A CONSTRUÇÃO DO PROFESSOR CRÍTICO-REFLEXIVO DE LINGUA INGLESA DURANTE O CURSO DE LETRAS Rosana Mansur Ponzoni Mestranda do curso de Lingüística Aplicada da Universidade de Taubaté Educar é abrir caminhos, ultrapassar fronteiras, desbravar trilhas, rumo aos novos horizontes. Educar é uma via de mão dupla: tanto ensinamos quanto aprendemos. Tanto doamos quanto recebemos. Essa é a magia essencial que concede ao homem a sabedoria e a capacidade de superar-se a cada amanhã. Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo. Por isso, aprendemos sempre. Resumo. Este trabalho objetiva analisar a prática da professora-pesquisadora com a intenção de desenvolver reflexão crítica, com base em diários de aulas e engloba linguagem, educação e transformação. Destaco o sociointeracionismo de Vygotsky, o estudo das características lingüísticas das ações da reflexão crítica instrumentalizando o processo reflexivo crítico, com base em Liberali (2008); Magalhães (2004); Castro (1999) Romero (1998), entre outros. Considero ainda: (a) o conceito de cidadania que está atrelada a questões éticas peculiares ao contexto sócio-histórico, embasados em Clough & Holden (2002); Brookfield (1995); MacLaren (2000) e (b) o processo de (trans)formação da competência de ensino do professor de inglês, Celani (1999); Castro (1999; 1998); Magalhães (1998, 1997). A partir da primeira transcrição constato o fato de que discurso e prática fazem parte de uma mesma ação e não podem, por isso, ser dicotomizados. Indícios de construção colaborativa de consciência crítica podem ser identificados nos dados já coletados. Palavras chaves: reflexão crítica, formação de professores, língua inglesa, cidadania INTRODUÇAO Esta pesquisa ainda em andamento está inserida na linha de pesquisa de Ensino-Aprendizagem de Língua Estrangeira desenvolvida no Programa Pós– graduação em Lingüística Aplicada da Universidade de Taubaté, mais especificamente no projeto de Ensino Crítico-Reflexivo de Língua Estrangeira. Nesse sentido, a procura por estudos mais significativos partiu de um novo desafio: lecionar em um curso de letras e formar professores de línguas. Há três anos, as elucubrações são divididas com outra profissional, mestre em Lingüística Aplicada e foi com ela, durante estas trocas de saberes, que meus horizontes se abriram ainda mais e indagações passaram a fazer parte de minha prática docente. Considero o desafio de lecionar em um curso de letras e formar professores de línguas é mister consolidar a prática embasada na teoria, e refletir criticamente sobre ela a fim de orientar minhas ações e re (construí-las). A relação entre teoria e prática tem sido bastante discutida em processos de ensino e aprendizagem de línguas. Muitas vezes, verifica-se que uma aparece dissociada da outra, e a reflexão crítica sobre o processo pedagógico como um todo nem sempre encontra espaço para ocorrer. Assim, o professor torna-se um mero transmissor de conhecimentos, repetidor de certezas testadas no passado, sem desenvolver a criticidade necessária para a sua formação. É neste contexto de analisar a minha prática aliada a responsabilidade da formação de futuros professores que o início da auto-reflexão tomou lugar na minha vida profissional. Segundo Magalhães (2004), um conceito claro de reflexão crítica pressupõe “investigação e crítica do agente não só sobre suas práticas, mas também sobre as estruturas institucionais em que essas práticas estão inseridas, refletir criticamente sobre a prática significa localizá-la em um “contexto social e político e confrontá-lo com um contexto da tradição” (MAGALHÃES apud KEMMIS 1987, p.77).” Nas perspectivas de Liberali, Magalhães e Romero (2003 p. 131) “O conceito de reflexão crítica envolve os participantes em um discurso que se organiza de forma argumentativa, orientado para questionar com base em aspectos sociais, políticos e culturais, as ações e as razões que as embasam.” Nesse sentido, o contexto social político e cultural é o curso de Letras, local de trabalho da professora-pesquisadora, que imbuída na formação dos futuros professores de língua, busca a orientação das ações e suas razões para a construção de uma perspectiva de ação cidadã. Portanto, o intuito deste estudo é compreender como a professora-pesquisadora realiza o trabalho de formação dos alunos em pré-serviço de um curso de letras. Para a coleta de dados, optou-se pelo diário como instrumento de pesquisa considerando-se o fato de que, ao elaborá-lo, o professor não só descreve suas ações pedagógicas, mas também tem a oportunidade de interpretá-las (ZABALZA, 1994). Considerando-se a situação acima descrita, parto das seguintes perguntas de pesquisa: 1 – O que eu faço como professora para contribuir para o desenvolvimento de consciência crítica e cidadania do aluno, futuro professor? 2 2 – Como as minhas ações pedagógicas desenvolvidas na sala de aula podem ter colaborado para este objetivo? Para responder a estas perguntas, este artigo se organiza em dois momentos: a primeira questão será respondida através da fundamentação teórica que embasa este estudo e a segunda com base na análise dos meus diários. 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Apresento a fundamentação teórica que embasa o presente estudo. Primeiramente, enfoca-se o processo de construção do conhecimento por meio de três teorias de ensino e aprendizagem: Behaviorismo, Cognitivismo e Sociointeracionismo. Na seqüência, explicitam-se as abordagens relacionadas ao ensino de línguas. Parto, assim, do pressuposto que por meio da linguagem podemos perceber tanto o discurso na sala como o discurso sobre a sala de aula. Destaco, portanto, o sociointeracionismo de Vygotsky, o estudo das características lingüísticas das ações da reflexão crítica instrumentalizando o processo reflexivo crítico, conforme indicam estudos de Liberali (2008); Magalhães (2004); Castro (1999); Romero (1998), entre outros. Na seqüência, considero o conceito de cidadania que está atrelada a questões éticas peculiares ao nosso contexto sóciohistórico que estão embasados em Clough & Holden (2002); Brookfield (1995); MacLaren (2000) entre outros. Em um outro momento, enfoco o processo de (trans) formação da competência de ensino do professor de inglês em contexto institucionais brasileiros que são desenvolvidos por Celani (1999); Castro (1999; 1998); Magalhães (1998, 1997); Moita Lopes (1996) dentre outros. Bruner (2001) explica que todas as pessoas nascem predispostas à aprendizagem, que se inicia logo nos primeiros anos de vida, com o auxílio de familiares e amigos, muito embora aqueles desconheçam ou não verbalizam seus princípios pedagógicos. A esses indivíduos o autor atribui a constituição da pedagogia popular, formada por teorias leigas que ao longo do tempo vão sendo internalizadas pelo ser humano. Para o educador, contudo, há que se considerar as principais teorias cientificas de ensino e aprendizagem além das teorias populares que os alunos já trazem consigo. 3 Apresento, a seguir, as três principais teorias de ensino e aprendizagem e sua relação com o processo de ensino e aprendizagem de língua inglesa focando a cidadania. 1.1 Teorias de aprendizagem e construção de conhecimento As perspectivas de ensino-aprendizagem que permearam o ensino de língua estrangeira e, em especial de Língua Inglesa, nos últimos tempos são comumente orientadas por teorias psicológicas e lingüísticas. As maiores influências foram as teorias behaviorista, cognitivista e socionteracionista, sendo que esta última embasa os Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Estrangeira (doravante PCN-LE) (BRASIL, 1998). 1.1.1 Behaviorismo O Behaviorismo tem origem na escola positivista, a qual influenciou profundamente o ensino de línguas no mundo todo, conforme destacam Williams e Burden (2002). Nessa ótica, ressalta-se a preocupação com os aspectos observáveis do comportamento, desprezando-se a análise de outros aspectos da conduta humana, tais como raciocínios, desejos e sentimentos. Em outros termos, aceita-se somente o que pode ser visto de forma concreta ou o que pode ser mensurado. O rigor científico passou a rejeitar a subjetividade, pois acreditava-se que os pensamentos e sentimentos humanos são inverificáveis, inacessíveis e, portanto, não poderiam ser estabelecidos como foco de investigações. Por conseguinte, toda forma de aprendizagem e de construção de conhecimento passa a ser considerada como condicionamento, conforme demonstra a teoria do russo Pavlov, na qual se a apresenta a conexão S-R-R (iniciais em inglês para estímuloresposta-reforço). Ensinar, então, ainda segundo Williams e Burden (2002), restrigir-se-ia a dar o estímulo apropriado ao aluno a fim de que ele respondesse adequadamente. Para Mizukami (1986), nessa teoria, o papel do professor está diretamente ligado à transmissão automática de dados, que se dá através de aulas expositivas. Ao aluno cabe um papel passivo, devendo imitar estruturas e fazer substituições. Considera-se que tudo que se ensina ao aluno é novo e serve para preencher os espaços em branco que ele possui em sua mente, como se ela fosse uma tabula 4 rasa. Espera-se do aluno por sua vez, que ele seja capaz de desenvolver exatamente o mesmo conteúdo que lhe foi ensinado. Se assim acontecer, ou seja, se o aluno conseguir repetir o conteúdo transmitido pelo professor, pode-se concluir que o ensino foi eficaz. Nesse quadro, o professor é quem ensina e resta ao aluno um papel passivo, portanto não está em foco uma formação social, tampouco a construção do aluno cidadão. 1.1.2 Cognitivismo O Cognitivismo ao contrário do Behaviorismo leva em consideração a maneira pela qual a mente humana pensa, apreende e constrói conhecimento, portanto os psicólogos cognitivistas focam seus interesses nos processos mentais que envolvem a aprendizagem. O psicólogo suíço Jean Piaget tem sido um representante dominante na abordagem cognitivista. Para este estudioso, a construção do conhecimento é um processo que vai se desenvolvendo desde o momento do nascimento, ou seja, vai se edificando na medida em que o ser humano interage no mundo. Nesta perspectiva cognitivista, o foco para entendermos o aprendizado do ser humano há que se considerar: formas como as pessoas lidam com os estímulos do ambiente, como organizam os dados, como sentem e resolvem os problemas e como adquirem conceitos e usam os símbolos verbais. No ensino de línguas, Williams e Burden (2002) afirmam que a abordagem cognitivista tem tido uma considerável influência neste sentido, pois o aprendiz é visto como um participante ativo no processo de ensino-aprendizagem, fazendo uso de várias estratégias mentais para decodificar o sistema da língua a ser apreendida. Ao interagir com a língua estrangeira, o aluno baseia-se no que sabe sobre as regras da língua materna, elabora hipóteses sobre a nova língua e interage no ato comunicativo, testando-a tanto dentro como fora da sala de aula. Desta maneira os focos do processamento destas informações são: atenção, percepção e memória. Os autores revelam que Piaget viu o desenvolvimento cognitivo como um processo essencialmente de maturação, no qual e genética e a experiência interagem entre si. Desta maneira, o desenvolvimento mental está sempre em busca 5 da equilibração, ou seja, de um equilíbrio entre o conhecimento prévio e o que está sendo experenciado. A equilibração é alcançada por meio dos processos de assimilação e acomodação. A Assimilação é o processo pelo qual a informação recebida é modificada pela mente, para que se ajuste ao que já sabemos. A acomodação, por outro lado, é o processo pelo qual se modifica o que se sabe, e, levando em consideração a nova informação. Nessa teoria, segundo Mizukami (1986), a educação tem um importante papel: prover a construção progressiva das estruturas mentais necessárias ao desenvolvimento natural do ser humano que nunca é alcançado por completo. O objetivo da educação, ainda segundo Mizukami (1986), não consistirá na transmissão de verdades, informações, demonstrações, modelos, etc., e sim em que o aluno aprenda por si próprio, a conquistar essas verdades. No ensino de línguas, as atividades para a aprendizagem propostas pelo Cognitivismo requerem que o aprendiz use sua mente, observe, pense, caracterize e crie hipóteses, e gradualmente, entenda como a língua funciona. Um exemplo disso são os exercícios em que aparecem exemplos de frases na língua a ser ensinada, e, a partir deles, os alunos têm de criar hipóteses para compreender o funcionamento da língua. 1.1.3 Sociointeracionismo No caso da visão sociointeracionista, também chamada de sócio-cultural, como o próprio nome diz, o foco do processo está na interação professor-alunos e alunosalunos, diferentemente das visões behaviorista e cognitivista. Nesse quadro, não existe ensino isolado da aprendizagem, tampouco a aprendizagem isolado do ensino. Considera-se que há um processo que envolve ensino e aprendizagem simultaneamente e disso vem o uso do termo ”ensino-aprendizagem”. Vygotsky (1930/1994) enfatiza que as interações constantes de indivíduos com parceiros mais experientes permitem a formação de funções psicológicas superiores (FSP), tais como: conhecimentos, capacidade de planejamento, atenção e lembrança voluntária, pensamento abstrato etc. ”. No quadro teórico vygotskyano, a interação social tem papel crucial no desenvolvimento do ser humano. 6 Em sua teoria sociointeracionista, Vygotsky (1930/1994) identifica dois níveis de desenvolvimento. O primeiro é denominado nível de desenvolvimento real e refere-se às conquistas já internalizadas e efetivadas. O segundo relaciona-se às capacidades a serem construídas, àquilo que o indivíduo é capaz de fazer com a ajuda de outra pessoa, o par mais experiente. Nesse caso, há a solução de problemas por meio do diálogo, da colaboração, da imitação, da experiência compartilhada e das pistas que lhe são fornecidas (REGO, 2000). Vygotsky denominou esse nível de ZDP (Zona de desenvolvimento potencial ou proximal), definindo-a como a distância entre aquilo que se é capaz de fazer de forma autônoma, nível de desenvolvimento real, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes (VYGOTSKY, 1930/1994). Nesta perspectiva o professor somente se caracterizará como o de mediador na construção de conhecimentos em processos interacionais se suas ações de construção implicarem ações compartilhadas, visto que é por meio do outro que o conhecimento é desenvolvido, modificado e transformado. O aprendizado é, por conseguinte, considerado um aspecto necessário e fundamental para o desenvolvimento de tais funções, que são atributos tipicamente humanos e são motivadas social e culturalmente. Por intermédio das mediações e interações sociais em que os indivíduos estão inseridos, o processo de internalizarão se estabelece e nessa direção as relações sociais aparecem em primeiro plano. Em outras palavras, a internalizarão é um processo pelo qual os fenômenos sociais se transformam em fenômenos psicológicos e, como o indivíduo interage ativamente com o ambiente, o processo de internalização tem influência marcante de interações socais, mas não é determinado por elas. No que se refere ao ensino sociointeracionista Williams e Burden (2002) chamam a atenção para o fato de que a aprendizagem do sistema lingüístico de cada aluno é gradualmente reformulado ao se desenvolver. Desse modo, é papel do professor ajudá-lo a encontrar maneiras de ir a direção ao próximo nível de compreensão da língua. 7 Discorro sobre as abordagens para o ensino de línguas, as quais estão relacionadas às teorias de linguagem explicitadas acima. 1.2 Abordagens para o ensino de línguas Richards e Rodgers (1995) definem pelo menos três abordagens para o ensino de línguas: a abordagem estrutural, a abordagem funcional e a abordagem interacional. A abordagem estrutural é a mais tradicional e concebe a linguagem como um sistema de elementos estruturais que se relacionam na construção do significado. O sentido, assim, está nas palavras e frases. Nessa visão, o objetivo da aprendizagem é alcançado por meio do conhecimento de elementos do sistema relacionados à gramática, ao vocabulário. Os PCN-LE (BRASIL, 1998) referem-se a essa abordagem como sistêmica, uma vez que a aprendizagem se resume em dominar as regras que permitem a combinação de elementos lingüísticos para que formem frases e sentenças. De acordo com Leffa (2003), o ponto relevante é o objetivo do uso da língua, isto é, sua função. Williams e Burden (2002), por sua vez, afirmam que a visão estrutural é predominante em processos de ensino de LE. Nesse universo, o professor conduz sua prática pedagógica apresentando, praticando, repetindo e aplicando exercícios, o que é próprio do método áudio-lingual, que por sua vez, apresenta relação com o Behaviorismo. A abordagem funcional, segundo Richards e Rogers (200l) entendem a língua como um veículo que expressa um significado funcional e considera a dimensão semântica e comunicativa em vez de elementos gramaticais. Dessa forma, o ensino fundamentado nessa teoria parte de uma classificação das funções da linguagem, como, discordar, concordar, descrever, desculpar-se, pedir ajuda, pedir informações, fazer compras, etc., como geralmente encontramos na maioria dos livros didáticos de ensino de língua estrangeira. A abordagem interacional concebe a língua como veículo para realizações de relações interpessoais. Segundo Richards e Rodgers (1995), a língua é considerada como uma ferramenta para a criação e manutenção de relações pessoais. Nessa 8 perspectiva a linguagem é vista como um meio de relacionamento entre as pessoas e se dá no mundo em eventos sociais. Os PCN-LE (BRASIL, 1998), em suas diretrizes, apontam para a natureza interacional da linguagem, ou seja, as pessoas dela se utilizam para agir e interagir socialmente, sempre situadas em um contexto sócio-histórico cultural e a partir de determinadas posições presentes na interação. É na interação social que os significados se constroem. Desse modo, não há como desconsiderar que o uso da linguagem leva em conta também o mundo social que o envolve, o momento e espaço onde ocorre, os participantes da cena comunicativa, o propósito de quem se comunica. No processo de aprendizagem de língua estrangeira, os PCN-LE (1998) ressaltam que o entendimento da linguagem como prática social pode ser observado por meio de sete perguntas que devem ser feitas a todo texto, seja ele oral ou escrito, a saber: (a) Quem falou ou escreveu?, (b) Sobre o quê, (c) Para quem?, (d) Para quê ?, (e) Quando?, (f) De que forma?, (g) Onde?. Essas perguntas levam à compreensão de que os significados são construídos na interação social, e de que o indivíduo, ao fazer uso da linguagem, o faz a partir de um lugar sócio-histórico e cultural. A abordagem interacional aproxima-se da teoria de aprendizagem sociointeracional e da visão de linguagem adotada nesta pesquisa, pois, conforme já mencionado, o objetivo deste trabalho é analisar e avaliar, segundo a perspectiva crítico-reflexiva, como eu, professorapesquisadora direciono as minhas ações através da linguagem. 1.3 Reflexão Parto do pressuposto que o estudo aqui desenvolvido é auto-reflexivo e crítico, uma vez que na escrita de 10 diários e na gravação de 20 aulas e transcrição de recortes estabeleço um diálogo com várias teorias que me levam a análise do porquê de minhas ações, das intenções, dos interesses que subjazem a elas, possibilitando, uma reconstrução da minha práxis e também da minha visão em relação a sociedade na qual estou inserida como um todo. 9 A formação do professor está intimamente vinculada à qualidade do ensino e por essa razão, tem sido estimulado o desenvolvimento de sua capacidade de refletir sobre sua prática, considerando o contexto social em que se insere. A contribuição para uma adequada formação docente é o cerne da pesquisa, que compreende o processo reflexivo como o pilar que sustenta a atuação do educador em sala de aula, na tentativa de melhor compreender o processo reflexivo-crítico que devem permear a prática. O conceito de reflexão crítica envolve os participantes discursivamente, orientado para questionar, baseando-se em aspectos sociais, políticos e culturais, as ações e as razões pelas quais elas se embasam. Para a construção de uma perspectiva voltada para a cidadania, os participantes do discurso buscam orientações para seus questionamentos e ações e as razões que as conduziram. O estudo sobre reflexão surge com Dewey (1933 apud LIBERALI, 1999 p. 13), que define reflexão como um processo ativo, consciente e deliberado da análise das representações e conhecimentos que fundamentam nossas ações. No contexto de formação de professores, a reflexão é abordada por Magalhães (1992a) como um processo sistemático de auto-questionamento sobre situações particulares de sua aula para entender o propósito de sua prática e mudar, caso seja necessário.Neste prisma, o processo de reflexão do professor está atrelado à análise de suas ações, entendimento dos pressupostos teóricos que as fundamentam e das relações presentes nelas, conduzindo o professor a reconstruir a sua prática. De acordo com Smyth (1992, p.295), com base na discussão de Freire (1970), o processo reflexivo envolve quatro ações, que estão ligadas a certos tipos de perguntas. Sendo assim, refletir criticamente, um agente necessita descrever suas ações em resposta à pergunta – O que fiz? O ato de descrever detalhadamente leva o agente a se distanciar de suas ações e a se perguntar sobre as razões das escolhas feitas. Outra questão toma lugar – O que agir desse modo significa? É nestas escolhas discursivas que o agente informa o significado destas escolhas e relaciona-as à teoria populares ou formais, explícitas ou não (Bruner 2001). As ações de descrever e informar propiciam a discussão das teorias de ensinoaprendizagem, teorias de linguagem, objetivos e propósitos de ação, o contexto 10 específico em que está inserido: a escola, os alunos, a cultura e as necessidades reais daquele grupo objetivando entender as ações das práticas didáticas focando assim, o tipo de agentes que está sendo constituído e o significado social, político e cultural dessas questões. A compreensão dessas ações e seus significados contribuem para que o professor entenda o contexto social de uma maneira mais ampla, desfocando o microcontexto da sala de aula para a comunidade no sentido mais amplo, ou seja, a contexto social que relaciona escola como agente cultural à comunicadae e à sociedade. Neste contexto em que o agente questiona – Como cheguei a ser assim? Quais interesses embasam as minhas ações? O professor retoma seu agir dentro do quadro-histórico que permite entender melhor as implicações das diferenças e preconceitos e, portanto, considerado o ápice da reflexão crítica. Entender, analisar estas ações pode conduzir o agente a intervenções dentro do contexto escolar. A reconstrução das ações pedagógicas e na relação contexto escolar (micro) para um olhar na sociedade no sentido mais amplo (macro) coloca o agente no questionamento maior: Como posso agir diferentemente? Nesse contexto de formação de professores, o trabalho com autobiografias, diários e conversas em sessões reflexivas poderia ser entendido como instrumentos para a construção de espaços colaborativos de reflexão crítica. Para este trabalho, o diário reflexivo foi escolhido para que os dilemas e embates em sala de aula pudessem ser analisados para que a professorapesquisadora investigasse suas ações para conduzí-la ao processo reflexivo. Escrever sobre a minha prática me fará pensar e refletir sobre cada decisão que foi tomada, permitindo aprimorar o trabalho diário e adequá-lo às necessidades dos alunos de acordo com o contexto sócio, político e cultural. Este contexto é o local de trabalho da professora-pesquidora. 2. METODOLOGIA Esta pesquisa tem como objetivo analisar o processo de reflexão crítica da professora-pesquisadora com base em diários de aulas, portanto, insere-se na área de Lingüística Aplicada Crítica que engloba linguagem, educação e transformação. 11 Optei por realizar um estudo de caso fundamentado nos conceitos de Wallace (1998), Nunan (1992), Gil (1999), Stake (1998); pois trata-se de um grupo específico, delimitado, no local de trabalho da professora pesquisadora. De acordo com Wallace (1998), a abordagem sobre estudo de caso concentra-se no que é único, como por exemplo, um grupo em particular, uma classe especifica e desta forma os resultados da investigação que não serão estatisticamente generalizados para uma população de aprendizes ou instituições. Neste sentido, cabe ao pesquisador decidir quais serão os sujeitos de sua pesquisa. Ainda em Wallace (1998), uma das vantagens deste tipo de investigação é o foco específico que norteará o pesquisador se contrapondo às pesquisas empíricas que relacionam a um contingente abrangente de sujeitos, por exemplo. Nunan (1992) menciona a aplicabilidade do estudo de caso como um método de pesquisa em Lingüística Aplicada no que tange à projetos de investigação de professores sobre sua própria prática em seu contexto de trabalho, situação em que fatores externos tem menos relevância. Gil (1999) argumenta que o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos já considerados. No entendimento de Stake (1998) o estudo de caso caracteriza-se pelo interesse em casos individuais e não pelos métodos de investigação que pode abranger. Chama a atenção para o fato de que "nem tudo pode ser considerado um caso", pois um caso é “uma unidade específica, um sistema delimitado cujas partes são integradas”. Nesta investigação não se busca generalizar dados sobre ensinoaprendizagem de língua estrangeira da instituição, ou da disciplina de Língua Inglesa de todo o curso, mas sim a prática da professora-pesquisadora, em um grupo específico, delimitado do quarto semestre do curso de letras, um grupo particular, específico, com características particulares que irão auxiliar a pesquisadora a compreender sua prática no intuito de refletí-la e modificá-la. 12 2.1 O diário na reconstrução da prática reflexiva A escolha pelo diário deve-se ao fato de ele ser um instrumento adequado para possibilitar a reflexão crítica, pois ao narrar sua experiência recente, o professor não só a constrói lingüisticamente como também a reconstrói em nível de discurso prático. Os diários são efetivos quando as emoções, elucubrações, dilemas, desejos, frustrações são registradas pelo professor, e a partir daí a conscientização de sua experiência o remete à questionamentos mais amplos sobre seu papel, e o direciona a novas construções de sua prática (ZABALZA, 1994). O diário é “um instrumento para veicular o pensamento do professor que permite auto-explorar a ação profissional, auto-proporcionar feedback e estímulos de melhoria, e estudar o pensamento e os dilemas do professor a partir de sua perspectiva.” (ZABALZA, 1994 p.94) Nesse sentido, Machado (1998) concebe a elaboração do diário não somente como o ato de exteriorizar o que se pensa, mas sim uma ferramenta de pesquisa interna para descobrir os próprios pensamentos. Wallace (1998, p.62) define diário como “documentos essencialmente particulares e não há regrar de como escrevê-lo. Uma vez que o diário é de cunho particular, os diaristas podem confidenciar qualquer pensamento ou sentimento que lhes ocorra durante a escrita. Por essa razão, os diários são especialmente adequados para explicação de fatos emocionais.” Nunan (1992, p.118) entende os diários como ferramentas introspectivas na pesquisa em aquisição de segunda língua explificando que os diários tanto podem auxiliar na investigação da interação professor-aluno, educação continuada de professor e outros aspectos do uso e aprendizagem de línguas: “Os diários podem ser feitos por aprendizes, professores ou observadores-participantes. Podem focar tanto os professores como o ensino, ou nos alunos e na aprendizagem (ou na interação professores e alunos e entre ensino e aprendizagem). Nunan (1992 apud BAILEY 1990, p.215) salienta que o diário é “um relato em primeira pessoa, documentado através de dados verdadeiros sobre ensino-aprendizagem e que então são analisados por padrões de recorrência ou eventos relevantes”. As concepções sobre o diário como instrumento de análise da própria prática ou conhecimento dos próprios pensamentos do professor, LIBERALI & Zynger 13 (2001) defendem a função de metacognição do diário, ou seja, a ação do professor ao se definir sobre o que sabe, o que sente, o que faz, e por que o faz. Tal ferramenta mental é explorada gradualmente quando o educador explora suas experiências e conhecimento na exteriorização através da linguagem. 2.2 Contexto da Pesquisa A instituição de Ensino Superior em que a pesquisa está sendo desenvolvida é o local de trabalho da professora-pesquisadora. Trata-se de uma instituição que teve início em 1994 e é uma organização privada do setor de ensino superior no Brasil que, no momento da investigação, possuía 55 unidades distribuídas nas regiões sudeste, centro-oeste e sul do país. A Instituição conta com três redes de ensino, cf. o site da Instituição, campus, pólos de ensino a distância e centros de treinamento profissional, onde são oferecidos desde cursos de curta duração em rotinas administrativas até cursos de pós graduação, passando por mais de 90 modalidades de cursos de graduação nas áreas de administração, direito, engenharia, saúde e outras ciências sociais aplicadas. A maioria de seus alunos são jovens de média e média-baixa renda que trabalham durante o dia e estudam à noite, um segmento não atendido plenamente pelas instituições de ensino superior do Brasil. A Instituição é comprometida a oferecer cursos de qualidade que ajudem esses jovens trabalhadores a alcançar formação educacional compatível com as exigências do mercado de trabalho e a aumentar suas perspectivas de desenvolvimento profissional. As unidades desta Instituição são de pequeno e médio porte (em geral com cerca de 2.000 e 7.000 alunos), cf site da Instituição. Quando abre ou adquire novas unidades, a Companhia foca na seleção de locais convenientes com base em estudos demográficos da sua população-alvo na cidade ou região em questão; e disponibilidade de transporte. Seu modelo viabiliza a escalabilidade operacional com manutenção de qualidade. As metas desta organização privada do setor de ensino, cf. o site da Instituição, são: “Promover o ENSINO de forma eficiente, com um grau de qualidade necessário ao bom desempenho das futuras atividades profissionais dos educandos, 14 para que, de forma competente e ética, possam desenvolver seus PROJETOS DE VIDA como cidadãos conscientes dos seus direitos, deveres e responsabilidades sociais.” Pressupõe-se que o projeto de vida destes alunos esteja ligado a freqüentar um curso universitário que os coloque no mercado de trabalho e que sejam respeitados os seus limites de carga horária de trabalho e condição social. A orientação da cúpula administrativa através de seus diretores de unidades é que acima de tudo, estes alunos tenham total suporte para superar suas deficiências educacionais e que possam com ética e desenvolvimento de suas potencialidades alcançarem seus sonhos de uma condição de vida melhor no contexto socialeconômico do nosso país. 2.2.l Curso de Letras O Curso de Letras, contexto desta pesquisa, oferece licenciatura única em língua portuguesa e inglesa e suas respectivas literaturas. O curso é ministrado em período noturno, com duração de 6 semestres ( 3 anos) , e carga horária total de 2880 horas. O estudo de língua inglesa na grade curricular do Curso de Letras envolve um total de 620 horas. Essas horas são divididas entre as disciplinas de Língua Inglesa, Comunicação Expressão Oral em Língua Inglesa, Literatura Inglesa e NorteAmericana, Lingüística Aplicada em Língua Inglesa, Estágio Supervisionado e Práticas Pedagógicas. As aulas de inglês estão divididas da seguinte forma: Língua Inglesa e Expressão Oral em Língua Inglesa. Essas duas disciplinas são ministradas uma vez por semana por dois professores respectivamente sendo a carga horária de cada disciplina duas aulas semanais de 50 minutos cada aula. Uma sala que é composta de 90 alunos, por exemplo é subdividida em dois grupos a saber: Língua Inglesa grupo A1 com 45 alunos permanece na sala com a respectivo professor da disciplina nas duas primeiras aulas enquanto os outros, 45 alunos, se dirigem ao Laboratório de Línguas com o outro professor da disciplina de Expressão Oral em Língua Inglesa A2 simultaneamente. A mesma sala nas 3ª e 4ª aulas respectivamente Lingua Inglesa A2 e a outra metade permanece na aula de 15 Expressão Oral em Lingua Inglesa A1 simultaneamente. Portanto, cada turma tem aulas de Língua Inglesa e Expressão Oral concomitantemente no mesmo dia. Para o presente estudo foi delimitado um grupo de Língua Inglesa do quarto semetre denominado Lingua Inglesa IV composto de 40 de um grupo de 78 alunos que é dividido em subgrupos, a saber grupo Al com 40 alunos e A2 com 38 alunos. Este estudo será realizado com o grupo Al que no início do semestre – Agosto de 2008 era composto por 40 alunos, porém 05 alunos começaram o semestre mas durante as aulas se afastaram, sendo assim, alguns diários constaram estes alunos, porém até o momento desta pesquisa não haviam se pronunciado sobre continuidade do curso. As aulas para esse grupo foram gravadas para servirem de apoio para a professora-pesquisadora escrever diários reflexivos, que constituirão o corpus deste trabalho. Serão gravadas duas aulas por semana com duração de 50 minutos cada, a partir de agosto de 2008 até novembro de 2008. Após a gravação destas aulas, a professora fará a transcrição das mesmas para subsidiarem os diários. 2.2.2 Caracterização dos participantes Há quarenta e um participantes neste estudo: os quarenta alunos e a professora pesquisadora. A maioria dos alunos é do sexo feminino e a faixa etária varia de 19 até 46 anos de idade e em relação a experiência na área de educação poucos já estão atuando na área; alguns como professores de ensino infantil, escolas de idiomas e lecionando como “professores eventuais” em escolas públicas Muitos concluíram o ensino médio nas redes públicas ou municipais, particulares, supletivos, cursos técnicos ou de curta duração etc. Segundo enquête informal que realizei no início de cada turma desde 2007, a maioria reconhece que se tiveram a língua estrangeira na sua vida escolar, esta foi consideravelmente restrita ou, em muitos casos, não receberam formação alguma. O motivo pelo qual os alunos freqüentam o curso varia: um primeiro grupo tem interesse pela língua portuguesa e também por literatura; um segundo grupo opta por Letras por ser este o curso com mensalidade de menor custo; um terceiro, por estar com tempo ocioso à noite; e finalmente o grupo que realmente tem planos 16 e sonhos para se tornar um professor de inglês. Esses dados foram coletados no primeiro dia de aula e este procedimento tem sido feito desde primeira turma de 2006. Abaixo o quadro representativo dos participantes da pesquisa: Participantes Sexo Idade Ensino Ensino Fundamental Médio AJ01 AX02 AL03 AB04 K05 AE06 AC07 GA08 AS09 AD10 AN11 AR12 CA13 CC14 CP15 CI16 CL17 M F F F F F F F F F M F F F F F M 18 33 23 33 30 21 27 19 26 36 46 19 18 23 27 39 44 CE18 F 18 CF19 MA20 CV21 F M F CR22 DD23 LH24 DI25 M F F F ED26 FA27 GE28 GY29 HE30 JV31 JC32 JL33 JS34 VA35 M F M F M F F F F F Pública Particular Pública Particular Particular Pública Pública Particular Pública Pública Pública Pública Pública Pública Pública Pública Pública Pública Pública Pública Particular técnico Pública Pública Particular técnico Pública Pública Particular técnico Pública Pública Pública Particular Pública Pública Supletivo Técnico Pública Pública 36 Supletivo Pública 39 Pública Pública 27 Pública Pública 25 Pública Pública 19 Pública 23 Pública Pública 30 Pública Pública Pública 27 Técnico Pública 19 Pública 36 Pública Pública 20 Pública Pública Pública 34 Pública 27 Pública Pública 20 Pública Pública 18 Pública Particular Pública 22 Pública 22 Pública Pública Quadro – Os participantes da pesquisa Profissão Atual Professor eventual Comerciário Professor Comerciário Vendedor Professor Comerciário Comerciário Não trabalha Não trabalha Metalúrgico Escriturário Comerciário Comerciário Vendedor Comerciário Professor Auxiliar Dentista Auxiliar Hospitalar Professor Estagiário Funcionário Público Não trabalha Comerciário Comerciário Funcionário Público Estagiário Comerciário Estagiário Autônomo Comerciário Professor Não trabalha Estagiário Professor 17 3 CONSIDERAÇÕES PRELIMARES Este estudo tem proporcionado a professora-pesquisadora um grande crescimento intelectual, acadêmico, pessoal e, especialmente, profissional uma vez que venho exercendo a profissão de professora de Inglês há 24 anos e ao longo desses anos é a primeira vez que distancio da minha prática para refleti-la. Celani (2003) enfatiza que a prática de sala de aula, por vezes, acaba por distanciar o professor de seu fazer e torna difícil uma reflexão transformadora de sua ação. A partir da primeira transcrição da aula pude iniciar o processo que estou vivenciando, ou seja, distanciar-se da minha prática e constatar o fato de que discurso e prática fazem parte de uma mesma ação e não podem, por isso, ser dicotomizados. Indícios de construção colaborativa de consciência crítica podem ser identificados nos dados já coletados. De acordo com Clough & Holden (2002), a) Posso perceber que meus alunos têm medo de interagir, então insisto, incentivando a participação deles, o que é de fundamental relevância para a participação social e desenvolvimento profissional; b) Levei uma revista da área educacional focando gêneros Textuais, o que os coloca a par do que acontece na profissão (relação com a realidade); c) Orientei a apresentação de seminários sobre aula de inglês, o que faz com que eles tenham o exercício fundamental para a participação social; d) Introduzi a gramática por meio de Gênero Textual, o que visa o conhecimento da língua, ao invés do conhecimento sobre a língua, além de inserção deles nas formas reais de comunicação da cultura e língua alvo; e) Priorizei o foco na prática pedagógica incluindo a prática dos alunos em sala de aula, o que os aproxima da ação que terão futuramente como profissionais. Acredito que muitas outras reflexões acontecerão e muitas descobertas serão questionadas conforme o andamento da pesquisa. REFERÊNCIAS BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira. Brasília: MEC/SEF, 1998. 18 BRUNER, J. A cultura da educação. Porto Alegre. Artmed, 2001. BROOKFIELD, Stephen D. Becoming a Critically Reflective Teacher. San Francisco: Jossey-Bass Publishers, 1995. CASTRO, S. T. R. Aprendendo sobre a aprendizagem da língua estrangeira. Dissertação de Mestrado. São Paulo: LAEL – PUCSP, 1999. CASTRO, S. T. R., ROMERO, T. R. S. A Linguagem na formação do educador. In: CASTRO, S. T. R. e SILVA, E. R. (Org). Formação do profisional docente: Contribuições de pesquisas em Lingüística Aplicada. Taubaté: Cabral, 2005. p. 125-147. CELANI, M. Antonieta A. (org). Professores Formadores em Mudança: relato de um processo de reflexão e transformação da prática docente. 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