêcheux ; Orlandi) e linguagem em referência às
noções de tensão/polissemia/paráfrase (ORLANDI, 2009). Os relatos das
percepções discentes acerca do uso de imagens como estratégia metafórica
em atividades disciplinares podem ser testadas, investigadas e
implementadas como possibilidade potencial em espaços educativos formais
ou mesmo não-formais visando a difusão do conhecimento.
Palavras-chave: Imagem; metáfora; biofísica; difusão do conhecimento;
discurso.
28 ABORDAGENS EPISTEMOLÓGICAS DA COGNIÇÃO: A
ANÁLISE COGNITIVA NA INVESTIGAÇÃO DA CONSTRUÇÃO
DE CONHECIMENTO
Ana Lucia Lage. UFBA
[email protected]
Teresinha Froes Burnham. UFBA
José Luis Michinel. UCV/ UFBA.
Este texto discute as possíveis abordagens epistemológicas da cognição.
Esta reflexão nos leva de volta às origens das Ciências Cognitivas, à sua
proposta original de campo interdisciplinar, tecendo relações entre a
filosofia, a psicologia cognitiva, a inteligência artificial, a linguística, a
neurociência e a antropologia, e às suas abordagens epistemológicas –
cognitivismo, conexionismo e enaccionismo. Em seguida, amplia a
discussão para incluir novas disciplinas - a biologia do conhecimento, a
sociologia do conhecimento, a antropologia cognitiva e as ciências da
computação e da informação - áreas de significação que atualmente compõe
o campo ampliado das Ciências Cognitivas, onde se insere a Análise
Cognitiva.Esta discussão será feita assumindo a Análise Cognitiva e a
Multirreferencialidade
como
referenciais
teórico-epistemológicos
permitindo uma re-significação das áreas que configuram as Ciências
Cognitivas.A
Análise
Cognitiva,
este
duplo
campo
cognitivo/epistemológico, enfoca a estudo do conhecimento a partir dos seus
processos de construção, tradução e difusão, visando o entendimento de
linguagens, estruturas e processos específicos de diferentes disciplinas, com
o objetivo de tornar essas especificidades em bases para a construção de
lastros de compreensão inter/transdisciplinar e multirreferencial. Assim, este
campo se institui com o compromisso da produção e socialização de
conhecimentos numa perspectiva aberta ao diálogo e interação entre essas
diferentes disciplinas e a sua tradução em conhecimento público (Fróes
Burnham, 2010). A Multirreferencialidade, proposta por Ardoino, introduz a
noção de um olhar plural sobre objetos e fenômenos - que são em si plurais e o uso de múltiplas linguagens para apreendê-los na sua pluralidade
constitutiva. A sua investigação se dá por meio da análise do processo
20
cognitivo de construção do conhecimento, que não se detém no objeto de
conhecimento, mas no próprio processo a ser apreendido mais globalmente através da
familiarização, buscando explicitá-lo, elucidá-lo “sem (...) interromper o seu
movimento, mas realizar esta produção ao mesmo tempo em que o processo se
renova, se recria, na dinâmica intersubjetiva da penetração na sua intimidade, na
multiplicidade de significados, na possibilidade de negação a si mesmo, que
caracteriza o sujeito das relações sociais” (Ardoino apud Fróes Burnham, 1998). A
Multirreferencialidade propõe que a análise se dê a partir de múltiplos sistemas de
referência – poesia, arte, política, ética, religião, ciência – igualmente significativos,
todos irredutíveis uns aos outros e sem pretensão de síntese, de conhecimento acabado
– antes uma bricolagem de visões que leva a uma compreensão (Fróes Burnham e
Fagundes, 2001).
Palavras-Chave: análise cognitiva, construção do conhecimento,
multirreferencialidade.
29 UMA CONFIGURAÇÃO DE CAMPO PARA O CONHECIMENTO
Marcus Túlio de Freitas Pinheiro
[email protected]
Teresinha Fróes Burnham
A noção hegemônica de uma perspectiva formadora remete a um constructo, a um
arquétipo capaz de fazer emergir uma modelagem para o conhecimento, fazendo dessa
categoria algo que possibilita a troca, a conversão, a difusão, algo que converge para
estruturantes da ciência econômica e que tem um aporte teórico reforçado por uma
compreensão de mercado. Esta concepção é hoje largamente utilizada em
organizações capitalistas para a “produção do conhecimento” formalizando
experiências de vida, transformando o que é denominado conhecimento tácito em
conhecimento explícito. Este incômodo lugar contemporâneo para o conhecimento fez
emergir a percepção do conhecimento do presente trabalho, que propõe um lugar
anterior para esta categoria, afastando-a do contexto mercadológico, de uma lógica de
consumo, de apropriação, de distribuição para uma perspectiva de geração, de
interferência, de potencialização, de algo que não está posto e sempre se apresenta em
um estado de vir a ser. Nessa proposição o conhecimento se afasta de uma lógica
preestabelecida por outras categorias e surge como fundante, como plasma, amorfo,
potencializador, capaz de modificar configurações, tirar do equilíbrio concepções
enraizadas, capaz de aumentar e diminuir dinâmicas sistêmicas, de fazer emergir
tensões, lutas, divergências, convergências. A presente proposição de percepção do
conhecimento pode aportar nela sistemas dicotômicos, lineares, previsíveis como o da
lógica econômica, mas dá conta de aportar teorias de aprendizagem, teorias de
currículo, teorias sobre o papel da educação e para além da educação formal, ou seja,
o conhecimento é visto como campo no sentido epistemológico da palavra. A
perspectiva a priori nesse caso não é a da formação, e sim a do Ser
cognitivo, afetivo, estético. O Currículo se apresenta nesse contexto, como
um estado, é algo que motiva e remete para outros estados. A partir da
proposta de perceber o conhecimento como campo, alguns desdobramentos
serão abordados como referenciais para uma configuração contemporânea da
educação. A formalização dessa proposta trará a possibilidade de
vivenciarmos processos que tendem a uma estática e processos que tendem a
uma dinâmica na educação e na concepção do conceito de currículo,
trazendo uma visão holográfica do campo conhecimento que dá conta de
explicar constructos lineares de alta rigidez e constructos maleáveis,
relacionais, fluidos que possibilitam um olhar além da educação formal. O
que será exposto é o sentido relativo da educação que coloca como fatores
relevantes a autonomia, a consistência e a formalização de conceitos locais e
não locais para a emergência de currículos dinâmicos e contextualizados."
Palavras-Chave: conhecimento, campo, complexidade.
31 A IMAGEM-METAFÓRICA COMO CANAL DE DIFUSÃO DO
CONHECIMENTO ENTRE COMUNIDADES CIENTÍFICAS E
AMPLIADAS: A IMAGEM-METÁFORA UM
TRANSDUTOR/INTERFASE ENTRE CIÊNCIA E EDUCAÇÃO
José Luis Michinel.UCV/UFBA. [email protected]
José Carlos Oliveira. UEFS/UFBA
Patrícia Pugliese Schiper. UFBA . CEPRED
Marcos Viana. UNEB
A construção do conhecimento nos períodos de emergência dos paradigmas
nas ciências nos mostra o nascimento de construções imagéticas, com um
sentido metafórico, acompanhando ao paradigma. Ressaltamos alguns casos
no campo da Física e de outras ciências a modo exemplo: o caso da Torre de
Pisa, relacionada a Galileu, a seus experimentos imaginários e ao paradigma
Experimentalista; o relógio, a máquina e o autômato conexo ao paradigma
da Física Clássica; a borboleta, o “bifurcador” e o “atractor” na
complexidade; a Corda ou Super Corda na proposta da Doutrina de Campo
Unificado. Y noutros campos científicos também se destacam exemplo: a
dupla hélice na estrutura do DNA que representou uma revolução científica,
marcando o verdadeiro nascimento da biologia molecular. Ainda que a
ciência se esforce pela formalização dos fenômenos ela não joga fora a força
para o entendimento que uma boa metáfora possa lhe dar.Também, na
difusão do conhecimento científico, mais especificamente numa visão de
socialização do conhecimento que tem sido produzido pela comunidade da
ciência e que se busca comunicar à “comunidade ampliada” se faz
21
necessário assumir a Função Imagem-metáfora como um canal preferencial do
processo cognitivo.Este trabalho trata da produção de imagens metafóricas na
interfase Ciência-Educação na ciência com o intuito de gerar canais de difusão do
conhecimento entre comunidades científicas e “ampliadas”. Trata-se então de assumir
as imagens metafóricas como canais de difusão e como transdutor da linguagem ou
interfase entre essas comunidades. Neste caso localizamos a construção desses canais
na educação não-formal e formal: no aconselhamento de familiares e pacientes com
patologias genéticas e no ensino de temas de biofísica e de física em cursos
universitários. Abordamos este problema desde una perspectiva múltipla que integra
as áreas de conhecimento da: educação das ciências em relação com os conceitos de
Transdução do conhecimento científico em conhecimento público (Fróes-Burnham,
2002), Interface conhecimento científico-conhecimento escolar (Almeida, 2004) e
Desdobramento do ato educativo (Michinel, 2001); Análise do discurso, versão
francesa, com os conceitos de condições e processos de produção de sentidos
(Pêcheux, 1995, 1997 e Orlandi, 1999 ) e linguagem em referencia às noções de:
Tensão polissemia/paráfrase (Orlandi, 1996, 1999) e Metáfora (Lakoff,
2000).Constroem-se imagens-metáfora para ser testadas em espaços educativos
formais ou não-formais, semelhantes aos que aqui são estudados. Essas imagensmetáforas são uma espécie Jano bifronte que observam dos frentes: a Ciência e a
Educação na Ciência; comunidades científicas e comunidades ampliadas;
conhecimento científico e conhecimento público.
32 ESTUDO DA DIFUSÃO DO CONHECIMENTO DE COMUNIDADES
CIENTÍFICAS POR MEIO DE REDES COMPLEXAS E ANÁLISE DE REDES
SOCIAIS
Maria Teresinha Tamanini Andrade
[email protected]
A difusão, o compartilhamento e o acesso ao conhecimento fornecem os elementos
para uma compreensão sobre a ciência universitária dinamizada pela relação recíproca
e dialética entre a produção do saber e sua socialização comunicativa. A sociedade é
desafiada a compreender como se relacionam esses processos com a complexidade de
fatores que envolvem seu compartilhamento entre grupos de pesquisa e pesquisadores
no interior das instituições de ensino. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa é fazer
um estudo da interação dos fatores de ordem cultural que atuam na dimensão grupal e
individual das dinâmicas comunicativas dos pesquisadores e grupos de pesquisa de
uma comunidade científica, enquanto parâmetro para compreender como se
engendram os processos de difusão e compartilhamento do conhecimento no contexto
acadêmico. O processo de objetivação, reflexão e produção do conhecimento está
imbricado na produção de evidências que podem ser construídas por métodos de
abordagem quantitativa ou qualitativa. A junção de várias abordagens, nos ajudam a
conectar interpretações explicativas, analíticas e compreensivas em direção ao nosso
problema de pesquisa. Como resultados iniciais, através da Teoria de Redes
Complexas e Análise de Redes Sociais, observaram-se a
cooperação/colaboração entre pesquisadores de uma comunidade científica.
Estes resultados permitiram constatar uma forte interlocução e agilidade
para acesso e contato entre os pesquisadores, significando uma maior
eficiência nos processos de difusão e compartilhamento do conhecimento.
33 DESENVOLVIMENTO DE CONCEITOS IMPULSIONADO PELA
ATIVIDADE DE PESQUISA POR ESTUDANTES DO ENSINO
MÉDIO DO SETOR PÚBLICO: UMA ANÁLISE A PARTIR DA
TEORIA DE VYGOTSKY
Esiel Pereira Santos. UNEB/UCV
[email protected]
O “Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica Ciência,
Arte & Magia” da Universidade Federal da Bahia, Instituto de Biologia,
Departamento de Zoologia, Núcleo Regional de Ofiologia e Animais
Peçonhentos da Bahia, no presente ano (2010), em parceria com a SEC/IAT
E FAPESB através do EDITAL 008/2009 de propostas para Pesquisa com
foco em Inovações Educacionais a partir de parcerias entre escolas públicas
e instituições de ensino superior e pesquisa na Bahia, desenvolve um projeto
de orientação de estudantes de Colégios do setor público parceiros ao
programa na produção de jogos educativos eletrônicos sobre ciências. Desta
forma torna-se possível analisar, a partir da ótica de Vygotsky (1896-1934),
o desenvolvimento dos conceitos científicos dos estudantes envolvidos na
produção dos jogos eletrônicos. Tal análise é importante para a compreensão
dos processos cognitivos do desenvolvimento dos conceitos científicos
através desta produção, bem como o quanto esta atividade pode impulsionar
tal desenvolvimento (conceitos científicos). Desta forma pretende-se
acompanhar do desenvolvimento de conceitos científicos de jovens
estudantes do ensino médio que fazem parte do “Programa Social de
Educação, Vocação e Divulgação Científica Ciência, Arte & Magia” dos
Centros Avançados de Ciências dos colégios do setor público parceiros ao
programa (Colégio da Polícia Militar e Colégio Estadual Evaristo da Veiga
especificamente) através da elaboração de jogos eletrônicos e trabalho de
pesquisa.
34 EDSI: UMA TECNOLOGIA SOCIAL NA PROMOÇÃO DA
SAÚDE BUCAL INFANTIL
Eliane S Souza
[email protected]
Andréia Cristina Leal Figueiredo;
22
Rita de Cássia Natividade
Com a redução da prevalência da cárie dental associada a uma oferta massiva de
produtos fluorados, a persistente susceptibilidade de crianças menores de seis anos à
doença não tem passado despercebida. A cárie precoce e a cárie precoce severa, as
que acometem respectivamente menores de seis anos e menores de três anos de idade
(BRANDÃO et al, 2006) têm sido objeto de estudos epidemiológicos amplos como o
de Cabral (2005) que aborda o fenômeno na população infantil de Salvador, BA. A
identificação da doença pela população de um bairro desta Cidade, em 2005, como
um problema de saúde de significativo impacto na qualidade de vida da sua
população infantil, mobilizou as equipes de uma universidade pública, de uma
unidade básica de saúde e de um centro municipal de educação infantil no sentido da
concretização de uma intervenção que lograsse controlar a doença em escolares de 4
a 6 anos de idade.Este artigo apresenta e discute os resultados do projeto de avaliação
do Programa desenvolvido neste CMEI, desde 2006, com o propósito de reduzir a
incidência de cáries na dentição decídua e prevenir a ocorrência da doença na dentição
permanente. São descritos os processos avaliativos caracterizados como 1) ensaio
clínico comunitário e 2) avaliação participativa, assim como seus principais
resultados. Entre eles ressalta-se a escovação dentária supervisionada indireta (EDSI),
de eficácia e efetividade amplamente comprovadas e registradas na literatura
odontológica que, contudo, no entender das autoras, só terá o impacto na saúde das
populações que ainda convivem com a doença, quando for implementada como uma
tecnologia social, no sentido apresentado por Rodrigues e Barbiere (2008), isto é,
como uma “manifestação do conhecimento” reelaborada na interação com a
comunidade interessada com o sentido prioritário da emancipação dos seus usuários
que, neste processo de apropriação, constroem coletivamente, na perspectiva da
sustentabilidade, as soluções que os irão beneficiar.
3 - DSCP - Difusão de Saberes em Cadeias Produtivas: Redes
Sociais de Colaboração Solidária
36 MODELO EVOLUTIVO DE DIFUSÃO DO CONHECIMENTO EM
ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS, BASEADO EM AFINIDADE
Roberto Luiz Souza Monteiro
[email protected]
Hernane Borges Pereira
Marcelo A. Moret
Tereza Kelly Gomes Carneiro
Este trabalho apresenta um modelo computacional, capaz de simular a difusão do
conhecimento em Arranjos Produtivos Locais (APL), utilizando uma abordagem
evolutiva. Tal abordagem, parte do pressuposto que redes de caráter social,
tais como aquelas constituídas pelos processos de colaboração e cooperação
em APLs, evoluem à semelhança dos organismos vivos, tal como descrito
pelo naturalista Charles Darvin em A Origem das Espécies. Percebeu-se em
estudos realizados com APLs de turismo que é possível estabelecer um
modelo evolutivo de difusão do conhecimento, onde os atores (empresas)
participam, como propagadores e/ou assimiladores de conhecimento,
dependendo dos atributos que cada ator apresenta. Atributos estes que
definem características que o levam a ter ou não interação com outro ator.
Para este modelo foram considerados atributos: o saber (expertise, knowhow
ou qualquer conhecimento que possa ser repassado para outrem); a
disponibilidade em compartilhar seu conhecimento; o desejo em adquirir um
novo conhecimento, e; a resistência em socializar um dado conhecimento
seu. Esses atributos são valorados em uma escala de 0 a 5 e juntos, os
atributos de um ator constituem um cromossomo. Este cromossomo, à
semelhança da teoria da evolução de Darvin, pode sofre crossover (troca de
características de um ator com outro ator) e mutação (mudança de uma
característica de forma aleatória, de acordo com uma taxa de mutação).
Estes processos de crossover e/ou mutação são realizados entre os atores por
diversas gerações, até que se atinja um número máximo de gerações, ou até
que a rede mude sua topologia. Enfim, através deste algoritmo é possível
formalizar uma dinâmica de cooperação em rede tendo como parâmetro
atributos dos atores, ao mesmo tempo, que permitirá também modelar os
processos de difusão do conhecimento em função destes atributos. Destacase ainda, que o algoritmo desenvolvido permitirá a qualquer pesquisador
estabelecer suas próprias escalas para cada um dos atributos dos atores
analisados, sendo possível assim ampla aplicação em diferentes estudos de
redes sociais.
Palavras-chaves: redes sociais, arranjos produtivos locais, redes de
colaboração, algorítimos evolutivos, difusão do conhecimento."
37 A ATUAÇÃO DAS REDES SOLIDÁRIAS NO CARNAVAL DE
SALVADOR
Rogério Luiz Ferreira da Silva,*.
[email protected]
Tatiana Santos Borba*
* Centro Público de Economia Solidária - Cesol e Instituto Ecomundus
O presente artigo pretende avançar na concepção de redes a partir da ação
dos catadores de resíduos sólidos no carnaval de Salvador – Bahia 2010,
23
através do projeto proposto pelo movimento social de reciclagem, a parceiros públicos
e privados, tendo como base principal a aprendizagem em redes associativas,
alicerçadas pela política pública de crédito associativo e solidário - CREDISOL.
O Complexo Cooperativo de Reciclagem de Salvador teve início no ano de 2003 e foi
organizado como fruto de uma parceria informal entre cinco empreendimentos e a
Agência de Desenvolvimento Solidário da Central Única dos Trabalhadores
(ADS/CUT-BA). A proposta deste consiste na estruturação de ações comuns como
comercialização conjunta da produção dos grupos, bem como otimização dos gastos
com logística, educação ambiental, promoção da coleta seletiva, qualificação
profissional solidária, entre outros; que a partir de uma união associativa e
autogestionária passam a desenvolver ações socioambientais que são de
responsabilidade dos poderes públicos, mas, ainda não são percebidos como agentes
ambientais diante do processo logístico do evento. A melhoria das condições de
trabalho e consequentemente o aumento, temporário, da renda desses agentes
ambientais é o grande propósito desta ação e para tanto, além de contar com diversos
parceiros esta ação conta com o aporte de recursos do programa CREDISOL e seu
método de grupo solidário. Dentro dessa proposta abordaremos o histórico e a
formação do complexo cooperativo de catadores de Salvador, a relação com o crédito
e sua alta relevância para a maior festa de rua do mundo, assim como as suas
perspectivas como rede solidária. De imediato, percebe-se a modificação de atuação
dos conhecidos “catadores ou badameiros” avulsos, ou seja, os que não fazem parte
do Complexo. A melhoria de transformação das condições de trabalho é imediata,
uma vez que estarão em pontos de coleta estratégicos, seguro e no mínimo higiênico,
desta forma transferindo-os dos circuitos do carnaval para locais adequadamente
organizados e estruturados para estes serviços. Na organização dos empreendimentos,
também é notório a boa auto-estima de cada indivíduo, tanto pelas reuniões em torno
da montagem da estrutura e dos equipamentos, quanto pelos cursos ministrados pelos
parceiros. Com este trabalho também se espera sensibilizar a população em geral para
a causa do trabalho do “catador / badameiro”, promovendo e exibindo seu papel de
agente ambiental na sociedade buscando apoio de todos nesta causa."
Palavras-Chave: economia solidária, reciclagem, crédito.
38 FENOMENOLOGIA DA CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA
David Moises Barreto dos Santos. UFBA
[email protected]
Adolfo Almeida Duran. UFBA
Teresinha Fróes Burnham. UFBA
Se ao longo da história da humanidade a tecnologia sempre foi instrumento de
intervenção no nosso cotidiano, agora esse processo se dá com maior intensidade e
tende a aumentar cada vez mais com a convergência tecnológica. Muitas e diferentes
tecnologias de informação e comunicação móveis, isto é, que podem ser
usadas em movimento, têm surgido principalmente na última década, as
quais podem estar conectadas entre si através da Internet, permitindo a
colaboração e/ou cooperação desde alguns até milhares de indivíduos.
Entretanto, esse fenômeno ainda é incipiente e pouco explorado, nos
levando a questionarmos: o que é afinal o fenômeno da convergência? Qual
sua essência? Neste sentido, a partir de uma perspectiva fenomenológica
(Edmund Husserl), nosso objetivo é examinar como a convergência
tecnológica se manifesta à consciência, buscando compreender sua essência
na experiência vivida do cotidiano. É importante ressaltar que procuramos
evitar tanto reducionismos, enfocando determinados aspectos em detrimento
de outros, sobretudo vieses estritamente técnicos, quanto fenomenismos,
excesso de informações desnecessárias a respeito de um objeto, que nada
oferecem frente à meta que se pretende alcançar. É discutida a definição de
convergência tecnológica e seu caráter polissêmico – é comum encontrar
diversas apropriações do termo. Neste ínterim, abordamos o conceito de
ubiqüidade e os efeitos em nosso dia-a-dia. Henry Jenkins, André Lemos,
Gracie Lawson-Borders, entre outros autores, enriquecem essa temática.
Este fenômeno não é isolado e está situado em um contexto, sendo assim,
dialogando com Zygmunt Bauman, Manuel Castells e Vincent Mosco,
buscamos relacioná-lo com acontecimentos sociais, econômicos e políticos.
Além disso, destacamos a importância da tecnologia como mediadora das
relações do sujeito com o mundo e suas implicações na aprendizagem (Lev
Vigostki, Pierre Levy, Humberto Maturana, Francisco Varela). Por outro
lado, finalmente, analisamos o fenômeno na contemporaneidade, da
modernidade líquida, na qual a fluidez é o que conta, o poder de não se
prender a nada, de não estar confinado entre limites físicos (Zygmunt
Bauman e Martin Heidegger).
Palavras-Chave: convergência tecnológica, fenomenologia, cotidiano.
39 ENTRE O CHRÓNOS E O KAIRÓS: IMPACTOS DA
TEMPORALIDADE NA FORMAÇÃO DOCENTE ONLINE EM
BARROCAS/BA
Larissa de Queiroz Santos Secretaria Municipal de Educação de
Barrocas/BA.
[email protected]
O tempo é marca indelével da existência humana. Logo, gerenciá-lo de
modo conveniente representa um exercício de poder e autonomia. Com o
advento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), novas
relações com a temporalidade foram plasmadas e a Educação a Distância
24
(EaD) recebeu fortes influências, originando novas necessidades para os aprendizes,
principalmente no que concerne à colaboração. Nesse sentido, faz-se imprescindível
questionar como se articulam as temporalidades imanentes aos cursos de formação
docente online e quais os impactos da gestão do tempo nos processos de colaboração
e aprendizagem. É nessa perspectiva que nasceu o desafio de investigar sobre a
temática “Entre o chrónos e o kairós: impactos da temporalidade na formação docente
online em Barrocas/BA”, que se efetivou com os docentes graduandos em Letras via
EaD e suas respectivas tutoras. Teve como objetivo principal investigar os impactos
da temporalidade (dimensão cronológica e kairológica) na formação docente online
em Barrocas/BA, enfocando as relações existentes entre planejamento, currículo,
avaliação e o equacionamento do tempo para estudo e aprofundamento, além de
compreender o papel da mediação pedagógica e tutoria na construção da autonomia
discente, buscando delinear as influências da gestão do tempo na qualidade da
colaboração e aprendizagem online. Para contemplar os anseios e interesses da
investigação, o tipo de pesquisa foi o estudo de caso, fundamentado na abordagem
qualitativa, tendo a fenomenologia como abordagem epistemológica. A técnica de
coleta de dados foi a aplicação de questionários específicos aos graduandos e às
tutoras. O aporte teórico-conceitual foi construído à luz dos estudos de Vygotsky,
Freire, Ausubel, Bosi, Preti, Almeida, Pesce, Okada, Ramal, dentre outros, que trazem
profundas reflexões sobre a temática em questão. Nos resultados, constatam-se os
desafios e limitações da formação docente online quanto ao gerenciamento temporal e
a necessidade de buscar alternativas de investimento no encorajamento da autonomia
estudantil rumo à colaboração e aprendizagem significativa. Desse modo, o presente
trabalho contribui para o ato de repensar o planejamento, a mediação pedagógica e a
avaliação dos cursos de educação a distância, em busca de alternativas que viabilizem
a sua qualidade e promovam a efetiva difusão dos saberes em redes colaborativas.
4 - CP - Canais Preferenciais e Grupos Sociais Específicos na
Difusão do Conhecimento
19 ICONOGRAFIA, COLAGENS E DESCOLONIZAÇÃO: UMA
ABORDAGEM PERFORMÁTICA NO ENSINO DE HISTÓRIA INDÍGENA
Francisco Alfredo Morais Guimarães-UNEB
[email protected]
América Lúcia César- Pós-Afro-UFBAAnari Braz Bomfim-Mestranda– Pós-Afro-UFBA;
Arissana Braz Bomfim- Mestranda– Pós-Afro- UFBA;
Carlos Rafael Silva– Graduando– Antroplolga- FFCH-UFBA
Este trabalho apresenta uma experiência pedagógica sobre Epistemologia e
História Indígena, onde nos baseamos em princípios estéticos da
performance ritual para articular um diálogo entre referenciais
historiográficos e a cosmovisão de povos indígenas. A experiência
apresentada foi concebida a partir de estudos bibliográficos e trabalhos de
campo junto a sociedades indígenas. Nela, o ritual tomado enquanto
dispositivo pedagógico, é visto como uma atuação marcada por relações
entre participantes, sustentada por eventos intencionais, abertos a
experiências evocativas, integrativas e inusitadas, em que privilegiamos o
usos de colagens iconográficas, o recital de músicas e poemas temáticos e a
interação com diversos elementos cênicos que compõem uma instalação.
Palavras-Chave: ensino de história indígena, epistemologias indígenas,
etnicidade, multirreferencialidade.
22 PARA ALÉM DAS COTAS: A PERMANÊNCIA DE
ESTUDANTES NEGROS NO ENSINO SUPERIOR COMO
POLÍTICA DE AÇÃO AFIRMATIVA
Dyane Brito Reis Centro de Formação de Professores - UFRB
[email protected]
*
Esta Pesquisa de Doutoramento objetivou analisar como as Políticas
Institucionais de Permanência têm sido elaboradas e/ou incorporadas pela
Universidade Federal da Bahia e qual o significado material e simbólico
desta permanência. As políticas de acesso ao ensino superior trouxeram a
presença maciça de estudantes pretos e pobres a cursos que historicamente
não se observava esta “nova presença”. Os estudantes ingressos pelo sistema
de reserva de vagas também encontraram inúmeras e agudas dificuldades
para permanecer no curso superior, tanto a nível material (recursos
financeiros) quanto ao nível simbólico, aqui entendido como as
possibilidades de identificar-se com o grupo dos demais universitários, ser
reconhecido e pertencer a ele. A partir das categorias analíticas de Kant e
Lewis, definimos o conceito de permanência como o ato de durar no tempo
que deve possibilitar não só a constância do indivíduo, como também a
possibilidade de transformação e existência. A permanência deve ter o
caráter de existir em constante fazer e, portanto, ser sempre transformação.
Para atender aos objetivos da pesquisa e buscar possíveis respostas ao
problema, foi realizada uma abordagem qualitativa com estudos
quantitativos, na qual buscamos aplicar um instrumento com 100 estudantes
autodeclarados negros, pretos ou pardos e em sua maioria ingressos pelo
sistema de reserva de vagas. A pesquisa em profundidade foi realizada com
nove estudantes de diversos cursos da UFBA, bem como técnicos e gestores
25
dos programas institucionais de permanência. Os resultados encontrados na pesquisa
empírica sustentam a nossa tese de que a permanência (material e simbólica) como
política de ação afirmativa na UFBA é um processo em construção e pode ser descrita
como alguns poucos projetos institucionais de permanência e uma gama de estratégias
informais criadas pelos estudantes a fim de se manter na universidade. A identificação
e compreensão destes projetos e destas práticas podem fornecer subsídios para a
formulação de políticas que contribuam para uma permanência qualificada por um
lado e por outro amplie as possibilidades de inserção destes estudantes nos demais
campos sociais a fim de possibilitar oportunidades de mobilidade social.
Palavras-Chave: ações afirmativas, permanência material, permanência simbólica.
41 A MULHER TERENA NO MOVIMENTO SOCIAL: DOS MODOS
TRADICIONAIS À ARENA POLÍTICA DA ALDEIA ÁGUA BRANCA
Lindomar Lili Sebastião
[email protected]
O presente trabalho de dissertação tem como objetivo compreender as mudanças
culturais nas trajetórias das mulheres Terena, habitantes da Aldeia Água Branca, no
município de Aquidauana, Mato Grosso do Sul, onde atualmente moram
aproximadamente 891 pessoas, distribuídas em torno de 150 famílias. Os Terena são
integrantes da família lingüística Guaná, filiadas ao tronco Aruak. O projeto busca
pesquisar a mudança cultural da mulher Terena. Procura detectar e analisar suas novas
ocupações e funções dentro da comunidade indígena, marcadas por várias
transformações que vem ocorrendo no tocante às suas ocupações tradicionais, nas
quais se destacam sua participação num campo antes reservado apenas aos homens, o
da atuação política. Hoje as mulheres Terena também passam a participar em reuniões
e assumir funções de liderança comunitária, como: membro do conselho tribal,
presidentes de Associações, mulheres exercendo função de diretora na Educação, na
Saúde atuam nos cargos profissionais como enfermeiras e auxiliares, agentes de
saúde. Frente a esse cenário, emerge com força a questão territorial em seu aspecto de
reconstrução cultural, ou enquanto espaço de afirmação de identidade e autonomia. O
aporte teórico a dar suporte a pesquisa centra-se em pesquisadores do povo Terena,
como também autores da Antropologia que trabalham a questão do gênero nas
sociedades indígenas e manifestações da identidade étnica em conexão com a
dinâmica cultural e movimento indígena. A metodologia a ser adotada irá privilegiar a
abordagem qualitativa, com características descritivas e delineamento de estudos de
caso. A técnica a ser utilizada para a coleta de dados será tanto a historia oral – por via
da realização de entrevistas, levantando assim testemunhos sobre acontecimentos,
conjunturas, visões de mundo - como também a etnografia das relações entre as
mulheres e demais pessoas dentro da aldeia, através da observação participante
criteriosa.Destaco que a observação participante, como instrumento de coleta de
dados, permitirá uma visão bastante profunda das questões em foco, principalmente
pelo fato de eu mesma pertencer à comunidade que irei estudar, tendo, nesse
sentido, acesso facilitado em praticamente todos os setores da sociedade
Terena. As hipóteses se confirmam na percepção dos valores da cultura nãoindígena se agregarem aos costumes indígenas através do contato e
convivência com a sociedade brasileira, trazendo novos comportamentos e
agregando-os aos costumes Terena. O absorver dos novos costumes entre os
Terena, possivelmente gerados pelo contato intenso com a sociedade
brasileira, contribui para a mudança cultural.
PALAVRAS-CHAVES: Mulher Terena – Atuação política – Liderança.
42 A GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO INOVAÇÃO NA
ESCOLA PÚBLICA: UMA REFLEXÃO SOBRE SABERES E
PRÁTICAS CONSTRUÍDOS
Ana Claudia de Souza Fernandes. Rede Estadual e Municipal de Salvador
[email protected]
Leliana Santos de Sousa - PGDR/UNEB
Ana Celeste Cruz David. UNEB
Eurivaldina do Carmo D. dos Santos . UNEB
Este artigo objetiva refletir acerca dos saberes e práticas construídas a partir
do desenvolvimento de um projeto de pesquisa em escolas públicas
estaduais de Salvador e evidenciar a caminhada de ações inovadoras que
foram implementadas pelo grupo pesquisador. As ações desenvolvidas no
projeto efetivou-se nas modalidades presencial e a distância em uma
conexão Educação básica e Ensino Superior com utilização do ambiente
virtual de aprendizagem Moodle, fóruns e listas de discussão. A pesquisa foi
aplicada mediante a combinação da metodologia do estudo de caso
comparativo e a concepção do prático pesquisador (KOHN, Ruth Canter
1998), que se fundamenta na condição de implicação do próprio educador
como pesquisador em seu ambiente escolar e o dispositivo da árvore do
conhecimento (LEVY, Pierre 2000), com vias a uma produção de
aprendizagens significativas e colaborativas entre os participantes. A
pesquisa teve como lócus duas escolas públicas estaduais de Salvador- BA
de grande porte que atende a uma clientela de Ensino Fundamental e Médio
regular e técnico e na modalidade Educação de Jovens e Adultos – EJA,
onde se formou o grupo prático pesquisador contando com profissionais da
educação das duas escolas, técnicos da Secretaria de Educação do Estado da
Bahia, professores da Universidade dentre eles especialistas, mestres, e
doutores. Nesta pesquisa que teve como objetivo principal a análise e
construção de estratégias de gestão do conhecimento produzido e
disseminado na escola. Investigaram-se aspectos da gestão do
26
conhecimento, inovação e aprendizagem organizacional, através de atividades
presenciais de estudo para aprofundamentos dos conceitos, o dispositivo da árvore do
conhecimento, e ferramentas tecnológicas, aplicação e análise de instrumentos de
pesquisa com o grupo prático pesquisador (GPP) e com o grupo escolar, bem como a
organização de seminários para disseminação dos saberes construídos durante o
processo.
Palavras-Chave: gestão do conhecimento, inovação, tecnologia.
43 ESTUDOS COREOGRÁFICOS DIGITALIZADOS COM O SOFTWARE
LIFEFORMS
Andréia Oliveira
[email protected]
Esta pesquisa de iniciação cientifica trata de investigar a utilização do software
Lifeforms, criado por Thecla Schphorst da Simon Fraser University (Canadá), como
ferramenta de criação coreográfica contemporânea. Foram realizados seis
experimentos coreográficos criados e animados pelo Lifeforms, sendo que um deles é
um tutorial em português do software, inexistente previamente a nossa investigação e
os outros cinco tem caráter experimental e coreográfico, que em ultima análise
resultaram em criações artísticas de videodança. Além da ampla divulgação dos
trabalhos pela Internet, também já participamos com esses trabalhos de diversos
festivais de videodança e congressos internacionais."
Palavrfas-Chave: dança, tecnologia, coreografia.
44 EM BUSCA DA (IN)FORMAÇÃO SOBRE A DIVERSIDADE ÉTNICORACIAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Magdalânia Cauby França
[email protected]
O presente trabalho visa investigar a formação de alfabetizadores de jovens e adultos
na Bahia pela perspectiva da diversidade, com ênfase no aspecto étnico-racial,
fazendo análise das suas implicações para a orientação das pesquisas e das práticas
pedagógicas, para a superação das determinações históricas de exclusão. Para realizar
a investigação utilizou-se como metodologia a pesquisa participante durante a
formação inicial e continuada 2008/2009 dos alfabetizadores do Programa Brasil
Alfabetizado na Bahia. A formação na Educação de Jovens e Adultos configura-se
numa complexidade que enfrenta vários desafios nas dimensões epistemológica,
político - pedagógica, sociológica, antropológica, psicológica. Os resultados
evidenciam a necessidade de superação da política de negação das diferenças por
meio de uma formação que possibilite uma prática educativa reflexiva que
potencialize a diversidade como ressignificação da humanidade. Enfim, sugere que a
formação parta do contexto social na qual os sujeitos estão inseridos assumindo uma
dinâmica de reconhecimento da situação, ampliação da visão de mundo e gestão da
informação como construção coletiva de perspectivas de luta por uma vida
digna e por uma sociedade justa e igualitária.
Palavras-Chave: educação de jovens e adultos, formação para diversidade,
relações étnico-raciais.
45 GESTÃO E DIFUSÃO DO CONHECIMENTO UTILIZANDO
AMBIENTE VIRTUAL - PROJETO INTERDEPARTAMENTAL
DESENVOLVIDO NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
Kathia Marise Borges Sales. UNEB
[email protected]
Jader Cristiano Magalhães de Albuquerque. UNEB
Analisa a utilização do espaço virtual para a gestão da comunicação e
informação, a construção e a difusão do conhecimento na execução
simultânea de ações acadêmicas envolvendo grupos e espaços institucionais
fisicamente distanciados. Apresenta experiência de um Programa de
Pesquisa e Extensão desenvolvido na Universidade do Estado da Bahia –
UNEB, durante a execução das suas metas em cinco Departamentos/Campus
da Universidade. Distribuído em distantes regiões do estado foram
identificados na execução deste Programa, dois desafios básicos: Manter a
unidade da concepção e implementação do projeto e viabilizar a inovação e
o aperfeiçoamento ao longo da execução de forma coordenada, sem perder a
unidade. Este trabalho analisa a estratégia comunicacional adotada para
superar estes desafios e garantir o cumprimento dos objetivos previstos,
apoiada nos pilares da Difusão, Gestão do conhecimento e TIC´s. Valendose dos registros da interação e construção colaborativa no ambiente virtual,
analisa as formas e a importância dessas trocas no desenvolvimento das
ações do Programa em foco, descrevendo os processos de construção e
ilustrando a análise com trechos extraídos desta autoria coletiva. Apresenta a
diversidade de ferramentas e recursos com distintos graus de interatividade,
utilizadas para o compartilhamento das experiências, proposições de
inovações e difusão das decisões compartilhadas. Na análise dessas
ferramentas identifica os objetivos, conteúdo e potencial de conversão do
conhecimento de cada uma. Desenvolve elaborações teóricas sobre a área da
Gestão e Difusão do Conhecimento, focando no uso das TCI‟s. A presença
do diverso e as implicações desta presença são óbvias neste contexto,
atuando como um catalisador para o desenvolvimento de um modelo de
gestão e difusão do conhecimento operando em um desenho comunicacional
dialógico e bidirecional (todos para todos), assim viabilizando um processo
de construção coletiva em rede, no qual todos eram ao mesmo tempo coautores da produção. Conclui pela relevância da experiência, comprovando o
potencial da mediação tecnológica no desenvolvimento de atividades em
27
uma universidade multicampi, suplantando as barreiras geográficas, temporais e de
escassez de recursos, ao tempo em que experimenta novas formas de gestão e difusão
do conhecimento.
Palavfras-Chave: gestão do conhecimento, difusão do conhecimento, ambientes
virtuais.
46 MOSAICO DE UMA EXPANSÃO:MALAMBAS DE CAPOEIRA
Maria Luisa Bastos Pimenta Neves
[email protected]
A partir de entrevistas com profissionais atuantes na capoeira, de depoimentos
espontâneos ou em documentários sobre o tema e do pensamento de autores como
Milton Santos, Inaycira Falcão dos Santos e Rafael Sanzio dos Anjos, que em seus
trabalhos sempre agiram em coerência e consonância com aqueles que têm a terra espaço em que vivem-e as possibilidades do corpo como maneira de se pensar e
expressar a vida, este trabalho, um estudo inicial, discute alguns aspectos referentes à
expansão desta arte. Um grande movimento existente hoje em dia, tem tornado a
capoeira não mais restrita à população brasileira. O mundo pratica a capoeira e com
isso várias questões se apresentam para reflexão de todos que participam direta ou
indiretamente deste acontecimento. Questões como a preservação de seus
fundamentos por um lado e a modificação de algumas de suas facetas por outro,
trazem à tona uma discussão concernente a maneira como seus praticantes estão
realizando tal expansão e a maneira como esse tema vem sendo tratado pelas
instâncias públicas do Brasil. Para iniciar um entendimento sobre que questões
envolvem esse momento da capoeira, este trabalho procurou principalmente ouvir e
expressar a opinião daqueles que vivem a capoeira no dia a dia, formando, então, um
mosaico de opiniões e de depoimentos relacionados a esta temática, buscando
valorizar este saber popular e seus guardiões e aprendizes que, em sua maioria, não
são convidados a se expressar e contribuir diretamente para a elaboração e execução
de projetos como a salvaguarda da capoeira e outras políticas fomentadas pelos
poderes públicos, relacionadas ao tempo histórico em que vivem e participam
diretamente. As indicações para as quais esse estudo aponta, demonstram, por parte
dos entrevistados, a grande percepção e capacidade de análise do momento em
questão e chamam atenção por seu rigor e complexidade, fortalecendo a pesquisa e a
compreensão dos saberes populares pelos saberes acadêmicos, auxiliando em muito a
universidade e sua já vasta produção de conhecimento nessa área em sua função social
de extensão dos seus resultados a suas questões geradoras.
Palavras-Chave: capoeira, saberes, história oral.
47 A FORMAÇÃO DO GRUPO PRÁTICO PESQUISADOR COMO
MODALIDADE DE GRUPO DE ESTUDO NO PROCESSO DE GESTÃO DO
CONHECIMENTO NA ESCOLA
Ana Celeste da Cruz David
[email protected]
Este artigo constitui-se uma discussão acerca do processo de formação e
características apresentadas pelo Grupo Prático Pesquisador - GPP como
modalidade de grupo de estudo, desenvolvido por profissionais de duas
escolas públicas de educação básica do Estado da Bahia e professores de
universidade pública. Este traz como objetivo o estudo e análise de temas
referentes à gestão do conhecimento, inovação e tecnologias produzidos e
disseminados na escola, trazendo em um processo de investigação uma
relação intrínseca entre teoria e prática nas atividades de gerenciamento do
conhecimento. As ações desenvolvem-se em encontros presenciais e
ambiente virtual, com utilização de listas de discussão e fórum. O caminho
metodológico é constituído pelo estudo de caso, com apoio da concepção do
prático pesquisador e o dispositivo da árvore do conhecimento que permitiu
conduzir neste grupo de estudo a analise de situações reais da prática escolar
e o desenvolvimento de atividades em busca dos saberes circundantes no
ambiente escolar e as estratégias de gestão do conhecimento existentes e
possíveis de serem estruturadas nas escolas públicas estaduais de Salvador.
8 OS CAMINHOS DA GESTÃO DO CONHECIMENTO EM
COLÉGIO DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
BÁSICA EM SALVADOR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Isabel Cristina de Sousa Fernandes*
[email protected]
Leliana Santos de Sousa *
Ana Claudia de Sousa Fernandes*
Luciana Soeres Ceuta*
Zilda Reis Rodrigues*
Jairo da Rocha Lima*
Janete Santos Carvalho de Assis*
* UNEB
Este relato tem como objetivo apresentar as experiências acerca da
implicação de uma escola pública com a gestão do conhecimento. No
contexto da escola pública, a Gestão do Conhecimento se constitui uma
ferramenta nova, um instrumento de gerenciamento, o que torna mais visível
os saberes das pessoas que fazem parte de determinado grupo, permitindo a
sua identificação, validação e utilização na melhoria das ações escolares.
Gerir conhecimentos, demanda observar e constatar nas ações dos
indivíduos aquilo que ele sabe fazer e faz com competência e compromisso.
28
Em nossa unidade escolar se pode verificar esta experiência através da participação
em um projeto de pesquisa que contou com o envolvimento de representantes de toda
a comunidade escolar e universidade, quando utilizando uma metodologia de estudo
de caso associada a uma concepção que permitiu dar ênfase ao papel do profissional
como pesquisador. Muitas vezes as pessoas não dizem o que sabem executar, então o
exercício da observação ajuda a identificar saberes dos demais grupos no local de
trabalho, se constituindo então, em outro importante instrumento para gerir
conhecimentos. Cada ser precisa gerenciar seus saberes, acadêmicos ou não. Buscar
na sua prática adquirir conhecimentos que venham a agregar novas habilidades para
tornar suas atividades cada vez mais eficientes. As inovações no mundo
contemporâneo são constantes, e a escola precisa estar inserida neste processo, para
tanto é fundamental identificar os saberes que circulam neste espaço de construção e
de aquisição de conhecimentos.
Palavras- chave: Escola - Gestão do Conhecimento- Implicação
49 ORALIDADE E IDENTIDADE CULTURAL NAS CANTIGAS DE
CAPOEIRA
Marcela Guedes Cabral UNEB
[email protected]
A presente comunicação tem por objetivo apresentar os resultados obtidos, até o
momento, da pesquisa realizada no Mestrado em Crítica Cultural, cujo tema versa
sobre a formação da identidade cultural afro-brasileira. A pesquisa tem por base o
estudo da atuação da oralidade nas cantigas de capoeira, uma vez que a oralidade é
uma característica marcante das culturas africanas, além de investigar como esta atuou
na construção da identidade cultural afro-brasileira e como esta identidade e seus
valores podem ser percebidos dentro da roda de capoeira. Através da análise das
relações sociais que atuam na construção destas identidades e suas relações, muitas
vezes tensas e desequilibradas, a pesquisa visa compreender a oralidade como um
meio de resistir à dominação cultural imposta pelo colonizador, o que permitiu a
construção de uma nova cultura e uma nova identidade, uma vez que, esses africanos
ao serem brutalmente retirados do seu meio de origem trouxeram consigo apenas sua
riqueza que permeia o universo da imaterialidade. Em paralelo, para melhor
localização o estudo, foi feito um breve estudo etnográfico sobre a roda de capoeira,
percebida como uma manifestação da cultura afro-brasileira, inicialmente usada tanto
ludicamente quanto com finalidade de arte marcial, desenvolvida neste contexto de
relações tensas na qual se tornou uma das manifestações culturais que mais representa
a resistência e a afrobrasilidade, por encontrar-se impregnada de valores culturais que
são passados através da oralidade, como muitos dos conhecimentos ancestrais que
atravessaram o Atlântico, não em navios negreiros, mas na memória de pessoas que
jamais foram escravas.
Palavras-Chave: identidade cultural afro-brasileira, oralidade, capoeira.
50 NÚCLEO LOCAL DO TERRITÓRIO ETNOEDUCACIONAL
YBY YARA (DONO DA TERRA): UM ESPAÇO DE DIÁLOGO NA
PESQUISA EM EDUCAÇÃO INTERCULTURAL INDÍGENA
Francuisco Alfredo Morais Guimarães
[email protected]
América Lúcia Cezar
Anari Braz Bomfim
Arissana Braz Bomfim
Carlos Rafael da Silva
Nesta comunicação, a partir da reflexão sobre as pesquisas desenvolvidas
pelo Núcleo 1 do Observatório da Educação Escolar Indígena, abordaremos
algumas questões referentes à educação intercultural, relações interétnicas e
interinstitucionais, principalmente as que se referem à elaboração de
diagnóstico etnoeducacional ora em andamento. O Projeto Observatóro da
Educação Escolar Indígena/ Núcleo Local do Território Etnoeducacional
Nordeste1 (2009-2011), como parte do Observatório da Educação Escolar
Indígena, propõe um conjunto de ações voltado para a formação de
professores e pesquisadores indígenas, produção de conhecimento
intercultural e articulação política e acadêmica. Atende à convocação
conjunta da Capes, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade (Secad) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep) do Ministério da Educação (MEC), no
sentido de estimular e subsidiar iniciativas educacionais e de pesquisa nos
recém-criados Territórios Etnoeducacionais. O Núcleo local do Território
Etnoeducacional Nordeste 1, do Observatório da Educação Escolar
Indígenas, vinculado ao Programa Pós-Afro, da UFBA, em cooperação com
a Licenciatura Intercultural da Educação Escolar Indígena, da UNEB, visa à
inserção dos professores indígenas nos projetos de pesquisa em educação e
produção conjunta de material didático, tendo, como um dos seus
instrumentos, a base de dados do INEP, direcionada para o campo específico
da educação escolar indígena. Numa de suas metas, propõe a construção de
uma cartografia da educação indígena na Bahia, tendo como base inicial as
fontes de dados do INEP e a pesquisa de campo desenvolvida por
professores indígenas, bolsistas do Observatório, para a elaboração do
diagnóstico etnoeducacional no Território Etnoeducacional Yby Yara (Dono
da Terra). Os limites socioculturais e políticos do TEE coincidem com os do
Estado da Bahia, embora alguns povos indígenas tenham laços de
pertencimento étnico que se estendem para além dos limites geopolíticos do
estado, como é o caso dos Pataxó do Extremo-Sul, que têm parentes que
29
habitam terras indígenas em Minas Gerais . Assim, pretendemos discutir algumas
questões teórico-metodológicas referentes ao processo de formação de professores
indígenas, ao qual se associam algumas ações de pesquisa do Observatório, tais como
a construção do diagnóstico das escolas indígenas de 10 etnias espalhadas no referido
território. A expectativa é que essa discussão contribua na elaboração de políticas
públicas, principalmente na área da formação de professores indígenas e materiais
didáticos.
Palavras-Chave: observatório da educação indígena, território etnoeducacional,
educação escolar indígena.
51 POSSIBILIDADES DO TRABALHO MULTIPROFISSIONAL COM
ADOLESCENTES- RELATO DE EXPERIÊNCIA NO PET SAÚDE
Luciana Primavera
[email protected]
O presente trabalho visa demonstrar as práticas realizadas pelas estudantes do PETSAÚDE – UFBA em parceria com os residentes do ISC-UFBA na Unidade de Saúde
da Família de Nova Constituinte com os jovens da comunidade e com os membros do
PRÓ- JOVEM da Escola Castelo Branco, situada no bairro de Periperi.Utilizamos
como artifícios lúdicos na apresentação dos temas propostos pelos adolescentes as
oficinas de educação em saúde que permitem implicar os jovens, enquanto sujeitos
ativos e participantes, na promoção e prevenção da saúde e contribui para que de fato
isso aconteça. Entre os meses de agosto e setembro de 2010 foram realizadas 4
oficinas com temas propostos pelos adolescentes do grupo, a saber: ""O que é
adolescência?"" , ""Gravidez na adolescência e planejamento familiar"", ""DST e
Aids"" e ""Drogas - redução de danos"" . Participaram destas oficinas cerca de 30
adolescentes, moradores de Nova Constituinte e também membros do PRÓ-JOVEM
de Periperi. Neste espaço, eles discutem, trazem dúvidas, relatos de experiências e
dessa forma, se tornam agentes multiplicadores da promoção da saúde. Nossa
proposta é formar um grupo próprio nesta USF que atue independentemente das
estudantes e/ou residentes e que esta idéia propagada se perpetue, de modo que estes
jovens possam conduzir e dar prosseguimento ao grupo. Para a realização deste
projeto, as estudantes do PET SAÚDE sob a orientação da profª Andreia Figueiredo,
contam com a participação da enfermeira da USF de Nova Constituinte, Luciana
Petrusca e dos residentes do ISC.
52 ÁGORA FILOSÓFICA VIRTUAL: O FIM DA PHILOSOPHÍA? OU UM
NOVO COMEÇO?
Alexandra Quadro Siqueira- FFCH / Faced / UFBA [email protected]
[email protected]
Lisiane Weber de Oliveira - Faced / UFBA
Dante Augusto Galeffi - Faced / UFBA
No mundo da ciência, do efêmero, tudo acontece no agora, os encontros,
casuais, os diálogos, quase raros, salvo no virtual... A propagação de grupos
virtuais amplia-se; a comunicação presencial cede lugar às redes sociais. A
corrida contra o tempo, o tempo dita o tempo, questões tão banais e também
complexas... Quanto tempo tem o tempo? O que é o tempo? Por que,
algumas vezes, o tempo nos parece tão fugidio ou durar uma eternidade? O
que de fato confere valor: o tempo objetivo ou o tempo subjetivo? Como
otimizar o próprio tempo? E o tempo virtual? Um tempo em que o ontem, o
hoje e o amanhã se confabulam entre si! Perdemos a noção de tempo quando
estamos diante de um tempo que ainda não compreendemos, um tempo
numa relação síncrona e assíncrona, na qual a noção do passado, presente e
futuro se confunde ao nos depararmos, em diversos tempos, ao mesmo
tempo. Vivemos num tempo cientifizado, utilitário, em que tudo parece
accessível, de fácil alcance, até o conhecimento! Nada mais nos causa
entusiasmo! E a Philosophía? O que vai acontecer? O que lhe cabe e lhe
resta ainda? Qual o seu futuro? Ou o seu fim? Qual o seu tempo? Passado,
esquecido, perdido? Ou lembrado, vivo, intenso, fervoroso? Quanto tempo
ainda tem o conhecimento filosófico na, assumida por alguns de, era virtual?
Eis uma questão que merece uma atenção re-dobrada. A filosofia é tudo e
pode ser quase nada, ela está em toda parte e/ou em parte alguma. Neste
ensaio, nosso objeto é a filosofia na chamada era virtual. Propomos discutir,
preliminarmente, possibilidades quanto ao tempo e ao espaço, que temos
para filosofar “virtualmente”, mesmo em um tempo, ainda que in-definido, e
um espaço tão próximo e tão longínquo... Seguiremos um caminho
metodológico de revisão de literatura, tendo como convidados: Santo
Agostinho, Kant, Merleau-Ponty, Deleuze e Guattari, Heidegger, Lévy e
Galeffi. Assim, refletiremos, na força dinâmica da difusão do conhecimento
na web, para o conhecimento filosófico, pela disponibilização e meio de
discussão, como nas ágoras gregas, e com uma organização rizomática, em
que a filosofia aparece como um saber que pode ser acessado por qualquer
um, desde que, este que acesse o conhecimento o transduza em forma de
saber-ser e saber-fazer.
53 GESTÃO DO CONHECIMENTO E DESENVOLVIMENTO
LOCAL SUSTENTÁVEL: UMA ANÁLISE DO BAIRRO
ENGOMADEIRA- SALVADOR-BA
Maria de Fátima Hanaque Campos
[email protected]
A efetivação deste trabalho de pesquisa parte das considerações acerca do
valor estratégico do conhecimento na articulação de indivíduos e
30
organizações em prol do desenvolvimento local. Especialmente em contextos onde a
dinâmica de esvaziamento econômico agrava sobremaneira quadro social, percebe-se
a relevância da gestão do conhecimento enquanto instrumental na produção de capital
social e transformação de realidade estrutural. O objetivo geral do trabalho
concentrou-se, a partir do olhar sobre capital social e desenvolvimento sustentável
investigar os significados imbricados na produção de tecnologias sociais de modo que
o território em questão tenha atendidas as suas demandas básicas em termos de
inclusão social e a aquisição de bens e serviços. A intervenção situa-se no bairro
Engomadeira, uma comunidade periférica distante 14 quilômetros do centro de
Salvador. Utilizando a metodologia de pesquisa-ação, a partir de uma abordagem
combinada qualitativa- quantitativa, e instrumentos metodológicos a pesquisa
bibliográfica, entrevistas, diário de campo, e observação participante. Após realização
de avaliação diagnóstica, detectaram-se demandas de serviços e formação profissional
voltados para a utilização das tecnologias de informação e comunicação; valorização
dos espaços de sociabilização da comunidade; planejamento de ações de educação
ambiental. Essas demandas deverão ser planejadas e executadas de forma articulada
com grupos de interesse para 2011.
54 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NO PROCESSO DE
FORMAÇÃO PARA A DOCÊNCIA ON LINE: UMA EXPERIÊNCIA NA
ESCOLA DE GESTORES
Jocelma Rios
[email protected]
Jocelma Almeida Rios / DMMDC/FACED/UFBA
Emanuel do Rosário Santos Nonato / DMMDC/FACED/UFBA
Mary Valda Souza Sales / PPGE/FACED/UFBA
Lanara Guimarães Souza / PPGE/FACED/UFBA
Gilson Alves Lima / PPGE/FACED/UFBA
Márcia de Freitas Cordeiro / UNEB
José Wellington Marinho de Aragão / DMMDC/PPGE/FACED/UFBA
Este trabalho apresenta o resultado de uma experiência de formação para a docência
on line, da equipe que compõe a organização e o desenvolvimento do curso de
Especialização em Gestão Escolar do Programa Nacional Escola de Gestores da
Educação Básica, executado pela Faced/Ufba. Esta experiência teve como objetivos
apresentar a organização do projeto do curso em questão, promovendo a colaboração
em sua (re)construção; articular os sujeitos e suas respectivas funções no
desenvolvimento do curso: Coordenação Geral, Coordenação de Polos, Professores,
Assistentes de turmas, equipe de apoio ténico, administrativo e pedagógico;
apresentar as funcionalidades e possibilidades dos recursos existentes no Ambiente
Virtual de Aprendizagem Moodle; apresentar as principais funções da docência on
line, assim como a importância da inserção das tecnologias da informação e
comunicação na educação; e, conjuntamente, elaborar, discutir e validar os
instrumentos preliminares de acompanhamento e avaliação para o curso. A
formação foi desenvolvida no Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle,
da UFBA. A proposta de desenho didático deste curso buscou articular três
dimensões: a) redimensionar o conteúdo programático discutido em cada
sala ambiente (componente curricular), buscando atender especificidades da
realidade da gestão educacional baiana, que atendam tanto o sistema
estadual de educação, quanto aos sitemas ou redes municipais; b)
ambientalizar todos os sujeitos responsáveis pela oferta do curso,
envolvendo desde a equipe de planejamento aos responsáveis pelo
atendimento presencila do decorrer do curso nos rspectivos municípios
pólos; c) promover a integração entre os profissionais de cada polo
organizados em sub-grupos para discussão da concepção de educação on
line. Como resultados, podemos perceber uma maior integração da equipe
de trabalho, socialização de experiências a partir dos egressos do curso na 1a
edição do curso de Especialização em Gestão Escolar, definição de uma
concepção de educação on line mais homogênea em todo o grupo e a
parametrização de propostas de acompanhamento e avaliação. Nesta
proposta de formação, foi possível refletir sobre os processos de
acompanhamento nos cursos on line, com interatividades, e as diversas
possibilidades de atendimento aos estudantes, promovendo a inclusão nos
ambientes virtuais de aprendizagem, nos quais os eles sejam capazes de
compreender os objetivos do curso, seus conteúdos e suas atividades de
forma coletiva e individual, interativa e reflexiva.
Download

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA